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DINÂMICA DE 
APLICAÇÃO E RESGATE CPA-20
DINÂMICA DE APLICAÇÃO E RESGATE
Olá, queridos alunos! Vamos falar agora como funciona aplicação e resgate em um Fundo de Inves-
timento, ok? Vamos pegar um pouco desse conceito. Vem comigo, cabeção!
Vou colocar aqui ao lado cinco amigos que querem in-
vestir em um Fundo. 
Lembrando que Fundo remete à ideia de condomínio, certo? Para você morar em um condomínio, 
por exemplo, você precisa comprar um terreno, uma casa ou apartamento. Chame da forma que 
quiser, até por que é o seu condomínio, cabeção. No meu condomínio (fundo), para poder morar 
nele, é preciso comprar uma cota. É o “pedaço” dele disponível para novos moradores. No momen-
to, uma cota está valendo R$ 10. 
Olha só: o Joãozinho tem para investir o valor de R$ 400. O Kauê tem R$ 200. Ed, R$ 100. Duda, 
R$ 50 e Maria, R$ 250. Totalizando R$ 1 mil. O João (ou qualquer um deles) vai precisar buscar um 
distribuidor desse fundo para poder comprar suas cotas. Alguém que esteja legalmente autorizado 
vender esse fundo. 
Fica ligado, cabeção: 
Se você não tem nem a CPA 10, não pode oferecer esse tipo de investimento. Por lei, o profissio-
nal que distribui tem que ter, no mínimo, essa certificação. Se a venda for para investidor qualifi-
cado, a régua sobe: a CPA 20 acaba sendo a exigida. Entendeu?
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AULA EM PDF EXCLUSIVA PARA ALUNOS
Voltando ao nosso exemplo, as explicações do 
fundo foram feitas aos investidores interessa-
dos. João conseguirá comprar 40 cotas (capital 
disponível dividido pelo valor unitário da cota). 
Kauê, 20. Ed, 10. Duda, 5. E a Maria irá adquirir 
25 cotas. 
No total, 100 cotas foram distribuídas entre os cinco amigos e o dinheiro entrou para o fundo. Hou-
ve uma troca, como se fosse um certificado. Um certificado escritural. Isso mesmo, cabeção! Es-
critural está relacionado a algo que não existe fisicamente. O registro da operação é feito de forma 
totalmente eletrônica. Não espere chegar nada por correio até você.
O Fundo agora tem um “problema”. Ele precisa alocar o capital disponível. O cara responsável por 
tomar essa decisão é o Gestor. Ele vai definir quais os ativos a serem comprados: CDB, LFT, Debên-
tures, LTN, etc. 
Lembrando que a compra desses ativos terá que ser conforme a política de investimentos do Fun-
do. Por exemplo: um fundo de investimento em carro. A lei dirá que, para esse tipo de fundo, é ne-
cessário que se tenha uma porcentagem mínima de veículos. Se vai comprar um Palio, Gol ou uma 
Ferrari, caberá ao Gestor decidir. Sempre com a visão de comprar barato e vender caro. 
Portanto, o Gestor vai comprar os ativos de acordo com a política do fundo, regulamentação e ins-
trução da CVM (Comissão de Valores Mobiliários). A composição mínima obrigatória vai depender 
do tipo de fundo. Você vai ver mais pra frente quais são elas. Não é o nosso foco agora. 
Espera-se então que as cotas adquiridas pelos amigos tenham uma valorização, mas pode acon-
tecer de desvalorizar. Importante lembrar que mesmo com renda fixa é possível perder dinheiro. 
Renda fixa não significa ter sempre rendimento. 
Passado algum tempo, o Fundo transformou os R$ 1 mil dos amigos em R$ 1,2 mil. Esse montante 
nós chamamos de Patrimônio Líquido (PL). Ele irá servir de referência para cobrar a taxa de admi-
nistração. Isso é uma gestão de recursos de terceiros, tem muitos profissionais trabalhando para 
buscar as melhores oportunidades. Você queria que eles trabalhassem de graça? Provável que sim, 
mas não é o que acontece. Será cobrado uma taxa de administração e será sempre expressa ao 
ano. 
Vamos imaginar que a taxa desse fundo é de 2% ao ano e o valor cobrado é de R$ 60. Além dessa 
taxa, o fundo também tem outros custos. Ninguém trabalha de graça, né? Obviamente são despe-
sas autorizadas e claras no regulamento. Então, teremos R$ 60 de taxa de administração e R$ 40 de 
outras despesas. O Patrimônio Líquido de R$ 1,2 mil cai para R$ 1,1 mil, depois de contabilizarmos 
os custos e despesas. 
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Inicialmente, no fundo, tinha R$ 1 mil e agora tem R$ 1,1 mil, significa que houve valorização, cer-
to? Agora, como é que será feita a distribuição desse lucro entre os investidores? De maneira igual. 
Regra importante de fundo: todos são iguais. Quando você mora em um condomínio, não existe a 
regra de quem mora na cobertura pode passear com o cachorro e deixar fazer cocô sem precisar 
recolher, né? E quem mora no térreo é pobre e precisar recolher. Não, isso não existe. A regra é a 
mesma para todos. 
No fundo, o João com 40 cotas e o Duda com 5, possuem as mesmas obrigações e benefícios. Não 
será a mesma valorização monetária para todos, mas sim em percentual. Como fazemos isso? Atu-
alizando o valor da cota. No início do fundo, a cota valia R$ 10 com R$ 1 mil investidos. Agora, com 
o capital de R$ 1,1 mil, a cota terá preço de R$ 11. Ué, mas que conta foi feita para chegar nesse 
resultado? Simples. Foi feito uma divisão entre R$ 1, 1 mil (PL) e 100 (quantidade total de cotas). 
Quando chegamos no valor atualizado da cota, conseguimos atualizar o capital investido dos cinco 
amigos. João, que investiu R$ 400, passa a ter R$ 440 (40 cotas x R$ 11 preço da cota). Kauê, R$ 220. 
Ed, R$ 110. Duda, R$ 55. E, por último, não menos importante, a Maria com R$ 275. Se a gente so-
mar tudo, o valor final terá que ser de R$ 1,1 mil.
Imagine que o Duda queira vender as suas cinco cotas. O gestor então terá que vender algum ativo 
da carteira do fundo para poder gerar dinheiro e pagar o Duda. 
MARCAÇÃO A MERCADO
Outro ponto importante, que vou deixar aqui um pouco da ideia. Como será que o Fundo sabe que 
a soma dos ativos ( CDB, LFT, LTN ) valia R$ 1 mil e passou a valer R$ 1,2 mil? O fundo sabe por que 
existe uma coisa chamada de marcação a mercado (MaM). Nada mais é do que precificar cada ati-
vo diariamente (todo dia útil). Mais pra frente, você terá uma aula completa sobre isso. O que eu 
quero que entenda, antecipadamente, é o impacto disso no fundo.
Se não há marcação a mercado, o Fundo, que antes tinha patrimônio de R$ 1 mil, ainda continuaria 
com o mesmo valor. Imagine que chegue um novo amigo querendo investir. Irá pagar R$ 10 por 
cota, e não R$ 11. Os investidores, que já possuem uma parte desse condomínio, serão vizinhos 
desse novo amigo tendo pago a mesma coisa. Não é justo, certo? Isso acaba gerando transferência 
de riqueza entre cotistas. O fundo é um condomínio, se alguém leva vantagem outro está levando 
prejuízo. Por isso, a importância da marcação a mercado. 
Pontos principais:
Gestor é o responsável por escolher os ativos do fundo, respeitando a política de investimentos re-
gistrada no regulamento do fundo, conforme regras estabelecidas pela CVM (Comissão de Valores 
Mobiliários).
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Taxa de administração é expressa ao ano. 
Marcação a mercado evita transferência de riquezas entre os cotistas

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