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Neuroendocrinologia (Matheus Dutra)

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Fisiologia: Neuroendócrino 
Matheus Dutra 
 
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Características Gerais do funcionamento do Sistema Nervoso: 
 
O Sistema Nervoso (SN) é subdividido em Sistema Nervoso Central (SNC) e Sistema Nervoso Periférico (SNP), onde 
em ambos, o Neurônio, que é uma célula excitável, é a principal unidade funcional. Por ser uma célula excitável, o 
Neurônio atua mediante a ocorrência de um Potencial de Ação (PA), que por sua vez, pode se tratar de um PA 
Inibitório ou um PA Excitatório. 
 
Muitas atividades do sistema nervoso se iniciam pelas experiências sensoriais que excitam os receptores sensoriais 
presentes em diversas estruturas do corpo, como por exemplo os receptores visuais presentes nos olhos ou outros 
tipos de receptores. Essas experiências sensoriais podem provocar reações cerebrais imediatas ou essas informações 
podem ser armazenavas no cérebro. 
 
A função mais importante do sistema nervoso é a função motora, responsável por controlar as diversas atividades do 
corpo, essa ação é realizada pelo controle: (1) da contração dos músculos esqueléticos apropriados, por todo o corpo, 
(2) da contração da musculatura lisa dos órgãos internos, (3) da secreção de substâncias químicas pelas glândulas 
exócrinas e endócrinas que agem em diversas partes do corpo e por outras estruturas anatômicas que compõem o 
corpo humano. 
 
O sistema nervoso pode ser dividido em 3 grandes níveis funcionais: (1) o nível da medula espinal, (2) o nível cerebral 
inferior ou nível subcortical e o (3) nível cerebral superior ou nível cortical. 
 
1) Sinapses: 
 
Há 2 tipos de sinapses – químicas e elétricas. A maioria das sinapses utilizadas para a transmissão de sinais no sistema 
nervoso central dos humanos são sinapses químicas. Isso se deve a uma importante característica, que as torna 
adequada para transmitir a maioria dos sinais do Sistema Nervoso – o princípio da condução unidirecional, que 
permite que os sinais sejam direcionados para alvos específicos. Nessas sinapses um neurônio pré-sináptico secreta 
por seu terminal uma substância química chamada de neurotransmissor, que por sua vez, vai atuar em proteínas 
receptores, presentes na membrana do neurônio subsequente (pós-sináptico), para promover excitação, inibição ou 
ainda modificar de outro modo a sensibilidade dessa célula. As sinapses executam seletiva. 
 
Nas sinapses elétricas, os citoplasmas das células adjacentes estão conectados diretamente por aglomerados de 
canais de íons chamados junções comunicantes, que permitem o movimento livre dos íons de uma célula para outra. 
É por meio dessas junções e de outras junções similares que os potenciais de ação são transmitidos através das células. 
 
 
 
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Terminais Pré-sinápticos: pré-sinápticos excitatórios —secretam um neurotransmissor que estimula o neurônio pós-
sináptico. Terminais pré-sinápticos inibitórios — secretam um neurotransmissor que inibe o neurônio pós-sináptico. 
 
O terminal tem dois tipos de estruturas internas importantes para a função excitatória ou inibitória da sinapse: as 
vesículas transmissoras (contém neurotransmissor) e as mitocôndrias (fornecem ATP necessário para sintetizar novas 
moléculas). 
 
Os receptores de neurotransmissores que ativam diretamente os canais iônicos são designados, em geral, por 
receptores inotrópicos, enquanto os que atuam através de sistemas de segundos mensageiros recebem o nome de 
receptores metabotrópicos. 
 
RESUMINDO A SINAPSE: contato funcional entre neurônios. 
 
 
 
 
 
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1. Potencial de Ação chega 
ao terminal pré-sináptico 
2. Ocorre a despolarização 
da membrana dessa célula 
nervosa permitindo a 
abertura dos canais de Ca2+ e 
o seu influxo 
3. Ca2+ se liga proteínas 
especiais, denominadas de 
sítios de liberação, 
estimulando a liberação de 
neurotransmissor pelas 
vesículas na fenda pré-
sináptica. 
5. A liberação dessas 
moléculas possui receptor 
específico na membrana do 
neurônio pós-sináptico, onde 
se liga e leva à um PA 
excitatório ou um PA 
inibitório, a depender do 
receptor neuronal. 
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2) Vias de coordenação das funções corporais por Mensageiros Químicos: 
 
a) Clássica: quando uma glândula produz um hormônio que age em uma célula alvo distante através de um receptor 
específico. 
 
b) Parácrina: hormônios secretados por células no líquido extracelular que afetam células-alvo vizinhas de tipo 
diferente. 
 
c) Autócrina: hormônios são secretados por células no líquido extracelular e afetam a função das mesmas células que 
os produziram, ligando-se a receptores na superfície celular.0 
 
d) Intrácrina: forma especializada de comunicação autrócrina. Atuação dentro da própria célula, não chegando a 
ocorrer a exteriorização do sinal. Para tanto, é necessário um receptor intracelular. 
 
e) Neurotransmissores são liberados por terminais de axônios de neurônios nas junções sinápticas e atuam localmente 
para controlar as funções das células nervosas. 
 
f) Hormônios endócrinos são liberados por glândulas ou células especializadas no sangue circulante e influenciam a 
função das células alvo em outro local do corpo. 
 
g) Hormônios neuroendócrinos são secretados por neurônios no sangue circulante e influenciam a função de células-
alvo, em outro local do corpo. 
 
h) Citocinas são peptídeos secretados por células no líquido extracelular e podem funcionar como hormônios 
autócrinos, parácrinos ou endócrinos. 
 
 
Existem 3 classes gerais de hormônios: 
 
I) Proteínas e Polipeptídios: a maioria dos hormônios. 
✓ Hipófise Anterior e Posterior; 
✓ Pâncreas (insulina e glucagon); 
✓ Paratireoide (paratormônios); 
✓ Outros. 
 
II) Esteroides: lipossolúveis sintetizados a partir do colesterol. 
✓ Córtex Adrenal (Cortisol e Aldosterona); 
✓ Ovários (estrogênio e progesterona); 
✓ Testículos (testosterona); 
✓ Placenta (estrogênio e progesterona). 
 
III) Derivados do aminoácido tirosina: aminas 
✓ Tireoide (tiroxina e triiodotironina); 
✓ Medula Adrenal (epinefrina e norepinefrina). 
 
 
 
 
Locais Anatômicos das Principais Glândulas: 
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3) Transportes e Sinalização de Hormônio no Sangue: 
 
3.1) Transporte: 
 
I) Hormônios Hidrossolúveis: são dissolvidos no plasma e transportados de seus locais de síntese para tecidos-alvo, 
onde se difundem dos capilares para o fluido intersticial; 
 
II) Hormônios Hidrofóbicos (tireoides e esteroides): na sua grande maioria (>90%) circulam no sangue ligadas a 
proteínas plasmáticas, o que torna sua remoção do plasma mais lenta. Além disso, esses hormônios não conseguem 
se difundir facilmente pelos capilares e ganhar acesso a célula-alvo, sendo inativos até que se dissociem das proteínas. 
 
 
3.2) Receptores: 
 
A primeira etapa da ação do hormônio é a de se ligar a receptores específicos na célula-alvo. Para alguns hormônios, 
os receptores estão localizados na membrana da célula-alvo, enquanto outros receptores hormonais localizam-se no 
citoplasma ou no núcleo da célula-alvo. Quando o hormônio se liga ao seu receptor dá inicio à uma cascata de reações. 
 
As localizações para os diferentes tipos de receptores de hormônios, em geral, são as seguintes: 
 
a) Na membrana celular ou em sua superfície: Os receptores de membrana são específicos, principalmente para os 
hormônios proteicos, peptídicos e catecolamínicos. 
b) No citoplasma celular: Os receptores primários para os diferentes hormônios esteroides são encontrados 
principalmente no citoplasma. 
c) No núcleo da célula: Os receptores para os hormônios da tireoide são encontrados no núcleo e acredita-se que sua 
localização está em associação direta com um ou mais dos cromossomos. 
 
 
3.3) Regulação: 
 
a) Down-Regulation: diminuição dos receptores decorrente de eventos específicos. 
 
b) Up-Regulation:estimula a formação de receptores ou moléculas de sinalização celular. 
 
 
3.4) Sinalização: 
 
Quase sem exceção, o hormônio afeta seus tecidos-alvo formando, primeiro, um complexo hormônio-receptor. A 
formação desse complexo altera a função do próprio receptor e o receptor ativado inicia os efeitos hormonais. 
 
a) Receptores Ligados a Canais Iônicos: os neurotransmissores se ligam a esses receptores alterando a estrutura do 
receptor, geralmente abrindo ou fechando o canal para um ou mais íons. 
 
b) Receptores Ligados à Proteína G: hormônios ativam receptores que regulam indiretamente a atividade de 
proteínas-alvo por acoplamento com grupos da membrana celular, denominadas de proteína G. 
 
c) Receptores Hormonais Ligados a Enzimas: alguns receptores quando ativados, funcionam diretamente como 
enzimas ou se associam estreitamente às enzimas que ativam ou inativam. 
 
d) Receptores Hormonais Intracelulares: hormônios que se ligam a esses receptores s proteicos dentro da célula são 
lipossolúveis. Por serem lipossolúveis atravessam a membrana celular com facilidade para realizar essa interação no 
citoplasma ou no núcleo. O complexo hormônio-receptor se liga ao DNA e ativa ou inibe a transcrição gênica, 
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e) Mecanismo de Segundo Mensageiro para Mediar Funções Hormonais Intracelulares: hormônio ativa um tipo 
específico de receptor extracelular que estimula a ação de um segundo mensageiro intracelular (AMPc), esse último 
causa efeitos intracelulares subsequentes do hormônio. 
 
 
4) Controle por Feedback de Secreção: 
 
As concentrações plasmáticas dos hormônios variam em decorrência a diversos estímulos, mas todos são estritamente 
controlados por mecanismos de feedback. A variável controlada não costuma ser a secreção do hormônio, mas o grau 
de atividade no tecido-alvo. 
 
I) Feedback positivo: ocorre quando a ação biológica do hormônio causa sua secreção adicional. (ex.: Estradiol → LH); 
 
II) Feedback negativo: é considerado um mecanismo primário para a manutenção da homeostase. É um mecanismo 
de controle que gera resposta contrária ao estímulo inicial. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5) Comunicação Hipotalâmica-Hipofisária: 
 
Determinado hormônio A é produzido pelo hipotálamo, sendo direcionado para microcirculação porta hipofisária, 
onde vai em direção a Hipófise, especificamente a Adeno hipófise, onde se liga ao seu receptor específico e estimula 
essa última a produzir um hormônio B que vai agir em uma célula alvo distante (p. ex: Tireoide, suprarrenal, etc). 
 
Hipotálamo Endócrino (libera hormônios) → Porta Hipofisária (passa por essa microcirculação) → Adeno Hipófise 
 
Hipotálamo (sinais neurais) → Neuro Hipófise

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