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31 GOVERNANÇA CORPORATIVA O caminho trilhado pela empresa para atingir seu objetivo de retorno no longo prazo e, portanto, sua perpetuidade, deve passar necessariamente pelo planejamento estratégico com a criação de objetivos que serão as bases administrativas para que a organização tenha vantagem competitiva, estrutura organizacional focada nesses objetivos e sequência processual a fim de atingir o planejado. Esta estrutura, criada e aprimorada por meio de normas e ferramentas do sistema de governança, levará a alta administração a tomar decisões estratégicas com alocação eficaz de recursos, redução dos custos empresariais e criação de resultados positivos e estimulantes para o retorno de longo prazo. Enfim, a governança se apresenta como o sistema que cuidará para que a empresa atinja as boas práticas e possa ter crescimento sustentável. Sua definição fica clara e ela passa a ser utilizada em diversos países que criaram seus próprios modelos para atender às características econômicas e sociais de tais nações, considerando diversos aspectos, tais como: financiamento, propriedade, controle, proteção aos minoritários, liquidez e abrangências dos modelos de governança. 3.2 Modelo de governança anglo-saxão O primeiro modelo de governança que será estudado é o anglo-saxão, que, segundo Rossetti e Andrade (2014), tem como foco principal a pulverização do controle acionário e a separação da propriedade e da gestão. Esse modelo pode ser verificado em vários países com os mesmos moldes, mas com pequenas alterações situacionais. 3.2.1 Estados Unidos Com o crescimento e o desenvolvimento econômico dos Estados Unidos, principalmente no final do século XIX e início do século XX, começaram a surgir as grandes empresas fabris, que tornam a sua administração mais complexa e focada para atender aos anseios do mercado acionário, que já era forte no país antes da crise de 1929. Assim, o aumento da procura de renda variável como investimento por parte dos acionistas (minoritários, em sua maioria) sempre fez parte da cultura econômica e social norte-americana, que é uma tremenda força externa para que as empresas estabeleçam práticas de boa governança. Rossetti e Andrade (2014, p. 347) nos explicam sobre esses aspectos, cronologicamente, de forma bem detalhada: A propriedade dispersa, as tradições liberais e o monitoramento das companhias pelo mercado exigiam, em contrapartida, elevado grau de transparência das companhias, ausência de conflitos de interesse na composição de seu quadro de administradores (conselheiros e executivos), apuração de resultados rigorosamente auditados e controle de informações privilegiadas. Mas estas contrapartidas não se observaram ao correr do tempo. Acumularam-se vícios conflitantes com os interesses dos acionistas dispersos e distantes das companhias. Avolumaram-se as suspeitas de conflitos e de altos custos de agência, que acabaram por gerar o ativismo dos investidores institucionais por boas práticas de governança.
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