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■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ Os autores deste livro e a EDITORA GUANABARA KOOGAN LTDA. empenharam seus melhores esforços para assegurar que as informações e os procedimentos apresentados no texto estejam em acordo com os padrões aceitos à época da publicação, e todos os dados foram atualizados pelos autores até a data da entrega dos originais à editora . Entretanto, tendo em conta a evolução das ciências da saúde, as mudanças regulamentares governamentais e o constante fluxo de novas informações sobre terapêutica medicamentosa e reações adversas a fármacos, recomendamos enfaticamente que os leitores consultem sempre outras fontes fidedignas, de modo a se certificarem de que as informações contidas neste livro estão corretas e de que não houve alterações nas dosagens recomendadas ou na legislação regulamentadora. Adicionalmente, os leitores podem buscar por possíveis atualizações da obra em http://gen-io.grupogen.com.br . Os autores e a editora envidaram todos os esforços no sentido de se certificarem de que a escolha e a posologia dos medicamentos apresentados neste compêndio estivessem em conformidade com as recomendações atuais e com a prática em vigor na época da publicação. Entretanto, em vista da pesquisa constante, das modificações nas normas governamentais e do fluxo contínuo de informações em relação à terapia e às reações medicamentosas, o leitor é aconselhado a checar a bula de cada fármaco para qualquer alteração nas indicações e posologias, assim como para maiores cuidados e precauções. Isso é articularmente importante quando o agente recomendado é novo ou utilizado com pouca frequência. Os autores e a editora se empenharam para citar adequadamente e dar o devido crédito a todos os detentores de direitos autorais de qualquer material utilizado neste livro, dispondo-se a possíveis acertos posteriores caso, inadvertida e involuntariamente, a identificação de algum deles tenha sido omitida. Traduzido de: ACSM’S GUIDELINES FOR EXERCISE TESTING AND PRESCRIPTION, NINTH EDITION Copyright © 2014, 2010, 2006, 2001 American College of Sports Medicine All rights reserved. 2001 Market Street Philadelphia, PA 19103 USA LWW.com Published by arrangement with Lippincott Williams & Wilkins, Inc., USA. Lippincott Williams & Wilkins/Wolters Kluwer Health did not participate in the translation of this title. Direitos exclusivos para a língua portuguesa Copyright © 2014 by EDITORA GUANABARA KOOGAN LTDA. Uma editora integrante do GEN | Grupo Editorial Nacional Travessa do Ouvidor, 11 Rio de Janeiro – RJ – CEP 20040-040 Tels.: (21) 3543-0770/(11) 5080-0770 | Fax: (21) 3543-0896 www.editoraguanabara.com.br | www.grupogen.com.br | editorial.saude@grupogen.com.br Os sites apresentados nesta obra, seu conteúdo, bem como as suas respectivas atualizações, inclusões ou retiradas são de propriedade e responsabilidade dos seus criadores. Não cabe à Editora Guanabara Koogan qualquer responsabilidade pela manutenção, criação, acesso, retirada, alteração ou suporte de seu conteúdo e das normas de uso. (N.E.) Reservados todos os direitos. É proibida a duplicação ou reprodução deste volume, no todo ou em parte, em quaisquer formas ou por quaisquer meios (eletrônico, mecânico, gravação, fotocópia, distribuição pela Internet ou outros), sem permissão, por escrito, da EDITORA GUANABARA KOOGAN LTDA. Capa: Bruno Sales Produção Digital: Geethik Ficha catalográfica D635 9. ed. Diretrizes do ACSM para os testes de esforço e sua prescrição / American College of Sports Medicine; tradução Dilza Balteiro Pereira de Campos. – 9. ed. – Rio de Janeiro: Guanabara, 2014. il. Tradução de: ACSM’S guidelines for exercise testing and prescription ISBN 978-85-277-2616-0 1. Exercícios terapêuticos – Normas. 2. Teste de esforço – Normas. 3. Exercícios terapêuticos – Manuais, guias, etc. 4. Teste de esforço – Manuais, guias, etc. 5. Coração – Doenças – Pacientes – Reabilitação. I. American College of Sports Medicine. II. Título. 14-13640 CDD: 615.824 CDU: 615.825 http://gen-io.grupogen.com.br http://lww.com http://www.editoraguanabara.com.br http://www.grupogen.com.br mailto:editorial.saude@grupogen.com.br Este livro é dedicado às centenas de profissionais voluntários que, desde 1975, contribuíram com seu tempo e sua experiência tão valiosos, para desenvolver e atualizar essas Diretrizes. Agora em sua nona edição, este é o conjunto de diretrizes mais utilizado e de maior circulação entre os profissionais que realizam testes de esforço e programas de exercícios. Esta edição é dedicada especificamente aos editores, aos autores que contribuíram para a sua elaboração e aos revisores desta e das publicações pregressas, os quais não apenas forneceram sua experiência coletiva, como também sacrificaram seu tempo precioso para garantir que as Diretrizes atendessem aos mais altos padrões na ciência e na prática esportivas. A origem das Diretrizes do American College of Sports Medicine (ACSM) se deu no ACSM Committee on Certification and Registry Boards (CCRB, conhecido anteriormente como Certification and Education Committee and the Preventive and Rehabilitative Exercise Committee). Atualmente, as Diretrizes continuam sob os auspícios do CCRB e se tornaram a fonte principal para qualquer profissional que conduza testes de esforço ou programas de exercícios. Esta obra fornece o conteúdo para a elaboração de textos de suporte também produzidos pelo ACSM, que incluem a sétima edição do ACSM’s Resource Manual for Guidelines for Exercise Testing and Prescription , a quarta edição da ACSM’s Certification Review , a quarta edição dos ACSM’s Resources for the Personal Trainer , a primeira edição dos ACSM’s Resources for the Health Fitness Specialist , a quarta edição do ACSM’s Health-Related Physical Fitness Assessment Manual e a segunda edição dos ACSM’s Resources for Clinical Exercise Physiology: Musculoskeletal, Neuromuscular, Neoplasic, Immunologic, and Hematologic Conditions . A primeira edição das Diretrizes foi publicada em 1975, e a partir de então, a cada quatro ou seis anos, aproximadamente, ocorre a publicação da edição mais atualizada. Os cientistas e médicos em destaque que ocuparam posições de liderança como membros e editores das Diretrizes desde 1975 são: Primeira edição, 1975 Karl G. Stoedefalke, PhD, FACSM, Cochair John A. Faulkner, PhD, FACSM, Cochair Segunda edição, 1980 Anne R. Abbott, PhD, FACSM, Chair Terceira edição, 1986 Steven N. Blair, PED, FACSM, Chair Quarta edição, 1991 Russell R. Pate, PhD, FACSM, Chair Quinta edição, 1995 Larry W. Kenney, PhD, FACSM, Senior Editor Reed H. Humphrey, PhD, PT, FACSM, Associate Editor Clinical Cedric X. Bryant, PhD, FACSM, Associate Editor Fitness Sexta edição, 2000 Barry A. Franklin, PhD, FACSM, Senior Editor Mitchell H. Whaley, PhD, FACSM, Associate Editor Clinical Edward T. Howley, PhD, FACSM, Associate Editor Fitness Sétima edição, 2005 Mitchell H. Whaley, PhD, FACSM, Senior Editor Peter H. Brubaker, PhD, FACSM, Associate Editor Clinical Robert M. Otto, PhD, FACSM, Associate Editor Fitness Oitava edição, 2009 Walter R. Thompson, PhD, FACSM, Senior Editor Neil F. Gordon, MD, PhD, FACSM, Associate Editor Linda S. Pescatello, PhD, FACSM, Associate Editor Nona edição, 2013 Linda S. Pescatello, PhD, FACSM, Senior Editor Ross Arena, PhD, PT, FACSM, Associate Editor Deborah Riebe, PhD, FACSM, Associate Editor Paul D. Thompson, MD, FACSM, Associate Editor Esta edição das Diretrizes do ACSM para os Testes de Esforço e sua Prescrição mantém o intuito dos editores e autores da obra em oferecer um conteúdo cada vez mais prático e objetivo. Revisada e bastante atualizada, a nona edição apresenta uma estrutura que propicia a fácil consulta, servindo como fonte indispensável aos profissionais que realizam testes de esforço e programas de exercícios. Além disso, as descrições textuais foram minimizadas nesta edição, que recebeu mais quadros, tabelas e figuras, além de boxes ao longo do texto, que destacam informações fundamentais, e do resumo decada capítulo com a apresentação de importantes sites sobre o tema. O leitor das Diretrizes do ACSM para os Testes de Esforço e sua Prescrição notará vários assuntos novos. O primeiro e mais importante deles é o apoio que a nona edição dá à ideia de que todas as pessoas devem adotar um estilo de vida fisicamente ativo, reduzindo a ênfase na necessidade de avaliação médica (i.e. , exame médico e teste de esforço) como parte do processo de triagem pré-participação em um programa de exercícios progressivo entre pessoas saudáveis. Esta edição busca ainda simplificar o processo de triagem pré-participação para remover barreiras desnecessárias e não comprovadas para a adoção de um estilo de vida fisicamente ativo. Em segundo lugar, instituímos um sistema de referências automatizado – o início de uma biblioteca do ACSM baseada em evidências, a qual futuramente será disponibilizada aos seus membros. Integramos as diretrizes e recomendações mais recentes disponíveis nos posicionamentos do ACSM e nas declarações científicas de outras organizações profissionais, de modo que as Diretrizes se tornaram a principal e mais atualizada fonte para os profissionais que conduzem testes de esforço e programas de exercícios em ambientes acadêmicos, corporativos, de saúde/aptidão, de cuidado com a saúde e de pesquisa. Os novos temas selecionados para esta edição, bem como as novidades incluídas foram desenvolvidos com base em grupos específicos e na pesquisa eletrônica realizada pelo ACSM antes do início deste projeto. As principais novidades desta edição são: • Introdução do princípio de Frequência, Intensidade, Tempo e Tipo – Volume e Progressão (FITT-VP), para a prescrição de exercícios no Capítulo 7 • Expansão do tema referente a populações especiais no Capítulo 10 , uma vez que foram disponibilizadas mais informações a respeito dos testes de esforço, da prescrição de exercícios e suas considerações especiais, não contempladas na publicação anterior • Inclusão do Capítulo 11 , sobre estratégias de mudança comportamental abordando os desafios da adesão ao exercício. Os apêndices também sofreram mudanças significativas. O Apêndice A , Medicamentos Comuns , agora é escrito por farmacêuticos registrados em estabelecimentos acadêmicos, com experiência clínica na farmacologia dos medicamentos que podem ser utilizados por clientes submetidos a teste de esforço e exercícios programados. O conteúdo do Apêndice B , Gerenciamento de Risco na Emergência , baseia-se agora, principalmente, na quarta edição dos ACSM’s Health/Fitness Facility Standards and Guidelines. O Apêndice D lista os autores que contribuíram com as duas edições anteriores das Diretrizes . Quaisquer atualizações feitas nesta edição após sua publicação e antes do lançamento da próxima edição podem ser acessadas pelo link de Certificação do ACSM (www.acsmcertification.org/getp9-updates ). Além disso, o leitor deve acessar o endereço para informação pública, livros e mídia do ACSM, a fim de obter uma lista de obras do ACSM (www.acsm.org/access-public-information/books-multimedia ) e o link de Certificação do ACSM, para visualizar uma lista de certificações (www.acsmcertification.org/get-certified ). AgradecimentosAgradecimentos Os editores da nona edição gostariam de agradecer às muitas pessoas que ajudaram na concretização deste projeto. Tão objetivos quanto a obra, nossos agradecimentos serão diretos e sem rodeios. Agradecemos aos nossos familiares e amigos a compreensão pelo enorme tempo que dedicamos a este projeto ao longo de três anos. Agradecemos a nossa editora e, em particular, a Emily Lupash, editora sênior de aquisições; a Meredith Brittain, gerente sênior de produtos; a Christen Murphy e a Sarah Schuessler, gerentes de marketing e a Zachary Shapiro, assistente editorial. Agradecemos a Richard T. Cotton, diretor de certificação nacional do ACSM; a Traci Sue Rush, diretora assistente dos Programas de Certificação do ACSM; a Kela Webster, coordenadora de certificação do ACSM; a Robin Ashman e a Dru Romanini, assistentes do Departamento de Certificação do ACSM; a Angela Chastain, do Escritório de Serviços Editoriais do ACSM; a Kerry O’Rourke, diretor de publicação do ACSM; a Walter R. Thompson, chefe do Comitê de Publicações do ACSM, e ao Comitê de Publicações que trabalhou de modo extraordinariamente árduo. Agradecemos ao CCRB do ACSM as valiosas colaborações a respeito do conteúdo desta edição das Diretrizes e o seu aconselhamento sobre as questões administrativas relacionadas à realização deste projeto. O CCRB do ACSM revisou incansavelmente os rascunhos do manuscrito para garantir que este conteúdo alcançasse os padrões mais altos sobre a ciência e a prática de exercícios. Agradecemos ao Dr. David Swain – editor sênior da sétima edição do ACSM’s Resource Manual for Guidelines for Exercise Testing and Prescription – sua revisão bastante cuidadosa e criteriosa das Diretrizes e sua assistência para a realização deste projeto. Somos gratos também ao Dr. Jonathan Ehrman, o diretor que abraçou este projeto e transformou em missão a garantia de congruência entre a nona edição das Diretrizes e a sétima edição do ACSM’s Resource Manual for Guidelines for Exercise Testing and Prescription . Agradecemos à bibliotecária médica da Universidade de Connecticut, Dill Livingston, por sua paciência e orientação na implementação da biblioteca de referências baseada em evidências do ACSM e por ensinar editores e autores a se tornarem proficientes em RefWorks nesta edição das Diretrizes . A revisão desta obra foi um processo extenso e realizado minuciosamente para garantir aos leitores a mais alta qualidade de seu conteúdo. Aos revisores internos e externos do CCRB, os quais serão listados adiante, o nosso agradecimento pelo cuidado dedicado a esta nona edição. Estamos em grande débito com os colaboradores da nona edição das Diretrizes – listados na seção seguinte –, por voluntariarem suas expertises e seu tempo valioso a fim de assegurarem uma obra nos mais altos padrões da ciência e da prática de exercícios. Em nota mais pessoal, agradeço aos meus três editores associados – Dr. Ross Arena, Dra. Deborah Riebe e Dr. Paul D. Thompson –, que se dedicaram integralmente à nona edição das Diretrizes . O forte senso de compromisso deles com esta obra emanou de uma crença mantida pela equipe editorial sobre a importância profunda dessas Diretrizes para a informação e o direcionamento do trabalho que realizamos na ciência e na prática esportiva. Não há palavras que expressem a minha gratidão aos três por seus esforços incansáveis para a realização deste projeto. Linda S. Pescatello, PhD, FACSM Editora Sênior Termo de responsabilidadeTermo de responsabilidade http://www.acsmcertification.org/getp9-updates http://www.acsm.org/access-public-information/books-multimedia http://www.acsmcertification.org/get-certified As opiniões e informações contidas na nona edição das Diretrizes do ACSM para os Testes de Esforço e sua Prescrição são fornecidas como diretrizes , e não regras de conduta . Essa distinção é importante, porque podem ser atribuídas conotações legais específicas às regras de conduta, mas não às diretrizes. Essa distinção é crítica, pois fornece ao profissional de teste de esforço e de exercícios programados a liberdade de se desviar dessas diretrizes quando necessário e quando adequado, utilizando o julgamento independente e prudente. Este livro apresenta diretrizes de conduta, por meio das quais o profissional seguramente pode – e, em alguns casos, tem a obrigação de – adaptar as necessidades individuais do cliente ou do paciente enquanto equilibra as necessidades institucionais ou legais. Kelli Allen, PhD VA Medical Center Durham, North Carolina Capítulo 10 : Prescrição de Exercícios para Populações com Doenças Crônicas e Outros Problemas de Saúde Mark Anderson, PT, PhD University of Oklahoma Health Sciences Center Oklahoma City, Oklahoma Capítulo 10 : Prescrição de Exercícios para Populações com Doenças Crônicas e Outros Problemas de SaúdeGary Balady, MD Boston University School of Medicine Boston, Massachusetts Capítulo 9 : Prescrição de Exercícios para Pacientes com Doenças Cardiovascular e Cerebrovascular Michael Berry, PhD Wake Forest University Winston-Salem, North Carolina Capítulo 10 : Prescrição de Exercícios para Populações com Doenças Crônicas e Outros Problemas de Saúde Bryan Blissmer, PhD University of Rhode Island Kingston, Rhode Island Capítulo 11 : Teorias Comportamentais e Estratégias para a Promoção de Programas de Atividade Física Kim Bonzheim, MAS, FACSM Genesys Regional Medical Center Grand Blanc, Michigan Apêndice C : Interpretação de Eletrocardiograma Barry Braun, PhD, FACSM University of Massachusetts Amherst, Massachusetts Capítulo 10 : Prescrição de Exercícios para Populações com Doenças Crônicas e Outros Problemas de Saúde Monthaporn S. Bryant, PT, PhD Michael E. DeBakey VA Medical Center Houston, Texas Capítulo 10 : Prescrição de Exercícios para Populações com Doenças Crônicas e Outros Problemas de Saúde Thomas Buckley, MPH, RPh University of Connecticut Storrs, Connecticut Apêndice A : Medicamentos Comuns John Castellani, PhD United States Army Research Institute of Environmental Medicine Natick, Massachusetts Capítulo 8 : Prescrição de Exercícios para Populações Saudáveis em Condições Especiais e com Influências Ambientais Dino Constanzo, MA, FACSM, ACSM-RCEP, ACSM-PD, ACSM-ETT The Hospital of Central Connecticut New Britain, Connecticut Apêndice E : American College of Sports Medicine Certification (Apêndice excluído desta edição em português) Michael Deschenes, PhD, FACSM The College of William and Mary Williamsburg, Virginia Capítulo 7 : Princípios Gerais para a Prescrição de Exercícios Joseph E. Donnelly, EdD, FACSM University of Kansas Medical Center Kansas City, Kansas Capítulo 10 : Prescrição de Exercícios para Populações com Doenças Crônicas e Outros Problemas de Saúde Bo Fernhall, PhD, FACSM University of Illinois at Chicago Chicago, Illinois Capítulo 10 : Prescrição de Exercícios para Populações com Doenças Crônicas e Outros Problemas de Saúde Stephen F. Figoni, PhD, FACSM VA West Los Angeles Healthcare Center Los Angeles, California Capítulo 10 : Prescrição de Exercícios para Populações com Doenças Crônicas e Outros Problemas de Saúde Nadine Fisher, EdD University at Buffalo Buffalo, New York Capítulo 10 : Prescrição de Exercícios para Populações com Doenças Crônicas e Outros Problemas de Saúde Charles Fulco, ScD United States Army Research Institute of Environmental Medicine Natick, Massachusetts Capítulo 8 : Prescrição de Exercícios para Populações Saudáveis em Condições Especiais e com Influências Ambientais Carol Ewing Garber, PhD, FACSM, ACSM-RCEP, ACSM-HFS, ACSM-PD Columbia University New York, New York Capítulo 7 : Princípios Gerais para a Prescrição de Exercícios Andrew Gardner, PhD University of Oklahoma Health Sciences Center Oklahoma City, Oklahoma Capítulo 9 : Prescrição de Exercícios para Pacientes com Doenças Cardiovascular e Cerebrovascular Neil Gordon, MD, PhD, MPH, FACSM Intervent International Savannah, Georgia Capítulo 10 : Prescrição de Exercícios para Populações com Doenças Crônicas e Outros Problemas de Saúde Eric Hall, PhD, FACSM Elon University Elon, North Carolina Capítulo 11 : Teorias Comportamentais e Estratégias para a Promoção de Programas de Atividade Física Gregory Hand, PhD, MPH, FACSM University of South Carolina Columbia, South Carolina Capítulo 10 : Prescrição de Exercícios para Populações com Doenças Crônicas e Outros Problemas de Saúde Samuel Headley, PhD, FACSM, ACSM-RCEP Springfield College Springfield, Massachusetts Capítulo 10 : Prescrição de Exercícios para Populações com Doenças Crônicas e Outros Problemas de Saúde Kurt Jackson, PT, PhD University of Dayton Dayton, Ohio Capítulo 10 : Prescrição de Exercícios para Populações com Doenças Crônicas e Outros Problemas de Saúde Robert Kenefick, PhD, FACSM United States Army Research Institute of Environmental Medicine Natick, Massachusetts Capítulo 8 : Prescrição de Exercícios para Populações Saudáveis em Condições Especiais e com Influências Ambientais Christine Kohn, PharmD University of Connecticut School of Pharmacy Storrs, Connecticut Apêndice A : Medicamentos Comuns Wendy Kohrt, PhD, FACSM University of Colorado – Anschutz Medical Campus Aurora, Colorado Capítulo 10 : Prescrição de Exercícios para Populações com Doenças Crônicas e Outros Problemas de Saúde I-Min Lee, MBBS, MPH, ScD Brigham and Women’s Hospital, Harvard Medical School Boston, Massachusetts Capítulo 1 : Benefícios e Riscos Associados à Atividade Física David X. Marquez, PhD, FACSM University of Illinois at Chicago Chicago, Illinois Capítulo 11 : Teorias Comportamentais e Estratégias para a Promoção de Programas de Atividade Física Kyle McInnis, ScD, FACSM Merrimack College North Andover, Massachusetts Apêndice B : Gerenciamento de Risco na Emergência Miriam Morey, PhD, FACSM VA and Duke Medical Centers Durham, North Carolina Capítulo 8 : Prescrição de Exercícios para Populações Saudáveis em Condições Especiais e com Influências Ambientais Michelle Mottola, PhD, FACSM The University of Western Ontario, Canada London, Ontario, Canada Capítulo 8 : Prescrição de Exercícios para Populações Saudáveis em Condições Especiais e com Influências Ambientais Stephen Muza, PhD, FACSM United States Army Research Institute of Environmental Medicine Natick, Massachusetts Capítulo 8 : Prescrição de Exercícios para Populações Saudáveis em Condições Especiais e com Influências Ambientais Patricia Nixon, PhD Wake Forest University Winston-Salem, North Carolina Capítulo 10 : Prescrição de Exercícios para Populações com Doenças Crônicas e Outros Problemas de Saúde Jennifer R. O’Neill, PhD, MPH, ACSM-HFS University of South Carolina Columbia, South Carolina Capítulo 8 : Prescrição de Exercícios para Populações Saudáveis em Condições Especiais e com Influências Ambientais Russell Pate, PhD, FACSM University of South Carolina Columbia, South Carolina Capítulo 8 : Prescrição de Exercícios para Populações Saudáveis em Condições Especiais e com Influências Ambientais Richard Preuss, PhD, PT McGill University Montreal, Quebec, Canada Capítulo 8 : Prescrição de Exercícios para Populações Saudáveis em Condições Especiais e com Influências Ambientais Kathryn Schmitz, PhD, MPH, FACSM, ACSM-HFS University of Pennsylvania Philadelphia, Pennsylvania Capítulo 10 : Prescrição de Exercícios para Populações com Doenças Crônicas e Outros Problemas de Saúde Carrie Sharoff, PhD Arizona State University Tempe, Arizona Capítulo 10 : Prescrição de Exercícios para Populações com Doenças Crônicas e Outros Problemas de Saúde Maureen Simmonds. PhD, PT University of Texas Health Science Center San Antonio, Texas Capítulo 8 : Prescrição de Exercícios para Populações Saudáveis em Condições Especiais e com Influências Ambientais Paul D. Thompson, MD, FACSM, FACC Hartford Hospital Hartford, Connecticut Capítulo 1 : Benefícios e Riscos Associados à Atividade Física Capítulo 2 : Traigem de Saúde Pré-participação Capítulo 10 : Prescrição de Exercícios para Populações com Doenças Crônicas e Outros Problemas de Saúde 1 Ver Apêndice D para uma lista de colaboradores das duas edições anteriores. Robert Axtell, PhD, FACSM, ACSM-ETT Southern Connecticut State University New Haven, Connecticut Christopher Berger, PhD, ACSM-HFS* The George Washington University Washington, District of Columbia Clinton A. Brawner, MS, ACSM-RCEP, FACSM* Henry Ford Hospital Detroit, Michigan Barbara A. (Kooiker) Bushman, PhD, FACSM, ACSM-PD, ACSM-CES, ACSM-HFS, ACSM-CPT, ACSM-EIM3 Senior Editor of ACSM’s Resources for the Personal Trainer, Fourth Edition Missouri State University Springfield, Missouri Brian J. Coyne, Med, ACSM-RCEP* Duke University Health System Morrisville, North Carolina Lance Dalleck, PhD, ACSM-RCEP University of Auckland Auckland, New Zeland Julie J. Downing, PhD, FACSM, ACSM-HFD, ACSM-CPT* Central Oregon Community College Bend, Oregon GregoryB. Dwyer, PhD, FACSM, ACSM-PD, ACSM-RCEP, ACSM-CES, ACSM-ETT* Senior Editor of ACSM’s Certification Review, Fourth Edition East Stroudsburg University East Stroudsburg, Pennsylvania Carl Foster, PhD, FACSM University of Wisconsin-La Crosse La Crosse, Wisconsin Patty Freedson, PhD, FACSM University of Massachusetts Amherst, Massachusetts Leonard A. Kaminsky, PhD, FACSM, ACSM-PD, ACSM-ETT Senior Editor of ACSM’s Health-Related Physical Fitness Assessment Manual, Fourth Edition Ball State University Muncie, Indiana Steven Keteyian, PhD, FACSM Henry Ford Hospital Detroit, Michigan Gary M. Liguori, PhD, FACSM, ACSM-CES, ACSM-HFS Senior Editor of ACSM’s Resources for the Health Fitness Specialist, First Edition North Dakota State University Fargo, North Dakota Randi S. Lite, MA, ACSM-RCEP* Simmons College Boston, Massachusetts Claudio Nigg, PhD University of Hawaii Honolulu, Hawaii Madeline Paternostro-Bayles, PhD, FACSM, ACSM-PD, ACSM-CES* Indiana University of Pennsylvania Indiana, Pennsylvania Peter J. Ronai, MS, FACSM, ACSM-PD, ACSM-RCEP, ACSM-CES, ACSM-ETT, ACSM-HFS* Sacred Heart University Milford, Connecticut Robert Sallis, MD, FACSM Kaiser Permanente Medical Center Rancho Cucamonga, California Jeffrey T. Soukup, PhD, ACSM-CES* Appalachian State University Boone, North Carolina Sean Walsh, PhD Central Connecticut State University New Britain, Connecticut David S. Zucker, MD, PhD Swedish Cancer Institute Seattle, Washington * Indica revisores que também são membros do ACSM Committee on Certification and Registry Boards. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 A B C D Seção 1 | Avaliação da Saúde e Determinação de Riscos Benefícios e Riscos Associados à Atividade Física Triagem de Saúde Pré-participação Seção 2 | Testes de Esforço Avaliação Pré-exercício Teste de Condicionamento Físico Relacionado com a Saúde e sua Interpretação Teste Clínico de Esforço Interpretação dos Resultados dos Testes Clínicos de Esforço Seção 3 | Prescrição de Exercícios Princípios Gerais para a Prescrição de Exercícios Prescrição de Exercício para Populações Saudáveis em Condições Especiais e com Influências Ambientais Prescrição de Exercícios para Pacientes com Doenças Cardiovascular e Cerebrovascular Prescrição de Exercícios para Populações com Doenças Crônicas e Outros Problemas de Saúde Teorias Comportamentais e Estratégias para a Promoção de Programas de Atividade Física Seção 4 | Apêndices Medicamentos Comuns Gerenciamento de Risco na Emergência Interpretação de Eletrocardiograma Colaboradores das Duas Edições Anteriores • • • • • • • • • • • O objetivo deste capítulo é fornecer informações atuais sobre os benefícios e os riscos da atividade física e/ou do exercício. Para efeitos de esclarecimento, as palavras-chave utilizadas ao longo de todo o livro, relacionadas com a atividade física e com a aptidão, são definidas neste capítulo. Informações adicionais específicas de uma doença, de uma incapacidade ou de alguma condição física são explicadas dentro do contexto do capítulo em que essas situações são discutidas no livro. A atividade física continua a desempenhar um papel cada vez mais importante na prevenção e no tratamento de várias doenças crônicas, outras enfermidades e seus fatores de risco. Portanto, este capítulo se concentra no ponto de vista da saúde pública, que compõe a base para as recomendações atuais de atividade física. 3 , 18 , 23 , 37 , 56 Na conclusão, há recomendações para a redução da incidência e da gravidade das complicações relacionadas aos exercícios para os programas de prevenção primários e secundários. Terminologia para atividade física e aptidão Os termos atividade física e exercício são utilizados frequentemente como termos permutáveis, mas eles não são sinônimos. Atividade física é definida como qualquer movimento corporal produzido pela contração dos músculos esqueléticos e que resulte em aumento substancial das necessidades calóricas sobre o gasto energético em repouso. 8 , 43 Exercício é um tipo de atividade física que consiste em movimentos corporais planejados, estruturados e repetitivos realizados para melhorar e/ou manter um ou mais componentes da aptidão física. Aptidão física é definida como um conjunto de atributos ou características que um indivíduo tem ou alcança e que se relaciona com sua habilidade de realizar uma atividade física. Geralmente, essas características são separadas em duas categorias de componentes: os relacionados com a saúde e os relacionados com a habilidade (Boxe 1.1 ). Além de definir atividade física, exercício e aptidão física, é importante definir claramente a ampla variação de intensidades associadas à atividade física. Os métodos de quantificação da intensidade relativa de uma atividade física incluem a especificação de uma porcentagem do consumo de oxigênio de reserva ( O2 R), reserva da frequência cardíaca (RFC), consumo de oxigênio ( O2 ), frequência cardíaca (FC) ou equivalentes metabólicos (MET) (Boxe 1.2 ). Cada um desses métodos de descrição da intensidade de uma atividade física tem suas vantagens e limitações. Embora a determinação do método mais apropriado seja atribuída ao profissional de saúde/aptidão e ao profissional de exercício clínico, o Capítulo 7 fornece a metodologia e as diretrizes para a seleção de um método apropriado. A análise de MET é um modo útil, conveniente e padronizado para a descrição da intensidade absoluta de uma variedade de atividades físicas. A atividade física leve é definida como aquela que requer < 3 MET, moderada como 3 a < 6 MET e vigorosa como ≥ 6 MET. 42 A Tabela 1.1 fornece exemplos específicos de atividades em MET para cada uma das faixas de intensidade. Uma lista bastante completa de atividades físicas e suas estimativas associadas de gasto energético pode ser encontrada no livro ACSM’s Resource Manual for Guidelines for Exercise Testing and Prescription, Seventh Edition . 50 Boxe 1.1 Componentes da aptidão física relacionados com a saúde e com a habilidade. Componentes da aptidão física relacionados com a saúde Endurance cardiorrespiratória: a habilidade de os sistemas circulatório e respiratório fornecerem oxigênio durante a atividade física sustentada Composição corporal: as quantidades relativas de músculo, gordura, osso e outras partes vitais do corpo Força muscular: a habilidade de o músculo vencer uma resistência Endurance muscular: a habilidade de o músculo continuar a trabalhar sem se fatigar Flexibilidade: a amplitude de movimento máxima em uma articulação Componentes da aptidão física relacionados com a habilidade Agilidade: a habilidade de mudar a posição do corpo no espaço com rapidez e precisão Coordenação: a habilidade de utilizar os sentidos, como a visão e a audição, em conjunto com as partes corporais na realização de tarefas de modo harmônico e preciso Equilíbrio: a manutenção do equilíbrio estático ou em movimento (dinâmico) Potência: a habilidade com que uma pessoa pode realizar trabalho Tempo de reação: o tempo decorrido entre o estímulo e o início da reação a ele Rapidez: a habilidade de realizar um movimento no menor tempo possível. Adaptado de The President’s Council on Physical Fitness and Sports e U. S. Department of Health and Human Services. 43 , 55 Disponível em http://www.fitness.gov/digest_mar2000.htm . A capacidade aeróbica máxima normalmente diminui com a idade. 14 , 37 Por essa razão, quando indivíduos mais velhos e mais jovens trabalham no mesmo nível absoluto de MET, a intensidade relativa do exercício (p. ex., % O2máx ) normalmente será diferente. Em outras palavras, um indivíduo mais velho trabalhará em uma taxa % O2máx maior que um indivíduo mais jovem (ver Capítulo 8 ). Além disso, indivíduos mais velhos fisicamente ativos podem apresentar capacidades aeróbicas comparáveis ou até maiores do que aquelas de adultos mais jovens sedentários. A Tabela http://www.fitness.gov/digest_mar2000.htm 1.2 apresenta as relações aproximadas entre as intensidades relativa e absoluta do exercício para vários níveisde aptidão, variando entre 6 e 12 MET. Perspectiva da saúde pública para as recomendações atuais Há mais de 25 anos, o Colégio Americano de Medicina Esportiva (ACSM, do inglês American College of Sports Medicine) junto com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC, do inglês Centers for Disease Control), 40 o Surgeon General dos EUA 55 (equivalente ao Ministério da Saúde) e os Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos 41 lançaram publicações de referência sobre a atividade física e a saúde. Essas publicações chamaram a atenção para os benefícios que a atividade física regular traz para a saúde e que não se relacionavam com os critérios tradicionais para a melhora dos níveis de aptidão (p. ex., < 20 min · sessão–1 de intensidade moderada em vez de vigorosa). Um objetivo importante desses relatórios foi esclarecer os profissionais de saúde pública, saúde/aptidão, profissionais de exercício clínico e cuidados de saúde a quantidade e a intensidade de atividades físicas necessárias para melhorar a saúde, diminuir a suscetibilidade a doenças (morbidade) e diminuir a mortalidade prematura. 40 , 41 , 55 Além disso, esses relatórios destacaram a relação causa-efeito entre atividade física e saúde (i. e. , pouca atividade é melhor do que nenhuma e mais atividade, até certo ponto, é melhor do que pouca). Williams 64 realizou metanálise de 23 coortes separadas por sexo que relatavam vários níveis de atividade física ou de aptidão representando 1.325.004 anos individuais de acompanhamento e mostrou relação de dose e resposta entre atividade física ou aptidão física e os riscos de doença arterial coronariana (DAC) e doença cardiovascular (DCV) (Figura 1.1 ). Está claro que quantidades maiores de atividade física ou níveis aumentados de aptidão física fornecem benefícios adicionais à saúde. A Tabela 1.3 fornece a relevância da evidência para as relações causa-efeito entre atividade física e várias consequências para a saúde. Tabela 1.1 Valores de equivalentes metabólicos (MET) de atividades físicas comuns cujas intensidades classificadas como leve, moderada ou vigorosa. Leve (< 3 MET) Moderada (3 a < 6 MET) Vigorosa (≥ 6 MET) Caminhada Caminhada Caminhada, trote e corrida Caminhar devagar ao redor da casa, da loja ou do escritório = 2,0 a Caminhar 4,8 km · h–1 = 3,0 a Caminhar em ritmo bastante ativo (7,2 km · h–1 ) = 6,3 a Trabalho e cuidado da casa Caminhar em um ritmo muito ativo (6,4 km · h–1 ) = 5,0 a Caminhar/marchar em um ritmo moderado e carregar um peso leve (< 4,5 kg) = 7,0 Sentado utilizando o computador, trabalho à mesa, utilização de ferramentas manuais leves = 1,5 Trabalho e cuidado da casa Marchar em aclive com peso 4,5 a 19 kg = 7,5 a 9,0 Realizar trabalho leve em pé, como arrumar a cama, lavar os pratos, passar roupa, cozinhar, trabalhar como balconista = 2,0 a 2,5 Limpar, lavar as janelas ou o carro, limpar a garagem = 3,0 Correr a 8,1 km · h–1 = 8,0 a Lazer e esporte Varrer o chão ou o carpete, passar aspirador de pó, esfregar o chão = 3,0 a 3,5 Correr a 9,7 km · h–1 = 10,0 a Artes e artesanato, jogar cartas = 1,5 Carpintaria em geral = 3,6 Correr a 11,3 km · h–1 = 11,5 a Sinuca = 2,5 Cortar e carregar lenha = 5,5 Trabalho e cuidado da casa Pilotar um jet-ski = 2,5 Aparar a grama com um cortador = 5,5 Recolher areia, carvão etc., com uma pá = 7,0 Jogar críquete = 2,5 Lazer e esporte Levantar cargas pesadas, como tijolos = 7,5 Jogar dardos = 2,5 Badminton = 4,5 Atividades pesadas de fazenda, como retirar o feno = 8,0 Pescar sentado = 2,5 Basquete – lance livre = 4,5 Cavar buracos com uma pá = 8,5 Tocar a maioria dos instrumentos musicais = 2,0 a 2,5 Lazer e esporte Andar de bicicleta em superfície plana com pouco esforço (16,1 a 19,3 km · h–1 ) = 6,0 Dançar – dança de salão lenta = 3,0; dança de salão rápida = 4,5 Jogo de basquete = 8,0 Pescar na margem de um rio e caminhar = 4,0 Pedalar em superfície plana com esforço moderado (19,3 a 22,5 km · h–1 ) = 8,0; rápido (22,5 a 25,8 km · h–1 ) = 10,0 Golfe – caminhar para buscar as bolas = 4,3 Esqui cross-country – devagar (4,0 km · h–1 ) = 7,0; rápido (8,1 a 12,7 km · h–1 ) = 9,0 Velejar, praticar windsurf = 3,0 Futebol casual = 7,0; competitivo = 10,0 Nadar por lazer = 6,0 b ; natação moderada/intensa = 8,0 a 11 b Tênis de mesa = 4,0 Tênis = 8,0 Tênis em dupla = 5,0 Vôlei – competição na academia ou na praia = 8,0 Vôlei – não competitivo = 3,0 a 4,0 a Em superfície plana e dura. b Os valores de MET podem variar substancialmente de indivíduo para indivíduo durante a natação como resultado de níveis de habilidade e do tipo de nado. Adaptada de Ainsworth et al . 1 Tabela 1.2 Classificação da intensidade da atividade física. Intensidade relativa Variações da intensidade absoluta (MET) através dos níveis de aptidão Intensidade O2 R (%). RFC (%) FC máxima (%) 12 MET O2máx 10 MET O2máx 8 MET O2máx 6 MET O2máx Muito leve < 20 < 50 < 3,2 < 2,8 < 2,4 < 2,0 Leve 20 a < 40 50 a < 64 3,2 a < 5,4 2,8 a < 4,6 2,4 a < 3,8 2,0 a < 3,1 Moderada 40 a < 60 64 a < 77 5,4 a < 7,6 4,6 a < 6,4 3,8 a < 5,2 3,1 a < 4,1 Vigorosa (forte) 60 a < 85 77 a < 94 7,6 a < 10,3 6,4 a < 8,7 5,2 a < 7,0 4,1 a < 5,3 Vigorosa (muito forte) 85 a < 100 94 a < 100 10,3 a < 12 8,7 a < 10 7,0 a < 8 5,3 a < 6 Máxima 100 100 12 10 8 6 FC = frequência cardíaca; MET = equivalente metabólico (1 MET = 3,5 mℓ · kg–1 · min–1 ); RFC = reserva da frequência cardíaca; O2 máx = volume máximo de oxigênio consumido por minuto; O2 R = consumo de oxigênio de reserva. Adaptada de Garber et al .; Howley; U.S. Department of Health and Human Services. 18 , 24 , 55 Mais recentemente, o governo federal norte-americano convocou um painel de especialistas, o Comitê Consultivo para as Diretrizes de Atividade Física de 2008, a fim de revisar as evidências científicas sobre atividade física e saúde publicadas desde o relatório de 1996 do Ministério da Saúde dos EUA. 42 O comitê encontrou evidências fortes sobre os benefícios da atividade física para a saúde (descritos na próxima seção), bem como a presença de relação causa-efeito para muitas doenças e condições de saúde. ■ Figura 1.1 Curva de causa-efeito estimada para o risco relativo de doença cardiovascular aterosclerótica por porcentagens de aptidão e atividade física das amostragens. Os estudos levaram em conta os anos individuais de experiência. Utilizada com permissão de Williams. 64 Tabela 1.3 Evidência para relação causa-efeito entre atividade física e consequências para a saúde. Variável Evidência para a relação causa-efeito inversa Força da evidência a Mortalidade geral Sim Forte Saúde cardiorrespiratória Sim Forte Saúde metabólica Sim Moderada Equilíbrio energético: Manutenção do peso Dados insuficientes Fraca Perda de peso Sim Forte Manutenção do peso após a perda do peso Sim Moderada Obesidade abdominal Sim Moderada Saúde musculoesquelética: Osso Sim Moderada Articulação Sim Forte Músculo Sim Forte Saúde funcional Sim Moderada Cânceres de cólon e mama Sim Moderada Saúde mental: Depressão e estresse Sim Moderada Bem-estar: Ansiedade, saúde cognitiva e sono Dados insuficientes Fraca a A força da evidência foi classificada da seguinte maneira: “Forte” – Forte, consistente entre os estudos e as populações; “Moderada” – Moderada ou razoável, razoavelmente consistente; “Fraca” – Fraca ou limitada, inconsistente entre os estudos e as populações. Adaptada de Physical Activity Guidelines Advisory Committee Report. 42 Duas conclusões importantes do comitê de especialistas que influenciaram o desenvolvimento das recomendações que aparecem em Diretrizes são as seguintes: • Benefícios importantes para a saúde podem ser obtidos por meio da realização de quantidade moderada de atividade física na maioria dos, se não em todos, dias da semana • Maiores quantidades de atividade física resultam em benefícios adicionais para a saúde. Pessoas que mantêm um programa regular de atividade física com duração maior e/ou intensidade mais vigorosa são mais propensasa obterem maiores benefícios do que aquelas que praticam atividade física em quantidades menores. Em 1995, os CDC e o ACSM lançaram a recomendação de que “todo adulto norte-americano deveria realizar 30 min ou mais de atividade física moderada na maioria dos – preferencialmente em todos – dias da semana”. 40 A intenção dessa declaração era aumentar a consciência pública sobre a importância dos benefícios relacionados com a saúde advindos da atividade física com intensidade moderada. Infelizmente, embora haja alguma evidência de que a inatividade física nos períodos de lazer tenha diminuído, 9 o comportamento sedentário permanece sendo uma grande preocupação de saúde pública. Especificamente, uma pesquisa recente indicou que apenas 46% dos adultos nos EUA atingem a recomendação mínima de atividade física de CDC-ACSM, participando de atividade física com intensidade moderada por 30 min · d–1 em ≥ 5 d · semana–1 ou com intensidade vigorosa 20 min · d–1 em ≥ 3 d · semana–1 . 10 Como indicado anteriormente, está bem estabelecida a relação inversa entre atividade física e doença crônica e mortalidade prematura. Desde o lançamento do Relatório do Ministério da Saúde dos EUA em 1996, 55 vários relatórios têm defendido níveis de atividade física acima das recomendações mínimas de CDC-ACSM. 14 , 18 , 36 , 46 , 54 Essas diretrizes e recomendações se referem principalmente ao volume de atividade física necessário para evitar o ganho de peso e/ou a obesidade, e não devem ser vistas como contraditórias. Em outras palavras, a atividade física que é suficiente para reduzir o risco do desenvolvimento de doenças crônicas e evitar a mortalidade prematura, provavelmente é insuficiente para evitar ou reverter o ganho de peso e/ou a obesidade dado o estilo de vida do norte-americano típico. Provavelmente, são necessárias atividades físicas acima das recomendações mínimas para que muitos indivíduos administrem e/ou evitem o ganho de peso e a obesidade. Desde a recomendação original dos CDC-ACSM em 1995, 40 vários estudos epidemiológicos em grande escala foram realizados e que também documentaram a relação causa-efeito entre atividade física e DCV e mortalidade prematura. 29 , 31 , 39 , 45 , 51 , 66 Como resultado do aumento da consciência dos efeitos adversos do comportamento sedentário sobre a saúde, o ACSM e a Associação Americana do Coração (AHA, do inglês American Heart Association) lançaram recomendações atualizadas para atividade física e saúde em 2007 (Boxe 1.2 ). 23 Foram feitas recomendações semelhantes nas Diretrizes Federais de Atividade Física em 2008 (http://www.health.gov/PAguidelines ), 56 com base no Comitê Consultivo para as Diretrizes de Atividade Física de 2008 (Boxe 1.3 ) 42 . Em relação à atividade física aeróbica, em vez de recomendar uma frequência específica de atividade por semana, o comitê decidiu que a evidência científica sustentava um volume total semanal de atividade física para a saúde. http://www.health.gov/PAguidelines • • • • • • • • • • • • • • • • • • Benefícios da atividade física e/ou do exercício regulares Evidências que sustentam a relação inversa entre atividade física e mortalidade prematura, DCV/DAC, hipertensão, derrame, osteoporose, diabetes melito tipo 2, síndrome metabólica, obesidade, câncer de cólon, câncer de mama, depressão, saúde funcional, quedas e função cognitiva continuam a se acumular. 42 Para muitas dessas doenças e condições, também há evidência forte de uma relação causa-efeito (Tabela 1.3 ). Essas evidências resultam de estudos feitos em laboratório, bem como estudos observacionais feitos em grande escala, com base em populações. 16 , 18 , 23 , 26 , 30 , 55 , 62 Boxe 1.2 Principais recomendações de atividade física de ACSM-AHA. 23 Todos os adultos saudáveis entre 18 e 65 anos de idade devem participar de atividade física aeróbica de intensidade moderada por um mínimo de 30 min em 5 d · semana–1 ou de intensidade vigorosa por um mínimo de 20 min em 3 d · semana–1 Podem ser realizadas combinações entre exercícios moderados e vigorosos para alcançar essa recomendação A atividade aeróbica de intensidade moderada pode ser acumulada totalizando o mínimo de 30 min por meio da realização de sessões, cada uma durando ≥ 10 min Cada adulto deve realizar atividades que mantenham ou aumentem sua força muscular e de endurance por um mínimo de 2 d · semana–1 Por causa da relação causa-efeito entre atividade física e saúde, os indivíduos que desejem melhorar adicionalmente sua aptidão, reduzir seu risco de doenças crônicas e doenças e/ou prevenir o ganho de peso que não seja saudável podem se beneficiar se excederem as quantidades mínimas de atividade física recomendadas. ACSM = Colégio Americano de Medicina Esportiva; AHA = Associação Americana do Coração. Boxe 1.3 Principais recomendações de atividade física do Comitê Consultivo para as Diretrizes de Atividade Física de 2008. 56 Todos devem participar de um gasto energético equivalente a 150 min · semana –1 de atividade aeróbica de intensidade moderada; 75 min · semana–1 de atividade aeróbica de intensidade vigorosa; ou de uma combinação das duas que gere uma equivalência energética a qualquer uma das opções para obter benefícios substanciais para a saúde Essas diretrizes especificam uma relação causa-efeito, indicando que são obtidos benefícios adicionais para a saúde com 300 min · semana–1 ou mais de atividade aeróbica de intensidade moderada; 150 min · semana–1 de atividade aeróbica de intensidade vigorosa; ou uma combinação equivalente de atividade aeróbica de intensidade moderada e vigorosa. As diretrizes federais de atividade física de 2008 também recomendam dividir a quantidade total de atividade física em sessões regulares durante a semana (p. ex., 30 min em 5 d · semana–1 de atividade aeróbica de intensidade moderada) para reduzir o risco de lesões musculoesqueléticas. Desde a última edição das Diretrizes , evidências adicionais fortaleceram essas relações. Como declarado em uma recomendação recente de ACSM-AHA sobre atividade física e saúde: 23 “desde a recomendação de 1995, vários estudos epidemiológicos observacionais em grande escala, envolvendo milhares a dezenas de milhares de indivíduos, documentaram claramente uma relação causa-efeito entre atividade física e risco de doença cardiovascular e morte prematura em homens e mulheres, pertencentes a diversas etnias”. 29 , 31 , 38 , 45 , 51 , 66 O Comitê Consultivo para as Diretrizes de Atividade Física de 2008 também chegou a conclusões semelhantes. 42 Do mesmo modo, é importante reparar que a capacidade aeróbica (i. e. , aptidão cardiorrespiratória [FCR]) apresenta relação inversa com o risco de morte prematura de todas as causas e, especialmente, de DCV, e altos níveis de FCR estão associados a níveis maiores de atividade física habitual, que, por sua vez, está associada a muitos benefícios para a saúde. 6 , 7 , 28 , 47 , 61 O Boxe 1.4 resume os benefícios da atividade física e/ou exercício regulares. Recentemente, a ACSM e a AHA lançaram declarações sobre “Atividade Física e Saúde Pública em Adultos Mais Velhos”. 3 , 37 Genericamente, essas recomendações são semelhantes às diretrizes atualizadas para os adultos, 18 , 23 mas a intensidade recomendada de atividade aeróbica está relacionada com o nível de FCR dos adultos mais velhos. Além disso, são feitas recomendações específicas para as idades em relação à importância de atividades de fortalecimento neuromuscular, muscular e da flexibilidade. Além disso, as diretrizes federais de atividade física de 2008 fizeram recomendações semelhantes específicas para faixas etárias de adultos (18 a 64 anos), idosos (≥ 65 anos), bem como crianças e adolescentes (6 a 17 anos) (http://www.health.gov/PAguidelines ). 56 Riscos associados ao exercício Em geral, o exercício não provoca eventos cardiovasculares em indivíduos saudáveis com sistemas cardiovasculares normais. O risco de parada cardíaca súbita ou de infarto do miocárdio (IM) é muito baixo em indivíduos aparentemente saudáveis que realizamatividade física de intensidade moderada. 60 , 63 Entretanto, há aumento agudo e transiente no risco de morte súbita cardíaca e/ou IM em indivíduos que realizem exercício de intensidade vigorosa que tenham DCV diagnosticada ou oculta. 20 , 35 , 48 , 52 , 60 , 65 Portanto, o risco de ocorrência desses eventos durante o exercício aumenta com a prevalência de DCV na população. O Capítulo 2 inclui as diretrizes da triagem pré-participação para indivíduos que desejem ser fisicamente ativos, a fim de maximizar os múltiplos benefícios para a saúde associados à atividade física, minimizando os riscos. Boxe 1.4 Benefícios da atividade física e/ou exercício regulares. Melhora nas funções cardiovascular e respiratória Aumento da captação máxima de oxigênio resultante de adaptações centrais e periféricas Diminuição da ventilação minuto em dada intensidade absoluta submáxima Diminuição do gasto de oxigênio miocárdico para dada intensidade absoluta submáxima Diminuição da frequência cardíaca e da pressão arterial em dada intensidade submáxima Aumento da densidade capilar no músculo esquelético Aumento da intensidade mínima de exercício capaz de produzir elevação da concentração de lactato na corrente sanguínea Aumento do limiar de exercício para o início dos sinais ou dos sintomas de doenças (p. ex., angina, depressão isquêmica do segmento ST, claudicação) Redução dos fatores de risco para doenças cardiovasculares Redução das pressões sistólica e diastólica no repouso Aumento da quantidade sérica da lipoproteína de alta densidade (colesterol HDL) e diminuição dos triglicerídios séricos Redução da gordura corporal total, redução da gordura intra-abdominal Redução da necessidade de insulina, melhora da tolerância à glicose http://www.health.gov/PAguidelines • • • • • • • • • • • • • • • • Redução da adesividade e da agregação das plaquetas sanguíneas Redução da inflamação Diminuição da morbidade e da mortalidade Prevenção primária (i. e. , intervenções para prevenir a ocorrência inicial) Níveis maiores de atividade e/ou aptidão estão associados a taxas menores de morte por doença arterial coronariana (DAC) Níveis maiores de atividade e/ou aptidão estão associados a taxas de incidência menores de DCV, DAC, derrame, diabetes melito tipo 2, síndrome metabólica, fraturas osteoporóticas, câncer de cólon e de mama e doença na vesícula biliar Prevenção secundária (i. e. , intervenções após um evento cardíaco que previnam outro) Com base em metanálises (i. e. , dados agrupados de estudos diferentes), a mortalidade cardiovascular e relacionada com todas as causas é reduzida em pacientes após o infarto do miocárdio (IM) que participem de treinamento de exercícios para a reabilitação cardíaca, especialmente como um componente de redução de múltiplos fatores de risco Ensaios controlados randomizados de treinamento de exercícios de reabilitação cardíaca envolvendo pacientes pós-IM não apontaram redução na taxa de reinfartos não fatais Outros benefícios Diminuição da ansiedade e da depressão Aumento da função cognitiva Aumento da função física e da vida independente de idosos Aumento da sensação de bem-estar Melhora do desempenho no trabalho e em atividades recreacionais e esportivas Redução do risco de quedas e de lesões decorrentes dessas quedas em idosos Prevenção ou mitigação das limitações funcionais em idosos Terapia efetiva para muitas doenças crônicas em idosos DAC = doença arterial coronariana; DCV = doença cardiovascular. Adaptado de Kesaniemi et al .; Nelson et al .; U. S. Department of Health and Human Services. 26 , 37 , 55 Morte súbita cardíaca em indivíduos jovens O risco de morte súbita cardíaca em indivíduos entre 30 e 40 anos de idade é muito baixo por causa da baixa prevalência de DCV nessa população. Em 2007, a AHA lançou uma declaração científica chamada Exercise and acute cardiovascular events: placing the risks into perspective (Exercício e eventos cardiovasculares agudos: colocando os riscos em perspectiva). 2 A Tabela 1.4 (retirada dessa publicação) mostra as causas cardiovasculares de morte súbita relacionada com o exercício em atletas jovens. Fica claro a partir desses dados que as causas mais comuns de morte em indivíduos jovens são anomalias congênitas e hereditárias, incluindo cardiomiopatia hipertrófica, anomalias nas artérias coronarianas e estenose aórtica. O risco anual absoluto de morte relacionada com o exercício entre atletas de ensino médio e universidade é de um para cada 133.000 homens e 769.000 mulheres. 57 Deve-se notar que essas taxas, embora baixas, incluem todas as mortes não traumáticas relacionadas com o esporte. Do total de 136 causas de morte identificáveis, 100 foram por DCV. Uma estimativa mais recente indica que a incidência anual de doenças cardiovasculares entre jovens atletas competitivos nos EUA é de uma morte para cada 185.000 homens e 1,5 milhão de mulheres. 32 Entretanto, alguns especialistas acreditam que a incidência de morte súbita relacionada com o exercício em participantes jovens de esportes seja tão alta quanto um para cada 50.000 atletas por ano. 15 Os especialistas discutem sobre por que as estimativas de morte súbita relacionadas com o exercício variam entre os estudos. Provavelmente essas variações se devam a diferenças em (a) as populações estudadas; (b) a estimativa da quantidade de participantes de esportes; e (c) a distribuição da investigação dos indivíduos e/ou incidentes. Tabela 1.4 Causas cardiovasculares de morte súbita relacionada com o exercício em atletas jovens. a Van Camp(n = 100) b 57 Maron(n = 134) 33 Corrado(n = 55) c 12 CM hipertrófica 51 36 1 Provável CM hipertrófica 5 10 0 Anomalias coronarianas 18 23 9 Estenose aórtica valvar e subvalvar 8 4 0 Possível miocardite 7 3 5 CM dilatada e não específica 7 3 1 DCV aterosclerótica 3 2 10 Dissecção/ruptura aórtica 2 5 1 CM ventricular direita arritmogênica 1 3 11 Cicatriz miocárdica 0 3 0 Prolapso da valva mitral 1 2 6 Outras anomalias congênitas 0 1,5 0 Síndrome do QT longo 0 0,5 0 Síndrome Wolff-Parkinson-White 1 0 1 Doença de condução cardíaca 0 0 3 Sarcoidose cardíaca 0 0,5 0 Aneurisma da artéria coronariana 1 0 0 Coração normal na necropsia 7 2 1 Tromboembolismo pulmonar 0 0 1 a As idades variavam entre 13 e 24 anos, 57 12 e 40 anos 33 e 12 e 35 anos. 12 Maron et al. e Van Camp et al . 57 , 33 utilizaram o mesmo banco de dados e incluem muitos atletas iguais. Todos eles, 57 90% 33 e 89% 12 apresentaram o início dos sintomas durante o treino ou a competição ou até uma hora depois dele. b O total excede 100% porque muitos atletas tinham anomalias múltiplas. c Inclui alguns atletas cujas mortes não foram associadas a esforço recente. Inclui artérias com origem e percurso aberrante, artérias tuneladas e outras anomalias. CM = cardiomiopatia; DCV = doença cardiovascular. Utilizada com a permissão de American College of Sports Medicine et al . 2 Eventos cardíacos relacionados com exercício em adultos O risco de morte súbita cardíaca ou de IM agudo é maior em adultos de meia-idade e idosos do que em indivíduos mais jovens. Isso se deve à prevalência maior de DCV na população mais velha. O risco absoluto de morte súbita cardíaca durante a prática de atividade física de intensidade vigorosa foi estimado em um para cada 15.000 a 18.000 por ano em indivíduos previamente assintomáticos. 48 , 53 Embora essas taxas sejam baixas, pesquisas disponíveis mais recentemente confirmaram o aumento da taxa de morte súbita cardíaca e de IM agudo entre adultos realizando exercício de intensidade vigorosa, comparados com indivíduos mais jovens. 20 , 35 , 48 , 53 , 65 Além disso, as taxas de morte súbita cardíaca e de IM agudo são desproporcionalmente maiores nos indivíduos mais sedentários quando eles realizam exercícios com os quais não estejam acostumados ou com frequência esporádica. 2 Os profissionais de saúde/aptidão e clínicos de exercício devem entender que, embora haja aumento no risco de morte súbita cardíaca e de IM agudo com o exercício de intensidade vigorosa,os adultos fisicamente ativos têm 30 a 40% menos risco de desenvolver DCV em comparação com aqueles que são inativos. 56 O mecanismo exato de morte súbita cardíaca durante o exercício de intensidade vigorosa em adultos assintomáticos não está completamente elucidado. Entretanto, existe evidência de que o aumento da frequência da contração cardíaca e da excursão das artérias coronarianas produz a dobra e a flexão das artérias coronarianas e que essa pode ser a causa. Essa resposta pode causar o deslocamento de uma placa aterosclerótica, resultando em agregação plaquetária e em uma possível trombose aguda e isso foi documentado angiograficamente em indivíduos que sofreram cardiopatias induzidas pelo exercício. 5 , 11 , 21 Teste de esforço e o risco de cardiopatias Assim como no exercício de intensidade vigorosa, o risco de cardiopatias durante o teste de esforço varia diretamente com a prevalência de DCV diagnosticada ou oculta na população em estudo. Vários estudos documentaram os riscos de testes de esforço. 4 , 19 , 25 , 27 , 34 , 44 , 49 A Tabela 1.5 resume os riscos de várias cardiopatias, incluindo IM agudo, fibrilação ventricular, hospitalização e morte. Esses dados indicam que em uma população mista os riscos dos testes de esforço são baixos, com aproximadamente seis cardiopatias para cada 10.000 testes. Um desses estudos incluiu dados em que os testes de esforço foram supervisionados por profissionais não médicos. 27 Além disso, a maioria desses estudos utilizou testes de esforço limitados a sintomas. Portanto, seria esperado que o risco de testagem submáxima em uma população semelhante fosse mais baixo. Tabela 1.5 Complicações cardíacas durante o teste de esforço. a Referência Ano Local Quantidade de testes IM FV Morte Hospitalização Comentário Rochmis 44 1971 73 centros dos EUA 170.000 NA NA 1 3 34% dos testes eram limitados aos sintomas; 50% das mortes em 8 h; 50% nos 4 dias seguintes Irving 25 1977 15 hospitais de Seattle 10.700 NA 4.67 0 NR – McHenry 34 1977 Hospital 12.000 0 0 0 0 – Atterhog 4 1979 20 centros suecos 50.000 0,8 0,8 6,4 5,2 – Stuart 49 1980 1.375 centros 518.448 3,58 4,78 0,5 NR FV inclui outras arritmias dos EUA que requeiram tratamento Gibbons 19 1989 Clínica Cooper 71.914 0,56 0,29 0 NR Apenas 4% dos homens e 2% das mulheres tinham DCV Knight 27 1995 Serviço de cardiologia de Geisinger 28.133 1,42 1,77 0 NR 25% eram testes feitos em pacientes supervisionados por profissionais não médicos a Eventos a cada 10.000 testes. DCV = doença cardiovascular; FV = fibrilação ventricular; IM = infarto do miocárdio; NA = não se aplica; NR = não relatado. Riscos de cardiopatias durante a reabilitação cardíaca O maior risco de cardiopatias ocorre naqueles indivíduos com DAC diagnosticada. Em um estudo, houve uma complicação não fatal para cada 34.673 h e uma complicação cardiovascular fatal para cada 116.402 h de reabilitação cardíaca. 22 Estudos mais recentes encontraram taxa menor, uma parada cardíaca por 116.906 paciente-horas, um IM por 219.970 paciente-horas, uma fatalidade por 752.365 paciente-horas e uma complicação importante por 81.670 paciente-horas. 13 , 17 , 58 , 59 Esses estudos estão apresentados na Tabela 1.6 . 2 Embora essas taxas de complicação sejam baixas, devemos notar que os pacientes eram supervisionados e faziam exercícios em ambientes controlados por médicos e equipados de modo adequado para lidar com emergências cardíacas. A taxa de mortalidade parece ser seis vezes maior quando os pacientes se exercitavam em locais sem a capacidade de reverter com sucesso uma parada cardíaca. 2 , 13 , 17 , 58 , 59 Entretanto, interessantemente, uma revisão de programas de reabilitação cardíaca caseiros não encontrou aumento nas complicações cardiovasculares em comparação aos programas de exercícios com base em centros. 62 Prevenção de cardiopatias relacionadas com o exercício Por causa da baixa incidência das cardiopatias relacionadas com o exercício de intensidade vigorosa, é muito difícil testar a efetividade de estratégias que reduzam a ocorrência desses eventos. De acordo com uma declaração recente do ACSM e da AHA, “os médicos não devem superestimar os riscos do exercício porque os benefícios da atividade física habitual superam substancialmente os riscos”. Esse relatório também recomenda várias estratégias para reduzir essas cardiopatias durante o exercício de intensidade vigorosa: 2 • Os profissionais do cuidado com a saúde devem saber as condições patológicas associadas aos eventos relacionados com o exercício de modo que crianças e adultos fisicamente ativos sejam avaliados apropriadamente • Indivíduos fisicamente ativos devem conhecer a natureza dos sintomas cardíacos pródromos (p. ex., fadiga excessiva e incomum e dor no peito e/ou na porção superior das costas) e procurar imediatamente um serviço médico se esses sintomas se desenvolverem (ver Tabela 2.1 ) • Atletas secundaristas e universitários devem passar por triagem pré-participação feita por profissionais qualificados • Atletas com condições cardíacas conhecidas ou com histórico familiar devem ser avaliados antes da competição utilizando as diretrizes estabelecidas • As unidades de tratamento de saúde devem garantir que sua equipe seja treinada para emergências cardíacas e ter um plano específico, além de equipamento adequado para reanimação (ver Apêndice B ) • Indivíduos fisicamente ativos devem modificar seu programa de exercício em resposta a variações em sua capacidade de exercício, seu nível de atividade habitual e o ambiente (ver Capítulos 7 e 8 ). Apesar de as estratégias para a redução da quantidade de cardiopatias durante o exercício de intensidade vigorosa não terem sido sistematicamente estudadas, cabe ao profissional de saúde/aptidão e ao clínico de exercício adotarem precauções razoáveis quando estiverem trabalhando com indivíduos que desejem se tornar mais ativos fisicamente e/ou aumentar os seus níveis de atividade física/aptidão. Essas precauções são particularmente verdadeiras quando o programa de exercício tiver intensidade vigorosa. Embora muitos indivíduos sedentários possam começar com segurança um programa de atividade física de intensidade leve a moderada, indivíduos de todas as idades devem passar por uma classificação de risco para determinar a necessidade de avaliação médica adicional ou de aval médico, a necessidade de um teste de esforço e o tipo de teste (máximo ou submáximo) e a necessidade de supervisão médica durante o teste (ver Capítulo 2 ). Tabela 1.6 Resumo das taxas de complicação dos programas de reabilitação cardíaca atuais com base em exercícios. Pesquisador Ano Horas de exercício do paciente Parada cardíaca Infarto do miocárdio Eventos fatais Grandes complicações a Van Camp 58 1980 a 1984 2.351.916 1/111.996 b 1/293.990 1/783.972 1/81.101 Digenio 13 1982 a 1988 480.000 1/120.000 c 1/160.000 1/120.000 Vongvanich 59 1986 a 1995 268.503 1/89.501 d 1/268.503 d 0/268.503 1/67.126 Franklin 17 1982 a 1998 292.254 1/146.127 d 1/97.418 d 0/292.254 1/58.451 Média – – 1/116.906 1/219.970 1/752.365 1/81.670 a Infarto do miocárdio e parada cardíaca. b 14% fatais. c 75% fatais. d 0% fatal. Utilizada com a permissão de American College of Sports Medicine et al . 2 1 . 2 . 3 . 4 . 5 . 6 . 7 . 8 . 9 . 10 . 11 . 12 . 13 . 14 . 15 . 16 . 17 . 18 . 19 . 20 . 21 . 22 . Indivíduos sedentários ou aqueles que se exercitem sem frequência devem começar seus programas em intensidades baixas e progredir em taxa lenta porque uma quantidade desproporcional de cardiopatias ocorre nessa população. Indivíduos com doenças cardiovasculares, pulmonares, metabólicas ou renais, sejam elas conhecidas ou suspeitas, devem obter aval médico antes de começarem um programa de exercício de intensidade vigorosa. Os profissionais de saúde/aptidão e de exercício clínico que supervisionam os programas de intensidade vigorosa devem ter treinamento atualizado sobre os procedimentos de emergência e de suporte cardíaco básicos e/ou avançados. Esses procedimentosde emergência devem ser revisados e praticados em intervalos regulares (ver Apêndice B ). Finalmente, as pessoas devem ser alertadas sobre os sinais e sintomas de DCV e devem procurar um médico para avaliação adequada caso esses sintomas aconteçam. Resumo • Uma grande quantidade de evidências científicas sustenta o papel da atividade física no atraso da mortalidade prematura e na redução dos riscos de muitas doenças crônicas e condições de saúde. Também há evidência clara para relação causa-efeito entre atividade física e saúde. Assim, qualquer quantidade de atividade física deve ser encorajada • Idealmente, a meta inicial dever ser 150 min · semana–1 de atividade aeróbica de intensidade moderada; 75 min · semana–1 de atividade aeróbica de intensidade vigorosa ou uma combinação equivalente de atividade aeróbica de intensidades moderada e vigorosa. Para minimizar as lesões musculoesqueléticas, as sessões de atividade física devem ser divididas ao longo da semana (p. ex., 30 min de atividade aeróbica de intensidade moderada durante 5 d · semana–1 ) • Maiores quantidades de atividade física resultam em benefícios adicionais para a saúde. Indivíduos que mantenham um programa regular de atividade física com duração maior ou intensidade mais vigorosa estão sujeitos a obter maiores benefícios do que aqueles que pratiquem exercícios em menores quantidades • Embora os riscos associados ao exercício aumentem transientemente durante a prática, especialmente quando se trata de exercícios de intensidade vigorosa, os benefícios da atividade física habitual superam substancialmente os riscos. Além disso, o aumento transiente no risco tem magnitude menor em indivíduos que sejam regularmente ativos fisicamente, quando comparados àqueles que sejam inativos. Recursos on-line Posicionamento sobre a quantidade e a qualidade de exercícios do American College of Sports Medicine: http://www.acsm.org Diretrizes de atividade física para norte-americanos: http://www.health.gov/PAguidelines Referências bibliográficasReferências bibliográficas Ainsworth BE, Haskell WL, Whitt MC, et al. 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Essas recomendações eram feitas para evitar a exposição de indivíduos não aptos fisicamente aos riscos documentados do exercício, incluindo morte súbita cardíaca e infarto do miocárdio (IM), como discutido no Capítulo 1 . Em comparação às edições anteriores de Diretrizes , a versão atual do Capítulo 2 em relação ao processo de triagem de saúde pré-participação: • Reduz a ênfase da necessidade de avaliação médica, (i. e. , exame médico e teste de esforço) como parte do processo de triagem de saúde prévia ao ingresso em uma rotina progressiva de exercícios em indivíduos saudáveis e/ou assintomáticos • Utiliza o termo classificação de risco para agrupar indivíduos como tendo risco baixo, moderado ou alto com base na presença ou ausência de fatores de risco de DCV, sinais e sintomas e/ou doença cardiovascular, pulmonar, renal ou metabólica conhecida• Enfatiza a identificação daqueles com doença conhecida porque eles têm o maior risco de complicações cardíacas relacionadas com o exercício • Adota o esquema de estratificação de risco da Associação Americana de Reabilitação Cardiovascular e Pulmonar (AACVR, do inglês American Association of Cardiovascular and Pulmonary Rehabilitation) para indivíduos com DCV conhecida porque considera o prognóstico total do paciente e seu potencial de reabilitação 32 (ver Capítulo 9 ) • Apoia a mensagem de saúde pública de que todos os indivíduos devem adotar um estilo de vida fisicamente ativo. Esta edição de Diretrizes continua a encorajar a verificação do fator de risco de DCV aterosclerótica porque essas medidas são parte importante do processo de triagem de saúde pré-participação para remover barreiras desnecessárias e infundadas contra a adoção de um estilo de vida fisicamente ativo. 24 Esta edição de Diretrizes também recomenda que os profissionais de saúde em geral e, em especial, os profissionais de Educação Física consultem os seus colegas médicos quando houver dúvidas sobre pacientes com doença conhecida e sua capacidade de participar de programas de exercício. Há várias considerações que levaram a essas diferenças nos pontos enfatizados nesta versão do Capítulo 2 . O risco de uma alteração cardiovascular aumenta durante o exercício de intensidade vigorosa em relação ao repouso, porém o risco absoluto de uma alteração cardíaca é baixo em indivíduos saudáveis (ver Capítulo 1 ). A recomendação de um exame médico e/ou de um teste de esforço como parte do processo de triagem de saúde pré-participação para todos os indivíduos com risco entre moderado e alto antes de iniciarem um programa de exercício de intensidade leve a moderada sugere que ser fisicamente ativo confere um risco maior do que um estilo de vida sedentário. 7 Porém, os benefícios do exercício regular para a saúde cardiovascular superam em muito os riscos do exercício para a população em geral. 28 , 29 Também há aumento no entendimento de que o teste de esforço é um preditor fraco para os eventos de DCV em indivíduos assintomáticos, provavelmente porque esses testes detectam lesões coronarianas que limitam o fluxo de sangue, enquanto a morte súbita cardíaca e o IM agudo em geral são produzidos pela progressão rápida de uma lesão previamente não obstrutiva. 29 Além disso, falta consenso em relação à extensão da avaliação médica (i. e. , exame médico, teste de esforço) necessária como parte do processo de triagem de saúde pré-participação antes do início de um programa de exercício mesmo quando ele tem intensidade vigorosa. O Colégio Americano de Cardiologia (ACC, do inglês American College of Cardiology) e a Associação Americana do Coração (AHA, do inglês American Heart Association) recomendam o teste de esforço antes dos programas de exercício de intensidade moderada ou vigorosa quando o risco de DCV é aumentado, mas entende que essas recomendações são baseadas em evidências conflituosas e em opiniões divergentes. 12 A Força-tarefa de Serviços Preventivos dos EUA (FTSPEU, do inglês U.S. Preventive Services Task Force) concluiu que a evidência é insuficiente para avaliar os benefícios e os danos do teste de esforço antes do início de um programa de atividade física e não fez nenhuma recomendação específica a respeito da necessidade de teste de esforço. 31 O relatório do Comitê Consultivo para as Diretrizes de Atividade Física de 2008 à Secretaria de Saúde e Serviços Humanos 24 declara que mesmo “pessoas sintomáticas ou aquelas com doenças cardiovasculares, diabetes ou outras condições crônicas ativas que queiram começar a praticar atividade física vigorosa e que ainda não tenham desenvolvido um plano de atividade física com o seu profissional do cuidado com a saúde podem desejar fazê-lo”, mas não impõe tal contato médico. Também há evidência a partir de fluxogramas de triagem de rotina de que a utilização de testes de esforço antes do início de um programa de exercício não seja garantida, independentemente do grau de risco individual inicial considerado. 16 Essas considerações constituem a base para as atuais recomendações do Colégio Americano de Medicina Esportiva (ACSM, do inglês American College of Sports Medicine) feitas no Capítulo 2 desta edição de Diretrizes . A versão atual do Capítulo 2 não recomenda o abandono de todas as avaliações médicas como parte do processo de triagem de saúde pré- participação, como indicado pelo Relatório do Comitê Consultivo para as Diretrizes de Atividade Física . 24 Tais alterações seriam uma divergência radical das edições anteriores de Diretrizes . Além disso, indivíduos em alto risco e aqueles com possíveis sintomas de DCV podem se beneficiar de uma avaliação por um profissional de saúde. O presente capítulo fornece um guia para: • Identificar indivíduos com sintomas instáveis de DCV que poderiam se beneficiar de avaliação e tratamento médicos (Tabela 2.1 ) • Identificar indivíduos que tenham doença diagnosticada e que possam se beneficiar de uma avaliação médica que inclua testes com exercícios • Oferecer recomendações apropriadas que considerem o início, a continuidade ou a progressão de um programa de atividades físicas para minimizar • • • • • • a possibilidade de problemas cardíacos graves. Participantes em potencial devem passar por anamnese para detectar possíveis fatores de risco para doenças cardiovasculares, pulmonares e metabólicas, bem como para outras condições de saúde (p. ex., gravidez, limitações ortopédicas) que requeiram atenção especial 14 , 17 , 18 para (a) otimizar a segurança durante o teste com exercícios e (b) ajudar no desenvolvimento de uma prescrição de exercícios segura e eficaz (Ex Rx ). Tabela 2.1 Principais sinais ou sintomas sugestivos de doença cardiovascular, pulmonar ou metabólica. a Sinais ou sintomas Esclarecimento/significado Dor; desconforto (ou outro equivalente anginal) no peito, pescoço, maxilar, braços ou outras áreas, que possa ser resultante de isquemia Uma das manifestações cardinais da doença cardíaca, em particular da doença arterial coronariana. As características-chave que favorecem uma origem isquêmica incluem: Característica : constrição, aperto, queimadura, peso ou “sentir-se pesado” Localização : subesternal, pela porção média do tórax, anteriormente; em um ou ambos os braços, nos ombros; no pescoço, no queixo, nos dentes; nos antebraços, nos dedos na região interescapular Fatores desencadeadores : exercício ou esforço, excitação, outras formas de estresse, ambiente gelado, aparecimento após as refeições Fatores-chave contra uma origem isquêmica incluem: Característica : dor surda; “pontada” aguda; “pontadas” agravadas pela respiração Localização : na área submamária esquerda; no hemitórax esquerdo Fatores desencadeadores : após a realização do exercício, provocada por um movimento corporal específico Encurtamento da respiração durante o repouso ou com esforço leve A dispneia (definida como a consciência desconfortável anormal da respiração) é um dos principais sintomas de doença cardíaca e pulmonar. Ela ocorre comumente durante esforço extenuante em indivíduos saudáveis e bem treinados e durante o esforço moderado em indivíduos saudáveis não treinados. Entretanto, ela deve ser considerada anormal quando não se espera que o nível de esforço cause esse sintoma em dado indivíduo. A dispneia anormal de esforço sugere a presença de distúrbios cardiopulmonares, em particular disfunção ventricular esquerda ou doença pulmonar obstrutiva crônica Tontura ou síncope A síncope (definida como perda de consciência) é causada mais comumente por redução na perfusão do cérebro. A tontura e, em particular, a síncope durante o exercício podem ser resultado de distúrbios cardíacos que previnam o aumento normal (ou que resultem em queda) do débito cardíaco. Esses distúrbios cardíacos oferecem potencial risco à vida e incluem doença arterial coronariana grave, cardiomiopatia hipertrófica, estenose aórtica e arritmias ventriculares malignas.Embora tontura ou síncope logo após o fim de um exercício não deva ser ignorada, esses sintomas podem ocorrer mesmo em indivíduos saudáveis, como resultado de redução de retorno venoso para o coração Ortopneia ou dispneia paroxística noturna A ortopneia se refere à dispneia que ocorre durante o repouso em posição deitada e que é aliviada imediatamente após o indivíduo sentar-se ou levantar-se. A dispneia paroxística noturna se refere à dispneia, começando geralmente 2 a 5 h após o início do sono, que pode ser aliviada sentando-se na cama ou levantando-se. Ambas são sintomas de disfunção ventricular esquerda. Embora a dispneia noturna possa ocorrer em indivíduos com doença pulmonar obstrutiva crônica, ela é diferente porque em geral pode ser aliviada após o indivíduo se livrar de secreções em vez de, especificamente, levantar-se Edema no tornozelo O edema bilateral no tornozelo, que é mais evidente à noite, é um sinal característico de insuficiência cardíaca ou insuficiência venosa crônica bilateral. O edema unilateral de um membro em geral é resultado de trombose venosa ou de um bloqueio linfático no membro. O edema generalizado (conhecido como anasarca) ocorre em indivíduos com síndrome nefrótica, insuficiência cardíaca grave ou cirrose hepática Palpitações ou taquicardia As palpitações (definidas como a consciência desagradável do batimento forçado ou rápido do coração) podem ser induzidas por vários distúrbios do ritmo cardíaco. Eles incluem taquicardia, bradicardia de início súbito, batimentos ectópicos, pausas compensatórias e aumento do volume sistólico resultante de regurgitação valvular. As palpitações também são um resultado frequente de estados de ansiedade e de alto débito cardíaco (ou hipercinéticos) como anemia, febre, tireotoxicose, fístula arteriovenosa e a chamada síndrome cardíaca hipercinética idiopática Claudicação intermitente A claudicação intermitente se refere à dor que ocorre em um músculo com suprimento sanguíneo inadequado (em geral como resultado de aterosclerose), e é salientada pelo exercício. A dor não ocorre com os movimentos de levantar ou sentar, é repetida dia a dia; mais grave subindo escadas ou um morro; frequentemente descrita como uma cãibra, que desaparece cerca de um ou dois minutos após o fim do exercício. A doença arterial coronariana é mais prevalente em indivíduos com claudicação intermitente. Pacientes com diabetes têm maior risco para essa condição Sopro cardíaco conhecido Embora alguns possam ser inocentes, os sopros cardíacos podem indicar doença valvular ou cardiovascular. De um ponto de vista de segurança de exercício é especialmente importante excluir a cardiomiopatia hipertrófica e a estenose aórtica como causas do sopro porque elas estão entre as causas mais comuns de morte súbita cardíaca relacionada com o esforço Fadiga incomum ou encurtamento da respiração em atividades Embora possam existir origens benignas para esses sintomas, eles também podem sinalizar o início ou a alteração no estado de uma 1. 2. 3. usuais doença cardiovascular, pulmonar ou metabólica a Esses sinais ou sintomas devem ser interpretados dentro do contexto clínico em que eles aparecem, porque não são todos específicos para doença cardiovascular, pulmonar ou metabólica. Modificada de Gordon. 14 A proposta de triagem de saúde pré-participação inclui: • Identificar indivíduos com contraindicações médicas que os impeçam de praticar o programa de exercícios até que tais condições estejam amenizadas ou controladas • Reconhecer indivíduos com doenças significativas ou condições de saúde que os tornem elegíveis para participar de um programa de exercícios supervisionado • Detecção de indivíduos que devam passar por uma avaliação médica e/ou teste de esforço como parte do processo de triagem de saúde pré- participação antes do início de um programa de exercício ou do aumento da frequência e da intensidade de seu programa atual. Triagem de saúde pré-participação A triagem de saúde pré-participação antes do início de uma atividade física ou de um programa de exercício é um processo com vários estágios, que podem incluir: Métodos de autoavaliação, como o Questionário sobre Prontidão para a Atividade Física (PAR-Q, do inglês Physical Activity Readiness Questionnaire ) 8 (Figura 2.1 ) ou Questionário de Triagem Pré-participação das Instituições de Saúde/Condicionamento Físico de AHA/ACSM 4 (Figura 2.2 ) A avaliação de fatores de risco de DCV e sua classificação por profissionais qualificados de saúde (em especial, profissionais de Educação Física) Avaliação médica incluindo exame físico e teste de esforço por médico especializado em Medicina do Esporte. A triagem de saúde pré-participação antes do início de um programa de exercícios deve ser diferenciada de um exame médico periódico. 24 Um exame médico periódico ou um contato semelhante com um profissional de saúde deve ser encorajado como parte da manutenção de rotina da saúde e para detectar situações médicas não relacionadas com o exercício. Métodos de autoavaliação A triagem de saúde pré-participação por meio do histórico médico autorrelatado ou pela avaliação dos riscos pela saúde deve ser feita por todos os indivíduos que desejem iniciar um programa de atividade física. Essas autoavaliações podem ser facilmente realizadas utilizando instrumentos como o PAR-Q 8 (Figura 2.1 ) ou por uma adaptação do Questionário de Triagem Pré-participação das Instituições de Saúde/Condicionamento Físico de AHA/ACSM 4 (Figura 2.2 ). Pacientes com sintomas cardíacos frequentemente percebem sensação de desconforto no peito em vez de dor. O Questionário de Triagem Pré-participação das Instituições de Saúde/Condicionamento Físico de AHA/ACSM pode ser mais útil nessas situações porque ele pergunta sobre “desconforto no peito”, e não “dor no peito” como o PAR-Q faz. Avaliação dos fatores de risco para doença cardiovascular aterosclerótica A classificação de risco do ACSM delineada na Figura 2.3 é parcialmente baseada na presença ou ausência dos fatores de risco de DCV listados na Tabela 2.2 . 5 , 9 , 12 , 21 , 22 , 26 , 30 , 31 O preenchimento do PAR-Q e do Questionário de Triagem Pré-participação das Instituições de Saúde/Condicionamento Físico de AHA/ACSM deve ser revisado por um profissional de Educação Física a fim de determinar se o indivíduo preenche algum dos critérios de positividade para fatores de risco de DCV mostrados na Tabela 2.2 . Se a presença ou a ausência de um fator de risco de DCV não for revelada, aquele fator de risco deve ser contado como tal, exceto se for pré-diabetes. Se os critérios de pré-diabetes estão faltando ou são desconhecidos, o pré-diabetes deve ser considerado um fator de risco para aqueles que (a) ≥ 45 anos de idade, especialmente aqueles com um índice de massa corporal (IMC) ≥ 25 kg · m–2 ; e (b) < 45 anos com IMC ≥ 25 kg · m–2 e fatores de risco adicionais de DCV para pré-diabetes (p. ex., histórico familiar de diabetes melito). A quantidade de fatores de risco positivos é então somada. Por causa do efeito cardioprotetor da lipoproteína de alta densidade (HDL), ela é considerada um fator de risco negativo para DCV. Para indivíduos com HDL ≥ 60 mg · dℓ–1 (1,55 mmol · ℓ–1 ), um fator de risco positivo para DCV é subtraído da soma dos fatores de risco. A avaliação dos fatores de risco para DCV fornece aos profissionais de saúde informações importantes sobre o desenvolvimento do Ex Rx de um cliente ou paciente. A combinação da avaliação dos fatores de risco de DCV com a determinação da presença de várias doenças cardiovasculares, pulmonares, renais e metabólicas é importante quando se toma decisões sobre (a) o nível do aval médico; (b) a necessidade de testes de esforço; e (c) o nível de supervisão para o teste de esforço e para a participação no programa de exercícios (Figuras 2.3 e 2.4 ). Observe os estudos de caso no Boxe 2.1 , que fornecem um quadro para a condução da avaliação dos fatores de risco de DCV e sua classificação. ■ Figura 2.1 Formulário do Questionário sobre Prontidão paraa Atividade Física (PAR-Q). Reimpresso de Canada’s Physical Activity Guide to Healthy Active Living , 8 com permissão da Canadian Society for Exercise Physiology, http://www.csep.ca . ©2002. http://www.csep.ca ■ Figura 2.2 Questionário de Triagem Pré-participação das Instituições de Saúde/Condicionamento Físico do AHA/ACSM. Indivíduos com múltiplos fatores de risco para DCV (ver Tabela 2.2 ) devem ser encorajados a procurar seus médicos antes de iniciar um programa de exercícios de intensidade vigorosa como parte do cuidado médico e devem progredir gradualmente em seu programa de exercícios de qualquer intensidade. ACSM = Colégio Americano de Medicina Esportiva; AHA = Associação Americana do Coração; DCV = doença cardiovascular; APTC = angioplastia percutânea transluminal coronariana. Modificada de ACSM, AHA. 4 ■ Figura 2.3 Organograma para classificação de risco. CV = cardiovascular; DCV = doença cardiovascular. Tabela 2.2 Fatores de risco para doença cardiovascular (DCV) aterosclerótica e critérios de definição. 26 , 31 Fatores de risco Critérios de definição Idade Homens ≥ 45 anos; mulheres ≥ 55 anos 12 Histórico familiar Infarto do miocárdio, revascularização coronariana ou morte súbita antes dos 55 anos de idade do pai ou de outro parente em primeiro grau do sexo masculino ou antes dos 65 anos de idade da mãe ou de outro parente em primeiro grau do sexo feminino Tabagismo Aqueles que fumam atualmente ou que pararam nos últimos 6 meses ou ainda que se exponham à fumaça do tabaco no ambiente Estilo de vida sedentário Não participar de pelo menos 30 min de atividade física de intensidade moderada (40 a < 60% O2 R) em pelo menos 3 dias da semana por pelo menos 3 meses 22 , 30 Obesidade Índice de massa corporal ≥ 30 kg · m–2 ou circunferência abdominal > 102 cm para homens e > 88 cm para mulheres 10 Hipertensão Pressão arterial sistólica ≥ 140 mmHg e/ou diastólica ≥ 90 mmHg, confirmadas por medidas em pelo menos duas ocasiões separadas, ou que esteja tomando medicamento anti-hipertensivo 9 Dislipidemia Lipoproteína de baixa densidade (colesterol LDL) ≥ 130 mg · dℓ–1 (3,37 mmol · ℓ–1 ) ou lipoproteína de alta densidadeb (colesterol HDL) < 40 mg · dℓ–1 (1,04 mmol · ℓ–1 ) ou que esteja tomando medicamento para diminuir a lipidemia. Se estiver disponível apenas o dado de colesterol total, considere ≥ 200 mg · dℓ–1 (5,18 mmol · ℓ–1 ) 21 Pré-diabetes a Intolerância à glicose em jejum (IGJ) = glicose plasmática no jejum ≥ 100 mg · dℓ–1 (5,55 mmol · ℓ–1 ) e ≤ 125 mg · dℓ–1 (6,94 mmol · ℓ–1 ) ou intolerância à glicose (IG) = valores de 2 h no teste de tolerância à glicose oral (TTGO) ≥ 140 mg · dℓ–1 (7,77 mmol · ℓ–1 ) e ≤ 199 mg · dℓ–1 (11,04 mmol · ℓ–1 ), confirmados por medidas em pelo menos duas ocasiões separadas 5 Lipoproteína de alta densidade (colesterol HDL) ≥ 60 mg · dℓ–1 (1,55 mmol · ℓ–1 ) a Se a presença ou ausência de um fator de risco de DCV não for revelada ou não estiver disponível, aquele fator de risco de DCV deve ser contado, exceto para pré-diabetes. Se o critério de pré-diabetes estiver faltando ou for desconhecido, o pré-diabetes deve ser contado como fator de risco para aqueles ≥ 45 anos de idade, especialmente com índice de massa corporal (IMC) ≥ 25 kg · m–2 , e aqueles < 45 anos de idade com IMC ≥ 25 kg · m–2 e fatores de risco adicionais de DCV para pré-diabetes. A quantidade de fatores de risco positivos é então somada. bHDL alto é considerado um fator de risco negativo. Para indivíduos com HDL ≥ 60 mg · dℓ–1 (1,55 mmol · ℓ–1 ) um fator de risco positivo é subtraído da soma dos fatores positivos. O2 R = consumo de oxigênio de reserva. Todos os indivíduos que queiram iniciar um programa de atividade física devem passar por uma triagem, pelo menos por um histórico médico autorrelatado ou um questionário de risco para a saúde, como o PAR-Q 8 ou o Questionário de Triagem Pré-participação das Instituições de Saúde/Condicionamento Físico de AHA/ACSM 4 (Figura 2.2 ) para a presença de fatores de risco para várias doenças cardiovasculares, pulmonares, renais e metabólicas, bem como outras condições (p. ex., gravidez, lesão ortopédica), que requeiram atenção especial durante o desenvolvimento da Ex Rx . 14 , 17 , 18 As respostas para os métodos autoguiados do processo de triagem de saúde pré-participação determinam então a necessidade e o grau de acompanhamento por um profissional qualificado de saúde/aptidão ou exercício clínico antes do início de uma atividade física ou de um programa de exercícios. As recomendações da ACSM em relação à necessidade e ao grau de acompanhamento são detalhadas nas próximas seções. ■ Figura 2.4 Recomendações para exame médico, teste de esforço e supervisão do teste de esforço pré-participação com base na classificação de risco. Ex Rx = prescrição do exercício; FC = frequência cardíaca; MET = equivalentes metabólicos; O2 R = consumo de oxigênio de reserva. Boxe 2.1 Estudos de caso para a condução da avaliação dos fatores de risco de doença cardiovascular (DCV) e a determinação da classificação de risco. Estudo de caso I Mulher, 21 anos de idade, fuma socialmente nos finais de semana (cerca de 10 a 20 cigarros). Ingere álcool uma ou duas noites por semana, normalmente nos finais de semana. Altura = 160 cm, peso = 56,4 kg, IMC = 22,0 kg · m–2 . FCR = 76 batimentos · min–1 , PA em repouso = 118/72 mmHg. Colesterol total = 178 mg · dℓ–1 (4,61 mmol · ℓ–1 ), LDL = 98 mg · dℓ–1 (2,54 mmol · ℓ–1 ), HDL = 57 mg · dℓ–1 (1,48 mmol · ℓ–1 ), GSJ desconhecida. Atualmente toma anticoncepcionais. Frequenta uma classe de exercícios em grupo 2 a 3 vezes/semana. Não relata sintomas. Ambos os pais estão vivos e com boa saúde. Estudo de caso II Homem, 54 anos de idade, não fumante. Altura = 182,9 cm, peso = 76,4 kg, IMC = 22,8 kg · m–2 . FCR = 64 batimentos · min–1 , PA em repouso = 124/78 mmHg. Colesterol total = 187 mg · dℓ–1 (4,84 mmol · ℓ–1 ), LDL = 103 mg · ℓ–1 (2,67 mmol · ℓ–1 ), HDL = 52 mg · dℓ–1 (1,35 mmol · ℓ–1 ), GSJ = 88 mg · dℓ–1 (4,84 mmol · ℓ–1 ). Corredor competitivo recreativo, corre 4 a 7 d · semana–1 , completa uma ou duas maratonas e várias outras corridas todos os anos. Não ingere nenhum medicamento além de ibuprofeno quando necessário. Não relata sintomas. Seu pai morreu aos 77 anos de idade por ataque cardíaco e a mãe morreu de câncer com 81 anos de idade. Estudo de caso III Homem, 44 anos de idade, não fumante. Altura = 177,8 cm, peso = 98,2 kg, IMC = 31,0 kg · m–2 . FCR = 62 batimentos · min–1 , PA em repouso = 128/84 mmHg. Colesterol sérico total = 184 mg · dℓ–1 (4,77 mmol · ℓ–1 ), LDL = 106 mg · dℓ–1 (2,75 mmol · ℓ–1 ), HDL = 44 mg · dℓ–1 (1,14 mmol · ℓ–1 ), GSJ desconhecida. Caminha 3,22 a 4,83 km, 2 ou 3 vezes/semana. Seu pai tinha diabetes tipo 2 e morreu aos 67 anos por ataque cardíaco; a mãe está viva sem DCV. Não toma medicamentos; não relata sintomas. Estudo de caso IV Mulher, 36 anos de idade, não fumante. Altura = 162,6 cm, peso = 49,1 kg, IMC = 18,5 kg · m –2 . FCR = 61 batimentos · min–1 , PA em repouso = 114/62 mmHg. Colesterol total = 174 mg · dℓ–1 (4,51 mmol · ℓ–1 ), glicose sanguínea normal com injeções de insulina. Diabetes tipo 1 diagnosticado aos 7 anos de idade. Dá aulas de dança aeróbica 3 vezes/semana, caminha aproximadamente 45 min, 4 vezes/semana. Não relata sintomas. Ambos os pais estão vivos e sem histórico de DCV. Estudo de caso I Estudo de caso II Estudo de caso III Estudo de caso IV Doença cardiovascular, pulmonar e/ou metabólica conhecida? Não Não Não Sim – diabetes tipo 1 diagnosticado Principais sinais ou sintomas? Não Não Não Sim Fatores de risco de DCV: Idade? Não Sim Não Não Histórico familiar? Não Não Não Não Tabagismo atual? Sim Não Não Não Estilo de vida sedentário? Não Não Não Não Obesidade? Não Não Sim – IMC > 30 kg · m–2 Não Hipertensão? Não Não Não Não Hipercolesterolemia? Não Não Não Não Pré-diabetes? Desconhecido – contar como Não na ausência de idade ou obesidade como fatores de risco Não Desconhecido – contar com Sim na presença de obesidade Diabetes tipo 1diagnosticada Resumo Nenhuma doença conhecida, nenhum grande sinal ou sintoma, um fator de risco de DCV Nenhuma doença conhecida, nenhum grande sinal ou sintoma, um fator de risco de DCV Nenhuma doença conhecida, nenhum grande sinal ou sintoma, dois fatores de risco de DCV Doença metabolica diagnosticada com grandes sinais e sintomas Risco baixo, moderado ou alto? a Baixo Baixo Moderado Alto a Ver a Figura 2.4 para recomendações pré-participagåo de exame médico, teste de esforgo e supervisåo do teste de esforgo com bse na classificagåo de risco. IMC = indice de massa corporal; PA = pressåo arterial; DCV = doença cardiovascular; GSJ = glicose sanguinea em jejum; HDL = lipoproteina de alta densidade; LDL = lipoproteina de baixa densidade; FCR = frequéncia cardiaca em repouso. Recomendações para um exame médico antes do início da atividade física O risco de um evento relacionado com o exercício como morte súbita cardíaca 27 ou IM agudo 13 , 19 , 27 é maior naqueles indivíduos realizando atividade física com a qual não estejam acostumados e durante a prática de atividade física de intensidade vigorosa. Entretanto, o risco de DCV da atividade física de intensidade leve a moderada é próximo àquele do repouso. 33 Consequentemente, indivíduos não aptos fisicamente que estejam iniciando um programa de atividade física devem começar com exercícios cujos níveis de intensidade variem de leve a moderado e progredir gradualmente conforme sua aptidão aumentar. Define-se intensidade moderada na maioria dos estudos de eventos de DCV relacionados com o exercício como a atividade que requeira de 3 a < 6 equivalentes metabólicos (MET), porém, a intensidade relativa de qualquer atividade específica varia com a aptidão e a idade do indivíduo. A atividade física de intensidade moderada também pode ser definida como aquela que requeira 40% a < 60% do consumo de oxigênio de reserva ( O2 R). Esse nível de esforço físico pode ser estimado sem o teste de esforço e a medida direta do consumo máximo de oxigênio ( O2 máx ), instruindo-se os indivíduos a utilizar uma graduação da escala de esforço percebido (ver Capítulo 7 ) ou se exercitarem até o ponto em que desenvolverem o encurtamento moderado da respiração ou dispneia, mas ainda sendo capazes de falar • • confortavelmente. 6 , 23 As recomendações atuais do ACSM (Boxe 2.2 ) são baseadas em observações de que o risco absoluto de um evento de DCV relacionado com o exercício é baixo, especialmente para indivíduos que desejem iniciar um exercício de intensidade leve a moderada e progredir gradualmente. As exceções a essas observações são os indivíduos com doença diagnosticada e sintomas instáveis ou com risco extremamente alto de doença oculta (Tabela 2.1 ). Recomendações para o teste de esforço antes do início da atividade física Consulte a Tabela 2.3 para recomendações de teste de esforço antes do início de atividade física. Nenhum conjunto de diretrizes para a recomendação de teste de esforço antes do início de atividade física cobre todas as situações. Circunstâncias e regras locais variam e os procedimentos de programas específicos também são diversos. Para fornecer um guia sobre a necessidade de exame médico e teste de esforço antes da participação em um programa de exercícios de intensidade moderada a vigorosa, o ACSM sugere as recomendações apresentadas na Figura 2.4 para determinar quando são adequados exame médico e teste de esforço e quando é recomendada a supervisão do teste por um médico. Boxe 2.2 Recomendações para um exame médico antes do início da atividade física. Indivíduos com risco moderado com dois ou mais fatores de risco de doença cardiovascular (Tabela 2.2 e Figura 2.3 ) devem ser encorajados a se consultarem com seus médicos antes do início de um programa de exercícios de intensidade vigorosa, como parte de um bom cuidado com a saúde, e devem progredir gradualmente com seu programa de exercícios de qualquer intensidade (Figura 2.4 ). Embora a avaliação médica ocorra para o início do exercício de intensidade vigorosa, a maioria desses indivíduos pode começar programas de exercício de intensidade leve a moderada, como caminhar, sem consultarem um médico Indivíduos com alto risco e com sintomas ou doença diagnosticada (Tabela 2.1 ) devem consultar seus médicos antes de iniciarem um programa de exercícios (Figura 2.4 ) Tabela 2.3 Novas recomendações do ACSM para o teste de esforço antes de doença cardiovascular diagnosticada por exercício. Sintomas instáveis, novos ou possíveis de doença cardiovascular (ver Tabela 2.2 ) Diabetes melito e pelo menos um dos seguintes casos: Idade > 35 anos OU Diabetes melito tipo 2 com duração > 10 anos OU Diabetes melito tipo 1 com duração > 15 anos OU Hipercolesterolemia (colesterol ≥ 240 mg · ℓ–1 ) (6,62 mmol · ℓ–1 ) OU Hipertensão (pressão arterial sistólica ≥ 140 ou diastólica ≥ 90 mmHg) OU Tabagismo OU Histórico familiar de DAC em parentes de primeiro grau < 60 anos OU Presença de doença microvascular OU Doença arterial periférica OU Neuropatia autonômica Doença renal de estágio avançado Pacientes com doença pulmonar sintomática ou diagnosticada, incluindo doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), asma, doença pulmonar intersticial ou fibrose cística ACSM = Colégio Americano de Medicina Esportiva; DAC = doença arterial coronariana. O teste de esforço antes do início de um programa de atividade física não é recomendado rotineiramente, exceto para indivíduos de alto risco, como definido anteriormente (ver Tabelas 2.1 e 2.3 ). Ainda assim, a informação colhida em um teste de esforço pode ser útil para o estabelecimento de Ex Rx segura e eficiente para os indivíduos de menor risco. A recomendação de teste de esforço para os indivíduos de menor risco pode ser levada em consideração se o propósito do teste for delinear Ex Rx eficiente. As recomendações de teste de esforço encontradas na Figura 2.4 refletem a noção de que o risco de cardiopatias aumenta como função direta da intensidade do exercício (i. e. , exercício de intensidade vigorosa > moderada > leve) e a quantidade de fatores de risco de DCV (ver Tabela 2.2 e Figura 2.3 ). Embora a Figura 2.4 forneça ambos os limiares absoluto (MET) e relativo (% O2 máx ) para o exercício de intensidade moderada e vigorosa, os profissionais de saúde/aptidão e de exercício físico devem escolher o limiar mais aproximado, absoluto ou relativo, para seu cenário e sua população quando tomarem decisões sobre o nível da triagem de saúde pré- participação necessária ao início de um programa de exercícios. • • • • • • • • • • • • • • • • Recomendações para a supervisão do teste de esforço O grau de supervisão médica do teste de esforço varia conforme a necessidade. Desde testes supervisionados por médicos até situações em que não haja médico presente. 11 É importante distinguir pacientes que requeiram um teste de esforço antes da participação e pacientes que requeiram um médico para supervisionar o teste de esforço. Frequentemente, os testes de esforço como parte da triagem de saúde pré-participação de indivíduos c om risco moderado ou alto são testes máximos realizados naqueles sem treinamento prévio de exercícios. Provavelmente ambos os fatores aumentam o risco de um evento cardíaco. Além disso, há aspectos legais para os estabelecimentos de teste se ocorrer uma complicação durante a testagem e ela não for supervisionada por um médico ou outro profissional. Há um consenso de que o teste de esforço de pacientes de todos os grupos de risco possa ser supervisionado por profissionais de saúde não médicos se eles forem treinados especificamente para o teste de esforço clínico e se um médico estiver imediatamente disponível, caso seja necessário. 20 Também há uma concordância geral de que a testagem de pacientes de baixo risco possa ser supervisionada por não médicos sem que haja um médico imediatamente disponível. Não há consenso se quem deve supervisionar o teste de esforço de pacientes de risco moderado é um não médico sem um médico imediatamentedisponível. Recomenda-se que haja um médico disponível para os testes de pacientes de risco moderado, mas se um médico deve ou não estar imediatamente disponível para o teste de esforço de pacientes de risco moderado dependerá das regras locais e das circunstâncias, do estado de saúde do paciente e do treinamento e da experiência da equipe laboratorial. O Boxe 2.3 apresenta um resumo dessas recomendações. Os médicos responsáveis pela supervisão do teste de esforço devem alcançar ou exceder as competências mínimas para a supervisão e a interpretação dos resultados, conforme estabelecido pela AHA. 25 Em todas as situações em que o teste de esforço é realizado, a equipe local deve, pelo menos, ser certificada sobre o apoio básico à vida (reanimação cardiopulmonar [RCP]) e ter treinamento sobre o uso de desfibrilador externo automático (DEA). Preferivelmente, um ou mais membros da equipe também devem ter certificados sobre primeiros socorros e apoio ao suporte avançado de vida em cardiologia (ASAVC). 15 Todos os estabelecimentos de teste de esforço com ou sem supervisão médica também devem (a) ter um plano de resposta de emergência médica escrito com os procedimentos e os números de contato; (b) praticar esse plano pelo menos trimestralmente; e (c) estar equipados com um desfibrilador ou um DEA, dependendo da competência da equipe. 20 Estratificação de risco para pacientes com doença cardiovascular Pacientes com DCV podem ser estratificados adicionalmente para fins de segurança durante o exercício, utilizando diretrizes publicadas. 2 Os critérios para a estratificação de risco da AACVPR estão apresentados no Boxe 2.4 . 2 As diretrizes da AACVPR fornecem recomendações para o monitoramento do participante e/ou paciente e sua supervisão, além da restrição de atividades. Os profissionais de exercício clínico devem reconhecer que as diretrizes da AACVPR não levam em consideração as comorbidades (p. ex., diabetes melito tipo 2, obesidade mórbida, doença pulmonar grave, condições neurológicas ou ortopédicas incapacitantes) que podem resultar em modificações nas recomendações para o monitoramento e a supervisão durante o treinamento de exercícios. Boxe 2.3 Recomendações para a supervisão do teste de esforço. A testagem de esforço de indivíduos de alto risco pode ser supervisionada por profissionais de saúde não médicos se eles forem especialmente treinados na testagem de esforço clínica com um médico imediatamente disponível, caso seja necessário. O teste de esforço de indivíduos de risco moderado pode ser supervisionado por profissionais de cuidado de saúde não médicos se eles forem especificamente treinados na testagem de esforço clínica, mas se um médico deve estar imediatamente disponível para o teste de esforço ou não depende das regras e circunstâncias locais, do estado de saúde dos pacientes e do treinamento e da experiência da equipe laboratorial. Boxe 2.4 Critérios de estratificação de risco da AACVPR para pacientes com doença cardiovascular. Menor risco Características de pacientes com menor risco para participação em exercícios (todas as características listadas devem estar presentes para que os pacientes permaneçam no menor risco) Ausência de arritmias ventriculares complexas durante o teste de esforço e sua recuperação Ausência de angina ou outros sintomas significativos (p. ex., encurtamento incomum da respiração, vertigens ou tonturas durante o teste de esforço e sua recuperação) Presença de hemodinâmica normal durante o teste de esforço e sua recuperação (i. e. , aumentos e diminuições adequados na frequência cardíaca e na pressão arterial sistólica com as cargas de trabalho crescentes e sua recuperação) Capacidade funcional ≥ 7 equivalentes metabólicos (MET) Achados na testagem não relacionados com o exercício Fração de ejeção no repouso ≥ 50% Infarto miocárdico não complicado ou procedimento de revascularização Ausência de arritmias ventriculares complicadas durante o repouso Ausência de insuficiência cardíaca congestiva Ausência de sinais ou sintomas de isquemia após o evento/após o procedimento Ausência de depressão clínica Risco moderado Características de pacientes com risco moderado para participação em exercícios (qualquer uma ou uma combinação desses achados indica que o paciente tem risco moderado) Presença de angina ou outros sintomas significativos (p. ex., encurtamento incomum da respiração, vertigem ou tontura que ocorrem apenas em níveis altos de esforço [≥ 7 MET]) Nível leve a moderado de isquemia silenciosa durante o teste de esforço ou sua recuperação (depressão do segmento ST < 2 mm da linha de base) Capacidade funcional < 5 MET Achados na testagem não relacionados com o exercício Fração de ejeção no repouso de 40 a 49% Maior risco Características de pacientes com maior risco para participação em exercícios (qualquer uma ou uma combinação desses achados indica que o paciente tem maior risco) Presença de arritmias ventriculares complexas durante o teste de esforço ou sua recuperação Presença de angina ou outros sintomas significativos (p. ex., encurtamento incomum da respiração, vertigem ou tontura em baixos níveis de esforço [< 5 MET] ou durante a recuperação) • • • • • • • • • 1 . 2 . 3 . 4 . 5 . 6 . 7 . 8 . 9 . 10 . 11 . 12 . 13 . Alto nível de isquemia silenciosa (depressão do segmento ST ≥ 2 mm da linha de base) durante o teste de esforço ou sua recuperação Presença de hemodinâmica anormal no teste de esforço (i. e. , incompetência cronotrópica ou PS sistólica plana ou decrescente com cargas de trabalho crescentes) ou sua recuperação (i. e. , hipotensão grave após o exercício) Achados na testagem não relacionados com o exercício Fração de ejeção de repouso < 40% Histórico de parada cardíaca ou morte súbita Arritmias complexas em repouso Infarto do miocárdio complicado ou procedimento de revascularização Presença de insuficiência cardíaca congestiva Presença de sinais ou sintomas de isquemia após o evento/procedimento Presença de depressão clínica AACVPR = American Association of Cardiovascular and Pulmonary Rehabilitation. Reimpresso de Williams, 32 com permissão de Elsevier. Resumo As recomendações para a triagem de saúde pré-participação do ACSM são: • Todos os indivíduos que desejem iniciar um programa de atividade física devem ser triados, pelo menos por meio de um histórico médico autorrelatado ou um questionário de avaliação de risco para saúde. A necessidade e o grau de acompanhamento são determinados pelas respostas a esses métodos de autoavaliação • Indivíduos com risco moderado com dois ou mais fatores de risco de DCV (Tabela 2.2 e Figuras 2.3 e 2.4 ) devem ser encorajados a consultarem seus médicos antes de iniciarem um programa de atividade física de intensidade vigorosa. Embora a avaliação médica esteja ocorrendo, a maioria desses indivíduos pode começar programas de exercício de intensidade leve a moderada, como caminhada, sem consultar seus médicos • Indivíduos em alto risco com sintomas ou doença diagnosticada (Tabela 2.1 ) devem consultar seus médicos antes de iniciar um programa de atividade física (Figura 2.4 ) • A testagem de esforço rotineira é recomendada apenas para os indivíduos com alto risco ( Tabela 2.3 e Figuras 2.3 e 2.4 ), incluindo aqueles com DCV diagnosticada, sintomas sugestivos de DCV nova ou em evolução, diabetes melito, fatores de risco de DCV adicionais, doença renal em estágio tardio e doença pulmonar especificada • O teste de esforço para indivíduos em alto risco pode ser supervisionado por profissionais de saúde treinados, independentemente de serem médicos, se capacitados para essa tarefa. O teste de esforço de indivíduos em risco moderado pode ser supervisionado por profissionais de saúde treinados para realizar o teste com segurança, a necessidade de um médico para supervisão e possível intervenção depende de uma variedade de fatores. Essas recomendações são feitas para diminuir as barreiras à adoção de um estilo de vida fisicamente ativo porque (a) a maior parte dos riscos associadosao exercício pode ser mitigada pela adoção de um regime de treinamento de exercícios progressivos; e (b) há um risco geral baixo para a participação em programas de atividade física. 24 Recursos on-line ACSM Exercise is Medicine: http://exerciseismedicine.org Diretrizes de Atividade Física para Norte-americanos de 2008: 1 http://www.health.gov/PAguidelines Referências bibliográficasReferências bibliográficas 2008 Physical Activity Guidelines for Americans [Internet]. 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Portanto, são apropriadas versões resumidas da avaliação pré-exercício descrita neste capítulo para os indivíduos com risco baixo e moderado que queiram participar de exercícios de intensidade leve a moderada dentro de estabelecimentos de saúde/condicionamento físico. Entretanto, indivíduos em alto risco, estejam em estabelecimentos de saúde/condicionamento físico ou clínicos, necessitarão de avaliação médica mais intensa antes de iniciarem um programa de exercícios (ver Capítulo 2 ). O grau de avaliação pré-exercício depende da análise do risco, como destacado no Capítulo 2 , e da intensidade do exercício, como proposta no programa de atividade física. Para os indivíduos em alto risco (ver Tabelas 2.1 e 2.3 ), recomenda-se exame físico e teste de exercício por um profissional de saúde qualificado, como parte da avaliação pré-exercício, para prescrição de exercícios segura e eficiente (Ex Rx ). Para os indivíduos em risco baixo e moderado que desejem realizar exercícios de intensidade leve a moderada, como caminhada, geralmente não se recomenda uma avaliação que inclua teste de exercício (ver Figuras 2.3 e 2.4 ). Entretanto, avaliação pré-exercício que inclua exame físico, teste de exercício e/ou testes laboratoriais pode ser indicada para esses indivíduos de baixo risco sempre que o profissional de saúde/condicionamento físico ou exercício clínico tiver preocupações sobre o risco de doença cardiovascular (DCV) de um indivíduo, precisar de informação adicional para a Ex Rx ou quando o participante tiver preocupações sobre começar um programa de exercícios de qualquer intensidade sem avaliação médica. Uma avaliação pré-exercício completa em um estabelecimento clínico inclui geralmente a avaliação do histórico médico, exame físico e testes laboratoriais, cujos resultados devem ser documentados no arquivo do cliente ou paciente. O objetivo deste capítulo não é ser totalmente inclusivo ou exceder considerações específicas que possam acompanhar o participante, mas sim oferecer um conjunto conciso de diretrizes para os vários componentes da avaliação pré-exercício. Histórico médico, exame físico e testes laboratoriais A avaliação do histórico médico pré-exercício deve ser minuciosa e incluir informações passadas e atuais. Os componentes apropriados do histórico médico estão apresentados no Boxe 3.1 . Deve ser realizado um exame físico preliminar por um médico ou outro profissional de saúde qualificado antes da testagem de exercícios em indivíduos de alto risco, como destacado no Capítulo 2 . Os componentes apropriados para o exame físico específico para o teste de exercício subsequente estão apresentados no Boxe 3.2 . Uma discussão expandida e alternativa pode ser encontrada no ACSM’s Resource Manual for Guidelines for Exercise Testing and Prescription, Seventh Edition . 26 Boxe 3.1 Componentes da avaliação do histórico médico. Componentes adequados para a avaliação do histórico médico podem incluir: Diagnóstico médico. Fatores de risco para doença cardiovascular, incluindo hipertensão, obesidade, dislipidemia, diabetes e síndrome metabólica; doença cardiovascular, incluindo insuficiência cardíaca, disfunção valvar (p. ex., estenose aórtica/mitral, doença valvar), infarto miocárdico e outras síndromes coronarianas agudas; intervenções coronarianas percutâneas, incluindo angioplastia e endoprótese(s) expansível(is) coronariana(s) – stent (s); cirurgia de by-pass arterial coronariano e outras cirurgias cardíacas – como cirurgias valvares; transplante cardíaco; marca-passo e/ou cardioversor desfibrilador implantável; procedimentos de ablação de arritmias; doença vascular periférica; doença pulmonar, como asma, enfisema e bronquite; doença cerebrovascular, incluindo derrame e ataques isquêmicos transientes; anemia e outras discrasias sanguíneas (p. ex., lúpus eritematoso); flebite, trombose venosa profunda ou embolia; câncer; gravidez; osteoporose; distúrbios musculoesqueléticos; distúrbios emocionais e transtornos alimentares Achados de exames médicos anteriores. Sopros, cliques, estalidos, outros sons cardíacos anormais e outros achados incomuns cardíacos e vasculares; achados pulmonares anormais (p. ex., respiração ruidosa, roncos no peito, estalos no peito); glicose plasmática, hemoglobina A1C, proteína C reativa de alta sensibilidade, lipídios e lipoproteínas séricos ou outras anomalias laboratoriais significativas; pressão arterial alta e edema Histórico de sintomas. Desconforto (p. ex., pressão, sensação de formigamento, dor, sensação de peso, queimação, aperto, dormência) no peito, na mandíbula, no pescoço, nas costas ou nos braços; vertigens, tontura ou desmaio; perda temporária da acuidade visual ou da fala; dormência ou fraqueza unilateral transiente; encurtamento da respiração; batimentos cardíacos rápidos ou palpitação, especialmente se associados a atividades físicas, à ingestão de grandes refeições, a aborrecimentos emocionais ou à exposição ao frio (ou qualquer combinação dessas atividades) Doença, hospitalização, novos diagnósticos médicos ou procedimentos cirúrgicos recentes Problemas ortopédicos, incluindo artrite, inchaço em articulação ou qualquer outra condição que dificultaria a deambulação ou o uso de certas modalidades de testes Uso de medicamentos (incluindo suplementos dietéticos/nutricionais) e alergias a fármacos Outros hábitos, incluindo a ingestão de cafeína, álcool, tabaco ou drogas ilícitas Histórico de exercícios. Informação sobre a prontidão para mudar e o nível habitual de atividade: frequência; duração ou tempo; tipo; intensidade ou FITT do exercício Histórico de trabalho com ênfase nas demandas físicas atuais ou esperadas, atentando para as necessidades das extremidades superior e inferior Histórico familiar de doença cardíaca, pulmonar ou metabólica, derrame ou morte súbita. FITT = frequência, intensidade, tempo e tipo. Adaptado de Amsterdam et al . 7 • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • A identificação e a estratificação do risco para os indivíduos com DCV e para aqueles em alto risco de desenvolverem DCV são facilitadas pela revisão de resultados de testes anteriores, como angiografia coronariana, diagnóstico por imagens em medicina nuclear e ecocardiografia ou estudos de avaliação do risco cardíaco por escore de cálcio arterial coronariano (ver Boxe 2.2 ). 13 Testes adicionais podem incluir eletrocardiograma (ECG) ambulatorial ou monitoramento de Holter e teste de estresse farmacológico, para esclarecer adicionalmente a necessidade e o grau de intervenção; avaliar a resposta a tratamentos, como terapias médicas e procedimentos de revascularização; ou determinar a necessidade de avaliação adicional. Como ressaltado no Boxe 3.3 , podem ser necessários outros testes laboratoriais com base no grau de risco e no estado clínico do paciente, especialmente aqueles com diabetes melito. Esses testes laboratoriais podem incluir, mas não estão restritos a, bioquímica sérica, contagem sanguínea completa, lipídios e lipoproteínas séricos, marcadores inflamatórios,glicose plasmática em jejum, hemoglobina A1C e função pulmonar. As diretrizes detalhadas para teste de exercício/treinamento para uma série de doenças crônicas podem ser encontradas nos Capítulos 5 , 6 , 9 e 10 nestas Diretrizes . Embora a descrição detalhada de todos os procedimentos de exame físico listados no Boxe 3.2 e dos testes laboratoriais recomendados no Boxe 3.3 esteja além do objetivo das Diretrizes , informações básicas adicionais relacionadas com a avaliação de pressão arterial (PA), lipídios e lipoproteínas, outras bioquímicas sanguíneas são fornecidas na próxima seção. Para mais detalhes sobre esses assuntos, o leitor deve procurar o trabalho de Bickley. 7 Pressão arterial A medição da pressão arterial (PA) em repouso é um componente da avaliação pré-exercício. As decisões subsequentes devem ser baseadas na média de duas avaliações da PA feitas adequadamente, em posição sentada, durante cada uma das duas ou mais visitas ao consultório. 21 As técnicas específicas para medição da PA são críticas para a precisão e a detecção de PA alta e são apresentadas no Boxe 3.4 . Além das leituras de PA alta, também devem ser reavaliadas leituras muito baixas, para significância clínica. O Sétimo Relatório do Comitê Nacional Conjunto sobre Prevenção, Detecção, Avaliação e Tratamento da Pressão Arterial Alta (JNC7, do inglês Seventh Report of the Joint National Committee on Prevention, Detection, Evaluation, and Treatment of High Blood Pressure ) fornece diretrizes para detecção e cuidado com hipertensão. 23 A Tabela 3.1 resume as recomendações do JNC7 para classificação e cuidado com a PA de adultos. Boxe 3.2 Componentes do exame físico para teste de exercício pré-participação limitado a sintomas. 7 Os componentes adequados para o exame físico podem incluir: Peso corporal; em muitos casos a determinação do índice de massa corporal, circunferência da cintura e/ou composição corporal (porcentagem de gordura corporal, se desejável) Taxa e ritmo de pulso apical Pressão arterial em repouso: sentado, supinado e de pé Auscultação dos pulmões com atenção específica à uniformidade dos sons da respiração em todas as áreas (ausência de roncos, ruídos e outros sons durante a respiração) Palpação do impulso cardíaco apical no ponto de impulso máximo Auscultação do coração com atenção específica a sopros, atritos e outros sons Palpação e auscultação das artérias carótida, abdominal e femoral Avaliação do abdome procurando sons intestinais anormais, presença de massas não anatômicas, visceromegalias e áreas de sensibilidade Palpação e inspeção das extremidades inferiores para avaliação de edema e pulsos arteriais Ausência ou presença de xantoma tendíneo e xantelasma cutâneo Exame de acompanhamento relacionado com condições ortopédicas ou médicas que limitariam o teste de exercício Testes da função neurológica, incluindo reflexos e cognição (conforme indicado) Inspeção da pele, especialmente nas extremidades inferiores de pacientes com diabetes melito conhecido Adaptado de Amsterdam et al . 7 Boxe 3.3 Testes laboratoriais recomendados para cada nível de risco e avaliação clínica. Indivíduos em risco baixo a moderado Níveis séricos de colesterol total, colesterol LDL, colesterol HDL e triglicerídios em jejum Glicose plasmática em jejum, especialmente para indivíduos ≥ 45 anos de idade e indivíduos mais jovens com sobrepeso (índice de massa corporal ≥ 25 kg · m–2 ) e que tenham um ou mais dos seguintes fatores de risco para diabetes melito tipo 2: um parente de primeiro grau com diabetes, seja parte de uma população étnica de alto risco (p. ex., afrodescendentes, latinos, americanos nativos, asiáticos, provenientes das ilhas do Pacífico), que deu à luz um bebê pesando > 4,8 kg ou com histórico de diabetes gestacional, hipertensão (PA ≥ 140/90 mmHg em adultos), colesterol HDL < 40 mg · dℓ–1 (< 1,04 mmol · ℓ–1 ) e/ou triglicerídios ≥ 150 mg · dℓ–1 (≥ 1,69 mmol · ℓ–1 ), com tolerância diminuída à glicose previamente identificada ou com intolerância à glicose em jejum (glicose em jejum ≥ 100 mg · dℓ–1 ; ≥ 5,55 mmol · ℓ–1 ), inatividade física habitual, síndrome do ovário policístico e histórico de doença vascular Função tireoidiana, como parte de uma avaliação de triagem, especialmente se houver dislipidemia Indivíduos em alto risco Os testes anteriores, além de testes laboratoriais cardiovasculares prévios pertinentes (p. ex., ECG de 12 pontos em repouso, monitoramento por Holter, angiografia coronariana, estudos de radionuclídios ou ecocardiográficos, testes de esforço prévios) Ultrassonografia da carótida e outros estudos vasculares periféricos Considerar ainda medidas de lipoproteína A, proteína C reativa de alta sensibilidade, tamanho e quantidade de partículas de LDL e subespécies de HDL (especialmente em indivíduos jovens com forte histórico familiar de DCV prematura e naqueles sem os fatores de risco de DCV tradicionais) Radiografia do tórax se houver insuficiência cardíaca ou suspeita dela Painel completo de bioquímica sanguínea e contagem sanguínea completa como indicado pelo histórico e pelo exame físico (ver Tabela 3.4 ) Pacientes com doença pulmonar Radiografia do tórax Testes de função pulmonar (ver Tabela 3.5 ) Capacidade de difusão de monóxido de carbono Outros estudos pulmonares especializados (p. ex., oximetria ou análise dos gases sanguíneos) PA = pressão arterial; DCV = doença cardiovascular; ECG = eletrocardiograma; HDL = lipoproteína de alta densidade; LDL = lipoproteína de baixa densidade. 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. A relação entre pressão arterial e o risco de eventos cardiovasculares é contínua, consistente e independe de outros fatores de risco. Para indivíduos entre 40 e 70 anos de idade, cada incremento de 20 mmHg na pressão arterial sistólica (PAS) ou 10 mmHg na pressão arterial diastólica (PAD) dobra o risco de DCV em toda a faixa de PA desde 115/75 até 185/115 mmHg. De acordo com o JNC7, indivíduos com uma PAS de 120 a 139 mmHg e/ou PAD de 80 a 89 mmHg têm pré-hipertensão e precisam de modificações no estilo de vida que promovam saúde para prevenir o desenvolvimento de hipertensão. 4 , 23 Boxe 3.4 Procedimentos para a aferição da pressão arterial em repouso. Os pacientes devem estar sentados serenamente por pelo menos 5 min em cadeira com apoio para as costas (e não em maca) com os pés apoiados sobre o chão e os braços sustentados no nível do coração. Os pacientes devem evitar fumar cigarros ou ingerir cafeína por pelo menos 30 min antes do início da aferição A medição dos valores na posição supinada e em pé pode ser indicada em circunstâncias especiais Posicione a braçadeira firmemente ao redor do antebraço no nível do coração; alinhe a braçadeira com a artéria braquial Deve ser utilizado o tamanho adequado de braçadeira para garantir a aferição precisa. A bolsa dentro da braçadeira deve envolver pelo menos 80% do antebraço. Muitos adultos podem necessitar de uma braçadeira adulta grande Posicione o estetoscópio abaixo do espaço antecubital sobre a artéria braquial. Os dois lados do estetoscópio parecem ser igualmente eficientes para a aferição da PA 15 Infle rapidamente a braçadeira até 20 mmHg acima do primeiro som de Korotkoff Libere lentamente a pressão em uma taxa entre 2 e 5 mmHg · s–1 A PAS é o ponto em que se ouve o primeiro de dois ou mais sons de Korotkoff (fase 1) e a PAD é o ponto antes do desaparecimento dos sons de Korotkoff (fase 5) Devem ser feitas pelo menos duas aferições (com pelo menos um minuto de intervalo entre elas) e deve ser calculada a média Durante o primeiro exame, a PA deve ser medida em ambos os braços. Quando houver diferença consistente entre os braços, deve ser adotada a pressão mais alta Forneça aos pacientes seus valores específicos e suas metas de PA tanto verbalmente quanto por escrito PA = pressão arterial; PAD = pressão arterial diastólica; PAS = pressão arterial sistólica. Modificado de The Seventh Report of the Joint National Committee on Prevention, Detection, Evaluation,and Treatment of High Blood Pressure (JNC7) . 23 Para recomendações adicionais e mais detalhadas, ver Pickering et al . 21 Essas modificações incluem atividade física, redução de peso, um programa alimentar saudável (i. e. , dieta rica em frutas, vegetais, laticínios com baixa gordura, todos com conteúdo reduzido de gorduras saturadas e totais), redução do sódio dietético (não mais do que 100 mmol ou 2,4 g de sódio · d–1 ) e consumo moderado de álcool continuam sendo a pedra fundamental da terapia anti-hipertensiva. 4 , 23 Entretanto, o JNC7 enfatiza que a maioria dos pacientes com hipertensão que requer terapia farmacológica além das modificações no estilo de vida, precisando de dois ou mais medicamentos anti-hipertensivos para alcançar a meta de PA ( i. e. , < 140/90 mmHg ou < 130/80 mmHg para pacientes com diabetes melito ou doença renal crônica). 23 Lipídios e lipoproteínas O Terceiro Relatório do Painel de Especialistas sobre Detecção, Avaliação e Tratamento do Colesterol Sanguíneo Alto em Adultos ( Third Report of the Expert Panel on Detection, Evaluation, and Treatment of High Blood Cholesterol in Adults ) (Adult Treatment Panel III ou ATP III ) destaca as recomendações do Programa Nacional de Educação sobre o Colesterol (NCEP, do inglês National Cholesterol Education Program ) para a testagem e a manutenção do colesterol (Tabela 3.2 ). 27 O ATP III e as atualizações subsequentes feitas pelo Instituto Nacional do Coração, Pulmão e Sangue (NHLBI, do inglês National Heart, Lung, and Blood Institute), pela Associação Americana do Coração (AHA, American Heart Association) e pelo Colégio Americano de Cardiologia (ACC, American College of Cardiology) identificam a lipoproteína de baixa densidade (LDL) como o principal alvo da terapia de redução do colesterol. 12 , 24 , 27 Essa designação é baseada na grande variedade de evidências que indicam que a elevação do colesterol LDL é um fator de risco poderoso para DCV e a redução do colesterol LDL resulta em uma diminuição marcante na incidência de DCV. A Tabela 3.2 resume as classificações do ATP III sobre colesterol total, LDL e HDL (lipoproteína de alta densidade) e sobre triglicerídios. Tabela 3.1 Classificação e manutenção da pressão arterial em adultos. a Terapia farmacológica inicial Classificação da PA PAS (mmHg) PAD (mmHg) Modificação no estilo de vida Sem indicações convincentes Com indicações convincentes Normal < 120 e < 80 Encorajamento Pré-hipertensão 120 a 139 ou 80 a 89 Sim Nenhum medicamento anti- hipertensivo recomendado Fármaco(s) para indicações convincentes b Hipertensão estágio 1 140 a 159 ou 90 a 99 Sim Recomendação de agente(s) anti- hipertensivo(s) Fármaco(s) para indicações convincentes. b Outros medicamentos anti-hipertensivos conforme necessidade Hipertensão estágio 2 ≥ 160 ou ≥ 100 Sim Indicação de agente(s) anti- hipertensivo(s) Combinação de dois fármacos para a maioria c a O tratamento é determinado pela categoria de PA mais alta. b As indicações convincentes incluem insuficiência cardíaca, pós-infarto do miocárdio, alto risco de doença cardíaca coronariana, diabetes melito, doença renal crônica e prevenção de derrame recorrente. Tratar os pacientes com doença renal crônica ou diabetes melito até a meta de PA < 130/80 mmHg. c A terapia combinada inicial deve ser utilizada com cuidado para aqueles em risco de hipotensão ortostática. PA = pressão arterial; PAD = pressão arterial diastólica; PAS = pressão arterial sistólica. Adaptada de The Seventh Report of the Joint National Committee on Prevention, Detection, Evaluation, and Treatment of High Blood Pressure (JNC7) . 23 De acordo com o ATP III, níveis baixos de colesterol HDL, definidos como < 40 mg · dℓ –1 , estão forte e inversamente associados ao risco de DCV. Os ensaios clínicos fornecem evidência sugestiva de que o aumento do colesterol HDL reduza o risco de DCV. Entretanto, o mecanismo capaz de explicar o papel dos níveis séricos baixos de colesterol HDL na aceleração do processo de DCV permanece desconhecido. Além disso, não se sabe se o aumento do colesterol HDL per se , independentemente de outras alterações nos fatores de risco lipídicos e/ou não lipídicos, sempre reduz o risco de DCV. Tendo isso em vista, o ATP III não identifica meta de nível específico de colesterol HDL a ser alcançada por terapia. Em vez disso, o ATP III encoraja terapias farmacológicas ou não que aumentem os níveis de colesterol HDL e que sejam parte da administração de outros fatores de risco lipídicos e não lipídicos. Tabela 3.2 Classificação ATP III do colesterol total, LDL e HDL (mg · dℓ–1 ). Colesterol LDL < 100 a Ótimo 100 a 129 Próximo ao ótimo/acima do ótimo 130 a 159 Limítrofe ao alto 160 a 189 Alto ≥ 190 Muito alto Colesterol total < 200 Desejável 200 a 239 Limítrofe ao alto ≥ 240 Alto Colesterol HDL < 40 Baixo ≥ 60 Alto Triglicerídios < 150 Normal 150 a 199 Limítrofe ao alto 200 a 499 Alto ≥ 500 Muito alto a De acordo com a atualização de 2006 da Associação Americana do Coração/Colégio Americano de Cardiologia (corroborada pelo Instituto Nacional do Coração, Pulmão e Sangue), é razoável tratar o colesterol LDL até < 70 mg · dℓ–1 (< 1,81 mmol · ℓ–1 ) em pacientes com doença coronariana e outras doenças vasculares ateroscleróticas. 24 Nota: para converter o colesterol total, LDL e HDL de mg · dℓ–1 para mmol · ℓ–1 , multiplique por 0,0259. Para converter os triglicerídios de mg · dℓ–1 para mmol · ℓ–1 , multiplique por 0,0113. ATP III = Painel de Tratamento de Adultos III; HDL = lipoproteína de alta densidade; LDL = lipoproteína de baixa densidade. Adaptada de Third Report of the National Cholesterol Education Program (NCEP) . 27 Há evidências crescentes de forte associação entre os níveis elevados de triglicerídios e o risco de DCV. Estudos recentes sugerem que algumas espécies de lipoproteína ricas em triglicerídios, entre as quais se destacam as pequenas lipoproteínas de densidade muito baixa (VLDL, do inglês very low-density lipoprotein ) e as lipoproteínas de densidade intermediária (IDL, do inglês intermediate-density lipoprotein ), promovam aterosclerose e predisponham a DCV. Como VLDL e IDL parecem ter potencial aterogênico semelhante ao do colesterol LDL, o ATP III recomenda o colesterol não HDL (i. e. , colesteróis VLDL e LDL) como alvo terapêutico secundário para indivíduos com triglicerídios aumentados (triglicerídios ≥ 200 mg · dℓ– 1 ). A síndrome metabólica é caracterizada por uma constelação de fatores de risco metabólicos em um indivíduo. Obesidade abdominal, dislipidemia aterogênica (i. e. , elevação de triglicerídios, de pequenas partículas de colesterol LDL e redução do colesterol HDL), elevação da PA, resistência insulínica, estado pró-trombótico (i. e. , aumento do risco de formação de trombos) e estado pró-inflamatório (i. e. , elevação dos níveis de proteína C reativa e de interleucina-6) geralmente são aceitos como característicos da síndrome metabólica. Embora a causa primária seja alvo de debate, as principais causas de síndrome metabólica são sobrepeso/obesidade, inatividade física, resistência insulínica e fatores genéticos. Como a síndrome metabólica tem se destacado como contribuinte importante para a DCV, o ATP III enfatiza a síndrome metabólica como um fator que aumenta o risco. Entretanto, o ATP III reconheceu que não há critérios bem estabelecidos para o diagnóstico da síndrome metabólica. A Tabela 3.3 lista os critérios propostos por diferentes organizações profissionais para a síndrome metabólica, incluindo as recomendações trazidas pelo ATP III. 27 O ATP III considera hipertensão, tabagismo, diabetes melito, sobrepeso e obesidade, inatividade física e dieta aterogênica como fatores de risco não lipídicos modificáveis, enquanto idade, sexo masculino e histórico familiar de DCV prematura são fatores de risco não lipídicos não modificáveis para DCV. Por sua vez, triglicerídios, lipoproteínas remanescentes, lipoproteína A, pequenas partículas de LDL, subespécies de HDL, apolipoproteínas B e A1 ea taxa entre colesterol total e HDL são considerados pelo ATP III como fatores de risco lipídicos emergentes. Fatores trombogênicos e hemostáticos, marcadores inflamatórios (p. ex., proteína C reativa de alta sensibilidade), intolerância à glicose no jejum e homocisteína são designados pelo ATP III como fatores de risco não lipídicos emergentes. Apesar disso, estudos recentes sugerem que a terapia de redução de homocisteína não resulte em redução no risco de DCV. Tabela 3.3 Critérios para síndrome metabólica: NCEP/ATP III, IDF e OMS. Critérios NCEP/ATP III 8 IDF 14 OMS 1 a Peso corporal Circunferência da cintura a , c Requerido b Razão cintura-quadril e/ou IMC > 30 kg · m–2 Homens > 102 cm ≥ 94 cm Razão > 0,9 Mulheres > 88 cm ≥ 80 cm Razão > 0,85 Resistência insulínica/glicose ≥ 110 mg · dℓ–1 d ≥ 110 mg · dℓ–1 ou diabetes tipo 2 previamente diagnosticado Requerida e Dislipidemia Tratamento específico ou HDL Homens: < 40 mg · dℓ–1 Mulheres: < 50 mg · dℓ–1 Homens: < 40 mg · dℓ–1 Mulheres: < 50 mg · dℓ–1 f Homens: < 35 mg · dℓ–1 Mulheres: < 39 mg · dℓ–1 f Triglicerídios ≥ 150 mg · dℓ–1 ≥ 150 mg · dℓ–1 ≥ 150 mg · dℓ–1 Pressão arterial elevada ≥ 130 ou ≥ 85 mmHg ≥ 130 ou ≥ 85 mmHg ou tratamento de hipertensão previamente diagnosticada Medicamento anti-hipertensivo e/ou PA ≥ 140 ou ≥ 90 mmHg Outros NA NA Taxa de excreção urinária de albumina ≥ 20 mg · min–1 ou razão albumina:creatinina ≥ 30 mg · g–1 a Sobrepeso e obesidade estão relacionados com a resistência à insulina e com a síndrome metabólica (SMet). Entretanto, a presença de obesidade abdominal está correlacionada mais fortemente a esses fatores de risco metabólicos do que o IMC elevado. Portanto, a simples medida da circunferência abdominal é recomendada para identificar o componente de peso corporal da SMet. b Definida como circunferência abdominal ≥ 94 cm para homens caucasianos e ≥ 80 cm para mulheres caucasianas, com valores específicos para cada etnia. c Alguns homens desenvolvem fatores de risco metabólicos múltiplos quando sua circunferência abdominal está apenas marginalmente aumentada (94 a 102 cm). Alguns pacientes podem ter uma contribuição genética forte para a resistência à insulina. Eles devem se beneficiar de mudanças em seus hábitos, do mesmo modo que homens com aumentos categóricos na circunferência abdominal. d A Associação Americana de Diabetes estabeleceu o ponto de corte de ≥ 100 mg · dℓ –1 e indivíduos acima desse limite ou têm pré-diabetes (intolerância à glicose no jejum) ou diabetes melito. 2 Esse ponto de corte deve ser aplicado para identificação do limite inferior a fim de definir o aumento de glicose como um critério para a síndrome metabólica. e Um critério necessário entre os seguintes: diabetes melito tipo 2, intolerância à glicose no jejum ou, para aqueles com níveis normais de glicose em jejum (< 110 mg · dℓ–1 ), a captação de glicose abaixo do quartil mais baixo para populações conhecidas sob investigação em condições hiperinsulinêmicas e euglicêmicas. f Esses valores foram atualizados a partir daqueles apresentados originalmente para assegurar a consistência com os pontos de corte do ATP III. Nota: para converter glicose de mg · dℓ–1 para mmol · ℓ–1 , multiplique por 0,0555. Para converter HDL de mg · dℓ–1 para mmol · ℓ–1 , multiplique por 0,0259. Para converter triglicerídios de mg · dℓ–1 para mmol · ℓ–1 , multiplique por 0,0113. ATP III = Painel de Tratamento de Adultos III; IMC = índice de massa corporal; HDL = lipoproteína de alta densidade; IDF = Federação Internacional de Diabetes; NCEP = Programa Nacional de Educação sobre o Colesterol; OMS = Organização Mundial da Saúde. O princípio que norteia o ATP III e as atualizações subsequentes pelo NHLBI, AHA e ACC é que a intensidade da terapia de redução de LDL deve ser ajustada para o risco absoluto de DCV do indivíduo. 6 , 8 , 12 , 13 , 24 , 27 As diretrizes de tratamento do ATP III e suas atualizações subsequentes pelo NHLBI, AHA e ACC estão resumidas no ACSM’s Resource Manual for Guidelines for Exercise Testing and Prescription, Seventh Edition . 26 Análises do perfil sanguíneo Várias análises de perfil sanguíneo são avaliadas comumente em programas de exercício clínico. Esses perfis podem fornecer informações úteis sobre o estado geral de saúde de uma pessoa e sua capacidade de exercitar-se e podem ajudar a explicar certas anomalias no exame de ECG. Por causa dos vários métodos de analisar amostras sanguíneas, recomenda-se algum cuidado para comparar perfis sanguíneos provenientes de laboratórios diferentes. A Tabela 3.4 fornece as faixas normais para químicas sanguíneas selecionadas, derivadas de várias fontes. Para muitos pacientes com DCV, são comuns medicamentos para tratar dislipidemia e hipertensão. Muitos desses medicamentos agem no fígado, diminuindo a quantidade de colesterol no sangue e nos rins, para diminuir a PA (ver Apêndice A ). Deve-se prestar atenção especial para os testes de função hepática, como os níveis de alanina transaminase (ALT), aspartato transaminase (AST) e bilirrubina, bem como para os testes de função hepática como creatinina, taxa de filtração glomerular, dosagem sérica de ureia (BUN, do inglês blood urea nitrogen ) e da taxa BUN/creatinina em pacientes que ingiram esses fármacos. Indicações sobre depleção de volume e anomalias de potássio podem ser detectadas por meio das medidas de sódio e de potássio. Função pulmonar Recomenda-se o teste de função pulmonar por meio de espirometria para todos os fumantes > 45 anos de idade ou para qualquer indivíduo que apresente dispneia (i. e. , encurtamento da respiração), tosse crônica, respiração ruidosa ou produção excessiva de muco. 9 A espirometria é um teste simples e não invasivo que pode ser realizado facilmente. As indicações para espirometria estão listadas na Tabela 3.5 . Durante a realização da espirometria, devem ser seguidos os padrões para a realização do teste. 16 Embora seja possível fazer muitas medidas em um teste espirométrico, as mais comuns incluem capacidade vital forçada (CVF), volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1,0 ), razão VEF1,0 /CVF e pico de fluxo expiratório (PFE). Os resultados obtidos a partir dessas medidas podem ser úteis para identificar a presença de anomalias respiratórias restritivas ou obstrutivas, algumas vezes, antes disso, haverá presença de sinais e sintomas. A FEV1,0 /CVF diminui em doenças obstrutivas das vias respiratórias (p. ex., asma, bronquite crônica, enfisema, doença pulmonar obstrutiva crônica [DPOC]), mas é normal em distúrbios restritivos (p. ex., cifoescoliose, doença neuromuscular, fibrose pulmonar, outras doenças pulmonares intersticiais). A Iniciativa Global para Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (Global Initiative for Chronic Obstructive Lung Disease) classifica a presença e a gravidade da DPOC conforme indicado na Tabela 3.5 . 22 O termo DPOC pode ser utilizado quando estiver presente bronquite crônica, enfisema, ou ambos, e a espirometria documentar um defeito obstrutivo. Uma abordagem diferente para a classificação da gravidade dos defeitos obstrutivos e restritivos é a da Força-tarefa para a Padronização dos Testes de Função Pulmonar da Sociedade Torácica Americana (ATS, do inglês American Thoracic Society) e da Sociedade Respiratória Europeia (ERS, do inglês European Respiratory Society) apresentada na Tabela 3.5 . 20 A Força-tarefa ATS/ERS prefere utilizar a maior capacidade vital disponível (CV), seja ela obtida em uma inspiração (CVI), em uma expiração lenta (CVL) ou em uma expiração forçada (CVF). Um defeito obstrutivo é definido por redução na taxa FEV1,0 /CVF abaixo do quinto percentil do valor previsto. O uso do quinto percentil do valor previsto no limite inferior do que é considerado normal não leva a uma superestimativa da presença de defeito obstrutivo em indivíduos mais velhos, o que é mais provável quando se utilizam valores fixos de FEV1,0 /CVF ou FEV1,0 /CVF de 0,7 como linha divisória entre normal e anormal. 17 Um defeito restritivo é caracterizado por reduçãona capacidade pulmonar total (CPT), medida em um estudo de volume pulmonar abaixo do quinto percentil do valor previsto e FEV1,0 /CV normal. 17 Tabela 3.4 Faixas típicas de valores normais para variáveis sanguíneas selecionadas em adultos. a Variável Masculino Neutro Feminino Fator de conversão do SI Hemoglobina (g · dℓ–1 ) 13,5 a 17,5 – 11,5 a 15,5 10 (g · ℓ–1 ) Hematócrito (%) 40 a 52 – 36 a 48 0,01 (proporção de 1) Contagem de células vermelhas (×10 6 · µℓ–1 ) 4,5 a 6,5 milhões – 3,9 a 5,6 milhões 1 (× 10 12 · ℓ–1 ) Hemoglobina (sangue total) – 30 a 35 – 10 (g · ℓ–1 ) Concentração de massa (g · dℓ–1 ) – – – – Contagem sanguínea de células brancas (×10 3 · µℓ–1 ) – 4 a 11 mil – 1 (× 10 9 · ℓ–1 ) Contagem plaquetária (×10 3 · µℓ–1 ) – 150 a 450 mil – 1 (× 10 9 · ℓ–1 ) Glicose em jejum b (mg · dℓ–1 ) – 60 a 99 – 0,0555 (mmol · ℓ–1 ) Hemoglobina A1C ≤ 6% N/A Ureia sanguínea (BUN; mg · dℓ–1 ) – 4 a 24 – 0,357 (mmol · ℓ–1 ) Creatinina (mg · dℓ–1 ) – 0,3 a 1,4 – 88,4 (µmol · ℓ–1 ) Razão BUN/creatinina – 7 a 27 – – Ácido úrico (mg · dℓ–1 ) – 3,6 a 8,3 – 59,48 (µmol · ℓ–1 ) Sódio (mEq · dℓ–1 ) – 135 a 150 – 1,0 (mmol · ℓ–1 ) Potássio (mEq · dℓ–1 ) – 3,5 a 5,5 – 1,0 (mmol · ℓ–1 ) Cloreto (mEq · dℓ–1 ) – 98 a 110 – 1,0 (mmol · ℓ–1 ) Osmolalidade (mOsm · kg–1 ) – 278 a 302 – 1,0 (mmol · kg–1 ) A. Cálcio (mg · dℓ–1 ) – 8,5 a 10,5 – 0,25 (mmol · ℓ–1 ) Cálcio iônico (mg · dℓ–1 ) – 4,0 a 5,0 – 0,25 (mmol · ℓ–1 ) Fósforo (mg · dℓ–1 ) – 2,5 a 4,5 – 0,323 (mmol · ℓ–1 ) Proteína total (g · dℓ–1 ) – 6,0 a 8,5 – 10 (g · ℓ–1 ) Albumina (g · dℓ–1 ) – 3,0 a 5,5 – 10 (g · ℓ–1 ) Globulina (g · dℓ–1 ) – 2,0 a 4,0 – 10 (g · ℓ–1 ) Taxa A/G – 1,0 a 2,2 – 10 Ferro total (µg · dℓ–1 ) – 40 a 190 35 a 180 0,179 (µmol · ℓ–1 ) Testes de função hepática Bilirrubina (mg · dℓ–1 ) – < 1,5 – 17,1 (µmol · ℓ–1 ) TGOS (AST; U · ℓ–1 ) 8 a 46 – 7 a 34 1 (U · ℓ–1 ) TGPS (ALT; U · ℓ–1 ) 7 a 46 – 4 a 35 1 (U · ℓ–1 ) a Certas variáveis devem ser interpretadas em relação à faixa normal do laboratório em que foi realizado o teste. bA glicose sanguínea em jejum de 100 a 125 mg · dℓ–1 é considerada como intolerância à glicose em jejum ou pré-diabetes. Nota: para uma lista completa dos fatores de conversão do Sistema Internacional (SI), por favor veja em http://jama.ama- assn.org/content/vol295/issue1/images/data/103/DC6/JAMA_auinst_si.dtl . ALT = alanina transaminase (anteriormente chamada de TGOS); AST = aspartato transaminase (anteriormente chamada de TGPS); TGOS = transaminase glutâmico-oxaloacética sérica; TGPS = transaminase glutamicopirúvica sérica. Tabela 3.5 Indicações para espirometria. Indicações para espirometria Diagnóstico Para avaliar os sintomas, sinais ou testes laboratoriais anormais Para medir o efeito de uma doença sobre a função pulmonar Para triar indivíduos suspeitos de terem doença pulmonar Para avaliar os riscos pré-operatórios Para avaliar o prognóstico Para avaliar o estado de saúde antes do início de programas de atividade física extenuantes Monitoramento Para avaliar uma intervenção terapêutica Para descrever o curso de doenças que afetem a função pulmonar Para monitorar indivíduos expostos a agentes nocivos Para monitorar reações adversas a fármacos com toxicidade pulmonar conhecida Avaliações de incapacidade/deficiência Para avaliar pacientes participantes de um programa de reabilitação http://jama.ama-assn.org/content/vol295/issue1/images/data/103/DC6/JAMA_auinst_si.dtl B. C. Para avaliar os riscos como parte de uma avaliação de seguro Para avaliar indivíduos por motivos legais Saúde pública Ensaios epidemiológicos Derivação de equações de referência Pesquisa clínica Classificação espirométrica da gravidade da DPOC com base no FEV1,0 após a administração de broncodilatador pela Iniciativa Global de Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica Estágio I Leve FEV1,0 /CVF < 0,70 FEV1,0 ≥ 80% do esperado Estágio II Moderada FEV1,0 /CVF < 0,70 50% ≤ FEV1,0 < 80% do esperado Estágio III Grave FEV1,0 /CVF < 0,70 30 % ≤ FEV1,0 < 50% do esperado Estágio IV Muito grave FEV1,0 /CVF < 0,70 FEV1,0 < 30% do esperado ou FEV1,0 < 50% do esperado, além de insuficiência respiratória crônica Classificação de gravidade para qualquer anomalia com base no FEV1,0 da Sociedade Torácica Americana e da Sociedade Respiratória Europeia Grau de gravidade % prevista do FEV1,0 Leve Menor do que o LIN, mas ≥ 70 Moderada 60 a 69 Moderadamente grave 50 a 59 Grave 35 a 49 Muito grave < 35 DPOC = doença pulmonar obstrutiva crônica; FEV1,0 = volume expiratório forçado em um segundo; CVF = capacidade vital forçada; a insuficiência respiratória é definida como a pressão parcial arterial de oxigênio (PaO2 ) < 8,0 kPa (60 mmHg) com ou sem pressão parcial arterial de CO2 (PaCO2 ) > 6,7 kPa (50 mmHg) quando se respira ao nível do mar; LIN = limite inferior normal. Modificada de Pellegrino et al .; Rabe et al . 20 , 22 A classificação espirométrica da doença pulmonar é útil para a predição do estado de saúde, o uso de recursos para a saúde e a mortalidade. Um resultado anormal de espirometria também pode ser indicativo do aumento do risco de câncer pulmonar, ataque cardíaco e derrame, e pode ser utilizado para identificar pacientes em que intervenções como parar de fumar e o uso de agentes farmacológicos possam ser mais benéficas. O teste espirométrico também é valioso para identificação de pacientes com doença crônica (i. e. , DPOC e insuficiência cardíaca) e com diminuição da função pulmonar que possam se beneficiar de um programa de treinamento dos músculos inspiratórios. 6 , 19 A determinação da ventilação voluntária máxima (VVM) também deve ser obtida durante o teste espirométrico de rotina. 16 , 20 A VVM também pode ser utilizada para estimar a reserva respiratória durante o exercício máximo. Idealmente, a VVM deve ser medida, e não estimada, pela multiplicação da FEV1,0 por um valor constante, como é feito frequentemente na prática. 20 Contraindicações ao teste de esforço Para alguns indivíduos, os riscos do teste de esforço são maiores que os benefícios em potencial. Para esses pacientes, é importante verificar cuidadosamente os riscos e pesá-los contra os benefícios para decidir se o teste de esforço deve ser realizado. O Boxe 3.5 destaca as contraindicações tanto absolutas quanto relativas ao teste de esforço. 10 Uma avaliação antes do exercício com revisão cuidadosa do histórico médico prévio, como descrito anteriormente neste capítulo, ajuda a identificar as contraindicações potenciais e aumenta a segurança do teste de esforço. • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • Pacientes com contraindicações absolutas não devem realizar testes de esforço até que essas condições estejam estabilizadas ou sejam tratadas adequadamente. Pacientes com contraindicações relativas podem ser testados apenas após avaliação cuidadosa da relação entre risco e benefício. Entretanto, é preciso enfatizar que as contraindicações podem não se aplicar em certas situações clínicas específicas, como logo após o infarto agudo do miocárdio, um procedimento de revascularização ou cirurgia de by-pass ou para determinar a necessidade ou o benefício de uma terapia medicamentosa. Finalmente, existem condições que impossibilitam um diagnóstico confiável com informação de ECG a partir do teste de esforço (p. ex., bloqueio do ramo esquerdo do feixe de His, terapia com digitálicos). O teste de esforço ainda pode fornecer informações úteis a respeito da capacidade de exercícios, da sintomatologia subjetiva, da função pulmonar, de arritmia e da hemodinâmica. Nessas situações, podem ser incluídas no teste de esforço técnicas adicionais para avaliação, como análise ventilatória dos gases expirados, ecocardiografia ou imageamento nuclear para aumentar a sensibilidade, a especificidade e as capacidades diagnósticas. Boxe 3.5 Contraindicações ao teste de esforço. Absolutas Uma mudança significativa recente no eletrocardiograma (ECG) em repouso sugerindo isquemia significativa,infarto miocárdico recente (há menos de 2 dias) ou outro evento cardíaco agudo Angina instável Arritmias cardíacas não controladas causando sintomas ou comprometimento hemodinâmico Estenose aórtica grave sintomática Insuficiência cardíaca sintomática não controlada Embolia pulmonar aguda ou infarto pulmonar Miocardite aguda ou pericardite Aneurisma dissecante conhecido ou suspeito Infecção sistêmica aguda, acompanhada por febre, dor corporal ou glândulas linfáticas inchadas. Relativas a Estenose coronariana principal esquerda Doença cardíaca valvar estenótica moderada Anomalias de eletrólitos (p. ex., hipopotassemia ou hipomagnesemia) Hipertensão arterial grave (i. e. , pressão arterial sistólica [PAS] > 200 mmHg e/ou pressão arterial diastólica [PAD] > 110 mmHg) durante o repouso Taquiarritmia ou bradiarritmia Cardiomiopatia hipertrófica e outras formas de obstrução do trato de saída Distúrbios neuromotores, musculoesqueléticos ou reumatoides que sejam exacerbados pelo exercício Bloqueio atrioventricular de alto grau Aneurisma ventricular Doença metabólica não controlada (p. ex., diabetes, tireotoxicose ou mixedema) Doença infecciosa crônica (p. ex., síndrome de imunodeficiência adquirida – AIDS) Impedimento mental ou psíquico que leve a uma incapacidade de se exercitar adequadamente a As contraindicações relativas podem ser postas de lado se os benefícios superarem os riscos do exercício. Em alguns casos, esses indivíduos podem se exercitar com cuidado e/ou utilizando metas baixas, especialmente se forem assintomáticos durante o repouso. Modificado de Gibbons et al ., 11 citado em 15 de junho de 2007. Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12356646 . Departamentos de emergência podem realizar um teste de esforço limitado a sintomas em pacientes que apresentem dor no peito (i. e. , 8 a 12 h após a avaliação inicial) e seguir as indicações destacadas na Tabela 3.6 . 3 , 25 Essa prática (a) parece ser segura em pacientes apropriadamente triados; (b) pode melhorar a precisão do diagnóstico; e (c) pode reduzir o custo do cuidado médico. Geralmente, esses pacientes incluem aqueles que não são mais sintomáticos e que têm ECG impecável e nenhuma alteração em séries de enzimas cardíacas. Nesse cenário, o teste de esforço deve ser realizado apenas como parte de um protocolo de cuidado com o paciente detalhadamente elaborado, o que é comumente chamado agora de unidade para angina pectoris, e apenas após os pacientes terem sido triados para características de alto risco ou outros indicadores para internação hospitalar. 3 Tabela 3.6 Indicações e contraindicações para o teste de esforço com ECG em um departamento de emergência. Condições que devem ser consideradas antes do teste de esforço com ECG em um departamento de emergência Dois conjuntos de enzimas cardíacas em intervalos de 4 h devem ser normais O ECG no momento da chegada e o ECG de 12 pontos pré-exercício não devem apresentar alterações significativas Ausência de anomalias no ECG de repouso que camuflariam a determinação precisa do ECG durante o exercício Desde a admissão até o momento em que os resultados do segundo conjunto de enzimas cardíacas ficam disponíveis: paciente assintomático, sintomas de angina pectoris decrescentes ou sintomas atípicos persistentes Ausência de angina pectoris isquêmica no momento do teste de esforço Contraindicações ao teste de esforço com ECG no departamento de emergência Anomalias novas ou crescentes no ECG no traçado de repouso Enzimas cardíacas anormais Incapacidade de realizar exercício Sintomas de angina pectoris isquêmica persistentes ou que pioram desde a admissão até o momento do teste de esforço Perfil de risco clínico indicativo de angiografia coronariana iminente http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12356646 ECG = eletrocardiograma. Reimpressa com a permissão de Stein et al . 25 Consentimento informado A obtenção do consentimento informado adequado dos participantes antes do teste de esforço em unidades de saúde/condicionamento físico ou clínicas é uma consideração ética e legal importante. Embora o conteúdo e a extensão dos formulários de consentimento possam variar, deve estar presente informação suficiente no processo de obtenção do consentimento informado para garantir que o participante saiba e compreenda os objetivos e os riscos associados ao teste ou ao programa de exercício em unidades de saúde/condicionamento físico ou clínicas. O formulário de consentimento deve ser explicado verbalmente e incluir uma declaração que indique que foi dada ao cliente ou ao paciente a oportunidade de fazer perguntas sobre o procedimento e foram dadas informações suficientes para que o consentimento informado seja fornecido. Anote as perguntas específicas do participante no formulário, bem como as respostas fornecidas. O formulário de consentimento deve indicar que o participante é livre para deixar o procedimento em qualquer momento. Se o participante for menor de idade, um pai ou guardião legal deve assinar o formulário de consentimento. É recomendado conferir com as instituições de autorização (p. ex., comitês hospitalares de administração de risco, de revisão institucional ou o corpo consultivo legal do estabelecimento) para determinar o que é apropriado para que o processo de obtenção do consentimento informado seja aceitável. Além disso, devem ser feitos todos os esforços possíveis para proteger a privacidade da informação sobre a saúde do paciente (p. ex., histórico médico, resultados dos testes), como descrito pelo Ato de Responsabilização e Portabilidade do Seguro de Saúde (HIPAA, do inglês Health Insurance Portability and Accountability Act) de 1996. * A Figura 3.1 fornece uma amostra de formulário de consentimento para teste de esforço. Nenhum exemplo de formulário deve ser adotado para um teste ou programa específico a menos que tenha sido aprovado pelo conselho legal local e/ou pelo comitê de revisão institucional adequado. ■ Figura 3.1 Exemplo de Formulário de Consentimento Informado para um teste de esforço limitado a sintomas. Quando o teste de esforço for utilizado para outros objetivos que não o diagnóstico ou a Ex Rx (i. e. , para propósitos experimentais), isso deve ser relatado durante o processo de consentimento e está indicado no Formulário de Consentimento Informado e devem ser implementadas as políticas aplicáveis para a testagem de seres humanos. Os profissionais de cuidado com a saúde e os pesquisadores devem obter a aprovação de seus comitês institucionais de ética quando conduzirem um teste de esforço com objetivos científicos. Como grande parte dos formulários de consentimento inclui a declaração “procedimentos e equipamentos para emergências estão disponíveis”, o 1 . 2 . 3 . 4 . 5 . 6 . 7 . 8 . programa deve garantir que haja pessoal apropriadamente treinado disponível e autorizado para realizar procedimentos de emergência que usem tais equipamentos. As normas de emergência e os procedimentos devem estar escritos em local adequado e os procedimentos de emergência devem ser praticados pelo menos uma vez a cada 3 meses ou ainda mais frequentemente quando houver mudança na equipe. 18 Ver o Apêndice B para mais informações sobre a administração de emergências. Instruções ao participante O fornecimento de instruções específicas para os participantes antes do teste de esforço aumenta a veracidade e a precisão dos dados. Sempre que possível, devem ser fornecidas instruções por escrito junto com uma descrição da avaliação pré-exercício com bastante antecedência da data do encontro, de modo que o cliente ou paciente possa se preparar adequadamente. Quando são realizados testes em série, deve ser feito todo o esforço possível para garantir que os procedimentos dos testes de esforço sejam consistentes entre as medidas. 5 Os seguintes pontos devem ser considerados para inclusão nessas instruções preliminares; entretanto, as instruções específicas podem variar com o tipo de teste e seu objetivo: • Os participantes devem evitar ingerir comida, álcool,cafeína ou tabaco nas três horas anteriores ao teste, limitando seus consumos ao mínimo • Os participantes devem estar descansados para o teste, evitando esforço ou exercício significativo durante o dia do teste • O vestuário deve permitir liberdade de movimento e incluir calçados apropriados para caminhada ou corrida. As mulheres devem levar uma blusa folgada, de mangas curtas e com botões frontais e devem evitar roupas de baixo restritivas • Se a avaliação for feita em um paciente, o participante deve estar consciente de que o teste de esforço pode causar fadiga e ele pode desejar ter alguém para acompanhá-lo durante o teste e depois levá-lo para casa • Se o teste de esforço for para propósitos diagnósticos, pode ser de grande valia se os pacientes descontinuarem o uso dos medicamentos cardiovasculares prescritos, mas apenas com o aval médico. Frequentemente, os agentes para combate de angina prescritos alteram a resposta hemodinâmica ao exercício e reduzem significativamente a sensibilidade das alterações no ECG para isquemia. Pode ser solicitado que os pacientes que estejam ingerindo doses intermediárias ou altas de agentes betabloqueadores interrompam o uso desses medicamentos por um período entre 2 e 4 dias para minimizar as respostas hiperadrenérgicas de abstinência (ver Apêndice A ) • Se o teste de esforço tiver objetivos funcionais ou de Ex Rx , os pacientes devem continuar com seu regime medicamentoso com a frequência usual, de modo que as respostas ao exercício serão consistentes com as respostas esperadas durante o treinamento com exercícios • Os participantes devem levar uma lista com seus medicamentos, incluindo a dose e a frequência da administração para o teste e devem relatar a última dose ingerida. Alternativamente, podem desejar levar os medicamentos com eles para que a equipe do teste de exercício anote • Ingerir muitos líquidos no período de 24 h que antecede o teste de esforço para garantir hidratação normal antes do teste. Resumo As Declarações Resumidas do Teste de Esforço do ACSM são: • A avaliação pré-exercício é vital para garantir que o treinamento com exercícios possa ser iniciado com segurança • Independentemente se o teste de esforço for indicado ou não antes do início de um programa de atividade física, a identificação dos fatores de risco conhecidos para DCV (ver Tabela 2.2 ) é importante para o cuidado com o paciente • A informação obtida com o teste de esforço pode ser utilizada para aconselhar uma pessoa a respeito de seu risco de desenvolvimento de DCV, indicar o programa de intervenção sobre o estilo de vida (i. e. , exercício, dieta e perda de peso), para potencialmente diminuir os fatores de risco de DCV e, quando for necessário, indicar o profissional de saúde adequado para uma avaliação adicional • Para aqueles indivíduos que necessitem de teste de esforço, as contraindicações absolutas e relativas devem ser consideradas antes do início do teste (ver Boxe 3.5 ) • Indivíduos realizando teste de esforço devem receber instruções detalhadas a respeito do procedimento e completar um Formulário de Consentimento Informado. Recursos on-line ACSM Exercise is Medicine: http://exerciseismedicine.org American Heart Association: http://www.americanheart.org Informação de saúde para profissionais do National Heart, Lung, and Blood Institute: http://www.nhlbi.nih.gov/health/indexpro.htm Diretrizes de atividade física para norte-americanos: 28 http://www.health.gov/PAguidelines Referências bibliográficasReferências bibliográficas Alberti KG, Zimmet PZ. Definition, diagnosis and classification of diabetes mellitus and its complications. Part 1: diagnosis and classification of diabetes mellitus provisional report of a WHO consultation. Diabet Med . 1998;15(7):539–53. American Diabetes Association. Diagnosis and classification of diabetes mellitus. Diabetes Care . 2007;30 Suppl 1:S42–7. Amsterdam EA, Kirk JD, Bluemke DA, et al. Testing of low-risk patients presenting to the emergency department with chest pain: a scientific statement from the American Heart Association. Circulation . 2010;122(17):1756–76. 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Os componentes do condicionamento físico que se referem à saúde têm relação direta com a saúde geral são caracterizados pela capacidade de realizar atividades do dia a dia com vigor e estão associados a baixa prevalência de doença crônica, condições adversas de saúde e seus fatores de risco. 29 As medidas de condicionamento físico relacionado com a saúde e ACR estão estritamente vinculadas à prevenção de doenças e à promoção de saúde e podem ser modificadas com a participação regular em atividades físicas e em grupos estruturados de exercícios. Um objetivo fundamental em planejamentos de prevenção primária e secundária e de reabilitação deve ser a promoção de saúde; portanto, os programas de exercícios devem se concentrar no aumento dos componentes do condicionamento físico ligado à saúde, incluindo a ACR. Do mesmo modo, o foco deste capítulo são os componentes do condicionamento físico relacionado com a saúde e não os voltados a capacidades para a população em geral. 46 Objetivos do teste de condicionamento físico relacionado com a saúde A avaliação do condicionamento físico é uma prática comum e adequada para planejar programas de exercícios preventivos e de reabilitação, nos quais estão incluídos os seguintes objetivos do teste de esforço físico: • Educar os participantes sobre seu estado de condicionamento físico atual em relação a padrões de saúde e base comparativa por idade e gênero • Fornecer dados que sejam úteis para o desenvolvimento de prescrições de exercícios (Ex Rx ) individualizadas para direcionar todos os componentes de condicionamento físico • Coletar dados iniciais e de acompanhamento que viabilizem a avaliação do progresso dos participantes no programa de exercícios • Motivar os participantes por meio da definição de objetivos razoáveis e alcançáveis de condicionamento físico (ver Capítulo 11 ). Princípios básicos e diretrizes As informações obtidas no teste de condicionamento físico relacionado com a saúde combinadas com os dados médicos e de saúde são utilizadas pelo profissional de Educação Física e das demais áreas da saúde para possibilitar que sejam alcançados objetivos de condicionamento físico específicos. Um teste ideal de condicionamento físico relacionado com a saúde deve ser confiável, válido, de custo relativamente baixo e fácil de administrar. O teste deve produzir resultados demonstrativos do estado atual de condicionamento físico, refletir alterações positivas no estado de saúde provenientes da participação de uma intervenção de atividade física ou exercício, e ser diretamente comparável a dados normalizadores. Instruções pré-testeInstruções pré-teste Todas as instruções pré-teste devem ser fornecidas e explicadas antes da chegada ao local do teste (ver Capítulo 3 ). Devem ser seguidos certos passos que garantam a segurança e o conforto, antes da administração de um teste de condicionamento físico relacionado com a saúde. Uma recomendação mínima é o preenchimento de um questionário autoavaliativo, como o Physical Activity Readiness Questionnaire (PAR-Q) (ver Figura 2.1 ) 89 ou o formulário Health/Fitness Facility Preparticipation Screening Questionnaire da American Heart Association (AHA)/American College of Sports Medicine (ACSM) (ver Figura 2.2 ). 3 , 102 Uma lista de instruções preliminares gerais do teste pode ser encontrada no Capítulo 3 em “Instruções ao participante”, as quais podem ser modificadas para atender a necessidades e circunstâncias específicas. Organização do testeOrganização do teste Os seguintes quesitos devem ser cumpridos antes de o participante chegar ao local do teste: • Assegurar que todos os formulários, planilhas de pontuação, tabelas, gráficos e outros documentos de teste estejam organizados em arquivo individual e disponíveis para a administração do teste • Calibrar todos os equipamentos (p. ex., metrônomo, bicicleta ergométrica, esteira, esfigmomanômetro, adipômetro), no mínimo, mensalmente, ou, dependendo de seu uso, com mais frequência ainda; certos equipamentos como os sistemas de análises ventilatórias dos gases expirados devem ser calibrados antes de cada teste, de acordo com as especificações dos fabricantes, e a calibração dos equipamentos deve ser documentada em pasta adequada • Organizar os equipamentos de modo que os testes possam ocorrer em sequência sem o desgaste repetitivo do mesmo grupo muscular • Fornecer o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) comtempo suficiente para que o participante a ser testado esclareça todas as suas dúvidas (ver Figura 3.1 ), antes de assiná-lo • Manter a temperatura da sala entre 20°C e 22°C e a umidade inferior a 60%, com circulação de ar adequada. No caso de serem administrados testes múltiplos, a organização da sessão de teste pode ser muito importante, de acordo com os componentes do condicionamento físico a serem avaliados. As medidas de repouso como frequência cardíaca (FC), pressão arterial (PA), estatura, massa e composição corporal devem ser obtidas preliminarmente. Não foi ainda estabelecida por pesquisas a ordem ideal para testagem de múltiplos componentes do condicionamento físico relacionado com a saúde (i. e. , aptidão cardiorrespiratória [ACR], condicionamento neuromuscular, composição corporal e flexibilidade), mas deve ser fornecido tempo suficiente para que a FC e a PA retornem ao normal entre os testes conduzidos em série. Como alguns medicamentos, como os betabloqueadores que diminuem a FC, afetam alguns resultados do teste de condicionamento físico, seu uso desses deve ser registrado (ver Apêndice A ). Ambiente do testeAmbiente do teste O ambiente é muito importante para a validade e a confiabilidade do teste. Ansiedade em razão do teste, problemas emocionais, temperatura ambiente e ventilação devem ser controlados tanto quanto for possível. Para diminuir a ansiedade do indivíduo, os procedimentos realizados durante o teste devem ser explicados adequadamente e o ambiente deve ser silencioso e reservado. A sala deve estar equipada com um assento e/ou mesa de exame confortável, que será utilizada para as medidas de PA, FC e/ou eletrocardiograma (ECG). A atitude da equipe deve ser de confiança e calma para deixar o indivíduo relaxado. Os procedimentos de teste não precisam ser apressados e todos devem ser explicados com clareza antes do início do processo. Composição corporal Está bem estabelecido que o excesso de gordura corporal, particularmente a centralmente localizada ao redor do abdome, está associado à hipertensão, síndrome metabólica, diabetes melito tipo 2, derrame, doença cardiovascular (DCV) e dislipidemia. 95 Aproximadamente dois terços dos adultos norte-americanos são classificados como portadores de sobrepeso (índice de massa corporal [IMC] ≥ 25 kg · m–2 ) e cerca de 33% deles são classificados como obesos (IMC ≥ 30 kg · m–2 ). Embora a prevalência da obesidade tenha regularmente aumentado nas últimas três décadas, dados recentes apontam para um platô nas tendências de obesidade, particularmente para as mulheres. 23 , 38 As estatísticas pediátricas talvez sejam ainda mais preocupantes, indicando que: (a) na faixa etária entre 2 e 19 anos aproximadamente 32% têm sobrepeso ou obesidade; e (b) nas últimas três décadas a porcentagem de crianças entre 6 e 11 anos de idade consideradas obesas aumentou de aproximadamente 4% para mais de 17%. 95 Além disso, os dados de 2006 indicam diferenças raciais e sexuais no sobrepeso/obesidade, permanecendo a maior prevalência entre as mulheres negras e hispânicas. 95 Os dados preocupantes sobre a prevalência de sobrepeso/obesidade nas populações adulta e pediátrica e suas implicações para a saúde levaram ao aumento da conscientização sobre a importância da identificação e do tratamento de indivíduos com massa corporal excessivo. 26 , 33 , 64 , 105 A composição corporal básica pode ser expressa como a porcentagem relativa de massa corporal composta por gordura e pelo tecido livre de gordura, utilizando um modelo de dois compartimentos. A composição corporal pode ser estimada com técnicas laboratoriais e de campo que variam em relação a sua complexidade, custo e precisão. 34 , 65 Nesta seção são revisadas brevemente técnicas diferentes de avaliação, porém os detalhes associados à obtenção das medidas e ao cálculo das estimativas de gordura corporal para todas essas técnicas estão além do alcance destas Diretrizes . Para obter informações mais detalhadas, consulte o ACSM’s Resource Manual for Guidelines for Exercise Testing and Prescription 101 e outras fontes. 48 , 51 , 60 Antes de coletar os dados para a medida de composição corporal, o avaliador deve ser treinado, ter experiência nas técnicas e ter demonstrado segurança em suas medidas, independentemente da técnica utilizada. A experiência do avaliador pode ser acrescida da supervisão por um mentor altamente qualificado em um ambiente controlado de testagem. Métodos antropométricosMétodos antropométricos Índice de massa corporal O índice de massa corporal (IMC) ou índice de Quetelet é utilizado para a aferição do peso em relação à altura e é calculado pela divisão do peso corporal em quilogramas pela altura em metros quadrados (kg · m–2 ). Para a maioria das pessoas, os problemas de saúde relacionados com a obesidade aumentam quando o IMC ultrapassa 25 kg · m–2 . O Expert Panel on the Identification, Evaluation, and Treatment of Overweight and Obesity in Adults (Painel de Peritos para Identificação, Avaliação e Tratamento do Sobrepeso e da Obesidade em Adultos) 35 define a faixa de IMC entre 25,0 e 29,0 kg · m–2 como sobrepeso e os valores de IMC ≥ 30,0 kg · m–2 como obesidade. O IMC não consegue fazer distinção entre gordura corporal, massa muscular ou ossos. Além disso, ao IMC ≥ 30,0 kg · m–2 estão associados maiores riscos para hipertensão, apneia noturna, diabetes melito tipo 2, alguns tipos de câncer, DCV e mortalidade (Tabela 4.1 ). 86 É interessante ressaltar a forte evidência de que os pacientes diagnosticados com insuficiência cardíaca congestiva (ICC) na realidade apresentem melhora na sobrevida quando seu IMC é ≥ 30,0 kg · m–2 – fenômeno conhecido como “paradoxo da obesidade”, 79 por motivos ainda desconhecidos. 4 Comparativamente aos indivíduos classificados como obesos, a ligação entre IMC na faixa do sobrepeso (25,0 a 29,9 kg · m–2 ) e aumento no risco de mortalidade não está clara. Entretanto, um IMC entre 25,0 a 29,9 kg · m–2 , de modo semelhante a um IMC ≥ 30 kg · m–2 , está ligado de modo mais convincente a aumento no risco para outros problemas de saúde, como diabetes melito tipo 2, dislipidemia, hipertensão e alguns tipos de câncer. 68 Um IMC < 18,5 kg · m–2 também eleva o risco de mortalidade e é responsável pela porção inferior da curva em formato de “J” que se obtém quando o risco de mortalidade é posicionado no eixo y e o IMC no eixo x. 39 O uso de valores específicos de IMC para predizer o percentual de gordura corporal e o risco à saúde pode ser encontrado na Tabela 4.2 . 41 Como é relativamente grande o erro padrão resultante da estimativa do percentual de gordura corporal com base no IMC (± 5% de gordura), 34 devem ser utilizados outros métodos de avaliação da composição corporal para estimar o percentual de gordura corporal durante a avaliação do estado de condicionamento físico. Circunferências O padrão de distribuição da gordura corporal é reconhecidamente um indicador importante da saúde e do prognóstico. 28 , 90 A obesidade androide, caracterizada pela deposição maior de gordura no tronco (i. e. , gordura abdominal), aumenta o risco de hipertensão, síndrome metabólica, diabetes melito tipo 2, dislipidemia, DCV e morte prematura, em relação à obesidade ginoide ou ginecoide (i. e. , gordura distribuída no quadril e nas coxas). 85 Além disso, entre os indivíduos com aumento de gordura abdominal, níveis maiores no compartimento visceral conferem maior risco para o desenvolvimento de síndrome metabólica em comparação com uma distribuição semelhante de gordura no compartimento subcutâneo. 40 Tabela 4.1 Classificação do risco de doenças com base no índice de massa corporal (IMC) e na circunferência abdominal. Risco a de uma doença em relação a peso e circunferência abdominal normais IMC (kg · m–2 ) Homens, £ 102 cm Mulheres, £ 88 cm Homens, > 102 cm Mulheres, > 88 cm Abaixo do peso < 18,5 – – Normal 18,5 a 24,9 – – Sobrepeso 25,0 a 29,9 Aumentado Alto Obesidade, classe I 30,0 a 34,9 Alto Muito alto II 35,0 a 39,9 Muito alto Muito alto III≥ 40,0 Extremamente alto Extremamente alto a Risco para diabetes tipo 2, hipertensão e DCV. Os traços (–) indicam que não foi encontrado risco adicional nesses níveis de IMC. O aumento da circunferência abdominal também pode ser um indicador para aumento de risco mesmo em indivíduos com peso normal. Modificada de Arch Intern Med . 35 Tabela 4.2 Prognóstico do percentual de gordura corporal com base no índice de massa corporal (IMC) para adultos afro-americanos e caucasianos. a IMC (kg · m–2 ) Risco para a saúde 20 a 39 anos 40 a 59 anos 60 a 79 anos Homens < 18,5 Elevado < 8% < 11% < 13% 18,6 a 24,9 Médio 8 a 19% 11 a 21% 13 a 24% 25,0 a 29,9 Elevado 20 a 24% 22 a 27% 25 a 29% > 30 Alto ≥ 25% ≥ 28% ≥ 30% Mulheres < 18,5 Elevado < 21% < 23% < 24% 18,6 a 24,9 Médio 21 a 32% 23 a 33% 24 a 35% 25,0 a 29,9 Elevado 33 a 38% 34 a 39% 36 a 41% > 30 Alto ≥ 39% ≥ 40% ≥ 42% a O erro padrão da estimativa é de ± 5% para a predição de percentual de gordura corporal com base no IMC (com base em uma estimativa de quatro compartimentos do percentual de gordura corporal). Reimpressa com permissão de Gallagher et al. 41 As medidas de circunferência (ou das dobras) podem ser utilizadas para a obtenção de uma representação geral da composição corporal, estando disponíveis equações para ambos os gêneros e faixa de grupos etários. 103 , 104 A precisão pode ficar entre 2,5 e 4,0% da composição corporal real, se o sujeito apresentar características semelhantes às da população original de validação e se as medidas das dobras forem precisas. A fita adesiva retrátil (p. ex., utilizando fita antropométrica de Gulick) reduz a compressão sobre a pele e aumenta a coerência da medida. São recomendadas medidas em duplicata de cada lado, as quais devem ser obtidas em ordem rotacional e não consecutiva (i. e. , fazer medidas em todos os lados em avaliação e, em seguida, repetir a sequência). A média de duas medidas é utilizada, exceto se essas diferirem mais que 5 mm. O Boxe 4.1 descreve os locais mais comuns para a medição. A relação cintura-quadril (RCQ) é a divisão da circunferência da cintura (acima da crista ilíaca) pela circunferência dos quadris (ver no Boxe 4.1 a medida de nádegas/quadris) e tem sido utilizada tradicionalmente como um método simples para a verificação da distribuição da gordura corporal e para a identificação de indivíduos com quantidades maiores e mais perigosas de gordura abdominal. 34 , 85 O risco à saúde aumenta conforme a RCQ aumenta, e os padrões para o risco variam com a idade e o gênero. Por exemplo, o risco para a saúde é muito alto para homens jovens quando seu RCQ é > 0,95 e para mulheres jovens quando seu RCQ é > 0,86. Na faixa etária entre 60 e 69 anos de idade, os valores de corte de RCQ são de > 1,03 para homens e > 0,90 para mulheres, para a mesma classificação de alto risco dos adultos jovens. 51 A circunferência da cintura também pode ser utilizada como indicador de risco para a saúde porque a obesidade abdominal é o principal alvo. 20 , 28 O Expert Panel on the Identification, Evaluation, and Treatment of Overweight and Obesity in Adults (Painel de Peritos para Identificação, Avaliação e Tratamento de Sobrepeso e da Obesidade em Adultos) fornece uma classificação do risco de doenças com base tanto no IMC quanto na circunferência abdominal, como mostrado na Tabela 4.1 . 35 Pesquisas anteriores demonstraram que os limiares de circunferência da cintura dessa tabela mencionada identificam efetivamente os indivíduos com risco para a saúde elevado nas diferentes categorias de IMC. 56 Além disso, foi • • • • • proposto um novo esquema de estratificação de risco para adultos com base na circunferência da cintura (ver Tabela 4.3 ). 14 Estão disponíveis vários métodos para a medida da circunferência da cintura, envolvendo locais anatômicos diferentes. Evidências indicam que todas as técnicas de medida da circunferência da cintura disponíveis atualmente são igualmente confiáveis e eficazes para a identificação de indivíduos com aumento de risco para a saúde. 96 , 108 Boxe 4.1 Descrição padronizada dos locais e dos procedimentos para a medição de circunferência. Abdome Com o indivíduo em posição ereta e relaxada, é realizada a medida horizontal na altura da crista ilíaca, em geral no nível do umbigo Braço Com o indivíduo em posição ereta e os braços pendendo livremente ao lado do corpo com as mãos voltadas para as coxas, é realizada a medida horizontal na porção média entre os processos acromial e do olécrano Nádegas/quadril Com o indivíduo em posição ereta e com os pés juntos, é realizada a medida horizontal na circunferência máxima das nádegas. Esse procedimento é utilizado para medir o quadril na medida cintura/quadril Panturrilha Com o indivíduo em posição ereta (com os pés afastados por cerca de 20 cm), é realizada a medida horizontal no nível da circunferência máxima entre o joelho e o tornozelo, perpendicular ao eixo longo Antebraço Com o indivíduo em pé e os braços pendendo para baixo, porém levemente afastados do tronco e com as palmas voltadas para trás, é realizada a medida perpendicular ao eixo longo na circunferência máxima Quadril/coxa Com o indivíduo em pé e as pernas levemente separadas (cerca de 10 cm), é realizada a medida horizontal na circunferência máxima do quadril/coxa proximal, logo abaixo da dobra glútea Porção média da coxa Com o indivíduo em pé e com um dos pés sobre um banco de modo que o joelho esteja flexionado a 90°, é realizada a medida na porção média entre a dobra inguinal e a extremidade proximal da patela, perpendicular ao eixo longo Cintura Com o indivíduo em pé, os braços ao lado do corpo, os pés juntos e o abdome relaxado, é realizada a medida horizontal na porção mais estreita do torso (acima do umbigo e abaixo do processo xifoide). A National Obesity Task Force (NOTF) (Força Tarefa Nacional contra a Obesidade) sugere a obtenção de uma medida horizontal diretamente acima da crista ilíaca como modo de aumentar a padronização. Infelizmente, não estão disponíveis fórmulas atuais no site da NOTF Procedimentos Todas as medidas devem ser feitas com uma fita flexível, porém não elástica A fita deve ser colocada sobre a superfície da pele sem comprimir o tecido adiposo subcutâneo Se estiver sendo utilizada uma fita antropométrica de Gulick, esta deve ser expandida até a mesma marcação a cada medição Faça medidas em duplicata em cada local e repita o teste se as medidas da duplicata diferirem mais de 5 mm entre si Reveze os locais de medida ou dê tempo suficiente para que a pele volte à textura normal Modificado de Callaway et al. 18 Tabela 4.3 Critérios de risco para a circunferência da cintura em adultos. Circunferência da cintura (cm) Categoria de risco Mulheres Homens Muito baixo < 70 cm < 80 cm Baixo 70 a 89 80 a 99 Alto 90 a 110 100 a 120 Muito alto > 110 > 120 Reimpressa com permissão de Bray. 14 Medida da circunferência da cintura A medida da circunferência da cintura imediatamente acima da crista ilíaca, como proposto pelas diretrizes dos National Institutes of Health (Institutos Nacionais de Saúde), pode ser o método de aferição da circunferência de escolha para verificar o risco para a saúde por causa da facilidade com que este marco anatômico é identificado. 25 Medidas das dobras cutâneas A determinação da composição corporal pela medida da espessura das dobras cutâneas está bem relacionada (r = 0,70 a 0,90) com a composição corporal determinada pela pesagem hidrostática. 48 O princípio atrás da medida das dobras cutâneas é que a quantidade de gordura subcutânea é • • • • • • • • • • • • proporcional à quantidade total de gordura corporal. Pressupõe-se que cerca de um terço da gordura total esteja localizado subcutaneamente. A proporção exata entre gordura subcutânea e total varia com o gênero, a idade e a raça. 94 Portanto, as equações de regressão utilizadas para converter a soma das dobras cutâneas em percentual de gordura corporal devem considerar essas variáveis para a maior precisão.O Boxe 4.2 apresenta uma descrição padronizada dos locais para a medição das dobras cutâneas e os procedimentos. Consulte o ACSM’s Resource Manual for Guidelines for Exercise Testing and Prescription, 101 para mais descrições dos locais das dobras cutâneas. A medida da composição corporal pelas dobras cutâneas depende muito da experiência do avaliador, de modo que são necessários treinamento adequado ( i. e. , conhecimento dos pontos de referência anatômicos) e ampla experiência do avaliador para a obtenção de medidas precisas. A precisão da verificação do percentual de gordura corporal por meio das dobras cutâneas é de aproximadamente ± 3,5%, assumindo que tenham sido utilizadas técnicas e equações adequadas. 51 Boxe 4.2 Descrição padronizada dos locais de medição das dobras cutâneas e dos procedimentos. Local da dobra cutânea Abdominal Dobra vertical; 2 cm do lado direito do umbigo Tríceps Dobra vertical; na porção posterior da linha média do antebraço, na metade entre os processos acromial e do olécrano, com o braço mantido livre ao lado do corpo Bíceps Dobra vertical; no aspecto anterior do braço sobre o corpo do músculo bíceps, 1 cm acima do nível utilizado para marcar o local do tríceps Peitoral Dobra diagonal; na metade da distância entre a linha axilar anterior e o mamilo (homens) ou a um terço da distância entre a linha axilar anterior e o mamilo (mulheres) Panturrilha média Dobra vertical; na circunferência máxima da panturrilha sobre a linha média de sua borda medial Axilar média Dobra vertical; sobre a linha axilar média no nível do processo xifoide do esterno. Um método alternativo é uma dobra horizontal tomada no nível da borda xifoide-esternal na linha axilar média Subescapular Dobra diagonal (em um ângulo de 45°); entre 1 e 2 cm abaixo do ângulo inferior da escápula Suprailíaca Dobra diagonal; alinhada ao ângulo natural da crista ilíaca verificado na linha axilar anterior imediatamente superior à crista ilíaca Coxa Dobra vertical; sobre a linha média anterior da coxa, na metade do caminho entre a borda proximal da rótula e a dobra inguinal (quadril) Procedimentos Todas as medidas devem ser feitas no lado direito do corpo com o indivíduo em posição ereta O paquímetro deve ser colocado diretamente sobre a superfície da pele, 1 cm afastado do polegar e do dedo, perpendicular à dobra cutânea e na porção média entre a crista e a base da dobra Deve ser mantido o pinçamento durante a leitura do paquímetro Espere entre 1 e 2 segundos (não mais que isso) para ler o paquímetro Faça medidas em duplicata de cada lado e reteste se as medidas da duplicata tiverem mais de 1 a 2 mm Reveze entre os locais de medida ou dê tempo suficiente para que a pele retome sua textura e sua espessura normais Fatores que podem contribuir para erro de medida na avaliação das dobras cutâneas incluem técnica inadequada e/ou inexperiência do avaliador, um sujeito extremamente obeso ou extremamente magro e um paquímetro calibrado inadequadamente (i. e. , a tensão deve ser mantida em torno de 12 g · mm–2 ). 49 Várias equações de regressão foram desenvolvidas para oferecer a densidade corporal ou o percentual de gordura corporal com base na medida das dobras cutâneas. O Boxe 4.3 , por exemplo, reúne equações generalizadas que possibilitam o cálculo da densidade corporal sem perda na precisão do prognóstico para grande variedade de indivíduos. 49 , 54 Foram publicadas outras equações específicas por sexo, idade, raça, gordura corporal e tipo de esporte. 50 No mínimo, as medidas antropométricas simples devem ser incluídas na avaliação de saúde de todos os indivíduos. Boxe 4.3 Equações generalizadas das dobras cutâneas. Homens Fórmula de sete pontos (tórax, axila média, tríceps, subescapular, abdome, suprailíaca, coxa) Densidade corporal = 1,112 a 0,00043499 × (soma das sete dobras) + 0,00000055 × (soma das sete dobras)² – 0,00028826 × (idade) [EPE 0,008 ou cerca de 3,5% de gordura ] Fórmula de três pontos (tórax, abdome, coxa) Densidade corporal = 1,10938 – 0,0008267 × (soma das três dobras) + 0,0000016 × (soma das três dobras)² – 0,0002574 × (idade) [EPE 0,008 ou em torno de 3,4% de gordura ] Fórmula de três pontos (tórax, tríceps, subescapular) Densidade corporal = 1,1125025 – 0,0013125 × (soma das três dobras) + 0,0000055 × (soma das três dobras) 2 – 0,000244 × (idade) [EPE 0,008 ou em torno de 3,6% de gordura ] Mulheres Fórmula de sete pontos (tórax, axila média, tríceps, subescapular, abdome, suprailíaca, coxa) Densidade corporal = 1,097 – 0,00046971× (soma das sete dobras) + 0,00000056 × (soma das sete dobras) 2 – 0,00012828 × (idade) [EPE 0,008 ou em torno de 3,8% de gordura ] Fórmula de três pontos (tórax, abdome, coxa) Densidade corporal = 1,099421 – 0,0009929 × (soma das três dobras) + 0,0000023 × (soma das três dobras) 2 – 0,0001392 × (idade) [EPE 0,009 ou em torno de 3,9% de gordura ] Fórmula de três pontos (tórax, tríceps, subescapular) Densidade corporal = 1,089733 – 0,0009245 × (soma das três dobras) + 0,0000025 × (soma das três dobras) 2 – 0,0000979 × (idade) [EPE 0,009 ou em torno de 3,9% de gordura ] EPE = erro padrão da estimativa. Adaptado de Jackson e Pollock, Pollack et al. 55 , 87 Medidas antropométricas Embora limitadas em sua capacidade de fornecer estimativas altamente precisas do percentual de gordura corporal, as medidas antropométricas (i. e. , IMC, RCQ, circunferência abdominal e dobras cutâneas) oferecem valiosas informações sobre a saúde geral e a estratificação de risco. Desse modo, a inclusão dessas variáveis facilmente obtidas durante a avaliação completa do condicionamento físico é benéfica. DensitometriaDensitometria A composição corporal pode ser estimada da medida da densitometria corporal total utilizando a razão entre a massa e o volume corporais. A densitometria tem sido empregada como uma referência ou critério padrão para medição da composição corporal há muitos anos. O fator delimitador para a avaliação da densidade corporal é a precisão da medida do volume corporal, uma vez que a massa do corpo é verificada simplesmente como o peso corporal. O volume do corpo pode ser aferido pela pesagem hidrostática (sob a água) e pela pletismografia. Pesagem hidrostática (sob a água) Essa técnica de medição da composição corporal se baseia no princípio de Arquimedes, que diz que, quando um corpo é imerso na água, é submetido a uma força contrária igual ao peso da água deslocada. Essa perda de peso na água viabiliza o cálculo do volume corporal. Os tecidos ósseo e muscular são mais densos que a água, enquanto o tecido adiposo é menos. Portanto, um indivíduo com mais massa livre de gordura (MLG) para a mesma massa corporal total pesa mais na água e tem densidade corporal maior e porcentagem menor de gordura corporal. Embora a pesagem hidrostática seja um método padrão para a avaliação do volume corporal e, por conseguinte, da composição corporal, são necessários equipamento especial, medida precisa do volume residual, fórmulas específicas para populações e significativa cooperação do indivíduo. 44 Para obter explicação mais detalhada sobre essa técnica, consulte o ACSM’s Resource Manual for Guidelines for Exercise Testing and Prescription . 101 Pletismografia O volume corporal também pode ser medido pelo deslocamento de ar, em vez do de água. Um sistema comercial utiliza um pletismógrafo com duas câmaras que mede o volume corporal pelas alterações na pressão em uma câmara fechada. Essa tecnologia agora está bem estabelecida e geralmente reduz a ansiedade associada à técnica de hidrodensitometria. 31 , 44 , 70 Para obter explicação mais detalhada sobre essa técnica, consulte o ACSM’s Resource Manual for Guidelines for Exercise Testing and Prescription . 101 Conversão da densidade corporal em composição corporal O percentual de gordura corporal pode ser estimado na medida em que a densidade do corpo tenha sido determinada. Duas das equações de prognóstico mais comuns utilizadas para estimar o percentual de gordura corporal com base na densidade docorpo são derivadas do modelo de dois componentes da composição corporal, a saber: 15 , 100 Cada método supõe uma densidade levemente diferente entre a massa gordurosa (MG) e a MLG. Também estão disponíveis várias fórmulas de conversão específicas para populações com modelos de dois componentes (ver Tabela 4.4 ). Atualmente, há modelos de fórmulas de conversão utilizando entre três e seis componentes e essas são cada vez mais precisas no cálculo do percentual de gordura corporal em comparação com os modelos de dois componentes. 34 , 51 Outras técnicasOutras técnicas Técnicas adicionais confiáveis e precisas para a avaliação da composição corporal incluem a absorciometria com raios X de dupla energia (DEXA) e a condutividade elétrica corporal total (CECT), essas técnicas, porém, têm aplicabilidade limitada no teste de esforço para condicionamento físico de rotina por causa de seu custo e da necessidade de equipe altamente treinada. 48 Por sua vez, as análises de impedância bioelétrica (BIA) e interactância ao infravermelho próximo são utilizadas como técnicas de medida na testagem de rotina. Geralmente, a precisão das AIB é semelhante a das dobras cutâneas, desde que seja seguido um protocolo de aderência estringente (p. ex., assegurar o estado de hidratação normal) e as equações programadas no analisador sejam válidas e precisas para a população em teste. 30 , 47 Entretanto, deve ser observado que a capacidade de as BIA fornecerem medida precisa do percentual de gordura corporal em indivíduos obesos pode ser limitada secundariamente por causa de diferenças na distribuição da água corporal em comparação com aqueles que estejam na faixa de peso normal. 34 A interactância ao infravermelho próximo requer mais pesquisas para consolidar a validade e a precisão para a medida de composição corporal. 58 , 73 No ACSM’s Resource Manual for Guidelines for Exercise Testing and Prescription , 101 são fornecidas explicações detalhadas sobre essas técnicas. Tabela 4.4 Fórmulas específicas para populações, para a conversão da densidade corporal em percentual de gordura corporal. População Idade Gênero % GC DCLG a (g · cm–3 ) Afro-americanos 9 a 17 Feminino (5,24/DC) – 4,82 1,088 19 a 45 Masculino (4,86/DC) – 4,39 1,106 24 a 79 Feminino (4,86/DC) – 4,39 1,106 Índios americanos 18 a 62 Masculino (4,97/DC) – 4,52 1,099 Etnia 18 a 60 Feminino (4,81/DC) – 4,34 1,108 Japoneses e asiáticos nativos 18 a 48 Masculino (4,97/DC) – 4,52 1,099 Feminino (4,76/DC) – 4,28 1,111 61 a 78 Masculino (4,87/DC) – 4,41 1,105 Feminino (4,95/DC) – 4,50 1,100 Cingapurenses (chineses, indianos, malaios) Masculino (4,94/DC) – 4,48 1,102 Feminino (4,84/DC) – 4,37 1,107 Caucasianos 8 a 12 Masculino (5,27/DC) – 4,85 1,086 Feminino (5,27/DC) – 4,85 1,086 13 a 17 Masculino (5,12/DC) – 4,69 1,092 Feminino (5,19/DC) – 4,76 1,090 18 a 59 Masculino (4,95/DC) – 4,50 1,100 Feminino (4,96/DC) – 4,51 1,101 60 a 90 Masculino (4,97/DC) – 4,52 1,099 Feminino (5,02/DC) – 4,57 1,098 Hispânicos Masculino ND ND 20 a 40 Feminino (4,87/DC) – 4,41 1,105 Atletas Treinamento contra resistência 24 ± 4 Masculino (5,21/DC) – 4,78 1,089 35 ± 6 Feminino (4,97/DC) – 4,52 1,099 Treinamento de resistência muscular localizada (RML) 21 ± 2 Masculino (5,03/DC) – 4,59 1,097 21 ± 4 Feminino (4,95/DC) – 4,50 1,100 Todos os esportes 18 a 22 Masculino (5,12/DC) – 4,68 1,093 18 a 22 Feminino (4,97/DC) – 4,52 1,099 Populações clínicas b Anorexia nervosa 15 a 44 Feminino (4,96/DC) – 4,51 1,101 Cirrose Childs A (5,33/DC) – 4,91 1,084 Childs B (5,48/DC) – 5,08 1,078 Childs C (5,69/DC) – 5,32 1,070 Obesidade 17 a 62 Feminino (4,95/DC) – 4,50 1,100 Lesão na medula espinal (paraplégicos/tetraplégicos) 18 a 73 Masculino (4,67/DC) – 4,18 1,116 18 a 73 Feminino (4,70/DC) – 4,22 1,114 a DCLG = densidade corporal livre de gordura com base nos valores médios relatados em artigos científicos selecionados. bNão há dados de modelos multicomponentes suficientes para estimar a DCLG média das seguintes populações clínicas: doença arterial coronariana, transplantes de coração/pulmão, doença pulmonar obstrutiva crônica, fibrose cística, diabetes melito, doença tireoidiana, HIV/AIDS, câncer, insuficiência renal (diálise), esclerose múltipla e distrofia muscular. % GC = percentual de gordura corporal; DC = densidade corporal; ND = não há dados disponíveis para este subgrupo populacional. Adaptada com permissão de Heyward e Wagner. 51 Normas de composição corporalNormas de composição corporal Não há normas universalmente aceitas para a composição corporal; entretanto, as Tabelas 4.5 e 4.6 , que se baseiam em populações selecionadas, fornecem valores percentuais de gordura corporal para homens e mulheres, respectivamente. Ainda está para ser definida uma opinião consensual para um valor percentual de gordura corporal associado a um risco para a saúde ótimo; entretanto, há bastante tempo as faixas de 10 a 22% e de 20 a 32% para homens e mulheres, respectivamente, têm sido consideradas satisfatórias. 70 Dados mais recentes sustentam essa faixa, embora fatores como idade e raça, além do gênero, influenciem o que pode ser um percentual saudável de gordura corporal. 41 Tabela 4.5 Categorias de condicionamento por composição corporal (% de gordura corporal) para homens por idade. Idade (anos) % 20 a 29 30 a 39 40 a 49 50 a 59 60 a 69 70 a 79 99 Muito magro a 4,2 7,3 9,5 11,0 11,9 13,6 95 6,4 10,3 12,9 14,8 16,2 15,5 90 Excelente 7,9 12,4 15,0 17,0 18,1 17,5 85 9,1 13,7 16,4 18,3 19,2 19,0 80 10,5 14,9 17,5 19,4 20,2 20,1 75 Bom 11,5 15,9 18,5 20,2 21,0 21,0 70 12,6 16,8 19,3 21,0 21,7 21,6 65 13,8 17,7 20,1 21,7 22,4 22,3 60 14,8 18,4 20,8 22,3 23,0 22,9 55 Razoável 15,8 19,2 21,4 23,0 23,6 23,7 50 16,6 20,0 22,1 23,6 24,2 24,1 45 17,5 20,7 22,8 24,2 24,9 24,7 40 18,6 21,6 23,5 24,9 25,6 25,3 35 Ruim 19,7 22,4 24,2 25,6 26,4 25,8 30 20,7 23,2 24,9 26,3 27,0 26,5 25 22,0 24,1 25,7 27,1 27,9 27,1 20 23,3 25,1 26,6 28,1 28,8 28,4 15 Muito ruim 24,9 26,4 27,8 29,2 29,8 29,4 10 26,6 27,8 29,2 30,6 31,2 30,7 5 29,2 30,2 31,3 32,7 33,3 32,9 1 33,4 34,4 35,2 36,4 36,8 37,2 n = 1.844 10.099 15.073 9.255 2.851 522 n total = 39.644 a Muito magro, não é recomendado menos de 3% de gordura corporal para os homens. Adaptada com permissão de Physical Fitness Assessments and Norms for Adults and Law Enforcement . The Cooper Institute, Dallas, Texas. 2009. Para obter mais informações, acesse www.cooperinstitute.org. Tabela 4.6 Categorias de condicionamento por composição corporal (% de gordura corporal) para mulheres por idade. Idade (anos) % 20 a 29 30 a 39 40 a 49 50 a 59 60 a 69 70 a 79 99 Muito magra a 11,4 11,2 12,1 13,9 13,9 11,7 95 14,0 13,9 15,2 16,9 17,7 16,4 90 Excelente 15,1 15,5 16,8 19,1 20,2 18,3 85 16,1 16,5 18,3 20,8 22,0 21,2 80 16,8 17,5 19,5 22,3 23,3 22,5 75 Bom 17,6 18,3 20,6 23,6 24,6 23,7 70 18,4 19,2 21,7 24,8 25,7 24,8 65 19,0 20,1 22,7 25,8 26,7 25,7 60 19,8 21,0 23,7 26,7 27,5 26,6 55 Razoável 20,6 22,0 24,6 27,6 28,3 27,6 50 21,5 22,8 25,5 28,4 29,2 28,2 45 22,2 23,7 26,4 29,3 30,1 28,9 40 23,4 24,8 27,5 30,1 30,8 30,5 35 Ruim 24,2 25,8 28,4 30,8 31,5 31,0 30 25,5 26,9 29,5 31,8 32,6 31,9 25 26,7 28,1 30,7 32,9 33,3 32,9 20 28,2 29,6 31,9 33,9 34,4 34,0 15 Muito ruim 30,5 31,5 33,4 35,0 35,6 35,3 10 33,5 33,6 35,1 36,1 36,6 36,4 5 36,6 36,2 37,1 37,6 38,2 38,1 1 38,6 39,0 39,1 39,8 40,3 40,2 n = 1.250 4.130 5.902 4.118 1.450 295 n total = 17.145 a Muito magra, não é recomendado menos que 10 a 13% de gordura corporal para as mulheres. Adaptada com permissão de Physical Fitness Assessments and Norms for Adults and Law Enforcement . The Cooper Institute, Dallas, Texas. 2009. Para obter mais informações, acesse www.cooperinstitute.org. Aptidão cardiorrespiratória http://www.cooperinstitute.org http://www.cooperinstitute.org A aptidão cardiorrespiratória (ACR) está relacionada com a capacidade de realizar grandes exercícios musculares, dinâmicose de intensidade moderada a vigorosa por períodos prolongados. A realização do exercício nesse nível de esforço físico depende da integração dos estados fisiológico e funcional dos sistemas respiratório, cardiovascular e musculoesquelético. A ACR é considerada um componente da condicionamento físico relacionado com a saúde porque: (a) baixos níveis de ACR têm sido associados ao risco significativamente elevado de morte prematura de todas as causas e, especificamente, de DCV; (b) aumentos na ACR estão ligados a redução de morte de todas as causas; e (c) altos níveis de ACR estão vinculados a níveis maiores de atividade física habitual, que, por sua vez, estão associados a muitos benefícios para a saúde. 10 , 11 , 63 , 98 , 107 Desse modo, a verificação da ACR é parte importante de qualquer programa de reabilitação primário ou secundário. Conceito de captação máxima de oxigênioConceito de captação máxima de oxigênio A captação máxima de oxigênio ( O2máx ) é aceita como o critério de medida da ACR. Essa variável é expressa geralmente na clínica em termos relativos (mℓ.kg–1 · min–1 ) e não absolutos (mℓ · min–1 ), possibilitando comparações importantes entre indivíduos com pesos corporais diferentes. A O2máx é um produto do débito cardíaco máximo Q (ℓ de sangue · min–1 ) e a diferença de oxigênio entre os sistemas arterial e venoso (mℓ O2 . ℓ de sangue–1 ). Variações significativas em O2máx entre as populações e os níveis de condicionamento são resultantes principalmente das diferenças em Q em indivíduos sem doença pulmonar; portanto, a O2máx está relacionada intimamente com a capacidade funcional do coração. A designação O2máx implica o fato de que foi alcançado o verdadeiro limite fisiológico de um indivíduo e de que pode ser observado um platô na O2 entre as duas taxas de trabalho finais em um teste de esforço progressivo. Raramente é observado esse platô em indivíduos com DCV ou doença pulmonar. Assim, o pico de O2 é utilizado comumente para descrever a ACR nessas e em outras populações com doenças crônicas e problemas de saúde. 5 A espirometria de circuito aberto é utilizada para medir a O2máx . Nesse procedimento, o indivíduo respira por meio de uma válvula de baixa resistência com seu nariz ocluído (ou por uma máscara de material diferente do látex), enquanto são auferidas a ventilação pulmonar e as frações expiradas de oxigênio (O2 ) e de dióxido de carbono (CO2 ). Sistemas automatizados modernos fornecem facilidade de uso e um relatório detalhado dos resultados do teste, poupando tempo e esforço. 27 Entretanto, ainda é necessária a calibração do sistema para obter resultados precisos. 76 A administração do teste e a interpretação dos resultados devem ser reservadas a profissionais com conhecimento aprofundado sobre a ciência do exercício. Por causa dos custos associados a equipamento, espaço e profissionais necessários para realizar esses testes, geralmente a medida direta da O2máx é restrita a instituições de pesquisa ou clínicas. Quando a mensuração direta da O2máx não é possível, podem ser utilizados vários testes de esforço máximos e submáximos para estimar a O2máx . Esses foram validados pelo exame de: (a) a correlação entre a O2máx medida diretamente e a O2máx estimada de respostas fisiológicas ao exercício submáximo (p. ex., FC em uma potência específica); ou (b) a correlação entre a O2máx medida diretamente e um teste de desempenho (p. ex., o tempo levado para correr 1,6 ou 2,4 km), ou ainda o tempo até a fadiga voluntária utilizando um protocolo de teste de esforço gradual padrão. Devemos notar que há um potencial para uma superestimação significativa da O2máx medida diretamente por esses tipos de técnica de mensuração indireta. A superestimação pode ocorrer mais provavelmente quando: (a) o protocolo de exercício escolhido para o teste for muito agressivo para dado indivíduo (i. e. , o protocolo de esteira de Bruce para pacientes com ICC); ou (b) quando o teste de esteira é empregado para um indivíduo que depende demasiadamente de apoios para as mãos. 5 Deve ser feito todo esforço possível para a escolha do protocolo de exercício adequado às características individuais e para minimizar o uso de apoios para as mãos durante o teste sobre uma esteira. 76 Teste de esforço máximo versus submáximoTeste de esforço máximo versus submáximo A decisão de utilizar um teste de esforço máximo ou submáximo depende principalmente dos motivos da realização do teste, do nível de risco do indivíduo e da disponibilidade de equipamentos e profissionais apropriados. A O2máx pode ser estimada utilizando protocolos de teste de esforço convencionais, considerando a duração do teste para dada carga de trabalho em uma bicicleta ergométrica e utilizando as equações de predição encontradas no Capítulo 7 . O usuário deve considerar a população em teste e o erro padrão da equação associada. Os testes máximos requerem que os participantes se exercitem até seu ponto de fadiga voluntária, o que pode exigir supervisão médica, como detalhado no Capítulo 2 , e/ou equipamentos de emergência (ver Apêndice B ). Entretanto, o teste de esforço máximo oferece um aumento de sensibilidade do diagnóstico de DCV em indivíduos assintomáticos e fornece uma estimativa melhor da O2máx (ver a seção “Indicações e objetivos” no Capítulo 5 ). Além disso, o uso de um espirômetro de circuito aberto durante o teste de esforço máximo pode viabilizar a avaliação precisa do limiar anaeróbico/ventilatório e a medida direta de O2máx / O2pico . Os profissionais de Educação Física e das demais áreas da saúde recorrem comumente aos testes de esforço submáximo para medir a ACR porque nem sempre o teste de esforço máximo está disponível em um estabelecimento voltado ao condicionamento físico. O teste de esforço submáximo também é recomendado a pacientes estáveis 4 a 7 dias após o infarto do miocárdio (IM), para verificar a eficácia da terapia medicamentosa antes da liberação do paciente pelo hospital, entre outras indicações clínicas. 43 No ambiente hospitalar de condicionamento físico, o objetivo básico do teste de esforço submáximo é determinar a resposta da FC a uma ou mais taxas de trabalho submáximas e utilizar os resultados para predizer a O2máx . Embora o objetivo primário do teste tenha tradicionalmente sido a predição da O2máx por meio da relação entre FC e carga de trabalho, é importante obter índices adicionais da resposta do cliente ao exercício. O profissional deve utilizar várias medidas submáximas de FC, PA, carga de trabalho, percepção subjetiva do esforço (PSE) e outros índices subjetivos como informações valiosas a respeito da resposta funcional do indivíduo ao exercício. Esses dados podem ser utilizados para avaliar as respostas ao exercício submáximo ao longo do tempo em um ambiente controlado e determinar adequadamente a Ex Rx . A medida mais precisa da O2máx é alcançada pela resposta da FC aos testes de exercício submáximo se todos os princípios a seguir forem alcançados: • For obtida uma FC estável para cada taxa de trabalho do exercício • Existir uma relação linear entre FC e taxa de trabalho • A diferença entre as FC máximas real e prevista for mínima • A eficiência mecânica (i. e. , O2 em dada taxa de trabalho) for a mesma para todas as pessoas • O indivíduo não estiver usando medicamentos, utilizando altas doses de cafeína, sob carga de estresse excessiva ou em um ambiente com alta temperatura, uma vez que todas essas situações podem alterar a FC. Tipos de testeTipos de teste Os modos utilizados comumente para testes de esforço incluem esteiras, bicicletas ergométricas, degraus e testes de campo. O tipo do teste de esforço utilizado depende do ambiente, dos equipamentos disponíveis e do treinamento da equipe. Recomenda-se supervisão médica para indivíduos de alto risco, como detalhado no Capítulo 2 , independentemente do modo (ver Figura 2.4 e Tabela 2.3 ). Há vantagens e desvantagens em cada modalidade de teste de esforço, a saber: • Os testes de campo consistem em caminhar ou corrercerta distância ou um período predeterminados (i. e. , testes de caminhada/corrida de 12 min e 2,4 km, e o teste de caminhada de 1,6 km em 6 min). As vantagens do teste de campo são sua facilidade de administração a grande quantidade de indivíduos de uma só vez e a necessidade mínima de equipamentos (p. ex., um cronômetro). As desvantagens incluem o fato de alguns testes poderem ser máximos para alguns indivíduos, particularmente aqueles com pouca capacidade aeróbica, e que potencialmente podem não ter sua PA e FC monitoradas. O nível de motivação do indivíduo e a capacidade de regular o ritmo também podem exercer profundo impacto sobre os resultados dos testes. Esses testes de corrida externos podem ser inadequados para indivíduos sedentários ou com risco aumentado para complicações cardiovasculares e/ou musculoesqueléticas. Ainda assim, a O2máx pode ser estimada com base nos resultados do teste • As esteiras elétricas podem ser utilizadas para testes submáximos e máximos e são empregadas frequentemente para testes diagnósticos nos dias de hoje. 5 Essas fornecem um modo familiar de exercício e, se o protocolo correto for escolhido (i. e. , ajustes agressivos vs. conservativos na carga de trabalho), podem ser adequadas tanto para o indivíduo menos apto fisicamente como para os mais aptos por meio de um contínuo de velocidade entre caminhada e corrida. Todavia, pode ser necessária uma sessão de treinamento, em alguns casos, para a pessoa se habituar e reduzir a ansiedade. Por outro lado, as esteiras, em geral, são caras, não são facilmente transportáveis e potencialmente dificultam a obtenção de algumas medidas (p. ex., PA, ECG), principalmente quando o indivíduo está correndo. As esteiras devem ser calibradas de modo que garantam a precisão do teste. 76 Além disso, a prática de segurar nos apoios para as mãos deve ser desestimulada para garantir a precisão da carga de trabalho metabólico, particularmente quando a O2 está sendo estimada e não medida diretamente. O uso extensivo de apoios para as mãos frequentemente leva à superestimação significativa da O2 em comparação aos valores reais • Bicicletas ergométricas com freio mecânico também constituem uma modalidade de teste viável para as testagens submáxima e máxima e são utilizadas frequentemente para testes diagnósticos, particularmente em laboratórios europeus. 76 As vantagens desse modo de exercício incluem baixo custo do equipamento, sua transportabilidade e maior facilidade na obtenção das medidas de PA e ECG (se forem adequadas). As bicicletas ergométricas também fornecem uma modalidade de teste sem sustentação de peso em que as taxas de trabalho são facilmente ajustáveis em pequenos incrementos. A principal desvantagem é o fato de esse modo de exercício ser menos familiar para indivíduos nos EUA, resultando frequentemente em fadiga muscular localizada limitante e subestimação da O2 . A bicicleta ergométrica deve ser calibrada e o indivíduo deve manter uma frequência de pedaladas adequada porque a maior parte dos testes requer que a FC seja medida em taxas específicas de trabalho. 76 As bicicletas ergométricas eletrônicas podem fornecer a mesma taxa de trabalho por meio de um intervalo de frequência de pedaladas (i. e. , revoluções · min–1 , RPM); sua calibração, porém, pode requerer equipamentos especiais não disponíveis em alguns laboratórios. Algumas bicicletas eletrônicas para condicionamento não podem ser calibradas e não devem ser utilizadas para o teste • O teste de degrau é uma modalidade barata para a predição da ACR pela medida da resposta da FC à subida nos degraus a uma taxa fixa e/ou altura fixa do degrau, ou ainda pela medida da FC da recuperação após o exercício. Os testes de degrau requerem pouco ou nenhum equipamento, os degraus são facilmente transportáveis, a capacidade de realizar o teste exige pouca prática, o teste em geral tem duração curta e sua realização é vantajosa para testagem de massa. 22 , 72 A FC pós-exercício (de recuperação) diminui com o aumento da ACR, e os resultados do teste são fáceis de explicar aos participantes. 59 Podem ser necessários cuidados especiais para aqueles que tenham problemas de equilíbrio ou que sejam extremamente fora de forma. Alguns testes de degrau de um único estágio requerem um custo energético de 7 a 9 equivalentes metabólicos (MET), o que pode exceder a capacidade máxima do participante. 6 O protocolo escolhido, portanto, deve ser adequado ao nível de condicionamento físico do cliente. Além disso, complacência inadequada à cadência do degrau e fadiga excessiva no membro que inicia a passada podem levar a diminuição no valor do teste de degrau. A maior parte dos testes não monitora a FC e a PA durante a testagem por causa da dificuldade de medição desses fatores. Testes de campo Dois dos testes de caminhada/corrida (com base na preferência do indivíduo) mais amplamente utilizados para medir a ACR são o teste de 12 min de Cooper e o teste de 2,4 km por tempo. O objetivo do teste de 12 min é percorrer a maior distância nesse período, e o do teste de 2,4 km é correr essa distância no menor tempo. A O2máx pode ser estimada das equações apresentadas no Capítulo 7 . O Rockport One-Mile Fitness Walking Test (Teste de aptidão para caminhada de uma milha Rockport) é outro teste de campo bem reconhecido para a estimativa da ACR. Nesse teste, o indivíduo caminha 1,6 km o mais rápido possível, preferencialmente em uma pista ou em uma superfície plana e a FC é obtida no minuto final. Uma alternativa é medi-la por 10 s imediatamente após o final da caminhada de 1,6 km, mas isso pode superestimar a O2máx em comparação com a medição da FC durante a caminhada. A O2máx é estimada de uma equação de regressão encontrada no Capítulo 7 com base no peso, na idade, no gênero, no tempo de caminhada e na FC. 62 Além de predizer independentemente a morbidade e a mortalidade, 21 , 97 o teste de caminhada de 6 min tem sido utilizado para avaliar a ACR em idosos e em algumas populações clínicas (p. ex., indivíduos com ICC ou doença pulmonar). A American Thoracic Society (Sociedade Torácica Americana) publicou diretrizes sobre os procedimentos e a interpretação do teste de caminhada de 6 min. 8 Embora esse teste seja considerado submáximo, é possível que resulte em desempenho próximo ao máximo para aqueles com o nível de condicionamento físico baixo ou portadores de doenças. 57 Os clientes ou pacientes que completam menos de 300 m durante a caminhada de 6 min demonstraram uma sobrevivência a curto prazo menor se comparados aos que realizaram mais de 300 m. 16 Estão disponíveis várias equações com múltiplas variáveis para predizer o O2pico com base na caminhada de seis minutos; entretanto, a seguinte equação requer o mínimo de informação clínica (16): • O2pico = O2 mℓ · kg–1 · min– 1 = (0,02 × distância [m]) – (0,191 × idade [anos]) – (0,07 × peso [kg]) + (0,09 × altura [cm]) + (0,26 × PTP [×10–3 ]) + 2,45 Em que: m = distância em metros; kg = quilograma; cm = centímetros; PTP = produto da taxa de pressão (FC × PA sistólica [PAS] em mmHg) • Para a equação mencionada anteriormente: R² = 0,65 e EPE = 2,68 (R² = coeficiente de determinação; EPE = erro padrão da estimativa). Testes de exercício submáximo Estão disponíveis testes de exercício submáximo com um estágio ou mais para a estimativa da O2máx com base nas medidas de FC. A mensuração precisa da FC é crucial para a validação do teste. Embora a obtenção da FC por palpação seja comumente utilizada, a precisão desse método depende da experiência e da técnica do avaliador. Recomenda-se que seja utilizado um ECG, um monitor cardíaco ou um estetoscópio para determinar a FC. O uso de um monitor cardíaco de relativo baixo custo pode reduzir uma fonte significativa de erro no teste. A resposta submáxima de FC é facilmente alterada por uma série de fatores ambientais (p. ex., calor, umidade, ver Capítulo 8 ), dietéticos (p. ex., cafeína, tempo decorrido desde a última refeição) e comportamentais (p. ex., ansiedade, tabagismo, atividade físicaanterior). Essas variáveis devem ser controladas para a obtenção de uma estimativa válida que possa ser utilizada como um ponto de referência no programa de condicionamento individual. Além disso, o tipo de testagem (p. ex., bicicleta, esteira, degrau) deve ser compatível com a modalidade de exercício principal utilizada pelo participante para direcionar a especificidade dos assuntos relacionados com seu treinamento. São apresentados procedimentos padronizados para a testagem submáxima no Boxe 4.4 . Embora não haja protocolos submáximos específicos para o teste de esteira, podem ser utilizados vários estágios de qualquer protocolo de esteira encontrado no Capítulo 5 para verificar as respostas ao exercício submáximo. As instruções pré-teste de esforço são apresentadas no Capítulo 3 . 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. a. b. 11. Testes de bicicleta ergométricaTestes de bicicleta ergométrica O teste de bicicleta ergométrica de Astrand-Ryhming tem um único estágio que dura 6 min. 7 Para a população do estudo, esses pesquisadores observaram que a 50% da O2 , a FC média era de 128 e 138 batimentos · min –1 para homens e mulheres, respectivamente. Se uma mulher estava trabalhando a uma O2 de 1,5 ℓ · min–1 e sua FC era de 138 bpm, então sua O2máx era estimada em 3,0 ℓ · min–1 . A taxa de trabalho sugerida baseia-se no gênero e no estado de condicionamento do indivíduo da seguinte maneira: homens, não condicionados: 300 ou 600 kg · m · min–1 (50 ou 100 W) homens, condicionados: 600 ou 900 kg · m · min–1 (100 ou 150 W) mulheres, não condicionadas: 300 ou 450 kg · m · min–1 (50 ou 75 W) mulheres, condicionadas: 450 ou 600 kg · m · min–1 (75 ou 100 W) A frequência de pedaladas é ajustada a 50 rotações por minuto (RPM). O objetivo é obter valores de FC entre 125 e 170 batimentos · min– 1 com a FC sendo medida durante o quinto e o sexto minutos do trabalho. É utilizada, então, a média de duas FC para a estimativa da O2má x com base em um nomograma (Figura 4.1 ). Esse valor deve, em seguida, ser ajustado pela idade, pois a FCmáx diminui com a idade, por meio da multiplicação do valor de O2má x pelos seguintes fatores de correção: 6 Idade Fator de correção 15 1,10 25 1,00 35 0,87 40 0,83 45 0,78 50 0,75 55 0,71 60 0,68 65 0,65 Boxe 4.4 Procedimentos gerais para a testagem submáxima da aptidão cardiorrespiratória. Obtenha a FC e a PA de repouso imediatamente antes do exercício na postura do exercício O cliente deve estar familiarizado com o aparelho. Se for utilizada uma bicicleta ergométrica, posicione adequadamente o cliente sobre ela (i. e. , postura ereta, cerca de 25° de flexão do joelho na extensão máxima da perna e as mãos em posição adequada sobre os apoios) 81 - 83 O teste de esforço deve começar com um aquecimento de 2 a 3 min para acostumar o cliente à bicicleta e prepará-lo para a intensidade do exercício no primeiro estágio do teste Um protocolo específico deve consistir em estágios de 2 ou 3 min com incrementos adequados na taxa de trabalho A FC deve ser monitorada pelo menos duas vezes durante cada estágio, próximo ao final do segundo e do terceiro minutos de cada estágio. Se a FC for > 110 batimentos · min–1, deve ser alcançada uma FC estável (i. e., duas FC dentro de cinco batimentos · min–1 ) antes de a carga de trabalho ser aumentada A PA deve ser monitorada no último minuto de cada estágio e repetida (verificada) na eventualidade de uma resposta hipotensiva ou hipertensiva A PSE (utilizando a categoria Borg ou uma escala de categoria–razão [ver Tabela 4.7 ]) e outras escalas de classificação devem ser monitoradas perto do fim do último minuto de cada estágio A aparência e os sintomas do cliente devem ser monitorados e registrados regularmente O teste deve terminar quando o indivíduo alcançar 70% da reserva de frequência cardíaca (85% da FCmáx prevista para a idade), se ele não conseguir se adaptar ao protocolo do teste de esforço, sentir sinais ou sintomas adversos, pedir para parar ou manifestar uma situação de emergência Deve ser iniciado um período adequado de esfriamento/recuperação consistindo em: continuação do exercício em uma taxa de trabalho equivalente a/menor que a do primeiro estágio do protocolo do teste de esforço ou esfriamento passivo se o indivíduo demonstrar sinais de desconforto ou se ocorrer qualquer situação de emergência Todas as observações fisiológicas (p. ex., FC, PA, sinais e sintomas) devem prosseguir por, no mínimo, 5 min de recuperação, a menos que ocorram respostas anormais, o que garantiria um período de acompanhamento pós-teste maior. Continue com o exercício em nível baixo até que a FC e a PA se estabilizem, mas não necessariamente até que alcancem os níveis pré-exercício. PA = pressão arterial; FC = frequência cardíaca; FCmáx = frequência cardíaca máxima; PSE = percepção subjetiva do esforço. Ao contrário do teste de Astrand-Ryhming de bicicleta ergométrica e único estágio, Maritz et al. 71 mediram a FC em uma série de taxas de trabalho submáximo e extrapolaram a resposta para a FCmáx prevista para a idade do indivíduo. Esse método multiestágio é uma técnica de avaliação bem conhecida para a estimativa da O2máx , e o teste da YMCA (Associação Cristã de Moços – ACM) é um bom exemplo. 111 O protocolo YMCA utiliza entre dois e quatro estágios de 3 min de exercício contínuo (Figura 4.2 ). O teste é projetado para aumentar a FC estável do indivíduo até 110 batimentos · min–1 e 70% da reserva da frequência cardíaca (RFC) (ou 85% da FCmáx prevista para a idade) por, no mínimo, dois estágios consecutivos. É importante lembrar que devem ser obtidas duas medidas consecutivas de FC dentro desse estágio para a predição da O2máx . Tabela 4.7 Escala de Borg da percepção subjetiva do esforço. 6 Nenhum esforço 7 Extremamente leve 8 9 Muito leve 10 11 Leve 12 13 Ligeiramente forte 14 15 Forte (pesado) 16 17 Muito pesado 18 19 Extremamente pesado 20 Esforço máximo De Borg. 13 © Gunnar Borg. Reproduzida com autorização. A escala com instruções corretas pode ser obtida de Borg Perception, Radisvagen 124, 16573 Hasselby, Suécia. Acessar também www.borgperception.se/index.html. No protocolo YMCA, cada taxa de trabalho é realizada por, pelo menos, 3 min e a FC é medida durante os 15 e 30 s finais do segundo e do terceiro minutos. A taxa de trabalho deve ser mantida por mais 1 min se duas FC variarem mais de cinco batimentos por minuto entre si. O administrador do teste deve reconhecer o erro associado à FCmáx prevista para a idade e monitorar o indivíduo ao longo do teste para garantir que ele permaneça submáximo. A FC obtida durante o último minuto de cada estágio estável é plotada em relação à taxa de trabalho. A linha resultante dos pontos plotados é, em seguida, extrapolada para a FCmáx prevista para a idade (p. ex., 220 – idade), e é desenhada uma linha perpendicular ao eixo x para estimar a taxa de trabalho que teria sido alcançada se o indivíduo tivesse trabalhado no máximo (ver Figura 4.3 ). As duas linhas marcadas como ± 1 desvio padrão (DP) na Figura 4.3 mostram qual seria a O2máx estimada se a FCmáx do indivíduo fosse de 168 ou de 192 batimentos · min–1 e não de 180 batimentos · min–1 . Parte do erro envolvido na estimativa da O2máx com base em respostas submáximas de FC ocorre porque a fórmula “220 – idade” tem um DP de ± 12 batimentos · min–1 e pode fornecer apenas uma estimativa da FCmáx . 106 Além disso, podem ser atribuídos erros a uma cadência de pedalada imprecisa (carga de trabalho) e ao alcance também preciso da FC estável. A Tabela 4.8 fornece valores normativos para a O2máx estimada da taxa de trabalho no teste submáximo da YMCA em bicicleta ergométrica com referência específica à idade e ao gênero. 111 A O2máx também pode ser estimada com base na taxa de trabalho utilizando a fórmula constante no Capítulo 7 (ver Tabela 7.3 ). Essa equação é válida para a estimativa da O2 em cargas de trabalho estáveis submáximas (de 300 a 1.200 kg · m · min–1 ) (49,0 W a196,1 W); portanto, deve-se ter cuidado com a extrapolação de cargas de trabalho fora dessa faixa. http://www.borgperception.se/index.html ■ Figura 4.1 Nomograma de Astrand-Ryhming modificado. Utilizada com permissão de Astrand e Ryhming. 7 ■ Figura 4.2 Protocolo YMCA de bicicleta ergométrica. Os padrões de resistência mostrados aqui são adequados para uma bicicleta com circunferência de 6 m · rev–1 . 111 Testes de esteiraTestes de esteira A principal modalidade de exercício para o teste de esforço submáximo tem sido tradicionalmente a bicicleta ergométrica, embora as esteiras sejam utilizadas em muitos estabelecimentos. É utilizado o mesmo ponto final (70% da FCR ou 85% da FCmáx prevista para a idade), e os estágios do teste devem durar 3 min ou mais para garantir uma resposta estável de FC em cada estágio. Os valores de FC são extrapolados para a FCmáx prevista para a idade, e a O2máx é estimada utilizando a fórmula do Capítulo 7 com base na maior velocidade e/ou inclinação que teria sido alcançada se o indivíduo tivesse trabalhado até o máximo. Os protocolos de esteira mais comuns apresentados no Capítulo 5 podem ser utilizados, porém a duração de cada estágio deve ter um mínimo de 3 min. Testes de degrauTestes de degrau Os testes de degrau também são empregados para estimar a O2máx . Astrand e Ryhming 7 utilizaram um degrau de altura fixa de 33 cm para mulheres e de 40 cm para homens a uma taxa de 22,5 degraus · min–1 . Esses testes requerem O2 de cerca de 25,8 e de 29,5 mℓ · kg–1 · min–1 , respectivamente. A FC é medida do mesmo modo descrito para o teste de bicicleta e a O2máx é estimada com o nomograma (Figura 4.1 ). Por sua vez, Maritz et al. 71 fizeram uso de um degrau de altura fixa de 30,5 cm e quatro taxas de degrau para aumentar sistematicamente a taxa de trabalho. Uma FC estável é medida para cada taxa de degrau, e a linha formada dos valores de FC é extrapolada para a FCmáx prevista para a idade. A taxa de trabalho máxima é determinada como descrito para o teste da YMCA em bicicleta. A O2máx pode ser estimada com a fórmula de degrau do Capítulo 7 . Esses testes de degrau devem ser modificados para se adaptarem à população em teste. O Canadian Home Fitness Test (Teste de Condicionamento Físico Caseiro Canadense) demonstrou que esse tipo de teste pode ser realizado em grande escala e com baixo custo. 99 ■ Figura 4.3 Resposta de frequência cardíaca a três taxas de trabalho submáximas para uma mulher sedentária com 40 anos de idade e pesando 64 kg. A O2má x foi estimada extrapolando a resposta da frequência cardíaca (FC) para a FCmáx de 180 batimentos · min–1 prevista para a idade (com base em 220 – idade). A taxa de trabalho que teria sido alcançada naquela FC foi determinada desenhando uma linha partindo daquele valor de FC até o eixo x. A O2má x estimada utilizando a fórmula do Capítulo 7 e expressa em ℓ · min–1 foi de 2,2 ℓ · min–1 . As outras duas linhas estimam qual seria a O2má x se a FCmáx verdadeira do indivíduo fosse de ± 1 desvio padrão (DP) com base no valor de 180 batimentos · min–1 . Em vez de estimar a O2máx partindo de respostas de FC para várias taxas de trabalho submáximo, foram desenvolvidos vários testes de degrau para categorizar a ACR com base na FC de recuperação do indivíduo após um teste padrão de degrau. Um bom exemplo é o teste da YMCA de 3 min em degrau, que utiliza altura de 30,5 cm com taxa de 24 degraus · min–1 ( O2 estimada de 25,8 mℓ · kg–1 · min–1 ). Após o teste ser finalizado, o indivíduo imediatamente se senta e a FC é medida por um minuto. A contagem deve começar até 5 s após o término do exercício. Os valores de FC são utilizados para obter uma classificação de condicionamento qualitativo fundamentado em tabelas normativas publicadas. 111 Sequência de testes cardiorrespiratórios e medidasSequência de testes cardiorrespiratórios e medidas Pelo menos a FC, a PA e os sintomas subjetivos ( i. e. , PSE, dispneia e angina) devem ser medidos durante os testes de esforço. Após o processo de triagem inicial, devem ser obtidas medidas de base selecionadas antes do início do teste de esforço. A realização de um ECG de repouso antes do teste de esforço requer profissionais treinados disponíveis para a interpretação do ECG e para fornecer orientação médica. Se não estiver sendo realizado um teste diagnóstico, um ECG não é considerado necessário. A sequência das medidas é apresentada na Tabela 5.2 . Tabela 4.8 Categorias de condicionamento para a estimativa de O2máx com base no teste submáximo da YMCA em bicicleta ergométrica, por idade e gênero. Normas para O2máx (mℓ/kg) – HOMENS Idade (anos) % Classificação 18 a 25 26 a 35 36 a 45 46 a 55 56 a 65 Acima de 65 100 Excelente 100 95 90 83 65 53 95 75 66 61 55 50 42 90 65 60 55 49 43 38 85 Bom 60 55 49 45 40 34 80 56 52 47 43 38 33 75 53 50 45 40 37 32 70 Acima da média 50 48 43 39 35 31 65 49 45 41 38 34 30 60 48 44 40 36 33 29 55 Médio 45 42 38 35 32 28 50 44 40 37 33 31 27 45 43 39 36 32 30 26 40 Abaixo da média 42 38 35 31 28 25 35 39 37 33 30 27 24 30 38 34 31 29 26 23 25 Ruim 36 33 30 27 25 22 20 35 32 29 26 23 21 15 32 30 27 25 22 20 10 Muito ruim 30 27 24 24 21 18 5 26 24 21 20 18 16 0 20 15 14 13 12 10 Normas para O2máx (mℓ/kg) – MULHERES Idade (anos) % Classificação 18 a 25 26 a 35 36 a 45 46 a 55 56 a 65 Acima de 65 100 Excelente 95 95 75 72 58 55 95 69 65 56 51 44 48 90 59 58 50 45 40 34 85 Bom 56 53 46 41 36 31 80 52 51 44 39 35 30 75 50 48 42 36 33 29 70 47 45 41 35 32 28 65 Acima da média 45 44 38 34 31 27 60 44 43 37 32 30 26 55 Médio 42 41 36 31 28 25 50 40 40 34 30 27 24 45 39 37 33 29 26 23 40 Abaixo da média 38 36 32 28 25 22 35 37 35 30 27 24 21 30 35 34 29 26 23 20 25 Ruim 33 32 28 25 22 19 20 32 30 26 23 20 18 15 20 28 25 22 19 17 10 Muito ruim 27 25 24 20 18 16 5 24 22 20 18 15 14 0 15 14 12 11 10 10 Adaptada com permissão da YMCA of the USA. 111 © 2000 by YMCA of the USA, Chicago. Todos os direitos reservados. A FC pode ser determinada utilizando-se várias técnicas, incluindo palpação do pulso radial, auscultação com um estetoscópio ou com o uso de monitores de FC. A técnica de palpação do pulso envolve “sentir” o pulso colocando o segundo e o terceiro dedos ( i. e. , dedos indicador e médio) mais comumente sobre a artéria radial, localizada no pulso próxima ao local do polegar. O pulso é, em geral, contado por 15 s e, em seguida, multiplicado por quatro, para determinar a FC por um minuto. Para o método de auscultação, o diafragma do estetoscópio deve ser colocado à esquerda do esterno, logo acima do nível do mamilo. O método de auscultação é mais preciso quando os sons cardíacos são claramente audíveis e o torso do indivíduo é relativamente estável. Foi comprovado que os monitores telemétricos de FC utilizando eletrodos sobre o peito ou radiotelemetria são precisos e confiáveis, desde que não haja interferência elétrica exterior (p. ex., emissões com base em telas de equipamentos computadorizados de exercícios). 66 Muitas bicicletas e esteiras eletrônicas têm monitoramento telemétrico da FC acoplada ao equipamento. A PA deve ser medida no nível do coração com o braço do indivíduo relaxado e sem segurar os apoios para as mãos da esteira ou da bicicleta ergométrica. Para ajudar a garantir leituras precisas, é importante o uso de uma braçadeira de tamanho apropriado. A braçadeira do aparelho deve envolver pelo menos 80% do braço do indivíduo. Se o braço for grande, uma braçadeira de tamanho adulto normal será muito pequena, resultando assim em leitura erroneamente elevada; enquanto, se a braçadeira for muito grande para o braço do indivíduo, a leitura resultante será erroneamente baixa. As medidas de PA devem ser realizadas com um esfigmomanômetro aneroide recentemente calibrado. As medidas de PA sistólica (PAS) e diastólica (PAD) podem ser utilizadas como indicadores para a interrupção do teste de esforço (ver a próxima seção do Capítulo 4 ). Para a obtenção demedidas precisas de PA durante o exercício, siga as diretrizes encontradas no Capítulo 3 (ver Boxe 3.4 ) para a PA de repouso; entretanto, a PA deverá ser obtida na posição do exercício. Se for utilizado um sistema automático de aferição da PA durante o teste de esforço, devem ser realizadas calibrações rotineiras com medidas manuais de PA para confirmar a precisão das leituras automatizadas. 76 A PSE pode ser um indicador valioso para o monitoramento da tolerância de um indivíduo ao exercício. Embora a PSE se relacione com a FC do exercício e com as taxas de trabalho, a grande variabilidade individual de PSE em pessoas saudáveis, bem como em populações de pacientes, indica cuidado na aplicação universal das escalas de PSE. 109 A escala de PSE de Borg foi desenvolvida para possibilitar que o avaliado classifique subjetivamente suas sensações durante o exercício, levando em consideração os níveis de condicionamento físico pessoais e os níveis de fadiga. 77 As classificações podem ser influenciadas por fatores psicológicos, estados de humor, condições ambientais, 13 modalidades de exercício e idade, reduzindo sua utilidade. 93 Atualmente, duas escalas de PSE são amplamente utilizadas: (a) a escala original de Borg ou de categoria, que classifica a intensidade de exercício de 6 até 20 (Tabela 4.7 ); e (b) a escala de taxa de categoria de 0 a 10. Ambas as escalas de PSE são ferramentas subjetivas adequadas. 13 , 43 Durante o teste de esforço, a PSE também pode ser utilizada para sinalizar fadiga iminente. Aparentemente, os indivíduos saudáveis alcançam seu limite subjetivo de fadiga em uma PSE de 18 ou 19 (muito, muito pesado) na escala de categoria de Borg ou 9 a 10 (muito, muito forte) na escala de categoria-razão; portanto, a PSE pode ser utilizada para monitorar o progresso até o esforço máximo durante o teste de esforço. 75 Também é importante a quantificação subjetiva do desenvolvimento de dispneia e/ou angina durante o exercício. Particularmente, a limitação do exercício pela dispneia e não por outros sintomas subjetivos parece indicar um risco maior para futuros eventos adversos. 2 , 12 Estão disponíveis quatro escalas de nível para dispneia e angina percebidas durante o exercício nas declarações científicas atuais da AAC sobre as recomendações para os laboratórios de exercício clínico. 76 Critérios de encerramento do testeCritérios de encerramento do teste O teste de esforço progressivo (TEP), seja ele máximo ou submáximo, é um procedimento seguro quando as diretrizes de triagem e testagem destacadas no Capítulo 2 são seguidas. Ocasionalmente, por motivos de segurança, o teste pode precisar ser interrompido antes de o indivíduo alcançar uma medida de O2máx / O2pico , fadiga voluntária ou um ponto final predeterminado (i. e. , 50 a 70% da FCR ou 70 a 85% da FCmáx • • • • • • • • • • prevista para a idade). Por causa da variação individual na FCmáx , o limite superior de 85% da FCmáx estimada pode resultar em esforço máximo para alguns indivíduos e submáximo para outros. Indicações genéricas – aquelas que não contam com a participação de um médico ou com o monitoramento de ECG – para a interrupção de um teste de esforço são destacadas no Boxe 4.5 . Critérios de interrupção mais específicos para testes clínicos ou diagnósticos são fornecidos no Capítulo 5 . Interpretação dos resultadosInterpretação dos resultados A Tabela 4.9 fornece valores normativos para O2máx (em mℓ · kg–1 · min–1 ) estimados para a velocidade e a angulação da esteira com referência específica à idade e ao gênero. Pesquisas sugerem que uma O2máx abaixo do 20o percentil para idade e gênero, que frequentemente indica um estilo de vida sedentário, está associada a um aumento no risco de morte com base em todas as causas. 10 Várias equações de regressão para a estimativa da ACR de acordo com idade e gênero também estão disponíveis. Essas equações produzem um único valor de capacidade aeróbica esperada para comparação com uma resposta medida e não os percentis. Entre as equações de regressão disponíveis, pesquisas revelam que as fórmulas de predição derivadas da coorte Veterans Affairs (MET previstos = 18 – 0,15 × idade) e do projeto St. James Take Heart (MET previstos = 14,7 – 0,13 × idade) podem fornecer informação prognóstica melhor para homens e mulheres, respectivamente. 61 Boxe 4.5 Indicações genéricas para a interrupção de um teste de esforço. a Início de angina ou de sintomas semelhantes à angina Queda na PAS ≥ 10 mmHg com aumento da taxa de trabalho ou se a PAS cair abaixo do valor obtido na mesma posição antes da testagem Aumento excessivo na PA: pressão sistólica > 250 mmHg e/ou pressão diastólica > 115 mmHg Encurtamento na respiração, respiração ofegante, cãibras nas pernas ou claudicação Sinais de baixa perfusão: tontura, confusão, ataxia, palidez, cianose, náuseas ou pele fria e úmida Incapacidade de aumento da FC com a elevação da intensidade do exercício Mudança notável no ritmo cardíaco por palpação ou auscultação O indivíduo pede para parar Manifestações físicas ou verbais de fadiga grave Problemas no equipamento de testagem a Considerando que a testagem não é diagnóstica e está sendo realizada sem o envolvimento direto de um médico ou monitoramento por ECG. Para os testes clínicos, o Boxe 5.2 fornece critérios de interrupção mais definitivos e específicos. ECG = eletrocardiograma; FC = frequência cardíaca; PA = pressão arterial; PAS = pressão arterial sistólica. Tabela 4.9 Categorias de condicionamento para a potência aeróbica máxima em homens e mulheres por idade. HOMENS Idade 20 a 29 Idade 30 a 39 % Teste de Balke em esteira (tempo) O2máx (mℓ/kg/min) Corrida de 12 min (km) Corrida de 2,4 km (tempo) Teste de Balke em esteira (tempo) O2máx (mℓ/kg/min) Corrida de 12 min (km) Corrida de 2,4 km (tempo) 99 Superior 31:30 60,5 3,20 8:29 30:00 58,3 3,10 8:49 95 28:05 55,5 2,98 9:17 27:03 54,1 2,91 9:33 90 Excelente 27:00 54,0 2,90 9:34 25:25 51,7 2,80 10:01 85 25:30 51,8 2,80 10:00 24:13 50,0 2,72 10:24 80 25:00 51,1 2,77 10:09 23:06 48,3 2,66 10:46 75 Bom 23:13 48,5 2,66 10:43 22:10 47,0 2,59 11:06 70 22:30 47,5 2,61 10:59 21:30 46,0 2,54 11:22 65 22:00 46,8 2,58 11:10 21:00 45,3 2,51 11:33 60 21:10 45,6 2,53 11:29 20:09 44,1 2,46 11:54 55 Razoável 21:40 44,8 2,50 11:41 20:00 43,9 2,45 11:58 50 20:00 43,9 2,45 11:58 19:00 42,4 2,38 12:24 45 19:08 42,6 2,40 12:20 18:07 41,2 2,34 12:50 40 18:30 41,7 2,35 12:38 17:49 40,7 2,30 12:58 35 Ruim 18:00 41,0 2,32 12:53 17:00 39,5 2,26 13:24 30 17:17 39,9 2,27 13:15 16:24 38,7 2,22 13:44 25 16:38 39,0 2,24 13:36 15:46 37,8 2,18 14:05 20 15:56 38,0 2,19 14:00 15:00 36,7 2,13 14:34 15 Muito ruim 15:00 36,7 2,13 14:34 14:02 35,2 2,06 15:13 10 13:37 34,7 2,05 15:30 13:00 33,8 2,00 15:57 5 11:38 31,8 1,92 17:04 11:15 31,2 1,89 17:25 1 8:00 26,5 1,68 20:58 8:00 26,5 1,68 20:58 n = 2.328 n = 12.730 n total = 15.058 Idade 40 a 49 Idade 50 a 59 % Teste de Balke em esteira (tempo) O2máx (mℓ/kg/min) Corrida de 12 min (km) Corrida de 2,4 km (tempo) Teste de Balke em esteira (tempo) O2máx (mℓ/kg/min) Corrida de 12 min (km) Corrida de 2,4 km (tempo) 99 Superior 28:30 56,1 2,99 9:10 27:00 54,0 2,90 9:34 95 26:00 52,5 2,83 9:51 23:32 49,0 2,69 10:37 90 Excelente 24:00 49,6 2,70 10:28 22:00 46,8 2,58 11:10 85 23:00 48,2 2,64 10:48 20:30 44,6 2,48 11:45 80 21:45 46,4 2,56 11:15 19:37 43,3 2,43 12:08 75 Bom 20:42 44,9 2,50 11:40 18:35 41,8 2,37 12:36 70 20:01 43,9 2,45 11:58 18:00 41,0 2,32 12:53 65 19:30 43,1 2,42 12:11 17:08 39,7 2,27 13:20 60 19:00 42,4 2,38 12:24 16:39 39,0 2,24 13:35 55 Razoável 18:00 41,0 2,32 12:53 16:00 38,1 2,19 13:58 50 17:22 40,1 2,29 13:12 15:18 37,1 2,14 14:23 45 17:00 39,5 2,26 13:24 15:00 36,7 2,13 14:34 40 16:14 38,4 2,21 13:50 14:12 35,5 2,08 15:06 35 Ruim 15:38 37,6 2,18 14:11 13:43 34,8 2,05 15:26 30 15:00 36,7 2,13 14:34 13:00 33,8 2,00 15:58 25 14:30 35,9 2,10 14:53 12:21 32,8 1,97 16:28 20 13:45 34,8 2,88 15:24 11:45 32,0 1,92 16:5815 Muito ruim 13:00 33,8 2,00 15:58 11:00 30,9 1,87 17:38 10 12:00 32,3 1,94 16:46 10:00 29,4 1,81 18:37 5 10:01 29,4 1,81 18:48 8:15 26,9 1,70 20:38 1 7:00 25,1 1,62 22:22 5:25 22,8 1,52 25:00 n = 18.104 n = 10.627 n total = 28.731 Idade 60 a 69 Idade 70 a 79 % Teste de Balke em esteira (tempo) O2máx (mℓ/kg/min) Corrida de 12 min (km) Corrida de 2,4 km (tempo) Teste de Balke em esteira (tempo) O2máx (mℓ/kg/min) Corrida de 12 min (km) Corrida de 2,4 km (tempo) 99 Superior 25:00 51,1 2,77 10:09 24:00 49,6 2,70 10:28 95 21:18 45,7 2,54 11:26 20:00 43,9 2,45 11:58 90 Excelente 19:10 42,7 2,40 12:20 17:00 39,5 2,26 13:24 85 18:01 41,0 2,32 12:53 16:00 38,1 2,19 13:58 80 17:01 39,6 2,26 13:23 15:00 36,7 2,13 14:34 75 Bom 16:09 38,3 2,21 13:52 14:01 35,2 2,06 15:14 70 15:30 37,4 2,16 14:16 13:05 33,9 2,02 15:54 65 15:00 36,7 2,13 14:34 12:32 33,1 1,97 16:19 60 14:15 35,6 2,08 15:04 12:03 32,4 1,94 16:43 55 Razoável 13:47 34,9 2,05 15:23 11:29 31,6 1,90 17:12 50 13:02 33,8 2,00 15:56 11:00 30,9 1,87 17:38 45 12:30 33,0 1,97 16:21 10:26 30,1 1,84 18:11 40 12:00 32,3 1,94 16:46 10:00 29,4 1,81 18:38 35 Ruim 11:30 31,6 1,90 17:11 9:17 28,4 1,76 19:24 30 10:57 30,8 1,87 17:41 9:00 28,0 1,74 19:43 25 10:04 29,5 1,81 18:33 8:17 26,9 1,70 20:36 20 9:30 28,7 1,78 19:10 7:24 25,7 1,65 21:47 15 Muito ruim 8:30 27,3 1,71 20:19 6:40 24,6 1,60 22:52 10 7:21 25,6 1,65 21:51 5:31 23,0 1,52 24:49 5 5:57 23,6 1,55 24:03 4:00 20,8 1,42 27:58 1 3:16 19,7 1,38 29:47 2:15 18,2 1,31 32:46 n = 2.971 n = 417 n total = 3.388 MULHERES Idade 20 a 29 Idade 30 a 39 % Teste de Balke em esteira (tempo) O2máx (mℓ/kg/min) Corrida de 12 min (km) Corrida de 2,4 km (tempo) Teste de Balke em esteira (tempo) O2máx (mℓ/kg/min) Corrida de 12 min (km) Corrida de 2,4 km (tempo) 99 Superior 27:23 54,5 2,93 9:30 25:37 52,0 2,82 9:58 95 24:00 49,6 2,70 10:28 22:26 47,4 2,61 11:00 90 Excelente 22:00 46,8 2,58 11:10 21:00 45,3 2,51 11:33 85 21:00 45,3 2,51 11:33 20:00 43,9 2,45 11:58 80 20:01 43,9 2,45 11:58 19:00 42,4 2,38 12:24 75 Bom 19:00 42,4 2,38 12:24 18:02 41,0 2,32 12:53 70 18:04 41,0 2,34 12:51 17:01 39,6 2,26 13:24 65 18:00 41,0 2,32 12:53 16:18 38,5 2,21 13:47 60 17:00 39,5 2,26 13:24 15:43 37,7 2,18 14:08 55 Razoável 16:17 38,5 2,21 13:48 15:10 36,9 2,14 14:28 50 15:50 37,8 2,19 14:04 15:00 36,7 2,13 14:34 45 15:00 36,7 2,13 14:34 14:00 35,2 2,06 15:14 40 14:36 36,1 2,11 14:50 13:20 34,2 2,03 15:43 35 Ruim 14:00 35,2 2,06 15:14 13:00 33,8 2,00 15:58 30 13:15 34,1 2,02 15:46 12:03 32,4 1,94 16:42 25 12:30 33,0 1,97 16:21 11:47 32,0 1,92 16:56 20 12:00 32,3 1,94 16:46 11:00 30,9 1,87 17:38 15 Muito ruim 11:01 30,9 1,87 17:38 10:00 29,4 1,81 18:37 10 10:04 29,5 1,81 18:33 9:00 28,0 1,74 19:43 5 8:43 27,6 1,73 20:03 7:33 25,9 1,65 21:34 1 6:00 23,7 1,55 23:58 5:27 22,9 1,52 24:56 n = 1.280 n = 4.257 n total = 5.537 Idade 40 a 49 Idade 50 a 59 % Teste de Balke em esteira (tempo) O2máx (mℓ/kg/min) Corrida de 12 min (km) Corrida de 2,4 km (tempo) Teste de Balke em esteira (tempo) O2máx (mℓ/kg/min) Corrida de 12 min (km) Corrida de 2,4 km (tempo) 99 Superior 25:00 51,1 2,77 10:09 21:31 46,1 2,54 11:20 95 21:00 45,3 2,51 11:33 18:01 41,0 2,32 12:53 90 Excelente 19:30 43,1 2,42 12:11 16:30 38,8 2,22 13:40 85 18:02 41,0 2,32 12:53 15:16 37,0 2,14 14:24 80 17:02 39,6 2,26 13:23 15:00 36,7 2,13 14:34 75 Bom 16:22 38,6 2,22 13:45 14:02 35,2 2,06 15:13 70 16:00 38,1 2,19 13:58 13:20 34,2 2,03 15:43 65 15:01 36,7 2,13 14:34 12:40 33,3 1,98 16:13 60 14:30 35,9 2,10 14:53 12:13 32,6 1,95 16:35 55 Razoável 14:01 35,2 2,06 15:13 12:00 32,3 1,94 16:46 50 13:32 34,5 2,03 15:34 11:21 31,4 1,90 17:19 45 13:00 33,8 2,00 15:58 11:00 30,9 1,87 17:38 40 12:18 32,8 1,95 16:31 10:19 29,9 1,82 18:18 35 Ruim 12:00 32,3 1,94 16:46 10:00 29,4 1,81 18:37 30 11:10 31,1 1,89 17:29 9:30 28,7 1,78 19:10 25 10:32 30,2 1,84 18:05 9:00 28,0 1,74 19:43 20 10:00 29,4 1,81 18:37 8:10 26,8 1,70 20:44 15 Muito ruim 9:07 28,2 1,76 19:35 7:30 25,8 1,65 21:38 10 8:04 26,6 1,68 20:52 6:40 24,6 1,60 22:52 5 7:00 25,1 1,62 22:22 5:33 23,0 1,52 24:46 1 5:00 22,2 1,49 25:49 3:31 20,1 1,39 29:09 n = 5.908 n = 3.923 n total = 9.831 Idade 60 a 69 Idade 70 a 79 % Teste de Balke em esteira (tempo) O2máx (mℓ/kg/min) Corrida de 12 min (km) Corrida de 2,4 km (tempo) Teste de Balke em esteira (tempo) O2máx (mℓ/kg/min) Corrida de 12 min (km) Corrida de 2,4 km (tempo) 99 Superior 19:00 42,4 2,38 12:24 19:00 42,4 2,38 12:24 95 15:46 37,8 2,18 14:05 15:21 37,2 2,16 14:21 90 Excelente 14:30 35,9 2,10 14:53 12:06 32,5 1,95 16:40 85 13:17 34,2 2,02 15:45 12:00 32,3 1,94 16:46 80 12:15 32,7 1,95 16:33 10:47 30,6 1,86 17:51 75 Bom 12:00 32,3 1,94 16:46 10:16 29,8 1,82 18:21 70 11:09 31,1 1,89 17:30 10:01 29,4 1,81 18:37 65 11:00 30,9 1,87 17:38 10:00 29,4 1,81 18:37 60 10:10 29,7 1,82 18:27 9:06 28,1 1,76 19:36 55 Razoável 10:00 29,4 1,81 18:37 9:00 28,0 1,74 19:43 50 9:35 28,8 1,79 19:04 8:44 27,6 1,73 20:02 45 9:07 28,2 1,76 19:35 8:05 26,7 1,68 20:52 40 8:33 27,3 1,71 20:16 7:35 25,9 1,65 21:31 35 Ruim 8:04 26,6 1,68 20:52 7:07 25,3 1,63 22:07 30 7:32 25,9 1,65 21:36 6:44 24,7 1,60 22:46 25 7:01 25,1 1,62 22:21 6:23 24,2 1,58 23:20 20 6:39 24,6 1,60 22:52 5:55 23,5 1,55 24:06 15 Muito ruim 6:12 23,9 1,57 23:37 5:00 22,2 1,49 25:49 10 5:32 23,0 1,52 24:48 4:30 21,5 1,46 26:51 5 4:45 21,8 1,47 26:19 3:12 19,6 1,38 30:00 1 3:07 19,5 1,38 30:12 1:17 16,8 1,25 36:13 n = 1.131 n = 155 n total = 1.286 Adaptada com permissão de Physical Fitness Assessments and Norms for Adults and Law Enforcement . The Cooper Institute, Dallas, Texas. 2009. Para obter mais informações, acesse www.cooperinstitute.org. Embora o percentual de capacidade aeróbica esperada pareça ser prognóstico (i. e. , menor percentual previsto = prognóstico muito ruim), a idade do indivíduo tem uma influência significativa sobre as características preditivas em homens e em mulheres. Especificamente, em indivíduos mais jovens (cerca de 40 a 60 anos), o percentual de capacidade aeróbica esperada pode cair abaixo de 60 a 70% antes de indicar um prognóstico ruim, e, depois disso, o aumento no risco de mortalidade se torna mais acentuado. Em indivíduos mais velhos (> 60 anos), parece haver uma relação mais linear entre o percentual de capacidade aeróbica esperada e o risco de mortalidade ao longo de uma faixa de valores potenciais e não de um limiar único. Comparando o estado de condicionamento físico de qualquer indivíduo com as normas publicadas, a precisão da classificação depende das semelhanças entre as populações e a metodologia (p. ex., O2máx medida vs . estimada, máxima vs . submáxima). Embora o teste de esforço submáximo não seja tão preciso quanto o teste máximo, ele fornece um retrato geral do estado de condicionamento físico de um indivíduo com baixo custo, potencialmente reduz o risco de eventos adversos e requer menos tempo e esforço por parte do participante. Alguns dos requisitos inerentes a um teste submáximo são mais facilmente alcançados (p. ex., a FC estável pode ser verificada), enquanto outros (p. ex., estimativa da FCmáx ) apresentam erros desconhecidos para a predição da O2máx . Se um indivíduo é submetido a testes de esforço submáximo repetidos por um período de semanas ou meses e a resposta da FC a uma taxa de trabalho fixa diminui com o passar do tempo, é provável que a ACR do indivíduo tenha melhorado, independentemente da precisão da predição da O2máx . Apesar das diferenças na precisão e na metodologia dos testes, praticamente todas as avaliações podem estabelecer uma linha de base para ser utilizada para a avaliação do progresso relativo. Força e resistência muscular localizada Força e resistência muscular localizada (RML) são componentes do condicionamento relacionado com a saúde que podem melhorar ou manter: 110 • A massa óssea, que está associada à osteoporose • A tolerância àglicose, que é pertinente tanto para o estado pré-diabético quanto para o diabético • A integridade musculotendínea, que está vinculada a diminuição no risco de lesão, incluindo dores lombares • A capacidade de realizar atividades cotidianas, que está ligada à percepção da qualidade de vida e da independência, entre outros indicadores de saúde mental • A MLG e a taxa metabólica de repouso, que estão relacionadas com a manutenção da massa corporal. O ACSM combinou os termos força muscular, RML e potência muscular em uma categoria denominada “condicionamento neuromuscular” e a http://www.cooperinstitute.org 1. 2. 3. incluiu como porção integral do condicionamento total relacionado com a saúde em seu posicionamento sobre a quantidade e a qualidade do exercício para o desenvolvimento e a manutenção do condicionamento. 42 A força muscular se refere à possibilidade de o músculo vencer uma resistência ; a RML é a capacidade de o músculo continuar a realizar esforços sucessivos ou muitas repetições ; e a potência muscular é a possibilidade do músculo exercer força por unidade de tempo (i. e. , taxa). 29 Tradicionalmente, os testes que necessitam de poucas repetições (< 3) antes de alcançarem fadiga muscular momentânea têm sido considerados medidas de força, enquanto aqueles em que são realizadas várias repetições (> 12) antes da fadiga muscular momentânea têm sido considerados medidas de RML. Entretanto, a realização de uma faixa máxima de repetição (i. e. , 4, 6 ou 8 repetições em dada resistência) também pode ser utilizada para a avaliação da força. Justif icativaJustif icativa Os testes de força muscular de RML antes do início de um treinamento de exercícios ou como parte de uma avaliação de triagem de condicionamento neuromuscular podem fornecer informações valiosas sobre o nível de condicionamento físico inicial de um cliente. Por exemplo, os resultados do teste de condicionamento neuromuscular podem ser comparados a padrões estabelecidos e podem ser úteis para a identificação de debilidades e hipotonias em certos grupos musculares ou ainda desequilíbrios musculares que poderiam ser alvo de programas de treinamento de exercícios. As informações obtidas durante as verificações de condicionamento neuromuscular inicial também podem funcionar como base para a criação de programas de exercícios individualizados. Uma aplicação igualmente útil do teste de condicionamento físico é mostrar melhoras progressivas de um cliente ao longo do tempo, como resultado do programa de treinamento, e, desse modo, fornecer o feedback que frequentemente é benéfico na promoção da participação a longo prazo do programa de exercícios. PrincípiosPrincípios Os testes de função muscular são muito específicos para o grupo muscular em avaliação, o tipo de ação muscular, a velocidade do movimento do músculo, o tipo de equipamento e a amplitude de movimento da articulação (AMA). Os resultados de qualquer teste são específicos dos procedimentos adotados, e não existe um único teste para a avaliação de RML ou força muscular corporal total. Os indivíduos devem participar de sessões de familiarização/treinamento com equipamentos para teste e participar de um protocolo específico, incluindo a predeterminação da duração da repetição e da AMA para a obtenção de uma pontuação confiável que possa ser utilizada para rastrear adaptações fisiológicas verdadeiras ao longo do tempo. Além disso, um aquecimento consistindo em 5 a 10 min de exercício aeróbico de intensidade leve ( i. e. , esteira ou bicicleta ergométrica), alongamento estático (submáximo por 4 a 6 s) e várias repetições de intensidade leve do teste de esforço específico deve preceder o teste de condicionamento neuromuscular. Essas atividades de aquecimento aumentam a temperatura muscular e o fluxo sanguíneo localizado, promovendo respostas cardiovasculares adequadas ao exercício. Um resumo das condições padronizadas inclui: • Postura adequada • Duração coerente da repetição (velocidade do movimento) • AMA completa • Uso de ajudantes (quando necessário) • Familiarização com o equipamento • Aquecimento. A mudança do condicionamento neuromuscular ao longo do tempo pode se basear no valor absoluto de carga externa ou da resistência (p. ex., newtons [N] ou quilogramas [kg]), porém, quando são feitas comparações entre os indivíduos, os valores devem ser expressos de modo relativo (por quilograma de peso corporal [kg · kg–1 ]). Em ambos os casos, deve-se ter cautela na interpretação da pontuação porque as normas podem não incluir uma amostra representativa do indivíduo em teste, um protocolo padronizado pode estar ausente ou o teste exato empregado pode ser diferente (p. ex., peso livre vs . peso da máquina). Além disso, a biomecânica para o exercício contra resistência pode ser significativamente diferente quando utilizados equipamentos provenientes de fabricantes diferentes, impactando ainda mais a capacidade de generalização . Força muscularForça muscular Embora a força muscular se refira a uma força externa (expressa adequadamente em newtons – ainda que quilograma também seja uma unidade comumente utilizada) que pode ser produzida por um músculo ou grupo muscular específico, ela é comumente expressa no que se refere a resistência alcançada ou superada. A força pode ser medida tanto estaticamente (i. e. , nenhum movimento muscular em dada articulação ou grupo de articulações – exercícios isométricos) quanto dinamicamente (i. e. , movimento de uma carga externa ou de uma parte corporal em que haja alteração do comprimento muscular – exercícios isotônicos). A força estática ou isométrica pode ser medida convenientemente utilizando grande quantidade de aparelhos, incluindo tensiômetros de cabo ou dinamômetros de mão. Em alguns casos, as medidas de força estática são específicas para o grupo muscular e o ângulo da articulação envolvida na testagem; portanto, sua utilidade para a descrição da força muscular geral pode ser limitada. O desenvolvimento do pico de força nesses testes é comumente chamado contração voluntária máxima (CVM). Tradicionalmente, a uma repetição máxima (1-RM), a maior resistência que pode ser movida ao longo da AMA total de modo controlado com boa postura, tem sido o padrão para a verificação da força dinâmica. Com a familiarização adequada ao teste, 1-RM é um indicador confiável de força muscular. 67 , 84 RM múltiplos, como 4 ou 8-RM, podem ser utilizados para avaliar a força muscular. Por exemplo, se uma pessoa está treinando 6 a 8-RM, a realização de 6-RM até a fadiga muscular momentânea fornece um índice de alteração de força ao longo do tempo, independentemente do 1- RM real. Reynolds et al. 91 demonstraram que testes de repetição múltipla na faixa de 4 a 8-RM fornecem uma estimativa razoavelmente precisa de 1- RM. Além disso, uma abordagem conservadora para a verificação da força muscular máxima deve ser levada em consideração para pacientes de alto risco ou com DCV, doenças pulmonar e metabólica e condições de saúde conhecidas. Para esses grupos, pode ser prudente a avaliação de 10 a 15- RM que se aproxime das recomendações do treinamento. 110 Medidas válidas da força corporal superior geral incluem valores de 1-RM para supino ou desenvolvimento. Os índices correspondentes para a força da porção corporal inferior incluem os valores de 1-RM para leg press ou extensão de joelhos. As normas baseadas na resistência levantada dividida pela massa corporal para supino e leg press são fornecidas nas Tabelas 4.10 e 4.11 , respectivamente. A seguir, há a representação dos passos básicos no teste de 1-RM (ou qualquer RM múltiplo) após as sessões de familiarização/treinamento: 69 O indivíduo deve fazer aquecimento completando uma quantidade de repetições submáximas do exercício específico que será utilizado para a determinação de 1-RM Deve-se determinar 1-RM (ou qualquer múltiplo de RM) em quatro testes com períodos de descanso de 3 a 5 min entre cada teste Deve-se selecionar um peso inicial que esteja dentro da capacidade percebida pelo indivíduo (cercade 50 a 70% da capacidade) Tabela 4.10 Categorias de condicionamento de forçaa da porção corporal superior de homens e mulheres por idade. HOMENS Idade % < 20 20 a 29 30 a 39 40 a 49 50 a 59 60+ 99 Superior > 1,76 > 1,63 > 1,35 > 1,20 > 1,05 > 0,94 95 1,76 1,63 1,35 1,20 1,05 0,94 90 Excelente 1,46 1,48 1,24 1,10 0,97 0,89 85 1,38 1,37 1,17 1,04 0,93 0,84 80 1,34 1,32 1,12 1,00 0,90 0,82 75 Bom 1,29 1,26 1,08 0,96 0,87 0,79 70 1,24 1,22 1,04 0,93 0,84 0,77 65 1,23 1,18 1,01 0,90 0,81 0,74 60 1,19 1,14 0,98 0,88 0,79 0,72 55 Razoável 1,16 1,10 0,96 0,86 0,77 0,70 50 1,13 1,06 0,93 0,84 0,75 0,68 45 1,10 1,03 0,90 0,82 0,73 0,67 40 1,06 0,99 0,88 0,80 0,71 0,66 35 Ruim 1,01 0,96 0,86 0,78 0,70 0,65 30 0,96 0,93 0,83 0,76 0,68 0,63 25 0,93 0,90 0,81 0,74 0,66 0,60 20 0,89 0,88 0,78 0,72 0,63 0,57 15 Muito ruim 0,86 0,84 0,75 0,69 0,60 0,56 10 0,81 0,80 0,71 0,65 0,57 0,53 5 0,76 0,72 0,65 0,59 0,53 0,49 1 < 0,76 < 0,72 < 0,65 < 0,59 < 0,53 < 0,49 n 60 425 1.909 2.090 1.279 343 n total = 6.106 MULHERES 99 Superior > 0,88 > 1,01 > 0,82 > 0,77 > 0,68 > 0,72 95 0,88 1,01 0,82 0,77 0,68 0,72 90 0,83 0,90 0,76 0,71 0,61 0,64 Excelente 85 0,81 0,83 0,72 0,66 0,57 0,59 80 0,77 0,80 0,70 0,62 0,55 0,54 75 Bom 0,76 0,77 0,65 0,60 0,53 0,53 70 0,74 0,74 0,63 0,57 0,52 0,51 65 0,70 0,72 0,62 0,55 0,50 0,48 60 0,65 0,70 0,60 0,54 0,48 0,47 55 Razoável 0,64 0,68 0,58 0,53 0,47 0,46 50 0,63 0,65 0,57 0,52 0,46 0,45 45 0,60 0,63 0,55 0,51 0,45 0,44 40 0,58 0,59 0,53 0,50 0,44 0,43 Idade % < 20 20 a 29 30 a 39 40 a 49 50 a 59 60+ 35 Ruim 0,57 0,58 0,52 0,48 0,43 0,41 30 0,56 0,56 0,51 0,47 0,42 0,40 25 0,55 0,53 0,49 0,45 0,41 0,39 20 0,53 0,51 0,47 0,43 0,39 0,38 15 Muito ruim 0,52 0,50 0,45 0,42 0,38 0,36 10 0,50 0,48 0,42 0,38 0,37 0,33 5 0,41 0,44 0,39 0,35 0,31 0,26 1 < 0,41 < 0,44 < 0,39 < 0,35 < 0,31 < 0,26 n 20 191 379 333 189 42 n total = 1.154 a Uma repetição máxima de supino, com a taxa de peso do supino = peso levantado em kg/peso corporal em kg. Adaptada com permissão de Physical Fitness Assessments and Norms for Adults and Law Enforcement . The Cooper Institute, Dallas, Texas. 2009. Para obter mais informações, acesse www.cooperinstitute.org. Tabela 4.11 Categorias de condicionamento para força da perna por idade e gênero. a Idade (anos) Percentil 20 a 29 30 a 39 40 a 49 50 a 59 60+ Homens 90 Bem acima da média 2,27 2,07 1,92 1,80 1,73 80 Acima da média 2,13 1,93 1,82 1,71 1,62 70 2,05 1,85 1,74 1,64 1,56 http://www.cooperinstitute.org 4. 5. 60 Médio 1,97 1,77 1,68 1,58 1,49 50 1,91 1,71 1,62 1,52 1,43 40 Abaixo da média 1,83 1,65 1,57 1,46 1,38 30 1,74 1,59 1,51 1,39 1,30 20 Bem abaixo da média 1,63 1,52 1,44 1,32 1,25 10 1,51 1,43 1,35 1,22 1,16 Mulheres 90 Bem acima da média 1,82 1,61 1,48 1,37 1,32 80 Acima da média 1,68 1,47 1,37 1,25 1,18 70 1,58 1,39 1,29 1,17 1,13 60 Médio 1,50 1,33 1,23 1,10 1,04 50 1,44 1,27 1,18 1,05 0,99 40 Abaixo da média 1,37 1,21 1,13 0,99 0,93 30 1,27 1,15 1,08 0,95 0,88 20 Bem abaixo da média 1,22 1,09 1,02 0,88 0,85 10 1,14 1,00 0,94 0,78 0,72 a Uma repetição máxima de leg press com a taxa de peso de leg press = resistência vencida/massa corporal. Adaptada de Institute for Aerobics Research, Dallas, 1994. A população de estudo para os dados era predominantemente caucasiana e com educação de nível superior. Foi utilizada uma máquina de resistência variável dinâmica universal (RVD) para medir uma repetição máxima (RM). A carga deve ser aumentada progressivamente entre 2,5 e 20,0 kg até que o indivíduo não consiga completar a repetição selecionada; todas as repetições devem ser realizadas com a mesma velocidade de movimento e AMA, para garantir a consistência entre os testes O último peso levantado com sucesso deve ser anotado como 1-RM absoluto ou RM múltiplo. O teste isocinético envolve a medida da tensão muscular máxima ao longo de uma AMA estabelecida a uma velocidade angular constante (p. ex., 60 ângulos · s–1 ). O equipamento que possibilita o controle da velocidade da rotação da articulação (graus · s–1 ), bem como a capacidade de testar o movimento ao redor de várias articulações (p. ex., joelho, quadril, ombro, cotovelo) está disponível de fontes comerciais. Esses dispositivos medem o pico de força rotacional ou torque, mas uma observação importante é que esse equipamento é substancialmente mais caro em comparação com outros testes de força. 45 Resistência muscular localizadaResistência muscular localizada A resistência muscular localizada (RML) é a capacidade de um grupo muscular executar ações musculares repetidas ao longo de um período suficiente para causar fadiga ou manter um percentual específico de 1-RM por um período prolongado. Se o total de repetições em dada quantidade de carga é medido, o resultado é chamado RML absoluta. Se a quantidade de repetições realizadas como percentual de 1-RM (p. ex., 70%) é utilizada antes e depois do teste, o resultado é chamado de RML relativa. Testes de campo simples como abdominais 19 , 45 ou a quantidade máxima de flexões que podem ser realizadas sem descanso 19 podem ser utilizados para avaliar a RML de grupos musculares abdominais e de músculos da porção superior do corpo, respectivamente. Os procedimentos para a condução de testes de RML utilizando flexões e abdominais são mostrados no Boxe 4.6 e as categorias de condicionamento físico são fornecidas nas Tabelas 4.12 e 4.13 , respectivamente. O equipamento para treinamento contra resistência também pode ser adaptado para a medida da RML selecionando-se um nível submáximo adequado de resistência e medindo-se a quantidade de repetições ou a duração da ação muscular estática antes da fadiga. Por exemplo, o teste da YMCA de supino envolve a realização de repetições padronizadas a uma taxa de 30 repetições · min–1 . Os homens são testados utilizando uma barra de 36,3 kg e as mulheres, 15,9 kg. Os indivíduos são classificados pela quantidade de repetições completadas com sucesso. 111 O teste da YMCA é um excelente exemplo de tentativa de controle da duração da repetição e do alinhamento postural, detentor, assim, de grande confiança. Os dados normativos para o teste da YMCA de supino são apresentados na Tabela 4.14 . Considerações especiais sobre o condicionamento neuromuscularConsiderações especiais sobre o condicionamento neuromuscular Idosos Estima-se que a quantidade de idosos nos EUA aumente exponencialmente nas próximas décadas, como descrito no Capítulo 8 . Como os indivíduos estão vivendo mais, é cada vez mais importante encontrar modos de estender a expectativa de vida ativa e independente. A avaliação da força e da RML, o condicionamento neuromotor e outros aspectos do condicionamento físico relacionado com a saúde entre os idosos podem ajudar a 1. 2. 3. 4. 5. 1. 2. 3. 4. 5. estabelecer programas de exercícios que melhorem o condicionamento muscular antes que ocorram limitações funcionais ou lesões sérias. O teste de aptidão sênior (TAS) foi desenvolvido em resposta à necessidade de melhorar as ferramentas de medida de condicionamento físico dos idosos. 92 O teste foi projetado para avaliar os principais parâmetros fisiológicos (p. ex., força, RML, agilidade, equilíbrio) necessários para a realização de atividades físicas cotidianas comuns que frequentemente são de difícil realização para os idosos. Um aspecto do TAS é o teste de levantar da cadeira de 30 s, o qual, junto a outros do TAS, alcança os padrõescientíficos de reprodutibilidade e validade, é simples e fácil de administrar em um ambiente “de campo”, além de ter valores normativos de desempenho para homens e mulheres entre 60 e 94 anos, com base em um estudo com mais de 7 mil idosos norte-americanos. 92 Foi demonstrado um bom relacionamento desse com outros testes de condicionamento neuromuscular como 1-RM. Dois testes específicos incluídos no TAS – levantar da cadeira de 30 s e rosca em um braço – podem ser utilizados pelos profissionais de Educação Física e das demais áreas de saúde para avaliar segura e efetivamente a força e a RML musculares na maioria dos idosos. Boxe 4.6 Procedimentos para os testes de flexão e abdominal para medida da resistência muscular localizada. Flexão O teste de flexão é administrado com os homens começando na posição padrão “para baixo” (as mãos apontando para baixo e alinhadas com os ombros, as costas retas, cabeça para cima, utilizando os dedos dos pés como ponto principal de apoio) e as mulheres na posição modificada de “flexão de joelho” (pernas juntas, a perna mais embaixo em contato com a esteira com os tornozelos flexionados plantarmente, as costas retas, as mãos separadas pela distância dos ombros, cabeça para cima, utilizando os joelhos como ponto de apoio principal) O indivíduo deve levantar o corpo alinhando os cotovelos e retornar para a posição “embaixo”, até que o queixo encoste a esteira. A barriga não deve encostar-se à esteira Tanto para homens como para mulheres, as costas do indivíduo devem estar retas durante todo o tempo e ele deve realizar a flexão até a posição em que o braço fique reto A quantidade máxima de flexões realizada consecutivamente e sem descanso é contada como a pontuação O teste termina quando o cliente realiza esforço excessivo ou é incapaz de manter a técnica adequada em duas repetições Abdominal † São colocadas sobre a esteira dois pedaços de fita adesiva a uma distância de 12 cm uma da outra (para clientes/pacientes < 45 anos) ou de 8 cm (para clientes/pacientes ≥ 45 anos) Os indivíduos se deitam em posição supina ao longo da fita, com os joelhos flexionados a 90° com os pés sobre o chão e os braços estendidos ao lado, de modo que as pontas de seus dedos toquem a fita mais próxima. Essa é a posição de baixo. Para chegar à posição de cima, os indivíduos devem flexionar sua espinha dorsal em 30°, levantando suas mãos até que seus dedos toquem a segunda fita Um metrônomo é ajustado a 40 batimentos · min–1 . Ao primeiro bipe sonoro, o indivíduo começa o abdominal, alcançando a posição de cima no segundo bipe, retornando à posição inicial no terceiro, a posição de cima no quarto etc. São contadas repetições cada vez que o indivíduo retorna à posição de baixo. O teste é concluído quando ele chega a 75 abdominais ou se a cadência for quebrada Os indivíduos podem realizar várias repetições antes de iniciar o teste †Alternativas incluem: manter as mãos cruzadas sobre o peito com a cabeça, ativando um contador quando o tronco alcança a posição de 30°, 32 e colocar as mãos sobre as coxas, realizando o abdominal até que as mãos alcancem as pontas dos joelhos. 37 A elevação do tronco em 30° é o aspecto importante do movimento. Reimpresso com permissão da Canadian Society for Exercise Physiology. 19 © 2003. Utilizado com permissão da Canadian Society for Exercise Physiology (www.csep.ca ). Tabela 4.12 Categorias de condicionamento para flexão por idade e gênero. Idade (anos) Categoria 20 a 29 30 a 39 40 a 49 50 a 59 60 a 69 Gênero M F M F M F M F M F Excelente 36 30 30 27 25 24 21 21 18 17 Muito bom 35 29 29 26 24 23 20 20 17 16 29 21 22 20 17 15 13 11 11 12 Bom 28 20 21 19 16 14 12 10 10 11 22 15 17 13 13 11 10 7 8 5 Razoável 21 14 16 12 12 10 9 6 7 4 17 10 12 8 10 5 7 2 5 2 Necessita melhoras 16 9 11 7 9 4 6 1 4 1 M = masculino; F = feminino. Reimpressa com permissão da Canadian Society for Exercise Physiology. 19 © 2003. Utilizada com permissão da Canadian Society for Exercise Physiology (www.csep.ca ). Tabela 4.13 Categorias de condicionamento para abdominais parciais por idade e gênero. Idade (anos) http://www.csep.ca http://www.csep.ca Percentil 20 a 29 30 a 39 40 a 49 50 a 59 60 a 69 Gênero M F M F M F M F M F 90 Bem acima da média 75 70 75 55 75 55 74 48 53 50 80 Acima da média 56 45 69 43 75 42 60 30 33 30 70 41 37 46 34 67 33 45 23 26 24 60 Médio 31 32 36 28 51 28 35 16 19 19 50 27 27 31 21 39 25 27 9 16 13 40 Abaixo da média 24 21 26 15 31 20 23 2 9 9 30 20 17 19 12 26 14 19 0 6 3 20 Bem abaixoda média 13 12 13 0 21 5 13 0 0 0 10 4 5 0 0 13 0 0 0 0 0 M = masculino; F = feminino. Adaptada de Faulkner. 37 Clientes propensos a eventos coronarianos O treinamento contra resistência com intensidade moderada realizado 2 a 3 dias · semana–1 é efetivo para o aumento do treinamento neuromuscular, para a prevenção e a administração de uma variedade de condições médicas, a modificação dos fatores de risco de DCV e para a melhora do bem- estar psicossocial de indivíduos com ou sem DCV. Consequentemente, organizações profissionais de saúde com capacidade de autorização, incluindo o ACSM e a AAC, apoiam a inclusão de treinamento contra resistência como um auxílio ao exercício aeróbico em suas recomendações e diretrizes atuais para indivíduos com DCV (ver Capítulo 9 ). 110 Tabela 4.14 Categorias de condicionamento para o teste da YMCA de supino (levantamentos totais) por idade e gênero. Idade (anos) Categoria 18 a 25 26 a 35 36 a 45 46 a 55 56 a 65 > 65 Gênero M F M F M F M F M F M F Excelente 64 66 61 62 55 57 47 50 41 42 36 30 44 42 41 40 36 33 28 29 24 24 20 18 Bom 41 38 37 34 32 30 25 24 21 21 16 16 34 30 30 29 26 26 21 20 17 17 12 12 Acima da média 33 28 29 28 25 24 20 18 14 14 10 10 29 25 26 24 22 21 16 14 12 12 9 8 Médio 28 22 24 22 21 20 14 13 11 10 8 7 24 20 21 18 18 16 12 10 9 8 7 5 Abaixo da média 22 18 20 17 17 14 11 9 8 6 6 4 20 16 17 14 14 12 9 7 5 5 4 3 Ruim 17 13 16 13 12 10 8 6 4 4 3 2 13 9 12 9 9 6 5 2 2 2 2 0 Muito ruim < 10 6 9 6 6 4 2 1 1 1 1 0 M = masculino; F = feminino. Reimpressa com permissão da YMCA of the USA. 111 © 2000 by YMCA of the USA, Chicago. Todos os direitos reservados. A ausência de sintomas de angina, alterações isquêmicas do segmento ST no ECG, anomalias hemodinâmicas e arritmias ventriculares complexas sugere que teste e treinamento contra resistência com intensidade moderada (p. ex., realização de 10 a 15 repetições) podem ser feitos com segurança em pacientes com DCV classificados como “baixo risco” (p. ex., indivíduos sem evidência de isquemia miocárdica de repouso ou induzida pelo exercício, disfunção ventricular esquerda grave ou arritmias ventriculares complexas e com ACR normal ou próxima ao normal [ver o Capítulo 2 ]). Além disso, apesar das preocupações a respeito de o exercício contra resistência provocar “respostas pressoras” cardiovasculares anormais em pacientes com DCV e/ou hipertensão controlada, estudos concluíram que o teste e o treinamento contra resistência nesses pacientes provocam respostas de FC e PA que parecem cair nos limites do clinicamente aceitável. 110 O treinamento contra resistência em paciente com risco de DCV moderado a alto pode ser considerado apropriado após uma avaliação física rigorosa feita por um profissional de Educação Física e das demais áreas da saúde experiente. Além disso, pacientes com risco de DCV moderado a alto que participam de programa de treinamento contra resistência devem ser monitorados de perto. 110 As contraindicações absolutas e relativas para teste e treinamento contra resistência encontram-se no Boxe 4.7 . Boxe 4.7 Contraindicações absolutas e relativas para teste e treinamento contra resistência. Absolutas DCC instável IF descompensada Arritmias não controladas Hipertensão pulmonar grave (pressão arterial pulmonar > 55 mmHg) Estenose aórtica grave e sintomática Endocardite, pericardite ou miocardite aguda Hipertensão não controlada (> 180/110 mmHg) Dissecçãoaórtica Síndrome de Marfan TR de alta intensidade (80 a 100% de 1-RM) em pacientes com retinopatia proliferativa ativa ou moderada, ou com retinopatia diabética não proliferativa pior Relativas (é necessário consultar um médico antes da participação) Principais fatores de risco de DCC Diabetes em qualquer idade Hipertensão não controlada (> 160/100 mmHg) Baixa capacidade funcional (< 4 MET) Limitações musculoesqueléticas Indivíduos com marca-passos ou desfibriladores implantados DCC = doença cardíaca coronariana; IF = insuficiência cardíaca; MET = equivalentes metabólicos; RM = repetição máxima; TR = treinamento contra resistência. Reimpresso com permissão de Williams et al . 110 © 2007, American Heart Association, Inc. Crianças e adolescentes Ao lado da ACR, a flexibilidade e a composição corporal, o condicionamento neuromuscular é reconhecido como um componente importante do condicionamento físico, relacionado com a saúde em crianças e adolescentes (ver Capítulo 8 ). 9 , 36 Os benefícios do aumento da força e da RML em jovens incluem o desenvolvimento de uma postura adequada, a redução do risco de lesão, a melhora da composição corporal, o aumento das capacidades de desempenho motor como corrida e salto, além de aumento da autoconfiança e da autoestima. Como regra geral, as crianças prontas para participar de atividades esportivas (cerca de 7 a 8 anos) também podem estar prontas para a participação em um programa de treinamento contra resistência. 36 A avaliação da força muscular e da RML por meio de flexões e abdominais é uma prática comum na maioria dos programas de educação física e programas recreacionais da YMCA, e em centros esportivos para jovens. O uso de equipamentos para treinamento contra resistência comumente disponíveis em instalações para prática de exercícios também é adequado para a avaliação da força muscular e da RML. Quando administradas adequadamente, diferentes medidas de condicionamento neuromuscular podem ser utilizadas para: avaliar as forças e as fraquezas de uma criança, desenvolver programa personalizado de condicionamento, rastrear os progressos e motivar os participantes. Por sua vez, as avaliações do condicionamento neuromuscular não supervisionadas ou mal administradas podem não apenas desencorajar os jovens a participar de atividades físicas como resultar em lesões. Profissionais de Educação Física das demais áreas da saúde qualificados devem demonstrar a realização de cada capacidade, fornecer a cada criança a oportunidade de praticar algumas repetições de cada capacidade e oferecer orientação e instrução quando for necessário. Adicionalmente, é importante e muitas vezes necessário obter um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) do pai ou do responsável legal antes do início do teste muscular. O TCLE inclui informações sobre riscos e benefícios em potencial, o direito de desistir a qualquer momento e questões a respeito da confidencialidade. As diretrizes gerais sobre o treinamento contra resistência para crianças e adolescentes encontram-se no Boxe 4.8 (ver Capítulo 8 ). Boxe 4.8 Diretrizes para treinamento contra resistência em crianças e adolescentes. • • • • • • • • • • • • • • • Garanta treinamento adequado para o indivíduo fornecendo instrução em supervisão durante o treinamento Forneça um ambiente seguro de exercício Comece a sessão de treinamento com um aquecimento dinâmico de 5 a 10 min seguido do alongamento da musculatura que será trabalhada Inicie o programa de treinamento entre 2 e 3 vezes/semana em dias não consecutivos, com resistência leve, e garanta que a técnica do exercício esteja correta Diretrizes gerais para a sessão de treinamento: um a três séries de 6 a 15 repetições com combinação de exercícios para as porções superior e inferior do corpo Incorpore exercícios voltados especificamente para o tronco O programa de treinamento deve induzir o desenvolvimento muscular simétrico e equilibrado Progressão individualizada do exercício com base nos objetivos e capacidades Aumento gradual (cerca de 5 a 10%) na resistência do treinamento conforme são realizados ganhos Utilize calistenia e alongamentos após a sessão de treinamento contra resistência, para propiciar a volta à calma Esteja alerta a necessidades/preocupações individuais durante cada sessão Considere o uso de um caderno de anotações de exercícios individualizado Altere continuamente o programa de treinamento para manter o interesse e evitar platôs de treinamento Garanta nutrição, hidratação e sono adequados Para ajudar na manutenção do interesse, o instrutor e os pais devem apoiar e incentivar o jovem Adaptado de Faigenbaum et al. 36 Flexibilidade Flexibilidade é a capacidade de mover uma articulação ao longo de sua AMA completa. É importante para o desempenho atlético (p. ex., balé, ginástica) e para a capacidade de realizar atividades cotidianas. Consequentemente, preservar a flexibilidade de todas as articulações facilita o movimento; em contraste, quando uma atividade move as estruturas de uma articulação além de sua AMA completa, pode ocorrer dano tecidual. A flexibilidade depende de uma série de variáveis específica, incluindo distensibilidade da cápsula articular, aquecimento adequado e viscosidade muscular. Além disso, a complacência (i. e. , tensão) de vários outros tecidos, como ligamentos e tendões, afeta a AMA. Do mesmo modo que força muscular e RML são próprios para os músculos envolvidos, a flexibilidade é específica para a articulação; portanto, nenhum teste de flexibilidade em especial pode ser utilizado para avaliar a flexibilidade corporal total. Testes de laboratório, em geral, quantificam a flexibilidade quanto à AMA, expressa em graus. Alguns dos aparelhos comuns para esse propósito são: goniômetros, eletrogoniômetros, o flexômetro de Leighton, inclinômetros e medidas com fitas. Estão disponíveis instruções abrangentes sobre a avaliação da flexibilidade da maioria das articulações anatômicas. 24 , 80 Estimativas visuais dessa amplitude podem ser úteis para a triagem de condicionamento, mas são imprecisas em relação àquela medida diretamente. Essas estimativas podem incluir flexibilidade do pescoço e do tronco, flexibilidade do quadril, flexibilidade da extremidade inferior, flexibilidade do ombro e avaliação postural. Uma medida mais precisa da AMA pode ser obtida na maioria das articulações anatômicas seguindo procedimentos restritos 24 , 80 e com o uso adequado de um goniômetro. Medidas adequadas requerem conhecimento profundo sobre a anatomia óssea, muscular e articular, bem como experiência na aplicação da avaliação. A Tabela 4.15 fornece valores normativos de AMA para articulações anatômicas selecionadas. Para obter mais informações, consulte o ACSM’s Resource Manual for Guidelines for Exercise Testing and Prescription . 101 Tabela 4.15 Amplitude de movimento para movimentos articulares únicos selecionados em graus. Graus Graus Movimento da cintura escapular Flexão 90 a 120 Extensão 20 a 60 Abdução 80 a 100 – – Abdução horizontal 30 a 45 Adução horizontal 90 a 135 Rotação medial 70 a 90 Rotação lateral 70 a 90 Movimento do cotovelo Flexão 135 a 160 – – Supinação 75 a 90 Pronação 75 a 90 Movimento do tronco Flexão 120 a 150 Extensão 20 a 45 Flexão lateral 10 a 35 Rotação 20 a 40 Movimento do quadril Flexão 90 a 135 Extensão 10 a 30 1. 2. 3. Abdução 30 a 50 Adução 10 a 30 Rotação medial 30 a 45 Rotação lateral 45 a 60 Movimento do joelho Flexão 130 a 140 Extensão 5 a 10 Movimento do tornozelo Dorsiflexão 15 a 20 Flexão plantar 30 a 50 Inversão 10 a 30 Eversão 10 a 20 Adaptada de Norkin et al. 78 O teste de sentar e alcançar tem sido utilizado comumente para avaliar a flexibilidade lombar e dos músculos isquiotibiais; entretanto, sua relação para predizer a incidência de dor lombar é limitada. 54 Sugere-se que o teste de sentar e alcançar seja uma medida melhor da flexibilidade isquiotibial que da flexibilidade lombar. 53 A importância relativa da flexibilidade isquiotibial para as atividadescotidianas e o desempenho esportivo sustenta, portanto, a inclusão do teste de sentar e alcançar para a avaliação do condicionamento relacionado com a saúde até que esteja disponível um critério de medida para avaliação da flexibilidade lombar. Embora a disparidade de comprimento entre o membro e o torso possa impactar a pontuação no teste de sentar e alcançar, uma modificação no teste que estabelece um ponto zero individual para cada participante não aumentou o índice de predição para flexibilidade e dor lombares. 17 , 52 , 74 A baixa flexibilidade lombar e do quadril, junto com pouca força e insuficiente RML abdominais ou outros fatores causais, pode contribuir para o desenvolvimento de dor lombar muscular; entretanto, essa hipótese ainda deve ser confirmada. 88 Os métodos para a administração do teste de sentar e alcançar são apresentados no Boxe 4.9 . Os dados normativos para dois testes de sentar e alcançar são apresentados nas Tabelas 4.16 e 4.17 . Boxe 4.9 Procedimentos para o teste de flexão do tronco (sentar e alcançar). Pré-teste: os clientes/pacientes devem realizar um rápido aquecimento antes do teste, incluindo alguns alongamentos (p. ex., alongamento com barreira modificado). Também é recomendado que o participante evite movimentos ligeiros e desajeitados, que podem aumentar a possibilidade de lesão. Os participantes devem estar descalços. Para o teste canadense de anteroflexão do tronco, o cliente se senta descalço e pressiona as solas dos pés contra o flexômetro (caixa de sentar e alcançar) na marca de 26 cm. As bordas internas das solas são posicionadas a 2 cm da escala de medição. Para o teste da YMCA de sentar e alcançar, é colocada uma trena sobre o assoalho e uma fita é colocada através dessa trena na marca de 15 polegadas (38 cm) formando um ângulo reto. O participante se senta com a barra entre as pernas, que devem ficar estendidas em ângulos retos à linha marcada no chão. Os tornozelos devem tocar o limite da linha da fita e estar afastados cerca de 25 a 30 cm. (Note o ponto zero na interface pé/caixa e utilize as normas adequadas) O indivíduo deve esticar as duas mãos para a frente lentamente o mais distante possível, mantendo essa posição por aproximadamente 2 s. Garanta que o participante mantenha as mãos paralelas e não avance prioritariamente com uma mão. As pontas dos dedos podem ser sobrepostas e devem estar em contato com a porção de medida da caixa do teste de sentar e alcançar, ou da trena A pontuação é o local mais distante (em cm) alcançado com as pontas dos dedos. Deve ser anotado o melhor de dois testes. Para ajudar a obter a melhor tentativa, o indivíduo deve expirar e abaixar a cabeça entre os braços durante a tentativa de alcançar. O profissional deve garantir que os joelhos do participante continuem estendidos; entretanto, os joelhos dele não devem ser pressionados para baixo. O indivíduo deve respirar normalmente durante o teste e não deve prender sua respiração em nenhum momento. As normas para o teste canadense são apresentadas na Tabela 4.16 . Repare que essas normas utilizam uma caixa de sentar e alcançar em que o ponto “zero” é estipulado na marca de 26 cm. Se for utilizada uma caixa em que o ponto “zero” é definido como 23 cm (p. ex., Fitnessgram®), subtraia 3 cm de cada valor na tabela. As normas para o teste da YMCA são apresentadas na Tabela 4.17 . Reimpresso com permissão de Canadian Society for Exercise Physiology e YMCA of the USA. 19 , 111 Tabela 4.16 Categorias de condicionamento para a anteroflexão do tronco utilizando uma caixa de sentar e alcançar (cm) a por idade e gênero. Idade (anos) Categoria 20 a 29 30 a 39 40 a 49 50 a 59 60 a 69 Gênero M F M F M F M F M F Excelente 40 41 38 41 35 38 35 39 33 35 Muito bom 39 40 37 40 34 37 34 38 32 34 34 37 33 36 29 34 28 33 25 31 Bom 33 36 32 35 28 33 27 32 24 30 30 33 28 32 24 30 24 30 20 27 Razoável 29 32 27 31 23 29 23 29 19 26 25 28 23 27 18 25 16 25 15 23 Necessita melhoras 24 27 22 26 17 24 15 24 14 22 a Essas normas se baseiam em uma caixa de sentar e alcançar em que o ponto “zero” é estipulado em 26 cm. Se for utilizada uma caixa em que o ponto zero é de 23 cm, subtraia 3 cm de cada valor desta tabela. M = masculino; F = feminino. Reimpressa com permissão de Canadian Society for Exercise Physiology. 19 ©2003. Utilizado com permissão de Canadian Society for Exercise Physiology (www.csep.ca ). Tabela 4.17 Categorias de condicionamento para o teste da YMCA de sentar e alcançar (cm) por idade e gênero. Idade (anos) Percentil 18 a 25 26 a 35 36 a 45 46 a 55 56 a 65 > 65 Gênero M F M F M F M F M F M F 90 Bem acima da média 22 24 21 23 21 22 19 21 17 20 17 20 80 Acima da média 20 22 19 21 19 21 17 20 15 19 15 18 70 19 21 17 20 17 19 15 18 13 17 13 17 60 Médio 18 20 17 20 16 18 14 17 13 16 12 17 50 17 19 15 19 15 17 13 16 11 15 10 15 40 Abaixo da média 15 18 14 17 13 16 11 14 9 14 9 14 30 14 17 13 16 13 15 10 14 9 13 8 13 20 Bem abaixo da média 13 16 11 15 11 14 9 12 7 11 7 11 10 11 14 9 13 7 12 6 10 5 9 4 9 M = masculino; F = feminino. Adaptada com permissão da YMCA of the USA. 111 © 2000 by YMCA of the USA, Chicago. Todos os direitos reservados. Avaliação de condicionamento/saúde extensa Uma avaliação de condicionamento/saúde extensa inclui: • Classificação de risco/pré-triagem • FC de repouso, PA, estatura, massa corporal, IMC e ECG (se adequado) • Composição corporal ° Circunferência da cintura ° Avaliação das dobras cutâneas • Aptidão cardiorrespiratória ° Teste submáximo ou máximo realizado geralmente em bicicleta ergométrica ou esteira • Força muscular ° 1-RM ou múltiplo de RM para a porção superior do corpo (supino) e inferior (leg press ) • RML: ° Teste de abdominal ° Teste de flexão ° Movimento específico utilizando um equipamento adequado até a fadiga (i. e. , supino) • Flexibilidade ° Teste de sentar e alcançar ou medidas goniométricas de articulações anatômicas isoladas. Podem ser administradas avaliações adicionais; porém, os componentes da avaliação de condicionamento físico citados anteriormente representam uma verificação extensa que pode ser realizada em um dia. Os dados obtidos devem ser interpretados por um profissional de Educação Física e das demais áreas de saúde competente e passados para o indivíduo. Essa informação é primordial para o desenvolvimento dos objetivos a curto e longo prazos do indivíduo, bem como para a formação da base da Ex Rx inicial e das avaliações subsequentes para monitorar o progresso. Resumo Resumo das declarações do ACSM sobre o teste de condicionamento relacionado com a saúde e sua interpretação: http://www.csep.ca 1 . 2 . 3 . 4 . 5 . 6 . 7 . 8 . 9 . 10 . 11 . 12 . 13 . 14 . 15 . 16 . 17 . 18 . 19 . 20 . 21 . 22 . 23 . 24 . 25 . • As avaliações de condicionamento físico fornecem informações valiosas a respeito da saúde e do estado funcional de um indivíduo. Uma avaliação extensa inclui a análise da composição corporal, ACR, condicionamento aeróbico, RML, força muscular e flexibilidade • Cada componente da análise pode ser realizado utilizando várias abordagens para acomodar a disponibilidade de equipamentos, o estabelecimento, o treinamento dos profissionais e o estado de condicionamento físico do indivíduo em teste • A aderência às recomendações para a avaliação de condicionamento físico fornecidas no Capítulo 4 viabiliza a abordagem individualizada e segura • Quando disponíveis, os resultados de cada componente da avaliação de condicionamento físico devem ser comparados com os dados normativos constantes no Capítulo 4 . Recursos on-line ACSM Exercise is Medicine: www.exerciseismedicine.org American Heart Association: www.americanheart.org Diretrizes Clínicas sobre Identificação, Avaliação e Tratamento de Sobrepeso e Obesidade em Adultos: Relatório de Evidências: www.nhlbi.nih.gov/guidelines/obesity/ob_gdlns.htm The Cooper Institute: www.cooperinstitute.org Informações de saúde para profissionais do National Heart, Lung, and Blood Institute:www.nhlbi.nih.gov/health/indexpro.htm Diretrizes de atividade física para norte-americanos de 2008:1 www.health.gov/PAguidelines Referências bibliográficasReferências bibliográficas 2008 Physical Activity Guidelines for Americans [Internet]. Rockville (MD): Office of Disease Prevention & Health Promotion, U.S. Department of Health and Human Services. 2008 [cited 2012 Jan 7]. 76 p. Available from: http://www.health.gov/paguidelines Abidov A, Rozanski A, Hachamovitch R, et al. Prognostic significance of dyspnea in patients referred for cardiac stress testing. 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São monitoradas respostas eletrocardiográficas (ECG), hemodinâmicas e sintomáticas durante o TEG para manifestações de isquemia miocárdica, instabilidade hemodinâmica/elétrica ou outros sinais ou sintomas relacionados com o esforço. Também pode ser realizada a análise ventilatória dos gases expirados durante o TEG, particularmente em pacientes com insuficiência cardíaca congestiva (ICC), limitações pulmonares suspeitas/confirmadas e/ou dispneia sem explicação com o esforço. Indicações e objetivos O teste de esforço pode ser utilizado para propósitos diagnósticos (i. e. , identificação de respostas fisiológicas anormais), prognósticos (i. e. , identificação de eventos adversos) e terapêuticos (i. e. , avaliar o impacto de dada intervenção), bem como para aconselhamento sobre atividade física e para delinear uma prescrição de exercício (Ex Rx ) (ver Capítulos 7 e 9 ). Entretanto, as recomendações para a utilização do TEG como parte da triagem prévia para a prática de um programa de exercícios (ver Capítulo 2 ), especialmente para um programa de intensidade vigorosa, podem diferir daquelas que utilizam o TEG para a obtenção de informações à tomada de decisões clínicas e sua manutenção, ainda que elas possam incluir um programa de exercícios. Teste de esforço diagnósticoTeste de esforço diagnóstico A determinação da adequação do teste de esforço diagnóstico para o acompanhamento de doença cardiovascular (DCV) angiograficamente significativa é influenciada por idade, gênero e sintomatologia, como destacado na Tabela 5.1 . Homens e mulheres assintomáticos têm chance muito baixa (< 5% de probabilidade) a baixa (< 10% de probabilidade) para DCV angiograficamente significativa entre a terceira e a sexta década de vida. Por sua vez, a ocorrência de angina pectoris definida aumenta a probabilidade de DCV angiograficamente significativa, embora a probabilidade seja modulada pelo gênero. Especificamente, homens com angina pectoris definida têm alta chance (> 90% de probabilidade) de DCV angiograficamente significativa entre a quarta e a sexta década de vida, enquanto as mulheres têm chance intermediária (10 a 90% de probabilidade) entre a quarta e a quinta década e alta chance a partir da sexta década. Acredita-se amplamente que o TEG diagnóstico seja mais utilizado em pacientes com probabilidade pré-teste de DCV angiograficamente significativa intermediária. A razão para essa crença é o impacto dramático que a resposta ao exercício tem sobre a probabilidade pós-teste de doença. Esse conceito é ilustrado na Figura 5.1 . A partir desse gráfico, fica claro que um TEG positivo (i. e. , depressão do segmento ST sugestiva de DCV) aumenta a probabilidade de DCV angiograficamente significativa até o nível mais alto no indivíduo com uma probabilidade pré-teste intermediária (i. e. , terceira barra a partir da esquerda; a probabilidade aumenta de cerca de 10% pré-teste para > 60% pós-teste). Tabela 5.1 Probabilidade pré-teste de doença cardiovascular(DCV) aterosclerótica. a Idade Gênero Angina pectoris típica/definida Angina pectoris atípica/provável Dor no peito não anginal Assintomático 30 a 39 anos Masculino Intermediária Intermediária Baixa Muito baixa Feminino Intermediária Muito baixa Muito baixa Muito baixa 40 a 49 anos Masculino Alta Intermediária Intermediária Baixa Feminino Intermediária Baixa Muito baixa Muito baixa 50 a 59 anos Masculino Alta Intermediária Intermediária Baixa Feminino Intermediária Intermediária Baixa Muito baixa 60 a 69 anos Masculino Alta Intermediária Intermediária Baixa Feminino Alta Intermediária Intermediária Baixa a Não existem dados para pacientes com < 30 ou > 69 anos, mas pode ser deduzido que a prevalência de DCV aumente com a idade. Em alguns poucos casos, pacientes com idades nas extremidades das décadas listadas podem ter probabilidades levemente fora da faixa alta ou baixa. Alta indica > 90%; intermediária, 10 a 90%; baixa, < 10% e muito baixa, < 5%. Reimpressa com permissão de Gibbons et al . 25 Os mesmos procedimentos e conceitos para o teste de esforço também são utilizados quando são empregadas técnicas diagnósticas mais avançadas, como cintilografia de perfusão. Indivíduos assintomáticos geralmente representam aqueles com baixa probabilidade (i. e. , < 10%) de DCV significativa. Portanto, o TEG diagnóstico em indivíduos assintomáticos geralmente não é indicado, mas pode ser útil para garantir uma resposta fisiológica normal (i. e. , hemodinâmica, ECG e sintomatologia) quando estão presentes múltiplos fatores de risco de DCV 25 (ver Tabela 2.2 ), indicando pelo menos um risco moderado de apresentarem um evento cardiovascular sério nos próximos 5 anos. 72 Entre os homens assintomáticos, depressão do segmento ST, incapacidade de alcançar 85% da frequência cardíaca máxima prevista (FCmáx ) e capacidade de exercício diminuída durante o teste de esteira de pico ou limitado aos sintomas fornecem informação prognóstica adicional em modelos ajustados para a idade e a pontuação de risco de Framingham, particularmente para aqueles no grupo de maior risco (risco coronariano previsto para os próximos 10 anos ≥ 20%). 13 Um TEG diagnóstico pode ser indicado para indivíduos selecionados que estão para começar um programa de exercício de intensidade vigorosa (ver Capítulo 2 ) ou para aqueles envolvidos em ocupações em que eventos cardiovasculares agudos possam afetar a segurança pública. Em geral, pacientes com alta probabilidade de doença (p. ex., angina típica, revascularização coronariana anterior, infarto do miocárdio [IM]) são testados para a verificação de isquemia miocárdica residual, arritmias ventriculares ameaçadoras e prognóstico, em vez de serem testados para propósitos diagnósticos. A eletrocardiografia durante o exercício para objetivos diagnósticos é menos precisa nas mulheres, principalmente por causa de uma quantidade maior de respostas falso-positivas. Embora as diferenças na precisão do teste entre homens e mulheres sejam de aproximadamente 10% em média, o TEG padrão é considerado a avaliação diagnóstica inicial de escolha, independentemente do gênero. 25 Um teste de esforço verdadeiramente positivo requer lesão coronariana hemodinamicamente significativa (p. ex., estenose > 75%), 3 ainda que cerca de 90% dos IM agudos ocorram no local de placas ateroscleróticas previamente não obstrutivas. 36 ■ Figura 5.1 O impacto de resposta positiva ou negativa do segmento ST durante o TEG sobre a probabilidade pós-teste de DCV angiograficamente significativa em indivíduos com diferentes probabilidades pré-teste. DAC = doença arterial coronariana. Reimpressa com permissão de Patterson e Horowitz. 63 O uso de TEG máximo ou limitado a sinais/sintomas tem crescido bastante, ajudando a guiar decisões a respeito da manutenção médica e da terapia cirúrgica em um amplo espectro de pacientes. Por exemplo, o teste de esforço imediato em pacientes selecionados de baixo risco (i. e. , sem anomalias hemodinâmicas e arritmias, ECG próximo ao normal/normal e biomarcadores iniciais de lesão cardíaca negativos) de pacientes que chegam ao departamento de emergência com sinais/sintomas de síndrome coronariana aguda está se tornando cada vez mais reconhecido como uma ferramenta valiosa para a tomada de decisões a respeito de quais pacientes requerem estudos diagnósticos adicionais antes da alta hospitalar. 4 , 5 , 43 , 46 , 71 Foi visto que o uso de testes de esforço nessa situação é seguro e reduz tanto a estada quanto o custo hospitalar. Pacientes triados inicialmente como pertencentes ao grupo de baixo risco que demonstram subsequentemente capacidade de exercício preservada (i. e. , ≥ 7 equivalentes metabólicos [MET]) e sem nenhuma anomalia hemodinâmica/eletrocardiográfica durante o teste têm baixa probabilidade de desenvolvimento de síndrome coronariana aguda e eventos subsequentes. 4 Em pacientes com condições crônicas como ICC e hipertensão pulmonar, o teste de esforço também pode ser valioso para guiar as decisões sobre o tratamento, já que muitas variáveis obtidas a partir dessa avaliação respondem favoravelmente a numerosas intervenções farmacológicas e cirúrgicas. 6 , 8 , 27 Teste de esforço para determinação da gravidade e do prognóstico de doençaTeste de esforço para determinação da gravidade e do prognóstico de doença O teste de esforço é útil para a avaliação da gravidade da doença entre indivíduos com DCV conhecida ou suspeita. A magnitude da isquemia causada por uma lesão coronariana geralmente é (a) diretamente proporcional ao grau da depressão do segmento ST, à quantidade de pontos de ECG envolvidos e à duração da depressão do segmento ST durante a recuperação; e (b) inversamente proporcional à inclinação do segmento ST e ao duplo produto (DP) (i. e. , frequência cardíaca [FC] × pressão arterial sistólica [PAS]) em que a depressão do segmento ST ocorre e são alcançados FCmáx , PAS e MET. A resposta ao teste de esforço também é medida importante da gravidade da doença em pacientes com condições crônicas como ICC, hipertensão pulmonar e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). 9 A capacidade aeróbica que diminui progressivamente reflete universalmente aumento na gravidade da doença nos indivíduos com condições crônicas. Os dados obtidos exclusivamente a partir de análises ventilatórias dos gases expirados que reflitam as anomalias correspondentes de ventilação e perfusão (i. e. , inclinação da produção de ventilação/dióxido de carbono minuto [ E/ CO2 ] e pressão parcial do dióxido de carbono no final da expiração [PET CO2 ]) também fornecem informações sobre a gravidade da doença, especialmente entre pacientes com ICC, hipertensão pulmonar e DPOC. O valor prognóstico do teste de esforço parece ser consistente em todos os indivíduos, independentemente de seu estado de saúde, quando há diminuição progressiva da capacidade aeróbica, que é um aviso de piora de prognóstico. 9 Além disso, muitas outras variáveis de FC, hemodinâmicas e ventilatórias dos gases expirados obtidas a partir do teste de esforço fornecem informação prognóstica robusta em algumas populações, como a de insuficiência cardíaca. Vários índices numéricos de prognóstico foram propostos e são discutidos no Capítulo 6 . 11 , 47 Teste de esforço após infarto do miocárdioTeste de esforço após infarto do miocárdio O teste de esforço após o IM pode ser realizado antes ou logo após a alta hospitalar para avaliação prognóstica, Ex Rx e avaliação da terapia médica ou de intervenções, incluindo revascularização coronariana. 25 Os testes de esforço submáximos são recomendados antes da alta hospitalar entre 4 e 6 dias após o IM agudo. O teste de esforço submáximo fornece dados suficientes para avaliar a eficácia da abordagem farmacológica atual (p. ex., resposta hemodinâmica ao esforço físico com medicamento anti-hipertensivo) (ver Apêndice A ), bem como recomendações para atividades cotidianas e exercícios ambulatoriais iniciais. Os TEG limitados aos sintomas são considerados seguros e adequados imediatamente após a alta hospitalar(aproximadamente de 14 a 21 d) para a Ex Rx e o aconselhamento sobre atividade física, além da avaliação adicional da eficácia do tratamento farmacológico. 25 Os pacientes que não sofreram revascularização coronariana e são incapazes de realizar teste de esforço parecem ter um prognóstico pior. Outras indicações de prognóstico adverso no paciente pós-IM incluem depressão isquêmica do segmento ST em um nível baixo de exercício (particularmente se for acompanhada de redução da função sistólica ventricular esquerda), capacidade funcional < 5 MET e resposta hipotensiva da PAS ao exercício (ver Boxe 6.1 ). Teste de esforço funcionalTeste de esforço funcional O teste de esforço é útil para a determinação da capacidade funcional. Essa informação pode ser valiosa para o aconselhamento sobre atividade física, Ex Rx , avaliação de incapacidades e para ajudar a estimar o prognóstico. O teste de esforço também pode fornecer informação valiosa como parte de uma avaliação de retorno ao trabalho se a ocupação do paciente requerer atividade aeróbica. A capacidade funcional pode ser avaliada com base na categorização por percentis (tomando como base homens e mulheres aparentemente saudáveis), como apresentado na Tabela 4.9 . A capacidade de se exercitar também pode ser descrita como o percentual do MET esperado para a idade, utilizando um dos vários nomogramas estabelecidos, com o valor de 100% sendo considerado normal (ver Figura 5.2 ). 25 , 51 São fornecidos nomogramas separados na Figura 5.2 para homens com DCV suspeita e para homens saudáveis, além de para mulheres saudáveis assintomáticas e sedentárias. Os padrões normais para a capacidade de exercício com base no consumo máximo de oxigênio medido ( O2 máx ) também estão disponíveis para homens e mulheres. 59 Quando se utiliza uma equação de regressão em particular para a estimativa do percentual da capacidade normal de exercício alcançada, devem ser levados sem conta fatores como a população específica, o tipo de exercício e se a capacidade de exercício foi medida diretamente ou estimada. Finalmente, pesquisas recentes encontraram que o percentual previsto da capacidade aeróbica é prognóstico para pacientes com DCV e ICC. 7 , 39 Os dados que sustentam a habilidade prognóstica da capacidade aeróbica em indivíduos de alto risco de desenvolvimento de DCV e aparentemente saudáveis em coortes de DCV conhecida são convincentes. 9 Kodama et al . 42 realizaram metanálise que incluiu coletivamente 33 estudos, totalizando mais de 100.000 indivíduos, 6.000 casos de mortalidade de todas as causas e 4.000 eventos cardiovasculares. Eles viram que a capacidade aeróbica estimada a partir da velocidade e da inclinação da esteira ou da carga de trabalho no ergômetro foi um marcador prognóstico consistente em homens e mulheres aparentemente saudáveis. Cada aumento de um MET na capacidade aeróbica refletiu diminuição de 13% na mortalidade de todas as causas e diminuição de 15% em eventos cardiovasculares. 42 Mayers et al . 55 examinaram uma grande coorte de > 3.000 homens com fatores de risco variáveis de DCV e com e sem doença confirmada e viram que a capacidade aeróbica apresentava capacidade preditiva superior sobre a mortalidade quando comparada ao uso de tabaco, à hipertensão, à elevação nos lipídios e ao diabetes melito. Indivíduos com DCV e capacidade de exercício ≤ 4,9 MET têm um risco relativo de morte 4,1 vezes maior em comparação com aqueles com capacidade de exercício ≥ 10,7 MET por um acompanhamento médio de 6,2 anos. Para cada 1 MET de aumento na capacidade de exercício, houve melhora de 12% na sobrevivência. Semelhantemente, estudos do Projeto Nacional de Exercício e Doença Cardíaca dos EUA entre pacientes pós-IM demonstraram que cada aumento de MET após o treinamento de exercício conferia redução de aproximadamente 10% na mortalidade a partir de qualquer causa por um período de acompanhamento de 19 anos, independentemente da designação do grupo de estudo. 21 ■ Figura 5.2 Nomogramas do percentual de capacidade de exercício normal em homens com suspeita de doença arterial coronariana que são indicados para o teste clínico de esforço e em homens e mulheres aparentemente saudáveis. MET = equivalentes metabólicos. Reimpressa com permissão de Gulati et al. e Morris et al . 28 , 51 Kavanagh et al . 37 , 38 investigaram duas grandes coortes de homens e mulheres com DCV confirmada que receberam indicação de reabilitação cardíaca e encontraram que o pico de captação de oxigênio medido diretamente ( O2pico ) durante um teste de bicicleta ergométrica progressivo até a exaustão na entrada do programa apresentava capacidade preditiva poderosa para mortalidade cardiovascular e de todas as causas. Os pontos de corte acima dos quais houve benefício de sobrevivência marcante foram de 13 mℓ · kg · min–1 (3,7 MET) em mulheres e 15 mℓ · kg · min–1 (4,3 MET) em homens. Para cada aumento de 1 mℓ · kg · min–1 na capacidade aeróbica, houve redução de 9 e de 10% na mortalidade cardíaca em homens e mulheres, respectivamente. Em pacientes diagnosticados com ICC, a capacidade prognóstica de O2pico é sustentada por cerca de 20 anos de pesquisa. 8 O’Neil et al . 59 concluíram que um O2pico < 10 mℓ · kg · min–1 é indicativo de prognóstico particularmente ruim, um limiar apoiado por outras investigações. 8 De fato, o uso do O2pico com esse limiar é considerado indicação-chave aceitável para a candidatura a um transplante cardíaco. 25 A capacidade aeróbica também é um marcador prognóstico valioso para pacientes com doença pulmonar intersticial e hipertensão arterial pulmonar. Dois grupos de pesquisadores encontraram que o O2pico pode ser um preditor significativo para mortalidade em pacientes com DPOC. 32 , 60 Do mesmo modo que para pacientes com ICC, Hiraga et al . 32 encontraram que O2pico < 10 mℓ · kg · min–1 é indicativo de prognóstico particularmente ruim em uma coorte com DPOC. Uma breve pesquisa realizada por Miki et al . 50 indicou que O2pico também pode ter valor prognóstico em pacientes com fibrose pulmonar. Do mesmo modo, várias pesquisas breves indicam que O2pico é prognóstico em pacientes com hipertensão arterial pulmonar. 6 Além disso, Shah et al . 69 encontraram que a capacidade aeróbica estimada por tempo sobre a esteira tinha poder preditor significativo para mortalidade em uma coorte de 603 pacientes com hipertensão arterial pulmonar. É necessária pesquisa adicional para solidificar o uso prognóstico da capacidade aeróbica em pacientes com doenças e condições pulmonares vasculares e intersticiais. A verificação da capacidade aeróbica antes da cirurgia está ganhando reconhecimento crescente como indicador importante de resultados comprometedores. Loewen et al . 45 concluíram que pacientes com suspeita de câncer pulmonar estão em risco significativamente maior de complicações cirúrgicas e de resultado comprometido após o procedimento se O2pico for menor do que 16 e 15 mℓ · kg · min–1 , respectivamente. Diretrizes recentes do Colégio Americano de Médicos Torácicos (AACCP, do inglês American College of Chest Physicians) sustentam o uso do teste de esforço com análise ventilatória dos gases expirados para verificar os riscos pré e pós-cirúrgico em pacientes com câncer pulmonar. 19 Essa diretriz recomenda que pacientes com O2pico < 10 mℓ · kg · min–1 podem ser considerados de alto risco para complicações pós-cirúrgicas e mortalidade, independentemente de outras características, como função pulmonar. Ademais, pacientes com O2pico < 15 mℓ · kg · min–1 , em combinação com volume expiratório forçado em 1 segundo (FEV1,0 ) e capacidade de difusão < 40% do previsto, também devem ser considerados de alto risco para complicações e resultado ruim. Em pacientes idosos passando por cirurgia de bypass gástrico, Mc-Cullough et al . 48 relataram que O2pico < 15,8 mℓ · kg · min–1 significava o maior risco para complicações pós-cirúrgicas. Finalmente, Older et al . 61 encontraram que O2 em um limiar ventilatório < 11 mℓ · kg · min–1 foi um preditor significativode mortalidade cardiopulmonar em pacientes passando por cirurgia intra- abdominal. Dado o crescente corpo de evidência, parece que a verificação pré-cirúrgica da capacidade aeróbica para a quantificação do risco de complicações pós-cirúrgicas pode ser vantajosa. Modalidades de teste de esforço A esteira é o modo de teste de esforço mais comumente utilizado nos EUA. Esteiras em laboratórios de exercício clínico devem ser eletrônicas, permitir ampla variação de velocidade (1 a 8 mph ou 1,6 a 12,8 km · h–1 ) e de inclinação (0 a 20%) e ainda serem capazes de sustentar um peso corporal de pelo menos 159 kg. A esteira deve ter apoios para as mãos a fim de fornecer equilíbrio e estabilidade; porém, dado o impacto negativo que segurar nos apoios pode ter sobre a precisão da capacidade de exercício estimado (i. e. O2pico estimada utilizando o apoio para as mãos é maior do que O2pico medida) e a qualidade da gravação do ECG, o apoio para as mãos deve ser desencorajado ou minimizado até o menor nível possível quando a manutenção do equilíbrio for uma preocupação. Um botão de emergência deve estar prontamente visível e disponível tanto para o indivíduo realizando o teste quanto para a equipe supervisionando. 52 As bicicletas ergométricas são o modo de teste de esforço mais comum utilizado em muitos países europeus. A bicicleta ergométrica é mais barata e requer menos espaço que o teste com esteira, além de ser uma alternativa viável para indivíduos com obesidade e para aqueles com limitações ortopédicas, vasculares periféricas e/ou neuromotoras. A bicicleta ergométrica deve incluir apoios para as mãos e assento ajustável, permitindo que o joelho seja flexionado cerca de 25° de extensão total em dado indivíduo. 64 - 66 Taxas de trabalho incrementais em uma bicicleta ergométrica com freio eletrônico são mais sensíveis do que bicicletas com freio mecânico porque a taxa de trabalho pode ser mantida por uma ampla variação de taxas de pedalada. Como há menos movimento dos braços e do tórax durante o teste com a bicicleta, é mais fácil obter leituras de ECG de melhor qualidade e de pressão arterial (PA). Entretanto, a pedalada estacionária é um método de exercício pouco familiar para muitos e é altamente dependente da motivação do paciente. Assim, o teste pode terminar prematuramente ( i. e. , por causa de fadiga localizada na perna) antes que tenha sido alcançado um ponto final cardiopulmonar. Valores inferiores de O2 máx / O2pico durante o teste com bicicleta ergométrica (vs . o teste de esteira) podem variar de 5 a 25%, dependendo da atividade habitual do participante, do seu condicionamento físico, da força das pernas e da familiaridade com a bicicleta. 30 , 54 , 67 A ergometria de braço é um método alternativo de teste de esforço para pacientes que não possam realizar exercícios com as pernas. Como é utilizada massa muscular menor durante a ergometria de braço, O2 máx / O2pico geralmente é 20 a 30% menor do que o obtido durante o teste de esteira. 24 Embora esse teste tenha uso diagnóstico, 14 ele tem sido amplamente reposto por técnicas de estresse farmacológico sem exercício, que são descritas mais adiante neste capítulo. Os testes ergométricos de braço podem ser utilizados para aconselhamento sobre atividade física e Ex Rx para certas populações deficientes (p. ex., com lesão da medula espinal) e para indivíduos que realizam trabalho primariamente com a porção corporal superior durante atividades ocupacionais ou de lazer. Procedimentos de calibração rotineiros devem ser seguidos para todos os modos de testes de esforço (i. e. , esteira, ergometria da extremidade inferior e da extremidade superior). Os procedimentos específicos de calibração em geral são fornecidos pelo fabricante. Uma descrição dos procedimentos gerais de calibração para esteira, bicicleta e ergômetros de braço está disponível em Myers et al . 52 Protocolos de exercício O protocolo empregado durante um teste de esforço deve levar em consideração o objetivo da avaliação, os resultados específicos desejados e as características do indivíduo sendo testado (p. ex., idade, sintomatologia). Alguns dos protocolos de exercício mais comuns e o O2 previsto para cada estágio estão ilustrados na Figura 5.3 . O teste de esteira de Bruce ainda é um dos protocolos mais comumente utilizados, particularmente em centros de teste de estresse cardíaco. 56 Entretanto, o protocolo Bruce emprega ajustes de carga incremental relativamente grandes (i. e. , 2 a 3 MET por estágio) a cada 3 min. Consequentemente, alterações nas respostas fisiológicas tendem a ser menos uniformes e a capacidade de exercício pode ser marcadamente superestimada quando medida pelo período de exercício ou pela carga de trabalho, o que é particularmente verdadeiro quando há uso do apoio para as mãos. Evidências recentes indicam que os limiares isquêmicos são observados em DP semelhantes quando se compara o protocolo Bruce a um protocolo de esteira mais conservador. 57 Entretanto, parece que o DP correspondente a um limiar isquêmico é significativamente diferente para dado paciente com DCV quando ele realiza um teste de esforço em esteira ou em bicicleta ergométrica. 57 , 58 Especificamente, o DP correspondente a um limiar isquêmico e a depressão máxima do segmento ST é significativamente menor durante o teste com bicicleta ergométrica em comparação ao teste com esteira. Em geral, os protocolos com ajustes incrementais maiores da carga de trabalho, como o de Bruce ou Ellestad, são mais adequados para a triagem de indivíduos mais jovens e/ou fisicamente ativos, enquanto protocolos com incrementos menores como o de Naughton ou o de Balke-Ware ( i. e. , ≤ 1 MET por estágio) são preferíveis para indivíduos mais velhos ou pouco condicionados e para pacientes com doenças crônicas. Se estiverem sendo realizados testes seriados, o modo de testagem e o protocolo de exercício devem ser consistentes em todas as avaliações. Protocolos de rampa, que aumentam a taxa de trabalho de modo constante e contínuo, são uma abordagem alternativa para o teste de esforço incremental que tem ganhado popularidade. 10 Testes de rampa individualizados 53 e padronizados, como as rampas da Universidade Estadual de Ball/Bruce, 35 têm sido utilizados para melhorar a tolerância do paciente e a qualidade do teste. O primeiro teste individualiza a taxa de aumento da intensidade com base no indivíduo. O último teste de rampa padronizado iguala as taxas de trabalho aos períodos equivalentes do protocolo de Bruce, enquanto aumenta as taxas de trabalho como uma rampa. ■ Figura 5.3 Protocolos comuns de exercícios e os custos metabólicos associados para cada estágio. As vantagens dos protocolos de rampa incluem: 54 • Evitar incrementos grandes e desiguais na carga de trabalho • Aumento uniforme nas respostas hemodinâmicas e fisiológicas • Estimativas mais precisas da capacidade de exercício e do limiar ventilatório • Protocolo individualizado de teste (taxa de rampa) • Duração do teste direcionado (se aplica apenas aos protocolos individualizados). Qualquer que seja o protocolo de exercício escolhido, ele deve ser individualizado de modo que a velocidade da esteira e os incrementos da angulação se baseiem na capacidade funcional percebida pelo indivíduo. Idealmente, os aumentos na taxa de trabalho devem ser escolhidos de modo que o tempo de teste total varie entre 8 e 12 min, 10 assumindo que o ponto de término seja a fadiga voluntária. Por exemplo, incrementos de 10 a 15 W · min–1 (61 a 92 kg · m · min–1 ) podem ser utilizados na bicicleta ergométrica para indivíduos idosos, não condicionados e para pacientes com DCV ou doença pulmonar. Os aumentos na angulação da esteira de 1 a 3% · min–1 com velocidades constantes de 2,4 a 4,0 kph também podem ser utilizados para essas populações. A testagem submáxima é fortemente recomendada pela Associação Americana do Coração (AHA, de American Heart Association) em paciente pós-IM antes da alta hospitalar (aproximadamente de 4 a 6 d pós-evento) para (a) avaliação prognóstica;(b) aconselhamento sobre atividade física e Ex Rx ; e (c) avaliação da terapia médica. 25 Além disso, a testagem submáxima de esforço pode ser preferida em estabelecimentos de saúde/aptidão, particularmente durante a avaliação de indivíduos supostamente com maior risco de eventos cardiovasculares. Esses testes geralmente são interrompidos em um nível predeterminado com FC de 120 batimentos · min–1 , 70% da reserva da frequência cardíaca (RFC), 85% da FCmáx estimada para a idade ou 5 MET, porém, esses critérios de interrupção podem variar com base no paciente e no julgamento clínico. 10 Os protocolos de teste de esforço de esteira ou bicicleta ergométrica estabelecidos mais conservadores por natureza (i. e. , rampa) geralmente são apropriados para a testagem submáxima. Teste de esforço da porção corporal superiorTeste de esforço da porção corporal superior Uma bicicleta ergométrica de braço pode ser comprada como tal ou modificada a partir de uma bicicleta ergométrica estacionária preexistente, substituindo os pedais por apoios para as mãos e montando a unidade sobre uma mesa na altura dos ombros. Semelhantemente às bicicletas ergométricas de pernas, elas podem ter freios mecânicos ou eletrônicos. Esse modo de testagem é apropriado para indivíduos incapazes de se exercitar sobre uma esteira ou em uma bicicleta para as pernas (i. e. , pacientes com comorbidades vasculares, ortopédicas e neurológicas). Os picos de MET obtidos durante a ergometria de braço parecem ser preditivos de eventos adversos em pacientes incapazes de realizar teste de esteira. 34 As taxas de trabalho são ajustadas alterando-se as taxas de giro da manivela e/ou a resistência da manivela. Os incrementos na taxa de trabalho de 5 a 10 W (30,6 a 61,2 kg · m · min–1 ) a cada 2 a 3 min em uma cadência de 60 a 75 revoluções · min–1 (rpm) são recomendações comuns. 52 A ergometria de braço é mais bem realizada na posição sentada e com o fulcro do apoio para as mãos ajustado à altura dos ombros. PAS medida pelo método do manguito padronizado imediatamente após a ergometria de braço possivelmente subestima as respostas “verdadeiras” da PAS. 33 A PAS braquial durante a ergometria de braço também pode ser aproximada utilizando um estetoscópio Doppler sobre a artéria dorsal do pé. Teste para retorno ao trabalho A decisão de retornar ao trabalho após um evento cardíaco é complexa, com cerca de 25% desses pacientes não conseguindo fazê-lo. 29 Tradições nacionais e culturais, condições econômicas locais, numerosas variáveis não médicas, estereótipos do empregador e atitudes do trabalhador podem levar à incapacidade de retornar ao trabalho. Para balancear esses fatores de dissuasão, modificações no trabalho podem ser exploradas e implementadas para facilitar o reinício a uma empregabilidade vantajosa. A avaliação e o aconselhamento de trabalho são úteis para otimizar as decisões sobre o retorno. Uma discussão inicial com os pacientes sobre questões relacionadas com o trabalho, preferencialmente antes da alta hospitalar, pode ajudar a estabelecer um retorno razoável às expectativas de trabalho. A discussão com o paciente poderia incluir uma análise do histórico de trabalho para (a) verificar as necessidades aeróbicas do trabalho e as demandas cardíacas em potencial; (b) estabelecer pontos temporais experimentais para avaliação do trabalho e retorno a ele; (c) individualizar a reabilitação de acordo com as demandas do trabalho; e (d) determinar necessidades especiais relacionadas com o trabalho ou contatos de trabalho. 70 O momento adequado para retornar ao trabalho varia com o tipo de evento ou intervenção cardíaca, complicações associadas e prognóstico. O TEG fornece informação valiosa a respeito da habilidade de o paciente retornar com segurança ao trabalho 25 porque (a) as respostas do paciente podem ajudar a verificar o prognóstico e (b) a capacidade de MET medida ou estimada pode ser comparada às necessidades aeróbicas estimadas do emprego do paciente para verificar as demandas de energia relativas esperadas pelo trabalho. 2 Para a maioria dos pacientes, as demandas físicas são consideradas adequadas se as 8 h de gasto energético requerido pelo trabalho tiverem média ≤ 50% do pico de MET alcançado no TEG e se os picos de demanda do emprego (p. ex., 5 a 45 min) estiverem dentro das diretrizes prescritas para um programa caseiro de exercícios (p. ex., ≤ 80% METpico ). A maioria das tarefas empregatícias contemporâneas requer apenas necessidades aeróbicas muito leves a leves ( i. e. ≤ 3 MET). 70 Um TEG comumente é a única avaliação funcional necessária para determinar o estado de retorno ao trabalho. Entretanto, alguns pacientes podem se beneficiar de testagem funcional adicional se as demandas do trabalho diferirem substancialmente daquelas avaliadas com o TEG, especialmente para pacientes com (a) capacidade física de trabalho limítrofe em relação às demandas previstas pelo emprego; (b) disfunção ventricular esquerda concomitante; e/ou (c) preocupações sobre o retorno a uma ocupação que exija muito fisicamente. As tarefas empregatícias que podem evocar demandas miocárdicas desproporcionais em comparação com o TEG incluem aquelas que requeiram trabalho de contração muscular isométrica combinada com estresse de temperatura e trabalho pesado intermitente. 70 Testes simulando as tarefas em questão podem ser administrados quando não houver informação suficiente disponível para determinar a habilidade de o paciente retornar ao trabalho dentro de um grau razoável de segurança. Para pacientes com risco de arritmias sérias ou isquemia miocárdica silenciosa ou sintomática no trabalho, o monitoramento ambulatorial de ECG pode ser considerado conjuntamente com testes simples e baratos, que podem ser desenvolvidos para avaliar tipos de trabalho não contemplados por um TEG. 70 Por exemplo, um teste de levantar e transportar uma carga que simule tarefas ocupacionais pode ser utilizado para avaliar a tolerância para trabalho estático leve a moderado combinado com trabalho dinâmico leve. Medidas durante o teste de esforço Variáveis comuns avaliadas durante o teste clínico de esforço incluem PA, variações de ECG, classificações subjetivas e sinais e sintomas. Respostas de análises ventilatórias do gás expirado podem ser incluídas no teste de esforço, particularmente em certos grupos, como o de pacientes com ICC e indivíduos que apresentem dispneia por esforço não justificada. Finalmente, também pode ser realizada uma análise gasosa do sangue arterial durante uma avaliação avançada de teste de esforço. Frequência cardíaca e pressão arterialFrequência cardíaca e pressão arterial FC e PA devem ser medidas antes, durante e depois do TEG. A Tabela 5.2 indica a frequência recomendada e a sequência dessas medidas. Um procedimento padronizado deve ser adotado para cada laboratório de modo que as medidas da linha de base possam ser verificadas com mais precisão quando estiver sendo realizado um teste de repetição. Tabela 5.2 Intervalos de monitoramento recomendados associados ao teste de esforço. Variável Antes do teste de esforço Durante o teste de esforço Após o teste de esforço ECG Monitorado continuamente; gravado na posição supina e na postura do exercício Monitorado continuamente; gravado durante os últimos 15 s de cada estágio (protocolo de intervalo) ou nós últimos 15 s de cada período de 2 min (protocolos de rampa) Monitorado continuamente; gravado imediatamente após o exercício, durante os últimos 15 s do primeiro minuto de recuperação e a cada 2 min a partir de então FC a Monitorada continuamente; gravada na posição supina e na postura do exercício Monitorada continuamente; gravada durante os últimos 5 s de cada minuto Monitorada continuamente; gravada durante os últimos 5 s de cada minuto PA a , b Medida e gravada na posição supina e na postura do exercício Medida e gravada durante os últimos 45 s de cada estágio (protocolo de intervalo) ou nos últimos 45 s de cada período de 2 min (protocolos de rampa) Medida e gravada imediatamenteapós o exercício e a cada 2 min dali em diante Sinais e sintomas Monitorados continuamente; gravados se forem observados Monitorados continuamente; gravados se forem observados Monitorados continuamente; gravados se forem observados • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • PSE Explicar a escala Gravada durante os últimos 15 s de cada estágio do exercício ou a cada 2 min com o protocolo de rampa Após obtenção do valor de pico do exercício, ela não é medida durante a recuperação Troca gasosa Leitura da linha de base para garantir um estado operacional adequado Medida continuamente Geralmente não é necessário durante a recuperação a Além disso, PA e FC devem ser verificadas e registradas sempre que ocorrerem sintomas adversos ou alterações anormais no ECG. b Pressão arterial sistólica que não se altera ou diminui com o aumento das cargas de trabalho deve ser medida novamente (i. e., verificada imediatamente). PA = pressão arterial; ECG = eletrocardiograma; PSE = percepção subjetiva do esforço. Adaptada e utilizada com permissão de Brubaker et al . 16 Foram desenvolvidos vários aparelhos para automatizar as medidas de PS durante o exercício que apresentam precisão razoável. 52 Esses aparelhos geralmente também permitem uma confirmação da medida automatizada da PS, o que pode aumentar a confiança no valor obtido. Quando for utilizado um sistema automatizado, a calibração e a manutenção devem ser realizadas de acordo com as especificações do fabricante e as calibrações devem ser realizadas periodicamente comparando-se as medidas automatizadas e manuais de PA. Apesar dos avanços nas medições automáticas de PA durante o exercício, a avaliação manual (pelo método padronizado de manguito) ainda é um lugar-comum. Os Boxes 3.4 e 5.1 contêm métodos para a avaliação de PA durante o repouso e fontes potenciais de erros durante o exercício, respectivamente. Respostas hipertensivas e hipotensivas anormais ao TEG também são possíveis indicações absolutas e relativas para a interrupção do teste (Boxe 5.2 ). 23 Monitoramento eletrocardiográficoMonitoramento eletrocardiográfico Um ECG de alta qualidade é de importância fundamental para um TEG conduzido apropriadamente (ver Apêndice C ). A preparação adequada da pele diminui a resistência na interface entre a pele e o eletrodo, melhorando, portanto, a razão entre o sinal e o ruído. As áreas gerais para a colocação dos eletrodos devem ser raspadas, caso seja necessário, e limpas com um pedaço de gaze saturado com álcool. A camada superficial de pele deve, então, ser removida por abrasão leve utilizando papel lixa fino ou gaze, e os eletrodos são colocados de acordo com os locais anatômicos padronizados. 23 Embora os 12 pontos sejam gravados simultaneamente e estejam prontamente disponíveis para a avaliação, geralmente são monitorados três pontos em tempo real – representando a distribuição cardíaca inferior, anterior e lateral – com o ECG de 12 pontos impresso no final de cada estágio e durante o exercício máximo. Os eletrodos dos membros são afixados no tronco para o TEG. 23 Como os pontos do tronco podem resultar em uma configuração eletrocardiográfica levemente diferente em comparação com o ECG de 12 pontos padrão em repouso, a utilização de pontos no tronco deve ser anotada no ECG. Técnicas de processamento de sinal possibilitaram fazer a média dos formatos das ondas do ECG e atenuar ou até eliminar a interferência elétrica ou os artefatos. Embora essa tecnologia continue a se desenvolver, a interpretação eletrocardiográfica feita pelo computador deve ser considerada um complemento, e não um substituto para a interpretação manual. Além disso, todos os relatórios derivados automaticamente a partir da intepretação do computador devem ser lidos por um médico treinado adequadamente para interpretação de ECG. 40 Boxe 5.1 Potenciais fontes de erro na medição da pressão sanguínea. Esfigmomanômetro impreciso Tamanho inadequado da braçadeira Acuidade auditiva do técnico Taxa de inflação ou deflação da pressão da braçadeira Experiência do técnico Tempo de reação do técnico Equipamento defeituoso Pressão ou posicionamento inadequado do estetoscópio Barulho de fundo Permitir que o paciente segure nos apoios para as mãos ou flexione o cotovelo Certas anomalias fisiológicas (p. ex., artéria braquial danificada, síndrome do roubo da subclávia, fístula arteriovenosa) Boxe 5.2 Indicações para interrupção do teste de esforço. Indicações absolutas Diminuição na PAS ≥ 10 mmHg com aumento da taxa de trabalho ou se a PAS diminuir até um valor inferior ao obtido na mesma posição antes do teste quando acompanhada por outra evidência de isquemia Angina moderadamente grave (definida como 3 na escala padronizada) Sintomas crescentes do sistema nervoso (p. ex., ataxia, tontura ou quase síncope) Sinais de perfusão pobre (cianose ou palidez) Dificuldades técnicas para monitoramento do ECG ou da PAS O indivíduo tem vontade de interromper Taquicardia ventricular sustentada Elevação ST (+ 1,0 mm) em pontos sem ondas Q diagnósticas (sem ser V1 ou aVR) Indicações relativas Diminuição na PAS ≥ 10 mmHg com aumento na taxa de trabalho ou se a PAS diminuir até um valor inferior ao obtido na mesma posição antes do teste Alterações de ST ou QRS como depressão excessiva do segmento ST (depressão > 2 mm horizontal ou para baixo do segmento ST) ou deslocamento marcante do eixo Arritmias diferentes de taquicardia ventricular sustentada, incluindo CVP multifocal, tripleto de CVP, taquicardia supraventricular, bloqueio cardíaco ou bradiarritmias Fadiga, encurtamento da respiração, respiração ofegante, cãibras nas pernas ou claudicação Desenvolvimento de bloqueio completo do ramo esquerdo ou atraso de condução intraventricular que não possam ser distinguidos de taquicardia ventricular Dor crescente no peito Resposta hipertensiva (PAS > 250 mmHg e/ou PAD > 115 mmHg) a VR = voltagem aumentada no braço direito; PA = pressão arterial; PAD = pressão arterial diastólica; ECG = eletrocardiograma; CVP = contração ventricular prematura; PAS = pressão arterial sistólica; V1 = ponto 1 do peito. Reimpresso com permissão de Gibbons et al . 25 Percepções e sintomas subjetivosPercepções e sintomas subjetivos A medida de respostas subjetivas durante o teste de esforço pode fornecer informação clínica útil. A percepção subjetiva de esforço (PSE) somática (ver Capítulos 4 , 7 e 10 ) e/ou de sintomas específicos (p. ex., grau de dor no peito, queimação, desconforto, dispneia, tontura, desconforto/dor na perna) deve ser avaliada rotineiramente durante os testes clínicos de esforço. É solicitado que os pacientes forneçam estimativas subjetivas durante os últimos 15 s de cada estágio do exercício (ou a cada 2 min durante protocolos de rampa) seja verbal ou manualmente. Por exemplo, o indivíduo pode fornecer um número verbalmente ou apontar para um número se o uso de um bocal ou de máscara impedir a comunicação oral. O técnico do teste deve repetir o número para confirmar a taxa correta. Podem ser utilizadas tanto a escala de 6 a 20 categorias (ver Capítulo 4 ) ou a de 0 a 10 categorias para verificar a PSE durante o teste de esforço. 15 Antes do início do teste de esforço, devem ser fornecidas instruções claras e concisas para o uso da escala selecionada. A utilização de escalas de percepção alternativas específicas para os sintomas subjetivos são recomendadas se os indivíduos se tornam sintomáticos durante o teste de esforço. As escalas utilizadas frequentemente para avaliação dos níveis de angina, claudicação e/ou dispneia do paciente podem ser encontradas na Figura 5.4 . Em geral, avaliações ≥ 3 na escala de angina ou um grau de desconforto no peito que faria com que o paciente parasse suas atividades cotidianas são motivos para a interrupção do teste de esforço (Boxe 5.2 ). Interessantemente, pacientes com DCV relatando dispneia como o principal fator limitante para o exercício podem ter um prognóstico pior quando comparados àqueles que relatam sintomas subjetivos diferentes (i. e. , limitaçãodo exercício por fadiga na perna ou angina). 1 , 18 ■ Figura 5.4 Escalas frequentemente utilizadas para o monitoramento do nível de angina (em cima ), claudicação (meio ) e dispneia (embaixo ) do paciente. Respostas de trocas gasosas e ventilatóriasRespostas de trocas gasosas e ventilatórias Atualmente, a combinação de procedimentos padronizados de TEG e de análise ventilatória dos gases expirados (i. e. , teste de esforço cardiopulmonar) é o padrão clínico para pacientes com ICC sendo avaliados para candidatura à transplante e para indivíduos com dispneia inexplicada causada pelo esforço. 25 A análise ventilatória dos gases expirados supera as imprecisões em potencial associadas à estimativa da O2 a partir da taxa de trabalho (i. e. , velocidade e inclinação da esteira). A medida direta de O2 é mais confiável e reprodutível do que a estimativa a partir de valores de taxa de trabalho na esteira ou na bicicleta ergométrica. O2pico é a medida mais precisa da capacidade funcional e é um índice útil da saúde cardiopulmonar geral. 12 As medidas de O2 , CO2 e o cálculo subsequente da taxa de troca respiratória (TTR) também podem ser utilizados para verificar o nível de esforço físico durante o TEG com maior precisão do que pela FCmáx prevista para a idade. A avaliação de E deve ser feita sempre que forem obtidas respostas de troca gasosa. Na realidade, a verificação combinada de E e CO2 , comumente expressa como inclinação E/ CO2 , é chamada de eficiência ventilatória e fornece informação prognóstica consistente a respeito de pacientes com ICC. 12 Como as doenças cardíacas e pulmonares levam frequentemente a anomalias ventilatórias e/ou de troca gasosa durante o exercício, uma análise integrada dessas medidas pode ser útil para um diagnóstico diferencial. 12 Os sistemas de análise ventilatória dos gases expirados disponíveis atualmente também são capazes de realizar testes de função pulmonar, o que é vantajoso para a realização desse tipo de diagnóstico diferencial. Finalmente, a avaliação das respostas de troca gasosa e ventilatórias está sendo cada vez mais utilizada em ensaios clínicos para medir objetivamente a resposta a intervenções específicas. 10 Avaliação gasosa do sangue arterial durante o exercícioAvaliação gasosa do sangue arterial durante o exercício Em pacientes que apresentam dispneia sem explicação com o esforço, a doença pulmonar deve ser considerada como causa em potencial. É importante quantificar as pressões parciais gasosas nesses pacientes porque pode ocorrer dessaturação do oxigênio durante o esforço. Embora as medidas da pressão parcial de oxigênio no sangue arterial (PaO2 ) e da pressão parcial de dióxido de carbono também no sangue arterial (PaCO 2 ) tenham sido o padrão no passado, a disponibilidade da oximetria de pulso e a estimativa da saturação arterial de oxigênio (SpO2 ) tem substituído a necessidade de retirar sangue arterial rotineiramente na maioria dos pacientes. Em pacientes com doença pulmonar, as medidas de saturação de oxigênio no sangue arterial (SaO2 ) se correlacionam razoavelmente bem com SpO2 (taxa de precisão ± 2 a 3%), desde que SpO2 permaneça > 85%. A diminuição > 5% na SpO2 durante o teste de esforço é considerada resposta anormal sugestiva de hipoxemia induzida pelo exercício. A avaliação invasiva dos gases sanguíneos arteriais ainda é necessária se for clinicamente necessária a medida precisa. 12 Indicações para interrupção do teste de esforçoIndicações para interrupção do teste de esforço As indicações absolutas e relativas para a interrupção de um teste de esforço estão listadas no Boxe 5.2 . As indicações absolutas não são ambíguas, enquanto as indicações relativas podem ser postas de lado pelo julgamento clínico. Período pós-exercício Independentemente dos procedimentos pós-exercício (i. e. , recuperação ativa vs. passiva), o monitoramento deve continuar por pelo menos 6 min após o exercício ou até que as alterações eletrocardiográficas retornem para a linha de base e os sinais e sintomas significativos se resolvam. 23 As alterações no segmento ST que ocorrem apenas durante o período pós-exercício são reconhecidas atualmente como uma porção diagnóstica importante do teste. 68 FC e PA também devem retornar para níveis próximos da linha de base antes da interrupção do monitoramento. Além disso, a recuperação da FC após o exercício é um marcador prognóstico importante que deve ser anotado (ver Capítulo 6 ). 25 , 44 Modalidades de imagem utilizadas com teste de esforço As modalidades de imagem cardíaca têm sido cada vez mais utilizadas em conjunto com o TEG para diagnosticar a isquemia miocárdica com mais precisão e avaliar a função miocárdica durante o esforço físico. Os procedimentos de imagem mais utilizados estão descritos nas seções a seguir. Ecocardiografia durante o exercícioEcocardiografia durante o exercício A ecocardiografia durante o exercício é um procedimento avaliativo estabelecido para pacientes com suspeita de isquemia miocárdica. A contratilidade miocárdica normalmente aumenta com o exercício. Entretanto, a isquemia resulta em diminuição da contratilidade miocárdica por causa de movimentos de parede hipocinéticos (i. e. , diminuídos), discinéticos (i. e. , prejudicados) ou acinéticos (i. e. , ausentes) nos segmentos afetados. A ecocardiografia durante o exercício é altamente indicada para pacientes com suspeita de isquemia miocárdica com probabilidade intermediária de DCV pré-teste e/ou com ECG não interpretável. A ecocardiografia durante o exercício também é valiosa para a avaliação do miocárdio viável/isquêmico em pacientes com DCV conhecida e que estejam sendo considerados para um procedimento de revascularização. Pacientes com DCV conhecida ou suspeita e resposta ecocardiográfica normal durante o exercício parecem ter risco baixo de eventos adversos. 49 Em pacientes com doença valvar, a ecocardiografia durante o exercício é altamente indicada para a avaliação de (a) estenose aórtica equivocada; (b) evidência de débito cardíaco baixo; (c) pacientes sintomáticos com estenose mitral leve; e (d) insuficiência aórtica grave assintomática ou regurgitação mitral em que o tamanho do ventrículo esquerdo e sua função não se ajustam ao critério cirúrgico. Em pacientes com suspeita de hipertensão pulmonar, a ecocardiografia com Doppler durante o exercício também pode ser vantajosa, embora as evidências que apoiem essa abordagem sejam menos robustas. Um relato publicado recentemente sobre a adequação da ecocardiografia de estresse fornece uma lista abrangente de indicações para esse procedimento. 22 Imagem cardíaca com radionuclídiosImagem cardíaca com radionuclídios As imagens cardíacas em medicina nuclear estão sendo utilizadas agora em conjunto com procedimentos padrão de TEG para melhorar a precisão do diagnóstico de pacientes com suspeita de DCV. Existem muitos protocolos de diagnóstico por imagem diferentes utilizando tecnécio (Tc)-99m ou cloreto de tálio-201. A comparação entre as imagens durante o repouso e o estresse permite a identificação de anomalias de perfusão fixas e reversíveis, bem como a diferenciação entre elas. Tc-99m permite dosagem maior com menor exposição à radiação do que o tálio, resultando em imagens melhores, mais precisas e com menos artefatos e atenuação. Consequentemente, Tc é o agente de imagem preferido para a realização de tomografias do coração utilizando tomografia computadorizada por emissão de fóton único (SPECT, do inglês single-photon emission computed tomography ). As imagens de SPECT são obtidas por intermédio de uma câmera gama que gira 180° ao redor do paciente e que para em ângulos pré-selecionados para gravar a imagem. As imagens cardíacas são então apresentadas em fatias a partir de três eixos diferentes, permitindo a visualização do coração em três dimensões. Desse modo, podem ser visualizados individualmente vários segmentos miocárdicos sem a sobreposição dos segmentos que ocorre com imagens planas. Os defeitos de perfusão que estão presentes durante o exercício,mas não são vistos durante o repouso, sugerem isquemia do miocárdio. Os defeitos de perfusão que estão presentes durante o exercício e persistem durante o repouso sugerem IM prévio ou cicatriz. A extensão e a distribuição do miocárdio isquêmico podem ser identificadas desse modo. A imagem nuclear de SPECT durante o exercício tem sensibilidade ( i. e. , porcentagem de indivíduos com teste positivo e que têm de fato dada doença) de 87% e especificidade (i. e. , porcentagem de indivíduos com teste negativo e que não têm dada doença) de 73% para detecção de DCV com estenose coronariana ≥ 50%. 41 A tomada de imagem cardíaca com radionuclídios é altamente indicada para pacientes com probabilidade pré-teste intermediária (ver Tabela 5.1 ) de DCV e/ou ECG não interpretável, bem como para aqueles pacientes com alta probabilidade pré-teste independentemente da interpretabilidade do ECG. Esse procedimento também é bastante valioso para a avaliação do miocárdio viável/isquêmico em pacientes com cardiomiopatia isquêmica e disfunção ventricular esquerda grave que estejam sendo considerados para procedimento de revascularização. Pacientes com DCV conhecida ou suspeita e um estudo de imagem cardíaca com radionuclídios normal parecem ter baixo risco para eventos adversos. 49 Inversamente, pacientes com um defeito de perfusão têm risco maior de eventos adversos independentemente dos achados angiográficos. 20 Um relato recentemente publicado sobre os critérios adequados de diagnóstico por imagem cardíaca com radionuclídios fornece uma lista abrangente de indicações para esse procedimento. 31 Modalidades de imagem não utilizadas com teste de esforço Teste farmacológico de esforçoTeste farmacológico de esforço Pacientes incapazes de realizar um TEG por motivos como falta de condicionamento grave, doença vascular periférica, incapacidades ortopédicas, doença neurológica e/ou doença concomitante podem ser avaliados utilizando-se um teste farmacológico de esforço. Os dois testes farmacológicos utilizados mais comumente são a ecocardiografia de estresse com dobutamina e a cintigrafia nuclear de esforço com dipiridamol ou adenosina. Alguns protocolos incluem exercício de intensidade leve em combinação com a infusão farmacológica. A dobutamina destaca as anomalias cinéticas de parede por aumentar a FC e, portanto, a demanda de oxigênio do miocárdio. A dobutamina é infundida intravenosamente com a dose aumentando gradualmente até que seja alcançada a dose máxima ou um ponto final. Os pontos finais podem incluir anomalias cinéticas de parede novas ou que piorem, resposta de FC adequada, arritmias sérias, angina, depressão significativa do ST, efeitos colaterais intoleráveis e diminuição ou aumento significativos da PA. Pode ser administrada atropina se não for alcançada FC adequada ou outros pontos finais no pico de doses de dobutamina. São obtidos FC, PA, ECG e imagens ecocardiográficas ao longo de toda a infusão de atropina. As imagens eletrocardiográficas são obtidas de modo semelhante à ecocardiografia durante o exercício. Uma anomalia cinética de parede nova ou que piore constitui um teste positivo para isquemia. Vasodilatadores como dipiridamol ou adenosina são utilizados comumente para verificar a perfusão coronariana em conjunto com um agente de imagem em medicina nuclear. Dipiridamol e adenosina causam vasodilatação coronariana máxima em artérias epicárdicas normais, mas não em segmentos estenóticos. Como resultado, ocorre um fenômeno de roubo coronariano com fluxo relativamente aumentado para as artérias normais e fluxo relativamente diminuído para as artérias estenóticas. A imagem em medicina nuclear de perfusão em condições de repouso é comparada então à imagem obtida após a vasodilatação coronariana. A interpretação é semelhante àquela para o teste nuclear de esforço. Efeitos colaterais graves são • • • • • • • • • • • • incomuns, porém tanto o dipiridamol quanto a adenosina podem induzir broncospasmo considerável, particularmente em pacientes com asma ou doença reativa das vias respiratórias. Assim, a administração desses agentes é contraindicada para esses pacientes. 41 O broncospasmo pode ser tratado com teofilina, embora isso seja raramente necessário com o uso de adenosina porque sua meia-vida é muito curta. Cafeína e outras metilxantinas podem bloquear os efeitos vasodilatadores do dipiridamol e da adenosina, reduzindo assim a sensibilidade do teste. Portanto, recomenda-se que essas substâncias sejam evitadas por pelo menos 24 h antes do teste de esforço. A precisão diagnóstica do teste farmacológico de esforço com as imagens em medicina nuclear é semelhante à do teste de esforço com exercício. 41 Tomografia computadorizada na avaliação de doença cardiovascularTomografia computadorizada na avaliação de doença cardiovascular Os avanços na tomografia computadorizada (TC) cardíaca oferecem métodos adicionais para a avaliação clínica da DCV. Embora existam vários tipos de TC cardíaca, a tomografia computadorizada por feixe de elétrons (TCFE) está disponível desde 1987 e fornece os dados científicos mais robustos. A TCFE é um método altamente sensível para a detecção de placa calcificada em artéria coronariana. 17 Entretanto, é importante compreender que a presença de placa calcificada não é por si só um indicativo da presença de lesão coronariana que obstrua o fluxo; inversamente, a ausência de cálcio coronariano não é por si só um indicativo da ausência de placa aterosclerótica. Um escore de cálcio coronariano igual a zero faz com que a presença de placa aterosclerótica, incluindo placa vulnerável, seja altamente improvável. Além disso, escore zero está associado a baixo risco anual (0,1%) de evento coronariano nos próximos 2 a 5 anos, enquanto escore de cálcio alto (> 100) está associado a alto risco anual (> 2%). Os escores de cálcio se correlacionam pouco com a gravidade da estenose, embora escore > 400 esteja frequentemente associado à isquemia de perfusão por motivo de DCV obstrutiva. A medida do cálcio arterial coronariano parece aumentar a predição de risco para indivíduos com escore de risco de Framingham intermediário (i. e. , aqueles com probabilidade de 10 a 20% de um evento cardiovascular em 10 anos). Assim, em pacientes selecionados clinicamente com risco intermediário (Tabela 5.1 ) pode ser razoável utilizar a TCFE para refinar ainda mais a predição de risco. Entretanto, não é recomendada a medida de cálcio arterial coronariano para indivíduos com escore de risco de Framingham baixo (i. e. , probabilidade < 10% de um evento cardiovascular em 10 anos) ou alto (i. e. , probabilidade > 20% de um evento cardiovascular em 10 anos). Uma declaração consensual recentemente publicada sobre escore de cálcio coronariano apresenta uma discussão abrangente a respeito das indicações adequadas sobre esse procedimento. 26 Supervisão do teste de esforço Embora os testes clínicos de esforço sejam considerados geralmente seguros, existe o potencial para eventos adversos. O risco de complicações que requeiram admissão hospitalar, IM agudo e morte súbita cardíaca durante ou imediatamente após o exercício é ≤ 0,20, 0,04 e 0,01%, respectivamente. 52 Desse modo, indivíduos que supervisionam testes de esforço devem ter habilidades cognitivas e técnicas necessárias para administrá-lo com segurança. O Colégio Americano de Cardiologia (ACC, de American College of Cardiology), a AHA e a ACCP, com uma participação ampla de outras organizações profissionais envolvidas com o teste de esforço, incluindo o Colégio Americano de Medicina Esportiva (ACSM, de American College of Sports Medicine), destacaram as habilidades cognitivas necessárias para supervisionar testes de esforço com competência. 68 Essas habilidades são apresentadas no Boxe 5.3 . Na maioria dos casos, os testes clínicos de esforço podem ser supervisionados por profissionais de saúde devidamente treinados, como fisiologistas do exercício, enfermeiros e assistentes físicos que estejam trabalhando sob a supervisão de um médico (i. e. , o médico deveestar presente na vizinhança imediata e disponível para emergências para o teste de esforço de indivíduos com alto risco) (ver Capítulo 2 e Apêndice B ). 68 Vários estudos demonstraram que a incidência de complicações cardiovasculares durante o TEG é semelhante entre testes supervisionados por equipe não médica adequadamente treinada e com médicos na vizinhança imediata em comparação com aqueles conduzidos com supervisão médica direta. 52 Em situações em que o paciente seja considerado de alto risco para um evento adverso durante o TEG, o médico deve estar imediatamente disponível para administrar situações potenciais de emergência. Esses casos incluem, mas não estão restritos a, pacientes fazendo teste limitado a sintomas após eventos agudos recentes (i. e. , síndrome coronariana aguda ou IM), disfunção ventricular esquerda grave, estenose valvar grave (p. ex., estenose aórtica) ou com arritmias complexas conhecidas 68 (ver Capítulo 2 ). Boxe 5.3 Habilidades cognitivas necessárias para a supervisão competente de testes de esforço. Conhecimento sobre as indicações adequadas para o teste de esforço Conhecimento de testes fisiológicos cardiovasculares alternativos Conhecimento sobre as contraindicações, os riscos e a avaliação de risco do teste adequados Conhecimento para identificação imediata e tratamento de complicações do teste de esforço Competência em reanimação cardiopulmonar e capacidade de completar com sucesso um curso patrocinado pela American Heart Association em apoio vital cardiovascular avançado que deverá ser renovado em bases regulares Conhecimentos de vários protocolos de exercício e as indicações de cada um Conhecimento sobre fisiologia cardiovascular e do exercício básicas, incluindo a resposta hemodinâmica ao exercício Conhecimento sobre arritmia cardíaca e habilidade de identificar e tratar arritmias sérias (ver Apêndice C ) Conhecimento sobre fármacos cardiovasculares e como eles afetam o desempenho do exercício, a hemodinâmica e o eletrocardiograma (ver Apêndice A ) Conhecimento sobre os efeitos da idade e de doença sobre a hemodinâmica e a resposta eletrocardiográfica ao exercício Conhecimento sobre os princípios e os detalhes do teste de esforço, incluindo o posicionamento adequado dos eletrodos e a preparação da pele Conhecimento sobre os pontos finais do teste de esforço e as indicações para a sua interrupção Adaptado de Rodgers et al . 68 Resumo Os pontos-chave para o teste clínico de esforço do ACSM são: • Embora o teste clínico de esforço possa não ser indicado para a maioria dos indivíduos que estejam começando um programa de exercícios (ver Capítulo 2 ), o grande valor das informações obtidas a partir desse procedimento não é questionável • A capacidade aeróbica pode ser um dos melhores marcadores prognósticos isolados para todos os indivíduos, independentemente do estado de saúde • Os testes clínicos de esforço padronizados são bem aceitos para avaliação de indivíduos com sinais e/ou sintomas sugestivos de DCV • O uso do teste de esforço cardiopulmonar, que combina o teste clínico de esforço padrão com a análise simultânea dos gases expirados, é uma 1 . 2 . 3 . 4 . 5 . 6 . 7 . 8 . 9 . 10 . 11 . 12 . 13 . 14 . 15 . 16 . 17 . 18 . 19 . 20 . 21 . 22 . 23 . 24 . 25 . 26 . 27 . 28 . 29 . 30 . 31 . prática comum para pacientes com ICC, bem como para aqueles com dispneia por esforço não explicada • O reconhecimento recente de que uma equipe não médica adequadamente treinada pode realizar um teste clínico de esforço com segurança pode resultar na expansão do uso desse procedimento valioso em vários estabelecimentos clínicos. Recursos on-line Declarações e diretrizes científicas da American Heart Association : 10 , 12 , 23 , 25 , 44 , 52 http://www.my.americanheart.org/professional/StatementsGuidelines/Statements-Guidelines_UCM_316885_SubHomePage.jsp Referências bibliográficasReferências bibliográficas Abidov A, Rozanski A, Hachamovitch R, et al. Prognostic significance of dyspnea in patients referred for cardiac stress testing. N Engl J Med . 2005;353(18):1889–98. Ainsworth BE, Haskell WL, Whitt MC, et al. Compendium of physical activities: an update of activity codes and MET intensities. Med Sci Sports Exerc . 2000;32(9 Suppl):S498–504. American Thoracic Society, American College of Chest Physicians. ATS/ACCP Statement on cardiopulmonary exercise testing. Am J Respir Crit Care Med . 2003;167(2):211–77. Amsterdam EA, Kirk JD, Bluemke DA, et al. Testing of low-risk patients presenting to the emergency department with chest pain: a scientific statement from the American Heart Association. 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