Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Custos Industriais Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof. Ms. Edson Nunes Revisão Textual: Profa. Dra. Sílvia Albert Margem de Contribuição e Lucro Operacional • Introdução • Ponto de Equilíbrio • Ponto de Equilíbrio para Múltiplos Produtos • Limitações do Ponto de Equilíbrio · Fornecer conceitos básicos sobre margem de contribuição e lucro operacional. OBJETIVO DE APRENDIZADO Margem de Contribuição e Lucro Operacional Orientações de estudo Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua formação acadêmica e atuação profissional, siga algumas recomendações básicas: Assim: Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e horário fixos como o seu “momento do estudo”. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo. No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados. Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem. Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Determine um horário fixo para estudar. Aproveite as indicações de Material Complementar. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma Não se esqueça de se alimentar e se manter hidratado. Aproveite as Conserve seu material e local de estudos sempre organizados. Procure manter contato com seus colegas e tutores para trocar ideias! Isso amplia a aprendizagem. Seja original! Nunca plagie trabalhos. UNIDADE Margem de Contribuição e Lucro Operacional Introdução Segundo Cruz et al. (2012), podemos perceber que o método de apropriação de custo mais adequado para a formação de preço de venda é o método direto ou custeio variável, pois ele não utiliza bases de rateio na distribuição e no controle de custos indiretos aos seus produtos ou serviços. Por meio da destinação dos gastos variáveis aos produtos ou serviços, o custeio direto ou variável permite a identificação da margem de contribuição de cada tipo de produto ou de linhas de produtos ou serviços, o que gera uma estrutura para o processo de precificação. A fim de entender como se dá o processo pelo método direto, observe a Figura 1, proposta por Cruz et al. (2012) em relação aos gastos: Custos InvestimentosDespesas Figura 1 – Tipos de gastos Fonte: Adaptado de Cruz, 2012 Observando a Figura 1, verificamos que os tipos de gastos no custeio direto são Custos, Despesas e Investimentos, de que trataremos a seguir: • Custo: gasto relativo a um bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou serviços, trata-se, portanto, do consumo de bens para produzir outros bens. Os custos podem ser diretos ou indiretos, dependendo da facilidade com que são apurados contabilmente, ou então fixos ou variáveis: » Custo direto: são os custos capazes de serem associados diretamente a um produto ou serviço e que possam, também, ser medidos de alguma maneira utilizando uma unidade de medida que pode ser quilos, litros, quantidade de peças, horas trabalhadas, etc.; » Custo indireto: os custos indiretos não podem ser associados diretamente a um produto ou serviço. Um exemplo é o custo de energia elétrica, que não pode ser associado diretamente a um produto ou serviço porque não se sabe ao certo quanto que cada máquina ou lâmpada utilizou de energia elétrica a não ser que fossem colocados medidores em cada um dos componentes que utilizam energia elétrica. Outro exemplo seria o custo do setor de controle da qualidade, pois essa é uma atividade geral da produção e não específica a uma determinada mercadoria ou serviço; 8 9 » Custo fixo: os custos fixos não se alteram quando dentro de uma faixa de atividades, não variando nem em função de mudanças no volume de produção nem tampouco em função do nível de atividade. Para efeito dos cálculos da margem de contribuição, vamos considerar os custos fixos e os custos variáveis. • Despesa: bem ou serviços consumido direta ou indiretamente para obter receitas ou a ser aplicado em uma atividade que irá gerar renda ou que poderá gerar uma renda teórica. As despesas são itens que reduzem o patrimônio e apresentam características que representam sacrifícios para a obtenção de receitas, ou seja, as empresas possuem despesas para a geração de receitas e não para a geração de bens ou serviços, o custo é que tem essa finalidade. As despesas podem ser fixas ou variáveis. • Investimento: gasto que uma organização ou empreendimento faz visando benefícios futuros. Todos os sacrifícios realizados para a aquisição de bens ou serviços (gastos) que são estocados no Ativo da empresa para baixa ou amor- tização quando de sua venda, consumo, desaparecimento ou desvalorização são chamados de investimentos. Por exemplo: a matéria prima é um gasto contabilizado temporariamente como investimento circulante; a máquina é um gasto que se torna investimento permanente etc.; Vale ressaltar que os gastos variáveis (Custos e Despesas variáveis), em geral, estão associados aos produtos ou serviços enquanto que os gastos fixos (Custos e despesas fixas) estão associados à estrutura da empresa. A Figura 2, a seguir, apresenta a estrutura lógica do método direto: Gastos Variáveis Custos Variáveis Produtos ou Serviços Custos Variáveis Gastos Fixos Custos Fixos Estrutura da Empresa Custos Fixos Figura 2: Esquema do método direto Fonte: Adaptado de Cruz, 2012 9 UNIDADE Margem de Contribuição e Lucro Operacional Outro fator importante quando tratamos do assunto margem de contribuição é o preço de venda que será formado de acordo com as estratégias da empresa e suas variáveis econômicas, de custo, mercadológica, tributárias etc. O que seria margem de contribuição? Ex pl or A margem de contribuição se resume na diferença entre o preço de venda (fatu- ramento ou receita) e a soma dos custos e despesas variáveis. Mc = PV – (CV + DV) Onde: Mc = Margem de Contribuição PV = Preço de Venda (Receita ou Faturamento) CV = Custos Variáveis DV = Despesas Variáveis A margem de contribuição é uma ferramenta que permite verificar quais os produtos que estão sendo vendidos acima dos custos e despesas que provocam. A empresa começa a gerar lucro quando a margem de contribuição for maior que os custos e despesas fixas. Vejamos, a seguir, um exemplo prático: Uma empresa de embalagem fabrica três tipos de produtos: Embalagem plástica, Embalagem de papel e Embalagem de papelão. No final do mês passado esses produtos foram produzidos e vendidos de acordo com a Tabela 1: Tabela 1 – Resumo dos produtos produzidos e vendidos Produtos Quantidade Preço de venda unitário ($) Custo variável unitário ($) Embalagem plástica 20.000 5,00 2,00 Embalagem de papel 15.000 10,00 8,00 Embalagem de papelão 30.000 8,00 6,00 As despesas variáveis de vendas correspondem a 3% do preço de venda e os custos fixos totalizam $50.000,00 no mês. O cálculo da margem de contribuição unitária para cada produto seria: Embalagem plástica • A Despesa Variável (DV) corresponde a 3% do valor de venda = $5,00 x 0,03 ∴ o valor da despesa variável da embalagem plástica é de $0,15 10 11 • Margem de contribuição unitária Mc = PV – (CV + DV) Mc = 5 – (2 + 0,15) ∴ Mc= $2,85/embalagem • Margem de contribuição total $2,85/embalagem x 20.000 embalagens = $57.000,00 Embalagem de papel • A Despesa Variável (DV) corresponde a 3% do valor de venda = $10,00 x 0,03 ∴ o valor da despesa variável da embalagem plástica é de $0,30 Margem de contribuição unitária • Mc = PV – (CV + DV) Mc = 10 – (8 + 0,30) ∴ Mc = $1,70/embalagem • Margem de contribuição total $1,70/embalagem x 15.000 embalagens = $25.500,00 Embalagem de papelão • A Despesa Variável (DV) corresponde a 3% do valor de venda = $8,00 x 0,03 ∴ o valor da despesa variável da embalagem plástica é de $0,24 • Margem de contribuição unitária Mc = PV – (CV + DV) Mc = 8 – (6 + 0,24) ∴ Mc = $1,76/embalagem • Margem de contribuição total $1,76/embalagem x 30.000 embalagens = $52.800,00 • Margem de contribuição total (+) Embalagem plástica 57.000,00 (+) Embalagem de papel 25.500,00 (+) Embalagem de papelão 52.800,00 (=) Total 135.300,00 11 UNIDADE Margem de Contribuição e Lucro Operacional • Lucro operacional (+) Margem de contribuição total 135.300,00 (–) Custos e Despesas Fixas 50.000,00 (=) Lucro operacional ou lucro bruto 85.300,00 A Tabela 2 a seguir resume os resultados obtidos: Tabela 2: Resumo dos dados Produtos Preço unitário ($) a Custo variável ($) b Despesa variável ($) c = (a x 0,03) MC unitária ($) d = a – (b +c) Qde e MC total ($) f = d x e Embalagem plástica 5,00 2,00 0,15 2,85 20.000 57.000 Embalagem de papel 10,00 8,00 0,30 1,70 15.000 25.500 Embalagem de papelão 8,00 6,00 0,24 1,76 30.000 52.800 MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO TOTAL 135.300 (–) Custos e Despesas Fixas 50.000 (=) Lucro operacional ou lucro bruto 85.300 Importante! No exemplo apresentado anteriormente, todos os produtos contribuem de forma positiva, ou seja, os produtos contribuem de forma favorável ao negócio. Caso algum produto apresentasse margem negativa, ele não seria favorável ao negócio; se a margem fosse nula, o produto seria indiferente ao negócio (ponto de equilíbrio). Trocando ideias... Ponto de Equilíbrio Quando falamos do ponto de equilíbrio estamos mencionando que a soma das margens de contribuição dos produtos vendidos tem o mesmo valor da soma dos custos e despesas fixas. Para exemplificar, suponha que uma empresa produziu e vendeu 10.000 unidades mensais do produto X; seu preço de venda unitário é de $20,00/unidade e a soma de seus custos e despesas variáveis unitário é de $15/unidade; seus custos e despesas fixas mensais correspondem a $10.000,00. Veja o resumo a seguir: (+) Preço de venda unitário $20,00 x 10.000 = $200.000,00 (-) Custos e despesas variáveis $15,00 x 10.000 = $150.000,00 (=) Margem de contribuição total $50.000,00 (-) Custos e despesas fixas $10.000.00 (=) Lucro operacional $40.000,00 12 13 Para descobrir a margem de contribuição unitária utilizamos a fórmula: Mc = PV – (CV + DV) Mc = 20 – (15) Mc = $5/unidade Para descobrir a quantidade necessária do ponto de equilíbrio basta fazer a divisão do valor dos custos e despesas fixas pela margem de contribuição unitária como segue: $10.000,00 ÷ $5/unidade = 2.000 unidades No exemplo apresentado anteriormente, o que signifi cam essas 2.000 unidades? Quantas unidades correspondem ao lucro operacional?Ex pl or Nesse exemplo, as 2.000 unidades correspondem à quantidade da soma das margens de contribuição dos produtos vendidos, que se igualam ao valor dos custos e despesas fixas mensais. Para determinar a quantidade correspondente ao lucro operacional, faremos de maneira similar ao ponto de equilíbrio, só que, desta vez, utilizaremos o valor do lucro operacional dividido pela margem de contribuição unitária, como segue: $40.000,00 ÷ $5/unidade = 8.000 unidades As fórmulas para determinar o ponto de equilíbrio tanto em quantidade quanto em valor são: P q CDF MCUeq ( ) = Peq (q) = Ponto de equilíbrio (quantidade) CDF = Custos e Despesas Fixas MCU = Margem de Contribuição Unitária Observação: MCU = Preço de Venda unitário-Custos e Despesas variáveis unitário Peq (v) = Peq (q) x Preço de Venda Unitário Peq (v) = Ponto de equilíbrio (valor) Retornando ao nosso exemplo temos como quantidade as 2.000 unidades para a obtenção do ponto de equilíbrio como segue: P q CDF MCUeq ( ) = 13 UNIDADE Margem de Contribuição e Lucro Operacional P qeq ( ) = $ . $ , 10 000 5 00 Peq (q) = 2.000 unidades Em termos de valores esta quantidade corresponde a: Peq (v) = Peq (q) x Preço de Venda Unitário Peq (v) = 2.000 x $20,00 Peq (v) = $ 40.000,00 Graficamente, temos esses dados demonstrados na Figura 3: 2.000 10.000 20.000 40.000 60.000 80.000 100.000 120.000 140.000 160.000 180.000 200.000 ($) 4.000 Ponto de equilíbrio Custos e despesas �xas Lucro operacional Receita Total 6.000 8.000 10.000 Quantidade Despesas Totais Figura 3 – Resumo dos dados do exemplo 14 15 Na figura 3, podemos notar que mesmo a empresa não produzindo nenhuma peça seus custos e despesas fixas permanecem em $10.000,00/mês. Nesse exemplo, conforme demonstrado em cálculos, o ponto de equilíbrio em termos de quantidade é de 2.000 e em termos de valores $40.000,00. Para o cálculo do ponto de equilíbrio foi levado em consideração o valor dos custos e despesas fixas ($10.000,00) dividido pelo valor da margem de contribuição ($5,00) que conforme visto é a subtração do preço de venda ($20,00) dos custos e despesas variáveis ($15,00). Analisando a Figura 3, as receitas do ponto de equilíbrio correspondem a multiplicação do preço de venda ($20,00) pela quantidade do ponto de equilíbrio (2.000) que corresponde ao valor de $40.000,00. O valor dos custos totais no ponto de equilíbrio corresponde à soma dos custos e despesas fixas mensais ($10.000,00) com os totais dos custos e despesas variáveis ($15,00 x 2.000 = $30.000,00), perfazendo um total de $40.000,00. Em outras palavras o lucro operacional, no ponto de equilíbrio, é igual a zero, pois o lucro corresponde a diferença entre as receitas totais e os custos totais. A partir da quantidade de 2.000 unidades a empresa passará a ter lucros, para quantidades inferiores a 2.000 unidades a empresa terá prejuízos. Com as quantidades totais do exemplo (10.000) a empresa teve um lucro opera- cional de $40.000,00, conforme exemplificado no resumo dos dados e na Figura 3. Ponto de Equilíbrio para Múltiplos Produtos O ponto de equilíbrio é de fácil visualização quando tratamos de um único produto ou de uma única linha de fabricação, em que se pode estabelecer o ponto de equilíbrio por unidade de produção. No entanto, quando há vários produtos com diferentes margens de contribui- ção, torna-se mais difícil determinar o mix de vendas e de produção para o ponto de equilíbrio. A seguir, para efeito de exemplificação, tomaremos um caso com dois produtos diferentes, porém com margem de contribuição igual. Observe: Uma empresa possui dois produtos diferentes X e Y e seus preços de vendas unitários, a soma de seus custos e despesas variáveis e a margem de contribuição unitária estão descritas na Tabela 3. Os custos e despesas fixas mensais são de $60.000,00. 15 UNIDADE Margem de Contribuição e Lucro Operacional Tabela 3 – Margens de contribuições dos produtos X e Y Produto Preço de venda (unitário) Custos e despesas variáveis (unitário) Margem de contribuição (unitária) X $500,00 $200,00 $300,00 Y $1.000,00 $700,00 $300,00 Dessa forma, utilizaremos a fórmula do ponto de equilíbrio de maneira similar a de um único produto: P q CDF MCUeq ( ) = P qeq ( ) = $ . $ , 60 000 300 00 Peq (q) = 200 unidades Importante! Nesses casos, em que as margens de contribuição são iguais, quaisquer que sejam as quantidades de produtos X e Y, desde que a soma seja de 200 unidades, o ponto de equilíbrio será atingido. Trocando ideias... No entanto, se os produtos tiverem margens de contribuições diferentes, como podemos determinar a quantidade do ponto de equilíbrio? Vejamos, a seguir, outro exemplo:Ex pl or Uma empresa possui trêsprodutos diferentes X, Y e Z e seus preços de vendas unitários, a soma de seus custos e despesas variáveis estão descritos na Tabela 3 e os custos e despesas fixas mensais são de $100.224,00. Tabela 4 – Margens de contribuições dos produtos X, Y e Z Produto Qtde. Preço de venda (unitário) Custos e despesas variáveis (unitário) Margem de contribuição (unitária) X 100 $400,00 $200,00 $200,00 Y 60 $500,00 $150,00 $350,00 Z 40 $600,00 $320,00 $280,00 Uma das maneiras de resolução para a determinação do ponto de equilíbrio de produtos que possuem margens de contribuições diferentes é por meio da participação das vendas em cada produto. Esse cálculo é obtido por meio da multiplicação da porcentagem de vendas de cada produto e sua respectiva margem de contribuição, conforme sequência a seguir: 16 17 • Participação nas vendas em cada produto Produto Quantidade Vendas (%) X 100 50% Y 60 30% Z 40 20% TOTAL 200 100% O resumo dos dados acima analisou a porcentagem de vendas de cada produto. Nesse caso, o produto X representa 50%, o produto Y representa 30% e o produto Z representa 20%. A partir desses dados, determinaremos a margem de contribuição média unitária ponderada. • Margem de contribuição média unitária ponderada Produto MCU Vendas (%) MCU ponderada X $200 X 50% = $100,00 Y $350 X 30% = $105,00 Z $280 X 20% = $56,00 TOTAL $261,00 Por meio da MCU ponderada total ($261,00) podemos calcular o ponto de equilíbrio. • Cálculo do ponto de equilíbrio P q CDF MCUeq ( ) = P qeq( ) $ . , = 100 224 00 261 P q unidadeseq( ) = 384 Para essa condição de vendas, o ponto de equilíbrio se dá com 384 unidades (somando-se os produtos X, Y e Z). A determinação das quantidades mínimas de cada produto ou o mix de produtos veremos no item “d”, a seguir: • Mix de produtos Produto Ponto de equilíbrio Vendas (%) Total X 384 X 50 192 Y 384 X 30 115,2 Z 384 X 20 76,8 17 UNIDADE Margem de Contribuição e Lucro Operacional Atualmente, há planilhas eletrônicas e softwares de simulação que acabam pro- porcionando o ponto de equilíbrio. Contudo, como foi apresentado em nosso exemplo, se as vendas dessa empresa se comportar sempre de maneira similar, a empresa poderá programar e planejar antecipadamente os recursos que deverão ser direcionados para cada produto facilitando, assim, o planejamento como um todo. Limitações do Ponto de Equilíbrio Será que o comportamento dos custos e das receitas se mantém constante dentro das limitações de produção e de vendas? A empresa pode alterar seu preço de vendas em razão de uma oportunidade? A empresa pode aumentar sua produtividade por meio de reduções de custos? Ex pl or Como você pode perceber, nem sempre o comportamento das receitas e dos cus- tos se mantém estáveis e algumas situações podem contribuir para que isto ocorra: • Comportamento do preço de venda: várias vezes a empresa é obrigada a rever sua política de preços a fim de obter uma maior participação do mercado; algumas vezes a empresa é forçada a efetuar reduções nos preços, para atingir um aumento de vendas e, em determinadas ocasiões, a empresa consegue aumentar seu preço ou devido à inflação ou devido a uma estratégia de reposicionamento de seus produtos ou linhas de produtos. Outro ponto a ser considerado é que todo produto possui um ciclo de vida que engloba desde a sua introdução até o seu encerramento, conforme podemos atestar na Figura 4, a seguir: Vendas e lucros ($) Vendas Lucros Tempo0 Perdas/ investimentos ($) Desenvol- vimento do produto Introdução Maturidade Declínio Cresci- mento Figura 4 – Ciclo de vida do produto 18 19 Como você pôde perceber, o comportamento de vendas sofre mudanças ao longo do ciclo de vida do produto. Neste momento, esta será nossa única análise, pois outras disciplinas tratarão sobre o tema ciclo de vida do produto de maneira mais aprofundada; • Comportamento dos Custos e Despesas Fixas: as contas podem ser consi- deradas fixas até certo limite de produção e de vendas. Se a empresa desejar aumentar a quantidade de peças produzidas e de vendas, por exemplo, pode haver a necessidade de contratação de mão de obra indireta, aquisição de no- vas máquinas e equipamentos ou, até mesmo, investimentos na ampliação ou aluguel de um galpão. Todos esses fatores podem gerar custos adicionai; • Comportamento dos custos e despesas variáveis: quando consideramos os custos variáveis, os custos unitários são sempre iguais, pois, conforme aumentam os volumes de vendas, os custos aumentam proporcionalmente. Por um lado, esse fato não leva em consideração que a empresa possa estar operando com capacidade ociosa sendo possível, por exemplo, contratar mão de obra ou optar por horas extras para ocupar parte ou toda essa capacidade, o que aumentará os custos unitários; por outro lado, se a empresa conseguir meios de aumento de produtividade os custos unitários diminuirão. Finalizamos assim mais uma unidade com importantes tópicos sobre os Custos Industriais. Desejo a você sucesso em sua vida pessoal, espiritual, profissional e financeira. Até mais!!! 19 UNIDADE Margem de Contribuição e Lucro Operacional Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Livros Análise de Balanços, Estruturação e Avaliação das Demonstrações Financeiras Contábeis BLATT, A. Análise de balanços, estruturação e avaliação das demonstrações financeiras contábeis. São Paulo: Pearson: 2000. (e-book). Gestão de Custos Perspectivas e Funcionalidades CRUZ, A.W. Gestão de custos perspectivas e funcionalidades. Curitiba: IBPEX, 2012. (e-book). Formação de Preços: Mercado e Estrutura de Custos CRUZ, J.A.W; DOS REIS, J.A.F; MIGUEL, J.I; PROHMANN, J.I.P. Formação de preços: mercado e estrutura de custos. Curitiba: Intersaberes, 2012. (e-book). Contabilidade Gerencial Novas Práticas Contábeis para Gestão de Negócios HONG, Y.C. Contabilidade gerencial novas práticas contábeis para gestão de negócios. São Paulo: Pearson: 2005. (e-book). Princípios de Marketing KOTLER, P; ARMSTRONG, G. Princípios de Marketing. São Paulo: Pearson Prentice Hall: 2007. (e-book). Custos MEGLIORINI, E. Custos. São Paulo: Makron books, 2001. (e-book). 20 21 Referências MARTINS, E. Contabilidade de Custos: Livro de Exercícios. 9ª ed. São Paulo: Atlas, 2007. MARTINS, E. Contabilidade de Custos: O Uso da Contabilidade de Custos como Instrumento Gerencial. 9ª ed. São Paulo: Atlas, 2003. RIBEIRO, O. M. Contabilidade de Custos Fácil; 7ª ed. São Paulo: Saraiva, 2009. 21
Compartilhar