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Controle Estatístico de Processos

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CONTROLE 
ESTATÍSTICO DE 
PROCESSOS
Gizele Lozada
Introdução ao controle 
estatístico de processo (CEP)
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 Reconhecer as origens do controle estatístico de processo.
 De� nir as principais características e objetivos do CEP.
 Identi� car os elementos e etapas componentes do CEP.
Introdução
Atualmente, a qualidade corresponde a um fator de grande relevância no 
mundo corporativo, chegando a atingir o status de uma das principais 
estratégias competitivas adotadas por muitas empresas, como forma 
de se destacar perante seus concorrentes e conquistar a confiança e a 
preferência de seus clientes. Um serviço ou produto de qualidade pode 
ser definido como aquele que atende às especificações, com a menor 
variação possível em torno delas, aumentando as chances de que as 
expectativas dos clientes sejam atingidas.
Contudo, nem tudo é absolutamente controlável, ainda mais quando 
falamos em processos, que podem envolver diversos elementos como 
matérias-primas e pessoas, de onde podem derivar muitas das variações 
sofridas pelo processo, podendo afetar seu desempenho. De certa forma, 
podemos considerar que as variações são naturais e inerentes a qualquer 
processo, em maior ou menor grau de ocorrência e abrangência. Contudo, 
essas variações precisam ser conhecidas, compreendidas e controladas, 
para que seu impacto sobre o processo e seus resultados seja o menor 
possível. E é justamente neste contexto que ingressa o controle estatístico 
de qualidade, com a intenção de colaborar na redução sistemática da 
variabilidade em processos e, consequentemente, contribuir para que 
U3_C07_Controle estatístico de processos.indd 107 17/07/2017 12:22:08
os produtos e serviços decorrentes deles apresentem adequado nível 
de qualidade.
Neste capítulo, você vai estudar o controle estatístico de qualidade, 
suas origens, principais características e objetivos, bem como os elemen-
tos e etapas que o constituem.
Origens do CEP
A qualidade é um fator perseguido por muitas empresas e considerado em suas 
estratégias, na intenção de tornarem-se competitivas, destacando-se perante 
seus concorrentes, conquistando e mantendo clientes. Afi nal, o que é qualidade?
Muitos dizem que qualidade é um termo relativo e difícil de definir, em 
função de sua estreita relação com a percepção de quem a avalia. Porém, 
alguns autores dedicados a este tema podem auxiliar em sua definição. Ramos, 
Almeida e Araújo (2013), por exemplo, ao citar Montgomery (2004), define 
a qualidade como inversamente proporcional a variabilidade, sugerindo que 
sua melhoria depende diretamente da redução da segunda, quando avaliada 
no âmbito de processos e produtos/serviços. 
Em complemento, Ribeiro e Caten (2012, p. 5), ao citarem Taguchi, relatam 
que “[...] um produto ou serviço de qualidade é aquele que atende perfeitamente 
às especificações, atingindo o valor alvo com a menor variabilidade possível 
em torno dele”. 
Partindo destas considerações, um favor merece ser destacado: a varia-
bilidade. Estes e muitos outros autores associam a qualidade dos produtos 
e serviços às variações sofridas pelos processos dos quais derivam. Ainda 
mais se considerarmos que produtos/serviços, de forma geral, são compostos 
por diversas características físicas ou de orientação temporal, que formam a 
extensa lista de fatores potencialmente impactados pelo processo produtivo. 
Atributos como tamanho, peso e formato, entre outros, são exemplos de caracterís ticas 
físicas, enquanto que fatores como utilidade, durabilidade e confiabilidade correspon-
dem a características de orientação temporal.
 Controle estatístico de processos 108
U3_C07_Controle estatístico de processos.indd 108 17/07/2017 12:22:08
Neste cenário, quanto maior for a variação nos processos, inevitavelmente 
maior será a variação destas características, o que certamente irá impactar 
no nível de qualidade dos produtos e serviços. Logo, podemos concluir que a 
busca pela qualidade passa pelo controle destas variações.
Contudo, dificilmente teremos uma situação totalmente controlável, 
ainda mais quando se trata do ambiente produtivo, onde inúmeros processos 
são desempenhados, podendo envolver um grande número de fatores como 
matérias-primas, máquinas e pessoas. Neste ambiente, a variação corresponde 
a um elemento natural, inerente aos processos, em maior ou menor grau de 
ocorrência e abrangência.
Apesar disso, estas variações precisam ser conhecidas, compreendidas e 
controladas, para que seu impacto sobre o processo e seus resultados seja o 
menor possível. E é neste contexto que surge o controle estatístico de processos 
(CEP), constituindo-se como uma técnica estatística aplicada à produção, 
cujo emprego permite a redução sistemática da variabilidade em processos 
(RIBEIRO; CATEN, 2012). Como consequência, promove também a redução 
da variação nas características de produtos e serviços, colaborando para o 
controle de qualidade, garantindo que apresentem níveis adequados.
Na intenção de definir as origens do CEP, Ramos, Almeida e Araújo (2013) 
comenta que a expressão “controle da qualidade” foi empregada, pela primeira 
vez em 1917, no artigo denominado The Control of Quality, publicado pela 
revista Industrial Mangement (v. 54, p. 100), de autoria de G. S. Radford. O 
autor ainda aponta que o pioneiro no uso de métodos estatísticos em problemas 
industriais foi Walter Andrew Shewhart, engenheiro e estatístico estaduni-
dense que, na década de 20, coordenou uma série de pesquisas que levou à 
inspeção de peças de equipamentos de centrais telefônicas, nos laboratórios 
da Bell Telephone.
Naquele tempo, o controle de qualidade era muito baseado na inspeção dos 
produtos fabricados, realizada ao final do processo produtivo, permitindo a 
identificação de produtos defeituosos, que poderiam então ser corrigidos ou, 
na maioria dos casos, descartados.
O método desenvolvido por Shewhart era relativamente simples, mas 
muito poderoso: as cartas de controle de processo. Seu objetivo era permitir 
a distinção entre as causas de variação, considerando que elas poderiam ser 
comuns ou especiais. 
Ele aplicou as cartas de controle na análise dos dados provenientes de 
amostragem, propondo uma importante modificação nos métodos de controle 
de qualidade: ao invés da mera detecção e posterior correção ou descarte de 
produtos defeituosos, propôs o estudo e prevenção dos problemas ao longo 
109Introdução ao controle estatístico de processo (CEP)
U3_C07_Controle estatístico de processos.indd 109 17/07/2017 12:22:08
do processo produtivo, impedindo que novos produtos defeituosos fossem 
produzidos.
A partir daí o controle de qualidade passou a ser estudado por outros 
autores, que desenvolveram importantes trabalhos na área, permitindo que o 
tema fosse mundialmente difundido, passando a ser adotado em vários países. 
Características e objetivos do CEP
De certa forma, podemos considerar que as variações são naturais e inerentes 
a qualquer processo, em maior ou menor grau de ocorrência e abrangência. 
Neste sentido, é importante ter em mente que a variabilidade está presente 
em qualquer processo, mesmo aqueles que geram produtos ou serviços de 
qualidade. 
Além disso, é praticamente impossível a existência de dois produtos exata-
mente iguais, tendo em vista que os processos através dos quais são produzidos 
podem apresentar inúmeras fontes de variação (MARTINS; LAUGENI, 2005). 
Desta forma, mesmo um produto que atenda às especificações pode apresentar 
alguma variação, sendo considerada aceitável quando dentro de certos limites. 
Porém, em determinados casos, se não forem adequadamente monitoradas, 
estas variações podem tomar proporções maiores, passando afetar significati-
vamente as características de produtos e serviços, de forma a comprometer sua 
qualidade. Logo, torna-se imprescindível que estas variações sejam conhecidas, 
compreendidas e controladas,para que seu impacto sobre o processo e seus 
resultados seja o menor possível.
Neste contexto, o objetivo do CEP consiste em tornar os processos menos 
variáveis, propiciando assim melhores níveis de qualidade a seus resultados. 
Utiliza a estatística como meio para conhecer as características do processo, 
através de seus resultados mensuráveis, e retornando-os ao processo na forma 
de parâmetros de comportamento e estimativas.
O controle estatístico de processo consiste em um sistema de inspeção por 
amostragem, que é aplicado ao longo do processo, acompanhado sua execu-
ção, na intenção de detectar a presença de variações que possam interferir ou 
prejudicar o bom andamento do processo e seus resultados. 
Uma das representações gráficas mais conhecidas do CEP são as cartas 
ou gráficos de controle, conforme ilustrado na Figura 1. Por meio desta fer-
ramenta é possível visualizar o comportamento do processo em relação ao 
padrão preestabelecido e seus limites de controle.
 Controle estatístico de processos 110
U3_C07_Controle estatístico de processos.indd 110 17/07/2017 12:22:09
Figura 1. Exemplos de gráficos de controle de processos.
Fonte: Ribeiro e Caten (2012, p. 45).
Sob Controle
16,4
16,0
15,8
15,6
15,4
15,2
15,0
14,8
14,6
16,2
0 5 10 15 20
Amostra
LC = 16,23
LC = 15,46
LCI = 14,71
D
im
en
sã
o 
(c
m
)
Fora dos limites de controle
16,4
16,0
15,8
15,6
15,4
15,2
15,0
14,8
14,6
16,2
0 5 10 15 20
Amostra
LC = 16,23
LC = 15,46
LCI = 14,71
D
im
en
sã
o 
(c
m
)
Estas variações podem apresentar diferentes origens, que são classificadas 
entre causas comuns ou especiais.
  Causas comuns: naturais e inerentes ao processo, que decorrem de pe-
quenas fontes de variabilidade, ocorrendo de forma aleatória e contínua, 
mesmo quando o processo está em condições normais de operação;
  Causas especiais: não naturais e de comportamento não aleatório, fazem 
com que o processo saia de suas condições normais de operação (como 
111Introdução ao controle estatístico de processo (CEP)
U3_C07_Controle estatístico de processos.indd 111 17/07/2017 12:22:10
erros de set up, problemas com equipamentos ou ferramentas, lote de 
matéria prima com características muito diferentes).
Embora o CEP monitore a ocorrência destes dois tipos de causas, podemos 
dizer que seu foco estará mais voltado e preocupado com as causas especiais, 
visando sua a detecção e tratamento, como forma de promover a melhoria 
contínua dos processos e, consequentemente, a qualidade do produto final por 
eles oferecidos. Identificadas estas causas, é possível aprofundar seu estudo e 
estabelecer as ações que possam eliminar ou reduzir sua ocorrência e impactos. 
O controle estatístico de processo visa detectar a presença de variações e suas origens, 
principalmente àquelas denominadas causas especiais.
Segundo Ribeiro e Caten (2012, p. 5) o controle estatístico do processo 
“[...] fornece uma radiografia do processo, identificando sua variabilidade e 
possibilitando o controle dessa variabilidade ao longo do tempo através da 
coleta de dados continuada, análise e bloqueio de possíveis causas especiais 
que estejam tornando o sistema instável”.
Desta forma, o CEP tem a capacidade de tornar os processos mais estáveis 
e previsíveis, sendo dotados de identidade e capacidade bem-definidas, per-
mitindo o melhor acompanhamento de sua evolução, abrindo passagem para 
a melhoria contínua, tão importante no ambiente competitivo.
Entre os principais objetivos do CEP, o que pode inclusive ser conside-
rado como uma de suas vantagens, está a capacidade de permitir o controle 
eficaz da qualidade, tendo em vista que é realizado pelo próprio operador do 
processo, em tempo real. 
Essas condições podem trazer ainda outros benefícios, como o aumento 
do comprometimento com a qualidade, por parte dos operadores. Nestas 
condições, os gerentes não precisam se preocupar com a qualidade dos pro-
dutos que estão sendo gerados pelo processo, podendo voltar sua atenção 
para questões mais gerenciais, como os planos de melhorias capazes de atuar 
preventivamente sobre as causas de variabilidade.
Através do monitoramento constante dos resultados do processo, baseado 
nas características mais relevantes dos produtos ou serviços, é possível garantir 
 Controle estatístico de processos 112
U3_C07_Controle estatístico de processos.indd 112 17/07/2017 12:22:10
que eles se mantenham dentro de limites pre-estabelecidos, para que os níveis 
de qualidade sejam atendidos ou até mesmo ampliados.
Além disso, o acompanhamento das variações ao longo do processo permite 
sinalizar quando há necessidade da adoção de ações corretivas ou oportuni-
dades de melhoria. Esta rápida detecção de defeitos possibilita a imediata 
aplicação de medidas corretivas, evitando que novos recursos (matéria-prima, 
mão-de-obra ou outro) sejam empregados na produção de itens defeituosos.
Dessa forma, podemos dizer que o CEP viabiliza não somente a detec-
ção de problemas, mas também sua imediata correção, definindo as ações 
aplicáveis, transformando-as em aprendizado, que é devolvido ao processo, 
retroalimentando-o, a qualquer ponto ou tempo, permitindo a adoção de 
melhores práticas.
Como resultado, o CEP pode promover o aumento da capacidade dos pro-
cessos, enquanto possibilita reduzir desperdícios (como refugos ou retrabalho). 
Assim, proporciona simultaneamente o aumento da qualidade e a redução dos 
custos, gerando melhores resultados para as organizações.
O controle estatístico de processos
O desempenho de um processo depende da maneira como ele foi projetado e 
construído e da maneira como ele é operado, formando um sistema, conforme 
ilustrado na Figura 2. Segundo Ribeiro e Caten (2012), o sistema de controle 
do processo é constituído de quatro elementos fundamentais:
  O processo em si: combinação de equipamentos, insumos, métodos, 
procedimentos e pessoas, com o objetivo de gerar um resultado (ou 
efeito), como a fabricação de produtos ou a prestação de serviços.
  Informações sobre o processo: visam sinalizar o desempenho do 
processo, sendo obtidas através do cruzamento de informações relacio-
nadas à qualidade das características do produto final, características 
intermediárias e ajuste dos parâmetros do processo.
113Introdução ao controle estatístico de processo (CEP)
U3_C07_Controle estatístico de processos.indd 113 17/07/2017 12:22:10
Informações sobre o processo são úteis quando utilizadas para promover ações de 
melhoria. Em outras palavras, coletar informações e não agir sobre o processo é inútil 
e dispendioso.
  Ações sobre o processo: baseadas na coleta de dados, aplicadas assim 
que defeitos são detectados, permitindo atuação em momento e local 
adequados, evitando que novas peças defeituosas sejam produzidas.
Ações sobre processos podem envolver questões como controle de matérias-primas, 
ajustes em parâmetros do processo, manutenção periódica, treinamento de operadores, 
entre outras.
  Ações sobre o produto final: embora sejam orientadas para o passado 
(pois o defeito já terá ocorrido), as inspeções sobre o produto final 
impedem que produtos defeituosos cheguem até o cliente.
Embora as inspeções sejam necessárias, não são uma forma eficiente de ação. O 
ideal é atuar sobre o processo, o que representa uma ação eficaz, visando a impedir 
a geração de defeitos.
 Controle estatístico de processos 114
U3_C07_Controle estatístico de processos.indd 114 17/07/2017 12:22:10
Figura 2. O sistema de controle do processo e suas potenciais fontes de variabilidade sob 
a ótica do diagrama de causa e efeito.
Fonte: Ribeiro e Caten (2012, p. 8).
Produto
Característica
da qualidade
Fluxo do
processo
EfeitoCausas
Máquina
Matéria-primaMétodoMão de obra
Medição Meio ambiente
Parâmetros
do processo
Segundo Ribeiro e Caten (2012), a implantação do controle estatístico de 
processos costuma representar investimento de tempo e recursos, além de 
mudanças na filosofia da organização. Porconta disso, é recomendável que 
sua implantação observe os seguintes aspectos:
  não utilizar número excessivo de controles, evitando que o CEP se 
transforme em uma atividade gargalo na produção;
  aplicar o CEP nas etapas prioritárias do processo (aquelas que mais 
impactam a qualidade, sob o ponto de vista do cliente);
  associar o CEP a estratégias de ação (lembrando que coletar dados e 
não agir é inútil e dispendioso, implicando no desperdício do tempo e 
recursos investidos).
115Introdução ao controle estatístico de processo (CEP)
U3_C07_Controle estatístico de processos.indd 115 17/07/2017 12:22:12
Sua implantação pode ser dividida nas seguintes fases:
  Planejamento para a implantação: além de observar os aspectos 
sinalizados anteriormente, é recomendável que esta fase conte com a 
participação de colaboradores da área de produção (visando ampliar seu 
comprometimento com o sistema) e que nela seja investido adequada-
mente tempo e esforço, procurando reduzir a necessidade de alterações 
posteriores à implantação.
  Treinamento em controle estatístico de processos: deve ser necessa-
riamente aplicado antes da implantação efetiva, visando que todas as 
pessoas da empresa sejam capazes de interpretar os dados coletados 
no CEP.
  Implantação efetiva: composta por duas sub etapas, que correspondem 
ao início do monitoramento e ao cálculo dos limites de controle.
  Acompanhamento e consolidação: envolve três subetapas, que cor-
respondem a avaliação da sistemática de ação, análise da estabilidade 
dos processos e análise da capacidade dos processos. Inclui ainda a 
avaliação dos resultados obtidos através da implantação do CEP, e a 
identificação de melhorias futuras dela advindas.
Ainda sobre a fase de planejamento para a implantação, Ribeiro e Caten 
(2012) reforçam sua importância, comentando que ela incluirá a identificação 
dos processos críticos, o que corresponde a uma etapa de grande relevância, 
pois estes serão os processos sobre os quais o CEP será desempenhado, lem-
brando que eles devem ser definidos sob o ponto de vista do cliente. Nesta 
etapa é necessário definir também:
  características de qualidade relevantes para o cliente;
  processos nos quais estas características são construídas;
  variáveis a serem controladas em cada um dos processos;
  capacidade do sistema de medição;
  responsáveis pela ação (no caso de o sistema sinalizar descontrole);
  ações a serem tomadas (também no caso de descontrole).
Devido à importância da adequada definição destes pontos para o sucesso 
da implantação do CEP, a seguinte sequência de etapas é sugerida:
 Controle estatístico de processos 116
U3_C07_Controle estatístico de processos.indd 116 17/07/2017 12:22:12
  Desdobramento da qualidade: permite o estabelecimento de relações 
entre a qualidade demandada pelo cliente e os processos responsáveis 
pelo atendimento desta demanda.
  Desdobramento dos processos: permite associar características de 
qualidade do produto final a parâmetros ou características do processo, 
auxiliando na identificação de fatores críticos.
  Direcionamento das ações: momento em que se concretiza o plane-
jamento das melhorias que serão adotadas para reforçar o sistema de 
qualidade existente.
  Identificação dos postos de controle: locais físicos onde serão moni-
torados parâmetros e características de qualidade (atributos e variáveis), 
associadas a etapas críticas do processo.
  Definição de critérios de classificação dos produtos: funcionam 
como uma espécie de filtro, a ser utilizado posteriormente na análise 
gerencial das cartas de controle.
  Definição dos parâmetros e características de qualidade do pro-
cesso: separação das variáveis e atributos em dois conjuntos – os que 
qualificam o processo (parâmetros) e os qualificam o produto final 
(características de qualidade).
  Definição do procedimento de coleta de dados: envolve questões 
como tipo de carta de controle, tamanho da amostra, frequência de 
amostragem, forma de registro e sistema de medição a ser utilizado.
  Avaliação do sistema de medição: verifica a capacidade do sistema 
de medição e sua variância de medição.
  Definição das responsabilidades: quem será responsável por questões 
como coleta e registro dos dados, monitoramento das cartas de controle, 
cálculo dos limites de controle, estudos de estabilidade e capacidade, 
identificação e execução de ações (corretivas ou preventivas) – estas 
pessoas são chamadas de facilitadores do CEP.
  Definição da documentação necessária: elaboração de planilhas de 
coleta de dados e registro de ocorrência de causas especiais, que serão 
utilizadas nos postos de controle.
Tendo em vista as inúmeras etapas e demandas relacionadas à implantação 
do CEP, pode-se utilizar o apoio de ferramentas computacionais especializadas, 
visando proporcionar rapidez na obtenção das cartas de controle e estudos 
de capacidade, bem como a organização dos dados coletados em formato de 
banco de dados. 
117Introdução ao controle estatístico de processo (CEP)
U3_C07_Controle estatístico de processos.indd 117 17/07/2017 12:22:13
Isso permite, por exemplo, a elaboração de diários em que são registradas 
a ocorrência de causas especiais, incluindo data e hora, provável origem 
(matéria-prima, mão-de-obra, máquinas ou outros), ação tomada para a solução 
do problema e seu responsável, e tempo observado de parada na produção. 
Leia mais sobre o controle estatístico de processos na obra Introdução ao controle 
estatístico do processo (RIBEIRO; CATEN, 2012).
1. Sobre a qualidade e sua relação 
com a variabilidade do processo, 
é correto afirmar que:
a) qualidade e variabilidade 
do processo são dois fatores 
totalmente independentes, 
pois um não afeta o outro.
b) para aumentar a qualidade 
é necessário ampliar a 
variação do processo.
c) a qualidade é diretamente 
proporcional à variabilidade 
do processo.
d) um produto ou serviço de 
qualidade é aquele que atende 
perfeitamente às especificações.
e) variações no processo atingem 
as características físicas do 
produto (como tamanho, 
peso e formato), mas não 
afetam suas características 
de orientação temporal.
2. Sobre as origens do controle 
estatístico de processo, 
marque a opção correta.
a) Sua época de surgimento 
é desconhecida.
b) Surgiu em 1917, com a publicação 
do artigo denominado 
The Control of Quality.
c) O pioneiro no uso de métodos 
estatísticos em problemas 
industriais foi Stewart.
d) Na época de seu surgimento, 
a medição de qualidade era 
desempenhada ao longo 
do processo produtivo.
e) O método desenvolvido por 
Stewart era relativamente 
simples, mas muito 
poderoso, e chamava-se 
inspeção de qualidade.
3. Sobre o controle estatístico 
de processo e seu contexto, 
é verdadeiro afirmar que:
 Controle estatístico de processos 118
U3_C07_Controle estatístico de processos.indd 118 17/07/2017 12:22:14
a) as cartas de controle utilizadas 
pelo método buscam unificar 
as causas de variação.
b) causas especiais são naturais 
e inerentes ao processo, 
que decorrem de pequenas 
fontes de variabilidade, 
ocorrendo de forma aleatória 
e contínua, mesmo quando o 
processo está em condições 
normais de operação.
c) causas comuns são 
consideradas não naturais 
e de comportamento não 
aleatório, fazendo com que o 
processo saia de suas condições 
normais de operação.
d) a folha de verificação 
corresponde a uma de suas 
representações gráficas 
mais conhecidas.
e) as cartas e os gráficos de 
controle correspondem a uma 
das representações gráficas 
mais conhecidas do CEP.
4. Sobre as características e os objetivos 
do CEP, aponte a alternativa correta.
a) Consiste em um sistema de 
inspeção por amostragem, que 
é aplicado ao final do processo.
b) Seu objetivo central 
consiste em tornar os 
processos mais variáveis.
c) Procura separar as causas 
de variação em físicas ou 
de orientação temporal.
d) São destinados à apuração 
dos defeitos e descarte dos 
itens defeituosos,mas não 
interfere no processo.
e) Fornece uma fotografia do 
processo, identificando e 
controlando sua variabilidade 
ao longo do tempo.
5. Sobre a implantação do CEP, 
marque a opção verdadeira.
a) Sua implantação deve ser 
associada a estratégias de ação.
b) Deve-se utilizar o maior número 
de controles possível, para que 
sua efetividade seja garantida.
c) Deve-se aplicar o CEP sobre 
todas as etapas do processo.
d) Sua implantação é dividida 
em duas etapas: implantação 
efetiva e acompanhamento.
e) A implantação efetiva pode 
ser considerada uma das 
etapas mais importantes, pois 
é nela que são identificados os 
processos críticos, sobre os quais 
o CEP será desempenhado.
119Introdução ao controle estatístico de processo (CEP)
U3_C07_Controle estatístico de processos.indd 119 17/07/2017 12:22:14
MARTINS, P. G.; LAUGENI, F. R. Administração da produção. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 
2005.
RAMOS, E. M. L. S.; ALMEIDA, S. dos S. de; ARAÚJO, A. dos R. Controle estatístico da 
qualidade. Porto Alegre: Bookman, 2013.
RIBEIRO, J. L. D.; CATEN, C. S. ten. Controle estatístico do processo: cartas de controle para 
variáveis, cartas de controle para atributos, função de perda quadrática, análise de 
sistemas de medição. Porto Alegre: FEENG/UFRGS, 2012. (Série monográfica qualidade). 
Disponível em: <http://www.producao.ufrgs.br/arquivos/disciplinas/388_apostila-
cep_2012.pdf>. Acesso em: 21 abr. 2017.
 Controle estatístico de processos 120
U3_C07_Controle estatístico de processos.indd 120 17/07/2017 12:22:14

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