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SLIDES AULA 07

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História da América
Prof. Esp. Paulino Peres
UNIDADE IV
América Latina e busca pela autonomia
1. Venezuela e o 
bolivarianismo
O bolivarianismo não é de esquerda
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▰ O termo bolivarianismo ficou popular nos últimos anos devido o 
radicalismo político no país;
▰ É, no Brasil, associado erroneamente à esquerda, sobretudo à 
esquerda venezuelana;
▰ Mas o que é o bolivarianismo?
▰ Na realidade, o termo correto para o movimento de esquerda na 
Venezuela, é chavismo.
O bolivarianismo não é de esquerda
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▰ Ao confundir bolivarianismo e chavismo esvazia-se a discussão, 
confunde a população e despreza o legado de Simón Bolívar como 
um dos libertadores da América;
▰ Mas afinal, ser bolivariano é ser comunista? A Venezuela é 
bolivariana? O Brasil está se tornando uma Venezuela?
▰ Toda essa confusão surge com a chegada de Hugo Chávez ao 
poder na Venezuela em 1999;
▰ Com Chávez a Venezuela é governada por um capitalismo de 
esquerda, intervencionista.
O bolivarianismo não é de esquerda
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▰ A apropriação indevida do termo “bolivariano” ocorre por dois motivos: 
1) o culto à figura de Bolívar e 2) e a adoção desse termo por 
guerrilheiros venezuelanos anti-imperialistas que outrora eram 
comunistas;
▰ O primeiro motivo (culto a Bolívar) também é praticado pela elite 
venezuelana e representa a luta pela liberdade venezuelana;
▰ Assim, é bolivariano, todos os que lutam por liberdade da Venezuela, 
tal qual lutou Simón Bolívar;
▰ Portanto, é possível ser de esquerda ou de direita e ser bolivariano.
O bolivarianismo não é de esquerda
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▰ Bolivarianismo, é portanto, a mistura do culto à figura de Bolívar e 
seus ideais de libertação com ideais progressistas, anti-americanos 
e de união da América Latina;
▰ Com a queda da URSS, em 1991, os guerrilheiros comunistas 
venezuelanos abandonam as ideias socialistas, desistem de 
radicalizar a economia e passam a se preocupar com a 
radicalização política;
▰ Nos anos 1990, a população descontente com uma Venezuela com 
a alta inflação apoia o bolivariano, Hugo Chávez em uma tentativa 
de Golpe de Estado.
O bolivarianismo e Hugo Chávez
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▰ O Golpe de 1992 foi um fracasso e Chávez foi preso por dois anos;
▰ Apesar do fracasso, o presidente ao qual Chávez tentou o Golpe, foi 
denunciado por corrupção e preso;
▰ Chávez se projeta como importante político nacional e se lança 
como candidato a presidente em 1998 e vence as eleições com 
56% dos votos;
▰ Assumi como presidente da Venezuela em 1999 para um mandato 
de 5 anos.
O bolivarianismo e Hugo Chávez
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▰ Chávez venceu porque em sua campanha bolivariana criticava a 
submissão venezuelana aos EUA e propunha uma mudança 
progressista na Constituição;
▰ o anti-imperialismo contra os EUA e as mudanças progressistas são 
ideais originais bolivarianos;
▰ Uma vez no governo, Chávez rompe com a submissão aos EUA, 
fortalece as relações comerciais com a América Latina e inicia 
políticas de resgate à população da Venezuela.
O bolivarianismo e Hugo Chávez
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▰ Apesar de o bolivarianismo ser uma ideologia compartilhada por 
esquerda e direita, ele foi reinventado por Chávez, pois o mesmo se 
apropriou do termo de tal forma que passou a ser associado ao 
próprio Chávez, o que gerou muita confusão teórica;
▰ Foi com Chávez que o bolivarianismo, fora da Venezuela, passou a 
ser confundido com ideias de esquerda;
▰ Chávez, ao resgatar o termo e o utilizar com frequência, foi o 
principal responsável pela confusão.
O bolivarianismo e Hugo Chávez
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▰ Os discursos de Chávez eram recheados com frases de Bolívar e 
até mesmo o nome do país, passou a ser chamado oficialmente de 
República Bolivariana da Venezuela;
▰ Chávez, com políticas sociais que deram certo, diminuindo a 
pobreza e desigualdade se reelege uma eleição após a outra;
▰ As políticas nacionalistas de Chávez eram mal vistas pelos EUA 
que apoiaram um Golpe contra ele em 2002. O Golpe fracassou.
O bolivarianismo e Hugo Chávez
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▰ A política regional do continente americano, influenciada pelos EUA 
colaboraram para a radicalização entre esquerda e direita;
▰ Os anos 2000 foram marcados por uma onda política vermelha na 
América Latina onde vários líderes eleitos eram de esquerda;
▰ Os EUA tentaram substituí-los de várias formas, com apoio a 
golpes, denúncias de corrupção (muitas eram verdadeiras) e golpes 
jurídicos.
▰ Nesse clima radicalizado, Chávez passa a ser demonizado com a 
alcunha de comunista.
O bolivarianismo e Hugo Chávez
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▰ A mídia do continente, chefiada por empresários direita, usaram seu 
poder midiático para confundir ainda mais os cidadãos afirmando 
que Chávez era um comunista;
▰ Chávez havia largado os ideais socialistas na década de 1980;
▰ Assim, todo o político de esquerda passou a ser chamado de 
comunista bolivariano, Lula no Brasil, Morales na Bolívia, Correa no 
Equador, Kirschner na Argentina, Lugo no Paraguai, Mujica no 
Uruguai e até mesmo Obama nos EUA.
O bolivarianismo e Hugo Chávez
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▰ O governo Chávez teve êxitos como alfabetização da população, 
redução da mortalidade infantil, da pobreza, da desigualdade social;
▰ Chávez também foi muito criticado por ser considerado autoritário, de 
estar envolvido em corrupção e ataques à imprensa.
▰ Enquanto era celebrado dentro da Venezuela, EUA e Europa não o 
apoiavam e o acusavam de fraudes eleitorais para se perpetuar no 
poder;
▰ Após sua morte em 2013, seu sucessor, Nicolás Maduro, não possui o 
sucesso econômico de Chávez, além de mantém o perfil autoritário e 
se recusar a deixar o poder. 
2. Os governos 
militares, a Guerra Fria 
e o comunismo
A Guerra Fria e a América Latina
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▰ A Guerra Fria (1945-1989) que elevou as tensões ideológicas entre 
capitalistas (EUA) e socialistas (URSS) ofereceu o risco de uma guerra 
nuclear para o mundo;
▰ Neste contexto, as duas ideologias disputavam o poder em todo o 
mundo;
▰ Na América Latina, com o receio da outra ideologia se instalar, 
houveram diversas ditaduras para impor uma visão política de mundo 
importada dos EUA ou URSS;
▰ Assim existiram no continente diversas ditaduras capitalistas e uma 
socialista.
A Guerra Fria e a América Latina
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▰ Os EUA consideravam a América Latina como seu quintal e não 
aceitavam qualquer país com regime socialista no continente;
▰ O cúmulo foi a Revolução Cubana (1959) que tornou a ilha em um país 
socialista;
▰ A partir de então os norte-americanos passaram a impor sua vontade 
política, com apoio das elites locais e diversas ditaduras que oprimia, 
perseguia, torturava e matava surgiram no continente.
▰ De todos os países do continente, apenas quatro não experimentaram 
algum tipo de ditadura legal a partir de 1960.
EUA contra a “ameaça vermelha”
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▰ Após 1960 houveram 14 ditaduras capitalistas, 3 ditaduras civis, 2 
ditaduras nacionalistas e 1 comunista;
▰ Os EUA criaram programas de contenção da “ameaça vermelha”;
▰ O irônico é que a Revolução Cubana (1959) não foi socialista em sua 
origem, mas graças ao embargo econômico dos EUA, Cuba se tornou 
socialista;
▰ Portanto, a única ditadura socialista das américas é consequência de 
uma política desastrada dos EUA.
EUA contra a “ameaça vermelha”
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▰ Uma das estratégias dos EUA para impedir o avanço soscialista no AL 
(América Latina) foi investir nesses países para melhorar a qualidade 
de vida evitar a radicalização política da população;
▰ Mas como a desigualdade social na AL era grande, a influência da 
URSS crescia na região;
▰ Para evitar que esses países se tornassem socialistas, os EUA 
promoveram, apoiaram e financiaram golpes no continente;
▰ Na América do Sul, quem inaugura a onda de ditaduras capitalistas foi 
o Brasil em 1964.
O Brasil e a “ameaça vermelha”
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▰ Após um governo em crise, Jânio Quadros (1961) renuncia a presidência 
e seu vice, de esquerda, assume;
▰ João Goulart (1961-1964), graças à radicalização ideológica da Guerra 
Fria, foi acusadode ser comunista e quase não o permitem de assumir a 
presidência;
▰ Após tomar o poder de fato, inicia um programa de reformas 
progressistas: as Reformas de base.
▰ Mais uma vez acusado de ser comunista, sofre um Golpe militar apoiado 
pelas elites locais, classe média, mídia e EUA, que tinha navios no litoral 
do Rio de Janeiro prontos para atirar.
O Brasil e a “ameaça vermelha”
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▰ Os militares prometiam aniquilar a “ameaça vermelha”, e organizar novas 
eleições. Ficaram 21 anos no poder;
▰ O Brasil nesse período experimentou um crescimento do PIB que 
contratava com o aumento da pobreza e desigualdade social, além de 
censura, perseguições, prisões, torturas e assassinatos;
▰ Sabe-se, contudo, que João Goulart nunca foi comunista, pelo contrário, 
era fazendeiro, capitalista, porém, um progressista de esquerda.
O Chile e a “ameaça vermelha”
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▰ Outro exemplo clássico de ditadura na AL é o Chile;
▰ A partir dos anos 1950 a esquerda do país crescia motivada pela luta de 
trabalhadores urbanos e rurais insatisfeitos com os governos de direitas;
▰ O presidente Eduardo Frei (1964-1970) foi eleito para impedir o avanço 
comunista no país e realizou diversas reformas para melhorar a qualidade 
de vida da população;
▰ O remédio econômico anti-comunista de Frei se tornou o fator motivador 
das forças de esquerda no país: a população queria mais direitos. 
Somado a isso o fim do governo Frei foi marcado por uma crise 
econômica.
O Chile e a “ameaça vermelha”
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▰ Com a crise, o candidato socialista, Salvador Allende, vence as eleições 
em 1970;
▰ O medo comunista era tanto que quase não consegue assumir;
▰ Após assumir, inicia políticas intervencionistas de transferência de renda; 
▰ Elite, militares e EUA, descontentes com a política econômica de Allende, 
apoiam o general Augusto Pinochet que dá um Golpe de Estado em 
1973;
▰ A palácio foi bombardeado, Allende morto, 30 mil pessoas foram 
assassinadas, opositores foram presos e a violência se tornou, 
definitivamente, uma política de Estado.
O fim da “ameaça vermelha”
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▰ As ditaduras capitalistas da América Latina foram marcadas por abusos 
contra as liberdades individuais, liberdade de expressão e luta contra 
grupos socialistas que foram usados como pretexto;
▰ Com o enfraquecimento da URSS e o fim das lutas armadas socialistas 
nesses países, as ditaduras não conseguiram se manter, pois, sem a 
“ameaça vermelha” não conseguiam justificar sua existência e perderam 
legitimidade;
▰ Uma a uma, essas ditaduras foram caindo.
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Obrigado!
Prof. Paulino Peres
paulinoperes@gmail.com

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