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➢ A Patologia divide-se em dois grandes ramos: • Geral: estuda os processos patológicos gerais dando ênfase à lesão em si, suas causas e efeitos nas células e tecidos. • Específica: estuda as lesões nos diferentes aparelhos e sistemas, correlacionando-as com achados clínicos e laboratoriais. Lesão e adaptação celular ➢ Quando o equilíbrio das células é rompido pelo efeito de uma agressão, a célula pode adaptar-se, sofrer um processo regressivo ou morrer. ➢ Nos casos em que a célula agredida não está adaptada, tendo seu metabolismo reduzido e, portanto, sua função celular diminuída, diz-se que a célula apresenta uma alteração regressiva, ou degeneração. Lesão e adaptação celular ➢ As degenerações se situam entre a célula normal e a morte celular. ➢ Como há diminuição da função celular, é compreensível que se acumule dentro da célula, ou mesmo fora dela, uma série de substâncias que são produtos de um metabolismo perturbado. ➢ Deste modo, as lesões degenerativas são classificadas de acordo com o tipo de substância acumulada. Tipos de Lesão Celular Se a capacidade de adaptação é excedida ou se o estresse é muito nocivo desenvolve-se LESÃO CELULAR. • LESÃO REVERSÍVEL = tecido tem capacidade de retornar a morfologia e fisiologia normais se o estimulo agressor for retirado. Ocorre nos estágios iniciais ou nas formas leves das lesões. Lesão ainda não progrediu para um dano severo na membrana. • LESÃO IRREVERSÍVEL = mesmo se o estimulo for retirado, o tecido não se recupera e vai caminhar para a morte celular. Acontece quando a lesão é excessiva ou persistente, ultrapassando o PONTO DE NÃO RETORNO. Dois fenômenos que caracterizam a transformação de uma lesão reversível em uma irreversível: lesão mitocondrial (perda da geração de ATP) e distúrbios sérios na função da membrana. Causas ➢ As causas mais frequentes de lesão celulares são: • Hipóxia (falta de oxigênio); • Agentes físicos (temperatura, radiações); • Drogas e agentes químicos; • Agentes biológicos (bactérias, fungos, protozoários); • Reações imunológicas (doenças autoimune); • Distúrbios genéticos; • Distúrbios nutricionais. Acúmulo de água (degeneração hidrópica) ➢ Essa alteração se caracteriza pelo acúmulo de água no citoplasma e é vista com mais frequência nas células parenquimatosas, principalmente do rim, fígado e coração. ➢ A degeneração hidrópica ocorre em função do comprometimento da regulação do volume celular, que é um processo basicamente centrado no controle das concentrações de sódio e potássio no citoplasma. Todos os processos agressivos que reduzem a atividade da membrana plasmática, da bomba de sódio/potássio e da produção de ATP (energia) pela célula, levam à retenção do sódio no citoplasma deixando escapar o potássio e aumentando a água citoplasmática na tentativa de manter as condições isosmóticas da célula. Acúmulo de lipídios (degeneração gordurosa – esteatose) ➢ Refere-se ao acúmulo anormal de lipídios no interior das células parenquimatosas. Como o fígado é o órgão diretamente relacionado com o metabolismo lipídico, é nele que encontra-se mais comumente a esteatose. ➢ As principais causas da esteatose é a obesidade e o alcoolismo; as consequências são variáveis, dependendo da intensidade e da associação com outros fatores. ➢ Na grande maioria dos casos, a lesão é reversível e, cessada a causa, a célula volta a normal. Quando a esteatose é grave e duradoura, pode ocasionar a morte do hepatócito com alterações funcionais do órgão e a progressão para a cirrose hepática. Acúmulo de proteínas ➢ Este tipo de degeneração resulta da ação de substâncias irritantes com intensidade moderada. Caracteriza-se pela presença de massas translúcidas de formas arredondadas, com parte central de aparência calcificada. Acúmulo de muco ➢ Ocorre pela hiperprodução de muco pelas células mucíparas dos tratos digestório e respiratório, levando-as a se abarrotarem de glicoproteínas, podendo inclusive causar morte celular ou pela síntese exagerada de mucinas em adenomas e adenocarcinomas, as quais geralmente extravasam para o interstício e conferem ao mesmo aspecto de tecido mucóide. Acúmulo de açúcar ➢ Anormalidades no metabolismo da glicose ou glicogênio levam a um aumento no depósito intracelular de glicogênio, o qual se mostra como vacúolos claros no citoplasma. Afecções que levam ao acúmulo de glicogênio são principalmente o diabetes melitus e as doenças de armazenamento de glicogênio ou glicogenoses. ➢ As lesões celulares irreversíveis ocorrem quando a célula não consegue se adaptar e caminha progressivamente para a morte. ➢ Morte celular é definida como a perda irreversível das atividades integradas da célula com consequente incapacidade de manutenção de seus mecanismos de homeostasia, isto é, de equilíbrio da célula com o seu meio. ➢ A partir do momento da morte celular, após uma agressão, havendo incapacidade irreversível de retorno à integridade bioquímica, funcional e morfológica, a célula passa a desencadear uma série de fenômenos bioquímicos e, consequentemente, funcionais e morfológicos. A esta sequência de fenômenos denomina-se necrose celular. ➢ A necrose celular pode ocorrer em consequência da atuação de enzimas da própria célula (autólise) ou da atuação de enzimas extracelulares (heterólise). ➢ A morte celular em tecidos normais como uma forma de regulação da população celular é um fenômeno biológico conhecido cuja causa é intrínseca à célula e não depende de alterações do seu meio ambiente. Essa autodestruição ativa de células ou grupos de células é uma forma de morte denominada apoptose. Distúrbios do Crescimento e da Diferenciação Celular ➢ Crescimento celular é a multiplicação celular, indispensável durante o desenvolvimento e para reposição celular dos seres vivos. Já diferenciação é a especialização morfológica e funcional da célula. ➢ Toda célula e toda população celular (tecidos, órgãos, organismos) se acham sob controle, exercido pela própria célula e pelo organismo como um todo. Em condições normais, ritmo e velocidade de crescimento são balanceados através de mecanismos homeostáticos que não permitem multiplicação nem superior nem inferior às necessidades do órgão e do organismo. A ruptura desses mecanismos de controle leva a modificações do ritmo de crescimento que nada mais são do que respostas adaptativas. Distúrbios do Crescimento e da Diferenciação Celular ➢ Hipertrofia ➢ Atrofia ➢ Hiperplasia ➢ Metaplasia ➢ Displasia ➢ Neoplasias ➢ Cápsula ➢ Crescimento ➢ Morfologia ➢ Antigenicidade ➢ Metástase. Distúrbios do Crescimento e da Diferenciação Celular ➢ Hipertrofia É o aumento quantitativo dos constituintes e das funções celulares, o que provoca aumento das células e órgãos afetados. Pode ser fisiológica (aumento do útero na gestação) e patológica (cardiomegalia por lesão valvular). ➢ Atrofia É a redução do tamanho e da função da célula. Pode ocorrer por desuso, diminuição do suprimento sanguíneo, insuficiência de nutrientes, envelhecimento e compressão. Distúrbios do Crescimento e da Diferenciação Celular ➢ Hiperplasia É uma proliferação celular (aumento do número de células) que conserva o caráter morfofuncional da célula originária, retirando o estímulo, a proliferação cessa. ➢ Metaplasia Pode ser definida como o processo pelo qual uma célula e/ou um tecido perdem suas características específicas e adquirem outras. Distúrbios do Crescimento e da Diferenciação Celular ➢ Displasia Consiste em modificações ou situações em que o transtorno do processo de diferenciação não permite a maturação da célula até seu nível de diferenciação normal, ou a faz parar num nível de diferenciação inferior ao da célula mãe. Pode ser considerada como lesões pré-cancerosas epiteliais. Agenesia, aplasia e hipoplasia correspondem a situações congênitas. A primeira pode ser definida como ausência de formação, a segundacomo ausência de proliferação e a terceira como diminuição da proliferação. Distúrbios do Crescimento e da Diferenciação Celular ➢ Neoplasias É uma neoformação local de tecido originada pela modificação do código genético de células normais preexistentes, atípica em relação ao tecido do qual se originou, capaz de crescimento progressivo, geralmente autônomo. De acordo com o comportamento biológico os tumores podem ser agrupados em benignos e malignos. Os critérios de diferenciação entre cada uma destas lesões são, na grande maioria dos casos, morfológicos. Distúrbios do Crescimento e da Diferenciação Celular ➢ Cápsula Os tumores benignos tendem a apresentar crescimento lento e expansivo determinando a compressão dos tecidos vizinhos, o que leva a formação de uma pseudocápsula fibrosa. Já nos casos dos tumores malignos, o crescimento rápido, desordenado, infiltrativo e destrutivo não permite a formação desta pseudocápsula.
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