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Contratações Públicas 
Sustentáveis
Princípios das Contratações 
Públicas Sustentáveis2
M
ód
ul
o
2Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Enap, 2019
Enap Escola Nacional de Administração Pública
Diretoria de Educação Continuada
SAIS - Área 2-A - 70610-900 — Brasília, DF
Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Presidência da Enap:
Diogo Costa
Diretoria de Desenvolvimento Profissional da Enap:
Paulo Marques – Diretor de Desenvolvimento Profissional
Equipe Responsável:
Jhéssica Ribeiro Cardoso, 2021.
Diagramação
Patrícia Fernandes Faria, 2021.
Curso desenvolvido no âmbito da Diretoria de Desenvolvimento Profissional – DDPRO.
Curso produzido em Brasília 2021.
Desenvolvimento do curso realizado no âmbito do acordo de Cooperação Técnica FUB / CDT /
Laboratório Latitude e Enap.
3Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Unidade 1: Contextualização das transferências ............................... 4
1.1 Conceito de contratações públicas sustentáveis ..............................................4
1.2 Contratações públicas sustentáveis como política pública ...............................8
1.3 Aspectos normativos ......................................................................................11
1.4 Ótica do controle externo ...............................................................................16
Sumário
4Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Unidade 1: Contextualização das transferências
Objetivo de aprendizagem: ao final desta unidade, você deverá saber os principais conceitos e 
fundamentos jurídicos das contratações públicas sustentáveis.
1.1 Conceito de contratações públicas sustentáveis
O consumo insustentável dos recursos do planeta causou uma série de danos ambientais no 
cenário global, tais como: aquecimento global, mudanças climáticas, chuva ácida, acumulação de 
substâncias perigosas no ambiente, degradação das florestas, perda da biodiversidade, poluição, 
escassez de água, entre outros (BRASIL, 2013).
Nesse cenário, a UNCED estabeleceu a Agenda 21: um plano de ação para promover o 
desenvolvimento sustentável (BRASIL, 2010b).
Compras Verdes aparecerem no cenário mundial mais explicitamente 
na Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável de 
Johanesburgo, em dezembro de 2002, impulsionando às autoridades 
públicas a “promover políticas de contratação pública que favoreçam 
o desenvolvimento e a difusão de mercadorias e serviços favoráveis ao 
meio ambiente”.
(BRASIL, 2010b, p. 8)
As contratações públicas sustentáveis (CPS) entram no cenário brasileiro quando o país adere 
ao Processo de Marrakesh e cria seu plano de ação para produção e consumo sustentáveis, com 
o intuito de iniciar a mudança cultural em compras públicas. Assim, a Agenda Ambiental na 
Administração Pública (A3P) foi uma forma de introduzir esse tema no âmbito das licitações 
sustentáveis. Sobre o assunto, acompanhe algumas definições:
M
ód
ul
o Princípios das Contratações 
Públicas Sustentáveis2
5Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Compras verdes ou compras públicas sustentáveis são ferramentas que buscam 
solucionar, por meio da integração de considerações e critérios ambientais 
e sociais, o processo de aquisições e contratações do governo, reduzindo 
impactos à saúde ambiental e aos direitos humanos (BIDERMAN et al., 2008; 
ROSSATO; VAN BELLEN, 2011).
[...]
Uma compra pública sustentável buscaria integrar critérios ambientais, sociais 
e econômicos a todos os estágios desse processo de licitação. O comprador 
público considerará a necessidade real de adquirir; as circunstâncias em que o 
produto visado foi gerando, levando ainda em consideração os materiais e as 
condições de trabalho de quem o gerou (MENEGUZZI, 2011, p. ).
As CPS permitem a compra do produto com mais benefícios para o meio ambiente e a sociedade, 
promovendo (BRASIL, 2013):
• Proteção socioambiental.
• Economia de dinheiro, observando os custos associados ao ciclo de vida do produto 
ou serviço a adquirir.
• Inovação à economia verde e inclusiva.
• Movimentação do mercado, estímulo à economia e aumento da competitividade 
de empresas em mercados futuros, criando negócios e aumentando o número de 
postos de trabalho.
• Desenvolvimento local.
• Obtenção de melhores produtos e serviços, trazendo benefícios diretos para a 
população, como resultado de novas ideias e padrões no mercado, fornecidos de 
maneira mais eficiente e eficaz e com menor preço.
• Descobertas científicas e tecnológicas resultantes de processos de inovação, 
ajudando nos principais desafios sociais, como saúde, bem-estar, segurança 
alimentar, agricultura sustentável, energia limpa e eficiente, transporte sustentável 
e integrado e eficiência no uso de recursos naturais.
• Instrumento de melhoria na eficiência governamental, aperfeiçoando a tomada de 
decisão sobre aquisições e contratações.
• Ganho de reputação e de imagem por atuar ativamente na proteção socioambiental.
• Cumprimento da legislação.
• Atração e engajamento de colaboradores com preocupação socioambiental.
• Aumento da conscientização da comunidade local sobre temas socioambientais.
A unidade de consumo e produção sustentáveis do 10YFP também apresenta definição das CPS 
e elenca os seus princípios (CARDOSO; CHAVES, 2015):
Contratações Públicas Sustentáveis
Um processo onde organizações satisfazem suas necessidades por bens, serviços, trabalhos e 
utilidades de forma a obter o melhor valor para os recursos despendidos baseados em todo 
ciclo de vida, gerando benefícios não só para a organização, mas também para a sociedade e a 
6Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
economia, ao reduzir significativamente os impactos negativos ao meio ambiente.
Princípios
Os princípios das CPS servem de base para um entendimento padrão sobre elas. São baseados 
na abordagem sistemática de um passo a passo do desenvolvimento das CPS, desenvolvidos 
pelas forças-tarefa de Marrakesh, e refletem os componentes necessários para o sucesso da sua 
implementação.
O guia da UNEP, Diretrizes para Implementação de Compras Públicas Sustentáveis, orienta a 
transformação desses princípios em condutas com base na experiência prática.
Público-alvo
Esses princípios são para quaisquer partes interessadas em compras públicas sustentáveis e boa 
governança. Recomenda-se que países e organizações os incluam em suas respectivas políticas 
e práticas de compras.
Princípio 1
Boas compras públicas são compras públicas sustentáveis e devem buscar os seguintes elementos 
essenciais: transparentes, justas, não discriminatórias, competitivas, responsáveis, uso eficiente 
de recursos e verificáveis. Além disso, elas consideram os impactos sociais, econômicos e 
ambientais, enquanto valorizam os impactos totais das compras durante todo o ciclo de vida de 
um produto ou serviço, independentemente da localidade e da fonte de recursos naturais, até o 
fim do gerenciamento.
Princípio 2
A implementação das CPS precisa de liderança. Influências superiores são necessárias para 
promovê-las, pois asseguram que recursos suficientes sejam dedicados para a implementação e 
que as boas práticas sejam compartilhadas.
Princípio 3
As CPS contribuem na ampliação dos objetivos das políticas, visto que são um elemento-chave 
para alcançar os objetivos governamentais e organizacionais por meio de gastos estratégicos. 
Como exemplos, pode-se incluir gerenciamento de recursos naturais sustentáveis, eficiência 
de recursos, desenvolvimento sustentável e consumo e produção sustentáveis. Ademais, elas 
incentivam o mercado com soluções sustentáveis, incentivando uma interação com o mercado e 
estimulando a criação de empregos justos.
Princípio 4
As CPS engajam todas as partes interessadas, posto que requerem apoio de todas as partes 
da sociedade. Juntos, formuladores de políticas públicas, políticos, clientes, fabricantes, 
fornecedores, contratantes, compradores e organizações da sociedade civil possibilitam asua 
entrega. As aptidões necessárias são comunicação e análise, habilidade de influência, negociação, 
profissionalismo, entendimento do mercado e os diferentes impactos da sustentabilidade no 
processo de compras. Para tanto, requerem comunicação de mensagem consistente designada 
às necessidades de diversos públicos.
7Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Princípio 5
A implementação das CPS é baseada no gerenciamento organizacional, em uma abordagem de 
risco, continuamente reavaliando e colocando como alvo as áreas de alto impacto ou prioridade. 
O sucesso imediato pode ser demonstrado por uma abordagem de ganho rápido, mas isso não 
deve substituir uma abordagem mais compreensível em longo prazo.
Princípio 6
As CPS monitoram seus resultados, pois o progresso contínuo somente é possível se seus resultados 
forem relatados. Portanto, faz-se necessário usar sistemas de avaliação e monitoramento, a fim de 
acompanhar o progresso e identificar áreas de melhoria. Como resultados temos: desempenho 
ambiental, como redução de emissões, de uso de materiais e de geração de resíduos; melhorias 
econômicas, como redução de custos, criação de empregos e de riqueza e transferência de 
habilidades e tecnologia; e melhorias sociais, como empoderamento de minorias, redução da 
pobreza e boa governança.
Saiba mais 
A seguir, listamos ambientes sobre implementação de CPS:
• Referências e recursos sobre compras sustentáveis: Centro de Compras 
Sustentáveis.
• Ambiente para fornecedores e compradores públicos: Fórum de Compras da 
União Europeia.
• Critérios, recomendações, exemplos e referências legais: Helpdesk da 
Comissão Europeia de Compras Públicas Verdes.
• Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) sobre o 
Programa-Quadro de 10 anos das Nações Unidas sobre Consumo e Produção 
Sustentáveis: Base de Dados (Clearinghouse) de Consumo e Produção 
Sustentáveis.
• Referência nacional, com fórum para compartilhar e divulgar conhecimento, 
experiências e boas práticas: Portal de Contratações Públicas Sustentáveis.
• Processos eletrônicos de aquisições e informações diversas: Portal de 
Compras Governamentais.
• Guia Nacional de Contratações Sustentáveis.
8Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
1.2 Contratações públicas sustentáveis como política pública
As CPS são ferramentas de combate aos modelos de produção e consumo insustentáveis e fazem 
parte das iniciativas do Plano de Ação para Produção e Consumo Sustentáveis (PPCS) (BRASIL, 
2014a). Nesse cenário, é possível afirmar que as contratações públicas sustentáveis são políticas 
públicas?
Acompanhe as principais razões listadas na Exposição de Motivos Interministerial n° 104/2010 
(BRASIL, 2010a):
Eficiência, eficácia e competitividade
2. Com referência às modificações propostas na Lei nº 8.666/93, é importante ressaltar que 
a mesma contempla diretrizes singulares para balizar os processos de licitações e contratação 
de bens e serviços no âmbito da Administração Pública. A norma consubstancia, portanto, 
dispositivos que visam conferir, sobretudo, lisura e economicidade às aquisições governamentais. 
Os procedimentos assim delineados são embasados em parâmetros de eficiência, eficácia e 
competitividade, em estrita consonância aos princípios fundamentais que regem a ação do setor 
público (BRASIL, 2010a).
Incentivos à pesquisa e à inovação
3. Paralelamente, impõe-se a necessidade de adoção de medidas que agreguem ao perfil 
de demanda do setor público diretrizes claras atinentes ao papel do Estado na promoção 
do desenvolvimento econômico e fortalecimento de cadeias produtivas de bens e serviços 
domésticos. Nesse contexto, torna-se particularmente relevante a atuação privilegiada do setor 
público com vistas à instituição de incentivos à pesquisa e à inovação que, reconhecidamente, 
consubstanciam poderoso efeito indutor ao desenvolvimento do país (BRASIL, 2010a).
Desenvolvimento econômico nacional
6. A modificação do caput do artigo 3º visa agregar às finalidades das licitações públicas o 
desenvolvimento econômico nacional. Com efeito, a medida consigna em lei a relevância 
do poder de compra governamental como instrumento de promoção do mercado interno, 
considerando-se o potencial de demanda de bens e serviços domésticos do setor público, o 
correlato efeito multiplicador sobre o nível de atividade, a geração de emprego e renda e, por 
conseguinte, o desenvolvimento do país. É importante notar que a proposição fundamenta-se 
dos seguintes dispositivos da Constituição Federal de 1988: (i) inciso II do artigo 3º, que inclui 
o desenvolvimento nacional como um dos objetivos fundamentais da República Federativa do 
Brasil; (ii) incisos I e VIII do artigo 170, atinentes à organização da ordem econômica nacional, 
que deve observar, entre outros princípios, a soberania nacional e a busca do pleno emprego; (iii) 
artigo 174, que dispõe sobre as funções a serem exercidas pelo Estado, como agente normativo e 
regulador da atividade econômica; e (iv) artigo 219, que trata de incentivos ao mercado interno, 
de forma a viabilizar o desenvolvimento cultural e sócio-econômico, o bem estar da população e 
a autonomia tecnológica do país (BRASIL, 2010a).
Como apresentado por Valente (2011), a EMI reflete as principais razões que ensejaram a 
alteração da Lei Geral de Licitações (BRASIL, 1993) na busca pela sustentabilidade nas compras 
9Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
governamentais, modificando o modelo de produção e consumo adotado pela sociedade 
moderna.
À medida que as CPS valorizam a eficiência e buscam a redução dos desperdícios, gerando 
economias para o consumidor, elas melhoram a imagem da autoridade pública, refletindo 
responsabilidade à coletividade e demonstrando que suas lideranças são ambientalmente, 
socialmente e economicamente eficientes.
[...] as inovações introduzidas pela Lei nº 12.349/2010 e que alteraram 
a Lei de Licitações e Contratos, notadamente quanto à inserção, no 
artigo 3º, caput, de mais uma finalidade da licitação – “a promoção do 
desenvolvimento nacional sustentável” – traduz a atuação do Estado 
que objetiva instrumentalizar o processo licitatório de modo a efetivar 
políticas públicas de preservação ao meio ambiente, consagrando um 
dos objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil.
(FINGER, 2014, p. 78)
“A preocupação da Lei nº 8.666, de 1993, com respeito ao ambiente, vai além 
da exigência isolada de uns artigos legais, mas integra uma política pública de 
proteção ao meio ambiente e desenvolvimento sustentável.” (BIM, 2011, p. ).
Ou seja, por meio das contratações públicas sustentáveis, o Estado participa no papel de 
consumidor e de regulador, utilizando o poder de compra como instrumento de justiça social. A 
partir disso, passa a incentivar a produção de bens, serviços e obras sustentáveis, tornando as 
compras públicas instrumento de fomento de novos mercados, gerando emprego e renda, além 
de preparar a economia nacional para a competição internacional. (ARANTES, 2008; FERREIRA, 
2012; FINGER, 2014).
10Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Estados, municípios e pequenos negócios podem participar e apoiar a implementação de 
compras sustentáveis da seguinte maneira:
Os estados e municípios possuem papel importante no desenvolvimento 
econômico e sustentável, pois podem utilizar o poder de compra para 
impulsionar o desenvolvimento local. Com isso, estado e município 
arrecadam mais com impostos advindos das novas contratações locais 
e economizam em logística. Isso gera um ciclo virtuoso nas compras 
públicas, favorecendo estados, municípios e pequenos negócios.
(SEBRAE, 2017, p. 4)
11Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Com relação à iniciativa privada, foi aprovada a norma ISO 20400: Sustainable Procurement: 
Guidance pelo Comitê Internacional de Normalização da ISO para Compras Sustentáveis junto à 
ABNT. Diversos atores participaram de sua construção, incluindo o Ministériodo Planejamento. 
Para saber mais, você pode clicar aqui.
1.3 Aspectos normativos
A Constituição Federal, promulgada em 5 de outubro de 1988, foi a primeira constituição 
brasileira a afirmar expressamente o “direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado” 
(BRASIL, 1988), ainda que
a Política Nacional do Meio Ambiente [objetivasse] a preservação, 
melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando 
assegurar, no País, condições ao desenvolvimento sócio-econômico, 
aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida 
humana.
(BRASIL, 1981)
Além disso, há diversos normativos brasileiros sobre critérios de sustentabilidade na aquisição de 
bens, na prestação de serviços e na execução de obras. Acompanhe na linha do tempo a seguir:
1981
Política Nacional do Meio Ambiente (Lei nº 6.938/81)
Estabelece diversos requisitos orientadores para as CPS.
1988
Constituição da República Federativa do Brasil
Estabelece princípios da licitação, dos direitos sociais e do trabalhador, bem como os que regem 
a ordem econômica e o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado.
1993
Lei de Licitações e Contratos (Lei nº 8.666/93)
Define regras para contratações públicas e requisitos socioambientais.
Normas ISO 14000
Criam comitê e subcomitês para estabelecimento de diretrizes sobre gestão ambiental 
empresarial.
1994
Lei de Licitações e Contratos (Lei nº 8.883/94)
Inclui dispensa de licitação para contratação de instituições sem fins lucrativos destinadas à 
recuperação social do preso e para contratação de associação de portadores de deficiência física 
(sem fins lucrativos).
12Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
1998
Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9.605/98)
Prevê sanções penais e administrativas para pessoas físicas e jurídicas que cometam crimes 
contra o meio ambiente, além da proibição de contratar com o poder público.
Decreto nº 2.783/98
Proíbe aquisição de produtos ou equipamentos com substâncias que destroem a camada de 
ozônio pelos órgãos e pelas entidades da Administração Pública.
Lei nº 9.660/98
Estabelece exigência de unidades movidas a combustíveis renováveis na aquisição ou na locação 
de veículos leves para a frota oficial da Administração Pública.
1999
Programa da Agenda Ambiental na Administração Pública (A3P)
Inclui critérios de sustentabilidade no cotidiano da Administração Pública.
2000
Decreto nº 3.330/2000
Estabelece meta de 20% de redução do consumo de energia elétrica nos prédios públicos até 
dezembro de 2002.
2001
Estatuto da Cidade (Lei nº 10.257/2001)
Estabelece adoção de padrões de produção e consumo compatíveis com os limites de 
sustentabilidade ambiental, social e econômica do município e adequação dos gastos públicos 
para investimentos que privilegiem o bem-estar geral.
Política Nacional de Conservação e Uso Racional de Energia (Lei nº 10.295/01 e Decreto nº 
4.059/01)
Traz alocação eficiente dos recursos energéticos no setor público a partir de critérios de 
contratação para máquinas, aparelhos e edificações construídas.
2002
Agenda 21
Institui estratégias relacionadas à produção e ao consumo e avaliações periódicas sobre o 
desempenho ambiental das compras públicas.
2003
Emenda Constitucional nº 42/2003
Acrescenta ao princípio da ordem econômica da defesa do meio ambiente o tratamento 
diferenciado conforme impacto ambiental de produtos e serviços.
2004
ABNT NBR 16001
Estabelece requisitos mínimos relativos ao sistema de gestão de responsabilidade social que 
13Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
considere princípios como responsabilização (accountability), transparência e comportamento 
ético.
2006
Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas (Lei-Complementar nº 123/2006)
Institui tratamento diferenciado e favorecido para micro e pequenas empresas em licitações 
públicas.
Decreto nº 5.940/2006
Estabelece coleta seletiva solidária na Administração Pública.
2007
Recomendação nº 11 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ)
Recomenda inclusão do tripé da sustentabilidade nas compras do CNJ.
2008
Portaria MMA nº 61/2008
Estabelece práticas de sustentabilidade ambiental para as compras do Ministério do Meio 
Ambiente.
Instrução Normativa SLTI/MPOG nº 2/2008
Disciplina contratação de serviços pela Administração Pública e traz diversos critérios ambientais 
e sociais, descrevendo exigências ambientais para contratação de serviços de limpeza.
2009
Política Nacional sobre Mudança do Clima (Lei nº 12.187/2009)
Estabelece preferência nas contratações públicas para propostas que propiciem maior economia 
de energia, água e outros recursos naturais, além da redução da emissão de gases de efeito 
estufa e de geração resíduos.
Portaria MMA nº 43/2009 e Portaria MS nº 1.644/2009
Vedam utilização e aquisição de quaisquer produtos com asbesto ou amianto em sua composição 
no âmbito dos Ministérios do Meio Ambiente e da Saúde.
Programa Nacional de Alimentação Escolar (Lei nº 11.947/2009)
Estabelece que no mínimo 30% dos recursos financeiros repassados pelo Fundo Nacional 
de Desenvolvimento da Educação (FNDE) deverão ser utilizados para aquisição de gêneros 
alimentícios diretamente de agricultores familiares para a merenda escolar.
2010
Instrução Normativa SLTI/MPOG nº 1/2010
Dispõe sobre critérios de sustentabilidade ambiental na aquisição de bens, contratação de 
serviços ou obras pela Administração Pública.
ABNT NBR ISO 26000
Apresenta diretrizes sobre responsabilidade social, estimulando empresas a incorporarem às 
14Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
suas responsabilidades os impactos sociais e ambientais e exigindo mais ética e transparência.
Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei nº 12.305/2010)
Estabelece prioridade de produtos reciclados e bens, serviços e obras que utilizem critérios 
compatíveis com padrões de consumo social e ambientalmente sustentáveis nas contratações 
públicas.
Lei de Licitações e Contatos (Lei nº 12.349/2010)
Inclui desenvolvimento nacional sustentável entre os princípios da licitação e a possibilidade de 
preferência para produtos manufaturados e serviços nacionais que atendam às normas técnicas 
brasileiras.
Acórdão TCU nº 1.260/2010 – Segunda Câmara
Licitante questiona a inobservância de critérios de sustentabilidade em licitação para contratação 
de serviços de clipping para o Ibama.
TCU acata as justificativas do Ibama, porém recomenda a averiguação do atendimento de critérios 
ambientais na Administração Pública.
TI Verde (Portaria SLTI/MPOG nº 2/2010)
Dispõe sobre especificações-padrão de bens de tecnologia da informação no âmbito da 
Administração Pública e inclui critérios de sustentabilidade em quatro das sete especificações.
2011
Acórdão TCU nº 1.752/2011 – Plenário
Constata falta de integração entre políticas públicas relacionadas à sustentabilidade ambiental 
na Administração Pública e baixa adesão às CPS entre as 71 instituições auditadas.
Plano de Ação para a Produção e Consumo Sustentáveis (PPCS)
Inclui CPS como prioridade do primeiro ciclo e define metas para essa ação.
Regime Diferenciado de Contratações Públicas (Lei nº 12.462/2011)
Institui Regime Diferenciado de Contratações Públicas para Olimpíadas de 2016, Copa das 
Confederações de 2013, Copa do Mundo de 2014 e obras do PAC, além de incluir diversos 
critérios de sustentabilidade para essas contratações.
2012
Decreto de Sustentabilidade na Administração Pública (Decreto nº 7.746/2012)
Estabelece diretrizes para promoção do desenvolvimento nacional sustentável nas contratações 
realizadas pela Administração Pública e institui Comissão Interministerial de Sustentabilidade na 
Administração Pública (Cisap).
Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Decreto nº 7.794/2012)
Estimula agroecologia e produção orgânica por meio do uso sustentável dos recursos naturais 
e da oferta e consumo de alimentos, define compras governamentais como instrumentos de 
implementação e aponta critérios ambientais e sociais.
15Enap Fundação EscolaNacional de Administração Pública
Marca ABNT - Qualidade Ambiental
Programa de rotulagem ambiental que propõe metodologia para certificação voluntária de 
desempenho ambiental de produtos ou serviços.
Programa de Aquisição de Alimentos (Decreto nº 7.775/2012)
Inclui modalidade compra institucional, possibilitando aquisição de produtos da agricultura 
familiar por dispensa de licitação.
Instrução Normativa SLTI/MPOG nº 10/2012
Torna obrigatória elaboração de planos de gestão de logística sustentável no âmbito do governo 
federal.
2014
ABNT NBR ISO 20121
Dispõe sobre requisitos de sistemas de gestão para sustentabilidade de eventos.
Instrução Normativa nº 2/2014
Dispõe sobre regras para aquisição ou locação de máquinas e aparelhos consumidores de 
energia pela Administração Pública e uso da Etiqueta Nacional de Conservação de Energia (Ence) 
em projetos.
2017
Instrução Normativa SEGES/MPDG nº 5, de 2017
Dispõe sobre regras e diretrizes para contratação de serviços sob o regime de execução indireta 
no âmbito da Administração Pública.
2019
Decreto nº 10.024/2019
Regulamenta o pregão eletrônico.
Instrução Normativa Seges/ME nº 1/2019
Dispõe sobre Plano Anual de Contratações de bens, serviços, obras e soluções de tecnologia 
da informação e comunicações no âmbito da Administração Pública e sobre Sistema de 
Planejamento e Gerenciamento de Contratações.
Conclui-se, portanto, que, após as análises realizadas na doutrina e na 
jurisprudência do TCU, STF e STJ, não há óbice até o momento no que diz 
respeito à legalidade das licitações sustentáveis. Pelo contrário, o ordenamento 
jurídico brasileiro impõe, seja por meio de tratados internacionais seja por 
leis ou normativos infralegais, a observância do aspecto ambiental quando 
do planejamento e execução das ações governamentais a fim de atender aos 
princípios constitucionais da eficiência, da legalidade e da preservação do 
meio ambiente (COSTA, 2011, p. 47).
16Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
1.4 Ótica do controle externo
No vídeo a seguir, Jhéssica Ribeiro Cardoso aborda os princípios previstos na Carta da Amazônia 
(BRASIL, 2019), compromisso firmado entre as cortes de contas do país para a sustentabilidade.
https://cdn.evg.gov.br/cursos/430_EVG/scorms/modulo02_scrom01/
scormcontent/assets/xRRsBn-ixoWPmE2z_transcoded-nt-nt9Ko8TIteedX-M2U1_1.
mp4?v=1
Referências
ALEM, G.; LUCCAS, F. G.;BETIOL, L. S.; DINATO, R.; RAMOS, L.; ADEODATO, S.; MONZONI NETO, M. 
P. Compras Sustentáveis e Grandes Eventos: a avaliação do ciclo de vida como ferramenta para 
decisões de consumo. São Paulo: Programa Gestão Pública e Cidadania, 2015.
ARANTES, R. S. Nota Técnica “Minuta de Decreto que regulamenta o art. 3º da Lei nº 8.666, de 
21 de junho de 1993 e estabelece a Política de Licitações Públicas Sustentáveis no âmbito da 
Administração Pública Federal”. Brasília: SLTI, 2008.
BIDERMAN, R.; BETIOL, L. S.; MACEDO, L. S. V.; MONZONI, M.; MAZON, R. (org.). Guia de Compras 
Públicas Sustentáveis: uso do poder de compra do governo para a promoção do desenvolvimento 
sustentável. 2. ed. Rio de Janeiro: FGV, 2008.
BIM, E. F. Considerações sobre a Juridicidade e os Limites da Licitação Sustentável. In: SANTOS, 
M. G.; BARKI, T. V. P. (coord.). Licitações e Contratações Públicas Sustentáveis. Belo Horizonte: 
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BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, 
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