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1 2 SUMÁRIO 1 – O que é a perícia grafotécnica ........................................................... 3 2 – Princípio Fundamental do Grafismo: ................................................. 4 3 – Leis do Grafismo ................................................................................ 4 4 – Quem pode ser perito ........................................................................ 6 5 – Tipos de peritos: ................................................................................ 6 6 – Nomeações judiciais .......................................................................... 6 7 – Nomeação do Perito Assistente ......................................................... 7 8 – Deveres do Perito e do Assistente Técnico ......................................... 7 9 – Poderes do Perito e do Assistente Técnico ......................................... 8 10 – Honorários ....................................................................................... 8 11 – Critérios de Confiabilidade da Prova Pericial .................................... 9 12 – Laudo Pericial .................................................................................. 9 13 – Intrumentos Comumente Utilizados na Análise Grafotécnica ........ 10 14 – Importância da Grafotécnica na Identificação de Fraude .............. 11 Referências Bibliográficas: .................................................................... 12 3 1 – O que é a perícia grafotécnica A perícia grafotécnica também chamada de grafoscopia, é a área da documentoscopia que se presta ao exame em escritos, com o principal objetivo de determinar, a partir de comparação e entre os escritos (peça padrão e peça questionada), se foram produzidos pelo mesmo punho. Analisa as características técnicas e particulares na execução da escrita manual, comprovando se a mesma pertence ou não à determinada pessoa. A técnica é baseada em observações sistemáticas de elementos que compõem o grafismo. As ações executadas durante a escrita são complexas, mas geralmente realizadas com grande automatismo. A perícia grafotécnica surgiu a partir das Leis do Grafismo estabelecidas por Edmond Solange Pellat, considerado o pai da grafoscopia. A Perícia Grafotécnica é feita por confrontação; de um lado temos a Peça Questionada (ou Peça de Exame), que é o documento a ser periciado e de outro precisamos de documentos com assinatura autêntica da pessoa em que estamos querendo saber se é o autor ou não do lançamento caligráfico (nesta Peça Questionada). A cada um destes documentos com lançamento caligráfico autêntico que serão usados para confrontar a Peça Questionada, damos o nome de Padrão de Confronto. Outras nomenclaturas usadas são Paradigmas, peças de comparação ou peças de confronto. A perícia então consiste em fazer os testes grafoscópicos na Peça Questionada e nos Padrões de Confronto e, em seguida, anotar quais testes são convergentes e quais são divergentes. 4 2 – Princípio Fundamental do Grafismo: O grafismo é individual e inconfundível, nunca irão existir dois grafismos iguais, da mesma forma que cada pessoa gesticula e possui timbre de voz único, a grafia segue a mesma individualidade. “Tudo que sai do homem, leva a marca de sua personalidade”. Ludwiges Klages. 3 – Leis do Grafismo A) Primeira lei do grafismo: “O gesto gráfico está sob a influência imediata do cérebro. Sua forma não é modificada pelo órgão escritor se este funciona normalmente e se encontra suficientemente adaptado à sua função.” O enunciado desta lei mostra que, sendo o cérebro humano o gerador do gesto gráfico, onde se formou a imagem das letras e demais símbolos utilizados na escrita, desde que o mecanismo muscular esteja convenientemente adaptado à sua função, haverá produção escrita sempre com as mesmas e idênticas peculiaridades. Assim, o indivíduo com punho escritor destro (que escreve com a mão direita) se, por exemplo, passar a fazê-lo com a mão esquerda (canhota) após sucessivos treinamentos, apresentará escrita com idênticas características grafocinéticas. Como não existem duas pessoas com cérebro idêntico ou com idênticos músculos, ossos e nervos, também não existem duas pessoas com idêntica escrita. Assim, não existem dois escritos traçados por distintas mãos com idêntica grafia. B) Segunda lei do grafismo: “Quando se escreve, o "eu" está em ação, mas o sentimento quase inconsciente dessa ação age passa por alternativas contínuas de intensidade e entre o máximo, onde existe um esforço a fazer e o mínimo, quando esse esforço segue o impulso adquirido”. O enunciado da segunda lei se aplica aos casos de anonimografia, onde o esforço inicial dos disfarces é muito mais acentuado, perdendo sua intensidade à medida que a escrita vai 5 progredindo. Incidindo no automatismo gráfico, o punho escritor aproxima-se de sua escrita habitual, deixando vir à tona elementos que poderão denunciá-lo e incriminá-lo. O mesmo pode ocorrer nos casos de falsificação, demonstrando a conveniência de um exame mais atento nos finais dos lançamentos, onde os maneirismos gráficos ocorrerão com mais frequência. C) Terceira lei do grafismo: “O grafismo natural não pode ser modificado voluntariamente senão pela introdução no traçado de características do esforço despendido”. Na prática, essa lei tem aplicação usualmente nos casos de autofalsificação, podendo, contudo, ocorrer em outras simulações. Em qualquer deles, o simulador se trairá através de paradas súbitas (anormais), desvios, quebras e mudanças abruptas de direção ou interrupções, sobreposições da escrita, cabendo ao expert interpretar convenientemente essas particularidades. D) Quarta lei do grafismo: "Quando, por qualquer circustância, o ato de escrever se torna particularmente difícil, o escritor instintivamente dá às letras as formas que lhe são mais familiares e mais simples, esquematizando-as, de modo que lhe seja mais fácil executar”. Existem casos dessa natureza, em que se torna difícil e/ou penoso escrever, como em escritas produzidas em circunstâncias desfavoráveis, posições desfavoráveis, tais como em veículos em movimento ou deitado em uma cama, em suportes inadequados, como em madeiras e paredes, por pessoas enfermas, por exemplo, ou em situações que demandem extrema urgência, quando prevalecerá a “lei do mínimo esforço”, resultando em simplificações, abreviaturas, letras de forma ou esquemas pouco usuais, buscando abreviar os lançamentos gráficos. 6 4 – Quem pode ser perito Qualquer profissional, que tenha curso de nível superior pode atuar nessa área, desde que faça o curso de perícia grafotécnica e adquira os conhecimentos necessários da grafoscopia. 5 – Tipos de peritos: - Perito Judicial: aquele nomeado pelo Juiz em determinado processo, sendo o mesmo anteriormente cadastrado (não necessita concurso público), de acordo com as exigencias do órgão em questão (TRT, TJ). - Perito Assistente: perito auxiliar de uma das partes, contratado para concordar, criticar ou complementar do laudo apresentado pelo perito judicial. - Perito Extra-judicial: contrado fora do âmbito judicial, por necessidade, escolhido pelo interessado, para que se emita parecer. 6 – Nomeações judiciais A nomeação é feita pelo juíz, que utiliza uma base de dados na quais se tem dados de peritos devidamente cadastrados, aptos e com habilidades necessárias para executar a perícia. No caso específico de exames documentoscópicos, o profissional escolhido pelo juízo deverá ter nível universitário, bem como conhecimento técnico e científico para realizar os exames necessários. Uma vez nomeado, o perito é intimado a dar ciencia e manifestar acerda da nomeação, aceitando ou não. Caso aceite, deverá manifestar positivamente e já deverá enviar proposta dos honorários períciais.7 7 – Nomeação do Perito Assistente Assim que o juíz faz a nomeação do Perito Judicial caberá às partes indicar um perito assistente, bem como formular quesitos a serem respondidos pelo perito no laudo pericial. O assistente técnico deverá acompanhar o trabalho realizado pelo perito nomeado, dando suporte à parte que o contratou, poderá impugnar os métodos adotados pelo mesmo, porém não pode participar ativamente da produção do laudo do perito do juizo. 8 – Deveres do Perito e do Assistente Técnico São deveres do perito judicial: - aceitar o cargo, no caso não tem poder de escolher se vai ou não realizar a perícia, porém, pode apresentar solicitação de declinio com motivação expressa - realizar a perícia no prazo estipulado, caso não seja possível deverá informar ao juiz e solicitar prorrogação de prazo - realizar diligencias necessárias para confecção do laudo - comparecer às audiências, caso haja necessidade - fornecer somente informações verídicas - caso necessite deverá fornecer esclarecimentos acerda do laudo apresentado São deveres do perito assistente: - apresentar o parecer técnico (concordando ou não com o laudo do perito judicial) no prazo legal 8 - comparecer às audiências, caso haja necessidade - fornecer somente informações verídicas 9 – Poderes do Perito e do Assistente Técnico São poderes de ambos: - Receber informações, ouvir testemunhas, verificar documentos que estejam com alguma das partes ou repartições públicas. Lembrando que o assistente técnico não tem o poder de, por exemplo, obrigar um servidor público a apresentar determinado documento. Caso isso se faça necessário, devera informar o juiz que emita um documento ordenando essa apresentação. 10 – Honorários Na esfera cível o perito não é servidor público, portante não recebe proventos do Estado em virtude de laudos elaborados. Sendo assim, seu trabalho deve ser remunerado (honorários periciais). A fixação desses honorários é feita pelo juíz diretamente ou com base na estimativa entregue pelo próprio perito em manifestação junto ao processo. Definido o valor, cabe à parte requerente realizar o recolhimento, sob pena de não realização da perícia. Feito o recolhimento, o petiro solicita ao juiz o levantamento dos honorários (ordem para que o valor seja pago ao perito). O juiz pode condicionar o levantamento de parte ou totalidade dos honorário à entrega do laudo. Em alguns casos, é concedido perante solicitação do perito, adiantamento de 50% do valor para custear despesas de diligências. O adiantamento dos honorários deve ser arcado pelo autor, exceto quando quem solicitou a prova pericial foi somente o réu. 9 No quesito honorários os eventos acima descritos são os comumente usados, sendo possível haver variações diversar de acordo com o processo e seu andamento. 11 – Critérios de Confiabilidade da Prova Pericial Os procedimentos para obtenção da prova pericial devem ser realizados observando garantias e princípios presentes na Constituiçao Federal de 1988, além de obedecer às ordens judiciais do referido processo. A análise grafotécnica deve proporcionar a confiabilidade necessária a fim de formar a convicção do perito, cabe a ele avaliar como cada elemento verificado poderá pesar na formação da sua conclusão. 12 – Laudo Pericial Em andamento ao processo, deverá ser marcada diligência para obtenção dos documentos objetos da perícia e coleta de padrões para confrontos. Após finalizado todas os exames grafotécnicos e determinado o resultado final da perícia, o perito elabora o Laudo Pericial Grafotécnico. Esse é um documento que possui todas as análises detalhadas na melhor linguagem possível para que qualquer pessoa em conhecimentos técnicos consiga entender a perícias e como se chegou ao resultado final. O laudo deve conter detalhadamente a peça questionada, suas condições físicas, tempo e condições em que foi produzida. Deve conter também informar a respeito das diligências realizadas, como foram obtidos os padrões de confronto e as condições de seu autor. 10 É preciso especificar os métodos usados para análise, equipamentos, e ilustrado de forma clara os confrontos feitos entre peça questionada e peça padrão. O laudo deve ser confeccionado com toda clareza possível a fim de se tornar inquestionável, apresentando informações corretas, idôneas. Respostas claras e objetivas ao quesitos também é primordial. Mas nem sempre isso é possível, alguma das partes poderá não ter completo entendimento, nesse caso a parte deverá solicitar o juiz que o perito seja intimado para maiores esclarecimentos, seja em comparecimento à audiência ou respostas a outros quesitos formulados por exemplo. 13 – Intrumentos Comumente Utilizados na Análise Grafotécnica Vários instrumentos podem ser usados na Análise, porém os mais comuns são: a- Lupa de aumento manual b- Lupa de aumento 40x conta fios com Led 11 c- Microscópio Digital Ampliação 1000x 14 – Importância da Grafotécnica na Identificação de Fraude A grafoscopia é usada para o estudo e análise de textos escritos, para que você possa saber se é uma falsificação ou não. Em geral, a grafoscopia, ou perícia grafotécnica, é usada principalmente em áreas como criminalística ou investigação judicial. Embora ao longo da história muitas técnicas tenham sido desenvolvidas para determinar a autenticidade de um documento, as mais utilizadas permanecem as mesmas desde o nascimento da disciplina: análise, comparação e dedução. http://www.neropericias.com.br/ 12 Referências Bibliográficas: FEUERHARMEL, Samuel; SIMÕES, Erick. Documentoscopia. São Paulo. Millennium Editora, 2014. SÉTIMO, Arureluz. Apostila – Treinamento em Documentoscopia, 2018. 1 – O que é a perícia grafotécnica 2 – Princípio Fundamental do Grafismo: 3 – Leis do Grafismo 4 – Quem pode ser perito 5 – Tipos de peritos: 6 – Nomeações judiciais 7 – Nomeação do Perito Assistente 8 – Deveres do Perito e do Assistente Técnico 9 – Poderes do Perito e do Assistente Técnico 10 – Honorários 11 – Critérios de Confiabilidade da Prova Pericial 12 – Laudo Pericial 13 – Intrumentos Comumente Utilizados na Análise Grafotécnica 14 – Importância da Grafotécnica na Identificação de Fraude Referências Bibliográficas:
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