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A Origem Do Universo A Partir Do Mito Do Caos Atrelado A Teoria Do Átomo Primordial (Big Bang) Do Padre Belga George Lemaitre

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CENTRO DE ESTUDOS ACADÊMICOS 
SEMINÁRIO DIOCESANO SÃO JOÃO MARIA VIANNEY 
PROPEDÊUTICO 
INTRODUÇÃO AO PENSAMENTO FILOSOFICO 
PROF. DIÁC. JOSEQUE MOYSÉS BARBOSA VILELA BORGES 
 
JOSÉ JAILSON DA CRUZ SILVA JUNIOR 
 
 
 
A ORIGEM DO UNIVERSO A PARTIR DO MITO DO CAOS ATRELADO A 
TEORIA DO ÁTOMO PRIMORDIAL (BIG BANG) DO PADRE BELGA GEORGE 
LEMAITRE 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAMPINA GRANDE 
2021 
1. CONCEITO DE PAIDEIA: 
Segundo Werner Jaeger1, na sua principal obra “Paideia: a formação do homem grego”2 
descreve Paideia como um “processo de educação em sua forma verdadeira, a forma natural e 
genuinamente humana” utilizado na Grécia Antiga. 
Segundo o próprio Werner, a Paideia também significa a própria cultura construída a 
partir da educação. Em suma, esse era o ideal que os gregos cultivaram do mundo, para si e em 
especial para a sua juventude. 
É perceptível que a Paideia vai estar muito atrelado a questão educacional. Segundo 
Hegel3, a educação proporciona um segundo nascimento ao homem, já que a partir desse ponto, 
o homem já tendo sido educado, torna-se autônomo, e idealizador de suas próprias coisas. A 
própria figura de Hegel recebeu muita influência do mundo grego, e segundo o conceito de 
educação do próprio Hegel, “Saber e conhecer o que os gregos sabiam e conheciam significava 
garantir a formação de homens guiados pela razão e pelo espirito”4 
Além de formar o homem, o quesito educação deveria ainda formar o cidadão. A Grécia 
então havia percebido que a educação aplicada na época seria muito mais além de ginástica, 
música e gramática. Então o educativo grego passa a aparecer como Paideia, ou seja, uma 
formação geral que visa construir o homem, como um legitimo homem e cidadão. 
O conceito de Paideia abrange muito mais do que unicamente a técnica para preparar 
um jovem para a vida adulta. Ao longo de um processo de soerguimento da Paideia, a mesma 
passou a ser um resultado do processo educativo que perdura durante toda vida, muito além dos 
anos escolares. 
Sem sombra de dúvidas, elencando os pensamentos de outros filósofos, a Paideia é, e 
sempre continuará sendo "uma forma de educar o homem através dos mitos". A questão dos 
mitos se encaixa mais com a questão de Platão, que define Paideia como “(...) a essência de 
 
1 Werner Jaeger foi um filósofo e classicista alemão. Nasceu em Lobberich na Alemanha, datado de 30 de julho 
de 1888, e faleceu em Cambridge nos EUA, datado de 09 de outubro de 1961. Werner teve como principal obra 
o livro “Paideia: A formação do homem grego”, que inclusive foi sua primeira obra traduzida no Brasil em 1966. 
2 JAEGER, Werner Wilhelm, 1888-1961. Paideia: a formação do homem grego. Trad. Artur M. Parreira. 4ª Ed. – 
São Paulo: Martins Fontes, 2001. 
3 Filósofo alemão nascido em 27 de agosto de 1770, e falecido em 14 de novembro de 1831. Foi um dos 
criadores do sistema filosófico chamado “Idealismo absoluto”, e tem sua obra “Fenomenologia do Espirito”, 
como um marco para a filosofia alemã e mundial. 
4 NOVELLI, O conceito..., cit., p. 83. 
toda a verdadeira educação ou Paideia é a que dá ao homem o desejo e a ânsia de se tornar 
um cidadão perfeito e o ensina a mandar e a obedecer, tendo a justiça como fundamento”. 
Antes de tudo, utilizava-se outro termo para conceituar o ideal de formação social grega, 
que é o “areté”. O areté era entendido como um conjunto de qualidades tanto físicas, como 
espirituais e morais. O areté surgiu após o fim do período arcaico (foi nesse período que se 
começou a se formar as primeiras sociedades organizadas em Polis, ou como conhecidas 
também, cidades-estados) na Grécia entre os séculos VIII e VII a.C. 
Trazendo a Paideia para as perspectivas do Areté, que é uma palavra de origem grega 
que trouxe/trazia “à tona certos traços da personalidade do homem”. No âmbito da língua 
portuguesa, uma palavra que se assemelha em questão de conceito, é a palavra “virtude”, que 
pode ser definida como: “1. Disposição firme e habitual para a prática do bem. 2. Boa qualidade 
moral; força moral. 3. Ato virtuoso. 4. Qualidade própria para a produção de certos efeitos; 
eficácia” (VIRTUDE, 1996). 
Tomando por base a questão dos contextos culturais, tal prática (areté) se manifesta num 
caráter geral que não somente aponte as ações realizadas e posturas humanas que visam a 
promoção do bem. Atribuir o adjetivo “moral” às ações realizadas por alguém que traz em si o 
areté, não chega a ser sempre possivel. 
2. A ORIGEM DO UNIVERSO A PARTIR DO CAOS: 
 Os mitos eram/são utilizados para explicar acontecimentos ocorridos durante toda a 
história do universo, os mitos em si nos ajudam a entender as relações humanas “e guarda para 
si a chave para o entendimento do mundo e da nossa mente analítica”. Os mitos buscam explicar 
algo utilizando-se dos deuses, os deuses imortais que “possuíam” uma natureza humana, que 
em sua matéria de essência, apenas se comportam como humanos, ou seja, possuíam 
sentimentos (ódio, raiva, amor, inveja), por si só estavam dispostos em uma hierarquia 
(encabeçada por Zeus), possuíam poderes com base nas forças da natureza, podendo “conduzir” 
o céu, a terra, o sol e entre outros (lua, vento, mar). 
 Uma coisa que intriga toda a humanidade é como surgiu o universo, a humanidade se 
questiona como tudo o que existe hoje surgiu, como tudo era no princípio. Segundo o 
Cristianismo a origem do universo está atrelado a figura de Deus, sendo tal acontecimento 
narrado no livro do Genesis, cultura maia a origem do universo está escrita no Popol Vuh que 
é o livro sagrado sobre o surgimento do homem utilizado pelos maias, de acordo com a cultura 
os “deuses criaram a terra, céu e depois animais pesados e mais leves. Contudo, querendo 
adoração, reuniram esforços para construir seres capazes de falar.”. Na cultura Ioruba5, a 
criação se deu por conta do deus Olorum, divindade suprema que criou tudo aquilo que existe. 
Cada peça existente no universo, passou por Olorum. 
 Trazendo a perspectiva da origem do universo para a mitologia grega, o universo foi 
criado a partir do caos, que no princípio de tudo era “uma informe e confusa massa, mero peso 
morto, no qual, contudo, jaziam latentes as sementes das coisas”. Por se tratar de um deus 
primordial, Caos conseguia idealizar espontaneamente, podemos dizer que por uma espécie de 
mitose, outras importantes criaturas, que também eram consideradas deuses primordiais. 
Através disso, Caos cria Nyx (deusa da noite) Gaia (deusa da terra), Érebo (deus das 
trevas/escuridão), como também, cria Tártaro (deus que representa o mundo inferior) e Eros 
(uma espécie de deus que simbolizava a ordem). 
 Eros pode se tido como o extremo oposto de seu pai, Caos. Eros simbolizava a 
organização dos elementos. Com base nisso o universo a partir desse deus primordial, começou 
a surgir uma espécie de ordenação no universo. Eros e Caos, mesmo sendo “pai e filho” 
simbolizavam uma espécie de “yin e yang”, e que por terem atuados juntos na criação do 
Universo estão ligados e associados a um ideal de equilíbrio, onde é a partir de ambos que 
surgem outros deuses primordiais de suma importância para o rumo do universo, que se tratam 
de Hemera (deusa do dia) e Urano (o deus do céu). 
 A história de Caos passou por diversas interpretações e por diversas mudanças durante 
a história, mas um ponto comum em evidencia diz respeito a seu nome, que logicamente é de 
origem grega, podendo significar “separar” e “ser amplo”. Dessa maneira, esse “conceito” do 
nome de Caos, associasse a desordem em diferentes sentidos, seja no sentido Cosmológico das 
coisas, ou no sentido propriamente dito humano. Caos não apresentava uma forma humana 
como foi mencionado anteriormente ao falar do conceito de deuses gregos, mas Caos se 
apresentava como uma força da natureza. 
 Atualmente na Mitologia Grega, Caos vai simbolizar o destino, o começo e a origem de 
todas as coisas. A cronologia grega com base nos mitos,coloca Caos como o responsável por 
iniciar o universo que por excelência daria origem aos demais mitos e sensatamente dos 
inúmeros deuses gregos. 
 
5 Uma das maiores etnias africanas quando se pensa em termos populacionais. Essa cultura é fonte de 
inspiração para o surgimento do candomblé. 
 Segundo o “Dicionário de Mitologia Clássica”6, o deus Caos é a personificação do 
vazio, em alguns casos, “da mistura informe”, em outros casos. Caos é anterior a tudo que 
existe, mas não é concebido como criado do nada nem como algo que sempre tenha existido. A 
partir do Caos surgem a Terra (Gaia), o Tártaro, Eros, as Trevas e a Noite. Em suma, como 
podemos colocar a figura do Caos na Mitologia Grega? Podemos dizer que o Caos é 
simplesmente o criador de criaturas, por ser o deus primordial por excelência, cabe a Caos criar 
tudo aquilo que existe. 
2.1. PAIDEIA DO MITO DA ORIGEM DO UNIVERSO A PARTIR DO CAOS: 
 Para a Paideia do mito, é interessante observar que o mito em si descreve a origem do 
universo, então é possivel atrelar tal mito, com a teoria do Big Bang proposta pelo Padre 
Cosmólogo George Lemaitre7. 
 Em 1926, George Lemaitre tese sua tese discutida no MIT, lançando a proposta de um 
modelo de universo não homogêneo com simetria esférica. Lemaitre buscava 
especificadamente buscar e idealizar uma solução para as equações de Einstein, que possa 
corresponder a um universo esférico, de massa constante e em plena expansão, tendo a variação 
do raio de curvatura possa explicar a velocidade real de afastamento de galáxias distantes (o 
princípio de deslocamento, ou como também é conhecido, o universo em plena expansão). Estes 
estudos realizados já indicavam uma ideia de um início de universo, que na época, 
cientificamente era algo impensável, e filosoficamente era algo inadmissível. Mas segundo o 
Padre Belga, a fisica poderia demonstrar que o universo teve um início, e que antes disso não 
houve outro tempo. Assim toma-se forma a ideia do “átomo primordial”. O átomo primordial, 
este teria dado lugar a uma explosão radioativa violenta, breve, mas violenta, que teria trazido 
o raio do universo de Einstein. Logo em seguida, havia acontecido outros dois estados de 
expansão, o último deles, lentos em relação ao primeiro8. De antemão, Lemaitre abandona o 
 
6 Escrito por Constantino Falcón Martinez; Emilio Fernández Galiano; e Raquel López Melero. “Através da 
consulta rigorosa da bibliografia mais importante relativa a esta temática e da harmonização criteriosa das 
diversas perspectivas e interpretações conferidas a um mesmo mito, o trabalho dos três autores que assinam 
este livro salda-se num todo de cariz didático ao qual não é alheia a preocupação com a elegância e arquitetura 
do relato mítico.” 
7 Padre Georges Henry Joseph Eduard Lemaitre, nasceu em Charleroi, na Bélgica em 17 de julho de 1894. 
Lemaitre realizou estudos clássicos precisamente junto aos jesuítas, e se inscreveu na faculdade de engenharia 
da Universidade Catolica de Lovaina. Depois de ter participado da Primeira Guerra Mundial, pela qual mereceu 
a Cruz de Guerra, passou a estudar Matemática e Fisica. 
8 Isto poderia indicar também o princípio da teoria do multiverso que nada mais é que “um conjunto infinito de 
universos paralelos ou de mundo-filhos”, proposta pelo físico Hugh Everett e debatida amplamente pelo 
Cosmólogo Stephen Hawking (1942-2018). 
modelo do universo em raio crescente para adotar um outro no qual entram em jogo forças 
antagônicas, como a força da gravidade, que aproxima as massas, e uma força repulsiva, 
centrifuga, que contrabalança a primeira, de intensidade ligada a “constante cosmológica”. 
Depois do fim da Segunda Guerra Mundial os estudos de Lemaitre foram totalmente 
abandonados, pois a origem do universo, a partir de um momento inicial parece levar a uma 
escolha metafisica e religiosa. A ideia do átomo primordial foi bombardeada de forma 
implacável por alguns físicos, entre esses físicos tinha-se a presença de Fred Hoyle, que de 
maneira depreciativa chamou a teoria de Lemaitre de Big Bang (“grande estouro”). Hoyle tinha 
uma visão diferente sobre a origem do universo, junto com outros dois físicos, Hoyle pautava 
que o universo sempre existiu e que está em continua expansão, “com uma criação perpetua e 
infinita de matéria que manteria constante a sua densidade”9. É preciso que se chegue meados 
dos anos 60, para que com a descoberta da “radiação cósmica de fundo”10, para que as ideias 
de Lemaitre voltem à tona, tanto sua ideia de origem do universo, como de expansão do 
universo a partir de um ponto/momento inicial. Lemaitre ao ter sido questionado sobre a quase-
comprovação de sua teoria, durante a cerimônia de entrega do prêmio Nobel da Física, 
esclareceu que: “os melhores resultados que possuímos são exatamente aqueles que eu poderia 
ter previsto se não tivesse outra coisa sobre o que me basear que o Pentateuco, os Salmos e a 
Biblia em geral”11 
 O Caos que é tido no mito como “uma informe e confusa massa, mero peso morto, no 
qual, contudo, jaziam latentes as sementes das coisas”, e que dentro das perspectivas da teoria 
do Big Bang, poderia ser tido como o átomo primordial, pois a partir dele é que se dá origem a 
todas as coisas. De um único ponto, extremamente denso e com uma temperatura extremamente 
elevada, deu-se origem a todas as coisas do universo. 
 Eros é tido como a inflação cósmica, essa parte que por si só já é uma teoria, mas que 
ao ser vinculada a teoria do Big Bang expressa um sentido mais contundente, é com base nela 
que o jornalista Salvador Nogueira (2019) diz que tal teoria “pode ajudar na compreensão das 
primeiras frações de segundo após o Big Bang”12. Eros é colocado como a inflação cósmica 
pois por ser o deus primordial que mantem todo a força ordenadora, assim, de certo modo, 
 
9 Aldo Cappi, Introduzine ala cosmologia disponível em www.bo.astro.it – atualmente 
https://www.oas.inaf.it/en/. 
10 “É um sinal eletromagnético, de origem cosmológica, que pode ser observado hoje em dia em todo o céu. É 
uma espécie de ruido que permeia todo o Universo.” (VILLELA, Thyrso. 2003). 
11 Entrevista concedida ao “New York Times”, em 25 de junho de 1978. 
12 Disponível: https://super.abril.com.br/ciencia/entenda-de-uma-vez-o-que-e-inflacao-cosmica/ 
http://www.bo.astro.it/
também faz a inflação cósmica, pois se trata de uma teria que diz que uma fração de segundo 
após o Big Bang o universo se expandiu rapidamente, fazendo com que assim se formassem as 
galáxias que conhecemos atualmente13. Ou seja, é a partir da inflação cósmica, que as coisas 
passam a se moldar diante de uma imensa explosão desordenada que havia ocorrido, e logo em 
seguida tornam-se aquilo que vemos atualmente, galáxias, planetas. 
Nyx, Gaia, Érebo e Tártaro são as primeiras seres primordiais que surgiram com a 
criação de Caos. Poderíamos dizer que a partir do momento em que acontece o Big Bang, nasce 
o tempo e com isso “pode-se catalogar” de maneira temporal as coisas que aconteceram pós 
explosão. Nos primeiros momentos após o acontecimento, surgem as partículas fundamentais, 
também chamadas de Quark, Glúon, Elétron e Fóton, desses elementos em questão 
eventualmente irão surgir outros elementos assim como na Mitologia, que menciona que a partir 
de Gaia, surgiram Urano e Ponto (e por conseguinte, também surge Óreas), trazendo na questão 
da cosmologia, na partícula fundamental Quark, mesmo nos primeiros instantes do universo 
surgem outra partículas “fundada” sobre o Quark, que são os componentes dos núcleos 
atômicos, os Prótons e os Nêutrons. 
 Cronos representa o tempo na Mitologia, e dentro do contexto cosmológico podemos 
colocar Cronos como a própria representação do tempo, que surge no instante da explosão que 
marca a origem de todo o cosmos. Mas, ao analisar o mito é tido que Cronos era temido: 
“Gaia se une a Uranos e gera 12 Titãs, sendo o mais temido Cronos (Tempo);” (PINA, 2020). 
É pensandopor esse lado, Lemaitre não aborda nada relacionado ao tema que será exposto, 
entretanto, Stephen Hawking que utiliza da teoria de Lemaitre para embasar praticamente todos 
os seus trabalhos, faz uso disto, que é/são os buracos negros. Pode-se pensar que tal afirmação 
foi simplesmente jogada “ao ar” pelo simples fato de que Cronos é a “união” de dois deuses 
primordiais, Gaia e Uranos, então não tem uma relação entre tais, todavia, foi mencionado 
anteriormente que os deuses primordiais, no contexto cosmológico, são as partículas 
fundamentais (Quark, Glúon, Elétron e Fóton), partindo desse pressuposto, podemos dizer que 
existem dois tipos de buracos negros, os supermassivos e os estelares, trazendo primeiramente 
a formação de um buraco negro estelar, Vinicius Oliveira cita que: 
O buraco negro estelar é produto final da morte de uma estrela massiva, com pelo 
menos 15 vezes mais massa do que o Sol. Essas estrelas vivem menos que o Sol e, 
quando explodem, são chamadas de supernova. No final da explosão, o que sobra 
 
13 O ideal foi proposto pela primeira vez em 1979 por Alan Guth. Ele era a favor de que a energia inicial do 
universo teria ocasionado uma expansão descontrolada. O que chegou a ser comprovado, mas em si, não essa 
teoria, mas a ideia da expansão do universo que fundamenta a inflação. 
pode virar um buraco negro ou um pulsar, que é uma estrela de nêutrons rodando 
rapidamente. As mais massivas viram buracos negros. 
 Quanto a formação de buracos negros de teor supermassivos, sua formação ainda é 
incerta, segundo a ciência. Não se sabe o princípio de sua origem, quanto tempo dura e o que 
realmente se emite deles. Recentemente uma “descoberta” referente a buracos supermassivos 
animou a equipe de astrofísicos do Centro de Harvard-Smithsonian nos Estados Unidos, a 
equipe de astrofísicos liderada por Katie Bouman14 trabalhou por cerca de seis anos em um 
codigo baseado em várias bibliotecas da linguagem de programação Python, afim de revelar a 
primeira imagem de um buraco negro que mede cerca de 40 milhões de quilômetros. Ao 
compilar o codigo dá imagem, a revelação da imagem demorou cerca de 10 dias para ser 
totalmente exposta. 
 Um ponto peculiar da história menciona que Gaia se enfureceu contra Urano, e contando 
com o auxílio de Cronos, castrou Urano com uma foice, e que com o sangue que caia dos 
testículos de Urano gerou-se outros seres, em especifico da queda do pênis de Urano no mar, 
nasce a figura de Afrodite. Ao tentar trazer para a questão cosmológica, principalmente na 
questão do nascimento de Afrodite, é possivel associar e fazer um paralelo com a “subdivisão” 
do próton, que é o hadron, já que anteriormente elencou-se que Gaia seria o Glúon, enquanto 
Urano é a representação dos Prótons, e Cronos é “o próprio” buraco negro. Deste modo, Urano 
ao ter seu pênis decepado, ocorre uma espécie de subdivisão, muito famoso quando se trata de 
átomos, então ao ter seu pênis rente ao mar, acontece uma subdivisão do átomo, mais 
precisamente de um dos elementos constituintes do átomo, que é o próton, e após subdividir 
um próton tem-se um hadron, que trazendo para a Mitologia, seria Afrodite. Em ultimação, 
Afrodite nasce da espuma, e assim “representando” o hadron, a espuma que fica a seu redor 
pode ser tida como simples partículas de quarks (mais precisamente, três) que ao “juntar-se” 
com o hadron, formam um próton. No contexto da teoria do Big Bang, tais partículas são de 
grande utilidade para se entender a teoria, devido o fato de que após muitas dessas descobertas, 
entendeu-se muito mais de onde viemos, como determinadas coisas surgiram, assim como 
também na Mitologia, onde através dos respectivos deuses entende-se muito sobre o cosmos de 
um modo geral. 
 Diante do mito e da teoria abordada, é possivel concluir que mesmo que aquele que 
escreve o mito (acredita-se que seja Ovídio) e Lemaitre que escreve a teoria do Big Bang 
 
14 Katie Bouman é doutora em engenharia elétrica e ciência da computação pelo Massachusetts Institute of 
Technology (MIT) é realiza pós-doutorado na Harvard-Smithsonian Center for Astrophysics. 
(inicialmente chamada de teoria do “átomo primordial”), em si, tinham a mesma finalidade 
mesmo trabalhando em campos diferentes, e é impressionante que acaba-se tendo uma espécie 
de entrelaçamento de ideias e finalidades, já que em ambos os “relatos” existem um “átomo 
primordial” (Caos), existem “partículas fundamentais” (deuses primordiais). É validamente 
cabível pensar que Lemaitre nem se quer cogitou utilizar-se do mito de Ovídio, é tanto que no 
livro “Cientistas de Batina” é descrito que Lemaitre estava interessado em observar o universo 
de dois contextos: “Estava interessado na verdade do ponto de vista da Sabedoria, assim como 
na verdade do ponto de vista da certeza cientifica. Havia duas maneiras para chegar à verdade. 
Decidi percorrer ambas” (LEMAITRE, 1957). Mesmo trazendo por esses dois contextos, nada 
impediu que ambas as teses se encaixassem, Ovídio ao dizer que o Caos era um 
elemento/divindade desordenada, sem forma e confusa, e Lemaitre ao dizer que o átomo 
primordial era uma massa extremamente densa e sem forma. Por fim, ao analisar o contexto de 
ambas as obras, tanto o mito, como a questão cosmológica, é possivel observar que mesmo 
ambas utilizando-se dos elementos presentes e cabíveis de suas respectivas culturas, podem 
chegar a uma única finalidade, ou seja, ambos iniciam com os mesmos questionamentos (de 
onde viemos? Como surgimos?), e no cume de tudo, chegam a uma eventual conclusão que 
também é semelhante, que o universo é algo que pode proporcionar inúmeras reviravoltas, até 
porque, onde mais veríamos que no princípio do universo é necessário que surja uma inflação 
cósmica para que o universo tome forma, e que ao decepar de um orgão genital iria nascer uma 
deusa. Todas essas questões são podem ser respondidas por ambas as vertentes, mas que não 
deixam de serem verdade.

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