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P1 Teoria Geral do Estado Definições de Estado Max Weber entende o fenômeno estatal como um empreendimento de caráter político que possui o objetivo de manter a paz e utiliza de uso legítimo de força. Hans Kelsen entende o fenômeno estatal como uma estrutura lógico hierárquica normativa, ou seja, o estado é a própria lei. Elementos do Estado Povo é constituído por um conjunto de pessoas com histórias, tradições e costumes em comum. Território é o limite geográfico da atuação do poder político e econômico do Estado. (E sua jurisprudência) Soberania é o poder político estatal, tanto no âmbito interno quanto externo. Poder Político Exclusividade, inclusividade e universalidade são características do poder político. (e coercitividade) Trajetória do Estado Moderno ESTADO ABSOLUTISTA ESTADO DE DIREITO Surgiu com as correntes liberais. (objetivo de limitar o poder político do Estado e promoção dos direitos individuais) ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO Coalisão entre Estado de Direito, mais atividade do Estado e valorização da participação popular na política. A transição do Estado Moderno é decorrente do processo de institucionalização e de normatização do Estado, a partir dos quais tem-se a criação de órgãos a ele submetidos para regular sua atividade. Princípios Fundamentais Constitucionais SOBERANIA CIDADANIA DEMOCRACIA Os princípios fundamentais são a base da interpretação de todo ordenamento jurídico. Possuem a prerrogativa de atribuir ao texto constitucional e ao ordenamento caráter de unidade. SOBERANIA Soberania é o exercício do poder político estatal. Perpétuo, absoluto e indivisível são as características. DEMOCRACIA De acordo com a Teoria Deliberativa de Habermas, democracia é a prática continua e deliberativa do exercício da escolha. Os princípios são a plena liberdade de deliberação da vontade dos indivíduos e a possibilidade contínua de questionar e revisar normas jurídicas e morais. A Democracia Deliberativa defende que o exercício da cidadania se estende para além da mera participação no processo eleitoral. CIDADANIA Conjunto dos direitos civis | políticos, eles definem o limite da ação do estado. Art 5. da CF detalha a dimensão cidadã. “DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS” Maquiavel De acordo com Maquiavel, a política deve ser pragmática e independer do comportamento de quem governa. Virtu: Prudência e habilidade de quem governa. Fortuna: Habilidade de lidar bem com conflitos que fogem de seu controle. Os princípios de Estado de Maquiavel são normatividade, ordem pública, unidade, eficiência e institucionalização. Sua influência está disposta no Art. 37 da CF: “A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência” (LIMPE) Teorias Contratualistas JOHN LOCKE: O CONTRATO SOCIAL O pensamento contratualista pretende estabelecer a origem do Estado a partir de um acordo de vontades, tácito ou expresso, que ponha fim ao estágio pré- político (Estado de Natureza) e dê inicio à sociedade política civil (Estado Civil). O contrato é baseado no consenso dos indivíduos e o Estado nasce da legalidade do contrato. Os princípios de Locke são valorização dos direitos individuais, propriedade privada, legalidade e bipartição de poderes. THOMAS HOBBES: O LEVIATÃ Hobbes acreditava que durante o Estado de Natureza em que o ser humano não vivia sob a tutela do Estado vivamos sempre em conflito, porque o homem é naturalmente egoísta e desordeiro. O Estado é a pacificação da ordem humana, determina limites e evita conflitos. Os princípios de Hobbes são legalidade, organicidade e dinamicidade do Estado (Art. 18 CF), e soberania. “DA ORGANIZAÇÃO POLÍTICO- ADMINISTRATIVA” ROUSSEAU Rousseau acreditava que o Estado só existe se houver um interesse contínuo pela sua existência. Os princípios são legitimidade, igualdade pela legalidade, democracia, soberania popular (absoluta, revogável e indivisível) e cidadania. Sua influência está disposta nos fundamentos da cidadania (art. 1°, II da CRFB), da soberania popular (art. 1°, parágrafo único da CRFB) e o objetivo da construção de uma sociedade livre, justa e solidária (art. 3°, I da CRFB). “Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.” Federalismo A forma de Estado federativa é formada por diversos estados soberanos ou unitários. É baseada na descentralização na organização da autonomia das esferas estatais. ART 18 da CF define a configuração e atribuição dos entes federativos. As características do Federalismo são indissolubilidade do Estado Federal (ART 1), não intervenção (ART 34,35,36), dinamismo (ART 18), autonomia entre entes federativos, supremacia constitucional e dispositivos inalterados (ART 60) Artigos da Constituição Federal ART 1 Os fundamentos constitucionais são soberania, cidadania, dignidade da pessoa humana, os valores sociais do trabalho e livre iniciativa e pluralismo político. ART 2 São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. ART 5: Direitos e deveres individuais e coletivos. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade. ART 18 A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos. § 1º Brasília é a Capital Federal. § 2º Os Territórios Federais integram a União, e sua criação, transformação em Estado ou reintegração ao Estado de origem serão reguladas em lei complementar. § 3º Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar. § 4º A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios, far-se-ão por lei estadual, dentro do período determinado por Lei Complementar Federal, e dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma da lei. ART 20: Bens da União. São aqueles necessários à coletividade e, por isso, seu uso deve estar disponível a todos os cidadãos. Podemos citar como exemplos os rios, as praças, as vias públicas e as praias. ART 21: Compete a União. Compete a União manter relações com Estados estrangeiros e participar de organizações internacionais; declarar a guerra e celebrar a paz; assegurar a defesa nacional; decretar o estado de sítio, o estado de defesa e a intervenção federal; emitir moeda; organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios e a Defensoria Pública dos Territórios; organizar e manter a polícia civil, a polícia militar e o corpo de bombeiros militar do Distrito Federal, bem como prestar assistência financeira ao Distrito Federal para a execução de serviços públicos, por meio de fundo próprio; ART 22: Compete privativamente à União legislar: direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho; desapropriação;requisições civis e militares, em caso de iminente perigo e em tempo de guerra; Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas das matérias relacionadas neste artigo. ART 23: Competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e conservar o patrimônio público. ART 24: Compete a União, Estados e Distrito Federal legislar concorrentemente: direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico; orçamento; juntas comerciais; produção e consumo; § 2 A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar dos Estados. ART 25: Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem. São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas por esta Constituição. ART 26: Bens dos Estados. as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, e terras devolutas que estiverem no seu domínio, excluídas aquelas sob domínio da União, Municípios ou terceiros. ART 27, 28, 29: Descreve acerca dos deputados federais, estaduais, governadores e poder legislativo municipal. ART 30: Compete aos municípios: legislar sobre assuntos de interesse local; suplementar a legislação federal e a estadual no que couber; instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem como aplicar suas rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade de prestar contas e publicar balancetes nos prazos fixados em lei; ART 32: do Distrito Federal Ao Distrito Federal são atribuídas as competências legislativas reservadas aos Estados e Municípios. ART 34: A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para: manter a integridade nacional; repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra; pôr termo a grave comprometimento da ordem pública; garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação; ART 60: Clausula Pétrea A Constituição poderá ser emendada mediante proposta: de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal; do Presidente da República; de mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros. Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: I–a forma federativa de Estado; II–o voto direto, secreto, universal e periódico; III–a separação dos Poderes; IV–os direitos e garantias individuais. ART 136: Estado de Defesa Estado de defesa para preservar ou prontamente restabelecer, em locais restritos e determinados, a ordem pública ou a paz social ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional ou atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza. ART 137: Estado de Sítio O Presidente da República pode solicitar ao Congresso Nacional autorização para decretar o estado de sítio nos casos de: I–comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia de medida tomada durante o estado de defesa; II–declaração de estado de guerra ou resposta a agressão armada estrangeira. P2 Teoria do Estado Formas de Estado A forma de Estado Unitária é caracterizada por apenas um organismo ser detentor de todo o poder político- administrativo – há uma centralização do poder. A forma de Estado Confederado é uma associação de estados autônomos e soberanos reunidos com um objetivo em comum. (tem caráter provisório) A forma de Estado Federado é formada pela união de regiões de governo próprio (estados) dotados de certa autonomia. Os art. 18-36 da CF definem a configuração e atribuição dos entes federativos do Brasil. A centralidade política não é uma característica dessa forma de governo. As características do Federalismo são indissolubilidade do Estado Federal (ART 1), não intervenção (ART 34,35,36), dinamismo (ART 18), autonomia entre entes federativos, supremacia constitucional e dispositivos inalterados (ART 60) Os princípios do federalismo brasileiro são: Isonomia - diz respeito ao tratamento equânime dos entes federativos do mesmo patamar. Simetria - relativo à proporcionalidade administrativa entre os entes hierarquicamente definidos. Soberania x Autonomia Há que se delimitar bem a diferença entre soberania e autonomia. Enquanto a primeira trata da summa potestas, também se relaciona com o caráter reconhecitivo por parte de outros Estados soberanos. Por outro lado, a segunda trata da possibilidade de exercício do poder político- administrativo, por completo ou dentro de determinadas competências. Diferenciações Forma de Estado - Federação, Confederação, E. unitário etc. Forma de Governo - Monarquia, República. Sistema de Governo - Presidencialismo, Parlamentarismo, Semi-presidencialismo etc. Sistema Político - Democracia, Autocracia etc. Regimes de Governo presidencialismo parlamentarismo semi- presidencial o presidente acumula a função de chefe de governo e estado parla. puro -primeiro ministro assume as 2 funções parla. hibrido – ministro é o CG e o monarca é o CE presidente como CE e primeiro- ministro como CG mandato fixo para presidente mandato indeterminado do primeiro ministro votação direta ou indireta (eua) votação indireta competências bem definidas do chefe do executivo na constituição fusão política entre funções do legislativo e executivo tecnicamente exercido pelo presidente (art. 84 cf) representado pelo primeiro ministro e exercido pelo parlamento preponderância do executivo preponderância do legislativo importância equivalente Exemplos de problemas do presidencialismo - presidencialismo de coalizão, autoritarismo. Exemplos de problemas do parlamentarismo - instabilidade política, falta de rapidez decisória Separação dos Poderes O modelo de tripartição visa criar uma ideia de freios e contrapesos (checks and balances) entre os distintos ramos do poder político governamental. O art. 84 da CF versa sobre as competências privativas do Presidente da República e o seu inc. V, por exemplo, trata de vetos a projetos de lei. O art. 49 discorre sobre as competências exclusivas do Congresso Nacional, dentre os incisos, o X fala sobre o controle e a fiscalização do poder executivo. O art. 102 trata das atribuições do Supremo Tribunal Federal; a exemplo, as alíneas a, b e c de seu inciso I tratam dos controles exercidos pelo STF sobre os dois poderes como a possibilidade de julgamento de ação de inconstitucionalidade de leis ou dos próprios ocupantes de cargos que possuam foro privilegiado. Poder Judiciário O poder judiciário possui a função de aplicar a jurisdição (aplicar os códigos/aplicar o direito) e é composto apenas por magistrados. Juízes são considerados órgãos do poder judiciário porque PRESENTAM as decisões jurisprudenciais do Estado. O Poder Judiciário conta com garantias institucionais e funcionais que viabilizam seu funcionamento pleno. Dentre as institucionais, figuram a autonomia financeira e orgânico- administrativa de seus organismos (Art. 99). Nas funcionais estão a independência dos membros do judiciário (Art. 95) garantida pela vitaliciedade (I), inamovibilidade (II) e irredutibilidade de subsídios (III). obs: o poder judiciário pode anular atos dos demais poderes em casos de inconstitucionalidade ou de ilegalidade. Organograma do PJ brasileiro: O STF É a mais alta cúpula do poder judiciário brasileiro, de previsão constitucional e composta por 11 ministros. O tribunal cumpre papel precípuo de guardião constitucional e suas competênciasestão elencadas no artigo 102. O artigo 103-A determina que apenas o STF pode produzir súmulas vinculantes. O ministro do Supremo Tribunal Federal só pode sair de seu cargo por pedido próprio, impedimento ou aposentadoria compulsória aos 75 anos. Art. 102: Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: I - processar e julgar, originariamente: a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual e a ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal; + processar e julgar originariamente, as causas e conflitos entre Estados e Distrito Federal. (conflitos de competência também) A Justiça Federal A justiça comum federal é composta (Art. 106) pelos TRF’s (2ª instância) e pelos juízes federais (1ª instância). A composição - Artigo 107 - mínima dos TRF’s é de 7 juízes nomeados pelo Presidente, de no mínimo 30 anos; ⅕ de advogados e procuradores da república, o restante é promovido dentre os juízes federais, por merecimento e antiguidade alternadamente. As competências dos TRF’s estão elencadas no artigo 108 e as dos juízes federais no artigo 109. Art. 108. Compete aos Tribunais Regionais Federais: I - processar e julgar, originariamente: II - julgar, em grau de recurso, as causas decididas pelos juízes federais e pelos juízes estaduais no exercício da competência federal da área de sua jurisdição. Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho; II - as causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e Município ou pessoa domiciliada ou residente no País; III - as causas fundadas em tratado ou contrato da União com Estado estrangeiro ou organismo internacional; Sistemas Eleitorais Os sistemas eleitorais são o conjunto de normas que definem como o eleitor irá votar e como se transformará em mandatos. Conceitos importantes: Distrito Eleitoral – unidade geográfica básica de qualquer processo de representação. ex. nas eleições presidenciais o distrito eleitoral é o país inteiro. Magnitude – a quantidade de representantes que esse distrito elege. ex. uninominais: presidente. plurinominais: deputados. 1. sistemas majoritários: maioria simples ou voto distrital (o candidato que tiver mais votos ganha, não necessariamente 50% + 1% como no Brasil) 2. sistemas proporcionais – ocorre sempre em distritos plurinominais: em lista, sistemas de 2 turnos e distritão. Esse sistema é baseado na equidade, se o partido tiver 46% dos votos ele terá 46 cadeiras no congresso (se houver 100 cadeiras hipotéticas) O sistema em lista pode ser lista aberta ou fechada. Na lista aberta os eleitores definem os candidatos que ocuparão os cargos. Na lista fechada o eleitor vota no partido e não escolhe os candidatos. O sistema de 2 turnos é o do Brasil, menos em cidades com menos de 200 mil eleitores. O sistema distritão diz que basta 1 individuo ter a maioria dos votos que ele ganhará, sem necessidade de partido ou coletivo. 3. sistemas mistos – é a junção do sistema majoritário com proporcional paralelamente. ex. em uma câmara com 52 cadeiras, 26 serão distritais e 26 proporcionais. obs: a depender do cargo que se elege podem ser usados sistemas eleitorais distintos. Sistema Eleitoral no Brasil para executivo para legislativo presidente, governador e prefeitos deputados estaduais e federais majoritário de 2 turnos majoritário simples em lista aberta Importante: Por parte da União, não é permitida a intervenção federal em Município. A única pessoa política legitimada a nele intervir é o Estado- membro. À União Federal, é consentida intervir em Municípios quando localizados em Território Federal.
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