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Direito Agrario

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12.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Delimitar a renovação dos contratos agrários e o direito de preferência, as questões quanto alienação,
extinção e retenção seus conceitos regras e princípios, modalidades, formas e elementos.
12.2 INTRODUÇÃO
No que tange aos contratos agrarios diferente do pensamento civilista, os preceitos quanto aq renovação dos
contratos e o direito de preferencia em muito diferem do previsto no código civil brasiliero de 2002, assim
como as caracteristicas da retomada.
Normas proprias também são caracteristicas quanto a retenção e a extinção dos contratos agrarios e este o
ultimo capitulo dos tema dirieto agrario.
RENOVAÇÃO DOS CONTRATOS E DIREITO DE PREFERÊNCIA
A renovação dos contratos agrarios nada mais é quie a repetição do contrato entre as partes, presenrvando e
repetindo-se as condições erstabelecidas no contrato anterior, ou com as modificações que ficarem ajustadas,
desde que preservadas as questões legais, previstas no decreto regulam a presente questão contratual.
Quando da ausencia de prazo de duração estipulado para o contrato, entende-se que, após o decurso do
prazo mínimo legal, sem que haja notificação no prazo certo para a extinção do contrato, este se renova nas
mesmas condições para mais um prazo mínimo estabelecido em lei ou a previsão conratual. Para uma minoria
da doutrina, uma vez ultrapassado o prazo mínimo da lei, é possível, a qualquer tempo, o encerramento do
contrato, com a notificação pelo proprietário, com antecedência mínima de 6 meses.
Quanto ao direito de preferencia rrendatário e parceiro outorgado têm preferência em igualdade de condições
contra terceiros.
Quando da proposta oferecida por terceiro, o arrendatário ou o parceiro outorgado, devem ser notificados
desta intenção e das condições da oferta, no prazo de 6 meses antes do vencimento do contrato (art. 95,IV
do ET), tendo, após notificado, 30 dias para requerer a sua preferência, sendo que o silêncio é traduzido em
renúncia do exercício deste direito.
Não havendo notificação, o contrato considera-se automaticamente renovado. (art. 95,IV). 
A retomada para uso próprio obedece às mesmas regras, e prazos de notificação, conforme disposto no art.
95,V do ET.
Vejamos o que preve o art. 95 do Estatuto da Terra
Art. 95. Quanto ao arrendamento rural, observar-se-ão os seguintes princípios:
I - os prazos de arrendamento terminarão sempre depois de ultimada a colheita,
inclusive a de plantas forrageiras temporárias cultiváveis. No caso de retardamento da
colheita por motivo de fôrça maior, considerar-se-ão êsses prazos prorrogados nas
mesmas condições, até sua ultimação;
II - presume-se feito, no prazo mínimo de três anos, o arrendamento por tempo
indeterminado, observada a regra do item anterior;
III - o arrendatário, para iniciar qualquer cultura cujos frutos não possam ser
recolhidos antes de terminado o prazo de arrendamento, deverá ajustar, previamente,
com o arrendador a forma de pagamento do uso da terra por esse prazo excedente;
IV - em igualdade de condições com estranhos, o arrendatário terá preferência à
renovação do arrendamento, devendo o proprietário, até 6 (seis) meses antes
do vencimento do contrato, fazer-lhe a competente notificação extrajudicial das
propostas existentes. Não se verificando a notificação extrajudicial, o contrato
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considera-se automaticamente renovado, desde que o arrendador, nos 30 (trinta)
dias seguintes, não manifeste sua desistência ou formule nova proposta, tudo
mediante simples registro de suas declarações no competente Registro de Títulos e
Documentos;
V - os direitos assegurados no inciso IV do caput deste artigo não prevalecerão se,
no prazo de 6 (seis) meses antes do vencimento do contrato, o proprietário, por via
de notificação extrajudicial, declarar sua intenção de retomar o imóvel para explorá-lo
diretamente ou por intermédio de descendente seu;
VI - sem expresso consentimento do proprietário é vedado o subarrendamento;
VII - poderá ser acertada, entre o proprietário e arrendatário, cláusula que permita a
substituição de área arrendada por outra equivalente no mesmo imóvel rural, desde
que respeitadas as condições de arrendamento e os direitos do arrendatário;
VIII - o arrendatário, ao termo do contrato, tem direito à indenização das
benfeitorias necessárias e úteis; será indenizado das benfeitorias voluptuárias quando
autorizadas pelo proprietário do solo; e, enquanto o arrendatário não for indenizado
das benfeitorias necessárias e úteis, poderá permanecer no imóvel, no uso e gozo das
vantagens por ele oferecidas, nos termos do contrato de arrendamento e das
disposições do inciso I deste artigo;
IX - constando do contrato de arrendamento animais de cria, de corte ou de trabalho,
cuja forma de restituição não tenha sido expressamente regulada, o arrendatário é
obrigado, findo ou rescindido o contrato, a restituí-los em igual número, espécie e
valor;
X - o arrendatário não responderá por qualquer deterioração ou prejuízo a que não
tiver dado causa;
XI - na regulamentação desta Lei, serão complementadas as seguintes condições que,
obrigatòriamente, constarão dos contratos de arrendamento:
a) limites da remuneração e formas de pagamento em dinheiro ou no seu equivalente
em produtos;
b) prazos mínimos de arrendamento e limites de vigência para os vários tipos de
atividades agrícolas;
c) bases para as renovações convencionadas;
d) formas de extinção ou rescisão;
e) direito e formas de indenização ajustadas quanto às benfeitorias realizadas;
XII - a remuneração do arrendamento, sob qualquer forma de pagamento, não
poderá ser superior a 15% (quinze por cento) do valor cadastral do imóvel, incluídas
as benfeitorias que entrarem na composição do contrato, salvo se o arrendamento for
parcial e recair apenas em glebas selecionadas para fins de exploração intensiva de alta
rentabilidade, caso em que a remuneração poderá ir até o limite de 30% (trinta por
cento);
XIII - a todo aquêle que ocupar, sob qualquer forma de arrendamento, por mais de
cinco anos, um imóvel rural desapropriado, em área prioritária de Reforma Agrária, é
assegurado o direito preferencial de acesso à terra .
ALIENAÇÃO DO IMÓVEL: não interrupção do contrato. Preferência.
No caso da alienação do imóvel, a lei (art. 92, § 3º do ET) garante a preferência ao arrendatário, nas mesmas
condições, para a aquisição do imóvel. Entende-se que esta garantia também é extensiva à parceria, por
exegese do disposto no artigo 96,VII do ET, uma vez que manda aplicar à parceria, no que couber, as normas
pertinentes ao arrendamento rural.
Vejamos o que diz o Estatuto da Terra
Art. 92. A posse ou uso temporário da terra serão exercidos em virtude de contrato
expresso ou tácito, estabelecido entre o proprietário e os que nela exercem atividade
agrícola ou pecuária, sob forma de arrendamento rural, de parceria agrícola, pecuária,
agro-industrial e extrativa, nos têrmos desta Lei
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§ 1º O proprietário garantirá ao arrendatário ou parceiro o uso e gozo do imóvel
arrendado ou cedido em parceria.
§ 2º Os preços de arrendamento e de parceria fixados em contrato...Vetado.. serão
reajustados periòdicamente, de acôrdo com os índices aprovados pelo Conselho
Nacional de Economia. Nos casos em que ocorra exploração de produtos com preço
oficialmente fixado, a relação entre os preços reajustados e os iniciais não pode
ultrapassar a relação entre o nôvo preço fixado para os produtos e o respectivo preço
na época do contrato, obedecidas as normas do Regulamento desta Lei.
§ 3º No caso de alienação do imóvel arrendado, o arrendatário terá preferência para
adquiri-lo em igualdade de condições, devendo o proprietário dar-lhe conhecimento da
venda, a fim de que possa exercitar o direito de perempção dentro de trinta dias, a
contar da notificação judicial ou comprovadamente efetuada, mediante recibo.§ 4º O arrendatário a quem não se notificar a venda poderá, depositando o preço,
haver para si o imóvel arrendado, se o requerer no prazo de seis meses, a contar da
transcrição do ato de alienação no Registro de Imóveis.
§ 5º A alienação ou a imposição de ônus real ao imóvel não interrompe a vigência dos
contratos de arrendamento ou de parceria ficando o adquirente sub-rogado nos
direitos e obrigações do alienante.
§ 6º O inadimplemento das obrigações assumidas por qualquer das partes dará lugar,
facultativamente, à rescisão do contrato de arrendamento ou de parceria. observado o
disposto em lei.
§ 7º Qualquer simulação ou fraude do proprietário nos contratos de arrendamento ou
de parceria, em que o preço seja satisfeito em produtos agrícolas, dará ao
arrendatário ou ao parceiro o direito de pagar pelas taxas mínimas vigorantes na
região para cada tipo de contrato.
§ 8º Para prova dos contratos previstos neste artigo, será permitida a produção de
testemunhas. A ausência de contrato não poderá elidir a aplicação dos princípios
estabelecidos neste Capítulo e nas normas regulamentares.
§ 9º Para solução dos casos omissos na presente Lei, prevalecerá o disposto no
Código Civil.
Para o exercício do direito de preferência, o proprietário deverá dar conhecimento, mediante notificação, do
teor da proposta de aquisição (preço e demais condições) oferecida por terceiro. Notificado, o ocupante do
imóvel terá o prazo de 30 dias para se manifestar quanto ao seu interesse, sendo que o silêncio importa em
renúncia tácita.
Esta simples preferência, na prática não dá efetiva proteção ao arrendatário ou parceiro outorgado, além de
não considerar o trabalho desenvolvido na terra, do qual resultou a efetiva valorização da terra. De fato, a
regra da lei impõe ao arrendatário e ao parceiro outorgado, a única vantagem de comprar a terra a preço de
mercado, depois de tê-la beneficiado e valorizado, cuja vantagem fica com o proprietário e, eventualmente com
terceiro. Como é óbvio, a maioria dos trabalhadores não têm recursos para disputar a terra em igualdade de
condições com terceiros, razão porque a garantia do §4º do art. 92 do ET acaba não sendo exercida. Nesta
situação caberia a concessão de crédito especial para a aquisição do imóvel.
Sendo o imóvel vendido a terceiro, no decorrer do contrato de arrendamento ou de parceria, este fato não
interrompe o contrato, ficando o adquirente sub-rogado nos direitos e obrigações do alienante (art. 92, § 5º
do ET).
EXTINÇÃO DOS CONTRATOS:
Os Contratos Agrarios tem sua extinção previstas no decreto 59566/66, vejamos a previsão legal:
Art 24. As benfeitorias que forem realizadas no imóvel rural objeto de arrendamento,
podem ser voluptuárias úteis e necessárias, assim conceituadas:
I - voluptuárias, as de mero deleite ou recreio, que não aumentam o uso habitual do
imóvel rural, ainda que o tornem mais agradável ou sejam de elevado valor;
II - úteis, as que aumentam ou facilitam o uso do imóvel rural; e
III - necessárias, as que tem por fim conservar o imóvel rural ou evitar que se
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deteriore e as que decorram do cumprimento das normas estabelecidas neste
Regulamento para a conservação de recursos naturais.
Parágrafo único. Havendo dúvida sôbre a finalidade da benfeitoria, e quanto à sua
classificação prevalecerá o que fôr ajustado pelos contratantes.
Art 25. O arrendatário, no término do contrato, terá direito á indenização das
benfeitorias necessárias e úteis. Quanto às voluptuárias, somente será indenizado se
sua construção fôr expressamente autorizada pelo arrendador (art. 95, VIII, do
Estatuto da Terra e 516 do Cód. Civil).
§ 1º Enquanto o arrendatário não fôr indenizado das benfeitorias necessárias e úteis,
poderá reter o imóvel em seu poder, no uso e gôzo das vantagens por êle oferecidas,
nos têrmos do contrato de arrendamento (arts. 95, VIII do Estatuto da Terra e 516
do Código Civil).
§ 2º Quando as benfeitorias necessárias ou úteis forem feitas às expensas do
arrendador dando lugar a aumento nos rendimentos da gleba, terá êle direito a uma
elevação proporcional da renda, e não serão indenizáveis ao fim do contrato, salvo
estipulação em contrário.
Art 32. Só será concedido o despejo nos seguintes casos:
I - Término do prazo contratual ou de sua renovação;
II - Se o arrendatário subarrendar, ceder ou emprestar o imóvel rural, no todo ou em
parte, sem o prévio e expresso consentimento do arrendador;
III - Se o arrendatário não pagar o aluguel ou renda no prazo convencionado;
IV - Dano causado à gleba arrendada ou ás colheitas, provado o dolo ou culpa do
arrendatário;
V - se o arrendatário mudar a destinação do imóvel rural;
VI - Abandono total ou parcial do cultivo;
VII - Inobservância das normas obrigatórias fixadas no art. 13 dêste Regulamento;
VIII - Nos casos de pedido de retomada, permitidos e previstos em lei e neste
regulamento, comprovada em Juízo a sinceridade do pedido;
IX - se o arrendatário infringir obrigado legal, ou cometer infração grave de obrigação
contratual.
Parágrafo único. No caso do inciso III, poderá o arrendatário devedor evitar a rescisão
do contrato e o conseqüente despejo, requerendo no prazo da contestação da ação
de despejo, seja-lhe admitido o pagamento do aluguel ou renda e encargos devidos,
as custas do processo e os honorários do advogado do arrendador, fixados de plano
pelo Juiz. O pagamento deverá ser realizado no prazo que o Juiz determinar, não
excedente de 30 (trinta) dias, contados da data da entrega em cartório do mandado
de citação devidamente cumprido, procedendo-se a depósito, em caso de recusa.
Art 33. O arrendador e o arrendatário poderão ajustar por acôrdo mútuo, a
substituição da área arrendada por outra equivalente, localizada no mesmo imóvel
rural, respeitada as demais cláusulas e condições do contrato e os direitos do
arrendatário (art. 95, VII do Estatuto da Terra).
São as principais causas de extinção:
Término do prazo contratual - não tendo ocorrido a renovação do mesmo por falta de iniciativa do
arrendatário ou parceiro-outorgado, ou por não ter exercido o seu direito de preferência. Não havendo
interesse na renovação, o arrendatário ou parceiro outorgado deverá notificar o outro contratante, no
prazo dos 30 dias entre os 6 meses e os 5 meses antes do término do prazo do contrato.
Por efeito de retomada: quando o arrendador ou parceiro-outorgante quer o imóvel para cultivo próprio
ou através de descendente seu ( art. 22, § 2º e art. 26,II do Decreto 59.566/66). A retomada depende
de notificação ao arrendatário ou parceiro-outorgado até seis meses antes do vencimento do contrato,
caso contrário, o contrato se renova automaticamente.
Por efeito de confusão: quando a mesma pessoa passa à posição de arrendador e arrendatário ou
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parceiro-outorgante e parceiro-outorgado.
Pelo distrato: é o acordo de vontades mediante o qual as partes põe fim ao contrato.
Por rescisão: dá-se por vontade e iniciativa de uma das partes, nos casos de inadimplemento de
obrigação contratual e de inobservância de cláusula asseguradora dos recursos naturais, o que permite à
outra parte cobrar indenização por perdas e danos.
Por resolução ou extinção do direito do arrendador ou do parceiro-outorgante: é possível ocorrer nos
casos de propriedade resolúvel, com o advento da causa resolutiva.
Por motivo de forca maior: ocorrência de fato imprevisto e impossível de ser evitado.
Por sentença judicial irrecorrível: podendo ocorrer nos casos de anulação de contrato por vício de
origem.
Pela perda do imóvel rural: desaparecimento com vulcão, ou por inundação.
Em virtude de desapropriação: em qualquer de suas modalidades, ficando garantido ao arrendatário ou
parceiro-outorgado o direito à redução proporcional da renda ou a rescindir o contrato, em caso de
desapropriação parcial.
Por morte do arrendatário.
Por cessão do contrato sem prévio consentimento do arrendadorou parceiro​outorgante.
Por falta de pagamento do aluguel ou renda: assegura o despejo, permitido ao arrendatário a purga da
mora.
Por dano causado à gleba ou às colheitas, desde que caracterizado o dolo ou a culpa do arrendatário ou
do outorgado, caso em que cabe ação de despejo.
Por causa de mudança na destinação do imóvel: ex. destruindo o capim (pecuária) para desenvolver a
agricultura.
Por abandono do cultivo: quando arrendatário ou parceiro-outorgado deixa de cumprir sua obrigação no
trato da terra e o cuidado com a produção.
Em diversas das hipóteses de extinção dos contratos, aqui relacionadas cabe a ação de despejo para a
retomada do imóvel, seguindo o rito sumaríssimo. O art. 32 do Decreto nº 59.566/66 prevê as causas do
despejo, cuja enumeração legal vale tanto para os contratos de arrendamento como para os de parceria.
Vejamos a previsão:
Art 26. O arrendamento se extingue:
I - Pelo término do prazo do contrato e do de sua renovação;
II - Pela retomada;
III - Pela aquisição da gleba arrendada, pelo arrendatário;
IV - Pelo distrato ou rescisão do contrato;
V - Pela resolução ou extinção do direito do arrendador;
VI - Por motivo de fôr maior, que impossibilite a execução do contrato;
VII - Por sentença judicial irrecorrível;
VIII - Pela perda do imóvel rural;
IX - Pela desapropriação, parcial ou total, do imóvel rural;
X - por qualquer outra causa prevista em lei.
Parágrafo único. Nos casos em que o arrendatário é o conjunto familiar, a morte do
seu chefe não é causa de extinção do contrato, havendo naquele conjunto outra
pessoa devidamente qualificada que prossiga na execução do mesmo.
Art 27. O inadimplemento das obrigações assumidas por qualquer das partes, e a
inobservância de cláusula asseguradora dos recursos naturais, prevista no art. 13,
inciso II, letra "c", dêste Regulamento, dará lugar facultativamente à rescisão do
contrato, ficando a parte inadimplente obrigada a ressarcir a oura das perdas e danos
causados (art. 92, § 6º do Estatuto da Terra).
Art 28. Quando se verificar a resolução ou extinção do direito do arrendador sôbre o
imóvel rural, fica garantido ao arrendatário a permanecer nêle até o término dos
trabalhos que forem necessários à colheita.
Art 29. Na ocorrência de fôrça maior, da qual resulte a perda total do objeto do
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contrato, êste se terá por extinto, não respondendo qualquer dos contratantes, por
perdas e danos.
Art 30. No caso de desapropriação parcial do imóvel rural, fica assegurado ao
arrendatário o direito à redução proporcional da renda ou o de rescindir o contrato.
Art 31. É vedado ao arrendatário ceder o contrato de arrendamento, subarrendar ou
emprestar total ou parcialmente o imóvel rural, sem prévio e expresso consentimento
do arrrendador (art. 95, VI, do Estatuto da Terra).
Parágrafo único. Resolvido ou findo o contrato, extingue de pleno direito o
subarrendamento, salvo disposição convencional ou legal em contrário.
14.2. Direito à indenização por perdas e danos, benfeitorias ( e plantações) – com direito de retenção.
O direito à indenização surge cada vez que uma das partes, em razão de descumprimento de obrigação legal
ou contratual causar prejuízo à outra parte, ou por benfeitorias que ficam no imóvel. Indenizar significa tornar
sem dano, no sentido de reparar o dano que a parte sofreu. Envolve, portanto, o dano emergente ( dano ou
prejuízo efetivo da parte) e o lucro cessante ( o que a parte deixou de ganhar em razão do procedimento da
outra parte).
As causas de extinção dos contratos agrários que resultam em prejuízo à outra parte, permitem cobrar
indenização.
Quanto às benfeitorias, estas normalmente pertencem ao proprietário do imóvel. No entanto, é comum a
realização de benfeitorias por parte do arrendatário ou do parceiro-outorgado, podendo estas ser classificadas
em benfeitorias necessárias úteis e voluntárias. O art. 6º do Decreto nº 84.685/80, inclui entre as benfeitorias
as casas de moradia, galpões, banheiros para gado, valas, silos, currais, açudes, estradas de acesso e
quaisquer edificações para instalações do beneficiamento, industrialização, educação ou lazer. De qualquer
forma esta enumeração não é conclusiva, mas exemplificativa. No Direito Agrário as plantações também são
tidas como benfeitorias quanto são de cunho permanente e se traduzem em benefício que fica para o
proprietário da terra e do qual este passará a usufruir após o término do contrato.
As benfeitorias necessárias são aquelas destinadas à reparação de defeitos e conservação das coisas, das
instalações, construções e equipamentos. As benfeitorias úteis são as que melhoram o uso e aproveitamento
do imóvel para os fins do próprio contrato. As benfeitorias voluptuárias são aquelas relacionadas com o
embelezamento do lugar e aquelas que visam garantir mais conforto, porém não diretamente relacionadas ao
uso do empreendimento conforme o objeto do contrato. (art. 24 do Dec. Nº 59.566/66)
Nos termos do artigo 95,VIII do ET, o arrendatário, ao término do contrato, tem direito à indenização das
benfeitorias necessárias e úteis que edificou. Segundo a lei, apenas as benfeitorias voluptuárias dependem de
prévia autorização do proprietário para que gerem direito à indenização.
Em relação à parceria, nas suas diversas modalidades, a lei não garante claramente o direito indenizatório. Para
que este fique garantido, em a qualquer tipo de benfeitoria, deve haver consentimento expresso anterior do
parceiro-outorgante. Contudo, levando em conta a realidade análoga, a aplicação do principio de proteção do
débil econômico e, principalmente, o disposto no inciso VII do art. 96 do ET (…”aplicam-se à parceria ... as
normas pertinentes ao arrendamento rural, no que couber ..., no que não estiver regulado pela presente lei”),
é possível concluir que o mesmo direito indenizatório garantido ao arrendatário, cabe também ao parceiro-
outorgado, entendendo-se que houve aceitação tácita quando o outorgante não se manifesta sobre as
benfeitorias em edificação pelo outorgado.
Nos termos da lei, a indenização faz referência clara às benfeitorias. No entanto, as plantações, sobretudo
aquelas relacionadas a culturas permanentes, como fruteiras, etc, acabam sendo incluídas nos cálculos de
indenização. Neste sentido é o entendimento pacífico dos tribunais, de forma a evitar o benefício ou
enriquecimento ilícito a uma das partes e o prejuízo à outra.
Ao parceiro-outorgado cabe, também, a indenização quando o outorgante não cumpre os prazos mínimos
contratuais. Num contrato celebrado por dois anos, sabendo-se que o prazo mínimo de 3 anos é irrenunciável,
pode o parceiro-outorgado pleitear, mesmo pela via judicial, o cumprimento do prazo legal ou, caso isto se
torne inviável, a indenização pelo tempo que falta para o cumprimento do contrato nas condições definidas em
lei. Neste caso, o parâmetro para a indenização é a quantidade colhida no ano anterior.
Direito de retenção:
Na extinção dos contratos, seja sem o cumprimento do prazo garantido por lei, como nos casos de edificação
de benfeitorias, o arrendatário, assim como o parceiro-outorgado, podem exercer o direito de retenção do
imóvel até serem indenizados pelas benfeitorias, conforme estabelece a parte final do inciso VIII do artigo 95
do ET. O §1º do art. 25 do Decreto nº 59.566/66 reafirma este direito de retenção.
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O direito de retenção pode ser pleiteado em juízo e deferido liminarmente. Com isso, o contratado fica no
imóvel até que se apure o valor das benfeitorias e lhe seja efetuado o pagamento.
12.3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como já se disse no inicio, os contratos agrários, com as regras do Estatuto da Terra e seus regulamentos,
estabeleceram significativos avanços em relação à legislação anterior. Atualmente, o novo Código Civil fez
importante acréscimo referente à função social do contrato, dando novo enfoque também aos contratos
agrários. De resto, o CódigoCivil é de aplicação subsidiária.
Cabe ressaltar, contudo, que as normas referentes aos contratos agrários não garantem efetivamente os
direitos de quem cultiva a terra, principalmente no que diz respeito ao acesso à terra, constitucionalmente
garantido a todos. Pelas regras em vigor, o trabalhador da terra alheia acaba por contribuir com a produção,
com o progresso econômico do proprietário e o cumprimento da função social da terra, mas tal prática não lhe
garante o acesso à terra que cultiva. Além disso, com seu trabalho, contribui para não ter acesso definitivo à
terra em que produz, uma vez que esta, com seu trabalho, passa a cumprir a função social.
Não é este o modelo em vigor em todos os países. As experiências são variadas e vão desde a exigência de
cultivo direto da terra pelo proprietário até a proibição de realização de contratos agrários para a exploração
da terra por terceiros.
Em relação aos prazos, apesar de serem definidos como mínimos na lei é normal que não sejam cumpridos
pelos proprietários, ou então se transformam em prazos máximos. De fato são prazos exíguos,
principalmente a se levar em conta a maior preocupação com práticas conservacionistas. Neste sentido os
contratos agrários deveriam ter duração maior, a exemplo do que ocorre em outros países.
12.4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
http://www.contratosonline.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=1493&catid=1&Itemid=141

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