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ATRATIVIDADE DE DIFERENTES ISCAS PARA FORMIGAS URBANAS
CINTIA GONÇALVES OLIVEIRA
Orientador: Prof. Dr. ODAIR CORREA BUENO
Agosto/2008
Monografia apresentada ao Instituto
de Biociências do Campus de Rio
Claro, Universidade Estadual
Paulista, como parte dos requisitos
para obtenção do título de
Especialista em Entomologia
Urbana: Teoria e Prática.
................................ .
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“Quero, um dia, poder dizer às pessoas que nada foi em vão...
Que o amor existe,
que vale a pena se doar às amizades e às pessoas,
que a vida é bela sim e que eu sempre dei o melhor de mim...
e que valeu a pena.”
(Mário Quintana)
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Aos meus pais, José Roberto Forão
de Oliveira e Priscilla Pinto Gonçalves
Oliveira, e à minha irmã, Bárbara
Gonçalves Oliveira, pelo amor,
incentivo e suporte em cada etapa da
minha vida
Dedico
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À Fabiana Correa Bueno, pela
amizade, companheirismo, lealdade,
cumplicidade e confiança em todos os
momentos
Ofereço
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AGRADECIMENTOS
Ao Prof. Dr. Odair Correa Bueno, pela orientação, confiança, apoio, amizade e
compreensão no desenvolvimento deste trabalho e nos últimos 10 anos;
Ao Prof. Dr. Osmar Malaspina, pela confiança, amizade e compreensão;
À Fabiana Correa Bueno, pelo auxílio, pelos ensinamentos e pelo exemplo de
determinação durante o desenvolvimento deste trabalho, mas principalmente pela
amizade;
À Universidade Estadual Paulista, Campus de Rio Claro, em especial ao Centro de
Estudos de Insetos Sociais, pelo acesso aos laboratórios e ao material para
desenvolvimento da pesquisa;
À Tapinoma, pela oportunidade e por disponibilizar seus produtos para a realização
dos testes;
Às amigas e funcionárias do Centro de Estudos de Insetos Sociais, Necis Miranda
de Lima e Olívia Maria Costa de Souza, pelo apoio;
À Marcela Ceccato, pelo apoio, pela amizade e pela colaboração;
Ao Daniel, pela colaboração;
Aos amigos Fabiana, João, Andrigo e Necis, que em muitos momentos prestaram
colaboração técnica e psicológica, e que com alegria, fizeram o dia a dia se tornar
mais agradável;
À Sônia, pelo carinho sempre presente;
À Fabiana, ao Igor, ao Patric e ao Anderson, pela amizade sincera que a distância
não vai separar;
Ao Caio e à Rosângela, pelo presente divino, meu afilhado, Mateus, que me traz
tanta felicidade;
Ao Mateus e à Maria Eduarda, por trazerem tantos momentos alegres;
Aos meus pais, José Roberto e Priscilla, pela confiança, pelo amor, pelo incentivo e
por estarem sempre tão presentes;
À Barbara, minha irmã, por acreditar tanto em mim e por estar sempre ao meu lado,
me apoiando e estimulando em cada decisão;
Aos meus avós, Gentil e Zulma, por todo amor, dedicação e cuidados, que sempre
me deram forças.
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ÍNDICE
Páginas
RESUMO....................................................................................................................06
ABSTRACT................................................................................................................07
1. INTRODUÇÃO.......................................................................................................08
2. REVISÃO DA LITERATURA..................................................................................11
2.1. Biologia...........................................................................................................11
2.2. Adaptação ao ambiente urbano......................................................................13
2.3. Controle...........................................................................................................13
2.4. Iscas tóxicas....................................................................................................14
3. MATERIAL E MÉTODOS.......................................................................................15
3.1. Espécies de formigas utilizadas......................................................................15
3.2. Manutenção das colônias...............................................................................15
3.3. Testes de atratividade.....................................................................................16
3.4. Formulações...................................................................................................16
3.5. Análise dos dados...........................................................................................17
4. RESULTADOS.......................................................................................................18
4.1. Linepithema humile.........................................................................................18
4.2. Monomorium floricola......................................................................................20
4.3. Monomorium pharaonis..................................................................................21
4.4. Camponotus vittatus.......................................................................................22
5. DISCUSSÃO..........................................................................................................24
6. CONCLUSÕES......................................................................................................26
7. REFERÊNCIAS ................................................................................................... 27
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RESUMO
Dentre as espécies de formigas consideradas pragas, as atenções nos
últimos anos têm sido voltadas para um grupo de espécies que possuem hábitos e
um conjunto de características específicas, que possibilitaram dominar esse
ambiente. Essas formigas são chamadas de “espécies andarilhas” (tramp species).
As características que destacam esse grupo são: poliginia; populações unicoloniais;
colônias polidômicas; reprodução das colônias por fragmentação (sociotomia);
pouca estruturação dos ninhos e operárias de tamanho reduzido. A eliminação de
formigas em ambientes urbanos é muito complexa, devido, principalmente, às
reinfestações constantes, à dificuldade na localização dos ninhos e à presença de
vários ninhos em uma mesma área. Geralmente, a obtenção de resultados
satisfatórios necessita da combinação de estratégias de controle, porém, deve-se
limitar ao máximo o tratamento com inseticidas. A melhor forma de controle é a
utilização de iscas tóxicas. As iscas devem ser fundamentalmente compostas de um
ou mais veículos de origem orgânica ou, com raras exceções, de compostos
minerais que transportam em si um composto inseticida. O estudo da dinâmica de
nutrientes é importante no controle efetivo das formigas, pois, ao se conhecer todo o
percurso de uma ou várias substâncias numa colônia, facilita a formulação de iscas
tóxicas e, assim, atingir corretamente o alvo. O objetivo do presente trabalho foi
avaliar a atratividade, para as espécies de formigas Linepithema humile,
Monomorium floricola, Monomorium pharaonis e Camponotus vittatus, das iscas
Honeydew, Formitap AB, Formitap AB-Max, Formitap S e Formitap S-Plus. As
iscas foram oferecidas simultaneamente e em posições sorteadas para seis
colônias. Os dados foram acumulados no final de sessenta minutos para as seis
colônias e calculado um índice de atratividade, onde cada valor foi dividido pela
formulação mais atrativa. Os valores obtidos foram analisados graficamente,
considerando a freqüênciade formigas forrageando em cada tipo de isca, em
intervalos de tempo de dez minutos, ao longo dos sessenta minutos de teste. Ficou
evidente a variação na atratividade de diferentes formulações para as quatro
espécies de formigas estudadas. No geral, houve maior preferência pelas
formulações contendo carboidratos.
Palavras chave: formigas, iscas, atratividade, Linepithema humile, Monomorium
floricola, Monomorium pharaonis, Camponotus vittatus.
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ABSTRACT
Among the species of ants considered pests, attention in recent years have
been aimed at a group of species that have habits and a set of specific
characteristics, which enabled dominate the environment. These ants are called
tramp species. The characteristics that distinguished this group are: polygyny;
monocolonial populations; reproduction of colonies by fragmentation; poorly
structured nests and small workers. The elimination of ants in urban environments is
very complex, mainly due to constant reinfestations, the difficulty in locating the nest
and the presence of several nests in the same area. Generally, to obtain satisfactory
results requires a combination of strategies to control, however, treatment with
insecticides must be limited to a maximum. The best way to control is the use of toxic
baits. The baits should be mainly composed of one or more vehicles of organic origin
or, with rare exceptions, composed of mineral carrying itself a compound insecticide.
The study of the dynamics of nutrients is important in effective control of ants,
therefore, to know if the entire journey of one or several substances in a colony,
facilitates the formulation of toxic baits and thus achieve the target correctly. The
objective of this study was to evaluate the attractiveness, for the species of ants
Linepithema humile, Monomorium floricola, Monomorium pharaonis, and
Camponotus vittatus, the baits Honeydew, Formitap AB, Formitap AB-Max, Formitap
S and Formitap S-Plus. The baits were offered simultaneously and in random
positions to six colonies. The data were accumulated at the end of sixty minutes for
the six colonies and calculated an index of attractiveness, where each figure was
divided by the most attractive formula. The figures were analyzed graphically,
considering the frequency of ants in each type of bait, at intervals of time of ten
minutes, along with the sixty-minute test. It was clear the change in the attractiveness
of different formulations for the four species of ants studied. Overall, there was
greater preference for formulas containing carbohydrates.
Keywords: ants, baits, attractiveness, Linepithema humile, Monomorium floricola,
Monomorium pharaonis, Camponotus vittatus.
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1. INTRODUÇÃO
As formigas são insetos sociais dominantes na maioria dos ecossistemas
terrestres, com exceção dos pólos (WILSON, 1987). Atuam na estabilidade do
ambiente, nas condições do solo, na polinização das plantas e na dispersão de
sementes (HÖLDOBLER e WILSON, 1990). Porém, quando o ambiente é alterado,
principalmente pela atividade humana, esses insetos podem tornar-se pragas
incontroláveis (BUENO et al., 2005).
A ocorrência de formigas em ambientes urbanos tem sido relatada há muito
tempo, entretanto, à medida que a urbanização se intensifica, as condições para a
sobrevivência desses insetos aumentam. Como qualquer ambiente natural, os
ambientes artificiais podem ser colonizados e explorados por várias espécies de
formigas. Assim, algumas delas são encontradas associadas aos homens, tais como
em residências.(EICHLER, 1990; HUMAN e GORDON, 1996; BUENO e CAMPOS-
FARINHA, 1999).
Dentro das residências, a presença de formiga é constante, causando
incômodo, principalmente com seu aparecimento em cozinhas, banheiros e
despensa de alimentos (EICHLER, 1962 e 1978). Os prejuízos podem ser ainda
maiores quando ocorrem em indústrias alimentícias, instituições de pesquisa,
zoológicos, museus, cabines de eletricidade e, principalmente, em hospitais, onde
podem atuar como vetores mecânicos de microrganismos patogênicos (EICHLER,
1978; FOWLER et al., 1993; CINTRA, 2006).
A infestação de formigas em ambientes urbanos é uma das principais
reclamações recebidas por entidades especializadas no controle de pragas e, até o
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momento, é considerada de difícil controle pelos profissionais da área (CORRÊA,
2000).
Dentre as espécies de formigas consideradas pragas urbanas, as atenções
nos últimos anos têm sido voltadas para um grupo de espécies que possue hábitos e
um conjunto de características específicos, que possibilitaram denominar esse
ambiente. Essas formigas de “espécies andarilhas” (tramp species). As
características que destacam esse grupo são: poliginia, várias rainhas compartilham
a mesma colônia sem dominância ou comportamento agressivo entre elas;
populações unicoloniais: não há comportamento agressivo entre as operárias de
colônias diferentes na mesma área; colônias polidômicas, ou seja, existem vários
ninhos interligados, formando uma grande colônia; reprodução das colônias por
fragmentação (sociotomia); pouca estruturação dos ninhos e operárias de tamanho
reduzido (PASSERA, 1994).
A eliminação de formigas em ambientes urbanos é muito complexa, devido,
principalmente, às reinfestações constantes, à dificuldade na localização dos ninhos
e à presença de vários ninhos em uma mesma área. Geralmente, a obtenção de
resultados satisfatórios necessita da combinação de estratégias de controle, porém,
deve-se limitar ao máximo o tratamento com inseticidas (BUENO, 1997).
Métodos convencionais de controle de insetos em geral, como o uso de
aerossóis e inseticidas pós ou líquidos, têm sido empregados contra as formigas em
ambientes urbanos, porém, os resultados apresentados são pouco satisfatórios.
Esses inseticidas atingem apenas as operárias que saem para forragear
(aproximadamente 5% a 10%) e não a colônia como um todo. Além disso, o
problema pode ser agravado pela fragmentação da colônia que, em médio prazo,
promove o aumento do nível de infestação na área ou a dispersão de formigas para
outras áreas (GREEN et al., 1954; BUENO e CAMPOS-FARINHA, 1999).
A melhor forma de controle é a utilização de iscas tóxicas. As iscas devem ser
fundamentalmente compostas de um ou mais veículos de origem orgânica ou, com
raras exceções, de compostos minerais que transportam em si um composto
inseticida. O estudo da dinâmica de nutrientes é importante no controle efetivo das
formigas, pois, ao se conhecer todo o percurso de uma ou várias substâncias numa
colônia, facilita a formulação de iscas tóxicas e, assim, atingir corretamente o alvo
(WILLIAMS, 1994; BUENO e CAMPOS-FARINHA, 1999).
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Pesquisadores da Unesp, em parceria com a Vitex e apoio da Fapesp
desenvolveram o SIMIS (Sistema de Monitoramento de Insetos) e, após 2 anos de
pesquisa, disponibilizaram 5 formulações de iscas para serem utilizadas no
monitoramento e controle das formigas urbanas.
Diante disso, o objetivo do presente trabalho foi avaliar a atratividade para
diferentes espécies de formigas urbanas, das iscas Honeydew, Formitap AB,
Formitap AB-Max, Formitap S e Formitap S-Plus.
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2. REVISÃO DA LITERATURA
2.1. Biologia
As colônias de formigas apresentam tanto indivíduos adultos, quanto pupas,
larvas e ovos. Entre os adultos, as formas aladas correspondem aos sexuais
(fêmeas que poderão ou não transformar-seem rainhas e machos, que geralmente
aparecem uma vez por ano). As formas ápteras (operárias) são fêmeas estéreis, que
constituem a grande maioria dos indivíduos da colônia, podendo ser todas do
mesmo tamanho (monomórficas) ou apresentar dois ou mais tamanhos diferentes
(polimórficas) (BUENO e CAMPOS-FARINHA, 1999).
As operárias são responsáveis pelo cuidado com a cria, pela alimentação das
rainhas, pelo forrageamento de água e alimento, bem como pela defesa de toda a
colônia (BERNT e EICHLER, 1987). As rainhas, maiores indivíduos da colônia,
perdem suas asas após o vôo nupcial e são responsáveis pela postura de ovos. Os
machos morrem após a cópula ou são mortos pelas operárias.
Ocorre polietismo etário entre as operárias. Inicialmente passam por uma fase
de amas, durante a qual desempenham atividades não específicas sobre a cria,
fornecendo alimento, limpando-as, bem como as transportando para diferentes
locais. Depois, passam por uma fase de tarefas internas. Nesta fase as formigas
permanecem fora da região da cria, podendo exercer atividades específicas, tais
como: cuidado com a rainha, trofalaxia, limpeza de outras operárias adultas,
permanência no depósito de lixo e na entrada do ninho. As operárias mais velhas
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atuam nas atividades externas do ninho, ou seja, em atividades exploratórias de
coleta de água e alimento, e na defesa da colônia (BRENDT e EICHLER, 1987).
Estima-se que no máximo 30% de uma população adulta de uma colônia
exerçam atividades externas ao mesmo tempo. Geralmente esse valor não
ultrapassa de 5 a 10% (BUENO e CAMPOS-FARINHA, 1999). Em várias espécies, o
aparecimento de uma nova colônia ocorre pela divisão de colônias já existentes,
fenômeno denominado de sociotomia (BUENO e BUENO, 2007).
Todos os indivíduos da colônia passam por três estágios de desenvolvimento
até atingir a fase adulta. São eles: ovo, larva e pupa. O adulto (imago) é o quarto
estágio (BUENO e CAMPOS-FARINHA, 1999).
A dieta das formigas é muito variada. A maioria é onívora, isto é, alimenta-se
de tudo que encontra, seja doce, animal, seja vegetal. Algumas são carnívoras e
alimentam-se de outros animais (mortos ou vivos), principalmente de outros insetos
e de suas secreções (BUENO e CAMPOS-FARINHA, 1999).
Por encontrar-se em fase de crescimento, as larvas requerem dietas ricas em
proteínas. Os adultos, pelo contrário, requerem dietas ricas em carboidratos, pois
seu metabolismo consome basicamente energia. A complexa organização social
das formigas otimiza a dieta diferencial de cada um de seus indivíduos. Em muitas
espécies de formigas os adultos ingerem açúcares provenientes de nectários florais
ou extraflorais, de secreções de hemípteros, de frutas, ou inclusive diretamente de
seiva de plantas. As larvas, ao contrário, são geralmente carnívoras, ingerem uma
grande variedade de alimentos que lhes são trazidos pelas suas irmãs adultas,
provenientes de artrópodes terrestres capturados vivos ou mortos, restos de
vertebrados mortos, ovos de artrópodes, excrementos de aves ou outros animais,
etc. (CAETANO et al., 2002).
As formigas adultas se alimentam de substâncias no estado líquido. Assim,
partículas sólidas e alimentos semi-sólidos, raspados ou lambidos pelas glossas são
armazenados em uma cavidade denominada cavidade infrabucal (BUENO et al.,
2008).
As formigas trocam alimentos entre si. Desta maneira, as operárias passam
alimentos digeridos e secreções produzidas pelas inúmeras glândulas. O fenômeno
da troca de líquidos entre os membros de uma mesma colônia é chamado de
trofalaxia e desempenha papel importante na organização social de muitas espécies
de insetos sociais (WILSON, 1971; HOLDOBLER e WILSON, 1990).
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2.2. Adaptação ao ambiente urbano
Para colonizar o ambiente urbano, os insetos tiveram que se adaptar a
condições muito variadas de habitats. Assim, as poucas espécies de formigas que
conseguiram adaptar-se ao ambiente domiciliar tiveram grande sucesso na
colonização devido, principalmente, à disponibilidade dos alimentos aí existentes e à
falta de competidores. Pode haver várias razões para que apenas algumas espécies
de formigas se adaptassem ao ambiente domiciliar, como a onivoria e a ausência de
outras espécies de formigas que competissem por alimento e local de nidificação
(ROBINSON, 1996).
Os ninhos das formigas urbanas são pouco estruturados, elas geralmente se
estabelecem em pequenas frestas de estruturas, sob azulejos e pisos, batentes de
portas ou em equipamentos elétricos e eletrônicos. As formigas desprendem pouca
energia na estruturação e defesa de seus ninhos. Quando perturbadas, preferem
mudar a colônia para outro local ao invés de defenderem seu território, poupando
energia para coleta de alimento e produção de seus descendentes (BUENO e
BUENO, 2007).
No ambiente urbano, predominam as espécies de formigas que possuem
várias rainhas funcionais na mesma colônia sem que ocorra agressão entre elas,
caracterizando a poliginia. Algumas espécies aboliram o vôo nupcial e o
acasalamento acontece dentro do próprio ninho ou nas proximidades de sua entrada
(BUENO e BUENO, 2007).
2.3. Controle
As formigas, como as demais pragas urbanas, invadem as residências por
três fatores básicos: alimento, água e locais para construção de seus ninhos
(BUENO e CAMPOS-FARINHA, 1999). Algumas estratégias de controle físico e
mecânico podem ser utilizadas para diminuir ou restringir a presença de formigas em
determinados ambientes ou até mesmo para eliminar a colônia. O seu uso pode ser
adotado em associação com o controle químico ou mesmo para substituir a
utilização de substâncias químicas (BUENO e BUENO, 2007). Entre essas
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estratégias está o cuidado com a limpeza dos ambientes e remoção regular de lixos,
evitando, assim que operárias em busca de alimentos sejam atraídas.
Aplicação de métodos químicos de controle pode, algumas vezes, resultar na
eliminação da colônia, porém, para que isso ocorra, é necessário o uso de grandes
quantidades de inseticidas, encarecendo o tratamento. Além disso, o uso exagerado
de inseticidas pode contaminar utensílios domésticos, equipamentos em hospitais ou
alimentos em fábricas de alimentos (BUENO e BUENO, 2007).
A maioria das estratégias de controle químico mata por contato, o que não é
suficiente para o controle da população de formigas em uma determinada área. O
controle eficiente envolve a eliminação da colônia como um todo e não de apenas
alguns indivíduos. Entre as estratégias atuais destacam-se as iscas tóxicas por
serem incorporadas no ciclo alimentar da colônia, permitindo a ação do inseticida
por ingestão (BUENO e BUENO, 2007).
2.4. Iscas tóxicas
A aplicação de iscas é a melhor opção para ter sucesso no controle das
formigas urbanas. Como em qualquer outra isca inseticida, o ingrediente ativo deve
ser de ação lenta, para que as operárias, após o contato com o inseticida, vivam o
suficiente para distribuí-lo para outras formigas, inclusive para a(s) rainha(s) e larvas
(BUENO e CAMPOS-FARINHA, 1999).
Apesar de ser um método relativamente prático, o emprego de iscas tóxicas
deve ser feito com muito critério e requer uma série de conhecimentos para a
obtenção de resultados satisfatórios. Para tal, é muito importante realizar a vistoria
da área a ser tratada, localizando os formigueiros e identificando as espécies de
formigas presentes (BUENO e BUENO, 2007).
Segundo BUENO e CAMPOS-FARINHA (1999), a isca ideal deve ser atraente
para diversas espécies, conter um ingrediente ativo que atue em baixas
concentrações e não matar por contato. Essas características são fundamentais,
pois o inseticidadeve entrar no ciclo alimentar da colônia. As operárias coletam a
isca e, por trofalaxia, passam o alimento para larvas, rainha(s) e outras operárias.
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3. MATERIAL E MÉTODOS
3.1. Espécies de formigas utilizadas
Foram realizados testes com as seguintes espécies de formigas urbanas:
1) Linepithema humile Mayr, 1868
2) Monomorium floricola Jerdon, 1851
3) Monomorium pharaonis Linnaeus, 1758
4) Camponotus vittatus Forel, 1904
3.2. Manutenção das colônias:
As colônias que foram utilizadas neste trabalho foram mantidas em condições
de laboratório no Centro de Estudos de Insetos Sociais, Instituto de Biociências da
Unesp de Rio Claro – São Paulo. As unidades de criação eram constituídas de
caixas de madeira e tubos de ensaio encapados com papel celofane vermelho.
Estas unidades foram dispostas em bandejas plásticas com uma camada de Teflon-
30 nas laterais para evitar a fuga das formigas.
As colônias foram mantidas em salas climatizadas com temperatura entre
25°C e 28°C e abastecidas três vezes por semana com larvas de Tenebrio molitor
(Coleóptera: Tenebrionidae), mel diluído em água na proporção 1:1 e água.
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3.3. Testes de atratividade
As avaliações de atratividades das iscas foram realizadas em colônias
padronizadas, constituídas de uma unidade de criação repleta de operárias adultas,
cria e, pelo menos, dez rainhas.
Os testes foram realizados em bandejas plásticas, com uma camada de
Teflon-30 nas laterais, para evitar a fuga das formigas. Nessas bandejas estavam 1
unidade de criação (com cria, rainhas e operárias), água e o alimento (larvas de
Tenebrio molitor e mel), que foi retirado 48 horas antes do experimento. Durante
este tempo, foi oferecida somente água para as colônias. Após esse período, foram
oferecidas as cinco formulações de iscas, simultaneamente.
As iscas foram colocadas em tampinhas plásticas, medindo 3,5cm de
diâmetro. Cada tampinha dessa continha aproximadamente 0,5g de isca e foram
dispostas na bandeja com uma distância de 2,00 cm entre eles. As cinco
formulações foram testadas simultaneamente em seis colônias. A posição que cada
isca ocupará na bandeja foi estabelecida através de sorteio.
O teste teve duração de 60 minutos, sendo contados a partir da colocação
das iscas na bandeja. Foi determinante conta o número de formigas em cada isca a
cada 10 minutos.
Imagem 1: Operárias da espécie Linepithema humile nas iscas durante realização dos testes.
3.4. Formulações
Foram testadas as seguintes formulações da empresa Tapinoma – Indústria e
Comércio de Desinfestantes Ambientais:
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1) Honeydew;
2) Formitap AB;
3) Formitap AB-Max;
4) Formitap S;
5) Formitap S-Plus.
As formulações 1, 2 e 3, basicamente, contêm carboidratos, portanto solúveis
em água (hidrossolúveis), enquanto que as formulações 4 e 5 contêm mistura de
proteínas de origem vegetal e animal, solúveis em solventes orgânicos
(lipossolúveis).
3.5. Análise dos dados
Foi utilizada uma planilha para cada espécie de formiga, contendo
informações sobre: temperatura, umidade relativa do ar, data e hora do experimento,
além de tabelas destinadas aos valores encontrados na observação das formigas
em cada formulação oferecida, nos diferentes tempos de observação.
Os valores obtidos foram analisados graficamente, considerando a freqüência
de formigas forrageando em cada tipo de isca, em intervalos de tempo de dez
minutos, ao longo dos sessenta minutos de teste. Posteriormente, os dados foram
acumulados no final de sessenta minutos para as seis colônias e calculado um
índice de atratividade, onde cada valor foi dividido pela formulação mais atrativa.
Os valores médios da quantidade de formigas por espécie presente nas
diferentes iscas foi submetida a análise de variância não paramétrica (Kruskal-
Wallis). Os resultados significativos foram analisados pelo teste de comparação
múltipla de Dunn, utilizando o programa Prisma 3.0.
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4. RESULTADOS
A tabela 1 resume a atratividade das iscas para as quatro espécies de
formigas, representada pelo número médio de formigas na isca ao final de sessenta
minutos. A tabela 2 contém os índices de atratividade calculados sobre os totais das
seis colônias de cada espécie, no final de sessenta minutos.
4.1. Linepithema humile
As formulações a base de carboidratos foram muito atrativas para
Linepithema humile, por outro lado, as formulações sem carboidratos apresentam
reduzida atratividade.
A tabela 1 resume os valores médios e respectivos desvios padrões das
formulações analisadas, cuja comparação pelo teste de Kruskal Wallis resultou em
R=26,49 (p<0,0001), separando as formulações com carboidrato das lipídicas e
protéicas. A tabela 2 contém os índices de atratividade total revela uma tendência de
maior preferência para Honeydew.
A análise gráfica da quantidade de operárias de Linepithema humile nas iscas
no decorrer de sessenta minutos (Figura 1) revela a discrepância entre as
formulações com e sem carboidratos. Sugere também que a atratividade alta é
mantida nos primeiros 20 minutos de teste e depois diminui lentamente,
provavelmente, devido à redução da área de exposição da isca.
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Média e desvio padrão de quantidade de formigas presente nas diferentes iscas (total em sessenta minutos).
Média e desvio padrão da quantidade de formigas presente nas diferentes iscas
thema humile Monomorium floricola Monomorium pharaonis Camponotus vittatus
436,33 ± 52,82 a 1392,67 ± 226,22 a 1407,50 ± 136,36 a 179,83 ± 109,34 a
219,00 ± 79,31 a 1048,83 ± 307,03 a 1138,33 ± 81,60 a 87,00 ± 64,89 a
259,33 ± 15,29 a 867,50 ± 210,46 a 718,33 ± 112,76 b 14,17 ± 8,61 a
29,17 ± 9,62 b 682,83 ± 339,75 b 1245,00 ± 142,24 a 12,67 ± 18,10 b
6,17 ± 3,19 b 788,00 ± 405,68 a 765,67 ± 192,56 b 7,50 ± 6,83 b
26,49 11,78 24,02 18,12
< 0,0001 < 0,0200 < 0,0001 < 0,0015
Letras diferentes indicam diferenças significativas do nível de 5 espécies (Teste de Dunn)
. Índice de atratividade total
Índice de atratividade total por espécie
Linepithema humile Monomorium floricola Monomorium pharaonis Camponotus vittatus
1,00 1,00 1,00 1,00
0,50 0,75 0,81 0,48
0,59 0,62 0,51 0,08
0,07 0,49 0,88 0,07
0,01 0,57 0,54 0,04
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10 20 30 40 50 60
Tempo (min)
N
úm
er
o
de
fo
rm
ig
as
Honeydew Formitap AB Formitap AB-Max Formitap S Formitap S-Plus
Figura 1: Quantidade de operárias de Linepithema humile nas diferentes iscas, durante uma hora
(em intervalos de 10 minutos).
4.2. Monomorium floricola
As operárias de Monomorium floricola, foram atraídas tanto para as
formulações a base de carboidratos como para as de lipídios e proteínas. A tabela 1,
que resume os valores médios e respectivos desvios padrões das formulações
analisadas, revela que comparação pelo teste de Kruskal-Wallis resultou em
R=11,78 (p<0,0200). A tabela 2, com os índices de atratividade total revela uma
tendência de maior preferência para Honeydew e de uma maneira geral para os que
contêm carboidratos, mas também para aquelas com lipídios e proteínas.
A análise gráfica da quantidade de operárias de Monomorium floricola nas
iscas, no decorrer de sessenta minutos (Figura 4), revela a proximidade entre as
formulações com e sem carboidratos nos primeiros 20 minutos de teste, mas
prevalecendo durante o temporestante a preferência por formulações a base de
carboidratos.
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10 20 30 40 50 60
Tempo (min)
N
úm
er
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fo
rm
ig
as
Honeydew Formitap AB Formitap AB-Max Formitap S Formitap S-Plus
Figura 2: Quantidade de operárias de Monomorium floricola nas diferentes iscas durante uma hora
(em intervalos de 10 minutos).
4.3. Monomorium pharaonis
Monomorium pharaonis, assim como Monomorium floricola, foi atraída para
formulações a base de carboidratos e também de lipídios e proteínas. A tabela 1,
que resume os valores médios e respectivos desvios padrões das formulações
analisadas, cuja comparação pelo teste de Kruskal-Wallis resultou em R=24,02
(p<0,0001), mostra a atratividade desta espécie para as formulações com
carboidrato, assim como para as que contém lipídios e proteínas. A tabela 2, com os
índices de atratividade total revela uma tendência de maior preferência para
Honeydew.
A análise gráfica da quantidade de operárias de Monomorium pharaonis nas
iscas, no decorrer de sessenta minutos (Figura 3), revela a proximidade entre as
formulações com e sem carboidratos. Sugere também que a atratividade alta é
mantida durante todo o período do teste.
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Tempo (min)
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Honeydew Formitap AB Formitap AB-Max Formitap S Formitap S-Plus
Figura 3: Quantidade de operárias de Monomorium pharaonis nas diferentes iscas durante uma hora
(em intervalos de 10 minutos).
4.4. Camponotus vittatus
As formulações a base de carboidratos foram as mais atrativas e as
formulações sem carboidratos apresentam pouca atratividade.
Na tabela 1, que resume os valores médios e respectivos desvios padrões
das formulações analisadas, com comparação pelo teste de Kruskal-Wallis resultou
em R=18,12 (p<0,0015), separando as formulações com carboidrato das que
contém lipídios e proteínas. A tabela 2, com os índices de atratividade total revela
uma tendência de maior preferência para Honeydew.
A análise gráfica da quantidade de operárias de Camponotus vittatus nas
iscas, no decorrer de sessenta minutos (Figura 2), revela a diferença entre as
formulações com e sem carboidratos. Sugere também que a atratividade alta é
mantida durante todo o período do teste.
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Tempo (min)
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Honeydew Formitap AB Formitap AB-Max Formitap S Formitap S-Plus
Figura 4: Quantidade de operárias de Camponotus vittatus nas diferentes iscas, durante uma hora
(em intervalos de 10 minutos).
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5. DISCUSSÃO
Carboidratos são fonte primária de energia (ABBOTT, 1978) e são ingeridos e
usados no metabolismo com mais rapidez do que gorduras, que podem ser
armazenadas nos corpos gordurosos nas formigas (FOWLER et al., 1991). Quando
cada tipo de alimento foi oferecido, as diferenças de recrutamento de acordo com o
alimento e a espécie de formiga podem ser resultado não somente de demanda
nutricional da colônia, mas também de outros fatores de influência, como
consistência do alimento, concentração e viscosidade e, também, a maneira como o
alimento foi processado (HAACK e VINSON, 1990; JOSENS et al., 1998; PAUL e
ROCES, 2003; SOLIS et al., 2008). Substâncias oleosas são ingeridas pelas
formigas com maior dificuldade que substâncias hidrossolúveis (HAACK e VINSON,
1990). Além disso, as diferenças de recrutamento observadas nos diferentes tipos
de alimentos pode ser reflexo da preferência individual das operárias, significando a
existência de operárias especializadas na coleta de certos tipos de alimentos, como
foi descrito por HAACK e VINSON (1990).
As diferentes formulações testadas como atrativo para as quatro espécies de
formigas em condições de laboratório pode não necessariamente resultar em
atratividade correspondente em testes de campo. Fato semelhante aconteceu em
um estudo com Solenopsis invicta (GLUNN et al., 1981), onde três diferentes tipos
de alimentos (carboidratos, proteínas e lipídios) foram utilizados. Isto também pode
ser causado por outros fatores que afetam a preferência alimentar, como: reserva
nutricional das colônias, quantidade e qualidade das formas imaturas presentes,
proporções relativas das castas da colônia, e condições climáticas.
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WILLIAMS (1990) encontrou que as substâncias gordurosas mais atrativas
para Monomorium praraonis são gordura de porco e óleo de amendoim, enquanto
que as substâncias doces mais atrativas foram diversas variedades de mel –
incluindo mel de laranja – e xarope de cana-de-açúcar. No Brasil, ALBUQUERQUE
et al. (2002) verificaram que óleo de amendoim e azeite de oliva estavam entre as
substâncias gordurosas mais atrativas para esta mesma espécie, enquanto as
substâncias doces preferidas, algumas em torno de 75% das vezes, foram xarope
de cana-de-açúcar, açúcar cristal e açúcar demerara.
Por outro lado, estudos com Pheidole megacephala evidenciaram preferência
por compostos oleosos, embora seja influenciado pela origem do mesmo
(SANDERS et al., 1992; CORNELIUS et al., 1996).
SOLIS et al. (2008) analisaram a atratividade de substãncias açucaradas e
gordurosas para Linepithema humile, Monomorium floricola e Paratrechina
longicornis. No geral, as substâncias açucaradas foram mais atrativas do que as
gordurosas, com pequenas variações nas diferentes espécies.
Vários trabalhos foram realizados com o ácido bórico no controle de formigas.
Ele tem sido classificado como de ação retardada, condição essencial para a
metodologia de iscas, e solúvel em água (KLOTZ et al., 1997; HOOPER-BUL e
RUST, 2000).
Altas concentrações de ácido bórico podem provocar repelência para as
formigas. Os melhores resultados têm sido obtidos para concentração de 1%
(KLOTZ et al., 1997 e 2000; HOOPER-BUL e RUST, 2000).
JACOB (2002) chegou à mesma conclusão dos trabalhos citados, quando
realizou a comparação de vários ingredientes ativos nas condições do Brasil.
Surpreendentemente, também verificou a ação larvicida do ácido bórico em baixas
concentrações.
No presente estudo, ficou evidente a variação na atratividade de diferentes
formulações para as quatro espécies de formigas estudadas. No geral, houve maior
preferência pelas formulações com carboidratos, principalmente a Honeydew,
apesar das Monomorium revelarem necessidade de lipídios e proteínas.
Finalmente, as evidências observadas no presente estudo indicam as iscas
mais atrativas para as espécies testadas, em condições de laboratório, porém,
novos estudos são necessários para observar a atratividade dessas mesmas iscas
no campo.
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6. CONCLUSÕES
Em condições de laboratório, a isca Honeydew foi a mais atrativa para as
quatro espécies de formigas analisadas.
Linepithema humile e Camponotus vittatus apresentaram preferência pelas
iscas ricas em carboidratos, enquanto que Monomorium pharaonis e Monomorium
floricola foram atraídas tanto pelas iscas com carboidratos, como pelas iscas com
lipídios e proteínas, com uma maior tendência pelas primeiras.
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7. REFERÊNCIAS
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