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CENTRO UNIVERSITÁRIO MAURÍCIO DE NASSAU BACHARELADO EM DIREITO
AMANDA KARLA SANTOS DO ESPÍRITO SANTO
SUPERLOTAÇÃO NO SISTEMA PRISIONAL PERNAMBUCANO: VIOLAÇÃO AOS DIREITOS HUMANOS E MEIOS ALTERNATIVOS A PRISÃO
RECIFE 2022
AMANDA KARLA SANTOS DO ESPÍRITO SANTO
SUPERLOTAÇÃO NO SISTEMA PRISIONAL PERNAMBUCANO: VIOLAÇÃO AOS DIREITOS HUMANOS E MEIOS ALTERNATIVOS A PRISÃO
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para conclusão do curso de Bacharelado em Direito do Centro Universitário Maurício de Nassau.
Orientador(a): Ismael Barros
RECIFE 2022
CENTRO UNIVERSITÁRIO MAURÍCIO DE NASSAU BACHARELADO EM DIREITO
AMANDA KARLA SANTOS DO ESPÍRITO SANTO
SUPERLOTAÇÃO NO SISTEMA PRISIONAL PERNAMBUCANO: VIOLAÇÃO AOS DIREITOS HUMANOS E MEIOS ALTERNATIVOS A PRISÃO
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para conclusão do curso de Bacharelado em Direito do Centro Universitário Maurício de Nassau.
Aprovada em:	/	/	.
BANCA EXAMINADORA:
Prof ... (Orientador ou Orientadora)
Prof ... (Examinador/a)
Prof ... (Examinador/a)
AGRADECIMENTOS
Agradeço ao Professor Ismael Barros pelo aprendizado, pela dedicação nos trabalhos, pela visão em inovação científica e pelas valorosas oportunidades no meio acadêmico-científico.
A minha família, que sempre esteve ao meu lado em todos os momentos, de insegurança, de felicidade e que são minha que são minha fonte de inspiração, em especial a minha mãe Geralda e ao meu marido Mayke.
A todos os meus colegas e amigos, em especial aos meus amigos da graduação para a vida: Kevilin, e Thalia que me acompanharam durante toda a trajetória na universidade, pela amizade e cumplicidade que construímos durante todos esses anos, dentro e fora da universidade.
A todos os professores, a UNINASSAU e aos funcionários que, direta ou indiretamente, fizeram parte do meu cotidiano e da minha formação.
Ao Escritório Jurídico Junior do Curso de Direito da UNINASSAU por ter dado suporte para o desenvolvimento acadêmico/profissional.
Existem momentos na vida onde a questão de saber se pode pensar diferentemente do que se pensa, e perceber diferentemente do que se vê, é indispensável para continuar a olhar ou
refletir. Michel Foucault
RESUMO
Tendo em vista que há a necessidade de se discutir a superlotação no sistema prisional brasileiro, pesquisa-se sobre a superlotação deste sistema penitenciário, a fim de investigar meios alternativos a prisão. Para tanto, é necessário caracterizar os primórdios do sistema prisional brasileiro e os princípios norteadores do direito, bem como compreender a violação aos direitos humanos ocorrido dentro dos presídios. Realiza-se, então, uma pesquisa dedutiva. Diante disso, verifica-se que há possibilidade e aplicabilidade de meios alternativos à prisão.
Palavras-chave: LEP. Direitos Humanos. Superlotação. Meios Alternativos. Princípios.
Considering that there is a need to discuss overcrowding in the Brazilian prison system, research is carried out on overcrowding in this penitentiary system, in order to investigate alternative means of imprisonment. Therefore, it is necessary to characterize the beginnings of the Brazilian prison system and the guiding principles of law, as well as to understand the violation of human rights that occurred within prisons. A deductive research is then carried out. In view of this, it appears that there is the possibility and applicability of alternative means to imprisonment.
Keywords: LEP. Human rights. Over crowded. Alternative Means. Principles.
 (
ABSTRACT
)
Gráfico 1: Pessoas Privadas de Liberdade no Brasil	20
Gráfico 2: Maior População Prisional por Estado	21
Gráfico 3: Superlotação por Estado	22
Gráfico 4: Dados Gerais das Audiências de Custódia em Pernambuco de Agosto de 2015 a Fevereiro de 2021	33
Gráfico 5: Quantidade de Presos Provisórios e Pessoas Monitoradas em Pernambuco	36
Gráfico 6: Estado com mais Presos Provisórios…	38
 (
LISTA
 
DE
 
GRÁFICOS
)
1. INTRODUÇÃO	11
2. SISTEMA PRISIONAL BRASILEIRO	13
2.2 Princípios Norteadores da Lei de Execução Penal (LEP)	14
2.2.1 Princípio da Individualização da Pena	15
2.2.2 Princípio da Igualdade	16
2.2.3 Princío do Contraditório	17
2.2.4 Princípio da Dignidade da Pessoa Humana	17
2.2.5 Princípio da Humanidade	18
2.2.6 Princípio da Proporcionalidade	18
2.3 Lei de Execução Penal (LEP)	19
3. SUPERLOTAÇÃO DO SISTEMA PRISIONAL PERNAMBUCANO	20
3.1 Corte Interamericana de Direitos Humanos	24
3.2 Violação de Direitos Humanos	25
3.3 Complexo Penitenciário do Curado – Resolução de 23 de Novembro de 2016	28
4. MEIOS ALTERNATIVOS PARA CONTER A SUPERLOTAÇÃO	32
4.1 Audiências de Custódia	33
4.2 Monitoramento Eletrônico	35
4.3 Diminuição da Prisão Provisória	38
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS	40
REFERÊNCIAS	42
 (
SUMÁRIO
)
1. INTRODUÇÃO
O propósito do sistema prisional brasileiro é condenar os indivíduos que desrespeitam a legislação penal vigente no país, bem como a reintegração dos egressos do sistema prisional para a sociedade. O poder de punir pertence ao Estado, que assim o faz quando a ordem legal é violada. A Lei de Execução Penal é um instrumento que determina os critérios que o Estado deve cumprir ao realizar a execução penal; conferindo as pessoas privadas de liberdade um conjunto de direitos e obrigações que não são devidamente respeitados desde a publicação da Lei nº 7.210, em 1984, prejudicando a Constituição Federal quando a Lei não é colocada em prática, gerando inúmeras consequências para toda a sociedade, onde parte da população permanecem imóvel perante as opressões vivenciadas dentro do cárcere, não obstante, reivindicando a elaboração de leis mais severas.
A conjuntura prisional é um dos assuntos mais complexos da realidade social brasileira. No Brasil, tem se intensificado nos últimos tempos notícias sobre a deficiência do sistema prisional brasileiro e as violações de direitos humanos que são praticados cotidianamente no interior dos presídios do país.
Embora um dos principais efeitos das penas privativas de liberdade executadas pelos entes estatais seja privar de sua liberdade os indivíduos condenados por um crime no âmbito do devido processo legal, isso não os priva de forma alguma de uma série de outros direitos e da dignidade humana, uma vez que é um direito que deve acompanhá-los e protegê-los mesmo dentro dos presídios.
A instabilidade do sistema prisional brasileiro, principalmente a superlotação, acaba por se constituir em mecanismo pelo qual podem ocorrer múltiplas violações de direitos humanos, demonstrando o fracasso e a incapacidade do Estado brasileiro em atingir um dos principais objetivos das sanções, que é promover a ressocialização dos indivíduos e sua reintegração numa vida plena em sociedade.
Ressalta-se ainda que o sistema penal e carcerário do Estado estão sujeitos incondicionalmente a um princípio jurídico sagrado, seja ele nacional ou internacional, o princípio da legalidade. Portanto, é forçoso postular que o sistema punitivo nacional não pode oferecer aos indivíduos encarcerados, diminuição de direitos sem que excedam os limites daquilo que está expresso e autorizado pela legislação e em vigor no país.
 (
11
)
Diante do exposto, indaga-se: Quais meios alternativos podem ser propostos para conter a superlotação no sistema prisional pernambucano?
Diante disso, o objetivo geral é analisar a aplicabilidade de métodos alternativos a superlotação do sistema prisional pernambucano.
Para tanto, foram delimitados como objetivos especificos: caracterizar o funcionamento do sistema prisional brasileiro e o devido cumprimento da Lei de Execução Penal; bem como verificar se à existência ou não da violação dos direitos humanos no que concerne a superlotação.
Para obter os resultados e respostas acerca da problematização apresentada neste trabalho, será feita uma pesquisa explicativa, onde o objeto estudado econtran-se em fontes secundárias como trabalhos acadêmicos,artigos, livros e afins, que foram aqui selecionados; como também dados retirados do Sisdepen (ferramenta de coleta de dados do sistema penitenciário brasileiro); através do método dedutivo, visto que utilizaremos conceitos e ideias de outros autores, semelhantes com os nossos objetivos, para a construção de uma análise científica sobre o nosso objeto de estudo.
Nesse sentido, o segundo capítulo abordará os primórdios do sistema prisional brasileiro, seus princípios e a lei de execução penal.
No terceiro capítulo, será destinado a superlotação do sistema prisional pernambucano e as violações de direitos humanos.
E, no quarto capítulo, será referente aos meios alternativos para conter a superlotação, explicando metódos diferentes para a aplicação de penas.
Por fim, na conclusão da presente pesquisa, emite-se considerções finais.
2. SISTEMA PRISIONAL BRASILEIRO
As origens do sistema normativo, conjunto de normas que influenciaram no preparo da legislação penal brasileira, se iniciou no direito português. As ordenações do reino caracterizavam-se como códigos, porém era uma compilação de várias leis que eram distribuídas em livros no qual versavam sobre vários ramos do direito.
No Brasil, as Ordenações Filipinas (regimento compilado pela Coroa Portuguesa) foram as mais longas das Ordenações, se estendendo até meados do século XIX. As penas determinadas não possuíam a opção de privação de liberdade em instalações prisionais, entre elas encontrava-se pena de morte, penas corporais, humilhação em praça pública e confisco de bens e multa. Após o banimento de algumas penas cruéis a alteração do sistema punitivo brasileiro se inicia, porém a inclusão da pena privativa de liberdade só foi incluída em 1830 por meio do Código Criminal do Império. Entretanto, essa nova inclusão só era aplicada aos cidadãos livres, buscando com isso a reeducação e a ressocialização, ao mesmo tempo em que os escravos sofriam com as penas cruéis, como a de morte, que ainda se encontrava no Código Criminal (BATISTELA; AMARAL, 2008).
Essa legislação tinha uma grande divergência de ideias, visto que defendiam a liberdade política, econômica e religiosa de todos perante a lei em simultâneo a escravidão ainda era normalizada; e embora já houvesse a independência do país conjuntamente com a liberalidade do Código, a Monarquia ainda estava presente, continuando com o trabalho escravo.
As penas privativas de liberdade impostas pelo Código Criminal do Império do Brasil em 1830, dispõem de duas formas, a simples e a prisão com trabalho, previstas em seus artigos 46 e 47:
Art. 46. A pena de prisão com trabalho, obrigará aos réus a ocuparem-se diariamente no trabalho, que lhes for destinado dentro do recinto das prisões, na conformidade das sentenças, e dos regulamentos policiais das mesmas prisões (BRASIL, 1830).
Art. 47. A pena de prisão simples obrigará aos réus a estarem reclusos nas prisões públicas pelo tempo marcado nas sentenças (BRASIL, 1830).
Houve uma necessidade de substituição com a independência e a Carta Constitucional de 1824. Nesse novo código ficou previsto três tipos de delitos: os públicos, contra o império e o imperador; os crimes particulares, aqueles praticados
contra indivíduos da sociedade e, por fim, os policiais, praticados contra os bons costumes e civilidade, incluindo prostituição, capoeira e sociedades secretas.
Com esse novo código foram implantadas algumas características, dentre ela: a exclusão da pena de morte, a imprescritibilidade das penas, a reparação do dano, responsabilidade sucessiva nos crimes de imprensa e agravantes quando o crime for praticado entre duas ou mais pessoas. Essas mudanças resultaram na transformação pela Lei 16 de Dezembro de 1830, tornando-se o primeiro Código Penal autônomo da América Latina, sendo reconhecido como sendo mais liberal. E logo depois surge o Código de Processo também considerado liberal.
A Proclamação da República trouxe novas mudanças, que não foram bem acolhidas, pois apresentavam muitos defeitos técnicos, o que levou o Poder Executivo a criar um novo Código que entrou em vigor em 1942. Após essa criação houve uma revisão que modificou a parte geral do Código Penal e promulgou a Lei de Execução Penal, a Lei n° 7.210, de 11 de julho de 1984.
2.2 Princípios Norteadores da Lei de Execução Penal (LEP)
Primeiramente, Antes de adentrar a Lei de Execução Penal é de suma importância demostrar os princípios que regem a lei. Os princípios de maior importância são o da legalidade, da individualização da pena, da igualdade, do contraditório, da dignidade da pessoa humana, da humanidade, entre outras; estando em grande parte presentes no artigo 5° da Constituição Federal. Esses princípios são vinculados à execução penal, como forma de assegurar os direitos fundamentais invioláveis e indisponíveis dos condenados.
A Constituição Federal em seu artigo 5°, II, traz: “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei” (BRASIL, 1988). A partir disso, extrai-se do dispositivo que somente a lei poderá criar direitos, deveres e vedações, vinculando o indivíduo aos comandos da lei. Portanto, mesmo em casos em que envolvam cidadãos que praticaram algum ato ilícito, os direitos constitucionais ainda serão assegurados, e o Estado deverá agir dentro das previsões legais. O princípio quando visto à luz da execução penal, irá reger todo o trajeto, conduzindo a autoridade judicial e administrativa durante o processo.
2.2.1 Princípio da Individualização da Pena
O Princípio da Individualização da Pena está previsto no art. 5°, XLVI, da Constituição Federal e preceitua:
Art. 5°, XLVI: A Lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes: (a) a privação ou restrição da liberdade; (b) perda de bens; (c) multa; (d) prestação social alternativa; (e) suspensão ou interdição de direitos (BRASIL, 1988).
Segundo Cleber Masson (2019) o princípio da individualização da pena se divide em três planos: Legislativo, judiciário e administrativo.
No prisma legislativo, é respeitado quando o legislador descreve o tipo penal e estabelece as sanções adequadas, indicando precisamente seus limites, mínimo e máximo, e também as circunstâncias aptas a aumentar ou diminuir as reprimendas cabíveis (MASSON, p. 40, 2019).
É nessa fase que os legisladores avaliam os bens protegidos pela lei penal a partir de critérios políticos, onde a pena para cada infração penal é individualizada de acordo com sua importância, grau de dano e prejuízo social.
A individualização judicial (ou jurisdicional) complementa a legislativa, pois esta não pode ser extremamente detalhista nem é capaz de prever todas as situações da vida concreta que possam aumentar ou diminuir a sanção penal. É efetivada pelo magistrado, mediante a aplicação da pena, utilizando-se de todos os instrumentais fornecidos pelos autos da ação penal, em obediência ao sistema trifásico delineado pelo art. 68 do Código Penal (pena privativa de liberdade), ou ainda ao sistema bifásico inerente à sanção pecuniária (CP, art.49) (MASSON, p. 40, 2019).
A individualização judicial é realizada por juízes ou tribunais que irão analisar as particularidades do caso concreto e determinar o valor da pena aplicável e a forma de execução.
A individualização administrativa é efetuada durante a execução da pena, quando o Estado deve zelar por cada condenado de forma singular, mediante tratamento penitenciário ou sistema alternativo no qual se afigure possível a integral realização das finalidades da plena: retribuição, prevenção (geral e especial) e ressocialização (MASSON, p. 40, 2019).
A individualização que poderá ser aplicada será determinada pelo Juizado de Execuções Penais, que deverá ajustar a pena aplicável, permitindo o andamento do sistema, fazendo com que o reeducando passe do regime mais estrito para o mais brando por mérito próprio, além de assegurar-lhe de outra forma
benefícios legais, como liberdade condicional e a remição, o que diminuiria a pena pela realização do trabalho.
Temcomo finalidade a pena justa e correspondente à ilicitude praticada, verificando individualmente os efeitos do crime, de forma a excluir os atos de coautores ou partícipes; esse princípio engloba também os princípios da proporcionalidade e da personalidade, a proporcionalidade relaciona-se a pena e ao cumprimento dela, já que o cumprimento deve ser de acordo com a ilicitude praticada. E o princípio da personalidade está ligado ao fato da individualização da pena. Dentro da execução penal a individualização da pena, está conectada ao sistema garantista do Estado, visando à preservação dos direitos fundamentais do preso.
2.2.2 Princípio da Igualdade
O princípio da igualdade, ou da isonomia, enquadra-se no caput do art. 5° da Constituição Federal:
Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidadde do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade [...] (BRASIL, 1988).
De acordo com Fernando Capez (2020), o princípio da igualdade estabelece que “as partes devem ter, em juízo, as mesmas oportunidades de fazer valer suas razões, e ser tratadas igualitariamente, na medida de suas igualdades, e desigualmente, na proporção de suas desigualdades”. Isto é, equidade de tratamento para todos, inclusive para os apenados.
No direito penal, importa em dizer que as pessoas (nacionais ou estrangeiras) em igual situação devem receber idêntico tratamento jurídico, e aquelas que se encontram em posições diferentes merecem um enquadramento diverso, tanto por parte do legislador como também pelo juiz. Exemplificativamente, um traficante de drogas, primário e com o qual foi apreendida a quantidade de dez gramas de cocaína, deve ser apenado mais suavemente do que outro traficante reincidente e preso em flagrante pelo depósito de uma tonelada da mesma droga (MASSON, 2019).
Portando, o princípio se iguala aos princípios da proporcionalidade, visto que, objetiva a proteção das diferenças, igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, nivelando assim as desigualdades.
Todos têm direito ao mesmo tratamento, sem discriminação de sexo, idade, cor, orientação sexual, condição social e as demais características do indivíduo.
2.2.3 Princío do Contraditório
O princípio do contraditório age vinculativamente ao princípio da ampla defesa, tornando-se indispensáveis em todos os processos judiciais, disciplinares ou administrativos. Tipificado no art. 5°, LV, da Constituição Federal “aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes” (BRASIL, 1988).
Em decorrência do princípio do contraditório as partes devem ser ouvidas e ter oportunidades de manifestação em igualdade de condições, tendo ciência bilateral dos atos realizados e dos que irão se realizar, bem como oportunidade para produzir prova em sentido contrário àquelas juntadas aos autos (LENZA, 2021, p. 125).
Em outras palavras, o réu tem direito de se defender e a provar sua inocência possibilitando uma maior igualdade entre as partes, assegurando o direito a informação de todas as partes do processo.
2.2.4 Princípio da Dignidade da Pessoa Humana
O princípio da dignidade da pessoa humana presente em instrumentos legislativos internacionais, como no art. 1º da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, decretada pela Organização das Nações Unidas “Os homens nascem e são livres e iguais em direitos.”; como no Pacto de San José da Costa Rica, art. 5 º, inciso II, “Ninguém deve ser submetido a torturas, nem a penas ou tratos cruéis, desumanos ou degradantes. Toda pessoa privada de liberdade deve ser tratada com o respeito devido à dignidade inerente ao ser humano”. Além de estar presente no art. 1°, III, da Constituição Federal.
Este princípio pode ser entendido como uma garantia das necessidades vitais de cada indivíduo, sendo indelegável; abrange até os indivíduos que praticaram ilícitos mais hediondos, mesmo nos casos de penas privativas de liberdade o princípio ainda deve ser aplicado, garantindo as condições mínimas para a existência, impedindo condutas desumanas ou cruéis.
2.2.5 Princípio da Humanidade
Outro princípio que está elencado na Lei de Execução Penal, é o Princípio da Humanidade, previsto no artigo 40 da referida lei que “Impõe-se a todas as autoridades o respeito à integridade física e moral dos condenados e dos presos provisórios”.
Com base também nesse princípio que a Constituição proíbe que existam penas de caráter perpétuo, de banimentos, cruéis, de trabalhos forçados e de morte (salvo em caso de guerra declarada), devendo ser assegurado o respeito e a integridade física e moral do preso, conforme artigo:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: XLVII - não haverá penas: a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX; b) de caráter perpétuo; c) de trabalhos forçados; d) de banimento; e) cruéis; (...) XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral (BRASIL, 1988).
Assim, o princípio implica não apenas propostas negativas caracterizadas por injunções, mas principalmente propostas positivas, ou seja, respeito à dignidade humana apesar da prisão ou condenação.
Portanto, este princípio deve ser aplicado em casos específicos, especialmente na fase de execução. Deste modo, os juízes devem sempre se guiar pelo princípio da humanidade ao individualizar e executar as penas.
2.2.6 Princípio da Proporcionalidade
Nos processos criminais, o requisito da proporcionalidade deve ser determinado dentro do equilíbrio que deve existir na relação crime/pena, ou seja, o equilíbrio entre a gravidade da injustiça penal e a pena aplicável.
O princípio da proporcionalidade possui três destinatários: o legislador (proporcionalidade abstrata), o juiz da ação penal (proporcionalidade concreta), e os órgãos da execução penal (proporcionalidade executória).
A proporcionalidade abstrata, são eleitas penas mais apropriadas para cada infração penal (seleção qualitativa), bem como as respectivas
graduações – mínimo e máximo (seleção quantitativa). Na proporcionalidade concreta, orienta-se o magistrado no julgamento da ação penal, promovendo a individualização da pena adequada ao caso concreto. Finalmente, na proporcionalidade executória incidem regras inerentes ao cumprimento da pena, levando-se em conta as condições pessoais e o mérito do condenado MASSON, p. 45, 2019).
Nos processos criminais, o requisito da proporcionalidade deve se r determinado dentro do equilíbrio que deve existir na relação crime/pena, ou seja, o equilíbrio entre a gravidade da injustiça penal e a pena aplicável.
Desta forma, o princípio da proporcionalidade restringe não só a atividade judiciária de interpretação/aplicação de normas penais, mas também a atividade legislativa de criação/confirmação do tipo de lei penal, permitindo ao judiciário realizar a fiscalização constitucional quanto à constitucionalidade das leis em matéria penal.
2.3 Lei de Execução Penal (LEP)
A Lei de Execução Penal teve início em 1983, através de um projeto de lei desenvolvido pelo Ministro da Justiça Ibrahim Abi-Ackel, que seria somente um conjunto de regras e princípios, consecutivamente se tornou um novo ramo jurídico, a Lei n° 7.210 de 11 de julho de 1984. Com o “objetivo de efetivar as disposições de sentença ou decisão criminal e proporcionar condições para a harmônica integral social do condenado e do internado”, como expresso no art. 1° da referida lei.
A Execução Penal tem por finalidades básicas tanto o cumprimento efetivo da sentença condenatória como a recuperação do sentenciado e o seu retorno à convivência social, por intermédio da reintegração social dos infratores e a execução eficientee justa das infrações penais. Nesse sentido, o recurso de ressocialização da LEP beneficia não apenas o indivíduo infrator, mas a sociedade como um todo, pois ao final da pena, o sujeito terá que retornar ao convívio social.
A lei também objetiva as funções do Estado e os amparos conferidos aos apenados, como os expressos no art. 10 e 11 da Lei n° 7.210/94:
Art. 10. A assistência ao preso e ao internado é dever do Estado, objetivando prevenir o crime e orientar o retorno à convivência em sociedade. Parágrafo único. A assistência estende-se ao egresso (BRASIL, 1994);
Art. 11. A assistência será: I - Material; II - À saúde; III - Jurídica; IV - Educacional; V - Social; VI – Religiosa (BRASIL, 1994).
É imprescindível afirmar com precisão como a estrutura da lei de execução penal é impecavelmente desenvolvida, envolvendo tanto a integridade física, moral e psíquica dos infratores, englobando seus direitos e obrigações, quanto os sistemas administrativos e estruturais, expondo a gestão penitenciária, seu quadro funcional, suas instalações e funcionamento.
 (
Gráfico
 
1
 
-
 
Pessoas
 
Privadas
 
de
 
Liberdade
 
no
 
Brasil
Vagas
Presos
%
 
Superlotação
%
 
Presos
 
Provisórios
70,66%
67,35%
670.714
667.541
747.336
 
69,71%
440.530
423.389
415.960
29,35%
32,25%
29,77%
2021
2020
2019
)
Fonte: Sisdepen (2019, 2020 e 2021). Elaboração própria (2022).
Se a Lei de Execução Penal fosse aplicada à risca teria um amplo desenvolvimento e capacidade ressocializadora, porém não é o cenário atual visto no país, uma vez que há superlotação nos estabelecimentos prisionais, como demostrado no gráfico acima.
3. SUPERLOTAÇÃO DO SISTEMA PRISIONAL PERNAMBUCANO
A Constituição Federal de 1988 vê as restrições à liberdade humana como medida extraordinária. No entanto, sabe-se que, apesar dos princípios constitucionais da razoabilidade e da proporcionalidade como parte das garantias penais individuais previstas no artigo 5º da Constituição, as prisões, especialmente a cautelar, são aplicadas de forma indiscriminada.
A superlotação carcerária é classificada pelo número de pessoas que ocupam uma cela e a proporção da área correspondente alocada para cada indivíduo. Essa situação é uma verdadeira ofensa aos direitos e garantias individuais do cidadão privado de liberdade, além de que, não são respeitados dentro ou fora do ambiente prisional.
Diante dos problemas enfrentados pelos apenados dentro dos presídios, que violam o direito à integridade pessoal e outros direitos humanos reconhecidos internacionalmente, é reconhecida a pratica da violação dos direitos humanos. Em Jurisprudência da Corte Interamericana de Direitos Humanos em matéria de integridade pessoal e privação de liberdade do ano 2010 é apontada como sendo imprópria, visto que a falta de ventilação e luz natural, sem cama para o descanso, nem condições adequadas de higiene, em isolamento e sem comunicação, com restrições ao regime das visitas constitui uma violação a integridade pessoal do detento.
O Brasil, se encontra em quarto lugar entre os países com mais pessoas encarceradas no mundo, como mostra o gráfico abaixo.
 (
Gráfico
 
2 -
 
Maior População
 
Prisional
 
por
 
Estado
Estados
 
Unidos
2.217.00
China
1.657.812
Rússia
644.237
Brasil
607.731
)
Fonte: Infopen (2017). Elaboração própria (2022).
É possível perceber que há altos índices de superlotação carcerária, sendo essa superlotação não somente de presos em sentenças transitadas em julgado, mas também de presos provisórios, que estão à espera de um julgamento. Um dado relevante a ser citado é que no Brasil só de janeiro a junho de 2022, segundo dados do Sisdepen, 29,14% das pessoas privadas de liberdade estão aguardando julgamento, sendo que neste dado não estão inclusos os presos em Polícias Judiciárias, Batalhões de Polícia e Bombeiros Militares, que, em grande maioria, são presos provisórios.
O Sistema Prisional de Pernambuco é constituído por 23 unidades prisionais, além do centro de reeducação Dr. Juarez Vieira da Cunha (CREED), e é considerado o segundo estado do Brasil com maior superlotação, de acordo com o levantamento realizado pelo portal de notícias online G1, tomando por base dados mais atualizados dos governos dos 26 estados e do Distrito Federal antecedido por Amazonas. Amazonas se encontra em primeiro lugar com 230%, seguido de Pernambuco em segundo lugar com 174% de superlotação carcéraria.
 (
Gráfico
 
3
 
-
 
Superlotação
 
por
Estado
250%
200%
150%
100%
50%
0%
Amazonas
Pernambuco
)
Fonte: G1 (2017). Elaboração própria (2022).
Em 2015, a Human Rights Watch, realizou diversas pesquisas sobre o Sistema Prisional Pernambucano, constatando que os estado é um dos mais superlotados do Brasil, chegando a abrigar quase 32 mil presos em instalações para
10.500 pessoas. Além disso, foi constatado que a realidade por ser ainda pior, visto que em ao menos duas prisões há contabilização de leitos improvisados pelos detentos como vagas oficiais.
Outra inconformidade mostrada foi à mistura de presos condenados e presos provisórios, que, conforme a legislação brasileira e o direito internacional devem ser mantidos em locais separados.
Alberto Zacharias Toron, advogado criminalista, em uma entrevista para a TV Migalhas, evidenciou que a superlotação do sistema carcerário está ligada a três fatores determinantes, sendo eles: “(I) incremento das penas, ou seja, penas mais altas; (II) cultura punitivista da sociedade e (III) a falta de construção de presídios”. Segundo ele “Há mais leis incriminadoras e penas mais altas. Assim, há uma mentalidade punitiva de um lado. E, de outro lado, a ausência de construção de novos presídios. Tudo isso acarreta o fenômeno” (MIGALHAS, 2022).
A superlotação carcerária é o eixo determinante da engrenagem que leva ao descumprimento dos direitos humanos. Nesse cenário, os motivos da extrema superlotação dos presídios são múltiplos, mas, sem dúvida, um dos principais motivos disso é uma mudança na política de segurança pública em 2007. O governo do estado de Pernambuco lançou o programa Pacto Pela Vida, que visa criar uma
melhor articulação entre as polícias civil e militar, promotores, defensores públicos e representantes dos três poderes do estado.
Isso levou a polícia a reforçar o pessoal e equipamentos adicionais, além do estabelecimento de um sistema de promoção e recompensa para atingir metas relacionadas à apreensão de drogas e armas, cumprimento de mandados de prisão e redução da criminalidade, por meio de bônus financeiros, o que levou a mais prisões, superlotando os presídios pernambucanos.
3.1 Corte Interamericana de Direitos Humanos
A Corte IDH, Corte Interamericana de Direitos Humanos, criada pela Convenção Americana de Direitos Humanos, no ano de 1979, está prevista nos artigos 52 a 71 do Pacto de San José da Costa Rica. Faz parte de um dos três tribunais regionais de proteção dos direitos humanos, juntamente com a Corte Africana dos Direitos Humanos e dos Povos e o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos. É uma instituição judicial autônoma, e não apresenta permanecia, visto que o funcionamento ocorre em sessões ordinárias e extraordinárias.
Tem competência contenciosa e consultiva, uma vez que tem como objetivo processar e julgar casos relativos à interpretação e aplicação da Convenção Americana; apreciar consulta dos Estados; e emitir pareceres a repeito da compatibilidade entre leis internas e tratados do Sistema Interamericano.
A Convenção Americana, conhecida também como Pacto de San José da Costa Rica, é um tratado internacional que tem por objetivo prever direitos e liberdades que devem ser respeitados pelos Estados Partes, sendo eles: Argentina, Barbados, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Dominica, Equador, El Salvador, Granada, Guatemala, Haiti, Honduras, Jamaica, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana, Suriname e Uruguai. Dentre esses, não são todos que aceitam a competência contenciosa da Corte IDH, ficando de fora: Dominica, Granada e Jamaica.
A Corte Internacional de Direitos Humanos,diante da competência constenciosa tem a missão de analisar se houve uma violação de direitos e garantias do Pacto de San José da Costa Rica, se a violação for encontrada irá verificar a reponsabilidade intencional do estado para então pedir a reparação.
Em seu artigo 63. 2 da Convenção fica estabelecido que a Corte IDH pode tomar medidas provisórias que refletirem como necessárias em caso de extrema gravidade e urgência e quando houver risco de danos irreparáveis às pessoas. Caso o assunto em questão não esteja submetido ao conhecimento da Corte, poderá determinar somente por meio de solocitação da Comissão.
O Governo Brasileiro tem sido parte em vários dos casos submetidos à Comissão Interamericana de Direitos Humanos, alguns dos quais são: Damião Ximenes Lopes, Guerrilha do Araguaia, o caso Indígena Xucuru, Presídio Urso Blanco (Rondônia), Vladimir Herzog entre outros. Infelizmente, o Brasil tem sido reiteradamente apontado como um país violador dos direitos humanos, tendo inclusive sido condenado em alguns desses casos, como no caso da Fazenda Brasil Verde, onde ficou provado à existência de trabalho análogo ao escravo, ou como descrito O tribunal o definiu como "escravidão moderna" ou no contexto do massacre de 1994-1995 na Comunidade Nova Brasília no Complexo do Alemão no Rio de Janeiro. Neste caso, a condenação estava relacionada à brutalidade policial. Julia Gomes Lund e outras pessoas ligadas à ditadura militar também foram condenadas, assim como o complexo prisional de Pedrinhas (Maranhão).
3.2 Violação de Direitos Humanos
Desde a existência da humanidade já haviam traços dos direitos humanos, porém somente quando a humanidade experimentou duas grandes guerras em apenas um século, marcada por atrocidades e pela morte de milhões de civis, elabora-se, a Declaração Universal de Direitos Humanos, constituida por um grupo de 56 estados membros, em 10 de dezembro de 1948, formada por um conjunto de orientações e comportamentos a serem alcançados por todos os povos e nações.
Consecutivamente, outros tratados, convenções e acordos contribuíram para a consolidação dos direitos humanos como matéria importante no contexto das relações internacionais.
A Convenção Americana sobre Direitos Humanos, também conhecida como Pacto de San José da Costa Rica, decretada em 1969, reconheceu em seu preâmbulo que “os direitos essenciais da pessoa humana não derivam do fato de ser ela nacional de determinado Estado, mas sim do fato de ter como fundamento os
atributos da pessoa humana”. Ao mesmo tempo, em seu artigo primeiro da Declaração Universal dos Direitos Humanos das Nações Unidas estipula: “Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade”.
Reconhecendo a inalienável dignidade da pessoa humana, isenta de discriminação, desigualdade ou distinção de qualquer natureza, a dignidade humana e universal, também conhecida como direitos fundamentais, são descritos nesses textos com o propósito de garanti-los e torná-los realidade.
A liberdade individual é um valor básico do homem e a base de suas obrigações e direitos, segundo o qual cada pessoa pode determinar independentemente os problemas de sua própria vida e assumir a responsabilidade pelas conseqüências de suas ações para a sociedade. Portanto, o direito à liberdade pessoal é a proteção básica dos direitos fundamentais, que só pode ser limitado nos casos de condenação transitada em julgado, processos regulados pelos tribunais competentes e de acordo com a lei, assim como dita a Constituição Brasileira de 1988:
Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal; LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória; LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei; LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança (BRASIL, 1988).
Todos os Estados devem garantir o pleno respeito aos direitos humanos para todos; os problemas surgem quando há violação dos direitos fundamentais dentro do próprio Estado, como no caso das pessoas privadas de liberdade no Brasil. O país está violando os direitos humanos desse grupo de cidadãos ao não conceder-lhes as proteções garantidas por suas constituições e tratados internacionais assinados e ratificados pelo próprio país.
O direito internacional rege os direitos humanos:
Os Estados têm obrigações e deveres sob o direito internacional de respeitar, proteger e cumprir os direitos humanos. O dever de respeitar significa que os Estados devem abster-se de interferir ou restringir o gozo
dos direitos humanos. O dever de protegê-los exige Estados para prevenir violações dos direitos humanos de indivíduos e grupos. Estas obrigações implicam que os Estados devem tomar medidas para promover o gozo dos direitos humanos fundamentais (Derecho Internacional de los Derechos Humanos, Espina, 2019).
No entanto, embora a dignidade do homem e sua liberdade sejam garantidas tanto no direito nacional quanto internacional, as regras não são suficientes para estabelecer esses direitos dentro de um órgão executivo, neste caso as prisões, o Estado deve garantir sua proteção e cumprimento por parte das pessoas privadas de liberdade com condenação transitada em julgado.
Em relação às pessoas privadas de liberdade, o Estado está em uma posição especial de garante, toda vez que as autoridades penitenciárias exercem um forte controle ou domínio sobre as pessoas que estão sob sua custódia. Dessa maneira, existe um relacionamento e uma interação especial de sujeição entre a pessoa privada de liberdade e o Estado, caracterizada pela intensidade particular com que o Estado pode regular seus direitos e obrigações e pelas circunstancias do confinamento, onde o prisioneiro é impedido de satisfazer por si próprio uma série de necessidades básicas que são essenciais para o desenvolvimento de uma vida digna (Corte IDH, Espina, 2019).
O sistema de proteção dos direitos humanos tem uma responsabilidade especial de garantir que os Estados soberanos cumpram suas normas, garantindo assim a segurança e a dignidade dos presos sob sua custódia.
Portanto, uma pessoa privada de liberdade deve ter os mesmos direitos que os cidadãos livres, exceto o direito de ir e vir após o trânsito em julgado e outras restrições decorrentes da privação de liberdade.
O rol do artigo 6° da Constituição Federal prevê os direitos sociais:
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição (BRASIL, 1988).
Direitos esses que são violados, quando se está sob tutela do estado, como condenado ou processado, visto que as condições as quais são submetidos, causam graves perturbações mentais e psicológicas, estão a mercê da proliferação de doenças, como: AIDS, sífilis, HIV, tuberculose: considerando o estado dos estabelecimentos prisionais que contam com a presença de até baratas e ratos proporcionando um ambiente desumano.
Expor o ser humano a essas circunstâncias tão perigosas e humilhantes causam sério risco para a população carcerária, para os servidores públicos que trabalham nos ambientes prisionais, como também para a própria população, como um todo.
A violação dos direitos humanos pelo Brasil, em especial por Pernambuco, encontra-se em situação inconstitucional por não cumprirem suas próprias normas,não só pela superlotação existente, mas também por outros problemas como: falta de acesso a banheiros, inexistência de leitos para conter a quantidade de presos, sem alimentação por muitas horas, até mesmo pelo risco a vida e a integridade das pessoas privadas de liberdade, decorrentes da superlotação carcerária e diversas situações degradantes que ocorrem devido a grande quantidade de detentos nos estabelecimentos prisionais.
A superlotação carcerária tem sido foco de algumas das piores violações dos direitos humanos dos presos no Brasil, em grande parte devido às más condições dos cubículos cercados, celas nas quais dezenas de detentos são amontoados, sem o mínimo de conforto e higiene, em violação às regras da LEP.
O Complexo Prisional do Curado, em Pernambuco, no ano de 2016, tornou-se alvo da Corte Interamericana de Direitos Humanos, como evidenciado a seguir.
3.3 Complexo Penitenciário do Curado – Resolução de 23 de Novembro de 2016
Conhecido anteriormente como Presídio do Recife, o Complexo Prisional do Curado se encontra no bairro do Curado, zona oeste do Recife, inaugurado em 6 de março de 1979; composto por vários pavilhões que podem ser separados de acordo com os padrões especificados pela administração do a unidade; abrange uma área de 12.830 metros quadrados, cobrindo uma área de 104.912 metros quadrados, e acomodava inicialmente 366 presos.
O governador Marco Maciel, em 3 de setembro de 1980, por intermédio do Decreto n° 6.685, decidiu mudar o nome da unidade prisional como forma de homenagem, ficando como Presídio Professor Aníbal Bruno. Trinta anos depois, a mesma unidade prisional seria apelidada de "pior presídio do Brasil", segundo desembargador que compôs o mutirão prisional do Conselho Nacional de Justiça,
devido à superlotação, venda de produtos dentro da unidade, presença de "chaveiros", falta de bebida água, tratamento médico e presença de tortura.
Em 2011, o atual Complexo Prisional do Curado, a época ainda chamado de Presídio Professor Aníbal Bruno, começa a ter problemas com a Corte Interamericana de Direitos Humanos; visto que no ano de 2012, após a Medida Cautelar nº 199/11 instituída no âmbito da Comissão Interamericana de Direitos Humanos, que faz parte da Organização dos Estados Americanos, teve que fazer uma separação espacial que deu origem ao Complexo Prisional do Curado; essa separação se deu em virtude de uma série de denúncias de um grupo de entidades, chamadas peticionárias, quais sejam: Pastoral Carcerária de Pernambuco, Pastoral Carcerária Nacional, Justiça Global, Serviço Ecumênico de Militância nas Prisões e Clínica Internacional de Direitos Humanos da Faculdade de Direito de Harvard.
Foram emitidas medidas cautelas para garantir a vida, a saúde e a integridade pessoal dos internos, quais foram:
1° adotar todas as medidas necessárias para proteger a vida, integridade pessoal e saúde das pessoas privadas da liberdade no Presídio Professor Aníbal Bruno na cidade de Recife, Estado do Pernambuco; 2° adotar as medidas necessárias para aumentar o pessoal de segurança do Presídio Professor Aníbal Bruno e garantir que sejam os agentes das forças de segurança do Estado os encarregados das funções de segurança interna, eliminando o sistema dos chamados “chaveiros” e assegurando que não lhes sejam conferidas às pessoas privadas da liberdade funções disciplinarias, de controle ou de segurança; 3° assegurar o provimento de uma atenção médica adequada aos beneficiários, oferecendo atendimento médico que permita a proteção da vida e da saúde dos beneficiários; 4° adotar todas as medidas necessárias para evitar a transmissão de doenças contagiosas dentro do Presídio Professor Aníbal Bruno, inclusive através de uma redução substantiva da superpopulação das pessoas ali privadas de liberdade; 5° adotar estas medidas em consulta com os representantes dos beneficiários; e 6 informar sobre as ações adotadas a fim de diminuir a situação de superpopulação verificada no Presídio Professor Aníbal Bruno (CIDH, 2011).
Tais medidas devem ser aplicadas imediatamente e envolvem a elaboração e implementação de planos de saúde emergenciais para os presos, com foco nos presos com doenças infecciosas para evitar o contágio, desenvolvimento de planos de contingência visando a redução da superlotação prisional, eliminação de armas nos presídios, garantia da vida e integridade dos presos, funcionários e visitantes, e a prática de revistas humilhantes de visitantes. Ficou também instituído a eliminação dos “chaveiros”, presos que acabaram ganhando o poder de agentes penitenciários, assim como a contratação de pessoal especializado.
Pela primeira vez os juízes da corte viajam para o Brasil para vistoriar um presídio, em 8 de junho de 2016, estiveram em Pernambuco para averiguar o Presídio Curado. Ao longo das inspeções, foram identificados alguns problemas persistentes, como superlotação, entre outras violações de direitos humanos.
A Resolução de 23 de novembro de 2016, sobre o Complexo Penitenciário do Curado, diz:
[...] em 22 de maio de 2014 e 7 de outubro de 2015, nas quais, entre outros, requereu à República Federativa do Brasil que adotasse de forma imediata todas as medidas necessárias para proteger eficazmente a vida e a integridade pessoal das pessoas privadas de liberdade no Complexo Penitenciário de Curado, bem como de qualquer pessoa que se encontrasse neste estabelecimento, incluindo os agentes penitenciários, funcionários e visitantes (Resolução da Corte IDH, 2016).
Após a visita ao Complexo de Curado foi verificado que não haviam separação entre presos condenados, presos provisórios e os presos de áreas diferentes como: idosos, LGBTQIA+, pessoas com deficiência; eram mantidos nos mesmos lugares, sendo eles inabitáveis, visto que os detentos não tinha acesso a quites de higiene, dormiam no chão, em espaços reduzidos e em época de chuva em pavilhões molhados. Fora todas essas violações dos direitos humanos, os pavilhões não tinham entrada de sol e nem ventilação suficiente, o que por sua vez aumenta o risco de integridade fisica das pessoas privadas de liberdade e de funcionários que residiam ali.
Diante do caso ficou estabelecido conforme o artigo 63.2 da Convenção Americana e o artigo 27 do regulamento que o estado deve adotar medidas imediatamente que promovam uma melhor qualidade de vida para todas as pessoas privadas de liberdade, bem como para todos que residem no Complexo Peniténciario do Curado.
A Corte Interamericana de Direitos Humanos apontou que dentro das condições da prisão, em que as pessoas privadas de liberdade devem viver e que devem ser garantidos pelo Estado, a superlotação “constitui em si uma violação da integridade pessoal e, além disso, dificulta o desempenho normal de funções essenciais nas prisões” (Resolução da Corte IDH, 2016).
À vista disso, os direitos humanos são essenciais para manutenção da vida humana, ficando estabelecido que mesmo em casos de pessoas privadadas de liberdade esse direito não deve ser retirado.
Diante disso, constata-se que a situação dos Sistema Carcerário no Estado de Pernambuco é catastrófica. O Estado como um todo, não apenas ao Complexo do Curado, visto que há semelhança em todas as unidades, são os mesmos obstáculos. Há uma instabilidade generalizada nas prisões e penitenciárias estaduais e, notadamente, muito pouco está sendo feito pelo poder executivo.
4. MEIOS ALTERNATIVOS PARA CONTER A SUPERLOTAÇÃO
O objetivo do sistema prisional é fazer cumprir as sanções penais por meio da prisão ou detenção de indivíduos que cometeram infrações penais ou delitos. Ainda que o principal propósito seja a ressocialização do apenado na sociedade, no Brasil ocorre o contrário.
Superlotação, falta de mobilidade, péssimas condições de alimentação e saúde, falta de higiene, entre outros problemas, acabam gerando violações aos Direitos humanos, bem como a Lei de Execução Penal, Lei 7.210/1984, e a própria Constituição de 88.
A Lei de Execução Penal estabelece que o Estado é obrigado a garantir ao detento assistênciana prevenção do crime e orientação para sua reinserção na vida social:
Art. 25. A assistência ao egresso consiste: I - na orientação e apoio para reintegrá-lo à vida em liberdade; II - na concessão, se necessário, de alojamento e alimentação, em estabelecimento adequado, pelo prazo de 2 (dois) meses (LEP, 1984).
E a Constituição Federal prevê que ele será condenado apenas em penas transitadas em julgado, sendo uma exceção outras hipóteses de prisão.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória (BRASIL, 1988).
No Brasil, a Constituição Federal de 1988 prevê um Estado Democrático de Direito, responsável por estabelecer princípios e garantias individuais, assegurando prioritariamente os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana.
A Constituição da República Federativa do Brasil tem como fundamento a dignidade da pessoa humana, em seu artigo Art. 1º “A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: III
- a dignidade da pessoa humana”, definida como um conjunto de princípios e valores que garantem o respeito aos direitos dos cidadãos em todas as circunstâncias pelo Estado, ou seja, necessários ao indivíduo viver uma vida digna, o que também se aplica aos presos, provisórios ou condenados.
Embora o estado seja obrigado a tomar medidas para salvaguardar o bem- estar de seus cidadãos, as condições do sistema prisional brasileiro violam o texto da constituição ao manter indivíduos condenados e processados em condições insalubres e superlotadas com um pequeno número de celas, violando assim o princípio fundamental.
A superlotação das celas, sua precariedade e sua insalubridade tornam as prisões num ambiente propício à proliferação de epidemias e ao contágio de doenças. Todos esses fatores estruturais aliados ainda à má alimentação dos presos, seu sedentarismo, o uso de drogas, a falta de higiene e toda a lugubridade da prisão, fazem com que um preso que adentrou lá numa condição sadia, de lá não saia sem ser acometido de uma doença ou com sua resistência física e saúde fragilizadas (POSCIDÔNIO; PAVIA; CESÁRIO, 2019).
Os métodos alternativos de cumprimento de pena são aplicados para presos provisórios e condenados por crimes de menor gravidade, para que não fiquem impunes, mas tenham a possibilidade de serem tratados com dignidade e reintegrados à sociedade sem se exporem às condições desumanas que vem acontecendo nos sistemas prisionais do Brasil.
4.1 Audiências de Custódia
A audiencia de custódia decorre dos tratados internacionais que tratam de direitos humanos, que há tempos foram reconhecidos pelo Brasil, notadamente a Convenção de San José da Costa Rica e a Convenção Européia para a Proteção dos Direitos Humanos e Liberdades Fundamentais (CEDH).
Começaram a ser aplicadas pela primeira vez no Brasil, em fevereiro de 2015, em São Paulo, mas somente para pessoas presas em flagrante. Antes disso, os juízes só encontravam com os detidos no momento do julgamento; fundamentavam a necessidade de prisão preventiva somente pelos registros policiais.
Em agosto, Pernambuco passou a utilizar as audiências de custódia, porém inicialmente eram somente em Recife.
A audiência de custódia é um recurso do Direito Processual Penal no qual o acusado por um crime, que for preso em flagrante, deverá por direito ser levado à presença de autoridade judicial, no prazo de 24 horas, para ser ouvido; será
avaliado a necessidade de manutenção de prisão e a legalidade, previsto no Pacto San José da Costas Rica, em seu artigo 7°, § 5°:
Toda pessoa detida ou retida deve ser conduzida, sem demora, à presença de um juiz ou outra autoridade autorizada pela lei a exercer funções judiciais e tem direito a ser julgada dentro de um prazo razoável ou a ser posta em liberdade, sem prejuízo de que prossiga o processo. Sua liberdade pode ser condicionada a garantias que assegurem o sei comparecimento em juízo (OEA, 1969).
Segundo a doutrina de Fernando Capez (2020):
A Audiência de Custódia é o direito de o preso em flagrante ser levado, pessoalmente, e sem demora, à presença de autoridade judicial competente para avaliar a legalidade ou necessidade de sua prisão [...] (CAPEZ, 2020, p. 1577 – 1578).
 (
Gráfico
 
4
 
-
 
Dados Gerais
 
das
 
Audiências
 
de
 
Custódia em Pernambuco de Agosto de
 
2015 a
 
Fevereiro
 
de 2021
23.407
51,3%
48,6%
0,2%
Total
liberdade
 
Provisória
Conversão
 
em
Preventiva
Prisão
 
Domiciliar
)
Fonte: CNJ (2021). Elaboração Própria (2022).
Percebe-se como consta no gráfico que mesmo com a realização de audiências de custódia ainda é maior opção pela conversão em prisão preventiva do que a liberdade provisória, o que acaba levando a uma superlotação.
E mesmo nos casos de demora para a audiência de custódia, há uma mistura entre réus primários, réus que não possuem antecedentes criminais e os presos condenados, que em sua maioria pertences a facções criminosas. Realizando as
audiências de custódia dentro do prazo, e com o intuito de avaliar realmente a possibilidade de liberdade provisória seria assegurada a celeridade processual e a garantia legal do contraditório, como resultado ocasionaria na diminuição do número de prisões preventivas que superlotam os presídios.
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) está dirigindo o programa “Começar de Novo” por meio do qual busca a reinserção de pessoas privadas de liberdade, através de medida que deem mais efetividade à Lei de Execução Penal para mudar a realidade prisional atual. Com isso, implementaram ações que avaliam a situação dos presos em relação ao cumprimento da pena, mudança de regime, apressar julgamentos e liberar os que tem direito à soltura. Realizam também convênios com entidades (SESI, SENAI e FIESP) para treinamento e capacitação, com o objetivo da realocação profissional.
A rápida identificação de casos como os mencionados é benéfica para toda a sociedade, visto que o preso no Brasil, por mais grave que seja o crime que cometeu, será reintegrado à sociedade, onde poderá remodelar sua vida sem repetir os mesmo erros.
4.2 Monitoramento Eletrônico
O monitoramento eletrônico no Brasil surgiu somente em 2001, quando o Congresso Nacional mostrava preocupação com a superlotação dos estabelecimentos prisionais, visto que já chegava a 230 mil presos. Porém, essa prática não é tão recente, a primeira experiência de monitoramento a distância ocorreu por volta da década de 60.
Um grupo de pesquisadores de Harvard desenvolveram um transmissor portátil chamado Behavior Transmitter-Reinforcer (BT-R). À época o dispositivo era composto por duas peças, um cinturão e um sensor que ficava ao redor do pulso, a localização era enviada a um laboratório, o que permitia saber onde o individuo estava localizado.
Surpreendentemente, Ralph K. Schwitzgebel teve a ideia ao assistir o musical West Side Story (1961), pois ficou indignado com a morte do protagonista. Então veio a ideia do monitoramento eletrônico, pois imaginou que caso houvesse uma forma de monitorar jovens delinquentes a prática dos crimes acabariam.
Como na época ainda não se tinha acesso à internet ou computadores superpotentes o projeto não teve continuidade.
Na década de 80, o Juiz Jack Love, teve também a ideia de monitoramento eletrônico, porém dessa vez, no formato de uma tornozeleira, a ideia surgiu dos quadrinhos do homem-aranha, e foi chamada de Gosslink. A partir disso começou a ser utilizado em vários estados norte-americanos e depois de um tempo pelo Brasil.
O Monitoramento Eletrônico tem a finalidade de assegurar o convívio em sociedade, visto que o individuo não é retirado de forma abrupta da sociedade; continuando a trabalhar, serelacionar e tendo contato com a família, porém seus direitos passam a ser limitados para que não volte a praticar os mesmo atos que o levou a ter seus direitos suspensos. Esse sistema proporciona a diminuição das taxas de ocupação dos presídios.
A aplicabilidade desse método é mais propícia aos réus primários, aos presos provisórios, aos que não foram condenados, e aos condenados que comprovem durante a realização da pena uma conduta exemplar, que não tenham ligações com crimes ou ainda que tenham interesse em serem ressocializados. Um benefício desse método alternativo as penas privativas de liberdade é o afastamento das más condições de higiene, a ociosidade e a irresponsabilidade encontradas dentro dos presídios.
O monitoramento não pode ser utilizado em todas as infrações penais, somente naquelas em que seja mais realista essa aplicação; poderá ser utilizado também em algumas hipóteses, em substituição às prisões cautelares. Esse sistema permite a fiscalização do cumprimento da pena, visto que concede o passo a passo do apenado, com precisão; caso a Justiça Penal veja que o apenado está desobedecendo, e com isso a pena não está surtindo os efeitos desejados poderá revogar esse método alternativo e propor o confinamento na unidade prisional.
Ainda que tenha muitos benefícios, há muitas questões que precisam ser melhoradas, como supervisão e eficácia. O monitoramento ocorre 24 horas por dia; caso o indivíduo ultrapasse o limite estabelecido é acionado um alerta, podendo ocasionar à perda do direito da pena alternativa. Um método mais eficiente para aplicação do monitoramento é a implantação somente com a condição de que o indivíduo apresente provas mensalmente de que essa aplicação está cooperando com sua reinserção na sociedade, de tal maneira que, caso não haja cumprimento
das condições preestabelecidas retorne ao seu regime inicial, evitando que a medida seja violada.
Gráfico 5 – Quantidade de Presos Provisórios e Pessoas Monitoradas em Pernambuco – 2007-2019
Fonte: Infopen, (2020). Central de Monitoração Eletrônica, Recife (2020).
O gráfico acima mostra a quantidade de pessoas que foram monitoras em comparação com os presos provisórios. A parte azul clara do gráfico mostra o quantitativo de pessoas monitordas em Recife no período de 2013 a 2019; é visivel que houve um aumento, porém em comparação com o número de presos provisórios tem uma diferença grande, que poderia ser sanada, ou ao menos diminuir consideravelmente se o monitoramento eletrônico fosse melhor empregado.
4.3 Diminuição da Prisão Provisória
A prisão provisória também conhecida como prisão preventiva é de natureza cautelar e tem como objetivo restringir a liberdade do indivíduo para que uma investigação possa ser realizada, evitando a fuga ou até novos atos ilícitos.
Tipificada nos artigos 311 a 316 do Código de Processo Penal a prisão preventiva deve ser decretada somente nos casos:
Art. 313. (...), será admitida a decretação da prisão preventiva: I - nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a 4 (quatro) anos; II - se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em julgado, ressalvado o disposto no inciso I do caput do art. 64 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal; III - se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir a execução das medidas protetivas de urgência; § 1º Também será admitida a prisão preventiva quando houver dúvida sobre a identidade civil da pessoa ou quando esta não fornecer elementos suficientes para esclarecê-la, devendo o preso ser colocado imediatamente em liberdade após a identificação, salvo se outra hipótese recomendar a manutenção da medida. § 2º Não será admitida a decretação da prisão preventiva com a finalidade de antecipação de cumprimento de pena ou como decorrência imediata de investigação criminal ou da apresentação ou recebimento de denúncia (BRASIL, 1941).
Porém, cerca de 40% dos presos ainda não passam por um julgamento; muitos desses indivíduos têm sua liberdade retirada quando poderiam aguardar em liberdade, outros quando finalmente sai à sentença, a pena é inferior ao período já realizado enquanto aguardava o julgamento. E na pior das hipóteses cumprem anos e após o julgamento o indivíduo é absolvido.
De acordo com dados do Sisdepen, Pernambuco se encontra em quarto lugar entre os estados brasileiros com mais presos provisórios, como mostra o gráfico abaixo.
 (
Gráfico
 
6
 
-
 
Estados
 
com
 
mais
 
Presos
Provisórios
Pernambuco
15.391
Rio
 
de Janeiro
18.5859
Minas
 
Gerais
25.300
São
 
Paulo
35.585
)
Fonte: Sisdepen (2022). Elaboração Própria (2022).
Posto isso, observa-se que com uma melhor avaliação na entrada de presos provisórios, ocorreria uma diminuição da superlotação, bem como evitaria a prisão desnecessária de alguns indivíduos.
Diante do exposto, é necessário a introdução de métodos alternativos eficazes ao cumprimento da pena, uma vez que, o Sistema Carcerário Brasileiro está em condições insalubres por conta da superlotação, o que ocasiona uma grande demanda de processos ao judiciário causando lentidão impossibilitando uma boa aplicação da Lei de Execução Penal.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Há diferenças inegáveis entre nossa realidade carcerária e o que nossa legislação promove. A falta de políticas públicas e o desrespeito às normas vigentes levam à superlotação. Para proteger a segurança pessoal dos criminosos, é necessário desempenhar as normas do ordenamento jurídico do nosso país, especialmente a Lei de Execução Penal.
A Lei de Execução Penal nº 7.210/1984 e a Constituição Federal de 1988 estabelecem claramente que o Estado é responsável pela saúde física e mental dos presos, mas na prática esse fator não é cumprido de acordo com Lei. Salienta-se ainda que não ocorre o cumprimento legal dos direitos e garantias resguardadas ao preso.
A precariedade das prisões são ignoradas por governantes, autoridades e pela própria sociedade. Os detentos só ganham destaque na mídia quando há uma motim ou outro tipo de atrocidade, e mesmo assim fazem de tudo para exonerar o Estado, que por lei é o guardião dessas vidas.
Uma vez no sistema, o indivíduo passa de sujeito de direitos e deveres a um número, em outras palavras, passa a ser uma estatística. Quando designadas para cumprir pena nas prisões, as celas estão superlotadas de detentos, criminosos experientes e altamente perigosos; fora que, são privados de seus direitos mais básicos devido a déficits orçamentários, isso dá ao crime organizado um espaço que é confiado ao Estado, tornando assim o sujeito incapaz de se integrar na sociedade e viver uma vida normal.
Um grande problema enfrentado é a superlotação carcerária, pois muitas pessoas privadas de liberdade estão alojados em celas que não comportam o excessivo número de tais pessoas e não cumprem os requisitos legais adequados sob a Lei de Execução Penal. Nesse ambiente de total desrespeito a dignidade humanos onde o forte desrespeita o mais fraco, há muito abalo físico e mental além da falta de privacidade, presença de doenças, sujeira e estresse, que é onde a lei previne total auxilio aos presos.
As violações dos direitos humanos sempre existiram ao longo da história, desde os tempos antigos até os tempos modernos. Apesar da diversidade de comportamentos, os direitos humanos sempre foram alvo da arbitrariedade e do poder estatal e privado. Nesse sentido, é ainda mais necessário estender a proteção
de tais direitos ao âmbito internacional, e responsabilizar os países a direcionar suas relações domésticas e internacionais de forma a garantir tais direitos, enquanto sancionados.
O Brasil tem se mostrado interessado e comprometido, assinando diversos tratados internacionais, como a Convenção Interamericana para Prevenir e Punir a Tortura, que busca um importante acordo para eliminar as contínuas violações de direitos humanos em estabelecimentos prisionais eem qualquer outro lugar que veja expor os indivíduos a situações problemáticas. Todos os tratados internacionais foram ratificados com a promulgação da Constituição Federal de 1988, revelando a sinergia entre o processo de redemocratização do Brasil e os instrumentos internacionais de proteção dos direitos humanos. Os direitos humanos devem ser respeitados como direitos fundamentais, pois sem eles não há reconhecimento a dignidade da pessoa humana, essencial à sobrevivência.
Destarte, o sistema prisional pernambucano encontra-se lento e impossibilitado devido a existência de graves, recorrentes e crescentes problemas com a superlotação provoca, bem como as condições insalubres naquele ambiente prisional, e a morosidade do poder judiciario devido às altas demandas, há a necessidade da inserção eficaz de métodos alternativos ao cumprimento de pena; visto que, a prisão deveria ser o último recurso e deve ser um mecanismo para que os condenados reavaliem suas próprias vidas, portanto, a utilização de meios alternativos que favoreçam a diminuição da superlotação deve ser o objetivo principal do sistema prisional, respeitando assim a Declaração Universal dos Direitos Humanos e a Constituição Federal de 1988, restabelecendo a dignidade das pessoas que estão nesse momento privadas de liberdade.
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