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04_Geografia_Historia_e_Conhecimentos_Gerais_sobre_Goiania_e_Estado_de_Goias

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Prévia do material em texto

. 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Prefeitura Municipal de Goiânia/GO 
Auditor de Tributos do Município de Goiânia 
 
 
1. A população goiana: povoamento, movimentos migratórios, densidade e distribuição 
demográfica. ............................................................................................................................................ 1 
2. História política de Goiás ................................................................................................................. 2 
3. As oligarquias e o Coronelismo na República Velha. ....................................................................... 7 
4. A construção da Estrada de Ferro Goiás e seus impactos na dinâmica territorial goiana. ................ 8 
5. A Revolução de 1930 e a transferência da capital para Goiânia. ..................................................... 9 
6. O planejamento e a construção de Goiânia. .................................................................................. 13 
7. A criação da Colônia Agrícola Nacional de Goiás. ......................................................................... 14 
8. A revolução verde em Goiás. ......................................................................................................... 15 
Questões. .......................................................................................................................................... 17 
 
9. Aspectos físicos do território goiano: hidrografia, clima, relevo e fitofisionomias do Cerrado. ........ 18 
10. Patrimônio histórico, cultural, religioso e o turismo em Goiás. ...................................................... 20 
11. Formação econômica de Goiás: as bandeiras e a exploração do ouro - a agricultura e a pecuária 
nos séculos XIX e XX. ............................................................................................................................ 23 
12. Urbanização e rede urbana em Goiás. ......................................................................................... 24 
13. A regionalização do território goiano. ........................................................................................... 25 
14. A Região Metropolitana de Goiânia e sua dinâmica territorial. ..................................................... 27 
Questões. .......................................................................................................................................... 29 
 
 
 
 
Candidatos ao Concurso Público, 
O Instituto Maximize Educação disponibiliza o e-mail professores@maxieduca.com.br para dúvidas 
relacionadas ao conteúdo desta apostila como forma de auxiliá-los nos estudos para um bom desempenho 
na prova. 
As dúvidas serão encaminhadas para os professores responsáveis pela matéria, portanto, ao entrar em 
contato, informe: 
- Apostila (concurso e cargo); 
- Disciplina (matéria); 
- Número da página onde se encontra a dúvida; e 
- Qual a dúvida. 
Caso existam dúvidas em disciplinas diferentes, por favor, encaminhá-las em e-mails separados. O 
professor terá até cinco dias úteis para respondê-la. 
Bons estudos! 
 
1155683 E-book gerado especialmente para MARIA GABRIELA FERREIRA
 
. 2 
 
 
O estado de Goiás possui uma população de 6.610.681 habitantes, segundo estimativas do IBGE para 
2015, sendo o estado mais populoso da região centro-oeste. O crescimento demográfico aumentou após 
construção da cidade de Goiânia, intensificado com a construção de Brasília. Entre 1991 a 2000, 
apresentou uma taxa de crescimento de 2,5% ao ano. 
 Entre 1890 e 1920 a população teve expressivo crescimento, e ultrapassou meio milhão de habitantes, 
acompanhando o desenvolvimento da atividade agropecuária dedicada à criação de gado e à agricultura 
de arroz e café. 
 Em 1937 a cidade de Goiânia tornou-se a capital do estado, que até então era o município de Goiás. 
Existiam planos para a mudança da capital desde o século XVIII. 
Seu planejamento efetivo iniciou-se após o interventor federal nomeado com a Revolução de 1930, 
Pedro Ludovico Teixeira, criar uma comissão para estudo do local de construção da nova capital. A pedra 
fundamental da construção foi colocada em 24 de outubro de 1933. Em 1935, foi criado o município de 
Goiânia e, em 1937, ocorreu a efetiva transferência da capital, sendo a inauguração oficial da cidade em 
1942. 
A cidade de Goiás foi tombada pelo Patrimônio Histórico Mundial. Está localizada na mesorregião do 
Nordeste Goiano e na microrregião do rio Vermelho. Sua população, segundo dados de 2010, era de 
24.727 habitantes. Entre os atrativos turísticos estão sua arquitetura barroca, como a Igreja da Boa Morte 
e o Palácio Conde dos Arcos. 
 A densidade demográfica do estado é de 19,4 hab. por Km² (2015). As regiões mais populosas do 
estado são Região Metropolitana de Goiânia (mais de 2 milhões de habitantes) e a Região do Entorno de 
Brasília com mais de um milhão de habitantes. 
 Desde a sua fundação, a cidade de Goiânia apresentou um grande crescimento demográfico e uma 
significativa expansão urbana. Com a transferência do Distrito Federal e a inauguração de Brasília, 
distante 180 Km de Goiânia, a expansão urbana e demográfica tornou-se muito mais expressiva. 
 A chegada da estrada-de-ferro a Anápolis foi responsável pelo crescimento populacional do sul que 
recebeu levas de migrantes nordestinos, mineiros e paulistas e interligou o centro-oeste ao centro-sul. 
Do final do período monárquico até 1930, o povoamento se intensificou graças à atividade agropastoril 
e à expansão das ferrovias que facilitaram o intercâmbio com o sul e contribuíram para o povoamento 
das regiões sul, sudeste e sudoeste do estado. Novos povoados se formaram a partir de 1888 e, até 
1930, 12 novos municípios surgiram. 
Na Primeira República (1889-1930), a população duplicou em 30 anos. Em 1890, era de 224.572 hab. 
e, em 1920, era de 511.919 hab. O norte era a região menos povoada. 
Em 1924, embora sem sucesso, foi tentada a colonização europeia através da colônia alemã de UVA 
e Itapirapuã. 
 A população indígena ultrapassa os 10 mil habitantes, vivendo em quatro áreas indígenas, que 
somadas representam um total de 39.781 hectares. Três áreas são demarcadas pela Fundação Nacional 
do Índio (FUNAI). As áreas indígenas localizam-se nos municípios de Rubiataba, Nova América, Minaçu, 
Colinas do Sul, Cavalcante, Aruanã. 
 A população negra foi introduzida na região pelos portugueses como escravos para mão-de-obra na 
extração do ouro. 
A população branca descende, em sua maior parte, de portugueses que foram para região quando a 
economia estava baseada na extração do ouro. Depois, ocorreram correntes migratórias em função do 
progresso agrícola da região e da construção de Brasília. 
 
 
 
A base de sustentação do poder político dos chefes interioranos está na política assistencialista, 
paternalista e clientelista desenvolvida pelos coronéis no âmbito da máquina administrativa local. Esse 
fenômeno está relacionado às estruturas de mandonismo local através da força política que se estendeu 
com o advento da República. 
O coronel seria definido pela sua força política, pela sua influência junto aos órgãos administrativos, 
usando a máquina pública (no caso da República), para assegurar os seus interesses políticos e pessoais. 
1. A população goiana: povoamento, movimentos migratórios, 
densidade e distribuição demográfica. 
2. História política de Goiás 
1155683 E-book gerado especialmente para MARIA GABRIELA FERREIRA
 
. 3 
O Coronelismo no Estado de Goiás diferenciou-se de outras regiões pela situação de isolamento 
geográfico, político, social, econômico e de comunicação do estado com o centro hegemônico do poder 
nacional. 
Não havia interesse federal na intervenção ou interação com a região, a qual se mantinha baseada 
unicamente na pecuária de corte após a fase aurífera. 
A manutenção do poder baseava-se na manipulação do orçamento e pela reprodução do atraso, 
mantendo a populaçãoem situação de dependência frente aos chefes políticos, além de evitar 
fiscalizações e intervenções federais que pusessem em risco o poder local. 
No Estado de Goiás predominou a presença de famílias ou grupos tradicionais com grandes 
propriedades de terras (latifúndios), formação de oligarquias locais, poder político, econômico e militar 
concentrado, situação de afastamento e indiferença do Governo Federal, e a possibilidade de apropriação 
da receita de exportação, a contração de empréstimos, a organização das tropas policiais e a autonomia 
política. 
 
O estado de Goiás possuía a seguinte configuração política: 
- A Comissão Executiva; 
- Poder Executivo, que se desmembrava em representação estadual e federal. 
 
Essa engrenagem é apoiada no sistema eleitoral; através dela, os grupos políticos, cada qual ao seu 
tempo, manipularam o poder político estadual. 
À Comissão Executiva, que era eleita por uma convenção, competia, entre outras funções, a indicação 
de todos os cargos eletivos. Incluía-se entre seus membros o Presidente do Estado. Esta comissão era 
um elemento muito importante no sistema político estadual, pois detinha um “poder paralelo”, não 
constitucional. O número de membros era reduzido, (de sete a nove) o que facilitava o acordo quanto aos 
nomes indicados para a composição de chapas e a própria manipulação política dos cargos, por um grupo 
do poder. É através dela que os políticos firmavam seu domínio. 
No Estado de Goiás, esta Comissão Executiva foi controlada e dominada em todo o período da 
República Velha por três líderes: José Leopoldo de Bulhões, José Xavier de Almeida, Antônio Ramos 
Caiado, conhecido como Totó Caiado. 
José Leopoldo de Bulhões (1856-1928) era advogado, político e financista. Foi o criador do clã 
“Bulhões” no Estado de Goiás. Foi diretor do Banco do Brasil, Ministro da Fazenda, Senador da República, 
Deputado Federal, Presidente da Câmara Municipal, Vereador por diversas vezes e Prefeito de 
Petrópolis. Dá nome a um município em Goiás. 
José Xavier de Almeida (1871-1956) também foi advogado e político brasileiro. Formou-se na mesma 
universidade de José Leopoldo de Bulhões (Faculdade de Direito de São Paulo). Foi membro do Partido 
Republicano Federal de Goiás, Secretário do Interior e Justiça (1895-1899) e Presidente de Goiás (1901-
1905). Esteve ligado ao clã dos Bulhões, mas rompeu em 1904. O período de sua influência direta no 
Estado de Goiás encerrou-se 1909, após a revolução que depôs o último presidente xavierista, período 
este que ficou caracterizado por tendências democráticas e progressistas. 
Antônio Ramos Caiado, conhecido como Totó Caiado, foi um dos coronéis mais emblemáticos da 
época. Nasceu na cidade de Goiás em 15 de maio de 1874 e faleceu em Goiânia em 1967. Foi também 
Bacharel em Direito pela Faculdade de Direito de São Paulo, além de intendente municipal, Secretário do 
Interior e Justiça e Segurança Pública, Deputado Estadual, Deputado Federal e Senador da República. 
Em 1930 Getúlio Vargas assume o Governo Federal por meio de movimento armado, e no estado de 
Goiás tem início o governo de Pedro Ludovico Teixeira com o propósito de colocar um fim na política 
coronelística. 
Quando eclodiu a Revolução Constitucionalista de 1932, manteve-se fiel ao Governo Federal, 
chegando a mobilizar tropas goianas para a fronteira de Mato Grosso. Em 1933 foi decidida a 
Reconstitucionalização do país, com a convocação de eleições para a Assembleia Nacional Constituinte. 
Em todos os Estados, os interventores participaram da criação de partidos que representassem os 
objetivos doutrinários da Revolução de 1930, em Goiás Pedro Ludovico tomou parte ativa na criação do 
Partido Social Republicano, que viria a preencher todas as cadeiras da representação goiana na 
Constituinte. Em 1935, seguindo as normas da Constituição Federal votada n o ano anterior, reuniu-se a 
Assembleia Constituinte do Estado de Goiás, que o elegeu governador. Sua eleição contou com os votos 
da chamada frente moderada do seu partido, derrotando Domingos Netto de Vellasco, candidato da 
época. 
Em novembro de 1937, com a decretação do Estado Novo, permaneceu a frente do Governo Estadual, 
mais uma vez como interventor. No início de 1945, com a crise do Estado Novo e o surgimento de novos 
partidos políticos, participou intensamente da criação do Partido Social Democrático (PSD), do qual foi 
1155683 E-book gerado especialmente para MARIA GABRIELA FERREIRA
 
. 4 
presidente em Goiás. Cinco dias após a queda de Getúlio Vargas (29/10/1945), foi substituído na 
Interventoria, depois de 15 anos consecutivos à frente do executivo estadual. Durante o período em que 
ocupou o Governo de Goiás, além da fundação de Goiânia, construiu a rodovia que ligava a nova capital 
a Rio Verde, a Usina Rochedo, destinada a fornecer força e luz a Goiânia, e a ponte sobre o rio Paranaíba, 
na divisa com Minas Gerais. 
 
Governantes do período republicano (1889 — 2015) 
 
Nº Nome Partido Início do mandato Fim do mandato 
1 Junta governativa goianense de 1889 7 de dezembro de 1889 24 de fevereiro de 1890 
2 Rodolfo Gustavo da Paixão Militar 24 de fevereiro de 1890 21 de janeiro de 1891 
3 Bernardo Antônio de Faria Albernaz 21 de janeiro de 1891 30 de março de 1891 
4 João Bonifácio Gomes de Siqueira 30 de março de 1891 20 de maio de 1891 
5 Constâncio Ribeiro da Maia Militar 20 de maio de 1891 18 de julho de 1891 
6 Rodolfo Gustavo da Paixão Militar 18 de julho de 1891 7 de dezembro de 1891 
7 Constâncio Ribeiro da Maia Militar 7 de dezembro de 1891 19 de fevereiro de 1892 
8 Brás Abrantes Militar 19 de fevereiro de 1892 17 de julho de 1892 
9 Antônio José Caiado Militar 17 de julho de 1892 1º de julho de 1893 
10 José Inácio Xavier de Brito 1º de julho de 1893 16 de julho de 1895 
11 Antônio José Caiado [16 de julho de 1895 18 de julho de 1895 
12 Francisco Leopoldo Rodrigues Jardim 18 de julho de 1895 9 de julho de 1898 
13 Bernardo Antônio de Faria Albernaz 9 de julho de 1898 1º de novembro de 1898 
14 Urbano Coelho de Gouveia 1º de novembro de 1898 10 de junho de 1901 
15 Bernardo Antônio de Faria Albernaz 10 de junho de 1901 12 de agosto de 1901 
16 José Xavier de Almeida 12 de agosto de 1901 14 de julho de 1905 
17 Miguel da Rocha Lima 14 de julho de 1905 11 de março de 1909 
18 Francisco Bertoldo de Sousa 11 de março de 1909 1º de maio de 1909 
19 José da Silva Batista 1º de maio de 1909 24 de julho de 1909 
20 Urbano Coelho de Gouveia 24 de julho de 1909 30 de março de 1912 
21 Joaquim Rufino Ramos Jubé 30 de março de 1912 24 de maio de 1912 
22 Herculano de Sousa Lobo 25 de maio de 1912 10 de junho de 1913 
23 Joaquim Rufino Ramos Jubé 10 de junho de 1913 31 de julho de 1913 
24 Olegário Herculano da Silva Pinto 31 de julho de 1913 6 de julho de 1914 
25 Salatiel Simões de Lima 6 de julho de 1914 30 de junho de 1915 
26 Joaquim Rufino Ramos Jubé 30 de junho de 1915 6 de maio de 1916 
27 Salatiel Simões de Lima 6 de maio de 1916 13 de outubro de 1916 
28 Aprígio José de Sousa 13 de outubro de 1916 9 de maio de 1917 
29 Salatiel Simões de Lima 9 de maio de 1917 14 de julho de 1917 
30 João Alves de Castro 14 de julho de 1917 21 de dezembro de 1918 
31 Joaquim Rufino Ramos Jubé 21 de dezembro de 1918 24 de abril de 1919 
32 João Alves de Castro 24 de abril de 1919 14 de julho de 1921 
33 Eugênio Rodrigues Jardim 14 de julho de 1921 27 de julho de 1923 
34 Miguel da Rocha Lima 27 de julho de 1923 31 de março de 1924 
35 Joaquim Rufino Ramos Jubé 31 de março de 1924 25 de abril de 1924 
36 Miguel da Rocha Lima 25 de abril de 1924 14 de julho de 1925 
1155683 E-book gerado especialmente para MARIA GABRIELA FERREIRA
 
. 5 
37 Brasil Ramos Caiado 14 de julho de 1925 12 de março de 1927 
38 Diógenes de Castro Ribeiro 12 de março de 1927 9 de abril de 1927 
39 Brasil Ramos Caiado 9 de abril de 1927 13 de julho de 1929 
40 Joaquim Rufino Ramos Jubé 13 de julho de 1929 14 de julho de 192941 Alfredo Lopes de Morais 14 de julho de 1929 11 de agosto de 1930 
42 Humberto Martins Ribeiro 11 de agosto de 1930 27 de outubro de 1930 
43 Carlos Pinheiro Chagas 27 de outubro de 1930 30 de outubro de 1930 
44 Junta governativa goiana de 1930 30 de outubro de 1930 23 de novembro de 1930 
45 Pedro Ludovico Teixeira AL 23 de novembro de 1930 3 de novembro de 1932 
46 Mário de Alencastro Caiado AL 3 de novembro de 1932 20 de dezembro de 1932 
47 Pedro Ludovico Teixeira AL 20 de dezembro de 1932 31 de julho de 1933 
48 José Carvalho dos Santos Azevedo 31 de julho de 1933 8 de setembro de 1933 
49 Pedro Ludovico Teixeira 8 de setembro de 1933 21 de junho de 1934 
50 Inácio Bento de Loyola 21 de junho de 1934 19 de julho de 1934 
51 Vasco dos Reis Gonçalves 19 de julho de 1934 3 de agosto de 1934 
52 Pedro Ludovico Teixeira 3 de agosto de 1934 9 de outubro de 1934 
53 Heitor Morais Fleury 9 de outubro de 1934 18 de outubro de 1934 
54 Pedro Ludovico Teixeira 19 de outubro de 1934 20 de abril de 1934 
55 Pedro Ludovico Teixeira 20 de abril de 1934 27 de setembro de 1935 
56 Taciano Gomes de Melo 27 de setembro de 1935 20 de outubro de 1935 
57 Pedro Ludovico Teixeira 20 de outubro de 1935 10 de maio de 1936 
58 Hermógenes Ferreira Coelho 10 de maio de 1936 12 de julho de 1936 
59 Pedro Ludovico Teixeira 12 de julho de 1936 9 de agosto de 1936 
60 João de Abreu 9 de agosto de 1936 3 de setembro de 1937 
61 Pedro Ludovico Teixeira 3 de setembro de 1937 24 de novembro de 1937 
62 Pedro Ludovico Teixeira 24 de novembro de 1937 9 de março de 1942 
63 João Teixeira Alves Júnior 9 de março de 1942 28 de março de 1942 
64 Pedro Ludovico Teixeira 28 de março de 1942 24 de setembro de 1942 
65 João Teixeira Alves Júnior 24 de setembro de 1942 10 de outubro de 1942 
66 Pedro Ludovico Teixeira 10 de outubro de 1942 11 de novembro de 1942 
67 João Teixeira Alves Júnior 11 de novembro de 1942 21 de novembro de 1942 
68 Pedro Ludovico Teixeira 21 de novembro de 1942 20 de julho de 1945 
69 José Ludovico de Almeida 20 de julho de 1945 31 de julho de 1945 
70 Pedro Ludovico Teixeira 31 de julho de 1945 6 de novembro de 1945 
71 Eládio de Amorim 6 de novembro de 1945 18 de fevereiro de 1946 
72 Filipe Antônio Xavier de Barros 18 de fevereiro de 1946 4 de agosto de 1946 
73 Paulo Fleury da Silva e Sousa 4 de agosto de 1946 18 de agosto de 1946 
74 Filipe Antônio Xavier de Barros 18 de agosto de 1946 12 de setembro de 1946 
75 Belarmino Cruvinel 12 de setembro de 1946 22 de outubro de 1946 
76 Joaquim Machado de Araújo 22 de outubro de 1946 5 de dezembro de 1946 
77 Hegesipo de Campos Meireles 5 de dezembro de 1946 19 de dezembro de 1946 
78 Joaquim Machado de Araújo 19 de dezembro de 1946 22 de março de 1947 
1155683 E-book gerado especialmente para MARIA GABRIELA FERREIRA
 
. 6 
79 Jerônimo Coimbra Bueno UDN 22 de março de 1947 30 de junho de 1950 
80 Hosanah de Campos Guimarães 30 de junho de 1950 30 de janeiro de 1951 
81 José de Sousa Porto 12 horas 
82 Pedro Ludovico Teixeira PSD 31 de janeiro de 1951 5 de junho de 1952 
83 Jonas Ferreira Alves Duarte 5 de junho de 1952 1º de setembro de 1952 
84 Pedro Ludovico Teixeira PSD 1º de setembro de 1952 30 de janeiro de 1954 
85 Jonas Ferreira Alves Duarte 30 de janeiro de 1954 15 de fevereiro de 1954 
86 Pedro Ludovico Teixeira 15 de fevereiro de 1954 1º de julho de 1954 
87 Jonas Ferreira Alves Duarte 1º de julho de 1954 31 de janeiro de 1955 
88 Bernardo Saião PSD 31 de janeiro de 1955 12 de março de 1955 
89 José Ludovico de Almeida PSD 12 de março de 1955 31 de janeiro de 1959 
90 José Feliciano Ferreira PSD 31 de janeiro de 1959 31 de janeiro de 1961 
91 Mauro Borges Teixeira PSD 31 de janeiro de 1961 24 de abril de 1963 
92 Almir Turisco de Araújo PSD 24 de abril de 1963 29 de maio de 1963 
93 Mauro Borges Teixeira PSD 29 de maio de 1963 26 de novembro de 1964 
94 Carlos de Meira Mattos Militar 26 de novembro de 1964 23 de janeiro de 1965 
95 Emílio Rodrigues Ribas Júnior Militar 23 de janeiro de 1965 31 de janeiro de 1966 
96 Otávio Lage de Siqueira UDN 31 de janeiro de 1966 20 de maio de 1968 
97 Osires Teixeira PSD 20 de maio de 1968 3 de julho de 1968 
98 Otávio Lage de Siqueira UDN 3 de julho de 1968 15 de março de 1971 
99 Leonino Di Ramos Caiado ARENA 15 de março de 1971 2 de julho de 1973 
100 Ursulino Tavares Leão ARENA 2 de julho de 1973 12 de julho de 1973 
101 Leonino Di Ramos Caiado ARENA 12 de junho de 1973 15 de março de 1975 
102 Irapuan Costa Júnior MDB 15 de março de 1975 5 de janeiro de 1979 
103 José Luiz Bittencourt MDB 5 de janeiro de 1979 15 de janeiro de 1979 
104 Irapuan Costa Júnior ARENA 15 de janeiro de 1979 15 de março de 1979 
105 Ary Ribeiro Valadão PDS 15 de março de 1979 15 de março de 1983 
106 Iris Rezende PMDB 15 de março de 1983 13 de fevereiro de 1986 
107 Onofre Quinan PMDB 13 de fevereiro de 1986 15 de março de 1987 
108 Henrique Santillo PMDB 15 de marco de 1987 
109 Iris Rezende PMDB 15 de março de 1991 2 de abril de 1994 
110 Agenor Rodrigues de Rezende PMDB 2 de abril de 1994 1º de janeiro de 1995 
111 Maguito Vilela PMDB 1º de janeiro de 1995 4 de maio de 1998 
112 Naphtali Alves de Sousa PMDB 4 de maio de 1998 3 de novembro de 1998 
113 Helenês Cândido PMDB 3 de novembro de 1998 1º de janeiro de 1999 
114 Marconi Perillo PSDB 1º de janeiro de 1999 1º de janeiro de 2003 
— Marconi Perillo PSDB 1º de janeiro de 2003 31 de março de 2006 
115 Alcides Rodrigues PP 31 de março de 2006 1º de janeiro de 2007 
— Alcides Rodrigues PP 1º de janeiro de 2007 1º de janeiro de 2011 
116 Marconi Perillo PSDB 1º de janeiro de 2011 1º de janeiro de 2015 
- Marconi Perillo PSDB 1º de janeiro de 2015 Atualidade 
 
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O coronelismo 
O coronelismo foi uma pratica comum durante os primeiros anos da republica, porem suas raízes são 
mais profundas. 
Desde o início da colonização, a organização do Brasil sempre ocorreu em torno da grande 
propriedade privada, onde seus proprietários também possuíam influencia no poder local. Com as revoltas 
ocorridas no período regencial foi criada a Guarda Nacional, que buscava reformular os quadros do 
exército, com a finalidade de garantir soldados e oficiais leais ao governo imperial. Os grandes 
proprietários rurais receberam no período o título de “Coronel” e tinham a finalidade de recrutar par ao 
exército pessoas que atendessem aos interesses das elites. 
Com vinda da Republica, os coronéis passam a exercer grande influência no cenário político brasileiro. 
A manipulação de resultados de eleições era uma pratica constante. A consolidação da república ocorre 
sob o poder dos grandes proprietários rurais, por isso a república velha até a revolução de 30 (fim da 
república do café com leite e o início da Era Vargas) é conhecida como República Oligárquica (oligos = 
poucos. Os grandes proprietários rurais). Nessa época o Coronelismo ganha força, e os grandes 
fazendeiros impunham seu poder através de seus exércitos particulares de jagunços. O voto era aberto 
e os eleitores que moravam nas grandes fazendas eram forçados a votar no candidato do coronel. Isso 
era chamado voto de cabresto, e a área de influência do coronel curral eleitoral. As eleições eram 
manipuladas e notoriamente corruptas e o poder presidencial era marcado pela alternância política entre 
MG e SP¸ por isso esse momento também ficou conhecido como a República do Café (SP) com Leite 
(MG). 
 
O Brasil do início do século XX 
 
O Brasil do final do século XIX e início do século XX ainda era marcado por enormes diferenças sociais. 
De um lado elites que tinham acesso aos produtos e conhecimentos vindos da Europa, de outro a 
população pobre do país, muitas vezes sem acesso ao mínimo necessário para sobreviver. Além da 
grande diferença social ainda existia uma grande diferença entre a população das cidades e a populaçãorural. O abismo social existente no Brasil gerou diversas revoltas na virada do século, sendo os maiores 
representantes a revolta de Canudos e do Contestado, ocorridas em pontos opostos do Brasil, ambas 
tinham relação com a forma de governo e a forma como a maioria da população enxergava a maneira de 
agir do governo. A Guerra do contestado ocorreu no sul do Brasil, na fronteira entre os estados de Paraná 
e Santa Catarina. A insatisfação da população com o governo também esteve entre os motivos que a 
causaram. 
A formação de Canudos se deu em torno da figura de Antônio Conselheiro, que se tornou líder religioso 
das pessoas que passaram a segui-lo pelo sertão nordestino. O modelo de sociedade pregado por 
Antônio Conselheiro era baseado na igualdade e distribuição comunitária de bens, colheitas e rebanhos. 
Os moradores da vila de Canudos, como ficou conhecido o local, não se submetiam às leis do governo. 
Seu crescimento gerou desconforto entre as elites locais que temiam que o movimento se espalhasse. O 
governo resolveu agir e mandou o exército para acabar com o vilarejo. Apesar da simplicidade das 
pessoas que ali viviam, os moradores do vilarejo foram capazes de resistir por vários meses aos ataques 
do exército, sendo necessária uma grande mobilização de forças para combater os moradores do vilarejo, 
que foram derrotados em 1897. 
Os combates ocorridos em Canudos foram contados pelo Jornalista Euclides da Cunha, em seu livro 
Os Sertões. O livro busca trazer um relato do ocorrido, através do ponto de vista do autor, que possuía 
uma visão de “raça superior”, comum com o pensamento cientifico da época. De acordo com esse 
pensamento, o mestiço brasileiro seria uma raça de características inferiores, que estava destinada ao 
desaparecimento por conta do avanço da civilização. 
Não só Euclides da Cunha pensava da mesma forma. O pensamento racial baseado em teorias 
cientificas foi comum no Brasil da virada do século XX. 
 
As greves durante o período republicano 
 
Durante o período republicano fica evidente o descaso das autoridades governamentais com os 
trabalhadores. O país passava por um momento de industrialização e os trabalhadores começam a se 
organizar. 
3. As oligarquias e o Coronelismo na República Velha 
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Em sua maioria imigrantes europeus que possuíam uma forte influência dos ideais anarquistas e 
comunistas, os primeiros trabalhadores das fabricas brasileiras possuíam um discurso inflamado, 
convocando os colegas a se unirem em associações que resultariam posteriormente na fundação dos 
primeiros sindicatos de trabalhadores. O número de trabalhadores crescia constantemente, 
acompanhando o número de indústrias. Para se ter uma ideia do crescimento industrial no Brasil, no ano 
de 1899 o País contava com aproximadamente 900 fábricas e 54 mil trabalhadores. Quinze anos depois, 
em 1914 haviam mais de 7 mil fabricas e mais de 150 mil operários. A maior parte das industrias do país 
estava concentrado na região Sudeste, em São Paulo e Rio de Janeiro. 
Os líderes dos movimentos operários buscavam melhores condições de trabalho para seus colegas 
como redução de jornada de trabalho e segurança no trabalho. Lutavam contra a manutenção da 
propriedade privada e do chamado “Estado Burguês”. 
Ocorreram entre 1903 e 1906 greves de pouca expressão pelo país, através de movimentos de 
Tecelões, alfaiates, portuários, mineradores, carpinteiros e ferroviários. Em contrapartida, o governo 
brasileiro criou leis para impedir o avanço dos movimentos, como uma lei expulsando os estrangeiros que 
fossem considerados uma ameaça à ordem e segurança nacional. 
A greve mais significativa do período ocorreu em 1917, a Greve Geral em São Paulo, que contou com 
os trabalhadores dos setores alimentício, gráfico, têxtil e ferroviário como mais atuantes. O governo, para 
reprimir o movimento utilizou inclusive forças do Exército e da Marinha. 
A repressão cada vez mais dura do governo, através de leis, decretos e uso de violência acabou 
sufocando os movimentos grevistas, que acabaram servindo de base para a criação no ano de 1922, 
inspirado pelo Partido Bolchevique Russo, do PCB, Partido Comunista Brasileiro. Os sindicatos também 
começam a se organizar no período. 
A insatisfação não existia somente entre os trabalhadores. Após o início da Primeira Guerra Mundial 
vários oficiais jovens de baixa patente, como cadetes, suboficiais e alguns sargentos começam a revoltar-
se. O movimento criado a partir das revoltas desses oficiais ficou conhecido como tenentismo. 
Sua reinvindicações oficiais foram contra a desorganização e o abandono em que se encontrava o 
exército brasileiro. Com o tempo os líderes do movimento chegaram à conclusão de os problemas que 
enfrentavam não estavam apenas no exército, mas também na política. Com a intenção de fazer as 
mudanças acontecerem, os revoltosos pressionaram o governo, que não se prontificou a atendê-los, o 
que gerou movimentos de tentativa de tomada de poder por meio dos militares. 
O Tenentismo pode ser dividido em três fases: 
1ª Fase: na primeira fase do movimento as revoltas estavam restringidas aos quarteis, e não houve a 
participação de grupos da sociedade civil. 
2ª Fase: na segunda fase os revoltosos reúnem-se com oposições estaduais e ampliam seu movimento 
com a participação de políticos civis. Apesar da participação de civis nessa fase, a liderança do movimento 
ainda continuava com os militares 
3ª Fase: na terceira fase do movimento, os tenentistas uniram-se com a oposição em nível nacional 
para preparar a revolução de 1930. Nesse período a liderança do movimento passou para grupos civis 
Durante sua existência o Tenentismo encontrou apoio em diversas partes da sociedade, como as 
oligarquias que discordavam da forma de governo e a classe média, que enxergava os tenentistas como 
heróis nacionais 
Apesar da popularidade o Tenentismo teve limitações. Ele foi apenas um movimento e não um partido 
político; não teve uma liderança organizada ou ideologia definida. A maioria dos militares tenentistas não 
acreditavam na democracia política e julgavam-se salvadores da pátria. Apesar das limitações o 
movimento tenentista contribuiu muito para a derrubada das oligarquias que comandavam o país. 
 
 
 
A situação de Goiás no fim do século XIX e a construção da ferrovia1 
 
No final do século XIX e início do século XX, Goiás estava isolado, posicionado na porção central do 
Brasil e desprovido de meios que possibilitassem maiores relações interestaduais. A implantação de 
redes de transportes, principalmente as ferrovias, foi um elemento fundante para a emergência da 
modernização em Goiás. Os caminhos no período em que foi proclamada a república, em 1889, eram 
 
1 Adaptado de Castilho, Denis 
4. A construção da Estrada de Ferro Goiás e seus impactos na 
dinâmica territorial goiana 
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muito sinuosos. Os longos trechos com relevo irregular eram vencidos por dois meios de transportes: 
pelas tropas e pelo carro de bois. As viagens até Araguari-MG, ponta de linha da Estrada de Ferro 
Mogiana, duravam dias, excluindo a possibilidade de transporte de mercadorias perecíveis e tornando 
impraticável a produção de artigos agrícolas para o mercado. Pela ausência de infraestrutura de 
transportes, os fretes do sertão goiano para o Rio de Janeiro às vezes tinham valores iguais àqueles 
cobrados da Europa ao Brasil. 
Apesar das dificuldades encontradas tanto no campo político e econômico e também pela localização 
de Goiás, os trilhos começaram a ser construídos em direção às terras goianas na primeira década do 
século XX. A Companhia Estrada de Ferro Goiás foi criada em março de 1906 com capital privado e apoio 
do governo federal. A sua construção teve início em 1909 no município de Araguari-MG, e em 1911 o 
primeiro trecho da Estradade Ferro Goiás foi inaugurado. Ele ligava a estação de Araguari, onde os trilhos 
da Mogiana haviam alcançado desde o ano de 1896, à localidade onde viria a ser construída a Estação 
Engenheiro Bethout (inaugurada em 1922), às margens do rio Paranaíba, na divisa de Minas Gerais com 
Goiás. Nesse mesmo ano foi inaugurada, já em solo goiano, a estação de Anhanguera e em 1913 as 
estações de Cumari, Veríssimo, Goiandira, Engenheiro Raul Gonçalves e Ipameri. Em 1914 outras 
estações foram inauguradas nos trechos seguintes da ferrovia, como exemplo de Inajá, Urutaí e 
Roncador. A estação de Roncador foi ponta de linha até 1922, ano em que se inaugurou a estação em 
Pires do Rio após a conclusão da ponte Epitácio Pessoa sobre o rio Corumbá. Durante oito anos as 
intermediações da estação de Roncador foram muito dinamizadas pelas atividades de um porto fluvial, 
que perdeu sua função com a conclusão da ponte. 
A implantação da ferrovia proporcionou a redução dos preços dos fretes e a melhoria do sistema de 
transporte, dinamizando a economia do território, principalmente na área de influência da ferrovia. As 
exportações agrícolas cresciam a partir do excedente de uma agricultura de subsistência. Nesse sentido, 
a ferrovia ampliou as possibilidades de circulação dos excedentes e dinamizou a prática agrícola. Com a 
implantação dos trilhos e a ligação com a região econômica mais dinâmica do Brasil, houve um crescente 
movimento ocupacional da porção sul de Goiás, sobretudo na área de influência da Ferrovia. Em 1900 a 
população de Goiás somava 270.000 habitantes. Em 1908 houve um incremento de apenas 10 mil 
habitantes. Em 1910, um ano após o início da construção da ferrovia, o estado registrou 340.000 
habitantes. Em 1920 houve um crescimento de 66,42 % da população, com registro de 511.818 habitantes 
nesse ano. 
Além de influenciar o crescimento populacional, a ferrovia também favoreceu a posição de sua região 
de influência em relação ao sudeste brasileiro, aumentando a demanda de consumo e consequentemente 
as exportações. Até a década de 1910, a agricultura atendia as necessidades do autoconsumo local. Com 
a chegada dos trilhos, houve incremento na exportação de produtos agrícolas, como fumo, arroz, feijão, 
farinha de mandioca, mamona, caroço de algodão, etc. Em 1916 Goiás exportou 5.967.378 quilos de 
arroz para São Paulo por meio da Estrada de Ferro Goiás. Em 1922 foi registrado o número de 6.338.647 
quilos para o mesmo produto. No caso do café houve um crescimento nas exportações pela ferrovia entre 
os anos 1921 e 1924 de 376,4%, com 417.473 quilos e 1.110.910 quilos em cada ano, respectivamente. 
O crescimento das exportações para a atividade pecuária também foi significativo. Em 1916 foram 
exportadas 7.021 cabeças de bois gordos. Nos dois anos seguintes foram exportados pela estrada de 
ferro 16.642 “vacuns” e 85.598 cabeças de bois, respectivamente. Conforme dados da revista A 
Informação Goyana, a década de 1920 foi um marco no crescimento das exportações de gado, uma vez 
que em 1923 foram exportadas 149.545 cabeças de bois e 10.509 cabeças de vacas, registrando um 
aumento de 53,4%. 
 
 
 
As eleições e a revolução 
 
As eleições foram realizadas no dia 1º de março de 1930 e deram a vitória a Júlio Prestes, que obteve 
1.091.709 votos, contra apenas 742.794 dados a Getúlio. Notoriamente, Getúlio teve quase 100% dos 
votos no Rio Grande do Sul. 
A Aliança Liberal recusou-se a aceitar a validade das eleições, alegando que a vitória de Júlio Prestes 
era decorrente de fraude. Além disso, deputados eleitos em estados onde a Aliança Liberal conseguiu a 
vitória, não obtiveram o reconhecimento dos seus mandatos. A partir daí, iniciou-se uma conspiração, 
com base no Rio Grande do Sul e em Minas Gerais. 
5. A Revolução de 1930 e a transferência da capital para 
Goiânia. 
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A conspiração sofreu um revés em junho com a subversão comunista de Luís Carlos Prestes. Um ex-
membro do movimento tenentista, Prestes tornou-se adepto das ideias de Karl Marx e apoiador do 
comunismo. Isso o levou, depois de um tempo, a tentativa frustrada da intentona comunista pela ANL. 
Logo em seguida, ocorre outro contratempo à conspiração: morre, em acidente aéreo, o tenente Siqueira 
Campos. 
No dia 26 de julho de 1930, João Pessoa foi assassinado por João Dantas em Recife, por questões 
políticas e de ordem pessoal, servindo como estopim para a mobilização armada. João Dantas e seu 
cunhado e cúmplice, Moreira Caldas, foram encontrados degolados em sua cela em outubro de 1930. As 
acusações de fraude e a degola arbitrária de deputados mineiros e de toda a bancada da Paraíba da 
Aliança Liberal, o descontentamento popular devido à crise econômica causada pela grande depressão 
de 1929, o assassinato de João Pessoa e o rompimento da política do café com leite foram os principais 
fatores, (ou pretextos na versão dos partidários de Júlio Prestes), que criaram um clima favorável a uma 
revolução. 
Getúlio tentou várias vezes a conciliação com o governo de Washington Luís e só se decidiu pela 
revolução quando já se aproximava a posse de Júlio Prestes que se daria em 15 de novembro. A 
revolução de 1930 iniciou-se, finalmente, no Rio Grande do Sul em 3 de outubro, às 17 horas e 25 minutos. 
Osvaldo Aranha telegrafou a Juarez Távora comunicando início da Revolução. Ela rapidamente se 
alastrou por todo o país. Oito governos estaduais no Nordeste foram depostos pelos tenentes. 
No dia 10, Getúlio Vargas lançou o manifesto O Rio Grande de pé pelo Brasil e partiu, por ferrovia, 
rumo ao Rio de Janeiro, capital nacional à época. Esperava-se que ocorresse uma grande batalha em 
Itararé (na divisa com o Paraná), onde as tropas do governo federal estavam acampadas para deter o 
avanço das forças revolucionárias, lideradas militarmente pelo coronel Góis Monteiro. Entretanto, em 12 
e 13 de outubro ocorreu o Combate de Quatiguá, que pode ter sido o maior combate desta Revolução, 
mesmo tendo sido muito pouco estudado. Quatiguá localiza-se a direita de Jaguariaíva, próxima a divisa 
entre São Paulo e Paraná. A batalha não ocorreu em Itararé, já que os generais Tasso Fragoso e Mena 
Barreto e o Almirante Isaías de Noronha depuseram Washington Luís, em 24 de outubro e formaram uma 
junta de governo. 
Jornais que apoiavam o governo deposto foram empastelados; Júlio Prestes, Washington Luís e vários 
outros próceres da República Velha foram exilados. 
Washington Luís havia apostado na divisão dos mineiros não acreditando em nenhum momento que 
Minas Gerais faria uma revolução, não se prevenindo, nem tomando medidas antirrevolucionárias, sendo 
derrubado em poucos dias de combate. 
 
Uma república nova 
 
Às 3 horas da tarde de 8 de novembro de 1930, a junta militar passou o poder, no Palácio do Catete, 
a Getúlio Vargas, encerrando a chamada República Velha, derrubando todas as oligarquias estaduais 
exceto a mineira e a gaúcha. Na mesma hora, no centro do Rio de Janeiro, os soldados gaúchos 
cumpriam a promessa de amarrar os cavalos no obelisco da Avenida Rio Branco, marcando 
simbolicamente o triunfo da Revolução de 1930. 
Getúlio tornou-se chefe do Governo Provisório com amplos poderes. A constituição de 1891 foi 
revogada e Getúlio passou a governar por decretos. Getúlio nomeou interventores para todos os 
Governos Estaduais, com exceção de Minas Gerais. Esses interventores eram na maioria tenentes que 
participaram da Revolução de 1930. Por sua vez, o presidente eleito e não empossado Júlio Prestes 
criticou duramente a Revolução de 1930 quando, em 1931, exilado em Portugal, afirmou: O que não 
compreendem é que uma nação, como o Brasil, após mais de um século de vida constitucional e 
liberalismo, retrogradasse para uma ditadura sem freios e sem limites como essa que nos degrada e 
enxovalha perante o mundo civilizado. 
Um dos maiores erros da revolução de 1930 foi entregar os estados à administração de tenentes 
inexperientes, umdos motivos da revolução de 1932. O despreparo dos tenentes para governar foi 
denunciado, logo no início de 1932, por um dos principais tenentes, o tenente João Cabanas, que havia 
participado da revolução de 1924, e que usou como exemplo o tenente João Alberto Lins de Barros que 
governou São Paulo. João Cabanas, em fevereiro de 1932, no seu livro "Fariseus da Revolução", criticou 
especialmente o descalabro que foram as administrações dos tenentes nos estados, chamando a atenção 
para a grave situação paulista pouco antes de eclodir a Revolução de 1932: 
João Alberto serve como exemplo: Se, como militar, merece respeito, como homem público não faz 
jus ao menor elogio. Colocado, por inexplicáveis manobras e por circunstâncias ainda não esclarecidas, 
na chefia do mais importante estado do Brasil, revelou-se de uma extraordinária, de uma admirável 
incompetência, criando, em um só ano de governo, um dos mais trágicos confucionismos de que há 
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memória na vida política do Brasil, dando também origem a um grave impasse econômico (déficit de 
100.000 contos), e a mais profunda impopularidade contra a "Revolução de Outubro" e ter provocado no 
povo paulista, um estado de alma equívoco e perigoso. Nossa história não registra outro período de 
fracasso tão completo como o do "Tenentismo inexperiente”. 
 
Consequências 
 
Os efeitos da Revolução demoram a aparecer. A nova Constituição só é aprovada em 1934, chamada 
Constituição de 1934, depois de forte pressão social, como a Revolução Constitucionalista de 1932. Mas 
a estrutura do Estado brasileiro modifica-se profundamente depois de 1930, tornando-se mais ajustada 
às necessidades econômicas e sociais do país. 
Getúlio não gostou desta constituição, e, três anos e meio depois, decreta uma nova constituição, a 
Constituição de 1937. E assim se posicionou em relação à Constituição de 1934, no 10º aniversário da 
revolução de 1930, em discurso de 11 de novembro de 1940. 
Uma constitucionalização apressada, fora de tempo, apresentada como panaceia de todos os males, 
traduziu-se numa organização política feita ao sabor de influências pessoais e partidarismo faccioso, 
divorciada das realidades existentes. Repetia os erros da Constituição de 1891 e agravava-os com 
dispositivos de pura invenção jurídica, alguns retrógrados e outros acenando a ideologias exóticas. Os 
acontecimentos incumbiram-se de atestar-lhe a precoce inadaptação. 
A partir da constituição de 1937, o regime centralizador, por vezes autoritário do getulismo, ou Era 
Vargas, estimula a expansão das atividades urbanas e desloca o eixo produtivo da agricultura para a 
indústria, estabelecendo as bases da moderna economia brasileira. O balanço da revolução de 1930 e 
de seus 15 anos de governo, por Getúlio, foi feito, no Dia do Trabalho de 1945, em um discurso feito no 
Rio de Janeiro, no qual disse que a qualquer observador de bom senso não escapa a evidência do 
progresso que alcançamos no curto prazo de 15 anos. Éramos, antes de 1930, um país fraco, dividido, 
ameaçado na sua unidade, retardado cultural e economicamente, e somos hoje uma nação forte e 
respeitada, desfrutando de crédito e tratada de igual para igual no concerto das potências mundiais. 
 
A composição do Governo Provisório 
 
Depois de criar um Tribunal Especial - cuja ação foi nula - com o objetivo de julgar "os crimes do 
governo deposto", o novo governo organizou um ministério que, pela composição, nos mostra o quanto 
Getúlio estava compromissado com os grupos que lhe apoiaram na Revolução: 
- general Leite de Castro - ministro do Exército; 
- almirante Isaías Noronha - ministro da Marinha; 
- Afrânio de Melo Franco (mineiro) - ministro do Exterior; 
- Osvaldo Aranha (gaúcho) - ministro da Justiça; 
- José Américo de Almeida (paraibano) - ministro da Viação; 
- José Maria Whitaker (paulista) - ministro da Fazenda; 
- Assis Brasil (gaúcho) - ministro da Agricultura. 
Dentro ainda da ideia de compromisso, foram criados dois novos ministérios: 
- Educação e Saúde Pública - o mineiro Francisco Campos; 
- Trabalho, Indústria e Comércio - o gaúcho Lindolfo Collor. 
Para Juarez Távora, pela sua admirável participação revolucionária e pelo seu prestígio como homem 
de ação, foi criada a Delegacia Regional do Norte. Pela chefia política dos estados brasileiros do Espírito 
Santo ao Amazonas, Juarez Távora foi chamado de O Vice-Rei do Norte. 
 
A política cafeeira da Era Vargas 
 
O capitalismo passava por uma de suas violentas crises de superprodução. Essas crises cíclicas do 
capitalismo eram o resultado da ausência de uma planificação, o que produzia a anarquia da produção 
social. 
As nações industriais com problemas de superprodução acirravam o imperialismo, superexplorando 
as nações agrárias, restringindo os créditos e adotando uma política protecionista, sobretaxando as 
importações. 
Neste contexto o café conheceu uma nova e violenta crise de superprodução, de mercados e de 
preços, que caíram de 4 para 1 libra nos primeiros anos da década de 30. 
Como o café era à base da economia nacional, a crise poderia provocar sérios problemas para outros 
setores econômicos, tais como a indústria e o comércio, o que seria desastroso. 
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Era preciso salvar o Brasil dos efeitos da crise mundial de 1929. Era necessário evitar o colapso 
econômico do País. Para evitá-lo, o governo instituiu uma nova política cafeeira, visando o equilíbrio entre 
a oferta e a procura, a elevação dos preços e a contenção dos excessos de produção, pois a produção 
cafeeira do Brasil era superior à mundial. 
Para aplicar esta política, Vargas criou, em 1931, o CNC (Conselho Nacional do Café), que foi 
substituído em 1933 pelo DNC (Departamento Nacional do Café). Dentro desta nova política tornou-se 
fundamental destruir os milhares de sacas de café que estavam estocadas. O então ministro da Fazenda, 
Osvaldo Aranha, através de emissões e impostos sobre a exportação, iniciou a destruição do excedente 
do café através do fogo e da água, 
De 1931 a 1944, foram queimadas ou jogadas ao mar, aproximadamente, 80 milhões de sacas. 
Proibiram-se novas plantações por um prazo de três anos e reduziram-se as despesas de produção 
através da redução dos salários e dos débitos dos fazendeiros em 50%. 
Por ter perdido o poder político e pelo fato de ter de se submeter às decisões econômicas do governo 
federal, as oligarquias cafeeiras se opuseram à política agrária da Era Vargas. 
 
Liberalismo e centralismo 
 
Saber quem perdeu a Revolução de 1930 é fácil, o difícil é saber quem ganhou, devido à extrema 
heterogeneidade da frente revolucionária. 
De um lado estavam os tenentes que ocupavam um destacado papel no governo, eram favoráveis a 
mudanças e, por isso, achavam desnecessárias as eleições, que para eles só trariam de volta as 
oligarquias tradicionais. 
Do outro lado, os constitucionais liberais defendiam as eleições urgentes. Vargas manobrava 
inteligentemente os dois grupos. Ora fazendo concessões aos tenentes, permitindo-lhes uma influência 
político, como João Alberto, nomeado interventor em São Paulo, ora acenando com eleições, como a 
publicação do Código Eleitoral de fevereiro de 1932 e o decreto de 15 de março, que marcava para 3 de 
maio de 1933 as eleições pata uma Assembleia Constituinte. 
 
Revolução constitucionalista de 1932 
 
Movimento ocorrido em São Paulo ligado à demora de Getúlio Vargas para reconstitucionalizar o país, 
a nomeação de um interventor pernambucano para o governo do Estado (João Alberto). Mesmo sua 
substituição por Pedro de Toledo não diminuiu o movimento. O movimento teve também como fator a 
tentativa da oligarquia cafeeira retomar o poder político. O movimento contou com apoio das camadas 
médias urbanas. Formou-se a Frente Única Paulista, exigindo a nomeação de um interventor paulista e 
a reconstitucionalização imediata do país. 
Emmaio de 1932 houve uma manifestação contra Getúlio que resultou na morte de quatro 
manifestantes: Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo. Iniciou-se a radicalização do movimento, sendo 
que o MMDC passou a ser o símbolo deste momento marcado pela luta armada. Após três meses de 
combates as forças leais a Vargas forçaram os paulistas à rendição. Procurando manter o apoio dos 
paulistas, Getúlio Vargas acelerou o processo de redemocratização realizando eleições para uma 
Assembleia Constituinte que deveria elaborar uma nova constituição para o Brasil. 
 
A constituição de 1934. 
Promulgada em 16 de novembro de 1934 apresentando os seguintes aspectos: 
- A manutenção da República com princípios federativos; 
- Existência de três poderes independentes entre si: Executivo, Legislativo e Judiciário; 
- Estabelecimento de eleições diretas para o Executivo e Legislativo; 
- As mulheres adquirem o direito ao voto; 
- Representação classista no Congresso (elementos eleitos pelos sindicatos); 
- Criado o Tribunal do Trabalho; 
- Legislação trabalhista e liberdade de organização sindical; 
- Estabelecimento de monopólio estatal sobre algumas atividades industriais; 
- Possibilidade da nacionalização de empresas estrangeiras; 
- Instituído o mandato de segurança, instrumento jurídico dos direitos do cidadão perante o Estado. A 
Constituição de 1934 foi inspirada na Constituição de Weimar preservando o liberalismo e mantendo o 
domínio dos proprietários visto que a mesma não toca no problema da terra. 
 
 
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Governo Constitucional (1934/1937). 
Período marcado pelos reflexos da crise mundial de 1929: 
- crise econômica, 
- desemprego, 
- inflação e 
- carestia. 
Neste contexto desenvolvem-se, na Europa, os regimes totalitários (nazismo e fascismo) – que se 
opunham ao socialismo e ao liberalismo econômico. A ideologia nazifascista chegou ao Brasil, servindo 
de inspiração para a fundação da Ação Integralista Brasileira (AIB), liderada pelo jornalista Plínio Salgado. 
Movimento de extrema direita, anticomunista, que tinha como lema "Deus, pátria, família”. Defendia a 
implantação deum Estado totalitário e corporativo. A milícia da AIB era composta pelos “camisas verdes”, 
que usavam de violência contra seus adversários. Os integralistas receberam apoio da alta burguesia, do 
clero, da cúpula militar e das camadas médias urbanas. 
Por outro lado, o agravamento das condições de vida da classe trabalhadora possibilitou a formação 
de um movimento de caráter progressista, contando com o apoio de liberais, socialista, comunistas, 
tenentes radicais e dos sindicatos – trata-se da Aliança Nacional Libertadora (ANL). Luís Carlos Prestes, 
filiado ao Partido Comunista Brasileiro foi eleito presidente de honra. A ANL reivindicava a suspensão do 
pagamento da dívida externa, a nacionalização das empresas estrangeiras e a realização da reforma 
agrária. Colocava-se contra o totalitarismo e defendia a democracia e um governo popular. 
A adesão popular foi muito grande, tornando a ANL uma ameaça ao capital estrangeiro e aos 
interesses oligárquicos. Procurando conter o avanço da frente progressista o governo federal - por meio 
da aprovação da Lei de Segurança Nacional – decretou o fechamento dos núcleos da ANL. A reação, por 
parte dos filiados e simpatizantes, foi violenta e imediata. Movimentos eclodiram no Rio de Janeiro, Recife, 
Olinda e Natal – episódio conhecido como Intentona Comunista. 
 
Goiânia é um dos símbolos da Revolução de 1930, considerada como “filha” dessa revolução feita 
por Getúlio Vargas. Goiânia nasceu das necessidades de descentralização do poder local em Goiás, 
concentrado em mãos de famílias oligárquicas, como Caiado, Jardim e Bulhões. 
A necessidade de transferência da capital não era recente, o primeiro governador da província de 
Goiás, Conde dos Arcos, já havia sugerido na década de 1750, que o rei de Portugal fizesse a 
transferência da capital para o município de Meia Ponte – atual cidade de Pirenópolis. 
Somente com a ruptura política da revolução de 1930 foi possível transferência da capital. Como o 
objetivo de Getúlio era centralizar o poder na nova república, o enfraquecimento das oligarquias locais 
era terminantemente necessário. Construir uma nova capital no estado de Goiás simbolizava a nova 
política que se erguia, ao passo que tornava evidente a descentralização do poder local. 
Mesmo com a resistência dos antigos grupos oligárquicos que dominavam a vida política goiana, o 
grupo de Pedro Ludovico acabou confirmando o projeto da mudança da capital em 1933. O município 
começou a ter suas atividades executadas em novembro de 1935 e, no mês seguinte, o interventor Pedro 
Ludovico enviou o decreto que estabeleceu a transferência da Casa Militar, da Secretaria Geral e da 
Secretaria do Governo para a cidade de Goiânia. Nos meses posteriores, outras secretarias foram 
transferidas e essas ações reafirmavam ainda mais a mudança da capital. No dia 23 de março de 1937, 
o decreto de número 1816 oficializava definitivamente a transferência da capital da Cidade de Goiás para 
Goiânia. 
O evento oficial que sacramentou a transferência da capital aconteceu somente no dia 5 de julho de 
1942. O evento aconteceu no Cine-Teatro Goiânia, um dos mais importantes patrimônios arquitetônicos 
gerados com a construção da nova capital. Ministros, autoridades e representantes da presidência da 
República marcaram presença no evento. 
 
 
 
Na década de 1930, a implantação de uma capital moderna em pleno sertão do Brasil central poderia 
soar como uma loucura, mas para o governo federal constituído o significado era estratégico, pois 
apontava para a direção da fronteira a ser explorada, buscando promover o povoamento, o 
desenvolvimento econômico e a modernização sociocultural da região Centro-Oeste. Dentro desse 
contexto, Getúlio Vargas apoiou o projeto de transferência da capital goiana apresentado por Pedro 
Ludovico. 
6. O planejamento e a construção de Goiânia 
1155683 E-book gerado especialmente para MARIA GABRIELA FERREIRA
 
. 14 
O plano de Goiânia foi confiado por Pedro Ludovico Teixeira, à Attilio Corrêa Lima. Attilio Corrêa Lima 
nasceu em Roma, em 08 de Abril de 1901. Seu pai foi professor da Escola Nacional de Belas Artes do 
Rio de Janeiro, mesma escola que Corrêa Lima se matriculou como aluno livre em sua adolescência. Em 
1920, ingressou no curso de arquitetura, diplomando-se engenheiro-arquiteto em 1925. 
A primeira ação de Corrêa Lima foi modificar ligeiramente a localização da cidade em relação ao que 
havia sido estabelecido pela comissão designada. 
Na concepção urbanística de Attilio Corrêa Lima para Goiânia, o elemento urbano mais importante era 
a praça central, foco privilegiado das perspectivas engendradas pelas principais vias traçadas: avenidas 
Goiás, Tocantins e Araguaia. Lima considerava que uma capital necessitava da imponência monumental 
e, para tanto, lançou mão, na nova cidade, do expediente formal do pâte d’oie nascendo em frente ao 
palácio do governo estadual. Lima afiançava que: “guardando as devidas proporções, o efeito 
monumental procurado é o do princípio clássico adotado em Versalhes, Karlsruhe e Washington”2. O 
arquiteto deixou de participar das obras de construção da cidade em 1935, quando assumiu o engenheiro 
Armando Augusto de Godói. 
Armando Augusto de Godói, nasceu em 3 de abril de 1876 em Volta Grande, Minas Gerais. Foi 
professor no Colégio Militar, autor de vários artigos nas principais revistas e jornais do país e funcionário 
público na área de engenharia e urbanismo. 
Convidado pela empresa Coimbra Bueno e Cia., responsável pela construção da cidade, Armando vai 
até Goiás para substituir Atílio, que rompera o contrato com o Estado. Armando dá continuidade ao projeto 
iniciado por Atílio que implantara parte do plano da cidade, baseado no modelo francês de urbanismo. 
Mas Godói, fascinado pelas cidades-jardim de Howard, resolveadaptar o projeto de Goiânia, já 
parcialmente implantado, ao sistema inglês de cidade. 
 
O traçado da cidade-jardim e Goiânia3 
 
O traçado do modelo inglês se caracteriza pela forma como o sistema viário foi concebido e pela 
topografia do terreno. Outro item importante foi o zoneamento, diferente das cidades francesas, com a 
divisão social do espaço. O sistema viário das cidades-jardim é o item mais criativo desse modelo. A 
dimensão das vias deveria obedecer a uma hierarquia segundo a intensidade e a direção do tráfego. 
Godói projetou Goiânia dentro de uma área e para uma população limitadas para sempre. A cidade teria 
uma faixa de áreas verdes ao seu redor, separando a área rural da área urbana. E quanto à população 
excedente, foram previstas cidades-satélites para abrigá-la. 
Goiânia teria inicialmente 15 mil habitantes e seu projeto foi concebido para no máximo 50 mil 
habitantes. Goiânia contava com os seguintes setores: Central – zona comercial, residencial e centro 
administrativo; Norte – zona comercial, residencial popular, zona industrial e estrada de ferro; Sul – zona 
residencial e comércio local; Oeste – zona residencial e comércio local. O Setor Oeste não foi desenhado 
por Godói, pois foi reservado para quando o Setor Sul estivesse ocupado e o Setor Leste não foi incluído 
no plano. O Setor Sul desenhado por Atílio foi todo reformulado por Godói, recebendo o traçado das 
cidades-jardim. Esse bairro seria essencialmente residencial, mas com serviços para atendimento local. 
Atualmente a cidade de Goiânia possui uma população aproximada de 1.300.000 habitantes. 
 
 
 
As transformações ocorridas a partir das décadas de 1930 e 1940 no Brasil, abriram as portas para 
um processo de interiorização do território nacional com forte teor político: ocupar os espaços “vazios” do 
oeste, que era uma forma de garantir a presença e a autoridade dos agentes oficiais do Estado, que por 
meio do Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), difundiu o discurso da Marcha para o Oeste, 
até sua materialização por meio das Colônias Agrícolas Nacionais (CAN). 
 
A Colônia Agrícola Nacional de Goiás - CANG4 
 
Na década de 1940, oito Colônias Agrícolas Nacionais foram instituídas pelo Estado, sendo a Colônia 
Agrícola Nacional de Goiás a primeira. No Decreto Federal nº 6.882, de 19 de fevereiro de 1941, “fica 
 
2 Adaptado de Patrick Viana 
3 Adaptado de Daher, Tania. 
4 Adaptado de Mello, Marcelo 
7. A criação da Colônia Agrícola Nacional de Goiás. 
1155683 E-book gerado especialmente para MARIA GABRIELA FERREIRA
 
. 15 
criada a Colônia Agrícola Nacional de Goiás, no Município de Goiás, Estado de Goiás, em terras doadas 
à União pelo Governo do mesmo Estado, pelo Decreto-Lei Estadual nº 3.704, de 4 de novembro de 1940” 
Para definir o local no qual a CANG seria instalada, constitui-se uma comissão composta por Oliveira 
Marques, Eduardo Cláudio, Luiz Honório Ferreira e Luiz Caiado de Godoy; além do Engenheiro Bernardo 
Sayão, nomeado por Getúlio Vargas para ser o administrador da Colônia. 
O Decreto Federal nº 6.882, em seu parágrafo único, demarca as terras da CANG, estabelecendo 
como limites: o rio das Almas, o rio São Patrício, o rio Carretão, o divisor de águas dos rios Areias e Ponte 
Alta, o rio Verde até a confluência com o rio das Almas. 
As glebas localizadas na parte oriental foram ocupadas pelos colonos recém-chegados, pois o acesso 
era facilitado pela estrada que ligava Anápolis à Colônia. Esta estrada, foi concluída em 30 de março de 
1944, tornando-se o eixo de escoamento da produção. A ligação estabelecida entre a cidade de Anápolis 
e a Colônia viabilizou a conexão com Colônia Agrícola. Esta conexão abriu os caminhos imprescindíveis 
para integrar o território “colonizado” à dinâmica capitalista sediada na Região Concentrada. 
Segundo Waibel (1958), grande parte dos desbravadores que chegaram à fronteira em expansão – 
cerca de 60% – era oriunda de Minas Gerais, chegando de trem até Anápolis. Faissol (1952) ressalta que 
Anápolis assumiu, no território goiano, a cabeça deste movimento. 
O art. 13º do Decreto Federal nº 3.059, que legitima a criação das Colônias Agrícolas Nacionais, indica 
uma preocupação com a saúde e prevê assistência médica, farmacêutica e serviços de enfermagem. 
Como marca tangível desta preocupação ocorreu a construção de um hospital na Colônia, para cuidar 
das enfermidades dos colonos. Neste contexto, surgiu uma embrionária estrutura médico-hospitalar na 
sede da Colônia. 
O Hospital da Colônia, após o processo de emancipação do município, em 04 de Setembro de 1953, 
passou a ser administrado pela Igreja Católica/Diocese de Goiás, cujo nome passou a ser “Hospital São 
Pio X”. 
O objetivo fundamental da CANG era colonizar a área, tornando-a uma região de agricultura moderna 
em relação aos modelos agrícolas existentes. Os colonos desbravaram a área doada e iniciaram o cultivo 
de gêneros agrícolas. Dentre os principais destacaram-se os apresentados na tabela abaixo: 
 
 
 
 
 
A Revolução Verde foi o processo de modernização agrícola ocorrido no final da década de 1940. 
Ela surgiu com o propósito de aumentar a produção agrícola através do desenvolvimento de pesquisas 
em sementes, fertilização do solo e utilização de máquinas no campo que aumentassem a produtividade. 
Esse aumento da produtividade foi alcançado através do desenvolvimento de sementes adequadas 
para tipos específicos de solos e climas, adaptação do solo para o plantio e desenvolvimento de 
máquinas. 
As sementes modificadas e desenvolvidas nos laboratórios possuem alta resistência a diferentes tipos de 
pragas e doenças, seu plantio, aliado à utilização de agrotóxicos, fertilizantes, implementos agrícolas e 
máquinas, aumenta significativamente a produção agrícola. 
 
 
 
 
8. A revolução verde em Goiás 
1155683 E-book gerado especialmente para MARIA GABRIELA FERREIRA
 
. 16 
A Revolução Verde em Goiás5 
 
O desenvolvimento das técnicas agrícolas, feita através de políticas públicas de incentivos fiscais, 
gerou intensas modificações no campo após a década de 1960. O Estado de Goiás foi uma das regiões 
que mais sofreu alterações em sua base agrícola. 
O desenvolvimento de Goiás, nos últimos anos, é expressivo, principalmente da região Sudoeste, que 
tem o seu principal setor de crescimento na agricultura. O desenvolvimento do Estado de Goiás deve ser 
analisado juntamente com o processo de crescimento da Região Centro-Oeste, que até as décadas de 
1950 e 1960 era vista como “celeiro” na qual sua função era produzir matérias-primas e produtos de 
necessidade básica para o restante do país. 
A partir da década de 1960, através da Revolução Verde e com o novo pacote tecnológico, que 
agricultura brasileira vinha consolidando em função do novo alcance das fronteiras agrícolas e pela 
utilização de novas tecnologias como maquinário, fertilizantes e defensivos, é que a Região Centro-Oeste 
inicia seu processo de crescimento através das políticas públicas, tendo o Estado como importante 
definidor de fundos necessários para sua execução. Esse crescimento fez com que a Região Centro-
Oeste deixasse de ser uma região tipicamente de fronteira para se tornar uma área de produção 
agroindustrial e se integrar na nova dinâmica econômica do país. 
O recente desenvolvimento do Estado de Goiás deve ser compreendido dentro do próprio processo 
de crescimento da região Centro–Oeste, que desde a década de 60 sofreu uma forte e acelerada 
mudança em sua base produtiva. Para gerar o desenvolvimento, a presença do Estado mostrou-se 
fundamental como provedor das políticas públicas e dos fundos necessários para a sua execução, através 
do Plano de Desenvolvimento Econômico e Social do Centro-Oeste (PLADESCO), Programa de 
Desenvolvimento do Cerrado (POLOCENTRO), Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste 
(FCO) e outros programas. 
O processo de desenvolvimento agrícola, como visto anteriormente,tem início no governo de Getúlio 
Vargas, preocupado com a expansão da fronteira agrícola e exploração territorial, e vendo na região 
Centro-Oeste a possibilidade para sustentar o desenvolvimento das regiões Sul e Sudeste. Mais tarde 
esse período pode ser analisado como a “Marcha para o Oeste”, onde o Estado de Goiás mais 
especificamente, seria o estado fornecedor de alimentos e matéria-prima para o restando das regiões 
mais industrializadas do país. 
A construção de Brasília juntamente com a transferência da capital federal e a criação da 
Superintendência de Desenvolvimento do Centro-Oeste (SUDECO), geraram a necessidade de 
investimentos em infraestrutura, criando novos empregos e oportunidades de investimentos privados na 
região. Assim, foram implementadas diversas políticas públicas de desenvolvimento regional, com 
destaque para o incentivo à expansão da fronteira agrícola. Com a incorporação das áreas de cerrado na 
expansão da fronteira agrícola, e com o novo padrão tecnológico da Revolução Verde, culturas que até 
então não eram comuns na região, como é o caso da soja, foram introduzidas substituindo o antigo padrão 
praticado nas áreas de cerrado: pecuária extensiva e produção de alimentos básicos. 
Segundo os dados do Censo Agropecuário do IBGE (2000), a maior parte da produção de grãos e as 
atividades pecuárias altamente modernizadas, estão concentradas no Estado de Goiás, que é o quarto 
produtor de grãos entre os Estados brasileiros, com uma produção de 9,2 milhões de toneladas, 
contribuindo com 8,98% na produção nacional. O Estado possui também o terceiro maior rebanho de 
bovinos de corte do país. 
A partir da década de 1960 a região fez a opção pela agricultura comercial que se consolidou a partir 
de 1970, com infraestrutura, estradas e meios de transporte mais adequados, além do crédito agrícola 
subsidiado, o suporte armazenador, e a organização política e econômica do produtor rural. 
Nos anos 70, a região definiu-se como importante área de expansão da agropecuária nacional, com 
um acelerado processo de expansão da área cultivada, incorporação de novas tecnologias e 
diversificação de culturas. A estrutura de produção existente foi drasticamente afetada, gerando a redução 
da participação relativa das tradicionais culturas, principalmente arroz e feijão, e aumento da importância 
de culturas voltadas à exportação, geração de energia e utilização como matéria-prima das 
agroindústrias. 
O caso da soja é, no entanto, o mais ilustrativo da acelerada expansão da agricultura da região. De 
uma posição praticamente insignificante nos anos 70, a produção da região chega a representar 60% do 
total produzido no Sul-Sudeste em 1988. Em 1991, a região representou cerca de 44% da produção 
nacional, de acordo com os dados do IBGE (2000). Segundo Helfand e Rezende (1998), a importância 
relativa do crescimento da produção de soja do Centro-Oeste, não se deveu apenas ao aumento absoluto, 
 
5 Adaptado de Silva, Antenor 
1155683 E-book gerado especialmente para MARIA GABRIELA FERREIRA
 
. 17 
da ordem de 258% no período 1980/86, mas também à queda, em termos absolutos, ocorrida no Sul-
Sudeste. A expansão da produção no Centro-Oeste se inscreveu, portanto, em um movimento de 
“redistribuição regional da produção de soja no Brasil”. A produção de milho e de soja cresceu em um 
ritmo muito mais intenso no Centro-Oeste, comparado com o restante do país. A taxa geométrica de 
crescimento desses produtos, entre 1980 e 1989, na região foi, em média, 9,41% e 16,54% ao ano 
respectivamente; enquanto que para o conjunto do país a média é de 2,7% e 4,7% respectivamente. 
Assim desde o início da ocupação, a agricultura foi, e ainda é, a base econômica da região, e vem 
apresentando algumas fortes características. Uma primeira é, a constante queda do emprego agrícola, 
devido principalmente, à incorporação tecnológica em culturas que demandam mão-de–obra, como a 
cana de açúcar, tomate, algodão, feijão; ao aumento da área de culturas mecanizadas, que vem 
dispensando mão-de-obra assalariada (soja, algodão, cana-de-açúcar) e a intensa “pecuarização” da 
região. 
 
 
 
01. (UEG-Assistente de Gestão Administrativa – Geral-FUNIVERSA/2015) O primeiro núcleo 
urbano oficialmente reconhecido a oeste da linha de demarcação do Tratado de Tordesilhas corresponde, 
hoje, à cidade de 
(A) Pirenópolis. 
(B) Jaraguá. 
(C) Corumbá de Goiás. 
(D) Goiás. 
(E) Abadiânia. 
 
02. O descobridor de Goiás foi Anhanguera. Isto não significa que ele fosse o primeiro a chegar a 
Goiás, mas sim que ele foi o primeiro a vir para Goiás com a intenção de se fixar aqui no período de 1690 
a 1718. Anhanguera foi o apelido dado a quem? 
 
(A) João Leite da Silva Ortiz. 
(B) João de Abreu. 
(C) Francisco Pires Ribeirão. 
(D) Bartolomeu Bueno da Silva. 
 
03. De acordo com a divisão regional do IBGE, Goiás situa-se na região: 
(A) Centro Oeste. 
(B) Nordeste. 
(C) Sudeste. 
(D) Norte. 
(E) Sul. 
 
04. “Em novembro de 1930, o líder civil de um movimento armado de oposição, Getúlio Vargas, tornou-
se presidente do Brasil em caráter provisório”. (SKIDMORE, Thomas. Brasil: de Getúlio a Castelo. Ed. 
Paz e Terra. RJ, p. 21) 
 
A Revolução de 1930 mudou inteiramente o processo histórico brasileiro, fazendo ruir as estruturas da 
chamada “República Velha” ou “Primeira República” no país e deu início a uma nova etapa histórica para 
o estado de Goiás, na medida em que: 
(A) novas classes políticas assumiram o comando do estado, com novas prioridades, como a 
higienização e o progresso, alinhadas com a política desenvolvimentista nacional; 
(B) a oligarquia goiana se manteve no poder estadual, porém implementou um modelo 
desenvolvimentista com o objetivo de inserir o estado de Goiás no mercado internacional; 
(C) após a Revolução de 30, a economia goiana sofreu importantes mudanças, sendo a base agrária 
gradativamente substituída pelo processo de industrialização; 
(D) a nova elite política goiana, na perspectiva de modernizar o estado a partir de 1930, realizou 
investimentos prioritários nos municípios menores; 
(E) a aliança entre a burguesia e a elite rural goiana foi refletida na priorização dos investimentos em 
educação para qualificação de mão de obra no pós-1930. 
Questões 
1155683 E-book gerado especialmente para MARIA GABRIELA FERREIRA
 
. 18 
05. O Regime Militar brasileiro (1964/1985) produziu em Goiás uma modernização conservadora que 
se evidencia na: 
(A) formação de diversos polos industriais em todo o Estado, através de investimentos do governo de 
Irapuan Costa Jr., entre 1975 e 1978; 
(B) expansão do sistema agrícola moderno na região, favorecido com a criação da EMGOPA (Empresa 
Goiana de Pesquisa Agropecuária); 
(C) modernização dos sindicatos rurais, estimulados pelo governo na administração de Meira Matos, 
entre 1964 e 1965; 
(D) realização de uma reforma agrária com vistas à expansão da pequenas propriedades durante a 
administração de Otávio Lage (1966/1970); 
(E) predominância da base agrária de subsistência voltada para o mercado interno, sem investimentos 
do governo de Irapuan Costa Jr. (1975/1978). 
 
Respostas 
 
01.Resposta: D 
A cidade de Goiás é testemunha da ocupação e da colonização do Brasil Central nos séculos XVIII e 
XIX. As origens da cidade estão intimamente ligadas à história das bandeiras que partiram principalmente 
de São Paulo para explorar o interior do território brasileiro. Foi o primeiro núcleo urbano oficialmente 
reconhecido ao oeste da linha de demarcação do Tratado de Tordesilhas, que definiu originalmente as 
fronteiras da colônia portuguesa. 
 
02.Resposta: D 
Em 1725, Bartolomeu Bueno da Silva conseguiu encontrar ouro no rio Vermelho, próximo à antiga 
capital de Goiás. Voltou à região no ano seguinte, quando, na qualidade de capitão-mor regente das 
minas, fundou o arraial de Santana, elevado em 1739 à categoria de vila como Vila Boa de Goiás, 
atualmente cidade de Goiás,conhecida como Goiás Velho. Além do referido cargo, Dom João 5º 
concedeu-lhe sesmarias e a cobrança de direitos sobre a passagem de rios que conduziam às minas 
goianas. 
 
03.Resposta: A 
A região Centro-Oeste é uma das cinco regiões brasileiras estabelecidas pela divisão territorial 
promovida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), sendo composta por Goiás, Mato 
Grosso, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal. Apesar de contar com apenas três estados e o DF, a 
região é a segunda maior em extensão territorial, atrás apenas da região Norte. 
 
04.Resposta: A 
Com a revolução de 30, que colocou Getúlio Vargas na Presidência da República do Brasil, foram 
registradas mudanças no campo político. Destituídos os governantes, Getúlio Vargas colocou em cada 
estado um governo provisório composto por três membros. Em Goiás, um deles foi o Dr. Pedro Ludovico 
Teixeira, que, dias depois, foi nomeado interventor. 
 
05.Resposta: B 
O desenvolvimento das técnicas agrícolas, feita através de políticas públicas de incentivos fiscais, 
gerou intensas modificações no campo após a década de 1960. O Estado de Goiás foi uma das regiões 
que mais sofreu alterações em sua base agrícola. 
 
 
 
Localizado na região centro-oeste do brasil, o estado de Goiás encontra-se na posição de estado mais 
populoso de sua localização. Com uma área de aproximadamente 340.086.000 km2 e dividido em 246 
municípios, seu território faz divisa com os estados de Tocantins ao norte, Minas gerais a Sul e Leste, 
Mato Grosso a Oeste, Bahia a Nordeste, Mato Grosso do Sul a Sudoeste e o Distrito Federal. 
 
9. Aspectos físicos do território goiano: hidrografia, clima, 
relevo e fitofisionomias do Cerrado. 
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. 19 
 
Fonte: http://st.depositphotos.com/1003974/4109/i/950/depositphotos_41099071-goias-state-on-map-of-brazil.jpg 
 
O estado encontra-se localizado no Planalto Central Brasileiro, caracterizado relevos com planaltos, 
chapadas, vales e depressões. Localizados a sul e leste do estado encontram-se as maiores altitudes, 
destacando-se o Chapada dos Veadeiros. Contudo, O ponto mais alto do estado, a 1.784 metros de 
altitude, encontra-se o pico do Pouso Alto. As altitudes mais baixas encontram-se a oeste do estado. 
 
A vegetação predominante no estado é o Cerrado, caracterizado por grandes arbustos e árvores 
esparsas, de galhos retorcidos e raízes profundas. Contudo, pode ser variado, conforme encontrado 
faixas de mata atlântica em margem de rios e serras. A oeste, na divisa com estado de Mato Grosso, 
encontra-se faixas características de floresta tropical. 
 
O Cerrado é um tipo de vegetação que compõe a fitogeografia brasileira, já ocupou 25% do território 
brasileiro, fato que lhe dá a condição de segunda maior cobertura vegetal do país, superada somente 
pela floresta Amazônica. No entanto, com o passar dos anos o Cerrado diminuiu significantemente. A 
vegetação do Cerrado se encontra em uma região onde o clima que predomina é o tropical, apresenta 
duas estações bem definidas: uma chuvosa, entre outubro e abril; e outra seca, entre maio e setembro. 

O Cerrado abrange os Estados da região Centro-Oeste (Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e 
Distrito Federal), além do sul do Pará e Maranhão, interior do Tocantins, oeste da Bahia e Minas Gerais 
e norte de São Paulo.

 
A vegetação predominante é constituída por espécies do tipo tropófilas (vegetais que se adaptam às 
duas estações distintas, como ocorre no Centro-Oeste), além disso, são caducifólias (que caem as folhas 
no período de estiagem) com raízes profundas. A vegetação é, em geral, de pequeno porte com galhos 
retorcidos e folhas grossas. Apesar dessa definição generalizada, o cerrado é constituído por várias 
características de vegetação, é classificado em subsistemas: de campo, de cerrado, de cerradão, de 
matas, de matas ciliares e de veredas e ambientes alagadiços. O Cerrado já ocupou uma área de 2 
milhões de km2, entretanto, hoje são aproximadamente 800 mil km2. Essa expressiva diminuição se deve 
à intervenção humana no ecossistema. 
 
Em geral, os solos são pobres e muito ácidos. Até a 1970 o cerrado era descartado quanto ao seu uso 
para a agricultura, mas com a modernização do campo surgiram novas técnicas que viabilizaram a sua 
ocupação para essa finalidade. 
Então foi realizada a correção do solo e os problemas de nutriente foram 
solucionados, atualmente essa região se destaca como grande produtor de grãos, carne e leite. Embora 
esses sejam os grandes “vilões” da devastação do Cerrado. Outras formações presentes no Brasil estão 
localizadas na figura abaixo. 
 
1155683 E-book gerado especialmente para MARIA GABRIELA FERREIRA
 
. 20 
 
 
Sua fauna é muito rica, sendo possível encontrar inúmeras espécies de onças, guarás, tatus, cervos, 
macacos, tamanduás, pacas, capivaras, antas, entre tantas outras. Contudo, essa rica diversidade 
encontra ameaçada de extinção, uma vez que as queimadas, o desmatamento e o uso de agrotóxicos e 
a caça predatória na região vem sendo cada vez mais comum. 
 
O clima característico do estado é tropical semiúmido, com uma média anual de 23ºC. Sua estação 
chuvosa encontra-se de outubro a abril, com temperaturas altas, principalmente em regiões oeste e norte. 
Nos meses de setembro e abril, as temperaturas ocorrem variações que chegam a até 39ºC. A estiagem, 
dura de maio a setembro e, entre os meses de maio e julho, as temperaturas podem chegar a 4ºC, 
dependendo da localização geográfica. 
 
Os principais rios que cortam o estado pertencem a três importantes bacias hidrográficas: Bacia do 
Rop São Francisco, Bacia do Tocantins e Bacia do Rio Paraná, sendo os principais rios o Aporé, 
Paranaíba, Araguaia, Corumbá, Maranhão, São Marcos, Paranã e Claro. 
 
 
 
O turismo apresenta grande importância no estado de Goiás, impulsionando parte da economia do 
estado. Possui estâncias termais em Rio quente e Caldas Novas, além do ecoturismo nas praias do Rio 
Araguaia e na Chapada dos Veadeiros. Além disso, as cidades de Pirenópolis, Corumbá e outros atrai 
turistas de todas as partes para conhecerem o turismo histórico da região. Abaixo, serão abordados um 
pouco dos aspectos principais do estado quanto as principais estruturas para visitação do estado. 
 
Patrimônio Histórico, Cultural e Religioso 
Devido sua íntima ligação ao longo de épocas, o estado de Goiás possui uma série de monumentos 
ou obras que contam a história ao longo de suas gerações. A nível de conhecimento, abaixo, 
apresentaremos os principais elementos marcantes na história do estado de Goiás. Vale lembrar que 
esses bens estão caracterizados por siglas, das quais significam que: 
 
 
BI – Bem imóvel. 
BM – Bem móvel. 
CP – Conjunto paisagístico. 
NH – Núcleo histórico 
 
 
10. Patrimônio histórico, cultural, religioso e o turismo em 
Goiás. 
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. 21 
Município Órgão Monumento ou obra Nível de tombamento Órgão 
Ano do 
tombamento 
Corumbá de Goiás CP Centro Histórico de Corumbá de Goiás Municipal Prefeitura Municipal 
Corumbá de Goiás BI Igreja Nossa Senhora da Penha de França Municipal Prefeitura Municipal 
Corumbá de Goiás BI Cine Teatro Esmeralda Municipal Prefeitura Municipal 
Goiás CP Centro Histórico de Goiás Mundial UNESCO 
Goiás CP Largo do Chafariz Federal IPHAN 
Goiás BI Palácio Conde dos Arcos Federal IPHAN 
Goiás BI Quartel do Batalhão de Infantaria XX Federal IPHAN 
Goiás CP Rua da Fundição Federal IPHAN 
Goiás BI Capela São João Batista Federal IPHAN 
Goiás BI Igreja de Nossa Senhora da Abadia Federal IPHAN 
Goiás BI Igreja de Nossa Senhora do Carmo Federal IPHAN 
Goiás BI Igreja de Santa Bárbara Federal IPHAN 
Goiás BI Igreja de São Francisco de Paula Federal IPHAN 
Goiás BM Igreja da Boa Morte Federal IPHAN 
Goiás BI Imagem de Nossa Senhora do Rosário Federal IPHAN 
Goiás BI Casa de Câmara e Cadeia Federal

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