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1 COMUNICAÇÃO E VENDAS 2 Sumário COMUNICAÇÃO E VENDAS .................................................................. 4 Estratégia de Vendas: PROPAGANDA ................................................... 9 Principais Etapas de Venda Eficaz .................................................... 16 REFERÊNCIAS ..................................................................................... 30 3 FACUMINAS A história do Instituto FACUMINAS, inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em atender a crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a FACUMINAS, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. A FACUMINAS tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 4 COMUNICAÇÃO E VENDAS Atualmente, as empresas gastam centenas de milhões de dólares para treinarem seus vendedores na arte de vender. São centenas de livros, vídeos, palestras que são adquiridos por ano com títulos sugestivos como: Motivação em Vendas, Os 25 hábitos em Vendas, 123 Atitudes positivas em Vendas, Vendedor Irresistível: Aumente suas Vendas utilizando as técnicas , etc. O principal foco de um treinamento em vendas é sobre as diversas formas de abordagens aos consumidores para realização da venda de um produto ou serviço. As empresas querem transformar seus vendedores de simples anotadores de pedidos, em conquistadores de pedidos. Um exemplo bastante ilustrativo utilizado por KOTLER (2000) de um anotador de pedidos é aquele vendedor que visita dezenas de residências por dia, bate à porta e simplesmente pergunta à dona de casa se ela precisa de algum de seus produtos. Já os conquistadores de pedidos possuem dois tipos de abordagens básicas: uma voltada para a venda na qual o vendedor utiliza técnicas de vendas de alta pressão, supervalorizando os méritos do seu produto e criticando os concorrentes. A outra, orientada ao cliente, assume que os clientes não comprarão, exceto se influenciados por uma argumentação bem elaborada. De uma maneira geral, as empresas têm investindo constantemente no aprimoramento do processo eficaz de vendas. Na venda direta, onde a comercialização de bens de consumo e serviços é realizada através do contato pessoal entre o vendedor e o cliente, a importância de uma abordagem eficaz do vendedor é ainda maior. Este é um método de vendas que se caracteriza pelo seu complexo sistema de distribuição e que, atualmente é responsável por um volume bilionário de transações e pelo emprego de milhões de vendedores. Para uma empresa vender bem, é preciso que ela possua um bom produto, e que este seja oferecido a um preço interessante, atraente para os consumidores. Mas para que uma empresa venda bem seu produto, é preciso também que o consumidor conheça esse produto, sua qualidade, seu preço, saiba onde comprar, etc. Sem que haja uma comunicação entre quem deseja 5 vender e quem tem interesse em comprar, não haverá venda, por melhor que seja o produto ou serviço colocado à venda. Existem inúmeros exemplos de bons produtos que vendem pouco, e de produtos ruins que até são bem vendidos durante algum tempo. O que faz a diferença entre os dois, no volume de vendas, é justamente a comunicação com o cliente ou consumidor. (Mas o produto ruim, é bom lembrar, nunca tem vida longa no mercado). A comunicação com o mercado consumidor, chamada de comunicação de marketing, é, portanto, uma atividade crucial para que as empresas vendam produtos e serviços. Quem envia uma mensagem é chamado de emissor, e quem a recebe é chamado receptor: Quanto melhor ou mais eficaz a comunicação, maior a possibilidade ou maior a chance de o cliente vir a comprar o produto. Para isso, a mensagem a ser enviada precisa ser cuidadosamente trabalhada, ou seja, meticulosamente construída a fim de atingir o seu objetivo, que é o de comunicar-se com o cliente. Mas, antes de se pensar na mensagem, é preciso identificar quem será o receptor da mensagem. Se pretendermos elaborar e enviar uma mensagem sobre nossos produtos, a primeira pergunta a ser feita é: quem será o receptor da mensagem? 6 Como é essa pessoa que vai recebê-la? Quais são seus valores e suas preferências? Essa definição inicial é chamada de definição do público-alvo, que significa identificar o público com o qual queremos nos comunicar. Se pretendermos vender objetos de decoração para o lar, as donas de casa podem ser o nosso público-alvo, e devemos pensar numa mensagem para os nossos produtos de decoração que seja a elas destinada. Se quisermos vender refrigerantes, os adolescentes podem ser o nosso público-alvo, e a comunicação devem ser especialmente dirigidos a eles. Se vendemos ternos e roupa social masculina, o nosso público-alvo poderá ser o de executivos e homens de negócio em geral. Assim, a mensagem a ser transmitida deve considerar seu público de destino, e para que essa consideração seja possível, é preciso conhecer esse público que se pretende atingir. Com levantamentos e pesquisas de mercado: com entrevistas e questionários, por exemplo, a serem respondidos pelo público alvo. Ao entrevistar uma centena de adolescentes, por exemplo, já se pode conhecê-los 7 melhor, no que se refere aos seus gostos, vontades e preferências. A mensagem de marketing destinada a eles deve considerar e respeitar essas características. A mensagem ideal destinada a um público-alvo é aquela que atrai a atenção e o interesse desse público. E, mais do que isso, aquela que desperta nesse público o desejo de adquirir o produto da empresa que emitiu a mensagem. Inúmeros cuidados são então necessários para a elaboração dessa mensagem, em relação aos seguintes aspectos (entre outros): - Conteúdo: deve ser definido a partir de uma ideia ou de um tema. O conteúdo deve ainda representar um apelo ao público-alvo, destacando ou o tipo de benefício, ou a motivação para que o produto da empresa seja procurado por esse público. - Argumento: envolve comunicar a razão pela qual o consumidor deve optar pelo produto da empresa. O argumento pode apelar para a emoção ou para a razão do consumidor. De qualquer forma, o argumento deve respeitar a inteligência do consumidor, jamais se esquecendo de que ele tem produtos concorrentes à sua disposição. - Formato: significa adotar uma forma final para a mensagem, o que varia em função do veículo de mídia a ser utilizado para se comunicar: jornal, revista, televisão, rádio, etc. Os cuidados com sons, cores e imagens em geral são fundamentais para que a mensagem tenha um formato agradável ao público- alvo. 8 Em geral, ao iniciar um processo de vendas, temos como missão vender. Assim, buscar impressionar todos os sentidos do comprador tem bastante significado no resultado prático da execução da venda. Estar atento à necessidade do cliente é a chave para a realização de uma boa venda, pois independente da empresa, do vendedor ou do segmento, todas as instituições comerciais precisam de clientes.A diferença entre elas está em no quanto estão dispostas a tornar o momento da venda interessante para o cliente, uma oportunidade de descoberta, um momento que possa definitivamente ligar o cliente ao produto - através do saciamento das suas necessidades - e aumentar a chance de retorno e novas aquisições por parte dos compradores. Ao iniciar um processo de vendas, tenha o cuidado de definir com muita clareza os componentes da comunicação envolvidos na sua mensagem de venda para que possam ser adequados à relação que se inicia. Também detenha a sua atenção em identificar necessidades específicas do cliente indo direto ao ponto chave da negociação. 9 Estratégia de Vendas: PROPAGANDA A propaganda pode ser definida como uma forma paga de apresentação e divulgação de ideias, produtos e serviços, por um patrocinador (emissor da mensagem) identificado. A propaganda visa oferecer ao consumidor um motivo ou uma razão para comprar um determinado produto ou serviço. Entre outros possíveis, a propaganda pode ser realizada através dos seguintes veículos de mídia (“mídia” quer dizer “meio” através do qual é transmitida a mensagem): - Jornais e revistas. - Rádio e televisão. - Catálogos e folhetos. - Outdoors e anúncios luminosos. - Embalagens dos produtos (indicando vantagens do produto, por exemplo). - Pontos de venda (nos supermercados, por exemplo). A propaganda de um produto qualquer pode ter inúmeros objetivos. Os diferentes objetivos não podem ser aplicados indistintamente a qualquer produto. Ao contrário, cada objetivo visa atender as necessidades específicas de cada 10 produto ou de cada empresa vendedora. Em função de seus objetivos a propaganda pode ser do tipo: - Informativa: especialmente adequada para produtos novos, que ainda não existem ou que são pouco conhecidos no mercado. Esse tipo de propaganda pretende justamente informar o consumidor sobre esse produto ainda mal conhecido. - Persuasiva: o tipo de propaganda mais comum, geralmente empregada para produtos que possuem inúmeros concorrentes. Esse tipo de propaganda visa a convencer o consumidor a comprar um produto específico, e não outro da concorrência. - Comparativa: um tipo de propaganda persuasiva que faz comparações do produto com os produtos da concorrência, procurando destacar as vantagens do mesmo. - Lembrança e reforço: geralmente, é a propaganda de produtos consolidados, largamente conhecidos e consumidos. Esse tipo de propaganda não tem o propósito de informar ou persuadir, mas apenas de lembrar seus consumidores de comprar o produto. 11 No entanto, antes de se elaborar a mensagem da propaganda é fundamental identificar o público ao qual se destina essa mensagem. Uma mensagem inadequada para um determinado público-alvo pode não só não trazer benefício algum para a empresa como ainda provocar queda nas vendas, em virtude de uma atitude negativa dos consumidores frente a uma mensagem desagradável. Venda Pessoal O marketing pessoal é uma estratégia que tem por objetivo a manifestação e exaltação da imagem do profissional por meio de ferramentas que possibilitam a apresentação do valor do empregado dentro do mercado. Trata-se de uma forma criativa e eficiente, mas ainda pouco usual, de se destacar em meio à concorrência. 12 Por meio das estratégias de marketing pessoal, as ações do empregado, bem como suas competências adquiridas, características pessoais e habilidades profissionais podem ser destacadas para o futuro patrão. Com a articulação de um bom discurso, a comunicação será a melhor forma de expor a confiança, explanar as fraquezas e exaltar as qualidades. Os princípios da venda pessoal têm como propósito ajudar o vendedor a fechar uma venda específica com o cliente. Porém, em muitos casos, o vendedor não está apenas procurando fechar uma venda, mas sim, desejando conquistar um novo cliente para atendê-lo por um longo tempo. O vendedor tenta demonstrar que possui as condições necessárias para oferecer um atendimento diferenciado e de qualidade ao cliente e se propõe a formar um compromisso de relacionamento. Esse tipo de venda, que estabelece um relacionamento cliente- vendedor de longo prazo, é mais complexo que o estabelecido pela venda pessoal. Trata-se do marketing de relacionamento. Segundo MIGUEL (2002), marketing de relacionamento seria o processo pelo qual uma empresa constrói alianças no longo prazo com seus clientes em potencial e compradores existentes, em que ambos – vendedor e comprador – trabalham direcionados a um conjunto comum de objetivos específicos. Esses objetivos compreendem: entender as necessidades do comprador; tratá-lo como parceiro; assegurar que os funcionários satisfaçam as necessidades do 13 comprador, permitindo-lhes o exercício de iniciativas além das normas; e fornecer aos compradores a melhor qualidade possível. STONE e WOODCOCK (1998) destacam a necessidade de encarar o marketing de relacionamento como um investimento. Segundo os mesmos autores, os benefícios do marketing de relacionamento geralmente se apresentam das seguintes formas: aumento da retenção e lealdade do cliente – os clientes ficam com o vendedor por mais tempo, compram mais e também o fazem com maior frequência. Maior lucratividade por cliente, não apenas porque cada cliente compra mais, mas em função também dos custos menores para seduzir os clientes (não há necessidade de conquistar tantos clientes caso objetiva-se um volume de negócios mais ou menos estável) e a redução do custo da venda (geralmente os clientes já existentes reagem mais e melhor ao marketing). Assim, marketing de relacionamento é um processo contínuo que exige do vendedor uma comunicação frequente com os clientes para assegurar a realização dos objetivos comuns. Conhecimento do Produto Um fator importante para uma empresa instalada em um mercado altamente competitivo é saber tudo sobre seu produto. E por que algo tão básico pode fazer seu diferencial? Durante uma entrevista de vendas podem naturalmente surgir dúvidas a respeito do produto ou blefes intencionalmente lançados pelo comprador, a fim de testar o domínio do vendedor sobre o produto que vende, isto é chamado de objeção. As objeções fazem parte do processo de negociação de vendas e aparecerem como uma dúvida. Estas nada mais são do que a necessidade do cliente em saber mais sobre o produto que lhe está sendo oferecido e pode ser entendido como um “sinal de compra”, um artifício do comprador para tentar forçar o vendedor a fazer outra proposta ou ganhar tempo para decidir sobre algo que já conseguiu na negociação. Caso seja uma dúvida a melhor coisa a fazer é responder com naturalidade transmitindo conhecimento e confiança; se for um blefe do cliente, que normalmente é apresentado por compradores profissionais, pode ser uma 14 tentativa de conseguir mais vantagens financeiras do tipo: aumento do prazo, aumento dos descontos ou aumento das bonificações sobre o produto. Em todos os casos o melhor a fazer é sempre lidar com a verdade e com a melhor proposta possível para aquele perfil de cliente baseado nas informações colhidas e nos desejos manifestados pelo cliente durante a negociação. Desde o início das negociações sempre é interessante oferecer a melhor proposta possível, no entendimento do vendedor, e para aquele momento, pois compradores experientes sabem que vendedores experientes tendem a dar mais a quem pede mais e dificilmente comprarão na primeira proposta por acreditarem que todas as propostas podem ainda ser melhoradas com uma boa conversa. A melhor saída para blefes ou objeções à compra é lidar sempre de forma transparente e honesta e se posicionar “ao lado do cliente”, transmitindo que, embora você queira vender o produto, não necessariamente será a qualquer custo,mas sim com a intenção de satisfazê-lo e dentro das condições que lhe são permitidas. É fundamental conseguir a confiança dos clientes através do conhecimento do produto, conhecimento das necessidades de compra, respeito, honestidade, transparência e cumprimento das promessas feitas durante a negociação. 15 Um comprador que percebe estar sendo atendido por um vendedor preparado deposita nele a confiança em comprar e dificilmente o deixará com dificuldade na cobertura das cotas, pois nem todos os vendedores colocam a satisfação do cliente como referencial no processo de venda o que pode dificultar a relação comercial gerando resistência para vendas futuras. Fazer clientes fidelizados neste processo é muito importante, pois o ajudará a atingir também os seus objetivos com maior tranquilidade no futuro. Todo negócio precisa ter uma base fortes em seu hall de contatos. Seja oferecendo melhores preços para seus clientes em sua segunda compra ou encontrando bons fornecedores que ofereçam matéria prima de qualidade ao seu produto, prazo acessível e forma de pagamento melhores para que seu capital de giro seja investido da melhor forma. Pode acontecer de a venda não ser realizada logo no primeiro contato e ser necessário reavaliar a proposta, afinal o vendedor montou a sua proposta supondo o que seria melhor para o cliente e só depois da avaliação deste é que será possível saber o que realmente é o ideal para ele. Para se conquistar o cliente é recomendável ainda, além de uma voz agradável e uma boa dicção, muita cortesia e educação. O uso de palavras amigáveis auxilia muito nessa tarefa, tais como “muito obrigado”, “por favor”, “por gentileza”, “pois não”, “à sua disposição”, etc. 16 Deve-se também, invariavelmente, tratar as pessoas por “senhor” ou “senhora”. Sabemos que é difícil ter um preço exato de qualquer produto! Mas o essencial é procurar manter um preço que seja competitivo, que tenha uma margem de lucro e que gere uma expectativa de aumentar a circulação do produto. Entender os processos que envolvem a construção desse preço também é sempre importante. Principais Etapas de Venda Eficaz Vender exige algumas capacidades que podem ser desenvolvidas naturalmente ou adquiridas com treinamento. Uma maneira eficaz de aprimorar ou desenvolver estas capacidades é utilizando um recurso muito importante chamado de técnica de vendas. A técnica de vendas, assim como todo recurso de vendas, tende a ser apenas um instrumento de acesso ao atingimento de objetivos. Está no nível neurológico do comportamento. Da mesma forma que um bom canivete suíço pode trazer uma chave de fenda que pode ajudar a folgar facilmente um parafuso, a técnica de vendas pode ajudar o vendedor a realizar mais rapidamente a venda. A técnica de vendas é uma boa ferramenta incluída no processo de vendas. O canivete suíço traz uma ferramenta para cada situação, da mesma forma no processo de vendas é necessário dispor de outras ferramentas, uma para cada caso, cada uma com sua função. Não serão em todos os casos que a técnica de venda trará a venda desejada, isso vai depender de cada cliente e do contexto em que ele será inserido. 17 Para fechar o negócio desejado é necessário que a cadeia do processo de vendas seja bem coordenada e monitorada. O vendedor deverá saber como conduzir o processo sempre que estiver em contato com um cliente e perceber como fazê-lo sem tornar a relação artificial ou mecânica. Tanto o canivete suíço como a técnica de vendas, sendo utilizados no momento adequado, podem facilitar e acelerar os resultados que estão sendo buscados. Isso ocorre, pois o vendedor torna-se mais assertivo e sabe descartar do diálogo passagens que não o conduzem ao fechamento da venda e sabe também que meta ou programa está sendo usado, modelando adequadamente o cliente com olho no bom negócio para ambos. Existem empresas em que a utilização da técnica de vendas é obrigatória. Isso deixa a relação de vendas “engessada” e o vendedor fica sem recursos muito importantes como a flexibilidade e a criatividade. A flexibilidade é uma das capacidades mais importantes para a área de vendas, pois é ela que permite ao vendedor contornar objeções e se adaptar a certas situações as quais não se pode planejar. A criatividade por sua vez, permite ampliar o leque de possibilidades e oportunidades de soluções para as necessidades trazidas pelos consumidores. 18 O modelo de trabalho que apresentaremos a seguir é utilizado nas maiores empresas de varejo do mundo e permite ao vendedor planejar a sua ação e dividir a venda em etapas ou situações bem distintas para que cada uma possa ser trabalhada, a fim de viabilizar o resultado final que é a venda com satisfação do cliente. As etapas de vendas, também chamadas de pipeline de vendas, podem variar no número de passos, dependendo do modelo empregado, mas, em geral, vão de 5 a 7 etapas. 1) Prospecção e qualificação: O processo de vendas se inicia com a identificação dos clientes potenciais. Os vendedores podem qualificar os clientes potenciais por meio do exame de sua situação financeira, volume de negócios, exigências especiais e em termos de sua probabilidade de continuidade no mercado. 19 Os vendedores têm de ser capazes de desenvolver suas próprias indicações para reconhecimento dos clientes potenciais. Os clientes devem ser classificados para se priorizar o atendimento. A qualificação é uma primeira sondagem, sem intenção de vender, que se faz com os contatos de sua lista para perceber se são realmente clientes potenciais ou não. 2) Pré-abordagem: Os clientes devem ser estudados o máximo possível (quais as suas necessidades, quem está envolvido na decisão da compra) para se decidir a melhor abordagem a ser empregada. Deve-se também considerar o melhor momento para a abordagem, pois muitos clientes estão ocupados em certas ocasiões. 3) Abordagem: Inicialmente, o vendedor deve saber como saudar o comprador para obter um bom começo de relacionamento. Deve-se mostrar cortesia e evitar distração, como, por exemplo, não interrompê-los e olhar diretamente em seus olhos. A apresentação ao cliente deve ser agradável e positiva. 4) Apresentação e Demonstração: O vendedor, nesta fase, deve apresentar o produto ao comprador de forma que atraia sua atenção e desperte o desejo de efetuar a compra. Na apresentação o vendedor deve realçar os benefícios do produto e mostrar suas principais características que sejam evidentes para a obtenção desses benefícios. Três estilos diferentes de apresentação são os mais utilizados pelos vendedores: 20 O primeiro e mais antigo é do tipo abordagem enlatada, na qual o vendedor já tem em mente toda a sua exposição que se resume aos pontos básicos do produto. Baseia-se no princípio estímulo-resposta no qual o comprador é o agente passivo que pode ser induzido a comprar pelo uso de palavras de estímulo, imagens, termos e ações. Esse tipo de abordagem é utilizado principalmente na venda porta a porta e por telefone. A segunda é a abordagem planejada também é baseada no princípio estímulo-resposta, porém o vendedor identifica antecipadamente as necessidades e o estilo de compra do cliente para depois abordá-lo com uma apresentação planejada. A terceira é a abordagem de satisfação de necessidades que busca as necessidades reais do cliente. Essa abordagem requer do vendedor muita habilidade para ouvir e solucionar problemas. Ele exerce o papel de um experiente consultor de negócios, esperando ajudar o cliente a economizar ou a ganhar mais dinheiro. De maneira geral, as apresentações podem ser melhoradas com o auxílio de folhetos, livretos, slides, fitas de áudio ou de vídeo, amostras de produtos e simulações baseadas em computador. 21 5) Superaçãode Objeções: Os clientes, quase sempre, colocam objeções durante a apresentação de vendas ou quando solicitados a assinar o pedido. A resistência pode ser psicológica ou lógica. A resistência psicológica pode incluir a preferência por outras marcas, apatia, associações desagradáveis ao vendedor, ideias predeterminadas e aversão a tomar decisões. A resistência lógica envolve questões como resistência ao preço, prazo de entrega ou certas características o produto. Para superar essas objeções, o vendedor precisa treinar ampla e profundamente suas habilidades de negociação. 6) Fechamento: Neste estágio, o vendedor tenta fechar a venda. Alguns não chegam ou não obtêm êxito nesse estágio. Por vezes, se sentem sem confiança ou até desconfortáveis em pedir ao cliente que assine o pedido. Os vendedores precisam saber como identificar ações físicas, declarações ou comentários e perguntas dos compradores que sinalizem a hora do fechamento. Existem várias técnicas de fechamento. Pode-se solicitar o pedido, recapitular os pontos do entendimento, perguntar se o comprador tem preferência por A ou B, ou até mesmo oferecer incentivos específicos ao comprador para fecha a venda, como preço especial, quantidade extra sem cobrar ou um brinde. 7) Acompanhamento e manutenção: Esta última etapa é necessária se o vendedor deseja assegurar a satisfação do cliente e de novos negócios. O vendedor deve programar uma visita de acompanhamento após a recepção do pedido, para assegurar-se de que instalação, instruções e serviços sejam adequados. O vendedor deve desenvolver um plano de manutenção para garantir que o cliente não seja esquecido ou perdido para um concorrente. 22 Abertura da Negociação O estabelecimento Rapport (estado de interação entre duas pessoas tipo empatia, só que em um nível mais profundo de proximidade). 23 O Rapport é um estado que surge naturalmente de dentro para fora do indivíduo, porém pode ser induzido de fora para dentro partindo do princípio de que as mudanças da fisiologia e da linguagem podem mudar a representação interna. Neste caso, o vendedor deve buscar entrar em Rapport com o seu cliente. Este nível de interação gera comportamentos interessantes do tipo movimentos em conjunto, palavras em comum, respiração simultânea, ideias em comum e principalmente confiança. As técnicas para o estabelecimento do Rapport devem ser utilizadas naturalmente sem forçar uma situação, pois forçar este estado poderá provocar automaticamente a antipatia do cliente e uma barreira bastante importante para a realização do negócio poderá ser criada. Um local no qual pode-se observar com frequência o surgimento do Rapport entre as pessoas é a mesa de um restaurante. Se um grupo de amigos vai ao restaurante para bater papo, trocar opiniões, falar da vida e principalmente interagir, já houve um objetivo comum: interagir. É muito comum observar o Rapport, pois as pessoas consideram o ambiente amistoso, neutro, só foram porque desejaram estar ali, além de a confiança mútua servir como um eliminador de barreiras fazendo com que a sinceridade esteja à tona. O recomendado para qualquer vendedor que deseja realizar vendas que tenham como foco a satisfação do cliente é buscar transmitir em suas palavras autenticidade no que toca à intenção de atender ao desejo do comprador. 24 Essa mensagem deve ser transmitida livre de segundas intenções e buscando interagir com estes, gerando assim bem estar ao cliente comprador e consequentemente bons negócios. METODOLOGIAS PARA O ESTABELECIMENTO DO RAPPORT Chamar o cliente pelo nome: Se você não sabe pergunte, mas sempre chame o cliente pelo nome que ele gosta de ser chamado. O rapport busca oferecer confiança, familiaridade, então o que mais confiável e familiar do que o próprio nome?! Uma das primeiras palavras que ouvimos ainda no útero da mãe é o nosso nome. Resumindo, Chame seu cliente pelo nome! Metodologia do espelhamento: A metodologia do espelhamento busca unir gestos do vendedor aos gestos do cliente. Essa metodologia tem a missão de provocar familiaridade no cliente e desencadear similaridade entre as fisiologias e representações internas dos interlocutores. Os modelos de espelhamento podem ser: Espelhamento de movimento: Modelo que pode ser utilizado para imitar discretamente os gestos do cliente, agir como ele age tipo: Cruzar os braços, cruzar as pernas, respirar rápido ou lentamente, etc. 25 Espelhamento de fala: Modelo que pode ser utilizado para espelhar a fala do cliente através da adequação da velocidade de fala, altura, timbre, compasso, do uso das palavras em comum, etc. Atenção: muito cuidado ao espelhar vícios de linguagem ou falhas de comunicação próprias do interlocutor. Isto pode desencadear efeitos indesejados no cliente. Se ele achar que está sendo imitado pode ficar estabelecido um ambiente pouco amistoso. 26 Espelhamento de aparência: Se um cliente é formal tradicional, em alguns casos pode ser necessário usar o estilo de roupa que ele usa, não precisa usar as roupas iguais às dele, mas se espelhar no estilo do cliente. Se o cliente lhe atende de terno é conveniente ir ao seu encontro de terno ou pelo menos de gravata em estilo mais formal. Obviamente que não é necessário deixar de ter seu próprio estilo, pois ter uma identidade profissional é muito importante, mas cada caso é um caso e o que vai dizer como se vestir é a situação. Se o cliente é despojado pode ser adotado o modelo, mas sem exageros que podem descaracterizar o seu próprio estilo de vestimenta de trabalho. Evite exageros. Caso ocorra em um mesmo dia de trabalho estarem agendados clientes com estilos muito diferentes, eleja a prioridade podendo também reagendar ou pelo menos colocá-los em expedientes diferentes para dar tempo se organizar melhor caso seja necessário. Se não for possível procure equalizar a sua vestimenta de trabalho ou adote um estilo neutro. Se você trabalha de farda e não tem como proporcionar a mudança de guarda-roupa, fique tranquilo. As fardas são bem aceitas em qualquer ambiente de trabalho e sendo bem escolhidas ajudam a valorizar o produto e o vendedor. 27 Cartão de visita: É adequado sempre portar cartões de visita, principalmente no primeiro encontro. O cartão de visitas busca facilitar a recordação dos seus dados comerciais e permite a criação de uma ponte para negócios futuros. Comandos Positivos: O cérebro também utiliza um recurso importante para a gestão das atividades que desenvolve diariamente. Este recurso pode ser chamado de trabalhar focando o “positivo”. O cérebro entende com maior precisão as ações a serem desenvolvidas e não a não serem desenvolvidas. As ações afirmativas são entendidas com maior perfeição que as negativas e consequentemente geram maior assertividade. O uso das perguntas negociação Existe uma máxima que diz: “Boas respostas para boas perguntas.” Perguntar é uma arte, boas perguntas tanto podem solucionar grandes problemas como conduzir para o objetivo que desejamos com o aproveitamento inteligente das respostas conseguidas. Boas perguntas podem ser entendidas como perguntas que geram um encadeamento da entrevista de venda apresentando soluções para os clientes e resultados para os vendedores. 28 Da mesma forma, perguntas mal elaboradas podem ser um entrave para o negócio, pois não permitem que o cliente seja atendido em sua necessidade. A responsabilidade em conduzir a formulação das perguntas é totalmente do vendedor, pois é dele o papel de investigar e de fazer o cliente ser saciado no seu desejo de compra e principalmente, é dele a responsabilidade de gerar a venda junto ao seu cliente final. Perguntas abertas: As perguntas abertas são aquelas que geralmenteexigem algum grau de reflexão do seu interlocutor. São perguntas que em geral não podem ser respondidas com um simples sim ou não e colaboram para a construção de um diálogo. Geralmente perguntas abertas facilitam a formação do rapport. Normalmente permitem e exigem do interlocutor que ele se expresse e também servem para mostrar o interesse do vendedor em solucionar o problema do cliente colaborando para gerar empatia. Permite que o vendedor entenda o sentimento do seu cliente, respeite seus motivos e passe a oferecer alternativas e opções dentro das expectativas e necessidades dos seus clientes. Perguntas fechadas: São perguntas que podem ser respondidas apenas com uma ou duas palavras e não solicitam saber do interlocutor os seus motivos. Desejam apenas uma resposta simples. Normalmente são respondidas com um sim ou um não e podem travar o andamento da entrevista de venda se forem encadeadas, pois podem não esclarecer efetivamente a vontade do cliente em alguns casos. As perguntas abertas e as fechadas têm seu valor e juntas conduzem a um diálogo rico e construtivo. Perguntas diretas: São perguntas que dão ao cliente total liberdade de escolha ou afirmação, um misto entre as perguntas abertas e fechadas. Estas perguntas permitem que 29 o cliente responda objetivamente (diretamente) seu desejo sendo bem completo, porém conciso. Perguntas manipuladoras: As perguntas manipuladoras são modalidades que tentam induzir o comprador a dar a resposta que o vendedor deseja. Essas perguntas também têm o seu valor, devem ser utilizadas com cuidado para o cliente não achar que está tentando ser induzido a fazer aquilo que o vendedor deseja ou para comprar aquilo que ele quer vender e não o que o cliente deseja comprar. Esse tipo de pergunta só deve ser utilizada para ajudar o cliente a se decidir e se somente o vendedor puder assumir as consequências desta sugestão, neste caso como o cliente está indeciso quem decidiu foi o vendedor, a fim de ajudar no andamento do negócio e caso haja desistência por parte do cliente o vendedor deverá ser capaz de dar outra solução. Nesse caso, a boa vontade do vendedor em solucionar a questão de forma confortável para o cliente é fundamental, pois o uso de perguntas manipuladoras busca reduzir o leque de opções do cliente conduzindo-o para o ponto que o vendedor deseja. O uso frequente deste tipo de pergunta pode manipular o negócio gerando antipatia e insatisfação por tirar do cliente a liberdade de escolha e há uma imposição do mapa do vendedor sobre o mapa do cliente. É uma estratégia questionável, porém deve ser levada em conta inclusive para não ser utilizada. 30 REFERÊNCIAS ALTO, Clério Feres Monte; PINHEIRO, Antônio Mendes; ALVES Paulo Caetano. Técnica de Compras, Rio de Janeiro: FGV,2009. CARMELLO, Eduardo. Resiliência: A transformação como ferramenta para construir empresas de valor. São Paulo: Editora gente, 2008. CARNEGIE, Dale. Como fazer amigo e influenciar pessoas. 51.ed. São Paulo: Companhia Editorial Nacional, 2005. CHUNG, Tom. Qualidade começa em mim: Manual neurolinguístico de liderança e comunicação. São Paulo: Novo Século, 2002. KOTLER, Philip. Administração de Marketing. 10.ed. São Paulo: Prentice Hall, 2000. MARTINS, Carlos Alberto; SCHVERTZER, Arnaldo; RIBEIRO, Pedro Henrique Alves do Couto. Técnica de Vendas, Rio de Janeiro: FGV 2010. MIGUEL, Nicolau A. A venda pessoal. In: Gestão de Marketing. Equipe EAESPFGV. São Paulo: Saraiva, 2001. STONE & WOODCOK, Merlin, Neil, Marketing de relacionamento, São Paulo: Littera Mundi, 1998.