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Abordagens em Psicologia Social

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12/09/2022 08:13 Abordagens em Psicologia Social
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03575/index.html# 1/33
Objetivos
Módulo 1
Psicologia sócio-histórica
Identificar o contexto sócio-histórico e cultural presente na formação psicossocial do indivíduo.
Acessar módulo
Módulo 2
Psicologia social crítica
Reconhecer os problemas sociais, produzindo novos olhares conceituais para a compreensão dos fenômenos psicológicos.
Acessar módulo
Módulo 3
Psicologia sociocognitiva
Analisar as influências das representações mentais e dos mecanismos implícitos no processamento de informações sociais para o
Abordagens em 
Psicologia Social
Prof.ª Renata Casemiro CavourDescrição
A crise e evolução da Psicologia social, suas transformações de visão sobre o mundo e as suas diferentes abordagens
na atuação profissional do psicólogo contemporâneo.
Propósito
É essencial para o profissional de Psicologia conhecer como a Psicologia social se desenvolveu ao longo dos anos,
modificando-se de acordo com o momento e as percepções históricas e sociais, o que culminou em diferentes
abordagens, dando o destaque para as linhas mais contemporâneas.
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comportamento social.
Acessar módulo
Introdução
A Psicologia social é uma disciplina de constantes transformações, pois está atrelada diretamente a todos os movimentos sociais, culturais e
individuais que ocorrem durante os anos.
Conhecer e compreender melhor os fenômenos psicológicos que acontecem dentro de uma sociedade é seu principal foco, porém, algumas
necessidades sociais se tornaram críticas a um modelo tradicional, conhecido como Psicologia social psicológica. O ponto central dessa vertente
estava voltado à ênfase dos processos intraindividuais, ou seja, aos sentimentos, pensamentos e comportamentos do indivíduo em resposta aos
estímulos sociais. Porém, nos anos 1970, surgiu uma crise na Psicologia social, questionando diversos aspectos da tradição, como bases
conceituais e metodológica, a respeito de sua validade, relevância e capacidade de generalização.
A partir dessa discussão, novas abordagens da Psicologia social aparecem com o intuito de compreender o processo de construção da
subjetividade, voltando sua atenção para a interface da ciência com o contexto social em que os sujeitos estão inseridos, utilizando como
ferramenta a interdisciplinaridade com outras ciências que tratam do ser humano em seus diferentes contextos sociais.
Para essa nova vertente de pensamento, foi dado o nome de Psicologia social sociológica, que tem como o cerne de suas discussões o estudo das
experiências sociais que cada um de nós adquire, a partir de nossas participações nos mais diferentes grupos sociais com que nos relacionamos.
1
Psicologia sócio-histórica
Ao final deste módulo, você será capaz de identificar o contexto sócio-histórico e cultural presente na formação psicossocial do indivíduo.
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O olhar histórico e a Psicologia sócio-histórica
Psicologia social e o olhar histórico
A Psicologia social passou por uma grande crise no final dos anos 1970, que a fez tomar outros rumos de discussão. O contexto social e político
começou a ter um grande grau de importância, visto que as situações históricas e econômica, como a ditadura e a crise, por exemplo, tinham um
impacto significativo no comportamento das pessoas que viviam naquela cultura.
A relevância social dos experimentos da Psicologia social psicológica passou a ser questionada em relação à aplicabilidade da Psicologia às
questões sociais emergentes. A partir dessa crítica, as situações concretas de vida passaram a ser objeto de estudo e não apenas determinados
espaços físicos ou situações hipotéticas.
A história não é estática, nem imutável, o que leva a sociedade a transformações fundamentalmente qualitativas. A
Psicologia social tem a preocupação de inserir o ser humano nesse processo, como um agente transformador da
história e da sociedade onde vive. O homem só visto biologicamente não sobrevive nem por si, nem como uma
espécie que se reproduz com variações de clima, alimentação etc. Não considerar o ser humano como produto
histórico-social é ter uma visão distorcida de seu comportamento
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histórico social é ter uma visão distorcida de seu comportamento.
A Psicologia deve perceber que cada indivíduo é produto e produtor de sua história pessoal e da história de sua sociedade para não cair no erro de
reduzi-lo a ações de uma simples causa e efeito de sua individualidade.
Traremos para discussão três abordagens:
Psicologia sócio-histórica e objeto de estudo
A Psicologia sócio-histórica traz um olhar crítico para o pensamento tradicional que tinha um viés mais mecanicista do fenômeno psicológico, com
um método dicotômico de analisar o ser humano.s
Sua base fundamental é o marxismo e adota o materialismo histórico e dialético como filosofia, teoria e método.
Abordagem sócio-histórica 
Abordagem social crítica 
Abordagem sociocognitiva 
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Karl Marx (1818-1883).
Devemos entender o conceito de materialismo descrito por Marx como o condicionamento do desenvolvimento da vida social, política e intelectual
por meio da produção da vida material.
A partir disso, como é visto o homem dentro desse contexto?
É um ser ativo, social e histórico, que tem sua experiência humana direcionada a toda atividade realizada por ele para atender às suas necessidades
e suas experiências concretas implicam na produção de ideias e representações sobre elas. Assim, a Psicologia sócio-histórica se norteia pelas
categorias de trabalho e relações sociais para situar o homem na sua historicidade.
Vygotsky, por volta de 1924, mostra-se insatisfeito com as correntes psicológicas soviéticas e aponta uma crise mundial da Psicologia. Tenta
compreender o que é o homem e como se constrói sua subjetividade permeada pelos dualismos objetividade versus subjetividade, mundo interno
versus mundo externo, a compreensão das funções superiores por intermédio da psicologia animal e a concepção de desenvolvimento humano
natural. Essas funções seriam resultado de um processo de maturação e são superadas chamada teoria histórico-cultural de Vygotsky.
A solução apresentada pela Psicologia sócio-histórica é trazer o seu objeto de estudo para dentro do materialismo histórico e da lógica dialética
para a construção de um conhecimento que atenda à realidade social e o dia a dia de cada sujeito, faça sentido dentro de seu contexto social e, com
isso, seja possível uma intervenção efetiva nas suas relações sociais. Entende-se como dialética o movimento, as contradições e as transformações
Comentário
A Psicologia sócio-histórica também usa como fundamentação teórica a Psicologia histórico-cultural de Vygotsky (1896-1934), que tem
como método investigativo uma visão mais reflexológica, psicológica e dialética, além uma posição extremamente crítica às ideias mais
reducionistas.
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às quais a sociedade e as pessoas estão submetidas, a partir do momento em que nos construímos historicamente.
Portanto, temos uma nova visão de Psicologia social após sua crise. A Psicologia social psicológica, que enfatiza prioritariamente os processos
psicológicos individuais, compreendendo o social como um mero somatório de indivíduos, dá espaço a uma Psicologia social sociológica, que se
preocupa menos com as condutas particulares e mais com a interaçãosocial, os processos situacionais e a relação da estrutura social com os
indivíduos. A Psicologia sócio-histórica se encaixa nesse novo modelo, pois compreende o homem a partir do que está ao seu redor e de suas
relações sociais.
Vygotsky e Psicologia sócio-histórica
Contribuições de Vygotsky
Lev Vygotsky (1896-1934).
Ao falarmos sobre a Psicologia sócio-histórica precisamos destacar o papel de Vygotsky nessa mudança de pensamento para um olhar mais crítico
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da Psicologia social psicológica. Em 1924, no II Congresso Pan-russo de Pneumologia, Vygotsky declara diretamente sua crítica com relação às
posições científicas que considerava reducionista, já que elas não levavam em consideração as questões sociais do ser humano, separavam a
objetividade e a subjetividade. Vygotsky passa a trazer uma visão influenciada por uma intenção crítica fundamentada por sua origem, gênese
epistemológica, na teoria marxista e o materialismo histórico e dialético.
O ser social previsto por Marx, por exemplo, tem sua formação humana baseada na sua relação com a natureza e com os outros homens e, a partir
daí, constrói sua própria história.
Essa história vivida, que tem a relação de trabalho incluída no seu contexto, é um movimento determinado por relações de forças dialeticamente
articuladas. Esse sujeito que a Psicologia sócio-histórica tenta compreender é aquele constituído na relação dialética com o social e a história.
A concepção do materialismo histórico dialético propõe que o ser humano, os fenômenos físicos e o ambiente são mutualmente modeladores da
sociedade e da cultura, havendo uma relação dialética entre a matéria, o psicológico e o social. O homem é social e histórico, concreto, determinado
pela realidade social e histórica e, concomitantemente, determinante dessa realidade em suas ações coletivas.
Vygotsky propõe, a partir de toda essa linha de raciocínio, que os fenômenos psicológicos sejam o resultado de um
processo de constituição social do indivíduo e que a subjetividade seja constituída pelas mediações sociais. O
homem é um sujeito histórico e ativo, com consciência construída a partir das mediações sociais.
O social e a constituição do sujeito
A linguagem, para Vygotsky, também é produzida social e historicamente e é o principal instrumento no processo de constituição do sujeito, já que
os signos são ferramentas de natureza social, o meio de contato com o mundo exterior e também com seu mundo interior e sua consciência. Por
meio da linguagem o homem desenvolve o seu pensamento, o pensamento objetiva-se, permitindo a comunicação e o desenvolvimento humano.
A compreensão do “mundo interno” exige a compreensão do “mundo externo”, visto que são dois aspectos de um mesmo movimento, de um
processo no qual o homem atua, constrói, modifica e interfere na constituição psicológica do homem. Subjetividade e objetividade se constituem
uma à outra.
O homem é, portanto, um ser ativo, histórico e social. É essa sua condição humana. O homem constrói sua existência a partir de sua ação sobre a
realidade. Seu desenvolvimento acontece na relação com os outros homens, pelo contato com a cultura e as atividades que realiza. Isso porque o
signo é, ao mesmo tempo, produto social que designa a realidade objetiva, construção subjetiva compartilhada por vários indivíduos pela atribuição
de significados e a construção subjetiva individual, que acontece pelo processo de apropriação do significado social e da atribuição de sentidos
pessoais.
Outra questão importante para compreender a teoria de Vygotsky é o fato de que as funções psicológicas, como toda produção cultural e social, são
produtos da atividade humana, ou seja, o homem transforma a natureza com sua atividade e transforma-se ao mesmo tempo. Por isso, afirmamos
que o ser humano se forma por meio dessa relação dialética com a realidade social, sendo refutada a ideia de que a constituição do indivíduo
resulte de uma simples troca do plano social para o indivíduo.
Saiba mais
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A Psicologia Sócio-histórica de Vygotsky
Neste vídeo, a especialista reflete sobre a Psicologia Sócio-histórica, destacando as contribuições de Vygotsky.
Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
Módulo 1 - Vem que eu te explico!
Psicologia social e o olhar histórico
Módulo 1 - Vem que eu te explico!
Psicologia sócio-histórica e objeto de estudo
A partir dessas concepções de Vygotsky, chegamos perto da ideia de que a Psicologia sócio-histórica faz sobre a posição do homem,
como um produto social, histórico e cultural de seu tempo, capaz de transformar os ambientes que frequenta e de ser transformado por
eles, demandando diferentes fenômenos individuais e coletivos em diferentes grupos humanos.

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Vamos praticar alguns conceitos?
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Questão 1
Depois da crise da Psicologia social nos anos 1970, foram criadas outras abordagens que se diferiam da tradicional, entre elas, a Psicologia
sócio-histórica ganhou bastante ênfase em seu enfoque teórico. A base teórica da Psicologia sócio-histórica está fundamentada em que autor?
A Freud
B Festinger
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C Vygotsky
D Allport
E Piaget
Responder
Questão 2
É muito difícil encontrarmos comportamentos humanos que não envolvam componentes sociais e são justamente esses aspectos que se
tornaram o enfoque da Psicologia social. Em outras palavras, a Psicologia social estuda a relação essencial entre o indivíduo e a sociedade,
está entendida historicamente, desde como seus membros se organizam para garantir sua sobrevivência até seus costumes, valores e
instituições necessários para a continuidade da sociedade. No tocante a essa afirmação, analise os itens a seguir e marque a alternativa
correta:
I- A história não é estática nem imutável, ao contrário, ela está sempre acontecendo, cada época gerando o seu contrário, levando a sociedade a
transformações fundamentalmente qualitativas.
II- A Psicologia social não se preocupa em verificar como somos determinados a agir de acordo com o que as pessoas, que nos cercam, julgam
adequado, para tanto examinamos dois aspectos intimamente relacionados: os outros, ou seja, o grupo, ou grupos a que pertencemos, e como
nós, nesta convivência, vamos definindo a nossa identidade social.
III- A Psicologia social também analisa como se forma a nossa concepção de mundo e das coisas que nos cercam, através da linguagem e
como ela determina valores e explicações.
IV- A Psicologia social tem se desenvolvido como ciência, em outras partes do mundo e, principalmente, no Brasil atual.
A Somente a afirmativa I está correta.
B As afirmativas I e IV estão corretas.
C As afirmativas II e III estão corretas.
D As afirmativas I, II e III estão corretas.
E As afirmativas I, III e IV estão corretas.
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Psicologia social crítica
Ao final deste módulo, você será capaz de reconhecer os problemas sociais, produzindo novos olhares conceituais para a compreensão dos
fenômenos psicológicos.
O olhar crítico e a Psicologia social crítica
O olhar crítico
Assim como a Psicologia sócio-histórica, a Psicologia social crítica também surge da crise da Psicologia social, contrapondo a vertente mais
tradicional nos quesitos:
Individualismo
Responder

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O individualismo se distancia do contexto relacional/social em que estamos inseridos, não dando crédito que as experiências singulares
são produzidas de modo sócio-histórico.
Essencialismo
O essencialismo da Psicologia social psicológica categoriza e propõe aperfeiçoamentos nas características humanas, dizendo o que cada
um deve pensar ou agir.
Normalização
A normalização é fruto da propagação de modelos universais, os quais usualmente estão em sintonia com a cultura dominante.
Para mergulharmos na Psicologia social crítica, devemos levar em consideração algumas questões fundamentais:
Análise e questionamento sobre as teorias e práticas da vertente tradicional em sua forma de operação ideologicamente e em sintonia com os
poderes instituídos, ao privilegiarem determinadas variáveis em detrimentos de outras.
Compreensão de que todas as psicologias são constructos sócio-históricos. Desse modo, a Psicologia social crítica situa o saber psicológico
como uma forma de entender, guiar e regular a vida cotidiana, visando compreender quais são os meios pelos quais uma cultura psicológica é
instituída.
Questionamento das concepções e bases ideológica dos saberes e das práticas psicológicas dominantes.
Implementação da Psicologia social crítica
A Psicologia social crítica traz à tona as posições políticas, os compromissos e as implicações sociais subjacentes e a visão de mundo. A
implementação da Psicologia social crítica instaura a ideia da indissociabilidade entre a teoria e a prática, enfatizando que o papel do pesquisador é
o de agente político, responsável pela transformação da realidade e promotor da emancipação, voltando-se contra a reprodução da desigualdade e
da opressão.
Todo esse olhar é uma resposta teórico-epistemológica de intelectuais e pesquisadores que estavam envolvidos nos movimentos sociais e políticos
dos anos 1960 e 1970.
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Nessa época, os movimentos populares se fortaleceram e tornaram-se grupos de grandes proporções, com o objetivo de reivindicação do
atendimento das necessidades básicas e da contestação ao regime político vigente, além desemprego, inflação e greves constantes fazerem parte
do contexto social.
Na América Latina, os psicólogos sociais iniciaram um questionamento à Psicologia social psicológica norte-americana, requerendo uma versão
mais contextualizada e voltada para os problemas políticos e sociais que vinham enfrentando.
Estimulados pela arbitrariedade dos regimes militares, os psicólogos envolvidos com Psicologia na comunidade passaram a atuar junto aos setores
populares e as intervenções possíveis estavam no incitamento da racionalidade crítica, organização popular e participação política.
Nesse cenário, a inconsistência de muitas teorias psicológicas – que, às vezes, seguiam concepções subjetivas, com foco nos fenômenos
psicológicos como produtos internos do sujeito, e outras vezes, tinham visão objetivistas, que focavam os fenômenos como resultados de influência
exterior –, limitavam o olhar estritamente sociopolítico redutor dos problemas aos conhecimentos e à crítica das relações sociais.
No Brasil, os psicólogos sociais que aderiram à nova abordagem nos anos 1970 intensificaram suas discussões e
análises nas diferenças individuais, grupais e das comunidades, questionando sua posição política. A partir desse
enfoque, foi criada a Associação Brasileira de Psicologia Social (Abrapso), em 1979, com o propósito de redefinir o
campo da Psicologia social e de ser fonte de construção de referencial teórico direcionado para a ideia de que o ser
humano é um produto sócio-histórico, e sujeito e sociedade se implicam mutuamente, o que contribui para a
consolidação do movimento.
A partir de todos esses movimentos, percebemos que a Psicologia crítica sinaliza o comprometimento ideológico da Psicologia com evolução e
consolidação do sistema capitalista, propondo o aprofundamento das questões que a acercam, enfatizando a necessidade de uma produção teórica
que contemple de forma plena a relação entre indivíduos e sociedade, expondo as perspectivas emancipatórias para a sociedade contemporânea.
Identidade na perspectiva da Psicologia social crítica
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Como principal fundamentação teórica da Psicologia social crítica está o materialismo histórico dialético, cuja base está na reflexão dialética para a
busca de compreensão de fenômenos sociais tangíveis e multifatoriais, explicitados pela ação humana transformadora de realidades históricas.
As visões acerca do conhecimento e do ser humano presentes apontam para a constituição de seres históricos e de uma relação dialética envolvida
entre os falsos polos indivíduo-social. Podemos denominar como falsos, pois quando tratamos de uma relação dialética um lado não pode anular o
outro, ambos devem se complementar pelas oposições.
A partir desse olhar, compreender a identidade é compreender a relação indivíduo-sociedade, o que pode tanto favorecer o entendimento da
construção das desigualdades quanto contribuir na compreensão das formas de resistências individuais e coletivas aos processos de
massificação.
A ideia de que a identidade é uma metamorfose, diretamente ligada com as condições sociais e históricas da sociedade, exige um reconhecimento
recíproco. A identidade é concretizada a partir de um processo de significações estabelecidas com outros indivíduos e a forma como outro me
reconhece. A identidade, portanto, é o resultado da dialética entre os modos como nós representamos e de como somos representados pelo outro.
A identidade de indivíduos e grupos não pode ser estática porque sua constituição sempre se situa socialmente em processos de reconhecimento,
configurados e reconfigurados em atos históricos, contingentes e mutáveis.
Processo de identi�cação
Atenção!
O método dialético da Psicologia social crítica indica que, ao estudarmos os problemas, partimos do pressuposto que o indivíduo e a
sociedade não apenas interagem como algo constituído separadamente, mas que se constroem mutuamente. E com isso, o indivíduo só
pode existir a partir da existência da sociedade (e não individualmente, como proposto pela vertente tradicional) e, concomitantemente, a
sociedade só pode existir por haver a existência de indivíduos. A visão marxista explica essa ação por meio da crítica à economia política
e do estudo das relações de produção do sistema capitalista.
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A linguagem tem o papel fundamental em todo esse processo identificatório e de reconhecimento, visto que a partir dela, conseguimos constituir as
categorias, as classificações, as nomeações, os conceitos e todos os aspectos que utilizamos cotidianamente na relação com nossos parceiros de
interação.
Desse modo, falar sobre alguém significa criar referências em relação aos grupos dos quais faz parte, como familiares, religiosos, étnicos,
profissionais. Assim, ao debatermos sobre a identidade humana, temos a implicação das mudanças históricas que formam os contextos de ação de
indivíduos, seja pessoal ou na sociedade/ cultura.
Partindo desse pressuposto, entendendo como política de identidade o complexo conjunto de proposições descritivas e normativas de
determinados grupos sobre determinadas categorias de pessoas, a questão não é somente avaliar a adequação de um rótulo correto, mas avaliar as
consequências que essas categorizações podem ter para a integridade das pessoas.
Nessas ocasiões, parece que adotar um ponto de vista mais essencialista sobre a identidade humana vem de uma necessidade de propor um ideal
de como as coisasdevem ser e de como determinados aspectos do humano deveriam ser. Aí temos a diferenciação da Psicologia social crítica, a
vertente mais tradicional, pois a Psicologia crítica entende que as categorias definidoras de identidade adquirem sentido nas práticas sociais e nos
diferentes reconhecimentos que validam essas práticas. Como vivemos em uma sociedade que não é estática, nem imutável, a instabilidade das
práticas sociais conduz à instabilidade das categorias e, por conseguinte, à instabilidade das identidades.
Analisar a constituição identitária de indivíduos ou grupos e seu reconhecimento tem importante implicação ética e política, porque, a partir desse
aspecto, determinadas práticas em relação a eles, contra ou a favor, são levadas em consideração, como a garantia dos direitos, a cobrança dos
deveres, as penalizações e o combate ao preconceito.
Exemplo
Percebemos muito das consequências dessas categorizações em discursos de dominação racial ou em defesa dos direitos étnicos, os
quais geralmente fazem referência a uma genuína identidade racial.
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As premissas que orientam a concepção de identidade como uma metamorfose são:
Ser humano torna-se ser humano em um processo que se dá por socialização.
Processo de individuação demanda a concretização de pretensões identitárias do sujeito.
Concretização da pretensão identitária pressupõe seu reconhecimento por outros indivíduos.
Psicologia Social Crítica na vida cotidiana
Neste vídeo, a especialista reflete sobre os problemas sociais, destacando a Psicologia Social Crítica enquanto saber psicológico como forma de
compreender, guiar e regular a vida cotidiana.
Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
Módulo 2 - Vem que eu te explico!
O olhar crítico
Módulo 2 - Vem que eu te explico!
Implementação da Psicologia social crítica
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Vamos praticar alguns conceitos?
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Questão 1
A Psicologia social crítica compreendeu um movimento de compromisso da Psicologia com a realidade brasileira. Tal empreitada reuniu um
conjunto de movimentos que tinham como foco a implicação da proposta da Psicologia com a práxis cotidiana, com os problemas sociais e
com os contextos histórico-sociais. Para isso, foi necessário encarar a dimensão política presente nas práticas psicológicas vigentes. Sobre o
desenvolvimento da Psicologia social crítica analise os itens a seguir:
I. A Psicologia social crítica foi uma resposta de intelectuais e pesquisadores que estavam envolvidos com os movimentos sociais e políticos
das décadas de 1980 e 1990.
II. A experiência da implantação de regimes socialistas na Europa e na América Latina colocava em pauta a questão da revolução como
solução dos problemas existentes.
III No Brasil a exigência de uma atuação mais concreta dos intelectuais na organização social e política ficou mais evidente no início da
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III. No Brasil, a exigência de uma atuação mais concreta dos intelectuais na organização social e política ficou mais evidente no início da
década de 1970.
Estão corretas as afirmações contidas nos itens:
A Somente I.
B Somente II.
C Somente I e III.
D Somente II e III.
E Somente III.
Responder
Questão 2
Por que a linguagem tem papel fundamental na formação da identidade na Psicologia social crítica?
A Porque é por meio dela que acontece todo o processo identificatório e de reconhecimento sobre si e sobre o outro.
B Porque a linguagem é a base da teoria da dialética, fundamental nessa abordagem.
C A linguagem é o aspecto social e individual mais importante.
D Entender o significado das palavras é fundamental para saber criticar a sociedade em que vivemos.
E A linguagem é ponto-chave para entender as questões históricas e argumentar sobre os temas estabelecidos.
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Psicologia sociocognitiva
Ao final deste módulo, você será capaz de analisar as influências das representações mentais e dos mecanismos implícitos no processamento de
informações sociais para o comportamento social.
O olhar cognitivo e a Psicologia sociocognitiva
Cognição social e Psicologia sociocognitiva
A cognição social surgiu, também como as abordagens anteriores, em meados dos anos 1970, com o objetivo de compreender e explicar como as
pessoas se percebem a si mesmas e aos outros, e como essas percepções permitem explicar, prever e orientar o comportamento social.
Diferentemente das anteriores que se colocaram contrárias à Psicologia social psicológica, a Psicologia sociocognitiva se baseou na vasta tradição
teórica e de investigação da vertente tradicional, integrando ideias e metodologia da Psicologia cognitiva na exploração dos fundamentos cognitivos
dos fenômenos sociais. Nos seus primórdios, essa abordagem explorou as estruturas e os processos cognitivos subjacentes à percepção e ao
comportamento social.
Os fundamentos filosóficos que marcaram a origem da cognição social são manifestos em duas grandes perspectivas, conhecidas como:
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Percepção elementarista
Cuja as ideias surgem da sensação e da percepção e constituem elementos que podem ser associados entre si.
Visão holística
A qual caracteriza-se pela análise dos fenômenos em seu contexto, incidindo sobretudo na configuração global de relações entre eles.
Basicamente, dentro do contexto da Psicologia social, desenvolveu teorias para explicar os modos pelos quais as pessoas pensam sobre si
mesmas e sobre as coisas, formando impressões acerca de outras pessoas ou grupos sociais e explicando comportamentos e eventos.
Sustentada no modelo de processamento de informação, que leva em consideração a atenção, a percepção, a memória e o julgamento, como
diferentes etapas do processamento cognitivo, a cognição social estuda o conteúdo das representações mentais e os mecanismos que se
encontram subjacentes ao processamento das informações sociais.
O modelo cognitivista critica fortemente o modelo behaviorista sobre a forma como conduz as explicações sobre os comportamentos humano,
principalmente os mais complexos, alegando que a explicação do comportamento baseada em estímulo-resposta é insuficiente ao que tange às
funções mentais. Para isso, a Psicologia cognitiva investiga de maneira mais ampla e quantitativa o processo de elaboração interna, envolvendo
funções cognitivas e não se limitando a uma resposta mecânica e aprendida.
A cognição social, portanto, é o estudo psicológico que busca captar, entender, explicar como as pessoas se
percebem e percebem as outras pessoas e como essas percepções permitem explicar, prever e orientar o
comportamento social. Ao se levar em consideração que a cognição é formada por um conjunto de valores,
crenças, percepções, pensamentos, lembranças e atitudes que determinam comportamentos, inferir que as
representações sociais são parte desse conjunto, é apropriar-se de um instrumento teórico que possibilita avançar
na compreensão dos fenômenos humanos.
O olhar cognitivo
No que se refere ao conteúdo das representações mentais, a premissa básica é a de que as informações sociais são representadas cognitivamente
sob a forma de estruturas mentais, que são compostas pelo conhecimento, construídas, organizadas e estocadas na memória em categorias, com
base nas informações obtidas no contato do indivíduo no seu mundosocial.
De uma forma integradora, a cognição social atual evoluiu a partir de quatro tradições em Psicologia:
Tradição gestaltista 
Aprendizagem social 
Tradição construtivista 
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Atualmente, a Psicologia sociocognitiva tem se dedicado a novos contributos, que envolvem outros aspectos, como os constrangimentos
emocionais, motivacionais, corporais e os efeitos situacionais da cognição, fundamentais para a regulação cognitiva e não somente considerados
como informação adicional a ser processada. Além disso, as neurociências têm sido grande fonte de contribuição de desenvolvimento teórico e
tecnológico, enquanto atuam como ferramentas na compreensão dos processos psicológicos e neuropsicológicos subjacentes.
Psicologia social e cognição
Processos sociocognitivos
A cognição sempre esteve presente nas teorias da Psicologia social, basta verificarmos as definições mais clássicas que descreviam o objetivo da
disciplina como uma forma de compreender e explicar os pensamentos, sentimentos e comportamentos dos sujeitos são influenciados pela
presença, seja ela real, imaginada ou implícita de outros seres humanos, ou seja, percebemos que todo o desenho da cognição não só contempla o
olhar da realidade social como também a sua representação mental
Teoria do processamento de informação dVídeos 
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olhar da realidade social como também a sua representação mental.
Alguns conceitos com estruturas propriamente cognitivas sempre estiveram presentes nos principais estudos da Psicologia social, como atitudes,
crenças e estereótipos, como também os processos cognitivos, como mudanças de atitudes, formação de impressões, comparação social,
atribuição e tomada de decisão.
A partir da década de 1960, com o interesse pelos estudos dos processos mentais, a Psicologia cognitiva inspira a Psicologia social a formular
novos problemas, utilizar novos métodos, construir novas teorias, trazendo o cerne do seu interesse pelos modelos de processo, especificando a
organização mental e identificando as etapas dos processos cognitivos internos referentes aos fenômenos psicossociais.
Para que isso ocorresse, foi elaborado um conjunto de mudanças na metodologia de investigação e o
estabelecimento de medidas desenhadas para lidar com os processos psicológicos, inferindo-os e demonstrando-
os por meio de protocolos de recordação, medidas de tempo de reação, julgamentos etc.
Com o desenvolvimento da abordagem cognitiva, nos anos 1970 e nas décadas seguintes, passamos a observar a exploração do papel dos
processos cognitivos na compreensão de fenômenos tão diversos como as atitudes, as atribuições e os processos intergrupais, como também
ganharam espaço a memória, o desenvolvimento de esquemas e o papel da cognição na persuasão e nas consequências sociais. Na década de
1980, atingiu seu auge, sendo definida como um estudo com o seu centro focal na maneira como os indivíduos se compreendem uns aos outros e a
si mesmos.
Embora a herança cognitiva tenha dado as ferramentas das suas teorias e técnicas para explorar estruturas mentais e criar modelos de processo,
algumas críticas foram levantadas a esse modelo mais tradicional. Acompanhe:
Primeira crítica está diretamente relacionada à perpetuação da divisão ontológica cartesiana entre o sujeito e o objeto e se assenta em
concepções individualistas de conhecimento.
Segunda crítica é quanto ao ambiente idealizado que muitas pesquisas na área utilizavam, que por ser manipulado, poderia dar resultados reais
que se aproximassem da experiência social humana.
Como resposta a essas reflexões, a revisão da teoria sugere que os processos sociocognitivos fazem importantes previsões acerca dos fenômenos
do mundo real, tendo uma origem social criada e reforçada por meio da interação social, e como é socialmente partilhada, é comum a diferentes
membros de uma sociedade ou grupo. A cognição é mais do que o processamento de informação, pois é moldada por valores, motivação e normas
sociais.
A noção de que nossa motivação pode influenciar as nossas crenças está diretamente relacionada à teoria da dissonância cognitiva, baseada no
pressuposto de que a motivação para reduzir a tensão desconfortável entre crenças em conflito pode provocar tentativas de modificação de uma
das crenças discordantes.
Comentário
Seu uso inicial estava sendo feito como uma variável mediadora que ajudava a explicar os julgamentos, sentimentos e comportamentos,
mas ao longo do tempo as estruturas e processos foram virando o principal foco de investigação, apesar de a corrente tradicional
conservadora do comportamentalismo, por vezes, querer dar uma trava no desenvolvimento no seu desenvolvimento.
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Dissonância cognitiva
Teoria da dissonância cognitiva
A teoria da dissonância cognitiva foi lançada em 1957, no livro de Leon Festinger intitulado com o mesmo nome. Ela tem notável valor heurístico (a
ideia de não gastarmos muito esforço cognitivo na tentativa de entender o mundo em que vivemos) e desencadeou diversos experimentos na área
de Psicologia social.
Saiba mais
Outra linha de pesquisa importante são as atitudes e o seu impacto no comportamento, posicionando o afeto como seu aspecto central.
Atualmente, a teoria e a pesquisa convergem no reconhecimento de que os processos cognitivos, motivacionais e emocionais
estabelecem uma relação de interdependência e todos são partes indissociáveis e fundamentais de um sistema autorregulador que apoia
a ação adaptativa.
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O cerne da teoria é que nós procuramos um estado de harmonia em nossas cognições, ou seja, em qualquer conhecimento, crença ou opinião sobre
o ambiente, sobre nós e sobre o comportamento. E a dissonância cognitiva é um estado desagradável em que justamente encontramos uma forma
de reduzir ou eliminar, de maneira a evitar que os acontecimentos dissonantes aumentem de proporção. Assim, voltamos ao estado de consonância
e evitamos os comportamentos provocadores de dissonância.
Resolução da dissonância cognitiva
Sobre a resolução da dissonância cognitiva, vejamos algumas questões importantes:
O quanto a dissonância cognitiva é intensa? 
Como elimino uma dissonância cognitiva? 
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Alguns aspectos são importantes de serem visualizados na teoria de Festinger. Um deles é a ideia do compromisso para a manifestação da força
motivacional da redução da dissonância, pois se não houver um grau considerável de comprometimento e envolvimento de uma pessoa, no que se
refere às cognições dissonantes, não faz sentido falarmos em dissonância cognitiva. Da mesma maneira, quando falamos em volição ou desejo
como um elemento básico na existência e da magnitude da dissonância, pois está direcionado no engajamento das situações.
Atitudes
Formação de atitudes
Atitudes são avaliações gerais e duradouras, que variam de um extremo positivo a um extremo negativo, dos objetos presentes no mundo social, o
que abrange pessoas, grupos, comportamentos e que integram cognições e afetos sobre esses objetos. Atitudes são sentimentos a favor ou contra
pessoas ou coisas que entramos em contato.
Uma atitude social é uma forma de organização duradoura de crenças e cognições, que possui uma carga afetiva com prós ou contras com relação
a um objeto social definido, e predispõe a uma ação coerente com as cognições e afetos relativos a esse objeto.
Elas se formam durante todo o nossoprocesso de socialização, derivando de processos comuns de aprendizagem (esforço, modelagem), podem
surgir a partir de atendimentos a certas funções, podem ser consequência de características individuais de personalidade ou de determinantes
sociais ou ainda podem se formar em decorrência de processos cognitivos.
E se nada disso resolver? 
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A formação de atitudes não é uma ação, em sua maioria, consciente, por meio de aprendizagem condicionada ou
perante a exposição de estímulos vivenciados como afetivamente positivos.
Quando pensamos em mudança de atitudes, estamos nos referindo a um movimento mais consciente e recentemente explicado pelos modelos de
processos duais, os quais alegam que quando os sujeitos são competentes e encontram-se adequadamente motivados, eles costumam se engajar
em um processo de análise sistemática das mensagens persuasivas.
Se as mensagens tiverem argumentos consistentes, de acordo com a realidade e estruturados de forma lógica e racional, serão capazes de causar
mudanças atitudinais com relação a esses argumentos, os quais se mostrarão duradouros e resistentes a mudanças.
No entanto, no caso em que não haja essa motivação dos sujeitos, eles se apoiarão em indícios periféricos, e mais facilmente acessíveis, ou em
heurísticas para processar as mensagens. As atitudes possuem três componentes:
Está diretamente relacionado às crenças e aos demais componentes cognitivos relativos ao objeto de uma atitude, ou seja, que tenha
representação cognitiva a esse objeto. Um exemplo desse componente é o preconceito, uma vez que a pessoa possui uma série de
cognições sobre o objeto de sua discriminação.
Funções das atitudes
As atitudes envolvem o que as pessoas pensam, sentem e como elas gostariam de se comportar em relação a um objeto atitudinal. O
comportamento não é definido somente pelo que as pessoas gostariam de fazer, mas também estão inclusos os pensamentos do que elas acham
que deveriam fazer, ou seja, as normas sociais, assim como o que elas têm feito, os hábitos, e as consequências esperadas pelo seu
comportamento.
Portanto, no que tange à consistência entre atitudes e comportamentos, os achados mais recentes têm esclarecido que determinadas propriedades
estruturais das atitudes são responsáveis pela maior ou menor capacidade de as atitudes preverem o comportamento.
As atitudes mais deliberadas costumam predizer comportamentos mais consistentes e atitudes mais automáticas tendem a antecipar
comportamentos mais espontâneos.
As mudanças atitudinais apoiadas em processos lógicos, motivados e conscientes apresentam maior probabilidade de influenciar o
comportamento.
As atitudes podem ser aprendidas e têm a modelagem como um processo capaz de formar atitudes pró ou contra os objetos sociais. Tendemos a
levar em consideração as atitudes das pessoas que são significantes para nós.
Uma das principais funções das atitudes é ajudar enfrentar o ambiente social, por exemplo:
R i ã d i
Componente cognitivo Componente afetivo Componente comportamental
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Recompensas e evitação de castigos.
Proteger nossa autoestima e evitar ansiedade e conflitos.
Ordenar e assimilar informações complexas.
Refletir sobre nossas convicções e valores.
Estabelecer nossa identidade social.
Abordagem da neurociência sociocognitiva
Neurociência social
A área de neurociência social surge do interesse de investigar as possíveis associações existentes entre a cognição social e as funções cerebrais,
com o objetivo de compreender o papel desempenhado pelas estruturas neurais no processamento da informação social.
O propósito essencial é o de que determinados mecanismos neurocerebrais são responsáveis pelo raciocínio social, justificando que existem
estruturas cerebrais específicas especializadas nas atividades de autopercepção e percepção dos demais indivíduos e grupos sociais, bem como
nas ações que permitem a vida em sociedade.
Curiosidade
A neurociência sociocognitiva forma uma área interdisciplinar, que combina métodos da neurociência cognitiva com as teorias de
Cognição social, Economia, Ciências políticas, Antropologia e outras, de modo a estudar os mecanismos mentais que criam, enquadram,
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Algumas evidências já estão disponíveis e revelam, por exemplo, que certas áreas do córtex cerebral superior são especializadas em determinados
processos sociocognitivos, como a autopercepção, a detecção e compreensão de faces, vozes e movimentos humanos, a percepção de sentido dos
outros, atribuição de estados mentais.
As neurociências cognitivas foram recebidas positivamente devido a esse potencial de atenuar algumas limitações teóricas e metodológicas,
principalmente com relação à identificação das estruturas e processos cognitivos. Muitos paradigmas que permitiram retirar inferências quanto à
influência dos processos cognitivos nas respostas comportamentais observáveis estavam baseados nessa falta de respostas, na taxa de erros e
em avaliações de memória dos indivíduos.
Mecanismos neurocognitivos e comportamento social
A neurociência sociocognitiva busca estudar os mecanismos neuronais, que estão subjacentes aos processos sociocognitivos por meio da
combinação dos três níveis de análise:
Social
Direcionado aos fatores sociais e motivacionais, que influenciam o comportamento e a experiência.
Cognitivo
Com o foco nos mecanismos do processamento de informações, que levam aos fenômenos de nível social.
Neuronal
Centrado nos mecanismos cerebrais, que levam aos processos de nível cognitivo.
A partir disso, percebemos que essa abordagem tem como objetivo estudar os mecanismos neurocognitivos implícitos que dão apoio à cognição
social, em vez de ter o seu foco nos efeitos psicofisiológicos posteriores resultantes da cognição social.
A década de 1990 foi um divisor de águas para a neurociência sociocognitiva, pois seu desenvolvimento aconteceu a partir de um conjunto de
estudos e de sofisticadas metodologias, procuraram estudar o cérebro para testar questões sobre o tipo de processos envolvidos na cognição
social “normal”, em vez de focar a descrição sobre o que está danificado no cérebro.
As ferramentas que eram utilizadas nas neurociências foram importadas e desenvolvidas para estudar a cognição social. Podemos citar como as
principais:
As técnicas de neuroimagem como a ressonância magnética funcional (fMRI).
A tomografia de emissão de positrões (PET).
Os potenciais evocados (ERP), a estimulação magnética transcranial (TMS).
regulam e respondem a nossa experiência no mundo social.
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As técnicas neuropsicológicas do estudo de lesões cerebrais.
Essas técnicas devem ser pensadas como ferramentas adicionais e complementares às medidas tradicionais de pesquisa em cognição social e não
como fins em si, que tirem a importância da ênfase da compreensão dos processos afetivos-sociais.
Desse ponto de vista, a utilidade da pesquisa em neurociência sociocognitiva emerge quando a questão “onde” (região cerebral) é apenas um
prelúdio para as questões “quando”, “porquê” e “como”. Com isso, essa abordagem oferece a melhor precisão na caracterização do fenômeno
socioemocional.
A neurociência sociocognitiva é um campo promissor em investigação na área de Psicologia social que pode, sem dúvidas, contribuir enormemente
para maior compreensão do comportamento social.
Psicologia sociocognitiva, neurociência e comportamento social
Neste vídeo, a especialista reflete sobre o comportamento social, destacando os achados científicos da Psicologiasociocognitiva e da
neurociência.
Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
Módulo 3 - Vem que eu te explico!
Cognição social e psicologia sociocognitiva
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Módulo 3 - Vem que eu te explico!
O olhar cognitivo
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Vamos praticar alguns conceitos?
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Questão 1
Como podemos descrever a dissonância cognitiva?
A É a ideia de compromisso para a manifestação da força motivacional.
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B
O processo no qual se tem crenças divergentes, cognições contraditórias, que estimula a pessoa a substituir sua cognição,
atitude ou comportamento, buscando um equilíbrio entre essas instâncias.
C
O processo no qual se tem crenças convergentes, cognições confirmatórias, que estimula a pessoa em sua cognição, atitude
ou comportamento, buscando um equilíbrio entre essas instâncias.
D É a quantidade de deliberação livre da pessoa em engajar-se em determinadas situações.
E As crenças e demais componentes cognitivos relativos ao objeto.
Responder
Questão 2
Quais são os três componentes da atitude?
A Componente comportamental, componente afetivo e componente cognitivo.
B Componente comportamental, componente amoroso e componente social.
C Componente social, componente cognitivo e componente afetivo.
D Componente comportamental, componente social e componente cognitivo.
E Componente histórico, componente social e componente psicológico.
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Considerações �nais
Para entender como a Psicologia social chegou até os dias de hoje, é fundamental conhecer sua história, compreender os desdobramentos sociais
e políticos pelos quais passou essa disciplina, alcançando seu ápice e, na sequência, a sua crise nos anos 1970. Essa crise trouxe muitas
vantagens, abrindo o espaço para novas abordagens com um olhar diferente sobre o social e quebrando o absolutismo das teorias behavioristas
que, por anos, foram únicas no cenário da Psicologia social.
Vimos que a Psicologia social passou a dar um viés histórico, entendendo que o sujeito e a sociedade fazem parte de um contexto, no qual o ser
humano é agente transformador da sociedade e, ao mesmo tempo, é modificado por ela. A ideia do imutável e os experimentos que fogem da
realidade são extremamente criticados por essa abordagem.
Pensando em um viés mais político-social, outra corrente derivada da crise é a Psicologia social crítica. Também focada no contexto sócio-histórico,
tem o foco na realidade e no contexto social de cada sociedade e sujeito. Quanto mais realístico for o experimento, mais eu me aproximo do meu
público e consigo enxergar as necessidades dele.
Por fim, a terceira vertente foi a Psicologia sociocognitiva, com uma aproximação maior com a abordagem tradicional, mas com críticas em relação
ao excesso de comportamentalismo envolvido, trazendo com força a cognição como uma das principais explicações aos fenômenos sociais.
Com o desenho do esquema mental de como e por que a Psicologia social se desenvolveu ao longo de sua trajetória, compreendemos melhor os
fenômenos e temas elaborados, a partir dessa base.
Podcast
Para encerrar, ouça as diferentes abordagens em Psicologia social, por meio dos achados científicos e desafios da atuação profissional do
psicólogo no mundo contemporâneo.
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Referências
BOCK, A. M. B.; GONÇALVES, M. G. M; FURTADO, O. (orgs). Psicologia sócio-histórica: uma perspectiva crítica em Psicologia. São Paulo: Cortez,
2004.
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FERREIRA, M. C. A Psicologia social contemporânea: Principais tendências e perspectivas nacionais e internacionais. Psicologia: Teoria e Prática,
2010, v. 26 n. especial, p. 51-64.
GARRIDO, M. V.; AZEVEDO, C.; PALMA, T. Cognição social: fundamentos, formulações actuais e perspectivas futuras. Psicologia, v. XXV (1). Lisboa:
Edições Colibri, 2011, p. 113-157.
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GONZALES REY, F. L. O social na Psicologia e a Psicologia social: a emergência do Sujeito. 3. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2012.
LANE, S. T. M. O que é Psicologia social. (Coleção primeiros passos; 39). São Paulo: Brasiliense, 2006.
LANE, S. T. M.; CODO, W. (orgs). Psicologia social: o homem em movimento. São Paulo: Brasiliense, 2012.
LIMA, A. F. (org). Psicologia social crítica: paralaxes do contemporâneo. Porto Alegre: Sulina, 2012.
RODRIGUES, A.; ASSMAR, E. M. L.; JABLONSKI, B. Psicologia social. 18. ed. reformada. Petrópolis, RJ: Vozes, 1999.
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explicações sobre os processos cognitivos e os conceitos básicos em Psicologia social.
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histórica, que nos dá a base para entender melhor as bases dessa vertente.
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