Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Inserir Título Aqui Inserir Título Aqui Advocacia Previdenciária Honorários Advocatícios Responsável pelo Conteúdo: Prof.ª Esp. Elaine Horvat Revisão Textual: Prof. Me. Luciano Vieira Francisco Nesta unidade, trabalharemos os seguintes tópicos: • Introdução ao Tema; • Orientações para Leitura Obrigatória. Objetivos • Advocacia: função indispensável e essencial à administração da Justiça; • Honorários; • Honorários advocatícios; • Honorários: espécies; • Honorários advocatícios previdenciários. Caro Aluno(a)! Normalmente, com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o último momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas. Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, você poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou alguns dias e determinar como o seu “momento do estudo”. No material de cada Unidade, há videoaulas e leituras indicadas, assim como suges- tões de materiais complementares, elementos didáticos que ampliarão sua interpre- tação e auxiliarão o pleno entendimento dos temas abordados. Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem. Bons Estudos! Honorários Advocatícios Fonte: Getty Im ages UNIDADE Honorários Advocatícios Introdução ao Tema Seja bem-vindo(a) às nossas discussões sobre a advocacia previdenciária! Saiba que esta Disciplina tem como propósito apresentar noções da advocacia previdenci- ária e provocar o interesse para a compreensão e importância dessa atuação, sobre o que são os honorários advocatícios, as suas características e, consequentemente, a sua forma peculiar; o que envolve a Receita Federal e o Carf – Conselho Adminis- trativo de Recursos Fiscais –; o Judiciário (JEF, JF, TRF, TNU, STJ e STF), o NTEP – Nexo Técnico Epidemiológico Previdenciário –; o FAP – Fator Acidentário de Pre- venção –; a desoneração judicial da folha de salários; e, por fim e tão importante, os efeitos dos benefícios previdenciários no contrato de trabalho. O intuito é de proporcionar momentos prazerosos de leitura textual e audiovisual, assim como a reflexão sobre os temas aqui propostos, contribuindo para a sua con- tínua formação e trajetória profissional. Esta Disciplina está organizada em quatro unidades, cujo eixo principal será a ad- vocacia previdenciária, ou seja, a missão de concretizar, no seio da sociedade, a figu- ra do princípio da dignidade da pessoa humana, postulando em nome do segurado. O diferencial da Disciplina de ensino a distância é poder ser realizada de qualquer lugar que tenha acesso à internet e em qualquer horário que desejar ou puder. Essa facilidade se harmoniza perfeitamente com a correria do dia a dia, porém, é impor- tante organização, sempre cumprindo o programa, pois se ficar tudo para o último momento, implicará em um estudo superficial, ou ainda na perda de prazos para o lançamento das atividades. Assim, organize os seus estudos de maneira que façam parte de sua rotina, po- dendo ser uma hora diária, ou algumas horas em determinado dia da semana, no- meando esse período como momento de estudo; ademais, mantenha determinação e foco, sucesso! Você encontrará no material de cada unidade videoaulas e indicações de leitu- ras, assim como sugestões de materiais complementares, elementos didáticos que ajudarão a ampliar a sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados. Interesse-se com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão e realize as atividades de sistematização, pois serão referências do quan- to absorveu do conteúdo, tratando-se de questões objetivas que você resolverá com base no material da respectiva Unidade, tornando-se preparado(a) para realizar as avaliações. No que tange às atividades avaliativas, havendo dúvidas sobre a resposta correta, volte a consultar o material, as videoaulas e leituras indicadas para sanar possíveis incertezas. Você é responsável pelo seu processo de estudo, por isso aproveite ao máximo esta vivên- cia digital! 6 7 Advocacia: Função Indispensável e Essencial à Administração da Justiça Advocacia é uma função indispensável e essencial à administração da Justiça, conforme preceitua a Constituição Federal, em seu Artigo 133: “O advogado é indispensável à administração da Justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da Lei”. No mesmo sentido dispõe o Estatuto da Advocacia e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), em seu Artigo 2º: “Art. 2º. O advogado é indispensável à administra- ção da Justiça”. É através da advocacia que o profissional retira o seu sustento, as verbas recebidas que são chamadas de honorários e possuem a mesma proteção que os salários e as verbas trabalhistas, dada a sua natureza alimentar, condição expressamente redigida no Artigo 85, Parágrafo 14 do Código de Processo Civil: § 14. Os honorários constituem direito do advogado e têm natureza ali- mentar, com os mesmos privilégios dos créditos oriundos da legislação do trabalho, sendo vedada a compensação em caso de sucumbência parcial . Advocacia Previdenciária A legislação previdenciária tem sofrido profundas modificações ao longo da sua exis- tência, principalmente nas duas últimas décadas, o que ficou mais evidente em 2019. Tais alterações afetam diretamente a sociedade, mais precisamente os filiados à Previdência Social, os segurados e seus dependentes, passando por insegurança, gerando medos e, inclusive, desamparo social. A Previdência Social tem como objetivo proporcionar o amparo social ao segurado, por meio dos benefícios, suprindo, momentaneamente, o desemprego involuntário, a incapacidade laborativa, ou a idade avançada, entre outros fatores. Muitos segurados não exercem os seus direitos por não conseguirem acompanhar as mudanças legislativas do universo previdenciário, não saberem aplicar os seus direitos, o que ocorre, inclusive, com muitas pessoas esclarecidas, com o óbice da complexidade que se soma após muitas mudanças. Outras vezes, pela incapacidade para desenvolver atividade laborativa, tendo recebido benefício com data de alta programada, pedir ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), sem sucesso, a prorrogação, ficando sem o amparo do benefício previ- denciário e sem ser aceito de volta ao trabalho pela condição de incapacidade. Outras vezes, estar em um leito de hospital, requerendo perícia in loco, que nunca acontece, e quando o familiar chega ao advogado, já não há mais tempo, restando pedir a pensão por morte para a sua viúva. 7 UNIDADE Honorários Advocatícios Esses e outros casos correspondem ao que acontece com os segurados, sendo a nossa missão de advocacia militante no Direito Previdenciário, ficar ao lado do desamparado, em uma luta árdua e gratificante ao entregar o benefício que a Lei previdenciária garante. Assim, o advogado previdenciarista executa a missão de concretizar, no seio da sociedade, a figura do princípio da dignidade da pessoa humana. Embora não se resuma à atividade do advogado previdenciarista a dicotomia entre segurado versus Previdência Social, temos a atuação no ramo da Advocacia Empre- sarial Previdenciária (administrativa e judicial), e temos ainda a tão importante área da docência que, de alguma forma, ajuda a preparar os outros profissionais. Honorários Honorários Advocatícios Os honorários advocatícios constituem remuneração devida à prestação de ser- viços jurídicos prestados por advogados, em sua atividade consultiva e processual. Honorário: 1. Pagamento em retribuição a serviços prestados pelos que exercem uma pro- fissão liberal; remuneração;e 2. Vencimentos ou salário de qualquer profissional. Fonte: https://bit.ly/2DIVO5p Nesse passo, apreende-se do Artigo 22 do Estatuto da Advocacia e a OAB, que a prestação de serviço profissional assegura aos inscritos na OAB o direito aos honorários convencionados, aos fixados por arbitramento judicial e aos de sucumbência. No Parágrafo 6º prevê o horário assistencial, fixado em ações coletivas propostas por entidades de classe. • Honorários Advocatícios Convencionados: Honorários advocatícios conven- cionados ou contratuais são os valores estabelecidos entre o advogado e cliente, em que o advogado se compromete em prestar serviços de natureza advocatícia e o cliente se compromete a pagar o valor estipulado, a título de honorários ; • Honorários Advocatícios por Arbitramento Judicial: O advogado pode, judicial- mente, requerer em algumas circunstâncias, por lacuna ou ausência de contrato ; • Honorários Advocatícios de Sucumbência: Decorrem da condenação da par- te vencida (sucumbente) a pagar ao advogado da parte vencedora ; Esses honorários podem decorrer, inclusive, em sede de reconvenção, de cum- primento de sentença, de execução, nos recursos, cumulativamente ; Seria um desestímulo protelatório? • Honorários Advocatícios Assistenciais: São os honorários fixados em ações co- letivas propostas por entidades de classe (sem prejuízo dos honorários contratuais). 8 9 Natureza Alimentar dos Honorários Advocatícios A natureza alimentar dos honorários advocatícios está expressa no Artigo 85 do Código de Processo Civil (CPC), que assim prevê: Art. 85. A sentença condenará o vencido a pagar honorários ao advo- gado do vencedor. [...] § 14. Os honorários constituem direito do advogado e têm natureza ali- mentar, com os mesmos privilégios dos créditos oriundos da legislação do trabalho, sendo vedada a compensação em caso de sucumbência parcial. Como qualquer trabalhador, o advogado deve ser remunerado pelos serviços presta- dos. Nesse sentido, temos a Súmula Vinculante n.º 47, que aponta a natureza alimentar. Súmula Vinculante n.º 47 Os honorários advocatícios incluídos na condenação ou destacados do montante principal devido ao credor consubstanciam verba de natureza alimentar cuja satisfa- ção ocorrerá com a expedição de precatório ou requisição de pequeno valor, obser- vada ordem especial restrita aos créditos dessa natureza. Prescrição dos Honorários Advocatícios O Artigo 25, do Estatuto da Advocacia e da Ordem dos Advogados do Brasil, estabelece que a cobrança dos honorários advocatícios prescreve em cinco anos: Art. 25. Prescreve em cinco anos a ação de cobrança de honorários de advogado, contado o prazo: Do vencimento do contrato, se houver; Do trânsito em julgado da decisão que os fixar; Da ultimação do serviço extrajudicial; Da desistência ou transação; Da renúncia ou revogação do mandato. É importante que o profissional fique atento no caso de não haver o adimplemento nos termos do contrato de prestação de serviços e honorários, ou mesmo que não seja formalizado para que proceda a cobrança dentro do prazo prescricional. Há interesse de o advogado perder esse prazo? Não! É uma situação que, eventualmente, poderia ocorrer em grandes escritórios, com volumes expressivos de clientes, em que não haja controle rigoroso; ou ainda naquele pequeno escritório que falta controle e se perde no tempo. Dicas para Assegurar Maior Eficácia no Recebimento dos Honorários Advocatícios É importante elaborar contrato escrito, assinado pelas partes e duas testemunhas, incluindo, além das cláusulas habituais, a obrigação do pagamento dos honorários 9 UNIDADE Honorários Advocatícios contratuais e sucumbenciais, devidos ao advogado; quanto à sua forma de adimplir, assim dispõe o Estatuto da Advocacia e a OAB: Art. 24. A decisão judicial que fixar ou arbitrar honorários e o contrato escrito que os estipular são títulos executivos e constituem crédito privi- legiado na falência, concordata, concurso de credores, insolvência civil e liquidação extrajudicial . • É título executivo e constitui crédito privilegiado; • Junta-se o contrato na ação em que o advogado representa; • Solicita-se o pagamento apartado, dos honorários contratuais, firmados com o seu cliente, assim como de sucumbência; • Tem-se um controle de todos os clientes, processos, andamentos, créditos e de seus vencimentos. No Código Civil, in verbis: Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização monetária segundo índices oficiais regu- larmente estabelecidos, e honorários de advogado . Tem previsão inclusive no Código Civil; ampara e impõe a obrigação de pagar os honorários advocatícios pelo devedor. Honorários Advocatícios Previdenciários – Diretrizes da OAB Regional Não há uma tabela nacional que estabeleça a cobrança de horários advocatícios; para tanto, o advogado deve consultar a tabela da OAB de sua regional, que repre- senta o valor mínimo e máximo que devem ser observados e eticamente praticados. Limite dos Honorários Advocatícios Previdenciários – Honorários Contratuais A OAB/SP, por exemplo, na fase administrativa ou judicial, estabelece de 20 até 30% sobre o valor econômico, sem a dedução dos encargos fiscais/tributários e previ- denciários, sem o ferimento dos princípios éticos da moderação e proporcionalidade. Portanto, o valor a ser cobrado a título de honorários contratuais, em ação previ- denciária de prestação continuada, terá como base de cálculo de 20 a 30% do pro- veito econômico auferido pelo cliente, até a sentença definitiva transitada em julgado, incluindo os valores vencidos e mais doze vincendas, deduzindo o que eventualmente já tenha recebido. Honorários Advocatícios Sucumbenciais em Causas Contra a Fazenda Pública Por se tratarem de causas contra a Fazenda Pública, a fixação dos honorários observará os seguintes critérios: • No mínimo 10% e no máximo 20% sobre o valor da condenação ou do proveito econômico, quando for até 200 salários mínimos; 10 11 • No mínimo 8% e no máximo 10% sobre o valor da condenação ou do proveito econômico obtido de 201 a 2.000 salários mínimos; • No mínimo 5% e no máximo 8% sobre o valor da condenação ou do proveito econômico obtido de 2.000 a 20.000 salários mínimos; • No mínimo 3% e no máximo 5% sobre o valor da condenação ou do proveito econômico obtido de 20.000 a 100.000 salários mínimos; • No mínimo 1% e no máximo 3% sobre o valor da condenação ou do proveito econômico obtido acima de 100.000 salários mínimos. Tais critérios serão aplicados quando a sentença for líquida; não sendo líquida, o percentual será definido apenas quando liquidado o julgado. Quando o Tribunal julgar o recurso, majorará os honorários fixados anterior- mente, levando em conta o trabalho adicional realizado em grau recursal. Em fase de embargos à execução, rejeitados ou improcedentes, e em fase de cumprimento de sentença, as verbas de sucumbência arbitradas serão acrescidas no valor do débito principal. Ainda, advogado que atuar em causa própria terá devido os honorários sucum- benciais – que serão devidos. Decisão transitada em julgado, que seja omissa quanto ao direito dos honorários, ou o seu valor, poderá ingressar, em ação autônoma, para a sua fixação e cobrança. Em caso de sucumbência mínima do pedido, a outra parte responderá por inteiro pelos honorários sucumbenciais. Quando se tratar de causas de proveito econômico inestimável ou irrisório, ou valor consideravelmente baixo, caberá ao juiz fixar os honorários por aprecia- ção equitativa, devendo observar o grau de zelo profissional, o lugar da prestação do serviço, a natureza e importância da causa, o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido pelo seu serviço. Código de Ética e Disciplina da OAB Apesar da Súmula do Superior Tribunal de Justiça (STJ) n.º 111, o Código de Ética e Disciplina da Ordem dos Advogados do Brasil prevê, em seu Parágrafo 2º do Artigo 50, que os honoráriosadvocatícios poderão incidir sobre as prestações venci- das e vincendas não superiores às vantagens auferidas pelo cliente: Art. 50. Na hipótese da adoção de cláusula quota litis, os honorários devem ser necessariamente representados por pecúnia e, quando acres- cidos dos honorários da sucumbência, não podem ser superiores às van- tagens advindas a favor do cliente. [...] § 2º. Quando o objeto do serviço jurídico versar sobre prestações vencidas e vincendas, os honorários advocatícios poderão incidir sobre o valor de umas e outras, atendidos os requisitos da moderação e da razoabilidade. 11 UNIDADE Honorários Advocatícios Prevalece nos tribunais a Súmula do STJ n.º 111, ou seja, de que os honorários advocatícios incidirão sobre as prestações vencidas, apenas: “Os honorários advocatícios, nas ações previdenciárias, não incidem sobre presta- ções vincendas”. Inúmeros advogados entendem e defendem que a referida Súmula não atende aos requisitos do Código de Processo Civil, que prevê justa remuneração. A Súmula do STJ n.º 111 impede que os honorários advocatícios sucumbenciais incidam sobre as prestações vincendas, dando-se no curso do processo, em que o advogado continua a trabalhar, comumente por anos. Ementário do Tribunal de Ética e Disciplina É o que se verifica no Ementário do Tribunal de Ética e Disciplina E-5.198/2019 da OAB: no que tange aos honorários contratuais poderão incidir o percentual sobre as parcelas vencidas (até o trânsito em julgado) e acrescidas de doze parcelas vincendas: Honorários advocatícios em matéria previdenciária – base de cálculo – valores recebidos até o trânsito em julgado da ação, acrescido de 12 parcelas a vencer – princípios da moderação, razoabilidade e proporcio- nalidade. Em ações de natureza previdenciária, a base de cálculo para a aplicação do percentual de êxito definido no contrato de presta- ção de serviços jurídicos é o benefício econômico alcançado para o cliente até o trânsito em julgado da ação, podendo ser acrescidas, à base de cálculo, 12 (doze) parcelas vincendas. Em qualquer hipótese, os honorários advocatícios contratuais não poderão ultrapassar o limite de 30% (trinta por cento) do proveito econômico obtido para o cliente. Proc. E-5.198/2019 – V.U., em 24/04/2019, do parecer e ementa do Rel. Dr. Eduardo de Oliveira Lima, Rev. Dra. Renata mangueira de Souza, Presidente Dr. Guilherme Martins Malufe. (Grifos nossos) Temos aqui um destaque do Artigo 38, do Código de Ética e Disciplina da OAB, impedindo que a soma dos honorários contratuais e sucumbenciais ultrapasse a van- tagem econômica obtida pelo cliente: E-4.469/2015 – honorários advocatícios em ações previdenciárias com prestação continuada – limites éticos para fixação do percentual com base na Tabela da OAB-SP – cobrança de consulta e despesas – princípios da moderação e proporcionalidade. 1. – Nas ações previdenciárias com prestação continuada, poderá o advogado cobrar os honorários advoca- tícios até o limite de 30% (Tabela de Honorários da OAB-SP), sobre os valores vencidos até a prolação da sentença mais doze parcelas a vencer, sem o ferimento dos princípios éticos da moderação e proporcionalidade. 2. – A cobrança de consulta é um direito do advogado, estando seus va- lores mínimos fixados na Tabela de Honorários da OAB-SP. Porém, sua cobrança ao final de ação previdenciária, na qual foram acordados hono- rários contratuais de 30%, como pretendido, incorre em desvio ético, por 12 13 contrariar os princípios da moderação e proporcionalidade. 3. – A pre- tensão do advogado ao recebimento de honorários fixos (três parcelas da pensão), além dos contratados (30%), encontra resistência nos princípios éticos da moderação e proporcionalidade. 4. – Os honorários de sucum- bências não incidem nas reclamações trabalhistas e nas ações previden- ciárias, por se tratar de advocacia de risco, razão pela qual é autorizada a cobrança de até 30% para os honorários contratuais. Porém, nos casos em que houver sucumbência, a soma dos dois honorários não pode- rá ultrapassar a vantagem obtida pelo cliente, face à vedação contida no Artigo 38 do CED. 5. – Finalmente, em caso de necessidade de serem realizadas viagens, extração de cópias, autenticações ou outras diligências, poderá o advogado cobrá-las no final da ação, quando da prestação de contas, desde que, constem especificamente do contrato de honorários e sejam efetivamente comprovados. V.U., em 02/02/2015, do parecer e ementa do Rel. Dr. Guilherme Florindo Figueiredo – Rev. Dr. Luiz Antonio Gambelli – Presidente Dr. Carlos José Santos da Silva. (Grifos nossos) É neste sentido que tem se pronunciado o Tribunal de Ética e Disciplina: Honorários advocatícios em ação previdenciária – tutela antecipada – ho- norários devidos a partir do recebimento da vantagem econômica pelo cliente – limitados a 12 meses após o trânsito em julgado da ação – devo- lução em caso de indeferimento ou procedência parcial da ação. [...] Ou seja, a base de cálculo para a incidência dos honorários deve se limitar a 30% (trinta per cento) e será sobre o valor recebido pelo cliente até a sentença transitada em julgado, mais 12 prestações vincendas. [...] Proc. E-5.116/2018 - V.U., em 20/09/2018, do parecer e ementa da Rel.ª Dr.ª Marcia Dutra Lopes Matrone, Rev. Dr. Luiz Antonio Gambelli – Presiden- te Dr. Pedro Paulo Wendel Gasparini. (Grifos nossos) Assim, verificamos que se mantém o entendimento de que os honorários advocatí- cios, observando os limites éticos sobre as parcelas vencidas e vincendas, com percen- tual de 20 a 30% do valor econômico do cliente, independentemente de ter iniciado o trabalho na esfera administrativa com o seguimento na esfera judicial, tendo como limitador a sentença transitada em julgado mais doze parcelas vencidas, vejamos: Honorários advocatícios – advocacia previdenciária – consolidação e re- gras gerais para cobrança de honorários – ad exitum – tutela antecipada – limites éticos para cobrança sobre parcelas vencidas e vincendas. A vigente tabela de honorários da Seccional, em seu Item 85, estabelece para as ações de cognição, condenatória, constitutiva e declaratória, o percentual de 20% a 30% sobre o valor econômico da questão, assim entendido como sendo o proveito econômico advindo ao cliente. Pouco importa que a atuação do advogado tenha se iniciado na esfera administrativa e depois continuado ou se estendido para a esfera judicial. O valor a ser cobrado terá como base de cálculo o proveito econômico advindo ao cliente até a sentença definitiva transitada em julgado, conforme liquidação da sentença. [...] No recebimen- to dos honorários, por ocasião da liquidação da sentença definitiva transi- tada em julgado, a conta se fará pelos vencidos e mais 12 vincendas, de- duzido o que já foi recebido. Precedentes: E-3.696/2008, E-3.683/2008, E-3.699/2008, E-3.769/2009, E-3.858/2010, E-3.990/2011 13 UNIDADE Honorários Advocatícios E-4.007/2011, E-4.216/2013, E-4.482/2015, e E-4.606/2016. Proc. E-4.635/2016 – V.U., em 19/05/2016, do parecer e ementa do Rel. Dr. Luiz Antonio Gambelli – Rev.ª Dr.ª Beatriz M. A. Camargo Kestener – Pre- sidente Dr. Pedro Paulo Wendel Gasparini. (Grifos nossos) Previsão dos Honorários Advocatícios no Código de Processo Civil Destacamos o Artigo 85, relativo aos honorários advocatícios sucumbenciais, em caso de persistir o condenado em reconvenção, cumprimento de sentença (provisó- rio ou definitivo), na execução (resistida ou não) e nos recursos, pagará ao advogado vencido, cumulativamente, pelos recursos interpostos, servindo de desestímulo quan- do forem meramente protelatórios: Art. 85. A sentença condenará o vencido a pagar honorários ao advo- gado do vencedor. § 1º. São devidos honorários advocatícios na reconvenção, no cumpri- mento de sentença, provisório ou definitivo, na execução, resistida ou não, e nos recursos interpostos, cumulativamente. § 2º. Os honorários serão fixados entre o mínimo de dez e omáximo de vinte por cento sobre o valor da condenação, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa, atendidos: I – o grau de zelo do profissional; II – o lugar de prestação do serviço; III – a natureza e a importância da causa; IV – o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço. § 3º. Nas causas em que a Fazenda Pública for parte, a fixação dos ho- norários observará os critérios estabelecidos nos incisos I a IV do § 2º e os seguintes percentuais: I – Mínimo de dez e máximo de vinte por cento sobre o valor da condena- ção ou do proveito econômico obtido até 200 (duzentos) salários-mínimos; II – Mínimo de oito e máximo de dez por cento sobre o valor da condena- ção ou do proveito econômico obtido acima de 200 (duzentos) salários- -mínimos até 2.000 (dois mil) salários-mínimos; III – Mínimo de cinco e máximo de oito por cento sobre o valor da con- denação ou do proveito econômico obtido acima de 2.000 (dois mil) salá- rios-mínimos até 20.000 (vinte mil) salários-mínimos; IV – Mínimo de três e máximo de cinco por cento sobre o valor da con- denação ou do proveito econômico obtido acima de 20.000 (vinte mil) salários-mínimos até 100.000 (cem mil) salários-mínimos; V – Mínimo de um e máximo de três por cento sobre o valor da con- denação ou do proveito econômico obtido acima de 100.000 (cem mil) salários-mínimos. § 4º. Em qualquer das hipóteses do § 3º: I – Os percentuais previstos nos incisos I a V devem ser aplicados desde logo, quando for líquida a sentença; II – Não sendo líquida a sentença, a definição do percentual, nos termos previstos nos incisos I a V, somente ocorrerá quando liquidado o julgado; 14 15 III – Não havendo condenação principal ou não sendo possível mensurar o proveito econômico obtido, a condenação em honorários dar-se-á sobre o valor atualizado da causa; IV – Será considerado o salário-mínimo vigente quando prolatada sen- tença líquida ou o que estiver em vigor na data da decisão de liquidação §5º. Quando, conforme o caso, a condenação contra a Fazenda Pública ou o benefício econômico obtido pelo vencedor ou o valor da causa for superior ao valor previsto no Inciso I do § 3º, a fixação do percentual de honorários deve observar a faixa inicial e, naquilo que a exceder, a faixa subsequente, e assim sucessivamente §6º. Os limites e critérios previstos nos §§ 2º e 3º aplicam-se independentemente de qual seja o conteúdo da decisão, inclusive aos casos de improcedência ou de sentença sem reso- lução de mérito §7º. Não serão devidos honorários no cumprimento de sentença contra a Fazenda Pública que enseje expedição de precatório, desde que não tenha sido impugnada §8º. Nas causas em que for ines- timável ou irrisório o proveito econômico ou, ainda, quando o valor da causa for muito baixo, o juiz fixará o valor dos honorários por apreciação equitativa, observando o disposto nos incisos do § 2º . § 9º. Na ação de indenização por ato ilícito contra pessoa, o percentual de honorários incidirá sobre a soma das prestações vencidas acrescida de 12 (doze) prestações vincendas . § 10. Nos casos de perda do objeto, os honorários serão devidos por quem deu causa ao processo . § 11. O Tribunal, ao julgar recurso, majorará os honorários fixados anteriormente levando em conta o trabalho adicional realizado em grau recursal, observando, conforme o caso, o disposto nos §§ 2º a 6º, sendo vedado ao Tribunal, no cômputo geral da fixação de honorários devidos ao advogado do vencedor, ultrapassar os respectivos limites estabelecidos nos §§ 2º e 3º para a fase de conhecimento. § 12. Os honorários referidos no § 11 são cumuláveis com multas e ou- tras sanções processuais, inclusive as previstas no Art. 77 . § 13. As verbas de sucumbência arbitradas em embargos à execução re- jeitados ou julgados improcedentes e em fase de cumprimento de sentença serão acrescidas no valor do débito principal, para todos os efeitos legais . § 14. Os honorários constituem direito do advogado e têm natureza ali- mentar, com os mesmos privilégios dos créditos oriundos da legislação do trabalho, sendo vedada a compensação em caso de sucumbência parcial . § 15. O advogado pode requerer que o pagamento dos honorários que lhe caibam seja efetuado em favor da sociedade de advogados que integra na qualidade de sócio, aplicando-se à hipótese o disposto no § 14 . § 16. Quando os honorários forem fixados em quantia certa, os juros moratórios incidirão a partir da data do trânsito em julgado da decisão . § 17. Os honorários serão devidos quando o advogado atuar em cau- sa própria . § 18. Caso a decisão transitada em julgado seja omissa quanto ao direito aos honorários ou ao seu valor, é cabível ação autônoma para sua defini- ção e cobrança. § 19. Os advogados públicos perceberão honorários de sucumbência, nos termos da Lei. 15 UNIDADE Honorários Advocatícios Art. 86. Se cada litigante for, em parte, vencedor e vencido, serão pro- porcionalmente distribuídas entre eles as despesas. Parágrafo único. Se um litigante sucumbir em parte mínima do pedido, o outro responderá, por inteiro, pelas despesas e pelos honorários. Art. 87. Concorrendo diversos autores ou diversos réus, os vencidos res- pondem proporcionalmente pelas despesas e pelos honorários. § 1º. A sentença deverá distribuir entre os litisconsortes, de forma expres- sa, a responsabilidade proporcional pelo pagamento das verbas previstas no Caput. § 2º. Se a distribuição de que trata o § 1º não for feita, os vencidos res- ponderão solidariamente pelas despesas e pelos honorários. Art. 88. Nos procedimentos de jurisdição voluntária, as despesas serão adiantadas pelo requerente e rateadas entre os interessados. Art. 89. Nos juízos divisórios, não havendo litígio, os interessados paga- rão as despesas proporcionalmente a seus quinhões. Art. 90. Proferida sentença com fundamento em desistência, em renún- cia ou em reconhecimento do pedido, as despesas e os honorários serão pagos pela parte que desistiu, renunciou ou reconheceu . § 1º. Sendo parcial a desistência, a renúncia ou o reconhecimento, a responsabilidade pelas despesas e pelos honorários será proporcional à parcela reconhecida, à qual se renunciou ou da qual se desistiu . § 2º. Havendo transação e nada tendo as partes disposto quanto às des- pesas, estas serão divididas igualmente. § 3º. Se a transação ocorrer antes da sentença, as partes ficam dispen- sadas do pagamento das custas processuais remanescentes, se houver . § 4º. Se o réu reconhecer a procedência do pedido e, simultaneamente, cumprir integralmente a prestação reconhecida, os honorários serão re- duzidos pela metade. Art. 91. As despesas dos atos processuais praticados a requerimento da Fazenda Pública, do Ministério Público ou da Defensoria Pública serão pagas ao final pelo vencido. § 1º. As perícias requeridas pela Fazenda Pública, pelo Ministério Público ou pela Defensoria Pública poderão ser realizadas por entidade pública ou, havendo previsão orçamentária, ter os valores adiantados por aquele que requerer a prova. § 2º. Não havendo previsão orçamentária no exercício financeiro para adiantamento dos honorários periciais, eles serão pagos no exercício se- guinte ou ao final, pelo vencido, caso o processo se encerre antes do adiantamento a ser feito pelo ente público. Art. 92. Quando, a requerimento do réu, o juiz proferir sentença sem re- solver o mérito, o autor não poderá propor novamente a ação sem pagar ou depositar em cartório as despesas e os honorários a que foi condenado. Art. 93. As despesas de atos adiados ou cuja repetição for necessária ficarão a cargo da parte, do auxiliar da Justiça, do órgão do Ministério Público ou da Defensoria Pública ou do juiz que, sem justo motivo, houver dado causa ao adiamento ou à repetição. 16 17 Art. 94. Se o assistido for vencido, o assistente será condenado ao pagamen- to das custas emproporção à atividade que houver exercido no processo. Art. 95. Cada parte adiantará a remuneração do assistente técnico que houver indicado, sendo a do perito adiantada pela parte que houver re- querido a perícia ou rateada quando a perícia for determinada de ofício ou requerida por ambas as partes . § 1º. O juiz poderá determinar que a parte responsável pelo pagamento dos honorários do perito deposite em juízo o valor correspondente. § 2º. A quantia recolhida em depósito bancário à ordem do juízo será corrigida monetariamente e paga de acordo com o Art. 465, § 4º . § 3º. Quando o pagamento da perícia for de responsabilidade de benefi- ciário de gratuidade da Justiça, ela poderá ser: I – Custeada com recursos alocados no orçamento do ente público e rea- lizada por servidor do Poder Judiciário ou por órgão público conveniado; II – Paga com recursos alocados no orçamento da União, do Estado ou do Distrito Federal, no caso de ser realizada por particular, hipótese em que o valor será fixado conforme tabela do Tribunal respectivo ou, em caso de sua omissão, do Conselho Nacional de Justiça . § 4º. Na hipótese do § 3º, o juiz, após o trânsito em julgado da decisão final, oficiará a Fazenda Pública para que promova, contra quem tiver sido condenado ao pagamento das despesas processuais, a execução dos valores gastos com a perícia particular ou com a utilização de servidor pú- blico ou da estrutura de órgão público, observando-se, caso o responsável pelo pagamento das despesas seja beneficiário de gratuidade da Justiça, o disposto no Art. 98, § 2º. § 5º. Para fins de aplicação do § 3º, é vedada a utilização de recursos do fundo de custeio da Defensoria Pública. Art. 96. O valor das sanções impostas ao litigante de má-fé reverterá em benefício da parte contrária, e o valor das sanções impostas aos serven- tuários pertencerá ao Estado ou à União. Art. 97. A União e os Estados podem criar fundos de modernização do Poder Judiciário, aos quais serão revertidos os valores das sanções pe- cuniárias processuais destinadas à União e aos Estados, e outras verbas previstas em Lei. (Grifos nossos) Mandato – Falta de Confiança do Cliente – Renúncia Ainda que haja renúncia ao mandato, o advogado terá direito aos honorários con- tratados, proporcionais aos serviços prestados e a sua responsabilidade será mantida por eventuais danos, vejamos: Ocorrendo a quebra de confiança do cliente no advogado, deve este re- nunciar ao mandato, na medida em que a confiança recíproca é o pilar que sustenta tal relação. Mesmo renunciando ao mandato, o advogado terá direito aos honorários contratados, proporcionais aos serviços prestados, bem como será mantida sua responsabilidade profissional por eventuais danos causados dolosa ou culposamente ao cliente (Art. 13 do CED). Para a consecução do ato de renúncia, o advogado deverá, no caso, no- 17 UNIDADE Honorários Advocatícios tificar o proprietário do imóvel e sua procuradora (clientes), bem como o Juízo (Art. 45 do CPC), informando que, nos termos dos Art. 45 do CPC, Art. 5º, § 3º do EAOAB e Art. 13 do CED, continuará a responsa- bilizar-se pelo andamento do processo pelo prazo de 10 dias seguintes à notificação. Precedentes – E-2.381/2001, E-3.984/2011, E-4.063/2011 e E-4.372/2014. Proc. E-4.481/2015 – V.U., em 19/03/2015, do parecer e ementa do Rel. Dr. Guilherme Florindo Figueiredo – Rev.ª Dr.ª Beatriz M. A. Camargo Kestener – Presidente Dr. Carlos José Santos da Silva. (Grifos nossos) Figura 1 Fonte: Getty Images Como qualquer trabalhador, o advogado deve ser remunerado pelos serviços prestados. 18 19 Orientações para Leitura Obrigatória LEITÃO, A. S.; MEIRINHO, A. G. S. Teoria geral de benefícios. In: Manual de Direito Previ- denciário. .5 ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2018b. cap. 5. ______. Processo judicial previdenciário. In: Manual de Direito Previdenciário. .5 ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2018a. cap. 13. SANTOS, M. F. Regimes previdenciários. Título I – o regime geral da Previdência Social. In: Esquematizado – Direito Previdenciário. São Paulo: Saraiva Jurídica, 2002. cap. 5. 19 UNIDADE Honorários Advocatícios Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Livro Direito Previdenciário BALERA, W.; MUSSI, C. M. Direito Previdenciário. 10. ed. rev. atual. ampl. São Paulo: Método, 2014. (Série Concursos Públicos). Leitura O auxílio-acidente no Direito Previdenciário ALVARENGA, R. Z. de. O auxílio-acidente no Direito Previdenciário. Revista de Previdência Social, São Paulo, v. 34, n. 356, p. 491-494, jul. 2010. Temas controvertidos de Direito do Trabalho: homenagem ao professor Renato Tua de Almeida BRAMANTE, I. C.; CALVO, A. Temas controvertidos de Direito do Trabalho: homenagem ao professor Renato Tua de Almeida. São Paulo: LTR, 2009. Direito Previdenciário HORVATH JÚNIOR, M. Direito Previdenciário. São Paulo: Manole, 2011. 20 21 Referências BRASIL. Código de Processo Civil. Brasília, DF, 2015. Disponível em: <http://www.pla- nalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm>. Acesso em: 10/07/2020. ______. Código Civil. Brasília, DF, 2002. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/leis/2002/l10406.htm>. Acesso em: 10/07/2020. ______. Estatuto da Advocacia e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Brasília, DF, 1994. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8906.htm>. Acesso em: 10/07/2020. ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL. E-5.198/2019. 2019. Disponível em: <http://www.oabsp.org.br/tribunal-de-etica-e-disciplina/ementario/2019/e-5-198-2019>. Acesso em: 10/07/2020. ______. Código de Ética e Disciplina da Ordem dos Advogados do Brasil. Brasília, DF, 2015. Disponível em: <https://s.oab.org.br/PDF/CFOAB-CED.pdf >. Acesso em: 10/07/2020. Site Visitado DICIONÁRIO MICHAELIS. Honorário. [20--]. Disponível em: <https://michaelis.uol.com. br/moderno-portugues/busca/portugues-brasileiro/honorario>. Acesso em: 10/07/2020. 21 UNIDADE Honorários Advocatícios 22 Inserir Título Aqui Inserir Título Aqui Advocacia Previdenciária Advocacia Previdenciária e as Entidades de Atuação do Advogado Previdenciário Responsável pelo Conteúdo: Prof.ª Esp. Elaine Horvat Revisão Textual: Prof. Me. Luciano Vieira Francisco Nesta unidade, trabalharemos os seguintes tópicos: • Introdução ao Tema; • Orientações para Leitura Obrigatória. Objetivo • Apresentar noções da Advocacia Previdenciária e provocar o seu interesse para a compre- ensão e importância do Poder Judiciário – Juizado Especial Federal (JEF), Justiça Federal (JF), Tribunal Regional Federal (TRF), Turma Nacional de Uniformização (TNU), Superior Tribunal de Justiça (STJ) e Supremo Tribunal Federal (STF) – da Receita Federal e do Carf – Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. Normalmente, com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o último momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas. Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, você poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou alguns dias e determinar como o seu “momento do estudo”. No material de cada Unidade, há videoaulas e leituras indicadas, assim como suges- tões de materiais complementares, elementos didáticos que ampliarão sua interpre- tação e auxiliarão o pleno entendimento dos temas abordados. Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem. Bons Estudos! Advocacia Previdenciária e as Entidades de Atuação do Advogado Previdenciário Fonte: Getty Im ages UNIDADE Advocacia Previdenciária e as Entidadesde Atuação do Advogado Previdenciário Introdução ao Tema Seja bem-vindo(a) às nossas discussões sobre a Advocacia Previdenciária! Saiba que esta Disciplina tem como propósito apresentar noções da Advocacia Previdenciária e provocar o seu interesse para a compreensão e importância do Poder Judiciário – Juizado Especial Federal (JEF), Justiça Federal (JF), Tribunal Re- gional Federal (TRF), Turma Nacional de Uniformização (TNU), Superior Tribunal de Justiça (STJ) e Supremo Tribunal Federal (STF) – da Receita Federal e do Carf – Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. Com o intuito de proporcionar momentos prazerosos de leitura textual e audiovi- sual, e reflexão sobre os temas aqui propostos, e, principalmente, contribuir com sua contínua formação e trajetória profissional. Esta Disciplina está organizada em quatro unidades, cujo eixo principal será a advo- cacia previdenciária, ou seja, a missão de concretizar, no seio da sociedade, a figura do princípio da dignidade da pessoa humana, postulando em nome do segurado. O diferencial da Disciplina de ensino a distância é poder ser realizada de qualquer lugar que tenha acesso à internet e em qualquer horário que desejar ou puder. Essa facilidade se harmoniza perfeitamente com a correria do dia a dia, porém, é impor- tante organização, sempre cumprindo o programa, pois se ficar tudo para o último momento, implicará em um estudo superficial, ou ainda na perda de prazos para o lançamento das atividades. Assim, organize os seus estudos de maneira que façam parte de sua rotina, po- dendo ser uma hora diária, ou algumas horas em determinado dia da semana, no- meando esse período como momento de estudo; ademais, mantenha determinação e foco, sucesso! Você encontrará no material de cada unidade videoaulas e indicações de leitu- ras, assim como sugestões de materiais complementares, elementos didáticos que ajudarão a ampliar a sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados. Interesse-se com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão e realize as atividades de sistematização, pois serão referências do quan- to absorveu do conteúdo, tratando-se de questões objetivas que você resolverá com base no material da respectiva Unidade, tornando-se preparado(a) para realizar as avaliações. No que tange às atividades avaliativas, havendo dúvidas sobre a resposta correta, volte a consultar o material, as videoaulas e leituras indicadas para sanar possíveis incertezas. Você é responsável pelo seu processo de estudo, por isso aproveite ao máximo esta vivência digital! 6 7 Figura 1 Fonte: Getty Images Seguridade Social A Constituição Federal de 1988 positivou o sistema de seguridade social através do Artigo 194, que determina o seguinte: A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações e ini- ciativas dos Poderes Públicos e da sociedade, destinados a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência. Assim, o sistema da seguridade social se divide em duas vertentes, a previ- denciária, que se consolida no seguro social; e a assistência, que se concretiza na prestação de saúde e assistência. A previdência é espécie do gênero seguro, de modo que para ser social impõe a filiação obrigatória (delimita a coberto para os segurados), sob o financiamento tri- partite (filiado, empregador e Estado) gerida pelo Estado ou ente instrumental. Assim, o regime geral de previdência social, por atuação do INSS, é de caráter contributivo e de filiação obrigatória, através de uma organização pública em que presta serviços previdenciários. A previdência social divide-se em dois subsistemas: • RGPS – Regime Geral de Previdência Social; e • RPPS – Regime Próprio de Previdência Social: relação única e exclusiva com servidores públicos efetivos; assim, os que tiverem cobertura neste estarão inclusos no RGPS. 7 UNIDADE Advocacia Previdenciária e as Entidades de Atuação do Advogado Previdenciário Temos como pilares a Constituição Federal, a Lei que institui o plano de benefí- cios, n.º 8.213, de 24 de julho de 1991, a Lei de regulamentação estrutural e finan- ceira, n.º 8.212, de 24 de julho de 1991, e a Instrução Normativa (IN) n.º 77, de 21 de janeiro de 2015, além de decretos regulamentadores. INSS – Instituto Nacional do Seguro Social O Instituto Nacional do Seguro Social, autarquia federal, instituído pelo Artigo 14 da Lei n.º 8.029, de 12 de abril de 1990, pela fusão do Iapas – Instituto de Admi- nistração Financeira da Previdência e Assistência Social – com o INPS – Instituto Nacional de Previdência Social –; atualmente é vinculado ao Ministério da Economia. Compete ao INSS a operacionalização do reconhecimento dos direitos aos segu- rados e dependentes do RGPS. Para tanto, o INSS trabalha junto à Dataprev – Em- presa de Tecnologia e Informações da Previdência –, responsável pelo processamen- to de todos os dados da previdência. O INSS é responsável por receber os documentos dos segurados e processar os requerimentos para conceder ou indeferir os benefícios. Dataprev é uma empresa pública e vinculada ao Ministério da Economia, respon- sável pela gestão da base de dados sociais brasileira, especialmente do INSS. A IN n.º 77, de 21 de janeiro de 2015, estabelece rotinas para agilizar a unifor- mização, o reconhecimento de direitos dos segurados e beneficiários da Previdência Social, com observância aos princípios estabelecidos no Artigo 37 da Constituição Federal de 1988. É necessária sua consulta para atuar administrativamente na área previdenciária, seja para concessão de benefício, recurso, entre outras possibilidades juntamente com a legislação própria e Constituição Federal. Ressalta-se que constitui alçada exclusiva as juntas de recursos para decisão fun- damentada exclusivamente em matéria médica; sobre reajustamento de benefícios em manutenção com índices estabelecidos em Lei – sendo exceção quando a Ren- da Mensal Atual (RMA) alterar a Renda Mensal Inicial (RMI) –, não comportando recurso às câmaras de julgamento. O protocolo do recurso pode ser realizado pelo número telefônico 135, ou pelo envio do recurso, por escrito e assinado, junto a documentos que sejam entendidos como pertinentes, pelas agências dos Correios, sugerindo-se utilizar AR – Aviso de Recebimento – para qualquer agência do INSS, de preferência aquela que emitiu a decisão. É desnecessário agendamento ou atendimento presencial no INSS. A Lei n.º 9.784/99 prevê, em seu Artigo 49, que: Concluída a instrução de processo administrativo, a Administração tem o prazo de até trinta dias para decidir, salvo prorrogação por igual período expressamente motivada. (Grifos nossos) 8 9 Há, ainda, o controle de óbitos, em que fica obrigado ao titular do Cartório de Registro Civil de Pessoas Naturais a comunicação de óbitos ao INSS, mensalmente. Com o óbito do segurado, não havendo dependentes, cessa a concessão do benefício recebido, sendo o motivo do controle do INSS; assim, havendo ou não óbitos regis- trados em cartório, este deverá cumprir a informação, conforme prevê o Artigo 68 da Lei n.º 8.212/91 e Artigo 228 do Decreto n.º 3.048/99. Nesse passo, o Artigo 367 do Decreto n.º 3.048/99 estabelece que o Instituto Nacional do Seguro Social e a Empresa de Processamento de Dados da Previdência Social confrontarão a relação dos óbitos com os cadastros da Previdência Social, determinando o cancelamento dos pagamentos, a partir da data do falecimento dos beneficiários identificados na comunicação a que se refere o Artigo 228. Importa destacar que cometerá delito de estelionato o cidadão que receber bene- fício em nome de pessoa falecida, para tanto, sendo necessário: i) emprego de qual- quer meio fraudulento pelo agente; ii) induzimento ou manutenção de erro à vítima; iii) obtenção de vantagem ilícita patrimonial; e iv) prejuízo alheio. Qualquer pessoa poderá requerer benefício no INSS? Qualquer pessoa poderá interpor recurso de decisão do INSS?É de decisão das juntas de recursos? É atividade exclusiva de advogado? CRSS – Conselho de Recursos do Seguro Social De acordo com o Artigo 303, do Decreto n.º 3.048/99, o Conselho de Recurso do Seguro Social é um órgão colegiado, com a finalidade de exercer o controle juris- dicional de decisões do INSS nos processos de: • Beneficiários do regime geral de Previdência Social; • Empresas; e • Benefícios assistenciais de prestação continuada (BCP). O CRSS é formado por 29 juntas de recursos (1º grau), às quais compete julgar os recursos interpostos contra as decisões do INSS em matéria de benefícios. Com o nome de recurso ordinário, o procedimento recursal segue o rito do Artigo 126, da Lei n.º 8.213/91, em que o Conselho de Recursos da Previdência So- cial é competente para processar e julgar recursos de decisões proferidas pelo INSS. O prazo para interpor recurso ao CRPS é de 30 dias, segundo o Parágrafo 1º do Artigo 305 do Decreto n.º 3.048/99, com ciência pessoal da decisão ou do AR, em igual prazo para interpor contrarrazões. A contagem do prazo é feita como no procedimento judicial, excluindo-se o dia do conhecimento da decisão e incluindo o início do curso do prazo no primeiro dia útil seguinte. É importante que o segurado mantenha o seu endereço atualizado junto ao INSS, pois a comunicação dirigida ao endereço informado será considerada válida. 9 UNIDADE Advocacia Previdenciária e as Entidades de Atuação do Advogado Previdenciário Câmaras de Julgamento – CAJ O CRSS é formado por quatro câmaras de julgamento, situadas em Brasília, DF, e competentes para julgar em segunda e última instância os recursos interpostos contra decisões proferidas pelas juntas de recursos, a saber: • Recurso especial: é o recurso interposto contra decisões das juntas de recursos; • Prazo: 30 dias a partir da intimação; • Efeitos do recurso: a interposição do recurso especial suspende os efeitos da decisão de primeira instância superior ao conhecimento integral da causa. Efeitos do recurso administrativo são recebidos somente no efeito devolutivo, em- bora possa ser requerido o duplo efeito. Conselho Pleno do CRSS É composto pelo presidente do CRSS (que o presidirá) e pelos presidentes e con- selheiros titulares das câmaras de julgamento. Compete uniformizar, em tese, a jurisprudência administrativa previdenciária me- diante emissão de enunciados, e extinguir, em caso concreto, as divergências de entendimento jurisprudencial entre as câmaras de julgamento. Todos os enunciados emitidos pelo Conselho Pleno têm efeito vinculante em rela- ção aos demais órgãos julgadores do CRSS. Para solicitar a uniformização de jurisprudência, o requerente deverá comprovar a divergência de decisões recentes das câmaras de julgamento, em sentido diverso da tese constante do acórdão impugnado – as decisões das câmaras de julgamento estão disponíveis no site do INSS. Existem dois tipos de pedido de uniformização de jurisprudência para o Conselho Pleno: a uniformização em tese e a uniformização de matéria de direito. Uniformização em tese cabe para encerrar divergência jurisprudencial ou para con- solidar jurisprudência reiterada no âmbito do CRSS, mediante edição de enunciados. Uniformização em matéria de direito cabe se a decisão da Câmara de Julgamento do CRSS for divergente da proferida por outra unidade julgadora em sede de re- curso especial. Incidentes Processuais no Âmbito Administrativo Embargos de declaração cabíveis quando no acórdão houver obscuridade, am- biguidade ou contradição entre a decisão e os seus fundamentos, ou quando omitir ponto que deveria pronunciar. Prazo: 30 dias da ciência do acórdão. A oposição dos embargos interrompe o prazo do cumprimento do acórdão, sendo restituído todo o prazo após a decisão do acórdão. Excepcionalmente, a decisão proferida nos embargos divergentes poderá modifi- car o conteúdo do acórdão. 10 11 Revisão de Ofício Prevê o regimento interno do Conselho de Recursos da Previdência Social que as câmaras de julgamento e as juntas de recurso poderão rever as suas próprias decisões, de ofício, enquanto não ocorrer a decadência do Artigo 103-A da Lei n.º 8.213/91, bem como no que tange ao vício insanável. É o conselheiro relator que fará novo voto ou, na sua impossibilidade, o conselheiro designado para o substituir. Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil A Receita Federal, ou Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil é um órgão subordinado ao Ministério da Economia, exercendo funções essenciais, sendo o res- ponsável pela administração dos tributos de competência da União, inclusive os previdenciários, e o controle aduaneiro. Controle aduaneiro é o exercício da administração aduaneira, compreendendo a fiscalização e o controle sobre o comércio exterior, em todo o território aduaneiro, essenciais à defesa dos interesses fazendários nacionais, conforme reza o Artigo 237 da Constituição Federal. Subsidia o Poder Executivo Federal a atuar: • Na formulação da política tributária; • Na prevenção e no combate à sonegação fiscal, ao contrabando, descaminho, à contrafação (pirataria), fraude comercial, ao tráfico de drogas e de animais em extinção; e • Em outros atos ilícitos relacionados ao comércio internacional. A Secretaria da Receita Federal foi criada pelo Decreto n.º 63.659/68, substituindo a Diretoria-Geral da Fazenda Nacional. A Lei n.º 11.457/2007 extinguiu a Secretaria da Receita Previdenciária, sendo criada a Receita Federal do Brasil. A contribuição previdenciária trata dos encargos fiscais impostos aos contri- buintes, estabelecidos no Artigo 195 da Constituição Federal; é igualmente denomi- nada contribuição social previdenciária, por abranger extensas incidências. Contempla diversas contribuições, cobradas de empresas ou entidades equipara- das à empresa; em regra, a contribuição incide sobre a folha de pagamento, da recei- ta ou do faturamento, lucro do trabalhador e dos demais segurados da Previdência Social; sobre a receita de concursos de prognóstico, e do importador de bens e ser- viços do exterior ou equiparado. Assim prevê o Artigo 195 da Constituição Federal: Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da Lei, mediante recursos provenien- tes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: 11 UNIDADE Advocacia Previdenciária e as Entidades de Atuação do Advogado Previdenciário I – do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da Lei, incidentes sobre: a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou credita- dos, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício; b) a receita ou o faturamento; c) o lucro; II – do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, poden- do ser adotadas alíquotas progressivas de acordo com o valor do salário de contribuição, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pen- são concedidas pelo regime geral de Previdência Social; III – sobre a receita de concursos de prognósticos. IV – do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a Lei a ele equiparar. Carf – Conselho Administrativo de Recursos Fiscais O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais é um órgão colegiado integrante da estrutura do Ministério da Fazenda, tendo por finalidade julgar recursos de ofício e ser voluntário de decisão de primeira instância, bem como os recursos de natureza especial, que versem sobre a aplicação da legislação referente a tributos administra- dos pela Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB). O Carf aprecia e julga a inconformidade dos contribuintes contra exigências tri- butárias e aduaneiras lançadas pela administração tributária. Compete, ainda, julgar, em Câmara Superior de Recursos Fiscais, recursos especiais dos contribuintes e da Fazenda Nacional, quando há divergências. Sua composição é paritária(composto por membros da sociedade civil e do Poder Executivo Municipal), dividida entre representantes da Fazenda Nacional e dos con- tribuintes, vinculados ao Ministério da Fazenda. Assim, assegura à sociedade a imparcialidade e celeridade na solução de litígios tributários. Contribui para a segurança jurídica e tributária com o aperfeiçoamento da legislação tributária e para reduzir os litígios judiciais e administrativos. Justiça Federal A Justiça Federal comum, ou Justiça Federal é o conjunto de órgãos do Poder Judiciário previstos no Artigo 106 da Constituição Federal, sendo a Justiça Federal composta por juízes federais (primeira instância), por tribunais regionais federais, com- postas por desembargadores (segunda instância) e pelos juizados especiais federais. A Magna Carta expressamente contempla a competência taxativa dos Tribu- nais Regionais Federais (TRF) no Artigo 108, a competência dos juízes federais no Artigo 109 e dos juízes federais no Artigo 106: 12 13 Art. 106. São órgãos da Justiça Federal: I – os Tribunais Regionais Federais; II – os juízes federais. [...] Art. 108. Compete aos Tribunais Regionais Federais: [...] II – julgar, em grau de recurso, as causas decididas pelos juízes federais e pelos juízes estaduais no exercício da competência federal da área de sua jurisdição. Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: I – as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho; (grifo nosso) Dessa feita, a Justiça Federal é competente para processar e julgar as causas cíveis em que a União, as suas entidades autárquicas e empresas públicas federais figurem como interessadas na condição de autoras ou rés, além de outras questões de interesse da Federação previstas na Constituição Federal. Justiça Estadual Comum – Acidentes de Trabalho É atribuída à Justiça Estadual a competência para julgar toda e qualquer ação de acidente de trabalho, frente a Autarquia: Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: I – as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as su- jeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho; (grifos nossos) No mesmo sentido, o Supremo Tribunal Federal editou a Súmula n.º 235 para determinar a competência da jurisdição estadual para julgar litígios decorrentes de acidente de trabalho, ainda que o polo passivo seja a autarquia previdenciária: “É competente para a ação de acidente de trabalho a Justiça Cível comum, inclusive em segunda instância, ainda que seja parte autarquia seguradora” (Grifo nosso). Assim, o Superior Tribunal de Justiça sumulou o Enunciado 15: “Compete à Jus- tiça Estadual processar e julgar os litígios decorrentes de acidente de trabalho”. No mais, importa consignar que o empregador está sujeito a dois tipos de respon- sabilidades para com o empregado, quando tratamos de acidente de trabalho: A primeira constitui seguro contra acidentes de trabalho, responsabilidade imposta pelo Inciso XXVIII do Artigo 7º da Constituição Federal, regulado pelo 13 UNIDADE Advocacia Previdenciária e as Entidades de Atuação do Advogado Previdenciário Inciso II do Artigo 22 da Lei n.º 8.213/91 – Seguro de Acidentes de Trabalho (SAT) pago à Previdência Social pelas empresas. O que decorre da cobertura acidentária paga pelo INSS ao empregado, independentemente de culpa do empregador, da competência da Justiça Comum. A segunda é de obrigação do empregador, decorrendo do Inciso XXVIII do Artigo 7º da Constituição Federal, trata-se de responsabilidade indenizatória com base no Direito Civil, prevista no Artigo 186 do Código Civil, por dolo ou culpa do empregador, vejamos: “Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar di- reito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito”. Não se trata de ação acidentária, mas de reparação de danos (materiais, morais e estéticos), movida pelo empregado contra o seu empregador, sob a égide do Código Civil. Responsabilidade Civil do Empregador Caso prático: José da Silva, empregado da empresa Prensas & Prensas, sofreu acidente do trabalho por culpa do empregador, ou seja, o empregado sofreu amputa- ção de três dedos da mão, configurando-se culpa do empregador porque não lhe deu o treinamento de segurança obrigatório e a sua capacidade laborativa ficou reduzida. Quais são, então, as consequências da responsabilidade civil do empregador em acidente de trabalho de seu empregado? É caracterizado dolo ou culpa? Em caso de dolo ou culpa, caberá ao empregador pagar indenização por danos materiais, que compreende o pagamento das despesas de tratamentos médicos, hos- pitalar, de fisioterapia, medicamentos, próteses, pensão vitalícia em razão da redu- ção da capacidade laborativa, bem como indenizações por danos morais e estéticos. Reexame Necessário no Rito Ordinário Com previsão no Artigo 475 do Código de Processo Civil, o reexame necessá- rio visa garantir o duplo grau de jurisdição para as ações em que são vencidos a União, o Estado, Distrito Federal, Município ou as suas respectivas autarquias e fundações de Direito Público. Com o reexame necessário, a sentença produzirá efeito somente após a sua confirmação pelo Tribunal. Ainda que não haja recurso pela parte vencida, haverá o reexame necessário. Exceção feita para o reexame necessário: nas ações em que a condenação, ou o direito controvertido for de valor certo não excedente a sessenta salários mínimos, e em procedência dos embargos do devedor na execução de dívida ativa, até o mesmo valor. Em sentença fundada em jurisprudência do plenário do STF, em Súmula do STF, ou sentença do Tribunal Superior competente – e decisões do Juizado Especial Federal. 14 15 JEF – Juizado Especial Federal A Lei n.º 10.259, de 12 de julho de 2001, dispõe sobre a instituição dos juiza- dos especiais cíveis e criminais, no âmbito da Justiça Federal que em seu Artigo 3º assim dispõe: Compete ao Juizado Especial Federal Cível processar, conciliar e julgar causas de competência da Justiça Federal até o valor de sessenta salá- rios mínimos, bem como executar as suas sentenças. (Grifo nosso) O Juizado Especial Federal é competente para processar, julgar e executar sen- tenças, além de conciliar causas de competência da Justiça Federal que tenham o valor de até sessenta salários mínimos. Assim, a competência do Juizado Especial Federal é absoluta em atenção aos seguintes requisitos: • Valor da causa (até sessenta salários mínimos); • Matéria; • Via processual adotada; • Natureza jurídica das partes envolvidas. Localização: os juizados especiais federais funcionam nos prédios da Justiça Federal. Não é preciso de advogado para entrar com ação no Juizado, podendo a parte dar entrada no seu processo, embora o advogado seja o profissional apto e indicado para auxiliar a parte nos procedimentos relativos à tramitação, com conhecimento técnico da matéria e do processo. Importa, ainda, destacar que a parte possa, sem advogado, ingressar com a ação no Juizado Especial, sendo a fase processual obrigatória por meio de advogado e, ainda, caso não seja beneficiário da justiça gratuita, na fase recursal deverá pagar custas e despesas do processo. Turma Recursal A Turma Recursal é um colegiado formado por três juízes (sim, são juízes e não desembargadores), tendo por função julgar os recursos contra as decisões proferidas pelo juiz do Juizado, conforme a Lei n.º 12.665, de 13 de junho de 2012. Na estru- tura dos juizados especiais, a Turma Recursal funciona como uma instância recursal. Ou seja, as turmas recursais fazem parte da seção judiciária (primeira instância); exercem, porém,o segundo grau de jurisdição (grau recursal), sendo compostas por juízes federais que julgam recursos oriundos dos juizados. Enquanto as turmas do tribunal são compostas por desembargadores e exercem o segundo grau de jurisdição, sendo também de segunda instância e julgam os recursos oriundos das varas federais. 15 UNIDADE Advocacia Previdenciária e as Entidades de Atuação do Advogado Previdenciário TNU – Turma Nacional de Uniformização A Turma Nacional de Uniformização é o órgão do Poder Judiciário presidida pelo ministro corregedor-geral da Justiça, composta por dez juízes federais responsáveis pela uniformização da jurisprudência no âmbito dos Juizados Especiais Federais (JEF). Confere a criação, competência e o modo de funcionamento da Turma Nacional de Uniformização a Lei n.º 10.259/2001 e o regimento interno da TNU. O pedido de uniformização de interpretação de Lei Federal ocorre quando houver divergência entre decisões sobre questões de direito material proferido por tur- mas recursais na interpretação da Lei. Assim, cabe à Turma Nacional de Uniformização processar e julgar o pedido de uniformização de: • Interpretação de Lei Federal em questão de direito material fundado em diver- gência entre decisões de turmas recursais distintas; • Decisão de turma recursal proferida em contrariedade à Súmula ou Juris- prudência dominante do Superior Tribunal de Justiça ou da Turma Nacio- nal de Uniformização; • Decisão de Turma Regional de Uniformização proferida em contrariedade à Sú- mula ou Jurisprudência dominante do Superior Tribunal de Justiça ou da Turma Nacional de Uniformização. STJ – Superior Tribunal de Justiça Criado pela Constituição Federal de 1988, o Superior Tribunal de Justiça é a corte responsável por uniformizar a interpretação da Lei Federal em todo o Brasil, em atenção aos princípios constitucionais e a garantia de defesa do Estado de Direito: Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário: [...] II – o Superior Tribunal de Justiça; Recurso especial é a ferramenta processual prevista na Constituição Federal e utilizada para recorrer ao STJ em caso de decisão proferida por tribunal superior. Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça: [...] III – julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou últi- ma instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão recorrida: a) contrariar tratado ou Lei Federal, ou negar-lhes vigência; b) julgar válido ato de governo local contestado em face de Lei Federal; c) der à Lei Federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal. (Grifo nosso) 16 17 É um dos órgãos máximos do Poder Judiciário do Brasil. STJ é a última instância da Justiça brasileira para as causas infraconstitucionais, ou seja, não relacionadas diretamente à Constituição Federal, cabendo uniformizar, padronizar com a interpretação da Constituição em todo o Brasil. STF – Supremo Tribunal Federal O Supremo Tribunal Federal é a mais alta instância do Poder Judiciário brasileiro, para o qual compete a guarda da Constituição. Acumula competências de Suprema Corte de Tribunal de última instância, e de Tribunal Constitucional. Com previsão constitucional no Artigo 92, como órgão do Poder Judiciário, e no Artigo 102 a sua competência. Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário: I – o Supremo Tribunal Federal; [...] Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: [...] II – julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida: a) contrariar dispositivo desta Constituição; b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou Lei Federal; c) julgar válida Lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição. (Grifo nosso) Em matéria previdenciária, importa destacar a Súmula n.º 689, do Supremo Tribunal Federal: “O segurado pode ajuizar ação contra a instituição previdenciária perante o juízo fe- deral do seu domicílio ou nas varas Federais da Capital do Estado-Membro”. Breves Considerações Antes de se Ingressar com Ação Previdenciária Prévio Requerimento Administrativo É importante, antes de ingressar com ação judicial para requerer benefício previ- denciário, que haja, anteriormente, o prévio requerimento administrativo e, no caso de indeferimento ou extrapolado o prazo legal para a análise, fica caracterizado o interesse de agir – uma das condições da ação. No mesmo passo nasce o interesse processual com a necessidade de ingresso da ação, a atuação judiciária é imprescindível para a obtenção do pleito. 17 UNIDADE Advocacia Previdenciária e as Entidades de Atuação do Advogado Previdenciário A negativa pode ser expressa e ocorre quando o INSS indeferir, total ou parcial- mente, o benefício, por meio de carta de comunicação. Pode ainda ser tácita, ocor- rendo quando exceder o prazo legal da resposta. Ementa: Recurso extraordinário. Repercussão geral. Prévio requerimento administrativo e interesse em agir. 1. A instituição de condições para o regular exercício do direito de ação é compatível com o Art. 5º, XXXV, da Constituição. Para se caracterizar a presença de interesse em agir, é preciso haver necessidade de ir a juízo. 2. A concessão de benefícios previdenciários depende de requerimento do interessado, não se ca- racterizando ameaça ou lesão a direito antes de sua apreciação e in- deferimento pelo INSS, ou se excedido o prazo legal para sua análise. É bem de ver, no entanto, que a exigência de prévio requerimento não se confunde com o exaurimento das vias administrativas. 3. A exigência de prévio requerimento administrativo não deve prevalecer quando o entendimento da Administração for notória e reiteradamente con- trário à postulação do segurado. 4. Na hipótese de pretensão de re- visão, restabelecimento ou manutenção de benefício anteriormente concedido, considerando que o INSS tem o dever legal de conceder a prestação mais vantajosa possível, o pedido poderá ser formulado di- retamente em juízo – salvo se depender da análise de matéria de fato ainda não levada ao conhecimento da Administração –, uma vez que, nesses casos, a conduta do INSS já configura o não acolhimento ao menos tácito da pretensão. 5. Tendo em vista a prolongada oscilação jurispruden- cial na matéria, inclusive no Supremo Tribunal Federal, deve-se estabelecer uma fórmula de transição para lidar com as ações em curso, nos termos a seguir expostos. 6. Quanto às ações ajuizadas até a conclusão do presente julgamento (03.09.2014), sem que tenha havido prévio requerimento admi- nistrativo nas hipóteses em que exigível, será observado o seguinte: (i) caso a ação tenha sido ajuizada no âmbito de Juizado Itinerante, a ausência de anterior pedido administrativo não deverá implicar a extinção do feito; (ii) caso o INSS já tenha apresentado contestação de mérito, está caracteriza- do o interesse em agir pela resistência à pretensão; (iii) as demais ações que não se enquadrem nos itens (i) e (ii) ficarão sobrestadas, observando-se a sistemática a seguir. 7. Nas ações sobrestadas, o autor será intimado a dar entrada no pedido administrativo em 30 dias, sob pena de extinção do pro- cesso. Comprovada a postulação administrativa, o INSS será intimado a se manifestar acerca do pedido em até 90 dias, prazo dentro do qual a Au- tarquia deverá colher todas as provas eventualmente necessárias e proferir decisão. Se o pedido for acolhido administrativamente ou não puder ter o seu mérito analisado devido a razões imputáveis ao próprio requerente, extingue-se a ação. Do contrário, estará caracterizado o interesse em agir e o feito deverá prosseguir. 8. Em todos os casos acima – itens (i), (ii) e (iii) –, tanto a análise administrativa quanto a judicial deverão levar em conta a data do início da ação como data de entrada do requerimento, para todos os efeitos legais. 9. Recurso extraordinário aque se dá parcial provimento, reformando-se o acórdão recorrido para determinar a baixa dos autos ao juiz de primeiro grau, o qual deverá intimar a autora – que alega ser traba- lhadora rural informal – a dar entrada no pedido administrativo em 30 dias, sob pena de extinção. Comprovada a postulação administrativa, o INSS será intimado para que, em 90 dias, colha as provas necessárias e profira 18 19 decisão administrativa, considerando como data de entrada do requeri- mento a data do início da ação, para todos os efeitos legais. O resultado será comunicado ao juiz, que apreciará a subsistência ou não do interesse em agir. (RE 631240, Relator(a): Min. Roberto Barroso, Tribunal Pleno, julgado em 03/09/2014, acórdão eletrônico repercussão geral – mérito DJe-220 divulg. 07/11/2014 public. 10/11/2014, grifos nossos) Embora não seja necessário o exaurimento da via administrativa, assim, não é preciso propor todos os recursos cabíveis no processo administrativo para caracte- rizar a resistência à pretensão. Ademais, o INSS tem o dever de conceder o melhor benefício, por vezes, so- mente através do Poder Judiciário fará a Lei prevalecer, sendo o que se observa na Instrução Normativa n.º 77, de 21 de janeiro de 2015, que estabelece rotinas para agilizar e uniformizar o reconhecimento de direitos dos segurados e beneficiários da Previdência Social, com observância aos princípios estabelecidos no Artigo 37 da Constituição Federal de 1988. Conforme se verifica no Artigo 687 da Instrução Normativa n.º 77, de 21 de janeiro de 2015: “O INSS deve conceder o melhor benefício a que o segurado fazer jus, cabendo ao servidor orientar nesse sentido”. Para os casos em que se fizer necessário o prévio requerimento administrativo, e ingressar no Judiciário, restará a extinção do processo sem resolução do mérito, por ausência de interesse de agir. Por fim, se o entendimento do INSS for notoriamente contrário à pretensão do segurado, não será necessário o prévio requerimento administrativo. Casos práticos: • Segurado que recebeu auxílio-doença e teve alta pela perícia médica do INSS, porém, entende que persiste a mesma incapacidade para trabalhar, e é o que sustenta o médico assistente. A decisão poderá ser revertida judicialmente com base na documentação médica e perícia médica judicial; • Segurado que recebeu auxílio-doença decorrente de algum acidente e teve alta da perícia médica do INSS, porém, apesar de recuperar a sua capacidade labo- rativa, não tem a mesma destreza de outrora. A decisão poderá ser revertida ju- dicialmente com base na documentação que comprove o acidente, assim como de perícia médica judicial. Figura 2 Fonte: Getty Images 19 UNIDADE Advocacia Previdenciária e as Entidades de Atuação do Advogado Previdenciário Competência em Matéria Previdenciária A competência para apreciar, processar os litígios em matéria previdenciária em que o réu seja a autarquia federal, exceto nas ações de acidente de trabalho, está amparada pelo Inciso I do Artigo 109 da Constituição Federal: Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: I – As causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condição das autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidente de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho. Com a nova redação do Inciso III do Artigo 15 da Lei n.º 5.010/66, dada pela Lei n.º 13.876/2019, quando a Comarca não for sede de Vara Federal, poderão ser processadas e julgadas na Justiça Estadual as causas em que forem parte insti- tuição de Previdência Social e segurado e que se referirem a benefícios de natureza pecuniária, quando a Comarca de domicílio do segurado estiver localizada a mais de setenta quilômetros de município-sede de Vara Federal. Ao que se verifica, foi mantida a competência material delegada, da Justiça Fede- ral para a Estadual. Assim, para casos em que haja Vara Federal em distância de até 70 km do domicílio do segurado, deverá demandar perante a Justiça Federal. Quando a ação cujo valor da causa se limitar a sessenta salários mínimos a competência será absoluta do Juizado Especial Federal. 20 21 Orientações para Leitura Obrigatória LAZZARI, J. B.; CASTRO, C. A. P. de. Regime geral de previdência. In: Direito Previdenciário. Rio de Janeiro: Forense, 2016a. cap. 5. ______. Processo administrativo previdenciário. In: Direito Previdenciário. Rio de Janeiro: Forense, 2016b. cap. 12. ______. Processo judicial previdenciário. In: Direito Previdenciário. Rio de Janeiro: Fo- rense, 2016c. cap. 13. LEITÃO, A. S.; MEIRINHO, A. G. S. Introdução à Previdência Social. In: Manual de Direito Previdenciário. 5. ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2018. cap. 4. SANTOS, M. F. Regimes previdenciários. Título I – o regime geral da Previdência Social. In: Esquematizado – Direito Previdenciário. São Paulo: Saraiva Jurídica, 2002a. cap. 5. ______. Processo judicial previdenciário. In: Esquematizado – Direito Previdenciário. São Paulo: Saraiva Jurídica, 2002b. cap. 8. 21 UNIDADE Advocacia Previdenciária e as Entidades de Atuação do Advogado Previdenciário Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Sites Supremo Tribunal Federal (STF) https://bit.ly/2ZpTwAo Superior Tribunal de Justiça (STJ) https://bit.ly/2Zsymlc Leitura Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 https://bit.ly/38Sk2FO Lei nº 10.259, de 12 de Julho de 2001 https://bit.ly/2OkuM6i Conselho de Recursos do Seguro Social (CRSS) https://bit.ly/2Oq6W9q Decreto n.º 3.048, de 6 de Maio de 1999 https://bit.ly/38YMSo6 Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) https://bit.ly/2ZrFVsn Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) https://bit.ly/3epZ2HG 22 23 Referências BARTINE, C. M.; LEÃO, L.; ANJOS, R. B. dos (Org.). Mini Vade Mecum tributário: le- gislação selecionada para OAB, concursos e prática profissional. 5. ed. rev. ampl. atual. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2016. LENZA, P. Direito constitucional esquematizado. 18. ed. São Paulo: Saraiva, 2014. MARTINEZ, W. N. A seguridade social na Constituição Federal. 2. ed. São Paulo: LTR, 1992. NERY JÚNIOR, N. Princípios do processo civil na Constituição Federal: processo civil, penal e administrativo. 10. ed. rev. atual. ampl. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2010. 23 Inserir Título Aqui Inserir Título Aqui Advocacia Previdenciária Advocacia Previdenciária e sua Atuação com o Acidente de Trabalho e a Desoneração Judicial da Folha de Salários Responsável pelo Conteúdo: Prof.ª Esp. Elaine Horvat Revisão Textual: Prof. Me. Luciano Vieira Francisco Nesta unidade, trabalharemos os seguintes tópicos: • Introdução ao Tema; • Orientações para Leitura Obrigatória. Objetivos • Apresentar noções da Advocacia Previdenciária; • Provocar o interesse para a compreensão e importância dos benefícios previdenciários acidentários, o NTEP – Nexo Técnico-Epidemiológico Previdenciário –, o FAP – Fator Acidentário de Prevenção – e a desoneração judicial da folha de salários. Caro Aluno(a)! Normalmente, com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o último momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas. Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, você poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou alguns dias e determinar como o seu “momento do estudo”. No material de cada Unidade, há videoaulas e leituras indicadas, assim como suges- tões de materiais complementares, elementos didáticos que ampliarão sua interpre- tação e auxiliarão o pleno entendimento dos temas abordados. Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo,
Compartilhar