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SOLOS DAS PLANÍCIES ALUVIAIS DA BACIA DO RIBEIRÃO CHIQUEIRO,
GOUVEIA-MG(1)
Saul Moreira Silva(2), Cristiane Valéria de Oliveira(3), Leonardo Cristian Rocha(4), Luciano
Cassimiro Roques(5)
Instituto de Geociências, Universidade Federal de Minas Gerais.
Av. Presidente Antônio Carlos, 6627. Campus Pampulha,
Belo Horizonte – MG, CEP: 31.270-901
Eixo: Gestão de Bacia Hidrográfica
Palavras chave: Planícies Aluviais, NEOSSOLOS FLÚVICOS, GLEISSOLOS
1. RESUMO
Estudou-se a distribuição das unidades de solo e os seus aspectos relacionados com a altitude e
com a amplitude de relevo, origem do material sedimentar e os atributos físico-químicos.
As variações sedimentologicas e pedogenética resultaram na variação dos solos
distribuídos pelas três porções de áreas que compõem a bacia hidrográfica do Ribeirão
Chiqueiro, Gouveia-MG. Na porção Norte da bacia encontra-se NEOSSOLOS
FLÚVICOS Tb Distrófico típico; na porção Sul, são encontrados NEOSSOLOS
FLÚVICOS Tb Distrófico gleico; na porção Leste, reconheceu-se a tendência geral na
direção das margens para os sopés das vertentes de GLEISSOLOS HÁPLICOS Tb
Distróficos típicos, NEOSSOLOS FLÚVIOS Tb Distróficos gleicos. Estás variações são
possíveis em razão da amplitude de relevo em associação com a litologia que possibilitam
cargas de sedimentos diferenciados ao longo da Bacia do Ribeirão Chiqueiro.
2.
3. INTRODUÇÃO
As planícies aluviais da Bacia do Ribeirão Chiqueiro nos domínios do município de
Gouveia-MG ocupam 4,66% da área da bacia. Atualmente algumas destas planícies são
recobertas por gramíneas e estão sendo utilizadas como pastagem natural, outras se encontram
muito revolvidas por resultados do período de exploração de diamante e ouro encontrando-se
abandonadas atualmente.
(1) Trabalho extraído da Dissertação de Mestrado do primeiro autor. Financiado pela FAPEMIG e pela
CNPq.
(2) Geógrafo pela PUC-MG, Especialista em Geoprocessamento pela UFRJ e Mestre em Geografia pela
UFMG. E-mail: saulsilva@ig.com.br
(3) Prof.(a) Dr.(a) do Departamento de Pós-Graduação em Geografia da UFMG.
(4) Mestre em Geografia pela UFMG.
(5) Geógrafo pela PUC-MG.
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Assim, o presente trabalho apresenta os padrões de distribuição das unidades de solo na
bacia estudada com base nas suas características pedogeomórficas e sedimentológicas,
abordando os aspectos relacionados à classificação dos solos levando em consideração as suas
características físico-químicas.
4.
5. METODOLOGIA
A fim de atingir os objetivos propostos efetuou-se fotointerpretação o que permitiu delimitar
as áreas das planícies utilizando-se de fotográficas aéreas na escala aproximadas de
1:25000, DNPM/CPRM do ano de 1979.
A etapa seguinte constituiu-se de trabalho de campo com o objetivo de descrição e coleta de
amostras de solos conforme Lemos e Santos(2002). Durante esta etapa escolheu-se três
planícies aluviais, nas quais foram abertas trincheiras para descrição de perfis de solos.
Com esta ação foi possível correlacionar os solos e as suas variâncias considerando a
relação de distância para os cursos d’água e a dimensão espacial das planícies.
Após a etapa de campo, as amostras de solo foram secas ao ar e passadas em peneira com
malha de 2mm de abertura separando a TFSA (terra fina seca ao ar) do seu material mais
grosseiros. Estas amostras de TFSA foram encaminhadas para os seguintes laboratórios:
Sedimentologia e Geomorfologia da UFMG para análises granulométricas, pH em H2O e em
KCl; EMBRAPA Sete Lagoas-MG para análises químicas.
Embora estas amostras sejam originadas das porções Leste e Sul, a análise integral da
bacia só foi possível considerando os dados dos estudos de Diniz(2002) para a porção Norte da
bacia.
6.
7. CARACTERIZAÇÃO DA BACIA DO RIBEIRÃO CHIQUEIRO
Localizada no Estado de Minas Gerais na região sudeste do Brasil, a bacia hidrográfica
do Ribeirão Chiqueiro está circunscrita aos municípios de Gouveia e Datas na micro região
mineradora de Diamantina, sendo que aproximadamente 80% da área da bacia esta inserida
nos domínios do primeiro município, local este onde corre o leito principal da bacia estudada
(Figura 1). O município de Gouveia está situado entre as latitudes de 18º 25’ e 18º 36’ sul
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e entre as longitudes de 43º 42’ e 43 50’ oeste, a uma distância real de aproximadamente
165Km e à 252Km de percurso rodoviário da capital mineira "Belo Horizonte".
 Belo Hor izonte 
0 200100 300 400 500 Km
Datas
Gouveia
Estado de Minas
Gerais
Figura - 01: Mapa de Localização da Bacia do Ribeirão Chiqueiro
BR
-2
59
B
R
-3
67
Fonte: Carta Topográfica Diamantina - SE-Z-A-III. 1:100000. IBGE. 2ª Impressão: 1986.
Carta Topográfica Presidente Kubtscheck - SE-Z-A-IV. 1:100000. IBGE. 2ª impressão: 1986.
Elaboração e Desenho: Saul Moreira Silva. 2003.
A região do município de Gouveia encontra-se sobre domínio morfoclimático do
Cerrado, onde seguindo a classificação de Köppen, o clima é determinado como sendo do tipo
Cwb-mesotérmico com verões brandos e úmidos e invernos secos com baixas temperaturas.
No contexto geológico, a área de estudo, esta inserida na faixa médiana-central da Serra
do Espinhaço Meridional correspondendo a uma faixa orogênica, limitada a Sudeste pelo
Cráton São Francisco (Abreu, 1995). A bacia do Ribeirão Chiqueiro esta enquadrada na
depressão Gouveia, sobre rochas granitóides, orto e paraderivadas metavulcânicas
possibilitando ao relevo morfologias colinares policonvexas mais ou menos suavizadas (Saadi,
1995). Segundo Augustin(1995) e Saadi e Valadão(1987a,b) a depressão onde está instalada a
bacia estudada possui uma direção N-S, originaria do intemperismo diferencial de três grandes
conjuntos tectono-estratigráficos: O Complexo Basal (embasamento cristalino), o Supergrupo
Rio Paraúna e o Supergrupo Espinhaço.
A Geomorfologia local apresenta um relevo com uma amplitude altimétrica de 700m
entre o ponto mais alto que está localizado na Serra do Engenho com 1650m e o ponto mais
baixo onde o Ribeirão Chiqueiro deságua no Ribeirão Areia a uma altitude de 950m.
Segundo Saadi(1995) a Serra do Espinhaço pode ser dividida em dois compartimentos
de planaltos, que ocupam o norte e o sul da serra. O autor denominou os dois planaltos como
sendo Planalto Meridional e Planalto Setentrional.
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A bacia do Ribeirão Chiqueiro encontra-se localizada no Planalto Meridional, estando
estruturada em quatro compartimentos geomorfológicos determinados por níveis altimétricos
conforme Saadi e Valadão(1987a,b):
 Acima de 1300m - sobre domínio de morros e cristas monoclinais com altitudes médias de
1400m, representando um relevo residual Pós-Cretáceo, modelados em rochas quartzíticas
e metaconglomeradas do Supergrupo Espinhaço;
 entre 1250 e 1300m - sobre superfície tabular apresentando ortoquartzitos da formação
Galho do Miguel em uma superfície dissecada que trunca as rochas dos Supergrupos Rio-
Paraúna e Espinhaço;
 entre 1000 e 1250m - marcando o fundo da depressão ocupada por colinas e interflúvios
modelados nos xistos e granitos. Os topos planos e nivelados em altitudes de 1050 a
1100m correspondem a relíquias de pedimentos onde as partes superiores formam degraus
embutidos na base das escarpas periféricas;
 entre 950 e 1000m - é o ambiente dos fundos de vales que apresentam alternâncias de
alvéolos entulhadospor aluviões e trechos estreitos encaixados nos cursos médios. No
entanto, nos cursos inferiores, planícies aluviais, em atual processo de colmatação, se
apresentam, mesmo com a tendência regional ao encaixamento dos talvegues no assoalho
rochoso.
A nascente do Ribeirão Chiqueiro ocorre na Serra do Juá, a noroeste da Depressão de
Gouveia. A bacia Hidrográfica do Ribeirão Chiqueiro (Figura 2) apresenta um direcionamento
principal no sentido N-S como afluente do Ribeirão Areia que desemboca próximo ao
município de Capitão Felizardo no Rio Paraúna, sendo que este último tem o seu leito
correndo no sentido L-W, vindo a desembocar no Rio das Velhas que é afluente do Rio São
Francisco. A rede de drenagem segue um padrão determinado pela litologia, sendo dendrítica
no domínio dos granitos e gnaisses, e retangular no domínio dos quartzitos.
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Figura 02- Mapa de solos das planícies aluviais da Bacia do Ribeirão Chiqueiro, Gouveia, MG.
Fonte: Mapa da compartimentação do Sistema Pedológico da Bacia da Bacia do Ribeirão Chiqueiro, Gouveia-MG. Silva-2004.
Elaboração e desenho: Saul Moreira Silva. Jan./2004.
GXbd - GLEISSOLO HÁPLICO Tb Distrófico típico textura arenosa fase campo 
tropical hidrófilo de várzea relevo plano.
RUbd - Associação de NEOSSOLO FLÚVICO Tb Distrófico típico + NEOSSOLO 
FLÚVICO Tb Distrófico gleico ambos A moderado textura média e arenosa 
fase campo e f loresta tropical hidrófila de várzea relevo plano.
Área Urbana
Rede Hidrográfica
Limite da Bacia
Planícies aluviais analisadas
Curvas de nível
1300m
1250m
1000m
PA1
PA2
PA3
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PLANÍCIES ANALISADAS
Foram realizadas as análises de três planícies aluviais (Figura 03), somando 5 perfis de
solo distribuídos entre três transectos de acordo com as planícies aluviais analisadas.
O transecto na planície aluvial PA01 (Figura 03) com extensão próxima a 160m foi
realizado na margem esquerda do Córrego da Lagoa sendo representativo para as planícies da
porção Leste sobre domínio de rochas quartzíticas da Formação Sopa Brumadinho.
Foram realizadas as análises em dois perfis de solo sendo o perfil P1 na borda do leito do
curso d’água, e o perfil P2 a uma distância de 100m do P1.
As análises indicaram dois tipos de solos, sendo que mais próximo ao curso d’água em
declividade próxima a 0% ocorre à unidade de solo do tipo NEOSSOLO FLÚVICO com
caráter gleíco. A segunda unidade de solo é do tipo GLEISSOLO HÁPLICO com caráter típico
ocorrente sob uma pequena declividade de 1,73%. A característica plíntica diagnosticada para
esta unidade de solo é mais marcante na direção do perfil P1, sem, contudo apresentar-se como
caráter dominante que justifique o seu registro no 4º nível categórico.
O transecto realizado na planície aluvial PA02 (Figura 03) com extensão de
aproximadamente 60m encontra-se na margem esquerda do Ribeirão Datas, em posição oposta
à vertente 02, com declividade inferior a 1,73%, nas margens do Ribeirão Datas.
Esta planície aluvial, onde se desenvolve a unidade de solo do tipo GLEISSOLO
HÁPLICO Tb Distrófico típico é considerada curta e encontra-se em fase inicial de formação,
causada pela mudança do curso d’água por ação antrópica na margem oposta.
O transecto na planície aluvial PA03 (Figura 03) com uma extensão de 170m, foi
realizado na margem esquerda do Ribeirão Chiqueiro, sendo representativo para as planícies
da porção Sul sobre domínio de rochas graníticas do Complexo de Gouveia.
Neste transecto foram realizadas as análises de dois perfis de solo sendo o perfil P1
realizado na borda do curso d’água. O perfil P2 foi realizado a uma distância de 146m do P1.
As análises indicaram uma única unidade de solo do tipo NEOSSOLO FLÚVICO Tb
Distrófico Gleico.
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0 cmA
85C g5
92+
7
24
35
71C g4
C3
C2
C1
A
11
70 +
CA
Cg
Cr
26
50
0 cm
160m
P2 P1
GLEISSOLO HÁPLICO Tb Distrófico típico NEOSSOLO FLÚVICO Tb Distró fico g leico
Pl
an
íc
ie
 A
lu
vi
al
 0
1
Cr
A g1
A g2
74 +
A g3
33
64
51
0 cm
Pl
an
íc
ie
 A
lu
vi
al
 0
2
60m
P1
GLEISSOLO HÁPLICO Tb
Distró fico típico
170m
NEOSSOLO FLÚVICO Tb Distró fico g leico
P2
24
115+
37C 1
C2
A
C g3
CA
47
95
0 cm
P1
C g5
17
CA
49
77
100
110
123
0 cm
A
C1
C4
C2
C3
250 +
Pl
an
íc
ie
 A
lu
vi
al
 0
3
Figura-03: Planícies Aluviais analisadas
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A unidade de solo encontrada nos perfis de solo da planície aluvial PA03 com substrato
rochoso granítico apresenta diferença no 4º nível categórico se comparada aos NEOSSOLOS
FLÚVICOS estudados por Diniz(2002), sendo que a ocorrência do caráter gleico encontrado
se dá em profundidade onde o ambiente é predominantemente hidromórfico.
As planícies aluviais da porção Sul estão na sua maioria abaixo da cota altimétrica dos
1000 metros (Figura 02). Na porção Leste as planícies são encontradas a partir da cota de 1200
metros, mas, são mais expressivas a partir dos 1250 metros, chegando a ocorrerem até mesmo
na cota dos 1400 metros. Na porção Norte estudada por Diniz(2002), a maioria das planícies
aluviais ocorrem abaixo dos 1100 metros.
A amplitude de relevo mínima entre as cotas de ocorrência das planícies aluviais da
porção Sul com as da porção Leste são de 200 metros.
Delimitar uma amplitude de relevo mínima entre as planícies aluviais da porção Sul para
as da porção Norte não se procede pelo fato de que as da porção Norte ocorrerem de forma
integrada com as da por porção Sul dentro do limite da cota altimétrica de 1100 metros.
Entretanto, o que difere as planícies da porção sul para as ocorrentes na porção Norte é o fato
de que as da porção Sul estão em processo de colmatação e também por serem mais largas e
mais extensas ao longo dos cursos d’água.
7.0.1
7.0.2 RESULTADOS E DISCUSSÕES
O sistema de transformação pedológica das planícies aluviais da bacia do Ribeirão Chiqueiro
nas porções Leste e Sul, demonstraram a tendência à existência de GLEISSOLOS
próximos aos sopés das vertentes e NEOSSOLOS FLÚVICOS próximo aos cursos
d’água. Embora, sejam solos diferenciados pelo Sistema Brasileiro de Classificação de
Solos (EMBRAPA, 1999), os mesmos encontram-se integrados em razão dos
NEOSSOLOS FLÚVICOS apresentarem caráter gleico em profundidade, justificados
pela constante influência do nível freático.
Para a porção Norte os estudos de Diniz(2002) não apontaram o caráter gleíco para o 4º
nível categórico de classificação como os encontrados na planície aluvial PA3, onde o material
sedimentar sobre substrato rochoso (Tabela 01) granítico apresenta maiores teores de silte
(Tabela 02) seguida da argila nas camadas com características gleícas.
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Tabela 1 – Ocorrência dos NEOSSOLOS FLÚVICOS e GLEISSOLOS e suas posições nas
planícies aluviais das porções Leste e Sul.
Classes dos
NEOSSOLOS
FLÚVICOS e dos
GLEISSOLOS
Porção de
ocorrência na
bacia
Substrato
Rochoso
Localização na
planície
Planície
Aluvial
Vegetação
NEOSSOLOS
FLÚVICOS Tb
Distróficos gleicos
Leste e Sul
Quartzito
 1ª Metade da
planície nos
domínios do leito de
vazante
PA01
Campoe
floresta tropical
hidrófila de
várzea
Granito Toda planície PA03
Campo e
floresta tropical
hidrófila de
várzea
GLEISSOLOS
HÁPLICO Tb
Distrófico típico
Sul
Quartzito
 2ª Metade da
planície nos
domínios do leito
maior
PA01
Campo tropical
hidrófilo de
várzea
Filito Toda planície PA02
Campo tropical
hidrófilo de
várzea
Na porção Leste sobre substrato rochoso quartzíticos da formação Sopa Brumadinho
estes solos apresentam menor número de camadas e menor espessura para as planícies aluviais
PA01 e PA02 se comparados aos solos da PA03 (Figura 03) sobre substrato rochoso granítico.
O maior número de camadas de sedimentos na planície PA03 (Figura 03) é justificado
pela posição hierárquica do seu curso d’água na bacia do Ribeirão Chiqueiro que recebe as
cargas movimentadas pelos cursos d’água das porções Leste e Norte.
Ao se comparar os dados químicos apresentados por Diniz(2002) para os NEOSSOLOS
FLÚVICOS da porção Norte verifica-se valores semelhantes para as bases principalmente para
o cálcio (Tabela 03).
A variabilidade química dos perfis presentes nas três planícies aluviais é bastante
expressiva em razão de processos sedimentológicos diferenciados com pedogênese também
diferenciada. As planícies PA01 e PA02 encontram-se situadas na porção Leste da bacia do
Ribeirão Chiqueiro sendo o material sedimentar de origem da planície P0A1 quartzítico, na
planície PA02 o material sedimentar de origem é basicamente o filito, recebendo também um
pouco material quartzítico. A planície PA03 encontra-se na porção sul da bacia, recebendo
sedimentos variados oriundos das seguintes rochas: quartzito, filito, quartzo-micaxistos,
granito e metabásicas fazendo com que haja grandes variações nos índices dos elementos
químicos que compõem a mineralogia da planície.
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A planície aluvial PA02 com um único perfil merece destaque em razão da presença da
camada mais arenosa A2g sobre a fina camada A3g mais rica em matéria orgânica sugerir a
ocorrência de uma aceleração abrupta por processos de deposições aluviais em uma época não
muito distante, seguida por uma época de estagnação destes processos deposicionais o que
possibilitou a formação de uma nova camada orgânica A1g sobre a camada mineral A2g.
Acredita-se que estes processos de aceleração e de estagnação estejam relacionados ao
período em que ocorreram as corridas em busca da extração de ouro e diamante na região,
onde as ações antrópicas causaram a mudança do leito do rio neste ponto da planície aluvial.
Este cenário é visível e comprovado pelo acúmulo de detritos espalhados na margem oposta do
leito do rio.
Esta planície aluvial é curta e encontra-se em fase inicial de formação causada pela
mudança do curso d’água por ação antrópica neste ponto do Ribeirão Datas.
Todos os dados químicos, principalmente o índice da matéria orgânica, corroboram com
a idéia de processos de aceleração e de estagnação de processo deposicionais que levaram a
formação das camadas A1g e A2g.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
As diferenças entre as unidades de solo encontram-se muito associadas aos sedimentos e
ao material de origem dos mesmos. Entretanto, o caráter gleico encontrado-se associado às
camadas mais profundas em razão do processo de hidromórfia condicionado pela proximidade
do nível freático.
Contudo, o cenário das amplitudes de relevo em associação com as litologias, possibilita
a formação das diferentes unidades de solo nas planícies aluviais, sendo que, as planícies
aluviais da porção Leste recebem e retém menor carga de sedimentos quartzíticos por estarem
em micro-bacias de 1ª e 2ª ordem de drenagem com amplitude de relevo elevada (no mínimo
200 metros). As planícies da porção Norte também estação em posição de 1ª e 2ª ordem,
entretanto retém maior carga de sedimentos em razão de estarem em uma área de baixa
amplitude de relevo. As planícies da porção sul estão posicionadas em bacias de 3º e 4º ordem
de drenagem, retendo a maior parte de sedimentos que recebe, sendo estes sedimentos
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originados de quartzitos das porções Leste e Norte e também de granitos e gnaisse originados
da própria porção Sul e também da porção Norte.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABREU, P. Â. de A. O Supergrupo Espinhaço da Serra do Espinhaço Meridional (Minas
Gerais): O rifte, a bacia e o orógeno. Geonomos, Belo Horizonte-MG, 3(1):1-18. 1995. 
AUGUSTIN, C.H.R.R. Geoökologische Studien im Südlichen Espinhaço Gebirge bei
Gouveia, Minas Gerais, Brasilien Unter Besonderer Beucksichtigung der
Landschaftsentwicklung. 1995a. 147f. Tese (Doutorado em Geografia) - Universidade de
Frankfurt, Frankfurt, Alemanha.
DINIZ, A. D. Levantamento pedológico da porção norte da bacia do Ribeirão Chiqueiro -
Gouveia, MG, e a relação entre as classes de solos e a erosão. 2002.127f. Dissertação
(Mestrado em Geografia) - IGC/UFMG, Belo Horizonte.
EMBRAPA - EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA. Sistema
brasileiro de classificação de solos. Brasília-DF: EMBRAPA-SPI, 1999. 395p.
LEMOS, R. C.; SANTOS R. D. Manual de descrição e coleta de solo no campo. SBCS -
CNPS. 3 ed. Campinas, 2002. 83p.
SAADI, A. A Geomorfologia da Serra do Espinhaço em Minas Gerais e de suas margens.
Geonomos, Belo Horizonte-MG, 3(1):41-63, 1995.
SAADI, A.; VALADÃO, R. C. O CENOZÓICO DA PORÇÃO MEDIANA-CENTRAL DO
Espinhaço Meridional - 1ª síntese. Anais do I Congresso da Associação Brasileira de
Estudos do Quaternário, Porto Alegre-RS. p.398-407. 1987a.
_____. Evolução morfodinâmica Quaternária da região de Gouveia, Serra do Espinhaço - MG.
Anais do 4º Simpósio de Geologia de Minas Gerais, Belo Horizonte-MG. p.434-448, 1987b.
SILVA, S. M. Compartimentação morfopedológica da bacia do Ribeirão Chiqueiro,
Gouveia-MG. 2004. 118f. Dissertação (Mestrado em Geografia) - IGC/UFMG, Belo
Horizonte.
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