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01 Caderno de Direito Civil

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DIREITO CIVIL
PARTE GERAL	16
1. Direito	16
DIREITO DAS OBRIGAÇÕES	17
1. Direito das Obrigações	17
TEORIA GERAL DOS CONTRATOS	20
1.1. Conceitos (do clássico ao contemporâneo)	20
1.2. Principais Classificações	20
1.3. Princípios Contratuais	22
1.3.1. Princípio da Autonomia Privada	22
1.3.2. Princípio da Função Social dos contratos	23
1.3.3. Princípio da Força Obrigatória dos Contratos	24
1.3.4. Princípio da Boa-Fé Objetiva	24
1.3.5. Princípio da Relatividade dos Efeitos Contratuais	25
1.4. Formação Contratual	26
1.5. Revisão Contratual por Fato Superveniente	27
1.6. Vícios Redibitórios	28
1.7. Evicção	29
1.8. Extinção dos Contratos	31
2. CONTRATOS EM ESPÉCIE	34
2.1. Da Compra e Venda – arts. 481 / 532	34
2.2. DA TROCA OU PERMUTA – ART. 533	41
2.3. DO CONTRATO ESTIMATÓRIO – ART. 534 A 537	42
2.4. DA DOAÇÃO – ART. 534 A 537	43
2.5. DA LOCAÇÃO DE COISAS NO CC/02 – ART. 565 A 578	49
2.6. DO EMPRÉSTIMO, COMODATO E MÚTUO – ARTS. 579 A 592	52
2.7. DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS – ARTS. 593 A 609	55
2.8. DA EMPREITADA – ARTS. 610 A 626	59
2.9. DO DEPÓSITO – ARTS. 627 A 652	63
2.10. DO MANDATO – ARTS. 653 A 692	66
2.11. DA COMISSÃO – ARTS. 693 A 709	71
2.12. DA AGÊNCIA E DISTRIBUIÇÃO – ARTS. 710 A 721	73
2.13. DA CORRETAGEM – ARTS. 722 A 729	75
2.14. DO TRANSPORTE – ARTS. 730 A 756	77
2.15. DO SEGURO – ARTS. 757 A 802	81
2.16. DA CONSTITUIÇÃO DE RENDA – ARTS. 803/813	91
2.17. DO JOGO E DA APOSTA – ARTS. 814/817	93
2.18. DA FIANÇA – ARTS. 818/839	94
2.19. DA TRANSAÇÃO – ARTS. 840/850	98
2.20. DO COMPROMISSO – ARTS. 851/853	100
3. SÚMULAS E JURISPRUDÊNCIA SOBRE CONTRATOS	101
SÚMULAS DO STJ	101
SÚMULAS DO STF	102
RESPONSABILIDADE CIVIL	104
DIREITO DAS COISAS	105
DIREITO DE FAMÍLIA	106
1.	Princípios Fundamentais – Direito de Família	106
2.	Concepção Constitucional de Família – as múltiplas expressões	109
3.	Família Paralela (Repercussão Geral – Tema 529/STF)	110
4.	O Casamento – arts. 1.511/1.590	111
DIREITO DAS SUCESSÕES	111
DIREITO DAS COISAS	112
TÓPICOS PARA REVISAR NA VÉSPERA
- Diferença: estado de necessidade x lesão
- Tema 529 da Repercussão Geral do STF
- Impedimentos matrimoniais (nulidade); anulabilidade; e causas suspensivas do casamento (sanções patrimoniais) – arts. 1521, 1550 e 1523, respectivamente.
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LINDB – ARTIGOS MAIS COBRADOS
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PARTE GERAL – ARTIGOS MAIS COBRADOS
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DIREITO DAS OBRIGAÇÕES – ARTIGOS MAIS COBRADOS
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
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CONTRATOS – ARTIGOS MAIS COBRADOS
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PARTE GERAL
1. Direito 
· O CC ////
DIREITO DAS OBRIGAÇÕES
1. Direito das Obrigações
· O CC ////
TEORIA GERAL DOS CONTRATOS
1.1. Conceitos (do clássico ao contemporâneo)
· O CC/02 não define contrato.
· É ato jurídico bilateral, dependente de duas declarações de vontade, cujo objetivo é a alteração ou a extinção de direitos e deveres.
· Portanto, contrato pode ser conceituado como um negócio jurídico bilateral ou plurilateral que visa à criação, modificação ou extinção de direitos e deveres com conteúdo patrimonial
· Maria Helena Diniz: dois elementos essenciais. 1) Estrutural = alteridade; 2) Funcional = composição de interesses contrapostos.
· Por isso, seria vedada a auto-contratação ou celebração de contrato consigo mesmo.
· Todavia, o CC permite a outorga de poderes para que a pessoa que representa outrem celebre um contrato consigo mesmo, constituindo, portanto, um mandato em causa própria (art. 117).
· Art. 117 – salvo se permitir a lei ou o representado, é anulável o negócio jurídico que o representante, no seu interesse ou por conta de outrem, celebrar consigo mesmo.
P. Único – para esse efeito, tem-se como celebrado pelo representante o negócio realizado por aquele em quem os poderes houverem sido substabelecidos.
· O conceito clássico de contrato exige que os contratos tenham patrimonialidade, ou seja, conteúdo patrimonial.
· Alguns juristas propõem um conceito pós-moderno ou contemporâneo, como Paulo Nalin, para quem contrato constitui “a relação jurídica subjetiva, nucleada na solidariedade constitucional, destinada à produção de efeitos jurídicos existenciais e patrimoniais, não só entre os titulares subjetivos da relação, como também perante terceiros”.
· Deste conceito, destaca-se: 1) o contrato está amparado em valores constitucionais; 2) o contrato pode envolver um conteúdo existencial, relativo a direitos da personalidade; 3) o contrato pode gerar efeitos perante terceiros (eficácia externa da função social dos contratos).
1.2. Principais Classificações· Quanto aos direitos e deveres das partes:
· Contrato unilateral – apenas um dos contratantes assume deveres em face do outro. Ex: doação pura.
· Contrato bilateral – os contratantes são simultânea e reciprocamente credores e devedores um do outro.
· Contrato plurilateral – envolve várias pessoas, trazendo diversos direitos e deveres.
· Quanto ao sacrifício patrimonial das partes
· Contrato oneroso – traz vantagem para ambos os contratantes, ambos sofrendo sacrifício patrimonial.
· Contrato gratuito – onera somente uma das partes. Ex: doação pura.
· Quanto ao momento de aperfeiçoamento do contrato
· Contrato consensual – tem aperfeiçoamento pelas simples manifestação de vontade.
· Contrato real – se aperfeiçoa com a entrega da coisa de um contratante para outro. Ex: comodato, mútuo, contrato estimatório e depósito. Antes da entrega só se tem uma promessa de contratar, e não um contrato perfeito e acabado.
· Aqui entra a distinção entre a validade e eficácia do contrato. A validade está relacionada ao aperfeiçoamento do contrato, enquanto a eficácia, com o seu cumprimento. A compra e venda, por exemplo, gera efeitos desde o momento em que as partes convencionam sobre a coisa e o seu preço. O registro do imóvel, ou a tradição do bem móvel, estão relacionadas à eficácia do contrato. Porém, nos contratos reais, estes somente se aperfeiçoam (e portanto, somente têm validade), com a entrega da coisa.
· Quanto aos riscos do contrato.
· Contrato comutativo – as partes sabem de antemão quais são as prestações.
· Contrato aleatório – a prestação de uma das partes não é conhecida com exatidão no momento da celebração, pelo fato de depender da álea, da sorte, fator desconhecido. Há 2 formas de contrato aleatório:
· Contrato aleatório emptio spei (art. 458) – o risco é relacionado à própria existência da coisa.
· Art. 458 – se o contrato for aleatório, por dizer respeito a coisas ou fatos futuros, cujo risco de não virem a existir um dos contratantes assuma, terá o outro direito de receber integralmente o que lhe foi prometido, desde que de sua parte não tenha havido dolo ou culpa, ainda que nada do avençado venha a existir.
· Contrato aleatório emptio rei speratae (art. 459) – o risco versa somente em relação à quantidade da coisa. A parte terá direito a todo o preço, ainda que a coisa venha a existir na quantidade esperada. Mas, se nada existir, aí não tem direito ao preço.
· Art. 459 – se for aleatório por serem objeto dele coisas futuras, tomando o adquirente a si o risco de virem a existir em qualquer quantidade, terá também direito o alienante a todo o preço, desde que de sua parte não tiver concorrido culpa, ainda que a coisa venha a existir em quantidade inferior à esperada.
P. Único – mas, se da coisa nada vier a existir, alienação não haverá, e o alienante restituirá o preço recebido.
· Quanto à previsão legal
· Contrato típico – tem previsão legal mínima
· Contrato atípico – não há previsão legal, como o contrato de garagem ou estacionamento.
· Enunciado 582, CJF – com suporte na liberdade contratual, e, portanto, em concretização da autonomia privada, as partes podem pactuar garantias contratuais atípicas.
· Quanto à negociação do conteúdo pelas partes
· Contrato paritário – ou negociado. O conteúdo é plenamente discutido entre as partes.
· Contrato de adesão – uma parte, o estipulante, impõe o conteúdo negocial, restando à outra parte duas opções: aceitar ou não o conteúdo do contrato.
· Art. 54, CDC – contrato de adesão é aquele cujas cláusulas tenham sido aprovadas pela autoridade competente ou estabelecidas unilateralmente pelo fornecedor de produtos ou serviços, sem que o consumidor possa discutir ou modificar substancialmente seu conteúdo.
· Contrato de consumo x contrato de adesão – não se confundem. Nem todo contrato de consumo é de adesão. E nem todo contrato de adesão é de consumo (ex: franchising).
· Quanto à presença de formalidades ou solenidades
· Contrato informal – não exige qualquer formalidade. É a regra (art. 107, CC).
· Contrato formal – exige qualquer formalidade. Ex: forma escrita.
· Contrato solene – exige solenidade pública (escritura pública). Escritura pública é necessária para os negócios de alienação de imóvel com valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País.
· Quanto à independência contratual
· Contrato principal ou independente – existe por si só.
· Contrato acessório – a validade depende de outro negócio, o contrato principal.
· Princípio da gravitação jurídica – o acessório segue o principal. Tudo o que ocorrer no acessório repercute no principal.
· Contratos coligados – são os que, embora distintos, estão ligados por uma cláusula acessória. Existe uma independência, uma individualidade, mas “as vicissitudes de um podem influir no outro”. Podem ser:
· Coligados em sentido estrito – unidos por alguma disposição legal que determine a coligação.
· Coligados por cláusula contratual – há disposição contratual expressa, comum nos contratos de construção imobiliária.
· Conexos – são unidos por uma razão econêmico-social. Podem ser redes contratuais ou conexos em sentido estrito.
· Jurisprudências:
· STJ: entendeu que o inadimplemento de um determinado contrato conexo pode gerar a extinção do outro, devendo-se avaliar a relação de interdependência caso a caso. Ex: contratos coligados, um principal e outro secundário. O primeiro, tendo por objeto um lote com casa de moradia. O segundo, versando sobre dois lotes contíguos para área de lazer.
· STJ: o contrato de trabalho entre clube e atleta seria o negócio principal, sendo o contrato de exploração de imagem o negócio jurídico acessório. Essa interpretação é importante para fixar a competência para apreciar a lide envolvendo o pacto (Justiça do Trabalho).
· Enunciado 421, CJF – os contratos coligados devem ser interpretados segundo os critérios hermenêuticos do Código Civil, em especial dos arts. 112 e 113, considerada a sua conexão funcional.
· Quanto ao momento do cumprimento
· Contrato instantâneo ou de execução imediata – tem aperfeiçoamento e cumprimento de imediato.
· Contrato de execução diferida – cumprimento previsto de uma vez só, mas no futuro.
· Contrato de execução continuada ou de trato sucessivo – cumprimento previsto de forma sucessiva ou periódica no tempo.
· Quanto à pessoalidade
· Contrato personalíssimo – também chamado de pessoal ou intuitu personae – a pessoa do contratante é elemento determinante de sua conclusão.
· Contrato impessoal – a pessoa do contratante não é juridicamente relevante para a conclusão do negócio.
· Quanto à definitividade do negócio
· Contrato preliminar ou pré-contrato – negócio tende à celebração de outro no futuro.
· Contrato definitivo – não tem dependência futura.
1.3. Princípios Contratuais
· Princípios possuem grande importância no CC/02.
· O CDC também possui grande importância para os contratos, havendo um diálogo das fontes com o CC.
· Enunciado 167, CJF – com o advento do CC/2002, houve forte aproximação principiológica entre esse código e o CDC, no que respeita à regulação contratual, uma vez que ambos são incorporadores de uma nova teoria geral dos contratos.
· Os princípios contratuais são: 1) autonomia privada; 2) função social dos contratos; 3) força obrigatória dos contratos (pacta sunt servanda); 4) boa-fé objetiva; 5) relatividade dos efeitos contratuais.
1.3.1. Princípio da Autonomia Privada
· A autonomia privada é o poder que os particulares têm de regular, pelo exercício de sua própria vontade, as relações que participam, estabelecendo-lhe o conteúdo e a respectiva disciplina jurídica.
· Já a expressão autonomia da vontade tem uma conotação subjetiva, psicológica, enquanto a autonomia privada marca o poder da vontade no direito de um modo objetivo, concreto e real.
· Liberdade de contratar x liberdade contratual
· Liberdade de contratar – relacionada à escolha da pessoa com quem o negócio será celebrado, sendo em regra uma liberdade plena. Em alguns casos, há limitações. Por exemplo: não se pode contratar com o poderpúblico se não houver autorização a tanto. É vedada a compra e venda de bens confiados à administração nos casos elencados no art. 497.
· Liberdade contratual – relacionada com o conteúdo do negócio. Também sofre diversos limites e parâmetros legais.
· A função social não elimina totalmente a autonomia privada ou a liberdade contratual, mas apenas atenua ou reduz o seu alcance.
· Enunciado 23, CJF – a função social do contrato, prevista no art. 421 do CC, não elimina o princípio da autonomia contratual, mas atenua ou reduz o alcance desse princípio, quando presentes interesses metaindividuais ou interesse individual relativo à dignidade da pessoa humana.
· Dirigismo contratual – é a ingerência estatal nas relações contratuals. Na formação do contrato, muitas vezes, há uma imposição de cláusula pela lei ou pelo Estado. A essa necessária interferência do Estado nas relações contratuais dá-se o nome de dirigismo contratual.
· Supremacia econômica de uma pessoa – na prática, predominam os contratos de adesão, ou contratos standard (estandardização contratual ou império dos contratos-modelo). A vontade tem papel secundário, resumindo-se à máxima “take it or leave it” - pegar ou largar).
· Norma restritiva da autonomia privada pode ser interpretada extensiva ou analogicamente, visando proteger a parte vulnerável da relação negocial.
1.3.2. Princípio da Função Social dos contratos
· É um princípio de ordem pública pelo qual o contrato deve ser, necessariamente, interpretado e visualizado de acordo com o contexto da sociedade.
· É um princípio de ordem pública (art. 2.035, p. único – nenhuma convenção prevalecerá se contrariar preceitos de ordem pública, tais como os estabelecidos por este Código para assegurar a função social da propriedade e dos contratos).
· Por ser norma de ordem pública, é possível a intervenção do MP e o conhecimento de of´cio pelo juiz.
· Função social – é a finalidade coletiva. Mitiga a força obrigatória (pacta sunt servanda).
· Art. 421 – a liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato.
· Dupla eficácia: eficácia interna e eficácia externa.
· Enunciado 21, CJF – a função social do contrato, prevista no art. 421 o CC, constitui cláusula geral a impor a revisão do princípio da relatividade dos efeitos do contrato em relação a terceiros, implicando a tutela externa do crédito.
· Enunciado 360, CJF – O princípio da função social dos contratos também pode ter eficácia interna entre os contratantes.
· Eficácia interna – tem eficácia entre as partes. Possui 5 aspectos principais: 1) proteção dos vulneráveis contratuais; 2) vedação da onerosidade excessiva ou desequilíbrio contratual (efeito gangorra); 3) proteção da dignidade humana e dos direitos da personalidade no contrato; 4) nulidade de cláusulas antissociais, tidas como abusivas; 5) tendência de conservação contratual, sendo a extinção do contrato a ultima ratio.
· Enunciado 364, CJF – a cláusula de renúncia ao benefício de ordem pelo fiador será nula quando inserida em contrato de adesão.
· Enunciado 433, CJF – a despeito da súmula 335 do STJ, a cláusula de renúncia antecipada ao direito de indenização e retenção por benfeitorias necessárias é nula em contrato de locação de imóvel urbano feito nos moldes do contrato de adesão.
· Enunciado 431, CJF – a violação do art. 421 conduz à invalidade ou à ineficácia do contrato ou de cláusulas contratuais.
· Súmula 302, STJ – é nula, no contrato de plano de saúde, cláusula que limita internação.
· Eficácia externa – há dois aspectos: 1) proteção dos direitos difusos e coletivos, chamada de função socioambiental do contrato; 2) tutela externa do crédito.
· Tutela externa do crédito – é a possibilidade do contrato gerar efeitos perante terceiros ou de condutas de terceiros repercutirem no contrato. Ex.: art. 608, CC – vedação a terceiros, impossibilitando a terceiros que aliciem pessoas obrigadas por contrato escrito a prestar serviços a outrem.
1.3.3. Princípio da Força Obrigatória dos Contratos
· Também chamado de pacta sunt servanda.
· Por esse princípio, tem força de lei o estipulado pelas partes na avença, constrangendo os contratantes ao cumprimento do conteúdo completo do negócio jurídico.
· Não há previsão legislativa expressa.
· “A força obrigatória das convenções continua previsto em nosso ordenamento, mas não mais como regra geral. A força obrigatória constitui exceção à regra geral da socialidade, secundária à função social do contrato. Certo é que não tem mais encontrado a predominância e a prevalência que exercia no passado”.
· Todavia, a força obrigatória dos contratos não possibilita mais a concepção estanque do contrato.
1.3.4. Princípio da Boa-Fé Objetiva
· O CC adotou a dimensão concreta da boa-fé, como já fazia o CDC. Impõe às partes uma atuação pautada nos deveres de honestidade, lealdade e informação.
· Enunciado 27, CJF – na interpretação da cláusula geral da boa-fé objetiva, deve-se levar em conta o sistema do CC e as conexões sistemáticas com outros estatutos normativos e fatores metajurídicos.
· O Novo CPC consolidou a boa-fé objetiva processual, segundo a qual “aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar-se de acordo com a boa-fé”. Em complemento, todos os sujeitos devem cooperar entre si (art. 6º).
· A boa-fé objetiva impõe assim vários deveres anexos aos contratantes, como os deveres: 1) de respeito; 2) de informar a outra parte sobre o conteúdo do negócio; 3) de agir conforme a confiança depositada. 4) de lealdade, probidade e honestidade; 5) de agir conforme a razoabilidade; etc.
· A quebra desses deveres acarreta a violação positiva do contrato, com responsabilização objetiva daquele que desrespeita a boa-fé objetiva. Nesse sentido:
· Enunciado 37, CJF – a responsabilidade civil decorrente do abuso de direito independe de culpa e fundamenta-se somente no critério objetivo-finalístico.
· Enunciado 24, CJF – em virtude do princípio da boa-fé, positivado no art. 422 do CC, a violação dos deveres anexos constitui espécie de inadimplemento, independente de culpa. 
· Enunciado 363, CJF – os princípios da probidade e da confiança são de ordem pública, estando a parte lesada somente obrigada a demonstrar a existência da violação.
· Funções da boa-fé objetiva: 1) interpretação; 2) controle; 3) integração.
· Interpretação: Os negócios devem ser interpretados conforme a boa-fé (art. 113).
· Controle: Quem contraria a boa-fé comete abuso de direito.
· Integração: os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé.
· Boa-fé objetiva na fase pré-contratual – caso dos tomates. Empresa fornecia as sementes a pequenos produtores e sempre lhes comprava a produção. Certo dia, a empresa forneceu as sementes e decidiu não comprar os tomates. Os produtores entraram com ação alegando quebra da boa-fé objetiva e lograram êxito.
· Boa-fé objetiva na fase contratual – súmula 308, STJ – a hipoteca firmada entre a construtora e o agente financeiro, anterior ou posterior à celebração da promessa de compra e venda, não tem eficácia perante os adquirentes do imóvel.
· A constituição de hipoteca gera o direito de sequela do bem, ou seja, o direito do credor reivindicar o bem ainda que esteja com terceiro adquirente.
· A constituição de hipoteca é muito comum em contratos de construção e incorporação imobiliária, visando um futuro condomínio edilício.
· É o caso da construtora que pega financiamento e garante em hipoteca o imóvel a ser loteado, e revende o imóvel ao consumidor.
· Boa-fé objetiva na fase pós-contratual – Súmula 548, STJ – incumbe ao credor a exclusão do registro da dívida em nome do devedor no cadastro de inadimplentes no prazo de 5 dias úteis, a partir do integral e efetivo pagamento do débito.
· Desdobramentos da boa-fé objetiva: 1) supressio; 2) surrectio; 3) tu quoque; 4) exceptio doli; 5) venire contra factum proprium non potest;6) duty to mitigate the loss; 7) nachfrist.
· Supressio – significa a supressão, por renúnciatácita, de um direito ou de uma posição jurídica, pelo seu não exercício com o passar dos tempos. 
· Exemplo: art. 330 do CC – “o pagamento reiteradamente feito em outro local faz presumir renúncia do credor relativamente ao previsto no contrato”.
· Informativo 478, STJ – aplicou a supressio na hipótese de cobrança de correção monetária em contrato de mandato judicial, concluindo que o seu não exercício em momento oportuno geraria renúncia tácita em relação aos valores.
· Surrectio – é o surgimento de um direito diante de práticas, usos e costumes. Esse direito não existia judicialmente até então, mas decorre da efetividade social, de acordo com os costumes.
· A supressio e a surrectio constituem duas faces da mesma moeda.
· Tu quoque – um contratante que violou uma norma jurídica não poderá, sem a caracterização do abuso de direito, aproveitar-se dessa situação anteriormente criada pelo desrespeito. É a regra de ouro, pela qual está vedado que alguém faça contra o outro o que não faria contra si mesmo.
· Exceptio Doli – é a defesa do réu contra ações dolosas, contrárias à boa-fé. Aqui a boa-fé possui uma importante função reativa, ou seja, é utilizada como defesa. A mais conhecida é a exceção do contrato não cumprido.
· Venire contra factum proprium – a pessoa não pode exercer um direito próprio, contrariando um comportamento anterior. Pelo enunciado 362 do CJF, “a vedação do comportamento contraditório funda-se na proteção da confiança, como se extrai dos arts. 187 e 422 do CC”. 
· Duty to mitigate the loss – dever imposto ao credor de mitigar suas perdas, seu próprio prejuízo. De acordo com o enunciado 169 do CJF, “a parte que invoca a quebra do contrato deve tomar as medidas razoáveis, levando em consideração as circunstãncias, para limitar a perda, nela compreendido o prejuízo resultante da quebra. Se ela negligencia em tomar tais medidas, a parte faltosa pode pedir a redução das perdas e danos, em proporção igual ao montante da perda que poderia ter sido diminuída”. 
· Nachfrist – trata-se da concessão de um prazo adicional ou período de carência pelo comprador para que o vendedor cumpra a obrigação, o que tem o intuito de conservar a avença. Trata-se de instituto de origem alemã, significando “extensão de prazo”, e é tratada pelo art. 47 da Convenção de Viena. Essa concessão de prazo suplementar impede que o comprador exerça qualquer ação de descumprimento do contrato durante o prazo suplementar, mas não lhe tira o direito de exigir indenização das perdas e danos decorrentes do atraso.
1.3.5. Princípio da Relatividade dos Efeitos Contratuais
· O contrato gera efeitos inter partes. É isso que determina a relatividade dos efeitos contratuais, consubstanciado na máxima res inter alios.
· Porém, há exceções em que o contrato também gera efeitos perante terceiros. Exemplos:
· Estipulação em favor de terceiro (arts. 436/438) – um terceiro, que não é parte do contrato, é beneficiado por seus efeitos, podendo exigir o seu adimplemento. Exemplo típico é o seguro de vida. Aqui, os efeitos são exógenos (de dentro para fora do contrato).
· Promessa de fato de terceiro (arts. 439/440) – determinada pessoa promete determinada conduta seja praticada por outrem, sob pena de responsabilidade civil. Exemplo é o do promotor de eventos que promete um espetáculo de um cantor famoso. Os efeitos são endógenos (de fora para dentro, pois a conduta de um estranho repercute para dentro deste).
· Contrato com pessoa a declarar (arts. 467/471) – ou com cláusula pro amico eligendo. Uma das partes reserva-se à faculdade de indicar a pessoa que deve adquires os direitos e assumir as obrigações dele decorrentes.
· Tutela externa do crédito – repercussão contratual perante terceiros, como a vedação de terceiros aliciarem pessoas obrigadas em contrato escrito de prestação de serviços.
1.4. Formação Contratual
· Quatro fases na formação do contrato civil: 1) negociações preliminares ou puntuação; 2) proposta, policitação ou oblação; 3) contrato preliminar; 4) contrato definitivo ou de conclusão do contrato.
· Negociações preliminares ou puntuação – ocorrem debates prévios, tratativas, conversações. Puntuação está relacionada a acordos parciais na fase pré-contratual. Não está prevista no CC, sendo anterior à formalização da proposta. As negociações preliminares não vinculam as partes, ao contrário da proposta ou policitação (art. 427). Assim, em regra, não há responsabilidade civil nessa fase. Todavia, a fase de pontuação gera deveres às partes, pois em alguns casos, diante da confiança depositada, a quebra desses deveres pode gerar a responsabilização civil.
· Proposta, policitação ou oblação – constitui a manifestação da vontade de contratar por uma das partes, que solicita a concordância da outra. É uma declaração unilateral de vontade, de caráter receptício, que só produz efeitos ao ser recebida pela outra parte. A proposta vincula o proponente, gerando o dever de celebrar o contrato definitivo sob pena de responsabilização pelas perdas e danos que o caso concreto demonstrar (art. 427). 
· Proposta destinada ao público – o oblato é determinável, não determinado. A proposta vincula aquele que a formulou quando encerrar os requisitos essenciais do contrato, salvo se o contrário resultar das circunstâncias ou dos usos. É possível revoar a oferta ao público, pela mesma via da divulgação, desde que ressalvada esta faculdade na oferta realizada, isto é, desde que respeitado o dever de informar da outra parte (art. 429).
· Partes: 1) policitante, proponente ou solicitante; 2) policitado, oblato ou solicitado.
· Características: 1) a proposta deve ser séria, clara, precisa e definitiva; 2) a aceitação deve ser pura e simples.
· Hipóteses em que a proposta deixa de ser obrigatória (art. 428): 1) se, feita sem prazo a pessoa presente, não foi imediatamente aceita; 2) se, feita sem prazo a pessoa ausente, tiver decorrido tempo suficiente para chegar a resposta ao conhecimento do proponente; 3) se, feita a pessoa ausente, não tiver sido expedida a resposta dentro do prazo dado pelo proponente; 4) se antes da proposta ou juntamente com ela chegar ao conhecimento da outra parte a retratação do proponente.
· Aceitação tardia (art. 430) – se a aceitação, por circunstância imprevista, chegar tarde ao conhecimento do proponente, este comunicará o fato imediatamente ao aceitante, sob pena de responder por perdas e danos.
· Aceitação fora do prazo, com modificações (art. 431) – havendo uma aceitação tardia, com adições, restrições ou modificações, haverá uma nova proposta, de forma a inverterem-se os papeis entre as partes.
· Costume (art. 432) – se o negócio for daqueles em que não seja costume a aceitação expressa, ou se o proponente a tiver dispensado, reputar-se-á concluído o contrato caso não chegue a tempo a recusa. 
· Proposta entre ausentes (art. 434) – o contrato deve ser reputado como concluído a partir do momento em que a aceitação for expedida. Por isso se diz que o CC adotou a teoria da agnição (ou da informação), na subteria da expedição, como regra geral. Porém, excepcionalmente o CC opta pela teoria da agnição, na subteoria da recepção, pela qual o contrato e formado quando a proposta é aceita, nos seguintes casos: 1) se antes da aceitação ou com ela chegar a retratação; 2) se o proponente se houver comprometido a esperar resposta, hipótese em que as partes convencionaram a aplicação da subteoria da recepção; 3) se a resposta não chegar no prazo convencionado.
· Local da proposta (art. 435): considera-se celebrado o contrato no lugar em que foi proposto.
· Contrato preliminar – ou pré-contrato, ou pactum de contrahendo. Não é obrigatório e, exceto quanto à forma, terá os mesmos requisitos essenciais do contrato definitivo (art. 462). Dois são os tipos de compromissos de contrato:
· Compromisso unilateral de contrato (art. 466) – ou contrato de opção. As duas partes assinam o instrumento, mas somente uma delas assume um dever, uma obrigação de fazer o contrato definitivo. O art. 466 prevê: “se a promessade contrato for unilateral, o credor, sob pena de ficar a mesma sem efeito, deverá manifestar-se no prazo nela previsto, ou, inexistindo este, no que lhe for razoavelmente assinado pelo devedor”.
· Compromisso bilateral de contrato – as duas partes assinam o contrato e ao mesmo tempo assumem a obrigação de celebrar o contrato definitivo. Para gerar os efeitos previstos na lei, não pode constar cláusula de arrependimento.
· O contrato preliminar deve ser levado ao registro competente (art. 463, p. único). Daí surge uma polêmica: em se tratando de imóvel, quais os efeitos do compromisso que é ou não registrado na matrícula. Se ocorrer o registro, estaremos diante de um direito real de aquisição do promitente comprador. Se não for levado a registro, apenas não terá eficácia perante terceiros, mas gera a obrigação de fazer. O Enunciado 30 do CJF ensina: “a disposição do p. único do art. 463 do CC deve ser interpretada como fator de eficácia perante terceiros”.
· Se o compromisso de compra e venda de imóvel não for registrado, e o promitente-vendedor se negue a celebrar o contrato definitivo, o compromissário-comprador terá3 opções: 1) exigir a obrigação de fazer, por meio de tutela específica, celebrando o contrato definitivo; 2) poderá o juiz, escoado o prazo, suprir a vontade da parte inadimplente, conferindo caráter definitivo ao contrato preliminar (art. 464); 3) se o bem não o interessar mais, poderá querer a conversão da obrigação em perdas e danos.
· Adjudicação compulsória (art. 464) – o juiz pode suprir a vontade da parte, no caso de, não havendo registro, a parte se recusar à celebração do contrato. A súmula 239 do STJ é clara ao ensinar que “o direito à adjudicação compulsória não se condiciona ao registro do compromisso de compra e venda no cartório de imóveis”. Além disso, o enunciado 95 do CJF: “o direito à adjudicação compulsória, quando exercido em face do promitente vendedor, não se condiciona ao registro da promessa de compra e venda no cartório de registro imobiliário”.
· Contrato com pessoa a declarar – ou cláusula pro amico eligendo. Grande aplicação aos pré-contratos. No momento da conclusão do contrato, pode uma das partes reservar-se a faculdade de indicar outra pessoa que deve adquirir os direitos e assumir as obrigações decorrentes do negócio. A indicação deve ser comunicada à outra parte no prazo de 5 (cinco) dias da conclusão do negócio definitivo, se não houver outro prazo estipulado no pacto (art. 468). Não terá a cláusula pro amico eligendo se: 1) não houver indicação da pessoa, ou se esta se negar a aceitar a indicação (art. 470); 2) a pessoa nomeada for insolvente, fato desconhecido anteriormente, situação em que o contrato produzirá efeitos entre os contratantes originais (art. 471).
· Contrato definitivo – é a fase do contrato definitivo quando ocorre o encontro de vontades das partes.
1.5. Revisão Contratual por Fato Superveniente
· A extinção do contrato deve ser a última ratio, com fundamento no princípio da conservação contratual.
· Previsão legal: 317 e 478 do CC.
· Enunciado 176, CJF – em atenção ao princípio da conservação dos negócios jurídicos, o art. 478 do CC deverá conduzir, sempre que possível, à revisão judicial dos contratos e não à resolução contratual.
· O CC/2002 consagra a revisão contratual por fato superveniente diante de uma imprevisibilidade somada a uma onerosidade excessiva.
· Requisitos para a revisão dos contratos: 1) o contrato deve, em regra, ser bilateral; 2) deve ser oneroso; 3) deve ser, em regra, comutativo; 4) deve ser de execução diferida ou de trato sucessivo; 5) exige-se um motivo imprevisível ou acontecimentos imprevisíveis e extraordinários; 6) deve estar presente uma onerosidade excessiva.
· Bilateralidade – excepcionalmente, pode haver 
· Comutatividade – mesmo os contratos aleatórios tem sua parte comutativa, como é o caso do prêmio pago nos contratos de seguro. Assim, de acordo com o enunciado 440 do CJF, “é possível a revisão ou resolução por excessiva onerosidade em contratos aleatórios, desde que o evento superveniente, extraordinário e imprevisível não se relacione à álea assumida no contrato”.
· Execução diferida – é possível, em casos excepcionais, a revisão de negócios já extintos. Nesse sentido, a súmula 286 do STJ: “a renegociação de contrato bancário ou a confissão de dívida não afasta a possibilidade de revisão de contratos extintos, se houver abusividade”.
· Motivo imprevisível – não é considerado motivo imprevisível o aumento do dólar, o desemprego ou a escala inflacionária. O enunciado 17 do CJF: “a interpretação da expressão motivos imprevisíveis, constante do art. 317 do CC, deve abarcar tanto causas de desproporção não previsíveis como também causas previsíveis, mas de resultado imprevisíveis”. Já o enunciado 175, CJF, ensina “a menção à imprevisibilidade e extraordinariedade, insertas no art. 478 do CC, deve ser interpretada não somente em relação ao fato que gere o desequilíbrio, mas também em relação às consequências que ele produz”.
· Onerosidade excessiva – enunciado 365 do CJF: “a extrema vantagem do art. 478 deve ser interpretada como elemento acidental da alteração de circunstâncias, que comporta a incidência da resolução ou revisão do negócio por onerosidade excessiva, independentemente de sua demonstração plena”. Já o enunciado 366 do CJF: “o fato extraordinário e imprevisível causador de onerosidade excessiva é aquele que não está coberto objetivamente pelos riscos próprios da contratação”.
· A jurisprudência tem considerado como requisito à revisão contratual a ausência de mora.
· Súmula 380, STJ – a simples propositura da ação de revisão de contrato não inibe a caracterização da mora do autor.
· A cobrança de valores abusivos por entidades bancárias descaracteriza o inadimplemento e a mora do devedor (enunciado 354, CJF – a cobrança de encargos e parcelas indevidas ou abusivas impede a caracterização da mora do devedor). 
· CPC/2015: o art. 330, §2º prevê que: “nas ações que tenham por objeto a revisão de obrigação decorrente de empréstimo, financiamento ou alienação de bens, o autor terá de, sob pena de inépcia, discriminar na petição inicial, dentre as obrigações contratuais, aquelas que pretende controverter, além de quantificar o valor incontroverso do débito”.
· REVISÃO CONTRATUAL NO CDC
· O Art. 6º, inciso V prevê que é direito básico do consumidor a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam prestações desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos supervenientes que as tornem excessivamente onerosas.
· O CDC não adotou a teoria da imprevisão.
· No CDC, há revisão por simples onerosidade excessiva. Ou seja, basta um fato novo que tenha gerado o desequilíbrio, NÃO sendo necessário um fato imprevisível. Por isso se afirma que o CDC adotou a teoria da base objetiva do negócio jurídico.
1.6. Vícios Redibitórios
· São os defeitos que desvalorizam a coisa ou a tornam imprópria para uso. O conceito adotado pela doutrina majoritária indica que tais vícios são sempre ocultos.
· Previsão legal: arts. 441 a 446.
· Não há que se confundir o vício redibitório com o erro. O vício redibitório atua no plano da eficácia do contrato, ao passo que o erro atua no plano da validade (anulabilidade). Além disso, o vício redibitório atinge o objeto do contrato, ao passo que no erro o vício é do consentimento.
· Há uma garantia legal por vícios redibitórios, nos contratos bilaterais, onerosos e comutativos, incluindo-se ainda as doações onerosas. No que diz respeito aos contratos aleatórios, admite-se a alegação de vício redibitório quanto aos elementos comutativos (enunciado 583, CJF – o art. 441 do CC deve ser interpretado no sentido de abranger também os contratos aleatórios, desde que não abranja os elementos aleatórios do contrato).
· Ações edilícias (art. 442) – em vez de rejeitar a coisa, redibindo o contrato (ação redibitória), o adquirente pode reclamar abatimento no preço (ação quanti minoris ou ação estimatória).
· Responsabilidade do alienante (art. 444) – a responsabilidadedo alienante permanece, ainda que a coisa pereça em poder do adquirente em virtude do vício oculto já existente no momento da entrega. “Assim, mesmo em se tratando de veículo com quase 10 anos de uso, deve o alienante responder pelo defeito oculto no motor, o qual após dois meses da venda veio a fundir, necessitando de retífica completa”.
· Prazos das ações edilícias (art. 445) – são decadenciais. Enunciado 28, CJF: o disposto no art. 445,§§1 e 2º reflete a consagração da doutrina e da jurisprudência quanto à natureza decadencial das ações edilícias.
· Se o vício puder ser percebido imediatamente – sendo móvel, o prazo é de 30 dias. Sendo imóvel, de 1 ano, contado da entrega efetiva. Se já estava na posse, o prazo é contado da alienação, reduzido à metade (15 dias / 6 meses).
· Se o vício só puder ser conhecido mais tarde – o prazo contar-se-á do momento em que dele tiver ciência, até o prazo máximo de 180 dias, sendo móvel, ou de 1 ano, sendo imóvel.
· Há polêmica quanto a esse prazo dos vícios ocultos, inclusive no STJ. Há quem entenda que, sendo móvel o bem, há um prazo máximo de 180 dias para que se revele, correndo o prazo decadencial de 30 dias a partir de sua ciência, para que isso não gere um prazo eterno. Nesse sentido, o enunciado n. 174 do CJF: “em se tratando de vício oculto, o adquirente tem os prazos do caput do art. 445 para obter redibição ou abatimento de preço, desde que os vícios se revelem nos prazos estabelecidos no parágrafo primeiro, fluindo, entretanto, a partir do conhecimento do defeito”. Porém, há quem não concorde com essa posição, por prestigiar condutas de má-fé.
· Vício na venda de animais (§3º) – no caso de vendas de animais, os prazos de garantias quanto aos vícios redibitórios serão aqueles previstos na legislação ordinária especial. Na falta deles, aplica-se o prazo anterior de 180 dias.
· Cláusula de garantia (art. 446) – não correm os prazos anteriores na constância de cláusula de garantia; mas o adquirente deve denunciar o defeito ao alienante nos 30 dias seguintes ao seu descobrimento, sob pena de decadência.
· Interpretação: a doutrina e jurisprudência interpretam esse dispositivo de forma que, findo esse prazo de 30 dias, iniciam-se os prazos legais do art. 445. Nesse sentido: “findo o prazo de garantia convencional ou não exercendo o adquirente o direito no prazo de 30 dias fixado no art. 446, iniciam-se os prazos legais do art. 445”. Maria Helena Diniz complementa: “com o término do prazo de garantia ou não denunciando o adquirente o vício dentro do prazo de 30 dias, os prazos legais do art. 445 iniciar-se-ão”.
1.7. Evicção
· Conceito: perda da coisa diante de uma decisão judicial ou de um ato administrativo que a atribui a um terceiro. Pode ser total ou parcial.
· STJ: a evicção pode estar presente em casos de apreensão administrativa, não decorrendo necessariamente de uma decisão judicial.
· Informativo 519, STJ – a evicção não exige o trânsito em julgado da decisão para o devido exercício do direito.
· O art. 447 estipula uma garantia legal em relação a essa perda da coisa, objeto do negócio celebrado, que atinge os contratos bilaterais, onerosos e comutativos, mesmo que tenha sido adquirida em hasta pública. De acordo com este dispositivo, “nos contratos onerosos, o alienante responde pela evicção. Subsiste esta garantia ainda que a aquisição se tenha realizado em hasta pública”.
· Responsabilidade pela evicção – decorre da lei, independendo de qualquer previsão contratual. Porém, as partes podem estipular cláusula reforçando a responsabilidade, atenuando-a ou agravando os seus efeitos (art. 448).
· Reforço da responsabilidade – tem entendimento pelo qual, diante da vedação do enriquecimento sem causa, o limite da responsabilidade é o dobro do valor da coisa.
· Exclusão da responsabilidade – pode ocorrer, desde que de forma expressa pactuem a cláusula de irresponsabilidade pela evicção ou cláusula de non praestaenda evictione). Todavia, nesse caso, mesmo excluída a responsabilidade, se ocorrer a evicção, o alienante responde pelo preço da coisa, isso se o evicto não sabia do risco da evicção ou, se informado do risco, não o assumiu.
· Art. 449 – não obstante a cláusula que exclui a garantia contra a evicção, se esta se der, tem direito o evicto a receber o preço que pagou pela coisa evicta, se não soube do risco da evicção, ou, dele informado, não o assumiu.
· Ações do evicto – havendo responsabilidade pela evicção, poderá o evicto prejudicado pleitear do alienante, nos casos de evicção total: 1) restituição integral do preço pago, levando-se em conta o valor da coisa à época em que se perdeu, evitando-se o enriquecimento sem causa; 2) a indenização dos frutos que tiver sido obrigado a restituir ao evictor ou terceiro; 3) indenização pelas despesas dos contratos e prejuízos que diretamente resultarem da evicção; 4) as custas judiciais e os honorários advocatícios por ele constituído; 5) indenização pelas benfeitorias necessárias e úteis não abonadas ao evicto pelo evictor.
· Benfeitorias – as benfeitorias necessárias ou úteis, não abonadas ao que sofreu a evicção, serão pagas pelo alienante (art. 453). Porém, se as benfeitorias abonadas ao que sofreu a evicção tiverem sido feitas pelo alienante, o valor delas será levado em conta na restituição devida (art. 454).
· Deterioração da coisa – a responsabilidade do alienante pela evicção total ou parcial permanece, ainda que a coisa alienada esteja deteriorada, exceto havendo dolo do adquirente (art. 451). Mas, se o evicto tiver auferido vantagens das deteriorações e não tiver sido condenado a pagar tais valores ao evictor, o valor dessas vantagens deverá ser deduzido da quantia pleiteada do alienante (art. 452).
· Evicção parcial (art. 455) – se a evicção for parcial, mas considerável, poderá o adquirente optar entre a rescisão do contrato ou a restituição da parte do preço correspondente ao desfalque. Se for parcial, mas não for considerável, poderá o evicto somente pleitear a indenização correspondente à parte perdida (perdas e danos).
· CPC/2015
· Revogou o art. 456 do CC. Antes, para poder exercitar o direito que da evicção lhe resultava, o adquirente deveria notificar o alienante imediato do litígio, ou qualquer dos anteriores, utilizando-se a denunciação da lide, sendo ela supostamente obrigatória para que o evicto pudesse exercer o direito que da evicção lhe resultasse. Agora com o CPC/2015, o caminho processual continua sendo a denunciação da lide, ao alienante imediato, no processo relativo à coisa cujo domínio foi transferido ao denunciante, a fim de que possa exercer os direitos quie da evicção lhe resultam.
· Portanto, acabou-se a celeuma da obrigatoriedade da denunciação da lide. Ela não é mais obrigatória, constando no §1º do art. 125 que “o direito regressivo será exercido por ação autônoma quando a denunciação da lide for indeferida, deixar se ser promovida ou não for permitida”.
· O STJ já tinha entendimento de que essa denunciação não seria obrigatória, mas facultativa. Na mesma linha, o enunciado 434 do CJF: “a ausência de denunciação da lide ao alienante, na evicção, não impede o exercício de pretensão reparatória por meio de via autônoma”.
· Denunciação da lide per saltum
· A revogação do art. 456 implicou agora na impossibilidade de denunciação da lide por saltos (per saltum), que era possível, com a convocação para o processo de qualquer um dos alienantes da cadeia de transmissão que tivesse responsabilidade pelo vício da evicção.
· Portanto, o NCPC vedou, no art. 125,§2º, a denunciação por saltos, admitindo apenas uma única denunciação sucessiva por parte do primeiro litisdenunciado.
· Art. 125, §2 – admite-se uma única denunciação sucessiva, promovida pelo denunciado, contra seu antecessor imediato na cadeia dominial ou quem seja responsável por indenizá-lo, não podendo o denunciado sucessivo promover nova denunciação, hipótese em que eventual direito de regresso será exercido por ação autônoma.
· Art. 457, CC – não pode o adquirente demandar pela evicção, se sabia que acoisa era alheia e litigiosa.
· Art. 54, p. único da Lei 13.097/2015 – somente será oposta a evicção em relação a imóvel se a controvérsia constar, de algum modo, da matrícula do bem. De acordo com o dispositivo legal, “não poderão ser opostas situações jurídicas não constantes da matrícula no Registro de Imóveis, inclusive para fins de evicção, ao terceiro de boa-fé que adquirir ou receber em garantia direitos reais sobre o imóvel, ressalvados o disposto nos arts. 129 e 130 da lei 11.101/2005 e as hipóteses de aquisição e extinção da propriedade que independam de registro de título de imóvel”. Assim, não havendo tais informações na matrícula do imóvel, não caberá o reconhecimento da evicção, o que visa prestigiar a boa-fé e a conservação do negócio jurídico.
· Art. 55, lei 13.097/2015 – a alienação ou oneração de unidades autônomas integrantes de incorporação imobiliária, parcelamento do solo ou condomínio edilício, devidamente registrada, não poderá ser objeto de evicção ou de decretação de ineficácia, mas eventuais credores do alienante ficam sub-rogados no preço ou eventual crédito imobiliário, sem prejuízo das perdas e dos danos imputáveis ao incorporador ou empreendedor, decorrentes de seu dolo ou sua culpa.
1.8. Extinção dos Contratos
· Previsão: arts. 472 a 480 do CC.
· Formas de extinção do contrato: 1) extinção normal do contrato; 2) extinção por fato anteriores à celebração; 3) extinção por fatos posteriores à celebração; 4) extinção por morte.
· Extinção normal dos contratos
· O contrato pode ser extinto de forma normal, pelo cumprimento da obrigação.
· Haverá extinção normal quando, por exemplo, o preço é pago.
· Extinto o contrato, não há mais nenhuma obrigação a ser exigida, exceção feita ao dever de boa-fé objetiva mesmo na fase pós-contratual.
· Extinção por fatos anteriores à celebração
· Pode ser dar por motivos anteriores à celebração. Surgem 3 casos específicos: 1) invalidade contratual; 2) cláusula de arrependimento; 3) cláusula resolutiva expressa.
· Invalidade contratual – envolvendo contratos nulos e anuláveis.
· Cláusula de arrependimento – constitui forma de extinção por fato anterior à celebração, inserido no próprio contrato. As partes estipulam que o negócio será extinto mediante declaração unilateral de vontade, se qualquer deles se arrepender. Não se confunde com o direito de arrependimento previsto no art. 49 do CDC.
· Cláusula resolutiva expressa – pode um evento futuro e incerto acarretar a extinção do contrato. De acordo com o art. 474, a cláusula resolutiva expressa opera de pleno direito; a tácita depende de interpelação judicial. No mesmo sentido, o enunciado 436 do CJF: “a cláusula resolutiva expressa produz efeitos extintivos independente de pronunciamento judicial”.
· Porém, excepcionalmente, mesmo havendo cláusula resolutiva expressa, haverá necessidade de notificação da parte para constituí-la em mora e extinguir o contrato. É o exemplo da súmula 369 do STJ, segundo a qual “no contrato de arrendamento mercantil (leasing), ainda que haja cláusula resolutiva expressa, é necessária a notificação prévia do arrendatário para constituí-lo em mora”. 
· Pacto comissório real – é vedado pelo art. 1.428 do CC. Esse dispositivo prevê a nulidade da cláusula que autoriza o credor de um direito real de garantia (penhor, hipoteca, anticrese) a ficar com o bem dado em garantia sem leva-lo à execução. Neste sentido: “é nula a cláusula que autoriza o credor pignoratício, anticrético ou hipotecário a ficar com o objeto da garantia, se a dívida não for paga no vencimento”.
· Extinção por fatos posteriores à celebração
· Sempre que houver extinção do contrato por fato posterior à celebração, fala-se em rescisão contratual.
· A rescisão, que é gênero, possui como espécie: 1) resolução (descumprimento contratual); 2) resilição (vontade bilateral ou unilateral, quando admitida pela lei).
· Resolução (descumprimento ou inadimplemento contratual)
· Inexecução voluntária – relacionada à possibilidade da prestação por culpa ou dolo do devedor. A parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resolução do contrato. Mas, se não preferir essa resolução, poderá exigir da outra o cumprimento do contrato, cabendo em qualquer hipótese perdas e danos. A responsabilidade contratual é em regra subjetiva.
· Pela teoria do adimplemento substancial (substantial performance), nas hipóteses em que o contrato tiver sido quase todo cumprido, não caberá a sua extinção, mas apenas outros efeitos jurídicos, caso da cobrança dos valores em aberto. De acordo com o enunciado 586 do CJF, para a caracterização do adimplemento substancial, levam-se em conta tanto aspectos quantitativos quanto qualitativos.
· Inexecução Involuntária – casos em que o descumprimento contratual ocorre por fatos alheios à vontade do devedor, nas hipóteses de caso fortuito ou força maior. A outra parte contratual não pode pleitear perdas e danos, sendo tudo o que foi pago devolvido e retornando a obrigação à situação primitiva.
· Todavia, existem hipóteses em que a parte responde por caso fortuito ou pela força maior: 1) se o devedor estiver em mora, a não ser que prove ausência de culpa ou que a perda da coisa objeto da obrigação ocorreria mesmo não havendo o atraso; 2) havendo cláusula de assunção convencional dos riscos; 3) em casos específicos previstos na lei (ex.: art. 583 do CC). 
· Resolução por onerosidade excessiva – pode ocorrer a resolução do negócio em decorrência de um evento extraordinário e imprevisível que dificulte extremamente o adimplemento do contrato, gerando a extinção do negócio de execução diferida ou continuada.
· Enunciado 175, CJF – a menção à imprevisibilidade e à extraordinariedade, insertas no art. 478, deve ser interpretada não somente em relação ao fato que gere o desequilíbrio, mas também em relação às consequências que ele produz.
· Enunciado 176, CJF – em atenção ao princípio da conservação dos negócios jurídicos, o art. 478 deverá conduzir, sempre que possível, à revisão judicial dos contratos e não à resolução contratual.
· Enunciado 366, CJF – o fato extraordinário e imprevisível causador de onerosidade excessiva é aquele que não está coberto objetivamente pelos riscos próprios da contratação. Nesse sentido, o STJ tem afastado a resolução ou revisão dos contratos de sagra diante de eventos como chuvas, pragas e oscilações no preço, diante da previsibilidade pelas partes contratantes (informativo 492, STJ).
· Enunciado 365, CJF – a extrema vantagem do art. 478 deve ser interpretada como elemento acidental da alteração de circunstâncias que comporta a incidência da resolução ou revisão do negócio por onerosidade excessiva independentemente de sua demonstração plena.
· Enunciado 367, CJF – em observância ao princípio da conservação do contrato, nas ações que tenham por objeto a resolução do pacto por excessiva onerosidade, pode o juiz modifica-lo equitativamente, desde que ouvida a parte autora, respeitada a sua vontade e observado o contraditório.
· Onerosidade excessiva nos contratos unilaterais (art. 480) –se no contrato as obrigações couberem a apenas uma das partes, poderá esta pleitear que a sua prestação seja reduzida, ou que alterado o modo de executá-la, a fim de evitar a onerosidade excessiva e o desequilíbrio contratual.
· Cláusula resolutiva tácita – cláusula resolutiva tácita decorre da lei e gera a resolução do contrato em decorrência de um evento futuro e incerto. É necessária interpelação judicial para gerar efeitos jurídicos. Exemplo: exceção do contrato não cumprido.
· Risco de descumprimento parcial do contrato (art. 477) – se sobrevier a uma das partes diminuição em seu patrimônio capaz de comprometer ou tornar duvidosa a prestação pela qual se obrigou, poderá a outra parte recusar-se à prestação que lhe incumbe, até que o primeiro satisfaça a sua ou dê garantia bastante para satisfazê-la.
· Consagra a quebra antecipada do contrato ou o inadimplemento antecipadi (antecipated breach of contract).
· Enunciado 437, CJF – a resolução da relação jurídica contratual tambémpode decorrer do inadimplemento antecipado.
· Consagra também a exceção de inseguridade. Nesse sentido, o Enunciado 438, CJF: “a exceção de inseguridade, prevista no art. 477, também pode ser oposta à parte cuja conduta põe manifestamente em risco a execução do programa contratual”.
· Cláusula solve et repete – é a cláusula pela qual a parte renuncia ao benefício da exceção do contrato não cumprido. Nos contratos de consumo e de adesão, e com fundamento na socialidade e eticidade, tais cláusulas são tidas como abusivas.
· Resilição (exercício de um direito potestativo) – Pode ser bilateral ou unilateral.
· Distrato bilateral – art. 472.
· É efetivada mediante celebração de um novo negócio em que ambas as partes querem, de comum acordo, pôr fim ao anterior que firmaram.
· Submete-se à mesma forma exigida para o contrato anterior. Se o contrato foi celebrado por escritura pública, o distrato deve obedecer à mesma formalidade.
· Enunciado 584, CJF – desde que não haja forma exigida para a substância do contrato, admite-se que o distrato seja pactuado por forma livre.
· Distrato unilateral – art. 473
· Há contratos que admitem dissolução pela simples declaração de vontade de uma das partes.
· Há exercício de um direito potestativo.
· Só é prevista em casos excepcionais, como no contrato de locação (denúncia vazia), na prestação de serviços, no mandato, comodato, depósito, doação e na fiança.
· Se, diante da natureza do contrato, uma das partes houver feito investimentos consideráveis para a execução do negócio, a resilição unilateral só produzirá efeitos depois de transcorrido prazo compatível com a natureza e o vulto dos investimentos.
· Extinção por morte de um dos contratantes
· Para algumas categorias negociais a morte de um dos contratantes pode gerar o fim do pacto.
· A extinção só ocorre nos casos de em que a parte contratual assume uma obrigação personalíssima.
· Exemplo: fiança (art. 836 – os herdeiros não recebem como herança o encargo de ser fiador, só respondendo até os limites da herança por dívidas eventualmente vencidas durante a vida do seu antecessor).
2. CONTRATOS EM ESPÉCIE
2.1. Da Compra e Venda – arts. 481 / 532
2.1.1. Conceito
· Conceito (art. 481): é o contrato pelo qual alguém se obriga a transferir ao comprador o domínio de coisa móvel ou imóvel mediante uma remuneração, denominada preço.
· Natureza jurídica: bilateral, oneroso, comutativo (em regra), consensual, e varia quanto à formalidade.
· Comutativo – mas eventualmente pode ser aleatório, como na venda de coisas futuras; e na venda de coisas existentes, mas expostas a risco.
· Emptio spei (venda da esperança quanto à quantidade da coisa) – refere-se à assunção de riscos por um dos contratantes no tocante a existência da coisa, caso em que o outro terá direito de receber integralmente o que lhe foi prometido, desde que de sua parte não tenha havido dolo ou culpa.
· Emptio rei speratae (risco sobre a quantidade) – o comprador assume o risco sobre a quantidade da coisa, caso em que o alienante terá direito a todo o preço, desde que não haja culpa de sua parte, ainda que a coisa venha a existir em quantidade inferior à esperada.
· Consensual – tem aperfeiçoamento com a manifestação de vontade. NÃO é contrato real, pois a transferência da propriedade se dá com a tradição ou o registro no cartório de registro de imóveis.
· Formal, informal ou solene – a compra e venda exige escritura pública quando o valor do bem imóvel, objeto do negócio, for superior a 30 salários mínimos. Porém, ainda que seja de valor inferior a 30 s.m., em se tratando de imóvel é necessária a forma escrita para registro no CRI. Sendo compra e venda de bem móvel, não há necessidade de escritura e nem de forma escrita.
· Elementos constitutivos: partes, coisa, e preço.
· Partes – devem ser capazes.
· Não se pode esquecer das regras especiais de legitimação, como a que impõe a necessidade de outorga uxória para venda de bens imóveis a terceiros, dispensando-se se o regime de casamentos entre os cônjuges for o da separação absoluta.
· Não havendo tal outorga, a compra e venda será anulável, desde que proposta no prazo decadencial de 2 anos, contados da dissolução da sociedade conjugal (art. 1649).
· Coisa – deve ser lícita, determinada ou determinável.
· É possível a compra e venda de coisa futura (ex: venda sob encomenda); mas essa coisa deve existir em posterior momento, sob pena de ineficácia do contrato, salvo se a intenção das partes era celebrar um contrato aleatório (art. 483).
· A coisa deve ser um bem alienável, consumível no âmbito jurídico (consuntibilidade jurídica). A venda de um bem inalienável (ex: bem de família voluntário/convencional) é considerada nula.
· A coisa deve se de propriedade do vendedor, sob pena de caracterização da venda a non domino. Pelo art. 1.268, feita por quem não seja proprietário, a tradição não aliena a propriedade”.
· Preço – é a remuneração do contrato, e deve ser certo e determinado em moeda nacional corrente, pelo valor nominal.
· Em regra, não pode ser fixado em moeda estrangeira ou em ouro (art. 318), exceto para a compra e venda internacional.
· Modalidades especiais de preço: 1) preço por cotação; 2) preço por avaliação; 3) preço tabelado e preço médio; 4) preço unilateral.
· Por cotação (art. 487) – é lícito fixar o preço em função de índices ou parâmetros suscetíveis de objetiva determinação, caso do dólar ou ouro, desde que conste o correspondente em reais. Ainda, pode ser fixado conforme taxa de mercado ou de bolsa, em certo e determinado dia e lugar (art. 486).
· Por avaliação (art. 485) – pode ser arbitrado pelas partes ou por terceiro de sua confiança.
· Tabelado e preço médio (art. 488) – convencionada a venda sem fixação do preço ou de critérios para sua determinação, se não houver tabelamento oficial, entende-se que as partes se sujeitaram ao preço corrente nas vendas habituais do vendedor. Na falta de acordo, por ter havido diversidade de preço, prevalecerá o termo médio.
· Enunciado 441, CJF – na falta de acordo sobre o preço, não se presume concluída a compra e venda. O parágrafo único do art. 488 somente se aplica se houverem diversos preços habitualmente praticados pelo vendedor, caso em que prevalecerá o termo médio.
· Preço unilateral (art. 489) – é nula a compra e venda se a fixação do preço for deixada ao livre-arbítrio de uma das partes. Esse dispositivo veda o preço cartelizado, manipulado por cartéis (grupo de empresas que se reúnem para estabelecer acordos sobre a fixação e elevação de preços).
2.1.2. Efeitos da Compra e Venda
· Há uma estrutura sinalagmática. O comprador tem o direito de receber a coisa, e o vendedor tem o direito de receber o preço.
· Riscos da coisa: correm por conta do vendedor, que tem o dever de entregá-la ao comprador (res perit domino).
· Riscos do preço: correm por conta do comprador, que tem os deveres dele decorrentes.
· Despesas com transporte e tradição (art. 490): correm, em regra, por conta do vendedor.
· Despesas com escritura e registro (art. 490): correm, em regra, por conta do comprador.
· Cláusula de assunção convencional: os riscos e despesas podem ser pactuados de forma distinta do que aquela prevista na lei, por exemplo, pactuando a divisão do custo com transporte e escritura entre as partes.
· Não sendo a venda a crédito, o vendedor não é obrigado a entregar a coisa antes de receber o preço (art. 476). Por se tratar de norma de ordem privada, as partes podem afastá-la, por meio da cláusula solve et repete.
· Caso fortuito no ato de contar, marcar ou assinalar (art. 492, §1º): os casos fortuitos que ocorrerem no ato de contar, marcar ou assinalar coisas, que normalmente se recebem essa forma, e que já tiverem sido colocadas à disposição do comprador, correrão por conta deste.
· Mora do comprador (art. 492, §2º): os riscos também corem por conta do comprador se este estiver em mora de recebê-las, quando postas à sua disposição no tempo, lugar e modo ajustado.
· Tradição da coisa (art. 493): se não houver estipulação

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