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Profa. Nádia Carolina / Prof. Ricardo Vale 
 
 
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PODER EXECUTIVO 
1) A função típica do Poder Executivo é a função executiva, que abrange a Chefia de Estado, Chefia de 
Governo e Chefia da Administração Pública. O Poder Executivo também exerce a função atípica de legislar, 
quando o Presidente da República edita medidas provisórias ou leis delegadas. 
(*) Segundo a doutrina majoritária, não se pode dizer que o Poder Executivo exerce função 
jurisdicional. 
2) Sistema de Governo: É o modo como se dá a relação entre os Poderes. Pode ser o presidencialismo ou o 
parlamentarismo. 
2.1) Presidencialismo: O Presidente da República exerce a função de Chefe de Estado e de Chefe de 
Governo. Inexiste vínculo entre Poder Legislativo e Poder Executivo. O mandato é por tempo 
determinado. 
2.2) Parlamentarismo: A Chefia do Poder Executivo é dual, pois o Chefe de Estado e o Chefe de 
Governo são pessoas diferentes. Há interdependência entre o Poder Executivo e o Poder Legislativo. 
O mandato do Primeiro-Ministro é por tempo indeterminado, ou seja, ele permanece no cargo 
enquanto tiver o apoio do Parlamento. 
3) O Poder Executivo é exercido, em nível federal, pelo Presidente da República, auxiliado pelos Ministros de 
Estado. A eleição do Presidente e do Vice-Presidente da República é feita pelo sistema majoritário de 2 (dois) 
turnos. 
(*) A eleição do Presidente importará a do Vice-Presidente com ele registrado. 
(*) É considerado eleito Presidente o candidato que, registrado por partido político, obtiver a maioria 
absoluta dos votos, não computados os em branco e os nulos. Se a maioria absoluta não for obtida 
no primeiro turno, será realizado o segundo turno, entre os dois candidatos mais votados. 
4) Se, decorridos dez dias da data fixada para a posse, o Presidente ou o Vice-Presidente, salvo motivo de 
força maior, não tiver assumido o cargo, este será declarado vago (art. 78, parágrafo único, CF/88). 
5) O mandato presidencial tem a duração de 4 (quatro) anos, sendo permitida a reeleição para um único 
período subsequente. 
6) A ausência do país por mais de 15 dias sem autorização do Congresso Nacional implica na vacância do 
cargo de Presidente da República. 
7) “Linha sucessória” do Presidente da República: i) Vice-Presidente; ii) Presidente da Câmara dos 
Deputados; iii) Presidente do Senado Federal e; iv) Presidente do STF. Dentre esses, o único que substitui 
em definitivo o Presidente é o Vice-Presidente da República. Os outros apenas assumem o cargo 
interinamente. 
8) “Dupla vacância”: É a vacância simultânea dos cargos de Presidente e Vice-Presidente. Havendo “dupla 
vacância” nos dois primeiros anos do mandato, serão realizadas eleições diretas, dentro de 90 dias. Por outro 
lado, se a “dupla vacância” ocorrer nos dois últimos anos, serão realizadas eleições indiretas (pelo Congresso 
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Nacional), dentro de 30 dias. Em ambos os casos, aqueles que forem eleitos apenas completarão o mandato 
dos seus antecessores, isto é, irão exercer um “mandato-tampão”. 
(*) Segundo o STF, os Estados e Municípios têm autonomia para disciplinar os procedimentos de 
“dupla vacância”, não se aplicando, portanto, o princípio da simetria. 
9) Atribuições do Presidente da República: O art. 84, CF/88, é um rol não-exaustivo de atribuições do 
Presidente da República. 
O Presidente da República poderá delegar algumas de suas atribuições aos Ministros de Estado, ao 
Procurador-Geral da República e ao Advogado-Geral da União. As atribuições delegáveis são as seguintes: 
a) Edição de decretos autônomos: Por meio de decreto autônomo, o Presidente da República poderá 
dispor sobre: i) organização e funcionamento da administração pública federal, quando não implicar 
aumento de despesa, nem criação ou extinção de órgão público e; ii) extinguir funções ou cargos 
públicos, quando vagos. 
b) Conceder indulto e comutar penas. 
c) Prover (e desprover) cargos públicos, na forma da lei. 
(*) A extinção de cargos públicos ocupados depende de lei. Por outro lado, a extinção de cargos públicos 
vagos pode se dar por decreto autônomo. 
10) Imunidades do Presidente da República: O Presidente da República não possui imunidade material, mas 
apenas imunidades formais. São elas as seguintes: 
a) Cláusula de irresponsabilidade penal relativa: Na vigência do mandato, o Presidente não pode ser 
responsabilizado por atos estranhos ao exercício da função. 
b) Vedação às prisões cautelares: O Presidente da República somente estará sujeito à prisão após 
sentença condenatória, nas infrações penais comuns. 
c) Autorização da Câmara dos Deputados: Para que o Presidente da República seja processado e 
julgado, nos crimes comuns ou de responsabilidade, há um prévio juízo de admissibilidade político 
pela Câmara dos Deputados, por 2/3 dos seus membros. 
(*) Segundo o STF, os Estados não têm competência para editar normas que condicionem a instauração de 
ação penal contra Governador, por crime comum, à prévia autorização da Assembleia Legislativa. 
11) Responsabilização do Presidente da República: Há 2 (dois) tipos de infrações que podem ser cometidas 
pelo Presidente: crimes comuns e crimes de responsabilidade. 
11.1) Crimes comuns: Nos crimes comuns, o Presidente da República é processado e julgado pelo STF. A 
denúncia ou queixa-crime é apresentada ao STF, mas este somente poderá recebê-la após juízo de 
admissibilidade político da Câmara dos Deputados, por 2/3 dos membros. Mesmo após a autorização da 
Câmara dos Deputados, é possível que o STF decida rejeitar a denúncia. 
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(*) Uma vez recebida a denúncia pelo STF, o Presidente da República será afastado do cargo, só 
retornando se for absolvido ou se o julgamento não for concluído dentro de 180 dias. 
11.2) Crimes de responsabilidade: Nos crimes de responsabilidade, o Presidente da República é processado 
e julgado pelo Senado Federal. O processo de impeachment tem início com denúncia popular apresentada à 
Câmara dos Deputados, que fará o juízo de admissibilidade político, por 2/3 dos membros. C 
(*) Caso ocorra a autorização da Câmara dos Deputados, o processo será encaminhado ao Senado 
Federal, que fará novo juízo de admissibilidade (maioria simples). Assim, o Senado não é obrigado a 
instaurar o processo contra o Presidente. 
(*) Instaurado o processo pelo Senado, o Presidente da República será afastado do cargo, só 
retornando se for absolvido ou se o julgamento não for concluído dentro de 180 dias. 
(*) A condenação do Presidente da República pelo Senado Federal depende do voto nominal (aberto) 
de 2/3 dos seus membros. Nessa sessão de julgamento, o Presidente do STF é que irá presidir o 
Senado Federal. 
(*) Segundo o STF, não é cabível recurso contra o mérito da decisão do Senado Federal no processo 
de impeachment. No entanto, admite-se o controle jurisdicional dos aspectos formais (processuais), 
tais como o respeito à ampla defesa e ao contraditório. 
(*) Segundo o STF, a renúncia ao cargo, apresentada na sessão de julgamento, quando já iniciado 
este, não paralisa o processo de impeachment. 
12) Réu em processo-crime x Substituição presidencial (ADPF 402): Réus em processo-criminal não 
poderão, em hipótese alguma, exercer o ofício de Presidente da República. No entanto, réus em processo 
criminal podem exercer a Presidência da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do STF. 
 
 
 
 
 
 
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