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ESTÉTICA E BELEZA 
CONTEÚDO 
 Cosmetologia 
 
 
 
 
 
Copyright © Portal Educação 
2013 – Portal Educação 
Todos os direitos reservados 
 
R: Sete de setembro, 1686 – Centro – CEP: 79002-130 
Telematrículas e Teleatendimento: 0800 707 4520 
Internacional: +55 (67) 3303-4520 
atendimento@portaleducacao.com.br – Campo Grande-MS 
Endereço Internet: http://www.portaleducacao.com.br 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - Brasil 
 Triagem Organização LTDA ME 
 Bibliotecário responsável: Rodrigo Pereira CRB 1/2167 
 Portal Educação 
P842c Cosmetologia / Portal Educação. - Campo Grande: Portal Educação, 2013. 
 239p. : il. 
 
 Inclui bibliografia 
 ISBN 978-85-8241-800-0 
 1. Cosmetologia. 2. Cosmético – mercado. I. Portal Educação. II. Título. 
 CDD 646.726 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO 
2 HISTÓRICO 
3 LEGISLAÇÃO 
4 MERCADO COSMÉTICO 
4.1 EVOLUÇÃO 
4.2 CRESCIMENTO DO SETOR E CRESCIMENTO DA ECONOMIA 
4.3 COMÉRCIO EXTERIOR 
4.4 PERFIL EMPRESARIAL 
4.5 MERCADO BRASILEIRO 
4.6 CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO 
5 CONCEITOS BÁSICOS E NOÇÕES GERAIS 
5.1 DEFINIÇÕES 
5.2 CLASSIFICAÇÃO DE PRODUTOS 
6 PELE/ANEXOS EPIDÉRMICOS/CABELO 
6.1 EPIDERME 
6.2 DERME 
6.3 HIPODERME 
6.4 RENOVAÇÃO DA PELE 
6.5 A MATRIZ EXTRACELULAR - INTEGRAÇÃO DAS CÉLULAS EM TECIDOS 
6.6 ELASTINA 
6.7 FLORA CUTÂNEA 
6.8 ENVELHECIMENTO 
6.9 TIPOS DE PELE 
6.10 APÊNDICES EPIDÉRMICOS 
 
 
 
 
6.11 CABELO 
7 ABSORÇÃO CUTÂNEA E PROBLEMAS DA PELE 
 7.1 PERMEABILIDADE CUTÂNEA 
 7.2 PERMEABILIDADE CUTÂNEA EM FUNÇÃO DA NATUREZA QUÍMICA DAS SUBSTÂNCIAS 
 7.3 FATORES QUE AFETAM A PENETRAÇÃO DE PELE 
 7.4 VIAS DE PENETRAÇÃO 
 7.5 PROBLEMAS DE PELE 
8 INSUMOS COSMÉTICOS (INERTES E ATIVOS) 
 8.1 TENSOATIVO 
 8.2 UMECTANTES 
 8.3 EMOLIENTE 
 8.4 ESPESSANTES 
 8.5 ALCALINIZANTES E NEUTRALIZANTES 
 8.6 ACIDIFICANTES E NEUTRALIZANTES 
 8.7 SEQUESTRANTES 
 8.8 CONSERVANTES 
 8.9 ANTIOXIDANTES 
 8.10 TABELA RESTRITIVA DE SUBSTÂNCIAS 
 8.11 LISTA DE SUBSTÂNCIAS DE USO PROIBIDO 
9 SISTEMAS EMULSIONADOS 
 9.1 TIPOS DE EMULSÕES 
 9.2 COMPONENTES BÁSICOS 
 9.3 TÉCNICAS DE EMULSIFICAÇÃO 
10 PRODUTOS PARA PELE 
 10.1 SEQUÊNCIA DO TRATAMENTO ESTÉTICO 
 10.2 LIMPEZA 
 
 
 
 
 10.3 TONIFICAÇÃO 
 10.4 HIDRATAÇÃO 
 10.5 OUTROS PRODUTOS PARA PELE 
11 PRODUTOS PARA CABELO 
 11.1 XAMPUS 
 11.2 CONDICIONADORES 
 11.3 TINTURAS 
12 PRODUTOS SOLARES 
 12.1 RADIAÇÃO SOLAR 
 12.2 FATORES QUE AFETAM A RADIAÇÃO NA SUPERFÍCIE DA TERRA 
 12.3 RADIAÇÃO SOLAR E PELE 
 12.4 SISTEMA MELÂNICO 
 12.5 BRONZEAMENTO 
 12.6 FOTOSSENSIBLIZAÇÃO 
 12.7 FATOR DE PROTEÇÃO SOLAR 
 12.8 FOTOPROTETORES 
 12.9 PRODUTOS SOLARES 
13 PRODUTOS DE TOALETE 
 13.1 DESODORANTES E ANTIPERSPIRANTE 
 13.2 PERFUME 
14 FORMULAÇÕES 
 
REFERÊNCIAS 
 
 
 
 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
A busca da beleza e da juventude gera exigências cada vez maiores dos pacientes no 
desenvolvimento de novas técnicas cirúrgicas e de novos procedimentos estéticos, pois, com o avanço da 
idade, a pele começa a sofrer alterações como aparecimento de rugas, diminuição da espessura da 
epiderme, ressecamento, que modificam seu aspecto caracterizado pelo envelhecimento cutâneo. 
A cosmética e os bioativos atuam nas estruturas externas do corpo humano (pele e cabelos) de 
forma idêntica aos processos vitais, auxiliando o metabolismo com o objetivo direcionado de prolongar a 
juventude e retardar o envelhecimento. 
A aparência pessoal é hoje requisito de grande importância em todos os segmentos, levando a 
população atual a dar maior valor a sua aparência e buscar nos cosméticos as ferramentas para essa 
realização. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 HISTÓRICO 
 
Os cosméticos são utilizados há pelo menos 30.000 anos. Os homens da pré-história faziam 
gravações em rochas e cavernas e também pintavam o corpo e se tatuavam. 
Rituais tribais praticados pelos aborígines dependiam muito da decoração do corpo para 
proporcionar efeitos especiais, como a pintura de guerra. A religião era, também, uma razão para o uso 
desses produtos. Cerimônias religiosas frequentemente empregavam resinas e unguentos de perfumes 
agradáveis. A queima de incenso deu origem à palavra perfume, que no latim quer dizer “por meio da 
fumaça”. 
Aparentemente os Egípcios foram os primeiros usuários de cosméticos e produtos de toucador1 
em larga escala. Alguns minérios foram usados como sombras de olhos e rouge, assim como usavam 
extratos vegetais, como a henna. A famosa Cleópatra se banhava com leite de cabra para ter uma tez 
suave e macia, e incorporou o símbolo da beleza eterna. Também nesta época os faraós eram sepultados 
em sarcófagos que continham tudo o que era necessário para se mantiver belo. No sarcófago de 
Tutankamon (1400 a. C.) foram encontrados cremes, incenso e potes de azeite usados na decoração e no 
tratamento. 
Durante a dominação Grega na Europa, 400 a.C., os cosméticos tornaram-se mais do que uma 
ciência, estavam menos conectados aos religiosos do que aos cientistas, que davam conselhos sobre dieta, 
exercícios físicos e higiene, assim como, sobre cosméticos. 
Nos manuscritos de Hipócrates, considerado o pai da medicina, já se encontrava orientações 
sobre higiene, banhos de água e sol, a importância do ar puro e da atividade física. Nesta época, século II 
a. C., venerava-se uma deusa da beleza feminina, chamada Vênus de Milo. 
Na era Romana, por volta do uno 180 d. C., um médico grego chamado Claudius Galen realizou 
sua própria pesquisa científica na manipulação de produtos cosméticos, iniciando assim a era galênica dos 
produtos químico-farmacêuticos. Galen desenvolveu um produto chamado Unguentum Refrigerans, o 
famoso Cold cream, baseado em cera de abelha e bórax. 
Os famosos banhos romanos eram centro de discussões e reuniões sociais para os senadores 
e aristocratas da época, mas caíram posteriormente em atos imorais condenados pela religião. 
Também nesta época surgiu à alquimia, uma ciência oculta que se utilizava de formulações 
cosméticas para atos de magia e ocultismo. Na mesma época que Ovídio escreveu um livro voltado à 
 
1 Produtos de toucador: produtos de penteadeira, produtos de toalete. 
 
 
 
 
beleza da mulher "Os produtos de beleza para o rosto da mulher”, em que ensina a mulher a cuidar de sua 
beleza por intermédio de receitas caseiras. 
Com a Idade Média vieram os anos de clausura para a ciência cosmética, um período em que o 
rigor religioso do cristianismo reprimiu o culto à higiene e a exaltação da beleza, impondo recatadas 
vestimentas. Esta época também chamada de "Idade das Trevas" foi muito repressiva na Europa, no qual 
o uso de cosméticos desapareceu completamente, por isso também é chamada de "500 anos sem um 
banho". 
As Cruzadas devolveram a este período os costumes "do culto à beleza e a ternura", que se 
incluíam os cosméticos e os perfumes. 
Com o Renascentismo e com o descobrimento da América, no século XV, percebemos o retorno 
à busca do embelezamento. Todos os costumes e hábitos de vida da época são retratados pelos pintores, 
como por exemplo, a Mona Lisa, de Leonardo da Vinci, que retrata a mulher sem sobrancelhas, face ampla 
e alva, de tez suave e delicada. Miguelangelo também retrata na Capela Cistina os anjos, apóstolos, Maria 
- mãe de Jesus - e outros personagens, de forma clara, jovial cuja beleza é exaltada em sua plenitude. 
Porém, a falta de higiene persiste e os perfumes são criados para mascarar o odorcorporal. 
Durante a Idade Moderna, séculos XVII e XVIII, notam-se a crescente evolução dos cosméticos 
e também da utilização de perucas cacheadas. Neste período ainda persistiam os costumes de não tomar 
banho regularmente, o que proporcionou o crescimento da produção de perfumes, tornando-se de grande 
importância para a economia francesa desde o reinado de Luiz XIV. Contudo, o grande salto dos perfumes 
se deu quando Giovanni Maria Farina, em 1725, estabeleceu-se em Colônia, na Alemanha. Lá ele 
desenvolveu a famosa “água de colônia" 
No final desse século, os Puritanos, liderados por Oliver Cromwell, trouxeram outro período, no 
qual o uso de cosméticos e perfumes ficou fora de moda. Este, talvez, tenha sido o período de maior 
decadência da história dos cosméticos, principalmente quando o Parlamento Inglês em 1770 estabeleceu 
que: "qualquer mulher (...) que se imponha, seduza e traia no matrimônio qualquer um dos súditos de Sua 
Majestade, por utilizar perfumes, pinturas, cosméticos, produtos de limpeza, dentes artificiais, cabelos 
falsos, espartilho de ferro, sapatos de saltos altos, enchimento nos quadris, irá incorrer nas penalidades 
previstas pela Lei contra a bruxaria, etc. E o casamento será considerado nulo e sem validade." 
Já na Idade Contemporânea, século XIX, período Vitoriano na Inglaterra, Isabelina na Espanha 
e dos déspotas esclarecidos na França pós-Napoleão, os cosméticos retomaram a popularidade. 
Os cosméticos e produtos de toucador eram feitos em casa, cada família tinha suas próprias e 
favoritas receitas. As mulheres passaram a expor um pouco o corpo e tomavam banho utilizando trajes 
fechados. 
 
 
 
 
Foi um período rico para o surgimento de indústrias de matérias-primas para a fabricação de 
cosméticos e produtos de higiene nos Estados Unidos, França, Japão, Inglaterra e Alemanha. Estávamos 
presenciando o início do mercado de cosméticos e produtos de higiene no mundo. 
No início do século XX, os cosméticos saíram das cozinhas e passaram a ser produzidos 
industrialmente. A liberação da mulher foi o fator fundamental para o sucesso dos cosméticos, uma vez que 
não se pode falar de cosméticos sem falar em mulher. 
Uma jovem polonesa chegou a Melbourne, na Austrália, em 1902. Ela trazia consigo alguns 
frascos contendo cremes para a pele, preparados com receitas da família. A pele das mulheres australianas 
sofria em razão aos efeitos do calor, do clima seco, impressionada por isso, Helena Rubinstein abriu seu 
primeiro salão de beleza. Mais tarde foi para os Estados Unidos e se tornou a principal força no 
desenvolvimento da indústria de beleza. 
A principal concorrente de Helena Rubinstein neste campo foi Florence Nightingale Graham, 
mais conhecida como Elizabeth Arden. Ambas foram desafiadas por Charles Revlon, que estabeleceu sua 
empresa, Revlon, com um produto inicialmente - verniz de unha -, posteriormente vindo a se chamar 
esmalte de unha. 
Max Factor começou com maquiagem para teatro, na costa oeste dos Estados Unidos, mas logo 
percebeu o potencial do mercado doméstico de consumo. 
David McConnell vendia livros (incluindo Bíblias) de porta em porta, adotou a estratégia de 
presentear com pequenas amostras de perfume cada venda. Ele rapidamente percebeu que seus clientes 
estavam mais interessados nos perfumes do que nos livros, assim surgiu a gigante empresa Avon. 
No Brasil, na segunda metade do século, uma nova empresa surgia na Rua Oscar Freire em 
São Paulo, onde dois jovens talentosos desenvolviam produtos de beleza e ensinavam a forma correta de 
utilização, nascia ali a Natura Cosméticos. Em Curitiba, Paraná, um farmacêutico em sua botica manipulava 
fórmulas galênicas e perfumes, e em pouco tempo despontou para a indústria cosmética, transformando-
se em O Boticário. 
Nas últimas décadas a indústria cosmética brasileira tem evoluído por uma série de fatores: 
 Avanços tecnológicos que devido à rapidez na sua transferência, permitiu que nossa 
indústria se beneficiasse dos avanços mundiais no setor; 
 A criação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) que materializou os 
anseios da indústria na desburocratização dos regulamentos que regem a fabricação de cosméticos, 
proporcionando, entre outros, o aumento na velocidade dos lançamentos de novos produtos, essencial para 
qualquer tipo de indústria que segue os ditames da moda. 
 
 
 
 
 As atividades das entidades privadas representativas do setor: ABC - Associação 
Brasileira de Cosmetologia, representando os químicos cosméticos, e dos representantes das empresas 
do setor, liderados pela Associação Brasileira de Produtos de Higiene, Perfumes e Cosméticos e do 
Sindicato das Indústrias de Produtos de Toucador do Estado de São Paulo - Abihpec/Sipatesp, cujo 
trabalho associativo proporcionou resultados no aprimoramento as atividades da indústria; 
 O surgimento das sociedades médicas de dermatologia e de cirurgia plástica, das 
sociedades profissionais de estética, entre outras, que instituíram o uso dos cosméticos específicos com 
muitos dos seus procedimentos; 
 Evidentemente, não se pode deixar de mencionar o motivo principal da indústria - o 
consumidor - que se tornou mais exigente com a qualidade e com os benefícios prometidos. 
 
No final do século XX, a ciência dos cosméticos foi um fato inegável, pois trabalha não só com 
o embelezamento do corpo, melhorando a imagem pessoal, mas também contribuindo para a prevenção 
do envelhecimento da pele como também de outros fatores nocivos à saúde. 
Tanto se fala nesta evolução da Cosmetologia que em alguns mercados se preconizam o uso 
de produtos denominados "cosmecêuticos," que na excelência da palavra se referem a um produto 
cosmético com propriedades terapêuticas. 
 
 
 
 
 
 
3 LEGISLAÇÃO 
 
Portaria nº 348, de 18 de agosto de 1997. 
 
Ementa: Determinar a todos os estabelecimentos produtores de Produtos de Higiene Pessoal, 
Cosméticos e Perfumes, o cumprimento das Diretrizes estabelecidas no Regulamento Técnico - Manual de 
Boas Práticas de Fabricação para Produtos de Higiene Pessoal, Cosméticos e Perfumes. 
 
Resolução nº 481, de 23 de setembro de 1999. 
 
Ementa: Estabelece os parâmetros de controle microbiológico para os produtos de higiene 
pessoal, cosméticos e perfumes conforme o anexo desta resolução. 
 
Resolução RDC nº 162, de 11 de setembro de 2001. 
 
Ementa: Estabelece a Lista de Substâncias de Ação Conservantes para Produtos de Higiene 
Pessoal, Cosméticos e Perfumes. 
 
 
Resolução RDC nº 237, de 22 de agosto de 2002. 
 
Ementa: Aprova Regulamento Técnico Sobre Protetores Solares em Cosméticos. 
 
Resolução RDC nº 277, de 22 de outubro de 2002. 
 
 
 
 
 
Ementa: Amplia a proibição contida no art. 1º da RE nº 552, de 20 de abril de 2001, a todas as 
formas farmacêuticas de medicamentos antissépticos de uso tópico indicados para uso infantil contendo 
ácido bórico e dá outras providências. 
 
Resolução RDC nº 211, de 14 de julho de 2005. 
 
Ementa: Ficam estabelecidas a Definição e a Classificação de Produtos de Higiene Pessoal, 
Cosméticos e Perfumes, conforme Anexos I e II desta Resolução. 
 
Resolução RDC nº 215, de 25 de julho de 2005. 
 
Ementa: Aprova o Regulamento Técnico Listas de Substâncias que os Produtos de Higiene 
Pessoal, Cosméticos e Perfumes não Devem Conter Exceto nas Condições e com as Restrições 
Estabelecidas, que consta como Anexo e faz parte da presente Resolução. 
 
Resolução RDC nº 48, de 16 de março de 2006. 
 
Ementa: Aprova o Regulamento Técnico "lista de substâncias que não podem ser utilizadas em 
produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes". 
 
Resolução RDC nº 47, de 16 de março de 2006. 
 
Ementa: Aprova o Regulamento Técnico "lista de filtros ultravioletas permitidos para produtos 
de higiene pessoal, cosméticos e perfumes". 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 MERCADO COSMÉTICO 
 
4.1 EVOLUÇÃO 
A Indústria Brasileira de Higiene Pessoal, Perfumariae Cosméticos apresentou um crescimento 
médio deflacionado composto de 10,7% nos últimos cinco anos, tendo passado de um faturamento “Ex 
Factory”, líquido de impostos sobre vendas de R$ 7,5 bilhões em 2000 para R$ 15,4 bilhões em 2005. A 
queda em dólares, US$ 3,3 bilhões em 2002 versus US$ 4,1 bilhões em 2000 e US$ 3,6 bilhões em 2001, 
reflete a maxidesvalorização ocorrida em 1999, em 2001 e em 2002. Já o crescimento em dólares em 2004 
e 2005 foi influenciado pela apreciação do real, na média do ano, em relação ao dólar de 3,9% em 2004 e 
17,7% em 2005 (FIGURA 1): 
 
FIGURA 1 - EVOLUÇÃO DO MERCADO COSMÉTICO 
 
FONTE: Arquivo pessoal do autor. 
 
 
Vários fatores têm contribuído para este excelente crescimento do Setor, dentre os quais 
destacamos: 
 Participação crescente da mulher brasileira no mercado de trabalho; 
 A utilização de tecnologia de ponta e o consequente aumento da produtividade, 
favorecendo os preços praticados pelo setor, que têm aumentos menores do que os índices de preços da 
economia em geral; 
 Lançamentos constantes de novos produtos atendendo cada vez mais às necessidades 
do mercado; 
 Aumento da expectativa de vida, o que traz a necessidade de conservar uma impressão 
de juventude. 
 
 
 
 
4.2 CRESCIMENTO DO SETOR E CRESCIMENTO DA ECONOMIA 
Com exceção do ano 2004, o país apresentou índices baixos de crescimento nos últimos anos. 
O quadro abaixo compara a evolução do Produto Interno Bruto, com a da indústria em geral e com os 
índices da Indústria de Produtos de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos, demonstrando que o setor 
apresentou neste período, crescimento bem mais vigoroso que o restante da indústria (10,7% de 
crescimento médio no setor contra 2,2% do PIB Total e 2,1% da Indústria Geral): 
 
FIGURA 2 - COMPARAÇÃO DO CRESCIMENTO DO MERCADO COSMÉTICO COMO MERCADO 
GERAL 
 
FONTE: IBGE – Banco Central – ABIHPEC. ANO 2009 
 
 
4.3 COMÉRCIO EXTERIOR 
Até 1994, o país manteve superávits em sua Balança Comercial entre 10 e 15 bilhões de dólares. 
Entre 1995 e 1998, com o advento do Plano Real e a utilização do câmbio como âncora principal para a 
estabilização da moeda, a Balança Comercial Brasileira apresentou déficits entre três e sete bilhões de 
dólares. A partir de 1999, com a introdução do câmbio flutuante, observou-se forte desvalorização do real 
e o déficit foi reduzido para 1,2 e 0,7 bilhão de dólares no ano seguinte. Em 2001, o real foi novamente 
desvalorizado, principalmente em razão à crise econômica na Argentina, provocando um superávit de US$ 
2,7 bilhões. Seguiu-se em 2002, outra forte depreciação do Real incrementando o superávit para US$ 13,1 
bilhões, em 2003 o superávit foi de US$ 24,8 bilhões. Em 2005, apesar da recuperação das importações e 
da apreciação do real, novo salto foi verificado no superávit de US$ 44,8 bilhões. 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 3 - BALANÇA COMERCIAL BRASILEIRA GERAL 
 
FONTE: Arquivo pessoal do autor 
 
 
A próxima figura (FIGURA 4) mostra a balança comercial dos produtos de Higiene Pessoal, 
Perfumaria e Cosméticos nos últimos cinco anos, demonstrando um crescimento acumulado de 120,7% 
nas exportações entre 2001 e 2005, enquanto que as importações diminuíram 4,1% no mesmo período. O 
déficit comercial do setor, que atingiu US$ 163,1 milhões em 1997, foi sendo reduzido nos anos seguintes, 
atingindo US$ 8 milhões em 2001 e, a partir de 2002, revertido para resultados superavitários. Em 2005, o 
superávit atingiu US$ 196,3 milhões, um crescimento de 12% sobre 2004, apesar do significativo aumento 
nas importações provocado pela apreciação do real 
 
 
FIGURA 4 - BALANÇA COMERCIAL BRASILEIRA DE PRODUTOS COSMÉTICOS 
 
FONTE: Relatório ABIHPEC, 2008, p.4 
 
Por grupo de produtos, as exportações brasileiras de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos, 
apresentaram a seguinte composição em 2005 (FIGURA 5): 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 5 - COMPOSIÇÃO DOS PRODUTOS DE HIGIENE. 
 
FONTE: Adaptado da ABIHPEC, 2007, p.4 
 
A América do Sul tem sido o principal mercado brasileiro para os produtos do setor, porém, dada 
a conquista de mercados não tradicionais, a participação das exportações para os países sul-americanos 
foi reduzida entre 2001 e 2004. O aumento na participação em 2005 foi provocado pela recuperação da 
economia Argentina. 
 
FIGURA 6 – RELAÇÃO EXPORTAÇÃO POR PERÍODO. 
 
FONTE: Arquivo pessoal do autor. 
 
 
4.4. PERFIL EMPRESARIAL 
Existem no Brasil 1.415 empresas atuando no mercado de produtos de Higiene Pessoal, 
Perfumaria e Cosméticos, sendo que 15 empresas de grande porte, com faturamento líquido de impostos 
acima dos R$ 100 milhões, representam 73,4% do faturamento total. As empresas estão distribuídas por 
região/estado da seguinte forma: 
 
 
 
 
 
FIGURA 7 - DIVISÃO DO MERCADO PRODUTIVO DE COSMÉTICOS EM 2006. 
 
FONTE: Anvisa. Jan. 2006. 
 
4.5 MERCADO BRASILEIRO 
Em relação ao mercado mundial de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos, conforme dados 
do Euromonitor de 2005, o Brasil ocupa a quarta posição. É o segundo mercado em desodorantes e em 
produtos infantis, terceiro em produtos para cabelo e perfumaria; o quarto em higiene oral; o quinto em 
banho e produtos masculinos; sétimo em cosméticos (cores); oitavo em proteção solar; o nono em pele; e 
o décimo em depilatórios. 
 
4.6 CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO 
Os produtos do setor são distribuídos por meio de três canais básicos: 
 Distribuições tradicionais, incluindo o atacado e as lojas de varejo; 
 Venda direta, evolução do conceito de vendas domiciliares; 
 Franquia, lojas especializadas e personalizadas. 
 
 
 
 
 
5 CONCEITOS BÁSICOS E NOÇÕES GERAIS 
 
 
5.1 DEFINIÇÕES 
 
 Cosmecêuticos: produtos cosméticos com propriedades terapêuticas. Este termo não é 
reconhecido pela ANVISA. 
 
 Cosmético: originalmente, era o nome dado às substâncias naturais destinadas a 
suavizar o cabelo e dar-lhe brilho. Depois da primeira guerra, o domínio dos produtos de beleza aumentou 
e o nome cosmético tomou sentido mais amplo, designando toda substância de origem animal, vegetal e 
mineral utilizada para limpar, hidratar, corrigir, embelezar e proteger sem irritar, sensibilizar ou causar 
qualquer alteração fisiológica oriunda de sua permeação cutânea ou sistêmica a pele e seus anexos 
(cabelos, unhas, dedos); 
 
 Cosmetologia: ciência que serve de suporte à fabricação dos produtos de beleza e 
permite verificar as suas propriedades, estuda as matérias-primas e os produtos cosméticos destinados ao 
embelezamento, limpeza, manutenção e melhoria das características do cabelo, pele e seus anexos; 
 
 Cosmetologista: técnico que estuda e aprimora as formulações e fabrica produtos de 
beleza, aplicando os métodos científicos determinados pela cosmetologia; 
 
 
 Embalagem Primária: envoltório ou recipiente que se encontra em contato direto com os 
produtos; 
 
 Embalagem Secundária: é a embalagem destinada a conter a embalagem primária ou as 
embalagens primárias; 
 
 Esteticista: profissional que sabe escolher os cosméticos, segundo as suas propriedades, 
qualidades e indicações e os aplica de acordo com as técnicas e métodos ligados à profissão; 
 
 
 
 
 
 Garantia da Qualidade: todas as ações sistemáticas necessárias para prover segurança 
de que um produto ou serviço irá satisfazer os requerimentos de qualidade estabelecidos; 
 
 Material de Embalagem: cada um dos elementos de acondicionamento que estarão no 
produto final conforme entrem ou não em contato com o produto, dividem-se em primários ou secundários; 
 
 Matéria-prima: qualquer substância envolvida na obtenção de um produto a granel que 
faça parte deste na sua forma original ou modificada; 
 
 Prazo de Validade: tempo em que o produto mantém suas propriedades, quando 
conservado na embalagem original e sem avarias, em condições adequadas de armazenamento e 
utilização; 
 
 Produto a Granel: produto que sofreu todas as etapas defabricação, à exceção do envase 
e embalagem; 
 
 Produto Acabado: produto pronto para ser colocado no mercado; 
 Produto Semiacabado: produto obtido a partir de um envase primário, que necessita no 
mínimo de uma operação posterior antes de ser considerado um produto terminado; 
 
 Produtos de Higiene Pessoal, Cosméticos e Perfumes: são preparações constituídas por 
substâncias naturais ou sintéticas, de uso externo nas diversas partes do corpo humano, pele, sistema 
capilar, unhas, lábios, órgãos genitais externos, dentes e membranas mucosas da cavidade oral, com o 
objetivo exclusivo ou principal de limpá-los, perfumá-los, alterar sua aparência e/ou corrigir odores corporais 
e/ou protegê-los ou mantê-los em bom estado; 
 
 Sistema da Qualidade: estrutura organizacional de procedimentos e recursos para 
implementar a Administração da Qualidade. 
 
 
 
5.2 CLASSIFICAÇÃO DE PRODUTOS 
 
 
 
 
 
 
A classificação de cosméticos, produtos de higiene, perfumes e outros de natureza e finalidade 
idênticas estão baseados nos artigos 3° e 26° da Lei 6.360/76 e artigos 3°, 49° e 50°, do Decreto 79094/77. 
Os grupos de produtos estão enquadrados em quatro categorias e classificados quanto ao grau 
de risco a que oferecem, dada a sua finalidade de uso, para fins de análise técnica, quanto do seu pedido 
de registro, a saber: 
 
A - Categorias: 
 Produto de Higiene; 
 Cosmético; 
 Perfume; 
 Produto de Uso Infantil. 
 
B - Grau de Risco: 
 Grau 1 - Produtos com risco mínimo, ou seja, são produtos de higiene pessoal, 
cosméticos e perfumes cujas formulações se caracterizam por possuírem propriedades básicas ou 
elementares, cuja comprovação não seja inicialmente necessária e não requeiram informações detalhadas 
quanto ao seu modo de usar e suas restrições de uso, devido às características intrínsecas do produto; 
 Grau 2 - Produtos com risco potencial, ou seja, são produtos de higiene pessoal, 
cosméticos e perfumes cujas formulações possuem indicações específicas, cujas características exigem 
comprovação de segurança e/ou eficácia, bem como informações e cuidados, modo e restrições de uso. 
 
Os critérios para essa classificação foram definidos em função da finalidade de uso do produto, 
áreas do corpo abrangidas, modo de usar e cuidados a serem observados, quando de sua utilização. 
 
 
 
 
 
 
 
TABELA 1: EXEMPLOS DE PRODUTOS E GRAUS DE RISCOS 
CATEGORIA: PRODUTO DE HIGIENE 
GRUPO GRAU 
Sabonetes (líquidos, gel, cremoso ou sólido) 
Sabonete facial e/ou corporal 1 
Sabonete abrasivo/esfoliante 1 
Sabonete antisséptico 2 
Sabonete desodorante 1 
Outros a definir 
Produtos para Higiene dos Cabelos e Couro Cabeludo (líquido, gel, creme, pós ou sólido) 
Xampu 1 
Xampu condicionador 1 
Xampu para lavagem a seco 1 
Xampu anticaspa 2 
Creme rinse 1 
Enxaguatório capilar 1 
Condicionador 1 
Condicionador anticaspa 2 
Enxaguatório capilar anticaspa 2 
Outros produtos para higiene dos cabelos e couro 
cabeludo 
a definir 
A tabela completa encontra-se na Resolução RDC nº 211, de 14 de julho de 2005. 
FONTE: Resolução RDC nº 211, 14 jul. 2005. 
 
 
 
 
 
 
 
6 PELE/ANEXOS EPIDÉRMICOS/CABELO 
 
 
FIGURA 8 - CORTE DA PELE 
 
FONTE: Arquivo pessoal do autor 
 
 
 
 
 
 
A pele (FIGURA 8) forma a superfície externa contínua ou tegumento do corpo, sendo o maior 
órgão, constituindo quase um sexto do seu peso total. Possui quatro funções principais: 
 
 Proteção: a pele fornece proteção contra a luz ultravioleta e agressões mecânicas, 
químicas e térmicas; sua superfície relativamente impermeável impede a desidratação e atua como uma 
barreira física à invasão por microrganismos; 
 
 Sensibilidade: a pele é o maior órgão sensitivo do corpo e contém vários receptores para 
o tato, pressão, dor e temperatura; 
 
 Termorregulação: em humanos, a pele é um importante órgão de termorregulação. O 
corpo é isolado contra a perda de calor pela presença de pelos e tecido adiposo subcutâneo (insulação). A 
perda de calor é facilitada pela evaporação do suor na superfície cutânea e aumento do fluxo sanguíneo 
por meio da rica rede vascular da derme; 
 
 Funções metabólicas: o tecido adiposo subcutâneo constitui um importante reservatório 
de energia, principalmente na forma de triacilglicerois. Por exemplo, a vitamina D é sintetizada na epiderme. 
Em diferentes regiões do corpo a pele varia em espessura, cor, presença de pelos, glândulas e unhas. 
Apesar dessas variações que refletem diferentes demandas funcionais, todos os tipos de pele possuem a 
mesma estrutura básica. A pele espessa cobre a palma da mão e a sola dos pés, possui glândulas 
sudoríparas, mas não possuem folículos pilosos, músculos eretores do pelo e glândulas sebáceas. A pele 
delgada cobre a maior parte do resto do corpo, contém folículos pilosos, músculos eretores do pelo, 
glândulas sudoríparas e glândulas sebáceas. 
 
A superfície externa da pele consiste de um epitélio pavimentoso estratificado queratinizado 
denominado epiderme; sua espessura varia de acordo com as forças funcionais e as influências de 
desidratação às quais é submetida. 
A epiderme é sustentada e nutrida por uma camada espessa de tecido fibroelástico denso 
denominado derme, que é altamente vascularizada e contém muitos receptores sensitivos. A derme é 
fixada aos tecidos subjacentes por uma lâmina de tecido frouxo, denominada hipoderme ou camada 
subcutânea, que contém quantidade variável de tecido adiposo. 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 9 - A PELE 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.iq.usp.br/bayardo/bioqbeleza/bioqbeleza.pdf> Acesso em: 
06 Mar. 2012 
 
 
6.1 EPIDERME 
 
A epiderme é a camada mais externa do corpo e está em contato direto com o meio externo. É 
um epitélio queratinizado estratificado composto principalmente de queratinócitos, as células epiteliais 
especializadas responsáveis pela renovação, coesão e barreira da epiderme. A figura acima mostra que 
esta camada externa da pele é subdividida em cinco camadas (de dentro para fora): stratum basale, stratum 
spinosum, stratum granulosum, stratum lucidum e stratum corneum. Estas camadas são formadas pela 
diferenciação sequencial de células, migrando da camada basal para a superfície. A epiderme se renova a 
cada 14-30 dias dependendo da região da pele. 
 A camada basal (stratum basale) é a camada mais profunda e fica logo acima da derme. 
É a camada com a maior atividade mitótica. As camadas de células basais se ligam à lâmina basal 
(basement membrane). 
 
 
 
 
 
 A camada espinosa (stratum spinosum) é a camada mais grossa da epiderme. As células 
nesta camada chegam por migração da camada basal, perdendo sua adesão à lâmina basal e se aderindo 
a outros queranócitos. 
 
 A camada granular (stratum granulosum) é caracterizada pela presença de grânulos de 
queratohialina entre os filamentos de queratina; consiste em 3-5 camadas de queratinócitos achatados. 
Esta é a camada mais superficial em que as células ainda possuem núcleo. 
 
 A camada córnea (stratum corneum) é a camada mais superficial e é composta de células 
mortas. O alto conteúdo lipídico forma uma barreira para retenção de água e resistência. Esta camada 
fornece 98% de habilidade de retenção de água da epiderme. A membrana plasmática se torna grossa em 
razão à deposição e ligação cruzada de proteínas, como a involucrina, ao longo da superfície interna para 
formar o envelope córneo. Estas células não possuem núcleo e outras organelas, mas possuem inúmeros 
filamentos de queratina. O stratum lucidum é parte desta camada. 
 
FIGURA 10 - EPIDERME E SUAS CAMADAS. 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.iq.usp.br/bayardo/bioqbeleza/bioqbeleza.pdf> Acesso em: 06 Mar. 
2012 
 
Outros integrantes da epiderme são as células de Langerhans apresentadoras de antígeno, os 
linfócitos T epidérmicos, ambos derivados da medula óssea, os melanócitos formadores de pigmentos e as 
células de Merkelneuroepiteliais, queratinócitos modificados que possuem queratinas e formam ligações 
desmossomais de queratinócitos. 
 
 
 
 
 
 
6.2 DERME 
 
A derme é um tecido conectivo, irregular e denso, composto de colágeno, elastina e 
glicosaminoglicanos. É mais grossa que a epiderme, contém extensiva vascularização, neurônios, músculo 
liso e fibroblastos. É a principal barreira mecânica da pele. 
Sua rede de fibras elásticas funciona para suportar a epiderme e ligar à hipoderme. A derme 
contém duas camadas, a camada papilar e a camada reticular. 
 
FIGURA 11 – (A) ARQUITETURA DA PELE. - (B) MICROGRAFIA DE UMA SEÇÃO 
TRANSVERSAL DA SOLA DE UM PÉ HUMANO. 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.iq.usp.br/bayardo/bioqbeleza/bioqbeleza.pdf> Acesso em: 06 Mar. 
2012 
 
 
 
 
 
 
A figura acima representa a pele espessa de mamíferos. Na figura (A) estes diagramas mostram 
a arquitetura da pele. Na (B) é apresentado a micrografia de uma seção transversal da sola de um pé 
humano, corado com hematoxilina e eosina. A pele pode ser vista como um grande órgão composto de 
dois tecidos principais: a epiderme e o tecido conectivo que fica abaixo da epiderme, o qual consiste da 
derme e hipoderme. Cada tecido é composto de vários tipos celulares. A derme e a hipoderme são 
ricamente irrigadas com vasos sanguíneos e nervos. Algumas fibras nervosas se estendem até a epiderme. 
A derme possui elementos neuronais para percepção de toque, dor, coceira e temperatura. Os 
corpúsculos de Meisser residem na camada papilar e funcionam como mecanorreceptores na percepção 
do toque. Os corpúsculos de Pacini são encontrados na porção profunda da derme (e na hipoderme) e são 
responsáveis pela sensação de pressão. 
 
 
6.3 HIPODERME 
 
A hipoderme é composta de tecido conectivo frouxo com um grande número de células adiposas. 
A hipoderme confere insulação, absorção de impacto, estoque de energia e flexibilidade. Também contém 
o maior número de vasos sanguíneos da pele. Muitos dos anexos epidérmicos se estendem até a 
hipoderme. Eles são uma fonte de queratinócitos quando a epiderme é destruída por abrasão ou 
queimadura. 
 
 
6.4 RENOVAÇÃO DA PELE 
 
A epiderme é um tecido autorrenovador: uma única célula-tronco adulta tem capacidade 
proliferativa para produzir epiderme nova suficiente para cobrir a superfície corpórea. Na pele de 
mamíferos, células-tronco epiteliais de ciclo lento residem em uma porção saliente do folículo piloso (bulge) 
(FIGURA 12). 
Estas células-tronco são multipotentes (células-tronco que têm o potencial de dar origem a 
múltiplas linhagens) e podem dar origem não só a células da epiderme como também a folículos pilosos e 
glândulas sebáceas. Estas células-tronco presentes na saliência do folículo piloso e que migram para a 
epiderme vivem na camada (basal) mais interna. A taxa de proliferação e migração é muito acelerada 
quando a pele foi danificada e a ferida está sendo cicatrizada. 
 
 
 
 
 
FIGURA 12 - FOLÍCULO PILOSO DE MAMÍFERO 
 
Observe a posição da saliência (bulge), onde as células-tronco estão localizadas. 
 
 
6.5 A MATRIZ EXTRACELULAR - INTEGRAÇÃO DAS CÉLULAS EM TECIDOS 
 
Para que as células se organizem em tecidos, é necessário que haja adesão entre elas, de forma 
a manterem-se juntas. Proteínas integrais de membrana, chamadas de moléculas de adesão celular – 
CAMs (de cell-adhesion molecules) -, permitem adesão forte e específica de muitas células animais com 
células do mesmo tipo ou similares. Outras proteínas formam junções celulares especializadas que 
estabilizam estas interações e promovem a comunicação local entre células adjacentes. 
 
- Adesão celular 
As CAMs podem mediar à adesão homofílica (entre células do mesmo tipo) e heterofílica (entre 
células diferentes). A porção citossólica destas proteínas está normalmente conectada a elementos do 
citoesqueleto. Há cinco classes principais de CAMs: as caderinas, a superfamília de imunoglobulinas (Ig), 
as selectinas, as mucinas e as integrinas. Além das ligações estruturais, as células em tecidos estão em 
 
 
 
 
comunicação direta por gap junctions. As gap junctions estão distribuídas pela superfície lateral de células 
adjacentes e permitem a troca de pequenas moléculas. 
 
- Matriz Extracelular 
As células animais organizadas em tecido também secretam uma ampla diversidade de 
proteínas e carboidratos, chamada de matriz extracelular – ECM (de Extra Cellular Matrix), criando um 
ambiente especial nos espaços entre as células. A matriz auxilia a ligação das células em tecidos e é um 
reservatório para muitos hormônios que controlam o crescimento e a diferenciação celular. A matriz também 
serve como um suporte por meio do qual as células podem se mover, especialmente durante os estágios 
primários de diferenciação. Problemas nestas conexões podem levar ao câncer e malformações durante o 
desenvolvimento. 
A matriz extracelular possui três componentes proteicos majoritários: 
 
 Proteínas estruturais: insolúveis, que proporcionam força e resistência (colágeno e elastina); 
 
 Proteínas especializadas (multiadesivas solúveis): ligação, sinalização (fibrilina, fibronectina e 
laminina); 
 
 Proteoglicanos: altamente viscosas e compostas de um núcleo proteico ao qual se ligam 
longas cadeias de dissacarídeos repetidos (glicosaminoglicanos), formando componentes da ECM 
altamente complexos e de alto peso molecular. 
Compostos específicos da matriz extracelular podem ativar diretamente vias de transdução de 
sinal citossólicos, ao ligar-se aos receptores de proteínas de adesão celular na membrana plasmática. 
Alternativamente, pela ligação de fatores de crescimento e outros hormônios, a matriz extracelular pode 
tanto sequestrar estes sinais das células ou contrariamente, apresentá-los às células, assim induzindo ou 
inibindo indiretamente as vias de sinalização intracelular. 
 
- Colágeno 
O colágeno é a principal proteína fibrosa encontrada na matriz extracelular. Em vertebrados, há 
pelo menos 27 tipos de colágenos com 42 cadeias polipeptídicas distintas. Todas as moléculas de colágeno 
consistem em três cadeias polipeptídicas, chamadas de cadeias, contendo pelo menos um domínio com a 
sequência Gly-X-Y, formando uma estrutura de tripla hélice característica, semelhante a uma trança 
 
 
 
 
(FIGURA 13-A). Os diferentes colágenos se distinguem pela habilidade das suas regiões helicoidais e não 
helicoidais de se associarem em fibrilas, formando folhas, ou de se ligarem com diferentes tipos de 
colágeno. Moléculas de colágeno fibroso (tipos I, II e III) se associam em fibrilas. Na tabela a seguir 
(TABELA 2) estão descritos alguns tipos de colágeno e algumas de suas propriedades. 
 
 
FIGURA 13 - COLÁGENO E ELASTINA. A - COLÁGENO. B - CADEIAS POLIPEPTÍDICAS DE 
ELASTINA 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.iq.usp.br/bayardo/bioqbeleza/bioqbeleza.pdf> Acesso em: 
06 Mar. 2012 
 
Na figura acima, estão representados o colágeno e a elastina. Na figura (A) o colágeno, é uma 
tripla hélice formado por três cadeias proteicas estendidas que se entrelaçam. Muitas moléculas de 
colágeno em forma de haste sofrem cross-link no espaço extracelular, formando fibrilas de colágeno que 
apresentam a força tensora do aço. As listas na fibrila de colágeno são em consequência à repetição regular 
do arranjo das moléculas de colágeno na fibrila. Na figura (B) Cadeias polipeptídicas de elastina sofrem 
cross-link formando fibras elásticas. Quando a fibra é estendida, cada molécula de elastina se desenrola 
em uma conformação mais estendida, retomando espontaneamente a conformação original quando a força 
tensora é relaxada. 
 
 
 
 
 
 
TABELA 2 - ALGUNS TIPOS DE COLÁGENOS E SUAS PROPRIEDADES 
 Tipo Forma polimerizada Distribuição nos tecidos 
Formação de fibrila (fibrilar) I Fibrila Ossos, pele, tendões, 
ligamentos, córnea, órgãos internos 
(90% do colágeno corpóreo) 
 II Fibrila Cartilagem, discoinvertebral, notocorda, humor vítreo 
dos olhos. 
 III Fibrila Pele, vasos sanguíneos, 
órgãos internos. 
 V Fibrila (com tipo I) Como tipo I 
 XI Fibrila (com tipo II) Como tipo II 
Associada à fibrila VI Associação lateral 
com tipo I 
Tecidos intersticiais 
 IX Associação lateral 
com algumas fibrilas 
tipo II 
Cartilagem 
 XII Associação lateral 
com algumas fibrilas 
tipo I 
Tendões, ligamentos 
Formação de rede IV Rede tipo folhas Lâmina basal 
 
 VII Fibrilas de 
ancoramento 
Epitélio escamoso 
estratificado 
Transmembrana XVII Não conhecida Hemidesmossomos 
Outros XVIII Não conhecida Lâmina basal nos vasos 
sanguíneos 
 
A maioria dos colágenos é fibrilar e composto de moléculas do tipo I. Uma rede bidimensional 
de colágeno tipo IV é característica da lâmina basal (FIGURA 14). 
 
 
 
 
FIGURA 14 - Modelo da estrutura molecular da lâmina basal 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.iq.usp.br/bayardo/bioqbeleza/bioqbeleza.pdf> Acesso em: 
06 Mar. 2012 
 
A figura acima mostra o modelo da estrutura molecular da lâmina basal. Na figura (A) a lâmina 
basal é formada por interações específicas (B) entre as proteínas de colágeno tipo IV, laminina e nidogena, 
e a proteglicano perlecan. As setas em (B) conectam moléculas que podem se ligar diretamente umas às 
outras. Há várias isoformas do colágeno tipo IV e laminina, cada uma com uma distribuição específica nos 
diferentes tecidos. Acredita-se que os receptores de laminina transmembranares (integrinas e 
distroglicanas) na membrana plasmática organizam o arranjo da lâmina basal. Somente as integrinas estão 
mostradas. 
O colágeno é secretado para a matriz extracelular na forma de procolágeno, que consiste em 
três cadeias polipeptídicas (cadeias) unidas para formar uma estrutura helicoidal. Na matriz extracelular, 
as moléculas de procolágeno polimerizam-se para formar o colágeno. 
As fibrilas de colágeno, compostas de diversas triplas hélices de colágeno, mantêm sua estrutura 
por meio da formação de ligações covalentes (entre as triplas hélices). O colágeno fibroso possui exigências 
estruturais específicas e é muito susceptível à mutação, especialmente nos resíduos de glicina. Como as 
cadeias de colágeno mutante podem afetar a função das cadeias selvagens, estas mutações têm um 
fenótipo dominante. 
 
 
 
 
 
 
6.6 ELASTINA 
 
Moléculas de elastina formam uma rede interligada de fibras e folhas na matriz extracelular, 
particularmente na pele, pulmão e vasos sanguíneos, onde conferem as propriedades de estiramento e 
retração elástica. A elastina é sintetizada por fibroblastos em uma forma precursora conhecida como 
tropoelastina, que sofre polimerização no ambiente extracelular. A deposição de elastina na forma de fibras 
requer a presença de microfibrilas da glicoproteína estrutural fibrilina, que são incorporadas à estrutura. A 
figura 13 (B) mostra detalhes da elastina. 
 
 
6.7 FLORA CUTÂNEA 
 
A pele é preenchida em toda sua superfície por diversos tipos e micro-organismos, constituindo 
a flora cutânea. 
Ela é formada: 
 
 Por uma flora chamada residente, que existe naturalmente na superfície da pele. Ela é 
constituída por micro-organismos chamados saprófitas; 
 
 Por uma flora transitória. Os micro-organismos que a compõem são hóspedes acidentais 
da pele, cuja sobrevivência sobre o território cutâneo é fraca e temporária. Esses micro-organismos são 
chamados contaminadores ou também patógenos. 
 
A flora redente: 
 Localização: na camada descamante e nos infundíbulos pilares. Pela 
necessidade de água e nutrientes para seu desenvolvimento, os locais onde eles encontram tais 
substâncias para sua proliferação são os anexos cutâneos. Portanto, regiões com grandes 
quantidades de glândulas sebáceas e glândulas sudoríparas são ideais para o desenvolvimento 
dos micro-organismos; 
 
 Composição: depende da localização e da idade. Mas em geral há três grandes 
espécies que são as propionibactérias, os estafilococos e leveduras; 
 
 
 
 
 
 Importância: a competição entre os micro-organismos residentes e os 
transitórios permite uma proteção relativa contra estes últimos. É, portanto primordial conservar a 
flora cutânea residente em bom estado, garantindo maior proteção contra a inoculação de micro-
organismos patógenos. 
 
A flora transitória: 
 
São provenientes de uma contaminação. São, portanto encontrados em regiões “descobertas” 
do corpo, expostas ao meio ambiente. As principais são: 
 Estafilococo dourado; 
 Estreptococos; 
 Leveduras. 
 
 
6.8 ENVELHECIMENTO 
 
O envelhecimento é um processo biológico e dinâmico que ocorre desde o dia em que o ser 
humano nasce. Para as células e enzimas não seria diferente, elas nascem, crescem, cumprem sua função 
e morrem. Para isto, o organismo tem certa capacidade de regeneração celular, pois a pele humana é a 
que mais sofre com o envelhecimento, a pele fisiologicamente envelhecida altera suas funções de proteção 
por falta de cuidados e agressões ocorridas. 
Os tecidos gradualmente passam por mudanças de acordo com a idade, sendo que, na pele, 
essas alterações são mais facilmente reconhecidas. Atrofia enrugamento, ptose e lassidão representam os 
sinais mais aparentes de uma pele senil. As figuras 15 e 16 representam uma pele jovem e uma pele 
envelhecida. 
 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 15: PELE JOVEM 
 
FONTE: Fonte pessoal do autor 
 
 
A figura acima representa uma pele jovem. A pele normal repousa sobre a gordura subcutânea 
(g) e é constituída pela epiderme (e) e a derme (d). Na derme encontram-se estruturas importantes: folículos 
pilosos (fo): bulbos onde se originam pelos; fibras colágenas (verdes): que formam redes densas e bem 
ordenadas (paralelas entre si), para dar resistência à pele; fibras elásticas (azuis): mais finas e em menor 
número, permitem que a pele possa ser esticada sem se romper, retornando depois ao seu estado normal. 
 
FIGURA 16 - PELE EM ENVELHECIMENTO 
 
FONTE: Fonte pessoal do autor 
 
A figura acima representa uma pele com o envelhecimento. As fibras colágenas (verdes) tornam-
se mais finas e escassas; a rede formada por elas fica irregular e desordenada, perdendo resistência em 
alguns pontos. Nesses pontos, a epiderme e a parte mais alta da derme acabam desabando, dando origem 
aos sulcos visíveis na superfície da pele (há dois sulcos representados no desenho). As fibras elásticas 
 
 
 
 
(azuis), por sua vez, tornam-se mais espessas e numerosas, formando aglomerados desordenados que 
prejudicam seu funcionamento. O resultado é uma perda da elasticidade da pele. 
Há dois tipos de influência para o envelhecimento: os processos genéticos ou cronológicos que 
resume no envelhecimento intrínseco e o envelhecimento extrínseco, que inclui o fotoenvelhecimento e os 
diversos fatores provocados pelo meio ambientes, sendo o principal, a luz solar abundante nos horários em 
que os raios ultravioletas (UV) são mais agressivos. 
- Envelhecimento Intrínseco 
Resume no envelhecimento em que todas as transformações que conduzem o organismo à 
perda da vitalidade. São alterações que acontecem desde o nascimento e podem ser causadas por diversos 
fatores, como a queda dos níveis hormonais, a formação de radicais livres e o envelhecimento do sistema 
nervoso. 
O envelhecimento intrínseco (FIGURA 17), ou cronológico, é aquele determinado por condições 
genéticas e que se caracteriza por tornar a pele fina, frágil e inelástica, ocorrendo por volta dos 30 a 35 
anos de idade. Por maiores que sejam os cuidados com o processo do envelhecimento, chega uma hora 
que a perda de suas funções orgânicas é inevitável. 
 
FIGURA 17 – REPRESENTAÇÃO DA MUDANÇA CELULAR DO ENVELHECIMENTO 
INTRÍNSECO. 
 
FONTE: Arquivo pessoal do autor 
 
 
 
 
 
Neste processo, estruturalmente a epiderme se torna mais fina, os corneócitos se tornam menos 
aderentes uns aos outros, e a interface dermoepidérmica se achata. O número demelanócitos e células de 
Langerhans diminuem, assim também como o tecido subcutâneo em algumas áreas, especialmente na 
face, bochechas e mãos. Com a idade avançada, há uma degeneração e redução das fibras elásticas, 
tornando a matriz destas fibras mais opaca e as fibrilas mais curtas e alinhadas longitudinalmente. 
Com uma exposição crônica a radiação ultravioleta pode diminuir a resposta imunológica, tanto 
nas áreas expostas ao sol como de forma generalizada ou sistêmica, ocorre também o aparecimento de 
linfócitos T supressores, o que tornará a pele susceptível ao desenvolvimento de tumores. 
 
- Envelhecimento Extrínseco 
Refere-se ao envelhecimento extrínseco ou fotoenvelhecimento, é um processo biológico 
complexo que afeta várias camadas da pele, principalmente o tecido conectivo da derme. Os principais 
componentes do tecido conectivo são as fibras de colágeno, a rede de fibras elásticas e os 
glicosaminoglicanos. Ele é responsável pela maneira de alterações clínicas visíveis na pele habitualmente 
exposta ao sol, como pele áspera, alterações pigmentares e enrugamento profundo. 
Os processos externos como poluição, vento, umidade, calor, que podem causar lesões 
celulares, porém, o que mais afeta a pele é o sol. As radiações UVA e UVB são prejudiciais à pele e podem 
causar transformações celulares irreversíveis. 
A pele envelhecida pelo sol apresenta alterações na matriz do colágeno extracelular; também é 
caracterizada por ressecamento da pele, pigmentação irregular, rugas, redução do tecido adiposo e atrofia. 
Além de surgir o aparecimento de sulcos e flacidez, em razão ao acúmulo de material anormal na pele. 
 
- Teorias do envelhecimento 
O envelhecimento reporta todas as alterações, que levam a uma diminuição nas habilidades de 
um organismo. Das muitas teorias sobre o envelhecimento, quase todas são plausíveis e possuem na sua 
maioria, base científica sólida. Uma das razões porque não se chega a um consenso e a uma 
sistematização de todas as teorias, é a complexidade inerente ao universo vivo, não se podendo cometer 
a ingenuidade de atribuir um determinado efeito a uma só causa, pois estará a contrariar a noção de 
organismo vivo, como sistema integrado. 
Há várias teorias que explicam o processo de envelhecimento, por isso muitos cientistas ficam 
fascinados pelo estudo dos mecanismos de tal processo. 
 
 
 
 
 
 Teoria do desgaste: esta teoria afirma que cada organismo estaria composto de partes 
impermeáveis e que a acumulação de falhas em suas partes vitais levaria à morte das células, tecidos, 
órgãos e finalmente do organismo como um todo. 
 
 Teoria do erro catastrófico: propõe que com o passar do tempo se produziria uma 
acumulação de erros na síntese proteica, que finalmente determinaria prejuízos na função celular. 
 
 Teoria dos radicais livres: é uma das teorias mais populares, pois, defende que o 
envelhecimento seria o resultado de uma inadequada proteção contra os danos produzidos nos tecidos 
pelos radicais livres. 
 
 Teoria do relógio biológico: esta teoria foi umas das pioneiras para explicar o processo 
do envelhecimento, ela consta que cada organismo possui um relógio, que determina quando se inicia o 
envelhecimento e marca as épocas em que suas características seriam mais visíveis. 
 
- Alterações morfológicas e funcionais causadas pelo envelhecimento 
As alterações causadas pelo envelhecimento intrínseco são mais harmônicas, ocorrendo à 
diminuição da função cardiocirculatória e queda da atividade respiratória, a pele torna-se mais delgada, e 
em alguns lugares enrugadas, ela se torna mais permeável permitindo a passagem mais rápida de micro-
organismos. As fibras de colágeno da derme tornam-se mais grossa e as fibras elásticas perdem parte de 
sua elasticidade, aumentando gordura no tecido subcutâneo. 
 
- Alterações celulares causadas pelo envelhecimento 
As funções de cada célula do organismo também passam por alterações com o processo do 
envelhecimento, a função celular declina progressivamente com a idade, as células que vão ficando velhas 
têm menor capacidade de captação de nutrientes e reparo de danos cromossômicos, além de possuírem 
núcleos irregulares e diminuição do retículo endoplasmático. 
 
- Envelhecimento x Pele 
Com o envelhecimento a pele começa a sofrer mudanças que modificarão seu aspecto. As fibras 
elásticas irão se alterar, ocasionando a perda da elasticidade, haverá uma diminuição da espessura da pele 
e do tecido subcutâneo, o que levará ao aparecimento de rugas. 
 
 
 
 
 
 Linhas de expressão 
 
As linhas de expressão (FIGURA 17) são observadas em toda a pele, sendo mais visíveis em 
áreas que foram expostas abundantemente à luz solar, vento e frio e podem ser causadas também por 
diminuição de nutrição e oxigenação. 
 
FIGURA 18 - A SEGUNDA REPRESENTA A FORMAÇÃO DAS RUGAS 
 
FONTE: Arquivo pessoal do autor 
 
O aparecimento das primeiras linhas de expressão aparece na adolescência, porém não são 
muitos visíveis. Aos 25 anos surgem linhas pequenas, finas junto ao sulco nasogenianos. Até cerca dos 40 
anos aparecem rugas que adquirem dimensão média, e a partir desta idade as rugas já estão mais 
acentuadas e também há um aparecimento de rugas na área do pescoço. A face fica com aspecto de 
cansada e com rugas profundas. 
 
 
 
 
 
6.9 TIPOS DE PELE 
 
Apesar das peles parecerem semelhantes do ponto de vista anatômico, funcional e bioquímico 
existem variações entre elas que devem ser levadas em conta na preparação dos cosméticos. 
Atendendo a um perfil cosmetológico, a pele dos adultos normais pode ser classificada, 
considerando os seguintes critérios: 
 Avaliação qualitativa e quantitativa das secreções; 
 Produção de sebo; 
 Grau de hidratação; 
 Emulsão epicutânea2; 
 Espessura da pele. 
 
Segundo o critério de classificação a pele pode apresentar as seguintes características: 
 Pele normal ou eudérmica: pele ideal ou de criança, secreções equilibradas, 
emulsão epicutânea perfeita (tipo O/A); 
 
 Pele oleosa: espessura aumentada e bem hidratada, produção de sebo alterada 
(pH ácido), emulsão tipo A/O, aspecto oleoso (untuoso, com brilho acentuado), pele resistente a 
problemas alérgicos. Complicações comuns como seborreia, acne e desidratação. 
 
 Pele seca: secreção sebácea insuficiente, pessoas de pele muito clara, fina e 
sensível, frágil e facilmente irritável, rugas finas e precoces; 
 
 Pele mista: óstios3 (FIGURA 18) dilatados na região do T, secura e irritação nas 
outras áreas. 
 
 
 
 
 
2 Emulsão epicutânea: é uma película que recobre a pele é formada pela secreção sebácea e sudorípara 
e emulgente. Também chamada de manto hidrolipídico. 
3 Óstios - poros 
 
 
 
 
FIGURA 19 - IMAGEM DO ÓSTIO 
 
FONTE: Arquivo pessoal do autor 
 
Recentemente foi publicado que a pele pode ter mais de quatro tipos básicos, porém ainda são 
apenas considerados como classificação na literatura. 
 
6.10 APÊNDICES EPIDÉRMICOS 
 
Compreendem os apêndices epidérmicos os seguintes grupos: 
 Aparelho pilossebáceo; 
 Glândulas cutâneas; 
 
 
 
 
 Unha. 
 
As glândulas sebáceas (FIGURA 20) são anexas dos folículos capilares e estão inseridas na derme 
e hipoderme. São predominantes no rosto, pescoço e parte superior do corpo. Elas secretam por secreção 
holócrina, na qual a célula secretora morre e torna-se o próprio produto de secreção da glândula. As células 
mortas são repostas por mitose na periferia da glândula. A secreção é o sebo, uma mistura de triglicérides 
e colesterol tipo cera. Funciona como um agente protetor e mantém a textura da pele e a flexibilidade do 
cabelo. 
 
FIGURA 20 - GLÂNDULA SEBÁCEA, MÚSCULO ERETOR DO PELO, PELO E GLÂNDULA 
SUDORÍPARA ÉCRINA 
 
FONTE: Arquivo pessoal do autor 
 
 
 
 
 
 
Composição do sebo: 
 Triglicerídeos 43% 
 Ácidos graxos Livres 15% 
 Ceras 23% 
 Escalenos15% 
 Colesterol 4% 
 
A secreção sebácea é estimulada pelos andrógenos, sendo o DHT4 o hormônio ativo. Isto se dá 
devido à abundância de vascularização nas proximidades das glândulas sebáceas. 
A função do sebo se confunde com a da emulsão epicutânea, da qual é um dos constituintes. 
Para os animais o sebo serve como proteção para os mamíferos e para engraxar as plumas dos pássaros, 
já no homem seu efeito como protetor é restrito. Ele também contribui para manutenção da água na camada 
córnea. Devido à presença de lipídeos, que são diversos sobre o ponto de vista químico, desempenham 
papel no odor específico de cada indivíduo. E por fim, contribui para minimizar os efeitos da radiação 
ultravioleta. 
As glândulas sudoríparas écrinas (FIGURA 21) são glândulas tubulares em espiral, estão na 
camada profunda da derme ou sobre a hipoderme e estão presentes em todo o corpo. A sua função primária 
é o resfriamento por evaporação (transpiração). 
 
FIGURA 21 - GLÂNDULA SUDORÍPARA ÉCRINA. 
 
FONTE: Arquivo pessoal do autor 
 
4 DHT: Dihidroxitestosterona. Os créditos pela queda e afinamento do cabelo masculino é 
responsabilidade deste hormônio. 
 
 
 
 
A secreção écrina consiste de um líquido aquoso, fino e inodoro, que a ação microbiana não 
consegue degradar. São controladas por fibras colinérgicas do Sistema nervoso autônomo pelo estímulo 
térmico e fatores psicogênicos. 
As glândulas sudoríparas apócrinas (FIGURA 22) são glândulas tubulares que desembocam nos 
folículos pilosos nas axilas e regiões urogenitais. A secreção é uma mistura de proteínas, carboidratos e 
íons férricos que não possui odor, porém torna-se fétida após ação de bactérias comensais da pele. São 
mais numerosas nas mulheres e na raça negra. São sensíveis aos hormônios androgênicos e reguladas 
por nervos adrenérgicos em resposta ao atrito, agentes farmacológicos e fatores emocionais. 
 
FIGURA 22 - GLÂNDULA APÓCRINA, GLÂNDULA SEBÁCEA E PELO 
 
FONTE: Arquivo pessoal do autor 
 
O cabelo ou pelo é composto por células epidérmicas mortas que passaram por um processo de 
queratinização incluindo a expressão diferencial de queratinas específicas. É derivado dos folículos 
capilares ou pilosos, que são invaginações que se projetam da derme ou hipoderme. Os músculos eretores 
do pelo tornam os pelos arrepiados para uma melhor insulação5. 
As unhas (FIGURA 23) são lâminas epidérmicas, queratinizadas, duras, semitransparentes e 
rosadas situadas no dorso da terceira falange dos dedos e se diferenciam da pele por não serem 
 
5 Insular: tornar semelhante a uma ilha; tornar solitário; afastar da sociedade, da convivência; isolar. 
 
 
 
 
 
descamativas. São constituídas por uma matriz (responsável pelo crescimento), lâmina (corpo da unha), 
leito ungueal (porção que a unha se apoia), eponíquio ou cutícula (proteção da unha) e hiponíqueo 
(engrossamento da epiderme sobre a superfície da unha no ponto em que se torna livre). Função principal 
da unha é proteger as extremidades dos dedos, mas também aumentam a capacidade de pressão e 
facilitam movimentos finos e de precisão. 
 
 
FIGURA 23 - ESTRUTURA DA UNHA 
 
 
FONTE: Arquivo pessoal do autor 
 
 
A figura acima mostra a estrutura da unha. Na imagem (A) apresenta-se o leito e corpo da unha 
e lúnula (área de cor branca); na (B) a matriz, borda ungueal, sulco ungueal, eponíco (cutícula), corpo e 
leito da unha, margem livre. 
 
 
 
 
 O crescimento diário da unha é em média 0,1mm, mas este valor pode variar de acordo 
com a nutrição, idade, atividade individual de cada pessoa. Calcula-se que levamos, aproximadamente, 
seis meses para um crescimento total das unhas. Os principais fatores que afetam o crescimento são: 
 
 Mecânicos: microtraumatismos repetidos como datilógrafas, pianistas e onicofagia6. 
 
 Nutricionais: o crescimento é mais rápido em pessoas com ingestão contínua e normal 
de aminoácidos, principalmente os que contêm enxofre e vitaminas (A, complexo B, C, D, E e H). 
 
O tratamento de unhas danificadas consiste basicamente em vasodilatação, reposição de 
aminoácidos, amaciamento ou emoliência, hidratação e cicatrização que juntos promoverão a regeneração 
da lâmina e cutícula. 
 
 
6.11 CABELO 
 
A estrutura do cabelo 
 As raízes: estão protegidas na derme, dentro do folículo piloso, onde o cabelo é gerado 
e colorido (FIGURA 24). 
 
 A papila dérmica: o folículo piloso é o resultado de uma associação e interação dos 
componentes dermal e epidermal. Localizada a 4 mm abaixo da pele (FIGURA 24), a papila dérmica é 
formada por tecido conectivo que secreta grandes quantidades de matriz extracelular (ver Seção 6.4). 
Altamente vascularizada, a papila é a força real que dirige o folículo, provendo toda informação necessária 
para a multiplicação e diferenciação das células da matriz e, deste modo, regulando o ciclo de vida do 
cabelo. 
 
 A glândula sebácea: o folículo tem uma ou mais glândulas sebáceas que, por sua vez, 
contêm uma grande quantidade de células, os sebócitos, que são preenchidos por lipídios (FIGURA 24). A 
glândula libera seus lipídios na forma de uma substância gordurosa, o sebo. Em quantidades normais, o 
 
6 Onicofagia: Hábito de roer unhas. 
 
 
 
 
sebo é essencial para a lubrificação e proteção da fibra capilar mantendo sua flexibilidade e brilho. 
Controlado por hormônios, o correto funcionamento da glândula sebácea pode se tornar irregular, 
produzindo muito ou pouco sebo, o que acaba prejudicando o cabelo. Se produzido em excesso, pode 
tornar o cabelo oleoso e pesado. Por outro lado, a falta de sebo pode tornar os cabelos danificados, secos 
ou opacos. 
 
 Os queratinócitos: os queratinócitos do folículo piloso são células que se multiplicam 
numa taxa muito maior do que os queratinócitos da pele (FIGURA 24). Além disso, eles se diferenciam para 
formar as diferentes estruturas do cabelo. A produção e armazenamento de queratina, um processo 
denominado queratinização, causa um endurecimento destas células, levando à desintegração de seus 
núcleos e consequente morte. 
 
FIGURA 24 - RAIZ DE UM FIO DE CABELO 
 
FONTE: Arquivo pessoal do autor 
 
 Os melanócitos: os melanócitos (FIGURA 25) são células grandes presas no topo da 
papila dérmica (FIGURA 24), que produzem o pigmento melanina e o transferem aos queratinócitos, que 
formam o córtex da fibra capilar. Os melanócitos usam seus dendritos para injetar os pequenos grânulos 
de pigmento. Deste modo, o cabelo é incolor no início. Diferentemente da pele, os melanócitos do folículo 
 
 
 
 
piloso não precisam da luz do sol para produzir melanina. Os melanócitos produzem as melaninas em 
organelas especializadas chamadas de melanossomos. A transferência dos melanossomos dos 
melanócitos para os queratinócitos ocorre por um processo ainda não totalmente esclarecido. As hipóteses 
são de que o melanossoma é injetado diretamente no queratinócito ou ainda que ocorre fagocitose da 
organela na extremidade dendrítica do melanócito. É interessante notar que a melanina produzida por uma 
célula da pele consegue suprir até 40 queratinócitos, enquanto que uma do cabelo, apenas quatro ou cinco. 
As diferenças de coloração são devidas às diferenças no número, tamanho e arranjo dos melanossomos. 
 
FIGURA 25 - MELANÓCITOS E MELANOSSOMOS 
 
FONTE: Arquivo pessoal do autor 
 
 
 
 
 
 
 
- Coloração natural do cabelo 
A pigmentação do cabelo é conferida pela atividade do melanócito. Estas células, que se acham 
dispostas entre a papila dérmica e o epitélio da raiz pilosa, sintetizam a melanina e a fornecem às células 
da raiz e córtex do cabelo. A melanina existe na forma de dois pigmentos: eumelanina e feomelanina. 
Eumelanina é na verdade um polímero que ocorre em grânulos dentro dosmelanossomos em forma 
semelhante a um grão de arroz e sua coloração varia de vermelho escuro a preto. Ela é gerada a partir da 
tirosina, por ação da tirosinase. Feomelanina ocorre em melanossomos com uma forma menos precisa e 
pode ser vista na forma de pontos difusos. Sua coloração varia de amarelo para vermelho. Difere da 
eumelanina, porque, além da tirosina, outro aminoácido, a cisteína, está envolvido em sua produção. As 
cores diferentes do cabelo são proporcionadas pelas combinações pigmentares, em diferentes proporções, 
entre a eumelanina e a feomelanina. 
A proporção destas duas melaninas determina a coloração do cabelo. Porém, é fácil entender 
que o cabelo negro dos japoneses contém virtualmente somente eumelanina e que o cabelo ruivo dos 
irlandeses seja rico em feomelanina. É mais surpreendente descobrir que o cabelo loiro dos escandinavos 
é formado por eumelanina e não feomelanina. Isto está ligado à imensa quantidade de misturas possíveis 
destes dois pigmentos. Por isso, a distribuição de melanina, determinada pela herança genética, oferece 
uma paleta infinita de cores, do loiro mais claro ao negro mais escuro. 
 
 
Canície - Cabelo grisalho 
Canície é o nome dado à despigmentação capilar, que surge gradualmente após a terceira 
década de vida culminando com a idade avançada, mas que, no entanto, pode estar presente desde muito 
cedo. A palavra grisalha de vem de gris, no francês cinza, nos cabelos corresponde a uma ilusão de ótica 
com a mescla com os cabelos normais. 
A canície pode ser do tipo racial e hereditária. Na raça branca surge em torno dos 30 anos 
quando que na negra em torno dos 40 anos, pois essa sintetiza maior quantidade de melanócito ao mesmo 
tempo em que tem maior capacidade de prolongar a manutenção do mesmo. O fator hereditário que é o 
mais importante sofre influência importante de fatores ambientais. Na Síndrome de Werner, também 
conhecida como Pangéria, a despigmentação costuma ocorrer antes dos 20 anos e tem uma progressão 
rápida. 
A aparência grisalha do cabelo é somente um produto de uma ilusão de ótica, produzido pela 
mistura de um cabelo colorido e cabelo branco. O “embranquecimento” do cabelo pode ser explicado por 
uma incapacidade de alguns melanócitos em produzir pigmentos e de outros em transferir o pigmento aos 
 
 
 
 
queratinócitos. No entanto, dado que após receberem a melanina para sua coloração ocorre morte celular 
dos queratinócitos, para que o cabelo continue com sua cor natural é preciso que haja uma constante 
renovação dos mesmos. Isso é feito por meio das chamadas células tronco, capazes de se diferenciar em 
várias outras, inclusive em melanócitos. Desse modo, cientistas da Universidade de Harvard e do Hospital 
Infantil de Boston descobriram recentemente que a perda gradual dessas células não diferenciadas está, 
literalmente, na raiz do cabelo grisalho. Mais especificamente, no folículo capilar, estrutura que “ancora” o 
cabelo na pele. 
Experimentos em camundongos comprovaram a descoberta de que existe um gene, o Bcl2, que 
é fundamental para proteger as células-tronco no momento em que o folículo capilar está em estado de 
dormência, sem crescimento de cabelo (algo que ocorre em cerca de 10% a 15% dos fios em qualquer 
momento). Portanto, problemas com esse gene podem estar associados ao caso de pessoas que ficam 
com os cabelos brancos prematuramente. Os estudos com camundongos também revelaram uma relação 
clara entre a idade do animal, o número de células-tronco e a quantidade de pelo grisalho. 
A tirosinase é uma enzima cobre-dependente e por um excesso deste metal, por acúmulo no 
organismo - não por deficiência, que é difícil de ocorrer - o excesso relaciona-se com sua inativação. Há 
também o alfa-MSH (hormônio estimulante dos melanócitos) que pode ser bloqueado sendo o determinante 
da inativação melanogênica capilar. O cobre, um metal de transição, sendo o propiciador do aparecimento 
dos radicais livres no bubo. A síntese de melanina, que é um varredor de radicais livres, paralisando, 
possibilita que os radicais livres ataquem as estruturas celulares, lesando o material nuclear e liberando 
fatores citotóxicos. A geração de outros radicais livres como o superóxido e o peróxido de hidrogênio, 
também pode ser desencadeada pela reação de oxidação da DOPA, catalisada pela própria tirosinase, 
dando origem a DOPA-quinona. Normalmente, os radicais livres formados ou espécies reativas são 
satisfatoriamente varridos pelos scavengers usuais bem como pela melanina. 
Apesar de a inatividade melanocítica ter sido dada como irreversível, ou seja, uma vez 
despigmentado, o cabelo permanecerá assim, evidências recentes, têm comprovado a repigmentação ao 
normal. Porém, para que isso ocorra, os melanócitos devem não ter perdido sua integridade totalmente, 
quer dizer, devem estar na fase inicial do embranquecimento. 
Doenças infecciosas, metabólicas, como a diabetes e hipertireoidismo, anemia, desnutrição e o 
estresse prolongado podem levar a esse estado. 
Algumas substâncias têm sido capazes de reativar a melanogênese no bulbo piloso, 
repigmentando o fio de cabelo, fazendo voltar à sua cor original. Começando pelas vitaminas, o ácido fólico, 
o ácido pantotênico e também a vitamina B12, administradas em doses ortomoleculares e os 
antiinflamatórios não hormonais, têm demonstrado bons resultados. Estudos recentes demonstraram ser 
a L-glutationa, a CoQ10, o ácido lipoico, o minoxidil, de grande utilidade como antioxidantes dos radicais 
livres formados em nível do bulbo capilar. 
 
 
 
 
 
FIGURA 26 - DIFERENTES ESTRUTURAS QUE COMPÕEM UM FIO DE CABELO
 
FONTE: Disponível em: < http://www.iq.usp.br/bayardo/bioqbeleza/bioqbeleza.pdf > Acesso em: 
06 Mar. 2012. 
 
 
A figura acima mostra as diferentes estruturas que compõem um fio de cabelo. Na (A) são 
imagens de microscopia eletrônica de varredura de um fio de cabelo e na imagem (B) esquema de um fio 
de cabelo. 
 A cutícula: é o envelope externo da fibra do cabelo (FIGURA 26). As células que a formam 
se chamam “escamas” e são extremamente pequenas e incolores. Elas são unidas por um cimento 
intercelular rico em lipídios, sobrepondo-se umas às outras como telhas, formando camadas de três a dez 
células. Como as extremidades livres das células estão orientadas para a ponta do cabelo, elas podem 
 
 
 
 
exercer seu papel principal que é proteger o córtex. A cutícula é à parte do cabelo sujeita aos ataques 
diários e as propriedades cosméticas dos produtos para cabelo dependem de seu estado. 
 
 O córtex: é o corpo real da fibra (FIGURA 26). Representando 90% de seu peso total, ele 
é formado por células preenchidas por queratina e é esta organização que dá à fibra suas propriedades 
marcantes. Ao longo da maturação do cabelo, estas células corticais se tornam alongadas e chegam a 
atingir cerca de 100 micrômetros. Arranjadas ao longo do cabelo, elas são mantidas por uma substância 
intercelular composta por queratina flexível, rica em lipídios. E é também no córtex que os grãos de 
melanina que dão cor ao cabelo são encontrados. A sua única forma de proteção é uma fina camada de 
sebo e a cutícula. 
 
 A medula: ou canal medular está situada no centro da fibra e sua presença ao longo do 
cabelo, geralmente, é descontínua ou até ausente (FIGURA 26). Parece que as células que a compõem 
rapidamente degeneram, deixando espaço para bolhas de ar. Em humanos, o seu papel ainda é 
desconhecido, porém, em alguns animais, esta estrutura alveolar parece possuir um papel essencial na 
termorregulação. 
 
 
Estrutura microscópica e molecular (FIGURA 27) 
 
O componente primário da fibra do cabelo é a queratina, uma proteína mecanicamente dura. 
Está presente em todos os vertebrados superiores, em unhas, pelos, chifres e penas. Existem mais de 50 
genes para queratina que são expressos de modo tecido-específico. 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 27 - ESTRUTURA MICROSCÓPICAE MOLECULAR DO CABELO 
 
FONTE: Disponível em: < http://www.iq.usp.br/bayardo/bioqbeleza/bioqbeleza.pdf > Acesso em: 
06 Mar. 2012. 
 
Na figura acima, é demonstrado a estrutura microscópica e molecular do cabelo. O (A) 
representa o cabelo típico que possui ~20 μm de diâmetro e é constituído de células mortas. Cortando um 
fio de cabelo, podemos ver a disposição das longas células corticais (1) envolvidas por uma substância 
intercelular rica em lipídios e proteínas (2). Em (B), dentro de cada célula cortical, há uma série de 
macrofibrilas (~2000 Å de diâmetro) de queratina (3) dispostas na mesma direção da célula. Pequenos 
grânulos de melanina (4) também podem ser visualizados. Em (C) em aumento maior, podemos ver que 
cada macrofibrila é composta por inúmeros elementos menores, as microfibrilas (~80 Å de largura) (5). Em 
(D) cada microfibrila aparece como um arranjo de elementos menores denominados protofibrilas (6). Em 
(E) aumentando ainda mais, é possível visualizar as quatro cadeias de queratina formando uma alfa-hélice 
(7). (F) E, por último, a estrutura molecular de uma das cadeias de queratina (8). 
Dentro do córtex, a queratina é organizada em protofibrilas e composta por quatro cadeias 
polipeptídicas. Esta estrutura é mantida por ligações entre os átomos das diferentes cadeias. Estas ligações 
podem ter forças variáveis: fracas como as pontes de hidrogênio ou fortes como as ligações iônicas ou 
pontes dissulfeto. Os lipídios representam 3% da composição do cabelo. Eles são produzidos no bulbo 
 
 
 
 
capilar e formados a partir de esteroides, ácidos graxos e ceramida. Estão presentes essencialmente no 
cimento intercelular do córtex e na cutícula e conferem ao cabelo certa impermeabilidade, garantindo a 
coesão da fibra capilar. A mistura de lipídios produzidos pela glândula sebácea forma um filme na superfície 
da pele e lubrifica o fio de cabelo, preservando assim sua flexibilidade e brilho. A melanina, pigmento 
responsável pela cor natural do cabelo, representa apenas 1% da composição total do cabelo. A água 
constitui, em condições normais, 12 a 15% da composição do cabelo. Alguns dos outros elementos são 
provenientes do ambiente e estão presentes em pequenas quantidades. Outros elementos vêm 
diretamente do organismo. Como a raiz do cabelo possui uma boa irrigação sanguínea, substâncias 
trazidas pelo sangue podem ser incorporadas no cabelo durante sua formação. 
 
Estrutura molecular – o filamento de queratina 
 
A queratina faz parte de um grupo de proteínas de fibras do citoesqueleto de eucariotos 
denominado “Intermediate Filament Proteins (IF)”. A principal função dessas proteínas é estrutural, dando 
suporte mecânico para a membrana plasmática quando esta entra em contato com outras células ou com 
a matriz extracelular. Dentro deste conjunto de proteínas filamentosas, a queratina corresponde ao tipo I – 
queratina ácida – e II – queratina básica. Elas são expressas apenas em células epiteliais, associando-se 
numa razão de 1:1, formando heterodímeros. Portanto, não existe nenhum filamento de queratina formado 
por homodímeros. 
As queratinas compõem a classe de proteínas IF com maior diversidade, com um grande número 
de isoformas diferentes. Em tecidos epiteliais “duros” existem aproximadamente dez tipos de queratinas 
diferentes (mais especificamente unhas, cabelo, lã) e mais 20 tipos denominados citoqueratinas, que são 
geralmente encontradas revestindo cavidades internas do corpo. 
As proteínas filamentosas não apenas compartilham a característica de possuir filamentos de 10 
nm de diâmetro, mas também possuem um domínio estrutural em comum: uma estrutura de α-hélice 
central. Este domínio, que é conservado em todas as proteínas IF, consiste de quatro longas α-hélices, 
separadas por três regiões não helicoidais, que possuem posição altamente conservada evolutivamente 
(FIGURA 28). Essa estrutura é flanqueada por domínios globulares das regiões N- e C- terminais, que 
variam muito em peso molecular e sequência entre as diferentes proteínas IF. 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 28 - NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO E MACROESTRUTURA DAS PROTEÍNAS IF 
 
FONTE: FONTE: Disponível em: < http://www.iq.usp.br/bayardo/bioqbeleza/bioqbeleza.pdf > 
Acesso em: 06 Mar. 2012. 
 
 
A imagem acima demonstra um esquema sobre os níveis de organização e macroestrutura das 
proteínas IF. Elas formam hetero ou homodímeros com um domínio central de a-hélice altamente 
conservado flanqueado por estrutura não helicais, que variam em tamanho e sequência. O domínio central 
contém quatro elementos espaçadores não helicais (“spacers”). A partir daí, há a formação de um tetrâmero 
por dímeros idênticos dispostos anti-paralelamente. Estes tetrâmeros ainda se agregam ponta-a-ponta, 
formando um protofilamento e pares destes se associam lateralmente, formando uma protofibrila. A 
associação lateral de quatro protofibrilas é que vai formar um filamento cilíndrico de 10 nm de diâmetro. 
 
Proteínas Associadas à Queratina 
As proteínas KAPs constituem uma matriz proteica, onde as proteínas IFs se encontram 
depositadas. Elas podem ser divididas em três grandes grupos, de acordo com sua composição proteica: 
 
 
 
 
(i) grupo das glicina-tirosina; (ii) grupo sulfúrico; (iii) grupo ultrahigh sulfúrico. Esses grupos são codificados 
por sequências gênicas diferentes. 
 
Diferenças étnicas 
Forma do cabelo Independente do fato de ser liso, ondulado, crespo ou encaracolado, um cabelo 
é sempre um cabelo. Sua composição básica de queratina é sempre a mesma. 
Por outro lado, a forma do cabelo varia. As diferenças dependem em grande parte da secção 
transversal do cabelo e de como ele cresce. Estudos indicam que estes dois elementos estão intimamente 
relacionados à forma do folículo piloso e sua posição no couro cabeludo. 
A secção transversal de um cabelo é uma elipse que pode tender mais ou menos para um círculo 
(FIGURA 29). Uma analogia com outros materiais mostra como a secção transversal pode influenciar na 
aparência do cabelo no espaço: nas mesmas condições de tamanho, uma faixa fina se enrola muito mais 
facilmente do que uma corda cilíndrica. Por isso, os asiáticos possuem cabelo com uma secção transversal 
mais grossa e cilíndrica, enquanto que os africanos possuem uma secção transversal achatada e fina, 
formando o cabelo crespo e encaracolado com anéis de até poucos milímetros de diâmetro. Caucasianos 
possuem uma secção transversal muito mais variada, porém sendo mais ou menos elíptica. O cabelo dos 
caucasianos vai desde ondulado até bastante cacheado. 
 
FIGURA 29 - ESTRUTURA DO CABELO EM DIFERENTES ETNIAS 
 
FONTE: Disponível em: < http://www.iq.usp.br/bayardo/bioqbeleza/bioqbeleza.pdf > Acesso em: 06 Mar. 
2012. 
 
 
 
 
TABELA 3 - DIFERENÇAS DE CABELOS ENTRE RAÇAS 
Raça\Cabelo Crescimento Densidade Característica 
Asiáticos 1,3 cm / mês + O modo como o folículo 
está implantado faz com 
que o cabelo cresça reto, 
perpendicular ao couro 
cabeludo. 
Africanos 0,9 cm / mês ++ Como o cabelo cresce 
quase paralelo ao couro 
cabeludo, ele cresce 
enrolado nele mesmo. 
Caucasianos 1,2 cm / mês +++ Cresce num ângulo 
oblíquo ao couro 
cabeludo e é levemente 
curvado. 
 
 
Ciclos do cabelo 
Possuímos em torno de 120.000 folículos capilares determinados geneticamente. A implantação 
do cabelo na derme se dá por invaginação da epiderme, constituindo o folículo capilar, tendo uma dilatação 
terminal, o bulbo capilar, contendo no centro a papila dérmica, recobrindo a papila, estão às células que 
formam a raiz do cabelo. O crescimento do cabelo é feito pela proliferação basal, ou seja, existe aposição 
de queratina (uma escleroproteína) na base do fio e consequente extrusão deste para fora do folículo. 
Então, a parte externa do fio, que apresenta um crescimento aparente, não se modifica em toda a sua 
extensão. 
São três as fases de crescimento do cabelo (FIGURA 30): 
- Anagênese: que dura aproximadamentede dois a cinco anos e cresce 0,4 mm por dia; 
- Catagênese: também chamada de fase de repouso, que dura poucas semanas, quando então, 
se dá a sua separação da papila e tem inicio a terceira fase. 
- Telogênese: a fase de repouso total. Dura cerca de 3 meses. Ao final da fase telógena, os fios 
caem. Mas antes disso ocorrer, um novo fio de cabelo na fase anágena usualmente começa a crescer. 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 30 - CICLO DO CABELO 
 
FONTE: Arquivo pessoal do autor. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 ABSORÇÃO CUTÂNEA E PROBLEMAS DA PELE 
 
 
7.1 PERMEABILIDADE CUTÂNEA 
 
É a capacidade que a pele tem de deixar passar, seletivamente, certas substâncias em função 
de sua natureza química ou de determinados fatores. 
Sabe-se que a epiderme é praticamente impermeável a todas as substâncias não gasosas. É 
esta uma característica de sua função protetora. Se não fosse assim seria possível provocar fenômenos 
de sensibilização pela aplicação de algumas ou seria fácil à penetração de microorganismos por meio dessa 
barreira que é a pele. 
 
 
 
7.2 PERMEABILIDADE CUTÂNEA EM FUNÇÃO DA NATUREZA QUÍMICA DAS SUBSTÂNCIAS 
 
A pele é: 
 Permeável, de modo geral, aos gases verdadeiros e a substâncias voláteis. O mecanismo 
pelo qual a pele permite esse fenômeno é o da difusão e segue pelas leis da física. 
 
 Relativamente permeável a determinadas substâncias lipossolúveis como hormônios 
esteroides, vitamina D e provavelmente a vitamina A. Também derivados fenólicos são absorvidos em 
graus variados. 
 
 Praticamente impermeável a eletrólitos, proteínas e carboidratos. A penetração de sais é 
desprezível, a menos que sejam ionizados. No caso de proteínas e carboidratos a penetração se deve ao 
tamanho de suas moléculas e a pouca lipossolubilidade. Porém sua pouca solubilidade pode ser 
contornada se o peso molecular (PM) for reduzido por meio de reações de hidrólise e subsequente 
ionização. 
 
 
 
 
 
A pele apresenta barreiras que impedem ou dificultam a penetração das substâncias externas. 
Na sua constituição existem: 
 
 O manto hidrolipídico, constituído pela emulsão epicutânea rica em sebo cutâneo; 
 
 A epiderme pelos queratinócitos e os cimentos intracelulares, que completam a barreira 
lipídica; 
 
 Uma camada hidrofílica, permeável à água e na qual poderão difundir as substâncias hidrofílicas 
(derme e hipoderme); 
 
 Órgãos anexos: os folículos pilosos, as glândulas sebáceas e as glândulas sudoríparas. 
 
 
 
7.3 FATORES QUE AFETAM A PENETRAÇÃO DE PELE 
 
Biológicos/ Fisiológicos 
 Espessura de epiderme – na pele hiperqueratósica, por exemplo, a permeabilidade é dificultada. 
 
 Idade – devido ao espessamento da capa córnea e a falta de hidratação, em indivíduos idosos a 
penetração de ativos é mais difícil. 
 
 Fluxo sanguíneo – quando hiperêmica, a pele se torna mais permeável. Por exemplo, a 
massagem, além de certos ativos, pode estimular a absorção da pele pela ativação da 
circulação. 
 
 Hidratação – quanto mais hidratada a pele, melhor é a permeabilidade. 
 
 Região da pele – mucosas e regiões com grande número de orifícios pilossebáceos ou muito 
vascularizadas são mais permeáveis. 
 
 
 
 
 
 Capacidade de associação a outras substâncias da pele. 
 
 pH da pele – o pH normal é aproximadamente 5,0, portanto ácido. A alcalinidade aumenta a 
permeabilidade. 
 
O estado de hidratação da camada córnea é um fator muito importante na penetração 
percutânea. Com efeito, a hidratação da camada aumenta, grandemente a sua permeabilidade. 
A hidratação pode ser aumentada, como já foi comentado, impedindo a perspiração insensível 
e a evaporação do suor. Para o efeito, poderão ser utilizados os produtos oclusivos. 
Também a hidratação da pele, por vapor de água, tem efeito importante na absorção dos 
produtos colocados sobre a epiderme. 
O desengorduramento superficial da pele, por solventes orgânicos (álcool), ou tensoativos 
(sabão-detergente), pode melhorar a absorção percutânea, pois retira barreira lipídica natural. 
 
Físicos/ químicos 
 
 Melhoram a penetração cutânea: 
 Peso molecular baixo; 
 
 Emulsões O/A; 
 
 Estado de ionização do produto a ser aplicado (princípio da ionoforese); 
 
 Concentração do ativo; 
 
 pH alcalino; 
 
 Temperatura elevada; 
 
 Clima quente e úmido. 
 
 
 
 
 
A iontoforese é uma técnica que permite aumentar a penetração percutânea de substâncias 
ionizáveis. Consiste na passagem percutânea de corrente elétrica contínua, de fraca intensidade, entre um 
eletrodo colocado em contato com a região a tratar e outro na região oposta. Esse método é muito eficaz e 
foi demonstrado, cientificamente, que a capacidade de passagem poderia ser aumentada por dez vezes. 
 
Princípio Ativo 
 O coeficiente de partição, óleo em água: se o princípio ativo apresentar solubilidade em óleos e, 
simultaneamente, relativa hidrossolubilidade, terá possibilidade acrescida de ser absorvido. É o 
caso de alguns estrógenos e dos inseticidas organofosforados; 
 
 O estado de ionização do princípio ativo depende do pH do meio. A variação de duas unidades de 
pH pode multiplicar por dez a absorção instantânea de um princípio específico; 
 
 O estado de dissolução do princípio ativo no seu veículo; 
 
 A concentração do princípio específico no excipiente. 
 
 
Fatores Dependentes do Veículo 
 O pH do veículo (ionização do princípio específico); 
 
 Poder solubilizante do veículo em relação ao princípio específico; 
 
 Viscosidade; 
 
 Poder lipossolvente, que está relacionado ao fator de desengorduramento da epiderme; 
 
 Emulsões do tipo O/A (oferecem fator superior de penetração). 
 
 
 
 
 
 
 
7.4 VIAS DE PENETRAÇÃO 
 
Três vias principais são possíveis (FIGURA 31): 
 Via transepidérmica: esta via de penetração é muito lenta, mas atendendo à superfície, tem uma 
importância considerável; 
 
 Via transfolicular ou transanexial: a passagem se dá pelos apêndices epidérmicos Às glândulas 
sudoríparas, parecem ter um papel mínimo na penetração percutânea. Os aparelhos pilo-sebáceos 
(folículos pilosos e glândulas sebáceas) são considerados como as zonas de maior facilidade de 
penetração, pois a camada epidérmica fica mais fina constituída, às vezes, por uma simples 
camada de células vivas. Se o princípio específico for emulsionável, ele poderá ser transportado 
para regiões, em que a absorção será virtualmente mais intensa. 
 
 Via intracelular: por esta via a passagem ocorre pelos espaços entre as células, em comparação 
com a via transepidérmica é mais rápida, porém é mais lenta em comparação com a via 
transfolicular. 
 
FIGURA 30 - ABSORÇÃO VIA TRANSEPIDÉRMICA E VIA INTRACELULAR 
 
 
FONTE: Disponível em: < http://erikalizfarma.files.wordpress.com/2011/02/aula-3-e-4-absorc3a7c3a3o-
cutc3a2nea-e-problemas-da-pele.pdf> Acesso em: 06 Mar. 2012. 
 
 
 
 
 
 
 
7.5 PROBLEMAS DE PELE 
 
A pele é o maior órgão do corpo humano e também o afetado pelo maior número de doenças, 
cerca de 400. Algumas doenças da pele, unhas e cabelos:Acne (cravos e espinhas) 
 Acne rosácea 
 Acne solar 
 Alopécia androgênica (calvície, queda de cabelos) 
 Alopécia areata (pelada) 
 Angiodermite pigmentar 
 Angiomas 
 Balanite xerótica obliterante 
 Bromidrose (cecê, chulé) 
 Brotoeja 
 Carcinoma basocelular 
 Carcinoma espinocelular 
 Ceratoacantoma 
 Ceratose actínica ou solar 
 Ceratose folicular ou pilar 
 Ceratose seborreica 
 Cisto dermoide 
 Cisto mixoide 
 Cisto pilonidal 
 Cistos (cisto sebáceo) 
 Cloasma gravídico (manchas de gravidez) 
 Condiloma acuminado (crista de galo, verrugas genitais) 
 Craurose vulvar 
 Dermatite atópica ou eczema atópico 
 Dermatite de contato 
 Dermatite seborreica (caspa, seborreia) 
 Dermatose papulosa nigra 
 Disidrose 
 Doença de Mucha-Habermann 
 Eczema de contato 
 Eczema de estase Eczema numular 
 Eflúvio telógeno (queda de cabelos) 
 Erisipela 
 Escabiose (sarna) 
 Esclerodermia 
 Estrias 
 Fitofotomelanose (manchas de limão) 
 Fogo selvagem 
 Foliculite 
 Furúnculo e furunculose 
 Granuloma anular 
 Granuloma piogênico (carne esponjosa) 
 Hanseníase (lepra) 
 Hemangiomas 
 Herpes 
 Herpes genital 
 Herpes zoster (cobreiro) 
 Hidradenite ou hidrosadenite 
 Hiperidrose (excesso de suor) 
 Ictiose vulgar 
 Impetigo 
 Intertrigo (frieira) 
 Larva migrans (bicho geográfico) 
 Leucodermia gutata (sarda branca) 
 Lipoma 
 Líquen escleroatrófico 
 Líquen plano 
 Lupus eritematoso 
 Lupus pérnio (sarcoidose) 
 Mancha vinho do porto 
 Melanoma maligno 
 Melanose solar (mancha senil) 
 Melasma (manchas na face) 
 Micose da virilha 
 Micose das unhas 
 
 
 
 
 Micoses superficiais da pele (impingem, pé de atleta, etc.) 
 Miíase furunculoide (berne) 
 Miliária (brotoeja) 
 Milium 
 Molusco contagioso 
 Nevo Azul 
 Nevo de Ito 
 Nevo de Ota 
 Nevo displásico 
 Nevo halo 
 Nevo melanocítico ou nevo pigmentado 
 Nevo spilus 
 Parapsoríase em placas 
 Pelo encravado 
 Pênfigos 
 Piolhos 
 Pitiríase alba 
 Pitiríase liquenoide 
 Pitiríase rósea 
 Pitiríase rubra pilar 
 Pitiríase versicolor (micose de praia, pano branco) 
 Psoríase 
 Queloide 
 Rosácea 
 Sarcoidose 
 Sardas 
 Sarna 
 Siringoma 
 Tungíase ("bicho de pé") 
 Úlcera venosa ou úlcera de estase (úlcera de perna) 
 Unha encravada 
 Urticária 
 Verrugas virais 
 Vitiligo 
 Xantelasma 
 
 
 
 
 Xeroderma pigmentoso 
 
ACNE 
Akhne - Palavra de origem grega - eflorescência (erupção da pele) na superfície do corpo. 
Denominação genérica de várias doenças da pele, provenientes de inflamação das glândulas sebáceas. 
Doença da pele caracterizada por espinha comprometendo a face, as regiões anteriores e posteriores do 
tórax. 
Áreas anatômicas ricas em glândulas sebáceas, originando-se por uma alteração no processo 
de queratinização da epiderme, com a deposição de lâminas e fragmentos de queratina dentro do 
infundíbulo folicular (que é a região mais superficial do folículo), dificultando a drenagem da secreção 
produzida pela glândula sebácea, que vai se acumulando no folículo, constituindo o comedão. 
O sebo é extremamente ácido, o que ajuda a corroer o tecido, forma uma espécie de rolha, que 
causa o processo inflamatório. 
 
Características: 
 Patologia dermatológica benigna; 
 Acomete folículos pilossebáceos; 
 Resulta bloqueio de secreção; 
 Pode ser com ou sem inflamação. 
 
 
Tipos: 
 Acne juvenil ou vulgar: dermatose banal que começa por volta da puberdade e evolui por 
surtos, entre 12 e os 25 anos, desenvolvendo-se à custa do folículo pilosebáceo. Aparece principalmente 
nas peles seborreicas. Caracteriza-se pela presença de comedões (cravos), pápulas eritematosas, pústulas 
e nas formas mais graves, por cistos, abscessos e cicatrizes em graus variáveis; 
 
 Acne Rosácea: dermatose observada principalmente nas mulheres, entre 40 e 50 anos 
de idade, caracterizada pelo aparecimento de papulopústulas sobre um fundo rosa difuso (eritrose) e 
acompanhada de teleangectasias. Costuma ocorrer em peles com característica seca. 
 
 
 
 
 
 Comedão: filamento seborreico do canal folicular, contaminado por germes e fungos. 
Produto da queratinização anormal que, associada ao sebo, forma uma massa no interior do canal 
pilossebáceo que acompanha o seu formato. Podemos chamar também, acne comedoniana ou de 1° grau. 
 
As lesões da acne são decorrentes da obstrução com ou sem inflamação dos folículos 
pilossebáceos, envolvendo os seguintes fatores. Origem da patologia: 
 Aumento da secreção sebácea; 
 Hiperqueratinização com obstrução do folículo pilossebáceo - ceratose do folículo; 
 Retenção sebácea; 
 Alteração da flora bacteriana da pele - proliferação bacteriana, uma vez que a bactéria se 
alimenta do sebo; 
 Reação inflamatória local; 
 Fatores individuais. 
 
Aumento da secreção sebácea. A composição química do sebo é constituída basicamente de uma 
mistura dos seguintes elementos: triglicérides, ácidos graxos e colesterol com seus ésteres e o esqualeno, 
cuja proporção varia de uma pessoa para outra. 
A secreção sebácea depende da ação dos hormônios androgênicos (testosterona - DHT) de 
origem gonadal e/ou, é por isso que na puberdade - período em que ocorre aumento repentino das 
gonadotrofinas da hipófise anterior e consequentemente elevação dos níveis de andrógenos circulantes e 
tissulares - observa-se à hipertrofia da glândula sebácea e o aumento de sua secreção. 
Hiperqueratinização com obstrução dos condutos pilossebáceos. Nisto reside o mecanismo 
principal de formação dos comedões que podem ser abertos (cravos pretos) ou fechados (cravos brancos). 
Este distúrbio, que parece obedecer a uma influência genética ou a um defeito congênito, induz a uma 
hiperqueratinização na porção infrainfundibular do folículo pilossebáceo, cujo acúmulo de escamas 
aderentes obstrui a drenagem normal, preparando a formação do comedão. A influência genética explicaria 
o caráter familiar observado com frequência na acne vulgar. 
Alteração e participação da flora bacteriana da pele. Os principais microrganismos isolados da 
superfície cutânea e dos ductos pilossebáceos nos pacientes com acne são: os propionibacterium acnes, 
propionibacterium granulosun e propionibacterium avidum (difteroides anaeróbios), o sthaphylococcus 
epidermides (coagulase negativo) e o pityrosporum ovale (levedura). Desses, o primeiro é o mais 
importante na patogenia da acne, por possuir esterases com capacidade de hidrolisar os triglicérides das 
glândulas sebáceas, promovendo a liberação de ácidos graxos livres, cuja difusão pelos folículos 
 
 
 
 
pilossebáceos provoca irritação e inflamação. Os demais microrganismos apresentam também atividade 
lipolítica, porém em menor escala. 
 
Classificação universal da acne: 
 Grau I: predominância de comedões sem reações inflamatórias. 
 Grau II: predominam lesões papulopustulosas com reações inflamatórias. 
 Grau III: presença maior de nódulos, cistos, abscessos e intensa inflamação. 
 Grau IV: presença de cicatrizes profundas; severa reação inflamatória e todas as lesões 
anteriormente citadas. Em alguns casos coexistem lesões queloidianas inestéticas e 
permanentes. 
 
Essa classificação é de grande importância para a conduta terapêutica, variável conforme o grau 
de comprometimento. 
Embora na acne vulgar a idade de comprometimento seja o período da adolescência, não é raro 
estender-se até os 30 anos ou mais, principalmente em mulheres. 
 
Fatores que podem piorar a acne: 
 O uso sistêmico de determinadas drogas, como a cianocobalamina, ácido paraminossalicílico, 
hidantoína, derivados halogenados (iodo, bromo, cloro), hormônios tireoidianos, hormônios com 
ação androgênica e altas doses de corticosteroides por tempo prolongado. 
 
 O uso tópico de cosméticos pastosos, corticosteroides fluorados e sabonetes em excesso, 
manipulação indiscriminada da pele, como espremer as lesões. 
 
 Período pré-menstrual e/ou menstrual, havendo cólicas e irregularidade do ciclo. 
 
 Alimentos tipo chocolate, gordura e carboidratos, produtos do mar, refrigerantes tipo "cola" e 
bebidas alcoólica podem agravar um quadro já existente. 
 
 Tensão emocional: dados de observação revelam que estados de tensão emocional podem 
agravar o quadro clínico. 
Fatores que podem melhorar a acne: 
 
 
 
 
 
 Exposição aos raios solares ou aos raios ultravioleta: atua favoravelmente, quando moderada e 
gradativa, sobretudo para pessoas de pele clara. Explicar que a exposição excessiva e 
indiscriminada pode levar ao agravamento das lesões (por um aumento da corneificação e da 
formação sebácea de comedões; é a acne estival). Devemos lembrar queo uso de protetor solar 
e indispensável. 
 
 Limpeza de pele: pelo uso tópico de base ativa ou pela extração manual de comedões, seguida 
por orientação da profissional esteticista. 
 
Cuidados Básicos 
 Não cutucar, manipular a pele, pois o resultado será uma ruptura do saco folicular que contém a 
secreção sebácea em excesso, proveniente da glândula sebácea patológica e acneica. Em 
seguida, o sebo vai se espalhar pela derme subjacente, onde se comportará como corpo estranho, 
provocando uma reação inflamatória. Vale a pena ressaltar, que a acne não é contagiosa. 
 
 Evitar cabelos sobre a face, pois além de evitar uma respiração da pele, contém bactérias que 
podem contribuir no processo inflamatório. 
 
 
 Procurar fazer a higienização da pele diariamente e utilizar os produtos adequados a seu tipo de 
pele de acordo com a recomendação do especialista. 
 
 Cuidado com exposição excessiva ao sol. 
 
 Procure manter uma boa alimentação e ingerir muita água. 
 
 
CALVÍCIE 
A maioria dos homens e mulheres tem queda de cabelos ao envelhecer, sendo que, aos 60 anos, 
a maioria dos homens já tem algum grau de calvície. É um fato normal, afetando algumas pessoas mais do 
que outras, principalmente se há história familiar de calvície. Entretanto, pode ocorrer perda repentina ou 
anormal dos cabelos por: 
 
 
 
 
 
 Utilização de determinados medicamentos (como alguns usados no tratamento de 
câncer, doenças circulatórias, úlceras e artrite); 
 
 Dieta alimentar muito rigorosa; 
 
 Alterações hormonais (como na menopausa e no pós-parto); 
 
 Doença crônica ou grave; 
 
 Estresse 
 
A perda de até 100 fios de cabelo por dia é considerada normal. Existe um fator hormonal que 
está ligado à hereditariedade. A calvície masculina é responsável por cerca de 90-95% de todos os casos 
de queda de cabelos. Pode afetar homens ou mulheres, sendo nos homens o acometimento mais severo. 
O hormônio masculino testosterona é convertido para outra forma que é a di-hidrotestosterona, pela ação 
da enzima 5-alfa-redutase e sabemos que esse hormônio (DHT) é responsável pelo processo de atrofia 
que ocorre no folículo piloso. 
 
Alguns problemas de saúde provocam queda dos cabelos e precisam de tratamento: 
 Hipotiroidismo; 
 Micose (infecção por fungo que ataca o couro cabeludo e/ou os próprios fios de cabelo); 
 Areata, que provoca queda de tufos de cabelo em algumas áreas, sem afetar o couro 
cabeludo. 
 
Dicas de autocuidado: 
Para evitar cabelos danificados e sua queda: 
 Evite manipular seus cabelos com técnicas como permanente, tranças, tinturas, 
alisamento, reflexo, descolorimento, uso de rolos de cabelo ou de secador. 
 
 Use xampu neutro e condicionador suave. 
 
 
 
 
 
 Seque os cabelos com a toalha ou ao ar livre. 
 
 Se o cabelo estiver danificado, corte-o curto ou mude para um tipo de corte que exija 
menos manipulação do cabelo (escova, etc.) 
 
 Adote medidas para reduzir a ansiedade (por exemplo: ioga, técnicas de relaxamento) se 
ela estiver provocando a queda de cabelos. 
 
 Não acredite em tratamentos milagrosos, que prometem acabar com a queda de cabelos 
com fórmulas vitamínicas, massagens com óleos, loções ou pomadas. 
 
 Se a queda de cabelo estiver relacionada ao uso de um determinado medicamento, 
pergunte ao seu médico se é possível substituí-lo. 
Tipos de calvície: 
 
 Calvície - Alopécia Androgenética: é a diminuição progressiva dos cabelos levando a 
calvície que ocorre frequentemente nos homens e nas mulheres com distúrbios hormonais ou após a 
menopausa. É uma doença hereditária cuja herança se manifesta com intensidade variada. É causada pela 
ação destrutiva do hormônio masculino sobre o folículo piloso das áreas geneticamente predispostas. 
 
 A Alopecia Areata, também chamada de "pelada": é uma doença relativamente frequente 
que se caracteriza pela perda rápida e completa de cabelos ou pelos em áreas redondas ou ovais, 
geralmente no couro cabeludo, na área da barba, sobrancelhas, cílios e mais raramente em outras áreas 
pilosas. Apresenta distribuição universal, afetam ambos os sexos e ocorre principalmente entre os 20 e 50 
anos. Sua causa ainda é desconhecida, mas consideram-se importantes os fatores genéticos, imunológicos 
e o estresse emocional. A associação com focos infecciosos dentários ou sinusais também deve ser 
considerada. O quadro apresenta início brusco. As placas são redondas ou ovais, únicas ou múltiplas, de 
tamanhos variados, lisas e brilhantes. Na sua periferia os pelos são retirados com facilidade. Alterações 
nas unhas podem estar presentes especialmente nos casos mais graves. Em relação à evolução, na 
maioria dos casos há repilação (volta dos cabelos) espontânea em alguns meses. Outras vezes o processo 
evolui podendo atingir todo couro cabeludo (alopécia total) ou todo corpo (alopécia universal). O prognóstico 
é menos favorável quando há ocorrências repetidas, comprometimento de outras áreas fora do couro 
cabeludo e quando surge antes da puberdade. 
 
 
 
 
 
 Queda de cabelos - Eflúvio Telógeno: o cabelo normal apresenta três fases no seu 
desenvolvimento: (1) fase anágena, (2) fase catágena e (3) fase telógena. O Eflúvio Telógeno é a perda 
precoce e excessiva de cabelos a partir de folículos normais do couro cabeludo, desencadeada por algum 
estímulo. Essa queda decorre da aceleração da fase anágena em direção a telógena e dura cerca de dois 
a quatro meses. É uma perda difusa de mais de 120 fios por dia (em média) acompanhada do aparecimento 
de vários fios novos. Raramente o couro cabeludo apresenta alguma alteração. As causas mais comuns 
incluem febre alta de qualquer origem, pós-parto, medicamentos, dietas alimentares drásticas, hipo e 
hipertireoidismo, cirurgias, anemia, estresse psicológico, doenças crônicas e infecções. Dependendo da 
história e do quadro clínico de cada paciente podem ser necessários exames complementares. 
MICOSE 
 
Micose é o nome dado a doenças causadas por fungos. Existem mais de 230 mil tipos de fungos, 
mais apenas 100 causam micose. Como eles estão em toda parte, praticamente todas as pessoas ficam 
expostas a eles. Quando encontram condições favoráveis, como umidade e calor excessivos, os fungos se 
reproduzem e podem desencadear a infecção. 
Nas micoses superficiais, os fungos ficam na camada externa da pele, ao redor de pelos ou nas 
unhas, alimentando-se de uma proteína chamada queratina. Cerca de 30% da população mundial tem 
problemas causados por micoses superficiais. 
Nas micoses profundas, os fungos disseminam-se por meio da circulação sanguínea e linfática. 
Podem infectar a pele e órgãos internos, como pulmões, intestinos, ossos ou sistema nervoso. 
 
Tipos de micose: 
 Micose dos pés: pode ser interdigital, escamosa, vesícula e placa margarida. Interdigital pé-de-
atleta ou frieira: atinge a pele entre os dedos, provocando coceira, descamação, fissuras e placas 
esbranquiçadas e pode vir acompanhada por uma infecção bacteriana. Escamosa: atinge a região 
da planta e da lateral do pé e causa descamação, coceira e mau cheiro. Vesícula: começa com 
bolhas que provocam coceira e vermelhidão, resultando em ressecamento e descamação da pele. 
Placa margarida: tipo mais raro de micose provoca lesões avermelhadas e elevadas com bordas 
acentuadas. 
 
 Micose do corpo: atinge o tronco e os membros. As lesões são avermelhadas e arredondadas, 
coçam e podem descamar. A cura se inicia pelo centro da lesão, formando um anel. 
 
 
 
 
 
 Micose crural: manifesta-se na virilha, ao redor dos órgãos genitais e do ânus, com lesões 
escamosas, bordas acentuadas e coceira. É mais comum nos homens e em clima quente. 
 
 Micose das mãos: as palmas das mãos descamam e ficam grossas. Atingem com mais frequência 
pessoas que lidam muito com água. 
 
 Micose do couro cabeludo: é mais comum em crianças. Atinge basicamente o couro cabeludo,mas pode se alastrar para as sobrancelhas, cílios e pálpebras. 
 
 Micose de unha ou onicomicose: os sintomas são a deformação e o esfarelamento da unha, que 
se descola do dedo. Atinge a unha de três maneiras: sob a borda, que fica espessa e partida; na 
base, iniciando-se na cutícula e deteriorando a sua superfície, forma placas brancas sobre a unha, 
atingindo toda a área. 
 
 Pitiríase versicolor: provoca manchas esbranquiçadas, especialmente nas costas do peito, e pode 
se alastrar para os membros. 
 
Como se pega 
Os fungos podem ser encontrados no chão, em animais e no próprio homem. O contato com os 
fungos é inevitável e a transmissão se dá de várias formas. 
 
CELULITE 
A celulite recebe vários nomes científicos como: lipodistrofia ginoide, lipodistrofia edemato, 
fibroesclerótica, lipoesclerose ou paniculopati. lipodistrofia, significa gordura com crescimento anormal; 
ginoide é referência ao sexo feminino; paniculopatia é doença do tecido gorduroso embaixo da pele; 
edemato fibroesclerótica significa inchaço, retração e endurecimento e aparece no tecido conjuntivo 
dérmico normalmente após a puberdade. 
O tecido gorduroso fica embaixo da epiderme e sobre os músculos. A reserva de gordura do 
organismo se dá quando se come demasiadamente e erroneamente, fazendo com que as células 
aumentem seu tamanho e quantidade. 
Como reação de defesa própria, o organismo procura guardar o alimento dentro do corpo, pois 
caso falte comida, a pessoa que tem este acúmulo, suportará por mais tempo sem alimento. 
 
 
 
 
Como sabemos, a composição da epiderme, derme e hipoderme são bastante complexas, uma 
vez que observamos a presença em sua estrutura de elementos como: células, fibras, substância 
fundamental, vasos sanguíneos e linfáticos e nervos. 
O acúmulo de gordura está presente na região da hipoderme, que é um tecido especial com 
funções de sintetizar, renovar, estocar e distribuir substâncias e nutrientes dependendo das estruturas ou 
órgãos em que este tecido se coloca. Envolvendo ou sustentando estruturas ou participando do 
metabolismo orgânico, o tecido adiposo pode sofrer alterações devido à instalação da celulite. 
No processo de aumento de volume gorduroso, ocorrem alterações da microcirculação, assim 
como uma modificação da rede fibrosa (espessamento de fibras e polimerização molecular), aparecendo à 
chamada celulite (FIGURA 32). Podemos citar entre os principais sinais de celulite a presença de 
irregularidades na região acometida em que se observa à dilatação dos folículos pilossebáceos 
caracterizando o aspecto "casca de laranja". 
 
FIGURA 32 - CAMADAS DA PELE 
 
FONTE: Arquivo pessoal do autor 
 
A parte amarelada da figura acima representa o tecido adiposo. 
 
Etiologia 
 Fatores genéticos: de caráter familiar (ex.: gêmeos idênticos apresentam a mesma 
estrutura genética, portanto têm as mesmas tendências); 
 
 Fatores emocionais: há química de armazenamento lipídico devido à liberação de tensão; 
 
 
 
 
 
 
 Não balanceamento energético – a taxa de lipose baixa (lipose = enzima que age na 
gordura) – triglicérides (inatividade física ou superalimentação na infância); 
 
 Fatores metabólicos (hipertensão arterial, hipotireoidismo, maior armazenamento 
adiposo); 
 Hábitos (dieta, vestuário, posição preferencial). 
 
Onde se localiza a celulite 
A celulite é uma alteração do tecido gorduroso mais comum nas mulheres e atinge tanto as 
mulheres magras quanto obesas. 
Ela pode se localizar em várias regiões do corpo (FIGURA 33), porém com uma predileção pela 
região glútea, região lateral (ou externa) da coxa, a face interna e posterior da coxa, o abdômen, parte 
posterior lateral dos braços e a face interna dos joelhos. 
 
FIGURA 33 - LOCAIS DE PREVALÊNCIA DA CELULITE 
 
 FONTE: Disponível em: < http://www.unirio.br/ccbs/revista/cadbra2001/clinica%20medica.htm > Acesso 
em: 06 Marc. 2012. 
 
 
São considerados quatro estágios de evolução da celulite. 
 1º Estágio: acontece um aumento de volume das células do tecido gorduroso na região 
acometida, ocasionado por acúmulo de gordura dentro da célula. Há uma hipertrofia da camada de tecido 
adiposo, sendo característico de uma predisposição ao problema. A pele nas coxas e glúteos é lisa, tanto 
na posição deitada como na posição em pé. 
 
 
 
 
 
 2º Estágio: começam a surgir alterações antiestéticas, principalmente em mulheres 
magras. Ocorre uma distermia zonal, uma hipotermia. Uma discreta parestesia, como um formigamento. O 
aumento do volume das células provoca alteração circulatória por provocar a compressão das microveias 
e vasos linfáticos. O sangue e a linfa (líquido aquoso que banha as células) ficam represados. Ocorre então 
um maior "inchaço" das células gordurosas e detritos tóxicos, que deveriam ser eliminados, começam a 
ficar acumulados. Na pele já é possível se observar irregularidades à palpação e ainda não existe dor. 
 
 3º Estágio: este estágio pode estar presente tanto em mulheres magras quanto obesas, 
uma desordenação do tecido e aparecimento dos nódulos. Vemos a pele lisa somente na posição de 
descanso, mas mostra ondulação na posição em pé. Há uma alteração do relevo, lesão de fibras 
conjuntivas, pele frequentemente com hipotonia, sensibilidade aumentada. Começa a existir uma fibrose, 
que é o endurecimento do tecido de sustentação (onde estão as fibras) e a circulação fica ainda mais 
comprometida. Podem aparecer as teleangectasias. A pele tem o aspecto parecido com "casca de laranja". 
Ocorre a sensação de peso e cansaço nas pernas. 
 
 4º Estágio: há hipotonia cutânea, a palpação é dolorosa e a dor é espontânea. O inchaço 
desordenado das células gordurosas é acentuado, o tecido de sustentação se torna mais endurecido 
(fibroesclerose) e a circulação de retorno está muito comprometida. Nesse estágio, a celulite é dura e a 
pele fica "lustrosa", cheia de depressões, bem visível em qualquer posição. As pernas ficam pesadas, 
inchadas, doloridas e a sensação de cansaço está frequentemente presente, mesmo sem esforço. 
 
ESTRIAS 
Defeito de pele, que tem a aparência de tiras ou linhas, associado ao seu rápido esticamento, 
certas doenças ou outras condições. Denominações alternativas: estria atrófica, marca de esticamento, 
striae distensae. 
Considerações: estrias são cicatrizes internas na pele, consequência da ruptura da derme. São 
fibras elásticas na camada profunda da pele onde estão os fibroblastos; célula que produz fibras elásticas 
e colágenas. Na epiderme, hipertrofia de todas as camadas, com hiperceratose, hipergranulose, 
hiperacantose. A causa não é conhecida. Várias hipóteses para explicar sua origem não foram confirmadas. 
É afecção benigna, porém rebelde ao tratamento. As estrias podem aparecer quando houver esticamento 
da pele. Elas estão normalmente associadas ao aumento abdominal na gravidez. Podem ser encontradas 
em crianças que tenham se tornado rapidamente obesas. Também podem ocorrer durante a puberdade 
precoce, em meninos e meninas. 
 
 
 
 
As estrias são mais comumente localizadas nos seios, quadris, coxas, bumbum, abdômen e 
cintura. Estrias atróficas caracterizam-se por serem lesões atróficas lineares paralelas, em geral 
obedecendo às linhas de clinagem da pele. Elas surgem numa tonalidade semelhante ao vermelho e na 
região, a pele é fina e brilhante, tornando-se esbranquiçadas, algumas vezes com até 30 cm de 
comprimento, com aspecto de cicatriz. As estrias podem ser mais suaves e ter apenas uma textura um 
pouco diferente da pele normal. 
Podem ocorrer também, na gravidez. Em muitos casos, parece haver comprometimento hormonal, 
má formação do colágeno, ou de medicamentos ou produtos que interfiram na formação do colágeno, na 
síndrome de Cushing, é caracterizado pelo aumento de glicocorticoides. O uso prolongado de corticoides 
em dosagem de 20 a 25 mg equivalentes a prednisona por dia pode produzir numerosasalterações da 
pele. 
 
Causas comuns 
 Gravidez 
 Puberdade 
 Obesidade 
 Síndrome de Cushing 
 Síndrome iatogênica de Cushing 
 Uso tópico excessivo de corticoides 
 Síndrome de Prader-Willi 
 Síndrome de Laurence-Moon-Biedel 
 Síndrome de Ehlers-Danlos 
 
Observação 
Pode haver outras causas para estria. Esta lista não é completa, e as causas não estão 
apresentadas em ordem de probabilidade. As causas desse sintoma podem incluir doenças e 
medicamentos considerados improváveis. Além disso, as causas podem variar conforme a idade e sexo da 
pessoa afetada, bem como as características específicas dos sintomas, tais como a localização, grau de 
evolução, fatores agravantes, fatores atenuantes e queixas do paciente, que possam estar relacionadas 
aos sintomas. Opte pela análise de sintomas, para explorar as causas possíveis para as estrias, que 
ocorrem isoladamente ou combinadas com outros problemas. 
 
 
 
 
 
 
DERMATITE SEBORREICA 
 
A dermatite seborreica é uma doença inflamatória comum, crônica, recorrente e não contagiosa. 
Atinge as áreas da pele com maior número de glândulas sebáceas e às vezes áreas de dobras. Acomete 
mais os homens, têm predisposição familiar e apresenta formas características nas diferentes fases da 
vida. 
Sua causa não está bem estabelecida, mas sabe-se que há um distúrbio na secreção de sebo. 
Alguns autores relacionam a doença com o fungo pityrosporum ovale. Entre os fatores que agravam ou 
desencadeiam a dermatite seborreica estão: stress, tensão emocional, diabetes, obesidade, alcoolismo, 
algumas medicações, calor, umidade, uso de água quente e roupas que retenham sebo e calor (lã, flanela, 
seda e tecidos sintéticos). Nenhum alimento está comprovadamente relacionado à doença, mas a ingesta 
excessiva de açúcares e alimentos condimentados pode agravar as lesões. 
As lesões iniciam-se avermelhadas e descamativas, com escamas oleosas, formando placas 
de aspecto e intensidade variáveis. O quadro pode passar por períodos de remissão e exacerbação, 
raramente generalizando-se por toda a pele. Pode acometer o couro cabeludo e a orla ao redor deste, a 
zona T da face (testa, sobrancelhas e entre estas, cílios, laterais do nariz e queixo), região da barba, orelhas 
e atrás destas, região média do tórax, entre as mamas e abaixo destas, nas costas entre as escápulas, nas 
axilas, ao redor do umbigo, na virilha e no sulco entre as nádegas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 INSUMOS COSMÉTICOS (INERTES E ATIVOS) 
 
 
Os produtos cosméticos são compostos geralmente por tensoativos, agentes com propriedades 
específicas, estabilizantes, agentes de atributos estéticos e veículo, independente do direcionamento da 
formulação ser para pele ou cabelo, das suas formas de apresentação e de suas funções técnicas. No 
entanto, as matérias primas são utilizadas nas formulações de acordo com suas propriedades funcionais e 
físico-químicas, as quais são derivadas de suas respectivas estruturas químicas. 
Essas matérias-primas dos produtos cosméticos podem estar solubilizadas, emulsionadas ou 
suspensas em um veículo, geralmente aquoso ou então estar na forma de pó. 
 
 Substâncias solubilizadas: em determinado veículo geralmente produzem soluções 
transparentes ou translúcidas. Podem ser solubilizadas em água, sistemas água/álcool, óleo em soluções 
de tensoativos. Exemplos são os tônicos, loções higienizantes, xampus transparentes; 
 
 Emulsões: são sistemas constituídos de pelo menos líquido imiscível disperso em outro 
com o auxílio de um terceiro componente com afinidade por esses líquidos (tensoativo). Geralmente um 
dos líquidos é a água (fase aquosa) e o outro e um óleo ou derivados graxos insolúveis em água, chamados 
de fase oleosa. Dessa forma, uma emulsão apresenta no mínimo duas fases (interna e outra externa) e as 
emulsões são então representadas como O/A (emulsão óleo em água, em que a fase interna finamente 
dividida em glóbulos ou partículas e a oleosa e a externa é a aquosa) ou A/O (emulsão água em óleo). 
Dependendo do tamanho dos glóbulos emulsionados as emulsões podem ser brancas (macroemulsões em 
que os glóbulos são grandes) ou transparentes (microemulsões em que os glóbulos emulsionados são de 
dimensões coloidais). Exemplos são os cremes e loções; 
 
 Suspensões: são sistemas dispersados em que a fase interna consiste de partículas 
sólidas insolúveis em água e a fase externa é constituída pelo veículo compatível com a pele, geralmente 
água (também chamado de fluido dispersante). Para não ocorrer separação de fases pode ser usado 
tensoativos ou hidrocoloides que estabilizam a suspensão. Exemplos são os géis obtidos com o uso de 
espessantes poliméricos, cremes esfoliantes e xampus com bases perolizantes e ativos anticaspa; 
 
 Pós: são preparações consistindo de diversas matérias-primas na forma de pó (talco, 
sulfato de cálcio) que foram finamente misturados com outros aditivos (essências, glicerina, corantes, 
pigmentos) para conferir a forma final do produto cosmético (pó ou pó compacto). 
 
 
 
 
Dentro das categorias citadas acima podemos adequar as formas cosméticas de apresentação 
aos consumidores. 
 
 Cremes: são emulsões O/A ou A/O de alta viscosidade e constituídas de uma fase aquosa 
e uma fase oleosa líquida que foram homogeneizadas por meio da utilização de um terceiro componente 
que possui afinidade por ambas as fases (tensoativo). Sua aparência geralmente é branca devido ao maior 
tamanho dos glóbulos oleosos emulsionados. Exemplos são os cremes hidratantes, antiaging, nutritivos, 
desodorantes, condicionadores para os cabelos, etc.; 
 
 Loções: são emulsões O/A ou A/O de média a baixa viscosidade e constituídas de uma 
fase aquosa e uma fase oleosa que foram homogeneizadas por meio da utilização de um terceiro 
componente com afinidade por essas fases (tensoativo) ou por meio de um solvente que geralmente é 
alcoólico. Sua aparência pode ser branca (macroemulsão) ou transparente (microemulsão) dependendo do 
tamanho dos glóbulos oleosos emulsionados. Exemplos são perfumes, colônias, desodorantes, loções 
hidratantes, higienizantes para a cavidade oral, etc.; 
 
 Géis: são soluções coloidais ou suspensões de substâncias insolúveis em água, mas 
hidratáveis. Podem ser transparentes ou opacos. Quanto menores os tamanhos das partículas, mais 
transparentes são as soluções aquosas. Exemplos são os géis hidratantes para pele oleosa, géis protetores 
solares, géis esfoliantes para a pele, géis fixadores e modeladores para os cabelos, géis para banho, 
xampus géis, etc. O mercado faz distinção entre um gel creme e um creme gel que são direcionados 
geralmente como hidratantes para pele oleosa. Ambos os produtos possuem a fase aquosa espessada por 
um polímero orgânico hidrossolúvel. No entanto, um creme gel possui uma fase oleosa constituída de 
derivados graxos que são emulsionados na fase aquosa espessada. Um gel creme geralmente possui uma 
fase de silicone dispersa na fase aquosa espessada onde apenas foi dado um esbranquiçamento ao gel; 
 
 Leites: são emulsões O/A ou A/O de baixa viscosidade e constituídas de uma fase aquosa 
e uma fase oleosa que foram homogeneizadas por meio da utilização de um terceiro componente com 
afinidade por essas fases (tensoativo) ou por meio de um solvente que geralmente é alcoólico. Sua 
aparência é branca (macroemulsão) devido ao tamanho dos glóbulos oleosos emulsionados. Exemplos são 
os leites de limpeza; 
 
 Tônicos: são soluções que contém atributos de refrescância e agentes promotores de 
circulação. Geralmente são soluções transparentes de baixa viscosidade; 
 
 
 
 
 
 Óleos: são preparações de origem graxa animal, vegetal ou sintética que apresentam a 
forma líquida à temperatura ambiente; 
 
 Soluções de tensoativos: são misturas de tensoativos com propriedades de limpeza, 
condicionamento, gerar espuma, conferir viscosidadee reduzir a irritação à pele. Exemplos são os xampus, 
sabonetes líquidos, banhos de espuma, loções higienizantes, condicionadores transparentes para os 
cabelos; 
 
 Sticks: são preparações constituídas de substâncias graxas e álcool etílico que foram 
solidificadas por estearato de sódio. Podem ser transparentes ou opacos e podem conter ainda substâncias 
com ação desodorante (bactericidas) e antiperspirante (cloridróxido de alumínio); 
 
 Aerossóis: são soluções de ingredientes ativos e gases liquefeitos (propelentes) em um 
recipiente pressurizado munido de uma válvula, que ao ser pressionado, descarrega o produto que é 
expandido pela ação do propelente convertendo-o em uma névoa fina denominada de aerossol. A mistura 
pode conter álcool, fragrância, água, etc.; 
Noções gerais de Química Orgânica 
 
A Química Orgânica trata dos compostos de carbono, principalmente, os hidrocarbonetos e seus 
derivados. É comumente considerada como um tópico em separado de estudo, porque o número de 
compostos de carbono é grande e variado. Os átomos de carbono são capazes de se combinarem entre 
si, bem como com átomos de alguns outros elementos, usualmente o hidrogênio, o oxigênio, o nitrogênio 
e o enxofre, excedendo a 2 milhões o número total de compostos orgânicos. O número total de compostos 
inorgânicos (aqueles que são formados por todos os outros elementos juntamente) é de cerca de 100 mil. 
Por que o carbono é um produto tão prolífico de compostos? Existem várias razões, mas a principal 
é que os átomos de carbono formam fortes ligações entre si, sendo possível à existência de cadeias de 
átomos de carbono de qualquer comprimento. Essas cadeias, que servem de esqueleto para as moléculas 
orgânicas podem ser simples e lineares ou podem ser ramificadas em qualquer posição. As cadeias, às 
vezes, fecham-se em círculos, formando estruturas cíclicas. Assim, as possibilidades são ilimitadas, 
levando a uma variedade interminável de compostos orgânicos. 
Constantemente, entramos em contato com compostos orgânicos na nossa vida diária. Todos os 
organismos vivos, vegetais e animais, consistem em conjuntos de compostos de carbono organizados e 
 
 
 
 
altamente complicados. O termo "química orgânica" deriva deste fato, porque não haverá vida como a 
conhecemos sem carbono e os seus compostos. 
Vejamos alguns dos materiais bem conhecidos em que o carbono aparece sob a forma de 
composto: 
 
1) Todos os alimentos, com exceção de alguns sais minerais e água; 
2) Combustíveis de todos os tipos inclusive o carvão, o óleo, a gasolina, o gás natural e a madeira 
(na realidade, com poucas exceções, como o hidrogênio e os materiais físseis, todos os combustíveis 
consistem em compostos orgânicos); 
3) Lubrificantes e todos os outros produtos de petróleo; 
4) Todos os solventes comuns, exceto a água; 
5) Têxteis e fibras, inclusive as fibras sintéticas como o náilon, o orlon e o dácron, e fibras naturais 
como o algodão, a seda e a lã; 
6) Couro e as peles; 
7) Corantes de todas as espécies, tanto naturais como sintéticos; 
8) Vitaminas e drogas medicinais; 
9) Inseticidas e fungicidas; 
10) Elastômeros, isto é os materiais elásticos, inclusive a borracha sintética, as resinas e os 
plásticos; 
11) Papel e produtos de madeira; 
12) A maioria dos explosivos; 
13) Asfalto e alcatrão; 
14) Sabões, detergentes e, enfim, os produtos cosméticos. 
 
Nessa imensa variedade de substâncias, que têm estruturas e propriedades muito diversas, o 
elemento chave é sempre o carbono, sabido formar apenas três arranjos estereoquímicos - o tetraédrico, 
o trigonal e o linear. 
 
 
 
 
Os compostos de carbono sofrem reações químicas diversas (adição, eliminação, substituição 
eletrofílica e nucleofílica, dupla troca, ácido-base, esterificação, hidrólise, polimerização, etc.) que serão 
abordadas ao longo das discussões sobre as matérias primas. 
 
Matérias-primas de uso cosmético 
As matérias-primas de uso cosmético são classificadas quanto à origem, constituição química e 
propriedades ou benefícios conferidos à formulação e ao ser humano. 
 
 Quanto à origem: 
- Inorgânicos naturais ou sintéticos; 
- Orgânicos naturais, sintéticos ou semissintéticos. 
 
 Quanto à constituição química: 
- Ésteres; 
- Éteres; 
- Aldeídos; 
- Cetonas; 
- Ácidos carboxílicos; 
- Aminas; 
- Amidas. 
 
 Quanto aos benefícios para pele ou formulação: 
 
Tensoativos: 
- Agentes de detergência ou limpeza; 
- Emulsionantes; 
- Agentes de tratamento, condicionamento ou sobre engorduramento; 
- Agentes espumantes; 
 
 
 
 
- Agentes de viscosidade ou de espessamento da formulação; 
- Agentes de redução de irritação de pele e olhos. 
 
Agentes com propriedades específicas: 
- Emolientes; 
- Umectantes; 
- Agentes de tratamento, condicionamento ou sobre engorduramento; 
- Abrasivos; 
- Agentes de redução de irritação a pele e olhos. 
 
Estabilizantes da formulação: 
- Espessante; 
- Conservante; 
- Antioxidante; 
- Quelante e sequestrante; 
- Neutralizantes; 
- Antiespumantes; 
- Agentes de atributos estéticos ou de marketing modificadores de caracteres organolépticos; 
- Corantes, pigmentos e pérolas; 
- Perfume, óleo essencial ou fragrância; 
- Veículo ou excipiente (água, sólidos ou solvente orgânico). 
 
Alguns fatores de insucesso em produtos cosméticos, tais como contaminações físicas, 
contaminações químicas, contaminações microbiológicas, condições de estocagem não apropriadas 
(efeitos de temperatura, luz, umidade e ar) podem ser evitados por meio da análise prévia das estruturas 
químicas das matérias primas, ou seja, presença de cadeias carbônicas lineares, ramificadas, cíclicas ou 
com insaturações, polaridade das moléculas e avaliação da constituição química (éster, éter, aldeído, ácido, 
etc.). 
 
 
 
 
Nesse estágio será iniciada a discussão sobre Química Orgânica aplicada ao desenvolvimento de 
produtos cosméticos, em que será relacionado à função dos componentes nas formulações com suas 
respectivas estruturas químicas. 
Sabendo-se que as formulações dos produtos cosméticos são compostas basicamente por 
tensoativos, agentes com propriedades específicas, estabilizantes da formulação, agentes de atributos 
estéticos (modificadores dos caracteres organolépticos) e veículo, todas as matérias primas serão incluídas 
nesses grupos. Os principais componentes dos produtos cosméticos estão relacionados na Tabela 4. 
 
TABELA 4 – COSMÉSTICOS E SEUS PRINCIPAIS COMPONENTES 
Categoria Classe de produtos Forma cosmética 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TENSOATIVOS 
Aniônicos 
 Sabões de ácidos graxos; 
 Lauril sulfato de sódio (ou TEA ou 
amônio); 
 Lauril éter sulfato de sódio (ou TEA ou 
amônio); 
 Lauril éter sulfussuccinato de sódio; 
 Alquil éter fosfatos; 
 Alcano sulfonatos; 
 Sarcosinatos; 
 Coco isetionatos. 
 Xampus; 
 Sabões líquidos; 
 Loções de limpeza e 
higiene; 
 Creme de barbear; 
 Creme dental; 
 Géis para banho. 
 
Catiônicos 
 
 Cloreto de cetil trimetil amônio 
(CETAC) ou brometo (CETAB); 
 Cloreto de diestearil dimetil amônio; 
 Cloreto de dialquil dimetil amônio; 
 Cloreto de benzalcônio (cloreto de 
alquil benzil dimetil amônio); 
 Éster quats. 
 Desodorantes; 
 Condicionadores; 
 Loções de limpeza; 
 
Não Iônicos 
 
 Mono e diestearato de etilenoglicol; 
 Estearato de polietilenoglicol 6000; 
 Mono e diestearato de gliceríla; 
 Mono e dietanolamina de ácido graxo; 
 Alcoois graxos etoxilados; 
 Monoglicerídeo de ácido graxo 
etoxilado; 
 Lanolina etoxilada; 
 Alquilpoliglicosídeos; 
 Ésteres de sacarose; 
 Ésteres de sorbitan; 
 Ésteres de sorbitan etoxilados; 
 Óxidos de amina graxa. 
 Xampus; 
 Géis para banho; 
 Sabonetes líquidos; 
 Cremes e loções 
hidratantes, nutritivos, 
esfoliantes; 
 Loções de higiene; 
 Desodorantes e 
antiperspirante; 
 Géis não alcoólicos; 
 Perfumes e colônias. 
 
Anfóteros 
 
 Betaínade coco; 
 Cocoamidopropil betaína; 
 Xampus; 
 Géis para banho; 
 
 
 
 
 Cococarboxianfoglicinato de sódio.  Sabonetes líquidos; 
 Loções de higiene. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EMOLIENTES 
 
Hidrocarbonetos oleosos/ceras: 
 Óleos minerais; 
 Vaselina; 
 Parafina; 
 Ozoquerita; 
 Ceresina; 
 Cera microcristalina; 
 Esqualeno; 
 
Ácidos carboxílicos 
 Saturados: láurico, esteárico, mirístico, 
palmíticos, etc.; 
 Insaturados: oléico, linoléico, etc. 
 
Alcoois graxos 
 Saturados laurílico, cetílico, 
estearílico, mirístico, etc.; 
 Insaturados: oleílico, etc. 
 
Alcoois graxos propoxilados 
 Álcool estearílico propoxilado. 
 
Esteróis 
 Colesterol e derivados; 
 
Ésteres de ácidos graxos e glicerol 
 Glicerídeos: mono e diclicérideos 
(mono e diestearato de gliceríla). 
 
Triglicérides 
 Óleos vegetais fixos (de abacate, 
semente se uva, girassol, macadâmia, 
etc.). 
 
Ésteres de ácidos graxos e alcoois 
graxos sintéticos 
 Palmitato de cetila; 
 Miristato de miristila e de isopropila; 
 Isonanoato de cetoestearílila; 
 
Ceras e cerídeos 
 Cera de abelha, espermacete 
(animal), cera de carnaúba, candelila 
(vegetal), estearato de cetila. 
 
Esterídeos 
 Lanolina anidra e derivados. 
 
Silicones: 
 Dimetilpolissilano e derivados. 
 
 
 Cremes e loções 
emulsionadas A/O e O/A; 
 Cremes anidros (batons, 
blushes em bastão); 
 Demaquilantes; 
 
 
 
Fosfolipídios 
 
 Cremes e loções para pele; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UMECTANTE 
 Lecitina. 
 
Polissacarídeos 
 Ácido hialurônico; 
 Mucilagem (extrato de aloe vera, 
algas, etc.). 
 
Aminoácidos e proteínas conjugadas ou 
não 
 PCA (ácido pirrolidin carboxílico); 
 Hidrolisado de colágeno, elastina. 
 
Glicosaminoglicanos (pentaglicanos) 
Glicóis 
 Propilenoglicol; 
 Glicerina; 
 Sorbitol; 
 Polietilenoglicois. 
 
Ésteres 
 Lactatos de sódio e amônio. 
 Loções higienizantes; 
 Pós; 
 Condicionadores; 
 Xampus; 
 Sabonetes líquidos; 
 Géis para pele e cabelo. 
 
 
 
 
ESPESSANTES 
 
Inorgânicos 
 Silicatos coloidais (bentonita, veegum, 
etc.); 
 Eletrólitos (NaCl). 
 
Orgânicos 
 Alcoois e ácidos graxos; 
 Monoestearato de gliceríla; 
 Ésteres de alcoois e ácidos graxos; 
 Ceras naturais e minerais; 
 Óleos e gorduras. 
 
Derivados de celulose 
 Carboximetilcelulose; 
 Hidroxietilcelulose, etc. 
 
Polímeros 
 Vinílicos: carbômero, PVP, álcool 
polivinílico, etc.; 
 Polissacarídeos: amido, aga-agar, 
carragenatos, gomas (guar, karaya, 
tragacante), alginatos. 
 
 
Praticamente toda cosmética 
necessite aumentar a 
viscosidade e, em particular, 
para a formação de géis. 
 
 
CONSERVANTE 
Ésteres do ácido benzoico com função 
fenólica ou parabenos 
 Imidazolidiniluréia; 
 Isotialinonas; 
 Álcool benzílico; 
 Álcool etílico (acima de 20%); 
 Fenoxietanol; 
 p-clorometaxilenol. 
 
 
Praticamente toda cosmética 
necessite contra ataque 
microbiológico. 
 
 
 BHT; 
 BHA; 
 
 
 
 
 
ANTIOXIDANTES  Vitamina C; 
 Vitamina E; 
 Hidroquinona; 
 Bissulfito de sódio. 
Aparecem em várias formulas 
cosméticas; a escolha vai 
depender do uso a que se 
destina o produto. 
 
SEQUESTRANTES 
 EDTA; 
 Sequestrol ou versene e seus sais; 
 Citrato e fosfato de sódio. 
 
Cremes, sabonetes e, 
principalmente, xampus. 
 
ALCALINIZANTES/ 
NEUTRALIZANTES 
 
 Hidróxido de sódio ou potássio; 
 Hidróxido de amônio; 
 Trietanolamina; 
 Monoetanolamina. 
 Cremes e loções para pele; 
 Xampus; 
 Sabonetes líquidos; 
 Tinturas e permanentes. 
 
ACIDIFICANTES/ 
NEUTRALIZANTES 
 Ácido cítrico; 
 Ácido fosfórico; 
 Ácido acético; 
 Ácido láctico; 
 Ácido glicólico; 
 Ácido retinoico. 
 
 Cremes e loções para pele; 
 Xampus; 
 Sabonetes líquidos. 
 
ABRASIVOS Cremes e loções esfoliantes. 
CORANTES E 
PIGMENTOS 
 A maioria das preparações 
cosméticas. 
FRAGRÂNCIAS A maioria das preparações 
cosméticas. 
 
 
 
 
 
 
 
8.1 TENSOATIVO 
 
Estrutura de um tensoativo 
Os tensoativos apresentam a propriedade de reduzir a tensão superficial7 da água e de outros 
líquidos. Apesar de possuírem uma composição química muito variável, apresentam uma característica 
comum: sua molécula apresenta um componente hidrófilo e outro hidrófobo (FIGURA 34). 
 
FIGURA 34 - REPRESENTAÇÃO DA MOLÉCULA DE UM TENSOATIVO 
 
 
FONTE: Arquivo pessoal do autor 
 
 
Podemos distinguir os tensoativos quanto à localização dos grupos hidrófilos: 
 
 Na posição terminal - apresentam ótimo poder detergente; 
 Na posição central - fraco poder detergente, pouco solúvel na água, porém bom poder dispersante; 
 Vários grupos - fraco poder detergente, boa solubilidade em água, apresentando bom poder 
dispersante. 
 
Em relação à água, seu caráter heteropolar é devido a sua estrutura molecular formada de uma 
parte polar ou hidrófila e outra parte apolar ou hidrófoba. 
A parte hidrófila é solúvel em água e é formada geralmente por grupos ácidos ou básicos (radicais 
OH dos grupos hidroxilas, aminas, carboxilas, sulfatos, etc.), sendo responsável pela solubilidade do 
tensoativo em água. 
 
7 Tensão superficial é definida como a força necessária para romper uma superfície. Ela é 
determinada pelo grau de coesividade entre as moléculas que formam esta superfície. A água 
líquida forma uma extensa rede de pontes de hidrogênio que lhe confere uma grande tensão 
superficial. Quando um tensoativo é adicionado à água, as extremidades hidrofílicas que se 
espalham na superfície competem pelas pontes de hidrogênio que contribuem para a 
coesividade da superfície. Como resultado, a tensão superficial é diminuída. 
 
 
 
 
 
 
 Grupos hidrófilos ácidos: 
-COOH grupo carboxila; 
-OSO3H grupo monoéster sulfúrico ou grupo sulfato; 
-SO3H grupo sulfônico. 
 
 Grupos hidrófilos básicos: 
-NH2 amina primária; 
=NH amina secundária; 
=N-amina terciária; 
=N+ = amônio quaternário; 
 
Grupos não dissociáveis de caráter hidrófilo, como -(CH2-CH2-O)n-, -CH2CH2OH. 
A parte hidrófoba da molécula de tensoativo é insolúvel em água e solúvel em óleos, sendo 
constituída por cadeias de hidrocarbonetos alifáticos, lineares ou ramificados (radical alquil) e radicais 
aromáticos - alifáticos. Em cosméticos, a parte hidrófoba geralmente é um radical alquil com um grupo 
terminal CH3, e toma, portanto, a forma CH3-(CH2)n. A cadeia alquílica contém em geral, entre dez e 18 
átomos de carbono. Tais hidrocarbonetos se encontram também nos óleos e gorduras em forma de ácidos 
graxos, contendo já um grupo hidrófilo. 
O comprimento de sua cadeia e o seu grau de ramificação influencia decisivamente na atividade 
capilar e em suas propriedades. A seguir estão listados os principais radicais alquil, de cadeias longas 
(graxos), com o número de átomos de carbono da cadeia e sua denominação: C6 = caproico; C8 = cáprico; 
C10 = caprílico; C12 = Iáurico; C14 = mirístico; C16 = cetilico; C18 = esteárico; C18:1 = oleico; C18:2 = 
linoleico; C18:3 = linolênico; C20 = araquídico. 
Uma grande variedade de tensoativos são fabricados e disponíveis no mercado. No entanto 
apenas uma pequena parte pode ser utilizada em cosméticos. A principal razão está relacionada à 
toxicologia. Um produto para uso cosmético deve ser considerado seguro para o ser humano, ou seja, ser 
compatível com a pele e mucosas por longos períodos de uso. 
 As propriedades tensoativas requeridas são: 
 
 
 
 
 
 Detergente; 
 Umectante; 
 Espumante; 
 Emulsificante; 
 Solubilizante. 
 
 Podem ser classificados em: 
 Aniônicos; 
 Não iônicos; 
 Catiônicos; 
 Anfóteros. 
 
Aniônicos 
Agente tensoativo possuindo um ou mais grupamentos funcionais que, ao se ionizar em solução 
aquosa, fornece íons orgânicos carregados negativamente e que são responsáveis pela tensoatividade. Os 
cátions que rodeiam a carga aniônica são geralmente íons inorgânicos como sódio e cálcio, íon amônio e 
alcanolaminas.São exemplos: sabões; alquil; sulfatos; alquil éter sulfatos; alquil sulfonatos; alquil 
sulfossuccinatos. 
 
TABELA 5 – Agentes tensoativos. 
Carboxil R-COO-Na+ ==> sabões 
Sulfato orgânico R-OSO3-Na+ ==> alquil sulfatos 
Éter sulfato R-(CH2-CH2O)SO3-Na+ ==> alquil éter sulfatos 
Sulfonato orgânico R-SO3-Na+ ==> alquil sulfonatos 
Éster de ácido fosfórico R-OPO3-Na+2 ==> alquil fosfatos 
R = cadeia carbônica. 
 
Sabões de ácidos graxos 
Propriedades: detergência espuma; baixa solubilidade em água; baixa tolerância à dureza de 
água; baixa (nula) resposta ao espessamento com sal; suavidade a pele; sempre pH 9. 
 
 
 
 
A produção do sabão ocorre via uma reação de saponificação com formação de um íon 
carboxilato, que pode ser obtido de um ácido carboxílico ou éster. Glicerídeos de óleos vegetais e gorduras 
animais sofrem hidrólise básica, comumente chamada saponificação, também produzindo sabões. 
 
Álcool graxo sulfatado 
Propriedades: detergência espuma; baixa tolerância à dureza de água. ÁIcoois graxos sulfatados 
são obtidos por sulfatação convencional de aIcoois com trióxido de enxofre, em processo contínuo e por 
sulfatação com ácido clorosulfonico, seguido por neutralização com uma base apropriada, como hidróxido 
de sódio, hidróxido de amônio, trietanolamina, etc. As reações químicas envolvidas são de substituição de 
um OH por um grupo SO3 por seguida por neutralização do ácido instável (substituição do H pelo Na 
formando um sal): 
 
R-CH2OH + SO3 → R-CH2SO4-H+ + NaOH → R-H2SO4-Na+ + H2O 
Álcool Graxo Intermediário instável Hidróx. De sódio Alquil Sulfato de Sódio 
 
Alcoois sulfatados são disponíveis comercialmente como lauril sulfato de sódio. A solubilidade 
de álcoois graxos sulfatados depende, além de sua estrutura, da sua concentração em solução aquosa e 
da temperatura. A solubilidade deste tensoativo aumenta com a elevação da temperatura e reduz com o 
aumento da concentração de eletrólitos. Porém, a atividade de superfície de alquil sulfatos aumenta com a 
adição de eletrólitos, devido à compressão da dupla camada elétrica e ao enfraquecimento das interações 
elétricas, com consequente aumento da adsorção do tensoativo nas interfaces. São usados em cremes 
dentais e xampus. 
 
 
Álcool graxo etoxilado sulfatado 
Propriedades: detergência espuma; alta solubilidade em água; excelente tolerância à dureza de 
água; excelente resposta ao espessamento com sal; suavidade a pele. 
Alcoois graxos etoxilados sulfatados são produzidos por sulfatação convencional de alcoois graxos 
etoxilados (2 a 3 moles de óxido de eteno por mol de álcool) da mesma forma que os alcoois sulfatados. 
As reações envolvidas são a de etoxilação do álcool graxo (em que ocorre à reação de um composto 
nucleofílico com um éter cíclico, normalmente bastante reativo), seguida pela reação de substituição do 
 
 
 
 
grupo OH pelo grupo SO3 que por sua vez é seguida por neutralização do ácido instável (substituição do H 
pelo Na formando um sal): 
 
 O 
 / \ 
R - H2OH + CH2 - CH2 → RO(CH2CH2O)nH 
ÁIcool graxo Óxido de eteno ÁIcool graxo etoxilado 
 
 
RO(CH2CH2O)nH + SO3→ R-O(CH2CH2O)nSO3H +NaOH→ R-O(CH2CH2O)nSO3Na + H2O 
Álcool Graxo Etoxilado Intermediário instável Alquil Éter Sulfato de Sódio 
 
 
Onde R= cadeia carbônica do áIcool, geralmente um áIcool laurílico C12-C14 70/ 30 
 n= número de moles de óxido de eteno (EO), geralmente de 2 a 3. 
 
 
 Álcoois graxos etoxilados sulfatados são disponíveis como lauril éter sulfato de sódio nas formas 
de líquido com 26% a 28% e de pasta com 68% a 72% de ativo. 
Alquil e alquil éter sulfossuccinatos: 
 
 Propriedades: detergência espuma; alta solubilidade em água; baixa tolerância à dureza de água; 
nula resposta ao espessamento com sal; suavidade a pele. 
São obtidos pela reação de condensação do anidrido maleico com um grupo hidroxila do áIcool 
laurílico etoxilado, originando o ácido monolauril éter maleico, que na sequência é sulfonado na dupla 
ligação com sulfito de sódio, obtendo-se o monolauril éter sulfussuccinato de sódio. 
Apresentam como os sulfatos e alquil éter sulfatos, ligações éteres e, desta forma, mostram-se 
também, instáveis em valores de pH muito altos ou muito baixos, além disto, o grupo carboxila confere 
 
 
 
 
características de sabão a estes tensoativos, formando sabões de cálcio em água dura. Também 
apresentam como subproduto da reação sulfito livre, que pode prejudicar a ação de conservantes do tipo 
isotiazolinonas. Dessa forma, é muito importante que a especificação de sulfito livre seja menor que 0,1%. 
 
Sarcosinatos 
Propriedades: detergência espuma; baixa solubilidade em água; tolerância à dureza de água; nula 
resposta espessamento com sal; suavidade a pele; co-tensoativo. 
Os sarcosinatos são obtidos pela reação de ácidos graxos com N-metilglicina (sarcosina) tendo 
como cátion neutralizante o sódio. São referidos como sabões interrompidos. A pH 5,5 a 6,0 são bons 
produtores de espuma, porém, como os sabões, formam precipitados que interferem com sua atividade 
frente a altas concentrações de minerais. 
 
Isetionatos 
Propriedades: hidrolisa em pH muito alto ou baixo; insolubilidade em água; bom dispersante de sabão de 
cálcio; suavidade a pele. 
Os isetionatos de acila (o mais conhecido é o cocoilisetionato de sódio) são obtidos pela 
condensação de cloretos de ácidos láuricos ou de ácidos graxos de coco com o sal sódico do ácido 
isotônico (isetionato de sódio). Produz boa espuma frente à água dura, sendo bons dispersantes de sabões 
de calcário, porém, como todos os ésteres, hidrolisam-se facilmente em pH muito alto ou muito baixo, além 
disto, sua baixa solubilidade à temperatura ambiente iriam torná-los inadequados para a obtenção de 
soluções transparentes. 
 
Não iônicos 
Em solução aquosa não sofrem ionização, não possuem carga. Sua solubilidade em água é devida 
à hidratação dos grupos hidrófilos (hidroxi, éter, amina, amida), via pontes de hidrogênio. São exemplos os 
alquilaril e alcoois etoxilados e etoxilados-propoxilados, ésteres de álcoois poli-hídricos (ésteres de 
sorbitan), amidas, óxidos de amina graxa e aminas etoxiladas. A hidratação dos produtos etoxilados por 
meio de pontes de hidrogênio com as moléculas de água é representada abaixo. 
 
 
 
 
 
 
 
Os principais grupamentos hidrófilos não iônicos são: 
Éter poliglicólico: -O - → alcoois etoxilados 
Hidróxi: -OH → ésteres de glicerol e ésteres de sorbitan 
Éster de ácido carboxílico: -COO(CH2CH~O)n H → ésteres de polietilenoglicol 
Alcanolamidas: RCONH-CH2-CH2-OH → alcanolamidas de ácido graxo 
Óxidos de amina: NδO → coco amina óxida 
 
Alcoois Graxos etoxilados e Alquil fenóis etoxilados 
Alcoois graxos etoxilados são obtidos por meio da reação de alcoois graxos com oxido de eteno 
(EO), utilizando catalisador básico (NaOH, KOH). A reação é chamada de alcoxilação (etoxilação, quando 
utilizado óxido de eteno ou propoxilação, quando utilizado óxido de propeno), que reagem um composto 
nucleofílico com um éter cíclico, normalmente bastante reativo. 
A molécula resultante possui uma parte hidrófoba que é a cadeia carbônica do álcool ou do 
alquilfenol e uma parte hidrófila que é o éter poliglicólico. Este último apresenta uma distribuição de 
homólogos de óxido de eteno. Na presença de um catalisador para distribuição estreita, são formadas 
menores quantidades de álcool graxo livre e etoxilados de baixo e alto peso molecular. Por isso é comum 
a nomenclatura éter poliglicólico de álcool graxo para esses tensoativos. Quanto maior o grau de etoxilação 
ou número de moles de óxido de eterno (EO), maior é a solubilidade em água. 
Óxido de propeno também pode ser utilizado como parte hidrofílica, porém a molécula se torna 
menos solúvel emágua, fazendo com que a maior parte dessas moléculas seja utilizada como emolientes 
(por exemplo: álcool estearílico 15 PO ou PPG 15 estearil éter, conforme nome CTFA). A cadeia carbônica 
do álcool graxo pode ser linear (álcool laurílico, cetílico, cetoestearílico) ou ramificada (isotndecílico, 
isodecílico). 
A vantagem dos tensoativos não iônicos etoxilados sobre os iônicos reside no fato que a porção 
hidrofílica da molécula pode ser ajustada à parte hidrofóbica. Com a adição de unidades de óxido de eteno 
na cadeia carbônica pode-se obter uma faixa ótima para as propriedades físico-químicas, sendo que para 
detergência a melhor cadeia é a Iáurica (C12-C14) e para compatibilidade cetoestearilica, estearílica e 
oleilica. 
Uma importante propriedade dos tensoativos não iônicos etoxilados é sua capacidade de 
solubilizar-se em substâncias polares ou apolares dependendo da quantidade de moles de óxido de eteno 
presente em sua molécula, sendo por isso muito utilizados como emulsionantes. O caráter hidrofílico ou a 
 
 
 
 
solubilidade em água aumenta paralelamente ao aumento do número de unidades de óxido de eteno na 
molécula e a solubilidade em óleo simultaneamente diminui. 
Aplicação em emulsionantes para creme, loções óleos de banho, solubilizante de essências, 
auxiliar de espessamento para xampus. 
 
Óxido de aminas 
Os óxidos de aminas são obtidos pela reação de aminas terciárias (alquil dimetil aminas, 
geralmente derivados da distribuição graxa do álcool graxo de coco) com peróxido de hidrogênio, 
apresentando bom desempenho como estabilizadores de espuma tornado-a rica, estável e cremosa em 
xampus e sabonetes líquidos. Em baixos valores de pH adquirem propriedades levemente catiônicas, 
atuando como condicionadores e agentes antiestáticos, porém em valores de pH muito baixo, devido a sua 
natureza pseudo-catiônica, podem causar alguma turvação quando usados em altas concentrações com 
alquilsulfatos. Em geral, a maioria dos sulfatos e alquil éter sulfatos em mistura com óxido de aminas na 
proporção de 9:1 resultam em sistemas límpidos em pH abaixo de 4. Propriedades: espuma e doador de 
viscosidade. Aplicação em detergentes, xampus e sabonetes líquidos. 
 
Alcanolamidas de ácido graxo de coco 
São obtidas pela condensação de ácidos graxos, tais como o láurico, mirístico, oléico e uma 
alcanolamina primária ou secundária como a monoetanolamina ou a dietanolamina. 
As dietanolamidas podem ser obtidas diretamente do óleo vegetal (amida 60 ou 80) ou do éster 
metílico (amida 90). Essas 2 formas de reação (amidação direta do óleo e amidação do éster metílico) 
diferenciam a pureza das amidas. A primeira fornece uma amida 80 onde se tem 80 a 84% de amida, 8 a 
10% de glicerina livre, 3 a 5% de amina livre e o restante é um éster de amina graxa (RCOOCH2CH2NH2), 
ou seja, um sabão de amina. 
A amida 60 possui 60% de pureza como amida, 20% de dietanolamina livre, 8% a 10% de glicerina 
livre e o restante é um sabão de amina. Essa amida 60 é eficiente como estabilizador de espuma, porém 
produz xampus muito alcalinos, além de conter sabão em sua formulação, fazendo com que seu uso em 
cosméticos seja praticamente descartado. O segundo processo fornece uma amida 90 ou superamida com 
90% a 94% de pureza, 3% a 5% de amina livre, 1% a 1,5% de glicerina e o restante é o éster metílico que 
não reagiu, pois o metanol é retirado do produto. Em todos os casos, a amina livre eleva o pH do xampu, 
que podem ser corrigidos pelo uso de ácido cítrico. Propriedades: espuma; doador de viscosidade; sobre 
engorduramento. Aplicação como cotensoativo para xampus e sabonetes líquidos. 
 
 
 
 
 
 
Tensoativos derivados de poliois não iônicos 
Propriedades: emulsionantes, solubilizantes de essências, redutores de irritação em xampus, 
espessantes e perolizantes. Aplicação em xampus, sabonetes líquidos, cremes e loções. 
São obtidos da esterificação de polióis hidrofílicos como glicol, sorbitol, glicerina, poliglicerina, 
pentaeritriol ou glucosídeos com ácidos graxos. A parte hidrofílica é representada por grupos OH, que 
também podem ser etoxilados para dar maior solubilidade ao éster. Exemplos são os sesteres de sorbitan 
e ésteres de sorbitan etoxilados. 
 
Alquilpoliglicosídeos 
Propriedades: cotensoativos para aumento de espuma e viscosidade, redução de irritação. 
Aplicação em sabonetes líquidos e xampus anticaspa e antiqueda. 
São sintetizados pela reação da glicose do milho com alcoois graxos. Apresentam boa 
solubilidade em água e boa tolerância a eletrólitos. São considerados bons detergentes, estabilizantes de 
espuma, incrementadores de viscosidade e reduz a irritação à pele provocada por tensoativos aniônicos. 
Adicionalmente apresentam alto grau de biodegradabilidade. 
 Apresentam forma pastosa devendo ser aquecidos entre 50°C a 60°C para ser utilizado no 
xampu. 
 
Catiônicos 
Agente tensoativo possuindo um ou mais grupamentos funcionais que, ao se ionizar em solução 
aquosa, fornece íons orgânicos carregados positivamente. 
 
Compostos Quaternários de amônio QACs 
Propriedades: incompatíveis com tensoativos aniônicos, não toleram água dura, íons Fe e metais 
pesados. Atuam por neutralização de carga no cabelo. 
São preparados pela reação de aminas terciárias com um agente de quaternização que pode 
ser cloreto de metila, cloreto de benzila, dimetil sulfato ou haletos de alquila (cloreto ou brometo de laurila). 
A partir dos ácidos graxos, principalmente de sebo, podem ser produzidos os quaternários de amônio. 
O processo consiste na reação de ácido graxo com amônia, formando um sal de amônio de 
 
 
 
 
ácido graxo que é desidratado (perda de uma molécula de água), formando uma amida que é desidratada 
a uma nitrila. Esta última é hidrogenada (reação de adição de hidrogênios ao composto contendo ligações 
insaturadas, geralmente na presença de catalisadores metálicos como o níquel) para formar uma amina 
primária ou secundária. 
Essas aminas são então reagidas (metiladas) com formaldeído, formando uma amina terciária 
que posteriormente é quaternizada (metilada) com cloreto de metila formando o quaternário de amônio. 
Álcoois graxos, principalmente cadeias C12 a C16, podem também ser utilizados na fabricação 
de quaternános de amônio, usados como bactericidas em loções higienizantes. O áIcool graxo é reagido 
com dimetil amina para formar uma amina graxa terciária que é então reagida com cloreto de benzila para 
formar o cloreto de alquil dimetil benzil amônio ou mais conhecido como cloreto de benzalcônio, que, 
geralmente, possui pureza de 50%. 
São disponíveis comercialmente em soluções aquosas ou água etanol em concentrações que 
variam de 25% a 75% de ativo como quaternário de amônio. São incompatíveis com tensoativos aniônicos, 
mas podem ser usados em baixas concentrações em xampus baseados em misturas de tensoativos 
aniônicos e anfóteros. Água dura, ferro e metais pesados reduzem a atividade dos quateniários por 
precipitação. 
Os quaternários de amônio contendo cadeias alquila C12 - C18 são usados há décadas na 
elaboração de condicionadores e como agentes bactericidas, em enxaguatórios bucais e loções de limpeza 
ou higienizantes. 
A função dos quateniários de amônio como condicionadores ou bactericidas depende da cadeia 
carbônica e do radical, conforme tabela abaixo. 
 
TABELA 6 - SAIS DE AMÔNIO QUATERNÁRIO 
CADEIA GRAXA FUNÇÃO 
Láurica-mirística Melhor ação bactericida 
Cetílica Emoliência e condicionamento 
Estearílica Amaciamento e lubrificação 
 
RADICAL FUNÇÃO 
Metila Melhor oleosidade 
 
 
 
 
Etila Aumenta o efeito bactericida 
Benzila Maior oleosidade, efeito bactericida. 
 
Os mais efetivos como bactericidas são aqueles com dez a 14 átomos de carbono na cadeia graxa 
e radicais etilbenzil, atuando por inibição enzimática, desnaturação proteica e lesão da membrana 
citoplasmática, com vazamento dos constituintes celulares. São altamenteeficientes contra bactérias gram-
positivas, fungos e leveduras, mas possuem baixa eficiência contra bactérias gram-negativas (coliformes), 
vinis e esporos (mas pode ser esporostático). Seu efeito contra bactérias gram-negativas pode ser 
potencializado por meio do uso de EDTA, pois este possui efeito quelante para alguns compostos da parede 
celular, facilitando a penetração do quaternário por meio da membrana celular. 
 
Polímeros quaternários 
 Propriedades: compatível com LESS até 5%, pouca lubricidade ao fio. Diversos são os polímeros 
pertencentes a este grupo, dentre eles destacam-se: 
 
 Polyquartenium 10: é um sal obtido da reação de sal polimérico de amônio quaternário da 
hidroxietilcelulose com epóxido substituído do trimetilamônio. Possui a forma de pó branco fino de 
odor fraco de amina. É excelente condicionador a úmido e a seco, dando maleabilidade e corpo 
aos cabelos, fornecendo brilho e podendo auxiliar a restauração de pontas quebradas. Utilizado 
em xampus infantil e adulto. Em sabonete Iíquido diminui a irritação à pele. Em loção e creme de 
barbear proporciona toque sedoso. Por ser de origem catiônica, é necessário um balanço 
adequado com os tensoativos aniônicos para evitar turvação ou precipitação da formulação. 
 
 Polyquartenium 7: é um sal de copolímero de amônio quaternário preparado a partir de acrilamida 
e cloreto de dimetilamônio, cuja descrição química é copolímero 30/ 70 de cloreto de dialil-dimetil-
amônio e acrilamida em 8,5% de solução aquosa e conservado com 0,1% de metilparabeno e 
0,02% de propilparabeno. Promove condicionamento e lubrificação aos cabelos e à pele via 
atração eletrostática da carga catiônica com os sítios aniônicos do cabelo. Adicionalmente confere 
brilho e volume aos cabelos e proporciona espuma mais rica e abundante à formulação. É solúvel 
em água, produzindo formulações claras. Pode ser utilizado em xampus, em sabonetes líquidos, 
em cremes de barbear e em cremes e loções para a pele. 
 
 
 
 
 
 Poliquatenium 44: É produto em solução a 6% de ativo. Reduz o grau de irritação a pele das 
formulações contendo tensoativos aniônicos. Fornece xampus transparentes com espuma 
cremosa e com alto poder de condicionamento aos cabelos sem efeito build-up. Melhora a 
penteabilidade a úmido e a seco deixando os cabelos com toque agradável e com volume. Em 
produtos para a pele proporciona condicionamento, maciez e aumenta o grau de hidratação. Em 
formulações de protetores solares atua como um potencializador na obtenção de altos FPS. 
 
Anfóteros 
São compostos tensoativos caracterizados por uma estrutura molecular contendo dois diferentes 
grupos funcionais com caráter aniônico e catiônico (um átomo de N na forma quaternária ou protonizada e 
também um ânion carboxílico). Quando em solução aquosa ionizam-se para produzirem ânions ou cátions, 
dependendo do pH. Em meio básico comportam-se como tensoativos aniônicos, em meio ácido, como 
catiônicos e na forma de zwitterions8 em pH neutro. 
Os anfóteros têm alta compatibilidade com a pele e mucosas, consequência de sua estrutura 
análoga à das proteínas. Reduzem a instabilidade dos alquil sulfatos e alquil éter sulfatos, proporcionam 
aumento de viscosidade, estabilização de espuma e condicionamento ao cabelo. 
 
Anfótero betaínico 
Propriedades: detergência espuma; alta solubilidade em água; baixa tolerância à dureza de água; 
nula resposta ao espessamento com sal; suavidade a pele. Em pH ácido se comportam como catiônicos, 
porém em pH alcalino não apresentam como aniônicos, mas com carga negativa mais evidenciada. 
Aplicação como cotensoativo para aumento de espuma, viscosidade e redução da irritação para xampus, 
sabonetes líquidos, loções higenizantes. 
 
Anfótero Imidazolinico 
Propriedades: suavidade a pele e olho. São derivados carboxilados da imidazolina de ácidos 
graxos de coco, anfoterizada, e ionicamente balanceada. Aplicação em xampus infantis. 
 
8 Zwitterions é um composto com grupos ácidos e básicos na mesma molécula. Quando em 
solução neutra a maioria de zwitterions do pH são consequentemente anions negativamente 
carregados e cátions ao mesmo tempo positivamente carregados. Zwitterions tem geralmente 
uma solubilidade elevada na água devido a seus grupos carregados e uma solubilidade pobre 
em a maioria de solventes orgânicos. 
 
 
 
 
 
 Seleção e uso de agentes tensoativos 
 
 Detergência: é um processo complexo que implica na umectação de um substrato (pele ou cabelo), 
na eliminação da sujidade, na emulsificação da gordura eliminada e na estabilização da emulsão; 
 Umectância: todos os agentes tensoativos possuem certa propriedade umectante; 
 Espumante: junto com a detergência, geralmente deseja elevados volumes de espuma e espumas 
estáveis; 
 Emulsificação: um bom agente emulsificante requer uma unidade hidrófoba ligeiramente maior de 
que a de um umectante; 
 Solubilização: todos aos agentes tensoativos acima de sua concentração micelar crítica (CMC) 
possuem propriedades solubilizantes. Este é muito importante quando quer incorporar um perfume 
a um componente orgânico insolúvel e em um produto transparente, como um xampu. 
 
 
 Propriedades biológicas dos tensoativos 
 Efeitos dermatológicos: umedecem e retiram o sebo sobre a superfície da pele. Quando mal 
empregados podem causar fissuras, secura da pele; 
 Biodegradação: devido alguns tensoativos sintéticos não serem degradados pelas bactérias das 
águas residuais o emprego de tensoativos biodegradáveis é recomendável, quando não é 
obrigatório; 
 Efeitos toxicológicos: os tensoativos não são uma classe de compostos com elevada toxicidade. 
Os produtos catiônicos são os mais tóxicos dentre eles. 
 
 
A Micela 
Após certa concentração, as moléculas de tensoativo, na solução, passam a se agregar sob a 
forma de micelas (FIGURA 38). São as micelas os "entes" da solução responsáveis pela catálise micelar e 
pela solubilização de gorduras. 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 38 – MICELA 
 
FONTE: Disponível em: < http://ltc.nutes.ufrj.br/toxicologia/mII.digs.htm> Acesso em: 06 Marc. 2012. 
 
 
O processo de micelização 
Uma das características comum a todos os tensoativos é a capacidade de formar agregados em 
solução aquosa a partir de uma determinada concentração. Esses agregados são denominados micelas. 
A concentração onde inicia o processo de formação das micelas (micelização) é chamada de concentração 
crítica micelar, CMC, que é uma propriedade intrínseca e característica do tensoativo. 
 
 
Por que se formam as micelas? 
A principal razão que leva os monômeros de tensoativo a se associarem sobre a forma de 
micelas é a diminuição da área de contato entre as cadeias hidrocarbônicas do tensoativo e a água. 
A formação do agregado, porém, leva o tensoativo a uma situação em que os grupos hidrofílicos 
(cabeças) estão muito próximos, gerando uma repulsão eletrostática que se opõe ao processo de 
micelização. Aqui os contraíons desempenham um papel fundamental: quando em concentração suficiente 
(proveniente da própria ionização do tensoativo ou, ainda, como aditivos à solução), blindam a carga do 
agregado, diminuindo o potencial elétrico e a repulsão entre as cabeças dos monômeros. 
 
Contraíons 
Os tensoativos iônicos se dissociam, em solução aquosa, resultando em duas espécies 
hidratadas: um cátion e um ânion, ou seja, o monômero do tensoativo e seu respectivo contraíon. 
O Dodecil Sulfato de sódio, por exemplo, é um tensoativo aniônico, e seu contra-íon é o cátion 
Na+ 
 
 
 
 
FIGURA 39 - CONTRAÍONS 
 
FONTE: Arquivo pessoal do autor 
 
 
GRAU DE IRRITAÇÃO DOS TENSOATIVOS: 
 
- -------------------------------------------------------------------------------► + 
Não iônicos e anfóteros —> aniônicos  catiônicos 
 
 
8.2 UMECTANTES 
 
São substâncias higroscópicas e como tais, tem propriedade dereter água tanto sobre a pele e 
cabelo, auxiliando na sua hidratação como na formulação, evitando a formação de crostas na superfície 
dos cremes. Os umectantes podem pertencer aos grupos das funções orgânicas de poliois ou glicóis, 
poliglicóis, hidratos de carbono, derivados de ácidos carboxílicos, ureia, aminoácidos e complexos de 
aminoácidos, proteínas hidrolisadas e fosfolipídios. 
 
Polióis 
São álcoois contendo mais de um grupo – OH por molécula e por isso chamados de glicóis. São 
compostos líquidos de média a baixa volatilidade, solúveis em água, muito estáveis em ampla faixa de pH 
e na presença de meio ácido ou alcalino e muito higroscópicos, pois os seus grupos hidroxilas fazem pontes 
de hidrogênio com água. Apresentam toque untuoso sobre a pele. 
 
 
 
 
A glicerina é um subproduto da fabricação do sabão, sendo empregado em cremes, loções, 
cosméticos medicinais, sabonetes líquidos e em barras, detergentes, alimentos e adicionado nos produtos 
do tabaco para conservá-los úmidos. 
O sorbitol e o manitol são classificados como álcoois hexahidricos. O sorbitol é muito utilizado 
em cremes e loções cosméticas como umectante. Possui maior capacidade de reter água via pontes de 
hidrogênio que a glicerina e por isto é muito importante sua utilização em cremes comercializados nas 
regiões secas. 
 
 
Poliglicóis (ou ésteres poliglicólicos) 
 São compostos derivados de etileno ou propilenoglicol. Os polietilenoglicois geralmente são 
obtidos a partir da reação do dietilenoglicol com óxido de eteno e os polipropilenoglicol a partir do 
dipropilenoglicol com óxido de propeno. 
 Polietilenoglicois são solúveis em água e higroscópicos. No entanto sua aparência física depende 
do grau de etoxilação (n) e por consequência, do peso molecular. 
 Para aplicações em cremes, loções, xampus e sabonetes líquidos os polietilenoglicóis de menor 
peso molecular são mais indicados em razão de sua finalidade de umectação da pele e cabelo e brilho dos 
cabelos. Para sabonetes em barras e cremes dentais os de peso molecular intermediário, para evitar 
rachaduras nos sabonetes e para evitar ressecamento do creme dental. Para a função de espessar xampus 
os de peso molecular maior são os indicados. 
 
Hidratos de carbono 
O nome hidrato de carbono, ou carboidratos, não refletem a natureza real destes compostos. Os 
hidratos de carbono são melhores definidos como aldeídos ou cetonas que são ao mesmo tempo polióis. 
Exemplos se incluem os açúcares, amidos, celulose e outros compostos que são encontrados em todos os 
organismos vivos. 
 
Derivados de ácidos carboxílicos 
Os ácidos carboxílicos tais como lático, cítrico, glicólico reagem com bases para formar sais 
orgânicos com capacidade de hidratar a pele. Exemplos são os lactato de sódio e amônio, citrato de sódio 
e o glicolato de sódio. 
 
 
 
 
Ureia 
É produzida a partir da reação entre o dióxido de carbono e amônia. Apresenta forma sólida, 
sendo muito higroscópica. É excelente umectante para pele em cremes e loções cosméticas e um bom 
hidrótopo para melhorar a solubilidade de ativos aniônicos. 
 
Aminoácidos e proteínas 
As proteínas são compostas de alto peso molecular, constituídas por muitos aminoácidos ligados 
entre si. Aminoácido é uma molécula bifuncional que possui os grupos amino e ácido carboxílico. 
Os aminoácidos mais usados em cosmética são os de colágeno, seda, leite e elastina. 
 
8.3 EMOLIENTE 
 
São responsáveis pelo espalhamento e lubrificação da pele e cabelo, que juntamente com os 
umectantes serão responsáveis pela hidratação da pele e cabelo. São responsáveis nas formulações por 
consistência e aparência. 
 
Hidrocarbonetos 
São compostos que contém unicamente hidrogênio e carbono, podendo ser ramificados ou não, 
saturados ou insaturados, cíclicos ou acíclicos, alifáticos ou aromáticos. 
 
 Óleo mineral; 
 Vaselina; 
 Parafina; 
 Ozoquerita; 
 Ceresina; 
 Cera microcristalina; 
 Esqualeno. 
 
Álcoois graxos 
 Na molécula de um álcool, o grupo – OH substitui um átomo de hidrogênio de um alcano. Podem 
 
 
 
 
ser de origem animal ou vegetal. 
 
 Saturados: laurílico; cetílico; estearílico; miristílico. 
 Instaurados: oleílico. 
 
 
Éteres 
São compostos de fórmula geral R – O – R’, onde os dois grupos hidrocarbônicos não são 
necessariamente os mesmos. O emoliente mais usado em cosméticos e que é classificado como éter 
poliglicosídeo é o PEG 15 estearil éter. 
 
 
Ácidos carboxílicos 
A oxidação de um aldeído produz um ácido carboxílico. Estes ácidos possuem grupo funcional 
– COOH, chamado grupo carboxila. Exemplo é o ácido esteárico. 
 
 Saturados: láurico; esteárico; mirístico; palmítico. 
 Instaurados: oleico; linoleico. 
 
Ésteres 
Possuem a fórmula geral RCOOR’ e podem ser sintetizados. Os ésteres de baixo peso molecular 
são solúveis em água, como resultado da ponte de hidrogênio entre a água e o oxigênio carboxílico. 
Entretanto, à medida que seu peso molecular aumenta, sua solubilidade diminui e então esses ésteres 
podem apresentar excelente capacidade lubrificante e de espalhamento sobre a pele, sendo por isso 
utilizados como emolientes e como espessantes de cremes e loções cosméticas. Exemplos são os 
triglicerídeos do ácido cáprico/caprílico. 
 
Silicones 
Fornecem diversas propriedades além de emoliência, tais como ação antiespumante, doador de 
brilho, agente de antipegajosidade, lubrificante, protetor da pele e veículos. Exemplos são os dimeticones 
 
 
 
 
ou óleos de silicone. 
 
 
8.4 ESPESSANTES 
 
 Os espessantes orgânicos dividem-se por sua vez em duas classes: 
1) os espessantes de fase oleosa, que são insolúveis em água e solúveis em óleo, sendo 
chamados por isto de agentes de consistência. São empregados em cremes, loções e condicionadores; 
2) Os espessantes de fase aquosa, que são normalmente insolúveis na fase oleosa. Os 
espessantes inorgânicos são geralmente eletrólitos tais como cloreto de sódio, citrato de sódio, fosfato de 
sódio ou amônio e os aluminosilicatos. 
 
Agentes de consistência: 
 Álcoois graxos 
 Monoestearato de gliceríla 
 Ésteres de álcoois e ácidos graxos 
 Ceras naturais e minerais, óleos e gorduras 
 
Espessantes 
 CMC – carboximetilcelulose 
 HEC – hidroxietilcelulose – natrosol 
 Vinílicos: Carbômero, PVP, álcool polivinílico 
 Polissacarídeos: amido, agar-agar, carragenados, gomas, alginatos. 
 
8.5 ALCALINIZANTES E NEUTRALIZANTES 
São usados em cosméticos para conferir alcalinidade às soluções, para neutralizar ácidos graxos 
e obter sabões, umectantes, géis de carbomeros e corrigir pH. Podem ser de origem inorgânica e orgânica. 
 
 TEA – trietanolamina; 
 NaOH. 
 
 
 
 
8.6 ACIDIFICANTES E NEUTRALIZANTES 
 
Os ácidos mais usados em cosméticos são os orgânicos. São usados para obtenção de sabões 
e umectantes e correção de pH. 
 Ácido cítrico; 
 Ácido fosfórico. 
 
 
8.7 SEQUESTRANTES 
São componentes que apresentam capacidade de complexar íons metálicos e alcalinos terrosos 
(Fé, Cu, Mg) que causam danos às formulações cosméticas, pois precipitam com tensoativos, promovem 
a oxidação de componentes graxos insaturados e são componentes vitais dos microorganismos. 
 
 EDTA; 
 Citrato de sódio. 
 
Fazem sinergismo com conservantes, sequestrando oligoelementos necessários ao 
metabolismo dos microorganismos ao mesmo tempo em que aumentam a permeabilidade da membrana 
celular, potencializando sua ação. Os conservantes usualmente potencializados são o metil parabeno, o 
propilparabeno, o formaldeído, entre outros. 
Do mesmo modo, fazem sinergismo com os antioxidantes, eliminando os íons ferro e cobre 
responsáveis pela catálise metálica no processo oxidativo de óleos e gorduras. 
O agente sequestrante é chamado comumente de composto complexo. Existem diversas teorias 
que explicam como se dá a ação dos sequestrantes, que se traduzem nas teorias de formação de íons 
complexos,das quais se destaca a teoria de Lewis. Do ponto de vista da teoria de Lewis, todos os 
compostos complexos possuem grupamentos contendo átomos com pares de elétrons não compartilhados, 
atuando como um excelente grupo elétron-doador. Por outro lado, os íons metálicos são excelentes 
aceptores de elétrons, uma vez que possuem orbitais atômicos vazios (orbitais d). A existência de um grupo 
elétron-doador e de um grupo elétron-receptor é a condição necessária e suficiente para a ocorrência de 
reação química, neste caso, chamada reação de complexação, em que a ligação química formada é 
chamada de ligação covalente coordenada. 
 
 
 
 
Após esse raciocínio, fica fácil descobrir porque a ação do sequestrante é pH dependente: para 
valores de baixo pH o íon hidrogênio atua como receptor de elétrons competindo com o íon metálico e para 
valores de pH elevados o íon hidróxido atua como elétron-doador competindo pelo metal, muitas vezes 
causando sua precipitação, já que muitos hidróxidos de metais são insolúveis. 
A maioria das reações de complexação se dá na relação de uma molécula do íon complexo para 
um íon metálico. Daí decorre a necessidade da utilização de água desmineralizada ou deionizada nas 
formulações cosméticas, já que esta contém baixa concentração de íons dissolvidos, permitindo o uso de 
mínimos teores de sequestrantes, não onerando, portanto a formulação. 
 
Problemas causados pela presença de íons metálicos em formulações cosméticas: 
 Reação com os componentes amínicos para formar produtos insolúveis; 
 Muitos corantes estão sujeitos a alterações e até precipitações na presença de íons 
metálicos; 
 A oxidação de corantes e fragrância é catalisada por quantidades mínimas de íons 
metálicos como Fe3+, Cu2+, Mn2+; 
 Alguns antimicrobianos são inativados pela contaminação com metais. 
 
Benefícios dos agentes sequestrantes em formulações cosméticas: 
 Mantêm a transparência de sistemas que podem turvar com a presença de metais, 
formando compostos insolúveis ou pouco solúveis; 
 Protegem componentes de fragrâncias que podem reagir ou ser oxidado com a presença 
de traços de metais; 
 Estabilizam polímeros doadores de viscosidade, pois pode ocorrer certo grau de 
“despolimerização” destes componentes em presença de metais provocando queda de viscosidade e 
turvação do sistema com o tempo; 
 Previnem rancidez e formação de outros odores provenientes da decomposição de ativos 
e óleos no sistema; 
 Previnem descoloração em produtos contendo tioglicolato ou PABA; 
 Retardam a decomposição de sulfitos; 
 Ajudam no combate a bactérias Gram (-), fungo e leveduras; 
 Melhoram o brilho dos cabelos, impedindo que depósitos de cálcio e magnésio 
permaneçam sobre os mesmos; 
 Ajudam a manter a cor dos cabelos após tingimento; 
 Impedem que cremes antiperspirantes manchem as roupas de amarelo; 
 
 
 
 
 Previnem a oxidação de vitaminas; 
 Melhoram o poder de limpeza dos limpadores de dentadura; 
 Inibem a formação de amônia proveniente da degradação da ureia. 
 Amolecedores de cutícula quando acondicionados em vidros, geralmente turvam por 
ataque alcalino ao vidro, que pode ser inibido pela adição de sequestrantes. 
 
 
8.8 CONSERVANTES 
 
Contaminação microbiana 
Alguns dos principais contaminantes em matéria-prima e produtos cosméticos são 
microorganismos dos seguintes gêneros: 
 pseudomonas; 
 enterobacter; 
 klebsiella; 
 staphylococcus; 
 Fungos e leveduras. 
 
Esses micro-organismos provêm de alguma fonte de contaminação, ou seja, do ambiente, do ser 
humano, dos equipamentos usados na fabricação dos produtos cosméticos e podem ter origem nas más 
condições de limpeza. 
Os conservantes são aquelas substâncias que adicionadas aos produtos tem como finalidade 
preservá-los de danos causados por micro-organismos durante a estocagem, ou mesmo de contaminações 
acidentais produzidas pelos consumidores durante o uso. 
Para cada tipo de agente conservante e dependendo da formulação existe uma concentração 
máxima permitida, que deve ser seguida rigorosamente. 
A presença de água e de vários componentes orgânicos nas formulações é que favorecem a 
proliferação dos microorganismos. Quando esta realmente acontece, alguns fatores que envolvem produto, 
produtor e consumidor devem ser considerados: 
 
 Alteração do produto; 
 
 
 
 
 Credibilidade do fabricante; 
 Saúde do consumidor. 
 
Requisitos básicos: 
 Boa solubilidade em água; 
 Boa estabilidade; 
 Ser inodoro e incolor; 
 Ser economicamente viável; 
 Ser atóxico; 
 Ser efetivo a baixas concentrações. 
 
Exemplos: 
 Ésteres do ácido benzoico com função fenólica ou parabenos; 
 Lmidazolidinílureia; 
 Isotiazolinonas; 
 Álcool benzílico; 
 Álcool etílico (acima de 20%); 
 Fenoxetanol; 
 p-clorometaxilenol; 
 
 
8.9 ANTIOXIDANTES 
Substâncias que inibem ou bloqueiam o processo de oxidação dos componentes de uma 
formulação cosmética, farmacêutica ou de outros produtos susceptíveis a oxidação. Na indústria cosmética, 
os componentes mais propensos à oxidação são as fragrâncias, os corantes, os ativos e, principalmente, 
os óleos vegetais e alguns emolientes. 
A oxidação pode se manifestar principalmente por modificações do odor e da cor podendo até 
provocar irritações no tecido cutâneo. O odor desagradável é devido à formação de aldeídos, cetonas e 
ácidos estranhos as ao produto. 
A deterioração de óleos e gorduras pode se dar pela ação de enzimas, microorganismos, 
oxigênio e presença de traços de metais. 
 
 
 
 
Auto-oxidação acontece quando um composto insaturado, como um triglicerídeo, por exemplo, 
entra em contato com oxigênio, uma dupla ligação no carbono alfa pode ser rompida por um radical livre 
de oxigênio. Na etapa inicial, catalisada por calor, luz e traços de metais, o carbono alfa perde o hidrogênio. 
O glicerídeo que assim se forma é muito instável e reage facilmente com oxigênio. Em seguida o radical 
graxo livre degrada-se em compostos orgânicos de cadeia curta, tais como radicais peróxidos e 
hidroperóxidos livres. Resultam, no final da sequência, misturas de aldeídos, cetonas, álcoois e ácidos, de 
odor, paladar e cor desagradáveis. Em óleos vegetais este processo desenvolve-se rapidamente na forma 
de reações em cadeia. 
Mecanismo simplificado do processo de auto-oxidação 
 
Estágio de indução 
R – H → R° + h° 
(processo fotoquímico, reações com ozônio ou por estresse molecular que levem à cisão 
homolítica da ligação) 
 
Estágio de propagação 
 
R° + O2 → RO2° 
RO2° + RH → RO2H + R° 
Estágio de terminação 
R° + R° → R-R (pouco provável) 
RO2° + H° → RO2H 
RO2° + R° → RO2R 
RO2° + RO2° → ROH + RCOR + RCHO + O2 
 
Antioxidantes verdadeiros: interrompem as cadeias de radicais livres 
 BHT butilhidroxi-tolueno; 
 BHA butilhidroxi-anisol; 
 Galatodepropila; 
 
 
 
 
 Tocoferol. 
 
Antioxidantes que atuam sofrendo oxidação (agentes redutores) 
 Metabissulfito de sódio; 
 Bissulfito de sódio; 
 Ác. Ascórbico (vit.C); 
 Palmitato de ascorbila. 
 
Antioxidante que atua por mecanismos preventivos: 
 EDTA (ác. Etilenodiaminotetracético). 
 
 
8.10 TABELA RESTRITIVA DE SUBSTÂNCIAS 
 
A lista restritiva contém substâncias que podem ser adicionadas aos produtos de higiene pessoal, 
cosméticos, perfumes e outros de natureza e finalidade idênticas, obedecendo aos limites, restrições, 
condições de uso e advertências de rotulagens específicas para cada uma das substâncias. A tabela 
completa encontra-se na Resolução RDC nº 215, de 25 de julho de 2005. 
 
TABELA 7 - SUBSTÂNCIAS QUE OS PRODUTOS COSMÉTICOS PODEM CONTER SUJEITOS 
ÀS RESTRIÇÕES E CONDIÇÕES ESTABELECIDAS 
Nº 
Orde
m 
Subs-
tância 
Campo de 
Aplicação 
ou Uso 
Concentraç
ão Máxima 
Autorizada 
Outras 
Limitações ou 
Requerimentos 
Condições de Uso e Advertências 
1 Ácido 
bórico. 
a) talcos; 
b) produtos 
para higiene 
oral; 
c) outros 
produtos.a) 5%; 
b) 0,5%; 
c) 3%. 
a) Não poderá 
ser usado em 
produtos para 
crianças 
menores de 3 
anos de idade. 
a) Não usar em crianças menores de 3 
anos de idade. 
2 Hidroq
ui-
nona 
a) Corante 
de oxidação 
para 
cabelos; 
b) Clareador 
de pele 
localizada. 
a) 2%; 
b) 2%. 
. a) Não usar para tingir o buço ou 
sobrancelhas. Enxaguar imediatamente 
se o produto entrar em contato com os 
olhos. Contém hidroquinona; 
b)Contém hidroquinona. 
Evitar contato com os olhos. Aplicar 
sobre pequenas áreas. Se surgir irritação 
suspender o uso. Não usar em crianças 
com menos de 12 anos. 
 
 
 
 
8.11 LISTA DE SUBSTÂNCIAS DE USO PROIBIDO 
 
Fica proibido o uso em produtos cosméticos das substâncias das categorias I e II do IARC e 
outras referências internacionais, classificadas como cancerígenas mutagênicas ou tóxicas para a 
reprodução. A lista completa encontra-se na Resolução RDC nº 48, de 16 de março de 2006. 
 
 Aceglumato de deanol∗ (Acetoglutamato); 
 Espironolactona*; 
 Metotrexato*; 
 Ácido Aminocaproico* e seus sais; 
 Ácido Tricloroacético; 
 Epinefrina*; 
 Alcoois acetilenicos, seus ésteres, éteres e sais; 
 Substâncias com efeitos androgênicos; 
 Óleo de antraceno; 
 Antibióticos; 
 Arsênico e seus compostos; 
 Benzeno; 
 Bromo elementar; 
 Tetracaína* e seus sais; 
 Fenilbutazona*; 
 Colchicina, seus sais e derivados; 
 Metformina* e seus sais; 
 Dinitrato de Isossorbida*; 
 Efedrina e seus sais; 
 Fluorouracil*; 
 Progestogênios; 
 Estrógenos; 
 Pilocarpina e seus sais; 
 Hioscina, seus sais e derivados; 
 Estricnina e seus sais. 
 
 
 
 
 
 
9 SISTEMAS EMULSIONADOS 
 
Emulsões são sistemas termodinamicamente instáveis, nos quais há a mistura de dois líquidos 
imiscíveis, dispersos entre si como gotículas e/ou cristais líquidos. 
Produtos emulsionados têm uso extenso, com as mais diversas finalidades, em áreas 
cosméticas, farmacêuticas, industriais, alimentícias, agricultura, transporte de materiais perigosos, 
detergentes, entre outros. A formulação e o controle das variáveis do processo de fabricação nos permitem 
obter emulsões com características adequadas à finalidade específica desejada. 
A estabilidade das emulsões deve-se principalmente ao uso de tensoativos na sua preparação, 
compostos anfifílicos em cuja molécula existe grupamentos hidrófilos e lipófilos, que se posicionam entre 
as duas fases da emulsão (aquosa e oleosa), originando a película interfasial que diminui a tensão entre 
elas estabilizando o sistema. O balanço entre as duas porções moleculares com características opostas 
dessas substâncias é denominado EHL - equilíbrio hidrófilo-lipófilo. Este representa um sistema de 
classificação dos tensoativos, tendo como base os parâmetros de solubilidade desses compostos em 
solventes polares e/ou apolares. 
Neste sistema, introduzido por Griffin em 19492, uma escala numérica adimensional de valores 
entre 1 e 20 é usada para descrever a natureza do agente tensoativo, sendo que os valores de EHL 
aumentam de acordo com a hidrofilia da molécula. O equilíbrio hidrófilolipófilo de um tensoativo é uma 
propriedade importante no processo de emulsificação, posto que determina o tipo de emulsão que tende a 
produzir. Agentes emulsivos de EHL baixo tendem a formar emulsões água/óleo, ao passo que aqueles 
com EHL alto formam emulsões óleo/água. Portanto, o conhecimento dos valores de EHL permite predizer 
o tipo de comportamento esperado do composto, fornecendo desta forma orientação para suas aplicações 
práticas conforme demonstrado a seguir: 
TABELA 8 - ESCALA DE GRIFINN 
Comportamento em água Faixa de EHL 
Emulgentes A/O 4 – 6 
Agentes umectantes 7 – 9 
Emulgentes O/A 8 – 18 
Detergentes 13 – 15 
Solubilizantes 15 – 18 
 
 
 
 
 
 
Os métodos de determinação do EHL são classificados em três categorias, sendo elas (1) o 
método teórico, relacionando o EHL de um tensoativo com sua estrutura molecular; (2) o método direto, 
comparando visualmente o comportamento de tensoativos com padrões de EHL conhecidos e (3) métodos 
indiretos, relacionando componentes físico-químicos mensuráveis com o EHL dos compostos. 
Representando a metodologia teórica, calcula-se o EHL dos compostos pelo método de Davies, 
que se baseia na atribuição de valores para grupamentos presentes na molécula de tensoativo, na soma 
desses valores e na aplicação dos mesmos em equação que fornece o EHL e no método de Griffin, que 
propõe o cálculo do EHL para produtos nos quais o grupo hidrofílico é composto apenas por derivados do 
óxido de etileno. 
Os números correspondentes ao EHL de alguns produtos são frequentemente indicados em 
literatura como “valores compreendidos em uma faixa entre dois pontos”, muitas vezes não próximos, como 
para a família dos óleos de origem vegetal em que a referência de EHL fica compreendida entre seis e 12. 
Esta situação dificulta de maneira significativa à elaboração de sistemas emulsionados estáveis. 
Demonstra-se, portanto, a importância de resgatar técnicas que possam ser realizadas com instrumental 
comumente disponível em laboratório, possibilitando a obtenção de valores críticos de EHL de muitas 
substâncias, facilitando a escolha do tensoativo ideal na prática da emulsificação. 
A estabilidade das emulsões depende intrinsecamente da interação interfásica estabelecida pelo 
agente emulsivo, composto anfifílico, entre as fases imiscíveis que as constituem. A escolha, proporção e 
a característica do tensoativo a ser utilizado na preparação da emulsão almejada, são previstas por meio 
da verificação dos valores de EHL das substâncias envolvidas, o que permite predizer o tipo de 
comportamento esperado do composto frente a substâncias polares ou apolares. Os tensoativos devem 
apresentar valor de EHL equivalente ao da fase dispersa, para poder mantê-la estabilizada frente à fase 
dispersante. 
 
 
9.1 TIPOS DE EMULSÕES 
As emulsões classificam-se em quatro tipos de acordo como tamanho das partículas da sua fase 
dispersa ou interna: (1) macroemulsões: emulsões opacas, termodinamicamente instáveis, partículas de 
tamanho maior que 0,4µ, facilmente visível ao microscópio e requerem agitação vigorosa; (2) 
microemulsões: são compostas por duas fases líquidas mutuamente imiscíveis, uma espontaneamente 
dispersa na outra com auxílio de um ou mais tensoativos e cotensoativos, tamanho inferior a 0,1μ, 
termodinamicamente estáveis, obtidas com baixa agitação, totalmente transparente ou ligeiramente 
transluzente; (3) miniemulsões: emulsões intermediárias entre as duas primeiras, tamanho de partícula 
vaiando entre 0,1 a 0,4μ, emulsões branco azuladas, semiopacas, emulsionante geralmente é uma mistura 
 
 
 
 
de um tensoativo iônico com um cotensoativo, não é usada em cosméticos devido a baixa viscosidade e 
toque extremamente aquoso; (4) emulsões múltiplas: liberação do fármaco em partes específicas do corpo 
sem sua deterioração em outros órgãos, prolongar a liberação de fármacos que possuem um curto tempo 
de vida, contornar o problema de sabor ruim de determinados fármacos, prolongar o tempo de hidratação 
da pele, proteger agentes bioativos sensíveis, produção de cremes demaquilantes menos untuosos. 
 
 
Macroemulsão 
Podem ser classificadas com A/O ou O/A FIGURA 40. O que determina se uma emulsão é O/A 
ou A/O não é tipo ou a quantidade relativa de componentes hidro e lipossolúveis. Com base em 
considerações termodinâmicas, W. D. Bancroft deduziu uma regra geral, que diz “a fase em que o 
emulsionante é preferencialmente solúvel é a fase contínua da emulsão”. Dessa forma, as emulsões O/A 
são aquelas em que o agente emulsionante é hidrossolúvel ou hidrofílico. 
 
FIGURA 40 - REPRESENTAÇÃO MACROSCÓPICA DAS EMULSÕES 
 
 
FONTE: Arquivo pessoal do autor 
 
Características da emulsão O/A 
 Tato menos oleoso; 
 Secagem rápida; 
 Dispersão em água e são facilmente laváveis; Condutividade elétrica semelhante à fase aquosa; 
 São coloridas por corantes hidrossolúveis; 
 
 
 
 
 Quando colocadas em papel de filtro produzem uma banda larga, molhando o papel; 
 Podem formar uma espuma branca quando aplicados sobre a pele; 
 Embalagens mais adequadas são vidro, porcelana e plástico para evitar oxidação e 
corrosão; 
 É obrigatório o uso de conservantes; 
 Exigem necessariamente a adição de umectantes. 
 
Características da emulsão A/O 
 Tato gorduroso; 
 Não possuem condutividade elétrica; 
 São coloridas por corantes lipossolúveis; 
 Quando colocadas em papel de filtro não espalham; 
 Promovem alto grau de emoliência a pele e ação dissolvente dos cremes de limpeza; 
 São de difícil preparação/homogeneização; 
 Não é necessária a adição de umectantes. 
 
Microemulsões 
O termo microemulsão foi introduzido por Hoar e Schulman, em 1943, os quais descreveram 
esses sistemas como transparentes ou translúcidos, obtidos por titulação a partir de uma emulsão comum, 
a qual apresenta aspecto leitoso e, quando adicionado um álcool de cadeia média, esse sistema clarifica. 
O tensoativo pode ser puro, mistura, ou combinação com outros componentes, cuja principal 
função é a redução da tensão interfacial. Para a formação espontânea dos sistemas microemulsionados, a 
tensão interfacial deve estar próxima de zero. Esse sistema apresenta algumas vantagens tais como 
transparência, alta estabilidade, fácil preparação e capacidade de incorporar diferentes classes de 
fármacos com diferentes propriedades físico-químicas. 
 
Emulsões múltiplas 
São geralmente preparadas em duas fases. No caso da A/O/A (FIGURA 41), forma-se uma pré-
emulsão A/O com tensoativos de baixo EHL e esta é adicionada lentamente com agitação a uma solução 
aquosa contendo um emulsionante hidrofílico. No caso da O/A/O(FIGURA 41), forma-se uma pré-emulsão 
O/A com tensoativos hidrofílicos e esta é adicionada lentamente com agitação a uma fase oleosa contendo 
um emulsionante lipofílico. Não necessariamente as fases da emulsão A/O/A devem ser iguais e 
normalmente são diferentes em composição. 
 
 
 
 
FIGURA 41: REPRESENTAÇÃO MACROSCÓPICA DAS EMULSÕES MÚLTIPLAS 
 
 
 FONTE: Arquivo pessoal do autor 
 
 
9.2 COMPONENTES BÁSICOS 
 
 Água; 
 Substâncias graxas; 
 Emoliente; 
 Emulsionantes; 
 Agentes de propriedades específicas: 
o Espessantes/ Agentes de consistência; 
o Umectantes; 
o Estabilizantes; 
o Sequestrantes; 
o Conservantes; 
o Antioxidante. 
 
 Modificadores do aspecto organoléptico: 
o Fragrância; 
o Corante; 
 
 
 
 
o Agentes de brilho pérola; 
o Opacificantes. 
 
 Corretivos pH; 
 Aditivos. 
 
9.3 TÉCNICAS DE EMULSIFICAÇÃO 
 
Para facilitar o preparo da emulsão torna-se conveniente à acomodação dos componentes em 
fases: 
Fase Aquosa 
 Veículo: água; 
 Umectantes: polietilenoglicóis (ATPEG 400, ATPEG 600), glicerina, sorbitol, 
polissacarídeos, etc.; 
 Espessantes hidrofílicos: polímeros derivados do ácido acrílico, hidroxietilcelulose; 
 Princípios ativos e promocionais hidrossolúveis: aloe vera, extratos vegetais, vitamina E 
acetato, D-panenol, etc.; 
 Quelantes: etilenodiamino diacetato de sódio, citrato de sódio; 
 Conservantes; 
 Corantes. 
 
Fase Oleosa 
 Emolientes: responsáveis por espalhabilidade do creme sobre a pele, lubrificação e 
hidratação da pele em conjunto com o uso de umectantes. Exemplos de emolientes são: 
álcool estearílico propoxilado (ALKOMOL E), óleo mineral, óleos vegetais, silicones, 
ésteres graxos, etc.; 
 Agentes de consistência ou espessantes da fase oleosa: alcoois graxos, ésteres graxos, 
etc.; 
 Antioxidantes: butilhidroxitolueno, vitamina E.; 
 Filtros solares/ fotoantioxidantes: octilmetoxicinamato, benzofenonas 3 e 4.; 
 Princípios ativos e promocionais lipossolúveis: óleos vegetais; 
 Fragrâncias. 
 
 
 
 
PROCESSO CONVENCIONAL 
 
Este processo consiste no aquecimento de todos os componentes solúveis na fase aquosa e 
dos componentes da fase oleosa em temperaturas entre 75ºC a 85ºC. Após a mistura das duas fases e 
seguido por um período de homogeneização, é iniciado o resfriamento da emulsão e adicionado os demais 
componentes da formulação que, por motivo de oxidação ou degradação, não toleram alta temperatura. 
Neste processo é gasta uma considerável quantidade de energia (térmica e mecânica) e tempo, que 
proporcionam alta estabilidade à emulsão. A quantidade de energia térmica pode atingir 95% do consumo 
total de energia no processo. 
A maior desvantagem deste método, além do consumo de energia e tempo, é que ele descreve 
as moléculas de emulsionantes apenas em função de suas modificações estruturais, sem considerar o seu 
comportamento na interface O/A durante a emulsificação, não prevendo as mudanças de EHL com as 
alterações nas condições para emulsificação tais como temperatura, natureza das fases oleosa e aquosa, 
presença de aditivos (eletrólitos, solventes). 
Por exemplo: com o aumento da temperatura, a força de hidratação entre a água e o tensoativo 
não iônico etoxilado diminui e o emulsionante torna-se menos hidrófilo (mais solúvel na fase oleosa) e 
consequentemente, seu EHL também diminui até ocorrer à inversão da emulsão. 
 
 
PROCESSO ACELERADO 
 
Desenvolvido por Joseph Lin, no qual a energia térmica é usada para as operações que 
realmente necessitam de aquecimento, tais como fusão dos componentes, dissolução, formação de sabão 
in situ, inversão de fase e esterilização. Quantidade significativa de água pode ser adicionada a frio. O uso 
de bases autoemulsionantes mostra-se muito adequado a este processo. O método consiste na divisão da 
fase contínua, no caso aquosa, em duas porções. Uma porção é utilizada a quente para formação da 
emulsão concentrada e em seguida é adicionada lentamente a outra porção a frio para diluição e 
resfriamento do sistema, o que proporciona uma economia de energia térmica, de tempo de processo e de 
mão de obra. A adição de água fria deve ser feita abaixo de 70°C e, preferencialmente, abaixo de 50°C, 
de modo lento e contínuo para evitar choque térmico, que provoca a formação de emulsão com gotas 
grandes, influenciando na aparência da emulsão e podendo até provocar separação de fases. 
Este processo é aplicado tanto para emulsões O/ A como para A/O e independe do tipo de 
emulsionante. No entanto é mais comum para o processo O/A, já que é mais simples diluir este tipo de 
 
 
 
 
emulsão do que a A/O e mais fácil manusear água do que óleo. Em ambos os casos, a fase fria não deve 
ultrapassar 60% da quantidade de fase externa total, pois pode formar grandes glóbulos emulsionados 
distribuídos de forma não homogênea e causar a separação de fases da emulsão. 
Assim, pelo menos 40% da fase externa deve ser aquecida para preparação da emulsão 
concentrada. Quanto aos emulsionantes, podem ser usados os não iônicos, aniônicos e bases 
autoemulsionáveis. Controlando-se variáveis, como temperatura do primeiro estágio da emulsificação, 
intensidade de agitação, proporção da fase externa adicionada no primeiro estágio da emulsificação (no 
caso, água) é possível à obtenção de melhores emulsões por este método que pelo convencional. 
 
 
PIT (TEMPERATURA DE INVERSÃO DE FASES) 
 
Desenvolvido por Shinoda, cuja vantagem é o uso da energia térmica para redução do tamanho 
de gotas da emulsão para maior estabilidade dos produtos finais. Uma emulsão O/ A quando estabilizada 
com tensoativo não iônico etoxilado pode inverter para A/ O com o aumento da temperatura acima do cloud 
point do tensoativo. 
A temperatura em que ocorre inversão da emulsão é chamada “temperatura de inversão de fases 
- PIT”. Em temperaturas acima da PIT, o tensoativo torna-se ainda mais lipófilo, ocorrendo separação de 
água e, consequentemente, da emulsão. Desta forma a PIT está relacionada a uma dada temperatura em 
que o EHL do tensoativo, tensão interfacialO/ A e a distribuição do tamanho de partículas são mínimos. 
O método da PIT consiste na preparação da emulsão numa temperatura de 2 a 4°C abaixo da 
PIT, visando obter uma fina dispersão, na qual a tensão interfacial é muito baixa. Com o resfriamento rápido 
da emulsão são formados pequenos glóbulos emulsionados, conferindo estabilidade para a emulsão. O 
efeito de aditivos tais como eletrólitos sobre a fase externa da emulsão e de misturas de emulsionantes ou 
de óleos são refletidos na PIT e automaticamente ajustados de modo a mudar o EHL do emulsionante na 
interface. 
Emulsões O/ A contendo tensoativos não iônicos etoxilados apresentam PIT constante dentro 
de uma ampla faixa de conteúdo de água (30 a 70%), mantendo constante a relação óleo/ emulsionante. 
Entretanto, a PIT desaparece nas emulsões com alto conteúdo de água (acima de 80%) e com 
extremamente baixo conteúdo de água (abaixo de 20%). Em suficientemente baixo conteúdo de água, 
aparece uma fase de microemulsão, com tamanho de gotas muito pequeno que é utilizado para a 
emulsificação seguindo o processo da PIT, conforme representado graficamente na FIGURA 42. 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 42 - REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA DAS CONDIÇÕES DE PIT EM FUNÇÃO DO 
CONTEÚDO DE ÁGUA 
 
FONTE: Arquivo pessoal do autor 
 
Assim, processos envolvendo a formação de uma emulsão concentrada à quente e posterior 
diluição com água restante da formulação durante o resfriamento, podem ser úteis para obtenção de uma 
emulsão com pequeno tamanho de gotas, de aparência branco azulada e estável. A PIT da emulsão deve 
ser ajustada para cada relação e seleção do sistema emulsionante/ coemulsionante e fase oleosa, em 
função do aumento da temperatura para ser determinada a temperatura de inversão de fases. Um 
emulsionante favorável para emulsões O/A deve possuir uma PIT de 20 a 60ºC maior que a temperatura 
de estocagem da emulsão. 
Emulsões com mesma PIT podem ter diferentes comportamentos na estabilidade dependendo 
do sistema emulsionante. A velocidade de coalescência das gotas é diminuída quando é utilizado 
coemulsionante lipofílico, como o monoestearato de glicerila, em mistura com o emulsionante hidrófilo, visto 
que ocorre a formação de uma fase gel lamelar ao redor das gotas de óleo, o que impede a coalescência 
dessas gotas. Coemulsionantes mais solúveis em água como o álcool laurílico etoxilado não conferem tão 
boa estabilidade a emulsão como emulsionantes lipofílicos. 
 
Alguns fatores são determinantes para o processo PIT: 
 A PIT é diretamente proporcional ao EHL. Quanto maior o HL, maior é a PIT, ou seja, a 
PIT aumenta com a hidrofilidade do emulsionante; 
 
 
 
 
 Quanto mais larga é a distribuição de oligômeros de óxido de eteno do emulsionante não 
iônico, maior é a PIT e a estabilidade da emulsão, motivo pelo qual, misturas de emulsionantes de baixo 
e alto EHL deve ser a melhor escolha do sistema emulsionante; 
 Para tensoativos etoxilados com dado valor de EHL, quanto menor a polaridade da fase 
oleosa, maior é a PIT, ou seja, o tensoativo deve ser mais lipofílico para compensar a menor polaridade 
do óleo. Isto significa que deve ser escolhido um tensoativo de menor EHL para óleos menos polares. 
Aditivos como a parafina que diminui a polaridade da fase oleosa, aumentam a PIT e aditivos como ácido 
oleico ou álcool laurílico que aumentam a polaridade, diminuem a PIT; 
 A adição de hidrocarbonetos hidrofóbicos de cadeia reta longa solubilizados na fase 
interna da emulsão, ou o aumento na sua cadeia carbônica, aumenta a PIT. Já a adição de hidrocarbonetos 
aromáticos de cadeias curtas e aditivos polares, como por exemplo, álcoois e ácidos graxos e 
monoglicerídeos de ácidos graxos, diminuem a PIT, com muito pouca dependência do tamanho da cadeia 
carbônica. Assim, a PIT aumenta com o comprimento da cadeia carbônica do hidrocarboneto hidrofóbico, 
ou seja, com o aumento do peso molecular e diminui com o aumento da concentração de aditivos polares; 
 A adição de sais à fase aquosa diminui a PIT das emulsões feitas com tensoativos não 
iônicos etoxilados; 
 Quanto maior a razão óleo/ água, maior é a PIT e quanto maior a razão tensoativo/ óleo, 
menor é a PIT. 
 
 
PROCESSO A FRIO 
Só é possível se os componentes da fase aquosa e oleosa apresentarem a forma líquida na 
temperatura ambiente. A viscosidade é obtida por espessantes hidrofílicos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 PRODUTOS PARA PELE 
 
 
10.1 SEQUÊNCIA DO TRATAMENTO ESTÉTICO 
 
1º Passo Limpeza 
Remover as impurezas, secreções, células 
mortas, maquiagem. 
2 X ao dia, 
pela manhã e a noite 
2º Passo Tonificação 
Restaurar o pH da pele e complementar a 
limpeza retirando os resíduos de impurezas. 
2 X ao dia, 
logo após a limpeza 
3º Passo Hidratação/Proteção 
Manter a umidade e maciez da pele, proteger 
contra radiação UV 
Todas as manhãs, após a 
tonificação e antes da 
maquiagem 
4º Passo Revitalização 
Auxiliar na renovação celular, manutenção e 
nutrição da pele 
Todas as noites, após a 
tonificação 
Cuidados 
especiais 
Esfoliação 
Acelerar a descamação natural da pele, 
removendo as células mortas 
Facilitar a ação dos hidratantes e revitalizantes 
1 a 2 X por semana dependendo 
do tipo de pele 
 
 
 
 
 
 
 
 
10.2 LIMPEZA 
 
Por que a limpeza diária de pele é importante? 
Por uma questão de higiene, todo tratamento cosmético deve ser iniciado pela limpeza da pele; 
porém, mais do que higiênico esse procedimento deixa a pele em condições favoráveis para receber 
qualquer produto cosmético: a pele limpa torna-se mais clara e macia; os poros ficam desobstruídos 
facilitando as trocas entre o organismo e o exterior e, consequentemente, a ação dos produtos sobre a pele 
é mais eficaz. 
 
Sabonetes em barra 
Uma formulação típica de sabonete em barra é composta por sais de ácidos graxos, perfumes, 
corantes, antioxidantes e aditivos. 
Aditivos são materiais que incorporados às formulações agem como doadores de propriedades 
específicas ao produto final, sendo as mais importantes para o consumidor a formação de espuma, a 
fragrância, pouco desgaste e ausência do desenvolvimento de rachaduras durante o uso. 
O aparecimento de rachaduras torna o produto pouco atrativo, pois além da fissura no sabonete 
observa-se muitas vezes que as mesmas tornam-se escuras em função do alojamento de pó, reforçando o 
aspecto desagradável. Inúmeros trabalhos são realizados para evitar este problema, sendo de consenso 
geral que tanto a composição, como o processo de fabricação, desempenham um papel de fundamental 
importância na ocorrência de rachaduras em sabonetes. 
Uma classe de aditivos normalmente empregados para evitar ou minimizar tal ocorrência é a dos 
umectantes. Umectantes são materiais higroscópicos adicionados a cosméticos e produtos de higiene 
pessoal visando reduzir a perda de água destes quando em contato com o ar. Além disso, as propriedades 
higroscópicas do filme de umectante que permanece sobre a pele após aplicação, auxiliam na manutenção 
ou reposição da umidade natural da pele. 
Para esta finalidade, os umectantes mais consagrados são: etilenoglicol; propilenoglicol; 
glicerina; sorbitol; e os polietilenoglicois. Embora as formulações de sabonetes do mercado nacional 
declarem com maior frequência o emprego de propilenoglicol, sorbitol e glicerina, a literatura internacional 
cita, extensivamente, os polietilenoglicois para tal aplicação. 
Estudos apresentados pelo C.I.R. (Cosmetic Ingredient Review), publicados no Journal of the 
American College of Toxicology, concluem que os polietilenoglicois são produtos seguros para uso em 
formulações cosméticas. Aqueles de baixo peso molecular são pouco absorvidos pela pele intacta, 
 
 
 
 
enquanto os de peso molecular acima de 4000 não são absorvidos. Apresentam grau de irritação mínima 
à pele humana e não demonstram ação sensibilizante em estudos com animais e humanos. Os dadosindicam, ainda, que os polietilenoglicois não são mutagênicos ou carcinogênicos. 
 
Sabonetes tradicionais (óleos e sebo) 
Características: 
 Composição da massa base: ácidos graxos de sebo: láurico, mirístico, palmítico, oleico, 
esteárico (70 – 85%); óleos vegetais: Óleo de Coco, de Palma ou de Oliva (15 – 30%); substância 
saponificante: Hidróxido de sódio, de potássio, de amônia, aminas (mono, di ou trietanolamina), etc.; 
 pH alcalino. 
Sabonetes Glicerinados (transparentes) 
 
Características: 
 Composição da base glicerinada: a base de óleos vegetais saponificados, utilizando no 
processo, glicerina, álcool ou solução de sacarose, a fim de obter transparência; mesma base dos 
sabonetes tradicionais, utilizando no processo, glicerina, álcool ou solução de sacarose, a fim de obter 
transparência; 
 Espumam menos que os tradicionais; 
 pH = alcalino. 
 
Sabonetes sintéticos 
Características: 
 Composição básica: menos que 10% de sabão base; detergentes sintéticos 
sólidos (tensoativos): cocoato de sódio, estearato de sódio ou de trietanolamina, palmitato de sódio, etc.; 
 Menos irritante a pele; 
 pH = Neutro 
 
Sabonetes líquidos 
Produto para a limpeza e condicionamento da pele composição semelhante aos xampus com 
concentração maior de tensoativos (15 – 40%). 
 
 
 
 
 
Tipos de produto: 
 Sabonete líquido transparente; 
 Sabonete líquido perolizado; 
 Shower Gel. 
 
Requisitos desejáveis: 
 Espumar e limpar com equilíbrio; 
 Ser de fácil aplicação e enxágue; 
 Ser adaptado ao tipo de pele; 
 Deixar a sensação de maciez, sedosidade e suavidade à pele após a lavagem; 
 Ser suave, não tóxico e não irritante; 
 Ter fragrância agradável com boa expansão e moderada fixação. 
 
Composição: 
 Tensoativos primários: detergentes aniônicos; 
 Tensoativos secundários: tensoativos não iônicos, tensoativos anfóteros, estabilizadores de 
espuma, doadores de viscosidade; 
 Aditivos com ação específica: espessantes, redutores da irritação cutânea, extratos vegetais, 
silicones e emolientes; 
 Estabilizantes da formulação: sequestrantes, reguladores de pH, conservantes; 
 Modificadores de caracteres organolépticos e atributos de marketing, essências, corantes, agentes 
opacificantes ou perolizantes; 
 Veículo. 
 
Cremes e loções de limpeza 
Usadas para a limpeza da pele do rosto e para remover a maquiagem e outros cosméticos 
(demaquilantes). Indicado para limpeza de peles secas no lugar do sabonete 
São geralmente emulsões do tipo O/A: 
 Fase aquosa → remove as impurezas hidrossolúveis; 
 Fase oleosa → remove as impurezas lipossolúveis. 
 
Requisitos 
 Limpar a pele com equilíbrio, sem descamar; 
 
 
 
 
 Ser de fácil aplicação e enxágue; 
 Ser adaptado ao tipo de pele; 
 Deixar a sensação de maciez, sedosidade e suavidade à pele após a lavagem; 
 Ser suave, não tóxico e não irritante; 
 Ter fragrância agradável com leve fixação; 
 Ter boa conservação e estabilidade. 
 
10.3 TONIFICAÇÃO 
 
Tônicos e adstringentes 
São preparações para a pele para serem utilizados subsequentemente à hidratação ou 
tratamento específico. Ação tonificante consiste no enrijecimento da cútis, diminuição do tamanho do poro 
e reduzir à tendência a oleosidade. Os tônicos também auxiliam na retirada dos resíduos dos produtos de 
limpeza. Os adstringentes são uma classe de substâncias que caracterizam por seus efeitos locais na pele 
quando se aplica topicamente. Nesses efeitos incluem redução temporária do tamanho dos poros, 
tratamento da pele oleosa, ações refrescante ou estimulante, entre outras. 
 
 
Composição dos tônicos e adstringentes: 
 Água purificada → 80 - 90%; 
 Água aromática; Água de rosas, de hamamelis, de flores de laranjeira; 
 Álcool → até 20%; 
 Umectantes → ~ 5%; 
 Ativos para os tipos de pele: Extratos vegetais: adstringentes, tonificantes, descongestionantes; 
 Emolientes e umectantes; 
 Refrescantes; 
 Suavizantes e calmantes; 
 Antissépticos; 
 Estabilizantes da formulação: conservantes, reguladores de pH; 
 Essência. 
 
Requisitos desejáveis: 
 Tonificar a pele com equilíbrio; 
 
 
 
 
 Ser de fácil aplicação e enxágue; 
 Ser adaptado ao tipo de pele; 
 Deixar a sensação de frescor, adstringência e bem-estar à pele; 
 Ser suave, não tóxico e não irritante; 
 Ter fragrância agradável com leve fixação; 
 Ter boa conservação e estabilidade. 
 
Cosméticos tonificantes 
 Águas cosméticas – são aplicadas como intermediários de outras preparações cosméticas, em 
substituição parcial da água e como cosmético de uso extemporâneo, no lugar das loções; 
 Fricções alcoólicas – são preparações cosméticas com funções tônicas e estimulantes, destinadas 
à aplicação na superfície cutânea do tronco e articulações; 
 Loções – são utilizados para melhorar a funcionalidade e aparência da pele. Estas estão 
destinadas a serem usadas em tratamento específico para o rosto. 
 
 
10.4 HIDRATAÇÃO 
 
Tratamento para o rosto - cremes para a noite, cremes nutritivos, anti-rugas, contorno dos olhos, 
tratamentos para acne, para manchas. 
Tratamento para o corpo - loções, cremes e óleos hidratantes, produtos para celulite, estrias, 
busto. 
 
Hidratantes 
Sintomas e palavras-chave relacionadas: lubrificantes; emolientes; graxas; cremes de barreira; 
cremes protetores. 
Um hidratante é um agente elaborado para tornar o estrato córneo mais suave e mais elástico 
por aumento de sua hidratação. Existe grande número de preparações, muitas das quais comercializadas 
como hidratantes cosméticos e terapêuticos. 
Percebendo-se que o extrato córneo é um tecido dinâmico e interativo, foi dada nova ênfase aos 
agentes usados para umidificar a pele; estes são adequadamente chamados hidratantes. Sua 
multiplicidade e seus efeitos em potencial são paralelos ao aumento de conhecimentos sobre o extrato 
 
 
 
 
córneo, incluindo as funções de barreira, a perda de água transepidérmica e os agressores exógenos e 
endógenos que resultam em pele seca e descamativa. 
Os hidratantes constituem um grupo de produtos cosméticos elaborados para o cuidado e 
higiene da pele. Suas pretensões estão centralizadas no tratamento de pele seca, o que resultará em pele 
suave, mais flexível e com aparência mais saudável. Os hidratantes têm estado sob intenso exame nos 
últimos anos com referência aos seus efeitos terapêuticos. Possivelmente são os produtos mais prescritos 
em dermatologia e, até há pouco tempo, os dermatologistas recebiam pouco ou nenhum treinamento 
referente a esses produtos, inclusive seus ingredientes, farmacocinética, benefícios e toxicidades. 
Os lipideos e os esteróis de ocorrência natural costumam ser acrescentados aos hidratantes. 
Nas proporções corretas, esses agentes podem ajudar a promover o reparo da função de barreira da pele. 
Nas proporções erradas, podem adiar o reparo. 
Os hidratantes, por vezes, são denominados umectantes, emolientes, lubrificantes, óleos e 
graxas; entretanto, esses termos não são intercambiáveis. Cada termo tem uma definição específica. 
Alega-se que os hidratantes melhoram e previnem a pele seca; entretanto, atualmente, não 
existe definição clara ou simples de pele seca. Essa depende de vários denominadores, inclusive dos 
seguintes: 
 Características sensoriais, como sensação de ressecamento, desconforto, dor, 
prurido e ardor; 
 Características táteis ásperas, desiguais e que se assemelham à areia; 
 Características visíveis, como eritema, superfície sem brilho, placas brancas 
secas, aspecto em flocos, soluções de continuidade e até fissuras. 
 
Pierard tentou uma definição universal de pele seca: "pele seca não é uma afecção peculiar e 
bem definida, mas representa uma mistura de alterações totalmente sem relacionamento na estrutura do 
estrato córneo associado". Condições ambientais e sistêmicas influenciam as propriedades da pele seca. 
É extremamente importante prevenir o ressecamento;sem isso, seria impossível a sobrevivência 
fora de um ambiente aquático. Afecções que resultam em perda de epiderme (como a necrólise epidérmica 
tóxica) facilmente comprovam sua importância. 
As informações sobre os hidratantes aumentaram exponencialmente nos últimos anos. Sua 
estrutura e função são surpreendentemente complexas e sofisticadas; muitos são equidistantes entre 
cosméticos e medicamentos. Os hidratantes do novo milênio incluem agentes que simulam ingredientes 
naturais e funcionam como plantas, incluindo vitaminas, hidroxiácidos e retinoides. Outros ingredientes 
 
 
 
 
comumente encontrados são o colágeno, a elastina, o DNA, o ácido ribonucleico (RNA), o hialuronato de 
sódio, a anafilaxia cutânea passiva (PCA) e as ceramidas. 
Os hidratantes conferem uma barreira temporária ao estrato córneo danificado, o que 
proporciona tempo suficiente para a reparação dessa camada. 
 
 
Por que devo hidratar a pele? 
A hidratação proporciona o umedecimento balanceado às necessidades da pele, que se 
desidrata (ou pelas condições climáticas, ou pelo próprio processo de envelhecimento cutâneo). 
Além disso, suaviza, amacia e refina a textura da pele, evitando o ressecamento e consequente 
descamação e enrugamento da cútis. 
 
Por que nutrir a pele é importante? 
A partir de uma determinada idade (normalmente após os 25 anos), o processo de renovação e 
alimentação celular entra em declínio gradativo e constante. 
Por isso, há necessidade de uma compensação da insuficiência dos nutrientes naturais da pele, 
evitando-se, dessa forma, o aparecimento de rugas e linhas de expressão. 
Como a pele nutrida é mais elástica e seus tecidos revitalizados, a nutrição amacia, nutre e 
umedece as várias camadas da pele. 
 
 
Cremes e loções hidratantes 
 Cremes hidratantes para os diferentes tipos de pele: Emulsões O/A, emulsões A/O, cremes “oil-
free”; 
 Cremes de tratamento e nutritivos antienvelhecimento, antirrugas, contorno dos olhos e dos lábios, 
cremes para o pescoço. 
 
 
 
 
 
 
 
10.5 OUTROS PRODUTOS PARA PELE 
 
Máscaras faciais 
São cosméticos apropriados para corrigir as imperfeições estéticas da pele do rosto com objetivo 
de conferir um aspecto fresco e juvenil. Possui ainda efeitos semelhantes aos das loções, deferindo pela 
sua maior intensidade de ação. 
Composição: 
 Emolientes; 
 Despigmentantes; 
 Adstringentes; 
 Ativos. 
 
Tipos de máscaras 
 Máscaras-cremes – são sistemas homogêneos, mais ou menos transparentes, segundo 
o hidrocoloide utilizado; 
 Máscaras de dois corpos (2 fases) – são constituídas de 2 preparações distintas, uma na 
forma de gel e outra na forma ativa, que se misturam antes da aplicação; 
 Máscaras instantâneas – são máscaras preparadas em institutos de beleza com 
ingredientes comuns de máscaras e pode ser adaptada a cada caso, em particular. 
 
Sais de Banho 
Os sais de banho foram um dos primeiros aditivos utilizados no banho, porém hoje formam uma 
parte pouco importante dentro do mercado total de produtos de banho. São compostos de sais inorgânicos 
solúveis, agradavelmente perfumados e corados, destinados a dotar o banho de propriedades de 
fragrância, cor e abrandar água dura. 
 
Óleos de banho 
A função principal do banho é limpar o corpo. Já os óleos de banho têm a função de lubrificar 
a pele e para perfumar o corpo. Eles se classificam em duas categorias principais: óleos não dispersíveis 
e dispersíveis. 
 Óleos não dispersíveis consistem na mistura de óleos, ésteres graxos líquidos, álcoois graxos 
líquidos, perfume e corante. Geralmente são comercializados na fórmula de cápsulas gelatinosas. 
 
 
 
 
 Óleos dispersíveis consistem em uma mistura semelhante ao não dispersível, acrescido de 
tensoativos, que ao serem incorporados a água do banho forma uma emulsão nas condições de 
temperatura e dureza da água durante o banho. 
 
Esfoliantes 
O peeling ou esfoliação é uma abrasão da pele. A palavra peeling origina-se do verbo inglês to 
peel significando pelar, descamar, esfolar, desprender. Visa à renovação da pele a partir da descamação 
das camadas mais superficiais (epiderme e/ou derme superficial), melhorando a textura da pele e seu 
contorno. 
Após um processo de esfoliação a pele fica: 
 Mais macia; 
 Mais limpa; 
 Tonalidade mais clara e uniforme; 
 
Esfoliantes químicos: 
 São queratolíticos como o ácido salicílico, ácido retinoico, ácido retinoico, ácido glicólico, ácido 
tricloroacético, resorcina, fenol; 
 Rompem a estrutura interna das células mortas com a aplicação tópica do produto; 
 Indicação: tratamento de manchas, acne e envelhecimento cutâneo; 
 
Esfoliantes mecânicos: 
 São os que possuem grânulos abrasivos: microesferas de polietileno, óxido de alumínio, fragmento 
de sementes de frutas, grânulos de Bórax; 
 Necessitam ser friccionados sobre a pele. 
 
Esfoliantes físicos: 
 Microdermoabrasão - jato de microcristais de hidróxido de alumínio em alta pressão, 
bombardeando a pele ao mesmo tempo em que aspira os cristais e a pele atingida por eles; 
 Laser. 
 
 
 
 
 
 
11 PRODUTOS PARA CABELO 
 
 
11.1 XAMPUS 
 
Os xampus têm por objetivo a limpeza dos cabelos e do couro cabeludo e, para tal, eles devem 
ser capazes de: 
 Deixar os cabelos soltos, leves, brilhantes e fáceis de pentear; 
 Conferir ordem, sem eletricidade estática; 
 Não modificar o pH do couro cabeludo. 
 
Agentes de lavagem, o elemento essencial da composição dos xampus é a presença de um ou 
mais tensoativos, agentes de lavagem cuja concentração deve ser suficientemente capaz de limpar os 
cabelos em toda sua extensão. Esses detergentes constituem a base de todos os xampus. 
Lavar o cabelo consiste em remover a sujeira com água. Como a sujeira do cabelo é tipicamente 
formada por substâncias hidrofóbicas como gorduras, a interação água/sujeira não é muito grande. A 
propriedade tensoativa dos detergentes possibilita um aumento de contato da água com a sujeira a ser 
removida. Além disso, para minimizar o contato das caudas hidrofóbicas com a água, o detergente orienta-
se as inserindo na sujeira, que é hidrofóbica, deixando sua cabeça polar em contato com a água. A água 
então pode interagir melhor com a sujeira, carregando-a da superfície em que está adsorvida (Figura 43). 
 
FIGURA 43 - INTERAÇÃO DA GORDURA (GOTA DE ÓLEO) COM AS MOLÉCULAS DE 
DETERGENTE, POSSIBILITANDO SUA REMOÇÃO PELA ÁGUA. 
 
FONTE: Arquivo pessoal do autor 
 
 
 
 
 
Espuma 
Quando um tensoativo é dissolvido em água, as suas moléculas orientam-se de tal maneira que 
as extremidades hidrofílicas se dirigem para água e as hidrofóbicas para as interfaces água/recipiente ou 
água/ar (Figura 44-A). Havendo outro corpo presente, por exemplo, sujeira, este também será envolto por 
uma película de tensoativo, orientada da mesma forma. Em função deste fenômeno de orientação dos 
produtos tensoativos quando em solução, temos a formação de espuma e o poder detergente (Figura 44-
B). 
 
FIGURA 44 - DISPERSÃO DE UM TENSOATIVO EM ÁGUA E A FORMAÇÃO DE BOLHA 
 
FONTE: Arquivo pessoal do autor 
 
A figura (A) mostra a dispersão de um tensoativo (detergente) em água. As moléculas do 
detergente tendem primeiramente à superfície da solução, tornando as interações porção hidrofóbica/ar e 
porção hidrofílica/água possíveis. 
Com o aumento da concentração do detergente em água, suas moléculas irão para o interior da 
solução, formando micelas, numa tentativa de aumentar a interação entre suas próprias caudas 
hidrofóbicas para excluir as moléculas de água desta porção. 
A figura (B) mostra a formação de uma bolha, que ocorre quando a quantidade de detergente 
em solução é ainda maior e ele passa a interagir com o ar. Quando em solução está presente a gordura 
(sujeira), é com ela que sua porção hidrofóbica irá interagir, permitindo sua solubilização e remoção pela 
água. 
Quando uma bolha de ar penetra na solução, forma-sena interface ar/água ou impureza/água 
um filme de tensoativo, que pode no primeiro caso, sair do meio, envolvendo uma fina película de água, e 
no segundo caso, a partícula de impureza tende a manter-se suspensa no meio. Assim, no caso específico 
da limpeza dos cabelos contaminados por impurezas de característica graxa, ocorre o mesmo fenômeno 
de orientação, havendo com isto a formação de uma micela, a qual se solta do fio de cabelo. 
 
 
 
 
Composição básica: 
 Tensoativos aniônicos (detergentes); 
 Tensoativos secundários: doadores de estabilizadores de espuma e viscosidade; 
 Agentes com propriedades específicas: espessantes; redutores de irritação; agentes de 
condicionamento; e penteabilidade ativos diversos; 
 Estabilizantes da formulação: conservantes; antioxidantes; sequestrantes; 
 Modificadores de caracteres organolépticos e atributos de marketing: corante, 
perolizante; opacificante; fragrância; 
 Veículo. 
 
Requisitos necessários: 
• Espumar e limpar com equilíbrio; 
• Ser de fácil aplicação e enxágue, sem deixar resíduo; 
• Ser adaptado ao tipo e condição do cabelo; 
• Ser suave, não tóxico e não irritante; 
• Deixar os cabelos com brilho, maciez, volume e maleabilidade; 
• Ter boa penteabilidade a úmido e a seco; 
• Não causar a formação da carga estática; 
• Ter fragrância agradável, com boa expansão e fixação; 
• Ser estável durante o período de validade proposto; 
• No caso de xampus medicamentosos, a ação do ativo deve ser o principal alvo, mas nunca 
esquecer o aspecto sensorial após lavagem. 
 
Requisitos Técnicos: 
• Funcionabilidade: atender às necessidades e expectativas do consumidor, ser adequado ao uso 
proposto; 
• Atender aos caracteres organolépticos: odor e aparência agradáveis, relacionado aos conceitos 
de marketing (quando possível); 
• Espuma: cremosa, abundante (bolhas miúdas úmidas); 
• Viscosidade: suficiente para não escorrer pelos dedos durante uso e para evitar a separação de 
fases; 
• Baixa irritabilidade à pele e aos olhos. 
 
 
 
 
 
 
Técnica de preparo 
 Pesar todos os componentes e medir a quantidade de água; 
 Num cálice misturar os tensoativos com auxílio de bastão; 
 Adicionar o conservante; 
 Sob agitação leve, acrescentar aos poucos a água, homogeneizando até dissolver; 
 Adicionar os aditivos solúveis (extratos glicólicos, silicones, etc.); 
 Espessar o xampu, se necessário; 
 Ajustar o pH final para 5,0 – 6,5; 
 Adicionar a essência e o corante; 
 Acondicionar e rotular. 
 
 
11.2 CONDICIONADORES 
O condicionador de cabelo é uma associação de diversos produtos que apresentam características 
que complementam o tratamento do cabelo. O condicionador deverá possuir caráter catiônico, pois isto 
permite a sua fixação com a queratina. Dependendo do tipo de cabelo e do tipo de xampu utilizado 
previamente, a composição de um condicionador pode variar, mas, em linhas gerais, ele deve apresentar 
as seguintes características: 
 
 Poder antiestático na redução da eletricidade estática; 
 Facilitar o pentear, ficando o cabelo solto e relativamente macio com boa penteabilidade a úmido 
e a seco; 
 Poder engordurante, pois em alguns casos o xampu desengordura em excesso e é necessária a 
reposição desta gordura sobre o cabelo e couro cabeludo; 
 pH ácido, pois normalmente o detergente aniônico aumenta o pH do couro cabeludo e, com a 
utilização de um produto ácido, o pH da epiderme volta ao normal (ideal entre 4 e 5); 
• Ser adaptado ao tipo e condição do cabelo; 
• Ser suave, não tóxico e não irritante; 
• Ter fragrância agradável com boa expansão e fixação; 
• Ser estável durante o período de validade; 
• Não ser susceptível a contaminação microbiológica. 
 
 
 
 
 
 
 
Composição básica: 
• Tensoativo catiônico; 
• Compostos quaternizados; 
• Umectante e Emoliente; 
• Doador de consistência; 
• Aditivos; 
• Estabilizantes e Corretivo de pH; 
• Água; 
• Corante e essência; 
 
11.3 TINTURAS 
 
História 
Tingir os cabelos é uma arte antiga, que remonta aos tempos dos faraós. Há mais de três mil anos 
os egípcios foram os primeiros a desenvolver a técnica de tintura de tecidos e de cabelos, utilizando 
inúmeros corantes que extraíam da matéria animal e vegetal. Esses mesmos corantes foram utilizados por 
muitas civilizações no decorrer dos séculos, e mesmo até nos dias atuais. E ainda estão ligados à 
antiguidade que mesmo o som dos seus nomes originais como “camomila”, “henna” e “indigo”, somente 
para citar alguns, transmite uma aura de magia e mistério. 
Até o último terço do século XIX, a coloração capilar era feita com a mistura de plantas e 
compostos metálicos muito embora a primeira tintura orgânica sintética o “Pirogalol” (1,2,3 – 
Trihidroxibenzeno) ter sido observado pela primeira vez pôr Scheele em 1786, somente foi isolado e 
identificado por Bracconot em 1832. 
 
Coloração do cabelo 
Dois principais tipos de pigmentos produzem a ampla gama de cores nos fios de cabelo dos 
mamíferos: as eumelaninas (preta e marrom), caracteristicamente insolúveis, e as feomelaninas, solúveis 
em álcalis e que variam da cor amarela até marrom avermelhado. Estes dois grupos de pigmentos são 
produzidos, sob controle genético, em melanócitos na camada basal da raiz dos cabelos. Os grânulos de 
melanina são transferidos para os queratinócitos circundantes à medida que migram da matriz para a haste 
do cabelo. 
 
 
 
 
 
Objetivos da coloração 
Atualmente estima-se que 40 a 45% das mulheres dos países industrializados consumam 
produtos colorantes. E as principais razões são: tendência da moda, a cor dos cabelos tem importante 
impacto nas interações sociais e podem despertar fortes respostas emocionais, muitas vezes, reflete nosso 
relógio biológico. 
Mascarar as alterações fisiocronológicas: o cabelo loiro e castanho frequentemente é mais claro 
na infância; escurecendo durante a adolescência até a idade adulta. Algumas formas de cabelo grisalho 
têm relação com fatores nutricionais e podem ser prontamente revertidas pela mudança dietética, mas, o 
envelhecimento natural que ocorre com a idade, parece estar de alguma forma relacionada com a exaustão 
irreversível da enzima formadora de melanina, a tirosinase. 
Embora algumas pessoas comecem a ficar com o cabelo grisalho já aos 20 anos, na maior parte 
dos casos isso acontece mais tarde. A época de ocorrência desse processo é determinada geneticamente. 
A consequente perda da cor dos cabelos preocupa muitas pessoas quase quanto à calvície. À vontade de 
mascarar as mudanças de cor que acompanham o envelhecimento é uma das razões pelas quais as 
pessoas de todas as idades mudam a cor dos cabelos. 
 
Mecanismo de coloração 
Há um problema com relação à tintura de cabelo humano, um paradoxo: a porção externa do 
cabelo humano ou cutícula apresenta inúmeras camadas de escamas interligadas; caso se deseje que a 
cor não saia do cabelo ou não seja facilmente lavada, as moléculas do corante devem penetrar na cutícula 
e serem absorvidas pelo córtex. 
No entanto, diferente dos tecidos, que podem ser tingidos em temperaturas altas e por muitas 
horas, o cabelo humano deve ser tingido em temperatura ambiente, com período de aplicação relativamente 
curto. Portanto, para que as moléculas penetrem na cutícula do cabelo humano, elas devem difundir muito 
rapidamente. Isso significa que as moléculas que constituem as tinturas de cabelo devem ser pequenas. 
Contudo, para colorir o suficiente e ser utilizada como corante, a molécula deve ser relativamente grande. 
Embora pareça uma situação impossível, há pelo menos quatro diferentes soluções para o problema, e 
cada solução dá origem a um tipo diferente de produto colorante para os cabelos. 
Os processos de coloração dos cabelos são baseados em sistemas oxidativos, iônicos, 
metálicos ou reativos. Estes são classificados como: 
 
 
 
 
 
 
Sistema permanente ou oxidante 
São formados por substânciasintermediárias ou precursoras de cor e acopladores. As 
substâncias intermediárias funcionam como corantes apenas depois de oxidadas (H2O2), ligando-se aos 
acopladores e produzindo a cor desejada. O processo baseia-se, portanto em reações de precursores - 
pigmentos, que ocorrem no interior da fibra capilar sob condições específicas, estas reações geralmente 
ocorrem em meio alcalino (amônia) pH 8 a 10 (FIGURA 45). A amônia promove a tumefação e abertura 
das cutículas facilitando a absorção dos corantes e do peróxido de hidrogênio. Ajustando as proporções de 
oxidantes (H2O2), precursores e acopladores, podem obter tonalidades mais claras ou escuras. 
 
FIGURA 45 – MECANISMO DE SISTEMA DE COLORAÇÃO PERMANENTE 
 
FONTE: Disponível em: < http://www.espacoestetica.com.br/artigo_beleza/cabelo3.htm> Acesso em: 06 
Mar. 2012 
 
 
Estes produtos, em geral, proporcionam abertura demasiada das cutículas, necessária para 
otimizar a absorção dos corantes pelo córtex, como consequência deste mecanismo, há diminuição da 
maciez, brilho, aumento do esforço necessário para pentear, atributos indispensáveis e desejados em um 
cabelo saudável. 
 
Sistema semipermanente 
A tintura de cabelo envolve o uso de moléculas de tamanho intermediário. Um número 
relativamente pequeno de materiais apresenta tamanho molecular suficientemente pequeno para penetrar 
no cabelo, embora ainda sejam grandes para serem usadas como tinturas. 
Os corantes penetram na cutícula do cabelo e são depositados no córtex (FIGURA 46). Eles não 
são removidos com uma simples lavagem com água e não sofrem o efeito fricção. Contudo, como estes 
corantes são bem pequenos para se difundir por meio da cutícula para o córtex, é provável que eles 
 
 
 
 
retornem novamente para fora, e a utilização de xampus os remova gradualmente. Em geral, eles saem do 
cabelo com cinco ou seis aplicações de xampus, o brilho acaba e a cor real do cabelo começa a aparecer, 
sendo necessário reaplicar o produto. Como estes corantes não são verdadeiramente permanentes, nem 
são completamente removidos com uma ou duas lavagens com xampu, eles são denominados 
semipermanentes. 
Estes produtos, também, de forma geral, proporcionam abertura das cutículas, necessária para 
otimizar a absorção dos corantes pelo córtex, como consequência deste mecanismo, há diminuição da 
maciez, brilho, aumento do esforço necessário para pentear, atributos indispensáveis e desejados em um 
cabelo saudável. 
 
FIGURA 46 - MECANISMO DE ISTEMA DE COLORAÇÃO SEMIPERMANENTE 
 
 
FONTE: Disponível em: < http://www.espacoestetica.com.br/artigo_beleza/cabelo3.htm> Acesso em: 06 
Mar. 2012 
 
Sistema Temporário 
Usam-se corantes que apresentem moléculas grandes em sua composição, demasiadamente 
grandes que não podem atravessar a cutícula do cabelo sob condições normais. Corantes como esses, 
normalmente são muito grandes para penetrar a cutícula do cabelo. Os produtos de tintura de cabelo que 
usam tais corantes geralmente são aplicados por processo de deposição. Deixa-se a solução de corante 
secar sobre o cabelo e os corantes se depositam sobre a superfície da cutícula (FIGURA 47). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 47 - MECANISMO DO SISTEMA DE COLORAÇÃO TEMPORÁRIA 
 
FONTE: Disponível em: < http://www.espacoestetica.com.br/artigo_beleza/cabelo3.htm> Acesso em: 06 
Mar. 2012 
 
Algumas desvantagens importantes também estão associadas às tinturas temporárias: os 
corantes são removidos pelo uso de xampu e até pela simples umectação dos cabelos. A exposição à 
chuva pode transferir o corante para as roupas ou pode mesmo colorir a pele; o corante pode até manchar 
superfícies como roupas de cama. 
 
 
 
 
 
12 PRODUTOS SOLARES 
 
 
12.1 RADIAÇÃO SOLAR 
 
A radiação solar é composta por radiações de diversos comprimentos de ondas, o chamado 
espectro eletromagnético (FIGURA 48). Quase 99% deste espectro são compostos pela chamada radiação 
não ionizante composta por raios ultravioletas (5%), infravermelhos (60%) e luz visível (35%). 
 
FIGURA 48 - ESPECTRO DE RADIAÇÃO ELETROMAGNÉTICA 
 
FONTE: CARVALHO et al, 2005. 
 
De acordo com o comprimento de onda, os raios UV (FIGURA 49) são classificados em raios 
UVC, em raios UVA (320-400nm) e em raios UVB (280-320nm). Em decorrência da destruição da camada 
de ozônio, os raios UVB, que estão intrinsecamente relacionados ao surgimento do câncer de pele, têm 
aumentado progressivamente sua incidência sobre a terra. Da mesma forma, tem ocorrido um aumento da 
incidência dos raios UVC, que são potencialmente mais carcinogênicos do que os UVB. Por sua vez, os 
raios UVA independem desta camada e causam câncer de pele em quem se expõe a eles em horários de 
alta incidência, continuamente e ao longo de muitos anos. 
 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 49 - SPECTRO DE RADIAÇÃO UV. REPRESENTA AS RADIAÇÕES E OS COMPRIMENTOS 
DE ONDA EM QUE ELES COMPREENDEM 
 
FONTE: Arquivo pessoal do autor 
 
O espectro de radiação que atinge a pele esta situada entre 290 e 700 mm, uma vez que a 
camada de ozônio bloqueia boa parte da radiação ultravioleta, antes de atingir a terra. 
A proteção efetiva contra radiação solar está disponível na forma de formulações conhecidas 
como filtros solares ou como bloqueadores solares. A eficácia de uma formulação de protetor solar é 
comumente determinada pela maior ou menor proteção proporcionada contra a queimadura solar 
externada por meio de um índice conhecido como fator de proteção solar (FPS) e definido como razão 
entre a quantidade de energia (em tempo) necessária para produzir eritema mínimo na pele protegida pelo 
filtro solar e quantidade de energia (tempo) que leva ao mesmo grau de eritema a pele não protegida. 
 
Tipos de raios ultravioletas 
 Raios ultravioletas C (UVC) - OS Raios UVC são os mais curtos, não atingem a superfície 
da terra em quantidade significativa, pois são filtrados na camada de ozônio, portanto, ainda não constituem 
risco para a população. Com a diminuição progressiva desta camada, entretanto, esta radiação se tornará 
perigosa; 
 
 Raios ultravioletas B (UVB) - Ultrapassam a camada de ozônio, atingem a pele 
penetrando nas camadas mais profundas da pele, com um efeito direto, causa vermelhidão, depressão 
imunológica, inibição da síntese de proteínas e mitoses, das membranas celulares e alteração celular. Os 
raios UVB são parcialmente bloqueados pela camada de ozônio, e a diminuição de 1% desta provoca o 
aumento de 2% da radiação UVB na superfície do planeta, o que gera uma elevação potencial da incidência 
de câncer de pele; 
 
 
 
 
 
 
 Raios ultravioletas A (UVA) - Penetram na pele causando alterações indiretas. 
Atualmente, as UVAS têm sido divididas em duas ou três partes. Até alguns anos atrás, os efeitos exatos 
da radiação UVA na pele eram desconhecidos. Hoje, sabe-se que estes raios estão implicados no 
envelhecimento da pele. A radiação UVA não provoca usualmente vermelhidão na pele. Ela é responsável 
pela pigmentação imediata da pele, por isso é utilizada em câmaras de bronzeamento. 
 
 
12.2 FATORES QUE AFETAM A RADIAÇÃO NA SUPERFÍCIE DA TERRA 
Evidentemente, o vestuário determina a extensão da superfície da pele exposta ao sol. A 
radiação UV pode passar através do tecido. Uma boa indicação é a seguinte: se você puder enxergar o sol, 
ele pode ver você. Segure um tecido contra o sol. Se o sol atravessar o tecido, significa que a pele irá 
receber alguma radiação UV através dele. A título de exemplo, um brim (tipo jeans) fornece boa proteção; 
um tecido de algodão leve, de trama bem fechada, permite a passagem de aproximadamente 15% de raios 
UV; algodão molhado é mais permeável (30% de penetração), de modo que nadar usando camiseta oferece 
pouca proteção. Uma meia de náilon deixa passar uns 75% da luz UV para a pele. 
O uso de chapéu é um método importante de proteção contra exposição solar. Na Austrália, as 
campanhas de prevenção contra câncer de pele procuramestimular o uso de chapéus com abas. A regra 
em algumas escolas australianas é clara: “sem chapéu, sem recreio”. 
O corpo em relação ao sol — é o segundo fator mais importante a determinar a rapidez com que 
a pele irá queimar. Quanto mais o ângulo do sol em relação à terra aproximar-se de 90º, tanto mais curto 
é o caminho dos raios através da atmosfera e, consequentemente, tanto menor a quantidade de energia 
UV – e mais especificamente, de UVB – que é retida pela atmosfera. Isso significa que tanto à estação, 
como a altitude e a hora do dia afetam a quantidade de raios UV que finalmente irão chegar à superfície da 
terra em determinado instante. O horário em torno do meio-dia é, sem dúvida, o de sol mais forte, de modo 
que é melhor evitar expor-se ao sol entre as dez horas da manhã e às três da tarde. Além disso, para cada 
300 metros de aumento na altitude, ocorre um aumento de 4% na radiação direta. 
As nuvens retêm um pouco mais de luz UV, mas a proteção solar continua necessária, mesmo em 
dias nublados. 
Embora o vidro de janela não seja permeável a UVB, a radiação UVA passa através de todo vidro 
que não seja especialmente tratado para refletir esse tipo de radiação. A quantidade de raios UV atravessa 
os óculos de sol depende da composição das lentes. A maioria dos óculos de sol deixa passar raios UV. 
A água oferece pouca proteção contra raios UV. À profundidade de 1 metro, a raios UV ainda é 
50% da radiação na superfície. Ao contrário do que normalmente se acredita, a água reflete apenas 5% da 
luz solar. Areia reflete 17% dos raios UV, grama 25%, e neve, ponderáveis 85%. Tendo em vista que tecidos 
 
 
 
 
de algodão são atravessados pela luz UV, e que tanto a grama como a areia refletem essa luz, é 
perfeitamente possível sofrer queimadura solar sentado debaixo de um guarda-sol. 
 
12.3 RADIAÇÃO SOLAR E PELE 
 
Penetração dos raios na pele 
Os raios UV são quase totalmente absorvidos pelas primeiras células epidérmicas. A luz visível é 
bem mais penetrante, atravessando integralmente 0,6 mm de pele. Os infravermelhos (IR) calóricos são 
mais penetrantes, porém perdem gradualmente esta propriedade à medida que aumenta a longitude de 
onda (FIGURA 50). 
A radiação penetra na pele de maneira irregular, pois a mesma possui muitas camadas que 
também são dispostas irregularmente. 
A penetração da radiação vai depender também de fatores individuais de cada pessoa, como a 
raça, as regiões do corpo afetadas, a cor e outros. A espessura da camada córnea representa um fator 
muito importante e explica o comportamento da pele da planta dos pés e da palma das mãos em relação à 
radiação solar. 
 
FIGURA 50 - PENETRAÇÃO RADIAÇÃO NA PELE 
 
FONTE: Arquivo pessoal do autor 
 
 
Sistemas humanos de proteção contra a radiação solar: 
 Espessamento da camada córnea (queratina) – 24 a 36 horas após a irradiação UV a epiderme 
sofre um espessamento cuja finalidade é absorver parte da radiação incidente; 
 
 
 
 
 
 Suor (ácido urocânico) – o ácido urocânico presente no suor possui alta capacidade de absorção 
na região UVB. Tal proteção, porém é transitória, devido a sua perda por solubilização na água e 
evaporação do suor; 
 Melanina – constitui-se no principal mecanismo de defesa contra a radiação solar. 
 
 
Efeitos nocivos da radiação solar sobre a pele 
A energia absorvida pela pele inicia mudanças moleculares e atômicas que podem resultar em 
alterações das funções bioquímicas e biológicas da mesma, com consequente predisposição a séries 
patológicas. 
Encontramos dentro destes quadros, lesões crônicas da pele, manifestadas por enrugamento, 
atrofia, formação de placas (elastose actinica) que mesmo evidenciando formação benigna é considerada 
na atualidade como uma condição potencialmente pré-cancerosa. 
Os efeitos da radiação solar sobre a pele podem ser agudos ou crônicos, e estão diretamente 
relacionados com a dose total de radiação UV recebida. 
 
Efeitos agudos 
 Eritema calórico – efeito térmico causado por 60% da radiação infravermelha e 40% pela radiação 
visível, tendo como consequência a sudorese; 
 Queimadura solar – eritema. Sensação de calor, edema, febre, bolhas, descamação. A gravidade 
do quadro depende da sensibilidade individual e do tempo de exposição. É causada 
principalmente pelos UVB que causam a morte das células e a inflamação da pele; 
 Fotossensibilidade induzida por drogas – algumas drogas sob ação da radiação UV, podem causar 
fototoxicidade grave. São exemplos clássicos: psoralenos, antibióticos, sulfonamidas, 
fenotiazidas, clorotiazidas, etc. 
 Agravamento de doenças – a radiação solar pode agravar o lupus eritematoso, o vitiligo, o herpes 
viral simples, etc. 
 
Efeitos crônicos 
As manifestações crônicas produzidas pela radiação solar envolvem alterações das fibras 
colágenas e elásticas, com consequente aparecimento de rugas, atrofia da pele e alterações pigmentarias 
hiperqueratinizadas (queratose actínica). 
 
 
 
 
 Envelhecimento prematuro – manifesta sob forma de lesões pigmentadas (queratose actínica), 
alterações do colágeno e elastina (rugas, atrofia); 
 Câncer de pele – é o mais comum dos problemas malignos da radiação solar. 
 
Se aceita, atualmente, que a luz UV lesa e reduz o número de células de Langherhans epidérmicas 
com consequente alteração no sistema imunológico. 
Segundo dados do Ministério da Saúde no Brasil, o câncer de pele é o tumor mais frequente nos 
indivíduos adultos, correspondendo a aproximadamente 25% de todos os tumores diagnosticados, em 
todas as regiões geográficas. 
 
Efeitos benéficos da radiação solar 
 Estimula a síntese de vitamina D; 
 Ativa a circulação, faz o homem sentir-se bem fisicamente, melhora o humor e a fertilidade; 
 Aumenta o número de glóbulos vermelhos, hemoglobina e anticorpos; 
 Aumenta o rendimento e a capacidade de aprendizagem. 
 
 
12.4 SISTEMA MELÂNICO 
Todas as peles são naturalmente pigmentadas, mesmo as mais claras. A ausência total de 
pigmento (albinismo) leva ao aparecimento de queimaduras solares. Nos países equatoriais, essa alteração 
pode provocar lesões cutâneas graves e mesmo cancros da pele desde a adolescência. 
Na extremidade das radiações infravermelho (IV) do espectro solar, os raios de grande 
comprimento de onda (800 nm) e de fraca energia, penetram profundamente na derme, levando à elevação 
do calor local, desencadeando a vasodilatação reflexa destinada a diminuir a temperatura. Não provocam 
pigmentação em nenhuma lesão durável. 
A parte visível do espectro ainda é penetrante e tem energia calórica na zona do vermelho e 
amarelo, principalmente nas peles coradas, não refletoras. Possui igualmente poder pigmentogênico nos 
seus comprimentos de onda mais curtos, mas são nos raios ultravioleta (UV) que as radiações de ondas 
curtas, menos penetrantes, dotadas de maior energia eletromagnética, provocam queimaduras solares que, 
ao longo do tempo, condicionam alterações irreversíveis na epiderme e na derme, tanto maiores, quanto 
mais clara for a pele. 
A proteção contra os raios UV é assegurada pelo sistema melanocitário (FIGURA 51) cujas 
células, vindas da crista neural, elaboram o pigmento melânico e cedem-no aos queratinócitos vizinhos 
 
 
 
 
para formar uma mancha pigmentada continua que absorve parte da energia fotônica UV. 
 
FIGURA 51 - MELANÓCITO 
 
FONTE: Arquivo pessoal do autor 
 
Elaboração e estrutura química das melaninas 
 
Melanina 
É um pigmento de cor marrom escura, produzido por uma célula especial chamada melanócito, 
que se encontra na camada germinativa da epiderme. Os melanócitos têm como função produzir os grãos 
de melanina. Estes grãos migram das ramificações dos melanócitos para o interior de células vivas da 
epiderme. Dentro destas células, os grãos de melanina se localizam em uma posição muito especial do 
citoplasma, isto é, sobre o núcleo da célula. 
Esse fato é muito importante porque a melaninatem a capacidade de absorver os raios UV 
provenientes do sol, protegendo os núcleos das células. São esses núcleos que trazem a carga genética 
da célula que com ação dos raios UV podem sofrer alterações cromossômicas (FIGURA 52) e provocar 
desde a morte da célula até a alteração de suas funções gerando um câncer. Quanto maior for a quantidade 
de melanina da epiderme da pessoa, mais escura será sua pele. 
 
 
 
 
 
FIGURA 52 – Lesões do DNA pelos raios UV 
 
FONTE: Arquivo pessoal do autor 
 
 
O melanócito sintetiza a melanina a partir da TIROSINA. O melanócito a partir da tirosinase, uma 
enzima cobre-dependente, promove a hidroxilação em C3 do núcleo fenólico da tirosina levando à formação 
da DOPA. A ausência congênita de tirosinase, que é um distúrbio autossômico recessivo, gera o albinismo. 
Então, a partir da oxidação da DOPA por um processo de ciclização envolvendo uma quinona é gerado um 
polímero quinoide que é a melanina. 
A melanogênese: a tirosinase é sintetizada no retículo endoplasmático rugoso e armazenada em 
vesículas do aparelho de Golgi. Quando a síntese de melanina se completa no melanossomo, quando não 
há mais atividade enzimática está pronto o grão de melanina. A perda do poder melanogênico dá-se por 
mecanismos intrínsecos aos melanócitos do bulbo piloso, não havendo alteração dos melanócitos da 
epiderme. Ocorre na fase da catagênese, onde cessa a atividade da papila dérmica, quando começa a fase 
de repouso fisiológico, paralisando então, o processo da transcrição do código de síntese da tirosinase. 
Sabe-se que a atividade celular no bulbo é cíclica, então todo o processamento bioquímico paralisa, bem 
como a síntese de pigmento pelo melanócito. Após os 30 anos de idade é possível que esta paralisação 
tenha mais dificuldades para se reativar, provavelmente por defeitos no material genético do melanócito, 
causadas por radicais livres, o que torna impossível a codificação das informações em RNA para a síntese 
da tirosinase, que por sua vez lentifica e aumenta a insuficiência da melanina. Este procedimento não pode 
ser mais revertido naturalmente, progredindo assim, para uma degeneração irreversível. 
 
 
 
 
São os melanossomas que, no citoplasma do melanócito, sintetizam a melanina devido à 
“tirosinase”. Este sistema enzimático contendo cobre, vai oxidar em di-hidroxi-fenil-alanina (DOPA), depois 
esta em dopa-quinona e finalmente num polimerizado de derivados (quinonas e indois) da tirosina, que 
constitui a melanina negra ou castanha (eumelanina). É um pigmento extraordinariamente resistente a toda 
ação enzimática e química e praticamente insolúvel. 
As feomelaninas são ligeiramente diferentes e aparecem nos cabelos claros (melaninas 
vermelhas e amarelas). A despigmentação patológica é geralmente devida à destruição parcial dos 
melanócitos (vitiligo, acromias cicatriciais). No albinismo pelo contrário, a acronemia é constitucional. 
 
 
12.5 BRONZEAMENTO 
É uma reação fisiológica de defesa do organismo, que se manifesta pela pigmentação cutânea 
devido à produção de melanina na epiderme. Os grânulos de melanina incolores migram para o extrato 
córneo (superfície da pele) e são oxidados (escurecem) pela radiação UVA. 
 
Reação de síntese: 
Tirosina3,4-hidroxifenilalaninadopaquinonaleucodopacromodopacromo5,6-
dihidroxiindolindol 5,6 quinonamelanina. 
 
 
12.6 FOTOSSENSIBLIZAÇÃO 
 
Constitui-se numa manifestação cutânea devido a uma reação mediada pela luz. Os filtros 
solares (químicos), por serem extremamente fotorreativos, ou seja, apresentam a habilidade para absorver 
radiação e tornarem-se quimicamente fotorreativos, podendo ser potencialmente fotossensibilizantes. 
Porém se considerarmos os trabalhos químicos de fotossensibilização realizados com essas reações 
adversas produzidas pelos filtros são muito pequenas. 
Tais condições tornam-se desnecessárias quando utilizamos os filtros solares físicos, cujo 
potencial fotossensibilizante é considerado nulo. 
 
 
 
 
 
 
Risco de melanoma à exposição solar 
A incidência de melanoma maligno de pele tem aumentado em vários países nos últimos quarenta 
anos. Tal fato vem sendo alvo de preocupação para as autoridades de saúde pública desses países e, 
muitas campanhas de prevenção e diagnóstico precoce têm sido realizadas nos últimos anos. O melanoma 
cutâneo é potencialmente hoje um câncer que pode ser curado se tratado precocemente, mas sua 
letalidade ainda é alta nos casos em que a doença é diagnosticada em fase não inicial. 
A evidência de que as pessoas de pele clara têm maior predisposição para o desenvolvimento 
deste tipo de câncer é fortalecida ao se verificar que os coeficientes de ocorrência, em populações de raça 
negra e amarela, são inferiores às de raça branca. A hipótese de que o melanoma esteja relacionado a 
exposições solares intermitentes intensas já foi descrita por muitos autores. Outros fatores devem estar 
envolvidos dentro da etiologia do melanoma cutâneo. O trabalho rural como os hábitos de lazer e de 
atividades esportivas ao ar livre favorece enormemente a exposição solar no Brasil. Por outro lado, a grande 
miscigenação de etnias no país dilui, em parte, o risco de ter pele clara, originária da raça branca. 
O câncer da pele é um tumor formado por células da pele que sofreram uma transformação e 
multiplicam-se de maneira desordenada e anormal dando origem a um novo tecido (neoplasia). Entre as 
causas que predispõem ao início desta transformação celular aparece como principal agente à exposição 
prolongada e repetida à radiação ultravioleta do sol. O câncer da pele atinge principalmente as pessoas de 
pele branca, que se queimam com facilidade e nunca se bronzeiam ou se bronzeiam com dificuldade. Cerca 
de 90% das lesões localizam-se nas áreas da pele que ficam expostas ao sol, o que mostra a importância 
da exposição solar para o surgimento do tumor. A proteção solar é, portanto, a principal forma de prevenção 
da doença. 
 
 
12.7 FATOR DE PROTEÇÃO SOLAR 
 
O sistema de definição do fator de proteção é aplicado nos Estados Unidos desde 1978 e é 
regulamentado pelo FDA. O sistema avalia o eritema ocasionado na pele de uma pessoa após certa 
quantidade de horas expostas ao sol, com o uso ou não de determinado filtro protetor. 
O FDA exige testes em 20 a 25 pessoas antes de autorizar a comercialização do produto. O FPS 
que será atribuído ao produto é dado por uma média obtida em um grupo de indivíduos testados. Se, por 
exemplo, são necessárias cinco vezes mais tempo de exposição para causar eritema na área protegida do 
que foi necessário para causar em eritema na área desprotegida, então o FPS do produto será cinco. Um 
FPS 15 é, frequentemente, considerado como suficiente bloqueando a grande maioria das radiações 
 
 
 
 
incidentes. O FPS informa ao consumidor quanto tempo a mais ele poderia se expor sem se queimar, 
assumindo que o protetor continua na pele para fazer efeito. Assim, um FPS 15 aplicado num indivíduo que 
normalmente necessitaria de cerca de 20 minutos para queimar, terá uma proteção durante cerca de 300 
minutos, ou seja, 5 horas. 
O FPS usa como ponto de avaliação o eritema, o qual é basicamente decorrente dos raios UVB. 
Assim, é possível encontrar um produto com FPS baixo ou moderado (FPS menor que 15) que não oferece 
praticamente nenhuma proteção contra os raios UVA. Na realidade, a maior parte dos protetores solares 
disponíveis no mercado fornece uma cobertura limitada para os raios UVA. Somente as preparações 
contendo oxido de zinco ou avobenzona oferecem uma ampla proteção contra os UVA. 
É definido como a razão entre a quantidade de energia (em tempo) necessária para produzir 
eitema mínimo na pele protegida pelo filtro solar e a quantidade de energia que leva à pela não protegida 
ao mesmo grau de eritema. 
 
FPS = dose mínima eritematosa (pele protegida) 
 dose mínima eritematosa (pele não protegida)O FDA reconhece o valor máximo de FPS 30. A seguir a porcentagem de proteção obtida a cada 
FPS: 
 
FPS 8 87,5% 
FPS 20 95% 
FPS 30 96,7% 
FPS 40 97,5% 
FPS 70 98,6% 
FPS 100 99% 
 
 
 
 
 
 
12.8 FOTOPROTETORES 
 
Existem dois tipos de agentes filtradores: os filtros solares orgânicos e os inorgânicos. Os filtros 
orgânicos ainda são chamados de solúveis ou químicos enquanto os inorgânicos são também conhecidos 
como físicos, minerais, insolúveis, naturais ou não químicos. Essa última apelação é obviamente, mal 
empregada neste caso, mas tem ganhado certa aceitação por parte da indústria. 
Os filtros orgânicos são substâncias compostas por moléculas complexas. A ação fotoprotetora 
dos filtros se deve à sua capacidade de absorver os UV, impedindo a transmissão de radiação até os 
tecidos subjacentes e evitando assim qualquer efeito nocivo. Não existe filtro químico eficiente para todo o 
espectro dos UV. Existem filtros com espectro de absorção estreito, seletivo dos UVB (antranilatos, 
benzimidazoles, benzilidene canforado, cinamatos e ésteres do ácido p-amino benzoico - PABA) e filtros 
com espectro largo apresentando também alguma eficácia contra os UVA (benzofenona e os derivados do 
dibenzoilmetano como a avobenzona). Hoje, existem dúzias de ingredientes ativos para a produção de 
filtros solares, mas nem todos são aprovados pelos organismos regulamentadores. 
Os filtros minerais ou substâncias bloqueadoras são as novas gerações de filtros. Esses 
bloqueadores inorgânicos vêm sendo usados cada vez mais frequentemente. Sua popularidade provém do 
fato de não serem tóxicos, além de muitos eficazes na proteção contra os UVA. As duas partículas mais 
usadas e aprovadas tanto nos Estados Unidos quanto no Japão e na Europa são o dióxido de titânio, (TiO2) 
e o dióxido de zinco (ZnO). 
Nas formulações solares, o componente mais caro é o filtro solar. Por esse motivo, alguns 
fabricantes de produtos químicos têm desenvolvido estudos sobre produtos apresentando sinergismo com 
esses filtros, ou seja, capazes de aumentar o poder protetor dos mesmos. Assim, com uma mesma 
quantidade de filtro obtém-se um FPS maior ou, ainda, pode-se reduzir a quantidade de filtro usado na 
formulação e manter o mesmo FPS. De uma forma ou de outra, existe uma redução de custo. Os bons 
melhoradores fazem o grande desespero dos fabricantes de filtros 
As formulações fotoprotetoras podem ser preparadas com a inclusão de um único filtro ou pela 
associação de dois ou mais, cuja finalidade é promover maiores níveis de proteção. A proteção conseguida 
dependera não só da concentração dos agentes fotoprotetores, mas também das características do veículo 
e da espessura da camada produzida sobre a pele. 
 
 
 
 
 
 
PRODUTOS SOLARES 
 
Óleos protetores solares e bronzeadores 
A principal vantagem dos protetores ou antissolares, sem água, consiste na propriedade de 
permanecerem mais tempo sobre a pele, mesmo com muito suor ou após o banho. 
Os óleos vegetais são melhores solventes das substâncias filtrantes do que os óleos minerais e, 
como já foi citado, apresentam ainda certa capacidade de absorção dos raios UV. 
Existe o inconveniente de serem bastante viscosos dando origem à desagradável sensação, 
quando aplicados na pele. 
Este fator negativo é solucionado pela adição de outros solventes como o álcool oleico, o 
esqualeno, miristato ou palmitato de isopropila, o Purcelin, o Cetiol V, Euranol G, o óleo de silicone etc. 
Para reduzir o custo do produto e com a mesma finalidade, adiciona-se óleo de parafina. 
Leites e cremes protetores solares e bronzeadores 
São emulsões do tipo O/A e A/O cujo conteúdo é idêntico ao dos cremes de dia e de noite, 
acrescentados das substâncias específicas para esta família de produtos. 
Tem a vantagem sobre os óleos, por apresentarem aspecto mais agradável, melhor consistência 
e maior facilidade de aplicação, com agradável sensação de frescor na maioria dos casos. 
Podem ser acondicionados em bisnagas, de uso mais prático. 
Os cremes óleo-em-água contêm filtros solúveis em água, enquanto os cremes água-em-óleo 
contêm filtros lipossolúveis. 
Enquanto os cremes O/A têm uma menor fixação na pele, podendo ser removidos pelo suor ou 
pelo banho, os cremes A/O aderem e protegem mais tempo a pele mesmo quando são sujeitos a banhos 
na água do mar. 
 
Loções e géis 
São preparações alcoólicas ou hidroalcoólicas contendo bases filtrantes e substâncias oleosas 
(miristato de isopropila, Cetiol HE etc.). Permitem espalhamento mais fácil e constituem bom protetor para 
peles já sensibilizadas por exposição anterior ao sol, ou pelas condições agressivas do vento, umidade, e 
da água do mar. 
Os geis têm como primeira excipiente o Carbopol, ou os derivados de celulose. Também são 
 
 
 
 
acrescentadas outras substâncias viscosas como mucilagens, glicerol, sorbitol, propilenoglicol, etc. 
 
Aerossóis e formadores de espuma 
É uma forma de apresentação moderna, mas que não traz vantagem sobre os óleos, cremes ou 
loções habituais. 
A vaporização provocada pelo aerossol produz película, mais ou menos uniforme e mais fina do 
que quando aplicada com a mão. Também representa certa vantagem o fato de não ter de espalhar o 
produto com as mãos evitando que as mesmas fiquem oleosas. Em contrapartida é necessário ter cuidado 
em não pulverizar o produto para os olhos. 
No caso da espuma, o problema reside unicamente num fator de marketing, pois não apresenta 
nenhuma vantagem aparente. 
 
Bronzeadores sem sol 
A laranja bergamota contém na sua essência uma molécula, o 5-metóxi-psoraleno, que pode 
provocar em certos indivíduos, fenômenos de sensibilização e apresentar manchas pigmentares 
duradouras e inestéticas. Esse fator foi utilizado com sucesso relativo na obtenção da repigmentação das 
manchas do vitiligo. 
Esse fenômeno foi, posteriormente estudado e aproveitado por um laboratório farmacêutico 
francês (Laboratoires Goupil), para o lançamento de uma linha de produtos que promovem aceleração no 
aparecimento natural do bronzeamento. 
De qualquer forma, para obter pigmentação regular, é indispensável uma aplicação uniforme do 
produto, assim como exposição solar constante de todo o corpo, condições por vezes difíceis de obter. 
Deve-se evitar o escurecimento artificial da pele, recorrendo ao ácido tânico e produtos naturais 
contendo esta substância, devido à elevada adstringência que apresenta, sendo, pois prejudicial. 
Uma molécula que tem apresentado particular interesse para a formulação deste tipo de produto 
é a hidroxiacetona (DHA) ou 1,3 - di-hidróxi-2-propanona. Apresenta-se sob duas formas: monômero e 
dímero. 
A DHA dá origem a produtos fortemente corados, principalmente em presença de ácido sulfúrico, 
com os derivados fenólicos, tais como os alfas e beta-naftóis alguns alcaloides fenólicos como a codeína. 
Quando aplicado à pele, em solução aquosa ou hidroalcoólica, origina coloração que se desenvolve em 
intervalo de duas a seis horas e permanece durante quatro a seis dias, sem apresentar toxicidade. 
 
 
 
 
Este escurecimento da pele é independente da melanogênese, e resulta da combinação da DHA 
com os ácidos aminados da pele, e com o aparecimento de compostos chamados melanoidinas (Hodge, 
1953). A tolerância cutânea do DHA é excelente. Considerando que o DHA tem degradação bastante rápida 
(dois a seis meses por vezes), será conveniente recorrer a lotes recentes evitando assim, a utilização de 
produtos inativos. 
A aplicação deve ser feita de forma uniforme, tendo cuidado com locais em que a epiderme for 
mais espessa (planta das mãos, dos pés etc.), pois o grupo de coloração varia com a espessura da camada 
córnea. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 PRODUTOS DE TOALETE 
 
13.1 DESODORANTES E ANTIPERSPIRANTE 
Dentre os produtos de higiene, os antiperspirante e os desodorantes foram introduzidos no 
mercado mundial no inicio do século XX, quandoa perspiração e o odor começaram a ser considerados 
como problema. Entretanto, no Egito Antigo e em Roma, as pessoas utilizavam perfumes com odor muito 
intenso para mascaras o odor corporal e foram realizadas as primeiras tentativas de reduzir a umidade das 
axilas com o uso de adstringentes. 
 
Transpiração 
É a passagem de qualquer fluido através da pele ou qualquer membrana animal na forma de 
vapor. Esta definição é a mesma de perspiração. No entanto esta definição pode ser aplicada para plantas 
e outros materiais. Por exemplo, as plantas emitem vapores de água das superfícies das folhas ou de 
qualquer outra parte de sua estrutura e o termo aplicado é transpiração. 
 
 
Perspiração 
É o fluido salino que é secretado pelas glândulas sudoríparas, que consiste principalmente de 
água, cloreto de sódio e outros sais, substâncias nitrogenadas, dióxido de carbono e outros solutos, e serve 
tanto para excreção quanto para regular a temperatura corporal por meio do efeito refrescante da 
evaporação, ou seja, dissipação do calor através da evaporação da umidade sobre a superfície da pele. 
Outro efeito é manter a pele hidratada. 
 
Fatores que levam a perspiração 
 Existência de gradiente de concentração pele-ambiente: a pele possui maior teor de água 
que o meio ambiente, este é um desequilíbrio eterno em que a água será perdida tentando igualar a 
diferença com o meio ambiente; 
 Volatilidade: a água é um líquido relativamente volátil; 
 
 Fenômeno físico-químico da vaporização da água: devido ao fato de a água estar situada 
na pele, que é um local naturalmente aquecido, ela rouba calor da pele e se vaporiza com mais facilidade; 
 
 
 
 
 Elevada superfície epidérmica; 
 Contrariamente aos fatores que propiciam a perda de água, existe um fator que contribui 
para que a água fique retida na pele que é denominado de propriedade coligativa dos sais. Estas 
propriedades se manifestam quando misturados água pura e sais minerais, fazendo com que seu ponto de 
ebulição fique maior, ou seja, no manto hidrolipídico os sais minerais presentes no suor ajudam a reter a 
água. 
 A tendência que se sobressai é realmente a perda de água para o meio ambiente. 
 
Mecanismo de ação 
O odor do corpo e a perspiração são entidades relacionadas, porém distintas. As formas de 
reduzir ou controlar o odor das axilas são: 
 Reduzir o suor apócrino nas axilas; 
 Reduzir o suor écrino, usando produtos adstringentes; 
 Diminuir o crescimento bacteriano, usando produtos antimicrobianos; 
 Remover ou absorver as secreções liberadas pelas glândulas apócrinas e 
écrinas. As bactérias liberam enzimas que promovem a quebra do suor sobre a pele, liberando 
odor. O uso de inibidores de enzimas tais como o citrato de trietila pode reduzir o odor. Bicarbonato 
de sódio, ricionooleato de zinco, fenol sulfonato de zinco podem absorver os produtos da 
degradação enzimática; 
 Mascarar os odores corporais, usando fragrâncias. 
 
Assim, têm-se duas categorias diferentes de produtos disponíveis ao consumidor: desodorantes 
e antiperspirante ou antitranspirante. 
 
Desodorantes 
São produtos aplicados topicamente para completar a higiene pessoal, modificando, reduzindo, 
removendo ou evitando o desenvolvimento de odores do corpo. 
Atuam pelos seguintes mecanismos: 
 Ação antimicrobiana; 
 Neutralização de odores. 
 
Os requisitos desejáveis para uma dada substância atuar como desodorante é: 
 
 
 
 
 Eficácia e segurança em inibir o crescimento bacteriano; 
 Permitir aplicação local; 
 Livres de reações tóxicas ou alérgicas ou de irritação nas concentrações recomendadas; 
 Possuir capacidade de permanência e de retenção sobre a pele para que o efeito perdure. 
 
Antiperspirante 
Em termos de produtos cosméticos os termos antiperspirante e antitranspirante são sinônimos. 
São produtos aplicados topicamente para minimizar a liberação de suor das glândulas sudoríparas écrinas 
nas axilas e partes palmoplantares. 
 
Matéria-prima antimicrobiana 
Tem como finalidade limitar o crescimento dos microorganismos e não supri-los completamente, 
o que destruiria o equilíbrio biológico da flora natural da pele. 
 
Matéria-prima neutralizadora de odor 
São substâncias que atuam ligando-se ou “sequestrando” as moléculas de odor ruim. 
 
13.2 PERFUME 
A etimologia da palavra perfume, do latim perfumum, significa “pro fumo” ou “destinado ao fumo” 
e sua origem estreitamente ligada à queima de madeiras aromáticas em cerimônias religiosas, casamentos 
e funerais para elevar o espírito dos fiéis, além de ser utilizado também como afrodisíaco e para curar 
doenças. Segundo os registros históricos, a Babilônia queimava 26 mil quilos de incenso para apaziguar a 
fúria dos deuses. 
Os materiais básicos para formulação de perfumes existem em duas categorias: natural e 
sintético. Componentes naturais são de origem animal ou vegetal, enquanto os sintéticos são produzidos 
de uma grande variedade de matérias-primas. O uso de extratos animais em perfumaria vem diminuindo, 
todavia, a maioria das substâncias de origem animal pode ser sintetizada. 
Os perfumes são descritos pela maneira como seu aroma altera com o tempo. A nota de cima 
de um perfume refere-se aos óleos de evaporação rápida que são discerníveis quando o frasco é aberto, 
mas desaparecem rapidamente depois da aplicação na pele. A nota do meio é o aroma do perfume 
ressecado na pele, e a nota final é a habilidade do perfume difundir fragrância durante algum tempo. 
 
 
 
 
14 FORMULAÇÕES 
 
TABELA 9 - CREME RINSE 
Item Descrição Qtd(%) 
1 Álcool Ceto Estearílico 4 
2 Cloreto de Cetil Trimetil Amônio 3,5 
3 Lanolina 0,2 
4 Ácido Cítrico 0,5 
5 Essência 1 
6 Água Deionizada 90,8 
Preparo: misturar 1,2,3,4,6 à 75ºC Manter à temperatura 75ºC durante aproximadamente 20 
Minutos Resfriar até 35ºC mantendo a homogeneização. Adicionar 5 e homogeneizar. 
 
 
BANHO DE ESPUMA 
Item Descrição Qtd(%) 
1 Lauril Éter Sulfato de Sódio 30 
2 Dietanolamida do Ácido Graxo de 
Coco (Amida 90) 
3 
3 Anfótero Betaínico 10 
4 Poliol de Ester de Ácido Graxo 2 
5 Metil Parabeno (Nipagim) 0,1 
6 Água 53,85 
7 Essência 1 
8 Corante (Opcional) QS 
9 Ácido Cítrico 0,05 
 
Preparo: Misturar 1,2,3,4,5,6 Adicionar 7,8,9 Homogeneizar. 
 
CREME NUTRITIVO 
Item Descrição Fase Qtd(%) 
1 2-Octil Dodecanol A 8 
2 Oleato de Decila A 6 
3 Álcool Cetílico A 1,5 
4 Estearina (Tripla Pressão) A 10 
5 Glicerina A 6 
6 Óleo Mineral A 5 
7 Lanolina A 3 
8 Cera de Abelha Alvejada A 2 
9 Propil Parabeno (Nipazol) A 0,04 
10 Trietanolamina B 1,2 
11 Metil Parabeno (Nipagim) B 0,15 
12 Água Deionizada B 56,61 
13 Essência C 0,5 
Preparo: fundir FASE 'A' 75ºC =Aquecer FASE 'B' à 75º Adicionar FASE 'B' sobre FASE 'A'. Sob agitação 
Resfriar até 35ºC mantendo homogeneização. Adicionar FASE 'C'. Homogeneizar. 
 
 
 
 
DESODORANTE PARA PÉS 
Item Descrição Qtd(%) 
1 Álcool Neutro 80,8 
2 Mentol 0,5 
3 Óleo Essencial de Menta 1 
4 Salicilato de Metila 0,2 
5 Cânfora 0,5 
6 Propileno Glicol 2 
7 Água Deionizada 15 
Preparo: Misturar todos os ingredientes sob agitação 
 
 
 
BANHO DE ESPUMA 
Item Descrição Qtd(%) 
1 Lauril Eter Sulfato de Sódio 37 
2 Dietanolamida do Acido graxo de 
coco (Amida 90) 
3 
3 Anfótero Betainico 7 
4 Poliol de Ester de Acido graxo 2 
5 Óleo de Amêndoa doce Hidrossolúvel 3 
6 Metilparabeno 0,1 
7 Água 46,85 
8 Essência 1 
9 Corante (opcional) QS 
10 Acido Cítrico 
Preparo: misturar 1,2,3,4,5,6,Adicionar 7,8,9,10 Homogeneizar. 
 
 
CREME PARA PELE SECA 
Item Descrição Fase Qtd(%) 
1 Base Auto Emulsionante de Álcoois 
Graxos 
A 30 
2 Óleo de Amêndoa Doce A 7 
3 Óleo de Germe de Trigo A 3 
4 Vaselina Sólida A 6 
5 Glicerina A 2 
6 Oleato de Decila A 2 
7 Propil Parabeno (Nipazol) A 0,04 
8 Metil Parabeno (Nipagim) B 0,15 
9 Água Deionizada B 49,31 
10 Essência C 0,5 
Preparo: fundir FASE 'A' 75ºC =Aquecer FASE 'B' à 75º Adicionar FASE 'B' sobre FASE 'A'. Sob 
agitação Resfriaraté 35ºC mantendo homogeneização. Adicionar FASE 'C'. Homogeneizar 
 
 
 
 
 
 
LOÇÃO DE LIMPEZA 
Item Descrição Fase Qtd(%) 
1 2-Octil Dodecanol A 6 
2 Oleato de Decila A 6 
3 Álcool Laurilico Etoxilado A 4 
4 Álcool Ceto Estearilico A 3,5 
5 Base Auto Emulsionante para Creme A 3,5 
6 Óleo de Semente de Uva A 4 
7 Propil Parabeno (Nipazol) A 0,04 
8 Metil Parabeno (Nipagim) B 0,15 
9 Água Deionizada B 72,39 
10 Essência C 0,5 
Preparo: fundir FASE 'A' 75ºC =Aquecer FASE 'B' à 75º Adicionar FASE 'B' sobre FASE 'A'. Sob 
agitação Resfriar até 35ºC mantendo homogeneização. Adicionar FASE 'C'. Homogeneizar. 
 
 
FORTALECEDOR DE UNHAS 
 
Item Descrição Qtd(%) 
1 Propileno Glicol 90 
2 Óleo Essencial de Cravo 10 
Preparo: Misturar os dois produtos. Passar com pincel sobre as unhas limpas, sem esmalte. 
 
 
LOÇÃO HIDRATANTE 
Item Descrição Fase Qtd(%) 
1 Álcool Ceto Estearilico A 5 
2 2-Octil Dodecanol A 5 
3 Oleato de Decila A 3 
4 Álcool Ceto Estearilico Etoxilado A 3 
5 Glicerina A 3 
6 Óleo de Amêndoa Doce A 3 
7 Propilparabeno A 0,04 
8 Metilparabeno B 1,5 
9 Extrato de Aloe Vera B 3 
10 Água Deionizada B 74,31 
11 Essência C 0,5 
Preparo: fundir Fase A a 75ºC Aquecer Fase B a 75ºC. Adicionar Fase B Sobre A sob agitação Resfriar até 
35ºC Homogeneizar. 
 
 
 
 
 
 
SABONETE LÍQUIDO 
Item Descrição Qtd(%) 
1 Lauril Eter Sulfato de Sódio 30 
2 Dietanolamida do Ácido Graxo de Coco (Amida 90) 3 
3 Anfotero Betainico 7 
4 Óleo de Amêndoa Doce Hidrossolúvel 3 
5 Água 52,85 
6 Metil Parabeno (Nipagim) 0,1 
7 Essência 1 
8 Corante (Opcional) QS 
9 Base Perolante 3 
10 Ácido Cítrico 0,05 
Preparo: misturar 1,2,3,4,5,6 Adicionar 7,8,9,10. Homogeneizar. 
 
 
XAMPU PARA CABELOS NORMAIS 
Item Descrição Qtd(%) 
1 Lauril Éter Sulfato de Sódio 25 
2 Dietanolamida do Ácido Graxo de Coco (Amida 90) 3 
3 Metil Parabeno (Nipagim) 0,1 
4 Essência 1 
5 Corante (Opcional) QS 
6 Água 69,76 
7 Ácido Cítrico 0,04 
8 Cloreto de Sódio 1,1 
 
Preparo: misturar 1,2,3,6 Adicionar 4,5,7 Adicionar 8. Homogeneizar. 
 
 
SAIS DE BANHO 
Item Descrição Qtd(%) 
1 Sal Grosso ou Fino 88 
2 Bicarbonato de Sódio 10 
3 Corante Alimentício (opcional) QS 
4 Óleo Essencial de Grapefruit 1,5 
5 Óleo Essencial de Rosmarinho 0,5 
 
Preparo: misturar 1,2 Adicionar 3,4,5 Homogeneizar e embalar em recipiente de vidro bem 
fechado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
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