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Cosmetologia

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ESTÉTICA E BELEZA 
CONTEÚDO 
 Cosmetologia 
 
 
 
 
 
Copyright © Portal Educação 
2013 – Portal Educação 
Todos os direitos reservados 
 
R: Sete de setembro, 1686 – Centro – CEP: 79002-130 
Telematrículas e Teleatendimento: 0800 707 4520 
Internacional: +55 (67) 3303-4520 
atendimento@portaleducacao.com.br – Campo Grande-MS 
Endereço Internet: http://www.portaleducacao.com.br 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - Brasil 
 Triagem Organização LTDA ME 
 Bibliotecário responsável: Rodrigo Pereira CRB 1/2167 
 Portal Educação 
P842c Cosmetologia / Portal Educação. - Campo Grande: Portal Educação, 2013. 
 239p. : il. 
 
 Inclui bibliografia 
 ISBN 978-85-8241-800-0 
 1. Cosmetologia. 2. Cosmético – mercado. I. Portal Educação. II. Título. 
 CDD 646.726 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO 
2 HISTÓRICO 
3 LEGISLAÇÃO 
4 MERCADO COSMÉTICO 
4.1 EVOLUÇÃO 
4.2 CRESCIMENTO DO SETOR E CRESCIMENTO DA ECONOMIA 
4.3 COMÉRCIO EXTERIOR 
4.4 PERFIL EMPRESARIAL 
4.5 MERCADO BRASILEIRO 
4.6 CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO 
5 CONCEITOS BÁSICOS E NOÇÕES GERAIS 
5.1 DEFINIÇÕES 
5.2 CLASSIFICAÇÃO DE PRODUTOS 
6 PELE/ANEXOS EPIDÉRMICOS/CABELO 
6.1 EPIDERME 
6.2 DERME 
6.3 HIPODERME 
6.4 RENOVAÇÃO DA PELE 
6.5 A MATRIZ EXTRACELULAR - INTEGRAÇÃO DAS CÉLULAS EM TECIDOS 
6.6 ELASTINA 
6.7 FLORA CUTÂNEA 
6.8 ENVELHECIMENTO 
6.9 TIPOS DE PELE 
6.10 APÊNDICES EPIDÉRMICOS 
 
 
 
 
6.11 CABELO 
7 ABSORÇÃO CUTÂNEA E PROBLEMAS DA PELE 
 7.1 PERMEABILIDADE CUTÂNEA 
 7.2 PERMEABILIDADE CUTÂNEA EM FUNÇÃO DA NATUREZA QUÍMICA DAS SUBSTÂNCIAS 
 7.3 FATORES QUE AFETAM A PENETRAÇÃO DE PELE 
 7.4 VIAS DE PENETRAÇÃO 
 7.5 PROBLEMAS DE PELE 
8 INSUMOS COSMÉTICOS (INERTES E ATIVOS) 
 8.1 TENSOATIVO 
 8.2 UMECTANTES 
 8.3 EMOLIENTE 
 8.4 ESPESSANTES 
 8.5 ALCALINIZANTES E NEUTRALIZANTES 
 8.6 ACIDIFICANTES E NEUTRALIZANTES 
 8.7 SEQUESTRANTES 
 8.8 CONSERVANTES 
 8.9 ANTIOXIDANTES 
 8.10 TABELA RESTRITIVA DE SUBSTÂNCIAS 
 8.11 LISTA DE SUBSTÂNCIAS DE USO PROIBIDO 
9 SISTEMAS EMULSIONADOS 
 9.1 TIPOS DE EMULSÕES 
 9.2 COMPONENTES BÁSICOS 
 9.3 TÉCNICAS DE EMULSIFICAÇÃO 
10 PRODUTOS PARA PELE 
 10.1 SEQUÊNCIA DO TRATAMENTO ESTÉTICO 
 10.2 LIMPEZA 
 
 
 
 
 10.3 TONIFICAÇÃO 
 10.4 HIDRATAÇÃO 
 10.5 OUTROS PRODUTOS PARA PELE 
11 PRODUTOS PARA CABELO 
 11.1 XAMPUS 
 11.2 CONDICIONADORES 
 11.3 TINTURAS 
12 PRODUTOS SOLARES 
 12.1 RADIAÇÃO SOLAR 
 12.2 FATORES QUE AFETAM A RADIAÇÃO NA SUPERFÍCIE DA TERRA 
 12.3 RADIAÇÃO SOLAR E PELE 
 12.4 SISTEMA MELÂNICO 
 12.5 BRONZEAMENTO 
 12.6 FOTOSSENSIBLIZAÇÃO 
 12.7 FATOR DE PROTEÇÃO SOLAR 
 12.8 FOTOPROTETORES 
 12.9 PRODUTOS SOLARES 
13 PRODUTOS DE TOALETE 
 13.1 DESODORANTES E ANTIPERSPIRANTE 
 13.2 PERFUME 
14 FORMULAÇÕES 
 
REFERÊNCIAS 
 
 
 
 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
A busca da beleza e da juventude gera exigências cada vez maiores dos pacientes no 
desenvolvimento de novas técnicas cirúrgicas e de novos procedimentos estéticos, pois, com o avanço da 
idade, a pele começa a sofrer alterações como aparecimento de rugas, diminuição da espessura da 
epiderme, ressecamento, que modificam seu aspecto caracterizado pelo envelhecimento cutâneo. 
A cosmética e os bioativos atuam nas estruturas externas do corpo humano (pele e cabelos) de 
forma idêntica aos processos vitais, auxiliando o metabolismo com o objetivo direcionado de prolongar a 
juventude e retardar o envelhecimento. 
A aparência pessoal é hoje requisito de grande importância em todos os segmentos, levando a 
população atual a dar maior valor a sua aparência e buscar nos cosméticos as ferramentas para essa 
realização. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 HISTÓRICO 
 
Os cosméticos são utilizados há pelo menos 30.000 anos. Os homens da pré-história faziam 
gravações em rochas e cavernas e também pintavam o corpo e se tatuavam. 
Rituais tribais praticados pelos aborígines dependiam muito da decoração do corpo para 
proporcionar efeitos especiais, como a pintura de guerra. A religião era, também, uma razão para o uso 
desses produtos. Cerimônias religiosas frequentemente empregavam resinas e unguentos de perfumes 
agradáveis. A queima de incenso deu origem à palavra perfume, que no latim quer dizer “por meio da 
fumaça”. 
Aparentemente os Egípcios foram os primeiros usuários de cosméticos e produtos de toucador1 
em larga escala. Alguns minérios foram usados como sombras de olhos e rouge, assim como usavam 
extratos vegetais, como a henna. A famosa Cleópatra se banhava com leite de cabra para ter uma tez 
suave e macia, e incorporou o símbolo da beleza eterna. Também nesta época os faraós eram sepultados 
em sarcófagos que continham tudo o que era necessário para se mantiver belo. No sarcófago de 
Tutankamon (1400 a. C.) foram encontrados cremes, incenso e potes de azeite usados na decoração e no 
tratamento. 
Durante a dominação Grega na Europa, 400 a.C., os cosméticos tornaram-se mais do que uma 
ciência, estavam menos conectados aos religiosos do que aos cientistas, que davam conselhos sobre dieta, 
exercícios físicos e higiene, assim como, sobre cosméticos. 
Nos manuscritos de Hipócrates, considerado o pai da medicina, já se encontrava orientações 
sobre higiene, banhos de água e sol, a importância do ar puro e da atividade física. Nesta época, século II 
a. C., venerava-se uma deusa da beleza feminina, chamada Vênus de Milo. 
Na era Romana, por volta do uno 180 d. C., um médico grego chamado Claudius Galen realizou 
sua própria pesquisa científica na manipulação de produtos cosméticos, iniciando assim a era galênica dos 
produtos químico-farmacêuticos. Galen desenvolveu um produto chamado Unguentum Refrigerans, o 
famoso Cold cream, baseado em cera de abelha e bórax. 
Os famosos banhos romanos eram centro de discussões e reuniões sociais para os senadores 
e aristocratas da época, mas caíram posteriormente em atos imorais condenados pela religião. 
Também nesta época surgiu à alquimia, uma ciência oculta que se utilizava de formulações 
cosméticas para atos de magia e ocultismo. Na mesma época que Ovídio escreveu um livro voltado à 
 
1 Produtos de toucador: produtos de penteadeira, produtos de toalete. 
 
 
 
 
beleza da mulher "Os produtos de beleza para o rosto da mulher”, em que ensina a mulher a cuidar de sua 
beleza por intermédio de receitas caseiras. 
Com a Idade Média vieram os anos de clausura para a ciência cosmética, um período em que o 
rigor religioso do cristianismo reprimiu o culto à higiene e a exaltação da beleza, impondo recatadas 
vestimentas. Esta época também chamada de "Idade das Trevas" foi muito repressiva na Europa, no qual 
o uso de cosméticos desapareceu completamente, por isso também é chamada de "500 anos sem um 
banho". 
As Cruzadas devolveram a este período os costumes "do culto à beleza e a ternura", que se 
incluíam os cosméticos e os perfumes. 
Com o Renascentismo e com o descobrimento da América, no século XV, percebemos o retorno 
à busca do embelezamento. Todos os costumes e hábitos de vida da época são retratados pelos pintores, 
como por exemplo, a Mona Lisa, de Leonardo da Vinci, que retrata a mulher sem sobrancelhas, face ampla 
e alva, de tez suave e delicada. Miguelangelo também retrata na Capela Cistina os anjos, apóstolos, Maria 
- mãe de Jesus - e outros personagens, de forma clara, jovial cuja beleza é exaltada em sua plenitude. 
Porém, a falta de higiene persiste e os perfumes são criados para mascarar o odorcorporal. 
Durante a Idade Moderna, séculos XVII e XVIII, notam-se a crescente evolução dos cosméticos 
e também da utilização de perucas cacheadas. Neste período ainda persistiam os costumes de não tomar 
banho regularmente, o que proporcionou o crescimento da produção de perfumes, tornando-se de grande 
importância para a economia francesa desde o reinado de Luiz XIV. Contudo, o grande salto dos perfumes 
se deu quando Giovanni Maria Farina, em 1725, estabeleceu-se em Colônia, na Alemanha. Lá ele 
desenvolveu a famosa “água de colônia" 
No final desse século, os Puritanos, liderados por Oliver Cromwell, trouxeram outro período, no 
qual o uso de cosméticos e perfumes ficou fora de moda. Este, talvez, tenha sido o período de maior 
decadência da história dos cosméticos, principalmente quando o Parlamento Inglês em 1770 estabeleceu 
que: "qualquer mulher (...) que se imponha, seduza e traia no matrimônio qualquer um dos súditos de Sua 
Majestade, por utilizar perfumes, pinturas, cosméticos, produtos de limpeza, dentes artificiais, cabelos 
falsos, espartilho de ferro, sapatos de saltos altos, enchimento nos quadris, irá incorrer nas penalidades 
previstas pela Lei contra a bruxaria, etc. E o casamento será considerado nulo e sem validade." 
Já na Idade Contemporânea, século XIX, período Vitoriano na Inglaterra, Isabelina na Espanha 
e dos déspotas esclarecidos na França pós-Napoleão, os cosméticos retomaram a popularidade. 
Os cosméticos e produtos de toucador eram feitos em casa, cada família tinha suas próprias e 
favoritas receitas. As mulheres passaram a expor um pouco o corpo e tomavam banho utilizando trajes 
fechados. 
 
 
 
 
Foi um período rico para o surgimento de indústrias de matérias-primas para a fabricação de 
cosméticos e produtos de higiene nos Estados Unidos, França, Japão, Inglaterra e Alemanha. Estávamos 
presenciando o início do mercado de cosméticos e produtos de higiene no mundo. 
No início do século XX, os cosméticos saíram das cozinhas e passaram a ser produzidos 
industrialmente. A liberação da mulher foi o fator fundamental para o sucesso dos cosméticos, uma vez que 
não se pode falar de cosméticos sem falar em mulher. 
Uma jovem polonesa chegou a Melbourne, na Austrália, em 1902. Ela trazia consigo alguns 
frascos contendo cremes para a pele, preparados com receitas da família. A pele das mulheres australianas 
sofria em razão aos efeitos do calor, do clima seco, impressionada por isso, Helena Rubinstein abriu seu 
primeiro salão de beleza. Mais tarde foi para os Estados Unidos e se tornou a principal força no 
desenvolvimento da indústria de beleza. 
A principal concorrente de Helena Rubinstein neste campo foi Florence Nightingale Graham, 
mais conhecida como Elizabeth Arden. Ambas foram desafiadas por Charles Revlon, que estabeleceu sua 
empresa, Revlon, com um produto inicialmente - verniz de unha -, posteriormente vindo a se chamar 
esmalte de unha. 
Max Factor começou com maquiagem para teatro, na costa oeste dos Estados Unidos, mas logo 
percebeu o potencial do mercado doméstico de consumo. 
David McConnell vendia livros (incluindo Bíblias) de porta em porta, adotou a estratégia de 
presentear com pequenas amostras de perfume cada venda. Ele rapidamente percebeu que seus clientes 
estavam mais interessados nos perfumes do que nos livros, assim surgiu a gigante empresa Avon. 
No Brasil, na segunda metade do século, uma nova empresa surgia na Rua Oscar Freire em 
São Paulo, onde dois jovens talentosos desenvolviam produtos de beleza e ensinavam a forma correta de 
utilização, nascia ali a Natura Cosméticos. Em Curitiba, Paraná, um farmacêutico em sua botica manipulava 
fórmulas galênicas e perfumes, e em pouco tempo despontou para a indústria cosmética, transformando-
se em O Boticário. 
Nas últimas décadas a indústria cosmética brasileira tem evoluído por uma série de fatores: 
 Avanços tecnológicos que devido à rapidez na sua transferência, permitiu que nossa 
indústria se beneficiasse dos avanços mundiais no setor; 
 A criação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) que materializou os 
anseios da indústria na desburocratização dos regulamentos que regem a fabricação de cosméticos, 
proporcionando, entre outros, o aumento na velocidade dos lançamentos de novos produtos, essencial para 
qualquer tipo de indústria que segue os ditames da moda. 
 
 
 
 
 As atividades das entidades privadas representativas do setor: ABC - Associação 
Brasileira de Cosmetologia, representando os químicos cosméticos, e dos representantes das empresas 
do setor, liderados pela Associação Brasileira de Produtos de Higiene, Perfumes e Cosméticos e do 
Sindicato das Indústrias de Produtos de Toucador do Estado de São Paulo - Abihpec/Sipatesp, cujo 
trabalho associativo proporcionou resultados no aprimoramento as atividades da indústria; 
 O surgimento das sociedades médicas de dermatologia e de cirurgia plástica, das 
sociedades profissionais de estética, entre outras, que instituíram o uso dos cosméticos específicos com 
muitos dos seus procedimentos; 
 Evidentemente, não se pode deixar de mencionar o motivo principal da indústria - o 
consumidor - que se tornou mais exigente com a qualidade e com os benefícios prometidos. 
 
No final do século XX, a ciência dos cosméticos foi um fato inegável, pois trabalha não só com 
o embelezamento do corpo, melhorando a imagem pessoal, mas também contribuindo para a prevenção 
do envelhecimento da pele como também de outros fatores nocivos à saúde. 
Tanto se fala nesta evolução da Cosmetologia que em alguns mercados se preconizam o uso 
de produtos denominados "cosmecêuticos," que na excelência da palavra se referem a um produto 
cosmético com propriedades terapêuticas. 
 
 
 
 
 
 
3 LEGISLAÇÃO 
 
Portaria nº 348, de 18 de agosto de 1997. 
 
Ementa: Determinar a todos os estabelecimentos produtores de Produtos de Higiene Pessoal, 
Cosméticos e Perfumes, o cumprimento das Diretrizes estabelecidas no Regulamento Técnico - Manual de 
Boas Práticas de Fabricação para Produtos de Higiene Pessoal, Cosméticos e Perfumes. 
 
Resolução nº 481, de 23 de setembro de 1999. 
 
Ementa: Estabelece os parâmetros de controle microbiológico para os produtos de higiene 
pessoal, cosméticos e perfumes conforme o anexo desta resolução. 
 
Resolução RDC nº 162, de 11 de setembro de 2001. 
 
Ementa: Estabelece a Lista de Substâncias de Ação Conservantes para Produtos de Higiene 
Pessoal, Cosméticos e Perfumes. 
 
 
Resolução RDC nº 237, de 22 de agosto de 2002. 
 
Ementa: Aprova Regulamento Técnico Sobre Protetores Solares em Cosméticos. 
 
Resolução RDC nº 277, de 22 de outubro de 2002. 
 
 
 
 
 
Ementa: Amplia a proibição contida no art. 1º da RE nº 552, de 20 de abril de 2001, a todas as 
formas farmacêuticas de medicamentos antissépticos de uso tópico indicados para uso infantil contendo 
ácido bórico e dá outras providências. 
 
Resolução RDC nº 211, de 14 de julho de 2005. 
 
Ementa: Ficam estabelecidas a Definição e a Classificação de Produtos de Higiene Pessoal, 
Cosméticos e Perfumes, conforme Anexos I e II desta Resolução. 
 
Resolução RDC nº 215, de 25 de julho de 2005. 
 
Ementa: Aprova o Regulamento Técnico Listas de Substâncias que os Produtos de Higiene 
Pessoal, Cosméticos e Perfumes não Devem Conter Exceto nas Condições e com as Restrições 
Estabelecidas, que consta como Anexo e faz parte da presente Resolução. 
 
Resolução RDC nº 48, de 16 de março de 2006. 
 
Ementa: Aprova o Regulamento Técnico "lista de substâncias que não podem ser utilizadas em 
produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes". 
 
Resolução RDC nº 47, de 16 de março de 2006. 
 
Ementa: Aprova o Regulamento Técnico "lista de filtros ultravioletas permitidos para produtos 
de higiene pessoal, cosméticos e perfumes". 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 MERCADO COSMÉTICO 
 
4.1 EVOLUÇÃO 
A Indústria Brasileira de Higiene Pessoal, Perfumariae Cosméticos apresentou um crescimento 
médio deflacionado composto de 10,7% nos últimos cinco anos, tendo passado de um faturamento “Ex 
Factory”, líquido de impostos sobre vendas de R$ 7,5 bilhões em 2000 para R$ 15,4 bilhões em 2005. A 
queda em dólares, US$ 3,3 bilhões em 2002 versus US$ 4,1 bilhões em 2000 e US$ 3,6 bilhões em 2001, 
reflete a maxidesvalorização ocorrida em 1999, em 2001 e em 2002. Já o crescimento em dólares em 2004 
e 2005 foi influenciado pela apreciação do real, na média do ano, em relação ao dólar de 3,9% em 2004 e 
17,7% em 2005 (FIGURA 1): 
 
FIGURA 1 - EVOLUÇÃO DO MERCADO COSMÉTICO 
 
FONTE: Arquivo pessoal do autor. 
 
 
Vários fatores têm contribuído para este excelente crescimento do Setor, dentre os quais 
destacamos: 
 Participação crescente da mulher brasileira no mercado de trabalho; 
 A utilização de tecnologia de ponta e o consequente aumento da produtividade, 
favorecendo os preços praticados pelo setor, que têm aumentos menores do que os índices de preços da 
economia em geral; 
 Lançamentos constantes de novos produtos atendendo cada vez mais às necessidades 
do mercado; 
 Aumento da expectativa de vida, o que traz a necessidade de conservar uma impressão 
de juventude. 
 
 
 
 
4.2 CRESCIMENTO DO SETOR E CRESCIMENTO DA ECONOMIA 
Com exceção do ano 2004, o país apresentou índices baixos de crescimento nos últimos anos. 
O quadro abaixo compara a evolução do Produto Interno Bruto, com a da indústria em geral e com os 
índices da Indústria de Produtos de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos, demonstrando que o setor 
apresentou neste período, crescimento bem mais vigoroso que o restante da indústria (10,7% de 
crescimento médio no setor contra 2,2% do PIB Total e 2,1% da Indústria Geral): 
 
FIGURA 2 - COMPARAÇÃO DO CRESCIMENTO DO MERCADO COSMÉTICO COMO MERCADO 
GERAL 
 
FONTE: IBGE – Banco Central – ABIHPEC. ANO 2009 
 
 
4.3 COMÉRCIO EXTERIOR 
Até 1994, o país manteve superávits em sua Balança Comercial entre 10 e 15 bilhões de dólares. 
Entre 1995 e 1998, com o advento do Plano Real e a utilização do câmbio como âncora principal para a 
estabilização da moeda, a Balança Comercial Brasileira apresentou déficits entre três e sete bilhões de 
dólares. A partir de 1999, com a introdução do câmbio flutuante, observou-se forte desvalorização do real 
e o déficit foi reduzido para 1,2 e 0,7 bilhão de dólares no ano seguinte. Em 2001, o real foi novamente 
desvalorizado, principalmente em razão à crise econômica na Argentina, provocando um superávit de US$ 
2,7 bilhões. Seguiu-se em 2002, outra forte depreciação do Real incrementando o superávit para US$ 13,1 
bilhões, em 2003 o superávit foi de US$ 24,8 bilhões. Em 2005, apesar da recuperação das importações e 
da apreciação do real, novo salto foi verificado no superávit de US$ 44,8 bilhões. 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 3 - BALANÇA COMERCIAL BRASILEIRA GERAL 
 
FONTE: Arquivo pessoal do autor 
 
 
A próxima figura (FIGURA 4) mostra a balança comercial dos produtos de Higiene Pessoal, 
Perfumaria e Cosméticos nos últimos cinco anos, demonstrando um crescimento acumulado de 120,7% 
nas exportações entre 2001 e 2005, enquanto que as importações diminuíram 4,1% no mesmo período. O 
déficit comercial do setor, que atingiu US$ 163,1 milhões em 1997, foi sendo reduzido nos anos seguintes, 
atingindo US$ 8 milhões em 2001 e, a partir de 2002, revertido para resultados superavitários. Em 2005, o 
superávit atingiu US$ 196,3 milhões, um crescimento de 12% sobre 2004, apesar do significativo aumento 
nas importações provocado pela apreciação do real 
 
 
FIGURA 4 - BALANÇA COMERCIAL BRASILEIRA DE PRODUTOS COSMÉTICOS 
 
FONTE: Relatório ABIHPEC, 2008, p.4 
 
Por grupo de produtos, as exportações brasileiras de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos, 
apresentaram a seguinte composição em 2005 (FIGURA 5): 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 5 - COMPOSIÇÃO DOS PRODUTOS DE HIGIENE. 
 
FONTE: Adaptado da ABIHPEC, 2007, p.4 
 
A América do Sul tem sido o principal mercado brasileiro para os produtos do setor, porém, dada 
a conquista de mercados não tradicionais, a participação das exportações para os países sul-americanos 
foi reduzida entre 2001 e 2004. O aumento na participação em 2005 foi provocado pela recuperação da 
economia Argentina. 
 
FIGURA 6 – RELAÇÃO EXPORTAÇÃO POR PERÍODO. 
 
FONTE: Arquivo pessoal do autor. 
 
 
4.4. PERFIL EMPRESARIAL 
Existem no Brasil 1.415 empresas atuando no mercado de produtos de Higiene Pessoal, 
Perfumaria e Cosméticos, sendo que 15 empresas de grande porte, com faturamento líquido de impostos 
acima dos R$ 100 milhões, representam 73,4% do faturamento total. As empresas estão distribuídas por 
região/estado da seguinte forma: 
 
 
 
 
 
FIGURA 7 - DIVISÃO DO MERCADO PRODUTIVO DE COSMÉTICOS EM 2006. 
 
FONTE: Anvisa. Jan. 2006. 
 
4.5 MERCADO BRASILEIRO 
Em relação ao mercado mundial de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos, conforme dados 
do Euromonitor de 2005, o Brasil ocupa a quarta posição. É o segundo mercado em desodorantes e em 
produtos infantis, terceiro em produtos para cabelo e perfumaria; o quarto em higiene oral; o quinto em 
banho e produtos masculinos; sétimo em cosméticos (cores); oitavo em proteção solar; o nono em pele; e 
o décimo em depilatórios. 
 
4.6 CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO 
Os produtos do setor são distribuídos por meio de três canais básicos: 
 Distribuições tradicionais, incluindo o atacado e as lojas de varejo; 
 Venda direta, evolução do conceito de vendas domiciliares; 
 Franquia, lojas especializadas e personalizadas. 
 
 
 
 
 
5 CONCEITOS BÁSICOS E NOÇÕES GERAIS 
 
 
5.1 DEFINIÇÕES 
 
 Cosmecêuticos: produtos cosméticos com propriedades terapêuticas. Este termo não é 
reconhecido pela ANVISA. 
 
 Cosmético: originalmente, era o nome dado às substâncias naturais destinadas a 
suavizar o cabelo e dar-lhe brilho. Depois da primeira guerra, o domínio dos produtos de beleza aumentou 
e o nome cosmético tomou sentido mais amplo, designando toda substância de origem animal, vegetal e 
mineral utilizada para limpar, hidratar, corrigir, embelezar e proteger sem irritar, sensibilizar ou causar 
qualquer alteração fisiológica oriunda de sua permeação cutânea ou sistêmica a pele e seus anexos 
(cabelos, unhas, dedos); 
 
 Cosmetologia: ciência que serve de suporte à fabricação dos produtos de beleza e 
permite verificar as suas propriedades, estuda as matérias-primas e os produtos cosméticos destinados ao 
embelezamento, limpeza, manutenção e melhoria das características do cabelo, pele e seus anexos; 
 
 Cosmetologista: técnico que estuda e aprimora as formulações e fabrica produtos de 
beleza, aplicando os métodos científicos determinados pela cosmetologia; 
 
 
 Embalagem Primária: envoltório ou recipiente que se encontra em contato direto com os 
produtos; 
 
 Embalagem Secundária: é a embalagem destinada a conter a embalagem primária ou as 
embalagens primárias; 
 
 Esteticista: profissional que sabe escolher os cosméticos, segundo as suas propriedades, 
qualidades e indicações e os aplica de acordo com as técnicas e métodos ligados à profissão; 
 
 
 
 
 
 Garantia da Qualidade: todas as ações sistemáticas necessárias para prover segurança 
de que um produto ou serviço irá satisfazer os requerimentos de qualidade estabelecidos; 
 
 Material de Embalagem: cada um dos elementos de acondicionamento que estarão no 
produto final conforme entrem ou não em contato com o produto, dividem-se em primários ou secundários; 
 
 Matéria-prima: qualquer substância envolvida na obtenção de um produto a granel que 
faça parte deste na sua forma original ou modificada; 
 
 Prazo de Validade: tempo em que o produto mantém suas propriedades, quando 
conservado na embalagem original e sem avarias, em condições adequadas de armazenamento e 
utilização; 
 
 Produto a Granel: produto que sofreu todas as etapas defabricação, à exceção do envase 
e embalagem; 
 
 Produto Acabado: produto pronto para ser colocado no mercado; 
 Produto Semiacabado: produto obtido a partir de um envase primário, que necessita no 
mínimo de uma operação posterior antes de ser considerado um produto terminado; 
 
 Produtos de Higiene Pessoal, Cosméticos e Perfumes: são preparações constituídas por 
substâncias naturais ou sintéticas, de uso externo nas diversas partes do corpo humano, pele, sistema 
capilar, unhas, lábios, órgãos genitais externos, dentes e membranas mucosas da cavidade oral, com o 
objetivo exclusivo ou principal de limpá-los, perfumá-los, alterar sua aparência e/ou corrigir odores corporais 
e/ou protegê-los ou mantê-los em bom estado; 
 
 Sistema da Qualidade: estrutura organizacional de procedimentos e recursos para 
implementar a Administração da Qualidade. 
 
 
 
5.2 CLASSIFICAÇÃO DE PRODUTOS 
 
 
 
 
 
 
A classificação de cosméticos, produtos de higiene, perfumes e outros de natureza e finalidade 
idênticas estão baseados nos artigos 3° e 26° da Lei 6.360/76 e artigos 3°, 49° e 50°, do Decreto 79094/77. 
Os grupos de produtos estão enquadrados em quatro categorias e classificados quanto ao grau 
de risco a que oferecem, dada a sua finalidade de uso, para fins de análise técnica, quanto do seu pedido 
de registro, a saber: 
 
A - Categorias: 
 Produto de Higiene; 
 Cosmético; 
 Perfume; 
 Produto de Uso Infantil. 
 
B - Grau de Risco: 
 Grau 1 - Produtos com risco mínimo, ou seja, são produtos de higiene pessoal, 
cosméticos e perfumes cujas formulações se caracterizam por possuírem propriedades básicas ou 
elementares, cuja comprovação não seja inicialmente necessária e não requeiram informações detalhadas 
quanto ao seu modo de usar e suas restrições de uso, devido às características intrínsecas do produto; 
 Grau 2 - Produtos com risco potencial, ou seja, são produtos de higiene pessoal, 
cosméticos e perfumes cujas formulações possuem indicações específicas, cujas características exigem 
comprovação de segurança e/ou eficácia, bem como informações e cuidados, modo e restrições de uso. 
 
Os critérios para essa classificação foram definidos em função da finalidade de uso do produto, 
áreas do corpo abrangidas, modo de usar e cuidados a serem observados, quando de sua utilização. 
 
 
 
 
 
 
 
TABELA 1: EXEMPLOS DE PRODUTOS E GRAUS DE RISCOS 
CATEGORIA: PRODUTO DE HIGIENE 
GRUPO GRAU 
Sabonetes (líquidos, gel, cremoso ou sólido) 
Sabonete facial e/ou corporal 1 
Sabonete abrasivo/esfoliante 1 
Sabonete antisséptico 2 
Sabonete desodorante 1 
Outros a definir 
Produtos para Higiene dos Cabelos e Couro Cabeludo (líquido, gel, creme, pós ou sólido) 
Xampu 1 
Xampu condicionador 1 
Xampu para lavagem a seco 1 
Xampu anticaspa 2 
Creme rinse 1 
Enxaguatório capilar 1 
Condicionador 1 
Condicionador anticaspa 2 
Enxaguatório capilar anticaspa 2 
Outros produtos para higiene dos cabelos e couro 
cabeludo 
a definir 
A tabela completa encontra-se na Resolução RDC nº 211, de 14 de julho de 2005. 
FONTE: Resolução RDC nº 211, 14 jul. 2005. 
 
 
 
 
 
 
 
6 PELE/ANEXOS EPIDÉRMICOS/CABELO 
 
 
FIGURA 8 - CORTE DA PELE 
 
FONTE: Arquivo pessoal do autor 
 
 
 
 
 
 
A pele (FIGURA 8) forma a superfície externa contínua ou tegumento do corpo, sendo o maior 
órgão, constituindo quase um sexto do seu peso total. Possui quatro funções principais: 
 
 Proteção: a pele fornece proteção contra a luz ultravioleta e agressões mecânicas, 
químicas e térmicas; sua superfície relativamente impermeável impede a desidratação e atua como uma 
barreira física à invasão por microrganismos; 
 
 Sensibilidade: a pele é o maior órgão sensitivo do corpo e contém vários receptores para 
o tato, pressão, dor e temperatura; 
 
 Termorregulação: em humanos, a pele é um importante órgão de termorregulação. O 
corpo é isolado contra a perda de calor pela presença de pelos e tecido adiposo subcutâneo (insulação). A 
perda de calor é facilitada pela evaporação do suor na superfície cutânea e aumento do fluxo sanguíneo 
por meio da rica rede vascular da derme; 
 
 Funções metabólicas: o tecido adiposo subcutâneo constitui um importante reservatório 
de energia, principalmente na forma de triacilglicerois. Por exemplo, a vitamina D é sintetizada na epiderme. 
Em diferentes regiões do corpo a pele varia em espessura, cor, presença de pelos, glândulas e unhas. 
Apesar dessas variações que refletem diferentes demandas funcionais, todos os tipos de pele possuem a 
mesma estrutura básica. A pele espessa cobre a palma da mão e a sola dos pés, possui glândulas 
sudoríparas, mas não possuem folículos pilosos, músculos eretores do pelo e glândulas sebáceas. A pele 
delgada cobre a maior parte do resto do corpo, contém folículos pilosos, músculos eretores do pelo, 
glândulas sudoríparas e glândulas sebáceas. 
 
A superfície externa da pele consiste de um epitélio pavimentoso estratificado queratinizado 
denominado epiderme; sua espessura varia de acordo com as forças funcionais e as influências de 
desidratação às quais é submetida. 
A epiderme é sustentada e nutrida por uma camada espessa de tecido fibroelástico denso 
denominado derme, que é altamente vascularizada e contém muitos receptores sensitivos. A derme é 
fixada aos tecidos subjacentes por uma lâmina de tecido frouxo, denominada hipoderme ou camada 
subcutânea, que contém quantidade variável de tecido adiposo. 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 9 - A PELE 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.iq.usp.br/bayardo/bioqbeleza/bioqbeleza.pdf> Acesso em: 
06 Mar. 2012 
 
 
6.1 EPIDERME 
 
A epiderme é a camada mais externa do corpo e está em contato direto com o meio externo. É 
um epitélio queratinizado estratificado composto principalmente de queratinócitos, as células epiteliais 
especializadas responsáveis pela renovação, coesão e barreira da epiderme. A figura acima mostra que 
esta camada externa da pele é subdividida em cinco camadas (de dentro para fora): stratum basale, stratum 
spinosum, stratum granulosum, stratum lucidum e stratum corneum. Estas camadas são formadas pela 
diferenciação sequencial de células, migrando da camada basal para a superfície. A epiderme se renova a 
cada 14-30 dias dependendo da região da pele. 
 A camada basal (stratum basale) é a camada mais profunda e fica logo acima da derme. 
É a camada com a maior atividade mitótica. As camadas de células basais se ligam à lâmina basal 
(basement membrane). 
 
 
 
 
 
 A camada espinosa (stratum spinosum) é a camada mais grossa da epiderme. As células 
nesta camada chegam por migração da camada basal, perdendo sua adesão à lâmina basal e se aderindo 
a outros queranócitos. 
 
 A camada granular (stratum granulosum) é caracterizada pela presença de grânulos de 
queratohialina entre os filamentos de queratina; consiste em 3-5 camadas de queratinócitos achatados. 
Esta é a camada mais superficial em que as células ainda possuem núcleo. 
 
 A camada córnea (stratum corneum) é a camada mais superficial e é composta de células 
mortas. O alto conteúdo lipídico forma uma barreira para retenção de água e resistência. Esta camada 
fornece 98% de habilidade de retenção de água da epiderme. A membrana plasmática se torna grossa em 
razão à deposição e ligação cruzada de proteínas, como a involucrina, ao longo da superfície interna para 
formar o envelope córneo. Estas células não possuem núcleo e outras organelas, mas possuem inúmeros 
filamentos de queratina. O stratum lucidum é parte desta camada. 
 
FIGURA 10 - EPIDERME E SUAS CAMADAS. 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.iq.usp.br/bayardo/bioqbeleza/bioqbeleza.pdf> Acesso em: 06 Mar. 
2012 
 
Outros integrantes da epiderme são as células de Langerhans apresentadoras de antígeno, os 
linfócitos T epidérmicos, ambos derivados da medula óssea, os melanócitos formadores de pigmentos e as 
células de Merkelneuroepiteliais, queratinócitos modificados que possuem queratinas e formam ligações 
desmossomais de queratinócitos. 
 
 
 
 
 
 
6.2 DERME 
 
A derme é um tecido conectivo, irregular e denso, composto de colágeno, elastina e 
glicosaminoglicanos. É mais grossa que a epiderme, contém extensiva vascularização, neurônios, músculo 
liso e fibroblastos. É a principal barreira mecânica da pele. 
Sua rede de fibras elásticas funciona para suportar a epiderme e ligar à hipoderme. A derme 
contém duas camadas, a camada papilar e a camada reticular. 
 
FIGURA 11 – (A) ARQUITETURA DA PELE. - (B) MICROGRAFIA DE UMA SEÇÃO 
TRANSVERSAL DA SOLA DE UM PÉ HUMANO. 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.iq.usp.br/bayardo/bioqbeleza/bioqbeleza.pdf> Acesso em: 06 Mar. 
2012 
 
 
 
 
 
 
A figura acima representa a pele espessa de mamíferos. Na figura (A) estes diagramas mostram 
a arquitetura da pele. Na (B) é apresentado a micrografia de uma seção transversal da sola de um pé 
humano, corado com hematoxilina e eosina. A pele pode ser vista como um grande órgão composto de 
dois tecidos principais: a epiderme e o tecido conectivo que fica abaixo da epiderme, o qual consiste da 
derme e hipoderme. Cada tecido é composto de vários tipos celulares. A derme e a hipoderme são 
ricamente irrigadas com vasos sanguíneos e nervos. Algumas fibras nervosas se estendem até a epiderme. 
A derme possui elementos neuronais para percepção de toque, dor, coceira e temperatura. Os 
corpúsculos de Meisser residem na camada papilar e funcionam como mecanorreceptores na percepção 
do toque. Os corpúsculos de Pacini são encontrados na porção profunda da derme (e na hipoderme) e são 
responsáveis pela sensação de pressão. 
 
 
6.3 HIPODERME 
 
A hipoderme é composta de tecido conectivo frouxo com um grande número de células adiposas. 
A hipoderme confere insulação, absorção de impacto, estoque de energia e flexibilidade. Também contém 
o maior número de vasos sanguíneos da pele. Muitos dos anexos epidérmicos se estendem até a 
hipoderme. Eles são uma fonte de queratinócitos quando a epiderme é destruída por abrasão ou 
queimadura. 
 
 
6.4 RENOVAÇÃO DA PELE 
 
A epiderme é um tecido autorrenovador: uma única célula-tronco adulta tem capacidade 
proliferativa para produzir epiderme nova suficiente para cobrir a superfície corpórea. Na pele de 
mamíferos, células-tronco epiteliais de ciclo lento residem em uma porção saliente do folículo piloso (bulge) 
(FIGURA 12). 
Estas células-tronco são multipotentes (células-tronco que têm o potencial de dar origem a 
múltiplas linhagens) e podem dar origem não só a células da epiderme como também a folículos pilosos e 
glândulas sebáceas. Estas células-tronco presentes na saliência do folículo piloso e que migram para a 
epiderme vivem na camada (basal) mais interna. A taxa de proliferação e migração é muito acelerada 
quando a pele foi danificada e a ferida está sendo cicatrizada. 
 
 
 
 
 
FIGURA 12 - FOLÍCULO PILOSO DE MAMÍFERO 
 
Observe a posição da saliência (bulge), onde as células-tronco estão localizadas. 
 
 
6.5 A MATRIZ EXTRACELULAR - INTEGRAÇÃO DAS CÉLULAS EM TECIDOS 
 
Para que as células se organizem em tecidos, é necessário que haja adesão entre elas, de forma 
a manterem-se juntas. Proteínas integrais de membrana, chamadas de moléculas de adesão celular – 
CAMs (de cell-adhesion molecules) -, permitem adesão forte e específica de muitas células animais com 
células do mesmo tipo ou similares. Outras proteínas formam junções celulares especializadas que 
estabilizam estas interações e promovem a comunicação local entre células adjacentes. 
 
- Adesão celular 
As CAMs podem mediar à adesão homofílica (entre células do mesmo tipo) e heterofílica (entre 
células diferentes). A porção citossólica destas proteínas está normalmente conectada a elementos do 
citoesqueleto. Há cinco classes principais de CAMs: as caderinas, a superfamília de imunoglobulinas (Ig), 
as selectinas, as mucinas e as integrinas. Além das ligações estruturais, as células em tecidos estão em 
 
 
 
 
comunicação direta por gap junctions. As gap junctions estão distribuídas pela superfície lateral de células 
adjacentes e permitem a troca de pequenas moléculas. 
 
- Matriz Extracelular 
As células animais organizadas em tecido também secretam uma ampla diversidade de 
proteínas e carboidratos, chamada de matriz extracelular – ECM (de Extra Cellular Matrix), criando um 
ambiente especial nos espaços entre as células. A matriz auxilia a ligação das células em tecidos e é um 
reservatório para muitos hormônios que controlam o crescimento e a diferenciação celular. A matriz também 
serve como um suporte por meio do qual as células podem se mover, especialmente durante os estágios 
primários de diferenciação. Problemas nestas conexões podem levar ao câncer e malformações durante o 
desenvolvimento. 
A matriz extracelular possui três componentes proteicos majoritários: 
 
 Proteínas estruturais: insolúveis, que proporcionam força e resistência (colágeno e elastina); 
 
 Proteínas especializadas (multiadesivas solúveis): ligação, sinalização (fibrilina, fibronectina e 
laminina); 
 
 Proteoglicanos: altamente viscosas e compostas de um núcleo proteico ao qual se ligam 
longas cadeias de dissacarídeos repetidos (glicosaminoglicanos), formando componentes da ECM 
altamente complexos e de alto peso molecular. 
Compostos específicos da matriz extracelular podem ativar diretamente vias de transdução de 
sinal citossólicos, ao ligar-se aos receptores de proteínas de adesão celular na membrana plasmática. 
Alternativamente, pela ligação de fatores de crescimento e outros hormônios, a matriz extracelular pode 
tanto sequestrar estes sinais das células ou contrariamente, apresentá-los às células, assim induzindo ou 
inibindo indiretamente as vias de sinalização intracelular. 
 
- Colágeno 
O colágeno é a principal proteína fibrosa encontrada na matriz extracelular. Em vertebrados, há 
pelo menos 27 tipos de colágenos com 42 cadeias polipeptídicas distintas. Todas as moléculas de colágeno 
consistem em três cadeias polipeptídicas, chamadas de cadeias, contendo pelo menos um domínio com a 
sequência Gly-X-Y, formando uma estrutura de tripla hélice característica, semelhante a uma trança 
 
 
 
 
(FIGURA 13-A). Os diferentes colágenos se distinguem pela habilidade das suas regiões helicoidais e não 
helicoidais de se associarem em fibrilas, formando folhas, ou de se ligarem com diferentes tipos de 
colágeno. Moléculas de colágeno fibroso (tipos I, II e III) se associam em fibrilas. Na tabela a seguir 
(TABELA 2) estão descritos alguns tipos de colágeno e algumas de suas propriedades. 
 
 
FIGURA 13 - COLÁGENO E ELASTINA. A - COLÁGENO. B - CADEIAS POLIPEPTÍDICAS DE 
ELASTINA 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.iq.usp.br/bayardo/bioqbeleza/bioqbeleza.pdf> Acesso em: 
06 Mar. 2012 
 
Na figura acima, estão representados o colágeno e a elastina. Na figura (A) o colágeno, é uma 
tripla hélice formado por três cadeias proteicas estendidas que se entrelaçam. Muitas moléculas de 
colágeno em forma de haste sofrem cross-link no espaço extracelular, formando fibrilas de colágeno que 
apresentam a força tensora do aço. As listas na fibrila de colágeno são em consequência à repetição regular 
do arranjo das moléculas de colágeno na fibrila. Na figura (B) Cadeias polipeptídicas de elastina sofrem 
cross-link formando fibras elásticas. Quando a fibra é estendida, cada molécula de elastina se desenrola 
em uma conformação mais estendida, retomando espontaneamente a conformação original quando a força 
tensora é relaxada. 
 
 
 
 
 
 
TABELA 2 - ALGUNS TIPOS DE COLÁGENOS E SUAS PROPRIEDADES 
 Tipo Forma polimerizada Distribuição nos tecidos 
Formação de fibrila (fibrilar) I Fibrila Ossos, pele, tendões, 
ligamentos, córnea, órgãos internos 
(90% do colágeno corpóreo) 
 II Fibrila Cartilagem, discoinvertebral, notocorda, humor vítreo 
dos olhos. 
 III Fibrila Pele, vasos sanguíneos, 
órgãos internos. 
 V Fibrila (com tipo I) Como tipo I 
 XI Fibrila (com tipo II) Como tipo II 
Associada à fibrila VI Associação lateral 
com tipo I 
Tecidos intersticiais 
 IX Associação lateral 
com algumas fibrilas 
tipo II 
Cartilagem 
 XII Associação lateral 
com algumas fibrilas 
tipo I 
Tendões, ligamentos 
Formação de rede IV Rede tipo folhas Lâmina basal 
 
 VII Fibrilas de 
ancoramento 
Epitélio escamoso 
estratificado 
Transmembrana XVII Não conhecida Hemidesmossomos 
Outros XVIII Não conhecida Lâmina basal nos vasos 
sanguíneos 
 
A maioria dos colágenos é fibrilar e composto de moléculas do tipo I. Uma rede bidimensional 
de colágeno tipo IV é característica da lâmina basal (FIGURA 14). 
 
 
 
 
FIGURA 14 - Modelo da estrutura molecular da lâmina basal 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.iq.usp.br/bayardo/bioqbeleza/bioqbeleza.pdf> Acesso em: 
06 Mar. 2012 
 
A figura acima mostra o modelo da estrutura molecular da lâmina basal. Na figura (A) a lâmina 
basal é formada por interações específicas (B) entre as proteínas de colágeno tipo IV, laminina e nidogena, 
e a proteglicano perlecan. As setas em (B) conectam moléculas que podem se ligar diretamente umas às 
outras. Há várias isoformas do colágeno tipo IV e laminina, cada uma com uma distribuição específica nos 
diferentes tecidos. Acredita-se que os receptores de laminina transmembranares (integrinas e 
distroglicanas) na membrana plasmática organizam o arranjo da lâmina basal. Somente as integrinas estão 
mostradas. 
O colágeno é secretado para a matriz extracelular na forma de procolágeno, que consiste em 
três cadeias polipeptídicas (cadeias) unidas para formar uma estrutura helicoidal. Na matriz extracelular, 
as moléculas de procolágeno polimerizam-se para formar o colágeno. 
As fibrilas de colágeno, compostas de diversas triplas hélices de colágeno, mantêm sua estrutura 
por meio da formação de ligações covalentes (entre as triplas hélices). O colágeno fibroso possui exigências 
estruturais específicas e é muito susceptível à mutação, especialmente nos resíduos de glicina. Como as 
cadeias de colágeno mutante podem afetar a função das cadeias selvagens, estas mutações têm um 
fenótipo dominante. 
 
 
 
 
 
 
6.6 ELASTINA 
 
Moléculas de elastina formam uma rede interligada de fibras e folhas na matriz extracelular, 
particularmente na pele, pulmão e vasos sanguíneos, onde conferem as propriedades de estiramento e 
retração elástica. A elastina é sintetizada por fibroblastos em uma forma precursora conhecida como 
tropoelastina, que sofre polimerização no ambiente extracelular. A deposição de elastina na forma de fibras 
requer a presença de microfibrilas da glicoproteína estrutural fibrilina, que são incorporadas à estrutura. A 
figura 13 (B) mostra detalhes da elastina. 
 
 
6.7 FLORA CUTÂNEA 
 
A pele é preenchida em toda sua superfície por diversos tipos e micro-organismos, constituindo 
a flora cutânea. 
Ela é formada: 
 
 Por uma flora chamada residente, que existe naturalmente na superfície da pele. Ela é 
constituída por micro-organismos chamados saprófitas; 
 
 Por uma flora transitória. Os micro-organismos que a compõem são hóspedes acidentais 
da pele, cuja sobrevivência sobre o território cutâneo é fraca e temporária. Esses micro-organismos são 
chamados contaminadores ou também patógenos. 
 
A flora redente: 
 Localização: na camada descamante e nos infundíbulos pilares. Pela 
necessidade de água e nutrientes para seu desenvolvimento, os locais onde eles encontram tais 
substâncias para sua proliferação são os anexos cutâneos. Portanto, regiões com grandes 
quantidades de glândulas sebáceas e glândulas sudoríparas são ideais para o desenvolvimento 
dos micro-organismos; 
 
 Composição: depende da localização e da idade. Mas em geral há três grandes 
espécies que são as propionibactérias, os estafilococos e leveduras; 
 
 
 
 
 
 Importância: a competição entre os micro-organismos residentes e os 
transitórios permite uma proteção relativa contra estes últimos. É, portanto primordial conservar a 
flora cutânea residente em bom estado, garantindo maior proteção contra a inoculação de micro-
organismos patógenos. 
 
A flora transitória: 
 
São provenientes de uma contaminação. São, portanto encontrados em regiões “descobertas” 
do corpo, expostas ao meio ambiente. As principais são: 
 Estafilococo dourado; 
 Estreptococos; 
 Leveduras. 
 
 
6.8 ENVELHECIMENTO 
 
O envelhecimento é um processo biológico e dinâmico que ocorre desde o dia em que o ser 
humano nasce. Para as células e enzimas não seria diferente, elas nascem, crescem, cumprem sua função 
e morrem. Para isto, o organismo tem certa capacidade de regeneração celular, pois a pele humana é a 
que mais sofre com o envelhecimento, a pele fisiologicamente envelhecida altera suas funções de proteção 
por falta de cuidados e agressões ocorridas. 
Os tecidos gradualmente passam por mudanças de acordo com a idade, sendo que, na pele, 
essas alterações são mais facilmente reconhecidas. Atrofia enrugamento, ptose e lassidão representam os 
sinais mais aparentes de uma pele senil. As figuras 15 e 16 representam uma pele jovem e uma pele 
envelhecida. 
 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 15: PELE JOVEM 
 
FONTE: Fonte pessoal do autor 
 
 
A figura acima representa uma pele jovem. A pele normal repousa sobre a gordura subcutânea 
(g) e é constituída pela epiderme (e) e a derme (d). Na derme encontram-se estruturas importantes: folículos 
pilosos (fo): bulbos onde se originam pelos; fibras colágenas (verdes): que formam redes densas e bem 
ordenadas (paralelas entre si), para dar resistência à pele; fibras elásticas (azuis): mais finas e em menor 
número, permitem que a pele possa ser esticada sem se romper, retornando depois ao seu estado normal. 
 
FIGURA 16 - PELE EM ENVELHECIMENTO 
 
FONTE: Fonte pessoal do autor 
 
A figura acima representa uma pele com o envelhecimento. As fibras colágenas (verdes) tornam-
se mais finas e escassas; a rede formada por elas fica irregular e desordenada, perdendo resistência em 
alguns pontos. Nesses pontos, a epiderme e a parte mais alta da derme acabam desabando, dando origem 
aos sulcos visíveis na superfície da pele (há dois sulcos representados no desenho). As fibras elásticas 
 
 
 
 
(azuis), por sua vez, tornam-se mais espessas e numerosas, formando aglomerados desordenados que 
prejudicam seu funcionamento. O resultado é uma perda da elasticidade da pele. 
Há dois tipos de influência para o envelhecimento: os processos genéticos ou cronológicos que 
resume no envelhecimento intrínseco e o envelhecimento extrínseco, que inclui o fotoenvelhecimento e os 
diversos fatores provocados pelo meio ambientes, sendo o principal, a luz solar abundante nos horários em 
que os raios ultravioletas (UV) são mais agressivos. 
- Envelhecimento Intrínseco 
Resume no envelhecimento em que todas as transformações que conduzem o organismo à 
perda da vitalidade. São alterações que acontecem desde o nascimento e podem ser causadas por diversos 
fatores, como a queda dos níveis hormonais, a formação de radicais livres e o envelhecimento do sistema 
nervoso. 
O envelhecimento intrínseco (FIGURA 17), ou cronológico, é aquele determinado por condições 
genéticas e que se caracteriza por tornar a pele fina, frágil e inelástica, ocorrendo por volta dos 30 a 35 
anos de idade. Por maiores que sejam os cuidados com o processo do envelhecimento, chega uma hora 
que a perda de suas funções orgânicas é inevitável. 
 
FIGURA 17 – REPRESENTAÇÃO DA MUDANÇA CELULAR DO ENVELHECIMENTO 
INTRÍNSECO. 
 
FONTE: Arquivo pessoal do autor 
 
 
 
 
 
Neste processo, estruturalmente a epiderme se torna mais fina, os corneócitos se tornam menos 
aderentes uns aos outros, e a interface dermoepidérmica se achata. O número demelanócitos e células de 
Langerhans diminuem, assim também como o tecido subcutâneo em algumas áreas, especialmente na 
face, bochechas e mãos. Com a idade avançada, há uma degeneração e redução das fibras elásticas, 
tornando a matriz destas fibras mais opaca e as fibrilas mais curtas e alinhadas longitudinalmente. 
Com uma exposição crônica a radiação ultravioleta pode diminuir a resposta imunológica, tanto 
nas áreas expostas ao sol como de forma generalizada ou sistêmica, ocorre também o aparecimento de 
linfócitos T supressores, o que tornará a pele susceptível ao desenvolvimento de tumores. 
 
- Envelhecimento Extrínseco 
Refere-se ao envelhecimento extrínseco ou fotoenvelhecimento, é um processo biológico 
complexo que afeta várias camadas da pele, principalmente o tecido conectivo da derme. Os principais 
componentes do tecido conectivo são as fibras de colágeno, a rede de fibras elásticas e os 
glicosaminoglicanos. Ele é responsável pela maneira de alterações clínicas visíveis na pele habitualmente 
exposta ao sol, como pele áspera, alterações pigmentares e enrugamento profundo. 
Os processos externos como poluição, vento, umidade, calor, que podem causar lesões 
celulares, porém, o que mais afeta a pele é o sol. As radiações UVA e UVB são prejudiciais à pele e podem 
causar transformações celulares irreversíveis. 
A pele envelhecida pelo sol apresenta alterações na matriz do colágeno extracelular; também é 
caracterizada por ressecamento da pele, pigmentação irregular, rugas, redução do tecido adiposo e atrofia. 
Além de surgir o aparecimento de sulcos e flacidez, em razão ao acúmulo de material anormal na pele. 
 
- Teorias do envelhecimento 
O envelhecimento reporta todas as alterações, que levam a uma diminuição nas habilidades de 
um organismo. Das muitas teorias sobre o envelhecimento, quase todas são plausíveis e possuem na sua 
maioria, base científica sólida. Uma das razões porque não se chega a um consenso e a uma 
sistematização de todas as teorias, é a complexidade inerente ao universo vivo, não se podendo cometer 
a ingenuidade de atribuir um determinado efeito a uma só causa, pois estará a contrariar a noção de 
organismo vivo, como sistema integrado. 
Há várias teorias que explicam o processo de envelhecimento, por isso muitos cientistas ficam 
fascinados pelo estudo dos mecanismos de tal processo. 
 
 
 
 
 
 Teoria do desgaste: esta teoria afirma que cada organismo estaria composto de partes 
impermeáveis e que a acumulação de falhas em suas partes vitais levaria à morte das células, tecidos, 
órgãos e finalmente do organismo como um todo. 
 
 Teoria do erro catastrófico: propõe que com o passar do tempo se produziria uma 
acumulação de erros na síntese proteica, que finalmente determinaria prejuízos na função celular. 
 
 Teoria dos radicais livres: é uma das teorias mais populares, pois, defende que o 
envelhecimento seria o resultado de uma inadequada proteção contra os danos produzidos nos tecidos 
pelos radicais livres. 
 
 Teoria do relógio biológico: esta teoria foi umas das pioneiras para explicar o processo 
do envelhecimento, ela consta que cada organismo possui um relógio, que determina quando se inicia o 
envelhecimento e marca as épocas em que suas características seriam mais visíveis. 
 
- Alterações morfológicas e funcionais causadas pelo envelhecimento 
As alterações causadas pelo envelhecimento intrínseco são mais harmônicas, ocorrendo à 
diminuição da função cardiocirculatória e queda da atividade respiratória, a pele torna-se mais delgada, e 
em alguns lugares enrugadas, ela se torna mais permeável permitindo a passagem mais rápida de micro-
organismos. As fibras de colágeno da derme tornam-se mais grossa e as fibras elásticas perdem parte de 
sua elasticidade, aumentando gordura no tecido subcutâneo. 
 
- Alterações celulares causadas pelo envelhecimento 
As funções de cada célula do organismo também passam por alterações com o processo do 
envelhecimento, a função celular declina progressivamente com a idade, as células que vão ficando velhas 
têm menor capacidade de captação de nutrientes e reparo de danos cromossômicos, além de possuírem 
núcleos irregulares e diminuição do retículo endoplasmático. 
 
- Envelhecimento x Pele 
Com o envelhecimento a pele começa a sofrer mudanças que modificarão seu aspecto. As fibras 
elásticas irão se alterar, ocasionando a perda da elasticidade, haverá uma diminuição da espessura da pele 
e do tecido subcutâneo, o que levará ao aparecimento de rugas. 
 
 
 
 
 
 Linhas de expressão 
 
As linhas de expressão (FIGURA 17) são observadas em toda a pele, sendo mais visíveis em 
áreas que foram expostas abundantemente à luz solar, vento e frio e podem ser causadas também por 
diminuição de nutrição e oxigenação. 
 
FIGURA 18 - A SEGUNDA REPRESENTA A FORMAÇÃO DAS RUGAS 
 
FONTE: Arquivo pessoal do autor 
 
O aparecimento das primeiras linhas de expressão aparece na adolescência, porém não são 
muitos visíveis. Aos 25 anos surgem linhas pequenas, finas junto ao sulco nasogenianos. Até cerca dos 40 
anos aparecem rugas que adquirem dimensão média, e a partir desta idade as rugas já estão mais 
acentuadas e também há um aparecimento de rugas na área do pescoço. A face fica com aspecto de 
cansada e com rugas profundas. 
 
 
 
 
 
6.9 TIPOS DE PELE 
 
Apesar das peles parecerem semelhantes do ponto de vista anatômico, funcional e bioquímico 
existem variações entre elas que devem ser levadas em conta na preparação dos cosméticos. 
Atendendo a um perfil cosmetológico, a pele dos adultos normais pode ser classificada, 
considerando os seguintes critérios: 
 Avaliação qualitativa e quantitativa das secreções; 
 Produção de sebo; 
 Grau de hidratação; 
 Emulsão epicutânea2; 
 Espessura da pele. 
 
Segundo o critério de classificação a pele pode apresentar as seguintes características: 
 Pele normal ou eudérmica: pele ideal ou de criança, secreções equilibradas, 
emulsão epicutânea perfeita (tipo O/A); 
 
 Pele oleosa: espessura aumentada e bem hidratada, produção de sebo alterada 
(pH ácido), emulsão tipo A/O, aspecto oleoso (untuoso, com brilho acentuado), pele resistente a 
problemas alérgicos. Complicações comuns como seborreia, acne e desidratação. 
 
 Pele seca: secreção sebácea insuficiente, pessoas de pele muito clara, fina e 
sensível, frágil e facilmente irritável, rugas finas e precoces; 
 
 Pele mista: óstios3 (FIGURA 18) dilatados na região do T, secura e irritação nas 
outras áreas. 
 
 
 
 
 
2 Emulsão epicutânea: é uma película que recobre a pele é formada pela secreção sebácea e sudorípara 
e emulgente. Também chamada de manto hidrolipídico. 
3 Óstios - poros 
 
 
 
 
FIGURA 19 - IMAGEM DO ÓSTIO 
 
FONTE: Arquivo pessoal do autor 
 
Recentemente foi publicado que a pele pode ter mais de quatro tipos básicos, porém ainda são 
apenas considerados como classificação na literatura. 
 
6.10 APÊNDICES EPIDÉRMICOS 
 
Compreendem os apêndices epidérmicos os seguintes grupos: 
 Aparelho pilossebáceo; 
 Glândulas cutâneas; 
 
 
 
 
 Unha. 
 
As glândulas sebáceas (FIGURA 20) são anexas dos folículos capilares e estão inseridas na derme 
e hipoderme. São predominantes no rosto, pescoço e parte superior do corpo. Elas secretam por secreção 
holócrina, na qual a célula secretora morre e torna-se o próprio produto de secreção da glândula. As células 
mortas são repostas por mitose na periferia da glândula. A secreção é o sebo, uma mistura de triglicérides 
e colesterol tipo cera. Funciona como um agente protetor e mantém a textura da pele e a flexibilidade do 
cabelo. 
 
FIGURA 20 - GLÂNDULA SEBÁCEA, MÚSCULO ERETOR DO PELO, PELO E GLÂNDULA 
SUDORÍPARA ÉCRINA 
 
FONTE: Arquivo pessoal do autor 
 
 
 
 
 
 
Composição do sebo: 
 Triglicerídeos 43% 
 Ácidos graxos Livres 15% 
 Ceras 23% 
 Escalenos15% 
 Colesterol 4% 
 
A secreção sebácea é estimulada pelos andrógenos, sendo o DHT4 o hormônio ativo. Isto se dá 
devido à abundância de vascularização nas proximidades das glândulas sebáceas. 
A função do sebo se confunde com a da emulsão epicutânea, da qual é um dos constituintes. 
Para os animais o sebo serve como proteção para os mamíferos e para engraxar as plumas dos pássaros, 
já no homem seu efeito como protetor é restrito. Ele também contribui para manutenção da água na camada 
córnea. Devido à presença de lipídeos, que são diversos sobre o ponto de vista químico, desempenham 
papel no odor específico de cada indivíduo. E por fim, contribui para minimizar os efeitos da radiação 
ultravioleta. 
As glândulas sudoríparas écrinas (FIGURA 21) são glândulas tubulares em espiral, estão na 
camada profunda da derme ou sobre a hipoderme e estão presentes em todo o corpo. A sua função primária 
é o resfriamento por evaporação (transpiração). 
 
FIGURA 21 - GLÂNDULA SUDORÍPARA ÉCRINA. 
 
FONTE: Arquivo pessoal do autor 
 
4 DHT: Dihidroxitestosterona. Os créditos pela queda e afinamento do cabelo masculino é 
responsabilidade deste hormônio. 
 
 
 
 
A secreção écrina consiste de um líquido aquoso, fino e inodoro, que a ação microbiana não 
consegue degradar. São controladas por fibras colinérgicas do Sistema nervoso autônomo pelo estímulo 
térmico e fatores psicogênicos. 
As glândulas sudoríparas apócrinas (FIGURA 22) são glândulas tubulares que desembocam nos 
folículos pilosos nas axilas e regiões urogenitais. A secreção é uma mistura de proteínas, carboidratos e 
íons férricos que não possui odor, porém torna-se fétida após ação de bactérias comensais da pele. São 
mais numerosas nas mulheres e na raça negra. São sensíveis aos hormônios androgênicos e reguladas 
por nervos adrenérgicos em resposta ao atrito, agentes farmacológicos e fatores emocionais. 
 
FIGURA 22 - GLÂNDULA APÓCRINA, GLÂNDULA SEBÁCEA E PELO 
 
FONTE: Arquivo pessoal do autor 
 
O cabelo ou pelo é composto por células epidérmicas mortas que passaram por um processo de 
queratinização incluindo a expressão diferencial de queratinas específicas. É derivado dos folículos 
capilares ou pilosos, que são invaginações que se projetam da derme ou hipoderme. Os músculos eretores 
do pelo tornam os pelos arrepiados para uma melhor insulação5. 
As unhas (FIGURA 23) são lâminas epidérmicas, queratinizadas, duras, semitransparentes e 
rosadas situadas no dorso da terceira falange dos dedos e se diferenciam da pele por não serem 
 
5 Insular: tornar semelhante a uma ilha; tornar solitário; afastar da sociedade, da convivência; isolar. 
 
 
 
 
 
descamativas. São constituídas por uma matriz (responsável pelo crescimento), lâmina (corpo da unha), 
leito ungueal (porção que a unha se apoia), eponíquio ou cutícula (proteção da unha) e hiponíqueo 
(engrossamento da epiderme sobre a superfície da unha no ponto em que se torna livre). Função principal 
da unha é proteger as extremidades dos dedos, mas também aumentam a capacidade de pressão e 
facilitam movimentos finos e de precisão. 
 
 
FIGURA 23 - ESTRUTURA DA UNHA 
 
 
FONTE: Arquivo pessoal do autor 
 
 
A figura acima mostra a estrutura da unha. Na imagem (A) apresenta-se o leito e corpo da unha 
e lúnula (área de cor branca); na (B) a matriz, borda ungueal, sulco ungueal, eponíco (cutícula), corpo e 
leito da unha, margem livre. 
 
 
 
 
 O crescimento diário da unha é em média 0,1mm, mas este valor pode variar de acordo 
com a nutrição, idade, atividade individual de cada pessoa. Calcula-se que levamos, aproximadamente, 
seis meses para um crescimento total das unhas. Os principais fatores que afetam o crescimento são: 
 
 Mecânicos: microtraumatismos repetidos como datilógrafas, pianistas e onicofagia6. 
 
 Nutricionais: o crescimento é mais rápido em pessoas com ingestão contínua e normal 
de aminoácidos, principalmente os que contêm enxofre e vitaminas (A, complexo B, C, D, E e H). 
 
O tratamento de unhas danificadas consiste basicamente em vasodilatação, reposição de 
aminoácidos, amaciamento ou emoliência, hidratação e cicatrização que juntos promoverão a regeneração 
da lâmina e cutícula. 
 
 
6.11 CABELO 
 
A estrutura do cabelo 
 As raízes: estão protegidas na derme, dentro do folículo piloso, onde o cabelo é gerado 
e colorido (FIGURA 24). 
 
 A papila dérmica: o folículo piloso é o resultado de uma associação e interação dos 
componentes dermal e epidermal. Localizada a 4 mm abaixo da pele (FIGURA 24), a papila dérmica é 
formada por tecido conectivo que secreta grandes quantidades de matriz extracelular (ver Seção 6.4). 
Altamente vascularizada, a papila é a força real que dirige o folículo, provendo toda informação necessária 
para a multiplicação e diferenciação das células da matriz e, deste modo, regulando o ciclo de vida do 
cabelo. 
 
 A glândula sebácea: o folículo tem uma ou mais glândulas sebáceas que, por sua vez, 
contêm uma grande quantidade de células, os sebócitos, que são preenchidos por lipídios (FIGURA 24). A 
glândula libera seus lipídios na forma de uma substância gordurosa, o sebo. Em quantidades normais, o 
 
6 Onicofagia: Hábito de roer unhas. 
 
 
 
 
sebo é essencial para a lubrificação e proteção da fibra capilar mantendo sua flexibilidade e brilho. 
Controlado por hormônios, o correto funcionamento da glândula sebácea pode se tornar irregular, 
produzindo muito ou pouco sebo, o que acaba prejudicando o cabelo. Se produzido em excesso, pode 
tornar o cabelo oleoso e pesado. Por outro lado, a falta de sebo pode tornar os cabelos danificados, secos 
ou opacos. 
 
 Os queratinócitos: os queratinócitos do folículo piloso são células que se multiplicam 
numa taxa muito maior do que os queratinócitos da pele (FIGURA 24). Além disso, eles se diferenciam para 
formar as diferentes estruturas do cabelo. A produção e armazenamento de queratina, um processo 
denominado queratinização, causa um endurecimento destas células, levando à desintegração de seus 
núcleos e consequente morte. 
 
FIGURA 24 - RAIZ DE UM FIO DE CABELO 
 
FONTE: Arquivo pessoal do autor 
 
 Os melanócitos: os melanócitos (FIGURA 25) são células grandes presas no topo da 
papila dérmica (FIGURA 24), que produzem o pigmento melanina e o transferem aos queratinócitos, que 
formam o córtex da fibra capilar. Os melanócitos usam seus dendritos para injetar os pequenos grânulos 
de pigmento. Deste modo, o cabelo é incolor no início. Diferentemente da pele, os melanócitos do folículo 
 
 
 
 
piloso não precisam da luz do sol para produzir melanina. Os melanócitos produzem as melaninas em 
organelas especializadas chamadas de melanossomos. A transferência dos melanossomos dos 
melanócitos para os queratinócitos ocorre por um processo ainda não totalmente esclarecido. As hipóteses 
são de que o melanossoma é injetado diretamente no queratinócito ou ainda que ocorre fagocitose da 
organela na extremidade dendrítica do melanócito. É interessante notar que a melanina produzida por uma 
célula da pele consegue suprir até 40 queratinócitos, enquanto que uma do cabelo, apenas quatro ou cinco. 
As diferenças de coloração são devidas às diferenças no número, tamanho e arranjo dos melanossomos. 
 
FIGURA 25 - MELANÓCITOS E MELANOSSOMOS 
 
FONTE: Arquivo pessoal do autor 
 
 
 
 
 
 
 
- Coloração natural do cabelo 
A pigmentação do cabelo é conferida pela atividade do melanócito. Estas células, que se acham 
dispostas entre a papila dérmica e o epitélio da raiz pilosa, sintetizam a melanina e a fornecem às células 
da raiz e córtex do cabelo. A melanina existe na forma de dois pigmentos: eumelanina e feomelanina. 
Eumelanina é na verdade um polímero que ocorre em grânulos dentro dosmelanossomos em forma 
semelhante a um grão de arroz e sua coloração varia de vermelho escuro a preto. Ela é gerada a partir da 
tirosina, por ação da tirosinase. Feomelanina ocorre em melanossomos com uma forma menos precisa e 
pode ser vista na forma de pontos difusos. Sua coloração varia de amarelo para vermelho. Difere da 
eumelanina, porque, além da tirosina, outro aminoácido, a cisteína, está envolvido em sua produção. As 
cores diferentes do cabelo são proporcionadas pelas combinações pigmentares, em diferentes proporções, 
entre a eumelanina e a feomelanina. 
A proporção destas duas melaninas determina a coloração do cabelo. Porém, é fácil entender 
que o cabelo negro dos japoneses contém virtualmente somente eumelanina e que o cabelo ruivo dos 
irlandeses seja rico em feomelanina. É mais surpreendente descobrir que o cabelo loiro dos escandinavos 
é formado por eumelanina e não feomelanina. Isto está ligado à imensa quantidade de misturas possíveis 
destes dois pigmentos. Por isso, a distribuição de melanina, determinada pela herança genética, oferece 
uma paleta infinita de cores, do loiro mais claro ao negro mais escuro. 
 
 
Canície - Cabelo grisalho 
Canície é o nome dado à despigmentação capilar, que surge gradualmente após a terceira 
década de vida culminando com a idade avançada, mas que, no entanto, pode estar presente desde muito 
cedo. A palavra grisalha de vem de gris, no francês cinza, nos cabelos corresponde a uma ilusão de ótica 
com a mescla com os cabelos normais. 
A canície pode ser do tipo racial e hereditária. Na raça branca surge em torno dos 30 anos 
quando que na negra em torno dos 40 anos, pois essa sintetiza maior quantidade de melanócito ao mesmo 
tempo em que tem maior capacidade de prolongar a manutenção do mesmo. O fator hereditário que é o 
mais importante sofre influência importante de fatores ambientais. Na Síndrome de Werner, também 
conhecida como Pangéria, a despigmentação costuma ocorrer antes dos 20 anos e tem uma progressão 
rápida. 
A aparência grisalha do cabelo é somente um produto de uma ilusão de ótica, produzido pela 
mistura de um cabelo colorido e cabelo branco. O “embranquecimento” do cabelo pode ser explicado por 
uma incapacidade de alguns melanócitos em produzir pigmentos e de outros em transferir o pigmento aos 
 
 
 
 
queratinócitos. No entanto, dado que após receberem a melanina para sua coloração ocorre morte celular 
dos queratinócitos, para que o cabelo continue com sua cor natural é preciso que haja uma constante 
renovação dos mesmos. Isso é feito por meio das chamadas células tronco, capazes de se diferenciar em 
várias outras, inclusive em melanócitos. Desse modo, cientistas da Universidade de Harvard e do Hospital 
Infantil de Boston descobriram recentemente que a perda gradual dessas células não diferenciadas está, 
literalmente, na raiz do cabelo grisalho. Mais especificamente, no folículo capilar, estrutura que “ancora” o 
cabelo na pele. 
Experimentos em camundongos comprovaram a descoberta de que existe um gene, o Bcl2, que 
é fundamental para proteger as células-tronco no momento em que o folículo capilar está em estado de 
dormência, sem crescimento de cabelo (algo que ocorre em cerca de 10% a 15% dos fios em qualquer 
momento). Portanto, problemas com esse gene podem estar associados ao caso de pessoas que ficam 
com os cabelos brancos prematuramente. Os estudos com camundongos também revelaram uma relação 
clara entre a idade do animal, o número de células-tronco e a quantidade de pelo grisalho. 
A tirosinase é uma enzima cobre-dependente e por um excesso deste metal, por acúmulo no 
organismo - não por deficiência, que é difícil de ocorrer - o excesso relaciona-se com sua inativação. Há 
também o alfa-MSH (hormônio estimulante dos melanócitos) que pode ser bloqueado sendo o determinante 
da inativação melanogênica capilar. O cobre, um metal de transição, sendo o propiciador do aparecimento 
dos radicais livres no bubo. A síntese de melanina, que é um varredor de radicais livres, paralisando, 
possibilita que os radicais livres ataquem as estruturas celulares, lesando o material nuclear e liberando 
fatores citotóxicos. A geração de outros radicais livres como o superóxido e o peróxido de hidrogênio, 
também pode ser desencadeada pela reação de oxidação da DOPA, catalisada pela própria tirosinase, 
dando origem a DOPA-quinona. Normalmente, os radicais livres formados ou espécies reativas são 
satisfatoriamente varridos pelos scavengers usuais bem como pela melanina. 
Apesar de a inatividade melanocítica ter sido dada como irreversível, ou seja, uma vez 
despigmentado, o cabelo permanecerá assim, evidências recentes, têm comprovado a repigmentação ao 
normal. Porém, para que isso ocorra, os melanócitos devem não ter perdido sua integridade totalmente, 
quer dizer, devem estar na fase inicial do embranquecimento. 
Doenças infecciosas, metabólicas, como a diabetes e hipertireoidismo, anemia, desnutrição e o 
estresse prolongado podem levar a esse estado. 
Algumas substâncias têm sido capazes de reativar a melanogênese no bulbo piloso, 
repigmentando o fio de cabelo, fazendo voltar à sua cor original. Começando pelas vitaminas, o ácido fólico, 
o ácido pantotênico e também a vitamina B12, administradas em doses ortomoleculares e os 
antiinflamatórios não hormonais, têm demonstrado bons resultados. Estudos recentes demonstraram ser 
a L-glutationa, a CoQ10, o ácido lipoico, o minoxidil, de grande utilidade como antioxidantes dos radicais 
livres formados em nível do bulbo capilar. 
 
 
 
 
 
FIGURA 26 - DIFERENTES ESTRUTURAS QUE COMPÕEM UM FIO DE CABELO
 
FONTE: Disponível em: < http://www.iq.usp.br/bayardo/bioqbeleza/bioqbeleza.pdf > Acesso em: 
06 Mar. 2012. 
 
 
A figura acima mostra as diferentes estruturas que compõem um fio de cabelo. Na (A) são 
imagens de microscopia eletrônica de varredura de um fio de cabelo e na imagem (B) esquema de um fio 
de cabelo. 
 A cutícula: é o envelope externo da fibra do cabelo (FIGURA 26). As células que a formam 
se chamam “escamas” e são extremamente pequenas e incolores. Elas são unidas por um cimento 
intercelular rico em lipídios, sobrepondo-se umas às outras como telhas, formando camadas de três a dez 
células. Como as extremidades livres das células estão orientadas para a ponta do cabelo, elas podem 
 
 
 
 
exercer seu papel principal que é proteger o córtex. A cutícula é à parte do cabelo sujeita aos ataques 
diários e as propriedades cosméticas dos produtos para cabelo dependem de seu estado. 
 
 O córtex: é o corpo real da fibra (FIGURA 26). Representando 90% de seu peso total, ele 
é formado por células preenchidas por queratina e é esta organização que dá à fibra suas propriedades 
marcantes. Ao longo da maturação do cabelo, estas células corticais se tornam alongadas e chegam a 
atingir cerca de 100 micrômetros. Arranjadas ao longo do cabelo, elas são mantidas por uma substância 
intercelular composta por queratina flexível, rica em lipídios. E é também no córtex que os grãos de 
melanina que dão cor ao cabelo são encontrados. A sua única forma de proteção é uma fina camada de 
sebo e a cutícula. 
 
 A medula: ou canal medular está situada no centro da fibra e sua presença ao longo do 
cabelo, geralmente, é descontínua ou até ausente (FIGURA 26). Parece que as células que a compõem 
rapidamente degeneram, deixando espaço para bolhas de ar. Em humanos, o seu papel ainda é 
desconhecido, porém, em alguns animais, esta estrutura alveolar parece possuir um papel essencial na 
termorregulação. 
 
 
Estrutura microscópica e molecular (FIGURA 27) 
 
O componente primário da fibra do cabelo é a queratina, uma proteína mecanicamente dura. 
Está presente em todos os vertebrados superiores, em unhas, pelos, chifres e penas. Existem mais de 50 
genes para queratina que são expressos de modo tecido-específico. 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 27 - ESTRUTURA MICROSCÓPICAE MOLECULAR DO CABELO 
 
FONTE: Disponível em: < http://www.iq.usp.br/bayardo/bioqbeleza/bioqbeleza.pdf > Acesso em: 
06 Mar. 2012. 
 
Na figura acima, é demonstrado a estrutura microscópica e molecular do cabelo. O (A) 
representa o cabelo típico que possui ~20 μm de diâmetro e é constituído de células mortas. Cortando um 
fio de cabelo, podemos ver a disposição das longas células corticais (1) envolvidas por uma substância 
intercelular rica em lipídios e proteínas (2). Em (B), dentro de cada célula cortical, há uma série de 
macrofibrilas (~2000 Å de diâmetro) de queratina (3) dispostas na mesma direção da célula. Pequenos 
grânulos de melanina (4) também podem ser visualizados. Em (C) em aumento maior, podemos ver que 
cada macrofibrila é composta por inúmeros elementos menores, as microfibrilas (~80 Å de largura) (5). Em 
(D) cada microfibrila aparece como um arranjo de elementos menores denominados protofibrilas (6). Em 
(E) aumentando ainda mais, é possível visualizar as quatro cadeias de queratina formando uma alfa-hélice 
(7). (F) E, por último, a estrutura molecular de uma das cadeias de queratina (8). 
Dentro do córtex, a queratina é organizada em protofibrilas e composta por quatro cadeias 
polipeptídicas. Esta estrutura é mantida por ligações entre os átomos das diferentes cadeias. Estas ligações 
podem ter forças variáveis: fracas como as pontes de hidrogênio ou fortes como as ligações iônicas ou 
pontes dissulfeto. Os lipídios representam 3% da composição do cabelo. Eles são produzidos no bulbo 
 
 
 
 
capilar e formados a partir de esteroides, ácidos graxos e ceramida. Estão presentes essencialmente no 
cimento intercelular do córtex e na cutícula e conferem ao cabelo certa impermeabilidade, garantindo a 
coesão da fibra capilar. A mistura de lipídios produzidos pela glândula sebácea forma um filme na superfície 
da pele e lubrifica o fio de cabelo, preservando assim sua flexibilidade e brilho. A melanina, pigmento 
responsável pela cor natural do cabelo, representa apenas 1% da composição total do cabelo. A água 
constitui, em condições normais, 12 a 15% da composição do cabelo. Alguns dos outros elementos são 
provenientes do ambiente e estão presentes em pequenas quantidades. Outros elementos vêm 
diretamente do organismo. Como a raiz do cabelo possui uma boa irrigação sanguínea, substâncias 
trazidas pelo sangue podem ser incorporadas no cabelo durante sua formação. 
 
Estrutura molecular – o filamento de queratina 
 
A queratina faz parte de um grupo de proteínas de fibras do citoesqueleto de eucariotos 
denominado “Intermediate Filament Proteins (IF)”. A principal função dessas proteínas é estrutural, dando 
suporte mecânico para a membrana plasmática quando esta entra em contato com outras células ou com 
a matriz extracelular. Dentro deste conjunto de proteínas filamentosas, a queratina corresponde ao tipo I – 
queratina ácida – e II – queratina básica. Elas são expressas apenas em células epiteliais, associando-se 
numa razão de 1:1, formando heterodímeros. Portanto, não existe nenhum filamento de queratina formado 
por homodímeros. 
As queratinas compõem a classe de proteínas IF com maior diversidade, com um grande número 
de isoformas diferentes. Em tecidos epiteliais “duros” existem aproximadamente dez tipos de queratinas 
diferentes (mais especificamente unhas, cabelo, lã) e mais 20 tipos denominados citoqueratinas, que são 
geralmente encontradas revestindo cavidades internas do corpo. 
As proteínas filamentosas não apenas compartilham a característica de possuir filamentos de 10 
nm de diâmetro, mas também possuem um domínio estrutural em comum: uma estrutura de α-hélice 
central. Este domínio, que é conservado em todas as proteínas IF, consiste de quatro longas α-hélices, 
separadas por três regiões não helicoidais, que possuem posição altamente conservada evolutivamente 
(FIGURA 28). Essa estrutura é flanqueada por domínios globulares das regiões N- e C- terminais, que 
variam muito em peso molecular e sequência entre as diferentes proteínas IF. 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 28 - NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO E MACROESTRUTURA DAS PROTEÍNAS IF 
 
FONTE: FONTE: Disponível em: < http://www.iq.usp.br/bayardo/bioqbeleza/bioqbeleza.pdf > 
Acesso em: 06 Mar. 2012. 
 
 
A imagem acima demonstra um esquema sobre os níveis de organização e macroestrutura das 
proteínas IF. Elas formam hetero ou homodímeros com um domínio central de a-hélice altamente 
conservado flanqueado por estrutura não helicais, que variam em tamanho e sequência. O domínio central 
contém quatro elementos espaçadores não helicais (“spacers”). A partir daí, há a formação de um tetrâmero 
por dímeros idênticos dispostos anti-paralelamente. Estes tetrâmeros ainda se agregam ponta-a-ponta, 
formando um protofilamento e pares destes se associam lateralmente, formando uma protofibrila. A 
associação lateral de quatro protofibrilas é que vai formar um filamento cilíndrico de 10 nm de diâmetro. 
 
Proteínas Associadas à Queratina 
As proteínas KAPs constituem uma matriz proteica, onde as proteínas IFs se encontram 
depositadas. Elas podem ser divididas em três grandes grupos, de acordo com sua composição proteica: 
 
 
 
 
(i) grupo das glicina-tirosina; (ii) grupo sulfúrico; (iii) grupo ultrahigh sulfúrico. Esses grupos são codificados 
por sequências gênicas diferentes. 
 
Diferenças étnicas 
Forma do cabelo Independente do fato de ser liso, ondulado, crespo ou encaracolado, um cabelo 
é sempre um cabelo. Sua composição básica de queratina é sempre a mesma. 
Por outro lado, a forma do cabelo varia. As diferenças dependem em grande parte da secção 
transversal do cabelo e de como ele cresce. Estudos indicam que estes dois elementos estão intimamente 
relacionados à forma do folículo piloso e sua posição no couro cabeludo. 
A secção transversal de um cabelo é uma elipse que pode tender mais ou menos para um círculo 
(FIGURA 29). Uma analogia com outros materiais mostra como a secção transversal pode influenciar na 
aparência do cabelo no espaço: nas mesmas condições de tamanho, uma faixa fina se enrola muito mais 
facilmente do que uma corda cilíndrica. Por isso, os asiáticos possuem cabelo com uma secção transversal 
mais grossa e cilíndrica, enquanto que os africanos possuem uma secção transversal achatada e fina, 
formando o cabelo crespo e encaracolado com anéis de até poucos milímetros de diâmetro. Caucasianos 
possuem uma secção transversal muito mais variada, porém sendo mais ou menos elíptica. O cabelo dos 
caucasianos vai desde ondulado até bastante cacheado. 
 
FIGURA 29 - ESTRUTURA DO CABELO EM DIFERENTES ETNIAS 
 
FONTE: Disponível em: < http://www.iq.usp.br/bayardo/bioqbeleza/bioqbeleza.pdf > Acesso em: 06 Mar. 
2012. 
 
 
 
 
TABELA 3 - DIFERENÇAS DE CABELOS ENTRE RAÇAS 
Raça\Cabelo Crescimento Densidade Característica 
Asiáticos 1,3 cm / mês + O modo como o folículo 
está implantado faz com 
que o cabelo cresça reto, 
perpendicular ao couro 
cabeludo. 
Africanos 0,9 cm / mês ++ Como o cabelo cresce 
quase paralelo ao couro 
cabeludo, ele cresce 
enrolado nele mesmo. 
Caucasianos 1,2 cm / mês +++ Cresce num ângulo 
oblíquo ao couro 
cabeludo e é levemente 
curvado. 
 
 
Ciclos do cabelo 
Possuímos em torno de 120.000 folículos capilares determinados geneticamente. A implantação 
do cabelo na derme se dá por invaginação da epiderme, constituindo o folículo capilar, tendo uma dilatação 
terminal, o bulbo capilar, contendo no centro a papila dérmica, recobrindo a papila, estão às células que 
formam a raiz do cabelo. O crescimento do cabelo é feito pela proliferação basal, ou seja, existe aposição 
de queratina (uma escleroproteína) na base do fio e consequente extrusão deste para fora do folículo. 
Então, a parte externa do fio, que apresenta um crescimento aparente, não se modifica em toda a sua 
extensão. 
São três as fases de crescimento do cabelo (FIGURA 30): 
- Anagênese: que dura aproximadamente

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