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Psicologia integrada - avaliação psicológica Para exercermos uma boa prática profissional devemos compreender os principais conceitos teóricos subjacentes às práticas de investigação psicológica, reconhecer a importância dos processos de investigação psicológica para compreender os fenômenos, selecionar, relacionar e interpretar os dados para tomar as decisões sobre os procedimentos de investigação psicológica frente às situações-problema. E ainda articular as ideias e ordenar os pensamentos para a construção de argumentos consistentes e lógicos. O psicólogo é um profissional que desenvolve uma intervenção no processo psicológico do homem, uma intervenção que tem a finalidade de torná-lo saudável, isto é, capaz de enfrentar as dificuldades do cotidiano; e faz isso a partir de conhecimentos acumulados pelas pesquisas científicas na área da Psicologia. Assim para que o psicólogo possa intervir, é preciso conhecer. Para que ele possa conhecer, é preciso investigar. Portanto: a avaliação faz parte do processo de investigação psicológica, seja através do modelo formal (psicodiagnóstico ou avaliação psicológica) ou da atuação profissional. Legislação CFP A resolução CFP n. 018/2019 reconhece a Avaliação Psicológica como especialidade. Assim, o psicólogo deve escolher e usar os métodos, as técnicas e os instrumentos de avaliação considerando a seu pertinência, adequando-os aos requisitos técnicos. O profissional deve ainda avaliar criticamente os alcances e os limites da avaliação psicológica, considerando os aspectos dinâmicos dos fenômenos e constructos psicológicos avaliados, assim como, os determinantes socioculturais envolvidos. A resolução 009/2018 por sua vez, estabelece as diretrizes para a realização de Avaliação Psicológica no exercício profissional do psicólogo e regulamenta o Satepsi – Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos. Assim, os psicólogos devem basear a sua decisão, obrigatoriamente, em métodos e/ou técnicas e/ou instrumentos psicológicos reconhecidos cientificamente para o uso na prática, como por exemplo: testes psicológicos, entrevistas psicológicas, protocolos ou registros de observação de comportamentos. Os psicólogos podem recorrer ainda às fontes complementares de informação: técnicas e instrumentos não psicológicos com o respaldo da literatura científica da área e que respeitem o Código de Ética, e as garantias da legislação da profissão e os documentos técnicos, tais como protocolos ou relatórios de equipes multiprofissionais. Etapas avaliativas Organizar as etapas do processo de avaliação psicológica não significa fixa-los de forma definitiva, ou seja, o profissional pode alternar as etapas de acordo com a necessidade. Para a realização da avaliação, o psicólogo baseia a sua escolha do número de sessões necessárias e dos instrumentos/técnicas psicológicas a partir das questões que devem ser respondidas, dependendo de: Contexto: clínica, organizacional, instituição, grupos; Propósito: encaminhamentos; avaliação de desempenho; perfil de grupos; Constructos psicológicos a serem investigados: personalidade, cognição, inteligência; Instrumentos/técnicas psicológicos: de acordo com as características sociodemográficas do indivíduo/grupo avaliado. Se faz como dever do psicólogo conhecer todas as condições técnicas, metodológicas e operacionais para a aplicação, correção e análise da técnica utilizada. Estruturada/Dirigida/Fechada: Exige objetividade, perguntas fechadas e podem ter múltipla escolha. Semiestruturada/Semidirigida/Semiaberta: O entrevistador tem clareza de seus objetivos, da relevância do conteúdo, podendo organizar a sequência da entrevista. Livre estruturação/Não dirigida/Aberta: procedimento adequado para a escuta do paciente 1. 2. 3. 4. Os testes e as técnicas psicológicas servem como embasamento para a avaliação. Assim, a psicometria visa garantir a cientificidade dos instrumentos, se configurando entretanto como apenas uma parte do processo. O psicólogo deve relacionar com o contexto total da pessoa e se voltar para as suas características e questões singulares. Em função das suas características, a entrevista é o único instrumento capaz de adaptar-se às situações clínicas diversas e de tornar explícitos os aspectos que podem não estar explícitos em outros procedimentos, notadamente, naqueles que são padronizados (testes). A entrevista se configura como a única técnica capaz de testar os limites de aparentes contradições e de tornar explícitas as características indicadas pelos instrumentos padronizados, dando a eles a validade clínica. A entrevista pode ser dividida de acordo com seu aspecto formal: 1. 2. 3. Triagem: avaliar a demanda e fazer o encaminhamento (saúde pública, clínicas sociais). Anamnese: levantamento detalhado da história de desenvolvimento, notadamente, da infância. Diagnóstica: exame e análise explícitos ou cuidadosos para descrever, avaliar, relacionar e inferir os aspectos sindrômicos ou psicodinâmicos. Sistêmica: avaliação de casais e famílias; estrutura ou história relacional familiar. Devolutiva: comunicação e discussão dos resultados; compreender as distorções ou fantasias. Por fim, os objetivos da entrevista podem ser divididos em:
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