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Consentimento informado

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Consentimento informado
Apresentação
Dentre as preferências do paciente, isto é, das escolhas que o paciente deve livremente fazer 
quando se depara com decisões sobre sua saúde e possíveis tratamentos médicos, o consentimento 
informado é um modo de garantir o respeito ao princípio de autonomia que rege tais preferências. 
Nesta Unidade de Aprendizagem, serão abordados os principais aspectos envolvendo o 
consentimento informado e as obrigações médicas envolvendo a revelação de diagnósticos e de 
possibilidades de tratamentos.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Definir o que é o consentimento informado.•
Identificar os aspectos mais relevantes que envolvem o consentimento dos pacientes.•
Listar as obrigações médicas referentes à revelação de diagnósticos.•
Desafio
O Sr. Rubens, homem de 65 anos, procura seu médico com queixas de perda de peso e desconforto 
abdominal moderado. Revelam-se uma elevação moderada nos exames de função hepática e uma 
massa questionável na cauda do pâncreas.
Logo no começo de sua consulta para discutir os resultados dos exames, o Sr. Rubens faz uma 
observação: 
– Doutor, espero que não tenha nenhuma má notícia para mim. Estou me sentindo menos 
incomodado e minha esposa e eu temos grandes planos!
O Sr. Rubens aposentou-se há pouco de uma carreira ocupada e fez planos para uma viagem de 
dois meses pela Europa, na companhia de sua esposa. Normalmente, o próximo passo diante de um 
quadro como o do Sr. Rubens é encaminhar o paciente para fazer uma biópsia (procedimento para 
obter um parte do tecido que permita confirmar ou refutar a suspeita de câncer pancreático). Uma 
vez confirmado o câncer, a vida do Sr. Rubens passará por uma série de mudanças nos mais 
variados aspectos durante o processo de tratamento.
O médico decide, então, não dizer nada no momento, adiando a biópsia até que o Sr. Rubens 
retorne ao Brasil. Para tanto, insiste para que o Sr. Rubens o procure tão logo retorne da viagem, 
alegando que o caso precisa ser acompanhado periodicamente, apesar de nada impedir que o Sr. 
Rubens concretizasse a tão sonhada viagem. 
Seu desafio consiste em avaliar a situação: a possibilidade de que o Sr. Rubens possa ter um câncer 
do pâncreas deveria ser revelada a ele por seu médico antes da viagem? Não deixe de apresentar 
seus critérios de julgamento do relato apresentado. 
Infográfico
Considerando um determinado diagnóstico, o que deve ser informado pelo médico a um paciente?
O infográfico a seguir sintetiza pontos de ampla concordância entre os clínicos no que se refere à 
revelação franca de informações aos pacientes:
Conteúdo do livro
O consentimento informado é uma etapa fundamental no recrutamento de participantes para as 
pesquisas científicas. Ele deve ser entendido como um processo e não uma situação isolada de 
aplicação do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, pois o individuo ou seu representante 
legal deve estar consciente de tudo que implicará na sua participação no estudo. Desse modo, no 
capítulo a seguir você irá identificar os aspectos associados ao processo de consentimento 
informado e qual a sua definição.
Além isso, de forma complementar a revelação do diagnóstico é uma ação que envolve uma série 
de obrigações médicas e que devem ser seguidas na prática. O Código de Ética Médica lista quais 
sãos os preceitos relacionados a relação médico-paciente, bem como os familiares, os quais muitas 
vezes estão envolvidos.
No capítulo Consentimento Informado, você verá o conceito de consentimento, quais são os 
aspectos relevantes que o envolvem e quais são as obrigações médicas relacionadas à revelação de 
diagnósticos.
Boa leitura!
BIOÉTICA 
Samantha Brum Leite
Consentimento informado
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Definir o que é o consentimento informado.
 � Identificar os aspectos mais relevantes que envolvem o consentimento 
dos pacientes.
 � Listar as obrigações médicas referentes à revelação de diagnósticos.
Introdução
Neste capítulo, você vai estudar sobre o consentimento livre e esclarecido, 
o qual deve ser entendido como um processo, e não como um evento 
isolado na aplicação do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 
(TCLE). O consentimento do participante é fundamental no desenvol-
vimento de pesquisas científicas, uma vez que a dignidade da pessoa 
humana deve ser respeitada. Para que o processo ocorra, alguns aspectos 
devem ser respeitados pelos pesquisadores a fim de que o consentimento 
seja realizado corretamente e respeitando os princípios bioéticos de 
autonomia, beneficência, não maleficiência e justiça. 
Além disso, relacionado a esse tema, vamos analisar as obrigações 
médicas que estão associadas à revelação de diagnósticos críticos 
aos pacientes. A condução do esclarecimento dos indivíduos acome-
tidos com determinadas doenças pode ser diferencial para a relação 
médico-paciente.
O que é consentimento informado em pesquisa?
Conforme a Resolução nº 466, de 12 de dezembro de 2012, consentimento 
livre e esclarecido consiste na anuência do participante da pesquisa e/ou de seu 
representante legal, livre de vícios (simulação, fraude ou erro), dependência, 
subordinação ou intimidação, após esclarecimento completo e pormenorizado 
sobre a natureza da pesquisa, os seus objetivos, os métodos, os benefícios 
previstos, os potenciais riscos e o incômodo que esta possa acarretar. Desse 
modo, o consentimento informado deve ser entendido como um processo, mas 
não um evento isolado, e deve estar presente em todas as pesquisas clínicas 
envolvendo seres humanos ou material biológico. 
Para que o consentimento ocorra, é necessário que se tenha o fornecimento 
de informações sobre o estudo em questão: o que é a pesquisa, quais são os 
objetivos, qual a duração da participação e quais são os procedimentos, riscos 
e benefícios. Além disso, é importante esclarecer sobre a confidencialidade da 
identidade do participante e que haverá alguma forma de compensação, caso 
haja algum dano associado à participação. Algumas pesquisas com maiores 
subsídios fornecem auxílio-transporte e alimentação a cada visita do estudo. 
Logo, no processo há o conjunto da autonomia, capacidade, voluntariedade, 
informação, esclarecimento e o próprio consentimento (BIONDO-SIMÕES 
et al., 2007).
O consentimento informado ocorre em um processo que conta com o uso 
do TCLE, cujo conceito é de: documento no qual é explicitado o consentimento 
livre e esclarecido do participante e/ou de seu responsável legal, de forma 
escrita, devendo conter todas as informações necessárias, em linguagem 
clara e objetiva, de fácil entendimento, para o mais completo esclarecimento 
sobre a pesquisa a qual se propõe participar. Em documentos estrangeiros, 
o documento é denominado de informed consent. A assinatura do TCLE é a 
última etapa do processo de consentimento, quando a autorização é realizada 
de forma documental.
O processo de consentimento tem relação direta com o princípio da autono-
mia, sendo importante refletir que, conforme a vulnerabilidade do participante, 
é possível que ele não esteja apto para exercer a sua autonomia corretamente. 
De forma complementar, a ocorrência do consentimento trata-se de um direito 
moral dos pacientes, o qual exige que os pesquisadores responsáveis também 
adotem uma postura em cumprimento das suas obrigações morais (BIONDO-
-SIMÕES et al., 2007). 
Consentimento informado2
Conforme o Código de Ética Médica, é vedado ao médico:
Art. 22. Deixar de obter consentimento do paciente ou de seu representante 
legal após esclarecê-lo sobre o procedimento a ser realizado, salvo em caso 
de risco iminente de morte.
[...]
Art. 101. Deixar de obter do paciente ou de seu representante legal o termo 
de consentimento livre e esclarecido para a realização de pesquisa envol-
vendo seres humanos, após as devidas explicações sobre a natureza e as 
consequências dapesquisa. 
§ 1º No caso de o paciente participante de pesquisa ser criança, adolescente, 
pessoa com transtorno ou doença mental, em situação de diminuição de sua 
capacidade de discernir, além do consentimento de seu representante legal, é 
necessário seu assentimento livre e esclarecido na medida de sua compreensão 
(BRASIL, 2019, documento on-line).
Surgimento do consentimento livre e esclarecido
Desde que a ética em pesquisa começou a ser tópico de reflexão entre os 
pesquisadores em 1947 com o Código de Nuremberg, foi instituída a neces-
sidade da aplicação do TCLE para a realização de pesquisa envolvendo seres 
humanos. Além disso, o documento determinou como responsabilidade do 
investigador a obtenção do consentimento dos participantes de pesquisa. Desde 
então, a ética é bastante discutida em diversas diretrizes e normas de caráter 
internacional e nacional. As Diretrizes Éticas Internacionais para Pesquisas 
Relacionadas à Saúde Envolvendo Seres Humanos, um dos documentos que 
aborda o consentimento de populações vulneráveis, foi elaborada pelo Conselho 
das Organizações Internacionais de Ciências Médicas em colaboração com a 
Organização Mundial da Saúde (MADERS, 2014; BRASIL, 2019).
Conforme esse documento da Conselho das Organizações Internacionais 
de Ciências Médicas, a Diretriz nº 9, que diz respeito aos indivíduos aptos a 
dar consentimento informado, informa que é obrigação dos pesquisadores:
 � Obter o consentimento, mas somente depois de fornecer informações 
relevantes sobre a pesquisa e assegurar que o participante em potencial 
tenha conhecimento adequado sobre seus principais fatos.
 � Se abster de falsidades não justificadas, omissão de informações re-
levantes, influência indevida ou coerção.
 � Garantir que o potencial participante tenha tido oportunidade e tempo 
suficiente para decidir se quer participar.
3Consentimento informado
 � Obter de cada potencial participante, como regra geral, formulário 
assinado como prova de consentimento informado. Os pesquisadores 
devem justificar qualquer exceção a essa regra e buscar a aprovação 
do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP).
O primeiro registro que se sabe do uso de um documento relacionado ao consenti-
mento da participação em uma pesquisa data de 19 de outubro de 1833. O médico e 
pesquisador William Beaumont estabeleceu uma espécie de contrato com Alexis St. 
Martin, no qual ele receberia casa e alimentação a fim de se manter à disposição por 
um ano para a realização de experimentos. Os experimentos seriam em decorrência da 
sequela por um tiro acidental por arma de fogo que permitia a observação do interior 
de seu estômago por anos a fio. Mesmo com as implicações e falhas no documento, 
ele pode ser considerado uma autorização para a participação em pesquisa.
Principais aspectos do consentimento 
esclarecido
Existe um cuidado no processo de consentimento livre e esclarecido, o qual 
os pesquisadores responsáveis, ao recrutarem os participantes de pesquisa, 
devem prestar atenção. O respeito à dignidade humana é um requisito básico 
inerente à pesquisa clínica. Desse modo, cabe ao pesquisador: (1) buscar o 
momento, a condição e o local mais adequados para que o esclarecimento seja 
realizado, (2) utilizar linguagem acessível conforme a faixa etária, condição 
socioeconômica e nível de escolaridade dos participantes, (3) permanecer o 
tempo adequado com o participante para que este possa decidir sobre a sua 
participação na pesquisa. A adoção de uma postura que seja de acordo com 
as ações descritas é fundamental para que o indivíduo aceite participar. 
De forma complementar ao processo de consentimento, o qual deve ocorrer 
de modo que o participante entenda todas as informações referentes à pes-
quisa, há a aplicação do TCLE, por isso deve ser conduzido de acordo com 
o grau de conhecimento e as condições clínicas e psíquicas do paciente, que 
normalmente não apresenta o mesmo conhecimento técnico e científico dos 
pesquisadores. A linguagem utilizada é o principal aspecto a ser considerado 
tanto no diálogo com o participante ou seu responsável quanto na elaboração 
Consentimento informado4
do TCLE. Além disso, o documento deve ser apresentado em duas vias, uma 
do pesquisador e outra do participante, sendo que, em ambas, as assinaturas 
e as demais informações deverão ser preenchidas.
Observe o Quadro 1 a seguir.
Convite a participar 
do estudo
Iniciar o TCLE com uma frase que 
convide a participar do estudo.
Justificativa e/ou 
objetivos do estudo
Descrever, em linguagem acessível, a 
justificativa e os objetivos do estudo.
Procedimentos 
da pesquisa
Detalhar os procedimentos que serão realizados 
com a participação voluntária no estudo. 
Utilizar linguagem clara e acessível, substituindo 
os termos técnicos por palavras leigas ou 
incluir explicações sobre os processos.
Duração da 
participação 
no estudo e 
acompanhamento
É uma informação importante e útil 
para que o participante avalie a sua 
disponibilidade para participar do estudo.
Benefícios, riscos 
e/ou desconfortos 
associados à 
participação 
no estudo.
Informar todos os possíveis benefícios e possíveis 
riscos relacionados à sua participação no estudo. 
Quando não estiver previsto nenhum benefício 
direto ao participante, explicar que a participação 
no estudo não trará benefício direto ao participante. 
No caso de riscos, informar que não são conhecidos 
riscos associados aos procedimentos realizados.
Voluntariedade Informar que a participação no estudo é totalmente 
voluntária e que a não participação ou desistência 
após ingressar no estudo não implicará em 
nenhum tipo de prejuízo para o participante.
Ressarcimento Informar que não está previsto nenhum tipo 
de pagamento pela participação no estudo e 
o participante não terá nenhum custo com os 
procedimentos envolvidos. Nos estudos que 
houver ressarcimento de transporte, alimentação 
ou outra despesa, informação no TCLE.
Quadro 1. Orientações para elaboração e adequação do TCLE
(Continua)
5Consentimento informado
Quadro 1. Orientações para elaboração e adequação do TCLE
Confidencialidade 
dos dados
Informar que os dados de identificação 
dos participantes serão mantidos e 
os resultados divulgados não terão a 
identificação dos participantes.
Esclarecimentos 
e contatos
Informar o contato do pesquisador 
responsável, instituição que realiza a pesquisa 
e o telefone comercial. Informar o contato 
do CEP da instituição proponente.
Assinaturas O termo deverá apresentar espaço para a assinatura 
do participante e/ou pesquisador responsável, 
quando aplicável, além de local e data.
(Continuação)
O Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais da Universidade de São Paulo 
elaborou um checklist com itens importantes na preparação de um TCLE. Acesse o link 
a seguir e veja os itens obrigatórios para a aplicação do termo.
https://qrgo.page.link/NvDgF
Situações especiais de consentimento
Sabemos que o processo de consentimento é fundamental para o desenvolvi-
mento de pesquisas científicas com seres humanos. No entanto, em alguns casos 
é possível solicitar a dispensa da utilização do termo, sendo condicionada à 
decisão do CEP quanto à dispensa ou não do seu uso. Normalmente, os casos 
em que se justifica a dispensa são quando se utiliza informações do prontuário 
dos pacientes ou banco de informações. Assim, o pesquisador assina termos 
de compromisso que conforme a pesquisa pode ser para a utilização de ma-
terial biológico, utilização de dados em geral ou de dados institucionais que 
asseguram o uso das informações de forma anônima, de modo a preservar a 
privacidades dos pacientes cujos dados de prontuários e/ou bases de dados 
foram utilizados.
Consentimento informado6
Para o consentimento em pesquisas envolvendo crianças e adolescentes, 
o TCLE é assinado pelo seu representante legal, sendo que, a partir dos sete 
anos de idade, é garantida a sua participação no processo de consentimento. 
Em crianças menores de sete anos, deve-se garantiro direito de serem infor-
madas conforme o seu desenvolvimento moral e de forma adequada ao seu 
nível de compreensão sobre a sua participação. Quando a criança se recusar 
a participar da pesquisa, sua opinião deve ser respeitada. Há exceção quando 
o procedimento for o único tratamento terapêutico disponível e os pais ou 
representantes legais autorizarem o desenvolvimento da pesquisa, ou seja, o 
consentimento deve ser obtido pela criança ou pelo adolescente e os pais ou 
os representantes fornecem a autorização via TCLE.
Há, ainda, os participantes com redução de capacidade cognitiva em razão 
de transtorno ou doença mental, cuja participação só ocorre com a autorização 
fornecida por seus representantes legais. Deve-se garantir que a sua partici-
pação respeite as limitações das suas capacidades. No caso de participantes 
ou responsáveis analfabetos, o TCLE deve ser lido junto a uma testemunha 
imparcial, sem participação direta na pesquisa. O termo deverá ser assinado 
pela testemunha, assegurando que todas as informações pertinentes ao desen-
volvimento do estudo foram fornecidas ao participante ou ao seu responsável. 
O voluntário ou seu representante deverá inserir a impressão datiloscópica 
ao TCLE.
Além disso, nessas situações especiais, a participação deverá ser apro-
vada pelo CEP e pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa, devendo 
haver justificativa clara da escolha desses participantes em pesquisa. Deve 
atentar-se também para os participantes que, apesar da plena capacidade de 
consentimento, são expostos à limitação do seu poder de autonomia. É o caso 
de estudantes militares, empregados, presidiários e internos em centros de 
readaptação, em casas-abrigo, asilos, associações religiosas e semelhantes, os 
quais devem ter o poder de escolha de participar ou não de qualquer pesquisa, 
sem represálias (FRANCISCONI; GOLDIM, 2003).
Em pesquisas cujos participantes podem ser crianças e adolescentes ou adultos, o 
TCLE deve ser emitido em duas versões, uma para os responsáveis ou representantes 
legais e outra para os participantes adultos.
7Consentimento informado
Revelação de diagnósticos
Para a atuação como profissional, é necessário seguir alguns preceitos rela-
cionados a direitos humanos, deveres profissionais, relação com a família e 
familiares e sigilo profissional. De forma complementar, aspectos relacionados 
à bioética devem ser respeitados, tais como sigilo, confidencialidade e pri-
vacidade. Conforme o Conselho Federal de Medicina, a Resolução nº 2.217, 
de 27 de setembro de 2018, a qual entrou em vigor na data de 30 de abril de 
2019, atualizou as especificações do Código de Ética Médica (CARVALHO 
et al., 2005; BRASIL, 2019).
Algumas especificações são importantes para determinar a relação do 
médico com os pacientes e seus familiares. De acordo com o Capítulo V, é 
vedado ao médico:
 � Desrespeitar o direito do paciente ou de seu representante legal de decidir 
livremente sobre a execução de práticas diagnósticas ou terapêuticas, 
salvo em caso de iminente risco de morte.
 � Deixar de usar todos os meios disponíveis de promoção de saúde e 
de prevenção, diagnóstico e tratamento de doenças, cientificamente 
reconhecidos e a seu alcance, em favor do paciente.
 � Deixar de informar ao paciente o diagnóstico, o prognóstico, os riscos 
e os objetivos do tratamento, salvo quando a comunicação direta possa 
lhe provocar dano, devendo, nesse caso, fazer a comunicação ao seu 
representante legal.
 � Exagerar a gravidade do diagnóstico ou do prognóstico, complicar a 
terapêutica ou exceder-se no número de visitas, consultas ou quaisquer 
outros procedimentos médicos.
Cabe ao médico o fornecimento de informações claras, objetivas e que 
sejam transmitidas de forma facilmente compreensível sobre questões de 
hipóteses diagnósticas, diagnósticos, exames solicitados, ações terapêuticas, 
riscos e benefícios associados aos tratamentos propostos e realizados. Quando 
se trata de procedimentos diagnósticos e terapêuticos invasivos, deve-se for-
necer informações referentes à (1) necessidade ou não de anestesia, (2) quais 
partes do corpo serão afetadas, (3) quais os efeitos colaterais, (4) os riscos e 
complicações indesejáveis, (5) a duração esperada do procedimento, (6) os 
exames e as condutas necessários, (7) a finalidade dos materiais coletados para 
exame, (8) a justificativa para a realização dos procedimentos e (9) as opções 
de alternativas diagnósticas e terapêuticas (SÃO PAULO, 2001).
Consentimento informado8
A revelação de diagnósticos críticos é uma prática frequente na rotina dos 
profissionais da área da saúde, de modo que, além de informar, é necessário 
manter o sigilo das informações e dados do paciente. A quebra de sigilo é 
considerada uma infração por parte dos profissionais, entretanto, sob o olhar 
da justiça, o sigilo deve ser rompido em situação justificáveis.
Conforme o Conselho Federal de Medicina, no que diz respeito ao sigilo 
profissional, é vedado ao médico: 
Art. 73. Revelar fato de que tenha conhecimento em virtude do exercício de sua profis-
são, salvo por motivo justo, dever legal ou consentimento, por escrito, do paciente. 
Parágrafo único. Permanece essa proibição: a) mesmo que o fato seja de 
conhecimento público ou o paciente tenha falecido; b) quando de seu de-
poimento como testemunha. Nessa hipótese, o médico comparecerá perante 
a autoridade e declarará seu impedimento; c) na investigação de suspeita 
de crime, o médico estará impedido de revelar segredo que possa expor o 
paciente a processo penal.
Art. 74. Revelar sigilo profissional relacionado a paciente menor de idade, 
inclusive a seus pais ou representantes legais, desde que o menor tenha ca-
pacidade de discernimento, salvo quando a não revelação possa acarretar 
dano ao paciente.
[...]
Art. 77. Prestar informações a empresas seguradoras sobre as circunstâncias 
da morte do paciente sob seus cuidados, além das contidas na declaração de 
óbito. (nova redação – Resolução CFM nº 1997/2012)
Art. 78. Deixar de orientar seus auxiliares e alunos a respeitar o sigilo pro-
fissional e zelar para que seja por eles mantido.
Art. 79. Deixar de guardar o sigilo profissional na cobrança de honorários por 
meio judicial ou extrajudicial. (BRASIL, 2019, documento on-line).
Quando se trata de pesquisa na qual os dados dos participantes serão 
utilizados na divulgação de dados, o cuidado em manter a identidade dos 
participantes deve ser seguido. Além disso, o que ratifica a importância de 
resguardar os dados dos participantes é que o prontuário médico pertence 
ao paciente, sendo o médico e o hospital ou a instituição apenas guardiões. 
Logo, as informações presentes em prontuário não devem ser divulgadas 
(CARVALHO et al., 2005; BRASIL, 2019; SÃO PAULO, 2017).
A principal questão no manejo dos pacientes é como revelar diagnósticos 
que representam a comunicação de más notícias. O processo deve estar as-
sociado a um atendimento de caráter humanizado, considerando os aspectos 
psíquicos e/ou emocionais dos envolvidos. O objetivo está associado na trans-
missão de determinada condição clínica do paciente e também na diminuição 
do impacto emocional associado, a fim de proporcionar um entendimento maior 
9Consentimento informado
da nova realidade. Quando a comunicação é realizada de forma satisfatória, o 
processo de assistência é beneficiado, visto que favorece a adesão a tratamento, 
a aceitação da terapêutica e a satisfação do atendimento. A comunicação na 
relação médico-paciente/familiares é um desafio, no entanto, é algo que, sendo 
exercitado e corrigindo os erros, será possível de ser realizado com benefício 
direto ao paciente.
É importante compreender que quando falamos de más notícias, não é só 
a morte de um familiar ou o surgimento de uma doença terminal ou trauma, 
pode ser o diagnóstico de HIV, diabetes, doenças crônico-degenerativas, 
mas também pode ser uma gravidez indesejada, por exemplo, a qual não está 
associada a um mau prognóstico, mas que para opaciente representa uma má 
notícia. A forma como cada pessoa responde à revelação de diagnóstico pode 
ser diferente e cabe aos profissionais da saúde saberem lidar com as diferentes 
formas de expressão das emoções e dos sentimentos (FREIBERGER; CAR-
VALHO; BONAMIGO, 2019; MONTEIRO; QUINTANA, 2016).
O Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo elaborou um documento 
intitulado Bioética Clínica – Reflexões e Discussões sobre Casos Selecionados. Em sua 
terceira edição, em 2011, um dos casos foi destinado à Comunicação de Más Notícias, 
que traz um caso com a exposição de seis passos recomendados para revelação do 
diagnóstico. Para isso, deve-se levar em consideração:
 � Preparação para comunicar a notícia.
 � O que o paciente já sabe sobre o seu diagnóstico?
 � Quanto o paciente quer saber?
 � Como se portar no momento da revelação.
 � Como as emoções podem ser manifestadas pelos pacientes e familiares.
 � Planejamento e acompanhamento ao tratamento.
Para ler um pouco mais sobre o caso, acesse o link a seguir.
https://qrgo.page.link/AKGra
Consentimento informado10
BIONDO-SIMÕES, M. de L. P. et al. Compreensão do termo de consentimento informado. 
Revista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, v. 34, n. 3, p. 183−188, 2007. Disponível em: 
http://www.scielo.br/pdf/rcbc/v34n3/a09v34n3.pdf. Acesso em: 1 set. 2019.
BRASIL. Conselho Federal de Medicina. Código de Ética Médica: Resolução CFM n° 
2.217, de 27 de setembro de 2018, modificada pelas Resoluções CFM nº 2.222/2018 e 
2.226/2019. Brasília, DF: CFM, 2019. Disponível em: https://portal.cfm.org.br/images/
PDF/cem2019.pdf. Acesso em: 1 set. 2019.
CARVALHO, F. T. et al. Revelação do diagnóstico de doenças sexualmente transmissíveis 
a parceiros (as) sexuais: um dilema bioético. DST: Jornal Brasileiro de Doenças Sexual-
mente Transmissíveis, v. 17, n. 3, p. 219−224, 2005. Disponível em: http://www.dst.uff.
br/revista17-3-2005/revelacao-do-diagnostico.pdf. Acesso em: 1 set. 2019.
FRANCISCONI, C. F.; GOLDIM, J. R. Termo de consentimento informado para pesquisa: 
auxílio para a sua estruturação. Brasil, 2003. Disponível em: https://www.ufrgs.br/
bioetica/conspesq.htm. Acesso em: 1 set. 2019.
FREIBERGER, M. H.; CARVALHO, D.; BONAMIGO, E. L. Comunicação de más notícias 
a pacientes na perspectiva de estudantes de medicina. Revista Bioética, v. 27, n. 2, p. 
318−325, 2019. Disponível em: http://revistabioetica.cfm.org.br/index.php/revista_bio-
etica/article/view/1912/2113. Acesso em: 1 set. 2019.
MADERS, A. M. Investigação biomédica e vulnerabilidade: um estudo acerca da res-
ponsabilidade dos profissionais da saúde nas pesquisas envolvendo seres humanos. 
Mundo Saúde, v. 38, n. 2, p. 228−236, 2014. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/
bvs/artigos/mundo_saude/investigacao_biomedica_vulnerabilidade_estudo_pro-
fissionais.pdf. Acesso em: 1 set. 2019.
MONTEIRO, D. T.; QUINTANA, A. M. A comunicação de más notícias na UTI: perspectiva 
dos médicos. Psicologia: teoria e pesquisa, v. 32, n. 4, e324221, 2016. Disponível em: http://
www.scielo.br/pdf/ptp/v32n4/1806-3446-ptp-32-04-e324221.pdf. Acesso em: 1 set. 2019.
SÃO PAULO. Conselho Regional de Medicina. Guia da relação médico-paciente. São 
Paulo: CREMESP, 2001.
Leituras recomendadas
CONSELHO DAS ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS DE CIÊNCIAS MÉDICAS; ORGANI-
ZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Diretrizes éticas internacionais para pesquisas relacionadas 
a saúde envolvendo seres humanos. 4. ed. Genebra: CIOMS; Brasília, DF: CFM, 2018. Dis-
ponível em: http://hrac.usp.br/wp-content/uploads/2016/04/dir_eticas_int_pesq_en-
volvendo_seres_humanos_1993_cioms_oms.pdf. Acesso em: 1 set. 2019.
LAURENTI, R.; JORGE, M. H. P. de M. Informação em saúde: o papel do médico. São 
Paulo: CREMESP, 2017.
11Consentimento informado
Dica do professor
Na dica do professor a seguir, serão respondidas questões sobre o termo (ou documento) de 
consentimento informado.
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Exercícios
1) Sobre o consentimento informado, pode-se afirmar: 
A) O termo de consentimento informado consiste em informar ao paciente sobre seu estado.
B) O consentimento informado é de responsabilidade conjunta.
C) O consentimento informado é o ato de comunicar ao médico um problema de saúde.
D) O consentimento informado é um desrespeito ao princípio de autonomia do paciente.
E) O termo de consentimento informado é dispensável quando o paciente está inconsciente.
2) Um paciente será informado pelo seu médico sobre os benefícios e riscos dos tratamentos 
indicados em seu tipo de diagnóstico. 
Nestes casos, é desejável que: 
A) o médico deixe que o paciente escolha qual é o tratamento deseja, sem omitir uma opinião 
clínica.
B) o médico não informe demais ao paciente sobre o seu problema de saúde, pois deve ser dado 
a ênfase ao processo de cura.
C) o médico proponha tratamentos alternativos àqueles que ele venha recomendar como melhor 
uma opção para o paciente.
D) o paciente desconfie dos interesses do médico em relação ao tipo de tratamento sugerido.
E) o paciente prepare um termo de consentimento no qual afirme qual foi o tratamento que o 
médico lhe prescreveu.
3) O consentimento informado é uma ação recomendada, muito embora não seja comumente 
concretizada na prática. Esta realidade deveria ser mudada, e o consentimento informado 
deve se tornar uma praxe, pois: 
A) o consentimento informado é baseado em um princípio de sigilo médico em relação à eficácia 
dos procedimentos propostos.
B) o consentimento informado é uma garantia de que o paciente não pode voltar atrás em uma 
decisão.
C) o consentimento informado é uma proteção apenas para que profissionais da saúde 
defendam seus interesses.
D) o consentimento informado pode ser bom tanto para o médico quanto para o paciente.
E) o consentimento informado se constitui como um aspecto periférico da relação médico-
paciente.
4) Muitos estudos demonstram que os pacientes desejam receber mais informações de seus 
médicos. Os profissionais sabem que seus pacientes apreciam esta prática em respeito à 
informação de seus diagnósticos e prognósticos. Nos últimos anos, a revelação de 
informações franca tornou-se a norma entre os clínicos. É de ampla concordância que a 
revelação de informações deve: 
A) omitir a opinião do médico sobre as alternativas de tratamento.
B) ocultar a estimativa das probabilidades associadas às intervenções para não desencorajar os 
pacientes.
C) omitir o estado atual de um paciente.
D) somente conter as intervenções em que o médico de fato confia.
E) fornecer uma descrição dos riscos e dos benefícios dos vários procedimentos que podem ser 
realizados.
5) Sobre o consentimento informado, do ponto de vista ético, as discussões atuais admitem 
que: 
A) a compreensão do paciente importa menos do que a adequação da informação profissional.
B) a experiência do médico em relação ao procedimento deve ser mantida em sigilo.
C) as obrigações morais e legais sobre o fornecimento de informações variam de acordo com a 
gravidade da situação.
D) mesmo nas emergências, todo o trâmite de informação precisa ser estabelecido.
E) não cabe ao médico a tentativa de garantir a compreensão das informações.
Na prática
O termo de consentimento informado é um documento que deve ser preparado pelo paciente ou 
por seu responsável legal, no qual ele afirma suas decisões sobre os atos assistenciais propostos 
pelo seu médico responsável e informa seu consentimento em vista da realização de determinado 
procedimento diagnóstico e/ou terapêutico.
Veja este exemplo:
Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
O consentimento informado nos comitês de ética em pesquisa e 
na prática médica
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O consentimentoinformado. Qual o seu real valor na prática 
médica?
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O consentimento informado no Poder Judiciário brasileiro
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http://revistabioetica.cfm.org.br/index.php/revista_bioetica/article/viewFile/430/498
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-69912011000300011
http://repositorio.pucrs.br/dspace/bitstream/10923/13017/2/O_consentimento_informado_no_Poder_Judiciario_brasileiro.pdf

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