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01/03/2023 1 Prof. Dra. Pauline Santos Farmacognosia /1 Sejam BEM-VINDOS ao sé3mo período de farmácia! Profa. Dra. Pauline Sousa dos Santos Farmacêutica CRF PI:1547– Universidade Federal do Piauí- UFPI Doutora em Biotecnologia – UFPI/ PVE CAPES Laboratório de tecnologia farmacêutica - Universidade de Coimbra - Portugal O QUE FAREMOS HOJE? 1- Apresentação da ementa e plano de disciplina; 2- Dinâmica em grupo; 3- Aula- introdução a farmacognosia ; Parte 1: Conhecer a disciplina EMENTA 01/03/2023 2 EMENTA üHistórico e conceitos básicos em farmacognosia. ü Plantas, farmácias e fitoterapia. üSistemá8ca vegetal, quimiotaxonomia, etnofarmacologia e biotecnologia. ü Metabolismo secundário em plantas: glicídios; heterosídios; flavonóides; cumarínicos; antraquinônicos; saponínicos; digitálicos e cianogené8cos; alcalóides; óleos fixos e essenciais – generalidades, classificações, aspectos químicos e farmacológicos. ü Produção de drogas vegetais: seleção, colheita, secagem, armazenamento e extração. Plantas tóxicas. üPrá8cas em laboratório PLANO DE AULA UNIDADE I: • Introdução a farmacognosia • Legislação de drogas vegetais e fitoterápicos/ Desenvolvimento de fitoterápicos • Politica nacional/ Atualizações em prescrição de fitoterápicos • Técnicas de extração UNIDADE II: • Metabolismo secundário • Introdução à análise fitoquímica • Grupos de princípios ativos • Cumarinas • Heterosídeos flavônicos • Taninos • Terpenos e esteróides • Saponinas UNIDADE III: • Heterosídeos cardiotônicos • Antraquinonas • Heterosideos cianogene3cos • Biotecnologia vegetal e de microorganismos Avaliações • Nota 1-Teste escrito (7,0) e a3vidades realizadas durante as aulas (3,0) • Nota 2- Teste escrito (6,0) e a3vidades realizadas durante as aulas (4,0) • Nota 3-Teste escrito (6,0), a3vidades realizadas durante as aulas (2,0) e apresentações em grupo (2,0) 01/03/2023 3 BIBLIOGRAFIA BASICA e complementar • FERRI, Mario Guimarães. Botânica: morfologia externa das plantas (organografia). 15. ed. São Paulo: Nobel, 2006. • SIMÕES, C. M. O. et al. Farmacognosia: da planta ao medicamento. 6 ed. Santa Catarina/Rio Grande do Sul: UFSC/UFRS, 2010. • FERRI, Mario Guimarães. Botânica: morfologia interna das plantas (Anatomia). 9. ed. São Paulo: Nobel, 2007. Complementar: • BRASIL. Resolução RDC nº 18, de 3 de abril de 2013. Dispõe sobre as boas prá-cas de processamento e armazenamento de plantas medicinais, preparação e dispensação de produtos magistrais e oficinais de plantas medicinais e fitoterápicos em farmácias vivas no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Disponível em: www.anvisa.gov.br =>. Acesso em: 05 de dezembro de 2022. • BANDEIRA, M.A.M. Farmácias Vivas do Ceará: histórico e evolução. Rev Farm. V.121, p.46-7. 2015. • BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de Assistência Farmacêu]ca. Polí-ca nacional de plantas medicinais e fitoterápicos/Ministério da Saúde, Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, Departamento de Assistência Farmacêu]ca. Brasília: Ministério da Saúde, 2006. • FERRI, Mario Guimarães; MENEZES, Nanuza Luiza de (Colab.). Glossário ilustrado de botânica. São Paulo: Nobel, 2005. • OLIVEIRA, Fernando de; AKISUE, Gokithi (Colab.). Farmacognosia. Rio de Janeiro: Atheneu, 2007. Parte 2: Dinâmica em grupo •Passo 1: Poste uma foto sua em um carnaval Dinâmica em grupo Acesse o padlet pelo link ou pelo QR CODE h7ps://padlet.com/paulinesousasan tos/e<ca-25tj2btql5belad Vamos nos conhecer? 01/03/2023 4 Enquanto vocês postam- vamos fazer uma dinâmica de elogios- diga um elogio que defina a pessoa que esta na carteira atrás Enquanto vocês postam- vamos fazer uma dinâmica de elogios- diga um elogio que defina a pessoa que esta na carteira atrás Parte 3: Iniciar - Conteúdo 1 Aula 1: Introdução a Farmacognosia AULA 1 Introdução • A farmacognosia é o ramo mais antigo das ciências farmacêuticas e tem como alvo de estudo os princípios ativos naturais, sejam animais ou vegetais. Apenas a partir de 1815 foi introduzido o termo farmacognosia, que deriva do grego pharmakon (fármaco) e gnosis (conhecimento). Este termo foi usado pela primeira vez pelo medico austríaco Schmidt em 1811. A farmacognosia é disciplina obrigatória nas - Farmácia do Brasil a partir de 1920, sendo uma das maiores áreas do conhecimento farmacêutico. (Sociedade Brasileira de Farmacognosia, 2017) 01/03/2023 5 Um pouco de história • Carolus Linnaeus (1707 – 1778) à Pai da taxonomia botânica • Estabelece o ponto de partida da nomenclatura moderna das plantas, baseado nos caracteres sexuais das flores; e na obra Genera Plantarum (1764), amplia esse conhecimento O que ficou da história • Nomenclatura botânica Carolus Linnaeus • Formada por um binômio, ou seja, sempre por dois nomes (gênero e espécie) seguida pelo classificador da espécie. Ex. L (de Linnaeus) Conceito • Farmacognosia: ciência farmacêutica que se ocupa do estudo das drogas e substâncias medicamentosas de origem natural: vegetal e animal (incluindo-se o microbiano). Estuda tanto substâncias com propriedades terapêuticas como substâncias tóxicas, excipientes ou outras substâncias de interesse farmacêutico. • VEGETAIS • ANIMAIS • MINERAIS Farmacognosia à Enfoque principal: plantas medicinais • Plantas medicinais e suas finalidades: • Matéria-prima para: • Medicamentos • Alimentos • Cosméticos • Perfumaria • Aromatizantes • Outros Mais Conceitos (RDC 26/ 2014) • Planta medicinal: espécie vegetal, cultivada ou não, utilizada com propósitos terapêuticos. • Droga vegetal: planta medicinal, ou suas partes, que contenham as substâncias, ou classes de substâncias, responsáveis pela ação terapêutica, após processos de coleta/colheita, estabilização, quando aplicável, e secagem, podendo estar na forma íntegra, rasurada, triturada ou pulverizada. Mais Conceitos (RDC 26/ 2014) • Matéria-prima vegetal: compreende a planta medicinal, a droga vegetal ou o derivado vegetal. • Derivado vegetal: produto da extração da planta medicinal fresca ou da droga vegetal, que contenha as substâncias responsáveis pela ação terapêutica, podendo ocorrer na forma de extrato, óleo fixo e volátil, cera e outros. 01/03/2023 6 Mais Conceitos (RDC 26/ 2014) • Marcador: substância ou classe de substâncias (ex.: alcaloides, flavonoides, etc.) utilizada como referência no controle da qualidade da matéria-prima vegetal e do fitoterápico, preferencialmente tendo correlação com o efeito terapêutico. Pode ser do tipo ativo (relacionado com atividade terapêutica) ou analítico (sem essa relação). Mais Conceitos (RDC 26/ 2014) • Fitocomplexo: conjunto de todas as substâncias, originadas no metabolismo primário ou secundário, responsáveis, em conjunto, pelos efeitos biológicos de uma planta medicinal ou de seus derivados. Entenda na prática... Mais Conceitos (RDC 26/ 2014) • Medicamentos fitoterápicos: os obtidos com emprego exclusivo de matérias-primas ativas vegetais, cuja segurança e eficácia sejam baseadas em evidências clínicas e que sejam caracterizados pela constância de sua qualidade. Não se considera medicamento fitoterápico ou prod. tradic. fitoterápico Aquele que inclua na sua composição substâncias ativas isoladas ou altamente purificadas, sejam sintéticas, semissintéticas ou naturais, nem as associações dessas com extratos vegetais. Mais Conceitos (RDC 26/ 2014) • Produto tradicional fitoterápico: os obtidos com emprego exclusivo de matérias-primas ativas vegetais cuja segurança e efetividade sejam baseadas em dados de uso seguro e efetivo publicados na literatura técnico-científica e que sejam concebidos para serem utilizados sem a vigilância de um médico para fins de diagnóstico, de prescrição ou de monitorização. Mais Conceitos (RDC 26/ 2014) Não se considera medicamento fitoterápico ou prod.tradic. fitoterápico Aquele que inclua na sua composição substâncias ativas isoladas ou altamente purificadas, sejam sintéticas, semissintéticas ou naturais, nem as associações dessas com extratos vegetais. 01/03/2023 7 Medicamento fitoterápico x remédio fitoterápico Medicamento à fitoterápico (indústria) • Formas farmacêuticas: • Extratos (secos, moles, fluidos) • Alcoolaturas • Xaropes • F. F. Semisólidas (gel, creme, unguento...) • Comprimidos • Cápsulas (moles, duras) • Granulados Remédio fitoterápico à artesanal - caseiro • Formas farmacêuticas: • Banho • Óleos • Cataplasma • Tintura • Compressa • Sumo ou suco • Inalação • Pó • Infusão • Vinho • Decocção • Unguento e pomada • Maceração • Xarope Remédio fitoterápico à Definições legais (RDC 26/2014) • Infusão: consiste em verter água fervente sobre a droga vegetal e, em seguida, tampar ou abafar o recipiente por um período de tempo determinado. Indicado para partes de drogas vegetais de consistência menos rígida tais como folhas, flores, inflorescências e frutos, ou com substâncias ativas voláteis ou ainda com boa solubilidade em água; 01/03/2023 8 Remédio fitoterápico à Definições legais (RDC 26/2014) • Decocção: consiste na ebulição da droga vegetal em água potável por tempo determinado. Indicado para partes de drogas vegetais com consistência rígida, como cascas, raízes, rizomas, caules, sementes e folhas coriáceas ou que contenham subst. de baixa solubilidade em água; Remédio fitoterápico à Definições legais (RDC 26/2014) • Maceração com água: consiste no contato da droga vegetal com água, à temperatura ambiente, por tempo determinado para cada droga vegetal. Esse método é indicado para drogas vegetais que possuam substâncias que se degradem com o aquecimento. Outros conceitos • Terapêutica = trata dos meios de curar doenças. • Fitoterapia: tratamento das enfermidades utilizando-se de plantas ou produtos derivados de plantas (seus extratos etc.). • Homeopatia: medicamento homeopático • Alopatia: • Medicamento químico • Medicamento fitoterápico : • abordagem oriental: chinesa/ indiana • abordagem ocidental: clínico/ popular Bom semestre! •Mapa mental sobre esses conceitos iniciais Aula 2: Política Nacional de plantas medicinais e fitoterápicos PNPMF Prof. Dra. Pauline Santos 01/03/2023 9 Objetivos: Conceito ampliado se saúde diretrizes publicadas no PNPIC relativas as Plantas Medicinais e Fitoterapia, Avanços na área exemplos de desafios para implementação perspectivas futuras. O que é saúde? Conceito de Saúde segundo a OMS, 7/04/1948: “Saúde é estado de completo bem-estar Csico, mental e social e não apenas a ausência de doença” ConsHtuição de 1988: “A saúde é direito de todos e dever do Estado, garanHdo mediante políHcas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para a promoção, proteção e recuperação”. Reflexões.... • Nas últimas décadas: • - Aumento do acesso à informação (população em geral/profissionais de saúde); • - Aumento do arsenal diagnóstico e medicamentoso; • - Garantia do acesso à saúde como Direito do Cidadão, Constituição 1988. Reflexões.... • Porém... • - Aumento do número de pacientes portadores de • doenças crônicas; • - Aumento das taxas de morbimortalidade vinculadas ao uso da polifarmácia. • -Baixa resolutividade Nascem, praticamente juntas, duas Políticas que iriam ressignificar o cuidado dentro da Atenção Primária, envolvendo o usuário de forma integrada e holística, considerando os saberes populares e garantindo qualidade e segurança nos produtos de origem vegetal. Polí%ca Nacional de Prá%cas Integra%vas e Complementares no SUS (PNPIC) • O campo da PNPIC contempla sistemas médicos complexos e recursos terapêuticos diferenciados dos hegemonicamente empregados, os quais são também denominados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) de medicina tradicional e complementar/alternativa. • Tais sistemas e recursos envolvem abordagens que buscam estimular os mecanismos naturais de prevenção de agravos e recuperação da saúde com ênfase, entre diversas outras características inerentes a cada pratica, na escuta acolhedora, no desenvolvimento do vínculo terapêutico e na integração do ser humano com o meio ambiente e a sociedade. 01/03/2023 10 Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no SUS (PNPIC) • Pode-se verificar que o interesse institucional vem crescendo no sentido de retomada e expansão da Fitoterapia, no sentido de ampliar seu acesso nos programas de saúde do Brasil. Exemplo disso foi sua inserção na Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no SUS (PNPIC). Polí%ca Nacional de Prá%cas Integra%vas e Complementares no SUS (PNPIC) • “. Quem opta por prescrever fitoterapia e almeja de fato um equilíbrio da saúde da pessoa assistida, ou de sua família, precisa ter como objetivo enxergar essas pessoas, suas vidas, suas ideias e seu adoecimento de maneira mais abrangente, olhando para além da doença em si.” Polí%ca Nacional de Prá%cas Integra%vas e Complementares no SUS (PNPIC) Elaborac ̧a ̃o da Relac ̧a ̃o Nacional de Plantas Medicinais e da Relac ̧a ̃o Nacional de Fitotera ́picos ; Provimento do acesso a plantas medicinais e fitotera ́picos aos usua ́rios do SUS; Formac ̧a ̃o e educac ̧a ̃o permanente dos profissionais de sau ́de em plantas medicinais e fitoterapia; Fortalecimento e ampliac ̧a ̃o da participac ̧a ̃o popular e controle social; Incentivo a ̀ pesquisa e desenvolvimento de plantas medicinais e fitotera ́picos, priorizando a biodiversidade do Pai ́s; Promoc ̧a ̃o do uso racional de plantas medicinais e dos fitotera ́picos no SUS; Acompanhamento e avaliac ̧a ̃o da inserc ̧a ̃o e implementac ̧a ̃o das plantas medicinais e fitoterapia no SUS; Garantia do monitoramento da qualidade dos fitotera ́picos pelo Sistema Nacional de Vigila ̂ncia Sanita ́ria; Estabelecimento de poli ́tica de financiamento para o desenvolvimento de ac ̧o ̃es. Polí%ca Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos (PNPMF) A política nacional traz como objetivo garantir à população brasileira o acesso seguro e uso racional de plantas medicinais e fitoterápicos, promovendo o uso sustentável da biodiversidade, o desenvolvimento da cadeia produtiva e da indústria nacional. O que é a fitoterapia? Conceitos relativos a fitoterapia • A terapêutica caracterizada por • A ampliação do seu uso tem sido discutido e fomentado por Políticas Nacionais como PNPIC e PNPMF Organização Mundial de Saúde – OMS Utilização de plantas medicinais em suas diferentes preparações farmacêuticas Mas sem a utilização de substâncias ativas isoladas, ainda que de origem vegetal. 01/03/2023 11 Quais formas possíveis para sua utilização? Conceitos relativos a fitoterapia • Esses produtos podem ser empregados in natura preparações simples formulações farmacêuticas (medicamentos fitoterápicos) chás de plantas medicinais tinturas, extratos fluidos extratos vegetais ou frações quimicamente caracterizados e padronizados, incorporados em formas farmacêuticas Qual cenário ideal para seu uso racional? O cenário ideal para seu uso racional • Para a ampliação do uso destes produtos ainda é necessário: • Informações sobre plantas medicinais reconhecidas cientificamente, plantas, derivados vegetais à disposição do profissional prescritor e da população; • Acesso: plantas, derivados vegetais e/ ou medicamentos com qualidade à disposição do profissional prescritor e da população • Prescrição criteriosa a respeito do papel a ser representado pela fitoterapia no contexto terapêutico respeitando as individualidades e os saberes que ele detém; • Dispensação que assegure o seu uso racional e um acompanhamento continuado a esse paciente e sua família. Ainda que o interesse popular e institucional venha crescendo no sentido de fortalecer a Fitoterapia no Brasil aindase percebem diversas dificuldades para atingir o cenário destacado. 01/03/2023 12 Dificuldades par atingi-lo Podem ser citadas dificuldades de diversas naturezas: - Resistência do uso de fitoterápicos em detrimento aos medicamentos sintéticos, - Necessidade de maior interesse para realização de estudos para o desenvolvimento de novos medicamentos que utilizam a matriz complexa própria dos fitoterápicos, - necessidade demaior capacitação dos profissionais prescritores - Forma de comunicação entre os conhecimentos tradicionais e a academia, - Implementação das diretrizes que fomentam seu uso na atenção básica. Acesso aos produtos A implementação da Fitoterapia implica: - rearranjo do modo de operação dos serviços de saúde - com o fornecimento da planta medicinal ou do medicamento fitoterápico ao usuário recursos financeiros e tempo, algo escasso no SUS Para isso, há necessidade de Embora no médio e no longo prazos, essa implementação traz vários benefícios Medicamentos fitoterápicos M edicam entos não- fitoterápicos Acesso aos produtos • Já fazem parte da Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (Rename) 12 fitoterápicos à rede pública de saúde, • Medida ainda muito tímida: Diretrizes PNPMF preconizam a facilitação do acesso à planta medicinal e ao fitoterápico. Tendo em vista que a relação de medicamentos não fitoterápicos é bem extensa. Ampliação da oferta de fitoterápicos Marco de avanço nesse contexto: • o Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira (FFFB), o que induziu posteriormente, a geração da classe de "Produto Tradicional Fitoterápico”. • As formulações são reconhecidas como oficinais ou farmacopeicas, • servindo de referência para o sistema de notificação desses produtos na Anvisa. • contém 85 monografias, que contemplam 85 espécies, com um total de 236 formulações. Outra alternativa à Farmácias vivas • Estruturadas nos municípios, que não exigem equipamentos e processos sofisticados. • Regulamentada através da Portaria MS no 886, de 22 de abril de 2010. O FFFB complementa essas normas de manipulação da Portaria n° 886/2010, oficializando de forma padronizada as formulações que serão manipuladas. Seminário realizado com os programas de fitoterapia ativos, representando várias regiões do Brasil. Os representantes apresentaram os produtos e as formas farmacêuticas utilizadas em suas regiões Foram selecionadas formulações que constam da Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS Regulamentações Profissionais • Vários (farmacêuticos, nutricionistas, enfermeiros, odontólogos, etc.) que autorizam a prescrição, indicação e orientação sobre o uso de plantas medicinais na Atenção Primária em Saúde. • Atenção! isso para medicamentos isentos de prescrição médica Foi publicada a Instrução Norma4va da Anvisa IN nº 86/2021 (DOU, 17/03/2021), que descreve os critérios técnicos para caracterizar um produto como medicamento isento de prescrição (MIP) das categorias Medicamentos Sinté4cos, Específicos e Biológicos e Fitoterápicos. https://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?data=17/03/2021&jornal=515&pagina=251&totalArquivos=316 01/03/2023 13 Isenção de prescrição medica • No que tange a necessidade de prescrição: RDC 26/2014: Produto tradicional fitoterápico (PTF): aquele obtido com emprego exclusivo de matérias- primas ativas vegetais, cuja segurança seja baseada por meio da tradicionalidade de uso e que seja caracterizado pela reprodutibilidade e constância de sua qualidade Sem a necessidade de supervisão médica Atuação profissional • A atuação de profissionais destes diferentes profissionais- atenção primaria a saúde é fundamental, caracteriza-se como a porta de entrada prioritária de um sistema de saúde hierarquizado e regionalizado, o que vem provocando importante movimento de reorientação do modelo de atenção à saúde no SUS. • Os integrantes da equipe tem acesso direto a população, direcionando os cuidados a suas famílias. Quando e Como prescrever? Quando e como prescrever? Abordagem interessante: Decisão quanto ao uso da fitoterapia: Fintelmann & Weiss: Manual de fitoterapia • Classifica os fitoterápicos que estariam disponíveis para uma prescrição em categorias terapêuticas, a saber: • Categoria 1: os medicamentos fitoterápicos estariam em 1 opção para escolha de prescrição: esteatose hepática,hiperplasia benigna de próstata, entre outros. • Categoria 2: Indicações para as quais os medicamentos sintéticos podem ser substituídos por fitoterápicos. Exs.: estados leves de ansiedade e/ou depressão reativa, dispepsia não ulcerosa neoplásica, infecções urinárias inespecíficas, entre outros. • Categoria 3: Indicações nas quais os fitoterápicos podem ser usados como coadjuvantes para uma terapia básica. Exs.: outras doenças hepáticas e das vias respiratórias, entre outras. • Categoria 4: Indicações nas quais o uso dos fitoterápicos não é adequado, caracterizando até mesmo erro médico, pela possibilidade de retardar ou impedir uma terapia racional com medicamentos sintéticos, mais adequados. Ex.: tratamento primário do câncer. Quando e como prescrever? • Alguns tópicos essenciais a se pensar são: 1. escolha de uso da monoterapia ou associações de plantas, 2. formas farmacêuticas possíveis, 3. posologia e 4. seguimento clínico Cada medicamento fitoterápico – em cada caso singular Demandará observações igualmente singulares Quando e como prescrever? 01/03/2023 14 1.Monoterapia ou associação? É uma boa escolha preferir a monoterapia, caso um único extrato não seja suficiente e se opte por associar extratos de plantas a fim de compor um único fitoterápico, preferir as chamadas “associações fixas” ou “formulações consagradas” muitas delas com longo tempo de uso. Profundo conhecimento de cada planta individualmente Para se projetar uma associação adequada - Aspectos farmacodinâmicos - Aspectos farmacocinéticos Essa associação gera novos fenômenos farmacodinâmicos e farmacocinéticos e que igualmente terão que ser conhecidos. É importante considerar: • A planta em si e seu extrato, • A indicação em questão • A categoria de insumo disponível em cada rede de saúde. 2. Escolha da forma farmacêutica O prescritor deve se adequar às necessidades do caso e à sua realidade. São várias as opções possíveis: No caso de se contar com uma farmácia de manipulação no serviço ou na rede: É possível dispor de: • tinturas e extratos em geral, • formulações como xaropes, cremes, géis, pomadas, cápsulas ou comprimidos. Já os fitoterápicos industrializados: fornecem extratos previamente padronizados e constância de ativos em suas apresentações. 3. Dose ou posologia • Há grande peculiaridade na prescrição fitoterápica: é irrelevante simplesmente informar a massa desejada para as doses de extrato (miligramas, milicentigramas etc.). • É fundamental que, ao elaborar a receita, o prescritor indique: o nome botânico da droga vegetal; o tipo de extrato (seco, fluido etc.), sua padronização e forma de apresentação; a dose–posologia; e o modo de usar. Pode ser feita pelo prontuário eletrônico do cidadão (PEC) do eSUS-AB onde o prescritor deverá identificar: I - Nome cientifico, sendo opcional o nome popular; II - Parte usada; III - Forma farmacêutica/modo de preparo; IV - Tempo de utilização; V - Dosagem; VI - Frequência de uso; VII - Horário. A prescrição fitoterápica no contexto do sistema único de Saúde: A atenção farmacêutica em fitoterapia Exigirá do farmacêutico: • conhecimento científico, popular e tradicional do uso de plantas medicinais e fitoterápicos, • como também das várias formas de uso, de forma a integrar os diferentes saberes, profissionais e usuários, buscando avaliar e garantir a segurança, a eficácia e a efetividade do uso desses recursos terapêuticos. • Com vistas a promover ações junto às equipes da Saúde da Família e aos usuários da rede pública, o profissional farmacêutico, para atuar na assistência farmacêutica em fitoterapia,deverá: Conhecer as etapas da cadeia produtiva de plantas medicinais e fitoterápicos As quais envolvem a regulamentação do setor, as diferentes formas de acesso e o uso de plantas medicinais e fitoterápicos suas dificuldades e avanços no cenário atual Fitoterapia não é trivial • Esse campo do conhecimento ainda é marginalizado e negligenciado no ensino médico. • Mas a maior parte dos médicos adeptos obrigam-se a uma contínua atualização em novos livros e nas bases de dados de maneira a adaptar certo arsenal de plantas medicinais e fitoterápicos de domínio técnico em sua rotina de trabalho. • Tal hábito lhes confere maior segurança ao propor (ou aceitar) escolhas terapêuticas que incluam fitoterápicos. • Outro ponto a ser valorizado é na Saúde da Família, na qual a fitoterapia pode assumir caráter preventivo, como intervenção em predisposições familiares e constitucionais, e junto às condições patológicas ainda em sua fase incipiente. ao contrário do que o senso comum pode vir a afirmar Avanço e Perspectivas na área 01/03/2023 15 Perspectivas para maior emprego da fitoterapia • Mapeamento maior dos territórios em relação a esse uso; • Os ACS e os lideres da comunidade tem um importante papel na inserção da fitoterapia devido sua atuação junto à comunidade; • Os ACS podem assumir um papel de interlocutores, no sentido que vai do universo cientifico ao popular e vice- versa; • Para isso, os profissionais de saúde devem incentivar e qualificar a atuação destes profissionais no tema, como promotores do uso (adequado) de plantas medicinais e seus derivados na comunidade. Pode se destacar a necessidade direcionar esforços provenientes de diversas áreas institucionais ou não para a maior expansão no que diz respeito a implementação das diretrizes da PNPMF. Saberes Científicos Etnobotânica Articulação Registro das Plantas Nesse mapeamento além do elenco de plantas utilizadas pela comunidade pode se investigar o grau de conhecimento dos usuários; Pode ser feito no Questionário Autorreferido de condições/situações de saúde da Ficha de Cadastro Individual do e-SUS no campo “Usa plantas medicinais?” Ou por meio do “Prontuário Eletrônico do Cidadão” (PEC); A coleta e o registro desta informação permitirão que as equipes possam planejar ações de educação em saúde sobre fitoterapia, posteriormente; Mapeamento dos pontos a serem trabalhados nas atividades educativas. Outras perspectivas Tal área é por natureza multidisciplinar com a participação de antropólogos, profissionais de saúde e botânicos, entre outros- agregar saberes Comunicação e empenho entre os diversos pesquisadores que se dedicam a tal área para o crescimento do campo teórico e pratico/ evolução. Não significa deixar os conhecimentos das comunidades tradicionais de lado mas sim mergulhar neles e fomenta-los de forma racional. - Valorização de nossa cultura e memória Perguntas? Hoje nós estudamos: O que foi a PNPMF? Quais seus obje:vos? Conceitos relativos a fitoterapia O cenário ideal para seu uso racional Dificuldades par atingir este cenário ideal Características de uma prescrição racional Onde buscar informações? Avanços e Perspectivas Tudo ok? Referências • Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de Assistência Farmacêutica. Política nacional de plantas medicinais e fitoterápicos/Ministério da Saúde, Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, Departamento deAssistência Farmacêutica. Brasília: Ministério da Saúde, 2006. • BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos. Brasília, DF: Ministério da Saúde; 2009. • DE FIGUEREDO, C.A, GURGEL, I.G.D; GURGEL JUNIOR, G.D. A Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos: construção, perspectivas e desafios. Physis, v.24, p.381-400, 2014. • FINTELMANN, V.; WEISS, R. F. Manual de fitoterapia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2010, • 526 p • SECRETARIADASAÚDE DO ESTADO DO CEARÁ. Decreto nº 30.016, de 30 de dezembro de 2009. Regulamenta a Lei Nº 12.951, de 07 de outubro de 1999, que dispõe sobre a política de implantação da fitoterapia em saúde pública no estado do Ceará e dá outras providências. Diário Oficial do Estado do Ceará, Fortaleza (2010 jan. 8); Caderno 1:8. • Assista: ” Farmácia Viva: a experiência da Farmácia da Natureza com a Fitoterapia e o SUS” Farmácia da Natureza (Farmácia Viva), realizada na cidade de Jardinópolis (SP), capacita profissionais de saúde visando estimular o uso racional de plantas medicinais e fitoterápicos com qualidade, segurança e eficácia no SUS. #ficadica - PRA VER! 01/03/2023 16 #ficadica - PRA OUVIR! Ouça: Podcast: Trabalho com Farmácia Viva é referência no DF- News Farma Disponível no Spotify® Pra$ca amanha trazer: • Por grupo: • 10 g canela • 50 g de gengibre Estudo dirigido -Vamos Aprender por meio de Estudos dirigidos? – trios -Veja as perguntas -Pense no que você já sabe sobre o tema -Leia o texto que escrevi -Volte para as perguntas e responda -cada trio ira responder uma questão para a turma Questões: 1. O que é a fitoterapia? Como pode se dar seu uso? 2. Defina planta medicinal, droga vegetal, fitoterápico, marcador e fitofármaco. 3.Qual o cenário ideal para o avanço da fitoterapia? 4. Quais as Dificuldades par atingi-lo ? 5. Por que não é tão utilizada? – aspectos culturais e de viabilização 6. Como prescrever? 7. Como dispensar? 8. Quais os Avanços e Perspectivas na área? • 9. O comercio informal e a banalização do uso dos produtos fitoterápicos e plantas medicinais geram muitos prejuízos a população, comente os problemas relativos a esta banalização. Comente sobre a substituição de espécies e os problemas de armazenamento. • 10. Onde constam monografias para auxiliar a produção • de medicamentos fitoterápicos? • 11. Os fitoterápicos Já fazem parte da Relação Nacional de Medicamentos Essenciais ? Quais? https://podcasts.apple.com/br/podcast/news-farma/id1525363711 01/03/2023 17 Texto: • https://drive.google.com/file/d/1UAD5- S5yR3LzbM9T4l91GV-3GuAJCAga/view?usp=sharing Agora – grupos 3 pessoas- trazer próxima aula • Pense na realidade da sua cidade • Escreva quais projetos você poderia propor para o município para que de fato a PNPMF fosse implementada? • Escreva o titulo do projeto e uma descrição breve LÉVI-STRAUSS esclarece que a utilidade medicinal é descoberta pelos índios a partir de colocar junto, de relacionar, a natureza e os humanos: “a verdadeira questão não é saber se o contato de um bico de picanço cura as dores de dente mas se é possível, de um determinado ponto de vista, fazer “irem juntos” o bico do picanço e o dente do homem e, através desses agrupamentos de coisas e seres, introduzir um princípio de ordemno universo.” Articulação entre este e o conhecimento cientifico x conhecimento tradicional Ciência multidisciplinar https://drive.google.com/file/d/1UAD5-S5yR3LzbM9T4l91GV-3GuAJCAga/view?usp=sharing
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