Buscar

1 INTRODUÇÃO À PRODUÇÃO CIENTÍFICA EM CIÊNCIAS DA SAÚDE

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 77 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 77 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 77 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

DESCRIÇÃO
A importância da produção científica para o desenvolvimento da sociedade e para impulsionar a inovação no Brasil.
PROPÓSITO
Compreender o quanto a produção científica é fundamental para o desenvolvimento da nação estimula o crescimento de divulgadores
científicos e pesquisadores em nosso país.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Definir produção científica e sua importância para a sociedade
MÓDULO 2
Associar a pesquisa com a produção científica
MÓDULO 3
Descrever a construção de um projeto de pesquisa
INTRODUÇÃO
Neste estudo, iremos analisar a importância da produção científica e sua relação com o desenvolvimento da sociedade. Buscaremos ainda
compreender os meios pelos quais os trabalhos científicos são divulgados e como os eventos científicos são importantes para a
democratização da ciência. Além disso, explicaremos como se dá a construção de um projeto de pesquisa, passo a passo, e você será
estimulado a construir o seu próprio projeto.
Vamos juntos?
MÓDULO 1
 Definir produção científica e sua importância para a sociedade
CONCEITO DE PESQUISA
Provavelmente, esta semana você já abriu seu navegador na internet, foi até uma página de busca e fez algumas pesquisas sobre um
assunto que estava estudando. Ir em busca de informação é o que move a humanidade desde sempre e é responsável pelo seu
desenvolvimento e crescimento.
 
Foto: Shutterstock.com
 Consultas em sites de busca são ações comuns nos dias de hoje.
A investigação, a busca e o levantamento de dados fazem parte da humanidade desde os primeiros registros de sua ação no
planeta. São marcas da curiosidade humana sobre o ambiente que a cerca.
A princípio, sem sistematizar qualquer metodologia, podemos indicar que os seres humanos são pesquisadores naturais e que todo
conhecimento adquirido até hoje vem por conta da tríade:
 
Imagem: Shutterstock.com
Esta tríade pode ser entendida como Pesquisa.
Vamos compreender como se dá essa tríade e, em seguida, sistematizar metodologicamente o processo que chamamos de pesquisa.
CURIOSIDADE
A curiosidade é algo complexo. Existem muitos fatores que nos mantêm curiosos e isso nos torna informadores naturais. A curiosidade
epistêmica e perceptual são os dois tipos principais de curiosidade, vamos conhecê-las?
CURIOSIDADE EPISTÊMICA
Vem de um lugar de desejo, em oposição a um lugar de necessidade. Este é o tipo de curiosidade que tem impulsionado inventores e
cientistas a fazer um trabalho tão brilhante. Muitas vezes, está associada à antecipação de recompensa, o que não significa necessariamente
ganho financeiro. A curiosidade epistêmica está relacionada à pesquisa científica e os dados que serão posteriormente levantados para
alguma aplicação na sociedade. A busca de emoções é um tipo de curiosidade epistêmica.
Você é um viciado em adrenalina?
Então, você pode muito bem ser impulsionado por esta curiosidade!
CURIOSIDADE PERCEPTUAL
É o tipo de curiosidade que sentimos quando precisamos acalmar nossa mente. Quando estamos curiosos para descobrir o que aconteceu
em um certo momento de nossa realidade, isso é curiosidade perceptiva. Ela não tem outra recompensa a não ser se movimentar e chegar
ao fundo de um problema ou questão.
Outro exemplo de curiosidade perceptiva é a sensibilidade à depreciação, que permite a resolução de problemas e a erradicação de lacunas
do conhecimento. Nessa situação, “preencher” a lacuna ou adquirir tal compreensão oferece alívio. Isso motiva a curiosidade.
A curiosidade perceptual não necessariamente traz boa sensação, mas as pessoas que a experimentam trabalham incansavelmente para
resolver problemas. Ela está intimamente ligada à ansiedade e à tensão, mas mantém o sujeito alerta!
Por mais que estejamos aqui sistematizando tipos de curiosidade, sabemos que eles se misturam no processo curioso do humano, podendo
se alternar ou atuar simultaneamente sobre um dado requerido.
 
Imagem: Shutterstock.com
 Representações da curiosidade.
INVESTIGAÇÃO
Investigar é buscar caminhos.

É um impulso ativo, quase orgânico, que o indivíduo tem para encontrar respostas.

Investigar é o ato e não a conclusão.
Na tríade da pesquisa, a investigação pode ser considerada o momento de maior gasto energético, que gera as maiores movimentações de
um processo de pesquisa. Na investigação, ocorrem o encontro e o levantamento de dados e, por ser um momento ativo, há a necessidade
de um julgamento rápido sobre os dados levantados, para que se compreenda se a investigação pode prosseguir.

 EXEMPLO
Vamos avaliar dois exemplos do processo de investigação.
 
Imagem: Shutterstock.com
O primeiro: famoso em filmes de suspense, um detetive é contratado para investigar o desaparecimento de
algumas obras de arte de um museu. O detetive inicialmente promove um levantamento prévio de dados que
podem impulsionar sua investigação.
Dados sobre o museu, sobre as obras de arte, os potenciais interessados, entre outros dados que podem
auxiliá-lo a resolver a demanda. Em seguida, o detetive investiga e levanta dados a partir do que descobriu
com o primeiro levantamento. Faz então entrevistas, arguições, coleta dados inéditos e, enfim, correlaciona
tais dados.
Como segundo exemplo do processo investigativo, vamos tratar da pesquisa científica, que iremos conceituar
posteriormente. Na pesquisa científica, a investigação também procura caminhos para levantar dados. Tais
caminhos apresentam uma sequência organizada e metódica de passos, que se configura em uma
metodologia. Se, por acaso, você trabalhasse com um grupo de insetos bioindicadores de qualidade da água
e precisasse analisar a composição entomológica de um corpo d’água de certa região, você precisaria seguir
passos de investigação preestabelecidos ou então criar uma sequência de passos coerentes para promover
este levantamento. Por exemplo, levantar dados sobre análises anteriores da composição entomológica do
local, observar dados físico-químicos do ambiente, buscar a melhor forma de coleta, aplicar a melhor forma
de triagem e identificação de morfotipos, entre outros passos que viriam em uma sequência lógica de
investigação.
Perceba que, nos dois modelos apresentados, o princípio ativo e de gasto energético que a investigação promove é o mesmo. Mudam a
forma e a sistematização dos modelos investigativos.
ANÁLISE
A análise dos dados coletados na investigação talvez seja o passo mais minucioso e demorado no processo de pesquisa. A análise
configura-se a partir de ensino e treinamento.
Analisar é uma habilidade altamente complexa.

É olhar através das informações mais superficiais que um dado pode trazer e captar as nuances mais implícitas de uma informação.

A análise correlaciona os dados, cria pontes lógicas entre eles, culminando em respostas, sejam elas conclusivas ou não.
Algumas definições nos remetem à lógica aristotélica da análise: um desmembramento dos dados mais complexos em partes menores que
constituem esses dados para um entendimento mais aprofundado e preciso da informação global.

 EXEMPLO
Na pesquisa sobre a entomofauna de um corpo aquático, após a coleta dos espécimes, precisamos fazer a
identificação dos indivíduos. Essa identificação ocorre a partir da separação e da análise minuciosa das suas
estruturas morfológicas, comparando os dados observados com os dados já registrados pela literatura. A
partir da comparação, podemos inferir informações mais precisas sobre a identificação dos indivíduos
analisados.
A análise correlaciona os dados, cria pontes lógicas entre eles, culminando em respostas. Como exercício, pense na pesquisa que você
realizou esta semana ao buscar informações em algum site de busca.
Você exerceu a curiosidade ao lançar o termo procurado no campo “pesquisa”?
Você investigou os dados que foram levantados após a busca?
Você analisou os melhores dados para que sua opinião e/ou conhecimento se formasse?
 
Imagem: Shutterstock.com.
Pelo senso comum, você é um pesquisador, mas não se engane! Esse termo não servirápara qualificá-lo como um pesquisador nas áreas da
Ciência e da Saúde.
IMPORTÂNCIA DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA PARA A SOCIEDADE
Em uma escala entre 0 e 5 para medir a importância da produção científica em sua vida, qual nota você daria? Essa pergunta parece muito
ampla, você provavelmente perguntaria: Quais produções? Sobre quais objetos de pesquisa estamos falando?
VAMOS REFAZER A PERGUNTA
Em uma escala entre 0 e 5, qual nota você daria para a importância da produção científica acerca de doenças virais, como a COVID-19, em
sua vida?
Neste caso, é bem provável que você aferisse notas entre 4 e 5, correto?
AGORA, OUTRA PERGUNTA
Em uma escala entre 0 e 5, qual nota você daria para a importância da produção científica acerca da evolução de baratas (isso mesmo,
baratas!) em sua vida?
Caso você não tenha passado mal só de ler o termo "baratas", é bem possível que a nota de relevância tenha sido baixa.
Mas, por acaso, se uma produção científica não é relevante para você, isso desqualifica a pesquisa realizada? Claro que não. Primeiro,
porque há a subjetividade envolvida quando damos uma nota de relevância para uma pesquisa — o autor que vos escreve acha muito
relevante a pesquisa com baratas, por exemplo.
Além disso, nem sempre uma pesquisa apresenta somente um objetivo. Existem objetivos específicos que servirão de base para um
conhecimento muito mais amplo e que levará, indiretamente, um avanço na sociedade. Esta sociedade em que vivemos é uma sociedade
do conhecimento e você sabe que o conhecimento é um recurso cada vez mais importante na vida em sociedade. Isso porque, ele
ultrapassa até mesmo os padrões anteriores que estabeleciam outros bens como prioridade.
Quanto maior o conhecimento de uma sociedade, maiores os caminhos que podem ser trilhados por ela. Um estudo da ONU realizado em
2019 mostrou que cerca de 4 bilhões de pessoas usam a internet hoje no mundo. Isso demonstra um crescimento estrondoso das relações
entre indivíduos e estreita o laço entre as sociedades, expondo as diferenças entre as culturas e aumentando a incorporação de hábitos
sociais de outros locais.
javascript:void(0)
javascript:void(0)
 
Imagem: Shutterstock.com.
 A internet estreita o laço entre as pessoas?
Perceba que esse tipo de laço não necessariamente une a população, mas acaba fragmentando-a quando a capacidade analítica
das informações é substituída pelo rápido processamento de uma notícia.
O papel da ciência na sociedade cada vez mais fragmentada e digital e seu significado para a política e a sociedade civil provavelmente
serão redefinidos. Não é papel da ciência oferecer uma verdade universal ou uma representação objetiva do mundo, mas sim, oferecer
interpretações metodologicamente verificáveis e questionar certezas e desencadear reflexões.

Cabe historicizar que, no final dos anos 1960 e início dos 1970, uma doutrina econômica e política estabeleceu o conhecimento científico
como o principal motor de inovação e crescimento. Isso rompe com a visão do pós-guerra, da ciência com um objetivo altruísta,
desenvolvendo conhecimentos considerados como um bem público. À época, a produção científica passou a atender em grande parte os
interesses do capital.
Essa situação produziu grandes modificações e impôs um redesenho da pesquisa de interação, inovação, economia e sociedade. Pesquisas
políticas, reformas universitárias, mudanças na regulação da produção de conhecimento na era digital, mutação nas formas de modelos de
legitimação e avaliação e expertise acadêmica foram essenciais.


Da mesma forma, a análise da responsabilidade social sobre o impacto e os usos das tecnociências e a mediação científica ou tecnológica
foram e continuam sendo essenciais para se pensar em inovação.
A produção científica, no formato que vigora hoje, acaba modelando um tipo de sociedade que precisa sempre produzir e inovar.

A análise da responsabilidade social sobre o impacto e os usos das tecnociências e a mediação científica ou tecnológica são essenciais para
se pensar a inovação.
A sociedade hoje se move graças aos dados fornecidos pela produção científica, que tem como compromisso inovar, transformar e
economicamente aumentar o fluxo de informações. Lembre-se que o conhecimento hoje é capital, ou seja, a maior moeda de troca que
podemos ter.
 
Foto: Shutterstock.com
A PRODUÇÃO CIENTÍFICA NO BRASIL

AS AGÊNCIAS DE FOMENTO NO BRASIL
O especialista Luiz Rafael da Silva explica quais são as agências de fomento e como atuam.
Quando falamos da relação pesquisa X ciência, a definição básica de pesquisa ganha uma estruturação sistematizada de três passos que
mostram a responsabilidade na coleta e divulgação dos dados, além do compromisso em informar soluções à sociedade. Portanto, a
pesquisa se transforma em pesquisa científica quando segue uma linha de trabalho metódica e baseada em testes de hipóteses. Toda
pesquisa científica leva a uma produção de dados e informações.
No Brasil, a produção de dados é intensa e exitosa, mesmo com a série de contratempos os quais vamos relatar ao longo deste
item.

 COMENTÁRIO
Talvez você não saiba, mas, segundo dados da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior (Capes), em uma análise feita pela Web of Science Group, o Brasil ficou em 13º lugar no mundo em
relação à produção de artigos de pesquisa científica entre 2013 e 2018, atrás de países como a Índia (10º) e
Coreia do Sul (12º) e à frente da Rússia (15º) e África do Sul (21º).
Mesmo com uma série de contratempos, sejam econômicos, sejam administrativos, nosso país se manteve muito consistente em sua
posição, o que indica uma cultura de produção já introjetada pelas instituições de pesquisa, ainda que o conhecimento científico tenha tão
pouca divulgação na sociedade.
 
 Produtividade científica de diversos países no período entre 2013 e 2018. 
Extraido de: Web of science group, CAPES, 2013-2018, pág 06.
Em outra pesquisa realizada pelo Pew Research Center, com base na análise de dados publicados e em entrevistas para um levantamento
da opinião pública sobre Ciência e Produção Científica no Brasil, observa-se que a população tem uma visão muito deturpada sobre a
produção científica e a qualidade da pesquisa no Brasil.
Para se ter uma ideia, somente 6% da população confia nos tratamentos médicos realizados em nosso país e os tem como um dos melhores
do mundo. A avaliação sobre educação e divulgação científica, além da prática de STEAM no país, são consideradas por 92% da população
como setores que apresentam produtividade abaixo da média. Esses dados revelam uma compreensão errônea da sociedade em relação à
pesquisa científica, mas também expõem a fragilidade da divulgação dos avanços e das produções realizadas no Brasil.

 SAIBA MAIS
STEAM é um acrônimo em inglês para as disciplinas Science, Technology, Engineering, Arts e Mathematics .
É uma metodologia integrada e baseada em projetos que tem o objetivo de formar pessoas com diversos
conhecimentos, desenvolver valores juntamente com os conteúdos abordados e preparar alunos e cidadãos
para os desafios do futuro.
Procure tanto em sites de notícias quanto nos programas telejornalísticos as seções direcionadas à produção científica. Ou elas inexistem ou
têm pouquíssimo espaço. Isso revela, e muito, o quanto ainda precisamos crescer na divulgação das pesquisas científicas.
Há, portanto, um campo vasto de trabalho para cientistas e futuros cientistas: transformar a cultura dos brasileiros, colocar a educação e a
ciência como pilares da construção do país. Além disso, mostrar a ciência com uma linguagem acessível e de fácil entendimento, uma vez
que um dos maiores complicadores para a popularização da ciência é a linguagem em que é divulgada.
 
Imagem: Shutterstock.com
 A ciência enfrenta o problema da fragilidade da divulgação de seus avanços e suas produções para a população.
PRODUÇÃO CIENTÍFICA NA ÁREA DA SAÚDE
 
Foto: Shutterstock.com
Hoje, temos em nosso planeta uma populaçãode cerca de 7,8 bilhões de habitantes. É um número gigantesco e que impressiona, mesmo
que isso represente apenas 0,01% de toda a vida existente por aqui.

 
Foto: Shutterstock.com
Agora, vamos fazer uma comparação com o ano de 1900. Quantos humanos existiam nesse período? Cerca de 1 bilhão e 650 milhões de
pessoas. Impressionante? Mesmo sendo um número considerável, conseguiu perceber o quanto crescemos em apenas 100 anos? Mais 100
anos atrás, em 1800, temos o número de 978 milhões de habitantes.
Gradativamente, quase que de modo exponencial, estamos crescendo e crescendo muito. Isso se dá em consequência dos avanços na
produção de conhecimento na área da Saúde. Quanto mais avançam as pesquisas científicas, mais processos de cura são disponibilizados
para doenças antes não tratáveis. A produção científica na área da Saúde tem influência impulsionante sobre a população.
 Crescimento da população mundial entre os anos de 1800 e 2005.
Elaborado por: Eduardo Heberle , Wikipedia.org, Licença (CC BY-SA 4.0)
Talvez a forma mais familiar de pesquisa em Saúde seja o ensaio clínico, no qual os pacientes se voluntariam para participar de estudos para
testar a eficácia e a segurança de novas intervenções médicas. No entanto, é cada vez maior a pesquisa em saúde baseada em
informações.
Grande parte da pesquisa envolve a análise de dados e amostras biológicas que foram inicialmente coletadas para fins de diagnóstico e
tratamento ou como parte de outros projetos de pesquisa — e agora estão sendo usados para novos fins de pesquisa.
 
Foto: Shutterstock.com
Este uso secundário de dados é uma abordagem de pesquisa comum em campos como epidemiologia, pesquisa de serviços de saúde e
pesquisa de saúde pública, que inclui análise de padrões de ocorrências, determinantes e história natural de doenças, avaliação de
intervenções e serviços de saúde, vigilância da segurança de medicamentos, e alguns estudos genéticos e sociais. Ou seja, a pesquisa na
área de Saúde oferta dados que alimentam a produção científica em uma série de campos que promovem a melhora da qualidade de vida na
sociedade.
A pesquisa em Saúde pode fornecer informações importantes sobre tendências de doenças e fatores de risco, resultados de tratamentos ou
intervenções de saúde pública, habilidades funcionais, padrões de atendimento e custos e uso de cuidados de saúde.
As diferentes abordagens de pesquisa fornecem percepções complementares. Os ensaios clínicos podem fornecer informações importantes
sobre a eficácia e os efeitos adversos das intervenções médicas, controlando as variáveis que podem impactar os resultados do estudo, mas
o feedback da experiência clínica do mundo real também é crucial para comparar e melhorar o uso de medicamentos, vacinas, dispositivos
médicos e diagnósticos.

 EXEMPLO
Podemos citar como exemplo a aprovação da Food and Drug Administration (FDA) de um medicamento para
indicação específica, baseada em uma série de ensaios clínicos controlados, frequentemente com algumas
centenas ou milhares de voluntários, mas, após aprovação, pode ser usado por milhões de pessoas em
muitos contextos diferentes. Outro exemplo são os ensaios e as testagens feitos com vacinas.
No período da pandemia de COVID-19, o número de pesquisas e produção de dados na área da Saúde foi intensificado e forneceu dados
relevantes para as agências de regulação em saúde, como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), para que elas pudessem
avaliar a aquisição e aplicação de vacinas em território nacional.
 
Foto: Shutterstock.com
Coletivamente, essas formas de pesquisa em Saúde levaram a descobertas, ao desenvolvimento de novas terapias e a uma melhoria notável
nos cuidados de saúde e na saúde pública. Com isso, economistas descobriram que a pesquisa médica pode ter enorme impacto na saúde
humana e longevidade e que o aumento resultante da produtividade da população contribui muito para a economia nacional, além dos
benefícios individuais de uma saúde melhor. Logo, se o empreendimento de pesquisa for impedido ou menos robusto, interesses sociais
importantes serão afetados.

 ATENÇÃO
Este é o caso não tão recente do Brasil. Segundo dados dos indicadores do Ministério da Ciência,
Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), entre os anos de 2012 e 2015, o investimento na pesquisa
e produtividade na área de Ciências e Saúde teve um aumento de gastos de 1,13% para 1,34% do PIB
Nacional. Esta crescente foi interrompida no ano de 2016 e gradativamente vem caindo, o que resulta em
perdas irreparáveis. Somente no ano de 2021, o MCTIC sofreu um corte de 34% de sua verba para o ano.
As pesquisas e a produtividade na área da Saúde trazem benefícios individuais e coletivos e possibilitam maior aquisição de qualidade de
vida pela população humana, além de democratizar cada vez mais o acesso básico às medidas sanitárias. Portanto, investir na Saúde é
preciso.
E você, como pretende colaborar com isso? Irá produzir? Divulgar? Investir? Lembre-se que você tem uma função social e um papel
relevante em todo este processo.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. A DEMOCRATIZAÇÃO DA CIÊNCIA É IMPORTANTE PARA DESENVOLVER NA SOCIEDADE O SENTIMENTO
DE QUE, COM OS PROCESSOS DE PESQUISA, A QUALIDADE DE VIDA IRÁ AUMENTAR. NO BRASIL, A
PERCEPÇÃO DA IMPORTÂNCIA DA PESQUISA AINDA É BAIXA E A CIÊNCIA NÃO É COLOCADA COMO
PRIORIDADE. DE QUE MANEIRA PODEMOS INCENTIVAR A RAMIFICAÇÃO DO CONCEITO CIENTÍFICO NO
BRASIL?
A) Colocando a ciência em um patamar elitista, erudito e formal, para a compreensão de sua importância.
B) Modificando a opinião popular a partir da divulgação de dados questionáveis, mas que atendam à demanda da sociedade.
C) Demonstrando a importância da ciência com uma linguagem acessível e popular, de fácil entendimento.
D) Abordando somente assuntos de interesse em saúde pois apresentam uma relevância maior para a população.
E) Colocando as informações científicas em revistas indexadas, de acesso de toda comunidade acadêmica.
2. DURANTE O PERÍODO DA PANDEMIA DA COVID-19, FOI POSSÍVEL PERCEBER A CORRIDA DE
LABORATÓRIOS PÚBLICOS E PRIVADOS EM BUSCA DE UMA VACINA QUE PUDESSE PROTEGER A
POPULAÇÃO. ESSA CORRIDA POSSIBILITOU QUE EM MENOS DE UM ANO SURGISSEM VACINAS QUE
TINHAM A CAPACIDADE DE IMUNIZAR BOA PARTE DA HUMANIDADE. INFELIZMENTE, ESSA CORRIDA NÃO
ACONTECEU ENTRE AS DÉCADAS DE 1910 E 1920 EM QUE MAIS DE 40 MILHÕES DE PESSOAS MORRERAM
POR CONTA DA GRIPE CAUSADA PELO VÍRUS INFLUENZA. DE QUE MODO O AUMENTO DA PRODUÇÃO
CIENTÍFICA COLABOROU PARA O AVANÇO NA PRODUÇÃO DE VACINAS?
A) A produção científica possibilitou que laboratórios produzissem insumos de maneira mais rápida, sem necessariamente descobrir novos
métodos para vacinação, permitindo o diagnóstico rápido.
B) Com o aumento das pesquisas, a quantidade de dados divulgados e compartilhados cresceu, aumentando o conhecimento científico e
possibilitando novas técnicas de vacinação.
C) Na verdade, o número relativo de mortos no passado comparado com os mortos na pandemia da COVID-19 não reflete avanço
significativo por conta do aumento da produção científica.
D) As vacinas produzidas recentemente utilizam os mesmos princípios metodológicos de antes, o que demonstra pouca influência da
produção científica. O número menor de mortes tem relação com o processo de seleção natural.
E) Entre 1910 e 1920, a Medicina no Brasil já estava avançada com a criação da Fiocruz e do Instituto Butantan, o que garantiu que poucos
brasileiros sofressem com a pandemia nesta época.
GABARITO
1. A democratização da ciência é importante para desenvolver na sociedade o sentimento de que, com os processos de pesquisa, a
qualidade de vida irá aumentar. No Brasil, a percepção da importância da pesquisa ainda é baixa e a ciência não é colocada como
prioridade. De que maneira podemos incentivar a ramificação do conceito científico no Brasil?
A alternativa "C " está correta.
 
Um dos maiores complicadores para a popularização da ciência é a linguagem emque é divulgada. Muitos ainda não têm acesso a serviços
básicos e demonstram pouco entendimento de termos técnicos. Por conta disso, a ciência precisa rever suas formas de divulgação para que
sua ramificação aumente.
2. Durante o período da pandemia da COVID-19, foi possível perceber a corrida de laboratórios públicos e privados em busca de
uma vacina que pudesse proteger a população. Essa corrida possibilitou que em menos de um ano surgissem vacinas que tinham a
capacidade de imunizar boa parte da humanidade. Infelizmente, essa corrida não aconteceu entre as décadas de 1910 e 1920 em
que mais de 40 milhões de pessoas morreram por conta da gripe causada pelo vírus Influenza. De que modo o aumento da
produção científica colaborou para o avanço na produção de vacinas?
A alternativa "B " está correta.
 
Ao longo do tempo, com as novas pesquisas e produções científicas, novas técnicas de vacinação foram desenvolvidas. Técnicas mais
modernas, menos danosas e com efetividade maior começaram a ser criadas a partir das pesquisas desenvolvidas e divulgadas.
MÓDULO 2
 Associar a pesquisa com a produção científica
AFINAL, O QUE É PESQUISA CIENTÍFICA?
A melhor forma de entender como se faz pesquisa científica é acompanhar os passos da pesquisa, a importância de cada um dos
componentes da pesquisa científica e como se dá a construção da divulgação dos resultados. Por isso, neste módulo, vamos abordar um
exemplo simples de pesquisa e pontuaremos os passos de sua construção.
Toda pesquisa se inicia de um incômodo, uma perturbação no que se considera natural. É um movimento que vem como resposta a uma
disfunção do que se considera rotina ou realidade. Uma alteração ambiental, uma nova doença, uma reação diferente à aplicação de um
medicamento, todos esses exemplos modificam a rotina e desestabilizam conceitos antes estáveis.
 
Imagem: Shutterstock.com.
VAMOS ANALISAR A SEGUINTE SITUAÇÃO-PROBLEMA:
Residentes de duas comunidades localizadas em um certo município começaram a perceber alterações na cor e no sabor da água que
chegava a suas casas. A água estava barrenta e com um odor estranho. Veja que aqui temos o distúrbio.
A comunidade não esperava receber água de má qualidade em casa e muito menos ter que consumir esta água diariamente. Toda pesquisa
é instigada pelo incômodo, mas nem todos sabem pesquisar. Não há como garantir que residentes dessas comunidades realizem um
processo de busca para saber o que está acontecendo, e é aí que os profissionais da área de pesquisa e saúde entram. São eles que vão
seguir os passos para encontrar caminhos que atendam à demanda das comunidades por água de qualidade.
 
Foto: Shutterstock.com
 Alteração da qualidade da água.
Imagine que você é um desses profissionais e tente vivenciar a narrativa a seguir.
A primeira coisa que a pesquisa científica exige é a elaboração dos objetivos necessários para a sua realização.
Onde queremos chegar?
Quais são as demandas que iremos atender?
Como fazer para que a comunidade saiba o que aconteceu com a água de abastecimento de suas casas?
Esses são questionamentos que nortearão a criação de seus objetivos.
ATIVIDADE DE REFLEXÃO DISCURSIVA
REFLITA E ESCREVA. QUAL VOCÊ ACHA QUE DEVERIA SER O
OBJETIVO DA PESQUISA?
RESPOSTA
Optamos por definir o seguinte objetivo: “Analisar os fatores físico-químicos que ocasionaram a alteração da
qualidade da água de abastecimento em duas comunidades locais”.
javascript:void(0)
Já que um dos objetivos foi criado, vamos agora levantar hipóteses para que isso tenha acontecido — mas, antes de fazer esse
levantamento, que tal conhecer um pouco mais da região? Fazer um breve levantamento de dados que possam ajudar a entender o
problema é importante, para que as suas hipóteses levantadas tenham consistência e possam ser testadas futuramente. Quando não se
conhece bem o problema que causa o impulsionamento da pesquisa, as hipóteses levantadas podem nos afastar das reais soluções.
 
Imagem: Shutterstock.com
Compreendendo que as comunidades são abastecidas por três rios, que cortam outras comunidades adjacentes, uma delas com alta
atividade industrial, podemos começar a levantar hipóteses.
Você sabe o que é hipótese?
Uma hipótese é uma proposição preditiva específica, clara e testável sobre o possível resultado de um estudo de pesquisa científica com
base em uma propriedade particular de uma população ou de dados. Especificar as hipóteses de pesquisa é uma das etapas mais
importantes no planejamento de uma pesquisa científica. O pesquisador, geralmente, declara uma expectativa a priori sobre os
resultados do estudo em uma ou mais hipóteses de pesquisa antes de conduzi-lo, e elas funcionarão como um norte para a avaliação de
resultados.
ATIVIDADE DE REFLEXÃO DISCURSIVA
REFLITA E ESCREVA. QUAL HIPÓTESE VOCÊ ELABORARIA?
RESPOSTA
Optamos por trabalhar com a hipótese de que os rios, ao passarem pela comunidade com alta atividade
industrial, têm recebido muita poluição dos dejetos e rejeitos e, com isso, a água que tem chegado às
javascript:void(0)
comunidades estudadas está com o odor ruim e a coloração atípica. Portanto, os fatores físico-químicos são
provenientes dessas indústrias.
Agora que uma hipótese foi gerada, está na hora de testar essa hipótese por meio de uma metodologia. Esse teste precisa seguir
procedimentos operacionais muito bem detalhados e com fundamentação. Temos aqui a metodologia que será abordada. O método dá a
possibilidade de promover experimentos e levantar dados que vão colaborar para responder o seu questionamento inicial.
 
Foto: Shutterstock.com
Não iremos detalhar muito a metodologia do exemplo que estamos apresentando, mas podemos sugerir:
O uso de coletas da fauna local para analisar bioindicadores da qualidade da água em diversos pontos do rio.

Uma análise físico-química de amostras de água coletada dos três rios.

Observar registros anteriores de poluição naquela região e outras pesquisas que tenham sido feitas por ali.
Para cada sugestão do método existem passos que precisam ser realizados e muitos desses passos estão em pesquisas anteriores já
publicadas. Com isso, observamos que um bom levantamento bibliográfico ajuda a embasar a metodologia escolhida.
Após a aplicação do teste sobre a hipótese gerada, precisamos observar os dados coletados, organizar e analisá-los. A partir da análise,
teremos dados mais refinados que nos ajudarão a compreender a relação entre o teste e a hipótese que levantamos.

Essas análises nos conduzirão a uma conclusão. Essa conclusão pode ser parcial ou até mesmo final, dependendo da aplicabilidade da
sua pesquisa e dos resultados obtidos.
Será que os resultados ajudarão as comunidades a resolver seus problemas em relação à qualidade da água? Não saberemos, pois criamos
aqui apenas uma situação-problema para mostrar sinteticamente os passos que devem ser realizados em uma pesquisa científica.
INSTITUIÇÕES DE PESQUISA NO BRASIL
Tudo o que você usa, vê e consome é fruto de pesquisas que foram realizadas no Brasil e no mundo. Por aqui, a alta produção de pesquisas,
vinculada a uma alta publicação de artigos, faz do Brasil uma grande referência de inovação e conhecimento científico. Muito disso se deve
às diversas instituições de pesquisa espalhadas pelo nosso país.
Vamos citar aqui algumas instituições que, historicamente, têm colaborado muito para o progresso da ciência no Brasil.
 
Foto: Shutterstock.com
INSTITUTO DE PESQUISA JARDIM BOTÂNICO DO RIO DE JANEIRO
 
Foto: Shutterstock.com
O Jardim Botânico inicia essa lista por ser a primeira instituição de pesquisa do Brasil. Criada em 1808 por D. João VI, desde então mantém
alta produtividade nos setores agronômicos, desenvolvendo novas técnicas de cultivo.
Além de ser um ponto turístico do Rio de Janeiro, o Jardim Botânico guarda coleções históricas científicas e atua também na área da
educação ambiental e divulgação científica. Oferece ainda programas de pós-graduação lato e stricto sensu ,que conta com diversas
linhas de pesquisa.
MUSEU NACIONAL DA QUINTA DA BOA VISTA — RIO DE JANEIRO
Considerada a primeira instituição científica do Brasil, fundada em 1818 por D. João VI, o Museu Nacional tem seu local de destaque. Além
de guardar um acervo histórico significativo, é uma das principais instituições de pesquisa sobre a biodiversidade brasileira — um grande
percentual de artigos publicados por ano sobre esse tema parte do Museu.
O Museu Nacional conta com sete departamentos de pesquisa que se ramificam em laboratórios, cada um com diversas linhas de pesquisa.
Hoje, é considerado um centro de referência em pesquisa e seus projetos são financiados por instituições de fomento. Os programas de pós-
graduação são considerados de alta qualificação em diversas áreas de conhecimento.
Infelizmente, no final de 2018, um incêndio destruiu quase a totalidade do acervo do Museu Nacional, obrigando laboratórios de pesquisa se
transferirem para o horto botânico. Mesmo assim, a instituição resiste: o Museu está sendo restaurado para retornar em grande estilo.
 
Foto: Halley Pacheco de Oliveira / Wikimedia Commons / CC BY-SA 3.0
 Museu Nacional antes do incêndio de 2018.
FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ (FIOCRUZ) — RIO DE JANEIRO
A Fiocruz é uma das maiores referências em pesquisa científica no Brasil. A instituição abarca desde trabalhos de biologia molecular,
passando pelas áreas de saúde pública, Medicina Tropical, Genética, Entomologia, entre outros departamentos que a transformam em um
local de profusão de trabalhos de inovação. Além disso, a Fiocruz é uma das principais produtoras de vacinas de toda a América Latina — foi
um dos pilares no combate à COVID-19 no Brasil.
O surgimento da Fiocruz tem íntima relação com o crescimento da Medicina Tropical em nosso país. Ela surge a partir do Instituto de
Manguinhos, criado em 1899, que tinha como líder o pesquisador Oswaldo Cruz. A atuação sempre aliada com o governo federal para o
combate de uma série de epidemias e endemias no país transformou o Instituto no principal nome no combate às doenças tropicais no Brasil.
 
Fonte: Horabrasil.com.br
 Sede da Fundação Oswaldo Cruz.
Em 1954, a Fiocruz abrigou a criação da Escola Nacional de Saúde Pública, formando diversos agentes de saúde, criando cursos e
aplicações variáveis que impulsionaram as pesquisas na área da saúde em território brasileiro.
Mesmo passando por alguns obstáculos, sejam políticos, econômicos e sociais ao longo do tempo, a Fiocruz se consolidou mundialmente
como a mais destacada instituição de ciência e tecnologia em saúde da América Latina. Hoje, desenvolve mais de mil projetos de pesquisa,
além de abrigar 32 programas de pós-graduação stricto sensu . Esses números nos dão a noção da importância da instituição para a
ciência.
INSTITUTO BUTANTAN — SÃO PAULO
A origem do Instituto Butantan remonta a epidemia de peste bubônica no Brasil, em 1899. Seu primeiro diretor foi o famoso pesquisador Vital
Brazil.
O Instituto é o principal produtor de soros e vacinas no Brasil e assume o protagonismo nas campanhas federais de vacinação. Além disso, a
produção científica é garantida pela Escola Superior Instituto Butantan, que apresenta cursos lato e stricto sensu . Desenvolve dez linhas
de pesquisa que estão incluídas no Centro de Desenvolvimento Científico (CDC) da instituição, o que o coloca entre um dos maiores centros
de pesquisa no mundo.
 
Foto: Shutterstock.com
 Instituto Butantan.

A PARTICIPAÇÃO DA FIOCRUZ E BUTANTAN NO COMBATE À
COVID-19
O especialista Luiz Rafael da Silva explica sobre a colaboração da Fiocruz e do Butantan no combate à COVID-19, durante a pandemia.

 SAIBA MAIS
Existem diversas instituições de pesquisa no Brasil ligadas ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações
(MCTIC) que também colaboram para o crescimento de nosso país na área de inovação e tecnologia.
Podemos destacar o IMPA (Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada), o INPA (Instituto Nacional de
Pesquisas da Amazônia) e a AEB (Agência Espacial Brasileira).
UNIVERSIDADES
Não há por que especificar alguma universidade como centro de produção de pesquisa no Brasil. Todas as instituições universitárias são, por
excelência, centros de produção e colaboram anualmente com um grande volume de trabalhos e produções nas variadas áreas das ciências
— na universidade, não se desassociam o ensino, a pesquisa e a extensão.
Se você estiver em uma universidade, saiba que ela faz parte desse conglomerado nacional de pesquisa. Caso você se interesse pela
pesquisa científica, procure se informar com seus professores e coordenadores, eles indicarão laboratórios e linhas de pesquisa em que você
poderá atuar.
PAPEL DOS EVENTOS CIENTÍFICOS NA PRODUÇÃO CIENTÍFICA
Suponha que você, em uma pesquisa científica, tenha encontrado resultados impressionantes a partir de uma coleta de dados. Certamente,
você gostaria de divulgar estes resultados, pois o conhecimento não pode ficar retido. O conhecimento precisa ser divulgado ao máximo
número de pessoas. Por conta disso, as melhores oportunidades para expor descobertas, trocar informações e conhecer novas pesquisas
em andamento estão nos eventos científicos.
Evento científico é uma atividade que congrega diversos pesquisadores de uma ou mais áreas do conhecimento, para que troquem
informações sobre pesquisas que estão em andamento ou que já foram concluídas. Além disso, pesquisadores podem divulgar novos
projetos e buscar captar investimento. Ou seja, evento científico é uma oportunidade de compartilhamento dos avanços e inovações da
ciência.
Em um evento científico você pode ter a oportunidade de conhecer pesquisadores que são referência em sua área, dialogar com eles e ainda
participar de discussões importantes que possivelmente nortearão os passos da ciência no futuro.
 
Foto: Shutterstock.com
 Evento científico: oportunidade de diálogo entre os pesquisadores.
Eventos científicos são uma das formas mais eficazes de comunicação entre pesquisadores da mesma área, até mesmo em nível
internacional. É por conta disso que o número de eventos internacionais vem crescendo a cada ano. Atualmente, as plataformas virtuais,
como ambientes virtuais de aprendizagem (AVA), também possibilitam congressos remotamente, o que tem aumentado a participação
pública de indivíduos de diversos países.
Agora, como um novo objetivo, os eventos têm a meta de alcançar outros públicos que não os especialistas em certas áreas, mas curiosos e
interessados por conhecer algo novo. Com isso, há uma grande oportunidade para a ciência se ramificar pela sociedade.
Historicamente, os eventos científicos têm colaborado para o crescimento da divulgação científica e também para a popularização e
democratização da ciência. Em eventos científicos realizados há séculos, tivemos descobertas fantásticas que até os dias atuais são pilares
na Biologia, por exemplo. Por isso, há a necessidade de investimento público e privado, para que os eventos científicos aumentem em
número, tamanho e possibilidade de captação.
Congresso, simpósio, colóquio são diferentes tipos de eventos científicos que variam em amplitude, captação, intenção, quantidade de áreas
de conhecimento, entre outras características. Vejamos alguns detalhes sobre cada um, clicando abaixo:
CONGRESSO
É um evento que apresenta caráter abrangente. Há uma quantidade maior de áreas abordadas e diversas linhas de pesquisa apresentadas.
O congresso congrega uma série de atividades diferentes, podendo ter mesas redondas, exposição de pôsteres, seminários, debates, entre
outras formas de divulgação científica. No congresso, realizado em caráter nacional ou internacional, tem-se a oportunidade de encontrar
pesquisadores de diversos campos e localidades. Este modelo de evento também apresenta rigor, para que os trabalhos já apresentem
resultados, mesmo que prévios.
SIMPÓSIO
Organizado por comunidades científicas para discutir um assunto específico, o simpósio também pode receberpesquisadores convidados
para ampliar o debate e movimentar a discussão. O simpósio se difere do congresso por congregar seus esforços de debate e divulgação em
um determinado assunto.
COLÓQUIO
É um evento de menor porte e mais exclusivo que o simpósio, restringindo ainda mais a abrangência de um assunto. Tem por base buscar o
diálogo entre alunos, professores e profissionais da área. Como exemplo, temos o Colóquio de Zoologia Cultural, que já está em sua quinta
edição. Perceba que é um evento que reúne um grupo bem específico de pesquisadores, no caso indivíduos que estudam a influência da
Zoologia na cultura e sociedade.
SEMINÁRIO
Evento organizado por grupos de estudos ou grupos de pesquisa que têm como função divulgar pesquisas em andamento por discussão oral.
Os seminários costumam ocorrer em departamentos de pesquisa ou até mesmo internamente em laboratórios.
 
Foto: Shutterstock.com
 Seminário de um grupo de pesquisa.
JORNADA
Evento de curta duração, organizado por grupos de pesquisa que intencionam divulgar resultados para discutir trabalhos futuros com a
comunidade científica. As jornadas científicas costumam ser sediadas em universidades, para que estudantes de iniciação científica
exponham seus trabalhos e discutam o desenvolvimento da pesquisa.
PALESTRA
Neste modelo de divulgação científica, o palestrante ou apresentador divulga para um público espectador o seu trabalho e os resultados de
sua pesquisa. As palestras podem ser organizadas por instituições ou até mesmo por indivíduos. Atualmente, você pode ver e ouvir palestras
remotamente pelo aplicativo do TED Talks, que distribui e divulga as pesquisas realizadas por seus palestrantes.
javascript:void(0)
APLICATIVO DO TED TALKS
O aplicativo oficial da fundação privada sem fins lucrativos norte-americana de mesmo nome, que organiza eventos científicos sobre os
mais variados assuntos e disponível gratuitamente.
 
Foto: Shutterstock.com
 TED Talks.
FÓRUM
É um encontro menos científico que coloca o público, seja ele especializado ou leigo, para participar das discussões que apresentam âmbito
científico e social.

 ATENÇÃO
Nas universidades, é possível encontrar uma série de eventos ocorrendo ao longo do ano. Entre em contato
com sua instituição de ensino para saber quais eventos estão programados e tente participar, seja como
pesquisador ou como ouvinte. Lembre-se que esses eventos científicos podem impulsionar sua produção.
O QUE MOBILIZA O PESQUISADOR NA PRODUÇÃO CIENTÍFICA?
Ser pesquisador no Brasil não é algo fácil. Uma série de aspectos precisam ser elencados para procurarmos entender o que é necessário
para que a pesquisa cresça e tenha lugar de destaque no cenário mundial.
Primeiro, precisamos falar sobre a profissão de pesquisador científico no Brasil. Mesmo observando uma série de pessoas intituladas como
pesquisadores em diversas mídias, na verdade, o que temos são pessoas que trabalham em algum laboratório ou alguma universidade,
contratadas como técnicos ou professores que exercem a pesquisa. Ou seja, não temos pessoas dedicadas integralmente à pesquisa, a não
ser os estudantes de graduação e pós-graduação que atuam como estagiários em laboratórios e financiados por bolsas de fomento.
Consegue perceber o quanto isso expõe a fragilidade da pesquisa em nosso país?
Se os estudiosos não podem se dedicar integralmente à pesquisa, isso diminui o potencial de produção e inovação. Desse modo, é
necessário que se institucionalize a profissão de pesquisador científico.
Uma outra questão envolve o investimento feito em pesquisas científicas no Brasil, seja pelo poder público, seja por empresas
particulares. Se analisarmos o fluxo de investimentos na área de Biologia e Saúde, por exemplo, temos que a Biologia Molecular e a
Bioquímica recebem o maior aporte de incentivo, enquanto a área de Biodiversidade não aparece entre as dez primeiras fomentadas. Isso
acaba inviabilizando pesquisas em áreas tão importantes quanto as mais financiadas.
 
Imagem: Shutterstock.com
 O investimento feito em pesquisas científicas no Brasil prioriza algumas áreas em detrimento de outras.
Quando falamos de financiamento, destacam-se as agências públicas, ligadas diretamente ou não ao Ministério da Ciência, Tecnologia e
Inovações (MCTIC). Qualquer tipo de corte no fluxo de verbas para este ministério impacta diretamente o fomento às pesquisas, que acabam
fechando linhas de produção científica ainda que apresentem resultados exitosos. No Brasil, as principais agências de fomento à pesquisa
são o CNPq, a CAPES e as FAPs estaduais, com destaque para a FAPESP e a FAPEMIG.
javascript:void(0)
CNPQ, A CAPES E AS FAPS ESTADUAIS, COM DESTAQUE PARA A
FAPESP E A FAPEMIG
Sobre as instituições citadas, temos:
CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
CAPES – Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
FAPs - Fundação de Amparo à Pesquisa 
FAPESP - Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo
FAPEMIG - Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais
 
Foto: Shutterstock.com.
Para que os investimentos em pesquisa científica aumentem, é necessária a pressão pública em apoio à pressão já exercida pela
academia e pelos pesquisadores. Isso só irá ocorrer quando a ciência estiver mais democratizada e atingir todas as camadas sociais. O
problema é que, para essa divulgação ocorrer, é necessário investimento — e, por conta disso, caímos em um ciclo entre falta de
investimento e consequente baixa divulgação.
A criação da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) foi uma forma de fazer a ciência ser distribuída em larga escala e ter
acessibilidade. A SBPC é uma organização no modelo de entidade civil sem fins lucrativos que tem como papel cobrar das autoridades o
devido valor que a ciência merece em nosso país. Ela promove uma série de eventos no Brasil, em parceria com instituições de ensino, para
promover a divulgação científica em larga escala, atingindo muitas pessoas.
Você, como parte integrante da sociedade, tem também esse papel de pressionar pela popularização e o progresso da ciência. A ciência
conta com o seu apoio.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. UMA INSTITUIÇÃO PRETENDE PLANEJAR UM EVENTO CIENTÍFICO PARA DISCUTIR A SITUAÇÃO DA
AMAZÔNIA NO MUNDO. NESTE EVENTO, A ORGANIZAÇÃO PRETENDE COLOCAR PALESTRAS, MESAS
REDONDAS, APRESENTAÇÃO DE PÔSTERES E DEBATES. ALÉM DISSO, A PROGRAMAÇÃO SERÁ
DIVULGADA EM ÂMBITO NACIONAL. PORTANTO, A INSTITUIÇÃO IRÁ DESENVOLVER QUAL TIPO DE
EVENTO?
A) Congresso
B) Simpósio
C) Colóquio
D) Seminário
E) Jornada
2. ANUALMENTE, NOTA-SE UMA QUEDA NO NÚMERO DE NOVOS PESQUISADORES QUE INGRESSAM NAS
INSTITUIÇÕES PÚBLICAS. ESSE PROBLEMA ESTÁ DIRETAMENTE LIGADO À DESVALORIZAÇÃO QUE A
PESQUISA, A CIÊNCIA E OS PROFISSIONAIS SOFREM NO BRASIL. UMA DAS SOLUÇÕES PARA REVERTER
ESTE QUADRO É:
A) A profissionalização da função de pesquisador científico, com valorização do cargo e exclusividade de atribuições.
B) Mais investimentos de iniciativas privadas, para que as pesquisas fiquem nessas instituições.
C) O aumento de cursos na área de ciências da natureza, para aumentar o número de formandos e assim gerar um número maior de
possíveis pesquisadores.
D) Aumentar o valor das bolsas de pesquisa e fomento para possibilitar que o estudante e futuro pesquisador fique mais tempo sem precisar
ter trabalho formal.
E) Criar instituições de pesquisa, pois as que já temos estão saturadas de pesquisadores que não se renovam.
GABARITO
1. Uma instituição pretende planejar um evento científico para discutir a situação da Amazônia no mundo. Neste evento, a
organização pretende colocar palestras, mesas redondas, apresentação de pôsteres e debates. Além disso, a programação será
divulgada em âmbito nacional. Portanto, a instituição irá desenvolver qual tipo de evento?
A alternativa "A " está correta.
 
Congressos são eventos que apresentam grande diversidade de exposições de conteúdo, além de serem mais abrangentes e com umaamplitude de público.
2. Anualmente, nota-se uma queda no número de novos pesquisadores que ingressam nas instituições públicas. Esse problema
está diretamente ligado à desvalorização que a pesquisa, a ciência e os profissionais sofrem no Brasil. Uma das soluções para
reverter este quadro é:
A alternativa "A " está correta.
 
O maior problema da pesquisa no Brasil hoje é a falta de dedicação e de atribuição exclusiva para o pesquisador, pois ele tem que dividir o
seu tempo para lecionar ou trabalhar como técnico em um laboratório.
MÓDULO 3
 Descrever a construção de um projeto de pesquisa
QUE TAL CONSTRUIR UM PROJETO DE PESQUISA?
Com que área você gostaria de trabalhar? Você está inserido em algum laboratório que já tem uma linha de pesquisa?
A busca por uma linha de pesquisa é importante, para que você pratique a pesquisa a partir de um projeto. Na maior parte das vezes, como
estagiário, você é inserido em algum projeto já existente, mas isso não indica que você nunca terá que construir um projeto de pesquisa.

 VOCÊ SABIA
Para o ingresso em alguns programas de pós-graduação stricto sensu , como o mestrado, uma das etapas
de classificação envolve a construção de um projeto. A partir do projeto apresentado, você será avaliado em
diversos aspectos como coesão e coerência do texto, relevância do objeto de pesquisa e justificativa para
que a pesquisa seja realizada. Além disso, a metodologia aplicada nas hipóteses levantadas por você
também será observada pela banca de admissão.
Esses processos de admissão são bem criteriosos e, por conta disso, você precisa treinar seu entendimento da pesquisa e, claro, a sua
escrita. Por isso, ser estagiário em um laboratório ajudará muito, especialmente, se tiver a oportunidade de participar como colaborador de
um projeto interno.
Por conta disso, vamos aqui esmiuçar cada parte que deve ser apresentada em um projeto e como você deve escrevê-la. Treine tendo em
mente alguma linha de pesquisa que você esteja interessado em trabalhar ou, se já está inserido em alguma pesquisa, faça um projeto para
ela.
QUESTÃO NORTEADORA
Todo projeto deve ser iniciado com uma questão, algo que precisa ser respondido. O termo norteador está aí para indicar que, quando
a resposta for encontrada, sua pesquisa se encerrou. Por isso, a pergunta inicial precisa realmente expressar o que se quer encontrar. A
questão norteadora não deve ser abrangente, ela precisa ser específica e é importante que dialogue com o contexto que a impulsionou.
 
Foto: Shutterstock.com
Essa questão precisa levar em consideração a narrativa do provável contexto que a gerou, portanto ela precisa vir acompanhada de uma
situação-problema. Então, quando você for criar uma questão norteadora, pense bem na resposta que você quer encontrar, tente ser objetivo
e direto em sua pergunta, leve em consideração todos os elementos envolvidos em sua pesquisa.
Para exemplificarmos, vamos supor que um grupo de indivíduos que contraiu a COVID-19 manifestou, após a fase de remissão da doença,
algumas sequelas, entre elas, problemas renais. Para criarmos um projeto de pesquisa que tente identificar a relação entre a COVID-19 e a
insuficiência renal, precisamos de uma questão norteadora.
Você poderia fazer a seguinte pergunta:
“Qual a relação entre a COVID-19 e os problemas renais?”
Ou outra:
“Compreendendo que há indícios de pacientes em remissão da COVID-19 com o desenvolvimento de problemas renais como a insuficiência,
de que maneira o ciclo etiológico do SARS-Cov 2 pode alterar a função e manutenção de células renais?”.
 
Imagem: Shutterstock.com
Entre essas duas perguntas, qual delas dá um caminho mais claro sobre o que precisa ser investigado para que você inicie sua pesquisa?
Certamente, você respondeu que a segunda pergunta deixa este caminho mais claro. Quanto mais específica sua pergunta, mais chances
seu projeto tem de ser exitoso, tanto por conta da previsibilidade de tempo quanto pela resposta também precisar ser mais específica.
Além disso, é importante destacar que, antes de formular o problema, devemos analisar alguns aspectos: viabilidade, justificativa, relevância,
novidade, exequibilidade e oportunidade.
JUSTIFICATIVA DO PROJETO
Se a questão norteadora está criada é porque há um motivo para a sua criação, e esse motivo é a justificativa do projeto. Nem sempre um
projeto que para você é relevante será considerado relevante por outra pessoa ou para o avaliador de uma banca. Por conta disso, a escrita
da sua justificativa não pode conter dados implícitos que são de fácil compreensão apenas para você. Uma justificativa precisa elucidar muito
bem o motivo do projeto e destacar o quão ele é relevante para o impulsionamento da ciência e, principalmente, para a sociedade.
Às vezes, é possível perceber, facilmente, a relevância de uma pesquisa, principalmente, na área da saúde, mas é preciso estar atento.

 EXEMPLO
Se você fosse avaliar dois projetos, um que aborda o impacto do aumento do consumo de álcool no
desenvolvimento de doenças cardiovasculares e outro que observa a composição faunística de um riacho no
distrito de Penedo (Resende, Rio de Janeiro), qual deles você compreenderia com mais facilidade só lendo o
título?
Provavelmente, o primeiro teria a relevância mais bem compreendida, mas isso porque a aplicabilidade direta
na saúde humana ganha destaque. Mas, o segundo projeto também tem muita relevância para a sociedade:
o levantamento da composição faunística de um local nos dá ideia dos impactos antrópicos que aquele lugar
está sofrendo e nos permite inferir projeções de perda de biodiversidade, que impacta diretamente na
manifestação de doenças em seres humanos, principalmente, proveniente de parasitos.
Viu como ambos os projetos podem ser relevantes? Só que o segundo projeto precisará de uma justificativa
mais bem desenvolvida, para que seja compreendido e aceito.
A partir da linha de pesquisa que você escolheu e da questão norteadora criada, tente didatizar ao máximo a explicação sobre a importância
de seu projeto para a sociedade. Distribua para seus colegas, familiares e outros pares para aferir se eles conseguiram compreender a
relevância de sua pesquisa.
FORMULAÇÃO DE HIPÓTESES
Chegamos em um momento crucial do projeto de pesquisa, quando formulamos hipóteses que tentam responder à questão norteadora.
Quando a criamos, já temos em mente as respostas que serão colocadas como hipóteses.
Só que as hipóteses precisam abrir a possibilidade de testagem e verificação e, por isso, elas precisam ser factíveis e dialogar com a
realidade. Claro que você pode colocar elementos fora do espectro analisado para auxiliar na sua hipótese, só que esses elementos deverão
fazer parte dos testes.

Para construir uma hipótese factível, você precisa ser específico em sua construção. Uma resposta abrangente não irá lhe ajudar e nem
permitir uma testagem efetiva e correta.
Vamos usar o mesmo exemplo sobre a relação entre COVID-19 e insuficiência renal:
“Compreendendo que há indícios de pacientes em remissão da COVID-19 com o desenvolvimento de problemas renais como a insuficiência,
de que maneira o ciclo etiológico do SARS-Cov 2 pode alterar a função e manutenção de células renais?”.
Quais hipóteses você levantaria para responder a esta questão? Você poderia seguir dois caminhos, uma resposta simples, abrangente e
que não te dará elementos como:
"O vírus consegue se ligar a proteínas específicas celulares fazendo ciclo lítico nestas células."
Ou então, seguir um caminho de maior especificidade, facilitando o desenvolvimento de uma metodologia que lhe permita fazer testagens
mais significativas como:
“O SARS-Cov 2 apresenta em sua proteína spike um ligante ao receptor de células nefríticas que, ao serem sinalizadas, permitem a entrada
do vírus. No interior destas células, o RNA viral se liga a enzimas nucleares e potencializam a sua duplicação”.
A segunda hipótese levantada lhe mostra especificamente o que deve ser testadoe o que se espera encontrar. Portanto, ao formular
hipóteses, lembre-se que você deve formular algo que facilite seu trabalho e dê ferramentas para a resolução da questão norteadora.

O QUE É O PRINCÍPIO DA FALSEABILIDADE?
O especialista Luiz Rafael da Silva explica o princípio e sua importância na formulação das hipóteses.
CRIAÇÃO DOS OBJETIVOS
Chegamos então à formulação dos objetivos. São metas que dialogarão intimamente com a questão norteadora. O objetivo marcará seu
ponto de chegada. Para o leitor de seu projeto, ele deve ser claro e factível. A ciência não trabalha com aspirações em que o caminho seja
incerto. Os programas de pós-graduação não irão aceitar objetivos que não sejam alcançáveis no prazo do curso do estudante. Por isso, para
que seu projeto seja aceito, é importante ter noção da temporalidade e isso implicitamente precisa estar inserido na descrição de um objetivo.
 
Imagem: Shutterstock.com
Objetivos mais didatizados também são mais bem aceitos, pois auxiliam no entendimento da proposta do projeto. Os objetivos são
construídos com três elementos. O verbo que demonstra a complexidade deste objetivo e ainda a capacidade de mensuração e avaliação, os
dados e as informações que irão balizar o desenvolvimento desta meta e a intencionalidade do objetivo. De certa forma, o objetivo é
construído de acordo com o seguinte esquema.
 
Imagem: Shutterstock.com
Observando este modelo de construção, podemos sugerir o seguinte texto para a questão geradora que explicitada anteriormente:
“Compreender a relação entre o vírus SARS-Cov 2 e os casos de destruição de células nefríticas, com base nos ciclos de replicação viral
para desenvolver meios de recuperação de pacientes que demonstram sequelas da COVID-19”.
Veja que os três elementos de construção estão abordados no objetivo exposto e dão um sentido lógico para o desenvolvimento de seu
trabalho.
Construir um projeto não é algo simples, mas pode ser muito bem desenvolvido com estudo e prática. Lembre-se: um bom projeto precisa
demonstrar sua relevância e meios para que o problema levantado seja resolvido.
Como um bom teste, escreva objetivos sobre alguma linha de pesquisa, mostre para outras pessoas e peça que digam a você o que elas
entenderam daquilo.
TIPOS DE PESQUISA E SUAS CARACTERÍSTICAS
Agora, veremos os tipos de pesquisa que mais ocorrem nas áreas das Ciências da Natureza e da Saúde.
PESQUISA BIBLIOGRÁFICA
Muitos resultados de pesquisas são publicados em um ano e tais resultados se acumulam com os de anos anteriores. Por vezes, eles
conversam entre si, corroborando os seus achados, mas, outras vezes, os resultados sobre um mesmo objeto de pesquisa podem
demonstrar diferenças relevantes.
Há, portanto, necessidade de coesão sobre um certo assunto e é nesse momento que a pesquisa bibliográfica se torna fundamental. O
pesquisador deve se debruçar sobre os escritos do assunto, publicados mundialmente, e daí, começar a fazer correlações, questionar dados
e compreender o contexto em que as pesquisas foram desenvolvidas.
No levantamento bibliográfico, o pesquisador tem uma atividade de investigação intensa. Sua capacidade de busca por informações é
acionada a cada momento e todo dado encontrado deve ser utilizado.
Na pesquisa bibliográfica, o pesquisador deve retornar aos primeiros trabalhos relacionados ao tema e às pesquisas bibliográficas anteriores
sobre o assunto. Então, começar a buscar o que já foi publicado e divulgado desde aquele tempo até os dias de hoje. A pesquisa
bibliográfica, por ser temporal e indicar contextos sociais, também pode implicitamente demonstrar a intencionalidade do autor em sua
pesquisa.

 EXEMPLO
Um certo pesquisador encontra em uma coleção entomológica um espécime de mosquito que a princípio é
desconhecido e não foi descrito. Para ter certeza, esse pesquisador deverá buscar nos artigos de referência
sobre a família daquele espécime se ele já foi descrito ou não. Com isso, terá de ler artigos e publicações de
diversas épocas, alguns até mesmo do século XVIII ou XIX. Ao coletar todos os dados necessários e conferir
se o espécime representa o tipo de uma espécie nova, o pesquisador publicará sua descoberta citando todos
os artigos que lhe deram base para essa descoberta. Isso é um tipo de levantamento e pesquisa
bibliográfica.
De outro modo, o pesquisador pode também criar um compilado de todas as informações já abordadas sobre um determinado assunto. Isso
é de grande valia para a pesquisa científica, pois reduz o tempo de investigação que futuros pesquisadores teriam para encontrar respostas
sobre o mesmo tema.
PESQUISA EXPERIMENTAL
Como o próprio nome diz, a pesquisa experimental leva em consideração a testagem de hipóteses a partir da experimentação. São
pesquisas realizadas muito comumente na área das Ciências da Natureza e da Saúde e que usam de todos os passos do método científico.
A pesquisa experimental tem algumas características típicas que precisam figurar no processo de produção científica, a saber:
POSSIBILIDADE DE MANIPULAÇÃO DAS VARIÁVEIS
Ao menos uma das variáveis precisa ser manipulada para a testagem. Algo que o autor da pesquisa pode modificar para esperar resultados
distintos.
A IMPLANTAÇÃO DE UM CONTROLE
Em pesquisas experimentais, devem ser utilizados grupos controles que determinarão os padrões já esperados sem as modificações nas
variáveis manipuláveis. Eles servem como parâmetro para comparação.
OS DADOS DEVEM SER DISTRIBUÍDOS ALEATORIAMENTE
Por mais que uma hipótese reflita a ideia de que se tem de resposta à questão norteadora, as testagens não podem ser intencionais e
precisam de imparcialidade. Observe, por exemplo, as testagens realizadas em voluntários para o desenvolvimento de vacinas. Os
voluntários e a maior parte da equipe de pesquisa não sabem qual voluntário vai utilizar o princípio ativo da vacina e qual utilizará o placebo.
PESQUISA DE CAMPO
A pesquisa de campo é definida como um método qualitativo de coleta de dados que visa observar, interagir e compreender as variáveis em
um ambiente natural. Essas variáveis podem ser pessoas, fenômenos, animais, vegetais, fatores físico-químicos, entre outros.
É uma pesquisa de coleta de dados e compilação a partir da observação e mensuração baseadas em algum tipo de referência. Quando
observamos na TV os dados que aparecem, principalmente, em gráficos, indicando opiniões de pessoas, por exemplo, estamos vendo o
resultado de uma pesquisa de campo.
Pesquisa de campo sugere que o pesquisador “vá a campo”, ou seja, que ele vá buscar informações novas de fatores mutáveis.
PESQUISA-AÇÃO
Do ponto de vista dos procedimentos técnicos, os projetos de pesquisa-ação consistem na resolução de um problema coletivo, com fins de
aplicabilidade social. No delineamento dos projetos de pesquisa-ação, o pesquisador cumpre as principais etapas de uma pesquisa,
desenvolve uma fase exploratória e realiza um seminário. Nesse caso, no que consiste o seminário:
Evento organizado por grupos de estudos ou grupos de pesquisa que tem como função divulgar pesquisas em andamento por
discussão oral.
Tem porte regional, nacional e até mesmo internacional com duração de alguns dias, que costumam comportar diferentes mesas-
redondas e comissões de debate.
Reuniões de um determinado grupo científico, com a intenção de fomentar debates sobre um campo específico, com inúmeras mesas
redondas.
Reuniões com a intenção de informar sobre um tema, nas quais o palestrante é uma autoridade com amplo conhecimento sobre o
objeto apresentado, podendo ser de carácter técnico ou científico.
Encontro mais informal, normalmente, mais fechado a um grupo de pessoas especializadas, a fim de prestar esclarecimentos sobre um
tópico ou com ciclo de palestras.
ESTRUTURA DA INTRODUÇÃO DE UM PROJETO DE PESQUISA
Você deve estar se questionando o motivo de tratarmos da introdução no último momento de nosso percurso. Saiba que assim é feito em
qualquer descrição de projetos de pesquisa ou até mesmoem artigos científicos: pensamos sobre a introdução por último. Mas, logo o
tópico que conduz a leitura de quem observa um projeto de pesquisa é o último a ser construído?
Vamos analisar como se constrói uma introdução.
A introdução a um artigo de pesquisa é onde são definidos o tópico e a abordagem para o leitor. É por ela que o leitor vai identificar até
mesmo se o artigo ou o projeto terá validade. Portanto, uma introdução bem escrita deve chamar a atenção de quem está lendo. Então,
atenção, ela precisa pontuar os seguintes passos:
1
DEMONSTRE O QUE SUA PESQUISA IRÁ TRATAR
A introdução precisa captar a atenção do leitor logo de início e por isso você precisa expor sobre o que seu artigo ou projeto trata. Nessa
parte, a objetividade e a clareza são fundamentais. Uma boa forma de começar uma introdução é incluir a questão norteadora, seja ela em
forma de pergunta, seja ela como enredo para o seu trabalho. Esta parte não precisa ser profundamente impactante ou inovadora. Clareza,
didatismo e relevância são mais importantes do que tentar cativar com apelos. O principal é orientar o leitor sobre as ideias do artigo.
ABORDAR UM HISTÓRICO SOBRE O TEMA OU CITAR PESQUISAS RECENTES
Neste momento, você deve utilizar dados da pesquisa bibliográfica para construir um cenário para o seu projeto. Historicizar o conteúdo
demonstrará uma sequência lógica de fatos que culminará no seu trabalho. Isso vai auxiliar o leitor a entender a proposta de seu artigo com o
arcabouço que você criou.
2
3
DEFINA O SEU PROBLEMA PARA O LEITOR
O seu problema precisa ser descrito de forma detalhada, porque ele é um problema e porque é relevante e precisa ser resolvido. Este ponto
é fundamental, pois dá consistência para o estudo que irá se seguir. Além disso, a situação-problema descrita tende a engajar o leitor em sua
pesquisa.
DEMONSTRE QUAL SERÁ A SUA FUNÇÃO NESTE PROJETO
Ao escrever a introdução, você precisa demonstrar qual tipo de abordagem você fará sobre o problema, indicando brevemente as hipóteses
levantadas e como você pretende testar tais hipóteses.
4
5
DÊ UMA VISÃO GERAL DA ESTRUTURA DO ARTIGO
Para finalizar a construção de uma boa introdução, você precisa indicar quais serão os caminhos que o leitor irá percorrer ao ler seu trabalho.
Esta indicação pode ser uma explicação breve das seções do projeto ou artigo, mas também pode ser uma visão geral e resumida do projeto.
Agora que os passos da introdução foram abordados, você consegue entender o motivo desta seção ser construída por último?
Veja que muitos dados colocados na introdução são os que compõem as outras seções de seu trabalho. Por isso, finalizar a escrita dessas
seções antes da introdução indicará melhor o caminho traçado para construir essa abordagem de captação do leitor.
Leia introduções em artigos diversos e tente reconhecer nelas os passos que foram descritos aqui. Treine seu olhar para esse
reconhecimento e, assim, a construção desta seção ficará bem mais amigável.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. UM ESTAGIÁRIO ESTÁ EM UMA LINHA DE PESQUISA EM QUE PRECISA INVESTIGAR O HISTÓRICO DE
INFECÇÕES POR LEISHMANIA SP. EM HABITANTES DA AMÉRICA LATINA. SEU ORIENTADOR LHE MOSTRA
ALGUMAS REVISTAS E SITES EM QUE ELE PODE FAZER O SEU PERCURSO PARA ESCREVER UM
PROJETO. NESTE CASO, O ESTAGIÁRIO IRÁ FAZER UMA PESQUISA:
A) Quantitativa
B) Qualitativa
C) Experimental
D) Bibliográfica
E) De campo
2. UM CANDIDATO A ESTUDANTE DE PÓS-GRADUAÇÃO ESTAVA COM DÚVIDAS NA MONTAGEM DO SEU
PROJETO DE PESQUISA. A DÚVIDA ERA “COMO ESCREVER OS OBJETIVOS”. PARA QUE O PROJETO SEJA
ACEITO EM UMA BANCA, ELE PRECISA SER:
A) Claro, factível, didatizado e seguir uma sequência que demonstra o verbo da ação, a base para o desenvolvimento e a intencionalidade do
objetivo.
B) Direto e curto, não tomando muito o tempo do leitor, para que ele possa ler as outras seções do projeto.
C) Prolixo, com termos científicos formais e que tenha grande abrangência, possibilitando diversos caminhos de resolução.
D) Simples, didático e precisa considerar uma construção que seja abrangente, não especificando o objeto a ser estudado.
E) Extenso, mas didatizado, com uma estrutura padrão em que não se demonstre a intencionalidade, para que o leitor descubra ao longo da
leitura do projeto.
GABARITO
1. Um estagiário está em uma linha de pesquisa em que precisa investigar o histórico de infecções por Leishmania sp. em
habitantes da América Latina. Seu orientador lhe mostra algumas revistas e sites em que ele pode fazer o seu percurso para
escrever um projeto. Neste caso, o estagiário irá fazer uma pesquisa:
A alternativa "D " está correta.
 
O processo de busca a partir de dados já publicados e a compactação e organização desses dados para posterior divulgação de uma síntese
expressam uma pesquisa bibliográfica.
2. Um candidato a estudante de pós-graduação estava com dúvidas na montagem do seu projeto de pesquisa. A dúvida era “como
escrever os objetivos”. Para que o projeto seja aceito em uma banca, ele precisa ser:
A alternativa "A " está correta.
 
O objetivo precisa demonstrar com clareza a intencionalidade do autor, abordando as bases em que o projeto será realizado.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A pesquisa e a produção científica têm papel relevante para o impulsionamento e crescimento tecnológico e social de uma nação.
Como vimos, no Brasil, mesmo estando entre os vinte primeiros colocados em produção científica no mundo, não contamos com muitos
subsídios e investimentos em pesquisas nas diferentes áreas da ciência, o que impacta diretamente na formação de novos pesquisadores e,
consequentemente, no desenvolvimento de nosso país.
Aqui, analisamos o quanto os eventos científicos têm colaborado para a divulgação da ciência e o potencial que apresentam para aumentar a
democratização do conhecimento. Observamos também os pontos principais de um projeto de pesquisa e as melhores maneiras de construí-
lo.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. ANVISA. Missão. Consultado na internet em: 05 mai. 2021.
AMIGO, I. In Brazil’s wealthiest state, scientists fear a budget plan could cripple research. Science, 2020. Consultado na internet em: 21
mar. 2021.
CAPES. Research in Brazil: funding excellence: analysis prepared on behalf of capes by the web of science group. 1. ed. São Paulo, p. 1-42,
2019.
EM DISCUSSÃO. Produção científica no Brasil: um salto no número de publicações. Jornal do Senado. (s.d.) Consultado na internet em:
12 mar. 2021.
FONSECA, M. L. M. D. A institucionalização da pesquisa científica brasileira: os primeiros anos de atuação do Conselho Nacional de
Pesquisas (CNPq). Parcerias Estratégicas: Edição Especial, Brasília, v. 18, n. 36, p. 253-268, 2005.
JÚNIOR, J. D. L. S. O desenvolvimento da política científica e tecnológica na Primeira República (1889-1930): uma análise a partir dos
institutos de pesquisa paulistas e federais. Cadernos de História da Ciência, São Paulo, v. 18, n. 1, p. 107-124, 2005.
NATURE. The scientific events that shaped the decade. Publicado em: 2019. Consultado na internet em: 11 mar. 2021.
PITTA, G. B. B; CASTRO, A. A. A pesquisa científica. Jornal Vascular Brasileiro, v. 5, n. 4, p. 243-244, 2005. Consultado na internet em: 2
mar. 2021.
WEB OF SCIENCE GROUP. Research in Brazil: Funding excellence: Analysis prepared on behalf of CAPES by the Web of Science Group,
2013-2018.
EXPLORE+
Para saber mais sobre os assuntos tratados neste conteúdo:
Assista a palestras no aplicativo do TED Talks, onde há a divulgação de várias áreas do conhecimento! É um app muito enriquecedor.
Assista no Youtube à animação Human population through time, do American Museum of Natural History, sobre o quanto a
população cresceu ao longo dos anos.
Consulte o aplicativo Menthor, desenvolvido pela PUC do Paraná, que ajuda a organizar as referências bibliográficas segundo as
normas da ABNT. Será uma ferramenta essencial na construção do seu projeto.
CONTEUDISTA
Luiz RafaelSilva da Silva
 CURRÍCULO LATTES
javascript:void(0);

Outros materiais