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ASSESSORIA DE IMPRENSA Tércio Saccol Planejamento de comunicação Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Identificar as etapas do planejamento de comunicação. Apresentar metodologias de diagnósticos de problemas. Definir a estrutura de um plano de comunicação. Introdução Com a transformação socioeconômica e cultural pela qual a globalização e os avanços tecnológicos nos fazem passar, a ideia de comunicação feita por mera sensação ou experiência deve dar lugar a um plano que exige organização, pesquisa, estatística, referência e técnica. Equipes de comunicação, marketing e outros departamentos devem ter todas as etapas da construção de um projeto ou ação de comunicação pensadas, organizadas e hierarquizadas. Neste capítulo, você vai compreender como se dá a construção do planejamento de comunicação integrada de uma organização. Você vai verificar quais aspectos norteiam a lógica de planejamento de empresas e como diferentes autores abordam a construção desse planejamento comunicacional visando a um desenvolvimento sustentável e integrado. Também serão expostas metodologias para diagnosticar e entender eventuais problemas e situações com as quais as estratégias de comuni- cação devem lidar. Por fim, você vai conferir alguns aspectos importantes que compõem o plano de ação na área de comunicação, seja ele pensado para vender algo, mudar um posicionamento ou mesmo fortalecer a identidade de uma marca. 1 Como planejar a comunicação de uma empresa? O planejamento é uma espécie de guia para qualquer empresa. Aliás, nós usamos todos os dias a ideia de planejamento, seja para fazer escolhas, como uma viagem, seja para atos mais simples, como a entrega de um trabalho. O planejamento é um processo que mostra caminhos a serem seguidos de forma mais efi ciente e efi caz, usando os recursos e esforços certos. Diferentes autores trazem perspectivas e categorizações distintas de plane- jamento, de acordo com o propósito das empresas. O planejamento estratégico envolve pensar metas e objetivos para um prazo de médio a longo. O planeja- mento tático é de médio prazo e estipula recursos e pessoas para atingir uma meta. Já o planejamento financeiro envolve, como o nome diz, uma lógica de recursos materiais e pode usar ferramentas como o PDCA (dos termos em inglês plan, do, check, act, ou planejar, fazer, checar e agir). Kunsch (2009) leciona que o planejamento é algo que faz parte da adminis- tração de forma geral. É a partir de um planejamento que se busca eficiência, eficácia e efetividade. Embora diferentes áreas contem com estratégias, conceitos e até classificações distintas, podemos dizer que fazer um planejamento é buscar organizar uma ação em torno de objetivos, para alcançar um ou mais resultados. Isso não é diferente quando falamos em planejamento de comunicação. Nesse sentido, é importante entender a complexidade da comunicação, não apenas enquanto disciplina, área de estudo ou área profissional, mas de forma abrangente. Conceitos como emissor, receptor, interatividade, opinião pública, nicho e massa, em algum momento, farão parte do planejamento e desenho estratégico comunicacional de uma empresa ou organização. Para Kunsch (2009), a ideia de comunicação organizacional corresponde a uma visão abrangente da comunicação nas organizações, envolvendo a comunicação administrativa, interna, institucional e mercadológica em um mix chamado de comunicação integrada. A comunicação organizacional vai muito além de um setor ou departamento que produz e transmite informações. Temos que ver a comunicação como um fenômeno inerente à natureza das organizações e que acontece em diferentes dimensões, como a humana, instrumental e estratégica, e sob fortes influências conjunturais e dos contextos econômicos, sociais, políticos, culturais e tec- nológicos (KUNSCH, 2009, p. 112). Para que se executem estratégias, práticas e propostas de comunicação, é necessário avaliar como se dá a comunicação em determinada organização, Planejamento de comunicação2 por meio de pesquisas e auditorias de comunicação. Ainda, é necessário entender como se configura a cultura organizacional e identificar o capital intelectual que há nas organizações. É muito importante contar com a avalia- ção de profissionais capacitados tecnicamente na área de comunicação para conduzir esse processo. Vasconcelos (2009, p. 35) leciona que o primeiro passo de um planeja- mento de comunicação é “[…] encontrar a solução de um problema colhendo informações recentes, avaliando percepções e diagnosticando a situação do momento”. Bueno (2009) acrescenta que devemos separar a ideia de política de comunicação da noção de plano de comunicação. Enquanto a política de comunicação faz referência ao compromisso da organização na comunicação com os seus stakeholders, o plano de comunicação manifesta uma lógica prática, operacional, com objetivos para um período específico. Uma política de comunicação precisa ter algumas ideias bastante claras antes mesmo de ser desenvolvida. Segundo Bueno (2009), seu desenvolvimento deve contar com as etapas descritas a seguir. 1. Fixar os conceitos de comunicação de forma definitiva na estratégia da empresa. 2. Definir os públicos da organização, compreendendo seus perfis, como eles interagem e o quão importantes são para a organização — isso porque há públicos mais importantes do que outros, mesmo entre os públicos internos (considerados, em regra, mais relevantes do que os externos). Detalhar esses públicos pode demandar auditorias, sondagens de opinião ou, ainda, instrumentos que permitam verificar o que os públicos pensam sobre a instituição. 3. Fazer um diagnóstico da situação da comunicação interna e externa da organização. Afinal, para quem e como a empresa está se comunicando? Os canais estão sendo eficazes? As mensagens estão chegando aos públicos? Elas são contínuas ou apenas esporádicas? Essas perguntas e muitas outras, dentro de uma construção técnica/científica, permitirão reconhecer se há problemas na comunicação (por exemplo, se as men- sagens não estão chegando, se há diferenças entre o que é dito interna e externamente, se os canais são inadequados, se a comunicação usa uma linguagem ultrapassada etc.). Com esse diagnóstico, será possível sugerir ações de diferentes escalas e prazos dentro de um plano de comunicação. 4. Formalizar um documento para consolidar informações, conceitos, valores e diretrizes, para acompanhar a construção da proposta de 3Planejamento de comunicação comunicação. É claro que isso vai demandar uma discussão, já que qualquer plano de comunicação deve levar em conta as diferentes áreas de uma organização, como marketing, finanças, recursos humanos, comunicação, gerência etc. Sugere-se que seja um profissional de co- municação a guiar esse processo, tendo em vista sua expertise, sua formação e seu propósito. 5. Divulgar a política de comunicação para todos os elementos da or- ganização. Esse documento precisa ter compartilhamento. Não há regra sobre como isso deve ser feito, porque estamos falando aqui de organizações de diferentes segmentos, portes, propostas e áreas. É possível, e até provável, que a política de comunicação gere discussões e até documentos adicionais. Como lembra Bueno (2009, p. 317): No Brasil, geralmente, esses documentos têm dito respeito a relacionamento com a mídia (os manuais de assessoria de imprensa), à legitimação do projeto de identidade visual ou mesmo a orientações mais detalhadas sobre publicações institucionais: apoio, patrocínio e participação em eventos etc. 6. Promover a avaliação permanente, sempre tendo em vista que pode ser necessário mudar e realinhar essa política de acordo com mudanças externas, internas ou comunicacionais. No que tange ao plano de comunicação, Argenti (2006) propõe como primeira parte da construção de uma estratégia de comunicação empresarial: determinar os objetivos da comunicação; decidir quais recursos estão disponíveis para alcançar tais objetivos; diagnosticar a reputação da organização. Para traçar os objetivos, o autor propõe que seja perguntado “O que a organização espera de cada público-alvo como resultado da comunicação?” (ARGENTI, 2006, p. 30). Na discussão sobre os recursos disponíveis, é necessário levar em conta dinheiro, recursos humanos e tempo. Quando o autor se refere a recursos humanos, destaca o fato de que, muitas vezes, existem poucos funcionários dedicados ao trabalho na área de comunicação das empresas. Há ainda o fator tempo, que também está associado à gestão, à cultura e à operacionalização das rotinas da empresa. Por fim, é necessário avaliar, mensurar e diagnosticar a reputação da organização em questão. A reputação é importante para que seja estabelecido um planejamento de comunicação coerente. Planejamento de comunicação4 Para objetivos simples, isso não é problema; mas, em outros casos, a credibi- lidade da imagem que a organização construiu junto a um público específico pode fazer grande diferença para determinar o sucesso ou o fracasso da empresa na consecução de seus objetivos. As empresas estão, cada vez mais, reconhecendo esse fato e dedicando os recursos necessários para avaliar sua reputação empresarial (ARGENTI, 2006, p. 33). Há um segundo conjunto de questões que podem ser feitas, segundo Ar- genti (2006): qual ou quais são os públicos-alvo da sua organização; o que os públicos pensam sobre a organização; o que cada um sabe sobre a comunicação. Determinar o público-alvo, embora seja fundamental, não é tão simples como se pode supor. Além disso, públicos mudam com o tempo, por cir- cunstâncias econômicas, sociais ou até geográficas. Argenti (2006, p. 33) alerta ainda que “[...] também é importante reconhecer que os públicos-alvo interagem entre si e que uma empresa, às vezes, deve trabalhar um tipo de público para chegar a outro”. Depois dessa identificação, é hora de analisar o que cada público pensa sobre a organização. Afinal, a confiança na empresa facilita a comunicação, seja ela com o objetivo de vender, fortalecer a marca ou anunciar algo. Mas não é só isso. É preciso também conhecer o que os públicos sabem sobre o tema envolvido na comunicação. Por exemplo, suponha uma empresa de educação executiva que passa a trabalhar com organização de eventos. O quanto o público interno habituado com um serviço sabe sobre o outro? Qual é a impressão sobre o novo serviço? O que pensam do serviço em geral? Argenti (2006) acrescenta que, a partir daí, será possível determinar o modo de transmitir a mensagem. Para isso, será necessário selecionar os canais adequados (imprensa, eventos, meio digital, redes sociais, publicidade, marketing direto etc.) e elaborar a mensagem com cautela e critério. 2 Diagnóstico de problemas Ao falarmos sobre diagnóstico, estamos apontando, distinguindo ou mesmo identifi cando soluções, problemas ou condições. O diagnóstico é fundamental para o planejamento, citado anteriormente, dando subsídios para o poder de decisão. É o resultado de análises, pesquisas, estudos e levantamentos em 5Planejamento de comunicação diferentes espectros da organização, que permitirá compreender problemas de comunicação tanto dentro da organização quanto com seus públicos externos. É importante lembrar de que relações sociais e organizacionais se dão de forma complexa. Assim, na área de comunicação, fazer um diagnóstico não consiste em uma ação em linha reta, em que algo tem início, meio e fi m, sem qualquer interferência. Para Lupetti (2007, p. 45), “[…] o diagnóstico de comunicação apontará os principais pontos revelados pelo estudo, comparando-os aos concorrentes de mercado. Ele servirá para detectar um diferencial sobre os concorrentes e posteriormente traçar as estratégias para ter vantagens competitivas”. A autora acrescenta que o diagnóstico de comunicação tem sempre o objetivo de buscar soluções para determinado problema encontrado. Para tanto, é necessário fazer a análise dos ambientes interno e externo, incluindo aí mercado e concorrência, e a análise da matriz SWOT (dos termos em inglês strengths, weaknesses, opportunities e threats, ou forças, fraquezas, oportunidades e ameaças). A matriz SWOT é uma técnica de planejamento estratégico muito usada para auxiliar empresas a identificar forças, fraquezas, oportunidades e ameaças no ambiente de negócios ou no planejamento de projetos. Para Lupetti (2007), o primeiro passo para fazer o diagnóstico é definir os indicadores de sucesso, ligados às vantagens competitivas que ajudam a organização a se posicionar perante seus concorrentes. Uma vez que esses indicadores estejam evidentes, segundo a autora, deve ser criada uma tabela para entender melhor a posição da empresa e dos seus concorrentes, conforme apresentado no Quadro 1. Planejamento de comunicação6 Fonte: Adaptado de Lupetti (2007). Indicadores de sucesso Marca A Marca B Marca C Share of market Share of mind Posicionamento Tecnologia Mídia Agilidade Relacionamento Site Satisfação Quadro 1. Modelo de tabela para diagnóstico Para Kunsch (2009), o diagnóstico situacional é a parte do planejamento de comunicação que deve trazer indicativos de ameaças, demandas e oportunida- des do ambiente externo; também envolve olhar para o nível de resposta que uma organização possui em relação às suas possibilidades e fraquezas. A autora também propõe o uso da análise SWOT e acrescenta ainda como proposta o uso da teoria apreciativa ou investigação apreciativa. Segundo a autora, “[…] essa teoria se caracteriza como pós-modernista e muito mais construtiva. É um novo modelo de gestão para mudanças e uma forma interpretativa de pesquisar a realidade social e a situação a ser planejada” (KUNSCH, 2009, p. 119). O Quadro 2 compara o método tradicional de diagnóstico e a teoria apreciativa. 7Planejamento de comunicação Fonte: Adaptado de Kunsch (2009). Método tradicional Teoria apreciativa Identificação de problemas Análise de causas Plano de ação (tratamentos) Descobrir o melhor que existe Imaginar o que pode chegar a ser Construir o que deveria ser Planejamento básico: uma organização é um problema que tem de ser solucionado Planejamento básico: uma organização é um livro aberto que está por ser escrito Quadro 2. Comparação entre o método tradicional de diagnóstico e a teoria apreciativa Kunsch (2009) acrescenta que essa proposta valoriza aspectos construtivos. Assim, seria uma forma de complementar outras maneiras de pesquisa-ação. Com as descobertas dessa análise, busca-se revelar a capacidade positiva das pessoas. A fase sonho tenta valorizar as ideias e a criatividade das pessoas no que elas e a organização têm de melhor. Na fase de desenho ou planejamento, pensam-se ações para a mudança e a execução, fortalecendo-se a capacidade de ação. Corrêa (2006) entende que o diagnóstico parte de uma junção de informa- ções sobre os ambientes externo e interno. O autor também propõe a análise SWOT como um importante método para o diagnóstico. Embora seja um autor mais ligado à publicidade, Corrêa (2006, p. 238) reforça que “[…] a finalidade do diagnóstico da situação é compreender o que está ou poderá acontecer, para saber o que precisa ser defendido pela nossa comunicação e o que poderá ser atacado para enfrentar a ação da concorrência ou tomar uma iniciativa antes das outras marcas”. Há ainda outras perspectivas sobre diagnóstico. O design thinking, uma expressão em inglês que podemos traduzir livremente como “pensamento do design”, é utilizado para gerar um modelo mental, como o usado por designers para desenvolver ideias, contribuir com os negócios e promover o bem-estar social. Segundo Brown e Katz (2010), esse processo conquista muitas pessoas nas organizações e pode ser aplicado em diversos tipos de organização, pro- blemase causas. Isso porque ele envolve a inovação, que é um instrumento de estratégia nas empresas. Brown e Katz (2010) lecionam que, a partir do estudo da forma de pensar do designer, compreendeu-se que o ser humano sempre era colocado no centro do processo, o que os autores chamam de processo human centered. Eles reforçam Planejamento de comunicação8 que o processo de design tem como objetivo produzir algo desejável para o sujeito, ao mesmo tempo que é tecnologicamente praticável e rentável para os negócios. Para Brown e Katz (2010), mudar a cultura de uma organização é fazer os colaboradores se tornarem design thinkers, incentivando a cultura da experiência no ambiente interno da organização. Isso significa oferecer ações de envolvimento em soluções de problemas e mostrar aos colaboradores a importância da abordagem centrada no ser humano e da experimentação. Para tanto, os autores preveem como etapas: 1. imersão, em que se entende o problema como um desafio, propondo que as pessoas observem, sintam e aprendam; 2. ideação, com imersão em possíveis soluções para o desafio; e 3. implementação, com o caminho da ideia até a solução do desafio ou problema. Também é importante a avaliação do projeto, para ponderar se as soluções pensadas atendem às necessidades da empresa ou do usuário. 3 Como fazer um plano de comunicação? Destacamos no início do capítulo que o planejamento deve ser parte de uma defi nição estratégica da organização, levando em conta seus aspectos internos, seu posicionamento, seus objetivos e suas metas. O plano é um documento estratégico, que demanda atualização e está alinhado com diferentes aspectos da comunicação, incluindo o alinhamento de visão, missão e valores. Costa e Talarico (1996, p. 213) defi nem plano de comunicação como: [...] o conjunto de estudos, análises e estabelecimentos de objetivos que de- vem ser atingidos através das ações de comunicação, definição das formas existentes neste campo para atingir esses objetivos, ou seja, das estratégias específicas de comunicação, e, a elaboração dos planos de cada uma dessas estratégias específicas (propaganda, publicidade/relações públicas e assessoria de imprensa, promoção de vendas/de persuasão ou com fins institucionais e de merchandising etc.) denominados planos de ação. Dessa forma, o plano de comunicação pode ajudar a garantir que deter- minada organização envie mensagens de forma clara e específica, possibili- tando alcançar resultados mensuráveis e positivos. Embora seja trabalhoso, é importante que cada etapa seja bastante refletida, organizada, planejada e 9Planejamento de comunicação discutida, sob pena de alguma etapa comprometer o resultado macro esta- belecido inicialmente. O plano deve materializar o planejamento, seja para uma ação de curto prazo ou para uma construção em um período mais longo. 4 Etapas de um plano de comunicação O primeiro estágio é exatamente o que apontamos anteriormente: diagnos- ticar, pensar, discutir. Trata-se da análise da situação da organização, do projeto ou do problema. O diagnóstico é o momento em que os profi ssionais da comunicação terão uma ideia das forças, das fraquezas, dos concorrentes, da estrutura mercadológica, dos fatores que infl uenciam o ambiente e dos objetivos da comunicação. É necessário, a partir daí, conhecer efetivamente os públicos, sejam eles internos ou externos. Depois disso, é a vez da orientação estratégica, ou alinhamento estraté- gico. O que se deseja alcançar com os planos de comunicação? Quais são as metas? Quanto tempo há disponível para que se execute essa ideia e que tipo de contingências já se pode prever? Quanto mais dados houver para nortear essa orientação, melhor. Uma vez que o diagnóstico esteja claro e a orientação estratégica esteja definida, é a vez de escolher quais meios e ferramentas serão utilizados para alcançar as metas e os objetivos. Devemos lembrar sempre das limitações de cada empresa em relação a tempo, dinheiro e recursos humanos. Não há uma fórmula para a escolha dos meios, já que cada empresa ou organização trabalhará com o que faz mais sentido para si. Uma empresa de vendas, por exemplo, pode usar o telemarketing como um canal. Uma agência de comu- nicação pode criar estratégias de conteúdo por meio de marketing digital. Uma indústria pode propor uma reconfiguração da comunicação interna ou da sua propaganda, por exemplo. Os canais devem ser debatidos com rigor, cientificidade e estatística, sempre com a finalidade de tornar o processo de comunicação o mais objetivo e rigoroso possível. Então, é hora de elaborar a mensagem. Essa etapa pode ser chamada de construção da mensagem, orientação criativa, brainstorm para mensagem, dentre outras denominações; o importante é que se compreenda a mensagem. Como ela será pensada, quais imagens, textos e conteúdos serão transmitidos e qual linguagem será usada? De nada adiantará escolher os canais certos se não houver uma maneira apropriada de “costurar” esse conteúdo. Isso nos leva à próxima etapa do plano. Pessoas não são instituições engessadas; estamos todos suscetíveis a mudanças de percepção, gosto, comportamento, sensação. Planejamento de comunicação10 Antes de emitir as mensagens, é importante testar, verificar sua eficácia. Isso ajudará a corrigir e ajustar o plano antes de eventuais falhas. Uma vez que esses passos estejam constituídos, é hora de elaborar o orça- mento e alinhar o plano juntamente com as áreas responsáveis pelos recursos dentro da organização. É necessário verificar a compatibilidade do plano à realidade da organização; caso exista limitação de recursos, como ocorre com frequência, deve-se olhar para o que é prioritário diante do volume de tempo, dinheiro e capacidade pessoal disponível. Embora o orçamento seja feito previamente por algumas empresas, o mais importante é que haja sinergia entre a área de comunicação e o setor financeiro da organização. Por fim, como ocorre em qualquer planejamento, é necessário avaliar os resultados, verificar se as metas e os objetivos traçados inicialmente foram alcançados e conferir como foi a reação diante dos estímulos. Isso varia de acordo com a empresa, os autores, as agências, os profissionais e as escolhas do plano. Como colocado, há ainda ferramentas para identificar públicos, determinar objetivos, criar mensagens, analisar canais e avaliar posterior- mente. Essa avaliação deve ser perene, recorrente e sistêmica, olhando para diferentes agentes. Um plano de comunicação integrada pode conter algumas páginas ou ser um documento oficial, no caso de um grande e estratégico momento para a organização, por exemplo. A Figura 1 apresenta as etapas de um plano de comunicação integrada. Figura 1. Etapas do plano de comunicação integrada. Fonte: Adaptada de Doin (2019). Identificação dos públicos de interesse Determinar os objetivos da comunicação Desenvolver a mensagem Selecionar os canais de comunicação Definir o orçamento total da comunicação Decidir o composto da comunicação Medir e avaliar os resultados Administrar e coordenar o processo de comunicação integrada (on e off-line) 11Planejamento de comunicação ARGENTI, P. A. Comunicação empresarial: a construção da identidade, imagem e repu- tação. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006. BROWN, T.; KATZ, B. Design thinking: uma metodologia poderosa para decretar o fim das velhas ideias. Rio de Janeiro: Campus, 2010. BUENO, W. C. Comunicação empresarial: políticas e estratégias. São Paulo: Editora Saraiva, 2009. CORRÊA, R. Comunicação integrada de marketing: uma visão global. Rio de Janeiro: Editora Saraiva, 2006. COSTA, A. R.; TALARICO, E. G. Marketing promocional: descobrindo os segredos do mercado. São Paulo: Atlas, 1996. DOIN, E. As etapas do planejamento de comunicação integrada – parte I. Repertório Marketing & Talks, 2019. Disponível em: https://repertoriotalks.com.br/repertorio-de- -artigos/etapas-do-planejamento-de-comunicacao-integrada/.Acesso em: 9 jan. 2020. KUNSCH, M. M. K. (org.). Comunicação organizacional: histórico, fundamentos e pro- cessos. São Paulo: Editora Saraiva, 2009. v. 1. LUPETTI, M. Gestão estratégica da comunicação mercadológica. São Paulo: Thomson Learning, 2007. VASCONCELOS, L. R. Planejamento de comunicação integrada: manual de sobrevivência para as organizações do século XXI. São Paulo: Summus Editorial, 2009. Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun- cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links. Planejamento de comunicação12 COMUNICAÇÃO MERCADOLÓGICA Nanci Maziero Trevisan Comunicação integrada de marketing Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: � Definir comunicação integrada de marketing. � Descrever as etapas de elaboração de um plano de comunicação integrada de marketing. � Reconhecer o impacto das decisões de comunicação integrada de marketing no resultado das campanhas da marca. Introdução O planejamento da comunicação mercadológica, afetado pela trans- formação digital, exige uma visão ampla, integrada e conectada com o comportamento do consumidor e dos públicos de interesse de uma organização. Neste capítulo, você vai estudar a comunicação integrada de marketing e ver de que maneira ela impacta os resultados mercado- lógicos. Como você vai ver, tal impacto ocorre desde a construção do diferencial competitivo da empresa até a criação de uma identidade sustentável para uma marca, produto ou serviço. Além disso, você vai conhecer as etapas para a elaboração de um plano de comunicação integrada de marketing realmente focado em estimular o engajamento dos públicos com a marca. 1 Comunicação integrada de marketing: visão 360º da comunicação mercadológica Todos os dias, ao acordar, milhões de pessoas em todo o mundo checam suas mensagens no WhatsApp, rolam suas timelines para ver as atualizações e publicam seus stories com cenas de seu cotidiano. Nada disso é novidade para você, que está conectado e integrado às novas tecnologias. Talvez você até tenha uma conta no TikTok ou prefira o Twitter. O fato é que você e uma parcela significativa da população mundial estão conectados a diversos canais simultaneamente. Como você certamente já sabe, as empresas não ignoram isso. A transformação digital modificou o cenário da comunicação nas organi- zações. Todas as vertentes foram afetadas, inclusive a comunicação adminis- trativa, a interna, a institucional e a mercadológica. Por isso, hoje a integração da comunicação é essencial para a empresa que deseja construir sua imagem e seu relacionamento junto aos seus públicos de interesse. Há, no entanto, uma diferença entre a comunicação integrada de marketing e a comunicação organizacional integrada, tratada pela área de relações públicas. A comunicação organizacional integrada tem como objetivo alcançar sinergia e alinhamento entre todas as vertentes da comunicação organizacional e está ligada aos altos escalões da organização. Saad (2009) observa que, em sua essência, a comunicação organizacional tem como função a integração de canais e ferramentas para que a organização se comunique de forma alinhada e integrada com os diferentes públicos de interesse. Nesse sentido, destaca a autora, todas as possibilidades de estabelecer relacionamentos e contatos precisam alinhar-se sob a mesma visão estratégica, sob um discurso uniforme e sob mensagens coerentes. Na comunicação organizacional integrada, comunicação interna, comuni- cação administrativa, comunicação institucional e comunicação mercadológica são vistas como vertentes distintas, com funções e ferramentas diferentes. Contudo, todas estão subordinadas a uma estratégia única que tem como ponto de partida a missão, a visão e os valores organizacionais. Saad (2009) observa que essa perspectiva se aplica à presença digital e não digital de uma organização. Assim, na comunicação organizacional integrada, as bases da comunicação estão relacionadas à cultura e à imagem organizacionais, ao propósito e à intenção da comunicação com os públicos de interesse, bem como aos conteúdos ou mensagens prioritárias. Comunicação integrada de marketing2 Esse conjunto de informações sobre a empresa a ser transmitido aos pú- blicos de interesse é, sob a gestão da comunicação organizacional integrada, transformado, aplicado e customizado de acordo com a característica, a função e a responsabilidade de cada vertente. Inclui-se aqui a possibilidade de que essa troca de informações seja intermediada pelas tecnologias digitais. A comunicação organizacional integrada é responsável pelo alinhamento entre as comunicações interna, administrativa, institucional e também mer- cadológica, por meios digitais ou não digitais, buscando garantir a expressão adequada das mensagens da organização. A comunicação mercadológica está subordinada às diretrizes da comunicação organizacional integrada pois é parte importante da comunicação de uma empresa ou marca. Porém, está ligada ao departamento de marketing pois se responsabiliza pela comunicação com objetivos mercadológicos, por isso é também chamada de “comunicação integrada de marketing”. A comunicação integrada de marketing está ligada ao departamento de marketing e tem como foco principal as relações com o mercado consumidor e outros públicos de interesse, sempre com foco nos objetivos mercadológi- cos de uma empresa. Essa comunicação é uma das variáveis controláveis de marketing, antes chamada de “promoção”, incluída entre os clássicos 4Ps de marketing. Sua função e as ferramentas que utiliza se ampliaram com a inclusão da comunicação digital por meio da web, do celular e das mídias sociais (PINHEIRO; GULLO, 2013). A comunicação integrada de marketing se aplica a uma visão integradora, conectada, trans e multimidiática dos esforços de comunicação mercadológica. Está em jogo uma perspectiva de múltiplos canais com o objetivo de estabe- lecer pontos de contato entre marca e consumidor, além de outros públicos, como influenciadores, fornecedores, distribuidores e meios de comunicação. A comunicação mercadológica faz parte, então, da comunicação organiza- cional, mas é executada pela área de marketing da empresa, por isso é chamada de “comunicação integrada de marketing”. “Comunicação mercadológica” e “comunicação integrada de marketing” são duas denominações para o mesmo conjunto de ações. A comunicação integrada de marketing é, então, aquela que envolve avaliação, planejamento, execução, controle e mensuração de todas as ferramentas e ações de comunicação associadas aos objetivos mercadológicos e à construção de relacionamento com o mercado consumidor. Apesar disso, ela pode desenvolver ações com foco nos colaboradores e também contribuir para a criação ou manutenção da imagem institucional da empresa (PINHEIRO; GULLO, 2013; ROCHA; TREVISAN, 2018). 3Comunicação integrada de marketing A comunicação integrada de marketing tem como foco a viabilização dos objetivos mercadológicos da empresa na sua relação com o mercado consumidor e seus integrantes. Estas são algumas das ferramentas de comunicação que fazem parte da comunicação integrada de marketing: propaganda, marketing direto, promoção de vendas, marketing digital e merchandising. A comunicação integrada de marketing também pode utilizar relações públicas e assessoria de imprensa, por exemplo, para a comunicação de produtos, serviços e marcas. A comunicação integrada de marketing tem nas diretrizes de comunicação da organização (como missão, visão, valores e propósito) as bases da comu- nicação que deve ser estabelecida com o mercado consumidor. Isso ocorre precisamenteporque esse setor é uma das áreas fundamentais da comunicação de uma organização. Mas a comunicação integrada de marketing também precisa dar conta dos objetivos específicos relacionados à marca, como po- sicionamento, valor agregado, diferencial competitivo, atributos de produto, envolvimento e engajamento com o consumidor, exposição do produto no ponto de vendas, etc. Estão em jogo, portanto, atividades bastante específicas. A Associação Brasileira de Anunciantes (ABA) propõe 10 princípios para a integração da comunicação mercadológica. No entanto, foco no compor- tamento do consumidor, segmentação, constante inovação e priorização do relacionamento são hoje essenciais quando se pensa na comunicação como um projeto, e não apenas como jobs isolados. A seguir, veja os 10 princípios elencados pela ABA (2014). 1. Pense a comunicação como projetos, não apenas como jobs. 2. Privilegie a qualidade e a excelência na execução das ações. 3. Entenda o papel da marca. 4. Conheça em profundidade os públicos de interesse. 5. Foque a construção de relacionamentos. 6. Utilize meios de comunicação adequadamente segmentados. 7. Privilegie o alinhamento do conteúdo criativo. 8. Componha uma equipe de marketing capaz de liderar os fornecedores de comunicação. 9. Tenha equipes multidisciplinares dentro e fora da empresa. 10. Mantenha-se em movimento, inove e surpreenda. Comunicação integrada de marketing4 Você pode observar que foco na marca, entendimento dos públicos de inte- resse (entre eles o público consumidor) e visão multidisciplinar da comunicação são essenciais para essa integração, de acordo com o proposto pela ABA. A principal razão para que o departamento de marketing pense suas es- tratégias de comunicação de forma integrada consiste no fato de que, para o público (seja ele qual for), no ponto de vendas, na televisão ou no celular, a marca que se relaciona com ele e lhe oferece produtos e serviços é a mesma. Como a marca é a mesma, deve se comportar da mesma forma, defender os mesmos valores e ter o mesmo tom de voz. Hoje, com a imensa variedade de meios de comunicação, formatos e con- teúdos existentes, é imprescindível alinhar o discurso da marca. Além disso, o objetivo principal do marketing é alcançar o maior número de pontos de contato (touch points) entre marca e consumidor, e isso pode acontecer em todos os lugares e canais. Em casa, no celular, na rua, nas lojas, em um evento: são muitas as oportunidades que uma marca tem de estabelecer um contato positivo com o consumidor. A comunicação integrada de marketing precisa ter essa visão 360º, ou seja, mapear a jornada do consumidor e identificar oportunidades preciosas de proporcionar a ele uma ótima experiência, seja de compra, de navegação ou simplesmente de impacto positivo nas suas atividades cotidianas. Há di- versas oportunidades de a marca estabelecer contato com o consumidor; essas oportunidades são chamadas de “touch points”. O consumidor espera poder comprar em qualquer canal de vendas, e seu contato com a marca se dá em diferentes locais, todos os dias. Propagandas na televisão, aplicativos para celular, embalagens e pontos de vendas, sites, canais de atendimento e atendimento ao consumidor pelas mídias sociais são oportunidades que a marca tem de oferecer ao consumidor uma ótima experiência. Em síntese, por meio de anúncios na televisão, patrocinando programas culturais e esportivos, anunciando no metrô, postando nas mídias sociais ou desenvolvendo aplicativos, a empresa pode estabelecer contato com o con- sumidor e favorecer o envolvimento e o engajamento dele com a sua marca. Para que esse engajamento e esse envolvimento ocorram, é essencial uma visão ampla, multidisciplinar, integrada, interativa e transmidiática da marca sobre suas ações de comunicação e sua relação com os públicos de interesse. O caminho para fazer com que isso aconteça é o planejamento integrado da comunicação de marketing. É isso que você vai estudar a seguir. 5Comunicação integrada de marketing Quer aprender mais sobre touch points? Leia o artigo “Touch point: entenda o que são os pontos de contato na experiência do cliente”, da empresa especializada em marketing digital Rock Content. O artigo explica o que são pontos de contato e esclarece por que eles são importantes. Além disso, mostra como gerir os pontos de contato e elenca as vantagens de utilizá-los ao definir estratégias de marketing e comunicação. Para encontrar o texto, utilize o seu site de buscas favorito. 2 Plano de comunicação integrada de marketing Em qualquer planejamento, de uma viagem no final de semana ao plano de marketing, a primeira coisa a ser feita é compreender o cenário. No caso da viagem, pode-se acessar um canal de informações de tempo para saber se vai fazer calor, frio ou chover. Assim, é possível escolher as roupas adequadas para a viagem, certo? No plano de marketing, a primeira coisa que os profis- sionais devem fazer é compreender a empresa, o mercado em que ela atua, a sua concorrência e os seus públicos de interesse. Em seguida, eles podem traçar as estratégias e as ações táticas a serem executadas, distribuindo-as em um cronograma. Por fim, podem definir como as ações serão avaliadas e, após o plano ser implementado, avaliá-las e medi-las criteriosamente a fim de verificar o que deu certo e o que não foi tão bem assim, para que as correções necessárias sejam realizadas. O plano de comunicação integrada de marketing começa com a pesquisa, a avaliação e a compreensão do cenário presente da empresa por meio do entendimento da organização, da marca, do produto ou serviço, do mercado, dos concorrentes e dos consumidores. Em seguida, deve-se traçar as estratégias e as ações a serem implementadas, definindo o que será medido e como isso será feito. Após a implementação do plano, um acompanhamento criterioso permite avaliar o que deu certo e efetuar correções a tempo de otimizar o investimento. A seguir, no Quadro 1, veja como essas etapas se organizam (ROCHA; TREVISAN, 2018). Comunicação integrada de marketing6 Fonte: Adaptado de Rocha e Trevisan (2018). Ti po d e pl an o Pré-plano Plano Pós-plano O bj et iv o Entender a empresa, o mercado e o consumidor. Traçar o plano e definir objetivos, estratégias e táticas. Medir, avaliar, corrigir. El em en to s en vo lv id os � Organização — forças e fraquezas � Mercado — oportunidades e ameaças � Públicos de interesse � Consumidor/ usuário � Posicionamento e relação de marca � Objetivos organizacionais e mercadológicos � Objetivos de comunicação (macro e micro de cada ferramenta) � Ferramentas de coordenação dos esforços em um cronograma � Objetivos de cada ação � Ação e responsabilidades � Métricas e indicadores de desempenho (key performance indicator [KPIs]) � Definição das métricas de desempenho de cada ferramenta/ ação e das responsabilidades � Mensuração, análise e comparação � Revisão de ações e planejamento Quadro 1. Plano de comunicação integrada de marketing A seguir, você vai conhecer melhor cada uma das etapas que devem compor o plano de comunicação integrada de marketing. 7Comunicação integrada de marketing Pré-plano: cenário presente O objetivo dessa etapa é alcançar um diagnóstico preciso dos problemas da organização, de seus produtos, serviços e marcas. Compreender o cenário presente torna as estratégias e táticas mais claras e alinhadas aos reais pro- blemas enfrentados. A etapa de pré-plano envolve pelo menos quatro fases. Veja a seguir. 1. Criação, modificação ou reiteração/reforço da missão, da visão, dos valores e dos objetivos organizacionais, itens que devem nortear e servir de base para a comunicação. 2. Análise da situação da empresa/organização, da marca, do mercado e dos concorrentes. 3. Pesquisa, avaliação e definição dos públicos de interesse, incluindo público consumidor. 4. Diagnóstico, que consiste em, a partir das informações colhidase avaliadas, identificar os problemas que a comunicação é capaz de resolver e outros que se aplicam aos outros Ps de marketing (produto, preço e ponto de venda). A etapa de pré-plano é essencial para que se possa: � compreender a empresa, a marca, os produtos e/ou os serviços, bem como os concorrentes diretos e indiretos (suas forças e fraquezas); � analisar o mercado de atuação para avaliar oportunidades e ameaças; � entender o posicionamento do produto, serviço ou marca; � identificar os públicos de interesse, o que inclui qualificar o público- -alvo em dados demográficos e comportamentais e traçar a sua jornada de compras. A elaboração do plano, realizada em seguida, terá mais eficiência se a etapa de pré-plano for bem executada. Por isso, é muito importante reunir e ter as informações disponíveis no sistema de informações de marketing. Se for o caso, deve-se aplicar pesquisas de mercado ou coletar dados que possam realmente traduzir o cenário de atuação em número tal que expresse a real situação da empresa, do produto e da marca. Comunicação integrada de marketing8 A etapa de pré-plano consiste em uma análise sistemática e acurada das informações passadas e presentes relativas à empresa, à marca, aos produtos e aos serviços, de forma que se possa chegar a um diagnóstico mais preciso, ou seja, entender quais são os problemas que a comunicação deve e pode resolver. Uma vez que o setor de marketing obtém uma visão clara de sua situação presente e considera os objetivos para o futuro de curto, médio e longo prazos, a tarefa de traçar as estratégias torna-se mais coerente, embora nem sempre fácil. Depois de diagnosticar claramente os problemas mercadológicos e de comunicação enfrentados pela empresa, pode-se seguir para a próxima etapa: a elaboração do plano de comunicação integrada, em que são traçadas as estratégias e as ações táticas a serem utilizadas. Plano: mix de comunicação e ações A partir do diagnóstico realizado na fase anterior (pré-plano), o setor de ma- rketing identifica quais problemas são efetivamente de comunicação e quais são de outras áreas. Como exemplo, considere que muitas vezes uma empresa perde participação de mercado não porque sua comunicação não é eficiente, mas porque tem problemas para colocar seu produto no ponto de vendas. Esse é um problema de distribuição, e não de comunicação. Assim, quando se fala de situações que a comunicação pode resolver, estão em jogo problemas ligados à capacidade da empresa de chamar a atenção do consumidor, gerar interesse pelos seus produtos e serviços, estimular o desejo e a intenção de compra e levar o consumidor à ação de compra. Essas quatro etapas são chamadas de “AIDA”, um acrônimo formado a partir das palavras “atenção”, “interesse”, “desejo” e “ação” (SAMPAIO, 2013; SANT’ANNA; ROCHA; GARCIA, 2015). Veja na Figura 1, a seguir. Figura 1. AIDA. Fonte: Adaptada de Sampaio (2013) e Sant’Anna, Rocha e Garcia (2015). 9Comunicação integrada de marketing Atenção, interesse, desejo e ação sintetizam a função de marketing e vendas em relação a um produto ou serviço. Tal função consiste em entender o comportamento de compra do consumidor e criar ações que permitam estimular esse comportamento. A ideia é chamar a atenção para o produto ou serviço em qualquer canal em que isso seja necessário, gerar interesse com ofertas adequadas às necessidades do consumidor, estimular o desejo pelo produto ou serviço e, finalmente, implementar atividades que levem o consumidor à ação de compra. AIDA é um conceito pautado na jornada de compras do consumidor. Para saber mais sobre esse assunto, confira o artigo “Ainda AIDA? Uma revisão histó- rico-crítica da hierarquia dos efeitos publicitários”, de Rodolfo Rorato Londero (2018). A etapa de plano consiste na elaboração efetiva do planejamento de comu- nicação integrada. O plano contém as fases elencadas a seguir. 1. Definição dos objetivos de comunicação, isto é, do que se pretende alcançar com as ações de comunicação integrada de marketing. 2. Definição do orçamento de comunicação (budget). 3. Definição das estratégias de comunicação, que consiste em selecionar o melhor mix de comunicação (ou composto de comunicação) para atender aos objetivos propostos inicialmente. Lembre-se de que o mix de comunicação de marketing pode envolver uma ou mais das ferramentas de comunicação, como propaganda, promoção de vendas, marketing direto, marketing digital e merchandising. 4. Definição das ações a serem executadas em cada ferramenta, dis- tribuindo-as em um cronograma (espaço de tempo) e atribuindo um orçamento a cada uma delas. 5. Definição das métricas, que implica selecionar a forma como serão avaliadas e mensuradas cada uma das ações propostas, incluindo o uso de software e pesquisa de mercado para avaliação de desempenho. Uma vez alinhado e aprovado o plano de comunicação integrada de marke- ting, é a hora de selecionar os fornecedores que colocarão o plano em prática. Isso implica a seleção, se já não houver, da agência de propaganda que vai realizar a campanha de propaganda, da agência de promoção e marketing digital ou de todos os atores que serão necessários (lembre-se de que o departamento de marketing não executa as ações). Comunicação integrada de marketing10 Com o plano colocado em prática, as métricas definidas e o modo como as ações serão avaliadas determinado, cada fornecedor é orientado a fazer a avaliação e elaborar relatórios de suas ações. Ao mesmo tempo, o setor de marketing também acompanha os resultados de comunicação e de vendas. Essa etapa que ocorre ao longo da execução das ações e após o término do período em que as ações foram planejadas chama-se “pós-plano”. Pós-plano: medir, avaliar, corrigir Quando as ações estão sendo implementadas, o setor de marketing e os forne- cedores já devem ter definido os instrumentos de medição que serão usados, por exemplo, relatórios analíticos para marketing digital e mídias sociais, pesquisa de comunicação para campanhas de propaganda ou mesmo pesquisa relativa ao volume de vendas (no caso de promoção). A definição, a construção e a implementação dos instrumentos de avaliação acontecem na execução das ações de comunicação. A etapa de pós-plano é tão essencial quanto as outras, porque permite avaliar a eficácia e a eficiência do que foi planejado. A etapa de pós-plano se inicia no exato momento em que as ações planejadas começam a acontecer. Ela consiste em avaliar cada ação e o conjunto delas, verificando se os objetivos traçados estão sendo alcançados. A avaliação criteriosa ao longo do plano permite correções em tempo real (para algumas ferramentas) e permite entender o que pode ser feito melhor no próximo plano a ser implementado. Observe os elementos que compõem essa etapa (ROCHA; TREVISAN, 2018): � instrumentos de medição (definição, construção e implementação); � instrumentos de mensuração (relatórios comparativos diários, semanais, mensais, etc.); � instrumentos de avaliação; � instrumentos de correção e replanejamento de ações. Também é possível solicitar aos fornecedores, como a agência de propa- ganda, que entregue relatórios diários, semanais ou mensais. Isso é importante para que se possa estabelecer comparativos e observar o desenvolvimento de uma campanha publicitária, por exemplo. Com essas informações, ao longo da implementação das ações, é possível fazer correções até em tempo real, o que possibilita ampliar os resultados em termos de audiência, engajamento, envolvimento e mesmo participação de mercado e volume de vendas. 11Comunicação integrada de marketing Após o término do período em que as ações são realizadas, um relatório final possibilita que as decisões tomadas sejam avaliadas. Isso permite que, no futuro, no próximo plano de comunicação integrada, ações mais adequadas sejam realizadas, descartando o que não deu certo e ampliando o que foi bom. Como você viu, o plano de comunicação integrada de marketing érealizado em três etapas. Essa proposta de estrutura de plano é uma das possíveis, já que cada empresa pode ter seu próprio modo de desenvolver seu plano de comunicação integrada de marketing. Nas leituras indicadas ao final do capítulo, você encontra diferentes modelos. No entanto, as etapas de pré-plano, plano e pós-plano sempre existirão na ordem que você viu aqui. 3 Comunicação integrada: realmente faz diferença? Será que realmente faz diferença planejar a comunicação de marketing de forma integrada? Como é possível reconhecer o impacto das decisões de comunicação integrada de marketing no resultado das campanhas da marca? Você pode avaliar essas questões a partir de dois pontos de vista: do público e das empresas. Veja a seguir. � Público: imagine que você está realizando suas atividades cotidianas, acessando suas mídias sociais, navegando em sites, andando de metrô ou ônibus, ou simplesmente andando em uma grande avenida. Para você, não importa se você viu determinada marca em um painel no metrô, em uma revista, em um aplicativo no seu celular ou na televisão; o que importa é que se estabelece uma conexão entre o que você deseja e o que a marca tem a oferecer. Ou seja, para o público, a relevância está no conteúdo apresentado pela marca, não necessariamente na forma como ele recebe o conteúdo. O importante é que ele tenha uma experiência positiva com a marca, seja comprando, consumindo ou se relacionando com ela por meio da comunicação. Comunicação integrada de marketing12 � Empresas: ao entender a jornada de compras do consumidor, a em- presa percebe que pode chamar a atenção em um anúncio no YouTube, oferecendo um link para que o consumidor acesse a sua página, ou pode enviar uma oferta por meio das mídias sociais e estabelecer uma conexão com uma loja física. Não importa tanto o que a empresa faz, mas como ela pode estabelecer um ponto de contato com o consumidor. Associe a esses dois aspectos a interatividade e a conectividade oferecidas hoje em dia pelas plataformas digitais. Você vai perceber que a integração da comunicação consiste na oferta de conteúdo relevante e alinhado à identidade da marca, independentemente da plataforma usada. A integração é essencial para preservar a integridade da identidade da marca. A integridade da marca e de sua mensagem ocorre quando a comunicação é coerente. Isso significa que em qualquer canal — seja na internet, no celular, no metrô ou em um anúncio de jornal, respeitando as características de cada plataforma — os conteúdos se relacionam, ou seja, o consumidor percebe a marca em cada ação com a qual tem contato. A comunicação deve ser consistente, isto é, missão, visão, valores, propó- sito, linguagem e tom de voz devem estar presentes e ser reconhecidos como pertencentes a determinada marca, produto ou serviço de forma clara, sem dúvidas. Além disso, a comunicação deve ser complementar, ou seja, cada mensagem que o consumidor recebe funciona como um pedacinho de um quebra-cabeça que, ao final, constitui a imagem de marca pretendida. Por fim, a comunicação deve ser contínua, acompanhando o consumidor e ajudando-o ao longo de sua jornada de compras. Em suma, integrar a comunicação implica pensar as mensagens que com- põem a identidade da marca a partir de quatro aspectos: coerência, consistência, complementaridade e continuidade. Veja a seguir (O QUE É..., 2018). � Coerência: as mensagens e o conteúdo, em cada um e em todos os canais, precisam se relacionar entre si e com a marca, produto ou serviço. � Consistência: todos os conteúdos devem estar alinhados e utilizar uma mesma linguagem e um mesmo tom de voz, focando ainda um mesmo sentido. � Complementaridade: cada canal e cada ponto de contato do consumidor com a marca devem veicular mensagens que se complementam, contri- buindo para a criação de uma imagem de marca completa e integrada. 13Comunicação integrada de marketing � Continuidade: as mensagens precisam ser veiculadas em uma sequência que ajude o cliente em sua jornada de compras, levando-o de uma etapa a outra (AIDA). Os resultados são perceptíveis (alguns em curto prazo, outros em médio e longo prazos). É possível observar consistentemente que a comunicação inte- grada de marketing propicia diversos benefícios. A seguir, veja os principais. � Gera-se maior efetividade nas ações e esforços de comunicação, porque o conjunto de mensagens relaciona-se entre si e envolve o consumidor de forma útil e proativa. � A identidade da marca se torna homogênea em todos os canais, sendo imediatamente reconhecida, estimulando o envolvimento e o engaja- mento do consumidor. � O consumidor sabe que pode contar com informações em cada uma das etapas do seu processo de decisão, encarando a comunicação da marca como útil e a marca como parceira, não como intrometida. � A marca se fortalece pois é coerente, consistente, contínua e comple- menta-se em cada novo canal de comunicação. � Os investimentos em comunicação são otimizados e, com isso, melhora- -se a relação custo–benefício. � A comunicação interna e a externa também se alinham, e todos falam a mesma língua, o que deixa o consumidor confiante. � As equipes dos diversos fornecedores e as equipes internas da empresa se integram e prestam um serviço melhor ao consumidor, aos clientes e aos fornecedores. Enfim, o principal motivo de integrar a comunicação é garantir que a identidade da marca seja única e que a comunicação construa, junto ao con- sumidor e a outros públicos de interesse, uma imagem coerente, íntegra e que represente efetivamente os valores que a empresa defende. Comunicação integrada de marketing14 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ANUNCIANTES (ABA). Comitê de Comissão Integrada. 10 princípios da Integração. São Paulo: ABA, 15 nov. 2014. Disponível em: http://www. aba.com.br/wp-content/uploads/content/d40eff24365405ea7f3d8c1b3e2f5e0c.pdf. Acesso em: 22 out. 2020. LONDERO, R. R. Ainda AIDA? Uma revisão histórico-crítica da hierarquia dos efeitos publicitários. Animus – Revista Interamericana de Comunicação Midiática, Santa Maria, v. 16, n. 31, 2017. Disponível em: https://core.ac.uk/download/pdf/231176844.pdf. Acesso em: 22 out. 2020. O QUE É comunicação integrada e os reais benefícios para a sua empresa? In: BLOG Partners Comunicação Pro Business. Brasília, 9 mar. 2018. Disponível em: https://www. partnerscom.com.br/blog/2018/beneficios-da-comunicacao-integrada/. Acesso em: 22 out. 2020. PINHEIRO, D.; GULLO, J. Comunicação integrada de marketing. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2013. ROCHA, M.; TREVISAN, N. M. Comunicação integrada de marketing. São Paulo: Saraiva Educação, 2018. SAAD, B. Comunicação digital e seus usos institucionais. In: KUNSCH, M. M. K. (Org.). Gestão estratégica em comunicação organizacional e relações públicas. 2. ed. São Caetano do Sul: Difusão, 2009. p. 169. SAMPAIO, R. Propaganda de A a Z: como usar a propaganda para construir marcas e empresas de sucesso. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013. SANT'ANNA, A.; ROCHA Jr., I.; GARCIA, L. F. D. Propaganda: teoria, técnica e prática. 9. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2015. Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun- cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links. 15Comunicação integrada de marketing PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO Análise SWOT Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Descrever a matriz SWOT e qual é a sua importância para o planeja- mento estratégico. Identificar em que momento realizar a análise do ambiente interno (forças e fraquezas) e como utilizar essa análise a favor da estratégia da organização. Identificar em quemomento realizar a análise do ambiente externo (oportunidades e ameaças) e como utilizar essa análise a favor da estratégia da organização. Introdução A análise SWOT (do inglês strengths, weaknesses, opportunities and threats) consiste em um elemento clássico utilizado para o desenvolvimento do planejamento estratégico das empresas. Estabelecida como um con- ceito simples e intuitivo, a matriz SWOT possibilita colocar de maneira esquemática, em uma tabela de quatro quadrantes, as forças, fraquezas, ameaças e oportunidades enumeradas pela organização. Dessa forma, os líderes podem definir como cada uma das forças podem impulsionar oportunidades e como defender-se de ameaças, bem como verificar quais fraquezas precisam de atenção, para que as oportunidades não sejam perdidas e as ameaças não influenciem de modo negativo os lucros da organização. Neste capítulo, você vai estudar sobre a análise SWOT, verificando a importância de sua matriz para o planejamento estratégico. Você também vai identificar como e em que momento realizar o estudo do ambiente interno — forças e fraquezas — e do ambiente externo — oportunidades e ameaças — da organização. Matriz SWOT No planejamento estratégico, o estudo de cenários é de extrema relevância para a sobrevivência de uma empresa — daí a importância da análise SWOT para amparar as organizações por meio do estudo das forças, fraquezas, oportuni- dades e ameaças. Conhecida no Brasil também como análise FOFA, a análise SWOT, se trata de um método utilizado para o planejamento e a gestão das organizações, independentemente do seu tamanho ou porte. A matriz SWOT surgiu na década de 1960, a partir de debates na escola de administração, onde começou-se a realizar a compatibilização entre as forças e fraquezas de uma empresa, a sua competência distintiva e as oportunidades e ameaças presentes no mercado. Em pouco tempo, a análise SWOT se tornou um dos métodos mais utilizados em investigação social, seja no desenvolvi- mento de diagnósticos, no estudo organizacional ou na elaboração de planos, conforme leciona Ulrich (2002). Na prática A Análise SWOT é uma ferramenta de apoio à organização no momento de desenvolver o planejamento estratégico. Veja em Realidade Aumentada como a matriz SWOT pode ser utilizada para analisar as atividades de uma floricultura. Aponte para o QR code ou acesse o link https://bit.ly/2JvAj7g para ver o recurso. Análise SWOT2 Atualmente, é de extrema importância a realização da avaliação do comportamento das organizações perante o mercado competitivo; para tanto, algumas ferramentas poderão auxiliar nesse processo, garantindo a elaboração de diretrizes que visem ao alcance do sucesso organizacional. Identificar as particularidades internas e externas do sistema em que uma organização se encontra se torna essencial para a tomada de decisões dos líderes, sejam eles de pequenas ou grandes organizações. A análise SWOT é uma ferramenta que propicia ao líder ou, até mesmo, ao pequeno empreendedor entender como está sua organização frente à concorrência, sendo possível, assim, conhecer e analisar o seu comportamento. Conforme Oliveira (2007), a análise SWOT é composta pelos seguintes elementos: Ponto forte — trata-se da diferenciação alcançada pela organização, sendo uma variável controlável, que oportuniza uma vantagem opera- cional no ambiente empresarial. Ponto fraco — compreende as circunstâncias inadequadas da organi- zação, sendo uma variável controlável, que propicia uma desvantagem operacional no ambiente empresarial. Oportunidade — abrange a força ambiental incontrolável pela organiza- ção, que pode beneficiar sua atividade estratégica, desde que conhecida e usufruída corretamente enquanto existente. Ameaça — trata-se da força ambiental incontrolável pela organização, que concebe obstáculos à sua atividade estratégica, podendo ou não ser evitada, caso seja identificada rapidamente. Conhecer e levar em consideração os fatores internos e externos é indis- pensável para que a organização possa visualizar a realidade em que opera, possibilitando planejar melhor o futuro almejado, conforme aponta Luecke (2009). Isso não quer dizer que tais constatações contribuam para processos efetivos — trata-se de um ritual que auxilia a organização a ser mais técnica e científica no desenvolvimento de seu planejamento ou avaliação. Atualmente, a análise dos ambientes interno e externo é um dos rituais mais utilizados pelos líderes, aparentemente por sua simplicidade de produção. 3Análise SWOT Por meio da análise SWOT, as organizações têm a possibilidade de con- trolar o seu ambiente interno. Ao constatar um ponto forte, poderá incentivá-lo para que se intensifique ainda mais; já ao verificar um ponto fraco, a empresa poderá realizar atividades para minimizá-lo. Em relação ao ambiente externo, a empresa não dispõe de controle sobre ele. Assim, deverá estar sempre alerta, monitorando-o com uma frequência alta, para que seja possível aproveitar-se das oportunidades disponíveis e esquivar-se das possíveis ameaças. Evitar as ameaças do ambiente externo nem sempre é possível, mas a empresa pode realizar um planejamento de contingência para encará-las, abafando os seus efeitos. Os líderes deverão sempre considerar as ameaças externas, já que elas sempre esta- rão presentes e poderão ocasionar problemas para a organização caso não sejam consideradas. Por isso, a análise SWOT da empresa deve estar sempre atualizada, possibilitando à organização antecipar-se aos problemas que poderão vir a acontecer, conforme leciona Manager (2009). Kotler (2005) afirma que a análise SWOT é um estudo que procura rela- cionar as forças e fraquezas internas da organização com as oportunidades e ameaças externas à empresa, de tal maneira que as suas forças sejam exaltadas e fortalecidas, suas fraquezas suavizadas, as oportunidades asseguradas e as ameaças protegidas. Trata-se, portanto, de um método que procura amparar o planejamento estratégico da organização, de maneira a possibilitar à empresa buscar oportunidades e fugir de ameaças, por meio do suporte de suas forças e fraquezas conhecidas. A Figura 1 resume e esquematiza os elementos da análise SWOT. Análise SWOT4 Figura 1. A análise SWOT consiste em uma matriz de mesmo nome que exibe um quadro contendo quatro espaços; cada espaço possui um fator importante para o planejamento estratégico da organização. A sua compo- sição deve ser realizada com base no estudo de dois ambientes: o ambiente interno da organização, que abrange as forças e fraquezas da organização, e o ambiente externo à empresa, que indica as oportunidades e ameaças. Fonte: Adaptada de Silva (2014). A matriz SWOT auxilia a organização a perceber os fatores críticos de sucesso, auxiliando no reconhecimento dos pontos fracos e fortes nos seus bens e/ou serviços, sendo capaz de originar inovações, modificações em produtos e/ou serviços, além do reconhecimento da marca, conforme apontam Feil e Heinrichs (2012). 5Análise SWOT A análise SWOT é um método relativamente simples de detalhamento que busca posicionar ou verificar a posição estratégica de uma certa organização no seu ramo de atuação. Devido à sua simplicidade e abrangência metodológica, essa análise pode ser utilizada para realizar qualquer tipo de estudo de cenário ou ambiente, desde a criação de uma pequena organização à administração de uma multinacional. No link abaixo, você pode conferir exemplos de análises SWOT. https://goo.gl/myDEpE O funcionamento da matriz SWOT é simples e possibilita a integração entre os líderes de vários setores distintos da empresa, sendo eles induzidos a reconhecer e solucionar questões que podem dificultar o desenvolvimento e o crescimento da organização, conforme lecionam Valim, Guidinelli e Gonçalves (2009). Segundo Santos (2006), a matriz SWOT proporciona aos líderes a identificação das fraquezas e oportunidades da organização em que trabalham;por meio desse estudo, é possível fazer com que a organização continue no mercado com um diferencial em relação à concorrência. O planejamento estratégico de uma organização necessita sempre levar em consideração a análise SWOT, inclusive como uma forma de direcionar o seu comportamento interno e externo. A matriz SWOT proporciona os seguintes benefícios à organização: auxilia na identificação de possíveis circunstâncias negativas e faz com que a empresa consiga resolvê-las antes de aumentarem ainda mais; ajuda na visualização de oportunidades que poderiam passar desper- cebidas caso o líder não estivesse alerta; auxilia os líderes a realizarem uma reflexão sobre os pontos da orga- nização que muitas vezes não possuem tempo de realizar; prevê possíveis ameaças; auxilia a elaborar planos de contingência. Análise SWOT6 Enfim, a utilização correta desse instrumento colabora para a evolução e o desenvolvimento da organização. A análise SWOT é um estudo bastante subjetivo, pois parte da proposta de reconhecer os aspectos negativos da empresa e transformá-los em positivos. Assim, deve-se considerar que um dos critérios para um estudo eficiente e eficaz é que ele seja específico, isto é, tenha uma orientação clara e objetiva, seja para a área financeira, de recursos humanos, de marketing, etc. Ambiente interno: forças e fraquezas O ambiente interno consiste no cenário em que os líderes conseguem entender, controlar e administrar as forças e fraquezas. Nesse ambiente estão presentes elementos que pertencem à organização, sendo, assim, de fácil intervenção, caso seja necessário; ele abrange vendas, tecnologias, fi liais, investimentos, máquinas, cultura organizacional, etc. Essas forças e fraquezas deverão ser analisadas constantemente, já que as circunstâncias se alteram rapidamente. A análise interna pode ser realizada a qualquer momento, seja na abertura de uma nova empresa ou filial, no desenvolvimento de um novo projeto ou, simplesmente, para conhecer e elaborar estratégias para vencer as adversidades atuais. Esse estudo auxilia potencialmente o planejamento estratégico, opor- tunizando à organização desenvolver estratégias de acordo com sua realidade, conforme descrito no blog Egestor (ANÁLISE..., 2018). Veja, no Quadro 1, no que consistem as forças e fraquezas do ambiente interno que impactam o dia a dia das organizações. 7Análise SWOT Fonte: Adaptado de Análise... (2018). Forças São elementos que concebem à organização destaque diante das demais. Trazem benefícios para a empresa e estão sob controle dos empreendedores e líderes. Exemplos de forças: marca consolidada no mercado, instituição de ensino com professores altamente qualificados, clínica médica com os equipamentos mais modernos do mercado, empresa de tecnologia com uma equipe muito unida, escola de inglês com uma boa quantidade de ativos, supermercado com um modelo de cobrança eficaz, agropecuária com um bom relacionamento estratégico. Fraquezas Trata-se dos pontos fracos de uma empresa, ou seja, tudo o que atrapalha seu crescimento, necessitando ser amenizado. Apesar de a empresa conseguir controlar tais aspectos, as fraquezas dificultam a realização da missão da organização. Exemplos de fraquezas: falta de insumos, itens perecíveis, dificuldade no processo de entrega, equipe pouco qualificada, tecnologia ultrapassada. Uma empresa que realiza a venda de produtos perecíveis e está longe dos indivíduos que compram esse item possui uma fraqueza, assim como as organizações que trabalham com construção civil e têm máquinas desgastadas. Existem soluções para essas questões, mas muitas vezes estas são adiadas, seja por falta de dinheiro ou planejamento. Quadro 1. Análise do ambiente interno Lopes ([2016]) comenta que o local onde se encontram as fraquezas na ma- triz SWOT é o quadrante superior direito. Nele, devem ser incluídos os pontos fracos da organização, ou seja, os elementos em que ela deveria melhorar. É de extrema relevância que os líderes percebam as limitações da organização e busquem maneiras de solucionar esses problemas. Já o espaço destinado à força é o quadrante superior esquerdo da matriz. Esse quadrante deve apresentar as potencialidades da organização, ou seja, os pontos em que ela mais se destaca. Essa identificação é relevante para que sejam desenvolvidas formas de se explorar ao máximo o potencial que a empresa possui. Por exemplo, no caso de uma organização que realiza a venda de vários itens, e um deles destaca-se em vendas, esse produto pode ser considerado como uma força e ser explorado mais, no intuito de mantê-lo sempre em alta. Análise SWOT8 Chiavenato e Sapiro (2003) apontam que os elementos a serem averiguados no ambiente interno são: condicionamento competitivo que gera barreiras à entrada de novos competidores, recursos financeiros, liderança e imagem de mercado, competência, entre outros. Marques (2012) afirma que os pontos fortes e fracos de uma empresa são o seu perfil de ativos e as qualificações em relação à concorrência, incluindo recursos financeiros, identificação de marca, postura tecnológica, etc. Em resumo, as habilidades e os recursos que a organização possui para explorar as oportunidades e minimizar as ameaças são chamados de forças; já as deficiências que dificultam a capacidade de desempenho da empresa e precisam ser superadas para evitar problemas no mercado são conhecidas como fraquezas, conforme lecionam Matos, matos e Almeida (2007). Ferrel e Hartline (2009) afirmam que a existência de forças e fraquezas se deve aos recursos que a organização possui ou não e à natureza de seus relacionamentos com clientes, colaboradores ou organizações exteriores. Os pontos fortes e fracos da organização são elementos que a posicionam em vantagem ou desvantagem em relação aos seus concorrentes. Devido a isso, embora a análise interna estude o interior da empresa, é indispensável que os líderes estejam atentos às atividades desempenhadas pelos concorrentes. Não esqueça que sobre esses elementos a empresa possui controle, diferentemente da análise externa. Para suprimir um ponto fraco ou aprimorar um ponto forte, a própria empresa pode agir. Pode ser uma tarefa difícil, mas a empresa consegue controlar esses aspectos. Ambiente externo: oportunidades e ameaças O ambiente externo compreende fatores que a empresa não consegue controlar, diferentemente do ambiente interno. Nesse ambiente estão presentes elementos como juros, legislação, crises econômicas, câmbio, desastres naturais, clima, etc. Barney e Hesterly (2009) afirmam que o ambiente externo é constituído por elementos que existem fora dos limites da empresa, mas que, de alguma maneira, influenciam sobre ela. Esse ambiente é incontrolável; entretanto, deve ser monitorado continuamente, pois constitui um pilar indispensável para a elaboração do planejamento estratégico. 9Análise SWOT Veja, no Quadro 2, no que consistem as oportunidades e ameaças do ambiente externo que impactam o dia a dia das organizações. Fonte: Adaptado de Análise... (2018). Oportunidades Referem-se a um cenário positivo para a organização. Por exemplo, uma rede de hotéis é beneficiada com um grande evento (olimpíadas, copa do mundo, convenções, etc.) no país, estado ou cidade em que desempenha as suas atividades. Outro exemplo é uma organização que presta serviços de exportação ser é favorecida pelas taxas de câmbio elevadas. As leis que favorecem a organização, o lançamento de bens e/ou serviços complementares e, o acesso a novas tecnologias também poderão gerar vantagens para a empresa. Apesar de não ser possível controlar esses elementos, a organização poderá planejar-se e preparar-se para usufruir das oportunidades. Ameaças Esse cenário não é benéfico para a organização, ocasionando diversos problemas caso não seja contornado. Por exemplo, uma rede de hotéis na praia no decorrer de uma temporada de mau tempo (chuvas, temporais), ouuma organização que tem o valor de seu principal insumo elevado por forças incontroláveis. A escassez de mão de obra qualificada, a entrada de novas empresas concorrentes no mercado e as mudanças na lei são outros exemplos possíveis de ameaças. Acima de tudo, os líderes ou empreendedores não deverão ter medo dessas ameaças, e sim prevê-las e contorná-las da melhor maneira possível, conforme aponta Egestor (2018). Quadro 2. Análise do ambiente externo O ambiente externo abrange o estudo das forças macroambientais (po- líticas, legais, demográficas, econômicas, sociais e culturais) e dos aspectos microambientais (canais de distribuição, fornecedores, consumidores, con- correntes). Por meio desses estudos, as oportunidades e ameaças poderão ser identificadas. As oportunidades e ameaças estão no ambiente externo da organização, diferentemente das forças e fraquezas, que estão presentes nos ambientes econômico, competitivo, político, etc., conforme apontam Ferrel e Hartline (2009). Análise SWOT10 Conforme resume Calaes, Villas Bôas e Gonzales (2006), as oportunidades são acontecimentos externos ou possíveis ocorrências, atuais ou potencias, que podem colaborar para a realização dos objetivos estratégicos. Já as ameaças são os acontecimentos externos ou possíveis ocorrências, atuais ou potencias, que podem atrapalhar o andamento de objetivos estratégicos. Dessa maneira, por meio desse acompanhamento, será possível visualizar em tempo hábil as oportunidades e ameaças que se evidenciam. Considerando que os fatores externos agem de maneira homogênea sobre as organizações que desempenham suas atividades em um mesmo mercado-alvo, somente aquelas que conseguirem reconhecer as mudanças e forem ágeis para se ajustar é que conseguirão aproveitar-se das oportunidades e menos estragos sofrerão com as ameaças, conforme lecionam Barney e Hesterly (2009). Marques (2012) afirma que as ameaças e oportunidades das empresas representam o meio competitivo, com os seus consequentes riscos e potenciais recompensas. As expectativas dos indivíduos refletem o impacto sobre a organização de elementos como os interesses sociais, a política governamental, etc. Esses pontos precisam ser examinados antes de uma organização criar um conjunto realista e praticável de objetivos e políticas. A chave do sucesso da organização é a competência dos líderes ou da administração em reconhecer as principais carências de cada um dos fatores ambientais, criando algum equilíbrio entre eles e colocando em prática diversas estratégias que a permitam beneficiar-se desses fatores. Lembre-se de que o atual ambiente de negócios no qual as organizações estão introduzidas é marcado pela ampla disputa, pela ininterrupta procura, pela baixa dos custos, pelo aumento da produtividade e pelo foco em resultados. Assim, as orga- nizações necessitam ir atrás de maiores informações para assegurarem seu retorno de investimento. Diante disso, percebe-se que as organizações mais frágeis não resistem a essas condições por um período prolongado, enquanto as organizações mais competitivas estão constantemente criando e aprimorando novas capacidades e vantagens competitivas, conforme leciona Porter (2004). 11Análise SWOT Quantas vezes vimos empresas fecharem as suas portas devido a decisões estratégicas tomadas informalmente? Imagine que um pequeno empresário resolveu realizar a venda de produtos importados dos Estados Unidos. Entretanto, poucos meses depois, o dólar subiu absurdamente. Em vez de a empresa crescer, agora luta pela sobrevivência. Se esse empreendedor tivesse realizado a análise SWOT, de repente não estaria passando por tal situação. ANÁLISE SWOT (FOFA): como fazer e qual a sua importância? Blog Egestor, 7 mai. 2018. Disponível em: <https://blog.egestor.com.br/como-desenvolver-uma-analise-swot- -fofa/>. Acesso em: 23 out. 2018. BARNEY, J. B.; HESTERLY, W. S. 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São Paulo: Atlas, 2000. 13Análise SWOT PLANEJAMENTO PUBLICITÁRIO Fernanda Lery Pereira Constante Diagnóstico de comunicação Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: � Identificar o processo de diagnóstico de comunicação como uma ferramenta de percepção da comunicação organizacional. � Descrever as etapas de um planejamento. � Relacionar os diferentes tipos de planejamento publicitário. Introdução O ato de planejar está mais presente em nossas vidas do que podemos imaginar, sendo essencial para diversas situações do nosso dia a dia, tanto pessoal quanto profissionalmente. No âmbito corporativo, o planejamento publicitário aumenta as chances de sucesso no atingimento dos objetivos organizacionais, sejam eles relacionados com o aumento do volume de vendas, a captação de clientes ou a defesa dos ideais da empresa. O planejamento publicitário permite o direcionamento da campanha a partir de informações a respeito do cliente, do mercado, do público-alvo e das metas e dos objetivos da organização. Neste capítulo, você estudará
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