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INSTITUTO DE FORMAҪÃO DE PROFESSORES DE CHICUQUE Disciplina: Psicologia de Aprendizagem 1. Conceito de Psicologia Psicologia é uma ciência que estuda o comportamento do Homem. A Psicologia em outras abordagens versa pelo estudo da conduta humana e animal, esta que é o conjunto de actos através dos quais o indivíduo tenta um equilíbrio entre as suas próprias necessidades e as exigências do meio. Em suma, a Psicologia de uma forma ampla pode ser definida como o estudo da mente, do comportamento, da experiência humana ou da vida mental, isto é, foca-se em fatos que podem ser comprovados cientificamente, pois a mesma é embasada principalmente pela ciência. Para melhor compreender o que isso significa lá vai um breve conceito de ciência: A ciência é composta por um objeto de estudo que é rigorosamente testado para que haja a comprovação de algo e se necessário a reprodução da experiência, as conclusões dessa experiência devem ser passíveis de verificação e não podem conter emoções. 1. 1 Objecto de estudo da Psicologia No estudo da Psicologia, segundo Watson, sublinha-se o comportamento observável e não observável do Homem, em diferentes fases do seu desenvolvimento, isto é, o Humano em todas as suas manifestações comportamentais, quer a nível individual e social. 1. 2 Surgimento da Psicologia como Ciência Com o surgimento dos laboratórios em 1879, delimita-se um campo específico de fenómenos e cria-se condições metodológicas para a sua investigação e estudo sistemático, dando lugar ao surgimento da Psicologia como ciência independente da Filosofia. Wundt é considerado o pai da Psicologia pelo facto de ter criado o laboratório onde as investigações da Psicologia foram levadas à prova. Assim, ele define cientificamente a Psicologia como ``ciência da sensação ou experiência imediata que toma como ponto de partida a fisiologia’’. 1. Métodos do estudo da Psicologia São vias ou conjunto de procedimentos utilizados para descobrir e resolver um problema concreto a partir dos conhecimentos existentes. Existem vários métodos para o estudo e investigação da Psicologia como ciência. Os principais são: experimentação; observação; questionário e entrevista. 2.1.Observação É o metodo segundo o qual o investigador se serve para a recolha de dados baseando-se na verificação do objecto de estudo. Este método, exige muito cuidado, por isso, é necessário que a observação seja sistemática e planificada para que os resultados sejam fiáveis e científicos. A observação pode ser directa ou indirecta. Directa - os sujeitos de estudo, são observados quando se envolvem no comportamento ou na actividade. Indirecta - os sujeitos são convidados a observar o comportamento de terceiros, o observado, a sua reacção de comportamento em relação áqueles que estão a observar. A observação pode ser aberta ou fechada: Aberta - o investigador observa o comportamento no qual está interessado e Fechada - quando a observação é dirigida para um certo comportamento. Na observação recomenda-se a observação natural, em que uma pessoa é estudada sem influência de outros factores. Vantagens e desvantagens da observação Ao fazer observações científicas nos confrontamos com dois problemas basicos que ameaçam a validade ou integridade das observações: . Um problema tem a ver com o foco do comportamento a observar ﴾ observaçao focada﴿. Precisamos escolher os comportamentos essenciais para os problemas que estudamos. . O segundo problema tem a ver com a reacção do observado por estar a ser observado ﴾ reactividade﴿, apresenta entraves na condução de qualquer tipo de investigação. Não ha como empregar métodos com maior controlo das observações. E útil apenas para definir a área do problema e propor questões interessantes para um estudo mais controlado por outros meios. Esta é simples descritiva e não nos permite avaliar a relação entre os enventos, ela pode produzir dados deficientes. 2.2 Experimentação É um método que consiste na utilização de variáveis sob cuidadas condições de controlo e que o resultado é obtido pela manipulação dessas variáveis. Variáveis são os padrões estabelecidos para garantir a experiência. Essas variáveis podem ser dependentes, independentes e de controle. Este método apresenta-se como o mais científico entre todos os métodos existentes. O seu objectivo principal é determinar a cáusa e efeito do comportamento humano. 2.3 Entrevista È um procedimento metodológico, utilizado pela psicologia, visando a recolha de dados sobre os aspectos comportamentais e da vida do individuo. Na entrevista, o psicólogo, penetra na vida pessoal do indivíduo, busca no indivíduo informações que as poderá usar como subsídio para ajudar a perceber a situação. Ela só pode ser conduzida pelo profissional, exige muito tempo, diálo e frente em frente. 2.4 Questionário È o guião no qual o profissional elabora e segue durante e recolha de dados. No questionário, as perguntas devem estar sequenciadas com vista a garantir respostas completas e conteúdo certo. O guião é elaborado recorrendo á linguagem clara e se possível entregue antecipadamente ao entrevistado. 2. Abordagens da Psicologia contemporânea 2.1. Behaviorismo é uma teoria psicológica que objetiva estudar a psicologia através da observação do comportamento, com embasamento em metodologia objetiva e científica fundamentada na comprovação experimental, e não através de conceitos subjetivos e teóricos da mente como sensação, percepção, emoção e sentimentos. O nome Behaviorismo tem origem no termo em inglês Behavior, que significa comportamento. O Behaviorismo, também chamado de Comportamentismo ou Comportamentalismo, tem como objeto de estudo o comportamento. Essa teoria psicológica defende que a psicologia humana ou animal pode ser objetivamente estudada por meio de observação de suas ações, ou seja, observando o comportamento. Os Behavioristas acreditam que todos os comportamentos são resultados de experiência e condicionamentos. As figuras influentes do Behaviorismo incluem os psicólogos John B. Watson e B.F. Skinner, que estão associados ao condicionamento clássico e ao condicionamento operante, respectivamente. O Behaviorismo estuda o comportamento de forma direta, com base no ambiente e no condicionamento em que vive o indivíduo ou animal. Behaviorismo na educação Na educação, a teoria comportamental de Watson defende que o comportamento do indivíduo pode ser moldado e ajustado, capaz de fazer com que uma criança tivesse determinada formação de caráter ou exercesse qualquer profissão que escolhessem para ela, por exemplo. No âmbito da educação, o behaviorismo remete para uma alteração do comportamento dos elementos envolvidos no processo de aprendizagem, sendo que essa mudança nos professores e alunos poderia melhorar a aprendizagem. Para Watson, a educação é um importante elemento capaz de transformar a conduta de indivíduos. Além disso, Watson acreditava que com os estímulos específicos, era possível "transformar" e "moldar" o comportamento de uma criança, para que ela pudesse exercer qualquer profissão por ele escolhida. 2.2. Psicanálise Trata-se de uma abordagem que trabalha profundamente o inconsciente, responsável pelas nossas atitudes que temos “em modo automático”. Essas podem chegar a desafiar a lógica e o bom senso. Etimologicamente, o termo psicanálise é uma referência ao grego psyche, que literalmente significa “respiração” ou “sopro”, mas que possui um conceito mais complexo, relacionado com as ideias modernas do que seria o espírito, o ego e a alma das pessoas. A teoria da psicanálise, também conhecida por “teoria da alma”, foi criada pelo neurologista austríaco Sigmund Freud (1856 – 1939). De acordo com Freud, grande parte dos processos psíquicos da mente humana estão em estado de inconsciência, sendo estes dominados pelos desejos sexuais. O objeto de estudo da psicanálise concentra-se na relação entre os desejos inconscientes e os comportamentos e sentimentos vividos pelas pessoas. Para exemplificar, pense em todas as vezes que você disse“a partir de amanhã não vou mais fazer X coisa” e se pegou repetindo o comportamento sem perceber.Ou quando falou algo que não queria e emendou um “é brincadeira” no fim para não parecer rude. O inconsciente é responsável por isso. O inconsciente é a chave da psicanálise Freud descobriu que muitos comportamentos conscientes são influenciados por forças inconscientes, como memórias, impulsos e desejos reprimidos.Estes podem ser desagradáveis ou inaceitáveis socialmente, pois podem causar sofrimento e brigas. Por exemplo, quando um indivíduo é vítima de um comportamento grosseiro no trabalho, ele sente raiva e vontade de retrucar ou até de agredir o outro fisicamente. Em sua mente, cria cenários fantasiosos nos quais pode responder com grosseria para compensar as emoções negativas geradas pelo ocorrido. Porém, não é possível agir conforme deseja, pois isso acarretará em diversas consequências negativas que poderão prejudicar a carreira. Mesmo assim, algum dia, ele poderá transformar a fantasia em realidade “sem querer”, motivado por desejos inconscientes. Tudo o que está armazenado em nosso inconsciente afeta as nossas vidas. O modo como pensamos, agimos e expressamos opiniões é resultado de uma memória, crença ou desejo que não está na superfície do psiquismo. Por isso, podemos entrar em conflito conosco ou com pessoas sem compreender exatamente a razão. Na psicanálise freudiana, o ego é a parte do sistema psíquico que lida diretamente com a realidade. Embora seja visto como um vilão por aí, o ego é o mediador entre os impulsos do id e as exigências do superego. Ele nos ajuda a ter um comportamento realista e aceitável de acordo com as demandas da sociedade. Basicamente, o ego regula o nosso desejo de apenas satisfazer as nossas necessidades primitivas e alimentar paixões. O id armazena os desejos inconscientes, os quais não são totalmente lógicos e às vezes não seguem as regras estabelecidas pela sociedade. É o ego que coordena o que o id pode ou não fazer, permitindo ou inibindo a sua satisfação. Enfim, o superpego é o aspecto final da personalidade. Contém nossos valores e ideias bem como as lições aprendidas com os pais e com a sociedade. É uma espécie de juiz que determina o comportamento de acordo com esses aspectos morais. Quando muito severo, o superego anula as escolhas do ego e causa conflito psíquico. 2.3. Gestalt Gestalt, Gestaltismo ou Psicologia da Forma é uma doutrina da psicologia baseada na ideia da compreensão da totalidade para que haja a percepção das partes. Gestalt é uma palavra de origem germânica, com uma tradução aproximada de “forma” ou “figura”. De acordo com o psicólogo austríaco Christian von Ehrenfels, a percepção humana é formada a partir da junção de duas características das formas: as sensíveis (relativo ao objeto em si) e as formais (os ideais e visões de mundo particulares de cada indivíduo). Leis da Gestalt Essas leis foram estabelecidas a partir da observação do comportamento do cérebro ao longo do processo de percepção das formas e imagens. As Leis Básicas da Gestalt são: Semelhança, Proximidade, Continuidade, Pregnância, Fechamento e Unidade. · Lei da Semelhança: imagens similares tendem a se agruparem entre si, de acordo com a percepção da mente humana. · Lei da Proximidade: elementos próximos tendem a se agrupar, formando imagens únicas. · Lei da Continuidade: pontos que são conectados pelo formato de uma reta ou curva, transmitem a sensação de haver uma única linha que os ligam. · Lei da Pregnância (Lei da Simplicidade): os elementos presentes em determinado ambiente são vistos da forma mais simples possível, isto para que haja a rápida assimilação do ambiente ou do elemento. · Lei do Fechamento: elementos que aparentam se completar são interpretados como um objeto completo. · Lei da Unidade (Lei da Unificação): espaços vazios de imagens abstratas são preenchidos instintivamente para que sejam compreendidas pela menta humana. 2.4. Humanismo É a perspectiva da psicologia que apoia a crença de que os seres humanos, como indivíduos, são seres únicos e devem ser reconhecidos e tratados como tal. A psicologia humanista enfatiza os conceitos como livre-arbítrio e a auto-realização. Em vez de se concentrar na disfunção, a psicologia humanista se esforça para ajudar as pessoas a realizar seu potencial e maximizar seu bem-estar. No humanismo, o indivíduo é visto como um ser holístico. Ou seja, como um todo, seu corpo, mente, espírito e emoções. O ser humano é considerado um ser único, com sua psique naturalmente saudável e como um indivíduo bom. As pessoas são seres ativos e capazes de se desenvolverem, em busca da sua autorrealização. Abraham Maslow, considerado o pai da psicologia Humanista O que é a hierarquia da necessidade de Abraham Maslow? A teoria da motivação humana, mais conhecida como hierarquia de necessidades de Maslow ou pirâmide de Maslow, é considerada a base da compreensão da motivação humana. A teoria da motivação humana afirma que cada pessoa possui um conjunto de necessidades básicas que devem ser atendidas. Essas atividades englobam: biológica e psicológica, segurança, pertencimento e amor, auto-estima e auto-realização. Uma vez satisfeitas as necessidades básicas de um indivíduo, tais como ter abrigo ou sentir-se amado, ele é capaz de se concentrar em suas necessidades de ordem superior, como a realização e a auto-estima. Outras pesquisas expandiram as necessidades originais identificadas por Maslow para incluir três níveis adicionais - cognitivo, estético e transcendência. A hierarquia de necessidades de Maslow é organizada em uma pirâmide, como a imagem abaixo. Pirâmide de Maslow. As necessidades básicas estão na base da pirâmide. À medida que as pessoas atendem às suas necessidades em cada nível, elas são capazes de atender às necessidades mais complexas e trabalham mais perto da auto-realização e do alcance de todo o seu potencial. 3. Campos da Psicologia e sua aplicação 3.1. Psicologia Educacional Um dos papéis da escola é atuar como guia na construção do caráter de seus alunos, na edificação de sua cidadania e no desenvolvimento de habilidades e competências socioemocionais essenciais para a convivência em sociedade. Afinal, a educação é um processo que ocorre em duas frentes: uma delas no âmbito familiar e a outra na instituição de ensino. Nesse contexto, o psicólogo é indispensável para auxiliar na elaboração do plano pedagógico e na construção do processo educacional de todo o corpo discente. Além disso, esse profissional ajuda o corpo docente, que necessita de apoio especializado durante o exercício de sua profissão. Isso ocorre principalmente em relação a casos específicos que envolvem necessidades especiais por parte dos estudantes e seus familiares. 3.2. Psicologia Clínica e Hospitalar Esse é o psicólogo clássico, ou seja, o profissional que atua realizando consultas diversas aos pacientes em centros de saúde, clínicas particulares, Unidades Básicas de Saúde (UBSs), hospitais e muito mais. A atuação desse sujeito é muito ampla e há, aqui, uma grande possibilidade de especializações e aperfeiçoamentos. Esse tipo de profissional é importante para garantir que a saúde mental e psicológica da população seja sempre preservada. No campo hospitalar, ele também é fundamental a outros profissionais da saúde, como enfermeiros e médicos, a fim de que estejam em dia com a gestão de seu lado emocional. 4.3. Psicologia Social O psicólogo social é um profissional muito relevante, especialmente em meio ao contexto em que vivemos atualmente. Cada vez mais pessoas têm problemas como a depressão que, infelizmente, muitas vezes não são diagnosticadas em virtude da falta de profissionais qualificados para buscar esse tipo de resposta com o paciente. A Psicologia Social é a área que atende àqueles indivíduos que mais se encontram em situação de vulnerabilidade, como idosos, pessoas de baixa renda, gestantes, mulheres, crianças e usuários de drogas. A elaboração de medidas para a melhora da qualidade de vida desses grupos, normalmentemarginalizados, é um dos pilares dessa profissão. 4.4. Psicopedagogia Algumas pessoas, especialmente crianças e adolescentes, têm sérias dificuldades de aprendizagem, as quais podem ser resultado de questões emocionais ou fisiológicas. Então, o psicopedagogo busca a compreensão dos inúmeros fatores envolvidos nos problemas de aprendizagem e concentra-se em resolvê-los. Alguns sintomas de dificuldades de aprendizagem são: · baixo nível de aprendizagem da linguagem, articulação das palavras, leitura e escrita; · troca de letras ou “comer as palavras”; · incapacidade de construir imagens nítidas de fonemas, sílabas e palavras; · fraco desempenho escolar; · dificuldade em adotar bons hábitos de estudo; · desorganização excessiva. 4.5. Psicologia geral é o estudo dos processos mentais e das formas de comportamento comuns a todos os seres humanos. Essa área da psicologia estuda: os processos de aprendizagem (psicologia da aprendizagem); as emoções/afetos; os pensamentos,a memória, a cognição e os processos de resolução de problemas, a motivação e os processos de tomada de decisão, a linguagem (psicolinguística), e a percepção; 5. Objectivos da Psicologia Educacional A psicologia da educação leva em consideração aspectos que viabilizam uma melhor aprendizagem. Entendendo o meio ao qual se insere o indivíduo, nesse aspecto leva-se em conta sua cultura e as relações entre os outros, e também o próprio individuo em si. A escola tem um papel formador e passa conhecimentos não só científicos, tem-se também o objetivo de formar o indivíduo como ser humano que vive em sociedade. A psicologia da aprendizagem em consideração para a formação do ser, o que este tem a sua volta o que torna a aprendizagem mais eficaz. Os principais objetivos passam então pela prevenção das problemáticas assim como intervenção quando necessário, no sentido de minimização da intensidade dos sintomas e até mesmo a sua resolução. O papel do psicólogo educacional no contexto escolar é fundamental dado que, a escola representa um conjunto de dificuldades para as nossas crianças e jovens que merecem toda a atenção, uma vez que são um fator de inibição que pode ser prevenido com a ajuda do profissional. Do mesmo modo torna-se também fundamental a intervenção em todos os contextos que tenham relação com o meio escolar (família, amigos, professores) que acaba por ter um papel fulcral na consolidação dos resultados pretendidos.
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