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Aula 03 Assuntos Complementares de Engenharia Civil p/ TJ-MS (Analista - Engenharia Civil) Professor: Marcus Campiteli 36143141894 - Gabrielle Almeida Assuntos Complementares ʹ TJ-MS/2017 Teoria e Questões Comentadas Profs. Marcus V. Campiteli e Fábio Amorim ʹ Aula 3 Prof. Marcus V. Campiteli www.estrategiaconcursos.com.br Página 1 de 102 Prof. Fábio Amorim AULA 3: DRENAGEM SUMÁRIO PÁGINA 1. Estudos Hidrológicos 3 1.1 Tempo de Recorrência 4 1.2 Tempo de Concentração 7 1.3 Precipitação de projeto 9 1.4 Determinação das descargas das bacias 10 1.4.1 Método racional 10 1.4.2 Método Racional Corrigido 13 1.4.3 Método do Hidrograma Unitário Triangular (HUT) 13 2. Dispositivos de Drenagem 15 2.1 Drenagem de Transposição de Talvegues 15 2.1.1 Bueiros 16 2.1.1.1 Classificação dos bueiros 18 2.1.1.2 Projeto e Dimensionamento 23 2.2 Drenagem Superficial 30 2.2.1 Valeta de Proteção de Corte 32 2.2.2 Valeta de Proteção de Aterro 35 2.2.3 Sarjetas de Corte 37 2.2.4 Sarjetas de Aterro 42 2.2.5 Valeta do Canteiro Central 44 2.2.6 Descida d’água 45 2.2.7 Saída d’água 47 36143141894 - Gabrielle Almeida Assuntos Complementares ʹ TJ-MS/2017 Teoria e Questões Comentadas Profs. Marcus V. Campiteli e Fábio Amorim ʹ Aula 3 Prof. Marcus V. Campiteli www.estrategiaconcursos.com.br Página 2 de 102 Prof. Fábio Amorim 2.2.8 Caixas Coletoras 48 2.2.9 Bueiros de Greide 51 2.2.10 Bacias de Amortecimento 52 2.2.11 Corta-rios 54 2.3 Drenagem Profunda 54 2.3.1 Drenos Profundos 56 2.3.2 Drenos em Espinhas de Peixe 63 2.3.3 Colchão Drenante 65 2.3.4 Drenos Sub-horizontais 65 2.3.5 Valetões Laterais 66 2.3.6 Drenos Verticais 67 2.4 Drenagem do Pavimento 70 3. Execução de Serviços de Drenagem 72 4. Questões Comentadas 80 5. Lista de questões apresentadas nesta aula 94 6. Gabarito 102 7. Referências Bibliográficas 102 36143141894 - Gabrielle Almeida Assuntos Complementares ʹ TJ-MS/2017 Teoria e Questões Comentadas Profs. Marcus V. Campiteli e Fábio Amorim ʹ Aula 3 Prof. Marcus V. Campiteli www.estrategiaconcursos.com.br Página 3 de 102 Prof. Fábio Amorim 1. Estudos Hidrológicos Para a elaboração de um projeto de drenagem rodoviária, é de suma importância a realização dos estudos hidrológicos da região onde a rodovia será implantada. Os estudos hidrológicos têm por objetivo: coletar os dados hidrológicos e definir as vazões das bacias de contribuição1 para os diversos dispositivos de drenagem da rodovia. Bacia de contribuição Com os estudos hidrológicos, busca-se obter as precipitações mais severas ocorridas ao longo dos anos, e a intensidade das chuvas mais críticas, as quais serão submetidas os dispositivos de drenagem da rodovia. A partir dessas informações torna-se possível calcular a vazão a ser recebida por cada dispositivo de drenagem a ser implantado na rodovia. 1 Área geográfica coletora de água de chuva que, escoando pela superfície do solo, atinge uma saída onde toda a vazão efluente é descarregada. 36143141894 - Gabrielle Almeida ==c58da== Assuntos Complementares ʹ TJ-MS/2017 Teoria e Questões Comentadas Profs. Marcus V. Campiteli e Fábio Amorim ʹ Aula 3 Prof. Marcus V. Campiteli www.estrategiaconcursos.com.br Página 4 de 102 Prof. Fábio Amorim Iremos ver adiante os principais conceitos e variáveis a respeito desses estudos hidrológicos. 1.1. Tempo de Recorrência Tempo de recorrência, ou período de recorrência, ou tempo de retorno, é o espaço de tempo, em anos, onde provavelmente ocorrerá uma precipitação de grande magnitude, pelo menos uma vez. O tempo de recorrência de uma obra está relacionado a sua importância. Ou seja, quanto mais importante a obra, maior deverá ser a segurança dessa obra contra chuvas de elevada magnitude, e, assim, maior deve ser o seu tempo de recorrência. Sendo assim, com o tempo de recorrência maior, o risco de falhas no sistema de drenagem para essas obras mais importantes tende a ser menor. Em outras palavras, podemos dizer que o tempo de recorrência "T" está relacionado ao grau de proteção a ser conferido à obra, quanto a precipitações de elevada magnitude que ocorrem a cada “T” anos. Além disso, vale destacar que, dentro de uma mesma obra, os tempos de recorrência serão diferentes a depender do dispositivo de drenagem projetado. Por exemplo, um bueiro de rodovia com capacidade de vazão insuficiente pode causar a erosão dos taludes junto à boca de jusante, ruptura do aterro por transbordamento das águas, ou inundação de áreas a montante. 36143141894 - Gabrielle Almeida Assuntos Complementares ʹ TJ-MS/2017 Teoria e Questões Comentadas Profs. Marcus V. Campiteli e Fábio Amorim ʹ Aula 3 Prof. Marcus V. Campiteli www.estrategiaconcursos.com.br Página 5 de 102 Prof. Fábio Amorim Danos causados pelo rompimento de um bueiro No caso de canal ou galeria de drenagem urbana, estes danos serão maiores, pois causam a interrupção do trânsito, mesmo temporariamente, e danos em imóveis residenciais ou nas mercadorias dos estabelecimentos comerciais. Enchentes em canais urbanos 36143141894 - Gabrielle Almeida Assuntos Complementares ʹ TJ-MS/2017 Teoria e Questões Comentadas Profs. Marcus V. Campiteli e Fábio Amorim ʹ Aula 3 Prof. Marcus V. Campiteli www.estrategiaconcursos.com.br Página 6 de 102 Prof. Fábio Amorim No caso da insuficiência de vazão em seções de pontes, visto que abrangem cursos d’água com maior vazão, em geral os danos são muito significativos podendo ocorrer a destruição da estrutura ou a ruptura dos aterros contíguos, proporcionando uma interrupção do tráfego, muito mais séria, exigindo obras de recomposição mais vultuosas e demoradas. Sendo assim, a escolha dos tempos de recorrência será determinada por meio de análises técnico-econômicas, e deverá abranger: Tipo, importância e segurança da obra; Classe da rodovia; Estimativa de custos de restauração na hipótese de destruição; Estimativa de outros prejuízos resultantes de ocorrência de descargas maiores que as de projeto; Comparativo de custo entre a obra para diferentes tempos de recorrência; Risco para as vidas humanas em face de acidentes provocados pela destruição da obra. Ressalta-se, por fim, que o tempo de recorrência de projeto deve ser analisado em cada caso particular. Em linhas gerais são adotados pelo DNIT os seguintes valores usuais: Espécie Período de recorrência (anos) Drenagem superficial 5 a 10 Drenagem subsuperficial 10 Bueiros Tubulares 15 (como canal) 25 (como orifício) Bueiro Celular 25 (como canal) 50 (como orifício) Pontilhão 50 Ponte 100 36143141894 - Gabrielle Almeida Assuntos Complementares ʹ TJ-MS/2017 Teoria e Questões Comentadas Profs. Marcus V. Campiteli e Fábio Amorim ʹ Aula 3 Prof. Marcus V. Campiteli www.estrategiaconcursos.com.br Página 7 de 102 Prof. Fábio Amorim 1.2. Tempo de Concentração O tempo de concentração de uma bacia hidrográfica é definido pelo tempo de percurso em que o deflúvio leva para atingir o curso principal, desde os pontos mais longínquos até a obra de arte (bueiro, pontilhão, ponte, etc.), ou seja, é o tempo necessário para que toda a bacia contribua na vazão do dispositivo em estudo. Tempo de Concentração Para chuvas com duração inferior ao tempo de concentração, somente os deflúvios de parte da bacia hidrográfica se somam para formar a enchente, enquanto que, para chuvas de duração maior que o tempo de concentração, os deflúvios de todasas partes da bacia estão contribuindo para a enchente, embora com o pico de cheia já atenuado, haja vista que as intensidades de chuvas decrescerem com a sua duração. 36143141894 - Gabrielle Almeida Assuntos Complementares ʹ TJ-MS/2017 Teoria e Questões Comentadas Profs. Marcus V. Campiteli e Fábio Amorim ʹ Aula 3 Prof. Marcus V. Campiteli www.estrategiaconcursos.com.br Página 8 de 102 Prof. Fábio Amorim Assim, as chuvas com durações próximas ao tempo de concentração da bacia fornecem maiores vazões para um determinado tempo de recorrência. Por isso, o tempo de concentração será o tempo considerado como de duração das chuvas mais críticas da rodovia. A determinação numérica do tempo de concentração depende primordialmente do comprimento do curso d'água principal e de sua declividade, embora alguns autores também expressem o tempo de concentração em função da área da bacia hidrográfica. Normalmente considera-se que, nas pequenas bacias hidrográficas, com áreas menores que 1 km², o deflúvio da chuva escoa em grande parte do percurso superficialmente. Sendo assim, a velocidade de escoamento é fortemente influenciada pela rugosidade do terreno, por sua cobertura vegetal e pelos detritos sobre o solo. Nas bacias maiores, com áreas superiores a 8 km², o deflúvio superficial escoa na maior parte do tempo através de canais ous cursos d'água. Desse modo, a permeabilidade e a cobertura vegetal têm efeito cada vez menos pronunciado sobre o tempo de concentração. O cálculo do tempo de concentração de uma bacia é bastante complexo, devido aos inúmeros condicionantes envolvidos, existindo, pois, uma grande variedade de expressões de cálculo. Existem numerosas fórmulas empíricas para calcular o tempo de concentração em função do comprimento (L) do curso principal, do desnível total (H) até as cabeceiras, e eventualmente da área (A), ou de outros parâmetros escolhidos. 36143141894 - Gabrielle Almeida Assuntos Complementares ʹ TJ-MS/2017 Teoria e Questões Comentadas Profs. Marcus V. Campiteli e Fábio Amorim ʹ Aula 3 Prof. Marcus V. Campiteli www.estrategiaconcursos.com.br Página 9 de 102 Prof. Fábio Amorim Como exemplo, uma das fórmulas utilizadas para o cálculo do tempo de concentração é dada por: 劇潔 噺 のば┻ 峪詣戴茎崋待┸戴腿泰 Onde: Tc = tempo de concentração em minutos; L = comprimento do talvegue em km; H = desnível total. Apesar da existência de várias fórmulas, como diretrizes gerais para o valor do tempo de concentração temos que: a) No estudo de enchentes para projetos de pontes e bueiros, como se trata de bacias de maior porte, é exigida a definição do tempo de concentração por procedimentos mais cuidadosos; b) Para as obras drenagem superficial, utiliza-se o tempo de concentração igual a 5 minutos. 1.3. Precipitação de projeto Para a determinação das chuvas críticas de projeto, havendo dados pluviográficos na proximidade do local da obra, convém efetuar a análise estatística das precipitações intensas de duração de 5 minutos, 15 minutos, 1 hora, 2 horas, 4 horas, 6 horas, 12 horas, 24 horas e 48 horas. Quando não há dados pluviométricos nas proximidades do local da obra, deve-se recorrer a dados bibliográficos, entre os quais se destaca “Chuvas Intensas no Brasil”, do Engº Otto Pfafstetter, que desenvolveu equações de chuva para diversos postos pluviométricos 36143141894 - Gabrielle Almeida Assuntos Complementares ʹ TJ-MS/2017 Teoria e Questões Comentadas Profs. Marcus V. Campiteli e Fábio Amorim ʹ Aula 3 Prof. Marcus V. Campiteli www.estrategiaconcursos.com.br Página 10 de 102 Prof. Fábio Amorim no Brasil. Por essa bibliografia, deve-se considerar o posto pluviométrico mais próximo e com características meteorológicas mais semelhantes às da área em estudo. 1.4. Determinação das descargas das bacias A partir da avaliação da precipitação de chuvas na região da obra, por meio dos estudos hidrológicos, busca-se saber qual a vazão de cada bacia de contribuição, possibilitando, assim o dimensionamento dos dispositivos de drenagem. No cálculo das vazões das bacias de contribuição, são recomendadas pelo DNIT as seguintes metodologias: Bacias com áreas até 4km²: Método Racional; Bacias com áreas entre 4km² até 10km²: Método Racional Corrigido; Bacias com áreas superiores a 10km²: Método do Hidrograma Unitário Triangular (HUT) A seguir, vamos conhecer os métodos de cálculo das vazões das bacias de contribuição. 1.4.1. Método Racional O método para o cálculo de vazão mais difundido é o Método Racional, que calcula a descarga máxima de uma enchente de projeto por uma expressão muito simples, relacionando o valor desta descarga com a área da bacia de contribuição, a intensidade da chuva, e o coeficiente de deflúvio. Como visto anteriormente, essa 36143141894 - Gabrielle Almeida Assuntos Complementares ʹ TJ-MS/2017 Teoria e Questões Comentadas Profs. Marcus V. Campiteli e Fábio Amorim ʹ Aula 3 Prof. Marcus V. Campiteli www.estrategiaconcursos.com.br Página 11 de 102 Prof. Fábio Amorim metodologia é indicada pelo DNIT para bacias de contribuição com área inferior a 4 km². No estabelecimento do valor da descarga pelo Método Racional, admite-se que a precipitação sobre a área é constante e uniformemente distribuída sobre a superfície da bacia. Para considerar que todos os pontos da bacia contribuem na formação do deflúvio é estabelecido que a duração de chuva deve ser igual ou maior que o seu tempo de concentração e, como a intensidade da chuva decresce com o aumento da duração, a descarga máxima resulta de uma precipitação (chuva) com duração igual ao tempo de concentração da bacia. Nesse caso, a descarga máxima (Q) é dada pelo produto da área da bacia (A), pela intensidade da precipitação (i), com duração igual ao tempo de concentração (Tc), multiplicado pelo coeficiente de deflúvio (C). Tem- se, dessa forma: 芸 噺 系┻ 件┻ 畦ぬ┸は 兼ぶ【嫌 sendo: Q = descarga máxima, em m³/s; C = coeficiente de deflúvio; i = intensidade da chuva definida, em mm/h; e A = área da bacia hidrográfica, em km². 36143141894 - Gabrielle Almeida Assuntos Complementares ʹ TJ-MS/2017 Teoria e Questões Comentadas Profs. Marcus V. Campiteli e Fábio Amorim ʹ Aula 3 Prof. Marcus V. Campiteli www.estrategiaconcursos.com.br Página 12 de 102 Prof. Fábio Amorim Por sua vez, a intensidade pluviométrica i, em mm/h, é dada por: 件 噺 鶏劇潔 噺 鶏堅結潔件喧件建欠 剣 岫兼兼岻劇結兼喧剣 穴結 潔剣券潔結券建堅欠 剣 岫月岻 O método racional tem sido usado de preferência para bacias de pequena área, mas nada indica que não seja aplicável a bacias maiores, como usualmente é usado em projetos rodoviários em outros países. Vale destacar, porém, que o método racional define apenas a descarga máxima da bacia. A maior dificuldade na aplicação do método racional reside na criteriosa escolha do coeficiente de deflúvio C, que é um coeficiente adimensional de escoamento superficial (run-off), classificado em função do tipo da cobertura vegetal, da declividade média da bacia, etc. No cálculo desse coeficiente, é conveniente obter uma média ponderada dos coeficientes das diferentes superfícies que compõem a bacia. A tabela a seguir ilustra esses coeficientes: 36143141894 - Gabrielle Almeida Assuntos Complementares ʹ TJ-MS/2017 Teoria e Questões Comentadas Profs. Marcus V. Campiteli e Fábio Amorim ʹ Aula 3 Prof. Marcus V. Campiteli www.estrategiaconcursos.com.br Página 13 de 102 Prof. Fábio Amorim 1.4.2. Método Racional Corrigido Vimos que o método racional tem como premissa que a chuva dentro da bacia de contribuição será uniforme.Entretanto, para bacias de contribuição maiores, é natural imaginarmos que dificilmente essa uniformidade poderá ocorrer. Assim, para corrigir os efeitos da distribuição das chuvas nas bacias de contribuição, consideradas uniformes no Método Racional, são introduzidos coeficientes redutores das chuvas designados de “Coeficientes ou Fatores de Distribuição”. O mais comum destes fatores, normalmente utilizado em projetos rodoviários é dado por: 券 噺 畦貸待┸怠待 Onde: A = área da bacia, em km². Desse modo, no método racional corrigido, a fórmula aplicada para o cálculo das vazões é: 芸 噺 券┻ 系┻ 件┻ 畦ぬ┸は 兼ぶ【嫌 1.4.3. Método do Hidrograma Unitário Triangular (HUT) Para as bacias de maiores dimensões, o DNIT recomenda a utilização do método do HUT para o cálculo das vazões da bacia. O Hidrograma Unitário é o hidrograma resultante de um escoamento superficial de 36143141894 - Gabrielle Almeida Assuntos Complementares ʹ TJ-MS/2017 Teoria e Questões Comentadas Profs. Marcus V. Campiteli e Fábio Amorim ʹ Aula 3 Prof. Marcus V. Campiteli www.estrategiaconcursos.com.br Página 14 de 102 Prof. Fábio Amorim volume unitário. O volume unitário é decorrente da chuva unitária, que corresponde à altura pluviométrica e duração unitária. Por esse método, estima-se que a vazão em determinada descarga possua a forma triangular ao longo do tempo. A altura desse triângulo (Qp) é representada pela vazão de pico, que ocorre num tempo estimado igual a: (60% do tempo de concentração)+(metade do tempo de duração da chuva). A figura abaixo ilustra um hidrograma unitário triangular. Para o cálculo da vazão do efluente, a vazão Q é calculada por: 芸 峪兼ぶ嫌 崋 噺 芸喧 峪兼ぶ嫌 ┻ な兼兼崋 捲 鶏堅結潔件喧件建欠 剣岷兼兼峅┻ 36143141894 - Gabrielle Almeida Assuntos Complementares ʹ TJ-MS/2017 Teoria e Questões Comentadas Profs. Marcus V. Campiteli e Fábio Amorim ʹ Aula 3 Prof. Marcus V. Campiteli www.estrategiaconcursos.com.br Página 15 de 102 Prof. Fábio Amorim 2. Dispositivos de Drenagem 2.1. Drenagem de Transposição de Talvegues Em sua função primordial, a drenagem de uma rodovia deve eliminar a água que, sob qualquer forma, atinge o corpo estradal, captando-a e conduzindo-a para locais em que menos afete a segurança e durabilidade da via. No caso da transposição de talvegues, essas águas originam-se de uma bacia e que, por imperativos hidrológicos e do modelado do terreno, têm que ser atravessadas sem comprometer a estrutura da estrada. Esse objetivo é alcançado com a introdução de uma ou mais linhas de bueiros sob os aterros ou construção de pontilhões ou pontes, propiciando a transposição dos cursos d'água, que são obstáculos a serem vencidos pela rodovia. Esquema da Drenagem de Transposição de Talvegues Bueiro 36143141894 - Gabrielle Almeida Assuntos Complementares ʹ TJ-MS/2017 Teoria e Questões Comentadas Profs. Marcus V. Campiteli e Fábio Amorim ʹ Aula 3 Prof. Marcus V. Campiteli www.estrategiaconcursos.com.br Página 16 de 102 Prof. Fábio Amorim 2.1.1. Bueiros Os bueiros são obras destinadas a permitir a passagem livre das águas que atravessam o leito da estrada. Compõem-se duas partes principais: bocas e corpo. Corpo é a parte situada sob os cortes e aterros. É construído sobre uma base, geralmente de concreto, comumente chamada de berço. O objetivo do berço é garantir estabilidade e alinhamento ao corpo. Corpo de Bueiro As bocas constituem os dispositivos de admissão e lançamento, a montante2 e a jusante3, e são compostas de soleira, muro de testa e alas. 2 Montante é o lado de onde se origina a corrente de água. (ANTES) 3 Jusante é o lado para onde se dirige a corrente de água. (DEPOIS) 36143141894 - Gabrielle Almeida Assuntos Complementares ʹ TJ-MS/2017 Teoria e Questões Comentadas Profs. Marcus V. Campiteli e Fábio Amorim ʹ Aula 3 Prof. Marcus V. Campiteli www.estrategiaconcursos.com.br Página 17 de 102 Prof. Fábio Amorim Boca de bueiro No caso de o nível da entrada d'água na boca de montante estar situado abaixo da superfície do terreno natural, a referida boca deverá ser substituída por uma caixa coletora. Testa Ala Ala Soleira Calçada 36143141894 - Gabrielle Almeida Assuntos Complementares ʹ TJ-MS/2017 Teoria e Questões Comentadas Profs. Marcus V. Campiteli e Fábio Amorim ʹ Aula 3 Prof. Marcus V. Campiteli www.estrategiaconcursos.com.br Página 18 de 102 Prof. Fábio Amorim Caixa coletora – esquema de funcionamento Caixa coletora de bueiro executada Os bueiros quando instalados com a finalidade de transpor talvegues são também chamados de bueiros de grota. 2.1.1.1. Classificação dos bueiros Os bueiros normalmente são classificados como obras de arte correntes, segundo a definição do DNIT: 36143141894 - Gabrielle Almeida Assuntos Complementares ʹ TJ-MS/2017 Teoria e Questões Comentadas Profs. Marcus V. Campiteli e Fábio Amorim ʹ Aula 3 Prof. Marcus V. Campiteli www.estrategiaconcursos.com.br Página 19 de 102 Prof. Fábio Amorim Obra-de-arte corrente – obra-de-arte de pequeno porte, tal como bueiro, pontilhão e muro, que normalmente se repete ao longo da estrada, obedecendo geralmente a projeto padronizado. Os bueiros destinados à transposição dos talvegues podem ser classificados em quatro classes, a saber: Quanto à forma da seção; Quanto ao número de linhas; Quanto aos materiais com os quais são construídos; Quanto à esconsidade. QUANTO À FORMA DA SEÇÃO São tubulares, quando a seção transversal for circular; celulares, quando a seção for retangular ou quadrada; e especiais (elipses ou ovoides), quando tiver seções diferentes das citadas anteriormente, como é o caso dos arcos, por exemplo. Bueiro Tubular sendo implantado na rodovia 36143141894 - Gabrielle Almeida Assuntos Complementares ʹ TJ-MS/2017 Teoria e Questões Comentadas Profs. Marcus V. Campiteli e Fábio Amorim ʹ Aula 3 Prof. Marcus V. Campiteli www.estrategiaconcursos.com.br Página 20 de 102 Prof. Fábio Amorim Bueiro Celular implantado na rodovia Os bueiros tubulares padronizados nas obras do DNIT possuem diâmetros de 80cm, 100cm, 120cm e 150cm. Já os celulares possuem seção quadrada e dimensões padronizadas de 1,5m, 2,0m, 2,5m, e 3,0m. Para os bueiros metálicos corrugados, existe uma gama maior de formas e dimensões, entre elas: a circular, a lenticular, a elíptica e os arcos semicirculares ou com raios variáveis (ovóides). QUANTO AO NÚMERO DE LINHAS Quanto ao número de linhas, os bueiros são simples, quando só houver uma linha de tubos, ou células; duplos e triplos, quando houver duas ou três linhas de tubos, ou células. Não são recomendáveis números maiores de linhas quando provocar alagamento em uma faixa muito ampla anterior ao bueiro 36143141894 - Gabrielle Almeida Assuntos Complementares ʹ TJ-MS/2017 Teoria e Questões Comentadas Profs. Marcus V. Campiteli e Fábio Amorim ʹ Aula 3 Prof. Marcus V. Campiteli www.estrategiaconcursos.com.br Página 21 de 102 Prof. Fábio Amorim Bueiros tubulares simples, duplos e triplos QUANTO AOS MATERIAIS COM OS QUAIS SÃO CONSTRUÍDOS Os materiais normalmente usados para a construção do corpo dos bueiros no DNIT são: concreto armado (tubulares e celulares) e chapa metálica corrugada (tubulares). Instalação de Bueiros Metálicos 36143141894 - Gabrielle Almeida Assuntos Complementares ʹ TJ-MS/2017 Teoria e Questões Comentadas Profs.Marcus V. Campiteli e Fábio Amorim ʹ Aula 3 Prof. Marcus V. Campiteli www.estrategiaconcursos.com.br Página 22 de 102 Prof. Fábio Amorim Um aspecto interessante sobre os bueiros metálicos é a possibilidade de serem instalados na rodovia sem a necessidade de escavação de toda a seção do talude de aterro da rodovia. Assim, os bueiros metálicos são essenciais quando há a necessidade da transposição de talvegues sem a possibilidade de interrupção do tráfego existente, o que ocorre nas obras de duplicação de rodovias ou em trechos urbanos. Nas bocas, alas e caixas coletoras usa-se alvenaria de pedra argamassada, com recobrimento de argamassa de cimento e areia, ou blocos de concreto de cimento, alou então, concreto pré-moldado ou concreto armado. QUANTO À ESCONSIDADE Quanto à esconsidade os bueiros podem ser: Normais - quando o eixo do bueiro coincidir com a normal ao eixo da rodovia; Esconsos - quando o eixo longitudinal do bueiro fizer um ângulo diferente de zero com a normal ao eixo da rodovia. Bueiro Normal Bueiro Esconso 36143141894 - Gabrielle Almeida Assuntos Complementares ʹ TJ-MS/2017 Teoria e Questões Comentadas Profs. Marcus V. Campiteli e Fábio Amorim ʹ Aula 3 Prof. Marcus V. Campiteli www.estrategiaconcursos.com.br Página 23 de 102 Prof. Fábio Amorim Nomenclatura Adotada pelo DNIT Pessoal, o DNIT adota diversas siglas para identificar os principais tipos de bueiros. Nessas siglas são levados em consideração: o número de linhas, a forma da seção, e o material com o qual é constituído, nessa ordem. Vamos a alguns exemplos? BSTC = Bueiro Simples Tubular de Concreto BDTC = Bueiro Duplo Tubular de Concreto BTTC = Bueiro Triplo Tubular de Concreto BSCC = Bueiro Simples Celular de Concreto BDCC = Bueiro Duplo Celular de Concreto BTCC = Bueiro Triplo Celular de Concreto BSTM = Bueiro Simples Tubular Metálico 2.1.1.2. Projeto e Dimensionamento Levantamento topográfico em planta O projeto terá que ser precedido de um levantamento topográfico adequado, com curvas de nível, de metro em metro, para permitir o detalhamento do comprimento e inclinação do bueiro. Deve ser levado em conta que, normalmente, a declividade de seu corpo deve variar entre 0,4 e 5%. Quando essa declividade for elevada, o bueiro deve ser projetado com degraus e deverá dispor do berço com dentes para fixação ao terreno. Quando a velocidade do escoamento na boca de jusante for superior à recomendada para a natureza do terreno natural existente a jusante, devem ser previstas bacias de amortecimento. 36143141894 - Gabrielle Almeida Assuntos Complementares ʹ TJ-MS/2017 Teoria e Questões Comentadas Profs. Marcus V. Campiteli e Fábio Amorim ʹ Aula 3 Prof. Marcus V. Campiteli www.estrategiaconcursos.com.br Página 24 de 102 Prof. Fábio Amorim Fundações Os bueiros podem ser, sob o ponto de vista construtivo, obras de arte correntes ou apresentarem características que as coloquem entre as obras de arte especiais, face ao seu tamanho e/ou condições adversas dos terrenos de fundação. Estão neste caso, muitas vezes, as obras celulares, os pontilhões e as galerias. Os bueiros circulares de concreto podem, quanto às fundações, ter soluções mais simples, com assentamento direto no terreno natural ou em valas de altura média do seu diâmetro. Entretanto é muito mais seguro a adoção de uma base de concreto magro (berço), para melhor adaptação ao terreno natural e distribuição dos esforços no solo. Para os bueiros metálicos, independente da forma ou tamanho, as fundações serão simples, necessitando, quase sempre, apenas de uma regularização do terreno de assentamento. Em função da altura dos aterros podem, porém, exigir cuidados especiais no que se refere à fundação, adotando-se inclusive o estaqueamento. Seção transversal O cálculo da seção transversal ou seção de vazão do bueiro vai depender de dois elementos básicos: da vazão da bacia a ser drenada e da declividade adotada para o bueiro. Dimensionamento Hidráulico Em termos hidráulicos os bueiros podem ser dimensionados como canais, orifícios ou vertedouros. A atuação como canal ocorre quando as extremidades a jusante e a montante do bueiro não se encontram submersas. 36143141894 - Gabrielle Almeida Assuntos Complementares ʹ TJ-MS/2017 Teoria e Questões Comentadas Profs. Marcus V. Campiteli e Fábio Amorim ʹ Aula 3 Prof. Marcus V. Campiteli www.estrategiaconcursos.com.br Página 25 de 102 Prof. Fábio Amorim A atuação como orifício ocorre quando a vazão afluente supera a capacidade do bueiro, ocorrendo a elevação do nível d’água a montante. A atuação como vertedouro ocorre quando a altura d’água se iguala à borda superior do bueiro. A escolha do regime a adotar depende da possibilidade da obra poder ou não trabalhar com carga hidráulica a montante, que poderia proporcionar o transbordamento do curso d’água causando danos aos aterros e pavimentos e inundação a montante do bueiro. Não sendo possível esse alagamento a montante (orifício), o bueiro deve trabalhar livre como canal. Por outro lado, caso a elevação do nível d'água a montante não traga nenhum risco ao corpo estradal, ou a terceiros, o bueiro pode ser dimensionado como orifício, respeitando-se, evidentemente, a cota do nível d'água máximo a montante. No caso de bueiros trabalhando como canais, o dimensionamento será feito baseado em duas hipóteses: a) Considerando o funcionamento do bueiro no regime supercrítico, limitando-se sua capacidade admissível à vazão correspondente ao regime crítico; b) Considerando o funcionamento do bueiro no regime subcrítico. 36143141894 - Gabrielle Almeida Assuntos Complementares ʹ TJ-MS/2017 Teoria e Questões Comentadas Profs. Marcus V. Campiteli e Fábio Amorim ʹ Aula 3 Prof. Marcus V. Campiteli www.estrategiaconcursos.com.br Página 26 de 102 Prof. Fábio Amorim Vamos explicar o que significam esses regimes: A energia da água durante seu fluxo é representado por duas variáveis. Uma é a altura (h), ou profundidade de escoamento. A outra parcela da energia está atrelada à velocidade (V) do fluxo. Assim, a energia é dada por: 継 噺 撃態に訣 髪 月 Onde g é a aceleração da gravidade. Para uma mesma vazão, podemos ter energias diferentes de fluxo, o que se faz com a variação da inclinação e da altura da lâmina d’água (h), dentro do canal. Em outras palavras, com o aumento da inclinação temos o aumento da velocidade de escoamento e a diminuição de (h); e com a diminuição da inclinação temos a diminuição da velocidade e o aumento de (h). Ao se traçar um gráfico (vide a seguir) considerando a energia do fluxo em função da profundidade (h) do escoamento, verifica-se que, para alturas elevadas, a energia é alta, e diminui à medida que se reduz (h), passando por um mínimo, e aumentando posteriormente com a diminuição de (h), haja vista o acréscimo significativo de (V). 36143141894 - Gabrielle Almeida Assuntos Complementares ʹ TJ-MS/2017 Teoria e Questões Comentadas Profs. Marcus V. Campiteli e Fábio Amorim ʹ Aula 3 Prof. Marcus V. Campiteli www.estrategiaconcursos.com.br Página 27 de 102 Prof. Fábio Amorim O fluxo crítico é aquele em que a energia é mínima, e o ponto do gráfico onde isso ocorre é chamado de crítico. O fluxo supercrítico, ou rápido, é aquele em que a altura de escoamento é menor que a altura crítica, a velocidade e a inclinação de escoamento são maiores que as críticas. Já o fluxo subcrítico, ou lento, é aquele em que a altura de escoamento é maior que a altura crítica, a velocidade e a inclinação de escoamento são menoresque as críticas. Dimensionamento no regime supercrítico Nesse caso, a energia crítica é igualada ao diâmetro do bueiro tubular, ou então igualada à altura do bueiro, no caso dos bueiros celulares. Energia Crítica Altura Crítica 36143141894 - Gabrielle Almeida Assuntos Complementares ʹ TJ-MS/2017 Teoria e Questões Comentadas Profs. Marcus V. Campiteli e Fábio Amorim ʹ Aula 3 Prof. Marcus V. Campiteli www.estrategiaconcursos.com.br Página 28 de 102 Prof. Fábio Amorim Assim, para bueiro tubular: 継頂 噺 撃頂態に訣 髪 月頂 噺 経件 兼結建堅剣岫経岻 E, para bueiros celulares: 継頂 噺 撃頂態に訣 髪 月頂 噺 畦健建憲堅欠 岫茎岻 Desenvolvendo matematicamente essas expressões, chega-se à vazão crítica, velocidade crítica e inclinação crítica para os bueiros tubulares. 芸頂 噺 な┸のぬぬ┻ 経態┸泰 撃頂 噺 に┸のは┻ ヂ経 荊頂 噺 ぬに┸ぱに┻ 券態ヂ経典 Para os bueiros celulares, têm-se as seguintes expressões, onde B é a largura e H é a altura do bueiro: 芸頂 噺 な┸ばどの┻稽┻茎怠┸泰 撃頂 噺 に┸のは ヂ茎 荊頂 噺 に┸は 券ふヂ茎典 磐ぬ 髪 ね茎稽 卑替【戴 36143141894 - Gabrielle Almeida Assuntos Complementares ʹ TJ-MS/2017 Teoria e Questões Comentadas Profs. Marcus V. Campiteli e Fábio Amorim ʹ Aula 3 Prof. Marcus V. Campiteli www.estrategiaconcursos.com.br Página 29 de 102 Prof. Fábio Amorim No dimensionamento pelo regime supercrítico, a vazão crítica deverá ser igualada à vazão obtida por meio dos estudos hidrológicos, com vistas a obter as dimensões adequadas dos bueiros. Além disso, no regime supercrítico, a inclinação do bueiro deverá ser maior que Ic e a velocidade de escoamento deverá ser maior que Vc, porém, limitada a 4,5 m/s. Dimensionamento no regime subcrítico Se a declividade da obra é maior ou igual à declividade crítica, o dimensionamento se fará de acordo com as expressões das grandezas críticas. Porém, se a declividade da obra for menor que a crítica, as expressões para o dimensionamento são diferenciadas. Nesse caso, a partir das grandezas conhecidas: vazão (Q), declividade (I), e coeficiente de rugosidade (n) do material do bueiro, utilizam-se a equação de Manning e a equação da continuidade para a obtenção das dimensões adequadas para o bueiro. 芸 噺 懸 ┻ 畦 (Equação da continuidade) 懸 噺 怠津迎態 戴斑 ┻ 荊怠【態 (Fórmula de Manning) Onde R = raio hidráulico = (área molhada / perímetro molhado) A = área molhada = área do canal ocupada pela água; Perímetro molhado = perímetro da seção em que a água entra em contato com o conduto; I = gradiente hidráulico, considerado igual à inclinação do canal quando o fluxo é uniforme. 36143141894 - Gabrielle Almeida Assuntos Complementares ʹ TJ-MS/2017 Teoria e Questões Comentadas Profs. Marcus V. Campiteli e Fábio Amorim ʹ Aula 3 Prof. Marcus V. Campiteli www.estrategiaconcursos.com.br Página 30 de 102 Prof. Fábio Amorim 2.2. Drenagem Superficial A drenagem superficial de uma rodovia tem como objetivo interceptar e captar, conduzindo ao deságue seguro, as águas provenientes de suas áreas adjacentes e aquelas que se precipitam sobre o corpo estradal, resguardando sua segurança e estabilidade. Para um sistema de drenagem superficial eficiente, utiliza-se uma série de dispositivos com objetivos específicos, a saber: Valetas de proteção de corte; Valetas de proteção de aterro; Sarjetas de corte; Sarjetas de aterro; Sarjeta de canteiro central; Descidas d'água; Saídas d'água; Caixas coletoras; Bueiros de greide; Dissipadores de energia; Escalonamento de taludes; Corta-rios. 36143141894 - Gabrielle Almeida Assuntos Complementares ʹ TJ-MS/2017 Teoria e Questões Comentadas Profs. Marcus V. Campiteli e Fábio Amorim ʹ Aula 3 Prof. Marcus V. Campiteli www.estrategiaconcursos.com.br Página 31 de 102 Prof. Fábio Amorim Principais dispositivos de drenagem superficial Localização dos dispositivos de drenagem 36143141894 - Gabrielle Almeida Assuntos Complementares ʹ TJ-MS/2017 Teoria e Questões Comentadas Profs. Marcus V. Campiteli e Fábio Amorim ʹ Aula 3 Prof. Marcus V. Campiteli www.estrategiaconcursos.com.br Página 32 de 102 Prof. Fábio Amorim Vamos conhecer os principais dispositivos! 2.2.1. Valeta de Proteção de Corte As valetas de proteção de cortes têm como objetivo interceptar as águas que escorrem pelo terreno natural a montante, impedindo-as de atingir o talude de corte. As valetas de proteção serão construídas em todos os trechos em corte onde o escoamento superficial proveniente dos terrenos adjacentes possa atingir o talude, comprometendo a estabilidade do corpo estradal. Deverão ser localizadas proximamente paralelas às cristas dos cortes, a uma distância entre 2,0 a 3,0 metros. O material resultante da escavação deve ser colocado entre a valeta e a crista do corte e compactado manualmente, conforme mostrado na figura a seguir. Valeta de proteção de corte Quanto à forma, as valetas de proteção de cortes podem ser trapezoidais, retangulares ou triangulares. As seções trapezoidais são mais recomendáveis por apresentarem maior eficiência hidráulica. 36143141894 - Gabrielle Almeida Assuntos Complementares ʹ TJ-MS/2017 Teoria e Questões Comentadas Profs. Marcus V. Campiteli e Fábio Amorim ʹ Aula 3 Prof. Marcus V. Campiteli www.estrategiaconcursos.com.br Página 33 de 102 Prof. Fábio Amorim As seções triangulares são pouco recomendadas para grandes vazões. As seções retangulares são recomendadas para cortes em rocha, haja vista a facilidade de execução nesses casos. Os revestimentos da valeta de corte deverão ser escolhidos de acordo com a velocidade do escoamento e com a natureza do material do solo. Em princípio, convém sempre revestir as valetas, sendo isso obrigatório quando elas forem abertas em terreno permeável, para evitar que a infiltração provoque instabilidade no talude do corte. Atenção especial deve ser dada ao revestimento da valeta triangular, pois, pela própria forma da seção, há uma tendência mais acentuada à erosão e infiltração. Os tipos de revestimentos mais recomendados são: Concreto (espessura de 8 cm); Valeta de proteção de corte com revestimento de concreto Alvenaria de tijolo ou pedra; Pedra arrumada; Vegetação. 36143141894 - Gabrielle Almeida Assuntos Complementares ʹ TJ-MS/2017 Teoria e Questões Comentadas Profs. Marcus V. Campiteli e Fábio Amorim ʹ Aula 3 Prof. Marcus V. Campiteli www.estrategiaconcursos.com.br Página 34 de 102 Prof. Fábio Amorim Dimensionamento Hidráulico Para proceder ao dimensionamento hidráulico das valetas, há necessidade de estimar a descarga de contribuição, utilizando-se o método racional, onde a área de drenagem é limitada pela própria valeta e pela linha do divisor de águas da vertente a montante. Em resumo, o dimensionamento segue a seguinte metodologia: 1. Fixa-se o tipo de seção a ser adotada (trapezoidal, triangular ou quadrada), e a declividade da valeta (I). 2. Fixa-se a velocidade máxima admissível (v), tendo em vista o tipo de revestimento escolhido e, consequentemente o valor do coeficiente de rugosidade (n). 3. Através de tentativas, dão-se valores para a altura (h), recalculando-se os respectivos elementos hidráulicos da seção, tais como: perímetro molhado, raio hidráulico e área molhada, e aplicando a fórmula de Manning e a equação de continuidade, determina-se a velocidade e a descarga admissível da valeta: 芸 噺 懸 ┻ 畦 (Equação da continuidade) 懸 噺 怠津迎態 戴斑 ┻ 荊怠【態 (Fórmula de Manning) 4. A comparação entre a descarga afluente (segundo os estudos hidráulicos) e a vazão admissível orientará a necessidade ounão do aumento da altura h; 5. A comparação entre a velocidade de escoamento e a velocidade admissível orientará a necessidade ou não de alterar o revestimento previsto; 6. Calcula-se a altura crítica da valeta; 36143141894 - Gabrielle Almeida Assuntos Complementares ʹ TJ-MS/2017 Teoria e Questões Comentadas Profs. Marcus V. Campiteli e Fábio Amorim ʹ Aula 3 Prof. Marcus V. Campiteli www.estrategiaconcursos.com.br Página 35 de 102 Prof. Fábio Amorim 7. A altura do fluxo na valeta, na situação de projeto, dentro de uma faixa de 10% da altura crítica deve ser evitada. 8. Determina-se o bordo livre da valeta, que é a distância vertical do topo da valeta à superfície da água na condição do projeto, verificando a inocorrência de bordos livres inferiores às admissíveis. 2.2.2. Valeta de Proteção de Aterro As valetas de proteção de aterros têm como objetivo interceptar as águas que escoam pelo terreno a montante, impedindo-as de atingir o pé do talude de aterro. Além disso, têm a finalidade de receber as águas das sarjetas e valetas de corte, conduzindo-as com segurança ao dispositivo de transposição de talvegues. As valetas de proteção de aterro deverão estar localizadas, aproximadamente paralelas ao pé do talude de aterro a uma distância entre 2,0 e 3,0 metros. O material resultante da escavação deve ser colocado entre a valeta e o pé do talude de aterro, e compactado manualmente com o objetivo de suavizar a interseção das superfícies do talude e do terreno natural. As seções adotadas podem ser trapezoidais ou retangulares, conforme as figuras apresentadas a seguir: Valeta de proteção de aterro trapezoidal 36143141894 - Gabrielle Almeida Assuntos Complementares ʹ TJ-MS/2017 Teoria e Questões Comentadas Profs. Marcus V. Campiteli e Fábio Amorim ʹ Aula 3 Prof. Marcus V. Campiteli www.estrategiaconcursos.com.br Página 36 de 102 Prof. Fábio Amorim Valeta de proteção de aterro retangular O revestimento da valeta de proteção de aterro deverá ser escolhido de acordo com a velocidade do escoamento, natureza do solo e fatores de ordem econômica e estética. Os tipos de revestimento mais recomendados são: concreto, alvenaria de tijolo ou pedra, pedra arrumada, e vegetação. Dimensionamento Hidráulico O dimensionamento hidráulico das valetas de proteção de aterro faz- se de forma idêntica ao das valetas de proteção de corte, ou seja, por meio da fórmula de Manning, equação da continuidade e método racional. Cuidado especial deve ser tomado na fixação da área de contribuição quando a valeta tiver como objetivo, além da proteção do talude de aterro, a captação das águas provenientes das sarjetas e valetas de proteção de corte. 36143141894 - Gabrielle Almeida Assuntos Complementares ʹ TJ-MS/2017 Teoria e Questões Comentadas Profs. Marcus V. Campiteli e Fábio Amorim ʹ Aula 3 Prof. Marcus V. Campiteli www.estrategiaconcursos.com.br Página 37 de 102 Prof. Fábio Amorim 2.2.3. Sarjetas de Corte A sarjeta de corte tem como objetivo captar as águas que se precipitam sobre a plataforma e taludes de corte e conduzi-las, longitudinalmente à rodovia, até o ponto de transição entre o corte e o aterro, de forma a permitir a saída lateral para o terreno natural ou para a valeta de aterro, ou então, até a caixa coletora de um bueiro de greide. As sarjetas devem localizar-se em todos os cortes, sendo construídas à margem dos acostamentos, conforme a imagem abaixo. Execução da sarjeta triangular de corte em revestimento de concreto As sarjetas de corte podem ser triangulares, trapezoidais ou retangulares, a depender da capacidade de vazão necessária. A sarjeta triangular é um tipo bem aceito, pois, além de apresentar uma razoável capacidade de vazão, conta a seu favor com o importante fato da redução dos riscos de acidentes. 36143141894 - Gabrielle Almeida Assuntos Complementares ʹ TJ-MS/2017 Teoria e Questões Comentadas Profs. Marcus V. Campiteli e Fábio Amorim ʹ Aula 3 Prof. Marcus V. Campiteli www.estrategiaconcursos.com.br Página 38 de 102 Prof. Fábio Amorim De acordo com a figura a seguir, a sarjeta triangular deve ter do lado do acostamento a declividade de 25%, ou 1:4, e do lado do talude, a inclinação do próprio talude. Os valores extremos da distância da borda do acostamento ao fundo da sarjeta (L1), situam-se entre os valores de 1,0 a 2,0 metros, de acordo com a seção de vazão necessária. Quando para o valor máximo de L1 = 2,00m a seção da vazão ainda for insuficiente, deverá então ser adotada seção tipo trapezoidal ou retangular, com dimensões convenientes para atender à descarga de projeto. Para as sarjetas trapezoidais, conforme mostra a figura a seguir, a sarjeta é dotada de uma barreira tipo meio-fio, com a finalidade de proteger os veículos desgovernados que tendam a cair na sarjeta. 36143141894 - Gabrielle Almeida Assuntos Complementares ʹ TJ-MS/2017 Teoria e Questões Comentadas Profs. Marcus V. Campiteli e Fábio Amorim ʹ Aula 3 Prof. Marcus V. Campiteli www.estrategiaconcursos.com.br Página 39 de 102 Prof. Fábio Amorim Sarjeta trapezoidal com meio-fio O meio fio barreira deverá ter aberturas calculadas, em espaçamento conveniente de modo a permitir a entrada d'água proveniente da pista. De acordo com a figura a seguir, pode-se também projetar a sarjeta capeada descontinuamente, de modo a permitir a entrada d'água pela cobertura existente entre duas placas consecutivas. As placas têm a finalidade também de evitar que a sarjeta seja obstruída pela entrada de materiais carreados pelas águas. Sarjeta trapezoidal com capa Quando a seção trapezoidal não atender à vazão para a descarga de projeto, ou em caso de cortes em rocha pela facilidade de execução, 36143141894 - Gabrielle Almeida Assuntos Complementares ʹ TJ-MS/2017 Teoria e Questões Comentadas Profs. Marcus V. Campiteli e Fábio Amorim ʹ Aula 3 Prof. Marcus V. Campiteli www.estrategiaconcursos.com.br Página 40 de 102 Prof. Fábio Amorim pode-se optar pela sarjeta retangular. Usa-se nesse caso, também, o meio fio de proteção. Uma vantagem das sarjetas retangulares é poder variar sua profundidade ao longo do percurso, proporcionando uma declividade mais acentuada que o greide da rodovia, aumentando assim sua capacidade hidráulica. Quanto ao revestimento das sarjetas de corte, ele é função da velocidade de erosão. Deve-se levar em conta neste caso o aspecto técnico-econômico, isto é, as consequências da erosão e do custo do revestimento. Os principais tipos de revestimentos são: concreto; alvenaria de tijolo; alvenaria de pedra argamassada; pedra arrumada revestida; pedra arrumada; revestimento vegetal. O revestimento vegetal, apesar do excelente desempenho como função estética, tem o inconveniente do alto custo de conservação. Sarjetas de corte sem revestimento devem ser evitadas. Dimensionamento Hidráulico O dimensionamento hidráulico da sarjeta de corte consiste na determinação de uma seção transversal com capacidade hidráulica suficiente para atender à descarga de projeto. 36143141894 - Gabrielle Almeida Assuntos Complementares ʹ TJ-MS/2017 Teoria e Questões Comentadas Profs. Marcus V. Campiteli e Fábio Amorim ʹ Aula 3 Prof. Marcus V. Campiteli www.estrategiaconcursos.com.br Página 41 de 102 Prof. Fábio Amorim Pela comparação entre a descarga afluente e a capacidade de vazão da sarjeta determina-se o seu comprimento crítico, isto é, a distância máxima da sarjeta para que não haja transbordamento, Os elementos básicospara o dimensionamento da sarjeta de corte são: as características geométricas da rodovia; a área de precipitação: equivale a projeção horizontal da área do talude de corte e de parte da plataforma da rodovia (devido ao abaulamento) o coeficiente médio de escoamento superficial, levando-se em conta a diversidade do revestimento que compõe a bacia de captação, (faixas de rolamento e talude de corte); e os elementos hidrológicos para o cálculo da descarga de projeto. Para o cálculo da descarga de projeto, calcula-se a contribuição por metro linear da rodovia pela aplicação do método racional, de vez que as áreas de contribuição, sendo pequenas, estão dentro do limite de aplicabilidade desse método. Havendo escalonamento de taludes (banquetas), a largura máxima a ser considerada no cálculo da vazão é referente à projeção horizontal do primeiro escalonamento, já que os demais terão as águas conduzidas por meio de dispositivos próprios para fora do corte. Excetuam-se os casos em que se torna necessária a construção de descidas com deságue diretamente na sarjeta de corte. A capacidade hidráulica máxima da sarjeta é obtida pela associação das equações de Manning e da continuidade. 36143141894 - Gabrielle Almeida Assuntos Complementares ʹ TJ-MS/2017 Teoria e Questões Comentadas Profs. Marcus V. Campiteli e Fábio Amorim ʹ Aula 3 Prof. Marcus V. Campiteli www.estrategiaconcursos.com.br Página 42 de 102 Prof. Fábio Amorim 2.2.4. Sarjetas de aterro A sarjeta de aterro tem como objetivo captar as águas precipitadas sobre a plataforma, de modo a impedir que provoquem erosões na borda do acostamento e/ou no talude do aterro, conduzindo- as ao local de deságue seguro. A indicação da sarjeta de aterro deve fundamentar-se nas seguintes situações: trechos onde a velocidade das águas provenientes da pista provoque erosão na borda da plataforma; trechos onde, em conjunto com a terraplenagem, for mais econômica a utilização da sarjeta, aumentando com isso a altura necessária para o primeiro escalonamento de aterro; interseções, para coletar e conduzir as águas provenientes dos ramos, ilhas, etc. A sarjeta de aterro posiciona-se na faixa da plataforma contígua ao acostamento. A seção transversal pode ser triangular, trapezoidal, retangular, etc., de acordo com a natureza e a categoria da rodovia. Sendo a sarjeta de aterro um dispositivo que pode comprometer a segurança do tráfego, cuidados especiais devem ser tomados quanto ao posicionamento e à seção transversal a ser utilizada, de modo a garantir a segurança dos veículos em circulação. Um tipo de sarjeta de aterro muito usado atualmente nas rodovias federais, estaduais, interseções e trechos urbanos é o meio-fio- sarjeta conjugados. 36143141894 - Gabrielle Almeida Assuntos Complementares ʹ TJ-MS/2017 Teoria e Questões Comentadas Profs. Marcus V. Campiteli e Fábio Amorim ʹ Aula 3 Prof. Marcus V. Campiteli www.estrategiaconcursos.com.br Página 43 de 102 Prof. Fábio Amorim Meio-fio e sarjeta conjugados Em situações eventuais, no caso de ser possível considerar um alagamento temporário do acostamento, o tipo meio-fio simples também poderá ser usado. Meio-fio simples e acostamento Quanto ao revestimento, não há recomendações rígidas no tocante ao material a ser empregado na construção da sarjeta de aterro. Deve- se, todavia levar em conta a velocidade limite de erosão do material empregado, a classe da rodovia e os condicionantes econômicos. Assim, os materiais utilizados são os próprios revestimentos do acostamento da rodovia. As sarjetas em solo são indicadas apenas para rodovias secundárias, de pequena importância econômica, ou durante período curto de utilização, podendo também ser construídas para funcionamento temporário durante o tempo de execução da rodovia. 36143141894 - Gabrielle Almeida Assuntos Complementares ʹ TJ-MS/2017 Teoria e Questões Comentadas Profs. Marcus V. Campiteli e Fábio Amorim ʹ Aula 3 Prof. Marcus V. Campiteli www.estrategiaconcursos.com.br Página 44 de 102 Prof. Fábio Amorim 2.2.5. Valeta do Canteiro Central Quando uma rodovia for projetada em pista dupla, isto é, onde as pistas são separadas por um canteiro central côncavo, torna-se necessário drená-lo superficialmente através de um dispositivo chamado de valeta do canteiro central. Esta valeta tem como objetivo captar as águas provenientes das pistas e do próprio canteiro central e conduzi-las longitudinalmente até serem captadas por caixas coletoras de bueiros de greide. Rodovia dupla com canteiro central As seções transversais das valetas do canteiro central são em geral de forma triangular cujas faces têm as declividades coincidentes com os taludes do canteiro. Podem ser usadas seções de forma circular, tipo meia cana, e formas trapezoidal ou retangular, quando ocorrer a insuficiência hidráulica das seções de forma triangular ou meia cana. Quanto ao revestimento da valeta do canteiro central, deve-se levar em conta a velocidade limite de erosão do material empregado. O revestimento vegetal, apesar do excelente desempenho como 36143141894 - Gabrielle Almeida Assuntos Complementares ʹ TJ-MS/2017 Teoria e Questões Comentadas Profs. Marcus V. Campiteli e Fábio Amorim ʹ Aula 3 Prof. Marcus V. Campiteli www.estrategiaconcursos.com.br Página 45 de 102 Prof. Fábio Amorim função estética, tem o inconveniente do alto custo de conservação. Valetas do canteiro central sem revestimento devem ser evitadas, a não ser em casos de canteiros muito largos e planos. Dimensionamento Hidráulico O dimensionamento hidráulico da valeta do canteiro central segue a mesma metodologia da sarjeta de corte, baseada na fórmula de Manning associada à equação de continuidade. 2.2.6. Descidas d’água As descidas d’água têm como objetivo conduzir as águas captadas por outros dispositivos de drenagem, pelos taludes de corte e aterro. Descida d’água em degraus 36143141894 - Gabrielle Almeida Assuntos Complementares ʹ TJ-MS/2017 Teoria e Questões Comentadas Profs. Marcus V. Campiteli e Fábio Amorim ʹ Aula 3 Prof. Marcus V. Campiteli www.estrategiaconcursos.com.br Página 46 de 102 Prof. Fábio Amorim Tratando-se de cortes, as descidas d'água têm como objetivo principal conduzir as águas das valetas quando atingem seu comprimento crítico, ou de pequenos talvegues, desaguando numa caixa coletora ou na sarjeta de corte. No aterro, as descidas d'água conduzem as águas provenientes das sarjetas de aterro quando é atingido seu comprimento crítico, e, nos pontos baixos, através das saídas d'água, desaguando no terreno natural. As descidas d'água também atendem, no caso de cortes e aterros, às valetas de banquetas quando é atingido seu comprimento crítico e em pontos baixos. Não raramente, devido à necessidade de saída de bueiros elevados desaguando no talude do aterro, as descidas d'água são necessárias visando conduzir o fluxo pelo talude até o terreno natural. As descidas d’água posicionam-se sobre os taludes dos cortes e aterros seguindo as suas declividades e também na interseção do talude de aterro com o terreno natural nos pontos de passagem de corte-aterro. As descidas d'água podem ser do tipo rápido ou em degraus. A escolha entre um e outro tipo será função da velocidade limite do escoamento para que não provoque erosão, das características geotécnicas dos taludes, do terreno natural, da necessidade da quebra de energia do fluxo d'água e dos dispositivos de amortecimento na saída. A análise técnica e econômica desse conjunto de fatores levará o projetista à escolha de uma descidado tipo rápido ou em degraus. A descida d'água, por se localizar em um ponto bastante vulnerável na rodovia, principalmente nos aterros, requer que cuidados especiais 36143141894 - Gabrielle Almeida Assuntos Complementares ʹ TJ-MS/2017 Teoria e Questões Comentadas Profs. Marcus V. Campiteli e Fábio Amorim ʹ Aula 3 Prof. Marcus V. Campiteli www.estrategiaconcursos.com.br Página 47 de 102 Prof. Fábio Amorim sejam tomados para se evitar desníveis causados por caminhos preferenciais durante as chuvas intensas e consequentes erosões que podem levar ao colapso toda a estrutura. Assim, deve ser previsto o confinamento da descida no talude de aterro, devidamente nivelada e protegida com o revestimento indicado para os taludes. As descidas d'água podem ter a seção de vazão das seguintes formas: – retangular, em calha tipo rápido ou em degraus; – semicircular ou meia cana, de concreto ou metálica ; – em tubos de concreto ou metálicos. Quanto à execução, as descidas retangulares podem ser executadas no local com formas de madeira, em calha ou degraus. 2.2.7. Saídas d’água As saídas d'água, nos meios rodoviários também denominados de entradas d'água, são dispositivos destinados a conduzir as águas coletadas pelas sarjetas de aterro lançando-as nas descidas d'água. São, portanto, dispositivos de transição entre as sarjetas de aterro e as descidas d'água. 36143141894 - Gabrielle Almeida Assuntos Complementares ʹ TJ-MS/2017 Teoria e Questões Comentadas Profs. Marcus V. Campiteli e Fábio Amorim ʹ Aula 3 Prof. Marcus V. Campiteli www.estrategiaconcursos.com.br Página 48 de 102 Prof. Fábio Amorim Saída d’água 2.2.8. Caixas Coletoras As caixas coletoras têm como objetivos principais: Coletar as águas provenientes das sarjetas e que se destinam aos bueiros de greide; Coletar as águas provenientes de áreas situadas a montante de bueiros de transposição de talvegues, permitindo sua construção abaixo do terreno natural (vimos anteriormente); Coletar as águas provenientes das descidas d'água de cortes, conduzindo-as ao dispositivo de deságue seguro; Permitir a inspeção dos condutos que por elas passam, com o objetivo de verificação de sua funcionalidade e eficiência; Possibilitar mudanças de dimensão de bueiros, de sua declividade e direção, ou ainda quando a um mesmo local concorre mais de um bueiro. As caixas coletoras, quanto à sua função, podem ser: caixas coletoras, caixas de inspeção ou caixas de passagem e, quanto ao fechamento, podem ser com tampa ou abertas. 36143141894 - Gabrielle Almeida Assuntos Complementares ʹ TJ-MS/2017 Teoria e Questões Comentadas Profs. Marcus V. Campiteli e Fábio Amorim ʹ Aula 3 Prof. Marcus V. Campiteli www.estrategiaconcursos.com.br Página 49 de 102 Prof. Fábio Amorim As caixas coletoras localizam-se: Nas extremidades dos comprimentos críticos das sarjetas de corte, conduzindo as águas para o bueiro de greide ou coletor longitudinal, que as levará para o deságue apropriado. Nos pontos de passagem de cortes para aterros, coletando as águas das sarjetas de modo a conduzi-las para o bueiro, nos casos em que as águas ao atingir o terreno natural possam provocar erosões; Nas extremidades das descidas d'água de corte, quando se torna necessária a condução das águas desses dispositivos para fora do corte sem a utilização das sarjetas (foto abaixo); No terreno natural, junto ao pé do aterro, quando se deseja construir um bueiro de transposição de talvegues abaixo da cota do terreno, sendo, portanto, inaplicável a boca convencional; 36143141894 - Gabrielle Almeida Assuntos Complementares ʹ TJ-MS/2017 Teoria e Questões Comentadas Profs. Marcus V. Campiteli e Fábio Amorim ʹ Aula 3 Prof. Marcus V. Campiteli www.estrategiaconcursos.com.br Página 50 de 102 Prof. Fábio Amorim Nos canteiros centrais das rodovias com pista dupla (foto abaixo); Em qualquer lugar onde se torne necessário captar as águas superficiais, transferindo-as para bueiros. As caixas de passagem localizam-se: Onde houver necessidade de mudanças de dimensão, declividade, direção ou cotas de instalação de um bueiro; Nos lugares para os quais concorra mais de um bueiro. As caixas de inspeção localizam-se: Nos locais destinados a vistoriar os condutos construídos tendo em vista verificar sua eficiência hidráulica e seu estado de conservação. Nos trechos com drenos profundos com o objetivo de vistoriar seu funcionamento. As caixas com tampa, em forma de grelha, são indicadas quando tem a finalidade coletora, sendo localizadas em pontos que possam afetar a segurança do tráfego ou se destinem a coletar águas contendo sólidos em volume apreciável e que possam obstruir os bueiros ou coletores. 36143141894 - Gabrielle Almeida Assuntos Complementares ʹ TJ-MS/2017 Teoria e Questões Comentadas Profs. Marcus V. Campiteli e Fábio Amorim ʹ Aula 3 Prof. Marcus V. Campiteli www.estrategiaconcursos.com.br Página 51 de 102 Prof. Fábio Amorim As caixas com tampa removível são indicadas quando têm a finalidade de inspeção e de passagem. As caixas abertas são indicadas quando têm finalidade coletora e localizam-se em pontos que não comprometam a segurança do tráfego. 2.2.9. Bueiros de Greide Os bueiros de greide são dispositivos destinados a conduzir para locais de deságue seguro as águas captadas pelas caixas coletoras. Localizam-se nos seguintes pontos: Nas extremidades dos comprimentos críticos das sarjetas de corte em seção mista ou quando, em seção de corte for possível o lançamento da água coletada através de janela de corte. Nas seções em corte, quando não for possível o aumento da capacidade da sarjeta ou a utilização de abertura de janela no corte a jusante, projeta-se um bueiro de greide longitudinalmente à pista até o ponto de passagem de corte- aterro. Nos pés das descidas d'água dos cortes, recebendo as águas das valetas de proteção de corte e/ou valetas de banquetas, captadas através de caixas coletoras. Nos pontos de passagem de corte-aterro, evitando-se que as águas provenientes das sarjetas de corte deságuem no terreno natural com possibilidade de erodi-lo. Nas rodovias de pista dupla, conduzindo ao deságue as águas coletadas dos dispositivos de drenagem do canteiro central. 36143141894 - Gabrielle Almeida Assuntos Complementares ʹ TJ-MS/2017 Teoria e Questões Comentadas Profs. Marcus V. Campiteli e Fábio Amorim ʹ Aula 3 Prof. Marcus V. Campiteli www.estrategiaconcursos.com.br Página 52 de 102 Prof. Fábio Amorim Os bueiros de greide podem ser implantados transversal ou longitudinalmente ao eixo da rodovia. Os elementos constituintes de um bueiro de greide são: caixas coletoras, corpo, e boca. Bueiro de greide, com uma caixa coletora a montante, outra no canteiro central. As caixas coletoras poderão ser construídas de um lado da pista, dos dois lados da pista e ainda no canteiro central. As caixas coletoras que atendem aos bueiros de greide, por estarem posicionadas próximo às pistas, são geralmente dotadas de tampa em forma de grelha. O corpo do bueiro de greide é constituído em geral de tubos de concreto armado ou metálicos, obedecendo às mesmas considerações formuladas para os bueiros de transposição de talvegues. A boca será construída à jusante, ao nível do terreno ou no talude de aterro, sendo neste caso necessário construir uma descida d'água geralmente dotada de bacia de amortecimento. 2.2.10. Bacias de amortecimento As bacias de amortecimento, ou dissipadores localizados, são obras de drenagem destinadas,mediante a dissipação de energia, a diminuir a velocidade da água quando esta passa de um dispositivo 36143141894 - Gabrielle Almeida Assuntos Complementares ʹ TJ-MS/2017 Teoria e Questões Comentadas Profs. Marcus V. Campiteli e Fábio Amorim ʹ Aula 3 Prof. Marcus V. Campiteli www.estrategiaconcursos.com.br Página 53 de 102 Prof. Fábio Amorim de drenagem superficial qualquer para o terreno natural, de modo a evitar o fenômeno da erosão. Bacia de amortecimento As bacias de amortecimento serão instaladas de um modo geral nos seguintes locais: no pé das descidas d’água nos aterros; na boca de jusante dos bueiros (vide imagem a seguir); na saída das sarjetas de corte, nos pontos de passagem de corte-aterro. Dissipador de energia localizado a jusante do bueiro 36143141894 - Gabrielle Almeida Assuntos Complementares ʹ TJ-MS/2017 Teoria e Questões Comentadas Profs. Marcus V. Campiteli e Fábio Amorim ʹ Aula 3 Prof. Marcus V. Campiteli www.estrategiaconcursos.com.br Página 54 de 102 Prof. Fábio Amorim 2.2.11. Corta-rios Os corta-rios são canais de desvio abertos com a finalidade de: Evitar que um curso d'água existente interfira com a diretriz da rodovia, obrigando a construção de sucessivas obras de transposição de talvegues. Afastar as águas que ao serpentear em torno da diretriz da estrada, coloquem em risco a estabilidade dos aterros. Melhorar a diretriz da rodovia. Esquema de funcionamento do corta-rio 2.3. Drenagem Profunda A drenagem profunda tem por objetivo captar e conduzir as águas subterrâneas existentes no subsolo da rodovia. As águas subterrâneas são aquelas que se encontram no subsolo e podem existir sob a forma de lençol freático, piping ou acumuladas em fendas de rochas. 36143141894 - Gabrielle Almeida Assuntos Complementares ʹ TJ-MS/2017 Teoria e Questões Comentadas Profs. Marcus V. Campiteli e Fábio Amorim ʹ Aula 3 Prof. Marcus V. Campiteli www.estrategiaconcursos.com.br Página 55 de 102 Prof. Fábio Amorim O lençol freático é constituído por uma camada porosa, na qual a água se escoa, camada porosa esta que assenta sobre um leito impermeável. Lençol freático O piping é um fluxo canalizado de solo transportado pela água que filtra através dele. Nas estruturas rochosas fendilhadas, a água pode escoar-se e acumular-se nas fendas, constituindo-se na principal causa da ocorrência de fontes, no subleito das estradas. No preparo do subleito de uma estrada, corta-se uma camada na qual percola um lençol freático. Não é adequado executar o pavimento sem que se execute uma camada drenante ou se instalem drenos subterrâneos longitudinais, ou outros elementos capazes de interceptar e remover o fluxo de água do subsolo. Os principais elementos que possuem a função de drenar essas águas do subsolo são: Drenos profundos; Drenos espinha de peixe (sub-superficiais); 36143141894 - Gabrielle Almeida Assuntos Complementares ʹ TJ-MS/2017 Teoria e Questões Comentadas Profs. Marcus V. Campiteli e Fábio Amorim ʹ Aula 3 Prof. Marcus V. Campiteli www.estrategiaconcursos.com.br Página 56 de 102 Prof. Fábio Amorim Colchão drenante; Drenos sub-horizontais; Valetões laterais. 2.3.1. Drenos Profundos Os drenos profundos têm por objetivo principal interceptar o fluxo da água subterrânea através do rebaixamento do lençol freático, impedindo-o de atingir o subleito. Os drenos profundos são instalados, preferencialmente, em profundidades da ordem de 1,50 a 2,00m, tendo por finalidade captar e aliviar o lençol freático e, consequentemente, proteger o corpo estradal. Devem ser instalados nos trechos em corte, nos terrenos planos que apresentem lençol freático próximo do subleito, bem como nas áreas eventualmente saturadas próximas ao pé dos taludes. Materiais Os materiais empregados nos drenos profundos diferenciam-se de acordo com as suas funções, a saber: Materiais filtrantes: areia, agregados britados, geotêxtil, etc. Materiais drenantes: britas, cascalho grosso lavado, etc. 36143141894 - Gabrielle Almeida Assuntos Complementares ʹ TJ-MS/2017 Teoria e Questões Comentadas Profs. Marcus V. Campiteli e Fábio Amorim ʹ Aula 3 Prof. Marcus V. Campiteli www.estrategiaconcursos.com.br Página 57 de 102 Prof. Fábio Amorim Materiais condutores: tubos de concreto (porosos ou perfurados), cerâmicos (perfurados), de fibrocimento, de materiais plásticos (corrugados, flexíveis perfurados, ranhurados) e metálicos. Há casos em que não são colocados tubos no interior dos drenos. Nestes casos eles são chamados de "drenos cegos”. Localização Os drenos profundos devem ser instalados nos locais onde haja necessidade de interceptar e rebaixar o lençol freático, geralmente nas proximidades dos acostamentos. Drenos profundos interceptam o fluxo de água subterrâneo Nos trechos em corte, recomenda-se que sejam instalados, no mínimo, a 1,50m do pé dos taludes, para evitar futuros problemas de instabilidade. Podem, também, ser instalados sob os aterros, quando ocorrer a possibilidade de aparecimento de água livre, bem como quando forem encontradas camadas permeáveis sobrepostas a outras Dreno Profundo Dreno Profundo 36143141894 - Gabrielle Almeida Assuntos Complementares ʹ TJ-MS/2017 Teoria e Questões Comentadas Profs. Marcus V. Campiteli e Fábio Amorim ʹ Aula 3 Prof. Marcus V. Campiteli www.estrategiaconcursos.com.br Página 58 de 102 Prof. Fábio Amorim impermeáveis, mesmo sem a presença de água na ocasião da pesquisa do lençol freático. Elementos de Projeto Os drenos profundos são constituídos por vala, materiais drenante e filtrante, podendo apresentar tubos-dreno, juntas, caixas de inspeção e estruturas de deságue. No caso de drenos com tubos podem ser utilizados envoltórios drenantes ou filtrantes constituídos de materiais naturais ou sintéticos. Composição dos drenos Com os elementos apresentados, o dreno pode, em resumo, apresentar as seguintes configurações: (1) Tubo condutor envolto por material filtrante (areia). (2) Tubo condutor envolto por material drenante (brita) e material filtrante (manta geotêxtil). (3) Sem tubo condutor, com material drenante (brita) e material filtrante (manta geotêxtil). 36143141894 - Gabrielle Almeida Assuntos Complementares ʹ TJ-MS/2017 Teoria e Questões Comentadas Profs. Marcus V. Campiteli e Fábio Amorim ʹ Aula 3 Prof. Marcus V. Campiteli www.estrategiaconcursos.com.br Página 59 de 102 Prof. Fábio Amorim Valas As valas, abertas manual ou mecanicamente, devem ter no fundo a largura mínima de 50cm e na superfície, a largura do fundo mais 10cm. Abertura de valas para drenagem profunda Sua altura vai depender da profundidade do lençol freático podendo chegar a 1,50m, ou no máximo 2,00m. Material de enchimento O material de enchimento da vala pode ser filtrante ou drenante. A função do material filtrante é a de permitir o escoamento da água sem carrear finos e consequentemente evitar a colmatação do dreno. Poderão ser utilizados materiais naturais com granulometria apropriada (areias) ou geotêxteis. A função do material drenante é a de captar e ao mesmo tempo conduzir as águas a serem drenadas, devendo apresentar uma granulometria adequada à vazão escoada. Tubos Devem ser constituídos por tubos de concreto, de cerâmica, de plástico rígido ou flexível corrugado, e metálicos. 36143141894 - Gabrielle Almeida Assuntos Complementares ʹ TJ-MS/2017 Teoria e Questões Comentadas Profs. Marcus V. Campiteli e FábioAmorim ʹ Aula 3 Prof. Marcus V. Campiteli www.estrategiaconcursos.com.br Página 60 de 102 Prof. Fábio Amorim Tubo em concreto poroso Tubo de Polietileno de Alta Densidade Normalmente, os tubos deverão ser instalados com os furos voltados para baixo, porém, em casos especiais de terrenos altamente porosos ou rochas com fendas amplas, os furos devem ser voltados para cima. A posição dos furos, voltados para cima, exige que se encha a base da vala do dreno com material impermeável até a altura dos furos iniciais e na outra condição deve-se colocar filtro como material de proteção no fundo da vala. 36143141894 - Gabrielle Almeida Assuntos Complementares ʹ TJ-MS/2017 Teoria e Questões Comentadas Profs. Marcus V. Campiteli e Fábio Amorim ʹ Aula 3 Prof. Marcus V. Campiteli www.estrategiaconcursos.com.br Página 61 de 102 Prof. Fábio Amorim No caso de tubos plásticos corrugados flexíveis, por disporem de orifícios em todo o perímetro, não há necessidade de direcionar as aberturas de entrada d'água. Os diâmetros dos tubos comerciais variam de 10 a 15 cm. Na medida da necessidade, poderão ser perfurados, no canteiro de obras, tubos de diâmetros maiores. Os tubos de concreto podem conter furos com diâmetros variando de 6 a 10mm, sendo que nos tubos de materiais plásticos flexíveis corrugados são utilizadas ranhuras de 0,6 a 10mm. Dimensionamento No dimensionamento dos drenos profundos, há dois modelos a considerar, ou seja: drenos com tubos, rígidos ou flexíveis, e drenos cegos. a) Drenos com tubos Os drenos são constituídos por uma vala onde são instalados os tubos e o material de enchimento, ou envoltório, podendo ser selados ou não. Quando selados contém uma camada de material impermeável. Material de enchimento No enchimento da vala é recomendada a utilização de materiais inertes: pedra britada, cascalho ou areia lavada, com granulometria própria e adequada. Para evitar a colmatação e atender as condições de vazão, poderá haver a necessidade de execução de drenos descontínuos. Materiais (escolha e dimensionamento) As granulometrias dos materiais drenantes e filtrantes, e outras considerações, são obtidas pelo processo de Terzaghi, pelas determinações do Bureau of Reclamation e Soil Conservation Service, 36143141894 - Gabrielle Almeida Assuntos Complementares ʹ TJ-MS/2017 Teoria e Questões Comentadas Profs. Marcus V. Campiteli e Fábio Amorim ʹ Aula 3 Prof. Marcus V. Campiteli www.estrategiaconcursos.com.br Página 62 de 102 Prof. Fábio Amorim e no caso de geotêxteis pelo método do Comité Francês de Geotêxteis e Geomembranas. Das recomendações de Terzaghi têm-se as seguintes condições: Condição de permeabilidade; Condição de não entupimento do material filtrante; Condição de não entupimento do tubo; Condição de uniformidade. Quando o material filtrante satisfizer todas as exigências anteriormente listas, o dreno por ser do tipo (1): No caso de o material não satisfazer a condição de não entupimento do tubo, utiliza-se uma camada de proteção envoltória ao próprio tubo. Quando houver excepcional quantidade de água no corte, e quando não for satisfeita a exigência de não entupimento do material filtrante, utiliza-se o tipo (2): 36143141894 - Gabrielle Almeida Assuntos Complementares ʹ TJ-MS/2017 Teoria e Questões Comentadas Profs. Marcus V. Campiteli e Fábio Amorim ʹ Aula 3 Prof. Marcus V. Campiteli www.estrategiaconcursos.com.br Página 63 de 102 Prof. Fábio Amorim b) Drenos cegos Tem sua utilização nos casos em que o volume d'água a drenar é pequeno e a extensão do dreno é reduzida, face à sua baixa capacidade drenante. O Cálculo da seção de vazão é feito com a fórmula de Darcy 芸 噺 計 抜 畦 抜 荊 Onde: Q = vazão do dreno, igual à descarga de projeto (m³/dia); K = coeficiente de condutividade hidráulica do material drenante usado (m/dia); A = área da seção transversal do dreno, geralmente de forma retangular (m²); I = gradiente hidráulico do dreno considerado igual à sua declividade (m/m). 2.3.2. Drenos em Espinhas de Peixe São drenos destinados à drenagem de grandes áreas, pavimentadas ou não, normalmente usados em série, em sentido oblíquo em relação ao eixo longitudinal da rodovia ou área a drenar. 36143141894 - Gabrielle Almeida Assuntos Complementares ʹ TJ-MS/2017 Teoria e Questões Comentadas Profs. Marcus V. Campiteli e Fábio Amorim ʹ Aula 3 Prof. Marcus V. Campiteli www.estrategiaconcursos.com.br Página 64 de 102 Prof. Fábio Amorim Geralmente são de pequena profundidade e, por este motivo, sem tubos, embora possam eventualmente ser usados com tubos. Podem ser exigidos em cortes, quando os drenos longitudinais forem insuficientes para a drenagem da área. Podem ser projetados em terrenos que receberão aterros e nos quais o lençol freático estiver próximo da superfície. Podem também ser necessários nos aterros quando o solo natural for impermeável. Conforme as condições existentes podem desaguar livremente ou em drenos longitudinais. Dreno em espinha de peixe 36143141894 - Gabrielle Almeida Assuntos Complementares ʹ TJ-MS/2017 Teoria e Questões Comentadas Profs. Marcus V. Campiteli e Fábio Amorim ʹ Aula 3 Prof. Marcus V. Campiteli www.estrategiaconcursos.com.br Página 65 de 102 Prof. Fábio Amorim 2.3.3. Colchão Drenante O objetivo das camadas drenantes é drenar as águas, situadas a pequena profundidade do corpo estradal, em que o volume não possa ser drenado pelos drenos "espinha de peixe". Colchão Drenante São usadas: nos cortes em rocha; nos cortes em que o lençol freático estiver próximo do greide da terraplenagem; na base dos aterros onde houver água livre próximo ao terreno natural; nos aterros constituídos sobre terrenos impermeáveis. A remoção das águas coletadas pelos colchões drenantes deverá ser feita por drenos longitudinais. 2.3.4. Drenos Sub-horizontais Os drenos sub-horizontais são aplicados para a prevenção e correção de escorregamentos nos quais a causa determinante da instabilidade 36143141894 - Gabrielle Almeida Assuntos Complementares ʹ TJ-MS/2017 Teoria e Questões Comentadas Profs. Marcus V. Campiteli e Fábio Amorim ʹ Aula 3 Prof. Marcus V. Campiteli www.estrategiaconcursos.com.br Página 66 de 102 Prof. Fábio Amorim é a elevação do lençol freático ou do nível piezométrico de lençóis confinados. No caso de escorregamentos de grandes proporções, geralmente trata-se da única solução econômica a se recorrer. Dreno sub-horizontal instalado em talude São constituídos por tubos providos de ranhuras ou orifícios na sua parte superior, introduzidos em perfurações executadas na parede do talude, com inclinação próxima à horizontal. Esses tubos drenam a água do lençol ou lençóis, aliviando a pressão nos poros. Considera- se mais importante que o alívio da pressão a mudança da direção do fluxo d'água, orientando-se assim a percolação para uma direção que contribui para o aumento da estabilidade. 2.3.5. Valetões Laterais Existem casos em que se recomendam a execução de valetões laterais formados a partir do bordo do acostamento. O valetão é posicionado entre, de um lado, o acostamento, e do outro o próprio talude do corte, processo este designado por falso-aterro. 36143141894 - Gabrielle Almeida Assuntos Complementares ʹ TJ-MS/2017 Teoria e Questões Comentadas Profs. Marcus V. Campiteli e Fábio Amorim ʹ Aula 3 Prof. Marcus V. Campiteli www.estrategiaconcursos.com.br Página
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