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Glaciação e Refúgios

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GLACIAÇÃO E REFÚGIOS
Fenômeno da glaciação: uma porção do planeta fica congelada
Ciclo de Milankovitch
· Excentricidade (elipsidade da órbita): elipsidade de tempos em tempos estica, ficando mais achatada. De tal forma que o momento em que o planeta está nessa elipsidade no máximo de achatamento, nos extremos há uma distância maior do Sol, assim recebe menos radiação solar e é menos aquecido. Tem um período de troca de elipses de 100000 anos
· Obliquidade (inclinação da órbita): o planeta pode se inclinar ainda mais, deixando certos hemisférios mais “perto” do Sol, recebendo mais radiação solar, enquanto outros ficam mais “longe”, recebendo menos radiação solar. A variação entre as inclinações é gradativa e tem um período cíclico de 41000 anos
· Precessão (deriva do polo): A inclinação que temos na Terra faz com que o norte geográfico mude (agora nosso Norte aponta para a Ursa Menor, mas pode apontar para Vega). Também é uma variação gradativa, tendo um período cíclico de 22000 anos
· Resumo esfriamento e aquecimento:
· Quando os períodos se coincidem, é quando acontece um período glacial
· O último período de glaciação máxima (35% da água do planeta congelada) que tivemos foi o que dividiu os períodos pleistoceno e holoceno
· Glaciação ocorre do hemisfério norte para o sul
glaciação - Causas
· Aumento da reflexão pela neve e gelo:
· Menor a penetração dos raios solares pois, a cor branca, reflete a luz solar, sendo assim, a luz solar não é armazenada no planeta
· Diferença de altitude:
· Regiões mais altas, como picos de montanhas, são bem mais frias, então no período de glaciação, essas regiões ficam ainda mais congeladas do que ao nível do mar
· Diminuição dos níveis dos mares:
· Com a água em formato de gelo, há uma diminuição do nível do mar, tendo uma mudança nos limites dos mapas. O formato de continentes se altera, pois há uma regressão dos mares. Isso faz com que ilhas possam não estar mais isoladas de continentes, tendo pontes de terra entre estes. Mares congelados também podem servir de ponte
· Ao mesmo tempo que permite conexões entre fauna e flora terrestre, pode ser um evento vicariante para faunas e floras marinhas
· Durante os últimos milhões de anos houve várias eras glaciares, ocorrendo com frequência de 40000 a 100000, entre as quais se destacam:
· Glaciação Donau: há cerca de 2 milhões de anos
· Glaciação Günz: há cerca de 700 mil anos
· Glaciação Mindel: há cerca de 500 mil anos
· Glaciação Riss: há cerca de 300 mil anos
· Glaciação Würm: há cerca de 150 mil anos (ou de 100 a 12 mil anos).
· Pode ser chamada também de Wisconsin
· Coincide com a dispersão dos hominídeos pelo estreito de Bering, para chegar na América do Norte
· Extensão do gelo durante a última glaciação (Last Glacial Maximum): vemos os picos mais altos congelados, e grande parte da América do Norte e Europa congelados em branco. Em marrom, devido a diminuição do nível do mar, era terra exposta
· O acréscimo e o decréscimo das calotas polares promovem oscilações do nível do mar
· Período glaciais = nível do mar baixo = regressões das linhas de costa
· Períodos interglaciais = nível do mar alto = transgressões das linhas de costa
· Em períodos glaciais máximos, geleiras de 2 a 3 km de espessura e em sua extensão máxima cobriam cerca de um terço da superfície continental
· Isso causa profundos efeitos nas biotas terrestres e marinhas
· Abaixamento do nível do mar em 100m, formando pontes continentais: rotas de dispersão para espécies terrestres e barreiras para vida marinha em ondas alternadas
· Efeitos em novas combinações de temperaturas, precipitação, circulação atmosférica ou oceânica
· Diminuição do nível do mar afeta correntes oceânicas, que por sua vez afeta até o clima global
variações climáticas
· Causas astronômicas: ciclos de Milankovitch
· Causas extraterrestres:
· Variações na quantidade de radiação solar
· Variações na absorção da radiação solar
· Causas terrestres:
· Migração polar e deriva continental
· Variações na circulação e temperatura das correntes marinhas
· Variações na topografia da Terra: gelo de gelo sobre a crosta terrestre pode causar deformidades no relevo. Isso pode mudar cursos de rios, por exemplo
· Mudanças na distribuição das superfícies continentais e hídricas
· Variação na cobertura da neve e gelo
· Variação na composição da atmosfera: ozônio filtra a radiação ultravioleta, quando não tinha, a Terra era mais quente. Devido ao homem, a camada de ozônio está diminuindo, fazendo com que raios solares penetrem ainda mais, e acelera ainda mais o aquecimento global
respostas biogeográficas
· Flutuação junto aos seus habitats ótimos: regiões com organismos em locais que vão se resfriando e congelando tendem a fugir/migrar/dispersam para regiões mais quentes
· Adaptação às alterações dos ambientes locais: se não são capazes de fugir, acabam se adaptando ao clima frio, dependendo do tempo evolutivo desse resfriamento (que tende a ser lento). Vão selecionando adaptações para sobreviver nesse frio (e ao período de seca associado)
· Extinção ou redução de amplitude: ou então, são extintos. Períodos glaciais são conhecidos como períodos de grande extinção, pois a maioria se extingue. Podem ser extintos, porém, em só alguns pontos, sendo que sobram relíquias da distribuição geográfica deles anteriormente
· Mudanças no ambiente:
· Na localização, extensão e configuração de seus habitats originais
· Na natureza das zonas climáticas e ambientais
· Formação e dissolução de rotas de dispersão
teoria dos refúgio
· Revista Science – Jürgen Haffer (1969), ornitólogo e biogeógrafo alemão, propôs que a imensa variedade da avifauna amazônica surgiu devido a vários períodos de seca durante o Pleistoceno e pós-Pleistoceno, em que a floresta Amazônica foi dividida em um número de pequenas florestas
· Como dito antes, regiões do planeta que não congelaram, podem ter tido transformações na sua umidade, e sofrer com períodos de seca muito drástica
· Isso promove um isolamento de regiões úmidas. Organismos que são extremamente adaptados para regiões úmidas, como organismos florestais (vegetais ou animais), nessa época de resfriamento, ficaram concentrados em pequenas porções do planeta que continuaram úmidas
· Em épocas glaciais, regiões extremamente úmidas como a Amazônia de hoje, não eram assim. Ela tinha regiões restritas, pequenos pontos na Amazônia que eram realmente úmidos
· Então, organismos que não se adaptavam a regiões que secavam, fugiam dessas regiões secas para essas regiões úmidas da Amazônia, ficando isolado
· Ficando isolados e sem fluxo gênico, dependendo do tempo evolutivo que ocorrer esse isolamento, pode acontecer um processo de especiação
· Após o fim da do período glacial, com o aquecimento do planeta, a região úmida volta a ser continua. Assim, a fauna e a flora voltam a se encontrar. Entretanto, já são espécies diferentes, e não conseguem mais se reproduzir
· Quando no futuro ocorrer um novo resfriamento, essas espécies vão se isolar novamente nesses “refúgios”, e vai ocorrer novamente a especiação, uma nova diversidade de espécies surge, e depois aquece e junta de novo. E assim ciclicamente
· “Áreas de refúgio”:
· Ocorreram durante o período de isolamento geográfico
· Gerou especiação e originando diversas linhagens
· Quando retornava o período úmido, os fragmentos florestais se conectavam novamente, permitindo que aquelas populações estendessem sua distribuição
· Este processo teria se repetido diversas vezes durante o Quartenário, levando a rápida diferenciação dos animais de floresta da Amazônia
· 9 prováveis refúgios: Chocó, Nechí, Catatumbo, Imerí, Napo, Leste Paruano, Madeira-Tapajós, Belém e Guiana
· Paulo Vanzolini (1970), zoólogo brasileiro, chegou as mesmas conclusões através de seus estudos com répteis
· Eventualmente, um desses fragmentos florestais (refúgios úmidos) poderia vir a secar também, e os indivíduos contidos nessas regiões poderiam se adaptar ao ambiente aberto e seco (répteis)

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