Buscar

Primeiros presidentes da República 9 ano

Prévia do material em texto

Prof. Jelsimar Pereira
História - ____/____/2023
Primeiros presidentes
Promulgada a Constituição de 1891, a Assembleia Constituinte foi transformada em Congresso Nacional com poderes para propor e votar leis. Além disso, coube aos deputados e senadores eleger o presidente e o vice-presidente da República.
Nessa primeira eleição, indireta, os representantes civis, que incluía o grupo dos cafeicultores, apresentaram como candidatos o fazendeiro Prudente de Moraes (1841-1902) para presidente e o marechal Floriano Peixoto (1839- -1895) para vice-presidente. Por sua vez, os militares indicaram a candidatura de Deodoro da Fonseca para presidente e a do almirante Eduardo Wandenkolk (1838-1902) para vice. 
A legislação da época permitia que o eleitor votasse em candidatos de chapas distintas para presidente e vice. Assim, foram eleitos Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto.
Governo de Deodoro da Fonseca 
Mesmo vencendo a eleição, Deodoro não tinha apoio político suficiente para governar. Ele sofria a oposição dos grandes cafeicultores paulistas, que o acusavam de ser autoritário e o responsabilizavam pela crise econômica do encilhamento. 
Os cafeicultores tinham poder e Deodoro não conseguia lidar com a oposição. Por isso, em 3 de novembro de 1891, ele decidiu fechar o Congresso e prender seus principais líderes, ato que desrespeitava a Constituição. 
Em protesto contra seu autoritarismo, os trabalhadores da Estrada de Ferro Central do Brasil entraram em greve. Ao mesmo tempo, membros da Marinha ameaçaram bombardear o Rio de Janeiro com navios de guerra ancorados na baía de Guanabara. O episódio ficou conhecido como Primeira Revolta da Armada. 
Diante da força das oposições, Deodoro renunciou ao cargo em 23 de novembro de 1891. Floriano Peixoto passou a ocupar a presidência.
Governo de Floriano Peixoto 
Entre 1891 e 1894, durante o mandato de Floriano Peixoto, o governo reabriu o Congresso Nacional e afastou chefes de governo estaduais considerados adversários. Como Deodoro deixou o cargo antes de completar dois anos de mandato, a Constituição estabelecia que novas eleições deveriam ser convocadas. Mas Floriano assumiu a presidência e lá permaneceu. Isso gerou revoltas. 
Em relação à economia, o governo estimulou a industrialização, facilitando a importação de equipamentos e a concessão de empréstimos. Reformou o sistema bancário, proibindo os bancos particulares de emitir dinheiro. A emissão de moeda tornou-se responsabilidade exclusiva do governo federal. Isso conferia maior controle sobre o dinheiro em circulação e evitava um novo encilhamento. 
Além disso, Floriano adotou medidas populares, como baixar o preço da carne e dos aluguéis residenciais.
Autoritarismo e oposição 
O governo de Floriano foi duramente criticado, e as oposições promoveram revoltas com o objetivo de convocar novas eleições presidenciais. Em setembro de 1893 ocorreu a Segunda Revolta da Armada no Rio de Janeiro. 
Durante essa revolta, navios de guerra ameaçaram bombardear a capital caso o presidente não convocasse novas eleições. Alguns dos mais influentes setores políticos do país temiam que esses confrontos colocassem em risco a estabilidade da República. 
Após receber o apoio do Partido Republicano Paulista (que representava os cafeicultores do estado) e de setores do Exército, o governo conseguiu reprimir a Revolta da Armada.
Revolução Federalista 
Ainda em 1893, começou no Rio Grande do Sul um grave conflito entre duas forças políticas. De um lado, o Partido Republicano Gaúcho, liderado pelo presidente do estado Júlio de Castilhos (1860-1903). De outro, o Partido Federalista, liderado por Silveira Martins (1835-1901). 
Os membros do Partido Republicano Gaúcho, apelidados de pica-paus, defendiam o presidencialismo e apoiavam Floriano Peixoto. Já os membros do Partido Federalista, apelidados de maragatos, queriam um governo parlamentarista e contavam com o apoio de setores da Marinha. Eles também pretendiam reformar a Constituição gaúcha e depor Castilhos e o presidente Floriano. 
A guerra civil entre pica-paus e maragatos espalhou-se pelo Rio Grande do Sul e atingiu Santa Catarina e Paraná. O conflito, que ficou conhecido como Revolução Federalista, provocou cerca de 10 mil mortes e milhares de fugas para o Uruguai. A guerra durou mais de dois anos, só terminando em meados de 1895. 
Ao final, houve anistia para os revoltosos, mas suas reivindicações não foram atendidas. A Constituição gaúcha permaneceu a mesma e os membros do Partido Republicano dominaram o cenário político do Rio Grande do Sul nas primeiras décadas do século XX. 
Apesar dos conflitos e críticas, Floriano não cedeu às pressões e ficou no poder até o fim do mandato. Devido à sua maneira enérgica de enfrentar os adversários políticos, Floriano ficou conhecido como Marechal de Ferro.

Continue navegando

Outros materiais