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Cosmetologia e Formulações Cosméticas

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Autores: Profa. Daclé Juliani Macrini
 Prof. Tércio Martins
Colaboradores: Prof. Thiago Macrini
 Profa. Laura Cristina da Cruz Dominciano
Cosmetologia e 
Formulações Cosméticas
Professores conteudistas: Daclé Juliani Macrini / Tércio Martins
Daclé Juliani Macrini
É farmacêutica, graduada pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (FCF/USP, 1982), 
especialista em Fitoterapia pelo Centro de Ensino Superior de Homeopatia (FACIS/IBEHE, 2000), mestre em Produção 
e Controle de Medicamentos na área da Cosmetologia pela Universidade de São Paulo (FCF/USP, 2004) e doutora 
em Patologia Ambiental e Experimental pela Universidade Paulista (UNIP, 2014). Realizou cursos de aprimoramento 
de Ensino a distância, Florais de Bach, Estética corporal e facial, Drenagem linfática, Criolipólise, Aromaterapia, 
Intradermoterapia pressurizada, entre outros. Publicou diversos artigos em revistas nacionais e internacionais e livros 
na área da saúde: Plantas da Amazônia: avaliação da atividade inibitória da tirosinase, A utilização da própolis para 
o tratamento da acne retencional e Auriculoterapia e aromaterapia no combate do estresse. Na UNIP, atua como 
coordenadora do curso de Estética e é docente nos cursos superiores do Instituto de Ciências da Saúde nas disciplinas 
de Biossegurança, Fitocosmetologia, entre outras.
Tércio Martins
É farmacêutico com modalidade em Indústria pela Universidade Federal do Ceará (UFC), especialista em Produção 
e Controle de Medicamentos pela Universidade de São Paulo (USP), mestre em Produção e Controle de Medicamentos 
na área de Farmacotécnica pela USP e doutor em Produção e Controle de Medicamentos na área de Cosmetologia 
pela USP. Faz parte do grupo de pesquisa de Investigação em Farmacognosia e Medicina Tradicional da Universidade 
Nacional Mayor de San Marcos – Lima (Peru) como investigador adjunto, destacando a investigação sobre o uso 
de produtos naturais da Amazônia peruana com potencial atividade antioxidante em cosméticos. Publicou diversos 
artigos em revistas nacionais e internacionais e fez inúmeras apresentações em congressos. Tem experiência na área 
acadêmica superior como orientador de pesquisas e professor dos cursos de Farmácia, Estética e Cosmética e Nutrição 
e na área acadêmica de pós-graduação.
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
M174c Macrini, Daclé Juliani.
Cosmetologia e Formulações Cosméticas / Daclé Juliani Macrini, 
Tércio Martins. – São Paulo: Editora Sol, 2020.
200 p., il.
Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, Série Didática, ISSN 1517-9230.
1. Cosméticos. 2. Legislação. 3. Fotoproteção. I. Macrini, Daclé 
Juliani. II. Martins, Tércio. III. Título.
CDU 687.55
U508.15 – 20
Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora de Unidades Universitárias
Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez
Vice-Reitora de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Unip Interativa – EaD
Profa. Elisabete Brihy 
Prof. Marcello Vannini
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli
 Material Didático – EaD
 Comissão editorial: 
 Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
 Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
 Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
 Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
 Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
 Projeto gráfico:
 Prof. Alexandre Ponzetto
 Revisão:
 Vera Saad
 Talita Lo Ré
Sumário
Cosmetologia e Formulações Cosméticas 
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................9
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................9
Unidade I
1 COSMÉTICOS – HISTÓRIA E CONCEITOS ................................................................................................ 11
1.1 História da cosmetologia .................................................................................................................. 11
1.2 Conceitos e definições........................................................................................................................ 17
1.2.1 Cosmética................................................................................................................................................... 17
1.2.2 Cosmetologia ............................................................................................................................................ 18
1.2.3 Cosmético .................................................................................................................................................. 18
1.2.4 Cosmecêutico ........................................................................................................................................... 18
1.2.5 Cosmiatria .................................................................................................................................................. 19
1.2.6 Nutracêutico ............................................................................................................................................. 19
1.2.7 Nutricosmético ....................................................................................................................................... 19
1.2.8 Medicamento tópico ............................................................................................................................. 20
2 SISTEMA TEGUMENTAR, PERMEABILIDADE CUTÂNEA E ABSORÇÃO......................................... 20
2.1 Pele ............................................................................................................................................................. 21
2.1.1 Composição química da pele ............................................................................................................. 21
2.1.2 Estrutura e camadas da pele .............................................................................................................. 22
2.1.3 Principais funções da pele .................................................................................................................. 31
2.1.4 Anexos da pele ......................................................................................................................................... 34
2.1.5 Biótipos cutâneos ................................................................................................................................... 36
2.2 Permeabilidade cutânea .................................................................................................................... 37
2.2.1 Fatores envolvidos .................................................................................................................................. 37
2.2.2 Recursos para facilitar a permeabilidade cutânea .................................................................... 38
Unidade II
3 LEGISLAÇÃO COSMÉTICA ............................................................................................................................. 44
3.1 Classificação dos cosméticos segundo os graus de risco..................................................... 44
3.1.1 Grau 1 .......................................................................................................................................................... 44
3.1.2 Grau 2 ..........................................................................................................................................................44
3.2 Limites de contaminantes ................................................................................................................. 45
3.3 Rotulagem ............................................................................................................................................... 46
4 CLASSIFICAÇÃO DOS PRINCIPAIS COMPONENTES COSMÉTICOS ................................................ 47
4.1 Veículos cosméticos ............................................................................................................................. 47
4.1.1 Água: dermatológica, termal e micelar ......................................................................................... 47
4.1.2 Solução ....................................................................................................................................................... 49
4.1.3 Suspensão .................................................................................................................................................. 50
4.1.4 Emulsão ...................................................................................................................................................... 51
4.1.5 Microemulsão ........................................................................................................................................... 52
4.1.6 Microemulsão com cristais líquidos ................................................................................................ 54
4.1.7 Mousse ou espumas .............................................................................................................................. 55
4.1.8 Aerossóis (spray) ...................................................................................................................................... 56
4.1.9 Géis ............................................................................................................................................................... 58
4.1.10 Pós .............................................................................................................................................................. 59
4.1.11 Veículos vetoriais .................................................................................................................................. 60
4.1.12 Veículos liofilizados ............................................................................................................................. 66
4.2 Classes químicas de excipientes cosméticos ............................................................................. 68
4.2.1 Água ............................................................................................................................................................. 68
4.2.2 Emolientes ................................................................................................................................................. 68
4.3 Aditivos ..................................................................................................................................................... 80
4.3.1 Conservantes ............................................................................................................................................ 80
4.3.2 Quelantes ou sequestrantes ............................................................................................................... 81
4.3.3 Corantes ...................................................................................................................................................... 82
4.3.4 Fragrâncias ................................................................................................................................................ 83
4.3.5 Antioxidantes ........................................................................................................................................... 83
4.3.6 Corretores de pH ..................................................................................................................................... 84
4.4 Princípios ativos .................................................................................................................................... 84
Unidade III
5 TIPOS DE COSMÉTICOS ................................................................................................................................. 89
5.1 Cosméticos para revitalização da pele e alterações inestéticas ....................................... 89
5.1.1 Cosméticos para higienização ........................................................................................................... 90
5.1.2 Cosméticos para hidratação ............................................................................................................... 91
5.1.3 Cosméticos para nutrição da pele ................................................................................................... 93
5.1.4 Cosméticos anti-inflamatórios, cicatrizantes e calmantes .................................................... 94
5.1.5 Cosméticos antiacne ............................................................................................................................. 96
5.1.6 Cosméticos para tratamento da gordura localizada ..............................................................102
5.1.7 Cosméticos para tratamento de discromias cutâneas ...........................................................107
5.2 Cosméticos para peelings ...............................................................................................................119
5.2.1 Peeling biológico ...................................................................................................................................119
5.2.2 Peeling enzimático .............................................................................................................................. 120
5.2.3 Peeling físico ...........................................................................................................................................121
5.2.4 Peeling químico .................................................................................................................................... 122
5.2.5 Peeling mecânico ................................................................................................................................. 125
5.2.6 Peelings vegetais ou gommage ..................................................................................................... 125
5.2.7 Peeling estético ..................................................................................................................................... 125
6 COSMÉTICOS ESPECÍFICOS E DIFERENCIADOS ..................................................................................127
6.1 Cosméticos específicos ...................................................................................................................127
6.1.1 Desodorantes e antitranspirantes, sabonetes e dentifrícios .............................................. 127
6.1.2 Produtos para cabelos ........................................................................................................................ 132
6.1.3 Produtos depilatórios ......................................................................................................................... 145
6.1.4 Produtos para as unhas ..................................................................................................................... 148
6.2 Cosméticos diferenciados ...............................................................................................................152
6.2.1 Cosméticos masculinos ..................................................................................................................... 152
6.2.2 Cosméticos infantis ............................................................................................................................. 154
6.2.3 Cosméticosprebióticos e probióticos .......................................................................................... 157
Unidade IV
7 FOTOPROTEÇÃO ..............................................................................................................................................165
7.1 Radiação solar e consequências da exposição solar ............................................................165
7.2 Proteção solar ......................................................................................................................................168
7.2.1 Filtros inorgânicos ................................................................................................................................171
7.2.2 Filtros orgânicos ................................................................................................................................... 172
7.2.3 Filtros UVB .............................................................................................................................................. 172
7.2.4 Filtros UVA .............................................................................................................................................. 173
7.2.5 Índices de proteção solar .................................................................................................................. 175
7.3 Bronzeamento e produtos solares ...............................................................................................176
7.3.1 Produtos ativadores de bronzeamento ....................................................................................... 176
7.3.2 Produtos prolongadores de bronzeamento .............................................................................. 177
7.3.3 Autobronzeadores ............................................................................................................................... 177
7.3.4 Bronzeamento artificial por câmaras x saúde ......................................................................... 178
7.3.5 Produtos pós-sol .................................................................................................................................. 178
8 MAQUIAGENS .................................................................................................................................................178
8.1 Corretivo ................................................................................................................................................179
8.2 Base ..........................................................................................................................................................179
8.3 Pós ............................................................................................................................................................179
8.4 Batons .....................................................................................................................................................180
8.5 Blushes ....................................................................................................................................................180
8.6 Produtos de maquiagens para a área dos olhos ....................................................................181
9
APRESENTAÇÃO
O conhecimento da cosmetologia é primordial para quem pretende trabalhar com a estética. Dentro 
da cosmetologia são estudados os conceitos, as definições e a história relacionados à cosmetologia. Esta 
disciplina fornece ao profissional os conhecimentos básicos sobre as principais classes dos produtos 
cosméticos existentes no mercado e a composição das formulações utilizadas nos tratamentos das 
alterações estéticas.
Serão apresentados detalhadamente os fundamentos da permeabilidade cutânea, os conceitos e 
definições dos veículos cosméticos, aditivos e princípios ativos utilizados numa formulação cosmética, 
bem como as técnicas de obtenção, mecanismos de ação, uso e indicações dos princípios ativos presentes 
nos cosméticos utilizados nas manifestações inestéticas ou mesmo para sua prevenção, além do uso de 
cosméticos com fins de maquiagem que fazem parte deste estudo.
A disciplina estuda os fototipos cutâneos, os fotoprotetores e a fotoproteção, o que é de 
fundamental importância não só para a cosmetologia, mas principalmente para todo profissional 
ligado à saúde e à estética.
INTRODUÇÃO
A cosmetologia é a ciência que estuda os produtos cosméticos voltados à manutenção, conservação 
e defesa da pele. A preocupação com a saúde, com a qualidade de vida e com a autoestima da 
população na sociedade atual resultou em uma maior demanda por produtos de higiene pessoal, 
perfumaria e cosméticos em todo o mundo.
Os cosméticos proporcionam às pessoas não só o embelezamento ou a camuflagem de alguma 
alteração inestética, como também múltiplas formas de prevenção de doenças.
Hoje o Brasil é o quarto maior mercado de cosméticos no mundo, ficando atrás apenas dos Estados 
Unidos, China e Japão (ABIHPEC; SEBRAE, 2019). Até 2015, o país era o terceiro colocado da lista, mas 
caiu de posição no ranking após a crise financeira vivida na época.
Apesar disso, a indústria de higiene e beleza brasileira cresceu mais que a economia do país. 
A participação dos homens, jovens e crianças contribuiu para o crescimento do mercado total do segmento 
e uma maior amplitude e variedade de produtos para cuidados com a pele, além de subprodutos da 
categoria capilar terem sido incluídos.
Nos últimos anos, o homem passou a ser um grande alvo de consumo e vem recebendo atenção 
especial da indústria, com lançamento de linhas especiais para cuidados da pele, cabelo e barba 
(ABIHPEC, SEBRAE, 2019).
Além disso, com a população mundial amadurecendo e se preocupando mais com sua aparência, 
a indústria de cosméticos aumenta sua atenção e seu olhar para esse público, atenção esta ainda 
insuficiente, mas em ascendência.
10
Algumas apostas que vêm sendo feito pelas indústrias têm obtido sucesso, como é o caso de certas 
marcas que lançam linhas de skincare específicas para as faixas de idade de 60 e 70 anos (ABIHPEC, 
SEBRAE, 2019).
Atualmente, a indústria cosmética representa um fator de grande importância na economia mundial. 
As mudanças econômicas e hábitos da sociedade influenciam diretamente no desenvolvimento de novas 
tecnologias para a obtenção de produtos cosméticos inovadores com eficácia comprovada e cada vez 
mais acessíveis à população como um todo.
O estudo da cosmetologia se faz necessário aos profissionais que direta ou indiretamente estão 
preocupados com a aparência, com a estética e com o bem-estar dos indivíduos, pois só assim conseguirão 
entender o uso dos cosméticos e auxiliar no crescimento da área.
Para tanto, esta disciplina dará os subsídios necessários para que o aluno conheça os conceitos 
ligados à cosmetologia, o que inclui o estudo dos fundamentos da permeabilidade cutânea, dos veículos 
cosméticos, aditivos e princípios ativos utilizados numa formulação cosmética, bem como as técnicas 
de obtenção, os mecanismos de ação, uso e indicações dos cosméticos normalmente utilizados nos 
tratamentos estéticos tanto para corrigir manifestações inestéticas como para preveni-las.
Entre as classes de cosméticos a serem estudadas, veremos os cosméticos para higienização, 
hidratação, revitalização e nutrição da pele, cosméticos anti-inflamatórios, cicatrizantes e calmantes, 
cosméticos para discromias e acne, para peelings e para tratamento da gordura localizada, para 
fotoproteção, produtos depilatórios, para as unhas, para cabelos, desodorantes, sabonetes e dentifrícios, 
e ainda as classes especiais de cosméticos masculinos, infantis e para maquiagem.
11
COSMETOLOGIA E FORMULAÇÕES COSMÉTICAS
Unidade I
1 COSMÉTICOS – HISTÓRIA E CONCEITOS
1.1 História da cosmetologia
A história dos cosméticos acompanhou a história da humanidade e sempre esteve ligada ao 
desenvolvimento cultural e científico. No Egito antigoforam encontrados recipientes com materiais 
utilizados para fins cosméticos. O início do uso dos cosméticos data de mais de 30 mil anos, em 
períodos em que os homens deixavam gravados em rochas e pedras seus hábitos cotidianos, inclusive 
de cuidados com a higiene e a beleza. Produtos cosméticos e técnicas estéticas ditas como modernas, 
como o uso de esfoliantes e cremes antirrugas, técnicas de epilação, métodos para eliminação de 
estrias, extensões capilares, melhora de halitosis e odores corporais desagradáveis, já eram conhecidos 
no antigo Egito.
A mestra na arte da beleza foi Cleópatra VII, tendo-lhe sido imputada a criação de um livro em que 
são relatados os segredos de beleza. O uso de cosméticos pelos egípcios ocorria por razões terapêuticas 
e estéticas, independentemente de sexo e de classe social.
 Observação
Cleópatra, considerada a rainha do Egito, é uma das mulheres mais 
conhecidas da história da humanidade, ela era inteligente, sedutora, bela, 
ardilosa e com simpatia singular, considerado seu maior poder de sedução, 
e, adicionado a todos esses atributos, sua vaidade também foi muito 
importante, e nos forneceu grande contribuição para a cosmetologia, 
inclusive através da obra Cleopatre Gynoecirium Libri. 
Frequentemente utilizavam maquiagem de diversas cores, entre elas a cor branca, preta (à 
base de óxido de carbono ou magnésio) e verde (oriundas de materiais compostos por cobre). 
Outra cor de maquiagem utilizada era o vermelho ocre, obtido da mistura de terra com água; a 
mistura era aplicada nos lábios e nas maçãs do rosto. A hena era utilizada para cobrir as unhas de 
amarelo ou laranja. Relatos históricos descrevem tubos de khol, uma tinta para os olhos obtida pela 
junção de antimônio, óxido de cobre, amêndoas queimadas, malaquite verde, carbonato branco de 
chumbo (cerussite) e, algumas vezes, pequenas quantidades de compostos de chumbo (laurionite e 
fosgenite), que posteriormente era misturado com óleo ou gordura e reduzido a pó. Tais produtos 
eram armazenados em jarros que continham o nome de Nefertiti e de sua filha e eram aplicados 
nos olhos, por meio do uso de uma pequena madeira.
12
Unidade I
 Lembrete
A hena foi muito utilizada na Antiguidade e continua até hoje a ter muitas 
aplicações. A hena pura é vermelha, dá um tom vermelho-acastanhado.
Entre alguns achados arqueológicos foram encontrados inúmeros jarros, alguns ainda por utilizar, 
como o encontrado no túmulo de Tut-anj-Amon, em forma de leoa, o qual continha unguentos e 
perfumes, em que foram identificados sete tipos diferentes de óleos vegetais e um óleo de origem 
animal. Os recipientes eram construídos de granito, basalto e alabastro.
Os produtos contidos nos jarros eram utilizados para pintar as pálpebras superiores e inferiores, e 
uma linha que tinha início no canto do olho e finalizava nas áreas temporais.
Os egípicios acreditavam que a maquiagem tinha propriedades mágicas e até curativas, pois, ao se 
apresentarem perante os deuses, no dia do julgamento da morte, eles tinham que observar certas regras 
de vestimenta, como vestir roupas novas e sandálias brancas, além de ter os olhos pintados e untados 
com óleo.
Cosméticos para os olhos eram importados de Punt para Hatshepsut, juntamente com incenso-ihmut, 
incenso-sonter, símios e macacos. A importação de cosméticos representava o segundo maior negócio 
na balança comercial com o estrangeiro, imediatamente após a importação de madeira. Thutmose III 
trouxe uma quantidade não determinada desses produtos das suas campanhas em Naharin. O óxido 
resultante de folhas esmagadas era misturado com água e pedra de sal (cloreto de sódio), seguindo-se 
um processo de filtragem repetido que poderia durar semanas, até estar completo. O clorídio de folhas 
resultante era utilizado como componente para a maquiagem dos olhos, componente do qual, mediante 
a adição de gordura e pós secos, se conseguia uma grande variedade de unguentos.
Senhoras egípcias ricas pintavam as unhas e tratavam a pele e cabelos com creme e óleos. Na 
sepultura de três damas egípcias, da corte de Tutmosis III (1450 a.C.), encontrou-se uma grande 
variedade de cosméticos, dos quais chamavam particularmente a atenção jarras que continham creme 
de limpeza, composto de óleo vegetal e cal (ou talvez gesso). Os unguentos cosméticos eram muito 
apreciados e universalmente reconhecidos, tendo mesmo sido utilizados como moeda de troca, antes 
do aparecimento do dinheiro.
Os egípcios utilizavam cremes corporais, compostos de óleos, como o óleo de linho, de sésamo 
(Sesamum indicum), de rícino (Ricinus communis), de Balanos (Balanites aegyptiaca), de amêndoa de 
Moringa (Moringa pterygosperma), de oliva (Olea europea) e de amêndoas. Os óleos animais também 
compunham os unguentos e derivavam normalmente de boi e de gansos. De acordo com a tradição, 
Cleópatra banhava-se diariamente com leite de burra, uma vez que o leite materno e o de vaca eram 
usados como remédios terapêuticos; já o leite coalhado era usado topicamente em produtos cosméticos, 
pela presença de ácido lático e alfa-hidroxiácidos, atualmente utilizados na indústria cosmética.
13
COSMETOLOGIA E FORMULAÇÕES COSMÉTICAS
Diversos unguentos eram importados pela Grécia e Ásia, entre estes, destacava-se o unguento 
de Mendes, por tratar-se de uma composição complexa, podendo ser preparado de diversas 
formas. Plínio descreveu a formulação do unguente contendo óleo de balanos, resina, mirra, 
óleo de azeitonas verdes, cardamomo, mel, vinho, gálbano e resina de turpertina, dando origem 
a um cosmético corporal utilizado após o banho. Outro unguento melhorava a condição natural 
da pele, na promoção do rejuvenescimento, composto de extrato de banha de porco e de boi, 
juntamente com incenso, cera de abelha, óleo de enebro e sementes de coriandro, devendo ser 
aplicado na pele após aquecimento. Quanto ao modo de uso, era indicada a relização de fricção 
com mirra.
Os egípcios eram extremamente cuidadosos na utilização de peças de linho recém-lavadas, além 
disso realizavam a circuncisão dos seus filhos, no intuito de manter a higiene, em detrimento da 
beleza. A higiene era de extrema importância, o que refletia na importância do cargo de supervisor 
real da lavandaria, sendo este uma personalidade proeminente da corte. A preocupação com a 
higiene e o cuidado corporal transcendia os sexos, sendo que ambos, homens e mulheres, recorriam 
ao uso de cosméticos e óleos corporais.
A necessidade de utilizar proteção para a pele, num clima quente e árido, era entendida por 
todas as classes sociais, fazendo parte da rotina diária a aplicação de óleos. Existem indícios que 
provam que a distribuição de produtos, para o cuidado corporal, era feita diariamente, como parte 
do salário, mesmo às classes mais baixas. Ainda utilizavam uma pasta que continha cinza ou barro, 
muitas vezes misturados com essências como sabão.
Os papiros médicos de Ebers (1500 a.C.) descrevem uma mistura de óleos animais e vegetais 
com sais alcalinos utilizados como sabão no tratamento de doenças de pele, assim como na sua 
lavagem. Embora existissem casas de banho, os egípcios se contentavam em tomar banho por 
aspersão ou por imersão nos canais fluviais.
Quanto aos cuidados mais específicos do corpo, os lavatórios continham soluções salinas, a 
areia era usada como esfoliante, e lavavam-se ao acordar, antes e depois das refeições principais. 
Em casas mais abastadas, podia-se encontrar quartos de banho, onde os escravos deitavam grandes 
quantidades de água sobre os seus patrões, utilizando um óleo animal ou vegetal, misturado com 
pó de lima, como sabão. Na limpeza dos dentes era usada outra solução chamada natron, composto 
natural de carbonato de sódio (Na
2CO3), bicarbonato de sódio (NaHCO3), cloreto de sódio (NaCL) 
e sulfato de sódio (Na2SO4); natron provém do latim, natrium, e significa sódio. Manter o hálito 
fresco era outra preocupação, mascavam-se folhas de tâmara.
Os cuidados com os cabelos eram de vital importância no Egito,mesmo sendo frequente o uso 
de perucas, fixadas ao couro cabeludo com uma mistura de cera de abelhas e resina. As perucas 
eram produzidas de diversas formas (lã de ovelha, cabelos humanos, fibras de palmeira) e eram 
utilizadas por mulheres e por homens, em festas, atos oficiais ou simplesmente para se protegerem 
contra o calor. Era comum o uso de cones de gordura na cabeça ou a sua aplicação nas perucas, para 
que os cabelos fossem protegidos dos efeitos do sol. Além de manter as perucas umedecidas, os 
cones de gordura exalavam uma agradável fragrância enquanto derretiam lentamente. Tal prática 
14
Unidade I
era tida como um ato social e recorria-se à distribuição dos cones por servos que os colocavam nas 
cabeças dos convidados.
A realeza podia também utilizar apliques de cabelo ou barbas postiças, como a utilizada pela 
rainha Hatshepsut, que realçavam o seu status real. Quando não utilizadas, as perucas eram 
guardadas em caixas especiais e colocadas em exposição nas suas casas. O profundo valor simbólico 
do cabelo existiu em todas as civilizações, foram encontradas numerosas fórmulas para os cuidados 
capilares nos papiros de Ebers. A queda de cabelos era tratada com compostos à base de óleo 
de rícino e meliloto, como também eram utilizados tônicos capilares preparados com mirtilho, 
tamarindo e turpertina. Os papiros de Ebers também contêm fórmulas para provocar a calvície, 
as quais eram utilizadas para trazer a desgraça àqueles que se odiavam, com o seguinte escrito: 
“Folhas de lótus fervidas, adiciona-se óleo e aplica-se sobre a cabeça da mulher que se destesta”.
Os cabelos brancos eram tratados com unguentos à base de óleo e extratos vegetais, aplicados 
quentes sobre a cabeça. Outra técnica bem conhecida pelos egípcios eram as tintas capilares, como 
pode ser comprovado em algumas múmias que apresentavam os cabelos avermelhados, provavelmente 
recorrendo às propriedades da hena. A caspa era tratada com uma mistura de farinha de cevada 
calcinada e gordura de boi. Os pelos indesejáveis eram raspados ou depilados, havendo relatos de 
Heródoto referentes aos sacerdotes que raspavam o corpo inteiro a cada dois dias a fim de que nem 
piolhos ou outros parasitas aderissem à sua pessoa enquanto serviam os deuses.
Figura 1 – Heródoto, Histórias II (Projecto Gutenberg)
Em determinados períodos, os cabelos eram usados longos sobre os ombros ou até mais compridos, 
tanto por homens quanto por mulheres, no entanto, houve épocas em que os adultos usavam a cabeça 
totalmente rapada. Historiadores atribuem esse fato à prevenção de piolhos.
15
COSMETOLOGIA E FORMULAÇÕES COSMÉTICAS
Outro tratamento muito comum do Egito antigo era a utilização de produtos antirrugas, como as 
formulações contidas nos papiros médicos. O tratamento consistia em aplicações diárias de uma mistura 
de incenso, cera de abelhas, óleo de Moringa e frutos verdes de cipreste; o receituário terminava com a 
inscrição: “prova-o e verás!”. Outra formulação era composta de pó de goma dissolvido numa substância, 
não totalmente identificada, chamada água de padou (talvez mel e um óleo vegetal). O resultado era 
um líquido viscoso que se aplicava sobre a cara, depois da lavagem. Ao que parece, produzia o efeito de 
“esticar a pele do rosto”, que tem algum paralelismo com os modernos gomagens.
No entanto, a evolução da cosmetologia aconteceu durante a dominação grega na Europa (400 a.C.), 
quando os cosméticos tornaram-se mais do que uma ciência, estando menos ligados à religião. Nos 
manuscritos de Hipócrates existem orientações sobre higiene e cuidados pessoais. No século II a.C. as 
deusas da beleza feminina eram veneradas como a Vênus de Milo.
Figura 2 – Vênus de Milo
No período romano (180 d.C.), um médico grego chamado Claudius Galen realizava pesquisas sobre a 
produção de cosméticos, iniciando a era galênica, com destaque para o produto Unguentum Refrigerans, 
atualmente conhecido na área cosmética como cold cream. Ainda nesse período surgia a alquimia, em 
que formulações cosméticas eram utilizadas nos atos de magia e ocultismo (KADUNK et al., 2012).
16
Unidade I
A Idade Média, também conhecida como 500 anos sem banho, foi um período de clausura para os 
cosméticos. O rigor religioso foi determinante para isso e o culto à higiene e à beleza foram deixados de 
lado. As pessoas ficaram impossibilitadas de se cuidar com a repressão aos banhos e a determinação das 
vestimentas adequadas e recatadas.
No século XV, período do Renascimento e descoberta da América, ocorreu o retorno à beleza e 
os hábitos do período podem ser observados nas obras dos artistas do período, como a Mona Lisa de 
Leonardo da Vinci, em que é retratada uma mulher sem sobrancelhas, com face ampla e alva, de tez 
suave e delicada.
Figura 3 – Quadro da Mona Lisa, de Leonardo da Vinci
 Saiba mais
Para conhecer mais sobre a beleza e os hábitos do período citado acesse 
o site do Louvre:
ONLINE TOURS. [s.d.]. Disponível em: https://www.louvre.fr/en/visites-
en-ligne. Acesso em: 19 mai. 2020.
17
COSMETOLOGIA E FORMULAÇÕES COSMÉTICAS
Nos séculos XVII e XVIII, na Idade Moderna, foi possível observar a evolução dos cosméticos, no 
entanto, no fim desses séculos, o uso de cosméticos e perfumes tornou-se fora de moda. Em 1770, o 
Parlamento Inglês estabeleceu que qualquer mulher que seduzisse ou traísse o marido no casamento pelo 
uso de perfume, pintura, cosméticos, produtos de higiene, dentes artificiais, cabelos falsos, espartilho de 
ferro, sapatos de salto alto e enchimentos nos quadris sofreria nas penalidades pela lei de bruxaria e o 
casamento seria considerado nulo e sem validade.
No período vitoriano da Inglaterra, também conhecido como Idade Contemporânea (século XIX), 
os cosméticos se popularizaram novamente e passaram a ser fabricados em casa, cada família tinha 
sua própria receita. As mulheres expunham um pouco do corpo, porém, os banhos eram feitos com 
trajes fechados. Esse período foi determinante para o surgimento de indústrias de matérias-primas de 
cosméticos e produtos de higiene nos Estados Unidos, França, Japão, Inglaterra e Alemanha.
As primeiras indústrias de produtos cosméticos datam do início do século XX e, com o passar do 
tempo, tornaram-se algumas das maiores empresas fabricantes de cosméticos do mundo. No Brasil, a 
indústria cosmética teve início a partir da segunda metade do século XX.
O século XXI acelerou a evolução e expansão da ciência cosmética, da tecnologia da beleza e da 
indústria cosmética, sendo uma das áreas mais competitivas. Atualmente o mercado cosmético tem 
desenvolvido produtos com uso de biotecnologia, que consiste em produtos que empregam agentes 
biológicos, como células, moléculas, organelas e organismos com as mais diversas funções e ações.
 Lembrete
Lembre-se sempre de conhecer a história dos assuntos relacionados à 
estética e à cosmetologia para conseguir entender os conceitos e técnicas 
hoje utilizados.
1.2 Conceitos e definições
1.2.1 Cosmética
A palavra cosmética tem origem no termo grego kosmetés, que descrevia um escravo ou ajudante 
que tinha como função arrumar as roupas, perfumes e pinturas da sua senhora e os objetos de beleza 
eram designados como kósmesis.
Cosmética é a arte de manter o aspecto natural mediante cuidados especiais, tratamentos e utilização 
de produtos cosméticos auxiliares e de conservação (cosméticos) e de melhorar esse mesmo aspecto de 
acordo com as possibilidades.
A cosmética é praticada desde a Antiguidade, sobretudo pelas mulheres. A cosmética muitas vezes 
utiliza a cirurgia estética para a eliminação artificial de imperfeições, deformações, cicatrizes e sinais 
de envelhecimento.
18
Unidade I
1.2.2 Cosmetologia
A cosmetologia é a ciência que serve de suporte à fabricação de produtos de beleza, permitindo 
verificar suas propriedades. Entre as funções básicas dos cosméticos, podemos citar:
• Limpeza: que deve acontecer respeitando o equilíbrio fisiológico, sem causar desengorduramento 
excessivo, sem alcalinizar e semdesnaturar as proteínas cutâneas.
• Correção: consiste em restabelecer o equilíbrio alterado, devolvendo as características naturais da 
pele saudável.
• Proteção: a manutenção de pele e de seus anexos consiste em evitar a limpeza irracional ou, 
ainda, em impedir que os agentes externos como vento, sol e frio modifiquem as características 
naturais da epiderme.
1.2.3 Cosmético
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determina na Resolução RDC n. 211 (ANVISA, 
2005) que produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes são preparações constituídas por 
substâncias naturais ou sintéticas, de uso externo nas diversas partes do corpo humano, pele, sistema 
capilar, unhas, lábios, órgãos genitais externos, dentes e membranas mucosas da cavidade oral, com o 
objetivo exclusivo ou principal de limpá-los, perfumá-los, além de alterar sua aparência e/ou corrigir 
odores corporais e/ou protegê-los ou mantê-los em bom estado.
1.2.4 Cosmecêutico
O termo cosmecêutico foi introduzido por Albert Kligman na década de 1980 em um encontro 
da Sociedade de Químicos de Cosméticos, como uma descrição de um produto cosmético que exerce 
benefícios terapêuticos na aparência da pele, mas não um efeito que seja necessariamente biológico na 
sua função, o que o classificaria como medicamento. Em outras palavras, os cosmecêuticos enquadram-se 
entre o segmento de cosméticos e farmacêuticos.
De forma geral são aplicados diretamente na pele (uso tópico), alterando sua estrutura em razão das 
propriedades biológicas, diferentemente dos cosméticos que apenas adornam. No entanto, não possuem 
ação medicamentosa. São produtos cosméticos com componentes bioativos e propriedades terapêuticas.
O segmento pode ser dividido de acordo com o tratamento: antitranspirantes, fotoprotetores, 
tratamento do envelhecimento, clareadores, reparadores de colágeno, reparadores de barreira, entre 
muitos outros tipos.
A Food and Drug Administration (FDA) não reconhece o termo cosmecêutico e não regulamenta 
os produtos dentro desse conceito, contudo, com o rápido avanço da indústria dos cosmecêuticos 
nos últimos anos, a relação simbiótica entre cosméticos e medicamentos tornou-se evidente, com a 
necessidade em reforçar a classificação de cosmecêuticos.
19
COSMETOLOGIA E FORMULAÇÕES COSMÉTICAS
Por tornarem-se uma realidade na vida de todos, os cosmecêuticos são conhecidos mundialmente, 
no entanto, existem diferenças quanto à sua regulamentação entre cada país e entre os tipos de 
cosmecêuticos, existindo, em alguns casos, a necessidade de prescrição para aquisição do produto.
1.2.5 Cosmiatria
Cosmiatria é uma subárea da dermatologia voltada ao tratamento e prevenção de problemas 
estéticos na pele. De uma forma geral, pode ser considerada como a ciência que estuda a beleza humana 
de forma responsável e ética.
A cosmiatria utiliza produtos cosméticos e tecnologias com o intuito de proporcionar a melhora da 
pele deixando-a com aparência jovem e saudável. O uso de novas substâncias e processos tem gerado 
avanços expressivos na área estética.
1.2.6 Nutracêutico
O termo nutracêutico foi definido pelo médico fundador e presidente da Fundação para Inovação 
em Medicina, Stephen DeFelice, nos anos 1980. Os nutracêuticos compreendem uma área que faz 
intercessão entre as indústrias farmacêutica e alimentícia e envolvem os suplementos que atuam na 
pele, de dentro para fora, com propriedades antioxidantes e rejuvenescedoras.
Podem ser definidos como alimentos ou bebidas com propriedades terapêuticas, de prevenção 
e tratamento de doenças e, principalmente, como auxiliadores na promoção da saúde e melhora do 
estado nutricional. Podem ser compreendidos como nutrientes isolados, suplementos dietéticos, 
alimentos funcionais, produtos herbais, alimentos processados e cápsulas, contendo vitaminas, minerais 
e proteínas.
O surgimento dos nutracêuticos se deve aos bons resultados de estudo clínicos sobre suplementação 
de cálcio, fibras e óleo de peixe.
1.2.7 Nutricosmético
Os nutricosméticos surgem pela junção das indústrias de cosméticos e de alimentos, 
caracterizando-se pela melhora dos aspectos estéticos pelo consumo de alimentos ou suplementos 
com propriedades antioxidantes.
O objetivo principal está relacionado à prevenção e aos cuidados com o envelhecimento da pele, 
isto é, está baseado na “beleza de dentro para fora”. São conhecidos como a pílula da beleza, cosméticos 
orais, e podem ser apresentados das mais diversas formas, com destaque para as formas farmacêuticas 
líquidas, cápsulas, tabletes e balas.
O quadro a seguir apresenta as principais diferenças dos novos segmentos relacionados com a área 
da cosmetologia.
20
Unidade I
Quadro 1 – Diferenças entre cosmecêutico, 
nutracêutico e nutricosmético
Cosmecêutico Nutracêutico Nutricosmético
Forma farmacêutica Formulações cosmética – cremes e loções
Suplementos ou cápsulas, 
bebidas, balas etc.
Suplementos ou cápsulas, 
bebidas, balas etc.
Via de administração Tópica Oral Oral
Principais aplicações
Tratamentos antirrugas, 
acne, manchas, celulite, 
antiqueda de cabelos
Antioxidante, 
antienvelhecimento, redução 
do colesterol, energizantes, 
prevenção de doenças
Antienvelhecimento, 
anticelulite, proteção solar, 
drenante, nutrição capilar, 
fortalecimento de unhas, 
cabelo e pele.
Fonte: Pereira (2015, p. 29).
Para a Anvisa, não existe a classificação apresentada neste tópico, dessa forma, não existem 
registros para produtos utilizando os termos discutidos e apresentados (cosmecêutico, nutracêutico e 
nutricosmético) e tal posicionamento é feito pela ausência de comprovação científica.
1.2.8 Medicamento tópico
Os medicamentos tópicos são aqueles não destinados a efeitos sistêmicos, que contenham um 
determinado fármaco, isto é, são aplicados na área a ser tratada como uma droga, mas essa droga 
não chega à circulação sistêmica. Tais produtos não devem ser confundidos com cosméticos, pois os 
cosméticos apresentam características e funções bastante distintas de um medicamento.
 Observação:
Food and Drug Administration (FDA) é um órgão do governo dos 
Estados Unidos, criado em 1862, com a função de controlar os alimentos e 
medicamentos, através de diversos testes e pesquisas. O objetivo do FDA é 
ter o controle dos alimentos e medicamentos, que podem ser de humanos 
e animais, suplementos alimentares, cosméticos, equipamentos médicos e 
materiais biológicos. Cada novo produto, antes de ser lançado, tem que 
ser testado e aprovado pelo órgão, senão não tem sua comercialização 
liberada, e, caso a empresa insista, esta pode ser autuada e terá de pagar 
uma multa.
2 SISTEMA TEGUMENTAR, PERMEABILIDADE CUTÂNEA E ABSORÇÃO
O sistema pigmentar é constituído pela pele e seus anexos, incluindo os pelos, unhas, glândulas 
sebáceas, sudoríparas e mamárias.
21
COSMETOLOGIA E FORMULAÇÕES COSMÉTICAS
2.1 Pele
A pele é o maior órgão do corpo humano, num adulto ela tem um peso aproximado de 4 a 5 kg, 
apresenta uma área de 1,5 a 2,0 m2 e espessura que varia de 0,5 a 6 mm, conforme a região do corpo. 
Nela ficam concentrados aproximadamente quase dois terços do sangue do corpo e metade das células 
imunes primárias.
A pele do rosto, cabeça, axilas, mãos e pés são diferentes da pele no resto do corpo. Na nuca, por 
exemplo, a espessura da pele é de aproximadamente 0,5 mm, na planta dos pés, 5 mm, e nas pálpebras, 
uma região com finíssima espessura, chega a ter de 700 µ a 800 µ.
A saúde da pele é muito importante para a autoestima, mas não só isso, ela é importante para a 
saúde geral do indivíduo, pois representa a primeira linha de defesa do organismo contra o ataque 
de bactérias e vírus e auxilia na manutenção do equilíbrio dos líquidos e temperatura corporal. 
É sensível ao toque (percebido desde uma pressão suave até um esbarrar de uma pena macia) a 
uma pressão forte ou à dor, caracterizado como um mecanismo de defesa e sobrevivência, além de 
outras diversas funções.
A pele do rosto é um dos indicadores principais da saúde do indivíduo,é particularmente fina e 
sensível e a mais afetada pelas agressões dos raios solares, por isso tão suscetível ao envelhecimento.
A pele do couro cabeludo é semelhante à pele de outras partes do corpo, com um diferencial, a 
presença de folículos pilosos maiores e mais profundos que acomodam os fios de cabelo. O cabelo 
saudável é sedoso, não oleoso, resistente (não quebradiço) e brilhante.
Uma pele saudável deve estar livre de doença, infecção ou lesão. Ela deve ser levemente úmida, 
macia e flexível. O ideal é que tenha a superfície lisa, ligeiramente ácida e de textura agradável, além de 
respostas imunológicas rápidas e na medida certa. O cabelo e a pele da face são indicadores visíveis 
de como se encontra o estado da saúde da pessoa.
Para um profissional da área da dermatologia ou da estética, é importante que se conheça a 
composição química da pele, a estrutura, as funções e os biótipos cutâneos para melhor entender 
a fisiologia da pele e sua importância diante das variações existentes de indivíduo para indivíduo, e 
saber como lidar e tratar a pele em cada caso.
2.1.1 Composição química da pele
A pele é constituída basicamente de água, sais minerais, protídeos, lipídios e glicídios:
• Água: está presente em 50 a 70% do total da pele.
• Sais minerais: encontram-se na pele, entre eles podem ser citados: Na, K, Mg, Ca, Fe, Cu, 
Zn, Mn etc.
22
Unidade I
• Protídeos: compostos por carbono (C), hidrogênio (H), oxigênio (O) e nitrogênio (N). Estão presentes 
em aproximadamente 27,5% do total da pele. São eles:
— Aminoácidos: substâncias orgânicas que apresentam em sua constituição dois grupos 
funcionais diferentes: uma carboxila (-COOH) e um amino (-NH2), o grupo amino está sempre 
ligado ao carbono de número 2 da cadeia (α-aminoácido). Exemplo: tirosina, cistina, prolina, 
hidroxiprolina, desmosina.
— Proteínas: formadas por aminoácidos, são sólidas, incolores, insolúveis em solventes orgânicos, 
alguns solúveis em água, ou em soluções de sais, ácidos e bases. Exemplo: colágeno, elastina, 
queratoialina, queratina, glicoproteínas, ácido hialurônico, melanina, ácidos nucleicos (DNA e 
RNA) e ureia.
— Enzimas: proteínas com função catalisadora de reações biológicas, funções enzimáticas. 
Exemplo: colagenase, elastase, hialuronidase.
— Hormônios: muitos deles são de natureza proteica. Exemplo: MSH (hormônio estimulante 
da melanina).
• Lipídios: também chamados de lipídeos ou ainda lípidos, são substâncias orgânicas compostas 
de carbono, oxigênio e hidrogênio, insolúveis em água e solúveis em solventes orgânicos como 
álcool, éter e acetona. Exemplo: fosfolipídio (componente da membrana plasmática celular), 
colesterol (um álcool monoinsaturado gorduroso, é um esteroide natural), esqualeno (um dos 
metabólitos da biossíntese do colesterol), ácidos graxos (ácidos monocarboxílicos com o grupo 
carboxila “-COOH”, ligado a uma longa cadeia alquílica), triglicerídeos (gorduras armazenadas 
como forma de reserva energética) e prostaglandinas (responsável pela multiplicação celular, 
reações alérgicas e inflamação).
• Glicídios: moléculas orgânicas constituídas por carbono, hidrogênio e oxigênio. São os 
açúcares ou carboidratos. Exemplo: glicose, glicogênio (sintetizado a partir da glicose, 
protídeos e lipídios).
2.1.2 Estrutura e camadas da pele
A pele é formada pela epiderme, a camada mais externa e fina da pele (0,04 a 1,5 mm de espessura), 
constituída por tecido epitelial estratificado, pela derme (localizada abaixo da epiderme e formada 
de tecido conjuntivo) e ainda por uma terceira camada, a chamada hipoderme ou tela subcutânea 
(composta por tecido conjuntivo adiposo), que até pouco tempo era considerada como parte da pele, 
mas que, hoje, é entendida como uma camada à parte pela maioria dos autores.
23
COSMETOLOGIA E FORMULAÇÕES COSMÉTICAS
Epiderme
Hipoderme
Músculo reto abdominal 
e gordura peritoneal
Derme
Figura 4 – Foto do tecido epitelial, com as diferentes camadas da pele (objetiva 4x)
Nas camadas que compõem a pele, estão presentes as diversas células e estruturas que participam 
para sua formação e função.
Poros sudoríparos
Papila dérmica
Epiderme
Derme
Subcutâneo
(hipoderme)
Final do nervo sensorial
Pelo
Córnea
Veia
Artéria
Camada de pigmentos
Camada germinativa
Corpúsculo de Pacini
Glândula sudorípara
Vasos sanguíneos e linfáticos
Fibras nervosas
Papila capilar
Folículo capilar
Glândula sebácea
Músculo eretor do pelo
Camada basal
Camada espinhosa
Figura 5 – Pele e suas estruturas
24
Unidade I
Epiderme
A epiderme é a camada mais superficial da pele, que repousa sobre uma lâmina basal ondulada e tem 
as seguintes características: é uma barreira contra os agentes externos, tem a capacidade de diminuir a 
perda de líquidos do meio interno, não é vascularizada, mas possui terminações nervosas e é composta 
de camadas ou estratos divididos de acordo com a presença e diferenciação de suas células.
As camadas ou estratos da epiderme são:
• Estrato córneo: é a camada visível da pele. É formada por células achatadas em forma de 
escamas que são desprendidas e substituídas continuamente por outras novas que chegam das 
camadas mais internas da epiderme. Apresenta uma média de 20 subcamadas de células mortas 
compostas de queratina, que, junto às gorduras, formam uma camada protetora, resistente à 
água. A esse processo em que as células mortas se desprendem regularmente dá-se o nome 
de descamação. A camada córnea apresenta ainda os poros das glândulas sudoríparas e as 
aberturas das glândulas sebáceas.
• Estrato lúcido: é a camada que apoia o estrato córneo, constituída por pequenas células aplainadas 
e transparentes.
• Estrato granuloso: é uma camada formada por células losangulares que produzem grânulos e 
querato-hialina, os grãos laminares dão o aspecto granuloso e por isso o nome de estrato granuloso.
• Estrato espinhoso: o estrato espinhoso, junto com o estrato basal, forma a camada de Malpighi, 
suas células apresentam-se fusiformes e poliédricas unidas em tonofilamentos. Os queratinócitos 
produzem queratina (fibras de proteína). Nessa camada inicia-se o processo de descamação das 
células epiteliais.
• Estrato basal ou camada germinativa: é a camada mais profunda da epiderme e, junto ao estrato 
espinhoso forma a “Camada de Malpighi”, suas células podem apresentar-se cilíndricas ou em 
diversos formatos. Nessa camada ocorrem a produção e o crescimento das células da epiderme, 
incluindo os queratinócitos, melanócitos, células de Langerhans e células de Merckel.
Células epidérmicas
Os queratinócitos são formados na camada mais profunda da epiderme (camada basal), a partir de 
células cilíndricas que sofrem contínua atividade mitótica. 
Estão presentes desde as camadas mais profundas até a periferia, são as células mais 
numerosas da epiderme, representando 80% do total das células epidérmicas, aparecem no estrato 
germinativo ou camada basal, estrato espinhoso, estrato granuloso, estrato lúcido e estrato córneo 
(e descamante).
25
COSMETOLOGIA E FORMULAÇÕES COSMÉTICAS
Os queratinócitos na camada basal são células altas, cilíndricas e dispostas em uma única camada, 
são fixados entre si pelos desmossomos e sobre a membrana basal pelos hemidesmossomos.
Sintetizam as tonofibrilas, que agrupadas formam os tonofilamentos. Os desmossomos unem-se aos 
tonofilamentos resultando numa tensão e coesão intracelular e intercelular firme.
No estrato espinhoso, as células se achatam e apresentam a forma poliédrica. Já no estrato granuloso 
as células tomam a forma de losango e se achatam ainda mais, e a presença de grãos de querato-hialina 
e grãos laminares dão o aspecto granuloso a essa camada.
A querato-hialina presente é precursora da proteína filagrina, que dá origem ao natural moisturizing 
factor (NMF) ou fator de hidratação natural. No estrato lúcido, os queratinócitos achatados contêm 
eleidina. E, no estrato córneo, os queratinócitos apresentam-se em lâminas, perdem o núcleo e organelas, 
tornando-se completamentequeratinizados.
Figura 6 – Queratinócitos
Já melanócitos são células dendríticas presentes na camada basal germinativa que possuem organelas 
específicas, os melanossomas, responsáveis pela produção de melanina.
Figura 7 – Melanócito e melanina
26
Unidade I
As células de Langerhans são células dendríticas (apresentam prolongamentos citoplásmicos 
chamados dendritos), situadas na camada de Malpighi. Elas se deslocam entre a derme e a epiderme. 
Contêm organelas especiais como os grânulos de Birbeck (endocitose) e os lisossomos (digestão).
As células de Langerhans estão presentes também nos folículos pilosos, glândulas sebáceas, glândulas 
sudorais apócrinas, mucosa bucal, mucosa gengival, entre outros locais.
Já as células de Merckel possuem microfilamentos e estão situadas na camada basal germinativa. 
O citoplasma é granuloso e seu núcleo apresenta inclusões específicas. Os desmossomos unem as células 
de Merckel aos queratinócitos vizinhos.
Uma fibra nervosa não mielinizada (um neurônio sensorial) entra em contato com as células de 
Merckel (através do apoio num disco táctil) formando o disco de Merckel (inervação da pele).
Estão presentes em peles jovens, em nariz, lábios e regiões genitais.
2.1.2.1 Derme
A derme é uma camada espessa de tecido conjuntivo, vascularizada, na qual se apoia a epiderme. 
É responsável por dar resistência mecânica à pele e promover a nutrição da pele e seus anexos. Sua 
espessura é cerca de 25 vezes maior que a da epiderme.
A derme se conecta na parte mais externa com a epiderme e mais profundamente com a hipoderme e 
fáscia muscular. É dividida em duas camadas, a derme superficial ou papilar (formada por tecido conjuntivo 
frouxo) e a derme profunda ou reticular (formada por tecido conjuntivo denso).
A camada papilar é a mais externa e nela são encontradas as papilas dérmicas (pequenas elevações 
presentes na base dos folículos pilosos) que contêm arteríolas, vênulas, capilares linfáticos, e os 
corpúsculos táteis com terminações nervosas, fibras elásticas e fibras de reticulina.
 Observação
No contato entre a derme e a epiderme aparece a junção 
dermoepidérmica que apresenta as seguintes características: é sinuosa e 
suporta mecanicamente a epiderme; os queratinócitos da camada basal 
germinativa repousam sobre ela; é intermediária entre os tecidos epitelial e 
conjuntivo; tem função de barreira ou filtro seletivo. Nela estão presentes: 
tonofilamentos, hemidesmossomas, membrana, lâmina lúcida, lâmina 
basal, fibras elásticas, fibras de ancoragem e fibras de colágeno e, na parte 
superior, aparecem os melanócitos.
A camada reticular é a mais interna e responsável pelo fornecimento de oxigênio e nutrientes às 
outras camadas da pele. Nessa camada, também vascularizada e bem inervada, estão presentes diversas 
27
COSMETOLOGIA E FORMULAÇÕES COSMÉTICAS
estruturas, incluindo vasos sanguíneos, vasos linfáticos, nervos, terminações nervosas, células de 
macrófagos, linfócitos e fibroblastos, fibras de colágeno ou colágenas, fibras de elastina ou elásticas, 
glândulas sebáceas, glândulas sudoríparas, folículos pilosos e músculos eretores dos pelos.
Células, fibras e estruturas da derme
As células, fibras e estruturas da derme consistem em:
• Macrófago: célula do tecido conjuntivo rica em lisossomas com função de fagocitose de elementos 
estranhos ao corpo, responsável pela defesa do organismo.
Figura 8 – Macrófago
• Linfócito: célula de defesa do corpo.
Figura 9 – Linfócito
28
Unidade I
• Fibroblasto: é uma célula do tecido conjuntivo responsável pela síntese de colágeno e elastina, 
glicosaminoglicanas e glicoproteínas multiadesivas. Durante o processo de recuperação de 
lesões, os fibroblastos migram para as áreas afetadas auxiliando na produção de matriz celular e 
cicatrização da lesão. 
Figura 10 – Fibroblasto
• Fibras elásticas: as fibras elásticas são delgadas, sem estriações longitudinais e se ramificam 
formando uma rede. São formadas pela proteína elastina (produzida pelos fibroblastos). As fibras 
são resistentes e suas microfibrilas são constituídas por uma glicoproteína especializada que dá 
resistência e elasticidade.
Figura 11 – Fibras elásticas
29
COSMETOLOGIA E FORMULAÇÕES COSMÉTICAS
• Fibras colágenas: as fibras colágenas são formadas pela proteína chamada de colágeno, sintetizado 
pelos fibroblastos, células do músculo liso e osteoblastos. Existem cinco tipos de colágeno e, entre 
eles, o tipo I é o principal constituinte da pele, tendões, ossos e paredes dos vasos.
Figura 12 – Fibras colágenas
• Fibras de reticulina: as fibras de reticulina são curtas, finas (0,5 a 2 µm), delicadas e inelásticas. 
As fibras são ramificadas e formam uma rede que liga o tecido conjuntivo aos tecidos vizinhos. 
São constituídas pela proteína chamada de reticulina, sintetizada por fibroblastos, condroblastos, 
osteoblastos e por células epiteliais. É formada principalmente pelo colágeno tipo III (ou, em 
algumas vezes, por colágeno tipo I) associado às glicoproteínas e às proteoglicanas.
• Terminações nervosas: as terminações nervosas em corpúsculos são formações compactas, com 
uma espécie de cápsula que envolve os filetes nervosos. Encontram-se nas duas camadas da 
derme, enquanto as terminações nervosas livres se apresentam sem nenhum tipo de estrutura 
que as envolva. São receptores sensoriais (axônios) que se formam na derme e ramificam-se até 
à epiderme.
• As glândulas sebáceas, glândulas sudoríparas, folículos pilosos e folículos pilossebáceos podem ser 
classificadas como:
— As glândulas sudoríparas secretam o suor e são formadas por uma base enovelada ligada a 
um duto que termina na epiderme formando um poro por onde é excretado o suor.
— As glândulas sebáceas secretam o sebo e são formadas por pequenos sacos com dutos que se 
conectam aos folículos pilosos por onde é excretado o sebo.
— Os folículos pilosos são constituídos por células epidérmicas que se estendem pela derme e 
formam um tubo por onde poderá passar um pelo.
— Os folículos pilossebáceos são formados pelos folículos pilosos, pelos ou cabelos, bainhas, 
glândulas sebáceas e músculos eretores.
30
Unidade I
Glândula sudorípara
Figura 13 – Folículo pilossebáceo e glândula sudorípara
2.1.2.2 Hipoderme ou tela subcutânea
É um tecido localizado abaixo da camada dérmica, unindo a derme aos órgãos profundos. É formado 
por tecido conjuntivo adiposo e tecido conjuntivo frouxo. As células de gordura ou células adiposas 
são também chamadas de adipócitos e ficam agrupadas em lóbulos. É um tecido bem suprido de vasos 
sanguíneos e terminações nervosas e dá o contorno e a firmeza ao corpo. O tecido varia de espessura 
conforme sua localização no corpo e difere com a idade, gênero, condições de saúde, alimentação e 
qualidade de vida.
Adipócito
Figura 14 – Foto de adipócitos na hipoderme
31
COSMETOLOGIA E FORMULAÇÕES COSMÉTICAS
2.1.3 Principais funções da pele
2.1.3.1 Proteção
A pele atua como barreira física e oferece certa proteção ao corpo contra as lesões e os ataques 
químicos e de microrganismos de diversas maneiras:
• A queratinização da epiderme propicia à pele a proteção mecânica através da resistência à fricção 
e à penetração de substâncias indesejáveis.
• A estrutura fibrosa e elástica da derme também auxilia na proteção mecânica e física da pele.
• A composição do tecido adiposo favorece o amortecimento dos choques e protege músculos e órgãos.
• Os melanócitos presentes produzem a melanina como um tipo de proteção contra as agressões 
dos raios solares.
• O filme hidrolipídico com pH ácido (5,5) forma um manto ácido constituído de sebo, lipídios, suor 
e água, o qual se traduz numa barreira natural da pele.
• O sistema imune realizado pelas células de Langerhans e pela resposta inflamatória da derme são 
mecanismos essenciais de defesa e proteção.
• A cicatrização também é um meio de proteção. Na derme ocorre a mobilização e multiplicação 
dos fibroblastos, com posterior produção de fibras de reticulina, colágeno e mais aofinal da 
cicatrização formação de fibras elásticas, enquanto na epiderme acontece a proliferação epitelial, 
com numerosas mitoses e consequente queratinização.
2.1.3.2 Sensação
A sensação é considerada um tipo de proteção, pois a pele é estimulada através das terminações 
nervosas e responde aos diferentes estímulos, como calor, frio, tato, pressão e dor.
Após um impulso nervoso ter sido enviado ao cérebro com a mensagem do estímulo, ocorre uma 
resposta com um comando de alerta, de afastamento ou de aceitação ao estímulo.
Nas terminações nervosas livres encontram-se os diversos tipos de receptores como os 
termorreceptores (recepção do calor e frio), os quimiorreceptores (sensível à presença de certas 
substâncias), os fotorreceptores (sensível à luz), os mecanorreceptores (sensíveis aos estímulos tácteis) e 
os nociceptores (sensíveis aos estímulos de alta intensidade: dor, ardência, temperaturas extremas). Os 
receptores e outras numerosas fibras acabam no nível das células de Merkel na epiderme. Os discos de 
Merkel são ramificações de axônios com vários discos terminais que se associam a células epiteliais e são 
sensíveis ao toque (tato) e pressão.
32
Unidade I
As terminações nervosas em corpúsculo são de quatro tipos:
• Corpúsculo de Meissner: receptor sensível ao toque (tato), presente principalmente nas papilas 
dérmicas da polpa dos dedos, palmas da mão e plantas dos pés.
• Corpúsculo de Vater-Pacini: sensível às pressões fortes e vibrações, encontra-se na derme profunda.
• Corpúsculo de Krause: sensível ao frio e às vibrações, e encontra-se na derme superficial nos 
lábios, língua e dorso das mãos.
• Corpúsculo de Ruffini: sensível ao calor, à pressão e ao alongamento, está presente na derme de 
peles espessas e com pelos.
As terminações nervosas do folículo piloso são receptores formados por axônios que envolvem os 
folículos pilosos e são responsáveis pela recepção das sensações mecânicas aplicadas ao pelo.
2.1.3.3 Regulação da temperatura
A pele protege o organismo contra as variações de temperatura através dos termorreceptores que 
enviam informações ao centro de regulação térmica do hipotálamo.
A temperatura média corporal é de aproximadamente 37 °C, caso ocorram alterações na 
temperatura do ambiente, a pele e seus anexos realizam os ajustes de maneira que o corpo continue 
na temperatura adequada.
Para impedir o superaquecimento, o corpo se vale de alguns recursos como a sudorese, que realiza 
a dissipação do calor através dos poros das glândulas sudoríparas, a vasodilatação, que aumenta o 
fluxo sanguíneo, e a perspiração, que realiza a perda de água transcutânea e, com isso, resfria o corpo, 
voltando-se à temperatura normal.
Para evitar o esfriamento do corpo, o panículo adiposo, com suas camadas de gordura, faz o isolamento 
do calor corporal e realiza a vasoconstrição para redução do fluxo sanguíneo além da horripilação como 
um reflexo contra o frio. O músculo levantador do pelo sobe o folículo pilossebáceo e acontece o arrepio.
2.1.3.4 Secreção
As glândulas sebáceas secretam o sebo constituído pelos óleos que mantêm a pele macia e protegida. 
O sebo auxilia na diminuição da velocidade de evaporação de água, tanto da transepidérmica, chamada perda 
de água transepidérmica (Pate), como da epidérmica, chamada perspiração insensível epidérmica (PIE).
2.1.3.5 Excreção
As glândulas sudoríparas, através de seus poros, excretam o suor eliminando o excesso de sal e 
substâncias indesejáveis, promovendo a desintoxicação.
33
COSMETOLOGIA E FORMULAÇÕES COSMÉTICAS
 Observação
Não confunda poros com os folículos pilosos ou óstios. Os poros não 
são visíveis a olho nu. São as saídas do canal das glândulas sudoríparas e 
eliminam o suor.
Os folículos ou óstios são facilmente visíveis a olho nu. Os folículos 
pilossebáceos são os orifícios por onde sai o pelo e desemboca a glândula 
sebácea (que secreta o sebo), no entanto podem existir folículos sebáceos sem 
pelos e por isso a confusão. Em peles oleosas, eles apresentam-se dilatados.
2.1.3.6 Absorção
A absorção de água, oxigênio, medicamentos, produtos cosméticos, entre outras substâncias, ocorre 
através das glândulas sebáceas, paredes do folículo piloso, vias intercelulares e vias transcelulares.
Glândula sebácea 
como via de penetração
A)
Parede do folículo 
como via de penetração
B)
Via intercelular Via transcelular
C)
Figura 15 – Principais vias de absorção
A absorção pela pele depende do tamanho das moléculas das substâncias a serem absorvidas, por 
isso hoje, com as novas tecnologias, conseguimos cosméticos que apresentam moléculas com dimensões 
compatíveis para a absorção através da pele, o que os tornam mais eficientes em relação a outros com 
moléculas maiores.
34
Unidade I
2.1.3.7 Respiração
A pele apresenta uma fraca atividade respiratória, mas indispensável para o tecido cutâneo.
2.1.3.8 Reserva
Os lipídios ficam armazenados nos lóbulos de adipócitos, principalmente na tela subcutânea.
2.1.3.9 Produção de vitamina D3
Quando o indivíduo é exposto aos raios UV, parte do colesterol (7-desidrocolesterol) da pele 
transforma-se em vitamina D3 (colecalciferol), uma vitamina essencial para a saúde.
 Saiba mais
Conheça a importância e os benefícios da exposição ao sol para a 
produção de vitamina D e as consequências da carência dessa vitamina 
com a leitura de:
BASF S.A. A vitamina D. [s.d.]. Disponível em: http://insumos.com.br/
aditivos_e_ingredientes/materias/174.pdf. Acesso em: 28 abr. 2020.
2.1.4 Anexos da pele
Os anexos da pele são representados pelos folículos pilossebáceos (como já citado, são formados por 
folículo piloso, pelo, bainhas, músculo eretor e glândulas sebáceas), glândulas sudoríparas, glândulas 
mamárias e unhas.
O folículo piloso é constituído por células da camada de Malpighi que se invaginam até a camada 
subcutânea, formando uma cavidade onde ficará o pelo, o qual, no entanto, pode não estar presente 
em alguns folículos.
O pelo é um filamento constituído da proteína queratina resistente e flexível. Está distribuído em 
quase todas as partes do corpo, com exceção das palmas das mãos, plantas dos pés, face lateral dos 
dedos, pálpebras, lábios, pênis e clitóris. Na maioria das vezes, não são visíveis a olho nu.
Eles aparecem em maior quantidade na cabeça, virilha, axila, braços e pernas, onde se tornam 
claramente visíveis e diferenciados, dependendo das características genéticas e hormonais de cada um.
As glândulas sebáceas estão geralmente anexadas a um pelo, mas podem também aparecer isoladas. 
Elas são as responsáveis pela secreção do sebo que lubrifica o pelo e a pele, fazendo parte do filme 
hidrolipídico da superfície da pele.
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COSMETOLOGIA E FORMULAÇÕES COSMÉTICAS
As glândulas sudoríparas são glândulas anexas divididas em dois tipos: as écrinas e as apócrinas.
As glândulas sudoríparas écrinas são encontradas em todo o corpo, predominando na testa, peito, 
palmas das mãos e plantas dos pés. Elas regulam a temperatura do corpo e eliminam os detritos e 
substâncias tóxicas através do suor. As substâncias ácidas do suor écrino são de grande importância na 
hidratação, pois são os principais constituintes do fator de hidratação natural (NMF).
As glândulas sudoríparas apócrinas são encontradas nas axilas, no conduto auditivo, nas pálpebras, nas 
aréolas dos seios, na região perianal e nas regiões genitais. Elas estão sempre anexadas a um pelo, suas secreções 
são eliminadas através das glândulas sebáceas. O suor apócrino é viscoso com aparência leitosa, a interação entre 
as secreções das glândulas sebáceas e das glândulas apócrinas produz odores específicos para cada indivíduo.
A unha é uma placa córnea dura e translúcida, constituída de queratina, situada sobre a face dorsal 
das extremidades dos dedos, servindo como proteção.
Lúnula
Borda livre
A)
Lâmina ungueal
Hiponíquio
Leito ungueal
B)
Eponíquio
Matriz
Figura 16 – Unha vista por cima e lateralmente
A unha é composta de matriz, leito ungueal, lâmina ungueal, cutícula,eponíquio, hiponíquio, 
ligamentos especializados e pregas ungueais.
A matriz sai da camada basal germinativa e produz a lâmina ou mesa ungueal, constituída por 
queratina endurecida e fica assentada sobre o leito ungueal.
O leito ungueal é a porção de pele viva que sustenta a lâmina ungueal. O leito ungueal é suprido por 
vasos sanguíneos e possui cor rosada.
A lâmina ungueal é formada pela raiz (base de implantação da lâmina ungueal e que se assenta sobre 
a matriz) e pelo corpo ou limbo (parte visível da unha). O limbo da unha por sua vez é formado pela lúnula 
(parte visível da matriz, na base da unha, de cor esbranquiçada e em forma de meia-lua), pela zona rósea 
(parte central da unha que repousa sobre o leito ungueal) e pela borda livre (porção livre da unha).
A cutícula é um tecido morto, ligado à lâmina ungueal, responsável por vedar o espaço entre a placa 
ungueal e a pele viva.
36
Unidade I
O eponíquio é formado pela epiderme dorsal do dedo, é um tecido vivo que se situa na base da 
lâmina ungueal que cobre a matriz.
O hiponíquio é a camada da pele que fica entre a ponta do dedo e a borda livre da lâmina ungueal.
Os ligamentos especializados prendem o leito ungueal e a matriz ao osso do dedo.
As pregas ungueais são as dobras da pele que circundam a lâmina ungueal.
2.1.5 Biótipos cutâneos
Antes de aplicar um cosmético na pele, é importante conhecer o biotipo cutâneo da pessoa para que 
se utilize o melhor tratamento com os cosméticos adequados e se obtenha o resultado esperado.
Existem quatro tipos básicos de biótipos cutâneos, classificados como pele normal, lipídica, alípica e 
mista, e ainda há quem acrescente nessa classificação a pele acneica.
A pele normal ou eudérmica é caracterizada por apresentar secreção sebácea e sudorípara equilibradas, 
tônus e elasticidade uniformes, superfície lisa e aveludada e óstios não perceptíveis.
A pele lipídica ou oleosa apresenta-se espessa, brilhante, com óstios dilatados e visíveis e secreção 
sebácea e sudorípara abundante.
A pele alípica ou seca possui espessura fina e aspecto descamativo, pouca secreção sebácea por 
deficiência de gordura, opaca, sem brilho e desidratada devido à deficiência de água no manto hidrolipídico.
A pele mista tem um aspecto geral semelhante ao da pele eudérmica, com níveis de hidratação 
aparentemente normais e uniformes. Na zona “T” da face, a secreção sebáceo-sudorípara é presente, com 
aspecto gorduroso e brilhante, alternado com zonas secas ou normais, nas regiões restantes do rosto.
 Observação
Segundo a ABIHPEC, o consumidor de produtos pessoais em geral e 
principalmente o consumidor de cosméticos se transformou muito nos 
últimos anos e hoje exige produtos e serviços feitos sob medida para suas 
necessidades. Uma pesquisa realizada nos Estados Unidos revelou que 40% 
das mulheres americanas que usam maquiagem, entre 25 e 34 anos, 
disseram estar frustradas por não encontrarem produtos que combinam 
com seu tom de pele. Imaginem aqui no Brasil com nossa enorme diversidade 
de biótipos cutâneos e raciais, como é difícil atender esse público. Por isso 
é importante conhecer muito bem e levar em consideração os diversos 
biótipos para melhor atender seus clientes.
37
COSMETOLOGIA E FORMULAÇÕES COSMÉTICAS
 Saiba mais
Saiba mais e atualize-se sobre o mercado de cosméticos:
FCDL. Brasil se mantém como o quarto maior mercado mundial 
de cosméticos. [s.d.]. Disponível em: https://www.fcdl-sc.org.br/fcdl-
noticias/brasil-se-mantem-como-o-quarto-maior-mercado-mundial-de-
cosmeticos/. Acesso em: 7 mai. 2020.
2.2 Permeabilidade cutânea
É a capacidade que a pele tem de deixar passar certas substâncias em função de sua natureza 
química ou de determinados fatores. É a característica que a pele tem em aceitar ou não a permeação 
de substâncias.
 Lembrete
A absorção pela pele depende do tamanho das moléculas das substâncias 
a serem absorvidas, por isso hoje, com as novas tecnologias, conseguimos 
cosméticos que apresentam moléculas com dimensões compatíveis para 
a absorção através da pele, o que os tornam mais eficientes em relação a 
outros com moléculas maiores.
2.2.1 Fatores envolvidos
Diversas variáveis devem ser consideradas em relação a uma maior ou menor permeabilidade e entre 
elas podem ser citadas:
• Espessura e integridade da epiderme: quanto maior a espessura da pele, menor será a permeabilidade.
• Hidratação do estrato córneo: quanto maior e mais adequada a hidratação, maior será a permeabilidade.
• Idade: com o avanço da idade ocorre um espessamento do estrato córneo, com isso diminui a 
hidratação e, consequentemente, diminui a permeabilidade.
• Fluxo sanguíneo: quanto maior o fluxo sanguíneo, maior será a permeabilidade.
• Região do corpo: em regiões do corpo onde existe um grande número de folículos pilossebáceos, 
a permeabilidade é maior.
38
Unidade I
No caso dos cosméticos, deve-se levar em conta o tipo de veículo utilizado e a dissolução dos princípios 
ativos nesse veículo, a difusão para a superfície da pele e a penetração através das camadas da pele.
Por isso é importante que sejam levadas em consideração algumas características, como 
alta capacidade de difusão do princípio ativo (p. a.), alta lipossolubilidade, baixo peso molecular 
e tamanho da partícula reduzida, além disso, é interessante que a concentração do p. a. seja 
suficientemente alta para permitir uma melhor permeabilidade, promover o contato com a pele 
num tempo de exposição maior, utilizar um pH adequado e, quando possível, altas temperaturas, 
pois propiciam uma maior permeabilidade.
2.2.2 Recursos para facilitar a permeabilidade cutânea
A permeação pode ser facilitada valendo-se de alguns recursos ou promotores de permeação. Esses 
recursos podem ser químicos, físicos e sistemas de liberação controlada.
2.2.2.1 Recursos químicos
Como recursos químicos, podem ser citadas as substâncias que promovam mudanças nas propriedades 
físico-químicas, na composição ou na organização do estrato córneo, como substâncias que provoquem 
alterações de pH, aumentem a hidratação, aumentem a fluidez da camada lipídica da pele ou que de 
alguma maneira facilitem a difusão dos princípios ativos pela pele. O uso de emolientes, hidratantes e 
peelings químicos são recursos muito utilizados na estética.
2.2.2.2 Recursos físicos
Os recursos físicos auxiliam na permeação utilizando técnicas específicas para liberação dos princípios 
ativos e alterando as características do tecido.
A administração de substâncias através da pele, com o uso de corrente elétrica de fraca intensidade 
ou corrente galvânica (iontoforese), facilita a difusão dos princípios ativos que podem ser carregados 
eletricamente ou não. A introdução dos ativos ionizáveis, diante do campo elétrico da corrente galvânica, 
é conseguida de acordo com a polaridade positiva ou negativa dos eletrodos.
A fonoforese favorece a permeação de preparações e ativos específicos com o auxílio da ação de 
ondas ultrassônicas.
Na técnica de microdermoabrasão são utilizadas diminutas partículas abrasivas que causam uma 
erosão no estrato córneo e liberam as células mortas superficiais da epiderme, facilitando a permeação 
das substâncias desejadas.
A técnica de microagulhamento se baseia no uso de microagulhas que penetram a pele e estimulam 
a produção de colágeno, ao mesmo tempo elas formam temporariamente diminutas aberturas que 
aumentam a permeabilidade cutânea e permitem a entrada de substâncias que podem conter os 
princípios ativos.
39
COSMETOLOGIA E FORMULAÇÕES COSMÉTICAS
Os sistemas de liberação controlada, como o próprio nome diz, possuem a vantagem de liberar 
gradualmente os princípios ativos em locais determinados.
Eles são introduzidos no organismo através da nanotecnologia, que se utiliza de diferentes tipos de 
carreadores, como as microemulsões microcapsuladas, os lipossomas, as ciclodextrinas, nanocápsulas 
contendo nanopartículas poliméricas ou lipídicas sólidas e colaesferas.
 Resumo
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