Buscar

FOTOETNOGRAFIA Formatado

Prévia do material em texto

GOVERNO DO ESTADO DO PIAUÍ
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ - UESPI
CAMPUS UNIVERSITÁRIO PROFESSOR BARROS ARAÚJO
CURSO DE BRACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO
DISCIPLINA: METODOLOGIA CIENTÍFICA 
 PROFESSOR DR LUCIANO FIGUEIRÊDO E PROFESSORA JANAÍNA ARAGÃO 
BLOCO: I
FOTOETNOGRAFIA 
PICOS – PIAUÍ
2022
LEANDRO HENRIQUE SALES AQUINO
MARIA TATIANA TAVARES ALVES
MARYANNY SABRINA ALVES DOS SANTOS 
FOTOETNOGRAFIA
Trabalho apresentado a disciplina de metodologia científica ministrada pelos professores Dra. Janaina Aragão e Dr. Luciano Figueirêdo, do curso de bacharelado em administração da Universidade Estadual do Piauí, Campus Professor Barros de Araújo.
PICOS-PIAUI
2022
RESUMO: Este trabalho versa sobre o uso da fotografia para o resgate etnográfico. Adentraremos profudamente no tema relacionado a fotoetnografia, abordando a etnografia e a fotografia, desde o conceito e os processos etnográficos e assuntos atuais relacionados a fotografia em si e relacionada a antropologia e imagem. Além disso Será colocado em pauta toda a metodologia da fotoetnografia, os procedimento iniciais, a utilização das imagens fotograficas juntamente com os benefícios da fotografia. E, o seguinte trabalho concluirá que a Fotoetnografia é importante para reconstruir a história cultural de grupos sociais e para compreender os processos da sociedade.
Palavras-chaves: Antropologia. Fotografia. Etnografia. Sociedade.
ABSTRACT: This work deals with the use of photography for ethnographic rescue. We will delve deeply into the topic related to photoethnography, approaching ethnography and photography, from the concept and ethnographic processes and current issues related to photography itself and related to anthropology and image. In addition, the entire methodology of photoethnography will be discussed, the initial procedures, the use of photographic images together with the benefits of photography. And, the following work will conclude that Photoethnography is important to reconstruct the cultural history of social groups and to understand the processes of society.
Keywords: Anthropology; Photography; Ethnography. Society.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO	5
1.	FOTOGRAFIA	5
2.1 A IMPORTÂNCIA DA FOTOGRAFIA NO DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DE PROCEDIMENTOS ODONTOLÓGICOS.	7
2.2	OS PRINCÍPIOS DA FOTOGRAFIA.	7
2.3 DA FOTOGRAFIA ANALOGICA À ASCENSÃO DA FOTOGRAFIA DIGITAL	11
3 ANTROPOLOGIA E IMAGEM	12
4 AS FACES DA SELFIE: REVELAÇÕES DA FOTOGRAFIA SOCIAL.	14
5 ETNOGRAFIA.	14
5.1 ETNOGRAFIA: SABERES E PRATICAS	16
5.2 A FOTÓGRAFIA COMO INSTRUMENTO ETNOGRAFICO.	16
5.3	ANTROPOLOGIA VERSUS ETNOGRAFIA.	17
5.4 AREAS DO CONHECIMENTO LIGADAS À ETNOGRAFIA.	18
5.5 O QUE ESTUDA A ETNOGRAFIA	18
6	FOTOETNOGRAFIA	19
6.1 CONCEITO DE ETNOGRAFIA.	20
6.2 A ORIGEM DA ETNOGRAFIA E OS SEUS DESDOBRAMENTOS	21
6.3 O QUE ESTUDA A ETNOGRAFIA	22
6.4 PRECEITOS DA ETNOGRAFIA	23
7 FASES DA PESQUISA	24
6 A FOTOGRAFIA EM ANTROPOLOGIA	25
6.1 AS FOTOGRAFIA NOS DIAS DE HOJE	27
6.2 PERCUSORES	27
7 ALGUNS CONTEPORÂNEO	30
8 A METODOLOGIA DA FOTOETNOGRAFIA	32
8.1 A FOTOETNOGRAFIA EM CAMPO	32
8.2 A IMPORTÂNCIA DA FOTOETNOGRAFIA PARA NARRATIVA ANTROPOLÓGICA	34
9 CONSIDERAÇÕES FINAIS	35
10 REFERÊNCIAS	35
INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem por base o conhecimento da antropologia visual, achamos importante trazermos o conceito sobre a antropologia, etnografia e fotografia para que fosse aprimorado o que é Fotoetnografia.
A Fotoetnografia, inscrita na área da chamada antropologia visual, trata-se da construção de narrativas visuais fotográficas na perspectiva do olhar antropológico sobre diferentes grupos e práticas sociais.
Consideramos que esta técnica pode nos oferecer uma forma especial de conhecer e discorrer sobre as características específicas da população em questão-seu meio, suas práticas sociais e valores culturais. 
A fotografia é uma forma riquíssima de expressão, caracterização e coleta de dados de uma forma mais detalhada e fiel que muitas vezes são perdidos na maioria dos trabalhos de campo.
1. FOTOGRAFIA
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Joseph_Nic%C3%A9phore_Ni%C3%A9pce
A fotografia é uma arte que surgiu no século XIX quando, em 1826, o inventor francês Joseph Nicéphore Niépce produziu uma imagem reconhecida como a primeira fotografia do mundo, sendo exigidas oito horas de exposição à luz solar, e que atualmente ainda encontra-se preservada (Wiki 01). A fotografia foi uma das mais importantes invenções do século XIX e, desde então, cresceu e cresce cada vez mais, impulsionada tanto por fotógrafos profissionais quanto por amadores.
Em busca de obter a “foto perfeita”, os amantes da fotografia analisam diversos fatores iluminação, foco, ângulo de visão, profundidade de campo, tipos de lentes, tipos de filme e papel de revelação, entre outros que determinam a qualidade de uma foto e, às vezes, passam horas ou mesmo dia fazendo suas tentativas.
Se as fotografias são meios de testar, confirmar e construir uma visão total da realidade, aprender a compreendê-las é uma tarefa fundamental. Para John Berger assim como para Walter Benjamin, Susan Sontag e Roland Barthes a fotografia era uma área de interesse especial, mas não uma especialidade. Eles a abordaram não com a autoridade de curadores ou de historiadores, mas como ensaístas. Para entender uma fotografia reúne 24 ensaios de Berger, organizados cronologicamente e escritos ao longo de mais de quarenta anos. O autor se vale de literatura, filosofia, psicanálise e metafísica para tratar de fotógrafos como Henri Cartier-Bresson, André Kertész e Sebastião Salgado. Berger também se dedica a refletir sobre o lugar da fotografia entre as belas-artes, reler criticamente a obra de Sontag ou enfrentar o dilema que ronda a veiculação de imagens de violência. Para entender uma fotografia foi organizado por Geoff Dyer, também autor de uma introdução em que explica:" À medida que Berger examina fotografias e delas extrai histórias―tanto as que revela como as que ficam ocultas―, o papel de crítico e questionador de imagens dá lugar à vocação e ao abraço do contador de histórias".
2. A FOTÓGRAFIA COMO FONTE DE INFORMAÇÃO E CONHECIMENTO NO BRASIL
O surgimento da fotografia permitiu a humanidade registrar para sempre momentos interessantes que antes ficariam guardados apenas na memória das testemunhas oculares. Desde a pré-história o homem já retratava nas paredes das cavernas e em pedras imagens da sua realidade por meio das pinturas rupestres, para se comunicar expressando seus pensamentos, sentimentos e memórias. Sabendo-se que a descoberta mais importante para a fotografia foi à câmera escura, descrita por Giovanni Baptista Della Porta em 1558 e também utilizada por Leonardo da Vinci e outros artistas para esboçar suas pinturas, pode-se dizer então que a fotografia não teve somente um criador, pois muitas pessoas trabalharam em sua invenção por muitos anos, e a primeira fotografia da história é atribuída ao francês Joseph Nicéphore Niépce em 1826. Nessa linha de pesquisa pode-se descrever a utilização da fotografia como expressão artística com o movimento fotográfico no Brasil, dando como exemplo os principais artistas desse movimento que construíram parte da história da fotografia no Brasil e seu valor como expressão artística. Até o século XIX só era possível imitar a realidade através da pintura, no entanto, a fotografia transformou o mundo, trazendo grandes avanços em diversas áreas do conhecimento humano, e no Brasil não foi diferente, o surgimento da fotografia marcou o início de um novo tempo.
2.1 A IMPORTÂNCIA DA FOTOGRAFIA NO DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DE PROCEDIMENTOS ODONTOLÓGICOS.
A fotografia permite que o dentista consiga observar detalhes do tratamento, no qual seria impossível visualizar sem a mesma. Imagens registradas durante os atendimentos nas clínicas odontológicas auxiliam a avaliação e tornam o tratamento mais lógico e direto, pois as imagens geralmente estão em proporções maiores que o natural demonstrando patologias, defeitos e texturas nitidamente, algo que não é possívelsem a ampliação da imagem. Atualmente, a fotografia do sorriso na Odontologia tem sido parte do planejamento de tratamentos, marketing, documentação, comunicação e demanda legal.
As imagens complementam os elementos da informação e nessa nova era tecnológica do mundo atual as fotografias odontológicas estão se tornando padrão durante os planejamentos e tratamentos dos pacientes nas clinicas odontológicas. O principal objetivo da fotografia clínica é documentar o estado pré e pós-tratamento das regiões intra e extra-orais, além de auxiliar nas técnicas para a execução do trabalho durante o tratamento. 
2.2 OS PRINCÍPIOS DA FOTOGRAFIA.
Basicamente, existem três princípios básicos em fotografia. Esses princípios aplicam-se em qualquer área da fotografia, independente de ser fotografia analógica ou digital. Os princípios são: abertura, velocidade e sensibilidade. O domínio destes fundamentos é essencial e faz parte do conhecimento técnico do fotógrafo.
Abertura (f)
A intensidade de luz que incide sobre o sensor da câmera ou filme é controlada pela abertura. O elemento que controla esta função é o diafragma, localizado dentro das objetivas ou lentes. O diafragma é um conjunto de lâminas sobrepostas que ao abrir ou fechar regula a intensidade de luz que passa pela objetiva. Ou seja, ao alterarmos a abertura do diafragma estamos modificando o diâmetro de entrada de luz. Em nossa visão, a pupila apresenta a função de diafragma, controla a intensidade de luz que atinge nossa retina, abrindo ou fechando conforme a necessidade. Em ambientes escuros, como no cinema, ela abre; em ambientes claros, como na praia, ela fecha.
Profundidade de Campo ou de Foco.
A área da imagem que aparece em foco ou nítida entre planos diferentes denomina-se profundidade de campo. Basicamente, a profundidade de campo é determinada pela abertura, quanto maior a abertura (número f) menor a profundidade de campo. Do contrário, quanto menor a abertura (número f) maior a profundidade de campo, mais nitidez entre os planos. Além da abertura, a profundidade de campo é estabelecida pela distância entre os planos do objeto fotografado e distância focal da objetiva. Quanto maior a distância entre os planos do objeto em foco, menor a profundidade de campo. Do contrário, quanto menor a distância, maior a profundidade de campo. Já a distância focal, quanto maior a distância focal da objetiva, menor a profundidade de campo. Do contrário, quanto menor a distância focal, maior a profundidade de campo.
Velocidade (S)
O tempo que a luz incide sobre o sensor da câmera ou filme é controlada pela velocidade. O elemento que controla esta função é o obturador, localizado geralmente dentro do corpo das câmeras. O obturador é um conjunto de cortinas sobrepostas que ao abrir e fechar regula o tempo que a luz atinge o sensor. Ou seja, ao alterarmos a velocidade do obturador estamos modificando o tempo de entrada de luz. A velocidade é expressa pela unidade de tempo (1”, 1/2, 1/4, 1/8, 1/10, 1/30, 1/60, 1/100, 1/125, 1/160, 1/500, 1/1000, 1/2000, 1/4000). Quanto maior a velocidade(maior denominador) do obturador menor a quantidade de luz que atinge o sensor. Do contrário, quanto menor a velocidade do obturador maior a quantidade de luz que atinge o sensor. Se desejamos congelar um objeto em movimento, aumentamos a velocidade. Se desejamos dar o efeito de borrado ou rastro a um objeto em movimento, baixamos a velocidade. Esta função pode ser controlada por um seletor/botão no corpo da câmera.
Sensibilidade (ISO)
A captação de luz do sensor ou filme é controlada pela sensibilidade. O elemento que controla esta função são os fotodiodos do sensor ou grãos do filme. Ou seja, ao alterarmos a sensibilidade estamos modificando a captação luz. A sensibilidade é expressa pelo número ISO (antigo ASA, por exemplo, ISO 50, ISO 100, ISO 200, ISO 400, ISO 800, ISO 1600, ISO 3200). Quanto maior o número ISO maior a sensibilidade e maior captação de luz. Do contrário, quanto menor o número ISO menor a sensibilidade e menor captação de luz. O aumento da sensibilidade (ISO) leva à perda da qualidade da imagem, apresentando o que se denomina de granulação (filmes) ou ruído (sensores) com ISO mais altos. Esta função pode ser controlada por um seletor/botão no corpo da câmera digital ou pelo tipo de filme nas câmeras analógicas.
Para conseguir transmitir uma ideia, o fotógrafo precisa saber escrever, interpretar. Precisa ter domínio tanto sobre a técnica de manipular a câmera, quanto dos processos compositivos estudados pelo design. Compor não é só mostrar imagens bonitas, mas sim fazer com que o publico fixe a sua atenção nos pontos de interesse do assunto, esse interesse pode estar no primeiro plano, no meio ou atrás. A fotografia é um importante instrumento do design gráfico são essenciais para a construção de uma fotografia expressiva. A composição fotográfica É a ordem dos elementos, do primeiro plano e dos motivos secundários, é também a qualidade estética que inclui textura, equilíbrio de cores e formas entre outras variáveis que combinadas formam uma imagem comunicativa e agradável de se ver. A composição é elemento essencial de uma fotografia, e consiste em um conjunto harmonioso de linhas, forma e cor, que contribuem para um todo coerente e unitário. Composição é um dos fatores que mais pesa na fotografia, afinal você pode estar de frente para uma paisagem linda e mesmo assim fotografar mediocremente. Juntamente com os elementos do design, a composição corresponde a uma parte significativa da criação de uma imagem de sucesso. As semelhanças técnicas são inúmeras: contraste, ritmo, equilíbrio formato, cor Artifícios que, na verdade, pertencem ao grande grupo das artes visuais. Os elementos utilizados no design são imprescindíveis para a composição fotográfica e resultam no diferencial artístico e comunicativo entre uma boa fotografia e uma fotografia de registro.
A composição aliada ao design é imprescindível na retomada de valor à fotografia. Os fotógrafos deveriam se qualificar, obedecer às regras da linguagem visual. Menos é mais, tanto na fotografia quanto no design e tornar algo simples é mais difícil do que parece, mas devemos exercitar a habilidade de simplificar. Treinar remover da lente tudo o que não é necessário para compor uma imagem. Deixe apenas o que realmente importa para criar a foto. O que não soma à fotografia distrai. E uma boa imagem é aquela onde nada distrai.
 Principais regras de composição fotográfica Regra dos Terços (ou espiral de ouro) Enquadramentos em enquadramentos Composição simétrica Composição radial Sobreposição Composição horizontal Composição vertical Composição diagonal Composição em círculo Sombras Reflexos Plano de fundo em um mesmo lugar, você pode tirar fotos muito mais impactantes e bonitas seguindo esse mesmo princípio.
Composição é uma arte. Você pode ter o melhor equipamento do mundo e pode ter a melhor técnica, mas se você não olhar fotograficamente, você não obtém boas fotos.
2.3 DA FOTOGRAFIA ANALOGICA À ASCENSÃO DA FOTOGRAFIA DIGITAL
Com o surgimento da fotografia digital, qualquer cidadão com uma câmera embutida no celular tem a possibilidade de desempenhar o papel antes reservado aos fotojornalistas. O problema central dessa disputa passa por antigos dilemas da fotografia, que ganharam força com a facilidade da pré edição e manipulação da imagem. Caso as previsões se concretizem, os fotojornalistas que sobreviverem aos cortes nas redações assumirão um papel diferenciado nos meios de comunicação, executando apenas matérias especiais e convivendo com registros do cotidiano executados por fotógrafos amadores. 
Nas décadas de 1990 e 2000, ocorreram no mundo grandes transformações tecnológicas na atividade jornalística, sobretudo na produção fotográfica. A fotografia digital substituiu a analógica e com isso práticas e rotinas de trabalho da foto jornalismo foram alteradas. Esta dissertação investiga esse período de transição no jornal O Dia, impresso diário mais antigo do Piauí, em circulação desde 1951.Para tanto, tem-se como objetivo analisar as mudanças e permanências nas rotinas de trabalho do repórter fotográfico no período analógico que antecede o uso da primeira câmera fotográfica digital na redação do jornal no início dos anos 2000, compreender como se deu a convivência entre esses dois processos tecnológicos e caracterizar a etapa em que a fotografia digital se estabelece em definitivo no dia a dia da atividade do repórter fotográfico. As mudanças tecnológicas da fotografia no jornal O Dia, ao tempo em que reduziram custos de produção, trouxeram significativas alterações no ambiente de trabalho, pois tornaram a produção em fotojornalismo mais flexível, polivalente e desvalorizada, gerando assim uma crise de incertezas em relação ao futuro dessa atividade. 
Hoje em dia, a fotografia digital é parte integrante da rotina diária de jovens e adultos, profissionais ou não, desde o uso de aparelhos celulares para o registro de imagens de seus amigos, tanto em fotografias quanto em formato de filme. 
3 ANTROPOLOGIA E IMAGEM
Antropologia é uma área de estudos das ciências humanas que pretende investigar as origens e as características do ser humano da maneira mais ampla possível. A palavra antropologia tem origem no idioma grego, o radical “antropo” vem de antrophos (homem) e “logia” vem de logos (razão ou, em sentido específico, estudo). A antropologia é, ao traduzirmos a palavra ao pé da letra, o estudo do ser humano em seu aspecto mais amplo. 
A antropologia busca compreender como o ser humano formou-se e tornou-se o que ele é. Portanto, o antropólogo busca as raízes do ser humano estabelecendo (como a história) um estudo do passado para compreender quais foram essas origens. Isso é feito de maneira física ou biológica, social, cultural e até linguística, dependendo de qual vertente da antropologia estudada e de qual método antropológico utilizado. 
Historicamente a presença de imagens entre nós vem se intensificando e estar presente nos mais diversos contextos: no contexto médico, cientifico, religioso, no apoio à segurança de nossas cidades, nas mídias sociais que passam a substituir a interação social, na espetacularização da vida cotidiana. 
As imagens foram incorporadas pela Antropologia desde o princípio da história do cinema. A grande invenção de 1895, dos Lumière, foi um equipamento importante na bagagem dos cientistas que participaram da Expedição da Universidade de Cambridge ao Estreito de Torres, em 1898. Imagens passam a ser cada vez mais frequentes como registros de sociedades longínquas, como signos visuais de um Outro, visto como muito próximo de um mundo natural.
O único antropólogo a inovar efetivamente a partir do uso da câmera foi Jean Rouch. Inovou ao sugerir mudanças tecnológicas na câmera de filmar que permitissem seu uso sem o tripé e, portanto, mais próxima de seu foco de atenção, além de ter sido dos primeiros cineastas a fazer uso do som sincronizado. Mas a grande inovação de Jean Rouch para a Antropologia foi propor a chamada Antropologia compartilhada, em que os sujeitos de pesquisa participavam ativamente do processo de filmagem e edição. 
A história da construção da linguagem fotográfica e cinematográfica desenvolveu-se paralelamente à elaboração dos métodos clássicos da antropologia. 
Houve muitas aproximações ao longo dessa história, mas, de forma geral, elas expressaram formas de olhar e de construir problemas de maneira homóloga — uma colaboração ao mesmo tempo distante e provocadora, mas que evidencia o quanto a antropologia, a fotografia e o cinema, enquanto construções culturais, podem compartilhar o desafio de entender e significar o mundo e sua diversidade. Embora a construção da noção de “medida humana” e sua importância para a reflexão sobre o mundo e a vida remontem à antiguidade clássica e ainda que descrições de diferentes grupos e povos com os quais os gregos se relacionavam já estivessem presentes na obra de Heródoto, Aristóteles e Xeno fontes, não podemos classificar essa produção como uma disciplina. A antropologia, como campo de produção que posteriormente se transformará em disciplina científica, é uma criação do humanismo do século XVIII, um momento bastante específico da história do pensamento, preocupado com a sistematização racional do conhecimento humano sobre diversas áreas, aí incluídos o próprio homem e sua vida em sociedade. Nesse momento, tornava-se importante sistematizar o conhecimento sobre os outros, não-europeus, distantes no espaço mas simbolicamente próximos o bastante para serem considerados ameaçadores.
O período entre o final do século XIX e o início do XX é, portanto, fundamental para o desenvolvimento da antropologia e do cinema. Nele, nem documentário, nem etnografia científica são categorias consolidadas, e esse momento pode ser considerado de formação, no qual se reconhece a necessidade de novos métodos, abordagens e técnicas para lidar com a humanidade, em seu sentido amplo. Com a expansão do capitalismo, a criação de mercados mundiais e a intensificação da industrialização há uma revisão dos conceitos de tempo e espaço e das teorias evolucionistas. Conceitos como bárbaros e civilizados passam por profundo processo de revisão e a fotografia e o cinema se afirmam como parte integrante e ao mesmo tempo integradora do mundo, mostrando coisas até então não vistas por olhos europeus.
As primeiras décadas do século XX foram um período de grandes turbulências e transformações. As ciências e as artes, com suas buscas metodológicas, estéticas e de linguagem.
4 AS FACES DA SELFIE: REVELAÇÕES DA FOTOGRAFIA SOCIAL.
Selfies são autorretratos digitais produzidos com o auxílio de smartphones para publicação em redes sociais. Tais instantâneos não são um produto privado para uso privado, mas constituem uma nova forma de expressão de si e de apresentação de si para aqueles que fazem parte dessas redes. Eles se mostram, além disso, como um novo e eficaz modo de comunicação e de interação de indivíduos uns com os outros através de imagens de si próprios, que é possibilitado pelas capacidades tecnológicas dos dispositivos móveis. Por todas essas características, selfies devem ser consideradas como fotografias sociais. A abundante produção e a enorme disseminação da foto social se revelam, por outro lado, como práticas capazes de evidenciar os contornos de um regime de subjetivação típico dos frequentadores usuais das redes sociais nos tempos que correm. 
5 ETNOGRAFIA.
A etnografia é um método de estudo utilizado pelos antropólogos com o intuito de descrever os costumes e as tradições de um grupo humano. Este estudo ajuda a conhecer a identidade de uma comunidade humana que se desenvolve num âmbito sociocultural concreto.
A etnografia implica a observação participante do antropólogo durante um período de tempo em que esteja em contacto direto com o grupo a estudar. O trabalho pode ser complementado com entrevistas para recolher mais informações e descobrir dados que sejam inacessíveis a simples vista para uma pessoa que não pertencer à cultura visada.
A etnografia surgiu, por volta do século XIX, da necessidade de pesquisadores em entenderem melhor sobre a cultura de determinados povos e grupos sociais, mas sem fazer o uso de especulações da filosofia social (o que era usado até então) se senão por meio do contato direito com eles.
Cabe ainda dizer que a etnografia faz parte da etnologia que é a ciência que estuda os documentos, a parte escrita, levantados por meio da etnografia, cabe a ela também a parte comparativa do processo quanto a cultura material.
Um dos estudos mais populares da etnografia intitula-se “Os argonautas do Pacífico Ocidental”, escrito por Bronislaw Malinowski (1884-1942), o qual foi publicado em 1922. Trata-se de uma obra consagrada aos rituais e às práticas sociais dos habitantes das Ilhas Trobriand.
Por meio da etnografia se obtém-se muitas informações, informações que podem ser colhidas por meio de gravações em áudio, vídeo, escritas, pela reunião de objetos que fazem parte da cultura estudada, entre outros.E toda essa informação precisa ser filtrada e organizada a fim de que a pesquisa não se estenda demasiadamente.
Como uma pesquisa etnográfica exige mais tempo para ser concluída do que outros processos como, por exemplo, as entrevistas, faz-se necessário que os recursos utilizados sejam usados de maneira otimizada, especialmente tempo e também recursos financeiros.
Um ensaio etnográfico é aquele em que o autor se propõe a descrever e interpretar os hábitos, costumes, valores e práticas de uma comunidade específica. Hoje, a etnografia é um método consagrado no campo da pesquisa antropológica, mas ele pode ser também apropriado por outras áreas do conhecimento como forma de investigar, em profundidade, comunidades e grupos humanos em suas particularidades. No entanto, a etnografia exige do pesquisador adotar uma série de procedimentos metodológicos muito específicos. Até o primeiro terço do século XX havia uma separação no trabalho etnográfico entre o sujeito observador e o pesquisador. Os antropólogos escreviam suas teorias sobre as diferentes culturas em seu próprio gabinete, partindo de relatos produzidos por viajantes e aventureiros que entravam em contato com os povos nativos por motivos diversos, nunca estritamente relacionados à pesquisa científica. A obra Argonautas do Pacífico Ocidental, etnografia clássica escrita por Bronislaw Malinowski (1884-1942) e publicada em 1922, representa o grande marco fundador da Antropologia moderna, que rompe com essa separação entre o observador em campo e o erudito em seu gabinete.
O fazer etnográfico, no entanto, não mais se restringe apenas aos ensaios escritos. A Antropologia Visual, área que tem ganhado mais espaço com o desenvolvimento e a democratização das tecnologias de captura de imagem, busca retratar e interpretar a diversidade cultural humana a partir da produção de fotos (fotoetnografia) e vídeos (filmes etnográficos). Independentemente do formato que se apresenta, a etnografia cumpre um papel importante enquanto esforço de compreender e retratar os diferentes povos, grupos e culturas a partir de um olhar que se preocupa com a autonomia destes sujeitos e o seu direito à diferença.
5.1 ETNOGRAFIA: SABERES E PRATICAS
O método etnográfico é aquele que diferencia as formas de construção de conhecimento em Antropologia em relação a outros campos de conhecimento das ciências humanas. De fato o método etnográfico encontra sua especificidade em ser desenvolvido no âmbito da disciplina antropológica, sendo composto de técnicas e de procedimentos de coletas de dados associados a uma prática do trabalho de campo a partir de uma convivência mais ou menos prolongada do (a) pesquisador (a) junto ao grupo social a ser estudado. A prática da pesquisa de campo etnográfica responde, pois a uma demanda científica de produção de dados de conhecimento antropológico a partir de uma inter-relação entre o (a) pesquisador (a) e o (s) sujeito (s) pesquisados que interagem no contexto recorrendo primordialmente as técnicas de pesquisa da observação direta, de conversas informais e formais, as entrevistas não-diretivas, etc.
5.2 A FOTÓGRAFIA COMO INSTRUMENTO ETNOGRAFICO.
O uso de narrativas visuais era ciências sociais é um assunto polêmico. A polêmica se encontra na ambigüidade da imagem e, portanto, na relutância de pesquisadores em aceitar o uso de códigos visuais como um método de pesquisa viável ou como uma nova possibilidade de estruturar narrativas. Em grande parte ignorando a análise de imagens, cientistas sociais têm negligenciado um material importante para a interpretação da experiência humana. Isto é surpreendente, se considerarmos que a fotografia como um documento interpretativo em muito se assemelha ao trabalho das ciências sociais com o seu empenho em criar representações de realidades. Por criarem representações válidas, os referenciais da fotografia e das ciências sociais derivam do contexto cultural nos quais estas disciplinas estão inseridas e dos paradigmas básicos através dos quais elas interpretam o real.
5.3 ANTROPOLOGIA VERSUS ETNOGRAFIA.
A etnografia busca descrever a vida tal como é vivida e experimentada por um povo, em um lugar específico e em um tempo determinado. A antropologia, em contraste, é uma investigação sobre as condições e possibilidades da vida humana no mundo. A antropologia e a etnografia têm muito a contribuir entre si, mas os seus fins e objetivos são diferentes. A etnografia é um fim em si mesmo e não um meio para fins antropológicos. Ademais, a observação participante é um modo antropológico de trabalhar, não um método para coletar dados etnográficos. Estudar antropologia é estudar com as pessoas, não fazer estudos sobre elas; este estudo não é tanto etnográfico como é educativo. Uma educação antropológica nos mune dos meios intelectuais de especular sobre as condições da vida humana neste mundo, sem termos de fingir que os nossos argumentos são destilações da sabedoria prática daqueles entre quem trabalhamos. Nosso trabalho consiste em corresponder com eles, mas não falar por eles. É apenas reconhecendo a natureza especulativa da investigação antropológica que nós e eles poderemos ter as nossas vozes ouvidas e poderemos engajar devidamente com outras disciplinas. Só então estaremos em condições de capitanear a criação das universidades do futuro.
5.4 AREAS DO CONHECIMENTO LIGADAS À ETNOGRAFIA.
- Antropologia
- Sociologia
- Psicologia
- História
- Geografia Humana
- Filosofia
- Cultura Material
- Ciências da Religião 
5.5 O QUE ESTUDA A ETNOGRAFIA 
- Cultura material dos diversos povos, através do registro descritivo.
- Características antropológicas dos povos observados e estudados.
- As relações sociais e comportamentais existentes numa sociedade.
- Rituais religiosos das sociedades em estudo.
- Práticas de trocas de mercadorias ou práticas comerciais.
- Organização do trabalho e produção na sociedade estudada.
- Produção e representações artísticas de um povo.
- As relações dos indivíduos de uma tribo ou sociedade com a natureza.
Um dos pioneiros nos estudos etnográficos foi o antropólogo polonês Bronisław Malinowski (1884-1942).
- Não devemos confundir Etnologia com Etnografia. No primeiro caso, o foco dos estudos é a comparação entre culturas. Já no caso da Etnografia, ocorre o estudo de campo de um povo.
Fonte: http://www.curtnimuendaju.com/node/38
Henrich Henrikhovitch Manizer: importante etnógrafo russo do começo do século XX.
6 FOTOETNOGRAFIA
A Fotoetnografia surgiu no final do século XIX e início do século XIX. O Malinowski foi o primeiro a sistematizar e organizar a entografia como método. Então a entografia é o estudo e a descrição de um povo por meio de fotografia, e a compressão do ponto de vista do outro, a sua relação com a vida e a visão de mundo. É observar, descrever, documentar, analisar uma cultura e a partir daí capturar o modo como essas pessoas vivem. É necessário viver junto, emergir na cultura, nas tradições, viver a cultura desde dentro, participar de todas relações possíveis e a partir dessa vivência que é possível capturar as informações para compreender essa cultura. É a partir do relato do trabalho de campo com a observação participante que o antropólogo vai fazer imersão na cultura em uma determinada sociedade. Diante disso, podemos dizer que a entografia é uma pesquisa qualitativa, pois busca entender a realidade social, mas não com. Base em dados estatísticos , e sim por meio de entrevistas abertas, observação participante. Na pesquisa qualitativa, há uma ênfase nos contextos, na linguagem utilizada por quem está sendo entrevistado. Na prática a entografia é um dos métodos utilizados pela antropologia para coletar dados, informações, relatos e realizar estudos de um determinado grupo social para compreender suas tradições,se costumes, crenças. Então a observação participante é a principal ferramenta da análise etnografica, ela é realizada exatamente a partir desse contato direto com uma determinada cultura ou em determinada sociedade. A entografia começa a partir do trabalhode campo. É o método em que o antropólogo se desloca física e geograficamente para o lugar onde o grupo a ser estudado se encontra. O trabalho em campo se dá por meio de um trabalho intenso e prolongado que pode durar meses ou anos. A Fotografia é utilizada como instrumento principal na realização de trabalhos Fotoetnograficos, se tornando uma Fotoetnografia. A Fotografia pode estar inserida em trabalhos científicos, diversos tipos de publicações, também pode ser um objeto de estudo. 
A metodologia da Fotoetnografia A Fotografia é uma operação exercida sobre o passado ou sobre um presente recente, são recortes arbitrários, traduções da realidade e a materialização de um olhar. Para fazer fotos etnograficas é necessário conhecer bem o tema que será estudado na pesquisa para não perder de vista o objetivo principal que é buscar relatar visualmente uma situação bem específica e sua relação com a realidade.
Malinowski junto aos habitantes das terras 
 
Fonte:http://revistacarbono.com/wpcontent/uploads/2014/07/Malinowski_triobriand_isles_1918.jpg
6.1 CONCEITO DE ETNOGRAFIA.
Conforme apontam estudos realizados por Castro (2006, p. 42), a etimologia da palavra Etnografia vem do grego ethno, que significa “povo” e graphein que quer dizer “escrever”. Assim, em um sentido mais simples, poderse-ía dizer que Etnografia se refere à escrita de determinados povos. No capítulo primeiro de Antropologia Estrutural, Lévi-Strauss define etnografia distinguindo-a de etnologia: [...] a etnografia consiste na observação e análise de grupos humanos considerados em sua particularidade (frequentemente escolhidos, por razões teóricas e práticas, mas que não se prendem de modo algum à natureza da pesquisa, entre aqueles que mais diferem do nosso), e visando à reconstituição, tão fiel quanto possível, da vida de cada um deles; ao passo que a etnologia utiliza de modo comparativo (e com finalidade que será preciso determinar em seguida) os documentos apresentados pelo etnógrafo (LÉVI-STRAUSS, 1989ª, p. 14). 
 Para Aucuant a etnografia consiste em se esforçar para realizar um trabalho de pesquisa interpretativo de um determinado grupo social ou de subgrupos que vivem em sociedades diversas. Além disso ela implica o reconhecimento e a aceitação da diferença. 
6.2 A ORIGEM DA ETNOGRAFIA E OS SEUS DESDOBRAMENTOS
De acordo com Mattos (2001), os primeiros estudos etnográficos foram realizados por antropólogos preocupados em compreender sociedades desconhecidas e sua cultura – hábitos, valores, linguagens, representações, crenças -, a partir das interações estabelecidas pelos sujeitos que a compunham. A este respeito vale esclarecer que o termo cultura é por nós entendido como as percepções, “as visões de mundo, os estilos, as histórias, as expressões e os símbolos usados por um grupo, ou seja, seus conceitos e conhecimentos que são transmitidos para as novas gerações” (TEZANI, 2004, p. 114-15). 
Constam nos registros teóricos que a pesquisa etnográfica foi desenvolvida por antropólogos nos fins do século XIX e início do século XX para investigar comunidades pequenas e culturalmente isoladas. Conforme aponta discussões realizadas por Sousa e Barroso (2008), os estudos etnográficos, a princípio, limitavam-se a estudar a cultura de civilizações exóticas, por meio da análise dos instrumentos que elas produziam, havia pouco interesse em conhecer a relação interpessoal, pensamento e comportamento das pessoas. Assim, os estudos etnográficos aconteciam, ainda, sem características antropológicas. Para Laplantine (2003), a Etnografia propriamente dita só começou a existir a partir do momento que o pesquisador percebeu que deveria ir a campo efetivar sua própria pesquisa e que a observação direta fazia parte integrante da investigação. 
A partir da década de 1920, de acordo com Angrosino (2009), a pesquisa de cunho etnográfico se estendeu a outras áreas do conhecimento, como educação, enfermagem, saúde pública, negócios e comunicação, com a influência da Escola de Chicago. Nos dias atuais, a Etnografia como pesquisa qualitativa inclui estudos de comunidades de interesse, comunidades virtuais, bem como comunidades tradicionais geograficamente isoladas. Isso significa que a pesquisa etnográfica tem sido utilizada em todos os tipos de cenários por diversos pesquisadores, em diferentes disciplinas e orientações teóricas como funcionalismo, interacionismo simbólico, feminismo, marxismo, etnometodologia, teoria crítica, estudos culturais e pós-modernismo.
6.3 O QUE ESTUDA A ETNOGRAFIA
· Características antropológicas dos povos observados e estudados. 
· As relações sociais e comportamentais existentes numa sociedade. 
· Rituais religiosos das sociedades em estudo. 
· Práticas de trocas de mercadorias ou práticas comerciais. 
· Organização do trabalho e produção na sociedade estudada. 
· Produção e representações artísticas de um povo. 
· As relações dos indivíduos de uma tribo ou sociedade com a natureza 
· Cultura material dos diversos povos, através do registro descritivo. 
6.4 PRECEITOS DA ETNOGRAFIA 
Em seus estudos, André (2012, p. 28-29) aponta que, para uma pesquisa ser caracterizada como etnográfica, é preciso ficar atento a alguns preceitos: 
1. Uso de técnicas tradicionais da Etnografia como observação participante, entrevistas e análise documental pelo pesquisador; 
1. Interação entre o pesquisador e o objeto pesquisado, sendo o pesquisador o principal instrumento para coleta e análise de dados; 
1. Ênfase no processo, naquilo que está acontecendo e não no produto ou nos resultados finais; 
1. Preocupação com o significado; 
1. Trabalho de campo em contato direto e prolongado com o objeto de estudo; 6) descrição e indução, o pesquisador tem acesso a dados descritivos que são por ele reconstruídos em forma de palavras ou transcrições literais; 
1. Busca formulações de hipóteses, conceitos, abstrações, teorias e não sua testagem. 
7 FASES DA PESQUISA
Assim como López (1999) destaca, na primeira fase da pesquisa, a importância de selecionar um campo teórico, Cunha e Ribeiro (2010) também ressaltam que, para desenvolver uma pesquisa etnográfica, primeiramente o pesquisador precisa realizar uma revisão de literatura para embasamento teórico, o qual dará suporte para a pesquisa de campo. Embora o investigador encontre muitas informações no campo que não estão disponíveis na literatura, ele precisa estar preparado teoricamente para construir construtos que ajudarão em sua análise de dados. 
Inserido no campo de pesquisa, o investigador pode utilizar múltiplos métodos e estratégias de coleta de dados para a apreensão do objeto de estudo. No entanto, as três grandes habilidades centrais como destaca Angrosino (2009), são: observação, entrevista e pesquisa de arquivo 
A observação etnográfica é feita no campo, em cenários de vida real do pesquisado, o papel do pesquisador pode ir do observador invisível ao de participante totalmente envolvido. Embora a observação pareça ser simples do ponto de vista do senso comum, ela “[...] exige um elevado grau de consciência, atenção a pequenos detalhes, e um cuidadoso registro de dados sistematicamente organizados para ser usado como ferramentas de pesquisa” (ANGROSINO, 2009, p. 61). A entrevista, como expõe Cunha e Ribeiro (2010, p. 9), proporciona um diálogo entre entrevistador e entrevistados, a fim de coletar informações. 
Em suma, Angrosino (2009, p. 71) proclama que “[...] a boa pesquisa etnográfica depende de uma composição de fontes de observação, de arquivos e entrevistas”. Um dos instrumentos que podem ajudar o pesquisador na coleta e análise de dados, de acordo com Mattos e Castro (2011), são os instrumentos visuais como vídeo, Tv, jornais, fotografias, pinturas, auxiliada pelo uso do microcomputador. Essas técnicas surgem como uma alternativa de tornar mais visíveis as rotinas a serem estudadas, sem deixar escapar nenhum detalhe do contexto investigado. Dessa forma, Almeida (2013) destaca que o uso de recursos como a filmadora, microgravador e softwares,têm facilitado a coleta e análise de dados em pesquisas etnográficas, especialmente, quando o trabalho de campo é prologando e o material coletado é extenso. Finalizada a etapa de coleta e análise de dados, o pesquisador precisa buscar estratégias para apresentar os dados etnográficos obtidos, geralmente eles são apresentados por meio de textos acadêmicos, mas também as formas não escritas podem ser utilizadas, tabelas, gráficos, filmes documentários ou ficcionais, textos e imagens postados na internet, exposições em museus etc 
(ATAÍDES, F. B.; OLIVEIRA, G. S.; ANAIR ARAÚJO DE FREITAS SILVA, A. A) Pode-se afirmar que a Etnografia, como estratégia de pesquisa qualitativa, apresenta-se como uma metodologia de investigação científica que proporciona ao pesquisador fazer uma imersão no campo de pesquisa, a fim de observar e interagir com as pessoas pesquisadas em seu ambiente real, para compreender e elucidar as suas práticas, saberes e culturas. A Etnografia não está em busca da verdade, mas em busca dos significados sociais, haja vista que o fenômeno parte do entendimento das pessoas, vinculadas à situação estudada. Busca-se captar nessas pessoas, os sentidos e os significados que elas dão para determinada situação social. (ATAÍDES, F. B.; OLIVEIRA, G. S.; ANAIR ARAÚJO DE FREITAS SILVA, A. A) 
6 A FOTOGRAFIA EM ANTROPOLOGIA
A imagem fotográfica foi, desde que surgiu, o ponto para onde convergiram múltiplos discursos: discurso técnico, estético, literário, filosófico, psicanalítico, semiótico, sociológico e antropológico, discursos sobre seus estilos, seus gêneros, seus possíveis usos; discursos daqueles que a faziam e debates que essa imagem suscitava nos meios artísticos. (SAMAIN, 2005, p. 14)
Desde o início do século XX, a antropologia visual tem se afirmado enquanto disciplina, ganhando novo fôlego e status acadêmico. Diversas correntes de pensamento e centros de pesquisa ao redor do mundo consolidam o uso de recursos visuais em estudos antropológicos e sociológicos. Com os formatos digitais e a popularização e hibridização dos dispositivos, aumentam as análises que utilizam a imagem como recurso somatório e extremamente válido no trabalho empírico (BANKS, 2001; GROSS; KATZ; RUBY, 1988; MACDOUGALL, 1997; PINK, 2007; RIBEIRO, 2005). 
Novaes afirma: Se um dos objetivos mais caros da antropologia sempre foi o de contribuir para uma melhor comunicação intercultural, o uso de imagens, mais ainda do que de palavras, contribui para essa meta, ao permitir captar e transmitir o que é imediatamente transmissível no plano linguístico. Certos fenômenos, embora implícitos na lógica da cultura, só podem explicitar no plano das formas sensíveis o seu significado mais profundo. (NOVAES, 1988, p. 116) 
A criação da fotografia como um meio de representação e a definição da antropologia como uma disciplina podem ser compreendidas como instrumentos para geração e manutenção de um regime da verdade (Burgin 1982, Pinney 1992, Tagg 1982). Adotar a fotografia como um instrumento metodológico para a antropologia é consequência das seguintes preocupações: 
1. Dar forma às vozes e olhares que contribuem para o relato etnográfico; 
1. (2) adicionar uma outra dimensão, entre outras possíveis, capaz de tornar o encontro etnográfico mais pessoal e reconhecível; 	 
1. Permitir que o sujeito cogoscível se tome um participante ativo na representação dele mesmo e de sua cultura (Bittencourt 1993). 
A imagem fotográfica restaura experiências vividas, o espectador se posiciona na condição de estabelecer conexões entre o contexto sociocultural descrito na narrativa escrita e representada na narrativa visual. Além do mais, o espectador é capaz de transpor a distância entre a sua realidade e a do Outro (Danforth & Tsiaras 1982:7) 
6.1 AS FOTOGRAFIA NOS DIAS DE HOJE
Os valores de registro, verdade, memória, arquivo, identidade, fragmentação etc. que tinham apoiado ideologicamente a fotografia no século XIX foram transferidos para a fotografia digital, cujo horizonte no século XXI se orienta, por sua vez, para o virtual. (FONTCUBERTA, 2012, p. 19). 
Com o surgimento da fotografia digital, no final dos anos 1980, todo o glamour conquistado pela fotografia analógica tende a entrar em declínio. A evolução dos equipamentos digitais aponta para o aniquilamento gradual da fotografia analógica nos próximos anos. A fotografia digital pode ser armazenada em computadores, disquetes, CD-Rom ou cartões de memórias e, dessa forma, ser transmitida por satélite logo após sua produção, com a ajuda de um computador portátil e telefone. Uma rapidez de que a fotografia analógica não dispõe. 
Na contemporaneidade, os álbuns de família passam a ser construídos em ambientes digitais. A timeline de sites de redes sociais serve de guia para a narrativa de vida de seus inúmeros usuários. Hoje podemos ver a presença da fotografia nos meios virtuais com a presença de momentos vivenciados pelo outro sendo transmitido para os demais.
6.2 PERCUSORES
Claude Lévi-Strauss.
Fonte: https://ftp.zahar.com.br/autor.php?codigo=00281. 
Claude Lévi-Strauss nasceu em 1908 em Bruxelas, na Bélgica, e morreu em 2009. Ou seja, ele viveu praticamente o século XX inteiro e sua passagem ao XXI. Desse modo, além de sua teoria, a sua trajetória de vida também é interessante de se acompanhar. 
Lévi-Strauss veio de uma família judia e abastada. Assim, se formou em filosofia em 1931 na França, e tinha um contato próximo de outros filósofos como o Jean-Paul Sartre. Entretanto, foi em 1934, na fundação da Universidade de São Paulo e na criação da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras (FFLC) que ele foi chamado para ser professor no Brasil. 
Portanto, foi no Brasil que suas reflexões antropológicas ganharam peso ao estudar as populações indígenas na Amazônia e no Mato Grosso. Nessa direção, Lévi-Strauss assumiu em 1959 uma cadeira de Antropologia Social no Collège de France. Assim, Lévi-Strauss foi um antropólogo reconhecido e considerado um dos pensadores mais relevantes do século XX. 
Assim, Lévi-Strauss é um reconhecido pesquisador da antropologia social. Sua grande importância se deve também ao fato de ter fornecido um modo de pensar e estudar as diferentes sociedades humanas.
Roger Bastide
Fonte:https://colecionadordesacis.files.wordpress.com/2017/12/image.jpg?w=470. 
	
Nascido em 1898, em Nîmes (França). Roger Bastide foi “um pesquisador europeu no mundo dos trópicos”, como se definiu certa vez, afirmando que tal condição marcara profundamente suas reflexões sociais. O sociólogo francês chegou ao Brasil em 1938, com a missão francesa que implantou o curso de Ciências Sociais da Universidade de São Paulo (USP), e retornou à França em 1954. Ao longo de sua permanência no país, escrutinou temas como as religiões afro-brasileiras, a literatura nacional — de Machado de Assis a poetas negros como Cruz e Sousa — e os encontros culturais entre africanos, indígenas e europeus. Tornou-se um grande conhecedor e admirador da cultura, da arte e da produção intelectual dos brasileiros, dedicando-se compreender e interpretar o Brasil e seus impasses. 
Pierre Verger.
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Pierre_Verger. 
Pierre Verger (1902-1996) foi um fotógrafo, etnólogo, antropólogo e pesquisador francês que viveu grande parte da sua vida na cidade de Salvador, capital do estado da Bahia, no Brasil. Ele realizou um trabalho fotográfico de grande importância, baseado no cotidiano e nas culturas populares dos cinco continentes. Além disto, produziu uma obra escrita de referência sobre as culturas afro-baiana e diaspóricas, voltando seu olhar de pesquisador para os aspectos religiosos do candomblé e tornando-os seu principal foco de interesse.
Wolfgang Jesco Von Puttkamer.
Fonte: https://fotografia.povosindigenas.com.br/jesco-von-puttkamer/ 
	Nascido em 1919, em Niterói, no Rio de Janeiro, graduou-se em ciências naturais, jornalismo e engenharia pela Universidade de Breslau, na Alemanha. Em 1948, começou seu trabalho de fotoetnografiaao visitar as aldeias do Alto Xingu. Teve também um trabalho extensivo em Brasília entre os anos de 1958 e 1961, onde atuou como repórter fotográfico para jornais como O Popular, Última Hora e DC Brasilia. 
Puttkamer contribuiu para a fotoetnografia com a publicação do livro Cunhatãs e Curumins – O menino indígena brasileiro (1986), resultado de mais de 30 anos de trabalho, período em que acumulou materiais considerados preciosidades da antropologia brasileira. Jesco Puttkamer dedicou-se por 40 anos a estudar, fotografar, filmar, gravar e registrar em seus diários os costumes indígenas. Exerceu esse trabalho até 1994, ano de seu falecimento. 
7 ALGUNS CONTEPORÂNEO
Claudia Andujar
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Claudia_Andujar 
Um dos nomes mais produtivos e contemporâneos da fotografia etnográfica no Brasil é o de Claudia Andujar. Nascida na Suíça, filha de pai judeu, sua primeira nacionalidade é romena. Chegou ao Brasil em 1955 e naturalizou-se brasileira. Um de seus primeiros materiais de relevância etnográfica foi o dossiê Amazônia, com os primeiros registros dos Yanomâmis de Roraima. Transformado em fotorreportagem histórica, foi publicada pela revista Realidade, em 1968. Em 2005 publicou A vulnerabilidade do ser, com imagens produzidas entre 1958 e 2003. A fotógrafa diz não pertencer ao ramo da antropologia visual, mas não nega seu envolvimento com esse tipo de trabalho. “Meu trabalho fotográfico é mais ligado a uma relação humana e me sinto mais sintonizada com arte do que com ciência”, afirma. 
Rosa Gauditano
Fonte: https://www.mulheresluz.com.br/rede/rosa-gauditano/
A paulista Rosa Gauditano trabalha como repórter fotográfica desde 1975. Estudou fotografia na Fundação Armando Álvares Penteado, em 1978. Um ano antes começou a fotografar profissionalmente para jornais e revistas. A contribuição de Rosa Gauditano para a fotoetnografia intensificou-se nos fins da década de 80, quando passou a conviver com – e a registrar – tribos indígenas de diversas partes do Brasil, entre elas os Guaranis, Xavantes e Yanomâmis. A fotógrafa destaca que um dos aspectos mais importantes em seus trabalhos de fotografia etnográfica é a “participação ativa dos índios, que emitem suas opiniões e até fazem suas próprias documentações”. Ela cita a realização de dois vídeos, “em que os Xavantes gravaram e editaram todo o trabalho” e do livro dos Guaranis M’Byá na Cidade de São Paulo, em que “90 jovens participaram do trabalho depois de terem oficinas de fotografia digital, desenho e texto” 
8 A METODOLOGIA DA FOTOETNOGRAFIA
A fotografia é uma aprendizagem de observação paciente, elaboração minuciosa de diferentes estratégias de aproximação com o objeto, desenvolvimento de uma percepção seletiva, uma vigilância constante e uma grande rapidez que permite captar o acontecimento instantaneamente. É a utilização de um aparelho provido da dupla capacidade de subjetivar e de objetivar a realidade. O fato de tomar consciência de que se é,de forma contínua, pessoalmente responsável por esse processo e essa técnica de apreensão da realidade e de que se é próprio sujeito desse conhecimento é um ensinamento epistemológico ( Leal,1986,p.16). Como diz Laplantine, ao falar das fotografias,`` se sua função é restituir, atestar o que elas atestam, é porque o presente não existe mais ´´(1996,p.78). 
8.1 A FOTOETNOGRAFIA EM CAMPO
Anchutti
Fonte: https://gauchazh.clicrbs.com.br/
Segundo Anchutti(1998),o pesquisado, em campo deve ter algumas preocupações, quando se trata dos pontos de aproximação entre fotografia e Antropologia. O mesmo deve procurar um bom posicionamento, dentro da comunidade estudada, pois o conhecimento depende dessa inserção. 
Conforme o autor, é necessário que o fotoetnógrafo se volte aos interesses artísticos como fonte de conhecimento e estar atento aos detalhes empíricos da vida cotidiana, que não são imediatamente perceptíveis e deve ser buscados por trás das aparências. 
(...)esse domínio técnico aliado ao olhar treinado do antropólogo pode levar à construção de um trabalho fotoetnográfico que venha a ser relevante,não só como mais uma das técnicas de pesquisa de campo,mas também como uma outra forma narrativa,que somada ao texto etnográfico,venha enriquecer e dar mais profundidade à difusão dos resultados obtidos . (ACHUTTI, 1997ª, p. 64) 
É importante ressaltar, também,os deveres dos etnólogos diante do uso de fotografias em seus estudos. Darbon destaca: ``Observar-se á evidentemente que sua captação da imagem no quadro de suas pesquisas não se limita aos documentos que ele mesmo produz por ocasião de sua presença no campo: pode também aplicar-se à análise das imagens produzidas por outro.´´ (1998,p103). Neste caso, o fotógrafo tem suas imagens analisadas por um pesquisador. Uma vantagem do uso da fotografia pelo antropólogo, segundo Collier Junior (1973), é a possibilidade de análise das imagens para perceber detalhes de uma cena, que podem evitar a necessidade do pesquisador voltar a campo ou mesmo que ele perceba informações que não poderiam ter sido capturadas em forma de entrevista ou que não foram anotadas. 
 
A atenção para tais detalhes contribui para que o resultado imagético seja crível no momento em que for analisado, publicado ou apresentado pois valorizará o estudo da etnia retratada, apresentado-a o mais próximo possível do real. Inclusive, é importante que, ao dar início ao trabalho fotoetnográfico, o pesquisador tenha em mente o formato em que irá apresentar seu resultado, a que finalidade se destinará e as possíveis formas de acesso. A linguagem deve ser de fácil compreensão para que o receptor entenda e absorva as informações imagéticas e textuais. Independente da mídia utilizada para sua apresentação – exposição, revista, livro – as linguagens escrita e fotográfica devem ser utilizadas de forma independente e complementar. Independente, pois cada uma deve construir seu discurso utilizando recursos próprios, imagens ou palavras, sem que uma subordinada à outra. Completar, porque as duas formas de apresentação oferecem margem para interpretações subjetivas errôneas, o que pode ser minimizado quando ambas as linguagens são utilizadas em conjunto. 
Achutti (2004) destaca a importância de apontar a finalidade do material fotoetnográfico, para ele, inclusive, o pesquisador deve ter claro um planejamento de como executar tais fotografias. Se desde o princípio do trabalho de campo, o pesquisador-fotógrafo não tiver em mente a paginação final (ou montagem da exposição fotográfica, conforme o caso), o resultado de seu trabalho sofrerá desta falta de planificação pois uma narrativa visual que pretenda utilizar a fotografia deve ser fruto de um longo processo de construção, a construção de uma descrição visual. As fotografias no resultado final devem formar um todo. Por esta razão, uma obra que utilize a fotografia deverá ser construída com método da mesma maneira que um filme, um texto ou uma dissertação. 
Fotografias obtidas de maneira aleatória e desorganizada tornar-se-ão, no melhor dos casos, uma fonte de informação que terminará por encontrar talvez um dia seu lugar em alguma fototeca, mas que não poderão ir a ser uma obra completa, uma narrativa fotoetnográfica.” (Achutti, 2004, p.3-4). 
8.2 A IMPORTÂNCIA DA FOTOETNOGRAFIA PARA NARRATIVA ANTROPOLÓGICA
A produção de fotografias etnográficas contribui para a reconstituição da história cultural de grupos sociais e para uma melhor compreensão dos processos de transformação na sociedade. Em razão de seu caráter cultural, a fotografia, seja extraída de arquivos ou fruto de trabalhos de campo, pode e deve ser utilizada como fonte de conexão entre os dados da tradição oral e a memória dos grupos estudados, premissa defendida por Novaes (1998). A história das culturas passou a desfrutar de novas dimensões e interpretações com o uso de imagens. Isso contribuiu para a compreensão mais aprofundada do universo simbólico.
9 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Portanto, permitiu perceber como a fotoetnografia pode ser utilizadapela Antropologia Visual. A conceituação desse tipo de trabalho apresenta uma das diversas formas de utilização da fotografia, no caso na etnografia. Seja como material de resgate, suporte de análise, documento ou como objeto de estudos. E isso conseguimos perceber através do trabalho de campo realizado por Luiz Eduardo Robinson Agutti, quando inserido na Vila Dique conseguiu ver as catadoras de lixo como objeto de estudo para a conclusão do seu trabalho, e isso foi possível através da fotografia interligada com a etnografia. 
Nesse sentido, a fotografia torna-se o meio pelo qual o encontro humano, que forma a base da etnografia, é destacado e posicionado em uma moldura de significados. Dessa forma, fotografias [...] são restituidas a um contexto vivo; não ao contexto temporal original em que elas foram criadas, mas ao contexto da experiência. E, lá, suas ambiguidades enfim tomam-se verdadeiras, permitindo que elas sejam apropriadas pela reflexão. O mundo que elas revelam, congelado, se toma tratável. A informação que elas contêm se toma permeada por sentimentos. Aparências se tomam a linguagem de vidas vividas (Berger & Mohr 1982; 289). 
Conclui-se que a fotoetnografia possui grande relevância para a narrativa antropológica.
10 REFERÊNCIAS
Autor: Nimuendaju, CurtEditora: Unicamphttps://m.suapesquisa.com/definicoes/etnografia.htm>. Acesso em 18 novembro, 2022. 
BERGER, John. Para entender uma fotografia. Editora Companhia das Letras, 2017. Disponível: https://books.google.com.br/books/publisher/content?id=7IfVDgAAQBAJ&hl=pt-BR&pg=PP1&img=1&zoom=3&sig=ACfU3U1c57p5USoM10qgsuHIH3Vy_yWocw&w=1280 >. Acesso em 10 novembro, 2022.
BITTENCOURT, Luciana. A fotografia como instrumento etnográfico. Anuário antropológico, v. 17, n. 1, p. 225-241, 1993. https://scholar.google.com.br/scholar?hl=ptBR&as_sdt=0%2C5&q=A+FOT%C3%93GRAFIA+COMO+INSTRUMENTO+ETNOGRAFICO.&btnG=#d=gs_qabs&t=1670430742194&u=%23p%3DEeK0CWCHxbUJ>. Acesso em 20 novembro, 2022. 
CRISPIM, Eric et al. A importância da fotografia odontológica na odontologia contemporânea. Jornada Odontológica dos Acadêmicos da Católica, v. 2, n. 1, 2017. https://saulofortkamp.com.br/ . >. Acesso em 12 novembro, 2022. 
CARDOSO OLIVEIRA, Roberto. O trabalho do antropólogo: olhar, ouvir, escrever. Revista de Antropologia, Vol. 39, No. 1 (1996), pp. 13-37)
DE TARSO BATISTA, Marcos Hiram. A transição da fotografia analógica à fotografia digital. 2011
ETNOGRAFIA. Sua pesquisa, 2022. Disponível em: https://www.suapesquisa.com/definicoes/etnografia.htm. Acesso em: 14 de Maio de 2022 
Equipe editorial de Conceito.de. (29 de Novembro de 2011). Conceito de etnografia. Conceito.de. https://conceito.de/etnografia >. Acesso em 18 novembro, 2022. 
FIGUEIREDO, Cicera Gutierrez. A fotografia como fonte de informação e conhecimento no Brasil. Revista Educação Continuada, v. 3, n. 2, p. 33-40, 2021.Disponível:http://www.educont.periodikos.com.br/article/60a40d6fa9539513c4073aa2>. Acesso em 10 novembro, 2022.
FERNANDES SERRA, Anna Carolina; COSTA MACHADO, Danielle Fernandes; DE LIMA MEDEIROS, Mirna. Uso e potencial da fotoetnografia para os estudos turísticos. Turismo em Análise, v. 32, n. 2, 2021. 
FERNANDES, Márcia. Narração. Toda Matéria. Disponível em:https://www.todamateria.com.br/narracao/#:~:text=Narra%C3%A7%C3%A3o%20 ou%20texto%20narrativo%20%C3%A9,algo%20%C3%A9%20chamado%20de%20n arrador. Acesso em 10 de Maio de 2022 
GONÇALVES, Alicia Ferreira. Etnografia, etnologia & teoria antropológica. Revista de ciências sociais-política & trabalho, 2016.
MEIRINHO, Daniel. A fotografia como suporte para o envolvimento nas pesquisas sociais/Photography as support for social researches’engagement. Vivência: Revista de Antropologia, v. 1, n. 50, 2017. 
MÉTODOS da antropologia. Universidade Virtual Moçambicana. 2021. Disponível em: https://www.universidademz.com/2021/05/metodos-da-antropologia.html. Acesso em: 26 de novembro de 2022 
MALINOWSKI, Bronislaw. Argonautas do Pacífico Ocidental. São Paulo: Editora Ubu, 2019 https://www.infoescola.com/antropologia/etnografia/ >. Acesso em 18 novembro, 2022. 
OBSERVAÇÃO participante: características, tipos e exemplos. Maestrovirtuale. Disponível em: https://maestrovirtuale.com/observacao-participante-caracteristicastipos-e-exemplos/. Acesso em: 26 de novembro de 2022 
OKA, Mateus. LéviStrauss. Todo Estudo. Disponível em: https://www.todoestudo.com.br/sociologia/levi-strauss. Acesso em 30 de novembro de 2022. 
OLIVEIRA, Erivam Morais. Da fotografia analógica à ascensão da fotografia digital. Communicare, São Paulo, v. 5, n. 1, p. 159-165, 2005. https://scholar.google.com.br/scholar?hl=ptBR&as_sdt=0%2C5&q=DA+FOTOGRAFIA+ANALOGICA+%C3%80+ASCENS%C3%83O+DA+FOTOGRAFIA+DIGITAL.&btnG=#d=gs_qabs&t=1670411612484&u=%23p%3DYDQ1k_4ey2wJ >. Acesso em 12 novembro, 2022. 
PIERRE Verger. Mapeamento Cultural UFPA. Disponível Em: https://mapeamentocultural.ufba.br/  Acesso em 01 de dezembro de 2022
Programa de Educação Tutorial–PET; FERREIRA, Anderson Vinícius Alves. COMPOSIÇÃO DE IMAGEM COMPLETAMENTE EM FOCO E RECONSTRUÇÃO 3D A PARTIR DE REGIÕES EM FOCO EM MACROFOTOGRAFIA.2008.https://scholar.google.com.br/scholarq=COM,+Programa+de+Educa%C3%A7%C3%A3o+Tutorial%E2%80%93PET%3B+FERREIRA,+Anderson+Vin%C3%ADcius+Alves.+COMPOSI%C3%87%C3%83O+DE+IMAGEM+COMPLETAMENTE+EM+FOCO+E+RECONSTRU%C3%87%C3%83O+3D+A+PARTIR+DE+REGI%C3%95ES+EM+FOCO+EM+MACROFOTOGRAFIA.+2008.&hl=pt-BR&as_sdt=0,5 >Acesso em 10 novembro, 2022.
PORFíRIO, Francisco. “Antropologia”; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/antropologia.htm. Acesso em 07 de dezembro de 2022.
ROCHA, Ana Luiza Carvalho da; ECKERT, Cornelia. Etnografia: saberes e práticas. Iluminuras: série de publicações eletrônicas do Banco de Imagens e Efeitos Visuais, LAS, PPGAS, IFCH e ILEA, UFRGS. Porto Alegre, RS. N. 21 (2008), 23 p., 2008.
ROGER Bastide. Memorial de democracia. Disponível em: http://memorialdademocracia.com.br/card/interpretes-do-brasil/17. Acesso em 04 de dezembro de 2022
Schonarth, Ana Júlia. O olhar fotográfico: os princípios do design para a composição da fotografia. BS thesis. 2016.https://scholar.google.com.br/scholar?hl=ptBR&as_sdt=0%2C5&q=Para+conseguir+transmitir+uma+ideia%2C+o+fot%C3%B3grafo+precisa+saber+escrever%2C+interpretar.+&btnG=#d=gs_qabs&t=1670379345970&u=%23p%3DaFzidc2gz4AJ>. Acesso em 12 novembro, 2022. 
Schonarth, Ana Júlia. O olhar fotográfico: os princípios do design para a composição da fotografia. BS thesis. 2016.https://scholar.google.com.br/scholar?hl=ptBR&as_sdt=0%2C5&q=Para+conseguir+transmitir+uma+ideia%2C+o+fot%C3%B3grafo+precisa+saber+escrever%2C+interpretar.+&btnG=#d=gs_qabs&t=1670379345970&u=%23p%3DaFzidc2gz4AJ>. Acesso em 12 novembro, 2022. 
SOUSA FILHO, Cantídio. A LINGUAGEM DA FOTOGRAFIA DIGITAL E OS NOVOS DESAFIOS PARA O FOTOJORNALISMO. Revista Ininga-ISSN 2359-2265, v. 4, n. 1, 2017. https://scholar.google.com.br/scholar?q=related:YDQ1k_4ey2wJ:scholar.google.com/&hl=ptBR&as_sdt=0,5#d=gs_qabs&t=1670412024635&u=%23p%3DYDQ1k_4ey2wJ >. Acesso em 12 novembro, 2022. 
SANTOS, Francisco Coelho dos. As faces da selfie: revelações da fotografia social. Revista Brasileira de Ciências Sociais, v. 31, 2016.https://scholar.google.com.br/scholar?hl=ptBR&as_sdt=0%2C5&q=AS+FACES+DA+SELFIE%3A+REVELA%C3%87%C3%95ES+DA+FOTOGRAFIA+SOCIAL.&btnG=#d=gs_qabs&t=1670413773340&u=%23p%3DHPT5aCnLvrkJ >. Acesso em 18novembro, 2022. 
SOUSA FILHO, Cantídio. A LINGUAGEM DA FOTOGRAFIA DIGITAL E OS NOVOS DESAFIOS PARA O FOTOJORNALISMO. Revista Ininga-ISSN 2359-2265, v. 4, n. 1, 2017. https://scholar.google.com.br/scholar?q=related:YDQ1k_4ey2wJ:scholar.google.com/&hl=ptBR&as_sdt=0,5#d=gs_qabs&t=1670412024635&u=%23p%3DYDQ1k_4ey2wJ >. Acesso em 12 novembro, 2022. 
SANTOS, Francisco Coelho dos. As faces da selfie: revelações da fotografia social. Revista Brasileira de Ciências Sociais, v. 31, 2016.https://scholar.google.com.br/scholar?hl=ptBR&as_sdt=0%2C5&q=AS+FACES+DA+SELFIE%3A+REVELA%C3%87%C3%95ES+DA+FOTOGRAFIA+SOCIAL.&btnG=#d=gs_qabs&t=1670413773340&u=%23p%3DHPT5aCnLvrkJ >. Acesso em 18novembro,2022. 
INGOLD, Tim; ALMEIDA, Rafael Antunes. Antropologia versus etnografia. Cadernos de campo (São Paulo-1991), v. 26, n. 1, p. 222-228, 2017. https://scholar.google.com.br/scholar?hl=ptBR&as_sdt=0%2C5&q=ANTROPOLOGIA+VERSUS+ETNOGRAFIA.&btnG=#d=gs_qabs&t=1670430891554&u=%23p%3Dh3ccot1bAdQJ>. Acesso em 18 novembro, 2022. 
VALES, Mychelle Lorrany Prado et al. A importância da Fotografia no diagnóstico e tratamento de procedimentos odontológicos: Revisão de Literatura/The importance of Photography in the diagnosis and treatment of dental procedures: Literature Review. ID on line. Revista de psicologia, v. 13, n. 48, p. 301-310, 2019. >. Acesso em 10 novembro, 2022.

Continue navegando