Prévia do material em texto
Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital Autor: Paulo H M Sousa Aula 13 13 de Abril de 2021 SORATEIO.COM 1 131 Sumário Livro III – Direito das Coisas ................................................................................................................................ 3 1 – Considerações iniciais ............................................................................................................................... 3 Título IV – Superfície ....................................................................................................................................... 4 Título V – Servidões ........................................................................................................................................ 7 Capítulo I – Constituição das servidões ....................................................................................................... 7 Capítulo II – Exercício das servidões ........................................................................................................... 7 Capítulo III – Extinção das servidões ................................ ........................................................................... 8 Título VI – Usufruto .......................................................................................................................................... 9 Capítulo I – Disposições gerais ................................................................................................................... 9 Capítulo II – Direitos do usufrutuário ......................................................................................................... 10 Capítulo III – Deveres do usufrutuário ....................................................................................................... 10 Capítulo IV – Extinção do usufruto ............................................................................................................ 11 Título VII – Uso .............................................................................................................................................. 13 Título VIII – Habitação .................................................................................................................................. 13 Título IX – Direitos do promitente comprador ............................................................................................... 14 Concessões .................................................................................................................................................... 15 Título X – Penhor, hipoteca e anticrese ......................................................................................................... 15 Capítulo I – Disposições gerais ................................................................................................................. 15 Capítulo II – Penhor ................................................................................................................................... 20 Capítulo III – Hipoteca .............................................................................................................................. 27 Capítulo IV – Anticrese .............................................................................................................................. 31 Título XI – Laje............................................................................................................................................... 32 2 – Considerações finais ............................................................................................................................... 34 Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 2 131 Questões Comentadas ...................................................................................................................................... 36 Lista de Questões ............................................................................................................................................ 111 Gabarito ......................................................................................................................................................... 130 Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 3 131 LIVRO III – DIREITO DAS COISAS 1 – Considerações iniciais Inicialmente, lembro que sempre estou disponível, para você, aluno Estratégia, no Fórum de Dúvidas do Portal do Aluno e, alternativamente, também, nas minhas redes sociais: prof.phms@estrategiaconcursos.com.br prof.phms prof.phms prof.phms Fórum de Dúvidas do Portal do Aluno Na aula de hoje, você verá o tema Direito das Coisas. Em grande parte, os chamados direitos reais; ou seja, os elementos que derivam do direito de propriedade, parcelas da propriedade no seu sentido mais pleno. São temas meio aleatórios entre si, mas que se comunicam pela percepção de que fazem parte de um direito maior, o direito de propriedade. No mais, segue a aula pra gente bater um papo! =) Ah, e o que, do seu Edital, você vai ver aqui? Direitos reais: superfície, servidões, usufruto, uso, habitação, direito do promitente comprador. Direitos reais de garantia. Boa aula! Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 4 131 Título IV – Superfície A enfiteuse sofre paulatino “desaparecimento” do Direito brasileiro. Isso porque a enfiteuse virtualmente esvazia o conteúdo do direito de propriedade. O foreiro, ou enfiteuta, pode usar, fruir, dispor, ceder e transferir a coisa. Ou seja, possui ele aparentemente a plenitude dos poderes proprietários. Ao senhorio, ou nu-proprietário, restam apenas dois poderes. O primeiro deles é a cobrança da taxa anual, o foro, cânon ou pensão. Esse valor é variável, podendo ser estipulado de maneira mais ou menos ampla. Em regra, o foro se estabelece em 0,6% ao ano do valor do bem, um valor próximo ao que se tem hoje, na jurisprudência, para o pagamento do aluguel mensal de bens imóveis. O segundo é o direito de preferência, dado que o foreiro, sempre que pretender alienar seu direito, deve oferece-lo primeiro ao senhorio, para que esse possa consolidar a propriedade, novamente, em suas mãos. Isso demonstra com perfeição aquilo que eu disse anteriormente sobre a característica da elasticidade do direito de propriedade. A despeito de o direito de propriedade quase se romper, ele tem a tendência de retornar de maneira plena ao proprietário, com todas as suas figuras parcelares. Assim, o domínio útil fica com o foreiro, ou enfiteuta. É ele quem efetivamente tem o domínio do bem, ao passo que o senhorio, ou nu-proprietário, fica apenas com o domínio direto ou limitado. Cuidado para não confundir domínio direto com posse direta; o senhorio, ou nu-proprietário, não tem posse direta, mas apenas domínio direto! Caso o senhorio não exerça a preferência, o foreiro é obrigado a pagar o laudêmio, que nada mais é do que uma “indenização” pelo não exercício da consolidação da propriedade que lhe cabe de direito. O valor do laudêmio fora, historicamente, livre. O art. 2.038 do CC/2002 proibiu a constituição de novas enfiteuses, subordinando as existentes à aplicação do regramento do CC/1916 (arts. 678 a 694) e leis posteriores. Assim, não é mais possível instituir o regime enfitêutico sobre a propriedade, sendo que não foi adotada nova legislação sobre o assunto. Continua a reger a matéria, mais de 100 anos depois, o mesmo CC/1916. O §1º, inc. I,ainda proibiu a cobrança do laudêmio ou qualquer outra cobrança semelhante quando da alienação do imóvel, relativamente ao valor das construções ou plantações. Ou seja, atualmente o laudêmio pode ser cobrado apenas sobre o valor da nua-propriedade. Mesmo nos aforamentos ainda existentes, ficou proibido constituir novas subenfiteuses, segundo o inc. II. A aplicação mais relevante da enfiteuse ainda ocorre nos chamados terrenos de marinha. O art. 2.038, §2º, do CC/2002 estabelece que a enfiteuse dos terrenos de marinha e acrescidos é regulado por lei especial. A lei em questão é o Decreto-Lei 9.760/1946, que dispõe sobre os imóveis da União, além da Lei 9.636/1998, que dispõe sobre o aforamento de bens da União. Quinze anos depois do CC/2002, a Lei 13.465/2017 deu mais um passo rumo à extinção das enfiteuses. O art. 16-A da Lei 13.465/2017 permitiu, para os terrenos submetidos ao regime enfitêutico, a remição do foro e a consolidação do domínio pleno com o foreiro. Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM ==11d22e== 5 131 A pretensão do CC/2002 foi de substituir a enfiteuse pelo direito de superfície. Como o proprietário possui diversas figuras parcelares do direito, de maneira elástica, ele pode se desfazer das mais diversas figuras parcelares, sem perder a propriedade. Uma dessas possibilidades é o direito de superfície, dando-se ao credor superficiário, ou simplesmente superficiário, o direito de construir ou de plantar em seu terreno, por tempo determinado, onerosa ou gratuitamente (art. 1.369 e art. 1.370). Aqui há um conflito aparente de normas, já que a Lei 10.257/2001 – o Estatuto da Cidade – estabelece que o direito de superfície pode ser feito por tempo determinado ou indeterminado (art. 21, caput). De acordo com o Enunciado 93 da I Jornada de Direito Civil, as normas previstas no CC/2002 sobre direito de superfície não revogam as relativas a direito de superfície constantes do Estatuto da Cidade por ser instrumento de política de desenvolvimento urbano. Com base no Enunciado, portanto, o direito de superfície pode ser estabelecido por tempo determinado ou por tempo indeterminado. Didaticamente falando, importante frisar as distinções que aparecem entre o direito de superfície regulado pelo CC/2002 e pela Lei 10.257/2001 – Estatuto da Cidade. As diferenças são sutis, mais muito importantes: Além disso, evidente que, seja para plantar, seja para edificar, é necessário utilizar-se do subsolo. No entanto, o direito de superfície não autoriza obra no subsolo, salvo se for inerente ao objeto da concessão, segundo o art. 1.369, parágrafo único. Na dicção do art. 1.374, não pode o superficiário dar ao bem destinação diversa daquela para que foi concedida. Assim, se permitida plantação, não se permite edificação; se permitida a edificação de uma casa, impossível erigir um escritório de advocacia. • Onde? Imóvel urbano ou rural • Quando? Tempo determinado, apenas • O quê? Solo, SEM espaço aéreo ou subsolo CC/2002 • Onde? Imóvel urbano • Quando? Tempo determinado ou indeterminado • O quê? Solo, subsolo e espaço aéreo Estatuto da Cidade Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 6 131 Exige-se que seja feita a superfície por escritura pública devidamente registrada no Registro de Imóveis, segundo o art. 1.369. Como é o superficiário a se utilizar do bem, fica ele responsável pelo pagamento das despesas relativas a encargos e tributos que oneram o bem, segundo o art. 1.371. A ressalva fica por conta das obrigações fiscais decorrentes do imóvel, que, pelo princípio da ambulatoriedade, independem do titular do direito real para recair sobre a coisa. Assim, as dívidas tributárias obrigarão a coisa, sendo irrelevante se o inadimplemento se deu pelo proprietário ou pelo superficiário. O direito de superfície pode transferir-se a terceiros e, por morte do superficiário, aos seus herdeiros, nos termos do art. 1.372. No entanto, o parágrafo único estabelece que, nesses casos, o proprietário, também chamado de fundieiro ou concedente, não pode receber qualquer pagamento pela transferência, sendo nula cláusula nesse sentido. Tome cuidado, portanto. A instituição do direito de superfície pode ser gratuita ou onerosa (pagamento do chamado solarium ou cânon superficiário). A transferência do direito de superfície para terceiros, seja inter vivos, seja mortis causa, pode ser igualmente onerosa ou gratuita. No entanto, a transferência para terceiros tem de ser feita gratuitamente em relação ao proprietário, ou seja, o superficiário pode receber pela transferência, mas não o proprietário concedente. Como titular de direito real, o superficiário tem direito de preferência, em caso de alienação do imóvel (art. 1.373), bem como o proprietário, em relação à superfície. Ou seja, se o fundieiro for alienar o imóvel, o superficiário tem preferência na aquisição da propriedade; se o superficiário for transmitir a superfície, o fundieiro tem preferência na aquisição, de modo a consolidar a propriedade plena em suas mãos novamente. Trata-se de prelação recíproca, ou preempção de mão dupla, portanto. E se a preferência legal não for respeitada? O Enunciado 510 da V Jornada de Direito Civil prevê que ao superficiário que não foi previamente notificado pelo proprietário para exercer o direito de preferência é assegurado o direito de, no prazo de seis meses (rectius: 180 dias), contado do registro da alienação, adjudicar para si o bem mediante depósito do preço. Quando a superfície se extinguir, o superficiário perde o direito ao que construiu ou plantou, se as partes não houverem estipulado o contrário (art. 1.375). Isso pode contrariar seu “senso comum jurídico”, pelo que exige cuidado. Se você é superficiário e edifica um prédio de 10 andares, ao final do direito de superfície o prédio inteiro é meu e você não tem direito de indenização. Se houver desapropriação, porém, a indenização cabe ao proprietário e ao superficiário, no valor correspondente ao direito real de cada um, conforme regra do art. 1.376. Ou seja, faz-se um rateio da indenização que o proprietário tem direito pela desapropriação entre ele e o superficiário. Por fim, o art. 1.377 deixa claro que o direito de superfície constituído por pessoa jurídica de direito público interno rege-se pelo Código Civil, no que não for diversamente disciplinado em lei especial. Trata-se de aplicação da Lei 10.257/2001 – Estatuto da Cidade. Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 7 131 Título V – Servidões Capítulo I – Constituição das servidões CUIDADO! NÃO CONFUNDA A PASSAGEM FORÇADA COM A SERVIDÃO. PASSAGEM FORÇADA É UM DIREITO DE VIZINHANÇA, FRUTO DA FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE; SERVIDÃO É DIREITO REAL SOBRE COISA ALHEIA, QUE VISA GERAR CÔMODO AO PROPRIETÁRIO. A PASSAGEM FORÇADA É OBRIGATÓRIA, DADO QUE NÃO HÁ COMO A PESSOA ACESSAR SUA PROPRIEDADE SEM ELA; JÁ A SERVIDÃO É FACULTATIVA. Na servidão delimita-se um prédio como dominante o qual desfruta da prerrogativa sobre o prédio serviente. Além disso, a servidão decorre da manifestação de vontade das partes. Por isso, a servidão é criada mediante vontade devidamente registrada no Registro de Imóveis (art. 1.378). Excepcionalmente, há uma espécie de usucapião de servidão prevista no art. 1.379, que independe de acordo prévio. O dispositivo estabelece prazo de 10 anos (ou 20 anos, se sem justo título, segundo o parágrafo único) de uso contínuo e pacífico da área, com justo título, e após decisão judicial. A servidão é acessória, ligando-se ao direito principal, que é o direito a propriedade.Ela é indivisível e perpétua, com duração indefinida, prendendo-se ao bem imóvel, conforme estabelece o art. 1.386. Capítulo II – Exercício das servidões Em regra, o proprietário do imóvel dominante (que necessita da servidão) tem de exercer a servidão causando o menor prejuízo (art. 1.385), em homenagem ao princípio da menor onerosidade ao imóvel serviente (civiliter modo). Por isso, constituída para certo fim, a servidão não se pode ampliar a outro (§1º). Além disso, cumpre ao proprietário do imóvel dominante arcar com as despesas de manutenção da servidão (arts. 1.380 e 1.381). Se forem mais de um os dominantes, no caso de servidão conjunta, serão as despesas rateadas proporcionalmente. O proprietário do imóvel serviente, então, não pode atrapalhar o uso da servidão (art. 1.383), mas pode removê-la, se isso não causar dano ao dominante (art. 1.384). Se houver embaraço, cabíveis as ações possessórias para que a servidão seja protegida contra atos do proprietário do imóvel serviente. Quando a obrigação incumbir, excepcionalmente, ao dono do prédio serviente, este pode se exonerar. Como? Abandonando, total ou parcialmente, a propriedade ao dono do dominante (chamado de abandono liberatório). Se o proprietário do prédio dominante se recusar a receber a propriedade do serviente, ou parte dela, o custeio das obras volta para ele, prevê o parágrafo único do art. 1.382. Prevê o art. 1.386 que as servidões são indivisíveis (servitutes dividi non possunt). Por isso, elas subsistem, no caso de divisão dos imóveis, em benefício de cada uma das porções do prédio dominante, e continuam a gravar cada uma das do prédio serviente. A exceção fica por conta da situação em que, por natureza ou destino, só se aplicarem a certa parte de um ou de outro. Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 8 131 Eventualmente, adquire-se a servidão por meio de sentença judicial, em duas ações: Como se cria uma servidão? Já mostrei a você três hipóteses: vontade (negócio jurídico inter vivos ou mortis causa), usucapião e sentença judicial (ações confessória e de divisão). Há ainda uma quarta hipótese, a destinação, que se verifica quando o proprietário, perpetui usus causa (caráter permanente), reserva parte do prédio seu em favor de outrem e, se os imóveis passarem a proprietários diferentes, a serventia por ele criada torna-se uma servidão. Capítulo III – Extinção das servidões Por fim, a servidão pode ser extinta por: Segundo a legislação brasileira, há uma espécie imprópria de servidão, a servidão de aqueduto. Isso porque ela é tratada dentro dos direitos de vizinhança, numa espécie um tanto híbrida, já que conjuga algumas características de servidão (imóvel dominante e imóvel serviente) com outras de direito de vizinhança (desnecessidade de registro). • Em por objetivo o reconhecimento da existência de servidão negada/contestada A. Ação confessória • A partilha, conforme estabelece o art. art. 596, inc. II, do CPC/2015, instituem-se as servidões, que forem indispensáveis, em favor de uns quinhões sobre os outros, incluindo o respectivo valor no orçamento para que, não se tratando de servidões naturais, seja compensado o condômino aquinhoado com o prédio serviente B. Ação de divisão • Art. 1.387 • Se o prédio dominante estiver hipotecado, e a servidão se mencionar no título hipotecário, será também preciso, para a cancelar, o consentimento do credor A. Desapropriação • Arts. 1.388 e 1.389. Casos previstos para que a servidão possa ser cancelada: • a. quando o titular houver renunciado a sua servidão • b. quando tiver cessado, para o prédio dominante, a utilidade ou a comodidade, que determinou a constituição da servidão • c. quando o dono do prédio serviente resgatar a servidão • d. pela reunião dos dois prédios no domínio da mesma pessoa (confusão real) • e. pela supressão das respectivas obras por efeito de contrato, ou de outro título expresso • f. pelo não uso, durante dez anos contínuos (desuso da servidão) B. Cancelamento Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 9 131 O art. 1.293 permite que alguém, mediante prévia indenização aos proprietários prejudicados, construa canalização através de seus prédios para receber as águas a que tenha direito, indispensáveis às primeiras necessidades da vida, e, desde que não cause prejuízo considerável aos proprietários, bem como para o escoamento de águas supérfluas ou acumuladas, ou a drenagem de terrenos. Como eu disse, por se tratar de uma espécie híbrida, o art. 1.294 dispõe que se aplica ao direito de aqueduto o regramento da disciplina a passagem forçada de cabos e tubulações, tema esse visto em momento próprio. Título VI – Usufruto Capítulo I – Disposições gerais O usufruto é o direito real de fruição por excelência. Isso porque o proprietário se despe dos poderes de uso e de fruição, resguardando apenas os poderes de disposição e reivindicação para si. No entanto, tendo em vista a extensão dos poderes reais, de “usu-fruto”, detidos pelo usufrutuário, o STJ (REsp 1.202.843) entende que o usufrutuário também pode reivindicar a coisa de quem a detenha injustamente. Além disso, evidentemente, o proprietário tem direito de defender sua posse (indireta) contra o usufrutuário, por meio das ações possessórias, bem como o usufrutuário tem direito de defender sua posse (direta) contra o proprietário, por meio das ações possessórias. Quando se perfaz o usufruto, costuma-se chamar o proprietário destituído das faculdades de uso e fruição de nu-proprietário. Isso porque, entendendo-se a propriedade como os poderes de usar, fruir e dispor da coisa (além de reaver, claro, em caso de perda injusta), restaria ao proprietário apenas a faculdade de dispor, sem que pudesse efetivamente usar o bem, daí a propriedade restar “nua”. No entanto, apesar de nu-proprietário, o proprietário ainda resguarda o poder de dispor do bem, e pode fazê-lo a qualquer tempo. O adquirente, porém, tem a obrigação de respeitar o usufruto, como se o proprietário original o fosse. Nesse caso, o usufruto não precisa de nova constituição registral, dado que os poderes de uso e fruição prevalecem sobre a alienação. O usufruto pode ser obrigatório ou legal (a), quando a própria lei ordena que alguém tenha o usufruto dos bens de outrem, mesmo contra a vontade deste. Pode ainda o usufruto ser voluntário ou convencional (c). Essa espécie se subdivide em duas. Haverá usufruto por alienação quando o proprietário concede o usufruto a outrem e permanece como nu-proprietário, vindo a retomar o bem nos casos de extinção do usufruto. Pode haver usufruto por retenção ou dedução (usufruto deducto), quando, inversamente, o proprietário aliena a coisa a outrem e permanece como usufrutuário. Por fim, uma quarte hipótese é a de usufruto misto (d). Ela ocorreria na raríssima hipótese de usucapião do usufruto. Raríssima porque, como no caso de superfície, dificilmente o possuidor usucapirá apenas o direito real limitado, preferindo usucapir o direito real pleno, a propriedade. Poderia haver tanto a usucapião ordinária (com justo título e boa-fé, no prazo de 10 anos) quanto a extraordinária (sem justo título nem boa-fé, no prazo de 15 anos). Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 10 131 O usufruto recai em bens móveis ou imóveis, abrangendo, no todo ou em parte, os frutos e utilidades, inclusive os acessórios (art. 1.392), conforme preceitua o art. 1.390. A regra é de que o usufruto seja pleno ou total, abrangendo o direito real todos os acessórios da coisa. Inversamente, o usufruto será parcial ourestrito, quando tiver seu conteúdo delimitado na instituição, sem abranger todos os acessórios. No usufruto impróprio ou quase usufruto, o usufrutuário, em realidade, torna-se proprietário da coisa, mas deve restituir as coisas recebidas (consumíveis e fungíveis), como no depósito de bem fungível. Diversamente, no usufruto próprio, o usufrutuário deve restituir exatamente as mesmas coisas recebidas (inconsumíveis e infungíveis). Tal qual os demais direitos reais, o usufruto necessita de registro no Registro de Imóveis (art. 1.391). O usufruto não se transfere, mas seu exercício pode ceder-se por título gratuito ou oneroso, por força do art. 1.393. Como é inalienável é igualmente impenhorável, decidiu o STJ (AgRg no Ag 851.994), o que não impede que os frutos sejam penhorados, a exemplo dos aluguéis (REsp 883.085). Capítulo II – Direitos do usufrutuário São direitos do usufrutuário: Veja, portanto, que o usufrutuário tem direito, por exemplo, de alugar o imóvel objeto do usufruto, bem como perceber os aluguéis. O proprietário, por sua, vez, não pode impedir essa fruição e nem tem direito de perceber, ele, os aluguéis. Pode também o usufrutuário usar o bem como melhor lhe convier, desde que respeitados os limites fixados; isso afasta, evidentemente, o uso do bem pelo próprio nu- proprietário. Capítulo III – Deveres do usufrutuário De outra banda, são deveres do usufrutuário: A. Possuir, usar, administrar e perceber os frutos B. Perceber os frutos e cobrar as dívidas, quando o usufruto recai em títulos de crédito • Por outro lado, os frutos naturais, pendentes ao tempo em que cessa o usufruto (igualmente, o café ainda no pé), pertencem ao dono, também sem compensação das despesas C. Perceber os frutos naturais, pendentes ao começar o usufruto (p. ex., café no pé), sem encargo de pagar as despesas de produção • Já os frutos civis, vencidos na data inicial do usufruto, pertencem ao proprietário (a partir de então, pertencerão ao usufrutuário) D. Perceber os frutos civis vencidos na data em que cessa o usufruto (p. ex., os aluguéis vencidos e os pendentes de pagamento) E. Usufruir da coisa em pessoa, ou mediante arrendamento Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 11 131 Veja que, ordinariamente, o usufrutuário não responde pelas deteriorações, salvo culpa ou exercício irregular de direito. Inversamente, as despesas ordinárias incumbem a ele, dado que tem a posse direta, mas as despesas extraordinárias e as despesas ordinárias não módicas (de valor superior a dois terços do rendimento líquido anual) continuam a cargo do nu-proprietário, aduz o art. 1.403. Trata-se, em larga medida, de funcionamento bastante assemelhado à locação residencial. Se o usufrutuário fizer o seguro, ao proprietário caberá o direito dele resultante contra o segurador, fixa o art. 1.407, §1º. Em qualquer caso, o direito do usufrutuário fica sub-rogado no valor da indenização do seguro (§2º). O usufrutuário não pode vender o bem, já que o poder de disposição permanece com o nu-proprietário. Inversamente, o usufruto não se extingue com a alienação do bem, como dito, dada sua natureza real. Capítulo IV – Extinção do usufruto E como se extingue o usufruto, então? Por se tratar de direito real, exige-se o cancelamento do registro do usufruto no Registro de Imóveis (art. 1.410). O dispositivo supramencionado estabelece que se extingue o usufruto por: A. Não mudar a destinação econômica do bem, sem expressa autorização do proprietário • Se quem receber o usufruto for o doador do próprio bem, não precisa dar garantia (no caso do usufruto deducto) B. Inventariar os bens recebidos e prestar garantia, caso exija o proprietário (caução usufrutuária) C. Velar pela conservação dos bens, e entregá-los findo o usufruto D. Pagar pelas deteriorações resultantes do exercício irregular do usufruto E. Pagar pelas despesas ordinárias de conservação dos bens e pelas prestações e tributos devidos pela posse ou rendimento F. Pagar pelas reparações que lhe competir, cobrando do proprietário a importância despendida G. Informar o dono sobre qualquer lesão produzida contra a posse da coisa, ou os direitos deste • O valor da indenização do seguro pertence, porém, ao proprietário, salvo no caso de prejuízo sofrido pelo usufrutuário, que então se sub-roga no valor da indenização (caso de sub-rogação legal) H. Pagar pelo seguro (prêmio), se a coisa estiver segurada Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 12 131 Vou tratar das peculiaridades de algumas dessas formas de extinção do usufruto. Inicialmente (inc. I), se o bem for imóvel, exige-se escritura pública na renúncia, caso tenha valor superior a 30 salários mínimos, seguindo a regra geral do negócio jurídico. E no caso da pessoa jurídica (inc. III), poderia se perceber aí um virtual usufruto perpétuo? Não, porque o art. 1.410, inc. III, do Código Civil, estabelece que se o usufruto for instituído em favor de pessoa jurídica, obrigatoriamente se extingue pelo decurso de 30 anos da data em que se começou a exercer. Assim, o usufruto pode ser temporário ou a termo (art. 1.410, inc. II, do Código Civil), sendo que pode ele ser mais ou menos longo, mas restrito a 30 anos no caso de usufrutuário pessoa jurídica. Pode também ser o usufruto vitalício (mas não perpétuo), caso no qual se restringe às pessoas naturais, não havendo previsão de termo final, extinguindo-se o direito real com a morte do beneficiário. Inversamente, se o usufruto for a termo, a morte do usufrutuário não o extingue, mas apenas o escoamento do prazo fixado. Pode haver a destruição da coisa dada em usufruto (inc. V). Se isso ocorrer, sem culpa do proprietário, ele não será obrigado a reconstruir o imóvel e, mesmo que o reconstrua à sua custa, o usufruto não se restabelece. No entanto, se a indenização do seguro for aplicada à reconstrução do prédio, restabelece-se o usufruto. Na hipótese de consolidação (inc. VI), o usufrutuário transfere o direito real ao nu-proprietário, que passa a deter a propriedade plena. O caso mais comum é a morte do usufrutuário no usufruto; o pai, usufrutuário do bem doado ao filho em vida, falece, sendo que o filho, então, consolida-se na propriedade plena da coisa. Quando se verificará a culpa do usufrutuário (inc. VII)? Quando ele aliena, deteriora, ou deixa arruinar os bens, sem realizar os reparos de conservação necessários. No caso de usufruto de títulos de crédito, age com I. Renúncia ou morte do usufrutuário II. Termo de sua duração (usufruto por tempo determinado) III. Extinção da pessoa jurídica em favor de quem o usufruto foi constituído IV. Cessação do motivo de que se origina V. Destruição da coisa VI. Consolidação VII. Culpa do usufrutuário VIII. Não uso, ou não fruição, da coisa em que o usufruto recai Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 13 131 culpa quando não aplica os valores recebidos em títulos da mesma natureza, ou em títulos da dívida pública federal, como exige o art. 1.395 do Código Civil. No caso de usufruto em favor de mais de uma pessoa, ele se extingue parcialmente em relação a cada uma das que falecerem, salvo se, por estipulação expressa, o quinhão desses couber ao sobrevivente. Título VII – Uso Aplica-se, quanto ao uso, as disposições do usufruto (art. 1.413). A distinção fica por conta de que o uso tem extensão menor do que o usufruto, limitado às necessidades suas e de sua família. Assim, as figuras parcelares da fruição e da disposição permanecem nas mãos do proprietário, ao passo que o usuário tem para si apenas a faculdade deusar o bem. Evidentemente, como ocorre no usufruto, a lógica do sistema indica que tanto o usuário quanto o proprietário têm o poder de reivindicar a coisa de quem injustamente a detenha, ainda que o CC/2002 tenha sileciado a respeito. Permite-se ao usuário a percepção dos frutos quando o exigirem as necessidades suas e de sua família. As necessidades pessoais se avaliam conforme a sua condição social e o lugar onde viver; as da família compreendem as de seu cônjuge (ou do companheiro, ainda que o §2º silencie a respeito), dos filhos solteiros e das pessoas de seu serviço doméstico. No entanto, como o direito real de uso pode ser fixado onerosa ou gratuitamente, necessário ter cuidado ao interpretar o art. 1.412, §2º. Se for oneroso, pode-se interpretar de maneira ampliativa o conceito de família, se a isso não se opuser a natureza do contrato e a situação concreta. Em se tratando de direito real de uso gratuito, porém, a interpretação sempre deve ser estrita, por força de aplicação do art. 1.414. Título VIII – Habitação O direito real de habitação é muito semelhante ao direito real de uso, mas ainda mais limitado. Restringe-se à moradia gratuita da família do habitante, não podendo ele dar outra destinação ao imóvel, não se permitindo que ele alugue ou mesmo empreste o bem a terceiros (art. 1.414). Se o usuário não poderia locar o bem objeto do direito real de uso, o habitante sequer pode emprestá-lo por comodato. Se o fizer, pode o proprietário extinguir o direito real, por descumprimento da função. Igualmente, como o direito real de habitação é personalíssimo (intuitu personae), não pode o habitante cedê-lo a terceiros, nem mesmo gratuitamente. Se o direito real de habitação for conferido a mais de uma pessoa (direito real de habitação simultâneo ou conjunto), qualquer delas que more sozinha na casa não tem de pagar aluguel à outra, mas não a pode inibir de exercer o direito de habitá-la, se quiser. No mais, se aplica, quanto à habitação, as disposições do usufruto (art. 1.416). Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 14 131 O direito real de habitação pode ser voluntário – ou convencional – ou determinado por lei – legal. No caso de habitação voluntária, necessário o registro imobiliário, regra inaplicável ao direito real de habitação havido por força de lei. Prevê o art. 1.831 que ao cônjuge sobrevivente, qualquer que seja o regime de bens, se assegura, sem prejuízo da participação que lhe caiba na herança, o direito real de habitação relativamente ao imóvel destinado à residência da família, desde que seja o único daquela natureza a inventariar. Título IX – Direitos do promitente comprador O art. 1.417 estabelece que a promessa de compra e venda em que se não há cláusula de arrependimento cria ao comprador direito real à aquisição do imóvel. Esse compromisso de compra e venda pode ser celebrado tanto por instrumento público quanto por instrumento particular. Num ou no outro caso, o Código exige que a promessa seja registrada no Registro de Imóveis para que o direito real seja criado. Assim, vê-se que o CC/2002 exige o registro para que se crie direito real com eficácia erga omnes. A aquisição do direito real permite ao comprador exigir do promitente vendedor, ou de terceiros, a quem os direitos deste forem cedidos, a outorga da escritura definitiva de compra e venda. Caso o vendedor ou o terceiro se recusem a efetivar a escritura pública definitiva, o adquirente, o promitente comprador, pode requerer ao juiz a adjudicação compulsória do imóvel, na forma da lei processual, segundo estabelece o art. 1.418. Em regra, no caso de silêncio do contrato, necessária a interpelação judicial ou extrajudicial (mora solvendi ex persona), para que o promitente comprador possa purgar a mora. Segundo a Súmula 76 do STJ, mesmo no compromisso de compra e venda não registrado não se dispensa a prévia interpelação do devedor para que seja constituído em mora. Não obstante, a Lei 13.097/2015, ao alterar o parágrafo único do art. 1º do Decreto-Lei 745/1969, passou a dispensar a notificação do devedor inadimplente se existe, no compromisso de compra e venda, cláusula resolutiva expressa. Para isso, deve o promitente vendedor aguardar 15 dias da data do pagamento. Se o devedor não paga nos 15 dias subsequentes ao prazo contratual, entende-se que não efetuou a devida purgação da mora, pelo que seu inadimplemento se opera de pleno direito. Além disso, a jurisprudência atenua o formalismo do art. 1.417. Assim, apesar de o compromisso de compra e venda não ser registrado na matrícula do imóvel, os efeitos são praticamente os mesmos. O Enunciado 95 da I Jornada de Direito Civil, nesse sentido, prevê que o direito à adjudicação compulsória, quando exercido em face do promitente vendedor, não se condiciona ao registro da promessa de compra e venda no cartório de registro imobiliário. Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 15 131 Concessões A concessão de uso especial para fins de moradia e a concessão de direito real de uso estão previstas no art. 1.225, incs. XI e XII, do Código Civil. Essas duas concessões têm por objetivo regularizar áreas favelizadas, tendo sido inseridas no texto normativo com esse propósito. Trata-se de uma das primeiras normas a tentar criar verdadeira política pública de regularização fundiária urbana, por meio da MP 2.220/2001 e pela Lei 11.481/2007. A Lei 13.465/2017 alterou profundamente os dispositivos ao criar o REURB. No entanto, ambas não são reguladas pelo Código, de modo que não há que se falar, aqui, sobre elas. Título X – Penhor, hipoteca e anticrese Capítulo I – Disposições gerais No âmbito do direito obrigacional, o credor tem uma garantia geral, de assédio de todo o patrimônio do devedor, salvo as exceções legais que objetivam a manutenção de seu patrimônio mínimo, conforme a teoria de Fachin. Não obstante, o credor pode, por conveniência, exigir garantias adicionais. Essas garantias podem ser pessoais – fidejussórias – ou reais. Nas primeiras, o plus garantidor advém de terceira pessoa, como o fiador. Nas segundas, o plus garantidor, inversamente, advém de uma coisa. Sobressaem das garantias reais duas peculiaridades: a acessoriedade e a ambulatoriedade. Sobre a primeira, como as garantias são acessórias à obrigação principal, seguem o princípio da gravitação jurídica (accessorium sequitur principale, ou o acessório segue o principal). A respeito da segunda, Orlando Gomes explica que: O direito real de garantia é o que confere ao credor a pretensão de obter o pagamento da dívida com o valor do bem aplicado exclusivamente à sua satisfação. Sua função é garantir ao credor o recebimento da dívida por estar vinculada a determinado bem. O vínculo não se descola da coisa cujo valor está afetado ao pagamento da dívida. Se o devedor a transmite a outrem, continua onerada, transferindo-se com ela o gravame. Acompanha, segue a coisa, subsistindo íntegro e ileso, seja qual for a modificação que sofra a titularidade do direito. O direito do credor tem, portanto, sequela. Os direitos reais são divididos pela literatura jurídica em três grandes grupos: os direitos reais sobre coisa própria, os direitos reais sobre coisa alheia e os direitos reais de garantia. Há três características gerais do direito das coisas aplicáveis igualmente aos direitos reais de garantia: • Apresenta uma preferência especial, bem como pelo chamado poder de sequela, o que quer dizer que o titular pode vender o bem, mas a garantia o grava e o acompanha, podendo o credor buscar a coisa nas mãos de quem quer que ela venha a estar A. Eficácia erga omnes Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário- Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 16 131 Ainda relativamente ao pacto comissório, é importante distingui-lo do chamado pacto marciano. Ao contrário do comissório, o pacto marciano assegura a aferição do justo valor do bem dado em garantia e a restituição do supérfluo. Desse modo, enquanto o pacto comissório gera o risco de desvirtuamento do sistema de garantias, que passaria a apresentar intuito especulativo, a cláusula marciana assegura a manutenção do sistema por meio da proteção da comutatividade da equação prestacional. A garantia mantém-se como acessória do débito, sem que o credor se aproprie de valor superior ao da dívida. O Enunciado 626 da VIII Jornada de Direito Civil estabelece que não afronta o art. 1.428, em relações paritárias, o pacto marciano. O pacto marciano é a cláusula contratual que autoriza ao credor tornar-se proprietário da coisa objeto da garantia mediante aferição de seu justo valor e restituição do supérfluo (valor do bem em garantia que excede o da dívida). A aferição deve ser feita pelo valor de mercado ou por terceiro desinteressado no pacto, indicado pelas partes. É possível, ainda, distinguir os direitos reais de garantia dos direitos reais sobre coisa alheia (de fruição) a partir do conteúdo e da função: DIREITOS REAIS DE GARANTIA DIREITOS REAIS DE FRUIÇÃO Conteúdo É o poder do titular por sua própria iniciativa, obter a satisfação da dívida garantida pela coisa Traduz no poder do titular usar, e fruir a coisa da qual tem posse direta Função Acessórios, pressupõem antes a existência de um crédito, a quem servem de garantia Autônomos Por fim, antes de passar às espécies dos direitos reais de garantia, mostrarei a você as regras gerais dos direitos reais de garantia. Assim, quando adentrar nos direitos reais de garantia propriamente ditos, você já saberá, de antemão, em detalhes, a “lógica” que perpassa as regras do CC/2002. • A garantia estabelece-se sobre a integralidade da dívida e sobre todo o bem dado em garantia. Pelo principio da indivisibilidade, portanto, se um imóvel foi dado em hipoteca para garantir uma dívida que já teve pagamento parcial, o imóvel inteiro pode ser levado à alienação para quitar o restante (art. 1.421) • Mas há exceções, como a Súmula 308 do STJ, que estabelece que a hipoteca entre agente financeiro e construtor não tem eficácia sobre o promitente comprador B. Indivisibilidade da garantia • A garantia real garante aquele determinado bem para ser levado à venda em hasta pública. Ou seja, proíbe-se que o próprio credor fique com o bem dado em garantia (a chamada cláusula constituti), automaticamente, por força do art. 1.428 No entanto, os credores pignoratício, anticrético ou hipotecário podem ficar com o bem, se o receberem por meio de dação em pagamento C. Proibição do pacto comissório real A. Constituição e eficácia Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 17 131 A constituição de um direito real de garantia segue a regra geral de capacidade, ou seja, só pode empenhar, hipotecar e dar em anticrese quem pode igualmente alienar a coisa, ou seja, deve o sujeito ter capacidade de disposição (regra do art. 1.420). Já o art. 1.424 prevê os requisitos eficaciais dos direitos reais de garantia, quais sejam: I - o valor do crédito, sua estimação, ou valor máximo II - o prazo fixado para pagamento III - a taxa dos juros, se houver IV - o bem dado em garantia com as suas especificações O STJ tem entendimento de que a falta de cumprimento desses requisitos não acarreta a nulidade da garantia real, mas apenas uma ineficácia contra terceiros (REsp 226.041). Isso deixa claro que o registro é apenas elemento de plus eficacial, e não elemento de validade ou mesmo de eficácia inter partes. O objeto específico depende do direito em questão, mas, segundo regra do art. 1.420, somente os bens alienáveis podem ser dados em hipoteca, penhor ou anticrese, ou seja, apenas as coisas sujeitas ao comércio. A ausência de consuntibilidade jurídica exigida torna nula a garantia real. Outro ponto relevante em relação ao objeto é quando a coisa é comum, ou seja, instituída em condomínio. Somente quando todos os proprietários anuem com o direito real é que o bem todo pode ser dado em garantia, mas nada impede que cada proprietário institua garantia real sobre sua parte ideal (art. 1.420, § 2º, em consonância com o art. 1.314). Além disso, o objeto da garantia é indivisível em relação ao pagamento parcial, salvo se estipulado em contrato em contrário, por força do art. 1.421. Ou seja, mesmo que se deem diversos bens em garantia, todos eles (inclusive os acessórios) continuam garantindo o credor, ainda que haja pagamento parcial, seja a coisa indivisível (como um carro, uma joia ou uma casa), seja divisível (coleções, rebanhos, rendas ou fazenda). Igualmente, em se tratando de um bem imóvel, as acessões e benfeitorias realizadas pelo proprietário passam também a integrar a garantia hipotecária, independentemente do valor. O princípio da indivisibilidade, portanto, carrega em si também o princípio da gravitação jurídica (accessorium sequitur principale), de modo que os acessórios e frutos da coisa seguem a sorte da garantia, de maneira indivisível. B. Objeto Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 18 131 I – Direitos O primeiro direito é o de excussão. Corresponde à possibilidade de tomar o bem dado em garantia real para aliená-lo em hasta pública ou privada, conforme o caso, sendo o produto da arrematação destinado à satisfação do credor (art. 1.422), nos casos de hipoteca e penhor. Este é o principal efeito visado pelo credor, a preferência no produto da alienação do bem. Se o montante não for suficiente, continua o devedor obrigado pelo restante na execução, mas aí como credor quirografário (art. 1.430). Se for gravado mais de uma garantia, prefere a que primeiro foi registrada – não interessa quando foi obtida, mas sim registrada. O segundo direito é o de prelação. A expressão prelação significa a situação de preferência ou preempção do credor de poder atingir a coisa dada em garantia real para satisfação do seu crédito com predominância em relação aos demais credores. Vale mencionar, ainda, que a lei pode excepcionar essa referência estabelecida no art. 1.422, por razões de política legislativa. É o caso de concurso de credores, previsto no art. 83 da Lei 11.101/2005, no qual os credores trabalhistas têm preferência sobre os créditos de garantia real. Igualmente, os créditos condominiais têm preferência sobre os créditos de garantia real, de acordo com a Súmula 478 do STJ. O terceiro direito é o de retenção. Alguns direitos reais de garantia envolvem a retenção do bem pelo credor. Isso ocorre tanto no penhor comum como na anticrese, por prazo máximo de 15 anos, nos termos do art. 1.423 (perempção da garantia anticrética). II – Remição Não confunda remiÇão e remiSSão, pois esta é ligada ao verbo remitir, perdoar, ou seja, é o acordo pelo qual o credor oferta o perdão da dívida. Já a remição, por sua vez, é o resgate de objeto dado em garantia real pelo pagamento da dívida. A remição corresponde ao poder do terceiro que adquire um bem gravado por garantia real, do cônjuge e dos herdeiros de pagar a dívida para resgatar o bem. Porém, a remição tem de ser integral, como preceitua o art. 1.429, porque, do inverso, o princípio da indivisibilidade da garantia seria quebrado. O terceiro fica sub-rogado nos direitos do credor, segundo o parágrafo único, quando remir a dívida que deu origem à garantia. Assim, possível que os sucessores do devedor redimam (e não remitam, comofrequentemente a doutrina aponta) a dívida, no todo, ficando o remiçor (codevedor real) sub-rogado nos direitos do credor. • “Perdoar” a dívida, gratuitamente, por liberalidade, pela absolvição • Remitir Remissão • “Perdoar” a dívida, onerosamente, pelo resgate, pela reaquisição • Remir Remição Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 19 131 III – Princípios São princípios dos direitos reais de garantia, de acordo com Orlando Gomes: O art. 1.425 prevê as hipóteses nas quais se considera vencida antecipadamente a dívida no caso de garantia real prevista: I - se, deteriorando-se, ou depreciando-se o bem dado em segurança, desfalcar a garantia, e o devedor, intimado, não a reforçar ou substituir; II - se o devedor cair em insolvência ou falir; • Poderá dar bem em garantia somente quem pode alienar (art. 1.420) 1. Quanto ao sujeito • Somente poderá ser dada em garantia coisa passível de ser alienada (art. 1.420) 2. Quanto ao objeto • A coisa dada em garantia, por vínculo real, fica sujeita ao cumprimento da obrigação (art. 1.419) 3. Quanto à função • O pagamento de uma ou mais prestações da dívida não importa em desobrigação da proporção correspondente (art. 1.421) 4. Quanto à extensão da garantia • Para que valham é preciso que contenham os elementos do art. 1.424 5. Quanto ao valor do título executivo • Não é possível ao credor ficar com o bem, deverá ele promover a venda judicial (art. 1.428) Igualmente, o devedor pode dar a coisa em pagamento, se quiser (art. 1.428, parágrafo único), valendo, então, o regramento da dação em pagamento 6. Quando à forma do exercício do direito • Considera-se antecipadamente vencida a dívida nas hipóteses do art. 1.425 7. Quanto ao vencimento antecipado da dívida Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 20 131 III - se as prestações não forem pontualmente pagas, toda vez que deste modo se achar estipulado o pagamento. Neste caso, o recebimento posterior da prestação atrasada importa renúncia do credor ao seu direito de execução imediata; IV - se perecer o bem dado em garantia, e não for substituído; V - se se desapropriar o bem dado em garantia, hipótese na qual se depositará a parte do preço que for necessária para o pagamento integral do credor. No caso de destruição, previsto no inc. IV, se a coisa tiver seguro o credor se sub-roga nos direitos do segurado (art. 1.425, §1º). Situação de exceção ao perecimento ocorre no caso de terceiro ter dado a coisa em garantia, situação na qual é obrigado a substituir a garantia caso o bem se perca sem culpa sua (art. 1.427). Já nos casos de perecimento sem substituição ou desapropriação, a hipoteca só vence antes do prazo estipulado se o perecimento ou a desapropriação recaírem sobre o bem dado em garantia, e esta não abranger outras. Subsiste a garantia sobre os demais bens, não desapropriados ou destruídos, sobre a dívida, reduzida. Em quaisquer desses casos de vencimento antecipado, não se compreendem os juros correspondentes ao tempo ainda não decorrido. A regra é evidente, ou se geraria enriquecimento sem causa. Assim, se hipoteco minha casa e a dívida se vence antecipadamente, não pagarei os juros remuneratórios embutidos nas parcelas futuras, mas apenas os juros remuneratórios das parcelas vencidas. Juros moratórios são irrelevantes aqui, porque conexos à mora, e não ao vencimento antecipado. Conforme o art. 1.427, salvo cláusula expressa, o terceiro que presta garantia real por dívida alheia não fica obrigado a substituí-la, ou reforçá-la, quando, sem culpa sua, se perca, deteriore ou desvalorize. Trata-se da figura do terceiro interveniente hipotecante ou empenhante, muito comum, por exemplo, nas relações entre pais e filhos. Vistas essas disposições gerais, possível tratar dos direitos reais em garantia próprios em espécie, que são três: penhor, hipoteca e anticrese. Frise-se que há, ainda, outros direitos reais, que não são direitos reais de garantia, mas que têm função de garantia. São os chamados direitos de garantia impróprios ou, num trava-língua de direito real, “direitos reais sobre coisa própria com função imprópria de garantia”, como é o caso da alienação fiduciária em garantia. Capítulo II – Penhor O penhor ocorre quando o devedor entrega a posse efetiva da coisa ao credor, para a garantia de seu débito, segundo o art. 1.431. Porém, a própria lei determinada exceções a essa regra no art. 1.431, parágrafo único. No penhor rural, industrial, mercantil e de veículos, as coisas empenhadas continuam em poder do devedor, que as deve guardar e conservar. Isso, no entanto, não desfigura o penhor, passando o devedor a ser apenas possuidor direto do bem, sob a figura do depositário. A propriedade, em qualquer caso, continua a ser do devedor, só que com gravame pignoratício. Só pode ser empenhada coisa móvel, segundo regra do art. 1.431, mas há de se tomar cuidado com alguns móveis que são considerados imóveis para fins de atribuição jurídica, como as aeronaves e embarcações, Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 21 131 sujeitas a hipoteca. Valem aqui as regras sobre os objetos da garantia (bens inalienáveis, impenhoráveis, fora do comércio etc., não podem ser objeto de penhor). Como, em regra, o bem fica na posse do credor, terá ele direito aos frutos, na forma do art. 1.433, inc. V. Evidentemente, se a coisa empenhada fica com o próprio devedor, como no penhor rural, permanecerão com ele os frutos, já que o credor não terá o poder sobre a coisa. Seção I – Constituição do penhor Os requisitos para a constituição do penhor estão no art. 1.424, correspondentes aos requisitos gerais dos direitos reais de garantia. Necessário que no instrumento do penhor conste o valor do crédito, sua estimação, ou valor máximo; o prazo fixado para pagamento; a taxa dos juros, se houver; e o bem dado em garantia com as suas especificações. Ele pode ser feito por instrumento público ou particular, já que a publicidade do ato se dá pela transmissão da posse, em regra. Porém, para que anteceda eventuais outros penhores, deve ser registrado, por quaisquer dos contratantes, junto ao Registro de Títulos e Documentos. Seção II – Direitos do credor pignoratício Os direitos do credor pignoratício estão estipulados no art. 1.433. O credor pignoratício tem direito a: I. Posse da coisa empenhada II Retenção dela, até que o indenizem das despesas devidamente justificadas, que tiver feito, não sendo ocasionadas por culpa sua III. Ressarcimento do prejuízo que houver sofrido por vício da coisa empenhada IV. Promover a execução judicial, ou a venda amigável, se lhe permitir expressamente o contrato, ou lhe autorizar o devedor mediante procuração V. Apropriar-se dos frutos da coisa empenhada que se encontra em seu poder (princípio da gravitação jurídica; accessorium sequitur principale) VI. Promover a venda antecipada, mediante prévia autorização judicial Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 22 131 No caso do inc. VI, a venda antecipada pode ocorrer sempre que haja receio fundado de que a coisa empenhada se perca ou deteriore, devendo o preço ser depositado. O dono da coisa empenhada, porém, pode impedir a venda antecipada, substituindo-a, ou oferecendo outra garantia real idônea. A venda deve ser sempre autorizada pelo juiz, em face da proibição do pacto comissório real pelo art. 1.428. O art. 1.434 estabelece que o credor não pode ser constrangido a devolvera coisa empenhada, ou uma parte dela, antes de ser integralmente pago. Pode o juiz, a requerimento do proprietário, determinar que seja vendida apenas uma das coisas, ou parte da coisa empenhada, suficiente para o pagamento do credor. Seção III – Obrigações do credor pignoratício As obrigações do credor pignoratício estão estipuladas no art. 1.435. O credor pignoratício tem dever de: Seção IV – Extinção do penhor O penhor se extingue por uma série de razões. O art. 1.436 traz rol exemplificativo (numerus apertus), e não taxativo, elencando as situações mais comuns: I. Custódia da coisa, como depositário, e a ressarcir ao dono a perda ou deterioração de que for culpado, podendo ser compensada na dívida, até a concorrente quantia, a importância da responsabilidade II. Defesa da posse da coisa empenhada e a dar ciência, ao dono dela, das circunstâncias que tornarem necessário o exercício de ação possessória III. Imputar o valor dos frutos, de que se apropriar, como permite o art. 1.433, inc. V, nas despesas de guarda e conservação, nos juros e no capital da obrigação garantida, sucessivamente IV. Restituí-la, com os respectivos frutos e acessões, uma vez paga a dívida V. Entregar o que sobeje do preço, quando a dívida for paga Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 23 131 No caso de extinção da obrigação principal, extingue-se o penhor em razão do princípio da gravitação jurídica (accessorium sequitur principale). Aplicando-se a mesma regra, às avessas, a renúncia do credor pignoratício à garantia tem o condão de a extinguir, mas não de extinguir a dívida, já que o principal não segue a sorte do acessório, em regra. Se na hipótese do inc. IV a confusão de operar a respeito de apenas parte da dívida, subsiste o penhor por inteiro, prevê o §1º do art. 1.436. Isso porque a lógica das garantias reais estabelece a indivisibilidade da garantia. A eficácia da extinção só produzirá efeitos, segundo o art. 1.437, depois de averbado o cancelamento do registro, à vista da respectiva prova. Seção V – Penhor rural Subseção I – Disposições gerais Trata do empenho de móveis ligados às atividades agropastoris. Distingue-se do penhor geral por três características: Embora vencidos os prazos, permanece a garantia, enquanto subsistirem os bens que a constituem. Não obstante, a prorrogação deve ser averbada à margem do registro, mediante requerimento do credor e do devedor. I. Extinção da obrigação principal II. Perecimento da coisa III. Renúncia do credor IV. Confusão real: a mesma pessoa se torna credor e dono da coisa V. Adjudicação judicial, remição da dívida ou venda da coisa empenhada, pelo credor ou autorizada • No qual estão as coisas empenhadas: art. 1.438 A. Necessidade de registro no Registro de Imóveis • Igual à própria obrigação: art. 1.439 B. Limite de tempo • O devedor hipotecário pode estabelecer penhor sem consultar o credor hipotecário: art. 1.440 C. Posse nas mãos do próprio devedor Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 24 131 Se o pagamento da dívida for em dinheiro, que garante com penhor rural, o devedor poderá emitir, em favor do credor, cédula rural pignoratícia, na forma determinada em lei especial. De qualquer forma, o credor tem direito a verificar o estado das coisas empenhadas, inspecionando-as onde se acharem, por si ou por pessoa credenciada. Além deste penhor geral, o penhor ainda pode ser especificado em duas subespécies, o penhor rural agrícola e o penhor rural pecuário. Veja: Subseção II – Penhor agrícola Veja que parte dos bens acima mencionados é imóvel, por acessão. Por isso, duplo cuidado quando se discutir se o penhor se restringe a bens móveis. Em regra, há prorrogação compulsória do penhor para a safra subsequente. O parágrafo único do art. 1.443 mitiga essa regra, estabelecendo que se o credor não financiar a nova safra, poderá o devedor constituir com outrem novo penhor, em quantia máxima equivalente à do primeiro; o segundo penhor terá preferência sobre o primeiro, abrangendo este apenas o excesso apurado na colheita seguinte. Há, aí, exceção à prelação. Subseção III – Penhor pecuário O art. 1.445 do estabelece que o devedor não poderá alienar os animais empenhados sem prévio consentimento do credor. Caso algum dos animais morra e o devedor adquira outros, na mesma espécie, sub-rogam-se estes no penhor, nos termos do art. 1.446. Além disso, o credor poderá realizar a venda antecipada do bem, caso sua perda ou deterioração lhe parecer iminente, mediante autorização judicial. O devedor pode impedir a venda, entregando outra garantia ou substituindo a coisa para garantir o débito. Seção VI – Penhor industrial e mercantil O penhor industrial e mercantil refere-se a máquinas, aparelhos, materiais, instrumentos, instalados e em funcionamento, com os acessórios ou sem eles; animais, utilizados na indústria; sal e bens destinados à A. Agrícola (art. 1.442) • Máquinas e instrumentos de agricultura • Colheitas pendentes, ou em via de formação • Frutos acondicionados ou armazenados • Lenha cortada e carvão vegetal • Animais do serviço ordinário de estabelecimento agrícola B. Pecuário (art. 1.444) • Podem ser objeto de penhor os animais que integram a atividade pastoril, agrícola ou de lacticínios. Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 25 131 exploração das salinas; produtos de suinocultura, animais destinados à industrialização de carnes e derivados; matérias-primas e produtos industrializados. Veja, novamente, que parte dos bens acima mencionados é imóvel, por acessão. Por isso, duplo cuidado quando se discutir se o penhor se restringe a bens móveis. Também não necessita da transmissão da posse e registra-se igualmente no Registro de Imóveis da circunscrição onde estiverem situadas as coisas empenhadas, na dicção do art. 1.448. Igualmente, se o pagamento for em dinheiro, o devedor pode emitir, em favor do credor, cédula do respectivo crédito, na forma e para os fins que a lei especial determinar. Mais uma vez, por força da regra do art. 1.449, o devedor não pode, sem o consentimento por escrito do credor, alterar as coisas empenhadas ou mudar-lhes a situação, nem delas dispor. O devedor que, anuindo o credor, alienar as coisas empenhadas, deverá repor outros bens da mesma natureza, que ficarão sub-rogados no penhor. Por fim, talqualmente o penhor pecuário, o credor pignoratício industrial e o mercantil têm direito a verificar o estado das coisas empenhadas, inspecionando-as onde se acharem, por si ou por pessoa credenciada. Seção VII – Penhor de direitos e títulos de crédito Os direitos e créditos devem voltar-se a bens móveis, segundo o art. 1.451. Esse penhor se faz no Registro de Títulos e Documentos (art. 1.452). O titular de direito empenhado deve entregar ao credor pignoratício os documentos comprobatórios desse direito, salvo se tiver interesse legítimo em conservá-los. Em se tratando de penhor sobre título de crédito, constitui-se mediante instrumento público ou particular ou endosso pignoratício, com a tradição do título ao credor. O penhor de crédito não tem eficácia senão quando notificado ao devedor, que se faz por meio de instrumento público ou particular no qual este se declara ciente da existência do penhor. Se o mesmo crédito for objeto de vários penhores, só ao credor pignoratício, cujo direito prefira aos demais, o devedor deve pagar. Responde por perdas e danos aos demais credores o credor preferente que, notificado por qualquer um deles, não promover oportunamente a cobrança. O credor pignoratíciodeve praticar os atos necessários à conservação e defesa do direito empenhado, obviamente. O credor tem o direito de conservar a posse do título e recuperá-la de quem quer que o detenha; usar dos meios judiciais convenientes para assegurar os seus direitos; fazer intimar ao devedor do título que não pague ao seu credor, enquanto durar o penhor; e receber a importância consubstanciada no título e os respectivos juros, se exigíveis, restituindo o título ao devedor, quando este solver a obrigação. Em qualquer caso, o titular do crédito empenhado só pode receber o pagamento com a anuência, por escrito, do credor pignoratício, caso em que o penhor se extingue. O art. 1.460 deixa claro que quando o devedor do título empenhado é notificado do penhor, ou se der por ciente dele, não pode mais pagar ao seu credor do título, que é o devedor pignoratício. Se o fizer, vale o raciocínio do Direito das Obrigações: “quem paga mal, paga duas vezes”. Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 26 131 Se o credor do título der quitação ao devedor do título empenhado, deve saldar imediatamente a dívida, em cuja garantia se constituiu o penhor, perante o credor pignoratício. Seção VIII – Penhor de veículos O penhor de veículos lato sensu (veículos empregados em qualquer espécie de transporte ou condução.) tem a peculiaridade de exigir duplo registro, tanto no Registro de Títulos e Documentos quanto na autoridade administrativa competente (DETRAN estadual), na dicção do art. 1.462. Evidentemente, o bem dado em garantia permanece com o devedor pignoratício. Exige-se seguro do veículo (art. 1.463) e ele só pode ser alienado ou transferido com a autorização do credor. Se for feita a transferência sem a autorização do credor, a dívida se considera vencida antecipadamente (art. 1.465). Como nas demais espécies de penhor, o art. 1.464 estabelece que o credor tem direito a verificar o estado do veículo empenhado, inspecionando-o onde se achar, por si ou por pessoa que credenciar. Além disso, há limite de prazo de 2 anos para o penhor de veículos, prorrogável por igual período (art. 1.466). Como nos demais casos, se o pagamento for em dinheiro, pode o devedor emitir cédula de crédito, na forma e para os fins que a lei especial determinar, bem como pode o credor verificar o estado do veículo empenhado, inspecionando-o onde se achar, por si ou por pessoa credenciada. Seção VIII – Penhor legal Hipótese peculiar de penhor, pois se trata de uma forma de contrato obrigatório, oriundo da lei ou de ato unilateral. As duas primeiras situações estão previstas no art. 1.467 e a terceira hipótese é lançada pelo art. 31 da Lei 6.533/1978: Em quaisquer dos casos, pode o credor tomar em garantia um ou mais objetos até o valor da dívida. No caso do inc. I, exige-se que sejam extraídos, conforme a tabela impressa, prévia e ostensivamente exposta na casa, os preços de hospedagem, pensão e/ou gêneros fornecidos, sob pena de nulidade do penhor. • Sobre as bagagens, móveis, joias ou dinheiro que os seus consumidores ou fregueses tiverem consigo nas respectivas casas ou estabelecimentos, pelas despesas ou consumo que aí tiverem feito I. Hospedeiros e fornecedores de pousada ou alimento • Sobre os bens móveis que o rendeiro ou inquilino tiver guarnecendo o mesmo prédio, pelos aluguéis ou rendas II. Dono do prédio rústico ou urbano • Sobre o equipamento e todo o material de propriedade do empregador, utilizado na realização do programa, espetáculo ou produção, pelo valor das obrigações não cumpridas pelo empregador III. Artista e técnico de espetáculos Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 27 131 O art. 1.470 estipula uma das raras hipóteses de justiça privada, para evitar a demora danosa, permitindo ao credor empenhar os bens antes de intervenção judicial, nos casos de perigo da demora. Na sequência, deve o credor exigir homologação judicial (art. 1.471). Pode o devedor evitar o penhor legal, oferecendo caução idônea. Capítulo III – Hipoteca Seção I – Disposições legais Novamente aqui valem as regras gerais outrora estudadas. Diferentemente do penhor, na hipoteca o devedor hipotecário não é desapossado do bem em favor do credor hipotecante. A hipoteca liga-se, ao contrário, a bem imóvel, atual, futuro ou condicionado, o que inclui, segundo o art. 1.473: I - os imóveis e os acessórios; II - o domínio direto; III - o domínio útil; IV - as estradas de ferro; V - os recursos naturais, independentemente do solo onde se acham; VI - os navios; VII - as aeronaves; VIII - o direito de uso especial para fins de moradia; IX - o direito real de uso; X - a propriedade superficiária. Mais abrangente, ainda, porque inclui tudo o que for adicionado ao bem imóvel (art. 1.474), como benfeitorias e acessões, e até mesmo as pertenças, apesar da omissão legal. A hipoteca, portanto, leva às últimas consequências o princípio da gravitação jurídica (accessorium sequitur principale). Assim, não há direito de retenção ou de indenização pelos acessórios, já decidiu o STJ (REsp 1.399.143). Podem o credor e o devedor, no ato constitutivo da hipoteca, autorizar a emissão da correspondente cédula hipotecária, permite o art. 1.486. A hipoteca cedular deve ser emitida na forma e para os fins previstos em lei especial. Apesar de não poder o credor hipotecário impedir o devedor de alienar o bem a terceiros, taxando-se tal cláusula de nula, nada impede que se convencione que vencerá o crédito hipotecário antecipadamente se o imóvel for alienado. De outra banda, o devedor não pode se opor à cessão da hipoteca a terceiros. Característica importantíssima da hipoteca é a necessidade de registro junto ao Registro de Imóveis, sob pena de nulidade da garantia. O CC/2002 limita a hipoteca a 20 anos (art. 1.498), que pode ser prorrogada, por mais 10 anos, a até 30 anos (art. 1.485). Além disso, o entendimento doutrinário corrente estabelece que caso a hipoteca tenha sido entabulada sem prazo, vige o prazo trintenário supramencionado. Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 28 131 A hipoteca pode ser legal ou convencional. Em qualquer caso, ela acompanha o bem, ainda que com terceiros (art. 1.480). Trata-se da característica da ambulatoriedade, que estabelece o poder de sequela do credor hipotecário. Igualmente, pode haver pluralidade de hipotecas, ou sub-hipotecas ou hipotecas em segundo grau (art. 1.476), desde que não haja cláusula na anterior em contrário. A execução da segunda hipoteca, porém, dependerá da primeira, salvo no caso de insolvência (art. 1.477). Não se considera, contudo, insolvente o devedor por faltar ao pagamento das obrigações garantidas por hipotecas posteriores à primeira. Vencida a primeira hipoteca ou já em execução, o segundo credor pode remir o imóvel. Ou seja, ele se oferece para resgatar, pagar o que o devedor deve ao credor e fica como primeiro credor hipotecário. Porém, se o devedor realizar a remição da dívida, o depósito do segundo credor é ineficaz. Caso o devedor não pague há a remição da hipoteca pelo credor da hipoteca posterior (art. 1.478). Pode também o adquirente do imóvel remir a dívida (art. 1.481), desde que em 30 dias da do registro do título aquisitivo. Em verdade, pode ele remir a dívida mesmo antes do vencimento dela, por se tratar de direito potestativo da parte (REsp 164.609). Nesse caso, ele deve citar os credores hipotecários e propor importância não inferior ao preço pelo qual adquiriu o bem. Se o credor impugnar o preço da aquisição ou a importância oferecida, realiza-se licitação, efetuando-sea venda judicial a quem oferecer maior preço, assegurada preferência ao adquirente do imóvel (§1º). Ao contrário, não impugnado pelo credor, o preço da aquisição ou o preço proposto pelo adquirente, fixa-se ele definitivamente para a remição do imóvel, que fica livre de hipoteca, uma vez pago ou depositado o preço. Se o adquirente deixar de remir o imóvel, sujeitando-o a execução, fica obrigado a ressarcir os credores hipotecários da desvalorização que, por sua culpa (lato sensu), o imóvel vier a sofrer, além das despesas judiciais da execução. Nessa situação, privado do imóvel, ele tem direito a manejar ação regressiva contra o vendedor (§4º). O adquirente do imóvel hipotecado, desde que não se tenha obrigado pessoalmente a pagar as dívidas aos credores hipotecários, pode se exonerar da hipoteca, abandonando o imóvel (art. 1.479). Para isso, ele deve notificar o vendedor e os credores hipotecários, dando a eles, conjuntamente, a posse do imóvel, ou, ainda, depositando a coisa em juízo. Pode ele fazer isso a qualquer tempo? Não, o parágrafo único do art. 1.480 limita o exercício dessa faculdade às 24 horas subsequentes à citação, com que se inicia o procedimento executivo. Depois disso, inexiste tal possibilidade. Na execução da dívida, há o vencimento automático das demais hipotecas, devendo o exequente intimar os demais credores sobre a execução (art. 1.501). Veja-se que a hipoteca pode ser constituída para garantia de dívida futura ou condicionada, desde que determinado o valor máximo do crédito a ser garantido. Nesse caso, a execução da hipoteca dependerá de prévia e expressa concordância do devedor quanto à verificação da condição, ou ao montante da dívida. Havendo divergência, caberá ao credor fazer prova de seu crédito. Reconhecido este, o devedor responderá, inclusive, por perdas e danos, em razão da superveniente desvalorização do imóvel. Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 29 131 Se o imóvel hipotecado for loteado ou se construir condomínio edilício, a garantia pode ser dividida, mas deve haver concordância dos novos proprietários (art. 1.488). O credor pode se opor ao desmembramento somente se demonstrar prejuízo, mas, uma vez realizado, o devedor continua obrigado, inclusive pessoalmente, se a dívida persistir. Seção II – Hipoteca legal A hipoteca legal é a hipoteca conferida por lei, obrigatoriamente, nos casos previstos pelo art. 1.489. Confere-se hipoteca legal a: O credor da hipoteca legal, ou seu represente, pode, provando a insuficiência dos imóveis especializados, exigir do devedor que seja reforçado com outros, prevê o art. 1.490. Em qualquer caso, estabelece o art. 1.491, a hipoteca legal pode ser substituída por caução de títulos da dívida pública federal ou estadual, recebidos pelo valor de sua cotação mínima no ano corrente; ou por outra garantia, a critério do juiz, a requerimento do devedor. Para sua constituição, não basta o fato jurídico previsto no art. 1.489, mas o pedido e ordem judicial para que se faça a especialização da hipoteca junto ao Registro. Caso contrário, as hipotecas legais são ineficazes (art. 1.497). Prevê o art. 1.498 que vale o registro da hipoteca, enquanto a obrigação perdurar; mas a especialização, em completando 20 anos, deve ser renovada. Ou seja, a hipoteca legal, apesar de ser ilimitada no tempo, deve ser renovada após 20 anos de eficácia, já que a espécie perdura enquanto vige a situação descrita na lei. Além disso, há uma espécie de hipoteca judicial. Tratada pelo art. 495 do CPC/2015, a decisão que condenar o réu ao pagamento de prestação consistente em dinheiro e a que determinar a conversão de prestação de fazer, de não fazer ou de dar coisa em prestação pecuniária valem como título constitutivo de hipoteca judiciária. I. Pessoas de direito público interno sobre os imóveis pertencentes aos encarregados da cobrança, guarda ou administração dos respectivos fundos e rendas II. Filhos, sobre os imóveis do pai ou da mãe que passar a outras núpcias, antes de fazer o inventário do casal anterior (causa suspensiva do casamento). III. Ofendido, ou aos seus herdeiros, sobre os imóveis do delinquente, para satisfação do dano causado pelo delito e pagamento das despesas judiciais IV. Coerdeiro, para garantia do seu quinhão ou torna da partilha, sobre o imóvel adjudicado ao herdeiro reponente V. Credor sobre o imóvel arrematado, para garantia do pagamento do restante do preço da arrematação Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 30 131 A decisão judicial pode determinar a instituição da hipoteca mesmo que a condenação seja genérica, o credor possa promover o cumprimento provisório da sentença ou esteja pendente arresto sobre bem do devedor, e mesmo que impugnada por recurso dotado de efeito suspensivo. Sua constituição, prevê o §1º, é bastante ampla, portanto. Ela pode ser realizada mediante apresentação de cópia da sentença perante o Registro de Imóveis, independentemente de ordem ou de declaração expressa do juiz ou de demonstração de urgência. Realizada, a parte interessada informa o registro ao Juízo, que determina a intimação da outra parte para que tome ciência do ato (§3º). Por fim, sobrevindo a reforma ou a invalidação da decisão que impôs o pagamento de quantia, a parte responderá, independentemente de culpa, pelos danos que a outra parte tiver sofrido em razão da constituição da garantia. O valor da indenização deve ser liquidado e executado nos próprios autos, finaliza o §5º. Seção III – Registro da hipoteca A hipoteca se registra no Registro de Imóveis da situação do imóvel – ou seja, no local em que ele se situa, com a exibição do título pelo interessado ao Oficial. Se sua área extrapolar um Registro, deve ser registrada em todos eles, prevê o parágrafo único do art. 1.492. Seção IV – Extinção da hipoteca Prevê o art. 1.501 que não se extingue a hipoteca, devidamente registrada, no caso de arrematação ou adjudicação, sem que tenham sido notificados judicialmente os respectivos credores hipotecários, que não forem de qualquer modo partes na execução. Mas, e como se extingue a hipoteca? De acordo com o art. 1.499, incisos, extingue-se a hipoteca por: I. Extinção da obrigação principal II. Perecimento da coisa III. Resolução da propriedade IV. Renúncia do credor V. Remição VI. Arrematação ou adjudicação VII. Cancelamento do registro Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 31 131 Seção V – Hipoteca de vias férreas Em caso de linhas férreas, a hipoteca tem algumas peculiaridades. Isso porque beira ao absurdo imaginar que o credor hipotecário tenha de registrar a garantia em todas circunscrições pelas quais a linha passa, como se extrairia da regra geral do art. 1.492. Por isso, de maneira bastante lógica, o art. 1.502 estabelece que a hipoteca sobre as estradas de ferro seja registrada no Município da estação inicial da respectiva linha. No entanto, com a nova redação dada pela Lei 13.465/2017 ao art. 171 da Lei 6.015/1973, a Lei de Registros Públicos – LRP, pode haver controvérsia. O dispositivo estabelece que os atos relativos a vias férreas serão registrados na circunscrição imobiliária onde se situe o imóvel. Ao que parece, a despeito da atécnica do legislador, não, sendo que a expressão “onde se situe o imóvel” deve ser lida como “onde se situe a estação inicial da respectiva linha”. Assim, compatibiliza-se a regra da LRP com a regra do CC/2002 e não se torna a exigência da LRP inexequível. A hipoteca se circunscreve às linhas especificadas na escritura e ao respectivo material de exploração,no estado em que estiverem ao tempo da execução. Contrariamente à regra geral do art. 1.475 que fixa a nulidade da cláusula que proíbe ao proprietário alienar imóvel hipotecado, os credores hipotecários podem se opor à venda da estrada, à de suas linhas, de seus ramais ou de parte considerável do material de exploração, bem como à fusão com outra empresa, sempre que com isso a garantia do débito enfraquecer. Outra peculiaridade dessa modalidade hipotecária tão diferente é que na execução das hipotecas deve ser intimado o representante da União ou do Estado, para que, dentro em 15 dias, redima a estrada de ferro hipotecada, pagando o preço da arrematação ou da adjudicação, dita o art. 1.505. Capítulo IV – Anticrese De novo, valem aqui valem as regras gerais outrora estudadas. Diferentemente da hipoteca e do penhor, a anticrese não se volta aos bens móveis ou imóveis ensimesmados, mas à renda de um imóvel (art. 1.506), ou seja, os frutos e rendimentos. Pode-se estipular que os frutos e rendimentos do imóvel sejam imputados pelo credor ao pagamento de juros, mas se o seu valor ultrapassar a taxa máxima permitida em lei para as operações financeiras, o remanescente será imputado ao capital. Assim como se permite a coexistência de penhor e hipoteca (aquele sobre o maquinário e esta sobre o imóvel, por exemplo), quando a anticrese recair sobre bem imóvel, pode-se hipotecá-lo ao credor anticrético ou mesmo a terceiros. Inversamente, também pode o imóvel hipotecado ser dado em anticrese. Nesses casos, a ordem do registro impera, pois a preferência será dada a quem registrou primeiro, segundo o art. 1.509. Assim, se houver uma anticrese registrada e o bem é dado em hipoteca, guarda a anticrese preferência; se, ao contrário, registra-se anticrese em bem hipotecado, esta tem preferência na excussão. O credor anticrético, na posse do bem, administra os rendimentos e presta contas anualmente ao devedor (art. 1.507), podendo utilizá-los para si ou para terceiros (§2°), salvo pacto em contrário. Curiosamente, o credor hipotecário pode reter o bem, em caso de locação/arrendamento, se o Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 32 131 locatário/arrendatário não efetuar o pagamento, ainda que o aluguel não seja vinculativo para o devedor anticrético. Seguindo-se adiante, se o devedor anticrético não concordar com a inexata prestação de contas ou porque a administração do credor anticrético é ruinosa, pode ele impugnar o balanço. Se quiser, pode requerer a transformação da garantia anticrética em arrendamento, fixando o juiz o valor mensal do aluguel, o qual poderá ser corrigido anualmente. Como possuidor direto, o credor anticrético responde pelos danos causados, culposamente, e pelos rendimentos que não recolher (art. 1.508). O credor anticrético pode vindicar os seus direitos contra o adquirente dos bens, os credores quirografários e os hipotecários posteriores ao registro da anticrese, prevê o art. 1.509. Se executar os bens por falta de pagamento da dívida, ou permitir que outro credor o execute, sem opor o seu direito de retenção ao exequente, não terá preferência sobre o preço. O credor anticrético não tem preferência sobre a indenização do seguro, quando o prédio seja destruído. Igualmente, não tem preferência sobre a indenização pela desapropriação, se forem os bens desapropriados. Talqualmente na hipoteca, o adquirente do bem dado em anticrese pode remi-lo, antes do vencimento da dívida, pagando-a na data do pedido de remição. Nessa situação, o redimente (aquele que realiza a remição) pode se imitir na posse do bem, se for o caso. Título XI – Laje Criado pela Lei 13.465/2017, a Lei da Regularização Fundiária Rural e Urbana – LERFRU, sob o nome de “direito real de laje”, que inseriu no art. 1.225 um inciso XIII, a sobrelevação é figura que já era discutida há tempos na realidade social brasileira. Primeiro, o direito de laje é um direito real sobre coisa própria ou um direito real sobre coisa alheia? A doutrina se divide imensamente. Trata-se, ao que me parece, de um direito real sobre coisa própria, uma cisão da propriedade no plano vertical. A laje cria uma terceira dimensão de restrição: a limitação horizontal. Minha propriedade pode se limitar não apenas no tempo (time-sharing) e no espaço horizontal (solo), mas também no espaço vertical (subsolo e espaço aéreo). O direito real de laje derroga, em certa medida, o art. 1.229 (“A propriedade do solo abrange a do espaço aéreo e subsolo correspondentes”). O proprietário de uma construção-base, cedente, pode ceder a superfície superior (espaço aéreo) ou inferior (subsolo) de sua construção a outrem, o cessionário ou lajeiro, a fim de que construa unidade distinta daquela originalmente edificada sobre o solo. Desse modo, o CC/2002 passou a permitir a restrição da propriedade no espaço tomado no plano vertical. Por isso, parece-me que o direito real de laje é um direito real sobre coisa própria, e não um direito real sobre coisa alheia. Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 33 131 Superada a discussão, voltemos à dogmática mais pedestre. Apesar do nome, a sobrelevação prevista no CC/2002 não se volta apenas ao espaço aéreo, mas também ao subsolo de terrenos públicos ou privados, tomados em projeção vertical, como unidade imobiliária autônoma, não contemplando as demais áreas edificadas ou não pertencentes ao proprietário da construção-base, prevê o art. 1.510-A, §1º. O art. 1.510-A esclarece que o proprietário de uma construção-base poderá ceder a superfície superior ou inferior de sua construção a fim de que o titular da laje mantenha unidade distinta daquela originalmente construída sobre o solo. A sobrelevação consiste, portanto, numa espécie de fusão do direito de superfície com o condomínio horizontal, ainda que de maneira bastante atécnica e “bagunçada”. A semelhança com o condomínio é tão grande que o art. 1.510-C determina que as regras condominiais sejam aplicadas, no que couber, à laje. Esse dispositivo estabelece que as despesas necessárias à conservação e fruição das partes que sirvam a todo o edifício e ao pagamento de serviços de interesse comum serão partilhadas entre o proprietário da construção-base e o titular da laje. O rateio é feito na proporção que for estipulada em contrato (concursu partes fiunt), e não de acordo com a divisão de m2 de área construída, como ocorre no condomínio. No silêncio, há de se entender que ele será igualitário. Tanto o proprietário do edifício-base, quanto o lajeiro podem promover reparações urgentes na construção, valendo-se do expediente da obrigação de fazer, por aplicação do art. 249, parágrafo único. Mas, e o que são as partes que servem a todo o edifício? Segundo o §1º do art. 1.510- C são: Novamente de maneira assemelhada ao condomínio, o art. 1.510-D prevê que em caso de alienação de quaisquer das unidades sobrepostas, terão direito de preferência, em igualdade de condições com terceiros, os titulares da construção-base e da laje, nessa ordem. Devem ser eles cientificados por escrito para que se manifestem no prazo de 30 dias, salvo se o contrato dispuser de modo diverso. Em caso de pluralidade de lajes, tem preferência, sucessivamente, o titular das lajes ascendentes e o titular das lajes descendentes. Assegura-se a prioridade para a laje mais próxima à unidade sobreposta a ser alienada. Os alicerces, colunas, pilares, paredes-mestras e todas as partes restantes que constituam a estrutura do prédio O telhado ou os terraços de cobertura, ainda que destinados ao uso exclusivo do titular da laje As instalações gerais de água, esgoto, eletricidade, aquecimento, ar condicionado, gás, comunicações e semelhantesque sirvam a todo o edifício As coisas que sejam afetadas ao uso de todo o edifício, em geral Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 34 131 O titular da construção-base ou da laje a quem não se der conhecimento da alienação poderá, mediante depósito do respectivo preço, haver para si a parte alienada a terceiros. Para tanto, deve requerer a medida, uma ação adjudicatória, no prazo decadencial de 180 dias, contado da data de alienação. Apesar de não se tratar de direito de propriedade em sua vertente mais tradicional, a laje é praticamente idêntica a ele. Como se trata de direito real sobre coisa própria, ao menos na minha perspectiva, a sobrelevação permite ao proprietário “usar, gozar e dispor” de seu direito, talqualmente o proprietário. Permite do mesmo modo a abertura de matrícula própria para o imóvel sobrelevado (§3º). Igualmente, de maneira diversa do condomínio, o titular da laje pode ceder a superfície de sua construção para a instituição de um sucessivo direito real de laje. Para isso, necessário autorização expressa dos titulares da construção-base e das demais lajes, respeitadas as posturas edilícias e urbanísticas vigentes (art. 1.510-A, §6º). De modo a evitar maiores problemas à urbanização, os Municípios e o DF podem dispor sobre posturas edilícias e urbanísticas a respeito (§5º). Igualmente, como se trata de uma unidade autônoma, o titular da laje é responsável pelos encargos e tributos que incidirem sobre a sua unidade (§2º). Distingue-se a laje do direito de superfície porque aquela se dá por tempo indeterminado e autoriza abertura de matrícula própria. Já o direito de superfície se dá, segundo o art. 1.369, por tempo determinado apenas, sendo que apenas pode ser registrado na matrícula do imóvel respectivo. Além disso, o que ocorre quando há ruína da construção-base? Nesse caso, estatui o art. 1.510-E que a ruína da construção-base implica extinção do direito real de laje, salvo se a: ➢ Sobrelevação tiver sido instituída no subsolo ➢ Construção-base não for reconstruída no prazo de 5 anos Além disso, independentemente da extinção ou não da sobrelevação, não se afasta o direito a eventual reparação civil contra o culpado pela ruína, esclarece o parágrafo único. 2 – Considerações finais Chegamos ao final da aula! Os direitos reais são tema frequente de prova, quando aparecem no Edital. Por isso, olho aberto! Quaisquer dúvidas, sugestões ou críticas entre em contato comigo. Estou disponível no Fórum de Dúvidas do Curso, e-mail e mesmo redes sociais, para assuntos menos sérios. Aguardo você na próxima aula. Até lá! Paulo H M Sousa prof.phms@estrategiaconcursos.com.br prof.phms Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 35 131 prof.phms prof.phms Fórum de Dúvidas do Portal do Aluno Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 36 131 QUESTÕES COMENTADAS FCC Direitos reais (1.369 a 1.510-E) 1. (FCC / PREFEITURA DE TERESINA-PI – 2016) No direito das coisas, conforme estabelece a legislação vigente, a) A servidão de passagem é instituto do direito de vizinhança e pode ser imposta, mediante indenização, em caso de imóvel encravado. b) Em um contrato de locação, somente o locatário exerce a posse do bem, enquanto o locador exerce a propriedade. c) Ao fâmulo da posse é assegurada a defesa da posse por meio da autotutela ou de interditos possessórios. d) O possuidor de má-fé tem o direito de invocar jurisdicionalmente a tutela possessória contra terceiros. e) A qualificação de posse como ad usucapionem pressupõe a prova da boa-fé. Comentários A alternativa A está incorreta, pois a servidão de passagem não se confunde com o conceito de passagem forçada. A servidão é um ônus real, sendo este criado pela vontade dos proprietários. Por sua vez, a passagem forçada advém da lei, ocorrendo quando o prédio estiver encravado, ou seja, quando estiver no meio de outros prédios, sem saída própria e, a neste caso, mediante indenização cabal, sendo esta a indenização completa, o proprietário tem o direito potestativo de requerer a passagem através de outro prédio. A alternativa B está incorreta, pois em um contrato de locação ocorre o desdobramento da posse, onde o proprietário fica com a posse indireta do bem e o locatário com a posse direta. A alternativa C está incorreta, dado que o fâmulo da posse é o detentor, e detentor não é possuidor. Desta forma, é vedado ao detentor qualquer proteção possessória. A alternativa D está correta, dado que é fato que o possuidor de má-fé tem o direito de invocar na justiça a tutela possessória contra terceiro que não tenha melhor posse. A alternativa E está incorreta, pois, de acordo com a doutrina de Carlos R. Gonçalves sobre a posse ad usucapionem, dispõe-se que: “É a que se prolonga por determinado lapso de tempo estabelecido na lei, deferindo a seu titular a aquisição do domínio. Ao fim de um período de dez anos, aliado a outros requisitos, Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 37 131 como o ânimo de dono, o exercício contínuo e de forma mansa e pacífica, além do justo título e da boa-fé, dá origem à usucapião ordinária (CC, art. 1.242). Quando a posse, com essas características, prolonga-se por quinze anos, a lei defere a aquisição do domínio pela usucapião extraordinária, independentemente de título e boa-fé (CC, art. 1.238)”. Art. 1.242. Adquire também a propriedade do imóvel aquele que, contínua e incontestadamente, com justo título e boa-fé, o possuir por dez anos. Art. 1.238. Aquele que, por quinze anos, sem interrupção, nem oposição, possuir como seu um imóvel, adquire-lhe a propriedade, independentemente de título e boa-fé; podendo requerer ao juiz que assim o declare por sentença, a qual servirá de título para o registro no Cartório de Registro de Imóveis. 2. (FCC / DPE-SP – 2015) Considere os enunciados a seguir: I. O usufruto deducto possui natureza jurídica de direito real de fruição de caráter temporário, de origem voluntária, e, se incidente sobre bem imóvel, torna-se eficaz com o registro do título no cartório de registro de imóveis, retroagindo seus efeitos à data da prenotação. II. O usufruto pode ser instituído por testamento ou por ato inter vivos, já o fideicomisso é constituído apenas por meio de testamento. Aproximam-se os institutos visto que em ambos preserva-se o direito sobre o bem a dois titulares. No entanto, uma das diferenças entre eles é que, no usufruto, se morrer antes o nu-proprietário, seus herdeiros herdarão apenas a nua-propriedade, permanecendo o usufrutuário com seus direitos reais limitados; já no fideicomisso, falecendo o fideicomissário, salvo disposição a respeito, seus herdeiros não lhe herdam o direito e o fiduciário torna-se pleno proprietário. III. O direito real de habitação previsto nas normas que tratam da sucessão legítima, diferentemente do usufruto, decorre da lei e independe de registro, sendo atribuível apenas ao cônjuge supérstite casado no regime da comunhão parcial de bens e incidindo, por analogia, na união estável. IV. Constituído o usufruto por ato inter vivos em favor de duas pessoas casadas, no caso de morte de uma delas, subsistirá na totalidade o usufruto para o cônjuge sobrevivo, por força de lei; é o chamado “direito de acrescer". V. A locação, diferentemente do usufruto, é um direito de natureza obrigacional, o que explica a possibilidade de um adquirentede imóvel locado exercer o direito de denúncia da locação no prazo decadencial de 90 (noventa) dias a contar da aquisição da propriedade (em casos de locação por tempo indeterminado e inexistente cláusula de vigência averbada junto à matrícula do imóvel). Já no caso de alienação da nua-propriedade, a situação do usufrutuário permanecerá inalterada, em face da oponibilidade do direito real. Está correto o que se afirma APENAS em a) I, II e V. b) III, IV e V. c) I, III e V. Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 38 131 d) I, III e IV. e) I, II e IV. Comentários A afirmativa I está correta, de acordo com o disposto pelo Código Civil em seu art. 1.391 “O usufruto de Imóveis, quando não resulte de usucapião, constituir-se-á mediante registro no Cartório de Registro de Imóveis.” Algumas classificações de usufruto: Quanto ao modo de instituição ou à origem: Usufruto Legal: decorre da lei, o que torna desnecessário seu registro no Registro de Imóveis. Usufruto voluntário ou convencional: decorre da autonomia privado, podendo ter origem testamentária ou por contrato (ex: doação). Se divide em Usufruto por Alienação e Usufruto por Retenção (Deducto). Usufruto Misto: decorre da usucapião. Usucapião Judicial: decorre de decisão judicial em que o juiz da execução poderá conceder ao credor usufruto de móvel ou imóvel. A afirmativa II está correta, sobre o disposto pelo conceito de usufruto, de acordo com a afirmativa I. No que diz respeito ao fideicomisso segundo o art. 1.951: “pode o testador instituir herdeiros ou legatários, estabelecendo que, por ocasião da sua morte, a herança ou o legado se transmita ao fiduciário, resolvendo- se o direito deste, por sua morte, a certo tempo e sob certa condição, em favor de outrem, que se qualifica fideicomissário.” Ou seja, o fideicomisso não pode ser instituído por contrato, sob pena de infringir disposição do pacto sucessório. Ademais, somente poderá ser instituída em benefício daqueles que ainda não foram concebidos ao tempo da morte do testador (caso já tenham sido, trata-se de usufruto e não fideicomisso). A afirmativa III está incorreta, dado que o usufruto não necessariamente irá decorrer da lei, e sobre o direito real de habitação, caso recaia sobre bem imóvel, deverá ser registrado. Além disso, poderá ser atribuído a outro beneficiário que não seja o cônjuge. A afirmativa IV está incorreta, pois, caso haja a instituição de usufruto simultâneo não haverá direito de acrescer entre os usufrutuários em caso de morte, ou seja, se um falecer, o seu direito é consolidado pelo nu-proprietário, contudo, poderá haver ressalva, possibilitando esse direito de acrescer convencional, de acordo com o disposto pelo Art. 1411 do Código Civil: Art. 1.411: “constituído o usufruto em favor de duas ou mais pessoas, extinguir-se-á a parte em relação a cada uma das que falecerem, salve se por estipulação expressa, o quinhão desses couber ao sobrevivente” Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 39 131 A afirmativa V está correta, pois segundo o disposto pela Lei de Locações, art.8°: “Se o imóvel for alienado durante a locação, o adquirente poderá denunciar o contrato, com o prazo de noventa dias para a desocupação, salvo se a locação for por tempo determinado e o contrato contiver cláusula de vigência em caso de alienação e estiver averbado junto à matrícula do imóvel.” A alternativa A está correta, pois menciona as afirmativas I, II e V, sendo estas corretas. As alternativas B, C, D e E estão incorretas, consequentemente. 3. (FCC / PREFEITURA DE RECIFE - PE – 2015) Analise as proposições abaixo. I. O direito de superfície é transmissível a terceiros, não podendo o concedente, porém, estipular pagamento pela transferência. II. Uma vez registrada, a servidão apenas se extingue, com respeito a terceiros, quando cancelada, salvo em caso de desapropriação. III. O titular de direito real de habitação não pode alugar nem emprestar o imóvel, mas simplesmente ocupá-lo com sua família. Está correto o que se afirma em a) I, apenas. b) I, II e III. c) I e II, apenas. d) II e III, apenas. e) I e III, apenas. Comentários O item I está correto, dado que nos termos do art. 1.372, CC: “O direito de superfície pode transferir-se a terceiros e, por morte do superficiário, aos seus herdeiros. Parágrafo único. Não poderá ser estipulado pelo concedente, a nenhum título, qualquer pagamento pela transferência.” De acordo com o dispositivo, abstrai-se que o direito de superfície é suscetível de transmissão a terceiros, seja inter vivos ou causa mortis, sendo um traço que o distingue do usufruto, fazendo extinguir o instituto pela morte do usufrutuário. O item II está correto, de acordo com o disposto nos termos do art. 1.387, CC: “Salvo nas desapropriações, a servidão, uma vez registrada, só se extingue, com respeito a terceiros, quando cancelada.” Ocorrendo o registro imobiliário da servidão, somente com seu cancelamento cartorário ocorrerá a extinção. Caso o prédio dominante esteja hipotecado, constando a servidão do respectivo título, para o cancelamento desta será preciso a anuência do credor hipotecário, prevenindo-o quanto à possível desvalorização do bem, uma vez que a servidão se propõe a dar maior utilidade ao imóvel dominante. Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 40 131 O item III está correto, pois segundo dispõe o art. 1.414, CC, no direito real de habitação o titular deste direito não a pode alugar, nem emprestar, mas simplesmente ocupá-la com sua família. A habitação citada no dispositivo é uma espécie de uso de bem alheio com a finalidade de estabelecer a moradia gratuita ao seu titular, o qual não poderá, assim, dar o bem em locação ou emprestá-lo, servindo, tão somente, como um local de ocupação residencial, na exata forma prescrita pelo texto legal, eis que qualquer alargamento de direito traçado trataria de desnaturalizar o sentido do instituto. As características são de ser gratuito, temporário e personalíssimo, de um conceito mais restrito, inclusive que o próprio uso e incide unicamente sobre bens imóveis, destinado à residência do titular do direito, não podendo servir como comércio, sob pena de extinção. O direito de habitação pressupõe o uso de jardins, varanda e todas as benfeitorias que estejam integradas ao imóvel, salvo disposição em contrário no título constitutivo. A alternativa B está correta, uma vez que todos os itens estão corretos. As alternativas A, B, D e E estão incorretas, consequentemente. Superfície (1.369 a 1.377) 4. (FCC / PREFEITURA DE CARUARU-PE – 2018) O direito de superfície I. é direito pessoal sobre coisa alheia, porém oponível erga omnes. II. deve ser constituído mediante escritura pública, devidamente registrada no Cartório de Registro de Imóveis. III. não autoriza obra no subsolo, salvo se for inerente ao objeto da concessão. IV. sua concessão será necessariamente onerosa, podendo as partes estipular o pagamento de uma só vez ou parceladamente. V. pode transferir-se a terceiro e, por morte do superficiário, aos seus herdeiros. Está correto o que se afirma APENAS em a) II, III e V. b) I, II, IV e V. c) III, IV e V. d) I, II e V. e) I, III e IV. Comentários A afirmativa I está incorreta, dado que o direito de superfície é um direito real, de acordo com o Art. 1225 código civil: Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM41 131 Art. 1.225. São direitos reais: II- a superfície. O direito reais sobre coisas alheias afetam diretamente a propriedade de terceiro, a qual passa a ficar gravada ou limitada em seu livre exercício ou fruição, tal como se dá no usufruto, onde o exercício da posse direta passa das mãos do proprietário para o usufrutuário. A afirmativa II está correta, dado que está de acordo com a redação do Art. 1369, que dispõe que a constituição se dará por escritura pública, devidamente registrada no cartório de registro de imóveis. Art. 1.369. O proprietário pode conceder a outrem o direito de construir ou de plantar em seu terreno, por tempo determinado, mediante escritura pública devidamente registrada no Cartório de Registro de Imóveis. A superfície é um direito real de fruição, sendo que o proprietário urbano poderá conceder a outrem o direito de superfície do seu terreno, por tempo determinado ou indeterminado, mediante escritura pública registrada no cartório de registro de imóveis, de acordo com as leis 6679/79 e 10257/01. Pode-se notar que o dispositivo de lei supracitado não deixa explícito quanto às construções e plantações, mas o código civil contempla estas acessões. Desta forma, se trata de uma concessão temporária instituída pelo proprietário, em favor de terceiro, prevendo o negócio jurídico seu tempo de duração, surgindo, para o superficiário, ou concessionário, uma propriedade resolúvel. A afirmativa III está correta, dado que não se admite a realização de obra no subsolo ressalvada a hipótese de haver previsão contratual expressa neste sentido. Art. 1369. Parágrafo único. O direito de superfície não autoriza obra no subsolo, salvo se for inerente ao objeto da concessão. De acordo com o dispositivo, a superfície pode ser entendida como um direito real de fruição, tendo previsão normativa tanto no Código Civil quanto em legislação especial, sendo estas a lei 6679/79, que dispõe acerca do parcelamento do solo urbano, e a lei 10257/01, que rege acerca do estatuto da cidade, dispondo que: “o proprietário urbano poderá conceder a outrem o direito de superfície do seu terreno, por tempo determinado ou indeterminado, mediante escritura pública registrada no cartório de registro de imóveis.” A afirmativa IV está incorreta, pois a concessão a superfície, por ser gratuita ou onerosa, de acordo com o Art. 1370 do Código Civil: Art. 1.370. A concessão da superfície será gratuita ou onerosa; se onerosa, estipularão as partes se o pagamento será feito de uma só vez, ou parceladamente. De acordo com o disposto pelo Art. 1370, temos que a exploração poderá ser por via de título oneroso ou gratuito. Quando for oneroso, o proprietário-superficiário pagará ao proprietário-concedente uma remuneração periódica, ou uma parcela única, conforme seja determinado no próprio negócio jurídico. A afirmativa V está correta, pois concerne com a redação do art. 1.372, que dispõe: “O direito de superfície pode transferir-se a terceiros e, por morte do superficiário, aos seus herdeiros.” Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 42 131 De acordo com o dispositivo, o direito de superfície é suscetível de transmissão a terceiros, seja de intervivos ou causa mortis, traço que o distingue do usufruto, que faz extinguir o instituto pela morte do usufrutuário. Para melhor entendimento, a causa mortis significa “causa da morte”, sendo no direito uma expressão que determina que tal ato ocorreu devida a morte de certa pessoa. Já o inter vivos dispõe acerca de relações jurídicas que são dadas entre vivos. A alternativa C está correta, dado que menciona as afirmativas II, III e V. As alternativas A, B, D e E estão incorretas, consequentemente. 5. (FCC / PGE-TO – 2018) O proprietário de um imóvel onde foi edificado um galpão comercial de grandes dimensões precisa otimizar as receitas decorrentes da exploração desse bem. Uma das alternativas que lhe foram apresentadas foi a construção de um espaço para a realização de feiras e eventos, atraindo, assim, mais interessados em utilizar também o galpão comercial. Considerando que não há área livre de terreno suficiente para a edificação do espaço pretendido, o proprietário a) poderá transferir o direito de construir de seu terreno para que o adquirente o exerça em outro imóvel, considerando a impossibilidade de aproveitamento do imóvel para a finalidade pretendida. b) poderá edificar a construção no espaço aéreo do galpão comercial, desde que tecnicamente possível e que seja o responsável direto pela exploração, vedada a cessão a terceiros. c) poderá conceder onerosamente o direito de superfície de seu imóvel, sendo permitido ao superficiário construir e explorar o espaço de eventos no espaço aéreo do galpão, revertendo ao dono do terreno as acessões e benfeitorias ao fim do contrato. d) deverá providenciar projeto de reforma do galpão comercial, para fins de ampliar a dimensão de área construída e então viabilizar a destinação das acessões para o segmento de feiras e eventos. e) deverá outorgar a terceiros o direito de construir em seu terreno, de forma que não seja responsável pelos investimentos necessários para implantação do projeto, remanescendo com o direito de retomar o domínio pleno do imóvel quando da extinção do contrato. Comentários A alternativa A está incorreta, visto que o proprietário pode transferir o direito de construir apenas dentro de seu terreno, não em outro imóvel. A alternativa B está incorreta, dado que o proprietário pode ceder a terceiro, conforme disposto pelo art 1.369: “O proprietário pode conceder a outrem o direito de construir ou de plantar em seu terreno, por tempo determinado, mediante escritura pública devidamente registrada no Cartório de Registro de Imóveis.” De acordo com o dispositivo, pode-se entender que a superfície é um direito real de fruição, sendo que o proprietário urbano poderá conceder a outrem o direito de superfície do seu terreno, por tempo determinado ou indeterminado, mediante escritura pública registrada no cartório de registro de imóveis, de acordo com as leis 6679/79 e 10257/01. Pode-se notar que o dispositivo de lei supracitado não deixa explícito quanto às construções e plantações, mas o código civil contempla estas acessões. Desta forma, se trata de Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 43 131 uma concessão temporária instituída pelo proprietário, em favor de terceiro, prevendo o negócio jurídico seu tempo de duração, surgindo, para o superficiário, ou concessionário, uma propriedade resolúvel. A alternativa C está correta, pois no caso contrato o proprietário pode constituir o chamado “direito de superfície”. O direito de superfície permite que o proprietário conceda a alguém o direito de construir em seu imóvel, de acordo com o caput do art. 1.369, que rege: “O proprietário pode conceder a outrem o direito de construir ou de plantar em seu terreno, por tempo determinado, mediante escritura pública devidamente registrada no Cartório de Registro de Imóveis.” Tal direito de construir dispõe também acerca do espaço aéreo do imóvel, conforme dispõe a Lei nº 10.257/01, qual estabelece diretrizes gerais da política urbana e dá outras providências: Art. 21. § 1º. O direito de superfície abrange o direito de utilizar o solo, o subsolo ou o espaço aéreo relativo ao terreno, na forma estabelecida no contrato respectivo, atendida a legislação urbanística. O disposto pelo Art. 21 é a base legal que possibilita que o proprietário crie o direito de superfície, mesmo que toda a área do solo já esteja edificada, como menciona a questão. É estipulado um prazo para a fruição da construção, ao final a propriedade de construção seconsolida na esfera jurídica do proprietário do solo, e desta forma ele passa a ser proprietário, não apenas do solo, mas também da construção. Conforme fixa Código Civil, no caput do art. 1.375. Art. 1.375. Extinta a concessão, o proprietário passará a ter a propriedade plena sobre o terreno, construção ou plantação, independentemente de indenização, se as partes não houverem estipulado o contrário. Quando findo o direito de concessão, pela ocorrência do termo, o proprietário obterá a propriedade plena do imóvel, com a incorporação das plantações ou construções existentes. A extinção da superfície deverá ser averbada no Registro Imobiliário. O que pode ser absorvido é que o direito de superfície proporciona uma vantagem econômica recíproca às partes, atendendo ao princípio da função social da propriedade, que consiste, de um lado, na exploração do bem pelo superficiário, obtendo lucros e vantagens durante sua duração e, de outro, na aquisição das construções ou plantações pelo dono do terreno, ou seja, daqueles acréscimos realizados pelo superficiário. De fato, muitas vezes o proprietário do bem imóvel não tem meios de explorá-lo adequadamente, preferindo ceder seu uso a um terceiro, qual irá tirar maior proveito econômico em seu favor, seja por meio de plantação ou construção, mas com a obrigação de restituir o todo, que já terá sido valorizado. A alternativa D está incorreta, pois expressa que o proprietário irá ampliar a área construída. No entanto, não há área livre de terreno suficiente para a edificação do espaço, sendo assim a alternativa torna-se contraditória uma vez que não existe mais espaço para construir, não sendo possível a ampliação do edifício. A alternativa E está incorreta, pois o termo “outorgar” significa transferir a titularidade, sendo uma afirmação incorreta, visto que a outorga não ocorre no direito de superfície. Servidões (1.378 a 1.389) 6. (FCC - SANASA Campinas - Analista Administrativo - Serviços Jurídicos- 2019) NÃO são hipóteses de extinção da servidão: a) perecimento do prédio dominante ou serviente. Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 44 131 b) abandono especificado e renúncia pelo dono do prédio dominante. c) confusão. d) pela longa inércia do titular do prédio serviente (desuso por prazo indeterminado) e sem necessidade de intervenção judicial. e) pelo cancelamento, salvo nas desapropriações, desde que registrada. Comentários: A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. Conforme o art. 1.389 do Código Civil: "Também se extingue a servidão, ficando ao dono do prédio serviente a faculdade de fazê-la cancelar, mediante a prova da extinção: I - Pela reunião dos dois prédios no domínio da mesma pessoa; II - Pela supressão das respectivas obras por efeito de contrato, ou de outro título expresso; III - pelo não uso, durante dez anos contínuos.". 7. (FCC / TJ-PI – 2015) A servidão a) Proporciona utilidade para o prédio dominante e grava o prédio serviente, que pertence ao mesmo dono ou a diverso dono, constituindo-se por negócio jurídico inter vivos ou causa mortis, com subsequente registro no Cartório de Registro de Imóveis. b) Proporciona utilidade para o prédio dominante, e grava o prédio serviente, que pertence a diverso dono, constituindo-se mediante declaração expressa dos proprietários, ou por testamento, e subsequente registro no Cartório de Registro de Imóveis. c) Proporciona utilidade, mas não grava o prédio serviente, que pertence a diverso dono, constituindo-se mediante declaração expressa dos proprietários e subsequente registro no Cartório de Registro de Imóveis. d) Proporciona utilidade para o prédio serviente e grava o prédio dominante, que pertença a diverso dono, constituindo-se mediante declaração expressa dos proprietários e subsequente registro no Cartório de Registro de Imóveis. e) Só pode adquirir-se mediante negócio jurídico inter vivos e subsequente registro no Cartório de Registro de Imóveis, não sendo em nenhuma hipótese passível de usucapião. Comentários A alternativa A está incorreta, dado que o art. 1.378 expressa que a servidão proporciona utilidade para o prédio dominante, e grava prédio serviente, que pertence a diverso dono. A alternativa está errada pois, menciona “que pertence ao mesmo dono”. É errônea também a afirmativa de que se constitui por negócio jurídico inter vivos ou causa mortis, visto que se constitui mediante declaração expressa dos proprietários ou por testamento. A alternativa B está correta, pois sua redação está em conformidade com a do art. 1.378 do Código Civil, que dispõe: Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 45 131 Art. 1.378. A servidão proporciona utilidade para o prédio dominante, e grava o prédio serviente, que pertence a diverso dono, e constitui-se mediante declaração expressa dos proprietários, ou por testamento, e subsequente registro no Cartório de Registro de Imóveis. De acordo com o dispositivo, o sentido maior da constituição de “servidões” é proporcionar uma maior utilidade ou comodidade ao dono do prédio dominante, onerando, com isso, o prédio serviente, que sofrerá alguma espécie de limitação. É, desta forma, um direito real de fruição ou gozo, sobre coisa imóvel alheia, impondo um ônus em proveito de outrem, pertencente a dono diverso. Desta forma, tal ônus não é imposto a uma pessoa, mas sim ao próprio prédio, por não se tratar de direito pessoal. Em princípio, as servidões têm como objetivo central proporcionar uma maior valorização ao chamado “prédio dominante”, levando a ele uma reconhecida situação de comodidade e utilidade. A alternativa C está incorreta, dado que grava o prédio serviente, e além de constituir-se por declaração expressa dos proprietários pode também por testamento, baseando-se no Art. 1378: Art. 1.378. A servidão proporciona utilidade para o prédio dominante, e grava o prédio serviente, que pertence a diverso dono, e constitui-se mediante declaração expressa dos proprietários, ou por testamento, e subsequente registro no Cartório de Registro de Imóveis. Para maior entendimento acerca do dispositivo, consta explanação na alternativa B. A alternativa D está incorreta, em virtude de que a servidão proporciona utilidade para o prédio dominante e grava o prédio serviente. A alternativa faz um trocadilho entre os dois. A alternativa E está incorreta, dado que o exercício incontestado e continuo de uma servidão aparente, por dez anos, autoriza o interessado a registrá-la em seu nome, valendo lhe como título a sentença que julgar consumado a usucapião, de cordo com os Arts. 1241 e 1379 do Código Civil: Art. 1.242. Adquire também a propriedade do imóvel aquele que, contínua e incontestadamente, com justo título e boa-fé, o possuir por dez anos. Caso o possuidor não tenha título, o prazo de usucapião será de vinte anos. De acordo com o Código Civil. Art. 1.379. O exercício incontestado e contínuo de uma servidão aparente, por dez anos, nos termos do art. 1.242, autoriza o interessado a registrá-la em seu nome no Registro de Imóveis, valendo-lhe como título a sentença que julgar consumado a usucapião. Parágrafo único. Se o possuidor não tiver título, o prazo da usucapião será de vinte anos. Usufruto (1.390 a 1.411) 8. (FCC / DPE-AP – 2018) Paulo doou o imóvel em que reside a Fábio, seu filho mais novo, reservando para si o direito de usufruto. No ato de doação, não foi colhido consentimento de Rafael, o filho mais velho. Posteriormente, Fábio veio a se desentender com a nova companheira de seu pai, Valquíria, ocasião em que a ofendeu. Todos os envolvidos são maiores e capazes. Diante desta situação, Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 46 131 a) embora Fábio seja o proprietário do imóvel, é Paulo quem pode alugar a casa e, caso o faça, não precisará repassar os valores ou prestar contas a Fábio. b) Rafael tem direito à anulação da doação feita em prol de seu irmão mais novo sem o seu consentimento, por ser o negócio jurídico anulável nesta hipótese. c) Valquíria tem direito à anulação da doação feita por Paulo em razão do ato de ingratidão do donatário. d) Paulo pode pleitear a anulação da doação por vício do consentimento referente ao erro essencial quanto à pessoa do donatário. e) Fábio tem direito a exigir a extinção do usufruto em razão da superveniência da união estável do usufrutuário Paulo com Valquíria. Comentários A alternativa A está correta, pois Paulo, estando em posição de usufrutuário, tem direito à posse, uso, administração e percepção dos frutos, podendo então alugar a casa, conter os valores arrecadados e não prestar contas a Fábio, de acordo com o Art. 1394 do Código Civil: Art. 1.394. O usufrutuário tem direito à posse, uso, administração e percepção dos frutos. Analisando-se o dispositivo, é da natureza da instituição por usufruto a posse direta do beneficiário, a qual se opera por transferência do titular do domínio, e este o exercerá em sua plenitude, fazendo uso inclusive dos interditos possessórios legais que estiverem à sua disposição, quando for necessário. Caso haja recusa da entrega da posse ao usufrutuário, caberá uma ação de imissão contra o proprietário da coisa ou contra o próprio instituidor do usufruto. Pode, ainda, o usufrutuário usufruir do bem em nome próprio, ou então cedê-lo a título gratuito ou oneroso a um terceiro, podendo administrar o bem em função de sua vontade e autonomia com relação ao proprietário. Pode ainda tirar os proveitos ou resultados econômicos do bem, além do mero uso. O usufrutuário fica vedado de alterar a substância da coisa, devendo respeitar a destinação contida no próprio título de constituição do usufruto. A alternativa B está incorreta, dado que a doação é permitida, no entanto o bem deverá ser trazido a colação quando a abertura de sucessão, de acordo com o Art. 544 do Código Civil: Art. 544. A doação de ascendentes a descendentes, ou de um cônjuge a outro, importa adiantamento do que lhes cabe por herança. O dispositivo supracitado fundamenta-se na igualdade dos quinhões hereditário: herdeiros da mesma classe sucessória devem receber quinhões iguais da herança. É pressuposto que o doador tenha o interesse de assegurar a igualdade dos quinhões hereditários quando realiza uma doação a descendente ou a seu cônjuge, portanto tais bens devem ser colacionados pelo donatário quando ocorre a abertura da sucessão. O doador pode estabelecer de forma contrário a presunção, dispensando o donatário da realização da colação. A colação é o processo pelo qual os herdeiros necessários restituem a herança de bens que receberam em vida do de cujus. A alternativa C está incorreta, pois não é caso de anulação, e sim caso de revogação. O direito de revogar a doação não se transmite aos herdeiros do doador, nem prejudica os do donatário, porém tais herdeiros Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 47 131 podem prosseguir na ação iniciada pelo doador, continuando-a contra os herdeiros do donatário, se este falecer depois de ajuizada a lide, conforme expresso pelos Arts. 557 e 558 do Código Civil: Art. 557. Podem ser revogadas por ingratidão as doações: I - se o donatário atentou contra a vida do doador ou cometeu crime de homicídio doloso contra ele; II - se cometeu contra ele ofensa física; III - se o injuriou gravemente ou o caluniou; IV - se, podendo ministrá-los, recusou ao doador os alimentos de que este necessitava. Quando ocorre o homicídio consumado, a legitimidade para requerer a revogação é dos herdeiros. Não há, inclusive, limite temporal para que a ingratidão seja caracterizada. Sendo assim, a qualquer tempo poderão os legitimados requererem a revogação da doação. Art. 558. Pode ocorrer também a revogação quando o ofendido, nos casos do artigo anterior, for o cônjuge, ascendente, descendente, ainda que adotivo, ou irmão do doador. Os graves atos que caracterizam a ingratidão justificam a revogação da doação, podendo esta ser dirigida ao próprio doador, ou atingindo o cônjuge, ascendente, descendente ou irmão. A alternativa D está incorreta, dado que não trata-se de anulação, mas sim de revogação, e não por erro essencial quanto à pessoa, mas sim por ingratidão. Para melhor entendimento, podem ser anulados os atos nulos e os atos anuláveis, sendo considerado nulo todo ato que, mesmo contendo os elementos necessários, foi exercido mediante a violação da lei, da ordem pública, dos bons costumes ou em contradição à forma legal. Por sua vez, a anulação é um defeito de menor gravidade, sendo ocasionado pelo dolo principal, podendo ser, além dos casos declarados por lei, causado pela incapacidade relativa do agente e por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores, enquanto o ato nulo é aquele que, mesmo com todos os elementos necessários para sua existência, foi praticado com violação da lei, da ordem pública, dos bons costumes ou com incoerência relativa à forma legal. Já a revogação diz respeito aos atos que perdem sua vigência, podendo ser revogados os atos administrativos que mesmo sendo perfeitos, ou seja, legítimos e eficazes, não tiverem mais utilidade à Administração Pública. A alternativa E está incorreta, pois de acordo com o Código Civil o usufruto se extingue por: Art. 1.410. O usufruto extingue-se, cancelando-se o registro no Cartório de Registro de Imóveis: I - pela renúncia ou morte do usufrutuário; II - pelo termo de sua duração; III - pela extinção da pessoa jurídica, em favor de quem o usufruto foi constituído, ou, se ela perdurar, pelo decurso de trinta anos da data em que se começou a exercer; Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 48 131 IV - pela cessação do motivo de que se origina; V - pela destruição da coisa, guardadas as disposições dos arts. 1.407, 1.408, 2ª parte, e 1.409; VI - pela consolidação; VII - por culpa do usufrutuário, quando aliena, deteriora, ou deixa arruinar os bens, não lhes acudindo com os reparos de conservação, ou quando, no usufruto de títulos de crédito, não dá às importâncias recebidas a aplicação prevista no parágrafo único do art. 1.395; VIII - Pelo não uso, ou não fruição, da coisa em que o usufruto recai (arts. 1.390 e 1.399). A renúncia referente ao inciso I deverá ser feita por escritura pública se for referente a bens imóveis de valor acima de trinta salários vigentes (de acordo com o Art. 108) Dado que o usufruto é temporário, sendo estabelecido de forma vitalícia, extinguir-se-á o direito pelo falecimento do titular do uso. Havendo dois ou mais usufrutuários, o direito irá se extinguindo a cada um deles, à medida de seu falecimento, subsistindo pro parte, salvo se pactuado sua indivisibilidade, sendo este um caso em que a parte de cada um acrescerá a do outro sobrevivo. O termo de duração contido no inciso II, é o tempo de vigência estabelecido ao usufruto no próprio ato constitutivo, fazendo-o extinguir ao seu término. Outrossim, faz extinguir o direito pela ocorrência de determinada condição resolutiva pré estabelecida ou pelo falecimento do usufrutuário antes do período previsto. No inciso III temos a extinção da pessoa jurídica, sob a qual a lei estabelece o prazo de trinta anos de vigência do usufruto quando se tratar depessoa jurídica a parte beneficiária, cessando o direito de usufruto caso haja uma dissolução anterior da sociedade empresária. A cessação do motivo expressa no inciso IV determina que o usufruto acaba quando a razão de sua constituição deixa de existir, como por exemplo o benefício constituído para custear o ensino superior de um parente próximo e este finaliza o curso. A destruição da coisa conceituada no inciso V diz que quando o bem desaparece o bem do usufruto, não há como ocorrer sua preservação, salvo nas hipóteses em que se abrange a desapropriação, incêndio e destruição por terceiros, quando o direito do usufrutuário se sub-roga no valor da indenização ou seguro. No inciso VI temos a consolidação, que se dá na hipótese de o usufrutuário vir a adquirir a nua-propriedade ou vice-versa, reunindo-se os dois direitos nas mãos de apenas um titular. Quando há a culpa do usufrutuário, o dispositivo elenca várias hipóteses de cessação quando o beneficiário atua de forma culposa ou dolosa, violando o dever de cuidado que deve ter em relação ao bem, assim ocorrendo nos casos de usufruto sobre título de crédito. Por fim, o dispositivo não prevê um prazo certo. Desta forma, quando ocorre o apreço a extinção se dará após o decurso do prazo de dez anos do desuso. Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 49 131 9. (FCC / TJ-SE – 2015) No inventário de José X, foi atribuída à filha Rosa X, a nua propriedade de um imóvel urbano, cujo usufruto foi reservado à viúva meeira, Ana X. Falecendo, posteriormente, Ana X, seus bens foram inventariados e partilhados, exceto o referido imóvel. Rosa X compareceu ao Serviço de Registro de Imóveis requerendo o cancelamento do usufruto, exibindo o comprovante de pagamento de tributos incidentes para esse ato. O Oficial do Registro recusou-se a promover o cancelamento sob o argumento de que o usufruto teria de ser, também, objeto do inventário de Ana X, e suscitou dúvida a requerimento de Rosa X. A dúvida é: a) Improcedente, porque o usufruto não é objeto de herança, extinguindo-se com a morte do usufrutuário. b) Procedente, porque o usufruto tem valor patrimonial e deve ser partilhado entre os herdeiros do usufrutuário. c) Procedente, mas outro deveria ser o fundamento da recusa, pois o juiz do inventário teria de verificar se aquele usufruto não estava sujeito à colação. d) Procedente, porque todos os bens encontrados no patrimônio do falecido devem ser inventariados, ainda que não sujeitos à partilha. e) Procedente, mas outro devia ser o fundamento da recusa, porque o usufruto devia ser objeto de sobrepartilha no inventário de José X. Comentários A alternativa A está correta, pois a dúvida é improcedente, dado que o usufruto não é objeto de herança, extinguindo se com a morte do usufrutuário. Como disposto pelo Código Civil: Art. 1.410. O usufruto extingue-se, cancelando-se o registro no Cartório de Registro de Imóveis: I - pela renúncia ou morte do usufrutuário; A renúncia referente ao inciso I deverá ser feita por escritura pública se for referente a bens imóveis de valor acima de trinta salários vigentes (de acordo com o Art. 108) Dado que o usufruto é temporário, sendo estabelecido de forma vitalícia, extinguir-se-á o direito pelo falecimento do titular do uso. Havendo dois ou mais usufrutuários, o direito irá se extinguindo a cada um deles, à medida de seu falecimento, subsistindo pro parte, salvo se pactuado sua indivisibilidade, sendo este um caso em que a parte de cada um acrescerá a do outro sobrevivo. A alternativa B está incorreta, dado que a dúvida é improcedente, sendo o usufruto um direito real de quem detém a propriedade do bem imóvel, de posse, uso e percepção dos frutos conforme seus interesses. Extingue-se com a morte ou a renúncia do usufrutuário produzindo o cancelamento do registro de acordo com o disposto pelo art. 1.410, I. Não é objeto de herança, desta forma. Extingue-se também pelo termo de sua duração; pela extinção da pessoa jurídica, em favor de quem o usufruto foi constituído, ou, se ela perdurar, pelo decurso de trinta anos da data em que se começou a exercer; pela cessação do motivo de que lhe deu origem; pela destruição da coisa; pela consolidação; por culpa do usufrutuário pela deterioração da coisa; pelo não uso da coisa. Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 50 131 Para maior compreensão do dispositivo, segue explicação de cada possibilidade exposta no rol acima: Sendo o usufruto temporário, estabelecido de forma vitalícia, extinguir-se-á o direito pelo falecimento do titular do uso. Havendo dois ou mais usufrutuários, o direito irá se extinguindo a cada um deles, à medida de seu falecimento, subsistindo pro parte, salvo se pactuado sua indivisibilidade, sendo este um caso em que a parte de cada um acrescerá a do outro sobrevivo. O termo de duração contido no inciso II, é o tempo de vigência estabelecido ao usufruto no próprio ato constitutivo, fazendo-o extinguir ao seu término. Outrossim, faz extinguir o direito pela ocorrência de determinada condição resolutiva pré estabelecida ou pelo falecimento do usufrutuário antes do período previsto. No inciso III temos a extinção da pessoa jurídica, sob a qual a lei estabelece o prazo de trinta anos de vigência do usufruto quando se tratar de pessoa jurídica a parte beneficiária, cessando o direito de usufruto caso haja uma dissolução anterior da sociedade empresária. A cessação do motivo expressa no inciso IV determina que o usufruto acaba quando a razão de sua constituição deixa de existir, como por exemplo o benefício constituído para custear o ensino superior de um parente próximo e este finaliza o curso. A destruição da coisa conceituada no inciso V diz que quando o bem desaparece o bem do usufruto, não há como ocorrer sua preservação, salvo nas hipóteses em que se abrange a desapropriação, incêndio e destruição por terceiros, quando o direito do usufrutuário se sub-roga no valor da indenização ou seguro. No inciso VI temos a consolidação, que se dá na hipótese de o usufrutuário vir a adquirir a nua-propriedade ou vice-versa, reunindo-se os dois direitos nas mãos de apenas um titular. Quando há a culpa do usufrutuário, o dispositivo elenca várias hipóteses de cessação quando o beneficiário atua de forma culposa ou dolosa, violando o dever de cuidado que deve ter em relação ao bem, assim ocorrendo nos casos de usufruto sobre título de crédito. A alternativa C está incorreta, de acordo com o disposto pelo art.1410 do Código Civil, sendo assim improcedente. Art. 1.410. O usufruto extingue-se, cancelando-se o registro no Cartório de Registro de Imóveis: I - pela renúncia ou morte do usufrutuário; A alternativa D está incorreta, dado que o usufruto não é objeto de herança, sendo assim, a dúvida é improcedente. A alternativa E está incorreta, dado que o art. 1410 dispõe: “O usufruto extingue-se, cancelando-se o registro no Cartório de Registro de Imóveis: I - pela renúncia ou morte do usufrutuário;” A renúncia referente ao inciso I deverá ser feita por escritura pública se for referente a bens imóveis de valor acima de trinta salários vigentes (de acordo com o Art. 108). Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 51 131 Dado que o usufruto é temporário, sendo estabelecido de forma vitalícia, extinguir-se-á o direito pelo falecimento do titular do uso. Havendo dois ou mais usufrutuários, o direito irá se extinguindo a cada um deles, à medida de seu falecimento, subsistindo pro parte, salvo se pactuado sua indivisibilidade, sendo este um casoem que a parte de cada um acrescerá a do outro sobrevivo. 10. (FCC / TJ-SC – 2015) O usufruto pode recair a) Apenas sobre imóveis urbanos, tendo o usufrutuário o direito de neles habitar, administrá-los e perceber os frutos, não podendo, porém, ceder o seu exercício. b) Sobre bens móveis ou imóveis, devendo o usufrutuário deles utilizar, não podendo alugá-los ou emprestá- los. c) Apenas sobre um ou mais bens, móveis ou imóveis, abrangendo-lhe os frutos e utilidades, mas não pode recair em um patrimônio inteiro. d) Em um ou mais bens, móveis ou imóveis, em um patrimônio inteiro, ou parte deste, abrangendo-lhe, no todo ou em parte, os frutos e utilidades. e) Em um ou mais bens, móveis ou imóveis, dependendo no caso de imóveis, de registro e pode ser transferido por alienação, a título gratuito ou oneroso. Comentários A alternativa A está incorreta, visto que disposto pelo Art. 1390 do Código Civil: Art. 1.390. O usufruto pode recair em um ou mais bens, móveis ou imóveis, em um patrimônio inteiro, ou parte deste, abrangendo-lhe, no todo ou em parte, os frutos e utilidades. Constitui-se o usufruto no direito de desfrutar temporariamente de um bem alheio, pelo usufrutuário, sem lhe alterar a substância, pressupondo a existência simultânea de dois titulares de direito: o usufrutuário, possuidor de direito real de gozo ou fruição sobre a substância da coisa, com a restrição imposta pela fruição, acometida a um terceiro. Outra característica do usufruto é ser personalíssimo, pois é instituído de forma intuitu personae, não sendo transmissível causa mortis. É, também, temporário, sendo dirigido a uma determinada pessoa, extinguindo-se com a morte do usufrutuário, sendo este o prazo máximo de sua duração. Entretanto, pode ser instituído em prazo menor e tem como objetivo a proteção e o benefício de um certo indivíduo, surgindo daí sua natureza altruística. É intransmissível, sendo esta uma característica decorrente do seu caráter temporário e, muito embora o exercício possa ser cedido, o direito real não admite transmissão, por conta do seu caráter personalíssimo. A alternativa B está incorreta, dado que o usufrutuário pode alugar ou emprestar o bem qual dispõe por usufruto. De acordo com o disposto pelo Código Civil: Art. 1.393. Não se pode transferir o usufruto por alienação; mas o seu exercício pode ceder-se por título gratuito ou oneroso. Compreende-se com o dispositivo que se admite apenas a cessão do exercício do usufruto, ou seja, o terceiro favorecido será titular de um simples direito de crédito, podendo usar ou fruir a coisa, mas não de um direito Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 52 131 real. Não se transmite usufruto, mas apenas os poderes derivados da relação jurídica de usufruto. Nada impede que o usufrutuário, eventualmente impedido de explorar pessoalmente a coisa, possa alugá-la ou emprestá-la a outrem. Disso decorre que, extinto o usufruto, por qualquer de suas causas, extingue-se o direito de exercício dele decorrente, não podendo o cessionário do exercício opor seus direitos frente ao nu- proprietário que consolidou a propriedade em suas mãos, salvo disposição em lei especial, como ocorre na locação predial urbana. Os deveres do usufrutuário continuam os mesmos e incólumes perante o nu- proprietário, admitindo-se, apenas, que por convenção, o cessionário se torne devedor solidário. A alternativa C está incorreta, dado que o usufruto pode recair também sobre o patrimônio inteiro, de acordo com o Código Civil em seu art. 1.390. “O usufruto pode recair em um ou mais bens, móveis ou imóveis, em um patrimônio inteiro, ou parte deste, abrangendo-lhe, no todo ou em parte, os frutos e utilidades.” O usufruto pode ser caracterizado como o direito de desfrutar temporariamente de um bem alheio, pelo usufrutuário, sem lhe alterar a substância, pressupondo a existência simultânea de dois titulares de direito: o usufrutuário, possuidor de direito real de gozo ou fruição sobre a substância da coisa, com a restrição imposta pela fruição, acometida a um terceiro. Outra característica do usufruto é ser personalíssimo, pois é instituído de forma intuitu personae, não sendo transmissível causa mortis. É, também, temporário, sendo dirigido a uma determinada pessoa, extinguindo-se com a morte do usufrutuário, sendo este o prazo máximo de sua duração. Entretanto, pode ser instituído em prazo menor e tem como objetivo a proteção e o benefício de um certo indivíduo, surgindo daí sua natureza altruística. É intransmissível, sendo esta uma característica decorrente do seu caráter temporário e, muito embora o exercício possa ser cedido, o direito real não admite transmissão, por conta do seu caráter personalíssimo. A alternativa D está correta, dado que corresponde ao conteúdo expresso no art. 1.390, que dispõe: Art. 1.390. O usufruto pode recair em um ou mais bens, móveis ou imóveis, em um patrimônio inteiro, ou parte deste, abrangendo-lhe, no todo ou em parte, os frutos e utilidades. Para maior entendimento acerca do dispositivo, reler o disposto na alternativa C. A alternativa E está incorreta, dado que o usufruto não pode ser transferido por alienação. De acordo com o disposto Código Civil: Art. 1.393. Não se pode transferir o usufruto por alienação; mas o seu exercício pode ceder-se por título gratuito ou oneroso. O direito ao usufruto não pode se transmitir o direito real de usufruto a um terceiro, dado seu caráter personalíssimo, sendo estabelecido intuito personae. No entanto, a cessão do direito do usufruto ou posse direta poderá ocorrer em favor de terceiros, quando aquele não puder ou não quiser exercer o gozo. Este terceiro, no caso, não substitui o usufrutuário direto e, portanto, não tem em seu favor o direito real que o acobertaria, restando-lhe apenas uma relação jurídica do direito pessoal ou obrigacional, dispensando registro do título no cartório de registro imobiliário. O direito por de usufruto é, em sua natureza, insuscetível de penhora; porém, os rendimentos e lucros obtidos com a cessão do exercício do usufruto poderão sofrer referida constrição legal. O nu-proprietário poderá dispor do bem gravado de usufruto, assim como poderá dar em garantia a propriedade na sua substância, sendo que eventual penhora recairá apenas sobre esta, não podendo Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 53 131 prejudicar direitos do usufrutuário. O usufruto acompanha o bem, com relação ao novo adquirente, em função da característica de sequela. Desta forma, se o bem for judicialmente alienado, deve o usufruto ser respeitado pelo novo arrematante, que não fará jus à posse direta. A cessão de direitos do usufruto somente é admitida se o título constitutivo não o vetar expressamente, pela vontade de seu instituidor, mas ainda de qualquer forma o usufrutuário sempre permanecerá vinculado aos termos estabelecidos no ato de sua constituição. Desta forma, caso o beneficiário por testamento de um certo imóvel não tiver interesse de ocupá-lo, irá poder locar ou emprestá-lo gratuitamente a um terceiro que irá cuidar deste imóvel devidamente (direito pessoal) 11. (FCC / SEFAZ-PE – 2015) João, tendo dois filhos - Pedro e Antônio - doou para este um imóvel com reserva de usufruto, mas dispensando-o da colação. Morrendo o doador, o usufruto a) Se extingue e será cancelado o registro no Serviço de Registro de Imóveis. b) Será partilhado entre seus dois filhos, salvo disposição testamentária em sentido contrário. c) Terá de ser trazido à colação, porque a dispensa só atinge a nua propriedade. d) Será levado a inventário e, necessariamente, atribuído ao donatário que já é nu proprietário. e) Será atribuído necessariamentea Pedro. Comentários A alternativa A está correta, dado que a questão se refere ao usufruto propriamente dito, não sobre a validade da doação e sobre o direito de propriedade sobre o imóvel. Dados os fatos, deve fundamentar-se a resposta com base no conteúdo do art. 1.410, que dispõe: Art. 1.410. O usufruto extingue-se, cancelando-se o registro no Cartório de Registro de Imóveis: I – pela renúncia ou morte do usufrutuário; A renúncia referente ao inciso I deverá ser feita por escritura pública se for referente a bens imóveis de valor acima de trinta salários vigentes (de acordo com o Art. 108) Dado que o usufruto é temporário, sendo estabelecido de forma vitalícia, extinguir-se-á o direito pelo falecimento do titular do uso. Havendo dois ou mais usufrutuários, o direito irá se extinguindo a cada um deles, à medida de seu falecimento, subsistindo pro parte, salvo se pactuado sua indivisibilidade, sendo este um caso em que a parte de cada um acrescerá a do outro sobrevivo. A alternativa B está incorreta, uma vez que o usufruto é o direito real de quem detém a propriedade do bem imóvel, de posse, uso e percepção dos frutos conforme seus interesses. Extingue-se com a morte ou a renúncia do usufrutuário produzindo o cancelamento do registro de acordo com o código civil: Art. 1.410. I- pela renúncia ou morte do usufrutuário; Não sendo, portanto, um fruto de herança. As alternativas C, D e E estão incorretas, de acordo com o disposto pelo art. 1.410, concluindo-se que usufruto se extingue, não sendo objeto de herança. Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 54 131 Uso (1.412 a 1. 413) Habitação (1.414 a 1.416) Direito do promitente comprador (1.417 a 1.418) 12. (FCC / DPE-SC – 2017) Luiz comparece à defensoria pública dizendo e comprovando com documentos que assinou contrato de promessa de compra de imóvel, por meio de instrumento público devidamente registrado no Cartório de Registro de Imóveis e sem previsão de cláusula de arrependimento, com empresa de habitação social. Ele reside no imóvel há três anos; o imóvel tem 150 m2 e Luiz não é titular de qualquer outro bem imóvel. Diante desta situação, Luiz a) ainda não pode ser considerado proprietário, mas somente conseguirá obter a propriedade se continuar morando no imóvel por mais dois anos, ininterruptamente, quando adimplirá todos os requisitos para a usucapião especial urbana. b) tem direito meramente contratual, mas poderá opor perante terceiros, uma vez que o registro do contrato por meio instrumento público em cartório faz com que o direito obrigacional tenha eficácia erga omnes. c) é o verdadeiro proprietário do imóvel, uma vez que o contrato foi feito por instrumento público e devidamente registrado em cartório, circunstância suficiente para a transferência da titularidade do imóvel. d) ainda não pode ser considerado proprietário, mas terá direito real à aquisição do imóvel, inclusive mediante adjudicação compulsória. e) tem direito meramente contratual e inoponível perante terceiros, pois ainda não houve a outorga da escritura definitiva da compra e venda. Comentários A alternativa A está incorreta, dado que o bem que for financiado pelos recursos do Sistema Financeiro da Habitação (SFH) não será passível de aquisição por usucapião, por ter caráter público, de acordo com a legislação abaixo mencionada: Resp. 1.501.272-SC: "SISTEMA FINANCEIRO DA HABITAÇÃO. USUCAPIÃO URBANO. IMÓVEL FINANCIADO COM PELO SFH. O bem financiado com recursos do Sistema Financeiro da Habitação (SFH) não é suscetível de aquisição por usucapião, dado o seu caráter público, a precariedade da posse e a finalidade social do mútuo habitacional - qual seja, possibilitar a aquisição de moradia a baixo custo para a população. Admitir que ocupantes de imóveis financiados por programas habitacionais governamentais possam adquiri-los, mediante usucapião, prejudica todos os que dependem do retorno dos recursos mutuados para também serem beneficiados e terem acesso à moradia." A alternativa B está incorreta, dado que quando se tem um contrato levado à registro de imóvel, esse deixa de ter natureza meramente contratual e passa a ter um direito real de aquisição, de acordo com o Art. 1417 do Código Civil: Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 55 131 Art. 1.417. Mediante promessa de compra e venda, em que se não pactuou arrependimento, celebrada por instrumento público ou particular, e registrada no Cartório de Registro de Imóveis, adquire o promitente comprador direito real à aquisição do imóvel. Este dispositivo trata de um novo direito real de aquisição, sendo o direito do promitente comprador do imóvel, não se tratando de fruição ou de garantia e diferindo em relação à propriedade por não ser um direito pleno ou ilimitado. A promessa irretratável de venda é o contrato em que o compromitente-vendedor se obriga a vender ao compromissário-comprador determinado imóvel, pelo preço, condições e modos especificados, outorgando-lhe a escritura definitiva tão logo se dê o adimplemento da obrigação. Uma vez pago o preço, o promissário comprador adquire direito real à aquisição do bem, podendo este exigir a escritura do vendedor ou de terceiros cedidos e, caso ocorra a recusa, socorrer-se-á da adjudicação compulsória. A alternativa C está incorreta, dado que o comprador apenas será proprietário do imóvel quando cumprir todas as obrigações do contrato, nesse caso, as parcelas, assim passando a ter direito de outorga da escritura definitiva. Art. 1.418. O promitente comprador, titular de direito real, pode exigir do promitente vendedor, ou de terceiros, a quem os direitos deste forem cedidos, a outorga da escritura definitiva de compra e venda, conforme o disposto no instrumento preliminar; e, se houver recusa, requerer ao juiz a adjudicação do imóvel. De acordo com o dispositivo, o compromissário comprador passa a ter direito real de aquisição em relação ao bem tão logo se veja quitado de todas suas prestações e obrigações, sendo titular do respectivo direito de sequela em face do vendedor dado o efeito erga omnes (vale para todos) gerado pelo registro imobiliário. Caso haja a recusa para a entrega da escritura do bem, o compromissário-comprador poderá valer-se da ação judicial de adjudicação compulsória, de forma a demonstrar o cumprimento total de suas obrigações pactuadas na avença. A ação de adjudicação compulsória tem como finalidade obter a carta de adjudicação, a qual substitui a lavratura da escritura definitiva devendo a respectiva decisão ser levada a cartório para registro. No caso de haver recusa do vendedor de receber as prestações faltantes por má fé, como meio para se livrar da adjudicação compulsória com o intuito de impedir a transferência do bem, cabe ao comprador consignar em juízo os respectivos pagamentos, para que haja o posterior ajuizamento da competente ação. A alternativa D está correta, dado que sua redação corresponde exatamente ao Art. 1.418 do Código Civil, ao expressar que haverá direito real à aquisição do imóvel. A citada adjudicação compulsória é aquela que visa registrar um imóvel para o qual se tem a documentação necessária exigida em lei, portanto, é possível, nesse caso, após as exigências do contrato cumpridas. A afirmativa é amparada pelo Art. 1418 do Código Civil: Art. 1.418. O promitente comprador, titular de direito real, pode exigir do promitente vendedor, ou de terceiros, a quem os direitos deste forem cedidos, a outorga da escritura definitiva de compra e venda, conforme o disposto no instrumento preliminar; e, se houver recusa, requerer ao juiz a adjudicação do imóvel. Para melhor compreensão do artigo, ver explicação na alternativaC. Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 56 131 A alternativa E está incorreta, o contrato preliminar levado a registro deixa de ter natureza meramente obrigacional e passa a ter natureza de direito real de aquisição, sendo oponível para todos. Art. 1.417. Mediante promessa de compra e venda, em que se não pactuou arrependimento, celebrada por instrumento público ou particular, e registrada no Cartório de Registro de Imóveis, adquire o promitente comprador direito real à aquisição do imóvel. O dispositivo supracitado trata de um novo direito real de aquisição, sendo o direito do promitente comprador do imóvel, não se tratando de fruição ou de garantia e diferindo em relação à propriedade por não ser um direito pleno ou ilimitado. A promessa irretratável de venda é o contrato em que o compromitente-vendedor se obriga a vender ao compromissário-comprador determinado imóvel, pelo preço, condições e modos especificados, outorgando-lhe a escritura definitiva tão logo se dê o adimplemento da obrigação. Uma vez pago o preço, o promissário comprador adquire direito real à aquisição do bem, podendo este exigir a escritura do vendedor ou de terceiros cedidos e, caso ocorra a recusa, socorrer-se-á da adjudicação compulsória. Art. 1.418. O promitente comprador, titular de direito real, pode exigir do promitente vendedor, ou de terceiros, a quem os direitos deste forem cedidos, a outorga da escritura definitiva de compra e venda, conforme o disposto no instrumento preliminar; e, se houver recusa, requerer ao juiz a adjudicação do imóvel. Para maior compreensão do artigo, há uma explanação na alternativa C. 13. (FCC / PREFEITURA DE SÃO LUIZ-MA – 2016) "O regime jurídico dos direitos reais (sobre imóveis) adota o princípio da publicidade por meio do qual esses se exteriorizam e em que essa é constitutiva praticamente sempre dos direitos reais" (Arruda Alvim Comentários ao Código Civil brasileiro, item 3.10, p. 229. Rio de Janeiro, GEN-Forense, 2009. Vol. I, Tomo I). Destarte, para que os direitos do promitente comprador de imóvel assumam a natureza de direito real, faz-se necessário: a) O pagamento integral do preço. b) O justo título. c) A cláusula de arrependimento. d) O registro da promessa de compra e venda. e) O ajuizamento da ação de adjudicação compulsória. Comentários Com base no Art. 1.417, pode-se abstrair que o promitente comprador adquire direito real à aquisição do imóvel, mediante promessa de compra e venda, aonde não tenha sido pactuado arrependimento, celebrado por instrumento público ou particular, sendo devidamente registrada em Cartório de Registro de Imóveis. Como está expresso pelo código civil: Art. 1.417 - Mediante promessa de compra e venda, em que se não pactuou arrependimento, celebrada por instrumento público ou particular, e registrada no Cartório de Registro de Imóveis, adquire o promitente comprador direito real à aquisição do imóvel. Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 57 131 O dispositivo em questão trata de um novo direito real de aquisição, sendo o direito do promitente comprador do imóvel, não se tratando de fruição ou de garantia e diferindo em relação à propriedade por não ser um direito pleno ou ilimitado. A promessa irretratável de venda é o contrato em que o compromitente-vendedor se obriga a vender ao compromissário-comprador determinado imóvel, pelo preço, considições e modos especificados, outorgando-lhe a escritura definitiva tão logo se dê o adimplemento da obrigação. Uma vez pago o preço, o promissário comprador adquire direito real à aquisição do bem, podendo este exigir a escritura do vendedor ou de terceiros cedidos e, caso ocorra a recusa, socorrer-se-á da adjudicação compulsória. A alternativa D está correta, pois é fato que para que os direitos do promitente comprador de imóvel assumam a natureza de direito real é necessário o registro da promessa de compra e venda. As alternativas A, B, C e E estão incorretas, consequentemente. 14. (FCC / TJ-RR – 2015) Mediante promessa de compra e venda de imóvel, em que se não pactuou arrependimento, celebrado por instrumento particular, o promitente comprador a) Adquire direito real à sua aquisição, desde que seja imitido na posse. b) Não poderá adquirir direito real à sua aquisição, pois é necessária a escritura pública. c) Adquire legalmente direito real à sua aquisição se o instrumento foi registrado no Cartório de Registro de Imóveis. d) Não adquirirá direito real à aquisição do imóvel antes que ocorra o pagamento integral do preço. e) Adquire direito real à sua aquisição a partir do registro do instrumento no Cartório de Registro de Títulos e Documentos, porque com essa providência o contrato se presume conhecido por terceiros. Comentários A alternativa A está incorreta, dado que não há exigência alguma de que seja emitido na posse. Dado que posse e propriedade são institutos distintos. A posse não é um direito real, e está inserida no estudo geral sobre o direito das coisas. Melhor dizendo, a posse não tem os efeitos reais de propriedade sobre a coisa. Para que a posse exista, basta o elemento objetivo, pois ela se revela na maneira como o proprietário age em face da coisa. Por sua vez, a propriedade é um direito, havendo dentre deste conceito 4 elementos constitutivos, sendo o de usar, ou jus utendi, que é a faculdade de utilizar a coisa e servir-se dela. O direito de gozar, ou jus fruendi, é o poder de usufruir dos frutos da coisa da qual se é proprietário. O direito de dispor, ou jus abutendi, é a faculdade de transferir, ou seja, alienar a coisa. Por fim, o direito de reaver a coisa, ou rei vindicatio, é a possibilidade de reivindicar a coisa de quem a possua ou detenha injustamente, tendo tal direito base no jus persequendi, o direito de sequela, que é uma das características dos direitos reais. A alternativa B está incorreta, visto que independe de ser escritura pública ou particular. A alternativa C está correta, dado que, mediante promessa de compra e venda de imóvel, em que se não pactuou arrependimento, celebrado por instrumento particular, o promitente comprador adquire legalmente direito real à sua aquisição se o instrumento foi registrado no Cartório de Registro de Imóveis. Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 58 131 De acordo com o Código Civil: Art. 1.417. Mediante promessa de compra e venda, em que se não pactuou arrependimento, celebrado por instrumento público ou particular, e registrada no Cartório de Registro de Imóveis, adquire o promitente comprador direito real à aquisição do imóvel. O dispositivo em questão trata de um novo direito real de aquisição, sendo este o direito do promitente comprador do imóvel, não se tratando de fruição ou de garantia e diferindo em relação à propriedade por não ser um direito pleno ou ilimitado. A promessa irretratável de venda é o contrato em que o compromitente-vendedor se obriga a vender ao compromissário-comprador determinado imóvel, pelo preço, considições e modos especificados, outorgando-lhe a escritura definitiva tão logo se dê o adimplemento da obrigação. Uma vez pago o preço, o promissário comprador adquire direito real à aquisição do bem, podendo este exigir a escritura do vendedor ou de terceiros cedidos e, caso ocorra a recusa, socorrer-se-á da adjudicação compulsória. A alternativa D está incorreta, dado que a alienação pode ter sido pactuada à prazo e, nesse caso, não havendo cláusula que condicione a aquisição ao integral pagamento, o promitente comprador adquirirá o imóvel mesmo antesdo término do pagamento. A alternativa E está incorreta, dado que o registro deve ser feito em Cartório de Imóveis e não de Registro de Títulos e Documentos. Do penhor, da hipoteca, da anticrese (1.419 a 1.510) 15. (FCC/TRF-3 – 2019) De acordo com o Código Civil, o penhor: a) constitui-se pelo contrato, independentemente da efetiva transferência da posse da coisa dada em garantia. b) não pode ser parcialmente remido pelos sucessores do devedor na proporção dos seus quinhões, mas qualquer deles pode fazê-lo no todo. c) dispensa qualquer tipo de registro. d) não se extingue pelo perecimento da coisa empenhada por culpa do devedor. e) agrícola que recai sobre colheita pendente não abrange a imediatamente seguinte, mesmo no caso de frustrar-se ou ser insuficiente a que se deu em garantia. Comentários: A alternativa A está incorreta, pois o penhor é classificado como contrato real, ou seja, contrato que exige a efetiva entrega da coisa. Antes da entrega, visualizada pela efetiva entrega da coisa empenhada, não se constitui ainda o penhor. Essa é a literalidade do art. 1.431 do Código Civil: “Constitui-se o penhor pela transferência efetiva da posse que, em garantia do débito ao credor ou a quem o represente, faz o devedor, ou alguém por ele, de uma coisa móvel, suscetível de alienação”. Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 59 131 A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. Falecido o devedor pignoratício, pode um sucessor remir (resgatar, ou seja, pagar a dívida, liberando a garantia) o penhor, proporcionalmente? Não, porque isso violaria a própria noção de indivisibilidade da garantia real estampada no art. 1.421 do Código Civil: “O pagamento de uma ou mais prestações da dívida não importa exoneração correspondente da garantia, ainda que esta compreenda vários bens, salvo disposição expressa no título ou na quitação”. Agora, se um dos sucessores remir integralmente (resgatar a dívida na integralidade), não há qualquer restrição das normas gerais sobre as garantias reais. Esse é o sentido do art. 1.429: “Os sucessores do devedor não podem remir parcialmente o penhor ou a hipoteca na proporção dos seus quinhões; qualquer deles, porém, pode fazê-lo no todo”. A alternativa C está incorreta, porque todas as garantias reais exigem registro público para se constituírem; ou seja, sem o registro, simplesmente não há garantia. E como se faz o registro do penhor, se ele não é direito real de garantia sobre bem imóvel? O art. 1.432 traz a resposta: “O instrumento do penhor deverá ser levado a registro, por qualquer dos contratantes; o do penhor comum será registrado no Cartório de Títulos e Documentos”. A alternativa D está incorreta, até porque não há como subsistir uma garantia real sobre um bem que não existe mais. Imagine que você me dê em garantia o seu carro e seu carro seja roubado. Minha garantia será sobre o quê, exatamente? Não há mais carro. Por isso, o art. 1.436, inc. II, é claro: “Extingue-se o penhor perecendo a coisa”. A culpa, aqui, é irrelevante. Será relevante quanto à indenização, mas aí não há qualquer ligação com a resposta. A alternativa E está incorreta. É o que prevê o art. 1.443: “O penhor agrícola que recai sobre colheita pendente, ou em via de formação, abrange a imediatamente seguinte, no caso de frustrar-se ou ser insuficiente a que se deu em garantia”. Como assim? Se eu empresto dinheiro a você, caso a plantação deste ano não dê o suficiente para me pagar, a plantação do ano seguinte está automaticamente empenhada para mim. Ou seja, o credor pignoratício tem uma espécie de renovação automática da garantia. 16. (FCC / MANAUSPREV – 2015) Sobre os direitos reais de garantia, é correto afirmar que a) não se admite o penhor de colheita em vias de formação. b) o usufrutuário não pode hipotecar o bem objeto do usufruto. c) o condômino não pode, individualmente, dar em hipoteca sua respetiva parte. d) não pode o cônjuge, sem autorização do outro, gravar de ônus real os bens imóveis, seja qual for o regime de bens. e) o pagamento parcial da dívida, em regra, extingue parcialmente a hipoteca. Comentários A alternativa A está incorreta, pois de acordo com o disposto pelo art. 1.442, II, CC: “Podem ser objeto de penhor: colheitas pendentes, ou em via de formação.” A alternativa B está correta, pois como o usufrutuário não pode vender o objeto do usufruto, também não pode dar em hipoteca, de acordo com o disposto pelo art. 1.420, CC: “Só aquele que pode alienar poderá empenhar, hipotecar ou dar em anticrese.” Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 60 131 A alternativa C está incorreta, de acordo com o estabelecido pelo art. 1.420, §2°, CC: “A coisa comum a dois ou mais proprietários não pode ser dada em garantia real, na sua totalidade, sem o consentimento de todos; mas cada um pode individualmente dar em garantia real a parte que tiver.” A alternativa D está incorreta, de acordo com o Art. 1.647, I, CC: “Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do outro, exceto no regime da separação absoluta: I. alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis.” A alternativa E está incorreta, visto que, como expresso pelo Art. 1.421, CC: “O pagamento de uma ou mais prestações da dívida não importa exoneração correspondente da garantia, ainda que esta compreenda vários bens, salvo disposição expressa no título ou na quitação.” 17. (FCC / SEFAZ-GO – 2018) Quanto ao penhor, hipoteca e anticrese, é correto afirmar que a) o credor anticrético tem direito a reter em seu poder o bem, enquanto a dívida não for paga; extingue-se esse direito decorridos quinze anos da data de sua constituição. b) os sucessores do devedor podem remir parcialmente o penhor ou a hipoteca na proporção exata de seus quinhões. c) é anulável a cláusula que autoriza o credor pignoratício, anticrético ou hipotecário a ficar com o objeto da garantia, se o débito não for pago no vencimento. d) nas dívidas garantidas por penhor, anticrese ou hipoteca, o bem dado em garantia fica sujeito, por vínculo pessoal, ao cumprimento da obrigação. e) o pagamento de uma ou mais prestações da dívida hipotecária importa exoneração correspondente da garantia, compreendendo esta um ou mais bens. Comentários A alternativa A está correta, pois o conteúdo expresso é concernente com o do art.1423 “O credor anticrético tem direito a reter em seu poder o bem, enquanto a dívida não for paga; extingue-se esse direito decorridos quinze anos da data de sua constituição.” O credor que é anticrético não possui o direito de preferência. Em compensação, o legislador lhe assegura o direito de retenção sobre a coisa imóvel, pelo prazo máximo de 15 anos. Trata-se do prazo decadencial, cujo transcurso converte o crédito em quirografário, sendo que o transcurso do prazo, com ou sem a satisfação do credor anticrético, converte sua posse em precária em decorrência do abuso de confiança. A alternativa B está incorreta, dado que os sucessores não podem remir parcialmente o penhor ou hipoteca, e a alternativa menciona que podem. Art. 1.429. Os sucessores do devedor não podem remir parcialmente o penhor ou a hipoteca na proporção dos seus quinhões; qualquer deles, porém, pode fazê-lo no todo. Em consequência do princípio da indivisibilidade, o sucessor do devedor não pode liberar seu quinhão mediante o pagamento proporcional da dívida. Deverá pagar totalidade do débito, sub-rogando-se nos direitos do credor. Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 61 131 A remição é a liberaçãoda coisa gravada, tendo o devedor o direito de efetuá-la embora não possa realizar a remição parcial, pois a liberação apenas ocorrerá mediante o pagamento total. A alternativa C está incorreta, dado que é nula a cláusula, não anulável. Art. 1.428. É nula a cláusula que autoriza o credor pignoratício, anticrético ou hipotecário a ficar com o objeto da garantia, se a dívida não for paga no vencimento. Para melhor diferenciação, é importante frisar que não se confunde anulável e nulo, sendo considerado nulo todo ato que, mesmo contendo os elementos necessários, foi exercido mediante a violação da lei, da ordem pública, dos bons costumes ou em contradição à forma legal. Por sua vez, a anulação do negócio é um defeito de menor gravidade, sendo ocasionado pelo dolo principal, podendo ser, além dos casos declarados por lei, causado pela incapacidade relativa do agente e por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores. A alternativa D está incorreta, dado que o bem dado em garantia fica sujeito, por vínculo real, não vínculo pessoal, de acordo com o disposto pelo Art. 1419: Art. 1.419. Nas dívidas garantidas por penhor, anticrese ou hipoteca, o bem dado em garantia fica sujeito, por vínculo real, ao cumprimento da obrigação. Além de haver certos privilégios estabelecidos em lei, podem as partes convencionar uma segurança especial de recebimento de crédito, denominada garantia. A garantia pode ser pessoal ou fidejussória, quando terceiro se responsabiliza pela solução da dívida u real, quando determinado bem fica vinculado ao pagamento da dívida. A garantia sendo real é mais eficaz, pois vincula determinado bem do devedor ao pagamento da dívida. Ao invés de ter em garantia o patrimônio do devedor, que poderá não existir por ocasião da execução do débito inadimplido, o bem dado em garantia real fica vinculado à satisfação da dívida, ainda que a coisa esteja em poder de terceiro. A alternativa E está incorreta, dado que não importa exoneração correspondente a garantia. Art. 1.421. O pagamento de uma ou mais prestações da dívida não importa exoneração correspondente da garantia, ainda que esta compreenda vários bens, salvo disposição expressa no título ou na quitação. No dispositivo supracitado pode-se conceituar o princípio da indivisibilidade, no qual o pagamento da dívida não acarreta a liberação da garantia na proporção do pagamento, salvo disposição expressa no título ou na quitação. A coisa inteira continuará garantindo o restante da dívida. 18. (FCC / TRF 2ª REGIÃO – 2018) Sobre o penhor, a anticrese e a hipoteca, nos termos preconizados pelo Código Civil, é INCORRETO afirmar: a) Os sucessores do devedor não podem remir parcialmente o penhor ou a hipoteca na proporção dos seus quinhões; qualquer deles, porém, pode fazê-lo no todo. b) A propriedade superveniente torna eficazes, desde o registro, as garantias reais estabelecidas por quem não era dono. Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 62 131 c) O pagamento de uma ou mais prestações da dívida não importa exoneração correspondente da garantia, ainda que esta compreenda vários bens, salvo disposição expressa no título ou na quitação. d) O dono do imóvel hipotecado não pode constituir outra hipoteca sobre ele, mediante novo título, em favor do mesmo credor. e) O credor hipotecário e o pignoratício têm o direito de excutir a coisa hipotecada ou empenhada, e preferir, no pagamento, a outros credores, observada, quanto à hipoteca, a prioridade no registro. Comentários A alternativa D está incorreta, pois como disposto pelo art. 1.476 do Código Civil: Art. 1.476. O dono do imóvel hipotecado pode constituir outra hipoteca sobre ele, mediante novo título, em favor do mesmo ou de outro credor. A norma civil admite a constituição de seguidas hipotecas sobre o mesmo bem imóvel, e isto poderá ocorrer sempre que o valor do bem imóvel for superior ao da primeira dívida, a juízo do novo credor hipotecário. É o ato chamado de sub-hipoteca ou hipoteca sucessiva. As demais alternativas estão corretas, dispondo-se da seguinte forma: A alternativa A está correta, de acordo com o Art. 1.429. “Os sucessores do devedor não podem remir parcialmente o penhor ou a hipoteca na proporção dos seus quinhões; qualquer deles, porém, pode fazê-lo no todo. Parágrafo único. O herdeiro ou sucessor que fizer a remição fica sub-rogado nos direitos do credor pelas quotas que houver satisfeito.” A alternativa B está correta, pois está concernente com a redação do Art. 1.420. § 1º, que dispõe: “A propriedade superveniente torna eficaz, desde o registro, as garantias reais estabelecidas por quem não era dono.” A alternativa C está correta, de acordo com o Art. 1.421 do Código Civil, que dispõe: “O pagamento de uma ou mais prestações da dívida não importa exoneração correspondente da garantia, ainda que esta compreenda vários bens, salvo disposição expressa no título ou na quitação.” A alternativa E está correta, pois concerne com a redação do Art. 1.422, que dispõe: ” O credor hipotecário e o pignoratício têm o direito de excutir a coisa hipotecada ou empenhada, e preferir, no pagamento, a outros credores, observada, quanto à hipoteca, a prioridade no registro. Parágrafo único. Excetuam-se da regra estabelecida neste artigo as dívidas que, em virtude de outras leis, devam ser pagas precipuamente a quaisquer outros créditos.” 19. (FCC / TRF 5ª REGIÃO – 2017) Considere as proposições abaixo acerca da hipoteca. I. É valida a cláusula que proíbe ao proprietário alienar imóvel hipotecado. II. Só aquele que pode alienar poderá hipotecar, mas a propriedade superveniente torna eficaz, desde o registro, a hipoteca estabelecida por quem não era dono. Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 63 131 III. A coisa comum a dois ou mais proprietários não pode ser dada em garantia real, na sua totalidade, sem o consentimento de todos, mas cada um pode individualmente dar em garantia real a parte que tiver, independentemente da concordância dos demais. IV. Somente bens imóveis podem ser objeto de hipoteca. V. O dono do imóvel hipotecado não pode constituir outra hipoteca sobre ele, salvo se houver concordância do titular do crédito garantido pela primeira hipoteca. Está correto o que se afirma APENAS em a) I e IV. b) I e V. c) II e III. d) II e V. e) III e IV. Comentários A proposição I está incorreta, dado que é nula, e alternativa traz como válida. Com base no Art. 1.475: “É nula a cláusula que proíbe ao proprietário alienar imóvel hipotecado.” A proposição II está correta, pois seu conteúdo está concernente com o do Art. 1.420, que dispõe: ” Só aquele que pode alienar poderá empenhar, hipotecar ou dar em anticrese; só os bens que se podem alienar poderão ser dados em penhor, anticrese ou hipoteca. § 1º. A propriedade superveniente torna eficaz, desde o registro, as garantias reais estabelecidas por quem não era dono. § 2º. A coisa comum a dois ou mais proprietários não pode ser dada em garantia real, na sua totalidade, sem o consentimento de todos; mas cada um pode individualmente dar em garantia real a parte que tiver.” A proposição III está correta, pois, como disposto pelo o Art. “1.420. § 2º do Código Civil: “A coisa comum a dois ou mais proprietários não pode ser dada em garantia real, na sua totalidade, sem o consentimento de todos; mas cada um pode individualmente dar em garantia real a parte que tiver.” A proposição IV está incorreta, dado que tem por objeto bens imóveis, podendo estes ser navio ou avião, de acordo com os incisos VI e VII do art. 1.473 do CC: Art. 1.473. Podem ser objeto de hipoteca: ... VI -os navios; VII - as aeronaves. Proposição V está incorreta, dado que o dono do imóvel hipotecado pode constituir outra hipoteca sobre ele, de acordo com o disposto pelo Art. 1476 do Código Civil: Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 64 131 Art. 1.476. O dono do imóvel hipotecado pode constituir outra hipoteca sobre ele, mediante novo título, em favor do mesmo ou de outro credor. A alternativa C está correta. As alternativas A, B, D e E estão incorretas, consequentemente. 20. (FCC / TST – 2017) Antônio e Ricardo são proprietários, em condomínio, de um imóvel, sendo que a parte do primeiro supera a do segundo. Nesse caso, a constituição de hipoteca a) dependerá do consentimento de ambos os condôminos e deve incidir, necessariamente, sobre a integralidade do imóvel, por tratar-se de garantia real. b) não poderá incidir apenas sobre a parte pertencente a Antônio caso se trate de bem indivisível. c) poderá ser feita individualmente por Ricardo sobre a integralidade do imóvel, ou apenas sobre sua própria parte, desde que, em ambos os casos, exista o consentimento de Antônio. d) poderá ser feita individualmente por Antônio sobre a integralidade do imóvel, ou apenas sobre sua própria parte, independentemente, em qualquer dos casos, do consentimento de Ricardo. e) dependerá do consentimento de ambos os condôminos caso incida sobre a integralidade do imóvel, mas cada um pode individualmente dar em hipoteca a parte que tiver, independentemente do consentimento do outro. Comentários A alternativa A está incorreta, pois caso haja a incidência na sua integralidade, o imóvel comum a dois ou mais proprietários não pode ser dada em garantia real. Vide Art. 1.420 § 2º. Art. 1.420. Só aquele que pode alienar poderá empenhar, hipotecar ou dar em anticrese; só os bens que se podem alienar poderão ser dados em penhor, anticrese ou hipoteca. § 1o A propriedade superveniente torna eficaz, desde o registro, as garantias reais estabelecidas por quem não era dono. § 2o A coisa comum a dois ou mais proprietários não pode ser dada em garantia real, na sua totalidade, sem o consentimento de todos; mas cada um pode individualmente dar em garantia real a parte que tiver. Analisando-se o disposto pelo artigo, temos que a validade da garantia real depende da capacidade geral para os atos da vida civil e da especial para alienar, uma vez que a submissão do bem a esse regime pode resultar na sua alienação judicial. A garantia ofertada pelo coerdeiro deve ser limitada à sua quota, sendo ineficaz se incidir sobre bem da herança considerado singularmente, podendo, todavia, produzir efeitos se o herdeiro cedente vier a ser comtemplado como proprietário do bem que foi aludido na partilha. Se tratando de constituição de garantia real sobre coisa alheia, possível a sua revalidação nos casos em que o bem possa ser alienado, mas não poderia ter sido realizada pelo agente por não lhe pertencer. A garantia considerada ineficaz revigora-se com a ulterior aquisição do domínio. Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 65 131 Como requisito objetivo, o código só estabelece que só os bens alienáveis podem ser objeto de penhor, hipoteca e anticrese. Os bens fora do comércio, tais quais os bens públicos, não podem ser objeto da garantia. De acordo com súmula 364 do STF: “o conceito de impenhorabilidade do bem de família abrange também o imóvel pertencente a pessoas solteiras, separadas e viúvas” A alternativa B está incorreta, dado que quando se trata da coisa comum a dois, cada um pode individualmente dar em garantia real a parte que tiver, como disposto pelo Art. 1.420 § 2º: Art. 1.420. Só aquele que pode alienar poderá empenhar, hipotecar ou dar em anticrese; só os bens que se podem alienar poderão ser dados em penhor, anticrese ou hipoteca. § 2o A coisa comum a dois ou mais proprietários não pode ser dada em garantia real, na sua totalidade, sem o consentimento de todos; mas cada um pode individualmente dar em garantia real a parte que tiver. Para maior entendimento do dispositivo, reler explicação expressa na alternativa A. A alternativa C está incorreta, pois é fato que a constituição de hipoteca poderá ser feita individualmente por Ricardo sobre apenas sua própria parte, independente do consentimento de Antônio. A alternativa D está incorreta, pois a constituição de hipoteca poderá ser feita individualmente por Antônio sobre apenas sua própria parte, independente do consentimento de Ricardo. A alternativa E está correta, dado que seu conteúdo é concernente com o disposto pelo Art. 1.420 do Código Civil: Art. 1.420. Só aquele que pode alienar poderá empenhar, hipotecar ou dar em anticrese; só os bens que se podem alienar poderão ser dados em penhor, anticrese ou hipoteca. § 1º. A propriedade superveniente torna eficaz, desde o registro, as garantias reais estabelecidas por quem não era dono. § 2º. A coisa comum a dois ou mais proprietários não pode ser dada em garantia real, na sua totalidade, sem o consentimento de todos; mas cada um pode individualmente dar em garantia real a parte que tiver. 21. (FCC / TRT - 11ª REGIÃO – 2017) Sobre a hipoteca, de acordo com o Código Civil, é correto afirmar: a) Não é nula a cláusula que autoriza o credor hipotecário a ficar com o objeto da garantia, se a dívida não for paga no vencimento. b) Desapropriado o bem dado em garantia hipotecária pelo devedor a dívida estará, em regra, vencida. c) Os sucessores do devedor podem remir parcialmente a hipoteca na proporção dos seus quinhões. d) A propriedade superficiária não pode ser objeto de hipoteca. e) As partes poderão convencionar em contrato cláusula proibindo o proprietário de alienar o imóvel hipotecado. Comentários Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 66 131 A alternativa A está incorreta, pois é nula a cláusula que autoriza, como fixado no Art. 1.428. “É nula a cláusula que autoriza o credor pignoratício, anticrético ou hipotecário a ficar com o objeto da garantia, se a dívida não for paga no vencimento.” O código civil expressamente proíbe a cláusula comissória, que consiste na previsão contratual que autoriza o credor a se apropriar da coisa dada em garantia, nos casos em que a dívida não for paga. Embora seja proibida, é permitido ao devedor, após o vencimento da dívida, entregar a coisa para o seu pagamento, que liberará o devedor na hipótese de aceitação do credor. Trata-se do ato de dação em pagamento, sendo um ato do devedor contemplado no sistema jurídico. A alternativa B está correta, uma vez que a dívida se considera vencida se desapropriado o bem dado em garantia. Art. 1.425. A dívida considera-se vencida: V - se se desapropriar o bem dado em garantia, hipótese na qual se depositará a parte do preço que for necessária para o pagamento integral do credor. A alternativa C está incorreta, pois de acordo com o disposto pelo Art. 1.429: “Os sucessores do devedor não podem remir parcialmente o penhor ou a hipoteca na proporção dos seus quinhões; qualquer deles, porém, pode fazê-lo no todo.” A alternativa D está incorreta, dado que a propriedade superficiária poderá ser objeto de hipoteca, de acordo com o Art. 1473 do Código Civil: Art. 1.473. Podem ser objeto de hipoteca: X - a propriedade superficiária. A alternativa E está incorreta, pois de acordo com o Art. 1.475 temos que: “É nula a cláusula que proíbe ao proprietário alienar imóvel hipotecado.” 22. (FCC / TRT - 11ª REGIÃO – 2017) A respeito do penhor, da hipoteca e da anticrese, é correto afirmar que a)Os sucessores do devedor podem remir parcialmente o penhor ou a hipoteca na proporção dos seus quinhões. b) É nula a cláusula que autoriza o credor pignoratício, anticrético ou hipotecário a ficar com o objeto da garantia, se a dívida não for paga no vencimento. c) É válida a cláusula que proíbe ao proprietário alienar o imóvel hipotecado. d) O dono do imóvel hipotecado não pode constituir outra hipoteca sobre ele, mediante novo título, em favor de outro credor. e) Cada um dos coproprietários não pode dar em garantia real a parte que tiver da coisa comum sem o consentimento de todos. Comentários Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 67 131 A alternativa A está incorreta, pois os sucessores não podem remir, de acordo com o Código Civil em seu Art. 1.429, que dispõe: “Os sucessores do devedor não podem remir parcialmente o penhor ou a hipoteca na proporção dos seus quinhões; qualquer deles, porém, pode fazê-lo no todo.” A alternativa B está correta, pois sua redação está em conformidade com a redação do Art. 1.428, que dispõe: “É nula a cláusula que autoriza o credor pignoratício, anticrético ou hipotecário a ficar com o objeto da garantia, se a dívida não for paga no vencimento.” A alternativa C está incorreta, dado que de acordo com o Código Civil, em seu Art. 1.475: ”É nula a cláusula que proíbe ao proprietário alienar imóvel hipotecado.” A alternativa D está incorreta, pois conforme disposto pelo Código Civil em seu Art. 1.476: “O dono do imóvel hipotecado pode constituir outra hipoteca sobre ele, mediante novo título, em favor do mesmo ou de outro credor.” A alternativa E está incorreta, dado que de acordo com o Código Civil, em seu Art. 1.420: “Só aquele que pode alienar poderá empenhar, hipotecar ou dar em anticrese; só os bens que se podem alienar poderão ser dados em penhor, anticrese ou hipoteca. § 2º. A coisa comum a dois ou mais proprietários não pode ser dada em garantia real, na sua totalidade, sem o consentimento de todos; mas cada um pode individualmente dar em garantia real a parte que tiver.” 23. (FCC / TRT - 20ª REGIÃO – 2016) Considere as proposições abaixo, acerca do penhor, da hipoteca e da anticrese: I. As garantias reais estabelecidas por quem não é dono tornam-se eficazes, desde o registro, com a propriedade superveniente. II. A coisa comum a dois ou mais proprietários pode ser dada em garantia real, na sua totalidade, sem o consentimento de todos. III. Em regra, o pagamento de uma ou mais prestações da dívida importa exoneração correspondente da garantia. IV. A dívida garantida por penhor, hipoteca ou anticrese considera-se vencida se o devedor cair em insolvência ou falir. Está correto o que se afirma APENAS em a) I e IV. b) III e IV. c) I e III. d) II e IV. e) III. Comentários Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 68 131 A afirmativa I está correta, pois de acordo com o Código Civil em seu Art. 1.420. “Só aquele que pode alienar poderá empenhar, hipotecar ou dar em anticrese; só os bens que se podem alienar poderão ser dados em penhor, anticrese ou hipoteca. § 1º. A propriedade superveniente torna eficaz, desde o registro, as garantias reais estabelecidas por quem não era dono.” Analisando-se o disposto pelo artigo, temos que a validade da garantia real depende da capacidade geral para os atos da vida civil e da especial para alienar, uma vez que a submissão do bem a esse regime pode resultar na sua alienação judicial. A garantia ofertada pelo coerdeiro deve ser limitada à sua quota, sendo ineficaz se incidir sobre bem da herança considerado singularmente, podendo, todavia, produzir efeitos se o herdeiro cedente vier a ser comtemplado como proprietário do bem que foi aludido na partilha. Se tratando de constituição de garantia real sobre coisa alheia, possível a sua revalidação nos casos em que o bem possa ser alienado, mas não poderia ter sido realizada pelo agente por não lhe pertencer. A garantia considerada ineficaz revigora-se com a ulterior aquisição do domínio. A afirmativa II está incorreta, visto que não pode ser dada em garantia real na sua totalidade sem o consentimento de todos, de acordo com o Código Civil no Art. 1.420. “Só aquele que pode alienar poderá empenhar, hipotecar ou dar em anticrese; só os bens que se podem alienar poderão ser dados em penhor, anticrese ou hipoteca. § 2º. A coisa comum a dois ou mais proprietários não pode ser dada em garantia real, na sua totalidade, sem o consentimento de todos; mas cada um pode individualmente dar em garantia real a parte que tiver.” A afirmativa III está incorreta, pois como disposto pelo Art. 1.421. do código civil: “O pagamento de uma ou mais prestações da dívida não importa exoneração correspondente da garantia, ainda que esta compreenda vários bens, salvo disposição expressa no título ou na quitação.” A afirmativa IV está correta, pois conforme expressa o Art. 1425 do Código Civil: Art. 1.425. A dívida considera-se vencida: II - se o devedor cair em insolvência ou falir; A alternativa A está correta, pois menciona as afirmativas corretas I e IV. As alternativas B, C, D e E estão incorretas, consequentemente. 24. (FCC / TRT - 20ª REGIÃO – 2016) Mateus e Lucas firmaram contrato de mútuo por meio do qual Mateus emprestou R$ 80.000,00 a Lucas. Lucas assumiu a obrigação de devolver o dinheiro em 80 meses. O contrato foi garantido por hipoteca de um dos imóveis de propriedade de Lucas. Se Lucas inadimplir uma das parcelas a) Considerar-se-á vencida a dívida, não havendo renúncia ao direito de execução imediata se Mateus receber posteriormente a prestação atrasada. b) Poderá Mateus cobrar apenas a parcela vencida, inexistindo, no caso, vencimento antecipado da dívida. c) Extinguir-se-á a hipoteca, a menos que Mateus proceda à execução imediata do total da dívida. d) Considerar-se-á vencida a dívida, mas havendo renúncia ao direito de execução imediata se Mateus receber posteriormente a prestação atrasada. Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 69 131 e) A propriedade do bem se consolidará em favor de Mateus, independentemente de execução da dívida. Comentários A alternativa A está incorreta, dado que há a renúncia ao direito de execução imediata se Mateus receber posteriormente a prestação atrasada. A alternativa B está incorreta, visto que, há o vencimento antecipado da dívida. Vide Art. 1.425 inc. III. Art. 1.425. A dívida considera-se vencida: ... III - se as prestações não forem pontualmente pagas, toda vez que deste modo se achar estipulado o pagamento. Neste caso, o recebimento posterior da prestação atrasada importa renúncia do credor ao seu direito de execução imediata; Conforme o dispositivo, a impontualidade do devedor é sinal indicativo de sua insolvência, o que autoriza considerar a dívida vencida como forma de manutenção da integralidade da garantia, pois a eventual cobrança judicial de parte da dívida implicaria na perda da segurança. O recebimento posterior implica na renúncia ao direito de execução imediata. A alternativa C está incorreta, pois será extinguida a hipoteca caso Mateus proceda à execução imediata do total da dívida e não haja recebimento posterior da prestação atrasada. A alternativa D está correta, dado que está expresso confirme ao Art. 1.425 inc. III, que dispõe: Art. 1.425 - A dívida considera-se vencida: III - se as prestações não forem pontualmente pagas, toda vez que deste modo se achar estipulado o pagamento. A impontualidade do devedor é sinal indicativo de sua insolvência, oque autoriza considerar a dívida vencida como forma de manutenção da integralidade da garantia, pois a eventual cobrança judicial de parte da dívida implicaria na perda da segurança. O recebimento posterior implica na renúncia ao direito de execução imediata. A alternativa E está incorreta, dado que para o bem se consolidar em favor de Mateus depende da execução da dívida. 25. (FCC / PGE-MT – 2016) Endividado, Ademir contraiu empréstimo de R$ 100.00,00 (cem mil reais) com o Banco Riqueza, oferecendo, como garantia, a hipoteca de um de seus imóveis. Paga parcialmente a dívida, Ademir alienou referido imóvel a Josué. A hipoteca a) É extinta tanto pelo pagamento parcial da dívida como pela alienação da coisa. b) É extinta pelo pagamento parcial da dívida. c) Não é extinta pelo pagamento parcial da dívida, mas impede a alienação da coisa. Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 70 131 d) Não é extinta pelo pagamento parcial da dívida, nem impede a alienação da coisa, mas o credor hipotecário não poderá fazer valer o direito real de garantia contra o adquirente do bem. e) Não é extinta pelo pagamento parcial da dívida nem impede a alienação da coisa, mas o credor hipotecário poderá fazer valer o direito real de garantia contra o adquirente do bem. Comentários A alternativa E está correta, pois a propriedade possui determinados atributos, o uso, o gozo e a fruição. Tais atributos são inerentes à própria propriedade. Desta forma, quando alguém é proprietário de algo, este possui o direito de usar, gozar e usufruir deste algo, porque estes atributos são intrínsecos a sua propriedade. A propriedade é um direito real (art. 1.225 do CC/2002), e, os direitos reais podem ser divididos em: direitos reais sobre coisas próprias e direitos reais sobre coisas alheias. Os direitos reais sobre coisas alheias abrangem basicamente duas categorias: de gozo (ou de fruição) e de garantia. Mesmo uma pessoa sendo proprietária de algo, o atributo do gozo (ou da fruição) é delegado à terceira pessoa para que ela os exerça – são os chamados direitos reais sobre coisas alheias, direitos de gozo ou de fruição. Já os direitos de garantia vinculam uma coisa a uma obrigação. Desta forma, pode-se concluir que não há vinculação exclusiva entre pessoas, pois há a figura de um bem, que estará tão vinculado quanto o devedor na obrigação. São direitos de garantia o penhor a hipoteca e a anticrese. A questão trata da hipoteca, que não é extinta pelo pagamento parcial da dívida, vide art. 1.499 do CC/2002, nem impede que o devedor hipotecário venda o bem (art. 1.475 do CC/2002), mas o credor hipotecário poderá fazer valer seu direito frente ao novo dono do bem. As alternativas A, B, C e D estão incorretas, consequentemente. 26. (FCC / TRT - 14ª REGIÃO – 2016) No que concerne ao penhor, hipoteca e anticrese nos termos estabelecidos pelo Código Civil brasileiro, a dívida NÃO se considera vencida: a) Se desapropriar o bem dado em garantia, hipótese na qual se depositará a parte do preço que for necessária para o pagamento integral do credor. b) Se o devedor cair em insolvência ou falir. c) Se as prestações não forem pontualmente pagas, toda vez que deste modo se achar estipulado o pagamento. d) Se perecer o bem dado em garantia e o mesmo for substituído. e) Se, deteriorando-se, ou depreciando-se o bem dado em segurança, desfalcar a garantia, e o devedor, intimado, não a reforçar ou substituir. Comentários Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 71 131 A alternativa A está incorreta, dado que a dívida se considera vencida, de acordo com o art. 1.425, V “se se desapropriar o bem dado em garantia, hipótese na qual se depositará a parte do preço que for necessária para o pagamento integral do credor.” A desapropriação do bem dado em garantia também constitui causa de antecipação do vencimento da dívida. Se mais de um bem for dado em garantia e a desapropriação recair sobre apenas um deles, o vencimento antecipado da dívida será apenas parcial, proporcionalmente ao desfalque patrimonial. Ocorrerá uma exceção ao princípio da indivisibilidade da garantia real, em favor do devedor, pois o credor não teria motivos para a antecipação integral do débito. Art. 1.425. A dívida considera-se vencida: V - se se desapropriar o bem dado em garantia, hipótese na qual se depositará a parte do preço que for necessária para o pagamento integral do credor. A alternativa B está incorreta, dado que que a dívida se considera vencida nos termos do art. 1.425, II “se o devedor cair em insolvência ou falir.” A insolvência ou falência do devedor também são causas que antecipam o vencimento da dívida. A alternativa C está incorreta, dado que se as prestações não forem pontualmente pagas, toda vez que deste modo se achar estipulado o pagamento. Neste caso, o recebimento posterior da prestação atrasada importa renúncia do credor ao seu direito de execução imediata, conforme dispõe o art. 1.425, III. Art. 1.425. A dívida considera-se vencida: ... III - se as prestações não forem pontualmente pagas, toda vez que deste modo se achar estipulado o pagamento. Neste caso, o recebimento posterior da prestação atrasada importa renúncia do credor ao seu direito de execução imediata; Sendo esta expressa no artigo, a impontualidade do devedor é sinal indicativo de sua insolvência, o que autoriza considerar a dívida vencida como forma de manutenção da integralidade da garantia, pois a eventual cobrança judicial de parte da dívida implicaria na perda da segurança. O recebimento posterior implica na renúncia ao direito de execução imediata. A alternativa D está correta, dado não se considera vencida a dívida se parecer o bem dado em garantia e o mesmo for substituído. Uma vez que ele não se encontra no rol do art. 1.425, que dispõe: Art. 1.425. A dívida considera-se vencida: I - se, deteriorando-se, ou depreciando-se o bem dado em segurança, desfalcar a garantia, e o devedor, intimado, não a reforçar ou substituir; II - se o devedor cair em insolvência ou falir; Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 72 131 III - se as prestações não forem pontualmente pagas, toda vez que deste modo se achar estipulado o pagamento. Neste caso, o recebimento posterior da prestação atrasada importa renúncia do credor ao seu direito de execução imediata; IV - se perecer o bem dado em garantia, e não for substituído; V - se se desapropriar o bem dado em garantia, hipótese na qual se depositará a parte do preço que for necessária para o pagamento integral do credor. § 1o Nos casos de perecimento da coisa dada em garantia, esta se sub-rogará na indenização do seguro, ou no ressarcimento do dano, em benefício do credor, a quem assistirá sobre ela preferência até seu completo reembolso. § 2o Nos casos dos incisos IV e V, só se vencerá a hipoteca antes do prazo estipulado, se o perecimento, ou a desapropriação recair sobre o bem dado em garantia, e esta não abranger outras; subsistindo, no caso contrário, a dívida reduzida, com a respectiva garantia sobre os demais bens, não desapropriados ou destruídos. A alternativa E está incorreta, dado que se considera vencida nos termos do art. 1.425, I “se, deteriorando- se, ou depreciando-se o bem dado em segurança, desfalcar a garantia, e o devedor, intimado, não a reforçar ou substituir;” O inciso citado trata dos casos em que há deterioração ou depreciação da coisa, sendo hipótese em que ocorra a desvalorização, cabendo ao devedor reforçar a garantia ou à subsistir. 27. (FCC / TJ-PI – 2015) Oscontratos de penhor e de hipoteca declararão a) Necessariamente apenas o valor da dívida e do bem dado em garantia. b) O prazo fixado para pagamento, mas não é preciso declarar o valor do crédito, ou estimá-lo, nem valor máximo ou mínimo, podendo esses valores serem declarados no vencimento, para fins de cobrança. c) O valor do crédito, sua estimação ou valor máximo, bem como o prazo fixado para pagamento, sob pena de não terem eficácia. d) O valor mínimo do crédito ou sua estimação, bem como o prazo do pagamento, sob pena de nulidade. e) Obrigatoriamente o valor da dívida, o do bem dado em garantia, e o prazo para pagamento se houver, não sendo, porém, necessário mencionar a taxa de juros, mesmo que se trate de mútuo feneratício. Comentários A alternativa A está incorreta, dado que além de não serem apenas dois itens que importam, um deles não seria o valor da dívida, mas sim o valor do crédito. A alternativa B está incorreta, pois é necessário declarar valor do crédito, sua estimação, ou valor máximo para que terem plena eficácia. A alternativa C está correta, dado que sua redação concerne com o conteúdo do Art. 1.424 do Código Civil, que dispõe: Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 73 131 Art. 1.424 - Os contratos de penhor, anticrese ou hipoteca declararão, sob pena de não terem eficácia: I - o valor do crédito, sua estimação, ou valor máximo; II - o prazo fixado para pagamento; III - a taxa dos juros, se houver; IV - o bem dado em garantia com as suas especificações. A alternativa D está incorreta, dado que a falta de um dos requisitos não gera a nulidade do direito real ou a sua ineficácia para os envolvidos contratantes, mas sim sua ineficácia perante terceiros. A alternativa E está incorreta, visto que se entende por ‘mútuo feneratício’ aquele contrato de empréstimo oneroso em que há incidência de juros da coisa fungível. Portanto, no caso de incidência de juros, há a necessidade da cláusula que estipule a taxa de juros. 28. (FCC / TJ-SC – 2015) O instrumento do penhor deverá a) Mencionar o valor do crédito, sua estimação ou valor máximo; não poderá, entretanto, fixar taxa de juros. b) Observar necessariamente a forma de escritura pública, quando se tratar de penhor rural. c) Em qualquer de suas modalidades ser registrado no Cartório de Títulos e Documentos, por dizer respeito a garantia real com bens móveis. d) Ser levado a registro, no caso de penhor comum no Cartório de Títulos e Documentos e, no caso de penhor rural, no Cartório de Registo de Imóveis da circunscrição em que estiverem situadas as coisas empenhadas. e) Identificar o bem dado em garantia com as suas especificações e o valor mínimo do crédito concedido. Comentários A alternativa A está incorreta, dado que conforme expresso pelo Art. 1.424 do CC em seu inciso III, deverá, também, fixar a taxa de juros, se houver. Art. 1.424. Os contratos de penhor, anticrese ou hipoteca declararão, sob pena de não terem eficácia: I - o valor do crédito, sua estimação, ou valor máximo; II - o prazo fixado para pagamento; III - a taxa dos juros, se houver; IV - o bem dado em garantia com as suas especificações. A alternativa B está incorreta, dado que, de acordo com o Art. 1.438 do CC, constitui-se o penhor rural mediante instrumento público ou particular. Art. 1.438. Constitui-se o penhor rural mediante instrumento público ou particular, registrado no Cartório de Registro de Imóveis da circunscrição em que estiverem situadas as coisas empenhadas. Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 74 131 A alternativa C está incorreta, pois os penhores comuns, de diretos e títulos de crédito, e de veículos devem ser registrados no Cartório de títulos e Documentos (vide Art. 1.432, 1.452 e 1.462 do CC, respectivamente), enquanto penhores rurais, como também, penhores industriais e mercantis devem ser registrados em Cartório de Registro de Imóveis (vide Art. 1.438 e 1.448 do CC, respectivamente). A alternativa D está correta, dado que seu conteúdo corresponde ao expresso pelos Art. 1.432 e 1.438 do Código Civil, que dispõem acerca do penhor comum e do penhor rural: Penhor comum: Art. 1.432. O instrumento do penhor deverá ser levado a registro, por qualquer dos contratantes; o do penhor comum será registrado no Cartório de Títulos e Documentos. Penhor rural: Art. 1.438. Constitui-se o penhor rural mediante instrumento público ou particular, registrado no Cartório de Registro de Imóveis da circunscrição em que estiverem situadas as coisas empenhadas. A alternativa E está incorreta, dado deve ser concedido o a informação do valor máximo do crédito concedido, de acordo com o Art. 1424 do Código Civil: Art. 1.424 - Os contratos de penhor, anticrese ou hipoteca declararão, sob pena de não terem eficácia: I - o valor do crédito, sua estimação, ou valor máximo; 29. (FCC / MANAUSPREV – 2015) Sobre os direitos reais de garantia, é correto afirmar que a) Não se admite o penhor de colheita em vias de formação. b) O usufrutuário não pode hipotecar o bem objeto do usufruto. c) O condômino não pode, individualmente, dar em hipoteca sua respetiva parte. d) Não pode o cônjuge, sem autorização do outro, gravar de ônus real os bens imóveis, seja qual for o regime de bens. e) O pagamento parcial da dívida, em regra, extingue parcialmente a hipoteca. Comentários A alternativa A está incorreta, dado que se admite o penhor de colheita em via de formação. De acordo com o Código Civil: Art. 1.442. Podem ser objeto de penhor: II - colheitas pendentes, ou em via de formação; O penhor agrícola recai sobre coisas relacionadas à exploração da atividade agrícola, tais como máquinas e instrumentos, colheitas, frutos, lenhas, carvão vegetal e animais. A alternativa B está correta, pois o usufrutuário não pode hipotecar o bem, objeto de usufruto, dado que não se pode transferir usufruto por alienação e só pode hipotecar aquele que se pode alienar, como disposto pelo Código Civil: Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 75 131 Art. 1.393. Não se pode transferir o usufruto por alienação; mas o seu exercício pode ceder-se por título gratuito ou oneroso. O direito real de usufruto não pode ser transmitido a um terceiro, dado que tem um caráter personalíssimo. No entanto, a cessão do direito de usufruto poderá ocorrer em favor de terceiros, quando aquele não puder ou não quiser exercer o gozo. O terceiro envolvido no caso não substitui o usufrutuário direto e, portanto, não tem a seu favor um direito real que acobertaria, restando-lhe apenas uma relação jurídica de direito pessoal ou obrigacional, dispensando registro do título no cartório de registro imobiliário. Art. 1.420. Só aquele que pode alienar poderá empenhar, hipotecar ou dar em anticrese; só os bens que se podem alienar poderão ser dados em penhor, anticrese ou hipoteca. De acordo com o disposto pelo artigo, temos que a validade da garantia real depende da capacidade geral para os atos da vida civil e da especial para alienar, uma vez que a submissão do bem a esse regime pode resultar na sua alienação judicial. A garantia ofertada pelo coerdeiro deve ser limitada à sua quota, sendo ineficaz se incidir sobre bem da herança considerado singularmente, podendo, todavia, produzir efeitos se o herdeiro cedente vier a ser comtemplado como proprietário do bem que foi aludido na partilha. Se tratando de constituição de garantia real sobre coisa alheia, possível a sua revalidação nos casos em que o bem possa ser alienado, mas não poderia ter sido realizada pelo agentepor não lhe pertencer. A garantia considerada ineficaz revigora-se com a ulterior aquisição do domínio. Como requisito objetivo, o código só estabelece que só os bens alienáveis podem ser objeto de penhor, hipoteca e anticrese. Os bens fora do comércio, tais quais os bens públicos, não podem ser objeto da garantia. De acordo com súmula 364 do STF: “o conceito de impenhorabilidade do bem de família abrange também o imóvel pertencente a pessoas solteiras, separadas e viúvas” A alternativa C está incorreta, pois o Código Civil em seu Art. 1.420. § 2º. “A coisa comum a dois ou mais proprietários não pode ser dada em garantia real, na sua totalidade, sem o consentimento de todos; mas cada um pode individualmente dar em garantia real a parte que tiver”. Art. 1.420. Só aquele que pode alienar poderá empenhar, hipotecar ou dar em anticrese; só os bens que se podem alienar poderão ser dados em penhor, anticrese ou hipoteca. ... § 2o A coisa comum a dois ou mais proprietários não pode ser dada em garantia real, na sua totalidade, sem o consentimento de todos; mas cada um pode individualmente dar em garantia real a parte que tiver. A alternativa D está incorreta, pois no regime de separação absoluta o cônjuge poderá, sem autorização do outro, gravar de ônus real os bens imóveis, como disposto pelo Art. 1647 do Código Civil: Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do outro, exceto no regime da separação absoluta: I - alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis; Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 76 131 A alternativa E está incorreta, pois de acordo com o disposto pelo Código Civil em seu Art. 1.421: “O pagamento de uma ou mais prestações da dívida não importa exoneração correspondente da garantia, ainda que esta compreenda vários bens, salvo disposição expressa no título ou na quitação.” 30. (FCC / DPE-CE – 2014) Ana Paula celebrou promessa de compra e venda de imóvel com “Construtora Agia Certo Ltda.”. Esta, por sua vez, ofereceu o bem em hipoteca a “Banco da Construção S.A.”, agente financiador do empreendimento. De acordo com Súmula do Superior Tribunal de Justiça, não pago o débito contraído pela construtora perante o agente financiador, a) A hipoteca não terá eficácia perante Ana Paula, desde que seja posterior à celebração da promessa de compra e venda. b) Deverá ser dada oportunidade para que Ana Paula pague a respectiva cota-parte da dívida ao agente financiador, mesmo que já tenha sido ajuizada ação para excussão do bem. c) Antes da excussão do bem, deverá ser dada oportunidade para que Ana Paula pague a respectiva cota- parte da dívida ao agente financiador. d) O bem oferecido em hipoteca poderá ser excutido pelo agente financiador, pois os direitos reais produzem efeitos erga omnes. e) A hipoteca não terá eficácia perante Ana Paula, mesmo que seja anterior à celebração da promessa de compra e venda. Comentários A alternativa A está incorreta, dado que, independentemente se for anterior ou posterior à celebração da promessa de compra e venda, a hipoteca não terá eficácia perante Ana Paula. A alternativa B está incorreta, visto que, esclarecido pela súmula 308 do STJ, não tem eficácia perante os adquirentes do imóvel, sendo esta Ana Paula. Súmula 308: “A hipoteca firmada entre a construtora e o agente financeiro, anterior ou posterior à celebração da promessa de compra e venda, não tem eficácia perante os adquirentes do imóvel” A alternativa C está incorreta, visto que, esclarecido pela súmula 308 do STJ, não tem eficácia perante os adquirentes do imóvel, no caso, Ana Paula. Súmula 308: “A hipoteca firmada entre a construtora e o agente financeiro, anterior ou posterior à celebração da promessa de compra e venda, não tem eficácia perante os adquirentes do imóvel” A alternativa D está incorreta, pois a afirmativa fere o direito à moradia, sendo assim a hipoteca firmada entre construtora e agente financeiro não tem eficácia perante os adquirentes do imóvel. Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 77 131 A alternativa E está correta, de acordo com o expresso pela Súmula 308 do STJ: Súmula 308 STJ: A hipoteca firmada entre a construtora e o agente financeiro, anterior ou posterior à celebração da promessa de compra e venda, não tem eficácia perante os adquirentes do imóvel. 31. (FCC / TRT 2ª REGIÃO – 2014) Após pagar um terço de empréstimo garantido por hipoteca de seu imóvel, Bento Francisco procura aliená-lo a Kelly Joyce, mas ao notificar o credor hipotecário − o banco que lhe emprestou o dinheiro − este não consente com a venda, alegando haver no contrato cláusula que a proíbe expressamente. O posicionamento do banco credor é a) Válido juridicamente, pois a alienação do imóvel só é possível pelo tomador do empréstimo após o pagamento de dois terços da dívida. b) Válido juridicamente, já que o contrato faz lei entre as partes e Bento Francisco o celebrou livre e espontaneamente. c) Juridicamente equivocado, por ser anulável o contrato, dada a abusividade da cláusula proibitiva de alienação. d) Juridicamente equivocado, já que a lei civil prevê ser nula a cláusula que proíbe ao proprietário alienar imóvel hipotecado. e) Juridicamente equivocado, pois, embora não se possa alienar a coisa antes de pago um determinado montante, a partir de um terço do pagamento do empréstimo já é possível vender o imóvel dado em garantia hipotecária. Comentários A alternativa A está incorreta, pois o Código Civil lei prevê ser nula a cláusula que proíbe ao proprietário alienar imóvel hipotecado, em seu Art. 1475: Art. 1475. É nula a cláusula que proíbe ao proprietário alienar imóvel hipotecado. A alternativa B está incorreta, pois a afirmação é equivocada perante os termos do art.1475, que dispõe: Art. 1475. É nula a cláusula que proíbe ao proprietário alienar imóvel hipotecado. A alternativa C está incorreta, pois, mesmo sendo correto afirmar que é judicialmente equivocado, é errôneo afirmar que é equivocado por ser anulável, uma vez que o posicionamento do banco credor é nulo de acordo com o art. 1.475. Art. 1475. É nula a cláusula que proíbe ao proprietário alienar imóvel hipotecado. A alternativa D está correta, pois sua redação é concernente com o disposto pelo Art. 1.475, o qual afirma que “É nula a cláusula que proíbe ao proprietário alienar imóvel hipotecado.” A alternativa E está incorreta, dado que o art. 1.475, dispõe que: “É nula a cláusula que proíbe ao proprietário alienar imóvel hipotecado.” Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 78 131 32. (FCC / TRT-AL – 2014) Objetivando financiar a aquisição de uma casa, Maria procura o Banco Mediterrâneo, que lhe empresta o dinheiro mas exige, em garantia, a hipoteca do imóvel. Adquirida a casa, Maria realiza diversas benfeitorias, como calhas de escoamento de água, portão e churrasqueira. Passado algum tempo, Maria não consegue pagar o financiamento, levando o Banco Mediterrâneo a excutir a garantia. A excussão da hipoteca a) Abrange o imóvel e todas as benfeitorias realizadas por Maria. b) É nula, pois os imóveis devem ser objeto de penhor. c) Abrange apenas o imóvel, sem as benfeitorias. d) Abrange o imóvel e as benfeitorias voluptuárias, apenas. e) Abrange o imóvel e as benfeitorias necessárias e úteis, apenas. Comentários A alternativa A está correta, pois sua redação está conforme a do Art. 1.474 do Código Civil, que dispõe: “A hipoteca abrange todas as acessões, melhoramentos ou construções do imóvel.”. Art. 1.474- A hipoteca abrange todas as acessões, melhoramentos ou construções do imóvel. Subsistem os ônus reais constituídos e registrados, anteriormente à hipoteca, sobre o mesmo imóvel. O dispositivo em questão trata acerca da extensão da hipoteca, estabelecendo que as acessões, melhoramentos e construções feitas no imóvel são abrangidas pela garantia. Seguindo a regra de que o acessório segue o principal, estabeleceu-se uma presunção relativa de que todas as acessões naturais ou artificiais, bem como as benfeitorias, garantirão a obrigação principal. A extensibilidade não alcança direito real anteriormente constituído, respeitando-se a propriedade fixada pela prenotação do título junto ao Cartório de Registro de Imóveis. As alternativa B, C, D e E estão incorretas, consequentemente. 33. (FCC / TJ-AP – 2014) A respeito do penhor, considere: I. não se extingue o penhor com o perecimento da coisa. II. em regra, o credor pignoratício tem direito a ficar na posse da coisa empenhada. III. os frutos da coisa empenhada devem ser restituídos ao devedor depois de paga a dívida. IV. o instrumento do penhor deve ser levado ao Registro de Imóveis exclusivamente pelo credor a quem aproveita. De acordo com o Código Civil, está correto o que se afirma em a) I, II, III e IV. b) II e III, apenas. c) III e IV, apenas. d) I, III e IV, apenas. Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 79 131 e) I e II, apenas. Comentários A afirmativa I está incorreta, dado que de acordo com o Código Civil, em seu Art. 1.436, é disposto que: “Extingue-se o penhor: II - perecendo a coisa.” A afirmativa II está correta, pois sua redação está concernente com o disposto pelo Art. 1.433: “O credor pignoratício tem direito: I - à posse da coisa empenhada.” A afirmativa III está correta, dado que de acordo com o Código Civil em seu Art. 1.435: “ O credor pignoratício é obrigado: IV - a restituí-la, com os respectivos frutos e acessões, uma vez paga a dívida.” A afirmativa IV está incorreta, pois pode ser levado a registro, por qualquer dos contratantes, de acordo com o Código Civil em seu Art. 1.432. “O instrumento do penhor deverá ser levado a registro, por qualquer dos contratantes; o do penhor comum será registrado no Cartório de Títulos e Documentos.” A alternativa B está correta, porque menciona as afirmativas II e III. As alternativas A, C, D e E estão incorretas, consequentemente. 34. (FCC / TJ-AP – 2014) Considere as proposições a respeito da hipoteca: I. Os bens de uso comum do povo podem ser objeto de hipoteca. II. É nula a cláusula que confere ao credor hipotecário o direito de ficar com o bem dado em garantia na hipótese de a dívida não ser paga no vencimento. III. Podem ser objeto de hipoteca os acessórios dos imóveis, conjuntamente com eles. IV. Apenas em favor do mesmo credor pode o dono do imóvel hipotecado constituir outra garantia sobre o bem. De acordo com o Código Civil, está correto o que se afirma em a) II e III, apenas. b) I, II, III e IV. c) II, III e IV, apenas. d) I e III, apenas. e) I, II e IV, apenas. Comentários A afirmativa I está incorreta, visto que os bens de uso comum do povo não constam no rol do art. 1.473 do CC, que dispõe: Art. 1.473. Podem ser objeto de hipoteca: Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 80 131 I - os imóveis e os acessórios dos imóveis conjuntamente com eles; II - o domínio direto; III - o domínio útil; IV - as estradas de ferro; V - os recursos naturais a que se refere o art. 1.230, independentemente do solo onde se acham; VI - os navios; VII - as aeronaves. VIII - o direito de uso especial para fins de moradia; IX - o direito real de uso; X - a propriedade superficiária. A afirmativa II está correta, pois sua redação está de acordo com o Código Civil no Art. 1.428 que expressa: “É nula a cláusula que autoriza o credor pignoratício, anticrético ou hipotecário a ficar com o objeto da garantia, se a dívida não for paga no vencimento.” A afirmativa III está correta, pois sua redação está em concordância com o art. 1.473, que dispõe: Art. 1.473. Podem ser objeto de hipoteca: I - os imóveis e os acessórios dos imóveis conjuntamente com eles; A afirmativa IV está incorreta, pois de acordo com o Código Civil, em seu Art. 1476: Art. 1.476. O dono do imóvel hipotecado pode constituir outra hipoteca sobre ele, mediante novo título, em favor do mesmo ou de outro credor. A alternativa A está correta, uma vez que, aborda as afirmativas II e III, sendo as corretas. As alternativas B, C, D e E estão incorretas, consequentemente. 35. (FCC / TJ-PE – 2013) No tocante aos direitos reais de garantia, analise as afirmações abaixo. I. O credor anticrético tem direito a reter em seu poder o bem, enquanto a dívida não for paga. Extingue- se esse direito decorridos quinze anos da data de sua constituição. II. A coisa comum a dois ou mais proprietários não pode ser dada em garantia real, na sua totalidade, sem o consentimento de todos, mas cada um pode individualmente dar em garantia real a parte que tiver nessa coisa comum. Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 81 131 III. Nos casos de perecimento da coisa dada em garantia, esta se sub-rogará na indenização do seguro, ou no ressarcimento do dano, conforme o caso, em benefício do credor, a quem assistirá sobre ela preferência até seu completo reembolso. Está correto o que se afirma em a) I e II, apenas. b) III, apenas. c) I, II e III. d) II e III, apenas. e) I e III, apenas. Comentários A afirmação I está correta, pois está concernente com o art. 1.423, que dispõe: “O credor anticrético tem direito a reter em seu poder o bem, enquanto a dívida não for paga; extingue-se esse direito decorridos quinze anos da data de sua constituição.” O credor anticrético não possui o direito de preferência, de acordo com o dispositivo. Em compensação, o legislador lhe assegura um direito de retenção sobre a coisa imóvel, em um prazo máximo de 15 anos. Trata- se de prazo decadencial, cujo transcurso converte o crédito em quirografário, sendo que o transcurso do prazo, com ou sem a satisfação do credor anticrético, converte a sua posse em precária em decorrência do abuso de confiança. A afirmação II está correta, de acordo com o Código Civil Art. 1.420. § 2º. “A coisa comum a dois ou mais proprietários não pode ser dada em garantia real, na sua totalidade, sem o consentimento de todos; mas cada um pode individualmente dar em garantia real a parte que tiver.” Analisando-se o disposto pelo artigo, temos que a validade da garantia real depende da capacidade geral para os atos da vida civil e da especial para alienar, uma vez que a submissão do bem a esse regime pode resultar na sua alienação judicial. A garantia ofertada pelo coerdeiro deve ser limitada à sua quota, sendo ineficaz se incidir sobre bem da herança considerado singularmente, podendo, todavia, produzir efeitos se o herdeiro cedente vier a ser comtemplado como proprietário do bem que foi aludido na partilha. Se tratando de constituição de garantia real sobre coisa alheia, possível a sua revalidação nos casos em que o bem possa ser alienado, mas não poderia ter sido realizada pelo agente por não lhe pertencer. A garantia considerada ineficaz revigora-se com a ulterior aquisição do domínio. Como requisito objetivo, o código só estabelece que só os bens alienáveis podem ser objeto de penhor, hipoteca e anticrese. Os bens fora do comércio, tais quais os bens públicos, não podem ser objeto dagarantia. De acordo com súmula 364 do STF: “o conceito de impenhorabilidade do bem de família abrange também o imóvel pertencente a pessoas solteiras, separadas e viúvas” Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 82 131 A afirmação III está correta, em conformidade com o Art. 1.425. § 1º. “Nos casos de perecimento da coisa dada em garantia, esta se sub-rogará na indenização do seguro, ou no ressarcimento do dano, em benefício do credor, a quem assistirá sobre ela preferência até seu completo reembolso.” A alternativa C está correta, pois todas as afirmações também estão corretas. As alternativas A, B, D e E estão incorretas, consequentemente. 36. (FCC / TJ-PE – 2013) Em relação aos direitos reais de garantia, é correto afirmar que a) A dívida considera-se extinta se o bem dado em garantia real perecer sem culpa do devedor. b) Os bens dados em garantia real podem ficar com o credor, por exigência deste, se a dívida não for paga no vencimento. c) Até o pagamento da dívida, os bens móveis empenhados ficam sempre na posse do credor pignoratício. d) Os sucessores do devedor não podem remir parcialmente o penhor ou a hipoteca na proporção dos seus quinhões, devendo fazê-lo no todo e ficando, a partir de então, sub-rogados nos direitos do credor pelas quotas que houverem satisfeito. e) O pagamento parcial da hipoteca exonera a garantia na mesma proporção do montante pago pelo devedor, como regra geral. Comentários A alternativa A está incorreta, pois se houver o perecimento da coisa de fato ocorre a extinção do direito real de garantia, não há que se falar em penhor, hipoteca ou anticrese sem o objeto do direito real. No entanto, observem que a banca não está se referindo ao direito real de garantia. Mas sim à dívida. Ora, se houver, o perecimento da coisa no penhor, sem que se possa atribuir culpa a alguém, esse penhor considera- se extinto. Mas a dívida continua a existir. Só que ela existira como crédito quirografário ou seja, um crédito pessoal, sem garantias. E se a perda for parcial a garantia permanece quanto à fração não atingida. De acordo com o Código Civil: Art. 1.425. A dívida considera-se vencida: IV - se perecer o bem dado em garantia, e não for substituído; Se perecer bem dado em garantia e este não for substituído o credor tem o direito de optar entre a execução imediata e o pedido de reforço da garantia. A alternativa B está incorreta, pois conforme estabelecido pelo art. 1.428, CC: “É nula a cláusula que autoriza o credor pignoratício, anticrético ou hipotecário a ficar com o objeto da garantia, se a dívida não for paga no vencimento.” No entanto excepciona o parágrafo único deste dispositivo: “Após o vencimento, poderá o devedor dar a coisa em pagamento da dívida.” A alternativa C está incorreta, o uso da expressão “sempre” é errôneo neste caso. Em regra o penhor exige a tradição do bem móvel ao credor. No entanto há casos em que essa entrega é dispensada (ex.: penhor rural, industrial, de veículos, etc.), ficando a posse da coisa com o próprio devedor. Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 83 131 De acordo com o Art. 1431 do Código Civil: Art. 1.431. No penhor rural, industrial, mercantil e de veículos, as coisas empenhadas continuam em poder do devedor, que as deve guardar e conservar. Parágrafo único. No penhor rural, industrial, mercantil e de veículos, as coisas empenhadas continuam em poder do devedor, que as deve guardar e conservar. A alternativa D está correta, dado que, como disposto pelo art. 1.429, caput e parágrafo único: “Os sucessores do devedor não podem remir parcialmente o penhor ou a hipoteca na proporção dos seus quinhões; qualquer deles, porém, pode fazê-lo no todo. Parágrafo único. O herdeiro ou sucessor que fizer a remição fica sub-rogado nos direitos do credor pelas quotas que houver satisfeito.” A alternativa E está incorreta, pois como disposto pelo art. 1.421, CC: “O pagamento de uma ou mais prestações da dívida não importa exoneração correspondente da garantia, ainda que esta compreenda vários bens, salvo disposição expressa no título ou na quitação.” FGV Superfície (1.369 a 1.377) 37. (FGV / PREFEITURA DE RECIFE-PE – 2014) O Município do Recife resolve desapropriar imóvel de propriedade de João, que tinha como superficiário Joaquim, seguindo os trâmites legais do processo de desapropriação, considerando as normas relativas ao(s) direito(s) real(is) envolvido(s). A esse respeito, assinale a afirmativa correta. a) Somente João receberá a justa indenização, já que somente o direito de propriedade será indenizável, por se tratar de direito real pleno. b) O direito de superfície será extinto e, por isso, somente Joaquim receberá a indenização, já que é o único que possui a posse direta do bem. c) A desapropriação dissolve tanto a propriedade quanto o direito de superfície, mas somente o proprietário receberá indenização por possuir a posse indireta. d) Tanto João quanto Joaquim receberão indenização no valor correspondente ao direito real de cada um. e) O Município não poderá desapropriar o imóvel na pendência de direito de superfície, sendo a propriedade resolúvel. Comentários A alternativa A está incorreta, visto que tanto João quanto Joaquim terão o direito à indenização pela desapropriação do imóvel, cada um de acordo com o direito que possuía. Vale lembrar que superficiário é o titular de um direito de superfície sobre um terreno ou imóvel. Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 84 131 Artigo 1376. No caso de extinção do direito de superfície em consequência de desapropriação, a indenização cabe ao proprietário e ao superficiário, no valor correspondente ao direito real de cada um. Enunciado 322 da IV Jornada de Direito Civil: “O momento da desapropriação e as condições da concessão superficiária serão considerados para fins da divisão do montante indenizatório (art. 1.376), constituindo-se litisconsórcio passivo necessário simples entre proprietário e superficiário”. A alternativa B está incorreta, pois o direito de superfície não é extinto na desapropriação, mesmo que seja dissolvido, e tanto João quanto Joaquim têm direito a uma indenização, cada uma com o valor proporcional ao direito que possuíam sobre o imóvel. Artigo 1376. No caso de extinção do direito de superfície em consequência de desapropriação, a indenização cabe ao proprietário e ao superficiário, no valor correspondente ao direito real de cada um. Enunciado 322 da IV Jornada de Direito Civil: “O momento da desapropriação e as condições da concessão superficiária serão considerados para fins da divisão do montante indenizatório (art. 1.376), constituindo-se litisconsórcio passivo necessário simples entre proprietário e superficiário”. A alternativa C está incorreta, uma vez que mesmo que a desapropriação dissolva o direito à propriedade e à superfície, tanto o proprietário quanto o superficiário têm direito a uma indenização, com o valor correspondente ao direito que cada um deles possuía sobre o imóvel. Artigo 1376. No caso de extinção do direito de superfície em consequência de desapropriação, a indenização cabe ao proprietário e ao superficiário, no valor correspondente ao direito real de cada um. Enunciado 322 da IV Jornada de Direito Civil: “O momento da desapropriação e as condições da concessão superficiária serão considerados para fins da divisão do montante indenizatório (art. 1.376), constituindo-se litisconsórcio passivo necessário simples entre proprietário e superficiário”. A alternativa D está correta,dado que corresponde ao que dita o Código Civil sobre o assunto, dizendo que João e Joaquim possuem o direito à indenização, cada uma de acordo com o direito real que possuíam sobre o imóvel. Artigo 1376. No caso de extinção do direito de superfície em consequência de desapropriação, a indenização cabe ao proprietário e ao superficiário, no valor correspondente ao direito real de cada um. Enunciado 322 da IV Jornada de Direito Civil: “O momento da desapropriação e as condições da concessão superficiária serão considerados para fins da divisão do montante indenizatório (art. 1.376), constituindo-se litisconsórcio passivo necessário simples entre proprietário e superficiário”. A alternativa E está incorreta, uma vez que o Município pode sim desapropriar o imóvel, dissolvendo o direito à propriedade e à superfície, devendo apenas realizar uma indenização tanto ao proprietário quando ao superficiário, cada uma de acordo com o direito real que eles possuíam. Artigo 1376. No caso de extinção do direito de superfície em consequência de desapropriação, a indenização cabe ao proprietário e ao superficiário, no valor correspondente ao direito real de cada um. Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 85 131 Enunciado 322 da IV Jornada de Direito Civil: “O momento da desapropriação e as condições da concessão superficiária serão considerados para fins da divisão do montante indenizatório (art. 1.376), constituindo-se litisconsórcio passivo necessário simples entre proprietário e superficiário”. Servidões (1.378 a 1.389) 38. (FGV / AL-RO – 2018) Américo e Regina são proprietários de duas fazendas vizinhas. Américo pratica atividade agrícola e necessita adentrar o terreno de Regina para construção de um aqueduto (única forma de garantir irrigação), razão pela qual as partes concordaram em instituir direito real para este fim e o registraram no Cartório de Registro de Imóveis. Sobre os direitos de Américo, assinale a resposta correta. a) Trata-se de direito real de servidão, oponível, inclusive, a qualquer comprador do imóvel de Regina. b) Na hipótese de venda de um dos imóveis, o acordo é extinto de pleno direito. c) Cuida-se de direito real de uso, pelo que Regina faz jus à remuneração, em razão da utilização de seu terreno. d) O fim da atividade agrícola de Américo, seja por que período for, não importa na extinção do direito acordado. e) Sobrevindo o falecimento de Regina, o acordo se mantém até seus herdeiros concordarem com o direito. Comentários A alternativa A está correta, visto que se trata de um direito real de servidão, oponível, inclusive, a qualquer comprador do imóvel de Regina, de acordo com o que expressam os artigos: Artigo 1378. A servidão proporciona utilidade para o prédio dominante, e grava o prédio serviente, que pertence a diverso dono, e constitui-se mediante declaração expressa dos proprietários, ou por testamente, e subsequente registro no Cartório de Registro de Imóveis. Artigo 1387. Salvo nas desapropriações, a servidão, uma vez registrada, só se extingue, com respeito a terceiros, quando cancelada. Parágrafo Único. Se o prédio dominante estiver hipotecado, e a servidão se mencionar no título hipotecário, será também preciso, para a cancelar, o consentimento do credor. Artigo 1388. O dono do prédio serviente tem direito, pelos meios judiciais, ao cancelamento do registro, embora o dono do prédio dominante lho impugne: I – quando o titular houver renunciado sua servidão; II – quando tiver cessado, para o prédio dominante, a utilidade ou a comodidade, que determinou a constituição da servidão; Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 86 131 III – quando o dono do prédio serviente resgatar a servidão. Artigo 1389. Também se extingue a servidão, ficando ao dono do prédio serviente a faculdade de fazê-la cancelar, mediante a prova da extinção: I – pela reunião dos dois prédios no domínio da mesma pessoa; II – pela supressão das respectivas obras por efeito de contrato, ou de outro título expresso; III – pelo não uso, durante 10 (dez) anos contínuos. Sendo este um direito real de servidão por impor a utilização de um bem alheio, e este direito sendo oponível erga omnes, ou seja, um direito cujo exercício deve ser respeitado por todos. A servidão de um imóvel se dá para que aumente a utilidade do prédio dominante, e uma vez registrada a servidão no cartório, somente mediante cancelamento no cartório é que se dará a extinção, ou através de renúncia expressa do titular, ou compra do imóvel serviente pelo titular. A alternativa B está incorreta, uma vez que o acordo não fica extinto pela venda de um dos imóveis, a não ser que este seja comprado pela outra parte do acordo. Acordo de pleno direito é o caracterizado pela autorização de uma das partes para utilização de um bem de sua posse pela outra parte como esta o desejar, para a satisfação de suas necessidades. Não pode ser extinto pela venda pois não é uma hipótese prevista no Código Civil. Importante lembrar que as hipóteses de extinção das servidões são: Artigo 1387. Salvo nas desapropriações, a servidão, uma vez registrada, só se extingue, com respeito a terceiros, quando cancelada. Parágrafo Único. Se o prédio dominante estiver hipotecado, e a servidão se mencionar no título hipotecário, será também preciso, para a cancelar, o consentimento do credor. Artigo 1388. O dono do prédio serviente tem direito, pelos meios judiciais, ao cancelamento do registro, embora o dono do prédio dominante lho impugne: I – quando o titular houver renunciado sua servidão; II – quando tiver cessado, para o prédio dominante, a utilidade ou a comodidade, que determinou a constituição da servidão; III – quando o dono do prédio serviente resgatar a servidão. Artigo 1389. Também se extingue a servidão, ficando ao dono do prédio serviente a faculdade de fazê-la cancelar, mediante a prova da extinção: I – pela reunião dos dois prédios no domínio da mesma pessoa; II – pela supressão das respectivas obras por efeito de contrato, ou de outro título expresso; III – pelo não uso, durante 10 (dez) anos contínuos. Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 87 131 A alternativa C está incorreta, uma vez que a situação acima descrita trata-se de uma servidão, e não da concessão de direito real de uso, um dos direitos expostos no rol trazido pelo Artigo 1225, sendo este a concessão, remunerada ou não, de terreno público para uso particular, enquanto a servidão trata da utilização de um prédio dominante sobre um prédio serviente. Artigo 1225. São direitos reais: I – a propriedade; II – a superfície; III – as servidões; IV – o usufruto; V – o uso; VI – a habitação; VII – o direito do promitente comprador do imóvel; VIII – o penhor; IX – a hipoteca; X – a anticrese; XI – a concessão de uso especial para fins de moradia; XII – a concessão de direito real de uso; XIII – a laje. Artigo 1378. A servidão proporciona utilidade para o prédio dominante, e grava o prédio serviente, que pertence a diverso dono, e constitui-se mediante declaração expressa dos proprietários, ou por testamente, e subsequente registro no Cartório de Registro de Imóveis. A alternativa D está incorreta, pois o fim da atividade agrícola de Américo faz com que seja extinta a utilidade da servidão, dando assim, direito a Regina de, através dos meios judiciais, pedir o cancelamento do registro. Ademais, corridos dez anos do desuso da servidão, Regina também poderá extingui-la mediante prova da extinção. Artigo 1388. O dono do prédioserviente tem direito, pelos meios judiciais, ao cancelamento do registro, embora o dono do prédio dominante lho impugne: I – quando o titular houver renunciado sua servidão; Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 88 131 II – quando tiver cessado, para o prédio dominante, a utilidade ou a comodidade, que determinou a constituição da servidão; III – quando o dono do prédio serviente resgatar a servidão. Artigo 1389. Também se extingue a servidão, ficando ao dono do prédio serviente a faculdade de fazê-la cancelar, mediante a prova da extinção: I – pela reunião dos dois prédios no domínio da mesma pessoa; II – pela supressão das respectivas obras por efeito de contrato, ou de outro título expresso; III – pelo não uso, durante 10 (dez) anos contínuos. A alternativa E está incorreta, dado que a servidão tem a característica de ser indivisível, ou seja, mesmo com a morte de Regina, a servidão que já havia sido estabelecida continuará existindo em relação a nova divisão dos donos subsequentes, como disposto no Artigo 1386: Artigo 1386. As servidões prediais são indivisíveis, e subsistem, no caso de divisão dos imóveis, em benefício de cada uma das porções do prédio dominante, e continuam a gravar cada uma das do prédio serviente, salvo se, por natureza, ou destino, só se aplicarem a certa parte de um ou de outro. 39. (FGV / DPE-DF – 2014) Valério exerce a posse mansa e pacífica do imóvel rural onde reside há 27 anos. Há três acessos ao imóvel, mas o que Valério mais utiliza é uma pequena estrada, feita e mantida por ele há 21 anos, que passa por dentro de uma outra propriedade pertencente a um casal de nacionalidade inglesa e que pouco frequenta o local. Acontece que, após tantos anos, o referido casal vendeu o imóvel para uma incorporadora, a qual começou a construção de um muro que impede a passagem de Valério. Nesse caso é correto afirmar que: a) Em virtude da existência de dois outros acessos, nenhuma providência pode ser tomada por Valério. b) Valério, por ser titular do direito de propriedade sobre a pequena passagem, pode ajuizar ação reivindicatória para impedir a construção do muro. c) Valério, por ser possuidor do direito real de servidão de passagem, pode se valer da proteção possessória que a lei lhe confere. d) Nada pode ser feito, já que Valério é mero invasor do imóvel. e) Nada pode ser feito, já que não há proteção legal para direito de passagem. Comentários A alternativa A está incorreta, uma vez que o exercício de uma servidão, quando incontestado, por mais de vinte anos (quando a servidão não tiver sido registrada), confere ao possuidor o usucapião da mesma, assim sendo, Valério tem direito a estrada, e o novo dono da propriedade não pode fecha-la. Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 89 131 Art. 1.379. O exercício incontestado e contínuo de uma servidão aparente, por dez anos, nos termos do art. 1.242, autoriza o interessado a registrá-la em seu nome no Registro de Imóveis, valendo-lhe como título a sentença que julgar consumado a usucapião. Parágrafo único. Se o possuidor não tiver título, o prazo da usucapião será de vinte anos. Súmula 415 do STF: “Servidão de trânsito não titulada, mas tornada permanente, sobretudo pela natureza das obras realizadas, considera-se aparente, conferindo direito à proteção possessória”. A alternativa B está incorreta, dado que Valério não é o titular de direito da propriedade, sendo este definido como o proprietário real e completo de um bem, podendo usufruir e lidar com este da maneira que quiser, além de poder reavê-la de quem quer que a tenha detido por meios não legais. Valério, pelo contrário, é o possuidor do direito real de servidão, ou seja, conquistou o direito de utilizar-se de uma parte do terreno pertencente a outra pessoa, por meio do usucapião, mas só será titular desse direito enquanto esta servidão lhe for útil e ele a estiver utilizando. Art. 1.379. O exercício incontestado e contínuo de uma servidão aparente, por dez anos, nos termos do art. 1.242, autoriza o interessado a registrá-la em seu nome no Registro de Imóveis, valendo-lhe como título a sentença que julgar consumado a usucapião. Parágrafo único. Se o possuidor não tiver título, o prazo da usucapião será de vinte anos. Súmula 415 do STF: “Servidão de trânsito não titulada, mas tornada permanente, sobretudo pela natureza das obras realizadas, considera-se aparente, conferindo direito à proteção possessória”. A alternativa C está correta, pois Valério é o possuidor do direito real de servidão, ganhando-o através de usucapião por ter usado a estrada por mais de 20 anos sem que houvessem impedimentos, e assim sendo, a Súmula 415 do STF diz que servidão de trânsito pode conferir direito à proteção possessória, da seguinte maneira: Súmula 415 do STF: “Servidão de trânsito não titulada, mas tornada permanente, sobretudo pela natureza das obras realizadas, considera-se aparente, conferindo direito à proteção possessória”. A alternativa D está incorreta, visto que Valério tem alternativas legais para se firmar como o dono da estrada ao alegar usucapião, uma vez que a utilizou por mais de vinte anos, tempo estipulado pelo Código Civil para que ele se torne o titular do direito ao uso da estrada, fazendo com que os novos donos não possam fechá-la. Art. 1.379. O exercício incontestado e contínuo de uma servidão aparente, por dez anos, nos termos do art. 1.242, autoriza o interessado a registrá-la em seu nome no Registro de Imóveis, valendo-lhe como título a sentença que julgar consumado a usucapião. Parágrafo único. Se o possuidor não tiver título, o prazo da usucapião será de vinte anos. Súmula 415 do STF: “Servidão de trânsito não titulada, mas tornada permanente, sobretudo pela natureza das obras realizadas, considera-se aparente, conferindo direito à proteção possessória”. A alternativa E está incorreta, dado que existe sim a proteção legal para o direito de passagem, que pode ser feito através de uma servidão, ou transformar-se em servidão por usucapião, além da jurisprudência do STF considerar que servidão de trânsito, quando tornada permanente, confere direito à proteção possessória. Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 90 131 Art. 1.379. O exercício incontestado e contínuo de uma servidão aparente, por dez anos, nos termos do art. 1.242, autoriza o interessado a registrá-la em seu nome no Registro de Imóveis, valendo-lhe como título a sentença que julgar consumado a usucapião. Parágrafo único. Se o possuidor não tiver título, o prazo da usucapião será de vinte anos. Súmula 415 do STF: “Servidão de trânsito não titulada, mas tornada permanente, sobretudo pela natureza das obras realizadas, considera-se aparente, conferindo direito à proteção possessória”. Usufruto (1.390 a 1.411) 40. (FGV / SEFIN-RO – 2018) Em 2011, Vilhena, proprietário de uma casa, outorgou em favor de Pimenta o usufruto vitalício sobre ela. Em seguida, o outorgante requereu a averbação do direito real junto à matrícula do imóvel no Registro de Imóveis de Guajará-Mirim. Em 2014, Pimenta cedeu o exercício do usufruto por título gratuito a Costa, por contrato escrito e pelo prazo de um ano. Vencido o prazo, Costa restituiu a casa a Pimenta, retomando este o exercício do usufruto. Em novembro de 2017, falece o nu-proprietário, e seu único herdeiro, Andreazza, exige que Pimenta desocupe o imóvel. Diante da situação descrita, assinale a opção que apresenta a solução correta para o caso. a) Pimenta não poderia ceder o exercício do usufruto, por se tratarde direito real personalíssimo; a morte do nuproprietário extingue o usufruto de pleno direito. b) Pimenta somente poderia ceder o exercício do usufruto a título oneroso; a morte do nu-proprietário extingue o usufruto de pleno direito. c) Pimenta poderia ceder o exercício do usufruto tanto por título gratuito quanto oneroso; a morte do nu- proprietário não extingue o usufruto, podendo o usufrutuário permanecer no imóvel. d) Pimenta não poderia ceder o exercício do usufruto, porque este é vitalício; a morte do nu-proprietário extingue de pleno direito o usufruto, devendo o imóvel ser desocupado. e) Pimenta poderia ceder o exercício do usufruto a título gratuito; vencido o prazo de cessão do exercício do usufruto, o imóvel deveria ter sido restituído ao nu-proprietário ou, na sua falta, ao herdeiro. Comentários A alternativa A está incorreta, uma vez que, embora o direito ao usufruto seja personalíssimo e intransferível, Pimenta pode ceder o exercício do usufruto por meio de título gratuito ou oneroso. Ademais, a morte do nuproprietário não extingue o usufruto, não estando essa possibilidade incluída nas trazidas pelo Código Civil. Artigo 1.393. Não se pode transferir o usufruto por alienação; mas o seu exercício pode ceder-se por título gratuito ou oneroso. Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 91 131 Artigo 1.410. O usufruto extingue-se, cancelando-se o registro no Cartório de Registro de Imóveis: I - pela renúncia ou morte do usufrutuário; II - pelo termo de sua duração; III - pela extinção da pessoa jurídica, em favor de quem o usufruto foi constituído, ou, se ela perdurar, pelo decurso de trinta anos da data em que se começou a exercer; IV - pela cessação do motivo de que se origina; V - pela destruição da coisa, guardadas as disposições dos arts. 1.407, 1.408, 2ª parte, e 1.409; VI - pela consolidação; VII - por culpa do usufrutuário, quando aliena, deteriora, ou deixa arruinar os bens, não lhes acudindo com os reparos de conservação, ou quando, no usufruto de títulos de crédito, não dá às importâncias recebidas a aplicação prevista no parágrafo único do art. 1.395; VIII - Pelo não uso, ou não fruição, da coisa em que o usufruto recai (arts. 1.390 e 1.399). A alternativa B está incorreta, pois o exercício de um usufruto pode ser cedido através de título, sendo indiferente se este é gratuito ou oneroso, ademais, a morte do nuproprietário não extingue o usufruto, que só pode ser cancelado no Cartório de Registro de Imóveis por uma das razões trazidas pela legislação. Artigo 1.393. Não se pode transferir o usufruto por alienação; mas o seu exercício pode ceder-se por título gratuito ou oneroso. Artigo 1.410. O usufruto extingue-se, cancelando-se o registro no Cartório de Registro de Imóveis: I - pela renúncia ou morte do usufrutuário; II - pelo termo de sua duração; III - pela extinção da pessoa jurídica, em favor de quem o usufruto foi constituído, ou, se ela perdurar, pelo decurso de trinta anos da data em que se começou a exercer; IV - pela cessação do motivo de que se origina; V - pela destruição da coisa, guardadas as disposições dos arts. 1.407, 1.408, 2ª parte, e 1.409; VI - pela consolidação; VII - por culpa do usufrutuário, quando aliena, deteriora, ou deixa arruinar os bens, não lhes acudindo com os reparos de conservação, ou quando, no usufruto de títulos de crédito, não dá às importâncias recebidas a aplicação prevista no parágrafo único do art. 1.395; VIII - Pelo não uso, ou não fruição, da coisa em que o usufruto recai (arts. 1.390 e 1.399). Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 92 131 A alternativa C está correta, uma vez que corresponde ao que ordena o Código Civil: pode-se ceder o exercício de um usufruto através de um título gratuito ou oneroso, e mesmo com a morte do nuproprietário não há a extinção do usufruto. Artigo 1.393. Não se pode transferir o usufruto por alienação; mas o seu exercício pode ceder-se por título gratuito ou oneroso. Artigo 1.410. O usufruto extingue-se, cancelando-se o registro no Cartório de Registro de Imóveis: I - pela renúncia ou morte do usufrutuário; II - pelo termo de sua duração; III - pela extinção da pessoa jurídica, em favor de quem o usufruto foi constituído, ou, se ela perdurar, pelo decurso de trinta anos da data em que se começou a exercer; IV - pela cessação do motivo de que se origina; V - pela destruição da coisa, guardadas as disposições dos arts. 1.407, 1.408, 2ª parte, e 1.409; VI - pela consolidação; VII - por culpa do usufrutuário, quando aliena, deteriora, ou deixa arruinar os bens, não lhes acudindo com os reparos de conservação, ou quando, no usufruto de títulos de crédito, não dá às importâncias recebidas a aplicação prevista no parágrafo único do art. 1.395; VIII - Pelo não uso, ou não fruição, da coisa em que o usufruto recai (arts. 1.390 e 1.399). A alternativa D está incorreta, dado que mesmo que o exercício do usufruto seja vitalício e não possa ser transferido por alienação, o seu exercício pode ser cedido por título gratuito ou oneroso, ademais, a morte do nuproprietário não extingue o usufruto, e portanto Pimenta não tem a obrigação de desocupar o imóvel. Artigo 1.393. Não se pode transferir o usufruto por alienação; mas o seu exercício pode ceder-se por título gratuito ou oneroso. Artigo 1.410. O usufruto extingue-se, cancelando-se o registro no Cartório de Registro de Imóveis: I - pela renúncia ou morte do usufrutuário; II - pelo termo de sua duração; III - pela extinção da pessoa jurídica, em favor de quem o usufruto foi constituído, ou, se ela perdurar, pelo decurso de trinta anos da data em que se começou a exercer; IV - pela cessação do motivo de que se origina; V - pela destruição da coisa, guardadas as disposições dos arts. 1.407, 1.408, 2ª parte, e 1.409; Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 93 131 VI - pela consolidação; VII - por culpa do usufrutuário, quando aliena, deteriora, ou deixa arruinar os bens, não lhes acudindo com os reparos de conservação, ou quando, no usufruto de títulos de crédito, não dá às importâncias recebidas a aplicação prevista no parágrafo único do art. 1.395; VIII - Pelo não uso, ou não fruição, da coisa em que o usufruto recai (arts. 1.390 e 1.399). A alternativa E está incorreta, já que Pimenta poderia ceder o exercício do usufruto por meio de título gratuito ou oneroso, e esse direito retornaria para ele após decorrido o prazo, direito este que não é extinguido com a morte do nuproprietário, portanto o imóvel não passa a ser restituído a seus herdeiros. Artigo 1.393. Não se pode transferir o usufruto por alienação; mas o seu exercício pode ceder-se por título gratuito ou oneroso. Artigo 1.410. O usufruto extingue-se, cancelando-se o registro no Cartório de Registro de Imóveis: I - pela renúncia ou morte do usufrutuário; II - pelo termo de sua duração; III - pela extinção da pessoa jurídica, em favor de quem o usufruto foi constituído, ou, se ela perdurar, pelo decurso de trinta anos da data em que se começou a exercer; IV - pela cessação do motivo de que se origina; V - pela destruição da coisa, guardadas as disposições dos arts. 1.407, 1.408, 2ª parte, e 1.409; VI - pela consolidação; VII - por culpa do usufrutuário, quando aliena, deteriora, ou deixa arruinar os bens, não lhes acudindo com os reparos de conservação, ou quando, no usufruto de títulos de crédito, não dá às importâncias recebidas a aplicação prevista no parágrafo único do art. 1.395; VIII - Pelo não uso, ou não fruição, da coisaem que o usufruto recai (arts. 1.390 e 1.399). 41. (FGV / TJ-AL – 2018) A Associação dos Amantes do Turismo (AAT) recebeu, a título de usufruto instituído pelo associado Jorge, um imóvel de sua propriedade. As partes convencionaram, no título de instituição, que o usufruto seria pelo prazo de vinte anos. Decorridos dez anos da instituição, os associados, sem a participação de Jorge, que morrera há dois anos, deliberaram, em assembleia, ceder gratuitamente o usufruto do imóvel à Associação de Agentes de Viagem (AAV), em reconhecimento a serviços recebidos pela AAT. A cessão, feita sem prazo determinado, é considerada: a) válida, pois, consolidada a propriedade com a morte de Jorge, a AAT poderia destinar o bem da forma que lhe aprouvesse; Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 94 131 b) inválida, pois a cessão gratuita do usufruto dependeria da autorização de Jorge; c) válida e vigerá até o término do prazo previsto no ato de instituição do usufruto por Jorge; d) ineficaz, pois o instituto do usufruto não permite cessão gratuita; e) válida e vigerá por trinta anos a partir da instituição do usufruto por Jorge. Comentários A alternativa A está incorreta, dado que, embora a cessão feita pela AAT para a AAV seja válida, o usufruto só estará válido até o fim do prazo dado por Jorge, indiferentemente da ocorrência da sua morte. Artigo 1.393. Não se pode transferir o usufruto por alienação; mas o seu exercício pode ceder-se por título gratuito ou oneroso. Artigo 1.410. O usufruto extingue-se, cancelando-se o registro no Cartório de Registro de Imóveis: I - pela renúncia ou morte do usufrutuário; II - pelo termo de sua duração; III - pela extinção da pessoa jurídica, em favor de quem o usufruto foi constituído, ou, se ela perdurar, pelo decurso de trinta anos da data em que se começou a exercer; IV - pela cessação do motivo de que se origina; V - pela destruição da coisa, guardadas as disposições dos arts. 1.407, 1.408, 2ª parte, e 1.409; VI - pela consolidação; VII - por culpa do usufrutuário, quando aliena, deteriora, ou deixa arruinar os bens, não lhes acudindo com os reparos de conservação, ou quando, no usufruto de títulos de crédito, não dá às importâncias recebidas a aplicação prevista no parágrafo único do art. 1.395; VIII - Pelo não uso, ou não fruição, da coisa em que o usufruto recai (arts. 1.390 e 1.399). A alternativa B está incorreta, porque a cessão do exercício do usufruto através de um título gratuito ou oneroso pode ser realizada, acabando quando o prazo da concessão do usufruto de Jorge cessar. Artigo 1.393. Não se pode transferir o usufruto por alienação; mas o seu exercício pode ceder-se por título gratuito ou oneroso. Artigo 1.410. O usufruto extingue-se, cancelando-se o registro no Cartório de Registro de Imóveis: I - pela renúncia ou morte do usufrutuário; II - pelo termo de sua duração; Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 95 131 III - pela extinção da pessoa jurídica, em favor de quem o usufruto foi constituído, ou, se ela perdurar, pelo decurso de trinta anos da data em que se começou a exercer; IV - pela cessação do motivo de que se origina; V - pela destruição da coisa, guardadas as disposições dos arts. 1.407, 1.408, 2ª parte, e 1.409; VI - pela consolidação; VII - por culpa do usufrutuário, quando aliena, deteriora, ou deixa arruinar os bens, não lhes acudindo com os reparos de conservação, ou quando, no usufruto de títulos de crédito, não dá às importâncias recebidas a aplicação prevista no parágrafo único do art. 1.395; VIII - Pelo não uso, ou não fruição, da coisa em que o usufruto recai (arts. 1.390 e 1.399). A alternativa C está correta, uma vez que a cessão do exercício do usufruto realizada pela AAT em favor da AAV é válida, se feita através de título gratuito ou oneroso, além disso, terá validade até o fim do prazo dado por Jorge para o fim do usufruto, independentemente de sua morte. Artigo 1.393. Não se pode transferir o usufruto por alienação; mas o seu exercício pode ceder-se por título gratuito ou oneroso. Artigo 1.410. O usufruto extingue-se, cancelando-se o registro no Cartório de Registro de Imóveis: I - pela renúncia ou morte do usufrutuário; II - pelo termo de sua duração; III - pela extinção da pessoa jurídica, em favor de quem o usufruto foi constituído, ou, se ela perdurar, pelo decurso de trinta anos da data em que se começou a exercer; IV - pela cessação do motivo de que se origina; V - pela destruição da coisa, guardadas as disposições dos arts. 1.407, 1.408, 2ª parte, e 1.409; VI - pela consolidação; VII - por culpa do usufrutuário, quando aliena, deteriora, ou deixa arruinar os bens, não lhes acudindo com os reparos de conservação, ou quando, no usufruto de títulos de crédito, não dá às importâncias recebidas a aplicação prevista no parágrafo único do art. 1.395; VIII - Pelo não uso, ou não fruição, da coisa em que o usufruto recai (arts. 1.390 e 1.399). A alternativa D está incorreta, pois o instituto do usufruto permite sim a cessão gratuita, tanto quanto a onerosa, de acordo com o Artigo 1393: Artigo 1.393. Não se pode transferir o usufruto por alienação; mas o seu exercício pode ceder-se por título gratuito ou oneroso. Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 96 131 A alternativa E está incorreta, já que a cessão do exercício através de título gratuito ou oneroso é válida, mas o período de tempo em que ela é feita é um reflexo do tempo que o nuproprietário estipulou para o usufruto, independentemente de sua morte, e nesse caso, poderia durar mais dez anos. Artigo 1.393. Não se pode transferir o usufruto por alienação; mas o seu exercício pode ceder-se por título gratuito ou oneroso. Artigo 1.410. O usufruto extingue-se, cancelando-se o registro no Cartório de Registro de Imóveis: I - pela renúncia ou morte do usufrutuário; II - pelo termo de sua duração; III - pela extinção da pessoa jurídica, em favor de quem o usufruto foi constituído, ou, se ela perdurar, pelo decurso de trinta anos da data em que se começou a exercer; IV - pela cessação do motivo de que se origina; V - pela destruição da coisa, guardadas as disposições dos arts. 1.407, 1.408, 2ª parte, e 1.409; VI - pela consolidação; VII - por culpa do usufrutuário, quando aliena, deteriora, ou deixa arruinar os bens, não lhes acudindo com os reparos de conservação, ou quando, no usufruto de títulos de crédito, não dá às importâncias recebidas a aplicação prevista no parágrafo único do art. 1.395; VIII - Pelo não uso, ou não fruição, da coisa em que o usufruto recai (arts. 1.390 e 1.399). 42. (FGV / PREFEITURA DE NITERÓI-RJ – 2015) Valéria, proprietária de um apartamento situado na Praia de Icaraí, fez doação do referido imóvel para Fernanda, com reserva de usufruto vitalício para Caio. Após sete anos, em decorrência de um processo de execução ajuizado por força de inadimplência de Fernanda em contrato de empréstimo bancário, houve a penhora do direito de propriedade do imóvel em questão, e consequente alienação em hasta pública. É correto afirmar que o direito real de usufruto de Caio: a) se extinguiu, por se tratar de direito real acessório da propriedade; b) se extinguiu, pois não prevalece diante da alienação feita em hasta pública; c) se mantém, embora o imóvel fique suscetível de ação reivindicatória por parte do arrematante, o que exclui o direito de Caio de utilização do bem; d) permanece intangível, até o falecimento de Caio ou outra causa de extinção; e) permanece intangível, se a Caionão for garantido o direito de preferência na arrematação. Comentários Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 97 131 A alternativa A está incorreta, dado que o direito ao usufruto é inalienável, podendo ser extinguido apenas nas hipóteses fixadas no Artigo 1410 do Código Civil, e a penhora do imóvel não encontra-se nesse rol assim sendo, o direito ao uso do bem continua sendo de Caio enquanto este estiver vivo. Artigo 1.410. O usufruto extingue-se, cancelando-se o registro no Cartório de Registro de Imóveis: I - pela renúncia ou morte do usufrutuário; II - pelo termo de sua duração; III - pela extinção da pessoa jurídica, em favor de quem o usufruto foi constituído, ou, se ela perdurar, pelo decurso de trinta anos da data em que se começou a exercer; IV - pela cessação do motivo de que se origina; V - pela destruição da coisa, guardadas as disposições dos arts. 1.407, 1.408, 2ª parte, e 1.409; VI - pela consolidação; VII - por culpa do usufrutuário, quando aliena, deteriora, ou deixa arruinar os bens, não lhes acudindo com os reparos de conservação, ou quando, no usufruto de títulos de crédito, não dá às importâncias recebidas a aplicação prevista no parágrafo único do art. 1.395; VIII - Pelo não uso, ou não fruição, da coisa em que o usufruto recai (arts. 1.390 e 1.399). A alternativa B está incorreta, uma vez que o usufruto continua a valer mesmo em caso de hasta pública (sendo esta a alienação forçada de bens, que é realizada pelo Poder Público), pois o direito real do usufruto é assegurado pelo Código Civil, tendo as hipóteses de extinção sendo fixadas no Artigo 1410: Artigo 1.410. O usufruto extingue-se, cancelando-se o registro no Cartório de Registro de Imóveis: I - pela renúncia ou morte do usufrutuário; II - pelo termo de sua duração; III - pela extinção da pessoa jurídica, em favor de quem o usufruto foi constituído, ou, se ela perdurar, pelo decurso de trinta anos da data em que se começou a exercer; IV - pela cessação do motivo de que se origina; V - pela destruição da coisa, guardadas as disposições dos arts. 1.407, 1.408, 2ª parte, e 1.409; VI - pela consolidação; VII - por culpa do usufrutuário, quando aliena, deteriora, ou deixa arruinar os bens, não lhes acudindo com os reparos de conservação, ou quando, no usufruto de títulos de crédito, não dá às importâncias recebidas a aplicação prevista no parágrafo único do art. 1.395; Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 98 131 VIII - Pelo não uso, ou não fruição, da coisa em que o usufruto recai (arts. 1.390 e 1.399). A alternativa C está incorreta, pois o arrematante do bem não pode reivindicá-lo enquanto Caio estiver vivo, uma vez que o direito ao bem foi atribuído à ele vitaliciamente. O bem só poderia ser alienado de Caio diante de uma das hipóteses do Artigo 1410: Artigo 1.410. O usufruto extingue-se, cancelando-se o registro no Cartório de Registro de Imóveis: I - pela renúncia ou morte do usufrutuário; II - pelo termo de sua duração; III - pela extinção da pessoa jurídica, em favor de quem o usufruto foi constituído, ou, se ela perdurar, pelo decurso de trinta anos da data em que se começou a exercer; IV - pela cessação do motivo de que se origina; V - pela destruição da coisa, guardadas as disposições dos arts. 1.407, 1.408, 2ª parte, e 1.409; VI - pela consolidação; VII - por culpa do usufrutuário, quando aliena, deteriora, ou deixa arruinar os bens, não lhes acudindo com os reparos de conservação, ou quando, no usufruto de títulos de crédito, não dá às importâncias recebidas a aplicação prevista no parágrafo único do art. 1.395; VIII - Pelo não uso, ou não fruição, da coisa em que o usufruto recai (arts. 1.390 e 1.399). A alternativa D está correta, já que o usufruto do imóvel em favor de Caio permanece inatingível até a data da sua morte, ou caso ele o perca em alguma das outras hipóteses trazidas pelo Artigo 1410, não estando a hasta pública incluída entre elas. Artigo 1.410. O usufruto extingue-se, cancelando-se o registro no Cartório de Registro de Imóveis: I - pela renúncia ou morte do usufrutuário; II - pelo termo de sua duração; III - pela extinção da pessoa jurídica, em favor de quem o usufruto foi constituído, ou, se ela perdurar, pelo decurso de trinta anos da data em que se começou a exercer; IV - pela cessação do motivo de que se origina; V - pela destruição da coisa, guardadas as disposições dos arts. 1.407, 1.408, 2ª parte, e 1.409; VI - pela consolidação; Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 99 131 VII - por culpa do usufrutuário, quando aliena, deteriora, ou deixa arruinar os bens, não lhes acudindo com os reparos de conservação, ou quando, no usufruto de títulos de crédito, não dá às importâncias recebidas a aplicação prevista no parágrafo único do art. 1.395; VIII - Pelo não uso, ou não fruição, da coisa em que o usufruto recai (arts. 1.390 e 1.399). A alternativa E está incorreta, dado que a Caio não é dada a preferência na arrematação do imóvel pois seu direito de utilização sobre ele já está garantido, uma vez que a venda do imóvel em hasta pública não tira de Caio o direito vitalício ao usufruto, por não configurar nenhuma das hipóteses de extinção desse direito trazidas pelo Artigo 1410: Artigo 1.410. O usufruto extingue-se, cancelando-se o registro no Cartório de Registro de Imóveis: I - pela renúncia ou morte do usufrutuário; II - pelo termo de sua duração; III - pela extinção da pessoa jurídica, em favor de quem o usufruto foi constituído, ou, se ela perdurar, pelo decurso de trinta anos da data em que se começou a exercer; IV - pela cessação do motivo de que se origina; V - pela destruição da coisa, guardadas as disposições dos arts. 1.407, 1.408, 2ª parte, e 1.409; VI - pela consolidação; VII - por culpa do usufrutuário, quando aliena, deteriora, ou deixa arruinar os bens, não lhes acudindo com os reparos de conservação, ou quando, no usufruto de títulos de crédito, não dá às importâncias recebidas a aplicação prevista no parágrafo único do art. 1.395; VIII - Pelo não uso, ou não fruição, da coisa em que o usufruto recai (arts. 1.390 e 1.399). 43. (FGV / TCM-SP – 2015) Manuel, proprietário de muitas fazendas de criação de gado, resolveu estabelecer, em favor de seu filho Joaquim, usufruto de 1000 (mil) cabeças de gado, sendo 500 (quinhentas) de gado leiteiro e 500 (quinhentas) de gado de corte. Firmou-se no ato constitutivo que o direito real se estabelecia pelo prazo de 05 (cinco) anos. Decorrido o prazo estabelecido, chegada a hora da restituição das cabeças de gado a Manuel, Joaquim constata que possuía agora 300 (trezentas) cabeças de gado leiteiro e 850 (oitocentos e cinquenta) cabeças de gado de corte. Assim, procurou Manuel para restituir 300 (trezentas) cabeças de gado leiteiro e 500 (quinhentas) cabeças de gado de corte. Insatisfeito com a quantidade de gado que pretendia Joaquim lhe devolver, Manuel ajuíza uma ação judicial postulando ao juiz a condenação do réu Joaquim a lhe entregar 500 (quinhentas) cabeças de gado leiteiro e 850 (oitocentos e cinquenta) cabeças de gado de corte. Considerando os dados fornecidos pelo problema e as disposições do Código Civil sobre o tema, é correto afirmar que o pedido será julgado: Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 100 131 a) Procedente em parte, pois o réu tem o dever de entregar todas as cabeças de gado que tiver em seu poderno momento da extinção do usufruto, de modo que está obrigado a restituir as 300 (trezentas) cabeças de gado leiteiro e as 850 (oitocentas e cinquenta) cabeças de gado de corte; b) Procedente, devendo o réu restituir 500 (quinhentas) cabeças de gado leiteiro e 850 (oitocentas e cinquenta) cabeças de gado de corte, pois tem o nu-proprietário direito a receber de volta as cabeças de gado que entregou, acrescidas das crias que nasceram durante o exercício do direito real de usufruto; c) Procedente em parte, pois pode o réu compensar os animais perdidos (gado leiteiro) entregando ao autor 1000 (mil) cabeças de gado, sendo 300 (trezentas) cabeças de gado leiteiro e 700 (setecentas) cabeças de gado de corte, guardando para si a diferença de 150 cabeças de gado, porque nascidas no curso do usufruto; d) Procedente em parte, pois o proprietário tem direito a receber de volta exatamente o que entregou, isto é, 500 (quinhentas) cabeças de gado leiteiro e 500 (quinhentas) cabeças de gado de corte, de modo que não tem direito às cabeças de gado nascidas no decurso do exercício do direito real; e) Procedente em parte, pois o réu tem o dever de restituir apenas as cabeças de gado leiteiro que tiver em seu poder, além das 500 (quinhentas) cabeças de gado de corte, acrescidas de metade do número de crias existentes ao tempo da extinção do usufruto. Comentários A alternativa A está incorreta, uma vez que de acordo com o que o Código Civil estipula a respeito do usufruto, o réu tem que restituir, findo o usufruto, o equivalente em gênero, qualidade e quantidade, os bens consumíveis que estiveram em seu poder. Artigo. 1.392. Salvo disposição em contrário, o usufruto estende-se aos acessórios da coisa e seus acrescidos. §1° Se, entre os acessórios e os acrescidos, houver coisas consumíveis, terá o usufrutuário o dever de restituir, findo o usufruto, as que ainda houver e, das outras, o equivalente em gênero, qualidade e quantidade, ou, não sendo possível, o seu valor, estimado ao tempo da restituição. §2° Se há no prédio em que recai o usufruto florestas ou os recursos minerais a que se refere o art. 1.230, devem o dono e o usufrutuário prefixar-lhe a extensão do gozo e a maneira de exploração. §3° Se o usufruto recai sobre universalidade ou quota-parte de bens, o usufrutuário tem direito à parte do tesouro achado por outrem, e ao preço pago pelo vizinho do prédio usufruído, para obter meação em parede, cerca, muro, vala ou valado. A alternativa B está incorreta, dado que que o réu deve restituir apenas o que recebeu quando teve o usufruto, no mesmo gênero, qualidade e quantidade, mas as crias desses animais o pertencem, deduzidas as que bastem para restituir o número original. Artigo. 1.392. Salvo disposição em contrário, o usufruto estende-se aos acessórios da coisa e seus acrescidos. §1° Se, entre os acessórios e os acrescidos, houver coisas consumíveis, terá o usufrutuário o dever de restituir, findo o usufruto, as que ainda houver e, das outras, o equivalente em gênero, qualidade e quantidade, ou, não sendo possível, o seu valor, estimado ao tempo da restituição. Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 101 131 §2° Se há no prédio em que recai o usufruto florestas ou os recursos minerais a que se refere o art. 1.230, devem o dono e o usufrutuário prefixar-lhe a extensão do gozo e a maneira de exploração. §3° Se o usufruto recai sobre universalidade ou quota-parte de bens, o usufrutuário tem direito à parte do tesouro achado por outrem, e ao preço pago pelo vizinho do prédio usufruído, para obter meação em parede, cerca, muro, vala ou valado. Artigo 1397. As crias dos animais pertencem ao usufrutuário, deduzidas quantas bastem para inteirar as cabeças de gado existentes ao começar o usufruto. A alternativa C está incorreta, pois o réu deve entregar apenas quinhentas cabeças de gado leiteiro e quinhentas cabeças de gado de corte, o que corresponde ao que recebeu no começo do usufruto. Isso porque, de acordo com o Código Civil, o usufrutuário deve restituir em gênero, qualidade e quantidade ao que recebeu. Artigo. 1.392. Salvo disposição em contrário, o usufruto estende-se aos acessórios da coisa e seus acrescidos. §1° Se, entre os acessórios e os acrescidos, houver coisas consumíveis, terá o usufrutuário o dever de restituir, findo o usufruto, as que ainda houver e, das outras, o equivalente em gênero, qualidade e quantidade, ou, não sendo possível, o seu valor, estimado ao tempo da restituição. §2° Se há no prédio em que recai o usufruto florestas ou os recursos minerais a que se refere o art. 1.230, devem o dono e o usufrutuário prefixar-lhe a extensão do gozo e a maneira de exploração. §3° Se o usufruto recai sobre universalidade ou quota-parte de bens, o usufrutuário tem direito à parte do tesouro achado por outrem, e ao preço pago pelo vizinho do prédio usufruído, para obter meação em parede, cerca, muro, vala ou valado. A alternativa D está correta, visto que o proprietário tem direito de receber quinhentas cabeças de gado leiteiro e quinhentas cabeças de gado de corte, correspondendo em gênero, qualidade e quantidade ao que disponibilizou no início do usufruto, mas as crias desses animais pertencem ao usufrutuário, deduzidas apenas as que inteirem as cabeças de gado que haviam no começo. Artigo. 1.392. Salvo disposição em contrário, o usufruto estende-se aos acessórios da coisa e seus acrescidos. §1° Se, entre os acessórios e os acrescidos, houver coisas consumíveis, terá o usufrutuário o dever de restituir, findo o usufruto, as que ainda houver e, das outras, o equivalente em gênero, qualidade e quantidade, ou, não sendo possível, o seu valor, estimado ao tempo da restituição. §2° Se há no prédio em que recai o usufruto florestas ou os recursos minerais a que se refere o art. 1.230, devem o dono e o usufrutuário prefixar-lhe a extensão do gozo e a maneira de exploração. §3° Se o usufruto recai sobre universalidade ou quota-parte de bens, o usufrutuário tem direito à parte do tesouro achado por outrem, e ao preço pago pelo vizinho do prédio usufruído, para obter meação em parede, cerca, muro, vala ou valado. Artigo 1397. As crias dos animais pertencem ao usufrutuário, deduzidas quantas bastem para inteirar as cabeças de gado existentes ao começar o usufruto. Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 102 131 A alternativa E está incorreta, já que o usufrutuário tem que restituir ao proprietário apenas quinhentas cabeças de gado de corte, que correspondam em gênero, quantidade e qualidade ao que recebeu no início do usufruto, sendo as crias restantes de sua propriedade, e deve também devolver quinhentas cabeças de gado leiteiro, assim como recebeu. Artigo. 1.392. Salvo disposição em contrário, o usufruto estende-se aos acessórios da coisa e seus acrescidos. §1° Se, entre os acessórios e os acrescidos, houver coisas consumíveis, terá o usufrutuário o dever de restituir, findo o usufruto, as que ainda houver e, das outras, o equivalente em gênero, qualidade e quantidade, ou, não sendo possível, o seu valor, estimado ao tempo da restituição. §2° Se há no prédio em que recai o usufruto florestas ou os recursos minerais a que se refere o art. 1.230, devem o dono e o usufrutuário prefixar-lhe a extensão do gozo e a maneira de exploração. §3° Se o usufruto recai sobre universalidade ou quota-parte de bens, o usufrutuário tem direito à parte do tesouro achado por outrem, e ao preço pago pelo vizinho do prédio usufruído, para obter meação em parede, cerca, muro, vala ou valado. Artigo 1397. As crias dos animais pertencem ao usufrutuário, deduzidas quantas bastem para inteirar as cabeças de gado existentes ao começar o usufruto.44. (FGV / TJ-BA – 2015) Armando constituiu formalmente o direito real de usufruto de um apartamento em favor de sua filha Fenícia para garantir-lhe moradia próxima à sua residência. Acontece que Fenícia, pretendendo residir em outro bairro, locou o imóvel em usufruto para utilizar o valor recebido a título de locação para pagar o aluguel do outro imóvel que pretendia alugar para morar. É correto afirmar que a locação em questão é: a) Perfeitamente válida, já que é direito do usufrutuário fruir da coisa, percebendo os frutos; b) Perfeitamente válida, já que o usufrutuário passa a ser o proprietário do bem em usufruto; c) Perfeitamente válida, já que o usufrutuário tem, inclusive, o direito de dispor da coisa em usufruto; d) Juridicamente nula, já que o usufrutuário não pode dispor do bem em usufruto; e) Anulável, dispondo o interessado do prazo decadencial de seis meses para pleitear a anulação. Comentários A alternativa A está correta, pois o usufrutuário pode usufruir do bem a que recebeu o direito, e embora este seja personalíssimo e intransferível, o seu exercício pode ser cedido por meio de um título gratuito ou oneroso, como disposto no Artigo 1393: Artigo 1.393. Não se pode transferir o usufruto por alienação; mas o seu exercício pode ceder-se por título gratuito ou oneroso. Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 103 131 A alternativa B está incorreta, uma vez que o usufrutuário não se torna o proprietário do bem a que recebe o direito, e é um direito personalíssimo e intransferível, o que pode acontecer é a cessão do exercício através de título gratuito ou oneroso. Artigo 1.393. Não se pode transferir o usufruto por alienação; mas o seu exercício pode ceder-se por título gratuito ou oneroso. A alternativa C está incorreta, dado que o usufrutuário não tem o poder de dispor da coisa em usufruto, apenas ceder o exercício através de título gratuito ou oneroso, mas o direito ao usufruto é intransferível e personalíssimo. Artigo 1.393. Não se pode transferir o usufruto por alienação; mas o seu exercício pode ceder-se por título gratuito ou oneroso. A alternativa D está incorreta, pois o usufrutuário pode dispor do bem em usufruto desde que seja em uma cessão gratuita ou onerosa apenas do seu exercício, mas não de sua titularidade, que é personalíssima e não pode ser transferida. Artigo 1.393. Não se pode transferir o usufruto por alienação; mas o seu exercício pode ceder-se por título gratuito ou oneroso. A alternativa E está incorreta, visto que o usufruto só pode ser anulado de acordo com as condições dispostas no Artigo 1410, e o prazo decadencial do usufruto é determinado pelo próprio proprietário do bem, podendo ser vitalício, ademais, o exercício do bem pode ser cedido através de título gratuito ou oneroso. Artigo 1.393. Não se pode transferir o usufruto por alienação; mas o seu exercício pode ceder-se por título gratuito ou oneroso. Artigo 1.410. O usufruto extingue-se, cancelando-se o registro no Cartório de Registro de Imóveis: I - pela renúncia ou morte do usufrutuário; II - pelo termo de sua duração; III - pela extinção da pessoa jurídica, em favor de quem o usufruto foi constituído, ou, se ela perdurar, pelo decurso de trinta anos da data em que se começou a exercer; IV - pela cessação do motivo de que se origina; V - pela destruição da coisa, guardadas as disposições dos arts. 1.407, 1.408, 2ª parte, e 1.409; VI - pela consolidação; VII - por culpa do usufrutuário, quando aliena, deteriora, ou deixa arruinar os bens, não lhes acudindo com os reparos de conservação, ou quando, no usufruto de títulos de crédito, não dá às importâncias recebidas a aplicação prevista no parágrafo único do art. 1.395; VIII - Pelo não uso, ou não fruição, da coisa em que o usufruto recai (arts. 1.390 e 1.399). Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 104 131 45. (FGV / PREFEITURA DE NITERÓI-RJ – 2014) Em decorrência de disposição testamentária, um pequeno sítio de cinco hectares, com duas casas e outras benfeitorias, foi transmitido para Maria, ficando em usufruto vitalício para Eduardo. Acontece que o referido imóvel, por desídia de Eduardo, foi invadido por Sérgio e Ana, os quais, por terem permanecido residindo no bem por longo período, lograram obter sentença favorável em ação de usucapião cujo processo teve Maria e Eduardo no polo passivo da relação processual. Diante do caso em questão, por se tratar a usucapião: a) de um modo derivado de aquisição da propriedade, Sérgio e Ana passaram a ter a nua propriedade do imóvel, permanecendo Eduardo como usufrutuário, não restando qualquer direito para Maria; b) de um modo derivado de aquisição da propriedade, Sérgio e Ana passaram a ter a propriedade plena do imóvel, extinguindo-se o usufruto de Eduardo e restando para Maria direito indenizatório em relação a este; c) de um modo derivado de aquisição da propriedade, Sérgio e Ana passaram a ter a nua propriedade do imóvel, permanecendo Maria como usufrutuária, não restando qualquer direito para Eduardo; d) de um modo originário de aquisição da propriedade, Sérgio e Ana passaram a ter a propriedade plena do imóvel, extinguindo-se o usufruto de Eduardo, restando para Maria direito indenizatório em relação a este; e) de um modo originário de aquisição da propriedade, Sérgio e Ana passaram a ter a nua propriedade do imóvel, permanecendo Eduardo como usufrutuário, não restando qualquer direito para Maria. Comentários A alternativa A está incorreta pois o usucapião é um modo originário de aquisição da propriedade, como pode-se ver no enunciado 8 da edição 133 do Jurisprudência em Teses, do STJ. Ademais, Eduardo também perde o direito à mesma, uma vez que não a utilizou, como expresso no Artigo 1410 que trata da extinção do usufruto. Mesmo através de usufruto, decorridos os prazos necessários para validação do usucapião, este se torna possível. Art. 1.410. O usufruto extingue-se, cancelando-se o registro no Cartório de Registro de Imóveis: I - pela renúncia ou morte do usufrutuário; II - pelo termo de sua duração; III - pela extinção da pessoa jurídica, em favor de quem o usufruto foi constituído, ou, se ela perdurar, pelo decurso de trinta anos da data em que se começou a exercer; IV - pela cessação do motivo de que se origina; V - pela destruição da coisa, guardadas as disposições dos arts. 1.407, 1.408, 2ª parte, e 1.409; VI - pela consolidação; Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 105 131 VII - por culpa do usufrutuário, quando aliena, deteriora, ou deixa arruinar os bens, não lhes acudindo com os reparos de conservação, ou quando, no usufruto de títulos de crédito, não dá às importâncias recebidas a aplicação prevista no parágrafo único do art. 1.395; VIII - Pelo não uso, ou não fruição, da coisa em que o usufruto recai (arts. 1.390 e 1.399). Jurisprudência em Teses n° 133, Enunciado 8: “A usucapião é forma de aquisição originária da propriedade, de modo que não permanecem os ônus reais que gravavam o imóvel antes da sua declaração.” A alternativa B está incorreta, visto que o usucapião não é uma maneira derivada e sim originária de aquisição, como estipulado pela Jurisprudência trazida na edição de número 133 do Jurisprudência em Teses, do STJ, da seguinte maneira: Jurisprudência em Teses n° 133, Enunciado 8: “A usucapião é forma de aquisição originária da propriedade, de modo que não permanecem os ônus reais que gravavam o imóvel antes da sua declaração.” A alternativa C está incorreta, uma vez que o usucapião é uma maneira origináriade aquisição de um imóvel, de acordo com a edição 133, enunciado 8 da Jurisprudência em Teses, feita pelo STJ, além disso, o usufruto está sujeito ao usucapião, se este se configurar de maneira legal respeitando os prazos trazidos pelos artigos referentes a este assunto no Código Civil. Jurisprudência em Teses n° 133, Enunciado 8: “A usucapião é forma de aquisição originária da propriedade, de modo que não permanecem os ônus reais que gravavam o imóvel antes da sua declaração.” A alternativa D está correta, dado que o usucapião é uma maneira originária de aquisição, de modo que os ônus reais que gravaram o imóvel antes de sua aquisição não permanecem, e que, ao não utilizar o usucapião, Eduardo perdeu o direito ao mesmo, de acordo com as hipóteses previstas no Artigo 1410, restando à Maria o direito a indenização pelo imóvel que perdeu por causa do descumprimento dos termos do usufruto por parte de Eduardo. Art. 1.410. O usufruto extingue-se, cancelando-se o registro no Cartório de Registro de Imóveis: I - pela renúncia ou morte do usufrutuário; II - pelo termo de sua duração; III - pela extinção da pessoa jurídica, em favor de quem o usufruto foi constituído, ou, se ela perdurar, pelo decurso de trinta anos da data em que se começou a exercer; IV - pela cessação do motivo de que se origina; V - pela destruição da coisa, guardadas as disposições dos arts. 1.407, 1.408, 2ª parte, e 1.409; VI - pela consolidação; VII - por culpa do usufrutuário, quando aliena, deteriora, ou deixa arruinar os bens, não lhes acudindo com os reparos de conservação, ou quando, no usufruto de títulos de crédito, não dá às importâncias recebidas a aplicação prevista no parágrafo único do art. 1.395. Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 106 131 VIII - Pelo não uso, ou não fruição, da coisa em que o usufruto recai (arts. 1.390 e 1.399). Jurisprudência em Teses n° 133, Enunciado 8: “A usucapião é forma de aquisição originária da propriedade, de modo que não permanecem os ônus reais que gravavam o imóvel antes da sua declaração.” A alternativa E está incorreta, pois, embora traga a definição de usucapião como meio originário de aquisição, está imprecisa ao afirmar que Maria não tem nenhum direito à indenização, pois Eduardo, que era o responsável pelo usufruto, tinha o dever de manutenção do mesmo, e portanto, deve ressarcir Maria pelo não cumprimento dos termos do mesmo. Jurisprudência em Teses n° 133, Enunciado 8: “A usucapião é forma de aquisição originária da propriedade, de modo que não permanecem os ônus reais que gravavam o imóvel antes da sua declaração.” 46. (FGV / AL-RO – 2018) Assinale a afirmativa correta. a) Para que seja válido e eficaz, o compromisso de compra e venda de bem imóvel deverá revestir a forma pública. b) A lei brasileira proíbe a realização de promessa de doação, padecendo de nulidade de pleno direito a realização de tal ato. c) O companheiro participará da sucessão do outro quanto aos bens adquiridos onerosamente na união estável e se concorrer com filhos comuns, terá direito a uma quota equivalente à que por lei for atribuída ao filho. d) Pelo regime da comunhão parcial de bens, comunicam-se os proventos do trabalho pessoal do cônjuge. e) No usufruto simultâneo contemplando duas pessoas conjuntamente e decorrente de testamento, falecendo um dos co-legatários, a parte do que faltar, em regra, acrescerá ao sobrevivente. Comentários A alternativa A está incorreta, pois mesmo que de acordo com o expresso no Artigo 108 do Código Civil, que dispõe sobre a obrigatoriedade da escritura pública, dizendo que esta é essencial à validade dos negócios jurídicos para qualquer tipo de transação que envolva um imóvel de valor superior a trinta salários mínimos, os contratos preliminares também tem validade e eficácia, devem conter todos os requisitos essenciais do contrato a ser celebrado posteriormente, e esse pode ser celebrado de forma particular, como disposto no Artigo 462. Artigo 108. Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos negócios jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a 30 (trinta) vezes o maior salário mínimo vigente no País. Artigo 462. O contrato preliminar, exceto quanto à forma, deve conter todos os requisitos essenciais ao contrato a ser celebrado. Ademais, o Artigo 463 traz a validade que um contrato preliminar que pode ser realizado de maneira particular possui: Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 107 131 Artigo 463. Concluído o contrato preliminar, com observância do disposto no artigo antecedente, e desde que dele não conste cláusula de arrependimento, qualquer das partes terá o direito de exigir a celebração do definitivo, assinando prazo à outra para que o efetive. A alternativa B está incorreta, dado que não existe na legislação vigente artigo que verse sobre a promessa de doação, portanto a prática da mesma não é proibida, e assim sendo, sua existência não seria anulada. Trata-se, no entanto, de um tema que gera bastante divisão na doutrina, uma vez que alguns acreditam que por se tratar de uma doação, não poderia haver a promessa de uma posterior entrega da mesma, pois isso faria se perder o intuito de uma doação, enquanto outros defendem que a promessa de doação deve existir e ser respeitada, por ser um mecanismo para assegurar um direito sobre o qual foi criada uma certa expectativa. Nesses casos, o que rege as relações é a chamada boa-fé jurídica, devendo haver honestidade entre as partes. Vale ressaltar que a doação é caracterizada da seguinte maneira: Artigo 538. Considera-se doação o contrato em que uma pessoa, por liberdade, transfere do seu patrimônio bens ou vantagens para o de outra. A alternativa C está incorreta, uma vez que embora o enunciado da questão corresponda exatamente ao que consta no Artigo 1790, este foi considerado inconstitucional pelo STF, por não tratar o companheiro em uma união estável como cônjuge. Deve-se aplicar o disposto nos Artigos 1828 e 1832 também para os companheiros sem a existência de um casamento. Artigo 1790. A companheira ou o companheiro participará da sucessão do outro, quanto aos bens adquiridos onerosamente na vigência da união estável, nas condições seguintes: (Vide Recurso Extraordinário nº 646.721) (Vide Recurso Extraordinário nº 878.694) I - se concorrer com filhos comuns, terá direito a uma quota equivalente à que por lei for atribuída ao filho; II - se concorrer com descendentes só do autor da herança, tocar-lhe-á a metade do que couber a cada um daqueles; III - se concorrer com outros parentes sucessíveis, terá direito a um terço da herança; IV - não havendo parentes sucessíveis, terá direito à totalidade da herança. Artigo 1829. A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte: I - aos descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente, salvo se casado este com o falecido no regime da comunhão universal, ou no da separação obrigatória de bens (art. 1.640, parágrafo único); ou se, no regime da comunhão parcial, o autor da herança não houver deixado bens particulares; II - aos ascendentes, em concorrência com o cônjuge; III - ao cônjuge sobrevivente; IV - aos colaterais. Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 108 131 Artigo 1832. Em concorrência com os descendentes (art. 1.829, inciso I) caberá ao cônjuge quinhão igual ao dos que sucederem por cabeça, não podendo a sua quota ser inferior à quarta parte da herança, se for ascendente dos herdeiroscom que concorrer. ENUNCIADO 641 – Art. 1.790: A decisão do Supremo Tribunal Federal que declarou a inconstitucionalidade do art. 1.790 do Código Civil não importa equiparação absoluta entre o casamento e a união estável. Estendem‐se à união estável apenas as regras aplicáveis ao casamento que tenham por fundamento a solidariedade familiar. Por outro lado, é constitucional a distinção entre os regimes, quando baseada na solenidade do ato jurídico que funda o casamento, ausente na união estável. A alternativa D está incorreta, porque embora no matrimônio realizado na comunhão parcial a regra seja a divisão dos bens que sobrevierem de forma onerosa na constância do casamento, existem algumas exceções a isso impostas pelo Código Civil, da seguinte maneira: Artigo 1658. No regime de comunhão parcial, comunicam-se os bens que sobrevierem ao casal, na constância do casamento, com as exceções dos artigos seguintes. Artigo 1659. Excluem-se da comunhão: I - os bens que cada cônjuge possuir ao casar, e os que lhe sobrevierem, na constância do casamento, por doação ou sucessão, e os sub-rogados em seu lugar; II - os bens adquiridos com valores exclusivamente pertencentes a um dos cônjuges em sub-rogação dos bens particulares; III - as obrigações anteriores ao casamento; IV - as obrigações provenientes de atos ilícitos, salvo reversão em proveito do casal; V - os bens de uso pessoal, os livros e instrumentos de profissão; VI - os proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge; VII - as pensões, meios-soldos, montepios e outras rendas semelhantes. A alternativa E está correta, já que corresponde ao disposto no Artigo 1.946, que trata do direito de acrescer entre herdeiros e legatários. Diz o Código Civil: Art. 1.946. Legado um só usufruto conjuntamente a duas ou mais pessoas, a parte da que faltar acresce aos co-legatários. Parágrafo único. Se não houver conjunção entre os co-legatários, ou se, apesar de conjuntos, só lhes foi legada certa parte do usufruto, consolidar-se-ão na propriedade as quotas dos que faltarem, à medida que eles forem faltando. Ou seja, na falta de um dos legados, a parte que correspondia a este se agrega na parte dos outros. Uso (1.412 a 1. 413) Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 109 131 Habitação (1.414 a 1.416) 47. (FGV / TCM-SP – 2015) Carlos instituiu em favor de Teresa, Helena e Paula direito real de habitação sobre uma casa. Helena, antes de completar um ano de exercício, firma acordo escrito com Vera, registrado no cartório de títulos e documentos, cedendo onerosamente o exercício de seu direito real de habitação a ela e a seus sucessores. Logo em seguida, Teresa empresta uma parte da casa para que ali resida temporariamente uma pessoa de sua confiança. Considerando as disposições contidas no Código Civil sobre a matéria, Carlos: a) não poderia ter constituído direito real de habitação a mais de um beneficiário, posto que não se admite o co-exercício no direito real de habitação; b) não pode se opor à cessão do exercício do direito real de habitação, ante a sua natureza intuito personae; c) pode se opor à cessão do exercício do direito real de habitação, pois, sendo o direito real de habitação personalíssimo, é inválida a cessão onerosa ou gratuita de seu exercício; d) pode se opor à cessão feita por Helena, pois, sendo o direito real de habitação intuito personae, somente se admite a cessão gratuita de seu exercício; e) pode se opor à cessão do exercício do direito real de habitação, porquanto a validade da referida cessão está condicionada à autorização de todos os titulares do direito real de habitação. Comentários A alternativa A está incorreta, dado que o direito real de habitação pode sim ser conferido a mais de uma pessoa, sendo que qualquer um que tiver o direito de habita-la não terá que pagar aluguel às outras partes, porém não pode impedir que o direito seja exercido pelos outros beneficiários que também quiser habitá- la. Art. 1.415. Se o direito real de habitação for conferido a mais de uma pessoa, qualquer delas que sozinha habite a casa não terá de pagar aluguel à outra, ou às outras, mas não as pode inibir de exercerem, querendo, o direito, que também lhes compete, de habitá-la. A alternativa B está incorreta pois Carlos pode se opor à cessão do exercício do direito real de uso, uma vez que este é personalíssimo, não podendo o titular beneficiado alugar ou emprestar o imóvel, e sim apenas ocupa-lo com a sua família, como expresso no Artigo 1414: Artigo 1414. Quando o uso consistir no direito de habitar gratuitamente casa alheia, o titular desse direito não a pode alugar, nem emprestar, mas simplesmente ocupa-la com a sua família. A alternativa C está correta, uma vez que corresponde exatamente ao que está expresso no Artigo 1414 do Código Civil, alegando que o direito real de uso é personalíssimo e só pode ser exercido para a ocupação com a família, sem direito de alugar ou emprestar o bem. Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 110 131 Artigo 1414. Quando o uso consistir no direito de habitar gratuitamente casa alheia, o titular desse direito não a pode alugar, nem emprestar, mas simplesmente ocupa-la com a sua família. A alternativa D está incorreta, visto que Carlos pode sim se opor às cessões realizadas no direito real sobre o imóvel, pois tanto Helena quanto Teresa realizaram ações ilegais, que são contrárias ao previsto no Código Civil. O direito real de uso não admite nem cessão gratuita de seu exercício. Artigo 1414. Quando o uso consistir no direito de habitar gratuitamente casa alheia, o titular desse direito não a pode alugar, nem emprestar, mas simplesmente ocupá-la com a sua família. A alternativa E está incorreta, uma vez que as referidas cessões não dependem da autorização dos outros titulares, por se tratar de um direito personalíssimo, que não pode ser transferido gratuita ou onerosamente, podendo ser utilizado apenas pelos titulares do direito e suas famílias. Artigo 1414. Quando o uso consistir no direito de habitar gratuitamente casa alheia, o titular desse direito não a pode alugar, nem emprestar, mas simplesmente ocupá-la com a sua família. Art. 1.415. Se o direito real de habitação for conferido a mais de uma pessoa, qualquer delas que sozinha habite a casa não terá de pagar aluguel à outra, ou às outras, mas não as pode inibir de exercerem, querendo, o direito, que também lhes compete, de habitá-la. 48. (FGV / TCM-SP – 2015) Carlos instituiu em favor de Teresa, Helena e Paula direito real de habitação sobre uma casa. Helena, antes de completar um ano de exercício, firma acordo escrito com Vera, registrado no cartório de títulos e documentos, cedendo onerosamente o exercício de seu direito real de habitação a ela e a seus sucessores. Logo em seguida, Teresa empresta uma parte da casa para que ali resida temporariamente uma pessoa de sua confiança. Considerando as disposições contidas no Código Civil sobre a matéria, Carlos: a) não poderia ter constituído direito real de habitação a mais de um beneficiário, posto que não se admite o co-exercício no direito real de habitação; b) não pode se opor à cessão do exercício do direito real de habitação, ante a sua natureza intuito personae; c) pode se opor à cessão do exercício do direito real de habitação, pois, sendo o direito real de habitação personalíssimo, é inválida a cessão onerosa ou gratuita de seu exercício; d) pode se opor à cessão feita por Helena, pois, sendo o direito real de habitação intuito personae, somente se admite a cessão gratuita de seu exercício; e) pode se opor à cessão do exercício do direito real de habitação, porquanto a validade da referidacessão está condicionada à autorização de todos os titulares do direito real de habitação. Comentários A alternativa A está incorreta, dado que o direito real de habitação pode sim ser conferido a mais de uma pessoa, sendo que qualquer um que tiver o direito de habita-la não terá que pagar aluguel às outras partes, Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 111 131 porém não pode impedir que o direito seja exercido pelos outros beneficiários que também quiser habitá- la. Art. 1.415. Se o direito real de habitação for conferido a mais de uma pessoa, qualquer delas que sozinha habite a casa não terá de pagar aluguel à outra, ou às outras, mas não as pode inibir de exercerem, querendo, o direito, que também lhes compete, de habitá-la. A alternativa B está incorreta pois Carlos pode se opor à cessão do exercício do direito real de uso, uma vez que este é personalíssimo, não podendo o titular beneficiado alugar ou emprestar o imóvel, e sim apenas ocupá-lo com a sua família, como expresso no Artigo 1414: Artigo 1414. Quando o uso consistir no direito de habitar gratuitamente casa alheia, o titular desse direito não a pode alugar, nem emprestar, mas simplesmente ocupa-la com a sua família. A alternativa C está correta, uma vez que corresponde exatamente ao que está expresso no Artigo 1414 do Código Civil, alegando que o direito real de uso é personalíssimo e só pode ser exercido para a ocupação com a família, sem direito de alugar ou emprestar o bem. Artigo 1414. Quando o uso consistir no direito de habitar gratuitamente casa alheia, o titular desse direito não a pode alugar, nem emprestar, mas simplesmente ocupa-la com a sua família. A alternativa D está incorreta, visto que Carlos pode sim se opor às cessões realizadas no direito real sobre o imóvel, pois tanto Helena quanto Teresa realizaram ações ilegais, que são contrárias ao previsto no Código Civil. O direito real de uso não admite nem cessão gratuita de seu exercício. Artigo 1414. Quando o uso consistir no direito de habitar gratuitamente casa alheia, o titular desse direito não a pode alugar, nem emprestar, mas simplesmente ocupa-la com a sua família. A alternativa E está incorreta, uma vez que as referidas cessões não dependem da autorização dos outros titulares, por se tratar de um direito personalíssimo, que não pode ser transferido gratuita ou onerosamente, podendo ser utilizado apenas pelos titulares do direito e suas famílias. Artigo 1414. Quando o uso consistir no direito de habitar gratuitamente casa alheia, o titular desse direito não a pode alugar, nem emprestar, mas simplesmente ocupa-la com a sua família. Art. 1.415. Se o direito real de habitação for conferido a mais de uma pessoa, qualquer delas que sozinha habite a casa não terá de pagar aluguel à outra, ou às outras, mas não as pode inibir de exercerem, querendo, o direito, que também lhes compete, de habitá-la. LISTA DE QUESTÕES FCC Direitos reais (1.369 a 1510 - E) Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 112 131 1. (FCC / PREFEITURA DE TERESINA-PI – 2016) No direito das coisas, conforme estabelece a legislação vigente, a) A servidão de passagem é instituto do direito de vizinhança e pode ser imposta, mediante indenização, em caso de imóvel encravado. b) Em um contrato de locação, somente o locatário exerce a posse do bem, enquanto o locador exerce a propriedade. c) Ao fâmulo da posse é assegurada a defesa da posse por meio da autotutela ou de interditos possessórios. d) O possuidor de má-fé tem o direito de invocar jurisdicionalmente a tutela possessória contra terceiros. e) A qualificação de posse como ad usucapionem pressupõe a prova da boa-fé. 2. (FCC / DPE-SP – 2015) Considere os enunciados a seguir: I. O usufruto deducto possui natureza jurídica de direito real de fruição de caráter temporário, de origem voluntária, e, se incidente sobre bem imóvel, torna-se eficaz com o registro do título no cartório de registro de imóveis, retroagindo seus efeitos à data da prenotação. II. O usufruto pode ser instituído por testamento ou por ato inter vivos, já o fideicomisso é constituído apenas por meio de testamento. Aproximam-se os institutos visto que em ambos preserva-se o direito sobre o bem a dois titulares. No entanto, uma das diferenças entre eles é que, no usufruto, se morrer antes o nu-proprietário, seus herdeiros herdarão apenas a nua-propriedade, permanecendo o usufrutuário com seus direitos reais limitados; já no fideicomisso, falecendo o fideicomissário, salvo disposição a respeito, seus herdeiros não lhe herdam o direito e o fiduciário torna-se pleno proprietário. III. O direito real de habitação previsto nas normas que tratam da sucessão legítima, diferentemente do usufruto, decorre da lei e independe de registro, sendo atribuível apenas ao cônjuge supérstite casado no regime da comunhão parcial de bens e incidindo, por analogia, na união estável. IV. Constituído o usufruto por ato inter vivos em favor de duas pessoas casadas, no caso de morte de uma delas, subsistirá na totalidade o usufruto para o cônjuge sobrevivo, por força de lei; é o chamado “direito de acrescer". V. A locação, diferentemente do usufruto, é um direito de natureza obrigacional, o que explica a possibilidade de um adquirente de imóvel locado exercer o direito de denúncia da locação no prazo decadencial de 90 (noventa) dias a contar da aquisição da propriedade (em casos de locação por tempo indeterminado e inexistente cláusula de vigência averbada junto à matrícula do imóvel). Já no caso de alienação da nua-propriedade, a situação do usufrutuário permanecerá inalterada, em face da oponibilidade do direito real. Está correto o que se afirma APENAS em a) I, II e V. Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 113 131 b) III, IV e V. c) I, III e V. d) I, III e IV. e) I, II e IV. 3. (FCC / PREFEITURA DE RECIFE - PE – 2015) Analise as proposições abaixo. I. O direito de superfície é transmissível a terceiros, não podendo o concedente, porém, estipular pagamento pela transferência. II. Uma vez registrada, a servidão apenas se extingue, com respeito a terceiros, quando cancelada, salvo em caso de desapropriação. III. O titular de direito real de habitação não pode alugar nem emprestar o imóvel, mas simplesmente ocupá-lo com sua família. Está correto o que se afirma em a) I, apenas. b) I, II e III. c) I e II, apenas. d) II e III, apenas. e) I e III, apenas. Superfície (1.369 a 1.377) 4. (FCC / PREFEITURA DE CARUARU-PE – 2018) O direito de superfície I. é direito pessoal sobre coisa alheia, porém oponível erga omnes. II. deve ser constituído mediante escritura pública, devidamente registrada no Cartório de Registro de Imóveis. III. não autoriza obra no subsolo, salvo se for inerente ao objeto da concessão. IV. sua concessão será necessariamente onerosa, podendo as partes estipular o pagamento de uma só vez ou parceladamente. V. pode transferir-se a terceiro e, por morte do superficiário, aos seus herdeiros. Está correto o que se afirma APENAS em a) II, III e V. b) I, II, IV e V. c) III, IV e V. d) I, II e V. Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 114 131 e) I, III e IV. 5. FCC / PGE-TO – 2018) O proprietário de um imóvel onde foi edificado um galpão comercial de grandes dimensões precisa otimizar as receitas decorrentes da exploração desse bem. Uma das alternativasque lhe foram apresentadas foi a construção de um espaço para a realização de feiras e eventos, atraindo, assim, mais interessados em utilizar também o galpão comercial. Considerando que não há área livre de terreno suficiente para a edificação do espaço pretendido, o proprietário a) poderá transferir o direito de construir de seu terreno para que o adquirente o exerça em outro imóvel, considerando a impossibilidade de aproveitamento do imóvel para a finalidade pretendida. b) poderá edificar a construção no espaço aéreo do galpão comercial, desde que tecnicamente possível e que seja o responsável direto pela exploração, vedada a cessão a terceiros. c) poderá conceder onerosamente o direito de superfície de seu imóvel, sendo permitido ao superficiário construir e explorar o espaço de eventos no espaço aéreo do galpão, revertendo ao dono do terreno as acessões e benfeitorias ao fim do contrato. d) deverá providenciar projeto de reforma do galpão comercial, para fins de ampliar a dimensão de área construída e então viabilizar a destinação das acessões para o segmento de feiras e eventos. e) deverá outorgar a terceiros o direito de construir em seu terreno, de forma que não seja responsável pelos investimentos necessários para implantação do projeto, remanescendo com o direito de retomar o domínio pleno do imóvel quando da extinção do contrato. Servidões (1.378 a 1.389) 6. (FCC - SANASA Campinas - Analista Administrativo - Serviços Jurídicos- 2019) NÃO são hipóteses de extinção da servidão: a) perecimento do prédio dominante ou serviente. b) abandono especificado e renúncia pelo dono do prédio dominante. c) confusão. d) pela longa inércia do titular do prédio serviente (desuso por prazo indeterminado) e sem necessidade de intervenção judicial. e) pelo cancelamento, salvo nas desapropriações, desde que registrada. 7. (FCC / TJ-PI – 2015) A servidão a) Proporciona utilidade para o prédio dominante e grava o prédio serviente, que pertence ao mesmo dono ou a diverso dono, constituindo-se por negócio jurídico inter vivos ou causa mortis, com subsequente registro no Cartório de Registro de Imóveis. b) Proporciona utilidade para o prédio dominante, e grava o prédio serviente, que pertence a diverso dono, constituindo-se mediante declaração expressa dos proprietários, ou por testamento, e subsequente registro no Cartório de Registro de Imóveis. c) Proporciona utilidade, mas não grava o prédio serviente, que pertence a diverso dono, constituindo-se mediante declaração expressa dos proprietários e subsequente registro no Cartório de Registro de Imóveis. Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 115 131 d) Proporciona utilidade para o prédio serviente e grava o prédio dominante, que pertença a diverso dono, constituindo-se mediante declaração expressa dos proprietários e subsequente registro no Cartório de Registro de Imóveis. e) Só pode adquirir-se mediante negócio jurídico inter vivos e subsequente registro no Cartório de Registro de Imóveis, não sendo em nenhuma hipótese passível de usucapião. Usufruto (1.390 a 1.411) 8. (FCC / DPE-AP – 2018) Paulo doou o imóvel em que reside a Fábio, seu filho mais novo, reservando para si o direito de usufruto. No ato de doação, não foi colhido consentimento de Rafael, o filho mais velho. Posteriormente, Fábio veio a se desentender com a nova companheira de seu pai, Valquíria, ocasião em que a ofendeu. Todos os envolvidos são maiores e capazes. Diante desta situação, a) embora Fábio seja o proprietário do imóvel, é Paulo quem pode alugar a casa e, caso o faça, não precisará repassar os valores ou prestar contas a Fábio. b) Rafael tem direito à anulação da doação feita em prol de seu irmão mais novo sem o seu consentimento, por ser o negócio jurídico anulável nesta hipótese. c) Valquíria tem direito à anulação da doação feita por Paulo em razão do ato de ingratidão do donatário. d) Paulo pode pleitear a anulação da doação por vício do consentimento referente ao erro essencial quanto à pessoa do donatário. e) Fábio tem direito a exigir a extinção do usufruto em razão da superveniência da união estável do usufrutuário Paulo com Valquíria. 9. (FCC / TJ-SE – 2015) No inventário de José X, foi atribuída à filha Rosa X, a nua propriedade de um imóvel urbano, cujo usufruto foi reservado à viúva meeira, Ana X. Falecendo, posteriormente, Ana X, seus bens foram inventariados e partilhados, exceto o referido imóvel. Rosa X compareceu ao Serviço de Registro de Imóveis requerendo o cancelamento do usufruto, exibindo o comprovante de pagamento de tributos incidentes para esse ato. O Oficial do Registro recusou-se a promover o cancelamento sob o argumento de que o usufruto teria de ser, também, objeto do inventário de Ana X, e suscitou dúvida a requerimento de Rosa X. A dúvida é: a) Improcedente, porque o usufruto não é objeto de herança, extinguindo-se com a morte do usufrutuário. b) Procedente, porque o usufruto tem valor patrimonial e deve ser partilhado entre os herdeiros do usufrutuário. c) Procedente, mas outro deveria ser o fundamento da recusa, pois o juiz do inventário teria de verificar se aquele usufruto não estava sujeito à colação. d) Procedente, porque todos os bens encontrados no patrimônio do falecido devem ser inventariados, ainda que não sujeitos à partilha. e) Procedente, mas outro devia ser o fundamento da recusa, porque o usufruto devia ser objeto de sobrepartilha no inventário de José X. 10. (FCC / TJ-SC – 2015) O usufruto pode recair Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 116 131 a) Apenas sobre imóveis urbanos, tendo o usufrutuário o direito de neles habitar, administrá-los e perceber os frutos, não podendo, porém, ceder o seu exercício. b) Sobre bens móveis ou imóveis, devendo o usufrutuário deles utilizar, não podendo alugá-los ou emprestá- los. c) Apenas sobre um ou mais bens, móveis ou imóveis, abrangendo-lhe os frutos e utilidades, mas não pode recair em um patrimônio inteiro. d) Em um ou mais bens, móveis ou imóveis, em um patrimônio inteiro, ou parte deste, abrangendo-lhe, no todo ou em parte, os frutos e utilidades. e) Em um ou mais bens, móveis ou imóveis, dependendo no caso de imóveis, de registro e pode ser transferido por alienação, a título gratuito ou oneroso. 11. (FCC / SEFAZ-PE – 2015) João, tendo dois filhos - Pedro e Antônio - doou para este um imóvel com reserva de usufruto, mas dispensando-o da colação. Morrendo o doador, o usufruto a) Se extingue e será cancelado o registro no Serviço de Registro de Imóveis. b) Será partilhado entre seus dois filhos, salvo disposição testamentária em sentido contrário. c) Terá de ser trazido à colação, porque a dispensa só atinge a nua propriedade. d) Será levado a inventário e, necessariamente, atribuído ao donatário que já é nu proprietário. e) Será atribuído necessariamente a Pedro. Uso (1.412 a 1. 413) Habitação (1.414 a 1.416) Direito do promitente comprador (1.417 a 1.418) 12. (FCC / DPE-SC – 2017) Luiz comparece à defensoria pública dizendo e comprovando com documentos que assinou contrato de promessa de compra de imóvel, por meio de instrumento público devidamente registrado no Cartório de Registro de Imóveis e sem previsão de cláusula de arrependimento, com empresa de habitação social. Ele reside no imóvel há três anos; o imóvel tem 150 m2 e Luiz não é titular de qualquer outro bem imóvel. Diante desta situação, Luiz a) ainda não pode ser considerado proprietário, mas somente conseguirá obter a propriedade se continuar morando no imóvel por mais dois anos, ininterruptamente, quando adimplirá todos os requisitos para a usucapião especial urbana.b) tem direito meramente contratual, mas poderá opor perante terceiros, uma vez que o registro do contrato por meio instrumento público em cartório faz com que o direito obrigacional tenha eficácia erga omnes. c) é o verdadeiro proprietário do imóvel, uma vez que o contrato foi feito por instrumento público e devidamente registrado em cartório, circunstância suficiente para a transferência da titularidade do imóvel. d) ainda não pode ser considerado proprietário, mas terá direito real à aquisição do imóvel, inclusive mediante adjudicação compulsória. Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 117 131 e) tem direito meramente contratual e inoponível perante terceiros, pois ainda não houve a outorga da escritura definitiva da compra e venda. 13. (FCC / PREFEITURA DE SÃO LUIZ-MA – 2016) "O regime jurídico dos direitos reais (sobre imóveis) adota o princípio da publicidade por meio do qual esses se exteriorizam e em que essa é constitutiva praticamente sempre dos direitos reais" (Arruda Alvim Comentários ao Código Civil brasileiro, item 3.10, p. 229. Rio de Janeiro, GEN-Forense, 2009. Vol. I, Tomo I). Destarte, para que os direitos do promitente comprador de imóvel assumam a natureza de direito real, faz-se necessário: a) O pagamento integral do preço. b) O justo título. c) A cláusula de arrependimento. d) O registro da promessa de compra e venda. e) O ajuizamento da ação de adjudicação compulsória. 14. (FCC / TJ-RR – 2015) Mediante promessa de compra e venda de imóvel, em que se não pactuou arrependimento, celebrado por instrumento particular, o promitente comprador a) Adquire direito real à sua aquisição, desde que seja imitido na posse. b) Não poderá adquirir direito real à sua aquisição, pois é necessária a escritura pública. c) Adquire legalmente direito real à sua aquisição se o instrumento foi registrado no Cartório de Registro de Imóveis. d) Não adquirirá direito real à aquisição do imóvel antes que ocorra o pagamento integral do preço. e) Adquire direito real à sua aquisição a partir do registro do instrumento no Cartório de Registro de Títulos e Documentos, porque com essa providência o contrato se presume conhecido por terceiros. Do penhor, da hipoteca e da anticrese (1.419 a 1.510) 15. (FCC/TRF-3 – 2019) De acordo com o Código Civil, o penhor: a) constitui-se pelo contrato, independentemente da efetiva transferência da posse da coisa dada em garantia. b) não pode ser parcialmente remido pelos sucessores do devedor na proporção dos seus quinhões, mas qualquer deles pode fazê-lo no todo. c) dispensa qualquer tipo de registro. d) não se extingue pelo perecimento da coisa empenhada por culpa do devedor. e) agrícola que recai sobre colheita pendente não abrange a imediatamente seguinte, mesmo no caso de frustrar-se ou ser insuficiente a que se deu em garantia. 16. (FCC / MANAUSPREV – 2015) Sobre os direitos reais de garantia, é correto afirmar que Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 118 131 a) não se admite o penhor de colheita em vias de formação. b) o usufrutuário não pode hipotecar o bem objeto do usufruto. c) o condômino não pode, individualmente, dar em hipoteca sua respetiva parte. d) não pode o cônjuge, sem autorização do outro, gravar de ônus real os bens imóveis, seja qual for o regime de bens. e) o pagamento parcial da dívida, em regra, extingue parcialmente a hipoteca. 17. (FCC / SEFAZ-GO – 2018) Quanto ao penhor, hipoteca e anticrese, é correto afirmar que a) o credor anticrético tem direito a reter em seu poder o bem, enquanto a dívida não for paga; extingue-se esse direito decorridos quinze anos da data de sua constituição. b) os sucessores do devedor podem remir parcialmente o penhor ou a hipoteca na proporção exata de seus quinhões. c) é anulável a cláusula que autoriza o credor pignoratício, anticrético ou hipotecário a ficar com o objeto da garantia, se o débito não for pago no vencimento. d) nas dívidas garantidas por penhor, anticrese ou hipoteca, o bem dado em garantia fica sujeito, por vínculo pessoal, ao cumprimento da obrigação. e) o pagamento de uma ou mais prestações da dívida hipotecária importa exoneração correspondente da garantia, compreendendo esta um ou mais bens. 18. (FCC / TRF 2ª REGIÃO – 2018) Sobre o penhor, a anticrese e a hipoteca, nos termos preconizados pelo Código Civil, é INCORRETO afirmar: a) Os sucessores do devedor não podem remir parcialmente o penhor ou a hipoteca na proporção dos seus quinhões; qualquer deles, porém, pode fazê-lo no todo. b) A propriedade superveniente torna eficazes, desde o registro, as garantias reais estabelecidas por quem não era dono. c) O pagamento de uma ou mais prestações da dívida não importa exoneração correspondente da garantia, ainda que esta compreenda vários bens, salvo disposição expressa no título ou na quitação. d) O dono do imóvel hipotecado não pode constituir outra hipoteca sobre ele, mediante novo título, em favor do mesmo credor. e) O credor hipotecário e o pignoratício têm o direito de excutir a coisa hipotecada ou empenhada, e preferir, no pagamento, a outros credores, observada, quanto à hipoteca, a prioridade no registro. 19. (FCC / TRF 5ª REGIÃO – 2017) Considere as proposições abaixo acerca da hipoteca. I. É valida a cláusula que proíbe ao proprietário alienar imóvel hipotecado. II. Só aquele que pode alienar poderá hipotecar, mas a propriedade superveniente torna eficaz, desde o registro, a hipoteca estabelecida por quem não era dono. III. A coisa comum a dois ou mais proprietários não pode ser dada em garantia real, na sua totalidade, sem o consentimento de todos, mas cada um pode individualmente dar em garantia real a parte que tiver, independentemente da concordância dos demais. Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 119 131 IV. Somente bens imóveis podem ser objeto de hipoteca. V. O dono do imóvel hipotecado não pode constituir outra hipoteca sobre ele, salvo se houver concordância do titular do crédito garantido pela primeira hipoteca. Está correto o que se afirma APENAS em a) I e IV. b) I e V. c) II e III. d) II e V. e) III e IV. 20. (FCC / TST – 2017) Antônio e Ricardo são proprietários, em condomínio, de um imóvel, sendo que a parte do primeiro supera a do segundo. Nesse caso, a constituição de hipoteca a) dependerá do consentimento de ambos os condôminos e deve incidir, necessariamente, sobre a integralidade do imóvel, por tratar-se de garantia real. b) não poderá incidir apenas sobre a parte pertencente a Antônio caso se trate de bem indivisível. c) poderá ser feita individualmente por Ricardo sobre a integralidade do imóvel, ou apenas sobre sua própria parte, desde que, em ambos os casos, exista o consentimento de Antônio. d) poderá ser feita individualmente por Antônio sobre a integralidade do imóvel, ou apenas sobre sua própria parte, independentemente, em qualquer dos casos, do consentimento de Ricardo. e) dependerá do consentimento de ambos os condôminos caso incida sobre a integralidade do imóvel, mas cada um pode individualmente dar em hipoteca a parte que tiver, independentemente do consentimento do outro. 21. (FCC / TRT - 11ª REGIÃO – 2017) Sobre a hipoteca, de acordo com o Código Civil, é correto afirmar: a) Não é nula a cláusula que autoriza o credor hipotecário a ficar com o objeto da garantia, se a dívida não for paga no vencimento. b) Desapropriado o bem dado em garantia hipotecária pelo devedor a dívida estará, em regra, vencida. c) Os sucessoresdo devedor podem remir parcialmente a hipoteca na proporção dos seus quinhões. d) A propriedade superficiária não pode ser objeto de hipoteca. e) As partes poderão convencionar em contrato cláusula proibindo o proprietário de alienar o imóvel hipotecado. 22. (FCC / TRT - 11ª REGIÃO – 2017) A respeito do penhor, da hipoteca e da anticrese, é correto afirmar que a) Os sucessores do devedor podem remir parcialmente o penhor ou a hipoteca na proporção dos seus quinhões. b) É nula a cláusula que autoriza o credor pignoratício, anticrético ou hipotecário a ficar com o objeto da garantia, se a dívida não for paga no vencimento. c) É válida a cláusula que proíbe ao proprietário alienar o imóvel hipotecado. Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 120 131 d) O dono do imóvel hipotecado não pode constituir outra hipoteca sobre ele, mediante novo título, em favor de outro credor. e) Cada um dos coproprietários não pode dar em garantia real a parte que tiver da coisa comum sem o consentimento de todos. 23. (FCC / TRT - 20ª REGIÃO – 2016) Considere as proposições abaixo, acerca do penhor, da hipoteca e da anticrese: I. As garantias reais estabelecidas por quem não é dono tornam-se eficazes, desde o registro, com a propriedade superveniente. II. A coisa comum a dois ou mais proprietários pode ser dada em garantia real, na sua totalidade, sem o consentimento de todos. III. Em regra, o pagamento de uma ou mais prestações da dívida importa exoneração correspondente da garantia. IV. A dívida garantida por penhor, hipoteca ou anticrese considera-se vencida se o devedor cair em insolvência ou falir. Está correto o que se afirma APENAS em a) I e IV. b) III e IV. c) I e III. d) II e IV. e) III. 24. (FCC / TRT - 20ª REGIÃO – 2016) Mateus e Lucas firmaram contrato de mútuo por meio do qual Mateus emprestou R$ 80.000,00 a Lucas. Lucas assumiu a obrigação de devolver o dinheiro em 80 meses. O contrato foi garantido por hipoteca de um dos imóveis de propriedade de Lucas. Se Lucas inadimplir uma das parcelas a) Considerar-se-á vencida a dívida, não havendo renúncia ao direito de execução imediata se Mateus receber posteriormente a prestação atrasada. b) Poderá Mateus cobrar apenas a parcela vencida, inexistindo, no caso, vencimento antecipado da dívida. c) Extinguir-se-á a hipoteca, a menos que Mateus proceda à execução imediata do total da dívida. d) Considerar-se-á vencida a dívida, mas havendo renúncia ao direito de execução imediata se Mateus receber posteriormente a prestação atrasada. e) A propriedade do bem se consolidará em favor de Mateus, independentemente de execução da dívida. 25. (FCC / PGE-MT – 2016) Endividado, Ademir contraiu empréstimo de R$ 100.00,00 (cem mil reais) com o Banco Riqueza, oferecendo, como garantia, a hipoteca de um de seus imóveis. Paga parcialmente a dívida, Ademir alienou referido imóvel a Josué. A hipoteca a) É extinta tanto pelo pagamento parcial da dívida como pela alienação da coisa. Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 121 131 b) É extinta pelo pagamento parcial da dívida. c) Não é extinta pelo pagamento parcial da dívida, mas impede a alienação da coisa. d) Não é extinta pelo pagamento parcial da dívida, nem impede a alienação da coisa, mas o credor hipotecário não poderá fazer valer o direito real de garantia contra o adquirente do bem. e) Não é extinta pelo pagamento parcial da dívida nem impede a alienação da coisa, mas o credor hipotecário poderá fazer valer o direito real de garantia contra o adquirente do bem. 26. (FCC / TRT - 14ª REGIÃO – 2016) No que concerne ao penhor, hipoteca e anticrese nos termos estabelecidos pelo Código Civil brasileiro, a dívida NÃO se considera vencida: a) Se desapropriar o bem dado em garantia, hipótese na qual se depositará a parte do preço que for necessária para o pagamento integral do credor. b) Se o devedor cair em insolvência ou falir. c) Se as prestações não forem pontualmente pagas, toda vez que deste modo se achar estipulado o pagamento. d) Se perecer o bem dado em garantia e o mesmo for substituído. e) Se, deteriorando-se, ou depreciando-se o bem dado em segurança, desfalcar a garantia, e o devedor, intimado, não a reforçar ou substituir. 27. (FCC / TJ-PI – 2015) Os contratos de penhor e de hipoteca declararão a) Necessariamente apenas o valor da dívida e do bem dado em garantia. b) O prazo fixado para pagamento, mas não é preciso declarar o valor do crédito, ou estimá-lo, nem valor máximo ou mínimo, podendo esses valores serem declarados no vencimento, para fins de cobrança. c) O valor do crédito, sua estimação ou valor máximo, bem como o prazo fixado para pagamento, sob pena de não terem eficácia. d) O valor mínimo do crédito ou sua estimação, bem como o prazo do pagamento, sob pena de nulidade. e) Obrigatoriamente o valor da dívida, o do bem dado em garantia, e o prazo para pagamento se houver, não sendo, porém, necessário mencionar a taxa de juros, mesmo que se trate de mútuo feneratício. 28. (FCC / TJ-SC – 2015) O instrumento do penhor deverá a) Mencionar o valor do crédito, sua estimação ou valor máximo; não poderá, entretanto, fixar taxa de juros. b) Observar necessariamente a forma de escritura pública, quando se tratar de penhor rural. c) Em qualquer de suas modalidades ser registrado no Cartório de Títulos e Documentos, por dizer respeito a garantia real com bens móveis. d) Ser levado a registro, no caso de penhor comum no Cartório de Títulos e Documentos e, no caso de penhor rural, no Cartório de Registo de Imóveis da circunscrição em que estiverem situadas as coisas empenhadas. e) Identificar o bem dado em garantia com as suas especificações e o valor mínimo do crédito concedido. 29. (FCC / MANAUSPREV – 2015) Sobre os direitos reais de garantia, é correto afirmar que a) Não se admite o penhor de colheita em vias de formação. b) O usufrutuário não pode hipotecar o bem objeto do usufruto. Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 122 131 c) O condômino não pode, individualmente, dar em hipoteca sua respetiva parte. d) Não pode o cônjuge, sem autorização do outro, gravar de ônus real os bens imóveis, seja qual for o regime de bens. e) O pagamento parcial da dívida, em regra, extingue parcialmente a hipoteca. 30. (FCC / DPE-CE – 2014) Ana Paula celebrou promessa de compra e venda de imóvel com “Construtora Agia Certo Ltda.”. Esta, por sua vez, ofereceu o bem em hipoteca a “Banco da Construção S.A.”, agente financiador do empreendimento. De acordo com Súmula do Superior Tribunal de Justiça, não pago o débito contraído pela construtora perante o agente financiador, a) A hipoteca não terá eficácia perante Ana Paula, desde que seja posterior à celebração da promessa de compra e venda. b) Deverá ser dada oportunidade para que Ana Paula pague a respectiva cota-parte da dívida ao agente financiador, mesmo que já tenha sido ajuizada ação para excussão do bem. c) Antes da excussão do bem, deverá ser dada oportunidade para que Ana Paula pague a respectiva cota- parte da dívida ao agente financiador. d) O bem oferecido em hipoteca poderá ser excutido pelo agente financiador, pois os direitos reais produzem efeitos erga omnes. e) A hipoteca não terá eficácia perante Ana Paula, mesmo que seja anterior à celebração da promessa de compra e venda. 31. (FCC / TRT 2ª REGIÃO – 2014) Após pagar um terço de empréstimo garantido por hipoteca de seu imóvel, Bento Francisco procura aliená-lo a Kelly Joyce, mas ao notificar o credorhipotecário − o banco que lhe emprestou o dinheiro − este não consente com a venda, alegando haver no contrato cláusula que a proíbe expressamente. O posicionamento do banco credor é a) Válido juridicamente, pois a alienação do imóvel só é possível pelo tomador do empréstimo após o pagamento de dois terços da dívida. b) Válido juridicamente, já que o contrato faz lei entre as partes e Bento Francisco o celebrou livre e espontaneamente. c) Juridicamente equivocado, por ser anulável o contrato, dada a abusividade da cláusula proibitiva de alienação. d) Juridicamente equivocado, já que a lei civil prevê ser nula a cláusula que proíbe ao proprietário alienar imóvel hipotecado. e) Juridicamente equivocado, pois, embora não se possa alienar a coisa antes de pago um determinado montante, a partir de um terço do pagamento do empréstimo já é possível vender o imóvel dado em garantia hipotecária. 32. (FCC / TRT-AL – 2014) Objetivando financiar a aquisição de uma casa, Maria procura o Banco Mediterrâneo, que lhe empresta o dinheiro mas exige, em garantia, a hipoteca do imóvel. Adquirida a casa, Maria realiza diversas benfeitorias, como calhas de escoamento de água, portão e churrasqueira. Passado algum tempo, Maria não consegue pagar o financiamento, levando o Banco Mediterrâneo a excutir a garantia. A excussão da hipoteca Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 123 131 a) Abrange o imóvel e todas as benfeitorias realizadas por Maria. b) É nula, pois os imóveis devem ser objeto de penhor. c) Abrange apenas o imóvel, sem as benfeitorias. d) Abrange o imóvel e as benfeitorias voluptuárias, apenas. e) Abrange o imóvel e as benfeitorias necessárias e úteis, apenas. 33. (FCC / TJ-AP – 2014) A respeito do penhor, considere: I. não se extingue o penhor com o perecimento da coisa. II. em regra, o credor pignoratício tem direito a ficar na posse da coisa empenhada. III. os frutos da coisa empenhada devem ser restituídos ao devedor depois de paga a dívida. IV. o instrumento do penhor deve ser levado ao Registro de Imóveis exclusivamente pelo credor a quem aproveita. De acordo com o Código Civil, está correto o que se afirma em a) I, II, III e IV. b) II e III, apenas. c) III e IV, apenas. d) I, III e IV, apenas. e) I e II, apenas. 34. (FCC / TJ-AP – 2014) Considere as proposições a respeito da hipoteca: I. Os bens de uso comum do povo podem ser objeto de hipoteca. II. É nula a cláusula que confere ao credor hipotecário o direito de ficar com o bem dado em garantia na hipótese de a dívida não ser paga no vencimento. III. Podem ser objeto de hipoteca os acessórios dos imóveis, conjuntamente com eles. IV. Apenas em favor do mesmo credor pode o dono do imóvel hipotecado constituir outra garantia sobre o bem. De acordo com o Código Civil, está correto o que se afirma em a) II e III, apenas. b) I, II, III e IV. c) II, III e IV, apenas. d) I e III, apenas. e) I, II e IV, apenas. 35. (FCC / TJ-PE – 2013) No tocante aos direitos reais de garantia, analise as afirmações abaixo. Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 124 131 I. O credor anticrético tem direito a reter em seu poder o bem, enquanto a dívida não for paga. Extingue- se esse direito decorridos quinze anos da data de sua constituição. II. A coisa comum a dois ou mais proprietários não pode ser dada em garantia real, na sua totalidade, sem o consentimento de todos, mas cada um pode individualmente dar em garantia real a parte que tiver nessa coisa comum. III. Nos casos de perecimento da coisa dada em garantia, esta se sub-rogará na indenização do seguro, ou no ressarcimento do dano, conforme o caso, em benefício do credor, a quem assistirá sobre ela preferência até seu completo reembolso. Está correto o que se afirma em a) I e II, apenas. b) III, apenas. c) I, II e III. d) II e III, apenas. e) I e III, apenas. 36. (FCC / TJ-PE – 2013) Em relação aos direitos reais de garantia, é correto afirmar que a) A dívida considera-se extinta se o bem dado em garantia real perecer sem culpa do devedor. b) Os bens dados em garantia real podem ficar com o credor, por exigência deste, se a dívida não for paga no vencimento. c) Até o pagamento da dívida, os bens móveis empenhados ficam sempre na posse do credor pignoratício. d) Os sucessores do devedor não podem remir parcialmente o penhor ou a hipoteca na proporção dos seus quinhões, devendo fazê-lo no todo e ficando, a partir de então, sub-rogados nos direitos do credor pelas quotas que houverem satisfeito. e) O pagamento parcial da hipoteca exonera a garantia na mesma proporção do montante pago pelo devedor, como regra geral. FGV Superfície (1.369 a 1.377) 37. (FGV / PREFEITURA DE RECIFE-PE – 2014) O Município do Recife resolve desapropriar imóvel de propriedade de João, que tinha como superficiário Joaquim, seguindo os trâmites legais do processo de desapropriação, considerando as normas relativas ao(s) direito(s) real(is) envolvido(s). A esse respeito, assinale a afirmativa correta. a) Somente João receberá a justa indenização, já que somente o direito de propriedade será indenizável, por se tratar de direito real pleno. Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 125 131 b) O direito de superfície será extinto e, por isso, somente Joaquim receberá a indenização, já que é o único que possui a posse direta do bem. c) A desapropriação dissolve tanto a propriedade quanto o direito de superfície, mas somente o proprietário receberá indenização por possuir a posse indireta. d) Tanto João quanto Joaquim receberão indenização no valor correspondente ao direito real de cada um. e) O Município não poderá desapropriar o imóvel na pendência de direito de superfície, sendo a propriedade resolúvel. Servidões (1.378 a 1.389) 38. (FGV / AL-RO – 2018) Américo e Regina são proprietários de duas fazendas vizinhas. Américo pratica atividade agrícola e necessita adentrar o terreno de Regina para construção de um aqueduto (única forma de garantir irrigação), razão pela qual as partes concordaram em instituir direito real para este fim e o registraram no Cartório de Registro de Imóveis. Sobre os direitos de Américo, assinale a resposta correta. a) Trata-se de direito real de servidão, oponível, inclusive, a qualquer comprador do imóvel de Regina. b) Na hipótese de venda de um dos imóveis, o acordo é extinto de pleno direito. c) Cuida-se de direito real de uso, pelo que Regina faz jus à remuneração, em razão da utilização de seu terreno. d) O fim da atividade agrícola de Américo, seja por que período for, não importa na extinção do direito acordado. e) Sobrevindo o falecimento de Regina, o acordo se mantém até seus herdeiros concordarem com o direito. 39. (FGV / DPE-DF – 2014) Valério exerce a posse mansa e pacífica do imóvel rural onde reside há 27 anos. Há três acessos ao imóvel, mas o que Valério mais utiliza é uma pequena estrada, feita e mantida por ele há 21 anos, que passa por dentro de uma outra propriedade pertencente a um casal de nacionalidade inglesa e que pouco frequenta o local. Acontece que, após tantos anos, o referido casal vendeu o imóvel para uma incorporadora, a qual começou a construção de um muro que impede a passagem de Valério. Nesse caso é correto afirmar que: a) Em virtude da existência de dois outros acessos, nenhuma providência pode ser tomada por Valério. b) Valério, por ser titular do direito de propriedade sobre a pequena passagem, pode ajuizar açãoreivindicatória para impedir a construção do muro. c) Valério, por ser possuidor do direito real de servidão de passagem, pode se valer da proteção possessória que a lei lhe confere. Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 126 131 d) Nada pode ser feito, já que Valério é mero invasor do imóvel. e) Nada pode ser feito, já que não há proteção legal para direito de passagem. Usufruto (1.390 a 1.411) 40. (FGV / SEFIN-RO – 2018) Em 2011, Vilhena, proprietário de uma casa, outorgou em favor de Pimenta o usufruto vitalício sobre ela. Em seguida, o outorgante requereu a averbação do direito real junto à matrícula do imóvel no Registro de Imóveis de Guajará-Mirim. Em 2014, Pimenta cedeu o exercício do usufruto por título gratuito a Costa, por contrato escrito e pelo prazo de um ano. Vencido o prazo, Costa restituiu a casa a Pimenta, retomando este o exercício do usufruto. Em novembro de 2017, falece o nu-proprietário, e seu único herdeiro, Andreazza, exige que Pimenta desocupe o imóvel. Diante da situação descrita, assinale a opção que apresenta a solução correta para o caso. a) Pimenta não poderia ceder o exercício do usufruto, por se tratar de direito real personalíssimo; a morte do nuproprietário extingue o usufruto de pleno direito. b) Pimenta somente poderia ceder o exercício do usufruto a título oneroso; a morte do nu-proprietário extingue o usufruto de pleno direito. c) Pimenta poderia ceder o exercício do usufruto tanto por título gratuito quanto oneroso; a morte do nu- proprietário não extingue o usufruto, podendo o usufrutuário permanecer no imóvel. d) Pimenta não poderia ceder o exercício do usufruto, porque este é vitalício; a morte do nu-proprietário extingue de pleno direito o usufruto, devendo o imóvel ser desocupado. e) Pimenta poderia ceder o exercício do usufruto a título gratuito; vencido o prazo de cessão do exercício do usufruto, o imóvel deveria ter sido restituído ao nu-proprietário ou, na sua falta, ao herdeiro. 41. (FGV / TJ-AL – 2018) A Associação dos Amantes do Turismo (AAT) recebeu, a título de usufruto instituído pelo associado Jorge, um imóvel de sua propriedade. As partes convencionaram, no título de instituição, que o usufruto seria pelo prazo de vinte anos. Decorridos dez anos da instituição, os associados, sem a participação de Jorge, que morrera há dois anos, deliberaram, em assembleia, ceder gratuitamente o usufruto do imóvel à Associação de Agentes de Viagem (AAV), em reconhecimento a serviços recebidos pela AAT. A cessão, feita sem prazo determinado, é considerada: a) válida, pois, consolidada a propriedade com a morte de Jorge, a AAT poderia destinar o bem da forma que lhe aprouvesse; Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 127 131 b) inválida, pois a cessão gratuita do usufruto dependeria da autorização de Jorge; c) válida e vigerá até o término do prazo previsto no ato de instituição do usufruto por Jorge; d) ineficaz, pois o instituto do usufruto não permite cessão gratuita; e) válida e vigerá por trinta anos a partir da instituição do usufruto por Jorge. 42. (FGV / PREFEITURA DE NITERÓI-RJ – 2015) Valéria, proprietária de um apartamento situado na Praia de Icaraí, fez doação do referido imóvel para Fernanda, com reserva de usufruto vitalício para Caio. Após sete anos, em decorrência de um processo de execução ajuizado por força de inadimplência de Fernanda em contrato de empréstimo bancário, houve a penhora do direito de propriedade do imóvel em questão, e consequente alienação em hasta pública. É correto afirmar que o direito real de usufruto de Caio: a) se extinguiu, por se tratar de direito real acessório da propriedade; b) se extinguiu, pois não prevalece diante da alienação feita em hasta pública; c) se mantém, embora o imóvel fique suscetível de ação reivindicatória por parte do arrematante, o que exclui o direito de Caio de utilização do bem; d) permanece intangível, até o falecimento de Caio ou outra causa de extinção; e) permanece intangível, se a Caio não for garantido o direito de preferência na arrematação. 43. (FGV / TCM-SP – 2015) Manuel, proprietário de muitas fazendas de criação de gado, resolveu estabelecer, em favor de seu filho Joaquim, usufruto de 1000 (mil) cabeças de gado, sendo 500 (quinhentas) de gado leiteiro e 500 (quinhentas) de gado de corte. Firmou-se no ato constitutivo que o direito real se estabelecia pelo prazo de 05 (cinco) anos. Decorrido o prazo estabelecido, chegada a hora da restituição das cabeças de gado a Manuel, Joaquim constata que possuía agora 300 (trezentas) cabeças de gado leiteiro e 850 (oitocentos e cinquenta) cabeças de gado de corte. Assim, procurou Manuel para restituir 300 (trezentas) cabeças de gado leiteiro e 500 (quinhentas) cabeças de gado de corte. Insatisfeito com a quantidade de gado que pretendia Joaquim lhe devolver, Manuel ajuíza uma ação judicial postulando ao juiz a condenação do réu Joaquim a lhe entregar 500 (quinhentas) cabeças de gado leiteiro e 850 (oitocentos e cinquenta) cabeças de gado de corte. Considerando os dados fornecidos pelo problema e as disposições do Código Civil sobre o tema, é correto afirmar que o pedido será julgado: a) Procedente em parte, pois o réu tem o dever de entregar todas as cabeças de gado que tiver em seu poder no momento da extinção do usufruto, de modo que está obrigado a restituir as 300 (trezentas) cabeças de gado leiteiro e as 850 (oitocentas e cinquenta) cabeças de gado de corte; Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 128 131 b) Procedente, devendo o réu restituir 500 (quinhentas) cabeças de gado leiteiro e 850 (oitocentas e cinquenta) cabeças de gado de corte, pois tem o nu-proprietário direito a receber de volta as cabeças de gado que entregou, acrescidas das crias que nasceram durante o exercício do direito real de usufruto; c) Procedente em parte, pois pode o réu compensar os animais perdidos (gado leiteiro) entregando ao autor 1000 (mil) cabeças de gado, sendo 300 (trezentas) cabeças de gado leiteiro e 700 (setecentas) cabeças de gado de corte, guardando para si a diferença de 150 cabeças de gado, porque nascidas no curso do usufruto; d) Procedente em parte, pois o proprietário tem direito a receber de volta exatamente o que entregou, isto é, 500 (quinhentas) cabeças de gado leiteiro e 500 (quinhentas) cabeças de gado de corte, de modo que não tem direito às cabeças de gado nascidas no decurso do exercício do direito real; e) Procedente em parte, pois o réu tem o dever de restituir apenas as cabeças de gado leiteiro que tiver em seu poder, além das 500 (quinhentas) cabeças de gado de corte, acrescidas de metade do número de crias existentes ao tempo da extinção do usufruto. 44. (FGV / TJ-BA – 2015) Armando constituiu formalmente o direito real de usufruto de um apartamento em favor de sua filha Fenícia para garantir-lhe moradia próxima à sua residência. Acontece que Fenícia, pretendendo residir em outro bairro, locou o imóvel em usufruto para utilizar o valor recebido a título de locação para pagar o aluguel do outro imóvel que pretendia alugar para morar. É correto afirmar que a locação em questão é: a) Perfeitamente válida, já que é direito do usufrutuário fruir da coisa, percebendo os frutos; b) Perfeitamente válida, já que o usufrutuário passa a ser o proprietário do bem em usufruto; c) Perfeitamente válida, já que o usufrutuário tem, inclusive, o direito de dispor da coisa em usufruto; d) Juridicamente nula, já que o usufrutuário não pode dispor do bem em usufruto; e)Anulável, dispondo o interessado do prazo decadencial de seis meses para pleitear a anulação. 45. (FGV / PREFEITURA DE NITERÓI-RJ – 2014) Em decorrência de disposição testamentária, um pequeno sítio de cinco hectares, com duas casas e outras benfeitorias, foi transmitido para Maria, ficando em usufruto vitalício para Eduardo. Acontece que o referido imóvel, por desídia de Eduardo, foi invadido por Sérgio e Ana, os quais, por terem permanecido residindo no bem por longo período, lograram obter sentença favorável em ação de usucapião cujo processo teve Maria e Eduardo no polo passivo da relação processual. Diante do caso em questão, por se tratar a usucapião: a) de um modo derivado de aquisição da propriedade, Sérgio e Ana passaram a ter a nua propriedade do imóvel, permanecendo Eduardo como usufrutuário, não restando qualquer direito para Maria; Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 129 131 b) de um modo derivado de aquisição da propriedade, Sérgio e Ana passaram a ter a propriedade plena do imóvel, extinguindo-se o usufruto de Eduardo e restando para Maria direito indenizatório em relação a este; c) de um modo derivado de aquisição da propriedade, Sérgio e Ana passaram a ter a nua propriedade do imóvel, permanecendo Maria como usufrutuária, não restando qualquer direito para Eduardo; d) de um modo originário de aquisição da propriedade, Sérgio e Ana passaram a ter a propriedade plena do imóvel, extinguindo-se o usufruto de Eduardo, restando para Maria direito indenizatório em relação a este; e) de um modo originário de aquisição da propriedade, Sérgio e Ana passaram a ter a nua propriedade do imóvel, permanecendo Eduardo como usufrutuário, não restando qualquer direito para Maria. 46. (FGV / AL-RO – 2018) Assinale a afirmativa correta. a) Para que seja válido e eficaz, o compromisso de compra e venda de bem imóvel deverá revestir a forma pública. b) A lei brasileira proíbe a realização de promessa de doação, padecendo de nulidade de pleno direito a realização de tal ato. c) O companheiro participará da sucessão do outro quanto aos bens adquiridos onerosamente na união estável e se concorrer com filhos comuns, terá direito a uma quota equivalente à que por lei for atribuída ao filho. d) Pelo regime da comunhão parcial de bens, comunicam-se os proventos do trabalho pessoal do cônjuge. e) No usufruto simultâneo contemplando duas pessoas conjuntamente e decorrente de testamento, falecendo um dos co-legatários, a parte do que faltar, em regra, acrescerá ao sobrevivente. Uso (1.412 a 1. 413) Habitação (1.414 a 1.416) 47. (FGV / TCM-SP – 2015) Carlos instituiu em favor de Teresa, Helena e Paula direito real de habitação sobre uma casa. Helena, antes de completar um ano de exercício, firma acordo escrito com Vera, registrado no cartório de títulos e documentos, cedendo onerosamente o exercício de seu direito real de habitação a ela e a seus sucessores. Logo em seguida, Teresa empresta uma parte da casa para que ali resida temporariamente uma pessoa de sua confiança. Considerando as disposições contidas no Código Civil sobre a matéria, Carlos: a) não poderia ter constituído direito real de habitação a mais de um beneficiário, posto que não se admite o co-exercício no direito real de habitação; b) não pode se opor à cessão do exercício do direito real de habitação, ante a sua natureza intuito personae; Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 130 131 c) pode se opor à cessão do exercício do direito real de habitação, pois, sendo o direito real de habitação personalíssimo, é inválida a cessão onerosa ou gratuita de seu exercício; d) pode se opor à cessão feita por Helena, pois, sendo o direito real de habitação intuito personae, somente se admite a cessão gratuita de seu exercício; e) pode se opor à cessão do exercício do direito real de habitação, porquanto a validade da referida cessão está condicionada à autorização de todos os titulares do direito real de habitação. 48. (FGV / TCM-SP – 2015) Carlos instituiu em favor de Teresa, Helena e Paula direito real de habitação sobre uma casa. Helena, antes de completar um ano de exercício, firma acordo escrito com Vera, registrado no cartório de títulos e documentos, cedendo onerosamente o exercício de seu direito real de habitação a ela e a seus sucessores. Logo em seguida, Teresa empresta uma parte da casa para que ali resida temporariamente uma pessoa de sua confiança. Considerando as disposições contidas no Código Civil sobre a matéria, Carlos: a) não poderia ter constituído direito real de habitação a mais de um beneficiário, posto que não se admite o co-exercício no direito real de habitação; b) não pode se opor à cessão do exercício do direito real de habitação, ante a sua natureza intuito personae; c) pode se opor à cessão do exercício do direito real de habitação, pois, sendo o direito real de habitação personalíssimo, é inválida a cessão onerosa ou gratuita de seu exercício; d) pode se opor à cessão feita por Helena, pois, sendo o direito real de habitação intuito personae, somente se admite a cessão gratuita de seu exercício; e) pode se opor à cessão do exercício do direito real de habitação, porquanto a validade da referida cessão está condicionada à autorização de todos os titulares do direito real de habitação. GABARITO FCC 1. FCC / PREF. DE TERESINA-PI – 2016 D 2. FCC / DPE-SP – 2015 A 3. FCC / PREF. DE RECIFE - PE – 2015 B 4. FCC / PREF. DE CARUARU-PE – 2018 C Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 131 131 5. FCC / PGE-TO – 2018 C 6. FCC - SANASA - 2019 D 7. FCC / TJ-PI – 2015 B 8. FCC / DPE-AP – 2018 A 9. FCC / TJ-SE – 2015 A 10. FCC / TJ-SC – 2015 D 11. FCC / SEFAZ-PE – 2015 A 12. FCC / DPE-SC – 2017 D 13. FCC / PREFEITURA DE SÃO LUIZ-MA – 2016 D 14. FCC / TJ-RR – 2015 C 15. FCC/TRF-3 – 2019 B 16. FCC / MANAUSPREV – 2015 B 17. FCC / SEFAZ-GO – 2018 A 18. FCC / TRF 2ª REGIÃO – 2018 D 19. FCC / TRF 5ª REGIÃO – 2017 C 20. FCC / TST – 2017 E 21. FCC / TRT - 11ª REGIÃO – 2017 B 22. FCC / TRT - 11ª REGIÃO – 2017 B 23. FCC / TRT - 20ª REGIÃO – 2016 A 24. FCC / TRT - 20ª REGIÃO – 2016 D 25. FCC / PGE-MT – 2016 E 26. FCC / TRT - 14ª REGIÃO – 2016 D 27. FCC / TJ-PI – 2015 C 28. FCC / TJ-SC – 2015 D 29. FCC / MANAUSPREV – 2015 B 30. FCC / DPE-CE – 2014 E 31. FCC / TRT 2ª REGIÃO – 2014 D 32. FCC / TRT-AL – 2014 A 33. FCC / TJ-AP – 2014 B 34. FCC / TJ-AP – 2014 A 35. FCC / TJ-PE – 2013 C 36. FCC / TJ-PE – 2013 D FGV 37. FGV / PREFEITURA DE RECIFE-PE – 2014 D 38. FGV / AL-RO – 2018 A 39. FGV / DPE-DF – 2014 C 40. FGV / SEFIN-RO – 2018 C 41. FGV / TJ-AL – 2018 C 42. FGV / PREFEITURA DE NITERÓI-RJ – 2015 D 43. FGV / TCM-SP – 2015 D 44. FGV / TJ-BA – 2015 A 45. FGV / PREFEITURA DE NITERÓI-RJ – 2014 D 46. FGV / AL-RO – 2018 E 47. FGV / TCM-SP – 2015 C 48. FGV / TCM-SP – 2015 C Paulo H M Sousa Aula 13 Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM