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Aula 13
Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário
- Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital
Autor:
Paulo H M Sousa
Aula 13
13 de Abril de 2021
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Sumário 
Livro III – Direito das Coisas ................................................................................................................................ 3 
1 – Considerações iniciais ............................................................................................................................... 3 
Título IV – Superfície ....................................................................................................................................... 4 
Título V – Servidões ........................................................................................................................................ 7 
Capítulo I – Constituição das servidões ....................................................................................................... 7 
Capítulo II – Exercício das servidões ........................................................................................................... 7 
Capítulo III – Extinção das servidões ................................ ........................................................................... 8 
Título VI – Usufruto .......................................................................................................................................... 9 
Capítulo I – Disposições gerais ................................................................................................................... 9 
Capítulo II – Direitos do usufrutuário ......................................................................................................... 10 
Capítulo III – Deveres do usufrutuário ....................................................................................................... 10 
Capítulo IV – Extinção do usufruto ............................................................................................................ 11 
Título VII – Uso .............................................................................................................................................. 13 
Título VIII – Habitação .................................................................................................................................. 13 
Título IX – Direitos do promitente comprador ............................................................................................... 14 
Concessões .................................................................................................................................................... 15 
Título X – Penhor, hipoteca e anticrese ......................................................................................................... 15 
Capítulo I – Disposições gerais ................................................................................................................. 15 
Capítulo II – Penhor ................................................................................................................................... 20 
Capítulo III – Hipoteca .............................................................................................................................. 27 
Capítulo IV – Anticrese .............................................................................................................................. 31 
Título XI – Laje............................................................................................................................................... 32 
2 – Considerações finais ............................................................................................................................... 34 
Paulo H M Sousa
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Questões Comentadas ...................................................................................................................................... 36 
Lista de Questões ............................................................................................................................................ 111 
Gabarito ......................................................................................................................................................... 130 
 
 
Paulo H M Sousa
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LIVRO III – DIREITO DAS COISAS 
1 – Considerações iniciais 
Inicialmente, lembro que sempre estou disponível, para você, aluno Estratégia, no Fórum de Dúvidas do 
Portal do Aluno e, alternativamente, também, nas minhas redes sociais: 
 
prof.phms@estrategiaconcursos.com.br 
 
prof.phms 
 
prof.phms 
 
prof.phms 
 
Fórum de Dúvidas do Portal do Aluno 
Na aula de hoje, você verá o tema Direito das Coisas. Em grande parte, os chamados direitos reais; ou seja, 
os elementos que derivam do direito de propriedade, parcelas da propriedade no seu sentido mais pleno. 
São temas meio aleatórios entre si, mas que se comunicam pela percepção de que fazem parte de um direito 
maior, o direito de propriedade. 
No mais, segue a aula pra gente bater um papo! =) 
Ah, e o que, do seu Edital, você vai ver aqui? 
Direitos reais: superfície, servidões, usufruto, uso, habitação, direito do promitente 
comprador. Direitos reais de garantia. 
Boa aula! 
 
 
 
 
 
Paulo H M Sousa
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Título IV – Superfície 
A enfiteuse sofre paulatino “desaparecimento” do Direito brasileiro. Isso porque a enfiteuse virtualmente 
esvazia o conteúdo do direito de propriedade. O foreiro, ou enfiteuta, pode usar, fruir, dispor, ceder e 
transferir a coisa. Ou seja, possui ele aparentemente a plenitude dos poderes proprietários. Ao senhorio, 
ou nu-proprietário, restam apenas dois poderes. 
O primeiro deles é a cobrança da taxa anual, o foro, cânon ou pensão. Esse valor é variável, 
podendo ser estipulado de maneira mais ou menos ampla. Em regra, o foro se estabelece em 
0,6% ao ano do valor do bem, um valor próximo ao que se tem hoje, na jurisprudência, para o 
pagamento do aluguel mensal de bens imóveis. 
O segundo é o direito de preferência, dado que o foreiro, sempre que pretender alienar seu 
direito, deve oferece-lo primeiro ao senhorio, para que esse possa consolidar a propriedade, novamente, 
em suas mãos. Isso demonstra com perfeição aquilo que eu disse anteriormente sobre a característica da 
elasticidade do direito de propriedade. A despeito de o direito de propriedade quase se romper, ele tem a 
tendência de retornar de maneira plena ao proprietário, com todas as suas figuras parcelares. 
Assim, o domínio útil fica com o foreiro, ou enfiteuta. É ele quem efetivamente tem o domínio do bem, ao 
passo que o senhorio, ou nu-proprietário, fica apenas com o domínio direto ou limitado. Cuidado para não 
confundir domínio direto com posse direta; o senhorio, ou nu-proprietário, não tem posse direta, mas 
apenas domínio direto! 
Caso o senhorio não exerça a preferência, o foreiro é obrigado a pagar o laudêmio, que nada 
mais é do que uma “indenização” pelo não exercício da consolidação da propriedade que lhe 
cabe de direito. O valor do laudêmio fora, historicamente, livre. 
O art. 2.038 do CC/2002 proibiu a constituição de novas enfiteuses, subordinando as existentes 
à aplicação do regramento do CC/1916 (arts. 678 a 694) e leis posteriores. Assim, não é mais 
possível instituir o regime enfitêutico sobre a propriedade, sendo que não foi adotada nova legislação sobre 
o assunto. Continua a reger a matéria, mais de 100 anos depois, o mesmo CC/1916. 
O §1º, inc. I,ainda proibiu a cobrança do laudêmio ou qualquer outra cobrança semelhante quando da 
alienação do imóvel, relativamente ao valor das construções ou plantações. Ou seja, atualmente o 
laudêmio pode ser cobrado apenas sobre o valor da nua-propriedade. Mesmo nos aforamentos ainda 
existentes, ficou proibido constituir novas subenfiteuses, segundo o inc. II. 
A aplicação mais relevante da enfiteuse ainda ocorre nos chamados terrenos de marinha. 
O art. 2.038, §2º, do CC/2002 estabelece que a enfiteuse dos terrenos de marinha e acrescidos 
é regulado por lei especial. A lei em questão é o Decreto-Lei 9.760/1946, que dispõe sobre os 
imóveis da União, além da Lei 9.636/1998, que dispõe sobre o aforamento de bens da União. 
Quinze anos depois do CC/2002, a Lei 13.465/2017 deu mais um passo rumo à extinção das 
enfiteuses. O art. 16-A da Lei 13.465/2017 permitiu, para os terrenos submetidos ao regime 
enfitêutico, a remição do foro e a consolidação do domínio pleno com o foreiro. 
Paulo H M Sousa
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A pretensão do CC/2002 foi de substituir a enfiteuse pelo direito de superfície. Como o 
proprietário possui diversas figuras parcelares do direito, de maneira elástica, ele pode se 
desfazer das mais diversas figuras parcelares, sem perder a propriedade. Uma dessas 
possibilidades é o direito de superfície, dando-se ao credor superficiário, ou simplesmente 
superficiário, o direito de construir ou de plantar em seu terreno, por tempo determinado, 
onerosa ou gratuitamente (art. 1.369 e art. 1.370). 
Aqui há um conflito aparente de normas, já que a Lei 10.257/2001 – o Estatuto da Cidade – estabelece que 
o direito de superfície pode ser feito por tempo determinado ou indeterminado (art. 21, caput). De acordo 
com o Enunciado 93 da I Jornada de Direito Civil, as normas previstas no CC/2002 sobre direito de superfície 
não revogam as relativas a direito de superfície constantes do Estatuto da Cidade por ser instrumento de 
política de desenvolvimento urbano. 
Com base no Enunciado, portanto, o direito de superfície pode ser estabelecido por tempo determinado 
ou por tempo indeterminado. 
Didaticamente falando, importante frisar as distinções que aparecem entre o direito de superfície regulado 
pelo CC/2002 e pela Lei 10.257/2001 – Estatuto da Cidade. As diferenças são sutis, mais muito importantes: 
 
 
Além disso, evidente que, seja para plantar, seja para edificar, é necessário utilizar-se do subsolo. No entanto, 
o direito de superfície não autoriza obra no subsolo, salvo se for inerente ao objeto da concessão, segundo 
o art. 1.369, parágrafo único. 
Na dicção do art. 1.374, não pode o superficiário dar ao bem destinação diversa daquela para que foi 
concedida. Assim, se permitida plantação, não se permite edificação; se permitida a edificação de uma casa, 
impossível erigir um escritório de advocacia. 
• Onde? Imóvel urbano ou rural
• Quando? Tempo determinado, apenas
• O quê? Solo, SEM espaço aéreo ou subsolo
CC/2002
• Onde? Imóvel urbano
• Quando? Tempo determinado ou indeterminado
• O quê? Solo, subsolo e espaço aéreo
Estatuto da Cidade
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Exige-se que seja feita a superfície por escritura pública devidamente registrada no Registro de Imóveis, 
segundo o art. 1.369. Como é o superficiário a se utilizar do bem, fica ele responsável pelo pagamento das 
despesas relativas a encargos e tributos que oneram o bem, segundo o art. 1.371. 
A ressalva fica por conta das obrigações fiscais decorrentes do imóvel, que, pelo princípio da 
ambulatoriedade, independem do titular do direito real para recair sobre a coisa. Assim, as dívidas tributárias 
obrigarão a coisa, sendo irrelevante se o inadimplemento se deu pelo proprietário ou pelo superficiário. 
O direito de superfície pode transferir-se a terceiros e, por morte do superficiário, aos seus herdeiros, nos 
termos do art. 1.372. No entanto, o parágrafo único estabelece que, nesses casos, o proprietário, também 
chamado de fundieiro ou concedente, não pode receber qualquer pagamento pela transferência, sendo 
nula cláusula nesse sentido. 
Tome cuidado, portanto. A instituição do direito de superfície pode ser gratuita ou onerosa (pagamento 
do chamado solarium ou cânon superficiário). A transferência do direito de superfície para terceiros, seja 
inter vivos, seja mortis causa, pode ser igualmente onerosa ou gratuita. No entanto, a transferência para 
terceiros tem de ser feita gratuitamente em relação ao proprietário, ou seja, o superficiário pode receber 
pela transferência, mas não o proprietário concedente. 
Como titular de direito real, o superficiário tem direito de preferência, em caso de 
alienação do imóvel (art. 1.373), bem como o proprietário, em relação à superfície. 
Ou seja, se o fundieiro for alienar o imóvel, o superficiário tem preferência na 
aquisição da propriedade; se o superficiário for transmitir a superfície, o fundieiro tem 
preferência na aquisição, de modo a consolidar a propriedade plena em suas mãos 
novamente. Trata-se de prelação recíproca, ou preempção de mão dupla, portanto. 
E se a preferência legal não for respeitada? O Enunciado 510 da V Jornada de Direito Civil prevê que ao 
superficiário que não foi previamente notificado pelo proprietário para exercer o direito de preferência é 
assegurado o direito de, no prazo de seis meses (rectius: 180 dias), contado do registro da alienação, 
adjudicar para si o bem mediante depósito do preço. 
Quando a superfície se extinguir, o superficiário perde o direito ao que construiu ou plantou, 
se as partes não houverem estipulado o contrário (art. 1.375). Isso pode contrariar seu “senso 
comum jurídico”, pelo que exige cuidado. Se você é superficiário e edifica um prédio de 10 
andares, ao final do direito de superfície o prédio inteiro é meu e você não tem direito de 
indenização. 
Se houver desapropriação, porém, a indenização cabe ao proprietário e ao superficiário, no valor 
correspondente ao direito real de cada um, conforme regra do art. 1.376. Ou seja, faz-se um rateio da 
indenização que o proprietário tem direito pela desapropriação entre ele e o superficiário. 
Por fim, o art. 1.377 deixa claro que o direito de superfície constituído por pessoa jurídica de direito público 
interno rege-se pelo Código Civil, no que não for diversamente disciplinado em lei especial. Trata-se de 
aplicação da Lei 10.257/2001 – Estatuto da Cidade. 
Paulo H M Sousa
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Título V – Servidões 
Capítulo I – Constituição das servidões 
CUIDADO! NÃO CONFUNDA A PASSAGEM FORÇADA COM A SERVIDÃO. PASSAGEM FORÇADA É UM 
DIREITO DE VIZINHANÇA, FRUTO DA FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE; SERVIDÃO É DIREITO REAL 
SOBRE COISA ALHEIA, QUE VISA GERAR CÔMODO AO PROPRIETÁRIO. A PASSAGEM FORÇADA É 
OBRIGATÓRIA, DADO QUE NÃO HÁ COMO A PESSOA ACESSAR SUA PROPRIEDADE SEM ELA; JÁ A 
SERVIDÃO É FACULTATIVA. 
Na servidão delimita-se um prédio como dominante o qual desfruta da prerrogativa sobre o prédio 
serviente. Além disso, a servidão decorre da manifestação de vontade das partes. Por isso, a servidão é 
criada mediante vontade devidamente registrada no Registro de Imóveis (art. 1.378). 
Excepcionalmente, há uma espécie de usucapião de servidão prevista no art. 1.379, que 
independe de acordo prévio. O dispositivo estabelece prazo de 10 anos (ou 20 anos, se sem 
justo título, segundo o parágrafo único) de uso contínuo e pacífico da área, com justo título, 
e após decisão judicial. 
A servidão é acessória, ligando-se ao direito principal, que é o direito a propriedade.Ela é indivisível e 
perpétua, com duração indefinida, prendendo-se ao bem imóvel, conforme estabelece o art. 1.386. 
Capítulo II – Exercício das servidões 
Em regra, o proprietário do imóvel dominante (que necessita da servidão) tem de exercer a servidão 
causando o menor prejuízo (art. 1.385), em homenagem ao princípio da menor onerosidade ao imóvel 
serviente (civiliter modo). Por isso, constituída para certo fim, a servidão não se pode ampliar a outro (§1º). 
Além disso, cumpre ao proprietário do imóvel dominante arcar com as despesas de manutenção da 
servidão (arts. 1.380 e 1.381). Se forem mais de um os dominantes, no caso de servidão conjunta, serão as 
despesas rateadas proporcionalmente. 
O proprietário do imóvel serviente, então, não pode atrapalhar o uso da servidão (art. 1.383), mas pode 
removê-la, se isso não causar dano ao dominante (art. 1.384). Se houver embaraço, cabíveis as ações 
possessórias para que a servidão seja protegida contra atos do proprietário do imóvel serviente. 
Quando a obrigação incumbir, excepcionalmente, ao dono do prédio serviente, este 
pode se exonerar. Como? Abandonando, total ou parcialmente, a propriedade ao dono 
do dominante (chamado de abandono liberatório). Se o proprietário do prédio 
dominante se recusar a receber a propriedade do serviente, ou parte dela, o custeio das 
obras volta para ele, prevê o parágrafo único do art. 1.382. 
Prevê o art. 1.386 que as servidões são indivisíveis (servitutes dividi non possunt). Por isso, elas subsistem, 
no caso de divisão dos imóveis, em benefício de cada uma das porções do prédio dominante, e continuam a 
gravar cada uma das do prédio serviente. A exceção fica por conta da situação em que, por natureza ou 
destino, só se aplicarem a certa parte de um ou de outro. 
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Eventualmente, adquire-se a servidão por meio de sentença judicial, em duas ações: 
 
Como se cria uma servidão? Já mostrei a você três hipóteses: vontade (negócio jurídico inter vivos ou 
mortis causa), usucapião e sentença judicial (ações confessória e de divisão). Há ainda uma quarta 
hipótese, a destinação, que se verifica quando o proprietário, perpetui usus causa (caráter permanente), 
reserva parte do prédio seu em favor de outrem e, se os imóveis passarem a proprietários diferentes, a 
serventia por ele criada torna-se uma servidão. 
Capítulo III – Extinção das servidões 
Por fim, a servidão pode ser extinta por: 
 
Segundo a legislação brasileira, há uma espécie imprópria de servidão, a servidão de aqueduto. Isso porque 
ela é tratada dentro dos direitos de vizinhança, numa espécie um tanto híbrida, já que conjuga algumas 
características de servidão (imóvel dominante e imóvel serviente) com outras de direito de vizinhança 
(desnecessidade de registro). 
• Em por objetivo o reconhecimento da existência de servidão negada/contestada
A. Ação confessória
• A partilha, conforme estabelece o art. art. 596, inc. II, do CPC/2015, instituem-se as
servidões, que forem indispensáveis, em favor de uns quinhões sobre os outros,
incluindo o respectivo valor no orçamento para que, não se tratando de servidões
naturais, seja compensado o condômino aquinhoado com o prédio serviente
B. Ação de divisão
• Art. 1.387
• Se o prédio dominante estiver hipotecado, e a servidão se mencionar no título
hipotecário, será também preciso, para a cancelar, o consentimento do credor
A. Desapropriação
• Arts. 1.388 e 1.389. Casos previstos para que a servidão possa ser cancelada:
• a. quando o titular houver renunciado a sua servidão
• b. quando tiver cessado, para o prédio dominante, a utilidade ou a comodidade, que
determinou a constituição da servidão
• c. quando o dono do prédio serviente resgatar a servidão
• d. pela reunião dos dois prédios no domínio da mesma pessoa (confusão real)
• e. pela supressão das respectivas obras por efeito de contrato, ou de outro título
expresso
• f. pelo não uso, durante dez anos contínuos (desuso da servidão)
B. Cancelamento
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O art. 1.293 permite que alguém, mediante prévia indenização aos proprietários prejudicados, construa 
canalização através de seus prédios para receber as águas a que tenha direito, indispensáveis às primeiras 
necessidades da vida, e, desde que não cause prejuízo considerável aos proprietários, bem como para o 
escoamento de águas supérfluas ou acumuladas, ou a drenagem de terrenos. 
Como eu disse, por se tratar de uma espécie híbrida, o art. 1.294 dispõe que se aplica ao direito de aqueduto 
o regramento da disciplina a passagem forçada de cabos e tubulações, tema esse visto em momento 
próprio. 
Título VI – Usufruto 
Capítulo I – Disposições gerais 
O usufruto é o direito real de fruição por excelência. Isso porque o proprietário se despe dos poderes de 
uso e de fruição, resguardando apenas os poderes de disposição e reivindicação para si. No entanto, tendo 
em vista a extensão dos poderes reais, de “usu-fruto”, detidos pelo usufrutuário, o STJ (REsp 1.202.843) 
entende que o usufrutuário também pode reivindicar a coisa de quem a detenha injustamente. 
Além disso, evidentemente, o proprietário tem direito de defender sua posse (indireta) contra o 
usufrutuário, por meio das ações possessórias, bem como o usufrutuário tem direito de defender sua 
posse (direta) contra o proprietário, por meio das ações possessórias. 
Quando se perfaz o usufruto, costuma-se chamar o proprietário destituído das faculdades de uso e fruição 
de nu-proprietário. Isso porque, entendendo-se a propriedade como os poderes de usar, fruir e dispor da 
coisa (além de reaver, claro, em caso de perda injusta), restaria ao proprietário apenas a faculdade de dispor, 
sem que pudesse efetivamente usar o bem, daí a propriedade restar “nua”. 
No entanto, apesar de nu-proprietário, o proprietário ainda resguarda o poder de dispor do 
bem, e pode fazê-lo a qualquer tempo. O adquirente, porém, tem a obrigação de respeitar 
o usufruto, como se o proprietário original o fosse. Nesse caso, o usufruto não precisa de 
nova constituição registral, dado que os poderes de uso e fruição prevalecem sobre a 
alienação. 
O usufruto pode ser obrigatório ou legal (a), quando a própria lei ordena que alguém tenha o usufruto dos 
bens de outrem, mesmo contra a vontade deste. Pode ainda o usufruto ser voluntário ou convencional (c). 
Essa espécie se subdivide em duas. Haverá usufruto por alienação quando o proprietário concede o usufruto 
a outrem e permanece como nu-proprietário, vindo a retomar o bem nos casos de extinção do usufruto. 
Pode haver usufruto por retenção ou dedução (usufruto deducto), quando, inversamente, o proprietário 
aliena a coisa a outrem e permanece como usufrutuário. 
Por fim, uma quarte hipótese é a de usufruto misto (d). Ela ocorreria na raríssima hipótese de usucapião do 
usufruto. Raríssima porque, como no caso de superfície, dificilmente o possuidor usucapirá 
apenas o direito real limitado, preferindo usucapir o direito real pleno, a propriedade. Poderia 
haver tanto a usucapião ordinária (com justo título e boa-fé, no prazo de 10 anos) quanto a 
extraordinária (sem justo título nem boa-fé, no prazo de 15 anos). 
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O usufruto recai em bens móveis ou imóveis, abrangendo, no todo ou em parte, os frutos e utilidades, 
inclusive os acessórios (art. 1.392), conforme preceitua o art. 1.390. A regra é de que o usufruto seja pleno 
ou total, abrangendo o direito real todos os acessórios da coisa. Inversamente, o usufruto será parcial ourestrito, quando tiver seu conteúdo delimitado na instituição, sem abranger todos os acessórios. 
No usufruto impróprio ou quase usufruto, o usufrutuário, em realidade, torna-se proprietário da coisa, mas 
deve restituir as coisas recebidas (consumíveis e fungíveis), como no depósito de bem fungível. 
Diversamente, no usufruto próprio, o usufrutuário deve restituir exatamente as mesmas coisas recebidas 
(inconsumíveis e infungíveis). 
Tal qual os demais direitos reais, o usufruto necessita de registro no Registro de Imóveis (art. 
1.391). O usufruto não se transfere, mas seu exercício pode ceder-se por título gratuito ou 
oneroso, por força do art. 1.393. Como é inalienável é igualmente impenhorável, decidiu o STJ 
(AgRg no Ag 851.994), o que não impede que os frutos sejam penhorados, a exemplo dos 
aluguéis (REsp 883.085). 
Capítulo II – Direitos do usufrutuário 
São direitos do usufrutuário: 
 
Veja, portanto, que o usufrutuário tem direito, por exemplo, de alugar o imóvel objeto do usufruto, 
bem como perceber os aluguéis. O proprietário, por sua, vez, não pode impedir essa fruição e nem 
tem direito de perceber, ele, os aluguéis. Pode também o usufrutuário usar o bem como melhor lhe 
convier, desde que respeitados os limites fixados; isso afasta, evidentemente, o uso do bem pelo próprio nu-
proprietário. 
Capítulo III – Deveres do usufrutuário 
De outra banda, são deveres do usufrutuário: 
A. Possuir, usar, administrar e perceber os frutos
B. Perceber os frutos e cobrar as dívidas, quando o usufruto recai em títulos de crédito
• Por outro lado, os frutos naturais, pendentes ao tempo em que cessa o usufruto
(igualmente, o café ainda no pé), pertencem ao dono, também sem compensação das
despesas
C. Perceber os frutos naturais, pendentes ao começar o usufruto (p. ex., café no pé), sem
encargo de pagar as despesas de produção
• Já os frutos civis, vencidos na data inicial do usufruto, pertencem ao proprietário (a partir
de então, pertencerão ao usufrutuário)
D. Perceber os frutos civis vencidos na data em que cessa o usufruto (p. ex., os aluguéis
vencidos e os pendentes de pagamento)
E. Usufruir da coisa em pessoa, ou mediante arrendamento
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Veja que, ordinariamente, o usufrutuário não responde pelas deteriorações, salvo culpa ou exercício 
irregular de direito. Inversamente, as despesas ordinárias incumbem a ele, dado que tem a posse direta, mas 
as despesas extraordinárias e as despesas ordinárias não módicas (de valor superior a dois terços do 
rendimento líquido anual) continuam a cargo do nu-proprietário, aduz o art. 1.403. Trata-se, em larga 
medida, de funcionamento bastante assemelhado à locação residencial. 
Se o usufrutuário fizer o seguro, ao proprietário caberá o direito dele resultante contra o segurador, fixa o 
art. 1.407, §1º. Em qualquer caso, o direito do usufrutuário fica sub-rogado no valor da indenização do seguro 
(§2º). 
O usufrutuário não pode vender o bem, já que o poder de disposição permanece com o nu-proprietário. 
Inversamente, o usufruto não se extingue com a alienação do bem, como dito, dada sua natureza real. 
Capítulo IV – Extinção do usufruto 
E como se extingue o usufruto, então? Por se tratar de direito real, exige-se o 
cancelamento do registro do usufruto no Registro de Imóveis (art. 1.410). O 
dispositivo supramencionado estabelece que se extingue o usufruto por: 
A. Não mudar a destinação econômica do bem, sem expressa autorização do proprietário
• Se quem receber o usufruto for o doador do próprio bem, não precisa dar garantia (no
caso do usufruto deducto)
B. Inventariar os bens recebidos e prestar garantia, caso exija o proprietário (caução
usufrutuária)
C. Velar pela conservação dos bens, e entregá-los findo o usufruto
D. Pagar pelas deteriorações resultantes do exercício irregular do usufruto
E. Pagar pelas despesas ordinárias de conservação dos bens e pelas prestações e tributos
devidos pela posse ou rendimento
F. Pagar pelas reparações que lhe competir, cobrando do proprietário a importância
despendida
G. Informar o dono sobre qualquer lesão produzida contra a posse da coisa, ou os direitos
deste
• O valor da indenização do seguro pertence, porém, ao proprietário, salvo no caso de
prejuízo sofrido pelo usufrutuário, que então se sub-roga no valor da indenização (caso
de sub-rogação legal)
H. Pagar pelo seguro (prêmio), se a coisa estiver segurada
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Vou tratar das peculiaridades de algumas dessas formas de extinção do usufruto. Inicialmente (inc. I), se o 
bem for imóvel, exige-se escritura pública na renúncia, caso tenha valor superior a 30 salários mínimos, 
seguindo a regra geral do negócio jurídico. 
E no caso da pessoa jurídica (inc. III), poderia se perceber aí um virtual usufruto perpétuo? Não, porque o art. 
1.410, inc. III, do Código Civil, estabelece que se o usufruto for instituído em favor de pessoa jurídica, 
obrigatoriamente se extingue pelo decurso de 30 anos da data em que se começou a exercer. 
Assim, o usufruto pode ser temporário ou a termo (art. 1.410, inc. II, do Código Civil), sendo 
que pode ele ser mais ou menos longo, mas restrito a 30 anos no caso de usufrutuário pessoa 
jurídica. Pode também ser o usufruto vitalício (mas não perpétuo), caso no qual se restringe 
às pessoas naturais, não havendo previsão de termo final, extinguindo-se o direito real com a 
morte do beneficiário. Inversamente, se o usufruto for a termo, a morte do usufrutuário não 
o extingue, mas apenas o escoamento do prazo fixado. 
Pode haver a destruição da coisa dada em usufruto (inc. V). Se isso ocorrer, sem culpa do proprietário, ele 
não será obrigado a reconstruir o imóvel e, mesmo que o reconstrua à sua custa, o usufruto não se 
restabelece. No entanto, se a indenização do seguro for aplicada à reconstrução do prédio, restabelece-se o 
usufruto. 
Na hipótese de consolidação (inc. VI), o usufrutuário transfere o direito real ao nu-proprietário, que passa a 
deter a propriedade plena. O caso mais comum é a morte do usufrutuário no usufruto; o pai, usufrutuário 
do bem doado ao filho em vida, falece, sendo que o filho, então, consolida-se na propriedade plena da coisa. 
Quando se verificará a culpa do usufrutuário (inc. VII)? Quando ele aliena, deteriora, ou deixa arruinar os 
bens, sem realizar os reparos de conservação necessários. No caso de usufruto de títulos de crédito, age com 
I. Renúncia ou morte do usufrutuário
II. Termo de sua duração (usufruto por tempo determinado)
III. Extinção da pessoa jurídica em favor de quem o usufruto foi constituído
IV. Cessação do motivo de que se origina
V. Destruição da coisa
VI. Consolidação
VII. Culpa do usufrutuário
VIII. Não uso, ou não fruição, da coisa em que o usufruto recai
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culpa quando não aplica os valores recebidos em títulos da mesma natureza, ou em títulos da dívida pública 
federal, como exige o art. 1.395 do Código Civil. 
No caso de usufruto em favor de mais de uma pessoa, ele se extingue parcialmente em relação a cada uma 
das que falecerem, salvo se, por estipulação expressa, o quinhão desses couber ao sobrevivente. 
Título VII – Uso 
Aplica-se, quanto ao uso, as disposições do usufruto (art. 1.413). A distinção fica por 
conta de que o uso tem extensão menor do que o usufruto, limitado às necessidades 
suas e de sua família. 
Assim, as figuras parcelares da fruição e da disposição permanecem nas mãos do 
proprietário, ao passo que o usuário tem para si apenas a faculdade deusar o bem. 
Evidentemente, como ocorre no usufruto, a lógica do sistema indica que tanto o usuário quanto o 
proprietário têm o poder de reivindicar a coisa de quem injustamente a detenha, ainda que o CC/2002 tenha 
sileciado a respeito. 
Permite-se ao usuário a percepção dos frutos quando o exigirem as necessidades suas e de sua família. As 
necessidades pessoais se avaliam conforme a sua condição social e o lugar onde viver; as da família 
compreendem as de seu cônjuge (ou do companheiro, ainda que o §2º silencie a respeito), dos filhos 
solteiros e das pessoas de seu serviço doméstico. 
No entanto, como o direito real de uso pode ser fixado onerosa ou gratuitamente, necessário ter cuidado ao 
interpretar o art. 1.412, §2º. Se for oneroso, pode-se interpretar de maneira ampliativa o conceito de família, 
se a isso não se opuser a natureza do contrato e a situação concreta. Em se tratando de direito real de uso 
gratuito, porém, a interpretação sempre deve ser estrita, por força de aplicação do art. 1.414. 
Título VIII – Habitação 
O direito real de habitação é muito semelhante ao direito real de uso, mas ainda mais limitado. 
Restringe-se à moradia gratuita da família do habitante, não podendo ele dar outra destinação 
ao imóvel, não se permitindo que ele alugue ou mesmo empreste o bem a terceiros (art. 1.414). 
Se o usuário não poderia locar o bem objeto do direito real de uso, o habitante sequer pode 
emprestá-lo por comodato. Se o fizer, pode o proprietário extinguir o direito real, por 
descumprimento da função. Igualmente, como o direito real de habitação é personalíssimo (intuitu 
personae), não pode o habitante cedê-lo a terceiros, nem mesmo gratuitamente. 
Se o direito real de habitação for conferido a mais de uma pessoa (direito real de habitação simultâneo ou 
conjunto), qualquer delas que more sozinha na casa não tem de pagar aluguel à outra, mas não a pode 
inibir de exercer o direito de habitá-la, se quiser. No mais, se aplica, quanto à habitação, as disposições do 
usufruto (art. 1.416). 
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O direito real de habitação pode ser voluntário – ou convencional – ou determinado por lei – legal. No caso 
de habitação voluntária, necessário o registro imobiliário, regra inaplicável ao direito real de habitação 
havido por força de lei. 
Prevê o art. 1.831 que ao cônjuge sobrevivente, qualquer que seja o regime de bens, se assegura, sem 
prejuízo da participação que lhe caiba na herança, o direito real de habitação relativamente ao imóvel 
destinado à residência da família, desde que seja o único daquela natureza a inventariar. 
Título IX – Direitos do promitente comprador 
O art. 1.417 estabelece que a promessa de compra e venda em que se não há cláusula de 
arrependimento cria ao comprador direito real à aquisição do imóvel. Esse compromisso de 
compra e venda pode ser celebrado tanto por instrumento público quanto por instrumento 
particular. 
Num ou no outro caso, o Código exige que a promessa seja registrada no Registro de Imóveis 
para que o direito real seja criado. Assim, vê-se que o CC/2002 exige o registro para que se crie direito real 
com eficácia erga omnes. 
A aquisição do direito real permite ao comprador exigir do promitente vendedor, ou de terceiros, a quem 
os direitos deste forem cedidos, a outorga da escritura definitiva de compra e venda. Caso o vendedor ou 
o terceiro se recusem a efetivar a escritura pública definitiva, o adquirente, o promitente comprador, pode 
requerer ao juiz a adjudicação compulsória do imóvel, na forma da lei processual, segundo estabelece o art. 
1.418. 
Em regra, no caso de silêncio do contrato, necessária a interpelação judicial ou extrajudicial (mora solvendi 
ex persona), para que o promitente comprador possa purgar a mora. Segundo a Súmula 76 do STJ, mesmo 
no compromisso de compra e venda não registrado não se dispensa a prévia interpelação do devedor para 
que seja constituído em mora. 
Não obstante, a Lei 13.097/2015, ao alterar o parágrafo único do art. 1º do Decreto-Lei 
745/1969, passou a dispensar a notificação do devedor inadimplente se existe, no compromisso 
de compra e venda, cláusula resolutiva expressa. Para isso, deve o promitente vendedor 
aguardar 15 dias da data do pagamento. Se o devedor não paga nos 15 dias subsequentes ao 
prazo contratual, entende-se que não efetuou a devida purgação da mora, pelo que seu 
inadimplemento se opera de pleno direito. 
Além disso, a jurisprudência atenua o formalismo do art. 1.417. Assim, apesar de o compromisso de compra 
e venda não ser registrado na matrícula do imóvel, os efeitos são praticamente os mesmos. O Enunciado 95 
da I Jornada de Direito Civil, nesse sentido, prevê que o direito à adjudicação compulsória, quando exercido 
em face do promitente vendedor, não se condiciona ao registro da promessa de compra e venda no 
cartório de registro imobiliário. 
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Concessões 
A concessão de uso especial para fins de moradia e a concessão de direito real de uso estão previstas no art. 
1.225, incs. XI e XII, do Código Civil. Essas duas concessões têm por objetivo regularizar áreas favelizadas, 
tendo sido inseridas no texto normativo com esse propósito. Trata-se de uma das primeiras normas a tentar 
criar verdadeira política pública de regularização fundiária urbana, por meio da MP 2.220/2001 e pela Lei 
11.481/2007. A Lei 13.465/2017 alterou profundamente os dispositivos ao criar o REURB. 
No entanto, ambas não são reguladas pelo Código, de modo que não há que se falar, aqui, sobre elas. 
Título X – Penhor, hipoteca e anticrese 
Capítulo I – Disposições gerais 
No âmbito do direito obrigacional, o credor tem uma garantia geral, de assédio de todo o patrimônio do 
devedor, salvo as exceções legais que objetivam a manutenção de seu patrimônio mínimo, conforme a teoria 
de Fachin. Não obstante, o credor pode, por conveniência, exigir garantias adicionais. 
Essas garantias podem ser pessoais – fidejussórias – ou reais. Nas primeiras, o plus garantidor advém de 
terceira pessoa, como o fiador. Nas segundas, o plus garantidor, inversamente, advém de uma coisa. 
Sobressaem das garantias reais duas peculiaridades: a acessoriedade e a ambulatoriedade. Sobre a primeira, 
como as garantias são acessórias à obrigação principal, seguem o princípio da gravitação jurídica 
(accessorium sequitur principale, ou o acessório segue o principal). A respeito da segunda, Orlando Gomes 
explica que: 
O direito real de garantia é o que confere ao credor a pretensão de obter o pagamento 
da dívida com o valor do bem aplicado exclusivamente à sua satisfação. Sua função é 
garantir ao credor o recebimento da dívida por estar vinculada a determinado bem. O 
vínculo não se descola da coisa cujo valor está afetado ao pagamento da dívida. Se o 
devedor a transmite a outrem, continua onerada, transferindo-se com ela o gravame. 
Acompanha, segue a coisa, subsistindo íntegro e ileso, seja qual for a modificação que 
sofra a titularidade do direito. O direito do credor tem, portanto, sequela. 
Os direitos reais são divididos pela literatura jurídica em três grandes grupos: os direitos reais sobre coisa 
própria, os direitos reais sobre coisa alheia e os direitos reais de garantia. Há três características gerais do 
direito das coisas aplicáveis igualmente aos direitos reais de garantia: 
 
• Apresenta uma preferência especial, bem como pelo chamado poder de sequela, o que
quer dizer que o titular pode vender o bem, mas a garantia o grava e o acompanha,
podendo o credor buscar a coisa nas mãos de quem quer que ela venha a estar
A. Eficácia erga omnes
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Ainda relativamente ao pacto comissório, é importante distingui-lo do chamado pacto marciano. Ao 
contrário do comissório, o pacto marciano assegura a aferição do justo valor do bem dado em garantia e 
a restituição do supérfluo. Desse modo, enquanto o pacto comissório gera o risco de desvirtuamento do 
sistema de garantias, que passaria a apresentar intuito especulativo, a cláusula marciana assegura a 
manutenção do sistema por meio da proteção da comutatividade da equação prestacional. A garantia 
mantém-se como acessória do débito, sem que o credor se aproprie de valor superior ao da dívida. 
O Enunciado 626 da VIII Jornada de Direito Civil estabelece que não afronta o art. 1.428, em relações 
paritárias, o pacto marciano. O pacto marciano é a cláusula contratual que autoriza ao credor tornar-se 
proprietário da coisa objeto da garantia mediante aferição de seu justo valor e restituição do supérfluo 
(valor do bem em garantia que excede o da dívida). A aferição deve ser feita pelo valor de mercado ou por 
terceiro desinteressado no pacto, indicado pelas partes. 
É possível, ainda, distinguir os direitos reais de garantia dos direitos reais sobre coisa alheia (de fruição) a 
partir do conteúdo e da função: 
 DIREITOS REAIS DE GARANTIA DIREITOS REAIS DE FRUIÇÃO 
Conteúdo 
É o poder do titular por sua própria 
iniciativa, obter a satisfação da dívida 
garantida pela coisa 
Traduz no poder do titular usar, e 
fruir a coisa da qual tem posse 
direta 
Função 
Acessórios, pressupõem antes a existência 
de um crédito, a quem servem de garantia 
Autônomos 
Por fim, antes de passar às espécies dos direitos reais de garantia, mostrarei a você as regras gerais dos 
direitos reais de garantia. Assim, quando adentrar nos direitos reais de garantia propriamente ditos, você já 
saberá, de antemão, em detalhes, a “lógica” que perpassa as regras do CC/2002. 
 
• A garantia estabelece-se sobre a integralidade da dívida e sobre todo o bem dado em
garantia. Pelo principio da indivisibilidade, portanto, se um imóvel foi dado em hipoteca
para garantir uma dívida que já teve pagamento parcial, o imóvel inteiro pode ser levado
à alienação para quitar o restante (art. 1.421)
• Mas há exceções, como a Súmula 308 do STJ, que estabelece que a hipoteca entre
agente financeiro e construtor não tem eficácia sobre o promitente comprador
B. Indivisibilidade da garantia
• A garantia real garante aquele determinado bem para ser levado à venda em hasta
pública. Ou seja, proíbe-se que o próprio credor fique com o bem dado em garantia (a
chamada cláusula constituti), automaticamente, por força do art. 1.428
No entanto, os credores pignoratício, anticrético ou hipotecário podem ficar com o bem,
se o receberem por meio de dação em pagamento
C. Proibição do pacto comissório real
A. Constituição e eficácia
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A constituição de um direito real de garantia segue a regra geral de capacidade, ou seja, só pode 
empenhar, hipotecar e dar em anticrese quem pode igualmente alienar a coisa, ou seja, deve 
o sujeito ter capacidade de disposição (regra do art. 1.420). 
Já o art. 1.424 prevê os requisitos eficaciais dos direitos reais de garantia, quais sejam: 
I - o valor do crédito, sua estimação, ou valor máximo 
II - o prazo fixado para pagamento 
III - a taxa dos juros, se houver 
IV - o bem dado em garantia com as suas especificações 
O STJ tem entendimento de que a falta de cumprimento desses requisitos não acarreta a nulidade da 
garantia real, mas apenas uma ineficácia contra terceiros (REsp 226.041). Isso deixa claro que o registro é 
apenas elemento de plus eficacial, e não elemento de validade ou mesmo de eficácia inter partes. 
 
O objeto específico depende do direito em questão, mas, segundo regra do art. 1.420, somente os bens 
alienáveis podem ser dados em hipoteca, penhor ou anticrese, ou seja, apenas as coisas sujeitas ao 
comércio. A ausência de consuntibilidade jurídica exigida torna nula a garantia real. 
Outro ponto relevante em relação ao objeto é quando a coisa é comum, ou seja, 
instituída em condomínio. Somente quando todos os proprietários anuem com o direito 
real é que o bem todo pode ser dado em garantia, mas nada impede que cada 
proprietário institua garantia real sobre sua parte ideal (art. 1.420, § 2º, em consonância 
com o art. 1.314). 
Além disso, o objeto da garantia é indivisível em relação ao pagamento parcial, salvo se 
estipulado em contrato em contrário, por força do art. 1.421. Ou seja, mesmo que se deem 
diversos bens em garantia, todos eles (inclusive os acessórios) continuam garantindo o credor, 
ainda que haja pagamento parcial, seja a coisa indivisível (como um carro, uma joia ou uma 
casa), seja divisível (coleções, rebanhos, rendas ou fazenda). 
Igualmente, em se tratando de um bem imóvel, as acessões e benfeitorias realizadas pelo proprietário 
passam também a integrar a garantia hipotecária, independentemente do valor. O princípio da 
indivisibilidade, portanto, carrega em si também o princípio da gravitação jurídica (accessorium sequitur 
principale), de modo que os acessórios e frutos da coisa seguem a sorte da garantia, de maneira indivisível. 
 
B. Objeto
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I – Direitos 
O primeiro direito é o de excussão. Corresponde à possibilidade de tomar o bem dado em 
garantia real para aliená-lo em hasta pública ou privada, conforme o caso, sendo o produto 
da arrematação destinado à satisfação do credor (art. 1.422), nos casos de hipoteca e penhor. 
Este é o principal efeito visado pelo credor, a preferência no produto da alienação do bem. 
Se o montante não for suficiente, continua o devedor obrigado pelo restante na execução, 
mas aí como credor quirografário (art. 1.430). Se for gravado mais de uma garantia, prefere a 
que primeiro foi registrada – não interessa quando foi obtida, mas sim registrada. 
O segundo direito é o de prelação. A expressão prelação significa a situação de preferência ou 
preempção do credor de poder atingir a coisa dada em garantia real para satisfação do seu 
crédito com predominância em relação aos demais credores. 
Vale mencionar, ainda, que a lei pode excepcionar essa referência estabelecida no art. 1.422, 
por razões de política legislativa. É o caso de concurso de credores, previsto no art. 83 da Lei 
11.101/2005, no qual os credores trabalhistas têm preferência sobre os créditos de garantia 
real. Igualmente, os créditos condominiais têm preferência sobre os créditos de garantia real, de acordo com 
a Súmula 478 do STJ. 
O terceiro direito é o de retenção. Alguns direitos reais de garantia envolvem a retenção do bem pelo credor. 
Isso ocorre tanto no penhor comum como na anticrese, por prazo máximo de 15 anos, nos termos do art. 
1.423 (perempção da garantia anticrética). 
II – Remição 
Não confunda remiÇão e remiSSão, pois esta é ligada ao verbo remitir, perdoar, ou seja, 
é o acordo pelo qual o credor oferta o perdão da dívida. Já a remição, por sua vez, é o 
resgate de objeto dado em garantia real pelo pagamento da dívida. A remição 
corresponde ao poder do terceiro que adquire um bem gravado por garantia real, do 
cônjuge e dos herdeiros de pagar a dívida para resgatar o bem. 
 
Porém, a remição tem de ser integral, como preceitua o art. 1.429, porque, do inverso, o princípio da 
indivisibilidade da garantia seria quebrado. O terceiro fica sub-rogado nos direitos do credor, segundo o 
parágrafo único, quando remir a dívida que deu origem à garantia. Assim, possível que os sucessores do 
devedor redimam (e não remitam, comofrequentemente a doutrina aponta) a dívida, no todo, ficando o 
remiçor (codevedor real) sub-rogado nos direitos do credor. 
• “Perdoar” a dívida, gratuitamente, por liberalidade, pela
absolvição
• Remitir
Remissão
• “Perdoar” a dívida, onerosamente, pelo resgate, pela
reaquisição
• Remir
Remição
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III – Princípios 
São princípios dos direitos reais de garantia, de acordo com Orlando Gomes: 
 
 
O art. 1.425 prevê as hipóteses nas quais se considera vencida antecipadamente a dívida no caso de 
garantia real prevista: 
I - se, deteriorando-se, ou depreciando-se o bem dado em segurança, desfalcar a garantia, e o devedor, intimado, 
não a reforçar ou substituir; 
II - se o devedor cair em insolvência ou falir; 
• Poderá dar bem em garantia somente quem pode alienar (art. 1.420)
1. Quanto ao sujeito
• Somente poderá ser dada em garantia coisa passível de ser alienada (art. 1.420)
2. Quanto ao objeto
• A coisa dada em garantia, por vínculo real, fica sujeita ao cumprimento da obrigação (art.
1.419)
3. Quanto à função
• O pagamento de uma ou mais prestações da dívida não importa em desobrigação da
proporção correspondente (art. 1.421)
4. Quanto à extensão da garantia
• Para que valham é preciso que contenham os elementos do art. 1.424
5. Quanto ao valor do título executivo
• Não é possível ao credor ficar com o bem, deverá ele promover a venda judicial (art.
1.428)
Igualmente, o devedor pode dar a coisa em pagamento, se quiser (art. 1.428, parágrafo
único), valendo, então, o regramento da dação em pagamento
6. Quando à forma do exercício do direito
• Considera-se antecipadamente vencida a dívida nas hipóteses do art. 1.425
7. Quanto ao vencimento antecipado da dívida
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III - se as prestações não forem pontualmente pagas, toda vez que deste modo se achar estipulado o pagamento. 
Neste caso, o recebimento posterior da prestação atrasada importa renúncia do credor ao seu direito de 
execução imediata; 
IV - se perecer o bem dado em garantia, e não for substituído; 
V - se se desapropriar o bem dado em garantia, hipótese na qual se depositará a parte do preço que for 
necessária para o pagamento integral do credor. 
No caso de destruição, previsto no inc. IV, se a coisa tiver seguro o credor se sub-roga nos 
direitos do segurado (art. 1.425, §1º). Situação de exceção ao perecimento ocorre no caso de 
terceiro ter dado a coisa em garantia, situação na qual é obrigado a substituir a garantia caso o 
bem se perca sem culpa sua (art. 1.427). 
Já nos casos de perecimento sem substituição ou desapropriação, a hipoteca só vence antes do 
prazo estipulado se o perecimento ou a desapropriação recaírem sobre o bem dado em garantia, e esta não 
abranger outras. Subsiste a garantia sobre os demais bens, não desapropriados ou destruídos, sobre a dívida, 
reduzida. 
Em quaisquer desses casos de vencimento antecipado, não se compreendem os juros correspondentes ao 
tempo ainda não decorrido. A regra é evidente, ou se geraria enriquecimento sem causa. Assim, se hipoteco 
minha casa e a dívida se vence antecipadamente, não pagarei os juros remuneratórios embutidos nas 
parcelas futuras, mas apenas os juros remuneratórios das parcelas vencidas. Juros moratórios são 
irrelevantes aqui, porque conexos à mora, e não ao vencimento antecipado. 
Conforme o art. 1.427, salvo cláusula expressa, o terceiro que presta garantia real por dívida 
alheia não fica obrigado a substituí-la, ou reforçá-la, quando, sem culpa sua, se perca, deteriore 
ou desvalorize. Trata-se da figura do terceiro interveniente hipotecante ou empenhante, muito 
comum, por exemplo, nas relações entre pais e filhos. 
Vistas essas disposições gerais, possível tratar dos direitos reais em garantia próprios em 
espécie, que são três: penhor, hipoteca e anticrese. Frise-se que há, ainda, outros direitos reais, que não 
são direitos reais de garantia, mas que têm função de garantia. São os chamados direitos de garantia 
impróprios ou, num trava-língua de direito real, “direitos reais sobre coisa própria com função imprópria 
de garantia”, como é o caso da alienação fiduciária em garantia. 
Capítulo II – Penhor 
O penhor ocorre quando o devedor entrega a posse efetiva da coisa ao credor, para a garantia 
de seu débito, segundo o art. 1.431. Porém, a própria lei determinada exceções a essa regra no 
art. 1.431, parágrafo único. No penhor rural, industrial, mercantil e de veículos, as coisas 
empenhadas continuam em poder do devedor, que as deve guardar e conservar. 
Isso, no entanto, não desfigura o penhor, passando o devedor a ser apenas possuidor direto 
do bem, sob a figura do depositário. A propriedade, em qualquer caso, continua a ser do devedor, só que 
com gravame pignoratício. 
Só pode ser empenhada coisa móvel, segundo regra do art. 1.431, mas há de se tomar cuidado com alguns 
móveis que são considerados imóveis para fins de atribuição jurídica, como as aeronaves e embarcações, 
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sujeitas a hipoteca. Valem aqui as regras sobre os objetos da garantia (bens inalienáveis, impenhoráveis, 
fora do comércio etc., não podem ser objeto de penhor). 
Como, em regra, o bem fica na posse do credor, terá ele direito aos frutos, na forma do art. 1.433, inc. V. 
Evidentemente, se a coisa empenhada fica com o próprio devedor, como no penhor rural, permanecerão 
com ele os frutos, já que o credor não terá o poder sobre a coisa. 
Seção I – Constituição do penhor 
Os requisitos para a constituição do penhor estão no art. 1.424, correspondentes aos requisitos gerais dos 
direitos reais de garantia. Necessário que no instrumento do penhor conste o valor do crédito, sua estimação, 
ou valor máximo; o prazo fixado para pagamento; a taxa dos juros, se houver; e o bem dado em garantia 
com as suas especificações. 
Ele pode ser feito por instrumento público ou particular, já que a publicidade do ato se dá 
pela transmissão da posse, em regra. Porém, para que anteceda eventuais outros penhores, 
deve ser registrado, por quaisquer dos contratantes, junto ao Registro de Títulos e 
Documentos. 
Seção II – Direitos do credor pignoratício 
Os direitos do credor pignoratício estão estipulados no art. 1.433. O credor pignoratício tem direito a: 
 
I. Posse da coisa empenhada
II Retenção dela, até que o indenizem das despesas devidamente justificadas, que tiver
feito, não sendo ocasionadas por culpa sua
III. Ressarcimento do prejuízo que houver sofrido por vício da coisa empenhada
IV. Promover a execução judicial, ou a venda amigável, se lhe permitir expressamente o
contrato, ou lhe autorizar o devedor mediante procuração
V. Apropriar-se dos frutos da coisa empenhada que se encontra em seu poder (princípio da
gravitação jurídica; accessorium sequitur principale)
VI. Promover a venda antecipada, mediante prévia autorização judicial
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No caso do inc. VI, a venda antecipada pode ocorrer sempre que haja receio fundado de que a coisa 
empenhada se perca ou deteriore, devendo o preço ser depositado. O dono da coisa empenhada, porém, 
pode impedir a venda antecipada, substituindo-a, ou oferecendo outra garantia real idônea. A venda deve 
ser sempre autorizada pelo juiz, em face da proibição do pacto comissório real pelo art. 1.428. 
O art. 1.434 estabelece que o credor não pode ser constrangido a devolvera coisa 
empenhada, ou uma parte dela, antes de ser integralmente pago. Pode o juiz, a requerimento 
do proprietário, determinar que seja vendida apenas uma das coisas, ou parte da coisa 
empenhada, suficiente para o pagamento do credor. 
Seção III – Obrigações do credor pignoratício 
As obrigações do credor pignoratício estão estipuladas no art. 1.435. O credor pignoratício tem dever de: 
 
Seção IV – Extinção do penhor 
O penhor se extingue por uma série de razões. O art. 1.436 traz rol exemplificativo (numerus apertus), e 
não taxativo, elencando as situações mais comuns: 
I. Custódia da coisa, como depositário, e a ressarcir ao dono a perda ou deterioração de
que for culpado, podendo ser compensada na dívida, até a concorrente quantia, a
importância da responsabilidade
II. Defesa da posse da coisa empenhada e a dar ciência, ao dono dela, das circunstâncias
que tornarem necessário o exercício de ação possessória
III. Imputar o valor dos frutos, de que se apropriar, como permite o art. 1.433, inc. V, nas
despesas de guarda e conservação, nos juros e no capital da obrigação garantida,
sucessivamente
IV. Restituí-la, com os respectivos frutos e acessões, uma vez paga a dívida
V. Entregar o que sobeje do preço, quando a dívida for paga
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No caso de extinção da obrigação principal, extingue-se o penhor em razão do princípio da gravitação jurídica 
(accessorium sequitur principale). Aplicando-se a mesma regra, às avessas, a renúncia do credor pignoratício 
à garantia tem o condão de a extinguir, mas não de extinguir a dívida, já que o principal não segue a sorte 
do acessório, em regra. 
Se na hipótese do inc. IV a confusão de operar a respeito de apenas parte da dívida, subsiste 
o penhor por inteiro, prevê o §1º do art. 1.436. Isso porque a lógica das garantias reais 
estabelece a indivisibilidade da garantia. 
A eficácia da extinção só produzirá efeitos, segundo o art. 1.437, depois de averbado o 
cancelamento do registro, à vista da respectiva prova. 
Seção V – Penhor rural 
Subseção I – Disposições gerais 
Trata do empenho de móveis ligados às atividades agropastoris. Distingue-se do penhor geral por três 
características: 
 
Embora vencidos os prazos, permanece a garantia, enquanto subsistirem os bens que a constituem. Não 
obstante, a prorrogação deve ser averbada à margem do registro, mediante requerimento do credor e do 
devedor. 
I. Extinção da obrigação principal
II. Perecimento da coisa
III. Renúncia do credor
IV. Confusão real: a mesma pessoa se torna credor e dono da coisa
V. Adjudicação judicial, remição da dívida ou venda da coisa empenhada, pelo credor ou autorizada
• No qual estão as coisas empenhadas: art. 1.438
A. Necessidade de registro no Registro de Imóveis
• Igual à própria obrigação: art. 1.439
B. Limite de tempo
• O devedor hipotecário pode estabelecer penhor sem consultar o credor hipotecário: art.
1.440
C. Posse nas mãos do próprio devedor
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Se o pagamento da dívida for em dinheiro, que garante com penhor rural, o devedor poderá emitir, em 
favor do credor, cédula rural pignoratícia, na forma determinada em lei especial. De qualquer forma, o 
credor tem direito a verificar o estado das coisas empenhadas, inspecionando-as onde se acharem, por si ou 
por pessoa credenciada. 
Além deste penhor geral, o penhor ainda pode ser especificado em duas subespécies, o penhor rural agrícola 
e o penhor rural pecuário. Veja: 
Subseção II – Penhor agrícola 
 
Veja que parte dos bens acima mencionados é imóvel, por acessão. Por isso, duplo cuidado quando se 
discutir se o penhor se restringe a bens móveis. 
Em regra, há prorrogação compulsória do penhor para a safra subsequente. O parágrafo 
único do art. 1.443 mitiga essa regra, estabelecendo que se o credor não financiar a 
nova safra, poderá o devedor constituir com outrem novo penhor, em quantia máxima 
equivalente à do primeiro; o segundo penhor terá preferência sobre o primeiro, 
abrangendo este apenas o excesso apurado na colheita seguinte. Há, aí, exceção à 
prelação. 
Subseção III – Penhor pecuário 
 
O art. 1.445 do estabelece que o devedor não poderá alienar os animais empenhados sem 
prévio consentimento do credor. Caso algum dos animais morra e o devedor adquira outros, 
na mesma espécie, sub-rogam-se estes no penhor, nos termos do art. 1.446. 
Além disso, o credor poderá realizar a venda antecipada do bem, caso sua perda ou 
deterioração lhe parecer iminente, mediante autorização judicial. O devedor pode impedir a 
venda, entregando outra garantia ou substituindo a coisa para garantir o débito. 
Seção VI – Penhor industrial e mercantil 
O penhor industrial e mercantil refere-se a máquinas, aparelhos, materiais, instrumentos, instalados e em 
funcionamento, com os acessórios ou sem eles; animais, utilizados na indústria; sal e bens destinados à 
A. Agrícola (art. 1.442)
• Máquinas e instrumentos de agricultura
• Colheitas pendentes, ou em via de formação
• Frutos acondicionados ou armazenados
• Lenha cortada e carvão vegetal
• Animais do serviço ordinário de estabelecimento agrícola
B. Pecuário (art. 1.444)
• Podem ser objeto de penhor os animais que integram a atividade pastoril, agrícola ou de lacticínios.
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exploração das salinas; produtos de suinocultura, animais destinados à industrialização de carnes e 
derivados; matérias-primas e produtos industrializados. 
Veja, novamente, que parte dos bens acima mencionados é imóvel, por acessão. Por isso, duplo cuidado 
quando se discutir se o penhor se restringe a bens móveis. 
Também não necessita da transmissão da posse e registra-se igualmente no Registro de 
Imóveis da circunscrição onde estiverem situadas as coisas empenhadas, na dicção do art. 
1.448. Igualmente, se o pagamento for em dinheiro, o devedor pode emitir, em favor do credor, 
cédula do respectivo crédito, na forma e para os fins que a lei especial determinar. 
Mais uma vez, por força da regra do art. 1.449, o devedor não pode, sem o consentimento por 
escrito do credor, alterar as coisas empenhadas ou mudar-lhes a situação, nem delas dispor. O devedor 
que, anuindo o credor, alienar as coisas empenhadas, deverá repor outros bens da mesma natureza, que 
ficarão sub-rogados no penhor. 
Por fim, talqualmente o penhor pecuário, o credor pignoratício industrial e o mercantil têm direito a verificar 
o estado das coisas empenhadas, inspecionando-as onde se acharem, por si ou por pessoa credenciada. 
Seção VII – Penhor de direitos e títulos de crédito 
Os direitos e créditos devem voltar-se a bens móveis, segundo o art. 1.451. Esse penhor se faz no Registro 
de Títulos e Documentos (art. 1.452). O titular de direito empenhado deve entregar ao credor pignoratício 
os documentos comprobatórios desse direito, salvo se tiver interesse legítimo em conservá-los. Em se 
tratando de penhor sobre título de crédito, constitui-se mediante instrumento público ou particular ou 
endosso pignoratício, com a tradição do título ao credor. 
O penhor de crédito não tem eficácia senão quando notificado ao devedor, que se faz por 
meio de instrumento público ou particular no qual este se declara ciente da existência do 
penhor. Se o mesmo crédito for objeto de vários penhores, só ao credor pignoratício, cujo 
direito prefira aos demais, o devedor deve pagar. Responde por perdas e danos aos demais 
credores o credor preferente que, notificado por qualquer um deles, não promover 
oportunamente a cobrança. 
O credor pignoratíciodeve praticar os atos necessários à conservação e defesa do direito 
empenhado, obviamente. O credor tem o direito de conservar a posse do título e recuperá-la 
de quem quer que o detenha; usar dos meios judiciais convenientes para assegurar os seus 
direitos; fazer intimar ao devedor do título que não pague ao seu credor, enquanto durar o 
penhor; e receber a importância consubstanciada no título e os respectivos juros, se exigíveis, 
restituindo o título ao devedor, quando este solver a obrigação. 
Em qualquer caso, o titular do crédito empenhado só pode receber o pagamento com a anuência, por 
escrito, do credor pignoratício, caso em que o penhor se extingue. 
O art. 1.460 deixa claro que quando o devedor do título empenhado é notificado do penhor, ou se der por 
ciente dele, não pode mais pagar ao seu credor do título, que é o devedor pignoratício. Se o fizer, vale o 
raciocínio do Direito das Obrigações: “quem paga mal, paga duas vezes”. 
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Se o credor do título der quitação ao devedor do título empenhado, deve saldar imediatamente a dívida, em 
cuja garantia se constituiu o penhor, perante o credor pignoratício. 
Seção VIII – Penhor de veículos 
O penhor de veículos lato sensu (veículos empregados em qualquer espécie de transporte ou 
condução.) tem a peculiaridade de exigir duplo registro, tanto no Registro de Títulos e 
Documentos quanto na autoridade administrativa competente (DETRAN estadual), na dicção 
do art. 1.462. Evidentemente, o bem dado em garantia permanece com o devedor pignoratício. 
Exige-se seguro do veículo (art. 1.463) e ele só pode ser alienado ou transferido com a 
autorização do credor. Se for feita a transferência sem a autorização do credor, a dívida se considera vencida 
antecipadamente (art. 1.465). 
Como nas demais espécies de penhor, o art. 1.464 estabelece que o credor tem direito a verificar o estado 
do veículo empenhado, inspecionando-o onde se achar, por si ou por pessoa que credenciar. Além disso, há 
limite de prazo de 2 anos para o penhor de veículos, prorrogável por igual período (art. 1.466). 
Como nos demais casos, se o pagamento for em dinheiro, pode o devedor emitir cédula de crédito, na forma 
e para os fins que a lei especial determinar, bem como pode o credor verificar o estado do veículo 
empenhado, inspecionando-o onde se achar, por si ou por pessoa credenciada. 
Seção VIII – Penhor legal 
Hipótese peculiar de penhor, pois se trata de uma forma de contrato obrigatório, oriundo da lei ou de ato 
unilateral. As duas primeiras situações estão previstas no art. 1.467 e a terceira hipótese é lançada pelo art. 
31 da Lei 6.533/1978: 
 
Em quaisquer dos casos, pode o credor tomar em garantia um ou mais objetos até o valor da dívida. No caso 
do inc. I, exige-se que sejam extraídos, conforme a tabela impressa, prévia e ostensivamente exposta na 
casa, os preços de hospedagem, pensão e/ou gêneros fornecidos, sob pena de nulidade do penhor. 
• Sobre as bagagens, móveis, joias ou dinheiro que os seus consumidores ou fregueses
tiverem consigo nas respectivas casas ou estabelecimentos, pelas despesas ou consumo
que aí tiverem feito
I. Hospedeiros e fornecedores de pousada ou alimento
• Sobre os bens móveis que o rendeiro ou inquilino tiver guarnecendo o mesmo prédio,
pelos aluguéis ou rendas
II. Dono do prédio rústico ou urbano
• Sobre o equipamento e todo o material de propriedade do empregador, utilizado na
realização do programa, espetáculo ou produção, pelo valor das obrigações não
cumpridas pelo empregador
III. Artista e técnico de espetáculos
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O art. 1.470 estipula uma das raras hipóteses de justiça privada, para evitar a demora danosa, permitindo 
ao credor empenhar os bens antes de intervenção judicial, nos casos de perigo da demora. Na sequência, 
deve o credor exigir homologação judicial (art. 1.471). Pode o devedor evitar o penhor legal, oferecendo 
caução idônea. 
Capítulo III – Hipoteca 
Seção I – Disposições legais 
Novamente aqui valem as regras gerais outrora estudadas. Diferentemente do penhor, na hipoteca o 
devedor hipotecário não é desapossado do bem em favor do credor hipotecante. A hipoteca liga-se, ao 
contrário, a bem imóvel, atual, futuro ou condicionado, o que inclui, segundo o art. 1.473: 
I - os imóveis e os acessórios; 
II - o domínio direto; 
III - o domínio útil; 
IV - as estradas de ferro; 
V - os recursos naturais, independentemente do solo onde se acham; 
VI - os navios; 
VII - as aeronaves; 
VIII - o direito de uso especial para fins de moradia; 
IX - o direito real de uso; 
X - a propriedade superficiária. 
Mais abrangente, ainda, porque inclui tudo o que for adicionado ao bem imóvel (art. 1.474), como 
benfeitorias e acessões, e até mesmo as pertenças, apesar da omissão legal. A hipoteca, portanto, leva às 
últimas consequências o princípio da gravitação jurídica (accessorium sequitur principale). Assim, não há 
direito de retenção ou de indenização pelos acessórios, já decidiu o STJ (REsp 1.399.143). 
Podem o credor e o devedor, no ato constitutivo da hipoteca, autorizar a emissão da correspondente cédula 
hipotecária, permite o art. 1.486. A hipoteca cedular deve ser emitida na forma e para os fins previstos em 
lei especial. 
Apesar de não poder o credor hipotecário impedir o devedor de alienar o bem a terceiros, 
taxando-se tal cláusula de nula, nada impede que se convencione que vencerá o crédito 
hipotecário antecipadamente se o imóvel for alienado. De outra banda, o devedor não 
pode se opor à cessão da hipoteca a terceiros. 
Característica importantíssima da hipoteca é a necessidade de registro junto ao Registro de Imóveis, sob 
pena de nulidade da garantia. O CC/2002 limita a hipoteca a 20 anos (art. 1.498), que pode ser prorrogada, 
por mais 10 anos, a até 30 anos (art. 1.485). Além disso, o entendimento doutrinário corrente estabelece 
que caso a hipoteca tenha sido entabulada sem prazo, vige o prazo trintenário supramencionado. 
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A hipoteca pode ser legal ou convencional. Em qualquer caso, ela acompanha o bem, ainda que com terceiros 
(art. 1.480). Trata-se da característica da ambulatoriedade, que estabelece o poder de sequela do credor 
hipotecário. 
Igualmente, pode haver pluralidade de hipotecas, ou sub-hipotecas ou hipotecas em segundo grau (art. 
1.476), desde que não haja cláusula na anterior em contrário. A execução da segunda hipoteca, porém, 
dependerá da primeira, salvo no caso de insolvência (art. 1.477). Não se considera, contudo, insolvente o 
devedor por faltar ao pagamento das obrigações garantidas por hipotecas posteriores à primeira. 
Vencida a primeira hipoteca ou já em execução, o segundo credor pode remir o imóvel. Ou seja, ele se 
oferece para resgatar, pagar o que o devedor deve ao credor e fica como primeiro credor hipotecário. 
Porém, se o devedor realizar a remição da dívida, o depósito do segundo credor é ineficaz. 
Caso o devedor não pague há a remição da hipoteca pelo credor da hipoteca posterior (art. 
1.478). Pode também o adquirente do imóvel remir a dívida (art. 1.481), desde que em 30 
dias da do registro do título aquisitivo. Em verdade, pode ele remir a dívida mesmo antes do 
vencimento dela, por se tratar de direito potestativo da parte (REsp 164.609). 
Nesse caso, ele deve citar os credores hipotecários e propor importância não inferior ao preço pelo qual 
adquiriu o bem. Se o credor impugnar o preço da aquisição ou a importância oferecida, realiza-se licitação, 
efetuando-sea venda judicial a quem oferecer maior preço, assegurada preferência ao adquirente do imóvel 
(§1º). Ao contrário, não impugnado pelo credor, o preço da aquisição ou o preço proposto pelo adquirente, 
fixa-se ele definitivamente para a remição do imóvel, que fica livre de hipoteca, uma vez pago ou depositado 
o preço. 
Se o adquirente deixar de remir o imóvel, sujeitando-o a execução, fica obrigado a ressarcir os credores 
hipotecários da desvalorização que, por sua culpa (lato sensu), o imóvel vier a sofrer, além das despesas 
judiciais da execução. Nessa situação, privado do imóvel, ele tem direito a manejar ação regressiva contra o 
vendedor (§4º). 
O adquirente do imóvel hipotecado, desde que não se tenha obrigado pessoalmente a pagar as dívidas 
aos credores hipotecários, pode se exonerar da hipoteca, abandonando o imóvel (art. 1.479). Para isso, ele 
deve notificar o vendedor e os credores hipotecários, dando a eles, conjuntamente, a posse do imóvel, ou, 
ainda, depositando a coisa em juízo. 
Pode ele fazer isso a qualquer tempo? Não, o parágrafo único do art. 1.480 limita o exercício dessa faculdade 
às 24 horas subsequentes à citação, com que se inicia o procedimento executivo. Depois disso, inexiste tal 
possibilidade. 
Na execução da dívida, há o vencimento automático das demais hipotecas, devendo o 
exequente intimar os demais credores sobre a execução (art. 1.501). 
Veja-se que a hipoteca pode ser constituída para garantia de dívida futura ou condicionada, 
desde que determinado o valor máximo do crédito a ser garantido. Nesse caso, a execução da 
hipoteca dependerá de prévia e expressa concordância do devedor quanto à verificação da 
condição, ou ao montante da dívida. Havendo divergência, caberá ao credor fazer prova de seu crédito. 
Reconhecido este, o devedor responderá, inclusive, por perdas e danos, em razão da superveniente 
desvalorização do imóvel. 
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Se o imóvel hipotecado for loteado ou se construir condomínio edilício, a garantia pode ser dividida, mas 
deve haver concordância dos novos proprietários (art. 1.488). O credor pode se opor ao desmembramento 
somente se demonstrar prejuízo, mas, uma vez realizado, o devedor continua obrigado, inclusive 
pessoalmente, se a dívida persistir. 
Seção II – Hipoteca legal 
A hipoteca legal é a hipoteca conferida por lei, obrigatoriamente, nos casos previstos pelo art. 1.489. 
Confere-se hipoteca legal a: 
 
O credor da hipoteca legal, ou seu represente, pode, provando a insuficiência dos imóveis especializados, 
exigir do devedor que seja reforçado com outros, prevê o art. 1.490. Em qualquer caso, estabelece o art. 
1.491, a hipoteca legal pode ser substituída por caução de títulos da dívida pública federal ou estadual, 
recebidos pelo valor de sua cotação mínima no ano corrente; ou por outra garantia, a critério do juiz, a 
requerimento do devedor. 
Para sua constituição, não basta o fato jurídico previsto no art. 1.489, mas o pedido e ordem 
judicial para que se faça a especialização da hipoteca junto ao Registro. Caso contrário, as 
hipotecas legais são ineficazes (art. 1.497). 
Prevê o art. 1.498 que vale o registro da hipoteca, enquanto a obrigação perdurar; mas a 
especialização, em completando 20 anos, deve ser renovada. Ou seja, a hipoteca legal, apesar 
de ser ilimitada no tempo, deve ser renovada após 20 anos de eficácia, já que a espécie perdura enquanto 
vige a situação descrita na lei. 
Além disso, há uma espécie de hipoteca judicial. Tratada pelo art. 495 do CPC/2015, a decisão que condenar 
o réu ao pagamento de prestação consistente em dinheiro e a que determinar a conversão de prestação 
de fazer, de não fazer ou de dar coisa em prestação pecuniária valem como título constitutivo de hipoteca 
judiciária. 
I. Pessoas de direito público interno sobre os imóveis pertencentes aos encarregados da
cobrança, guarda ou administração dos respectivos fundos e rendas
II. Filhos, sobre os imóveis do pai ou da mãe que passar a outras núpcias, antes de fazer
o inventário do casal anterior (causa suspensiva do casamento).
III. Ofendido, ou aos seus herdeiros, sobre os imóveis do delinquente, para satisfação do
dano causado pelo delito e pagamento das despesas judiciais
IV. Coerdeiro, para garantia do seu quinhão ou torna da partilha, sobre o imóvel
adjudicado ao herdeiro reponente
V. Credor sobre o imóvel arrematado, para garantia do pagamento do restante do preço
da arrematação
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A decisão judicial pode determinar a instituição da hipoteca mesmo que a condenação seja genérica, o credor 
possa promover o cumprimento provisório da sentença ou esteja pendente arresto sobre bem do devedor, 
e mesmo que impugnada por recurso dotado de efeito suspensivo. Sua constituição, prevê o §1º, é bastante 
ampla, portanto. 
Ela pode ser realizada mediante apresentação de cópia da sentença perante o Registro de Imóveis, 
independentemente de ordem ou de declaração expressa do juiz ou de demonstração de urgência. 
Realizada, a parte interessada informa o registro ao Juízo, que determina a intimação da outra parte para 
que tome ciência do ato (§3º). 
Por fim, sobrevindo a reforma ou a invalidação da decisão que impôs o pagamento de quantia, a parte 
responderá, independentemente de culpa, pelos danos que a outra parte tiver sofrido em razão da 
constituição da garantia. O valor da indenização deve ser liquidado e executado nos próprios autos, finaliza 
o §5º. 
Seção III – Registro da hipoteca 
A hipoteca se registra no Registro de Imóveis da situação do imóvel – ou seja, no local em que ele se situa, 
com a exibição do título pelo interessado ao Oficial. Se sua área extrapolar um Registro, deve ser registrada 
em todos eles, prevê o parágrafo único do art. 1.492. 
Seção IV – Extinção da hipoteca 
Prevê o art. 1.501 que não se extingue a hipoteca, devidamente registrada, no caso de arrematação ou 
adjudicação, sem que tenham sido notificados judicialmente os respectivos credores hipotecários, que não 
forem de qualquer modo partes na execução. Mas, e como se extingue a hipoteca? De acordo com o art. 
1.499, incisos, extingue-se a hipoteca por: 
 
I. Extinção da obrigação principal
II. Perecimento da coisa
III. Resolução da propriedade
IV. Renúncia do credor
V. Remição
VI. Arrematação ou adjudicação
VII. Cancelamento do registro
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Seção V – Hipoteca de vias férreas 
Em caso de linhas férreas, a hipoteca tem algumas peculiaridades. Isso porque beira ao 
absurdo imaginar que o credor hipotecário tenha de registrar a garantia em todas 
circunscrições pelas quais a linha passa, como se extrairia da regra geral do art. 1.492. Por 
isso, de maneira bastante lógica, o art. 1.502 estabelece que a hipoteca sobre as estradas 
de ferro seja registrada no Município da estação inicial da respectiva linha. 
No entanto, com a nova redação dada pela Lei 13.465/2017 ao art. 171 da Lei 6.015/1973, a Lei de Registros 
Públicos – LRP, pode haver controvérsia. O dispositivo estabelece que os atos relativos a vias férreas serão 
registrados na circunscrição imobiliária onde se situe o imóvel. Ao que parece, a despeito da atécnica do 
legislador, não, sendo que a expressão “onde se situe o imóvel” deve ser lida como “onde se situe a estação 
inicial da respectiva linha”. Assim, compatibiliza-se a regra da LRP com a regra do CC/2002 e não se torna a 
exigência da LRP inexequível. 
A hipoteca se circunscreve às linhas especificadas na escritura e ao respectivo material de exploração,no 
estado em que estiverem ao tempo da execução. Contrariamente à regra geral do art. 1.475 que fixa a 
nulidade da cláusula que proíbe ao proprietário alienar imóvel hipotecado, os credores hipotecários podem 
se opor à venda da estrada, à de suas linhas, de seus ramais ou de parte considerável do material de 
exploração, bem como à fusão com outra empresa, sempre que com isso a garantia do débito enfraquecer. 
Outra peculiaridade dessa modalidade hipotecária tão diferente é que na execução das hipotecas deve ser 
intimado o representante da União ou do Estado, para que, dentro em 15 dias, redima a estrada de ferro 
hipotecada, pagando o preço da arrematação ou da adjudicação, dita o art. 1.505. 
Capítulo IV – Anticrese 
De novo, valem aqui valem as regras gerais outrora estudadas. Diferentemente da hipoteca e 
do penhor, a anticrese não se volta aos bens móveis ou imóveis ensimesmados, mas à renda 
de um imóvel (art. 1.506), ou seja, os frutos e rendimentos. Pode-se estipular que os frutos e 
rendimentos do imóvel sejam imputados pelo credor ao pagamento de juros, mas se o seu valor 
ultrapassar a taxa máxima permitida em lei para as operações financeiras, o remanescente será 
imputado ao capital. 
Assim como se permite a coexistência de penhor e hipoteca (aquele sobre o maquinário e esta sobre o 
imóvel, por exemplo), quando a anticrese recair sobre bem imóvel, pode-se hipotecá-lo ao credor 
anticrético ou mesmo a terceiros. Inversamente, também pode o imóvel hipotecado ser dado em 
anticrese. 
Nesses casos, a ordem do registro impera, pois a preferência será dada a quem registrou 
primeiro, segundo o art. 1.509. Assim, se houver uma anticrese registrada e o bem é dado em 
hipoteca, guarda a anticrese preferência; se, ao contrário, registra-se anticrese em bem 
hipotecado, esta tem preferência na excussão. 
O credor anticrético, na posse do bem, administra os rendimentos e presta contas 
anualmente ao devedor (art. 1.507), podendo utilizá-los para si ou para terceiros (§2°), salvo pacto em 
contrário. Curiosamente, o credor hipotecário pode reter o bem, em caso de locação/arrendamento, se o 
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locatário/arrendatário não efetuar o pagamento, ainda que o aluguel não seja vinculativo para o devedor 
anticrético. 
Seguindo-se adiante, se o devedor anticrético não concordar com a inexata prestação de contas ou porque 
a administração do credor anticrético é ruinosa, pode ele impugnar o balanço. Se quiser, pode requerer a 
transformação da garantia anticrética em arrendamento, fixando o juiz o valor mensal do aluguel, o qual 
poderá ser corrigido anualmente. 
Como possuidor direto, o credor anticrético responde pelos danos causados, culposamente, e 
pelos rendimentos que não recolher (art. 1.508). 
O credor anticrético pode vindicar os seus direitos contra o adquirente dos bens, os credores 
quirografários e os hipotecários posteriores ao registro da anticrese, prevê o art. 1.509. Se 
executar os bens por falta de pagamento da dívida, ou permitir que outro credor o execute, sem 
opor o seu direito de retenção ao exequente, não terá preferência sobre o preço. 
O credor anticrético não tem preferência sobre a indenização do seguro, quando o prédio seja 
destruído. Igualmente, não tem preferência sobre a indenização pela desapropriação, se 
forem os bens desapropriados. 
Talqualmente na hipoteca, o adquirente do bem dado em anticrese pode remi-lo, antes do 
vencimento da dívida, pagando-a na data do pedido de remição. Nessa situação, o redimente 
(aquele que realiza a remição) pode se imitir na posse do bem, se for o caso. 
Título XI – Laje 
Criado pela Lei 13.465/2017, a Lei da Regularização Fundiária Rural e Urbana – LERFRU, sob o 
nome de “direito real de laje”, que inseriu no art. 1.225 um inciso XIII, a sobrelevação é figura 
que já era discutida há tempos na realidade social brasileira. 
Primeiro, o direito de laje é um direito real sobre coisa própria ou um direito real sobre coisa 
alheia? A doutrina se divide imensamente. Trata-se, ao que me parece, de um direito real sobre coisa 
própria, uma cisão da propriedade no plano vertical. 
A laje cria uma terceira dimensão de restrição: a limitação horizontal. Minha propriedade pode se limitar 
não apenas no tempo (time-sharing) e no espaço horizontal (solo), mas também no espaço vertical 
(subsolo e espaço aéreo). O direito real de laje derroga, em certa medida, o art. 1.229 (“A propriedade do 
solo abrange a do espaço aéreo e subsolo correspondentes”). 
O proprietário de uma construção-base, cedente, pode ceder a superfície superior (espaço 
aéreo) ou inferior (subsolo) de sua construção a outrem, o cessionário ou lajeiro, a fim de que 
construa unidade distinta daquela originalmente edificada sobre o solo. Desse modo, o 
CC/2002 passou a permitir a restrição da propriedade no espaço tomado no plano vertical. 
Por isso, parece-me que o direito real de laje é um direito real sobre coisa própria, e não um 
direito real sobre coisa alheia. 
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Superada a discussão, voltemos à dogmática mais pedestre. Apesar do nome, a sobrelevação prevista no 
CC/2002 não se volta apenas ao espaço aéreo, mas também ao subsolo de terrenos públicos ou privados, 
tomados em projeção vertical, como unidade imobiliária autônoma, não contemplando as demais áreas 
edificadas ou não pertencentes ao proprietário da construção-base, prevê o art. 1.510-A, §1º. 
O art. 1.510-A esclarece que o proprietário de uma construção-base poderá ceder a superfície superior ou 
inferior de sua construção a fim de que o titular da laje mantenha unidade distinta daquela originalmente 
construída sobre o solo. A sobrelevação consiste, portanto, numa espécie de fusão do direito de superfície 
com o condomínio horizontal, ainda que de maneira bastante atécnica e “bagunçada”. A semelhança com o 
condomínio é tão grande que o art. 1.510-C determina que as regras condominiais sejam aplicadas, no que 
couber, à laje. 
Esse dispositivo estabelece que as despesas necessárias à conservação e fruição das partes 
que sirvam a todo o edifício e ao pagamento de serviços de interesse comum serão 
partilhadas entre o proprietário da construção-base e o titular da laje. O rateio é feito na 
proporção que for estipulada em contrato (concursu partes fiunt), e não de acordo com a 
divisão de m2 de área construída, como ocorre no condomínio. No silêncio, há de se entender 
que ele será igualitário. 
Tanto o proprietário do edifício-base, quanto o lajeiro podem promover reparações urgentes na construção, 
valendo-se do expediente da obrigação de fazer, por aplicação do art. 249, parágrafo único. Mas, e o que 
são as partes que servem a todo o edifício? Segundo o §1º do art. 1.510- C são: 
 
Novamente de maneira assemelhada ao condomínio, o art. 1.510-D prevê que em caso de 
alienação de quaisquer das unidades sobrepostas, terão direito de preferência, em igualdade 
de condições com terceiros, os titulares da construção-base e da laje, nessa ordem. Devem ser 
eles cientificados por escrito para que se manifestem no prazo de 30 dias, salvo se o contrato 
dispuser de modo diverso. 
Em caso de pluralidade de lajes, tem preferência, sucessivamente, o titular das lajes ascendentes e o titular 
das lajes descendentes. Assegura-se a prioridade para a laje mais próxima à unidade sobreposta a ser 
alienada. 
Os alicerces, colunas, pilares, paredes-mestras e todas as partes restantes que constituam a
estrutura do prédio
O telhado ou os terraços de cobertura, ainda que destinados ao uso exclusivo do titular da
laje
As instalações gerais de água, esgoto, eletricidade, aquecimento, ar condicionado, gás,
comunicações e semelhantesque sirvam a todo o edifício
As coisas que sejam afetadas ao uso de todo o edifício, em geral
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O titular da construção-base ou da laje a quem não se der conhecimento da alienação poderá, mediante 
depósito do respectivo preço, haver para si a parte alienada a terceiros. Para tanto, deve requerer a medida, 
uma ação adjudicatória, no prazo decadencial de 180 dias, contado da data de alienação. 
Apesar de não se tratar de direito de propriedade em sua vertente mais tradicional, a laje é praticamente 
idêntica a ele. Como se trata de direito real sobre coisa própria, ao menos na minha perspectiva, a 
sobrelevação permite ao proprietário “usar, gozar e dispor” de seu direito, talqualmente o proprietário. 
Permite do mesmo modo a abertura de matrícula própria para o imóvel sobrelevado (§3º). 
Igualmente, de maneira diversa do condomínio, o titular da laje pode ceder a superfície de sua 
construção para a instituição de um sucessivo direito real de laje. Para isso, necessário 
autorização expressa dos titulares da construção-base e das demais lajes, respeitadas as 
posturas edilícias e urbanísticas vigentes (art. 1.510-A, §6º). 
De modo a evitar maiores problemas à urbanização, os Municípios e o DF podem dispor sobre 
posturas edilícias e urbanísticas a respeito (§5º). Igualmente, como se trata de uma unidade autônoma, o 
titular da laje é responsável pelos encargos e tributos que incidirem sobre a sua unidade (§2º). 
Distingue-se a laje do direito de superfície porque aquela se dá por tempo indeterminado e autoriza 
abertura de matrícula própria. Já o direito de superfície se dá, segundo o art. 1.369, por tempo determinado 
apenas, sendo que apenas pode ser registrado na matrícula do imóvel respectivo. 
Além disso, o que ocorre quando há ruína da construção-base? Nesse caso, estatui o art. 1.510-E que a ruína 
da construção-base implica extinção do direito real de laje, salvo se a: 
➢ Sobrelevação tiver sido instituída no subsolo 
➢ Construção-base não for reconstruída no prazo de 5 anos 
Além disso, independentemente da extinção ou não da sobrelevação, não se afasta o direito a eventual 
reparação civil contra o culpado pela ruína, esclarece o parágrafo único. 
2 – Considerações finais 
Chegamos ao final da aula! Os direitos reais são tema frequente de prova, quando aparecem no Edital. Por 
isso, olho aberto! 
Quaisquer dúvidas, sugestões ou críticas entre em contato comigo. Estou disponível no Fórum de Dúvidas 
do Curso, e-mail e mesmo redes sociais, para assuntos menos sérios. 
Aguardo você na próxima aula. Até lá! 
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QUESTÕES COMENTADAS 
 
FCC 
Direitos reais (1.369 a 1.510-E) 
1. (FCC / PREFEITURA DE TERESINA-PI – 2016) No direito das coisas, conforme estabelece a legislação 
vigente, 
a) A servidão de passagem é instituto do direito de vizinhança e pode ser imposta, mediante indenização, 
em caso de imóvel encravado. 
b) Em um contrato de locação, somente o locatário exerce a posse do bem, enquanto o locador exerce a 
propriedade. 
c) Ao fâmulo da posse é assegurada a defesa da posse por meio da autotutela ou de interditos possessórios. 
d) O possuidor de má-fé tem o direito de invocar jurisdicionalmente a tutela possessória contra terceiros. 
e) A qualificação de posse como ad usucapionem pressupõe a prova da boa-fé. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta, pois a servidão de passagem não se confunde com o conceito de passagem 
forçada. A servidão é um ônus real, sendo este criado pela vontade dos proprietários. Por sua vez, a 
passagem forçada advém da lei, ocorrendo quando o prédio estiver encravado, ou seja, quando estiver no 
meio de outros prédios, sem saída própria e, a neste caso, mediante indenização cabal, sendo esta a 
indenização completa, o proprietário tem o direito potestativo de requerer a passagem através de outro 
prédio. 
A alternativa B está incorreta, pois em um contrato de locação ocorre o desdobramento da posse, onde o 
proprietário fica com a posse indireta do bem e o locatário com a posse direta. 
A alternativa C está incorreta, dado que o fâmulo da posse é o detentor, e detentor não é possuidor. Desta 
forma, é vedado ao detentor qualquer proteção possessória. 
A alternativa D está correta, dado que é fato que o possuidor de má-fé tem o direito de invocar na justiça a 
tutela possessória contra terceiro que não tenha melhor posse. 
A alternativa E está incorreta, pois, de acordo com a doutrina de Carlos R. Gonçalves sobre a posse ad 
usucapionem, dispõe-se que: “É a que se prolonga por determinado lapso de tempo estabelecido na lei, 
deferindo a seu titular a aquisição do domínio. Ao fim de um período de dez anos, aliado a outros requisitos, 
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como o ânimo de dono, o exercício contínuo e de forma mansa e pacífica, além do justo título e da boa-fé, 
dá origem à usucapião ordinária (CC, art. 1.242). Quando a posse, com essas características, prolonga-se por 
quinze anos, a lei defere a aquisição do domínio pela usucapião extraordinária, independentemente de título 
e boa-fé (CC, art. 1.238)”. 
Art. 1.242. Adquire também a propriedade do imóvel aquele que, contínua e incontestadamente, com justo 
título e boa-fé, o possuir por dez anos. 
Art. 1.238. Aquele que, por quinze anos, sem interrupção, nem oposição, possuir como seu um imóvel, 
adquire-lhe a propriedade, independentemente de título e boa-fé; podendo requerer ao juiz que assim o 
declare por sentença, a qual servirá de título para o registro no Cartório de Registro de Imóveis. 
2. (FCC / DPE-SP – 2015) Considere os enunciados a seguir: 
I. O usufruto deducto possui natureza jurídica de direito real de fruição de caráter temporário, de origem 
voluntária, e, se incidente sobre bem imóvel, torna-se eficaz com o registro do título no cartório de registro 
de imóveis, retroagindo seus efeitos à data da prenotação. 
II. O usufruto pode ser instituído por testamento ou por ato inter vivos, já o fideicomisso é constituído 
apenas por meio de testamento. Aproximam-se os institutos visto que em ambos preserva-se o direito 
sobre o bem a dois titulares. No entanto, uma das diferenças entre eles é que, no usufruto, se morrer antes 
o nu-proprietário, seus herdeiros herdarão apenas a nua-propriedade, permanecendo o usufrutuário com 
seus direitos reais limitados; já no fideicomisso, falecendo o fideicomissário, salvo disposição a respeito, 
seus herdeiros não lhe herdam o direito e o fiduciário torna-se pleno proprietário. 
III. O direito real de habitação previsto nas normas que tratam da sucessão legítima, diferentemente do 
usufruto, decorre da lei e independe de registro, sendo atribuível apenas ao cônjuge supérstite casado no 
regime da comunhão parcial de bens e incidindo, por analogia, na união estável. 
IV. Constituído o usufruto por ato inter vivos em favor de duas pessoas casadas, no caso de morte de uma 
delas, subsistirá na totalidade o usufruto para o cônjuge sobrevivo, por força de lei; é o chamado “direito 
de acrescer". 
V. A locação, diferentemente do usufruto, é um direito de natureza obrigacional, o que explica a 
possibilidade de um adquirentede imóvel locado exercer o direito de denúncia da locação no prazo 
decadencial de 90 (noventa) dias a contar da aquisição da propriedade (em casos de locação por tempo 
indeterminado e inexistente cláusula de vigência averbada junto à matrícula do imóvel). Já no caso de 
alienação da nua-propriedade, a situação do usufrutuário permanecerá inalterada, em face da 
oponibilidade do direito real. 
Está correto o que se afirma APENAS em 
a) I, II e V. 
b) III, IV e V. 
c) I, III e V. 
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d) I, III e IV. 
e) I, II e IV. 
Comentários 
A afirmativa I está correta, de acordo com o disposto pelo Código Civil em seu art. 1.391 “O usufruto de 
Imóveis, quando não resulte de usucapião, constituir-se-á mediante registro no 
Cartório de Registro de Imóveis.” 
Algumas classificações de usufruto: 
Quanto ao modo de instituição ou à origem: 
Usufruto Legal: decorre da lei, o que torna desnecessário seu registro no Registro de Imóveis. 
Usufruto voluntário ou convencional: decorre da autonomia privado, podendo ter origem testamentária ou 
por contrato (ex: doação). Se divide em Usufruto por Alienação e Usufruto por Retenção (Deducto). 
Usufruto Misto: decorre da usucapião. 
Usucapião Judicial: decorre de decisão judicial em que o juiz da execução poderá conceder ao credor 
usufruto de móvel ou imóvel. 
A afirmativa II está correta, sobre o disposto pelo conceito de usufruto, de acordo com a afirmativa I. 
No que diz respeito ao fideicomisso segundo o art. 1.951: “pode o testador instituir herdeiros ou legatários, 
estabelecendo que, por ocasião da sua morte, a herança ou o legado se transmita ao fiduciário, resolvendo-
se o direito deste, por sua morte, a certo tempo e sob certa condição, em favor de outrem, que se qualifica 
fideicomissário.” 
Ou seja, o fideicomisso não pode ser instituído por contrato, sob pena de infringir disposição do pacto 
sucessório. Ademais, somente poderá ser instituída em benefício daqueles que ainda não foram concebidos 
ao tempo da morte do testador (caso já tenham sido, trata-se de usufruto e não fideicomisso). 
A afirmativa III está incorreta, dado que o usufruto não necessariamente irá decorrer da lei, e sobre o direito 
real de habitação, caso recaia sobre bem imóvel, deverá ser registrado. Além disso, poderá ser atribuído a 
outro beneficiário que não seja o cônjuge. 
A afirmativa IV está incorreta, pois, caso haja a instituição de usufruto simultâneo não haverá direito de 
acrescer entre os usufrutuários em caso de morte, ou seja, se um falecer, o seu direito é consolidado pelo 
nu-proprietário, contudo, poderá haver ressalva, possibilitando esse direito de acrescer convencional, de 
acordo com o disposto pelo Art. 1411 do Código Civil: 
Art. 1.411: “constituído o usufruto em favor de duas ou mais pessoas, extinguir-se-á a parte em relação a 
cada uma das que falecerem, salve se por estipulação expressa, o quinhão desses couber ao sobrevivente” 
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A afirmativa V está correta, pois segundo o disposto pela Lei de Locações, art.8°: “Se o imóvel for alienado 
durante a locação, o adquirente poderá denunciar o contrato, com o prazo de noventa dias para a 
desocupação, salvo se a locação for por tempo determinado e o contrato contiver cláusula de vigência em 
caso de alienação e estiver averbado junto à matrícula do imóvel.” 
A alternativa A está correta, pois menciona as afirmativas I, II e V, sendo estas corretas. 
As alternativas B, C, D e E estão incorretas, consequentemente. 
3. (FCC / PREFEITURA DE RECIFE - PE – 2015) Analise as proposições abaixo. 
I. O direito de superfície é transmissível a terceiros, não podendo o concedente, porém, estipular 
pagamento pela transferência. 
II. Uma vez registrada, a servidão apenas se extingue, com respeito a terceiros, quando cancelada, salvo 
em caso de desapropriação. 
III. O titular de direito real de habitação não pode alugar nem emprestar o imóvel, mas simplesmente 
ocupá-lo com sua família. 
Está correto o que se afirma em 
a) I, apenas. 
b) I, II e III. 
c) I e II, apenas. 
d) II e III, apenas. 
e) I e III, apenas. 
Comentários 
O item I está correto, dado que nos termos do art. 1.372, CC: “O direito de superfície pode transferir-se a 
terceiros e, por morte do superficiário, aos seus herdeiros. Parágrafo único. Não poderá ser estipulado pelo 
concedente, a nenhum título, qualquer pagamento pela transferência.” 
De acordo com o dispositivo, abstrai-se que o direito de superfície é suscetível de transmissão a terceiros, 
seja inter vivos ou causa mortis, sendo um traço que o distingue do usufruto, fazendo extinguir o instituto 
pela morte do usufrutuário. 
O item II está correto, de acordo com o disposto nos termos do art. 1.387, CC: “Salvo nas desapropriações, 
a servidão, uma vez registrada, só se extingue, com respeito a terceiros, quando cancelada.” 
Ocorrendo o registro imobiliário da servidão, somente com seu cancelamento cartorário ocorrerá a extinção. 
Caso o prédio dominante esteja hipotecado, constando a servidão do respectivo título, para o cancelamento 
desta será preciso a anuência do credor hipotecário, prevenindo-o quanto à possível desvalorização do bem, 
uma vez que a servidão se propõe a dar maior utilidade ao imóvel dominante. 
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O item III está correto, pois segundo dispõe o art. 1.414, CC, no direito real de habitação o titular deste 
direito não a pode alugar, nem emprestar, mas simplesmente ocupá-la com sua família. 
A habitação citada no dispositivo é uma espécie de uso de bem alheio com a finalidade de estabelecer a 
moradia gratuita ao seu titular, o qual não poderá, assim, dar o bem em locação ou emprestá-lo, servindo, 
tão somente, como um local de ocupação residencial, na exata forma prescrita pelo texto legal, eis que 
qualquer alargamento de direito traçado trataria de desnaturalizar o sentido do instituto. 
As características são de ser gratuito, temporário e personalíssimo, de um conceito mais restrito, inclusive 
que o próprio uso e incide unicamente sobre bens imóveis, destinado à residência do titular do direito, não 
podendo servir como comércio, sob pena de extinção. 
O direito de habitação pressupõe o uso de jardins, varanda e todas as benfeitorias que estejam integradas 
ao imóvel, salvo disposição em contrário no título constitutivo. 
A alternativa B está correta, uma vez que todos os itens estão corretos. 
As alternativas A, B, D e E estão incorretas, consequentemente. 
Superfície (1.369 a 1.377) 
4. (FCC / PREFEITURA DE CARUARU-PE – 2018) O direito de superfície 
I. é direito pessoal sobre coisa alheia, porém oponível erga omnes. 
II. deve ser constituído mediante escritura pública, devidamente registrada no Cartório de Registro de 
Imóveis. 
III. não autoriza obra no subsolo, salvo se for inerente ao objeto da concessão. 
IV. sua concessão será necessariamente onerosa, podendo as partes estipular o pagamento de uma só vez 
ou parceladamente. 
V. pode transferir-se a terceiro e, por morte do superficiário, aos seus herdeiros. 
Está correto o que se afirma APENAS em 
a) II, III e V. 
b) I, II, IV e V. 
c) III, IV e V. 
d) I, II e V. 
e) I, III e IV. 
Comentários 
A afirmativa I está incorreta, dado que o direito de superfície é um direito real, de acordo com o Art. 1225 
código civil: 
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Art. 1.225. São direitos reais: 
II- a superfície. 
O direito reais sobre coisas alheias afetam diretamente a propriedade de terceiro, a qual passa a ficar gravada 
ou limitada em seu livre exercício ou fruição, tal como se dá no usufruto, onde o exercício da posse direta 
passa das mãos do proprietário para o usufrutuário. 
A afirmativa II está correta, dado que está de acordo com a redação do Art. 1369, que dispõe que a 
constituição se dará por escritura pública, devidamente registrada no cartório de registro de imóveis. 
Art. 1.369. O proprietário pode conceder a outrem o direito de construir ou de plantar em seu terreno, por 
tempo determinado, mediante escritura pública devidamente registrada no Cartório de Registro de Imóveis. 
A superfície é um direito real de fruição, sendo que o proprietário urbano poderá conceder a outrem o 
direito de superfície do seu terreno, por tempo determinado ou indeterminado, mediante escritura pública 
registrada no cartório de registro de imóveis, de acordo com as leis 6679/79 e 10257/01. Pode-se notar que 
o dispositivo de lei supracitado não deixa explícito quanto às construções e plantações, mas o código civil 
contempla estas acessões. Desta forma, se trata de uma concessão temporária instituída pelo proprietário, 
em favor de terceiro, prevendo o negócio jurídico seu tempo de duração, surgindo, para o superficiário, ou 
concessionário, uma propriedade resolúvel. 
A afirmativa III está correta, dado que não se admite a realização de obra no subsolo ressalvada a hipótese 
de haver previsão contratual expressa neste sentido. 
Art. 1369. Parágrafo único. O direito de superfície não autoriza obra no subsolo, salvo se for inerente ao 
objeto da concessão. 
De acordo com o dispositivo, a superfície pode ser entendida como um direito real de fruição, tendo previsão 
normativa tanto no Código Civil quanto em legislação especial, sendo estas a lei 6679/79, que dispõe acerca 
do parcelamento do solo urbano, e a lei 10257/01, que rege acerca do estatuto da cidade, dispondo que: “o 
proprietário urbano poderá conceder a outrem o direito de superfície do seu terreno, por tempo 
determinado ou indeterminado, mediante escritura pública registrada no cartório de registro de imóveis.” 
A afirmativa IV está incorreta, pois a concessão a superfície, por ser gratuita ou onerosa, de acordo com o 
Art. 1370 do Código Civil: 
Art. 1.370. A concessão da superfície será gratuita ou onerosa; se onerosa, estipularão as partes se o 
pagamento será feito de uma só vez, ou parceladamente. 
De acordo com o disposto pelo Art. 1370, temos que a exploração poderá ser por via de título oneroso ou 
gratuito. Quando for oneroso, o proprietário-superficiário pagará ao proprietário-concedente uma 
remuneração periódica, ou uma parcela única, conforme seja determinado no próprio negócio jurídico. 
A afirmativa V está correta, pois concerne com a redação do art. 1.372, que dispõe: “O direito de superfície 
pode transferir-se a terceiros e, por morte do superficiário, aos seus herdeiros.” 
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De acordo com o dispositivo, o direito de superfície é suscetível de transmissão a terceiros, seja de intervivos 
ou causa mortis, traço que o distingue do usufruto, que faz extinguir o instituto pela morte do usufrutuário. 
Para melhor entendimento, a causa mortis significa “causa da morte”, sendo no direito uma expressão que 
determina que tal ato ocorreu devida a morte de certa pessoa. Já o inter vivos dispõe acerca de relações 
jurídicas que são dadas entre vivos. 
A alternativa C está correta, dado que menciona as afirmativas II, III e V. 
As alternativas A, B, D e E estão incorretas, consequentemente. 
5. (FCC / PGE-TO – 2018) O proprietário de um imóvel onde foi edificado um galpão comercial de 
grandes dimensões precisa otimizar as receitas decorrentes da exploração desse bem. Uma das 
alternativas que lhe foram apresentadas foi a construção de um espaço para a realização de feiras e 
eventos, atraindo, assim, mais interessados em utilizar também o galpão comercial. Considerando que não 
há área livre de terreno suficiente para a edificação do espaço pretendido, o proprietário 
a) poderá transferir o direito de construir de seu terreno para que o adquirente o exerça em outro imóvel, 
considerando a impossibilidade de aproveitamento do imóvel para a finalidade pretendida. 
b) poderá edificar a construção no espaço aéreo do galpão comercial, desde que tecnicamente possível e 
que seja o responsável direto pela exploração, vedada a cessão a terceiros. 
c) poderá conceder onerosamente o direito de superfície de seu imóvel, sendo permitido ao superficiário 
construir e explorar o espaço de eventos no espaço aéreo do galpão, revertendo ao dono do terreno as 
acessões e benfeitorias ao fim do contrato. 
d) deverá providenciar projeto de reforma do galpão comercial, para fins de ampliar a dimensão de área 
construída e então viabilizar a destinação das acessões para o segmento de feiras e eventos. 
e) deverá outorgar a terceiros o direito de construir em seu terreno, de forma que não seja responsável pelos 
investimentos necessários para implantação do projeto, remanescendo com o direito de retomar o domínio 
pleno do imóvel quando da extinção do contrato. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta, visto que o proprietário pode transferir o direito de construir apenas dentro 
de seu terreno, não em outro imóvel. 
A alternativa B está incorreta, dado que o proprietário pode ceder a terceiro, conforme disposto pelo art 
1.369: “O proprietário pode conceder a outrem o direito de construir ou de plantar em seu terreno, por 
tempo determinado, mediante escritura pública devidamente registrada no Cartório de Registro de 
Imóveis.” 
De acordo com o dispositivo, pode-se entender que a superfície é um direito real de fruição, sendo que o 
proprietário urbano poderá conceder a outrem o direito de superfície do seu terreno, por tempo 
determinado ou indeterminado, mediante escritura pública registrada no cartório de registro de imóveis, de 
acordo com as leis 6679/79 e 10257/01. Pode-se notar que o dispositivo de lei supracitado não deixa explícito 
quanto às construções e plantações, mas o código civil contempla estas acessões. Desta forma, se trata de 
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uma concessão temporária instituída pelo proprietário, em favor de terceiro, prevendo o negócio jurídico 
seu tempo de duração, surgindo, para o superficiário, ou concessionário, uma propriedade resolúvel. 
A alternativa C está correta, pois no caso contrato o proprietário pode constituir o chamado “direito de 
superfície”. O direito de superfície permite que o proprietário conceda a alguém o direito de construir em 
seu imóvel, de acordo com o caput do art. 1.369, que rege: “O proprietário pode conceder a outrem o direito 
de construir ou de plantar em seu terreno, por tempo determinado, mediante escritura pública devidamente 
registrada no Cartório de Registro de Imóveis.” 
Tal direito de construir dispõe também acerca do espaço aéreo do imóvel, conforme dispõe a Lei nº 
10.257/01, qual estabelece diretrizes gerais da política urbana e dá outras providências: 
Art. 21. § 1º. O direito de superfície abrange o direito de utilizar o solo, o subsolo ou o espaço aéreo relativo 
ao terreno, na forma estabelecida no contrato respectivo, atendida a legislação urbanística. 
O disposto pelo Art. 21 é a base legal que possibilita que o proprietário crie o direito de superfície, mesmo 
que toda a área do solo já esteja edificada, como menciona a questão. É estipulado um prazo para a fruição 
da construção, ao final a propriedade de construção seconsolida na esfera jurídica do proprietário do solo, 
e desta forma ele passa a ser proprietário, não apenas do solo, mas também da construção. Conforme fixa 
Código Civil, no caput do art. 1.375. 
Art. 1.375. Extinta a concessão, o proprietário passará a ter a propriedade plena sobre o terreno, construção 
ou plantação, independentemente de indenização, se as partes não houverem estipulado o contrário. 
Quando findo o direito de concessão, pela ocorrência do termo, o proprietário obterá a propriedade plena 
do imóvel, com a incorporação das plantações ou construções existentes. A extinção da superfície deverá 
ser averbada no Registro Imobiliário. O que pode ser absorvido é que o direito de superfície proporciona 
uma vantagem econômica recíproca às partes, atendendo ao princípio da função social da propriedade, que 
consiste, de um lado, na exploração do bem pelo superficiário, obtendo lucros e vantagens durante sua 
duração e, de outro, na aquisição das construções ou plantações pelo dono do terreno, ou seja, daqueles 
acréscimos realizados pelo superficiário. De fato, muitas vezes o proprietário do bem imóvel não tem meios 
de explorá-lo adequadamente, preferindo ceder seu uso a um terceiro, qual irá tirar maior proveito 
econômico em seu favor, seja por meio de plantação ou construção, mas com a obrigação de restituir o todo, 
que já terá sido valorizado. 
A alternativa D está incorreta, pois expressa que o proprietário irá ampliar a área construída. No entanto, 
não há área livre de terreno suficiente para a edificação do espaço, sendo assim a alternativa torna-se 
contraditória uma vez que não existe mais espaço para construir, não sendo possível a ampliação do edifício. 
A alternativa E está incorreta, pois o termo “outorgar” significa transferir a titularidade, sendo uma 
afirmação incorreta, visto que a outorga não ocorre no direito de superfície. 
Servidões (1.378 a 1.389) 
6. (FCC - SANASA Campinas - Analista Administrativo - Serviços Jurídicos- 2019) NÃO são hipóteses de 
extinção da servidão: 
a) perecimento do prédio dominante ou serviente. 
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b) abandono especificado e renúncia pelo dono do prédio dominante. 
c) confusão. 
d) pela longa inércia do titular do prédio serviente (desuso por prazo indeterminado) e sem necessidade de 
intervenção judicial. 
e) pelo cancelamento, salvo nas desapropriações, desde que registrada. 
Comentários: 
A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. Conforme o art. 1.389 do Código Civil: "Também se 
extingue a servidão, ficando ao dono do prédio serviente a faculdade de fazê-la cancelar, mediante a prova 
da extinção: 
I - Pela reunião dos dois prédios no domínio da mesma pessoa; 
II - Pela supressão das respectivas obras por efeito de contrato, ou de outro título expresso; 
III - pelo não uso, durante dez anos contínuos.". 
7. (FCC / TJ-PI – 2015) A servidão 
a) Proporciona utilidade para o prédio dominante e grava o prédio serviente, que pertence ao mesmo dono 
ou a diverso dono, constituindo-se por negócio jurídico inter vivos ou causa mortis, com subsequente registro 
no Cartório de Registro de Imóveis. 
b) Proporciona utilidade para o prédio dominante, e grava o prédio serviente, que pertence a diverso dono, 
constituindo-se mediante declaração expressa dos proprietários, ou por testamento, e subsequente registro 
no Cartório de Registro de Imóveis. 
c) Proporciona utilidade, mas não grava o prédio serviente, que pertence a diverso dono, constituindo-se 
mediante declaração expressa dos proprietários e subsequente registro no Cartório de Registro de Imóveis. 
d) Proporciona utilidade para o prédio serviente e grava o prédio dominante, que pertença a diverso dono, 
constituindo-se mediante declaração expressa dos proprietários e subsequente registro no Cartório de 
Registro de Imóveis. 
e) Só pode adquirir-se mediante negócio jurídico inter vivos e subsequente registro no Cartório de Registro 
de Imóveis, não sendo em nenhuma hipótese passível de usucapião. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta, dado que o art. 1.378 expressa que a servidão proporciona utilidade para o 
prédio dominante, e grava prédio serviente, que pertence a diverso dono. A alternativa está errada pois, 
menciona “que pertence ao mesmo dono”. É errônea também a afirmativa de que se constitui por negócio 
jurídico inter vivos ou causa mortis, visto que se constitui mediante declaração expressa dos proprietários 
ou por testamento. 
A alternativa B está correta, pois sua redação está em conformidade com a do art. 1.378 do Código Civil, que 
dispõe: 
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Art. 1.378. A servidão proporciona utilidade para o prédio dominante, e grava o prédio serviente, que 
pertence a diverso dono, e constitui-se mediante declaração expressa dos proprietários, ou por testamento, 
e subsequente registro no Cartório de Registro de Imóveis. 
De acordo com o dispositivo, o sentido maior da constituição de “servidões” é proporcionar uma maior 
utilidade ou comodidade ao dono do prédio dominante, onerando, com isso, o prédio serviente, que sofrerá 
alguma espécie de limitação. É, desta forma, um direito real de fruição ou gozo, sobre coisa imóvel alheia, 
impondo um ônus em proveito de outrem, pertencente a dono diverso. Desta forma, tal ônus não é imposto 
a uma pessoa, mas sim ao próprio prédio, por não se tratar de direito pessoal. 
Em princípio, as servidões têm como objetivo central proporcionar uma maior valorização ao chamado 
“prédio dominante”, levando a ele uma reconhecida situação de comodidade e utilidade. 
A alternativa C está incorreta, dado que grava o prédio serviente, e além de constituir-se por declaração 
expressa dos proprietários pode também por testamento, baseando-se no Art. 1378: 
Art. 1.378. A servidão proporciona utilidade para o prédio dominante, e grava o prédio serviente, que 
pertence a diverso dono, e constitui-se mediante declaração expressa dos proprietários, ou por testamento, 
e subsequente registro no Cartório de Registro de Imóveis. 
Para maior entendimento acerca do dispositivo, consta explanação na alternativa B. 
A alternativa D está incorreta, em virtude de que a servidão proporciona utilidade para o prédio dominante 
e grava o prédio serviente. A alternativa faz um trocadilho entre os dois. 
A alternativa E está incorreta, dado que o exercício incontestado e continuo de uma servidão aparente, por 
dez anos, autoriza o interessado a registrá-la em seu nome, valendo lhe como título a sentença que julgar 
consumado a usucapião, de cordo com os Arts. 1241 e 1379 do Código Civil: 
Art. 1.242. Adquire também a propriedade do imóvel aquele que, contínua e incontestadamente, com justo 
título e boa-fé, o possuir por dez anos. 
Caso o possuidor não tenha título, o prazo de usucapião será de vinte anos. De acordo com o Código Civil. 
Art. 1.379. O exercício incontestado e contínuo de uma servidão aparente, por dez anos, nos termos do art. 
1.242, autoriza o interessado a registrá-la em seu nome no Registro de Imóveis, valendo-lhe como título a 
sentença que julgar consumado a usucapião. 
Parágrafo único. Se o possuidor não tiver título, o prazo da usucapião será de vinte anos. 
Usufruto (1.390 a 1.411) 
8. (FCC / DPE-AP – 2018) Paulo doou o imóvel em que reside a Fábio, seu filho mais novo, reservando 
para si o direito de usufruto. No ato de doação, não foi colhido consentimento de Rafael, o filho mais 
velho. Posteriormente, Fábio veio a se desentender com a nova companheira de seu pai, Valquíria, ocasião 
em que a ofendeu. Todos os envolvidos são maiores e capazes. Diante desta situação, 
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a) embora Fábio seja o proprietário do imóvel, é Paulo quem pode alugar a casa e, caso o faça, não precisará 
repassar os valores ou prestar contas a Fábio. 
b) Rafael tem direito à anulação da doação feita em prol de seu irmão mais novo sem o seu consentimento, 
por ser o negócio jurídico anulável nesta hipótese. 
c) Valquíria tem direito à anulação da doação feita por Paulo em razão do ato de ingratidão do donatário. 
d) Paulo pode pleitear a anulação da doação por vício do consentimento referente ao erro essencial quanto 
à pessoa do donatário. 
e) Fábio tem direito a exigir a extinção do usufruto em razão da superveniência da união estável do 
usufrutuário Paulo com Valquíria. 
Comentários 
A alternativa A está correta, pois Paulo, estando em posição de usufrutuário, tem direito à posse, uso, 
administração e percepção dos frutos, podendo então alugar a casa, conter os valores arrecadados e não 
prestar contas a Fábio, de acordo com o Art. 1394 do Código Civil: 
Art. 1.394. O usufrutuário tem direito à posse, uso, administração e percepção dos frutos. 
Analisando-se o dispositivo, é da natureza da instituição por usufruto a posse direta do beneficiário, a qual 
se opera por transferência do titular do domínio, e este o exercerá em sua plenitude, fazendo uso inclusive 
dos interditos possessórios legais que estiverem à sua disposição, quando for necessário. 
Caso haja recusa da entrega da posse ao usufrutuário, caberá uma ação de imissão contra o proprietário da 
coisa ou contra o próprio instituidor do usufruto. Pode, ainda, o usufrutuário usufruir do bem em nome 
próprio, ou então cedê-lo a título gratuito ou oneroso a um terceiro, podendo administrar o bem em função 
de sua vontade e autonomia com relação ao proprietário. Pode ainda tirar os proveitos ou resultados 
econômicos do bem, além do mero uso. O usufrutuário fica vedado de alterar a substância da coisa, devendo 
respeitar a destinação contida no próprio título de constituição do usufruto. 
A alternativa B está incorreta, dado que a doação é permitida, no entanto o bem deverá ser trazido a colação 
quando a abertura de sucessão, de acordo com o Art. 544 do Código Civil: 
Art. 544. A doação de ascendentes a descendentes, ou de um cônjuge a outro, importa adiantamento do 
que lhes cabe por herança. 
O dispositivo supracitado fundamenta-se na igualdade dos quinhões hereditário: herdeiros da mesma classe 
sucessória devem receber quinhões iguais da herança. É pressuposto que o doador tenha o interesse de 
assegurar a igualdade dos quinhões hereditários quando realiza uma doação a descendente ou a seu cônjuge, 
portanto tais bens devem ser colacionados pelo donatário quando ocorre a abertura da sucessão. O doador 
pode estabelecer de forma contrário a presunção, dispensando o donatário da realização da colação. 
A colação é o processo pelo qual os herdeiros necessários restituem a herança de bens que receberam em 
vida do de cujus. 
A alternativa C está incorreta, pois não é caso de anulação, e sim caso de revogação. O direito de revogar a 
doação não se transmite aos herdeiros do doador, nem prejudica os do donatário, porém tais herdeiros 
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podem prosseguir na ação iniciada pelo doador, continuando-a contra os herdeiros do donatário, se este 
falecer depois de ajuizada a lide, conforme expresso pelos Arts. 557 e 558 do Código Civil: 
Art. 557. Podem ser revogadas por ingratidão as doações: 
I - se o donatário atentou contra a vida do doador ou cometeu crime de homicídio doloso contra ele; 
II - se cometeu contra ele ofensa física; 
III - se o injuriou gravemente ou o caluniou; 
IV - se, podendo ministrá-los, recusou ao doador os alimentos de que este necessitava. 
Quando ocorre o homicídio consumado, a legitimidade para requerer a revogação é dos herdeiros. Não há, 
inclusive, limite temporal para que a ingratidão seja caracterizada. Sendo assim, a qualquer tempo poderão 
os legitimados requererem a revogação da doação. 
Art. 558. Pode ocorrer também a revogação quando o ofendido, nos casos do artigo anterior, for o cônjuge, 
ascendente, descendente, ainda que adotivo, ou irmão do doador. 
Os graves atos que caracterizam a ingratidão justificam a revogação da doação, podendo esta ser dirigida ao 
próprio doador, ou atingindo o cônjuge, ascendente, descendente ou irmão. 
A alternativa D está incorreta, dado que não trata-se de anulação, mas sim de revogação, e não por erro 
essencial quanto à pessoa, mas sim por ingratidão. 
Para melhor entendimento, podem ser anulados os atos nulos e os atos anuláveis, sendo considerado nulo 
todo ato que, mesmo contendo os elementos necessários, foi exercido mediante a violação da lei, da ordem 
pública, dos bons costumes ou em contradição à forma legal. Por sua vez, a anulação é um defeito de menor 
gravidade, sendo ocasionado pelo dolo principal, podendo ser, além dos casos declarados por lei, causado 
pela incapacidade relativa do agente e por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou 
fraude contra credores, enquanto o ato nulo é aquele que, mesmo com todos os elementos necessários para 
sua existência, foi praticado com violação da lei, da ordem pública, dos bons costumes ou com incoerência 
relativa à forma legal. Já a revogação diz respeito aos atos que perdem sua vigência, podendo ser revogados 
os atos administrativos que mesmo sendo perfeitos, ou seja, legítimos e eficazes, não tiverem mais utilidade 
à Administração Pública. 
A alternativa E está incorreta, pois de acordo com o Código Civil o usufruto se extingue por: 
Art. 1.410. O usufruto extingue-se, cancelando-se o registro no Cartório de Registro de Imóveis: 
I - pela renúncia ou morte do usufrutuário; 
II - pelo termo de sua duração; 
III - pela extinção da pessoa jurídica, em favor de quem o usufruto foi constituído, ou, se ela perdurar, pelo 
decurso de trinta anos da data em que se começou a exercer; 
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IV - pela cessação do motivo de que se origina; 
V - pela destruição da coisa, guardadas as disposições dos arts. 1.407, 1.408, 2ª parte, e 1.409; 
VI - pela consolidação; 
VII - por culpa do usufrutuário, quando aliena, deteriora, ou deixa arruinar os bens, não lhes acudindo com 
os reparos de conservação, ou quando, no usufruto de títulos de crédito, não dá às importâncias recebidas 
a aplicação prevista no parágrafo único do art. 1.395; 
VIII - Pelo não uso, ou não fruição, da coisa em que o usufruto recai (arts. 1.390 e 1.399). 
A renúncia referente ao inciso I deverá ser feita por escritura pública se for referente a bens imóveis de valor 
acima de trinta salários vigentes (de acordo com o Art. 108) 
Dado que o usufruto é temporário, sendo estabelecido de forma vitalícia, extinguir-se-á o direito pelo 
falecimento do titular do uso. Havendo dois ou mais usufrutuários, o direito irá se extinguindo a cada um 
deles, à medida de seu falecimento, subsistindo pro parte, salvo se pactuado sua indivisibilidade, sendo este 
um caso em que a parte de cada um acrescerá a do outro sobrevivo. 
O termo de duração contido no inciso II, é o tempo de vigência estabelecido ao usufruto no próprio ato 
constitutivo, fazendo-o extinguir ao seu término. Outrossim, faz extinguir o direito pela ocorrência de 
determinada condição resolutiva pré estabelecida ou pelo falecimento do usufrutuário antes do período 
previsto. 
No inciso III temos a extinção da pessoa jurídica, sob a qual a lei estabelece o prazo de trinta anos de vigência 
do usufruto quando se tratar depessoa jurídica a parte beneficiária, cessando o direito de usufruto caso haja 
uma dissolução anterior da sociedade empresária. 
A cessação do motivo expressa no inciso IV determina que o usufruto acaba quando a razão de sua 
constituição deixa de existir, como por exemplo o benefício constituído para custear o ensino superior de 
um parente próximo e este finaliza o curso. 
A destruição da coisa conceituada no inciso V diz que quando o bem desaparece o bem do usufruto, não há 
como ocorrer sua preservação, salvo nas hipóteses em que se abrange a desapropriação, incêndio e 
destruição por terceiros, quando o direito do usufrutuário se sub-roga no valor da indenização ou seguro. 
No inciso VI temos a consolidação, que se dá na hipótese de o usufrutuário vir a adquirir a nua-propriedade 
ou vice-versa, reunindo-se os dois direitos nas mãos de apenas um titular. 
Quando há a culpa do usufrutuário, o dispositivo elenca várias hipóteses de cessação quando o beneficiário 
atua de forma culposa ou dolosa, violando o dever de cuidado que deve ter em relação ao bem, assim 
ocorrendo nos casos de usufruto sobre título de crédito. 
Por fim, o dispositivo não prevê um prazo certo. Desta forma, quando ocorre o apreço a extinção se dará 
após o decurso do prazo de dez anos do desuso. 
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9. (FCC / TJ-SE – 2015) No inventário de José X, foi atribuída à filha Rosa X, a nua propriedade de um 
imóvel urbano, cujo usufruto foi reservado à viúva meeira, Ana X. Falecendo, posteriormente, Ana X, seus 
bens foram inventariados e partilhados, exceto o referido imóvel. Rosa X compareceu ao Serviço de 
Registro de Imóveis requerendo o cancelamento do usufruto, exibindo o comprovante de pagamento de 
tributos incidentes para esse ato. O Oficial do Registro recusou-se a promover o cancelamento sob o 
argumento de que o usufruto teria de ser, também, objeto do inventário de Ana X, e suscitou dúvida a 
requerimento de Rosa X. A dúvida é: 
a) Improcedente, porque o usufruto não é objeto de herança, extinguindo-se com a morte do usufrutuário. 
b) Procedente, porque o usufruto tem valor patrimonial e deve ser partilhado entre os herdeiros do 
usufrutuário. 
c) Procedente, mas outro deveria ser o fundamento da recusa, pois o juiz do inventário teria de verificar se 
aquele usufruto não estava sujeito à colação. 
d) Procedente, porque todos os bens encontrados no patrimônio do falecido devem ser inventariados, ainda 
que não sujeitos à partilha. 
e) Procedente, mas outro devia ser o fundamento da recusa, porque o usufruto devia ser objeto de 
sobrepartilha no inventário de José X. 
Comentários 
A alternativa A está correta, pois a dúvida é improcedente, dado que o usufruto não é objeto de herança, 
extinguindo se com a morte do usufrutuário. 
Como disposto pelo Código Civil: 
Art. 1.410. O usufruto extingue-se, cancelando-se o registro no Cartório de Registro de Imóveis: 
I - pela renúncia ou morte do usufrutuário; 
A renúncia referente ao inciso I deverá ser feita por escritura pública se for referente a bens imóveis de valor 
acima de trinta salários vigentes (de acordo com o Art. 108) 
Dado que o usufruto é temporário, sendo estabelecido de forma vitalícia, extinguir-se-á o direito pelo 
falecimento do titular do uso. Havendo dois ou mais usufrutuários, o direito irá se extinguindo a cada um 
deles, à medida de seu falecimento, subsistindo pro parte, salvo se pactuado sua indivisibilidade, sendo este 
um caso em que a parte de cada um acrescerá a do outro sobrevivo. 
A alternativa B está incorreta, dado que a dúvida é improcedente, sendo o usufruto um direito real de quem 
detém a propriedade do bem imóvel, de posse, uso e percepção dos frutos conforme seus interesses. 
Extingue-se com a morte ou a renúncia do usufrutuário produzindo o cancelamento do registro de acordo 
com o disposto pelo art. 1.410, I. Não é objeto de herança, desta forma. Extingue-se também pelo termo de 
sua duração; pela extinção da pessoa jurídica, em favor de quem o usufruto foi constituído, ou, se ela 
perdurar, pelo decurso de trinta anos da data em que se começou a exercer; pela cessação do motivo de que 
lhe deu origem; pela destruição da coisa; pela consolidação; por culpa do usufrutuário pela deterioração da 
coisa; pelo não uso da coisa. 
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Para maior compreensão do dispositivo, segue explicação de cada possibilidade exposta no rol acima: 
Sendo o usufruto temporário, estabelecido de forma vitalícia, extinguir-se-á o direito pelo falecimento do 
titular do uso. Havendo dois ou mais usufrutuários, o direito irá se extinguindo a cada um deles, à medida 
de seu falecimento, subsistindo pro parte, salvo se pactuado sua indivisibilidade, sendo este um caso em que 
a parte de cada um acrescerá a do outro sobrevivo. 
O termo de duração contido no inciso II, é o tempo de vigência estabelecido ao usufruto no próprio ato 
constitutivo, fazendo-o extinguir ao seu término. Outrossim, faz extinguir o direito pela ocorrência de 
determinada condição resolutiva pré estabelecida ou pelo falecimento do usufrutuário antes do período 
previsto. 
No inciso III temos a extinção da pessoa jurídica, sob a qual a lei estabelece o prazo de trinta anos de vigência 
do usufruto quando se tratar de pessoa jurídica a parte beneficiária, cessando o direito de usufruto caso haja 
uma dissolução anterior da sociedade empresária. 
A cessação do motivo expressa no inciso IV determina que o usufruto acaba quando a razão de sua 
constituição deixa de existir, como por exemplo o benefício constituído para custear o ensino superior de 
um parente próximo e este finaliza o curso. 
A destruição da coisa conceituada no inciso V diz que quando o bem desaparece o bem do usufruto, não há 
como ocorrer sua preservação, salvo nas hipóteses em que se abrange a desapropriação, incêndio e 
destruição por terceiros, quando o direito do usufrutuário se sub-roga no valor da indenização ou seguro. 
No inciso VI temos a consolidação, que se dá na hipótese de o usufrutuário vir a adquirir a nua-propriedade 
ou vice-versa, reunindo-se os dois direitos nas mãos de apenas um titular. 
Quando há a culpa do usufrutuário, o dispositivo elenca várias hipóteses de cessação quando o beneficiário 
atua de forma culposa ou dolosa, violando o dever de cuidado que deve ter em relação ao bem, assim 
ocorrendo nos casos de usufruto sobre título de crédito. 
A alternativa C está incorreta, de acordo com o disposto pelo art.1410 do Código Civil, sendo assim 
improcedente. 
Art. 1.410. O usufruto extingue-se, cancelando-se o registro no Cartório de Registro de Imóveis: 
I - pela renúncia ou morte do usufrutuário; 
A alternativa D está incorreta, dado que o usufruto não é objeto de herança, sendo assim, a dúvida é 
improcedente. 
A alternativa E está incorreta, dado que o art. 1410 dispõe: “O usufruto extingue-se, cancelando-se o registro 
no Cartório de Registro de Imóveis: I - pela renúncia ou morte do usufrutuário;” 
A renúncia referente ao inciso I deverá ser feita por escritura pública se for referente a bens imóveis de valor 
acima de trinta salários vigentes (de acordo com o Art. 108). 
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Dado que o usufruto é temporário, sendo estabelecido de forma vitalícia, extinguir-se-á o direito pelo 
falecimento do titular do uso. Havendo dois ou mais usufrutuários, o direito irá se extinguindo a cada um 
deles, à medida de seu falecimento, subsistindo pro parte, salvo se pactuado sua indivisibilidade, sendo este 
um casoem que a parte de cada um acrescerá a do outro sobrevivo. 
10. (FCC / TJ-SC – 2015) O usufruto pode recair 
a) Apenas sobre imóveis urbanos, tendo o usufrutuário o direito de neles habitar, administrá-los e perceber 
os frutos, não podendo, porém, ceder o seu exercício. 
b) Sobre bens móveis ou imóveis, devendo o usufrutuário deles utilizar, não podendo alugá-los ou emprestá-
los. 
c) Apenas sobre um ou mais bens, móveis ou imóveis, abrangendo-lhe os frutos e utilidades, mas não pode 
recair em um patrimônio inteiro. 
d) Em um ou mais bens, móveis ou imóveis, em um patrimônio inteiro, ou parte deste, abrangendo-lhe, no 
todo ou em parte, os frutos e utilidades. 
e) Em um ou mais bens, móveis ou imóveis, dependendo no caso de imóveis, de registro e pode ser 
transferido por alienação, a título gratuito ou oneroso. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta, visto que disposto pelo Art. 1390 do Código Civil: 
Art. 1.390. O usufruto pode recair em um ou mais bens, móveis ou imóveis, em um patrimônio inteiro, ou 
parte deste, abrangendo-lhe, no todo ou em parte, os frutos e utilidades. 
Constitui-se o usufruto no direito de desfrutar temporariamente de um bem alheio, pelo usufrutuário, sem 
lhe alterar a substância, pressupondo a existência simultânea de dois titulares de direito: o usufrutuário, 
possuidor de direito real de gozo ou fruição sobre a substância da coisa, com a restrição imposta pela fruição, 
acometida a um terceiro. Outra característica do usufruto é ser personalíssimo, pois é instituído de forma 
intuitu personae, não sendo transmissível causa mortis. É, também, temporário, sendo dirigido a uma 
determinada pessoa, extinguindo-se com a morte do usufrutuário, sendo este o prazo máximo de sua 
duração. Entretanto, pode ser instituído em prazo menor e tem como objetivo a proteção e o benefício de 
um certo indivíduo, surgindo daí sua natureza altruística. É intransmissível, sendo esta uma característica 
decorrente do seu caráter temporário e, muito embora o exercício possa ser cedido, o direito real não admite 
transmissão, por conta do seu caráter personalíssimo. 
A alternativa B está incorreta, dado que o usufrutuário pode alugar ou emprestar o bem qual dispõe por 
usufruto. 
De acordo com o disposto pelo Código Civil: 
Art. 1.393. Não se pode transferir o usufruto por alienação; mas o seu exercício pode ceder-se por título 
gratuito ou oneroso. 
Compreende-se com o dispositivo que se admite apenas a cessão do exercício do usufruto, ou seja, o terceiro 
favorecido será titular de um simples direito de crédito, podendo usar ou fruir a coisa, mas não de um direito 
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real. Não se transmite usufruto, mas apenas os poderes derivados da relação jurídica de usufruto. Nada 
impede que o usufrutuário, eventualmente impedido de explorar pessoalmente a coisa, possa alugá-la ou 
emprestá-la a outrem. Disso decorre que, extinto o usufruto, por qualquer de suas causas, extingue-se o 
direito de exercício dele decorrente, não podendo o cessionário do exercício opor seus direitos frente ao nu-
proprietário que consolidou a propriedade em suas mãos, salvo disposição em lei especial, como ocorre na 
locação predial urbana. Os deveres do usufrutuário continuam os mesmos e incólumes perante o nu-
proprietário, admitindo-se, apenas, que por convenção, o cessionário se torne devedor solidário. 
A alternativa C está incorreta, dado que o usufruto pode recair também sobre o patrimônio inteiro, de 
acordo com o Código Civil em seu art. 1.390. “O usufruto pode recair em um ou mais bens, móveis ou imóveis, 
em um patrimônio inteiro, ou parte deste, abrangendo-lhe, no todo ou em parte, os frutos e utilidades.” 
O usufruto pode ser caracterizado como o direito de desfrutar temporariamente de um bem alheio, pelo 
usufrutuário, sem lhe alterar a substância, pressupondo a existência simultânea de dois titulares de direito: 
o usufrutuário, possuidor de direito real de gozo ou fruição sobre a substância da coisa, com a restrição 
imposta pela fruição, acometida a um terceiro. Outra característica do usufruto é ser personalíssimo, pois é 
instituído de forma intuitu personae, não sendo transmissível causa mortis. É, também, temporário, sendo 
dirigido a uma determinada pessoa, extinguindo-se com a morte do usufrutuário, sendo este o prazo máximo 
de sua duração. Entretanto, pode ser instituído em prazo menor e tem como objetivo a proteção e o 
benefício de um certo indivíduo, surgindo daí sua natureza altruística. É intransmissível, sendo esta uma 
característica decorrente do seu caráter temporário e, muito embora o exercício possa ser cedido, o direito 
real não admite transmissão, por conta do seu caráter personalíssimo. 
A alternativa D está correta, dado que corresponde ao conteúdo expresso no art. 1.390, que dispõe: 
Art. 1.390. O usufruto pode recair em um ou mais bens, móveis ou imóveis, em um patrimônio inteiro, ou 
parte deste, abrangendo-lhe, no todo ou em parte, os frutos e utilidades. 
Para maior entendimento acerca do dispositivo, reler o disposto na alternativa C. 
A alternativa E está incorreta, dado que o usufruto não pode ser transferido por alienação. 
De acordo com o disposto Código Civil: 
Art. 1.393. Não se pode transferir o usufruto por alienação; mas o seu exercício pode ceder-se por título 
gratuito ou oneroso. 
O direito ao usufruto não pode se transmitir o direito real de usufruto a um terceiro, dado seu caráter 
personalíssimo, sendo estabelecido intuito personae. No entanto, a cessão do direito do usufruto ou posse 
direta poderá ocorrer em favor de terceiros, quando aquele não puder ou não quiser exercer o gozo. Este 
terceiro, no caso, não substitui o usufrutuário direto e, portanto, não tem em seu favor o direito real que o 
acobertaria, restando-lhe apenas uma relação jurídica do direito pessoal ou obrigacional, dispensando 
registro do título no cartório de registro imobiliário. O direito por de usufruto é, em sua natureza, insuscetível 
de penhora; porém, os rendimentos e lucros obtidos com a cessão do exercício do usufruto poderão sofrer 
referida constrição legal. 
O nu-proprietário poderá dispor do bem gravado de usufruto, assim como poderá dar em garantia a 
propriedade na sua substância, sendo que eventual penhora recairá apenas sobre esta, não podendo 
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prejudicar direitos do usufrutuário. O usufruto acompanha o bem, com relação ao novo adquirente, em 
função da característica de sequela. Desta forma, se o bem for judicialmente alienado, deve o usufruto ser 
respeitado pelo novo arrematante, que não fará jus à posse direta. A cessão de direitos do usufruto somente 
é admitida se o título constitutivo não o vetar expressamente, pela vontade de seu instituidor, mas ainda de 
qualquer forma o usufrutuário sempre permanecerá vinculado aos termos estabelecidos no ato de sua 
constituição. Desta forma, caso o beneficiário por testamento de um certo imóvel não tiver interesse de 
ocupá-lo, irá poder locar ou emprestá-lo gratuitamente a um terceiro que irá cuidar deste imóvel 
devidamente (direito pessoal) 
11. (FCC / SEFAZ-PE – 2015) João, tendo dois filhos - Pedro e Antônio - doou para este um imóvel com 
reserva de usufruto, mas dispensando-o da colação. Morrendo o doador, o usufruto 
a) Se extingue e será cancelado o registro no Serviço de Registro de Imóveis. 
b) Será partilhado entre seus dois filhos, salvo disposição testamentária em sentido contrário. 
c) Terá de ser trazido à colação, porque a dispensa só atinge a nua propriedade. 
d) Será levado a inventário e, necessariamente, atribuído ao donatário que já é nu proprietário. 
e) Será atribuído necessariamentea Pedro. 
Comentários 
A alternativa A está correta, dado que a questão se refere ao usufruto propriamente dito, não sobre a 
validade da doação e sobre o direito de propriedade sobre o imóvel. Dados os fatos, deve fundamentar-se a 
resposta com base no conteúdo do art. 1.410, que dispõe: 
Art. 1.410. O usufruto extingue-se, cancelando-se o registro no Cartório de Registro de Imóveis: 
I – pela renúncia ou morte do usufrutuário; 
A renúncia referente ao inciso I deverá ser feita por escritura pública se for referente a bens imóveis de valor 
acima de trinta salários vigentes (de acordo com o Art. 108) 
Dado que o usufruto é temporário, sendo estabelecido de forma vitalícia, extinguir-se-á o direito pelo 
falecimento do titular do uso. Havendo dois ou mais usufrutuários, o direito irá se extinguindo a cada um 
deles, à medida de seu falecimento, subsistindo pro parte, salvo se pactuado sua indivisibilidade, sendo este 
um caso em que a parte de cada um acrescerá a do outro sobrevivo. 
A alternativa B está incorreta, uma vez que o usufruto é o direito real de quem detém a propriedade do bem 
imóvel, de posse, uso e percepção dos frutos conforme seus interesses. Extingue-se com a morte ou a 
renúncia do usufrutuário produzindo o cancelamento do registro de acordo com o código civil: 
Art. 1.410. I- pela renúncia ou morte do usufrutuário; 
Não sendo, portanto, um fruto de herança. 
As alternativas C, D e E estão incorretas, de acordo com o disposto pelo art. 1.410, concluindo-se que 
usufruto se extingue, não sendo objeto de herança. 
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Uso (1.412 a 1. 413) 
Habitação (1.414 a 1.416) 
Direito do promitente comprador (1.417 a 1.418) 
12. (FCC / DPE-SC – 2017) Luiz comparece à defensoria pública dizendo e comprovando com 
documentos que assinou contrato de promessa de compra de imóvel, por meio de instrumento público 
devidamente registrado no Cartório de Registro de Imóveis e sem previsão de cláusula de arrependimento, 
com empresa de habitação social. Ele reside no imóvel há três anos; o imóvel tem 150 m2 e Luiz não é 
titular de qualquer outro bem imóvel. Diante desta situação, Luiz 
a) ainda não pode ser considerado proprietário, mas somente conseguirá obter a propriedade se continuar 
morando no imóvel por mais dois anos, ininterruptamente, quando adimplirá todos os requisitos para a 
usucapião especial urbana. 
b) tem direito meramente contratual, mas poderá opor perante terceiros, uma vez que o registro do contrato 
por meio instrumento público em cartório faz com que o direito obrigacional tenha eficácia erga omnes. 
c) é o verdadeiro proprietário do imóvel, uma vez que o contrato foi feito por instrumento público e 
devidamente registrado em cartório, circunstância suficiente para a transferência da titularidade do imóvel. 
d) ainda não pode ser considerado proprietário, mas terá direito real à aquisição do imóvel, inclusive 
mediante adjudicação compulsória. 
e) tem direito meramente contratual e inoponível perante terceiros, pois ainda não houve a outorga da 
escritura definitiva da compra e venda. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta, dado que o bem que for financiado pelos recursos do Sistema Financeiro da 
Habitação (SFH) não será passível de aquisição por usucapião, por ter caráter público, de acordo com a 
legislação abaixo mencionada: 
Resp. 1.501.272-SC: "SISTEMA FINANCEIRO DA HABITAÇÃO. USUCAPIÃO URBANO. IMÓVEL FINANCIADO 
COM PELO SFH. 
O bem financiado com recursos do Sistema Financeiro da Habitação (SFH) não é suscetível de aquisição 
por usucapião, dado o seu caráter público, a precariedade da posse e a finalidade social do mútuo 
habitacional - qual seja, possibilitar a aquisição de moradia a baixo custo para a população. Admitir que 
ocupantes de imóveis financiados por programas habitacionais governamentais possam adquiri-los, 
mediante usucapião, prejudica todos os que dependem do retorno dos recursos mutuados para também 
serem beneficiados e terem acesso à moradia." 
A alternativa B está incorreta, dado que quando se tem um contrato levado à registro de imóvel, esse deixa 
de ter natureza meramente contratual e passa a ter um direito real de aquisição, de acordo com o Art. 1417 
do Código Civil: 
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Art. 1.417. Mediante promessa de compra e venda, em que se não pactuou arrependimento, celebrada por 
instrumento público ou particular, e registrada no Cartório de Registro de Imóveis, adquire o promitente 
comprador direito real à aquisição do imóvel. 
Este dispositivo trata de um novo direito real de aquisição, sendo o direito do promitente comprador do 
imóvel, não se tratando de fruição ou de garantia e diferindo em relação à propriedade por não ser um 
direito pleno ou ilimitado. A promessa irretratável de venda é o contrato em que o compromitente-vendedor 
se obriga a vender ao compromissário-comprador determinado imóvel, pelo preço, condições e modos 
especificados, outorgando-lhe a escritura definitiva tão logo se dê o adimplemento da obrigação. Uma vez 
pago o preço, o promissário comprador adquire direito real à aquisição do bem, podendo este exigir a 
escritura do vendedor ou de terceiros cedidos e, caso ocorra a recusa, socorrer-se-á da adjudicação 
compulsória. 
A alternativa C está incorreta, dado que o comprador apenas será proprietário do imóvel quando cumprir 
todas as obrigações do contrato, nesse caso, as parcelas, assim passando a ter direito de outorga da escritura 
definitiva. 
Art. 1.418. O promitente comprador, titular de direito real, pode exigir do promitente vendedor, ou de 
terceiros, a quem os direitos deste forem cedidos, a outorga da escritura definitiva de compra e venda, 
conforme o disposto no instrumento preliminar; e, se houver recusa, requerer ao juiz a adjudicação do 
imóvel. 
De acordo com o dispositivo, o compromissário comprador passa a ter direito real de aquisição em relação 
ao bem tão logo se veja quitado de todas suas prestações e obrigações, sendo titular do respectivo direito 
de sequela em face do vendedor dado o efeito erga omnes (vale para todos) gerado pelo registro imobiliário. 
Caso haja a recusa para a entrega da escritura do bem, o compromissário-comprador poderá valer-se da 
ação judicial de adjudicação compulsória, de forma a demonstrar o cumprimento total de suas obrigações 
pactuadas na avença. A ação de adjudicação compulsória tem como finalidade obter a carta de adjudicação, 
a qual substitui a lavratura da escritura definitiva devendo a respectiva decisão ser levada a cartório para 
registro. No caso de haver recusa do vendedor de receber as prestações faltantes por má fé, como meio para 
se livrar da adjudicação compulsória com o intuito de impedir a transferência do bem, cabe ao comprador 
consignar em juízo os respectivos pagamentos, para que haja o posterior ajuizamento da competente ação. 
A alternativa D está correta, dado que sua redação corresponde exatamente ao Art. 1.418 do Código Civil, 
ao expressar que haverá direito real à aquisição do imóvel. 
A citada adjudicação compulsória é aquela que visa registrar um imóvel para o qual se tem a documentação 
necessária exigida em lei, portanto, é possível, nesse caso, após as exigências do contrato cumpridas. 
A afirmativa é amparada pelo Art. 1418 do Código Civil: 
Art. 1.418. O promitente comprador, titular de direito real, pode exigir do promitente vendedor, ou de 
terceiros, a quem os direitos deste forem cedidos, a outorga da escritura definitiva de compra e venda, 
conforme o disposto no instrumento preliminar; e, se houver recusa, requerer ao juiz a adjudicação do 
imóvel. 
Para melhor compreensão do artigo, ver explicação na alternativaC. 
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A alternativa E está incorreta, o contrato preliminar levado a registro deixa de ter natureza meramente 
obrigacional e passa a ter natureza de direito real de aquisição, sendo oponível para todos. 
Art. 1.417. Mediante promessa de compra e venda, em que se não pactuou arrependimento, celebrada por 
instrumento público ou particular, e registrada no Cartório de Registro de Imóveis, adquire o promitente 
comprador direito real à aquisição do imóvel. 
O dispositivo supracitado trata de um novo direito real de aquisição, sendo o direito do promitente 
comprador do imóvel, não se tratando de fruição ou de garantia e diferindo em relação à propriedade por 
não ser um direito pleno ou ilimitado. A promessa irretratável de venda é o contrato em que o 
compromitente-vendedor se obriga a vender ao compromissário-comprador determinado imóvel, pelo 
preço, condições e modos especificados, outorgando-lhe a escritura definitiva tão logo se dê o adimplemento 
da obrigação. Uma vez pago o preço, o promissário comprador adquire direito real à aquisição do bem, 
podendo este exigir a escritura do vendedor ou de terceiros cedidos e, caso ocorra a recusa, socorrer-se-á 
da adjudicação compulsória. 
Art. 1.418. O promitente comprador, titular de direito real, pode exigir do promitente vendedor, ou de 
terceiros, a quem os direitos deste forem cedidos, a outorga da escritura definitiva de compra e venda, 
conforme o disposto no instrumento preliminar; e, se houver recusa, requerer ao juiz a adjudicação do 
imóvel. 
Para maior compreensão do artigo, há uma explanação na alternativa C. 
13. (FCC / PREFEITURA DE SÃO LUIZ-MA – 2016) "O regime jurídico dos direitos reais (sobre imóveis) 
adota o princípio da publicidade por meio do qual esses se exteriorizam e em que essa é constitutiva 
praticamente sempre dos direitos reais" (Arruda Alvim Comentários ao Código Civil brasileiro, item 3.10, 
p. 229. Rio de Janeiro, GEN-Forense, 2009. Vol. I, Tomo I). Destarte, para que os direitos do promitente 
comprador de imóvel assumam a natureza de direito real, faz-se necessário: 
a) O pagamento integral do preço. 
b) O justo título. 
c) A cláusula de arrependimento. 
d) O registro da promessa de compra e venda. 
e) O ajuizamento da ação de adjudicação compulsória. 
Comentários 
Com base no Art. 1.417, pode-se abstrair que o promitente comprador adquire direito real à aquisição do 
imóvel, mediante promessa de compra e venda, aonde não tenha sido pactuado arrependimento, celebrado 
por instrumento público ou particular, sendo devidamente registrada em Cartório de Registro de Imóveis. 
Como está expresso pelo código civil: 
Art. 1.417 - Mediante promessa de compra e venda, em que se não pactuou arrependimento, celebrada por 
instrumento público ou particular, e registrada no Cartório de Registro de Imóveis, adquire o promitente 
comprador direito real à aquisição do imóvel. 
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O dispositivo em questão trata de um novo direito real de aquisição, sendo o direito do promitente 
comprador do imóvel, não se tratando de fruição ou de garantia e diferindo em relação à propriedade por 
não ser um direito pleno ou ilimitado. A promessa irretratável de venda é o contrato em que o 
compromitente-vendedor se obriga a vender ao compromissário-comprador determinado imóvel, pelo 
preço, considições e modos especificados, outorgando-lhe a escritura definitiva tão logo se dê o 
adimplemento da obrigação. Uma vez pago o preço, o promissário comprador adquire direito real à aquisição 
do bem, podendo este exigir a escritura do vendedor ou de terceiros cedidos e, caso ocorra a recusa, 
socorrer-se-á da adjudicação compulsória. 
A alternativa D está correta, pois é fato que para que os direitos do promitente comprador de imóvel 
assumam a natureza de direito real é necessário o registro da promessa de compra e venda. 
As alternativas A, B, C e E estão incorretas, consequentemente. 
14. (FCC / TJ-RR – 2015) Mediante promessa de compra e venda de imóvel, em que se não pactuou 
arrependimento, celebrado por instrumento particular, o promitente comprador 
a) Adquire direito real à sua aquisição, desde que seja imitido na posse. 
b) Não poderá adquirir direito real à sua aquisição, pois é necessária a escritura pública. 
c) Adquire legalmente direito real à sua aquisição se o instrumento foi registrado no Cartório de Registro de 
Imóveis. 
d) Não adquirirá direito real à aquisição do imóvel antes que ocorra o pagamento integral do preço. 
e) Adquire direito real à sua aquisição a partir do registro do instrumento no Cartório de Registro de Títulos 
e Documentos, porque com essa providência o contrato se presume conhecido por terceiros. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta, dado que não há exigência alguma de que seja emitido na posse. Dado que 
posse e propriedade são institutos distintos. 
A posse não é um direito real, e está inserida no estudo geral sobre o direito das coisas. Melhor dizendo, a 
posse não tem os efeitos reais de propriedade sobre a coisa. Para que a posse exista, basta o elemento 
objetivo, pois ela se revela na maneira como o proprietário age em face da coisa. Por sua vez, a propriedade 
é um direito, havendo dentre deste conceito 4 elementos constitutivos, sendo o de usar, ou jus utendi, que 
é a faculdade de utilizar a coisa e servir-se dela. O direito de gozar, ou jus fruendi, é o poder de usufruir dos 
frutos da coisa da qual se é proprietário. O direito de dispor, ou jus abutendi, é a faculdade de transferir, ou 
seja, alienar a coisa. Por fim, o direito de reaver a coisa, ou rei vindicatio, é a possibilidade de reivindicar a 
coisa de quem a possua ou detenha injustamente, tendo tal direito base no jus persequendi, o direito de 
sequela, que é uma das características dos direitos reais. 
A alternativa B está incorreta, visto que independe de ser escritura pública ou particular. 
A alternativa C está correta, dado que, mediante promessa de compra e venda de imóvel, em que se não 
pactuou arrependimento, celebrado por instrumento particular, o promitente comprador adquire 
legalmente direito real à sua aquisição se o instrumento foi registrado no Cartório de Registro de Imóveis. 
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De acordo com o Código Civil: 
Art. 1.417. Mediante promessa de compra e venda, em que se não pactuou arrependimento, celebrado por 
instrumento público ou particular, e registrada no Cartório de Registro de Imóveis, adquire o promitente 
comprador direito real à aquisição do imóvel. 
O dispositivo em questão trata de um novo direito real de aquisição, sendo este o direito do promitente 
comprador do imóvel, não se tratando de fruição ou de garantia e diferindo em relação à propriedade por 
não ser um direito pleno ou ilimitado. A promessa irretratável de venda é o contrato em que o 
compromitente-vendedor se obriga a vender ao compromissário-comprador determinado imóvel, pelo 
preço, considições e modos especificados, outorgando-lhe a escritura definitiva tão logo se dê o 
adimplemento da obrigação. Uma vez pago o preço, o promissário comprador adquire direito real à aquisição 
do bem, podendo este exigir a escritura do vendedor ou de terceiros cedidos e, caso ocorra a recusa, 
socorrer-se-á da adjudicação compulsória. 
A alternativa D está incorreta, dado que a alienação pode ter sido pactuada à prazo e, nesse caso, não 
havendo cláusula que condicione a aquisição ao integral pagamento, o promitente comprador adquirirá o 
imóvel mesmo antesdo término do pagamento. 
A alternativa E está incorreta, dado que o registro deve ser feito em Cartório de Imóveis e não de Registro 
de Títulos e Documentos. 
Do penhor, da hipoteca, da anticrese (1.419 a 1.510) 
15. (FCC/TRF-3 – 2019) De acordo com o Código Civil, o penhor: 
a) constitui-se pelo contrato, independentemente da efetiva transferência da posse da coisa dada em 
garantia. 
b) não pode ser parcialmente remido pelos sucessores do devedor na proporção dos seus quinhões, mas 
qualquer deles pode fazê-lo no todo. 
c) dispensa qualquer tipo de registro. 
d) não se extingue pelo perecimento da coisa empenhada por culpa do devedor. 
e) agrícola que recai sobre colheita pendente não abrange a imediatamente seguinte, mesmo no caso de 
frustrar-se ou ser insuficiente a que se deu em garantia. 
Comentários: 
A alternativa A está incorreta, pois o penhor é classificado como contrato real, ou seja, contrato que exige a 
efetiva entrega da coisa. Antes da entrega, visualizada pela efetiva entrega da coisa empenhada, não se 
constitui ainda o penhor. Essa é a literalidade do art. 1.431 do Código Civil: “Constitui-se o penhor pela 
transferência efetiva da posse que, em garantia do débito ao credor ou a quem o represente, faz o devedor, 
ou alguém por ele, de uma coisa móvel, suscetível de alienação”. 
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A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. Falecido o devedor pignoratício, pode um sucessor 
remir (resgatar, ou seja, pagar a dívida, liberando a garantia) o penhor, proporcionalmente? Não, porque 
isso violaria a própria noção de indivisibilidade da garantia real estampada no art. 1.421 do Código Civil: “O 
pagamento de uma ou mais prestações da dívida não importa exoneração correspondente da garantia, ainda 
que esta compreenda vários bens, salvo disposição expressa no título ou na quitação”. 
Agora, se um dos sucessores remir integralmente (resgatar a dívida na integralidade), não há qualquer 
restrição das normas gerais sobre as garantias reais. Esse é o sentido do art. 1.429: “Os sucessores do 
devedor não podem remir parcialmente o penhor ou a hipoteca na proporção dos seus quinhões; qualquer 
deles, porém, pode fazê-lo no todo”. 
A alternativa C está incorreta, porque todas as garantias reais exigem registro público para se constituírem; 
ou seja, sem o registro, simplesmente não há garantia. E como se faz o registro do penhor, se ele não é 
direito real de garantia sobre bem imóvel? O art. 1.432 traz a resposta: “O instrumento do penhor deverá 
ser levado a registro, por qualquer dos contratantes; o do penhor comum será registrado no Cartório de 
Títulos e Documentos”. 
A alternativa D está incorreta, até porque não há como subsistir uma garantia real sobre um bem que não 
existe mais. Imagine que você me dê em garantia o seu carro e seu carro seja roubado. Minha garantia será 
sobre o quê, exatamente? Não há mais carro. Por isso, o art. 1.436, inc. II, é claro: “Extingue-se o penhor 
perecendo a coisa”. A culpa, aqui, é irrelevante. Será relevante quanto à indenização, mas aí não há qualquer 
ligação com a resposta. 
A alternativa E está incorreta. É o que prevê o art. 1.443: “O penhor agrícola que recai sobre colheita 
pendente, ou em via de formação, abrange a imediatamente seguinte, no caso de frustrar-se ou ser 
insuficiente a que se deu em garantia”. Como assim? Se eu empresto dinheiro a você, caso a plantação deste 
ano não dê o suficiente para me pagar, a plantação do ano seguinte está automaticamente empenhada para 
mim. Ou seja, o credor pignoratício tem uma espécie de renovação automática da garantia. 
16. (FCC / MANAUSPREV – 2015) Sobre os direitos reais de garantia, é correto afirmar que 
a) não se admite o penhor de colheita em vias de formação. 
b) o usufrutuário não pode hipotecar o bem objeto do usufruto. 
c) o condômino não pode, individualmente, dar em hipoteca sua respetiva parte. 
d) não pode o cônjuge, sem autorização do outro, gravar de ônus real os bens imóveis, seja qual for o regime 
de bens. 
e) o pagamento parcial da dívida, em regra, extingue parcialmente a hipoteca. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta, pois de acordo com o disposto pelo art. 1.442, II, CC: “Podem ser objeto de 
penhor: colheitas pendentes, ou em via de formação.” 
A alternativa B está correta, pois como o usufrutuário não pode vender o objeto do usufruto, também não 
pode dar em hipoteca, de acordo com o disposto pelo art. 1.420, CC: “Só aquele que pode alienar poderá 
empenhar, hipotecar ou dar em anticrese.” 
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A alternativa C está incorreta, de acordo com o estabelecido pelo art. 1.420, §2°, CC: “A coisa comum a dois 
ou mais proprietários não pode ser dada em garantia real, na sua totalidade, sem o consentimento de todos; 
mas cada um pode individualmente dar em garantia real a parte que tiver.” 
A alternativa D está incorreta, de acordo com o Art. 1.647, I, CC: “Ressalvado o disposto no art. 1.648, 
nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do outro, exceto no regime da separação absoluta: I. alienar 
ou gravar de ônus real os bens imóveis.” 
A alternativa E está incorreta, visto que, como expresso pelo Art. 1.421, CC: “O pagamento de uma ou mais 
prestações da dívida não importa exoneração correspondente da garantia, ainda que esta compreenda 
vários bens, salvo disposição expressa no título ou na quitação.” 
17. (FCC / SEFAZ-GO – 2018) Quanto ao penhor, hipoteca e anticrese, é correto afirmar que 
a) o credor anticrético tem direito a reter em seu poder o bem, enquanto a dívida não for paga; extingue-se 
esse direito decorridos quinze anos da data de sua constituição. 
b) os sucessores do devedor podem remir parcialmente o penhor ou a hipoteca na proporção exata de seus 
quinhões. 
c) é anulável a cláusula que autoriza o credor pignoratício, anticrético ou hipotecário a ficar com o objeto da 
garantia, se o débito não for pago no vencimento. 
d) nas dívidas garantidas por penhor, anticrese ou hipoteca, o bem dado em garantia fica sujeito, por vínculo 
pessoal, ao cumprimento da obrigação. 
e) o pagamento de uma ou mais prestações da dívida hipotecária importa exoneração correspondente da 
garantia, compreendendo esta um ou mais bens. 
Comentários 
A alternativa A está correta, pois o conteúdo expresso é concernente com o do art.1423 “O credor 
anticrético tem direito a reter em seu poder o bem, enquanto a dívida não for paga; extingue-se esse direito 
decorridos quinze anos da data de sua constituição.” 
O credor que é anticrético não possui o direito de preferência. Em compensação, o legislador lhe assegura o 
direito de retenção sobre a coisa imóvel, pelo prazo máximo de 15 anos. Trata-se do prazo decadencial, cujo 
transcurso converte o crédito em quirografário, sendo que o transcurso do prazo, com ou sem a satisfação 
do credor anticrético, converte sua posse em precária em decorrência do abuso de confiança. 
A alternativa B está incorreta, dado que os sucessores não podem remir parcialmente o penhor ou hipoteca, 
e a alternativa menciona que podem. 
Art. 1.429. Os sucessores do devedor não podem remir parcialmente o penhor ou a hipoteca na proporção 
dos seus quinhões; qualquer deles, porém, pode fazê-lo no todo. 
Em consequência do princípio da indivisibilidade, o sucessor do devedor não pode liberar seu quinhão 
mediante o pagamento proporcional da dívida. Deverá pagar totalidade do débito, sub-rogando-se nos 
direitos do credor. 
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A remição é a liberaçãoda coisa gravada, tendo o devedor o direito de efetuá-la embora não possa realizar 
a remição parcial, pois a liberação apenas ocorrerá mediante o pagamento total. 
A alternativa C está incorreta, dado que é nula a cláusula, não anulável. 
Art. 1.428. É nula a cláusula que autoriza o credor pignoratício, anticrético ou hipotecário a ficar com o objeto 
da garantia, se a dívida não for paga no vencimento. 
Para melhor diferenciação, é importante frisar que não se confunde anulável e nulo, sendo considerado nulo 
todo ato que, mesmo contendo os elementos necessários, foi exercido mediante a violação da lei, da ordem 
pública, dos bons costumes ou em contradição à forma legal. Por sua vez, a anulação do negócio é um defeito 
de menor gravidade, sendo ocasionado pelo dolo principal, podendo ser, além dos casos declarados por lei, 
causado pela incapacidade relativa do agente e por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, 
lesão ou fraude contra credores. 
A alternativa D está incorreta, dado que o bem dado em garantia fica sujeito, por vínculo real, não vínculo 
pessoal, de acordo com o disposto pelo Art. 1419: 
Art. 1.419. Nas dívidas garantidas por penhor, anticrese ou hipoteca, o bem dado em garantia fica sujeito, 
por vínculo real, ao cumprimento da obrigação. 
Além de haver certos privilégios estabelecidos em lei, podem as partes convencionar uma segurança especial 
de recebimento de crédito, denominada garantia. A garantia pode ser pessoal ou fidejussória, quando 
terceiro se responsabiliza pela solução da dívida u real, quando determinado bem fica vinculado ao 
pagamento da dívida. 
A garantia sendo real é mais eficaz, pois vincula determinado bem do devedor ao pagamento da dívida. Ao 
invés de ter em garantia o patrimônio do devedor, que poderá não existir por ocasião da execução do débito 
inadimplido, o bem dado em garantia real fica vinculado à satisfação da dívida, ainda que a coisa esteja em 
poder de terceiro. 
A alternativa E está incorreta, dado que não importa exoneração correspondente a garantia. 
Art. 1.421. O pagamento de uma ou mais prestações da dívida não importa exoneração correspondente da 
garantia, ainda que esta compreenda vários bens, salvo disposição expressa no título ou na quitação. 
No dispositivo supracitado pode-se conceituar o princípio da indivisibilidade, no qual o pagamento da dívida 
não acarreta a liberação da garantia na proporção do pagamento, salvo disposição expressa no título ou na 
quitação. A coisa inteira continuará garantindo o restante da dívida. 
18. (FCC / TRF 2ª REGIÃO – 2018) Sobre o penhor, a anticrese e a hipoteca, nos termos preconizados 
pelo Código Civil, é INCORRETO afirmar: 
a) Os sucessores do devedor não podem remir parcialmente o penhor ou a hipoteca na proporção dos seus 
quinhões; qualquer deles, porém, pode fazê-lo no todo. 
b) A propriedade superveniente torna eficazes, desde o registro, as garantias reais estabelecidas por quem 
não era dono. 
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c) O pagamento de uma ou mais prestações da dívida não importa exoneração correspondente da garantia, 
ainda que esta compreenda vários bens, salvo disposição expressa no título ou na quitação. 
d) O dono do imóvel hipotecado não pode constituir outra hipoteca sobre ele, mediante novo título, em 
favor do mesmo credor. 
e) O credor hipotecário e o pignoratício têm o direito de excutir a coisa hipotecada ou empenhada, e preferir, 
no pagamento, a outros credores, observada, quanto à hipoteca, a prioridade no registro. 
Comentários 
A alternativa D está incorreta, pois como disposto pelo art. 1.476 do Código Civil: 
Art. 1.476. O dono do imóvel hipotecado pode constituir outra hipoteca sobre ele, mediante novo título, em 
favor do mesmo ou de outro credor. 
A norma civil admite a constituição de seguidas hipotecas sobre o mesmo bem imóvel, e isto poderá ocorrer 
sempre que o valor do bem imóvel for superior ao da primeira dívida, a juízo do novo credor hipotecário. É 
o ato chamado de sub-hipoteca ou hipoteca sucessiva. 
As demais alternativas estão corretas, dispondo-se da seguinte forma: 
A alternativa A está correta, de acordo com o Art. 1.429. “Os sucessores do devedor não podem remir 
parcialmente o penhor ou a hipoteca na proporção dos seus quinhões; qualquer deles, porém, pode fazê-lo 
no todo. Parágrafo único. O herdeiro ou sucessor que fizer a remição fica sub-rogado nos direitos do credor 
pelas quotas que houver satisfeito.” 
 
A alternativa B está correta, pois está concernente com a redação do Art. 1.420. § 1º, que dispõe: “A 
propriedade superveniente torna eficaz, desde o registro, as garantias reais estabelecidas por quem não era 
dono.” 
A alternativa C está correta, de acordo com o Art. 1.421 do Código Civil, que dispõe: “O pagamento de uma 
ou mais prestações da dívida não importa exoneração correspondente da garantia, ainda que esta 
compreenda vários bens, salvo disposição expressa no título ou na quitação.” 
A alternativa E está correta, pois concerne com a redação do Art. 1.422, que dispõe: ” O credor hipotecário 
e o pignoratício têm o direito de excutir a coisa hipotecada ou empenhada, e preferir, no pagamento, a 
outros credores, observada, quanto à hipoteca, a prioridade no registro. Parágrafo único. Excetuam-se da 
regra estabelecida neste artigo as dívidas que, em virtude de outras leis, devam ser pagas precipuamente a 
quaisquer outros créditos.” 
19. (FCC / TRF 5ª REGIÃO – 2017) Considere as proposições abaixo acerca da hipoteca. 
I. É valida a cláusula que proíbe ao proprietário alienar imóvel hipotecado. 
II. Só aquele que pode alienar poderá hipotecar, mas a propriedade superveniente torna eficaz, desde o 
registro, a hipoteca estabelecida por quem não era dono. 
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III. A coisa comum a dois ou mais proprietários não pode ser dada em garantia real, na sua totalidade, sem 
o consentimento de todos, mas cada um pode individualmente dar em garantia real a parte que tiver, 
independentemente da concordância dos demais. 
IV. Somente bens imóveis podem ser objeto de hipoteca. 
V. O dono do imóvel hipotecado não pode constituir outra hipoteca sobre ele, salvo se houver 
concordância do titular do crédito garantido pela primeira hipoteca. 
Está correto o que se afirma APENAS em 
a) I e IV. 
b) I e V. 
c) II e III. 
d) II e V. 
e) III e IV. 
Comentários 
A proposição I está incorreta, dado que é nula, e alternativa traz como válida. Com base no Art. 1.475: “É 
nula a cláusula que proíbe ao proprietário alienar imóvel hipotecado.” 
A proposição II está correta, pois seu conteúdo está concernente com o do Art. 1.420, que dispõe: ” Só 
aquele que pode alienar poderá empenhar, hipotecar ou dar em anticrese; só os bens que se podem alienar 
poderão ser dados em penhor, anticrese ou hipoteca. § 1º. A propriedade superveniente torna eficaz, desde 
o registro, as garantias reais estabelecidas por quem não era dono. § 2º. A coisa comum a dois ou mais 
proprietários não pode ser dada em garantia real, na sua totalidade, sem o consentimento de todos; mas 
cada um pode individualmente dar em garantia real a parte que tiver.” 
A proposição III está correta, pois, como disposto pelo o Art. “1.420. § 2º do Código Civil: “A coisa comum a 
dois ou mais proprietários não pode ser dada em garantia real, na sua totalidade, sem o consentimento de 
todos; mas cada um pode individualmente dar em garantia real a parte que tiver.” 
A proposição IV está incorreta, dado que tem por objeto bens imóveis, podendo estes ser navio ou avião, de 
acordo com os incisos VI e VII do art. 1.473 do CC: 
Art. 1.473. Podem ser objeto de hipoteca: 
... 
VI -os navios; 
VII - as aeronaves. 
Proposição V está incorreta, dado que o dono do imóvel hipotecado pode constituir outra hipoteca sobre 
ele, de acordo com o disposto pelo Art. 1476 do Código Civil: 
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Art. 1.476. O dono do imóvel hipotecado pode constituir outra hipoteca sobre ele, mediante novo título, em 
favor do mesmo ou de outro credor. 
A alternativa C está correta. 
As alternativas A, B, D e E estão incorretas, consequentemente. 
20. (FCC / TST – 2017) Antônio e Ricardo são proprietários, em condomínio, de um imóvel, sendo que 
a parte do primeiro supera a do segundo. Nesse caso, a constituição de hipoteca 
a) dependerá do consentimento de ambos os condôminos e deve incidir, necessariamente, sobre a 
integralidade do imóvel, por tratar-se de garantia real. 
b) não poderá incidir apenas sobre a parte pertencente a Antônio caso se trate de bem indivisível. 
c) poderá ser feita individualmente por Ricardo sobre a integralidade do imóvel, ou apenas sobre sua própria 
parte, desde que, em ambos os casos, exista o consentimento de Antônio. 
d) poderá ser feita individualmente por Antônio sobre a integralidade do imóvel, ou apenas sobre sua própria 
parte, independentemente, em qualquer dos casos, do consentimento de Ricardo. 
e) dependerá do consentimento de ambos os condôminos caso incida sobre a integralidade do imóvel, mas 
cada um pode individualmente dar em hipoteca a parte que tiver, independentemente do consentimento 
do outro. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta, pois caso haja a incidência na sua integralidade, o imóvel comum a dois ou 
mais proprietários não pode ser dada em garantia real. Vide Art. 1.420 § 2º. 
Art. 1.420. Só aquele que pode alienar poderá empenhar, hipotecar ou dar em anticrese; só os bens que se 
podem alienar poderão ser dados em penhor, anticrese ou hipoteca. 
§ 1o A propriedade superveniente torna eficaz, desde o registro, as garantias reais estabelecidas por quem 
não era dono. 
§ 2o A coisa comum a dois ou mais proprietários não pode ser dada em garantia real, na sua totalidade, sem 
o consentimento de todos; mas cada um pode individualmente dar em garantia real a parte que tiver. 
Analisando-se o disposto pelo artigo, temos que a validade da garantia real depende da capacidade geral 
para os atos da vida civil e da especial para alienar, uma vez que a submissão do bem a esse regime pode 
resultar na sua alienação judicial. A garantia ofertada pelo coerdeiro deve ser limitada à sua quota, sendo 
ineficaz se incidir sobre bem da herança considerado singularmente, podendo, todavia, produzir efeitos se o 
herdeiro cedente vier a ser comtemplado como proprietário do bem que foi aludido na partilha. Se tratando 
de constituição de garantia real sobre coisa alheia, possível a sua revalidação nos casos em que o bem possa 
ser alienado, mas não poderia ter sido realizada pelo agente por não lhe pertencer. A garantia considerada 
ineficaz revigora-se com a ulterior aquisição do domínio. 
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Como requisito objetivo, o código só estabelece que só os bens alienáveis podem ser objeto de penhor, 
hipoteca e anticrese. Os bens fora do comércio, tais quais os bens públicos, não podem ser objeto da 
garantia. 
De acordo com súmula 364 do STF: “o conceito de impenhorabilidade do bem de família abrange também o 
imóvel pertencente a pessoas solteiras, separadas e viúvas” 
A alternativa B está incorreta, dado que quando se trata da coisa comum a dois, cada um pode 
individualmente dar em garantia real a parte que tiver, como disposto pelo Art. 1.420 § 2º: 
Art. 1.420. Só aquele que pode alienar poderá empenhar, hipotecar ou dar em anticrese; só os bens que se 
podem alienar poderão ser dados em penhor, anticrese ou hipoteca. 
§ 2o A coisa comum a dois ou mais proprietários não pode ser dada em garantia real, na sua totalidade, sem 
o consentimento de todos; mas cada um pode individualmente dar em garantia real a parte que tiver. 
Para maior entendimento do dispositivo, reler explicação expressa na alternativa A. 
A alternativa C está incorreta, pois é fato que a constituição de hipoteca poderá ser feita individualmente 
por Ricardo sobre apenas sua própria parte, independente do consentimento de Antônio. 
A alternativa D está incorreta, pois a constituição de hipoteca poderá ser feita individualmente por Antônio 
sobre apenas sua própria parte, independente do consentimento de Ricardo. 
A alternativa E está correta, dado que seu conteúdo é concernente com o disposto pelo Art. 1.420 do Código 
Civil: 
Art. 1.420. Só aquele que pode alienar poderá empenhar, hipotecar ou dar em anticrese; só os bens que se 
podem alienar poderão ser dados em penhor, anticrese ou hipoteca. 
§ 1º. A propriedade superveniente torna eficaz, desde o registro, as garantias reais estabelecidas por quem 
não era dono. 
§ 2º. A coisa comum a dois ou mais proprietários não pode ser dada em garantia real, na sua totalidade, sem 
o consentimento de todos; mas cada um pode individualmente dar em garantia real a parte que tiver. 
21. (FCC / TRT - 11ª REGIÃO – 2017) Sobre a hipoteca, de acordo com o Código Civil, é correto afirmar: 
a) Não é nula a cláusula que autoriza o credor hipotecário a ficar com o objeto da garantia, se a dívida não 
for paga no vencimento. 
b) Desapropriado o bem dado em garantia hipotecária pelo devedor a dívida estará, em regra, vencida. 
c) Os sucessores do devedor podem remir parcialmente a hipoteca na proporção dos seus quinhões. 
d) A propriedade superficiária não pode ser objeto de hipoteca. 
e) As partes poderão convencionar em contrato cláusula proibindo o proprietário de alienar o imóvel 
hipotecado. 
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A alternativa A está incorreta, pois é nula a cláusula que autoriza, como fixado no Art. 1.428. “É nula a 
cláusula que autoriza o credor pignoratício, anticrético ou hipotecário a ficar com o objeto da garantia, se a 
dívida não for paga no vencimento.” 
O código civil expressamente proíbe a cláusula comissória, que consiste na previsão contratual que autoriza 
o credor a se apropriar da coisa dada em garantia, nos casos em que a dívida não for paga. Embora seja 
proibida, é permitido ao devedor, após o vencimento da dívida, entregar a coisa para o seu pagamento, que 
liberará o devedor na hipótese de aceitação do credor. Trata-se do ato de dação em pagamento, sendo um 
ato do devedor contemplado no sistema jurídico. 
A alternativa B está correta, uma vez que a dívida se considera vencida se desapropriado o bem dado em 
garantia. 
Art. 1.425. A dívida considera-se vencida: 
V - se se desapropriar o bem dado em garantia, hipótese na qual se depositará a parte do preço que for 
necessária para o pagamento integral do credor. 
A alternativa C está incorreta, pois de acordo com o disposto pelo Art. 1.429: “Os sucessores do devedor não 
podem remir parcialmente o penhor ou a hipoteca na proporção dos seus quinhões; qualquer deles, porém, 
pode fazê-lo no todo.” 
A alternativa D está incorreta, dado que a propriedade superficiária poderá ser objeto de hipoteca, de 
acordo com o Art. 1473 do Código Civil: 
Art. 1.473. Podem ser objeto de hipoteca: 
X - a propriedade superficiária. 
A alternativa E está incorreta, pois de acordo com o Art. 1.475 temos que: “É nula a cláusula que proíbe ao 
proprietário alienar imóvel hipotecado.” 
22. (FCC / TRT - 11ª REGIÃO – 2017) A respeito do penhor, da hipoteca e da anticrese, é correto afirmar 
que 
a)Os sucessores do devedor podem remir parcialmente o penhor ou a hipoteca na proporção dos seus 
quinhões. 
b) É nula a cláusula que autoriza o credor pignoratício, anticrético ou hipotecário a ficar com o objeto da 
garantia, se a dívida não for paga no vencimento. 
c) É válida a cláusula que proíbe ao proprietário alienar o imóvel hipotecado. 
d) O dono do imóvel hipotecado não pode constituir outra hipoteca sobre ele, mediante novo título, em 
favor de outro credor. 
e) Cada um dos coproprietários não pode dar em garantia real a parte que tiver da coisa comum sem o 
consentimento de todos. 
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A alternativa A está incorreta, pois os sucessores não podem remir, de acordo com o Código Civil em seu 
Art. 1.429, que dispõe: “Os sucessores do devedor não podem remir parcialmente o penhor ou a hipoteca 
na proporção dos seus quinhões; qualquer deles, porém, pode fazê-lo no todo.” 
A alternativa B está correta, pois sua redação está em conformidade com a redação do Art. 1.428, que 
dispõe: “É nula a cláusula que autoriza o credor pignoratício, anticrético ou hipotecário a ficar com o objeto 
da garantia, se a dívida não for paga no vencimento.” 
A alternativa C está incorreta, dado que de acordo com o Código Civil, em seu Art. 1.475: ”É nula a cláusula 
que proíbe ao proprietário alienar imóvel hipotecado.” 
A alternativa D está incorreta, pois conforme disposto pelo Código Civil em seu Art. 1.476: “O dono do imóvel 
hipotecado pode constituir outra hipoteca sobre ele, mediante novo título, em favor do mesmo ou de outro 
credor.” 
A alternativa E está incorreta, dado que de acordo com o Código Civil, em seu Art. 1.420: “Só aquele que 
pode alienar poderá empenhar, hipotecar ou dar em anticrese; só os bens que se podem alienar poderão ser 
dados em penhor, anticrese ou hipoteca. § 2º. A coisa comum a dois ou mais proprietários não pode ser dada 
em garantia real, na sua totalidade, sem o consentimento de todos; mas cada um pode individualmente dar 
em garantia real a parte que tiver.” 
23. (FCC / TRT - 20ª REGIÃO – 2016) Considere as proposições abaixo, acerca do penhor, da hipoteca e 
da anticrese: 
I. As garantias reais estabelecidas por quem não é dono tornam-se eficazes, desde o registro, com a 
propriedade superveniente. 
II. A coisa comum a dois ou mais proprietários pode ser dada em garantia real, na sua totalidade, sem o 
consentimento de todos. 
III. Em regra, o pagamento de uma ou mais prestações da dívida importa exoneração correspondente da 
garantia. 
IV. A dívida garantida por penhor, hipoteca ou anticrese considera-se vencida se o devedor cair em 
insolvência ou falir. 
Está correto o que se afirma APENAS em 
a) I e IV. 
b) III e IV. 
c) I e III. 
d) II e IV. 
e) III. 
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A afirmativa I está correta, pois de acordo com o Código Civil em seu Art. 1.420. “Só aquele que pode alienar 
poderá empenhar, hipotecar ou dar em anticrese; só os bens que se podem alienar poderão ser dados em 
penhor, anticrese ou hipoteca. § 1º. A propriedade superveniente torna eficaz, desde o registro, as garantias 
reais estabelecidas por quem não era dono.” 
Analisando-se o disposto pelo artigo, temos que a validade da garantia real depende da capacidade geral 
para os atos da vida civil e da especial para alienar, uma vez que a submissão do bem a esse regime pode 
resultar na sua alienação judicial. A garantia ofertada pelo coerdeiro deve ser limitada à sua quota, sendo 
ineficaz se incidir sobre bem da herança considerado singularmente, podendo, todavia, produzir efeitos se o 
herdeiro cedente vier a ser comtemplado como proprietário do bem que foi aludido na partilha. Se tratando 
de constituição de garantia real sobre coisa alheia, possível a sua revalidação nos casos em que o bem possa 
ser alienado, mas não poderia ter sido realizada pelo agente por não lhe pertencer. A garantia considerada 
ineficaz revigora-se com a ulterior aquisição do domínio. 
A afirmativa II está incorreta, visto que não pode ser dada em garantia real na sua totalidade sem o 
consentimento de todos, de acordo com o Código Civil no Art. 1.420. “Só aquele que pode alienar poderá 
empenhar, hipotecar ou dar em anticrese; só os bens que se podem alienar poderão ser dados em penhor, 
anticrese ou hipoteca. § 2º. A coisa comum a dois ou mais proprietários não pode ser dada em garantia real, 
na sua totalidade, sem o consentimento de todos; mas cada um pode individualmente dar em garantia real 
a parte que tiver.” 
A afirmativa III está incorreta, pois como disposto pelo Art. 1.421. do código civil: “O pagamento de uma ou 
mais prestações da dívida não importa exoneração correspondente da garantia, ainda que esta compreenda 
vários bens, salvo disposição expressa no título ou na quitação.” 
A afirmativa IV está correta, pois conforme expressa o Art. 1425 do Código Civil: 
Art. 1.425. A dívida considera-se vencida: 
II - se o devedor cair em insolvência ou falir; 
A alternativa A está correta, pois menciona as afirmativas corretas I e IV. 
As alternativas B, C, D e E estão incorretas, consequentemente. 
24. (FCC / TRT - 20ª REGIÃO – 2016) Mateus e Lucas firmaram contrato de mútuo por meio do qual 
Mateus emprestou R$ 80.000,00 a Lucas. Lucas assumiu a obrigação de devolver o dinheiro em 80 meses. 
O contrato foi garantido por hipoteca de um dos imóveis de propriedade de Lucas. Se Lucas inadimplir 
uma das parcelas 
a) Considerar-se-á vencida a dívida, não havendo renúncia ao direito de execução imediata se Mateus 
receber posteriormente a prestação atrasada. 
b) Poderá Mateus cobrar apenas a parcela vencida, inexistindo, no caso, vencimento antecipado da dívida. 
c) Extinguir-se-á a hipoteca, a menos que Mateus proceda à execução imediata do total da dívida. 
d) Considerar-se-á vencida a dívida, mas havendo renúncia ao direito de execução imediata se Mateus 
receber posteriormente a prestação atrasada. 
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e) A propriedade do bem se consolidará em favor de Mateus, independentemente de execução da dívida. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta, dado que há a renúncia ao direito de execução imediata se Mateus receber 
posteriormente a prestação atrasada. 
A alternativa B está incorreta, visto que, há o vencimento antecipado da dívida. Vide Art. 1.425 inc. III. 
Art. 1.425. A dívida considera-se vencida: 
... 
III - se as prestações não forem pontualmente pagas, toda vez que deste modo se achar estipulado o 
pagamento. Neste caso, o recebimento posterior da prestação atrasada importa renúncia do credor ao seu 
direito de execução imediata; 
Conforme o dispositivo, a impontualidade do devedor é sinal indicativo de sua insolvência, o que autoriza 
considerar a dívida vencida como forma de manutenção da integralidade da garantia, pois a eventual 
cobrança judicial de parte da dívida implicaria na perda da segurança. O recebimento posterior implica na 
renúncia ao direito de execução imediata. 
A alternativa C está incorreta, pois será extinguida a hipoteca caso Mateus proceda à execução imediata do 
total da dívida e não haja recebimento posterior da prestação atrasada. 
A alternativa D está correta, dado que está expresso confirme ao Art. 1.425 inc. III, que dispõe: 
Art. 1.425 - A dívida considera-se vencida: 
III - se as prestações não forem pontualmente pagas, toda vez que deste modo se achar estipulado o 
pagamento. 
A impontualidade do devedor é sinal indicativo de sua insolvência, oque autoriza considerar a dívida vencida 
como forma de manutenção da integralidade da garantia, pois a eventual cobrança judicial de parte da dívida 
implicaria na perda da segurança. O recebimento posterior implica na renúncia ao direito de execução 
imediata. 
A alternativa E está incorreta, dado que para o bem se consolidar em favor de Mateus depende da execução 
da dívida. 
25. (FCC / PGE-MT – 2016) Endividado, Ademir contraiu empréstimo de R$ 100.00,00 (cem mil reais) 
com o Banco Riqueza, oferecendo, como garantia, a hipoteca de um de seus imóveis. Paga parcialmente a 
dívida, Ademir alienou referido imóvel a Josué. A hipoteca 
a) É extinta tanto pelo pagamento parcial da dívida como pela alienação da coisa. 
b) É extinta pelo pagamento parcial da dívida. 
c) Não é extinta pelo pagamento parcial da dívida, mas impede a alienação da coisa. 
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d) Não é extinta pelo pagamento parcial da dívida, nem impede a alienação da coisa, mas o credor 
hipotecário não poderá fazer valer o direito real de garantia contra o adquirente do bem. 
e) Não é extinta pelo pagamento parcial da dívida nem impede a alienação da coisa, mas o credor hipotecário 
poderá fazer valer o direito real de garantia contra o adquirente do bem. 
Comentários 
A alternativa E está correta, pois a propriedade possui determinados atributos, o uso, o gozo e a fruição. Tais 
atributos são inerentes à própria propriedade. Desta forma, quando alguém é proprietário de algo, este 
possui o direito de usar, gozar e usufruir deste algo, porque estes atributos são intrínsecos a sua propriedade. 
A propriedade é um direito real (art. 1.225 do CC/2002), e, os direitos reais podem ser divididos em: direitos 
reais sobre coisas próprias e direitos reais sobre coisas alheias. 
Os direitos reais sobre coisas alheias abrangem basicamente duas categorias: de gozo (ou de fruição) e de 
garantia. 
Mesmo uma pessoa sendo proprietária de algo, o atributo do gozo (ou da fruição) é delegado à terceira 
pessoa para que ela os exerça – são os chamados direitos reais sobre coisas alheias, direitos de gozo ou de 
fruição. 
Já os direitos de garantia vinculam uma coisa a uma obrigação. Desta forma, pode-se concluir que não há 
vinculação exclusiva entre pessoas, pois há a figura de um bem, que estará tão vinculado quanto o devedor 
na obrigação. São direitos de garantia o penhor a hipoteca e a anticrese. 
A questão trata da hipoteca, que não é extinta pelo pagamento parcial da dívida, vide art. 1.499 do CC/2002, 
nem impede que o devedor hipotecário venda o bem (art. 1.475 do CC/2002), mas o credor hipotecário 
poderá fazer valer seu direito frente ao novo dono do bem. 
As alternativas A, B, C e D estão incorretas, consequentemente. 
26. (FCC / TRT - 14ª REGIÃO – 2016) No que concerne ao penhor, hipoteca e anticrese nos termos 
estabelecidos pelo Código Civil brasileiro, a dívida NÃO se considera vencida: 
a) Se desapropriar o bem dado em garantia, hipótese na qual se depositará a parte do preço que for 
necessária para o pagamento integral do credor. 
b) Se o devedor cair em insolvência ou falir. 
c) Se as prestações não forem pontualmente pagas, toda vez que deste modo se achar estipulado o 
pagamento. 
d) Se perecer o bem dado em garantia e o mesmo for substituído. 
e) Se, deteriorando-se, ou depreciando-se o bem dado em segurança, desfalcar a garantia, e o devedor, 
intimado, não a reforçar ou substituir. 
Comentários 
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A alternativa A está incorreta, dado que a dívida se considera vencida, de acordo com o art. 1.425, V “se se 
desapropriar o bem dado em garantia, hipótese na qual se depositará a parte do preço que for necessária 
para o pagamento integral do credor.” 
A desapropriação do bem dado em garantia também constitui causa de antecipação do vencimento da 
dívida. Se mais de um bem for dado em garantia e a desapropriação recair sobre apenas um deles, o 
vencimento antecipado da dívida será apenas parcial, proporcionalmente ao desfalque patrimonial. Ocorrerá 
uma exceção ao princípio da indivisibilidade da garantia real, em favor do devedor, pois o credor não teria 
motivos para a antecipação integral do débito. 
Art. 1.425. A dívida considera-se vencida: 
V - se se desapropriar o bem dado em garantia, hipótese na qual se depositará a parte do preço que for 
necessária para o pagamento integral do credor. 
A alternativa B está incorreta, dado que que a dívida se considera vencida nos termos do art. 1.425, II “se o 
devedor cair em insolvência ou falir.” 
A insolvência ou falência do devedor também são causas que antecipam o vencimento da dívida. 
A alternativa C está incorreta, dado que se as prestações não forem pontualmente pagas, toda vez que deste 
modo se achar estipulado o pagamento. Neste caso, o recebimento posterior da prestação atrasada importa 
renúncia do credor ao seu direito de execução imediata, conforme dispõe o art. 1.425, III. 
Art. 1.425. A dívida considera-se vencida: 
... 
III - se as prestações não forem pontualmente pagas, toda vez que deste modo se achar estipulado o 
pagamento. Neste caso, o recebimento posterior da prestação atrasada importa renúncia do credor ao seu 
direito de execução imediata; 
Sendo esta expressa no artigo, a impontualidade do devedor é sinal indicativo de sua insolvência, o que 
autoriza considerar a dívida vencida como forma de manutenção da integralidade da garantia, pois a 
eventual cobrança judicial de parte da dívida implicaria na perda da segurança. O recebimento posterior 
implica na renúncia ao direito de execução imediata. 
A alternativa D está correta, dado não se considera vencida a dívida se parecer o bem dado em garantia e o 
mesmo for substituído. Uma vez que ele não se encontra no rol do art. 1.425, que dispõe: 
Art. 1.425. A dívida considera-se vencida: 
I - se, deteriorando-se, ou depreciando-se o bem dado em segurança, desfalcar a garantia, e o devedor, 
intimado, não a reforçar ou substituir; 
II - se o devedor cair em insolvência ou falir; 
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III - se as prestações não forem pontualmente pagas, toda vez que deste modo se achar estipulado o 
pagamento. Neste caso, o recebimento posterior da prestação atrasada importa renúncia do credor ao seu 
direito de execução imediata; 
IV - se perecer o bem dado em garantia, e não for substituído; 
V - se se desapropriar o bem dado em garantia, hipótese na qual se depositará a parte do preço que for 
necessária para o pagamento integral do credor. 
§ 1o Nos casos de perecimento da coisa dada em garantia, esta se sub-rogará na indenização do seguro, ou 
no ressarcimento do dano, em benefício do credor, a quem assistirá sobre ela preferência até seu completo 
reembolso. 
§ 2o Nos casos dos incisos IV e V, só se vencerá a hipoteca antes do prazo estipulado, se o perecimento, ou 
a desapropriação recair sobre o bem dado em garantia, e esta não abranger outras; subsistindo, no caso 
contrário, a dívida reduzida, com a respectiva garantia sobre os demais bens, não desapropriados ou 
destruídos. 
A alternativa E está incorreta, dado que se considera vencida nos termos do art. 1.425, I “se, deteriorando-
se, ou depreciando-se o bem dado em segurança, desfalcar a garantia, e o devedor, intimado, não a reforçar 
ou substituir;” 
O inciso citado trata dos casos em que há deterioração ou depreciação da coisa, sendo hipótese em que 
ocorra a desvalorização, cabendo ao devedor reforçar a garantia ou à subsistir. 
27. (FCC / TJ-PI – 2015) Oscontratos de penhor e de hipoteca declararão 
a) Necessariamente apenas o valor da dívida e do bem dado em garantia. 
b) O prazo fixado para pagamento, mas não é preciso declarar o valor do crédito, ou estimá-lo, nem valor 
máximo ou mínimo, podendo esses valores serem declarados no vencimento, para fins de cobrança. 
c) O valor do crédito, sua estimação ou valor máximo, bem como o prazo fixado para pagamento, sob pena 
de não terem eficácia. 
d) O valor mínimo do crédito ou sua estimação, bem como o prazo do pagamento, sob pena de nulidade. 
e) Obrigatoriamente o valor da dívida, o do bem dado em garantia, e o prazo para pagamento se houver, 
não sendo, porém, necessário mencionar a taxa de juros, mesmo que se trate de mútuo feneratício. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta, dado que além de não serem apenas dois itens que importam, um deles não 
seria o valor da dívida, mas sim o valor do crédito. 
A alternativa B está incorreta, pois é necessário declarar valor do crédito, sua estimação, ou valor máximo 
para que terem plena eficácia. 
A alternativa C está correta, dado que sua redação concerne com o conteúdo do Art. 1.424 do Código Civil, 
que dispõe: 
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Art. 1.424 - Os contratos de penhor, anticrese ou hipoteca declararão, sob pena de não terem eficácia: 
I - o valor do crédito, sua estimação, ou valor máximo; 
II - o prazo fixado para pagamento; 
III - a taxa dos juros, se houver; 
IV - o bem dado em garantia com as suas especificações. 
A alternativa D está incorreta, dado que a falta de um dos requisitos não gera a nulidade do direito real ou 
a sua ineficácia para os envolvidos contratantes, mas sim sua ineficácia perante terceiros. 
A alternativa E está incorreta, visto que se entende por ‘mútuo feneratício’ aquele contrato de empréstimo 
oneroso em que há incidência de juros da coisa fungível. Portanto, no caso de incidência de juros, há a 
necessidade da cláusula que estipule a taxa de juros. 
28. (FCC / TJ-SC – 2015) O instrumento do penhor deverá 
a) Mencionar o valor do crédito, sua estimação ou valor máximo; não poderá, entretanto, fixar taxa de juros. 
b) Observar necessariamente a forma de escritura pública, quando se tratar de penhor rural. 
c) Em qualquer de suas modalidades ser registrado no Cartório de Títulos e Documentos, por dizer respeito 
a garantia real com bens móveis. 
d) Ser levado a registro, no caso de penhor comum no Cartório de Títulos e Documentos e, no caso de penhor 
rural, no Cartório de Registo de Imóveis da circunscrição em que estiverem situadas as coisas empenhadas. 
e) Identificar o bem dado em garantia com as suas especificações e o valor mínimo do crédito concedido. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta, dado que conforme expresso pelo Art. 1.424 do CC em seu inciso III, deverá, 
também, fixar a taxa de juros, se houver. 
Art. 1.424. Os contratos de penhor, anticrese ou hipoteca declararão, sob pena de não terem eficácia: 
I - o valor do crédito, sua estimação, ou valor máximo; 
II - o prazo fixado para pagamento; 
III - a taxa dos juros, se houver; 
IV - o bem dado em garantia com as suas especificações. 
A alternativa B está incorreta, dado que, de acordo com o Art. 1.438 do CC, constitui-se o penhor rural 
mediante instrumento público ou particular. 
Art. 1.438. Constitui-se o penhor rural mediante instrumento público ou particular, registrado no Cartório 
de Registro de Imóveis da circunscrição em que estiverem situadas as coisas empenhadas. 
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A alternativa C está incorreta, pois os penhores comuns, de diretos e títulos de crédito, e de veículos devem 
ser registrados no Cartório de títulos e Documentos (vide Art. 1.432, 1.452 e 1.462 do CC, respectivamente), 
enquanto penhores rurais, como também, penhores industriais e mercantis devem ser registrados em 
Cartório de Registro de Imóveis (vide Art. 1.438 e 1.448 do CC, respectivamente). 
A alternativa D está correta, dado que seu conteúdo corresponde ao expresso pelos Art. 1.432 e 1.438 do 
Código Civil, que dispõem acerca do penhor comum e do penhor rural: 
Penhor comum: Art. 1.432. O instrumento do penhor deverá ser levado a registro, por qualquer dos 
contratantes; o do penhor comum será registrado no Cartório de Títulos e Documentos. 
Penhor rural: Art. 1.438. Constitui-se o penhor rural mediante instrumento público ou particular, registrado 
no Cartório de Registro de Imóveis da circunscrição em que estiverem situadas as coisas empenhadas. 
A alternativa E está incorreta, dado deve ser concedido o a informação do valor máximo do crédito 
concedido, de acordo com o Art. 1424 do Código Civil: 
Art. 1.424 - Os contratos de penhor, anticrese ou hipoteca declararão, sob pena de não terem eficácia: I - o 
valor do crédito, sua estimação, ou valor máximo; 
29. (FCC / MANAUSPREV – 2015) Sobre os direitos reais de garantia, é correto afirmar que 
a) Não se admite o penhor de colheita em vias de formação. 
b) O usufrutuário não pode hipotecar o bem objeto do usufruto. 
c) O condômino não pode, individualmente, dar em hipoteca sua respetiva parte. 
d) Não pode o cônjuge, sem autorização do outro, gravar de ônus real os bens imóveis, seja qual for o regime 
de bens. 
e) O pagamento parcial da dívida, em regra, extingue parcialmente a hipoteca. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta, dado que se admite o penhor de colheita em via de formação. 
De acordo com o Código Civil: 
Art. 1.442. Podem ser objeto de penhor: 
II - colheitas pendentes, ou em via de formação; 
O penhor agrícola recai sobre coisas relacionadas à exploração da atividade agrícola, tais como máquinas e 
instrumentos, colheitas, frutos, lenhas, carvão vegetal e animais. 
A alternativa B está correta, pois o usufrutuário não pode hipotecar o bem, objeto de usufruto, dado que 
não se pode transferir usufruto por alienação e só pode hipotecar aquele que se pode alienar, como disposto 
pelo Código Civil: 
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Art. 1.393. Não se pode transferir o usufruto por alienação; mas o seu exercício pode ceder-se por título 
gratuito ou oneroso. 
O direito real de usufruto não pode ser transmitido a um terceiro, dado que tem um caráter personalíssimo. 
No entanto, a cessão do direito de usufruto poderá ocorrer em favor de terceiros, quando aquele não puder 
ou não quiser exercer o gozo. O terceiro envolvido no caso não substitui o usufrutuário direto e, portanto, 
não tem a seu favor um direito real que acobertaria, restando-lhe apenas uma relação jurídica de direito 
pessoal ou obrigacional, dispensando registro do título no cartório de registro imobiliário. 
Art. 1.420. Só aquele que pode alienar poderá empenhar, hipotecar ou dar em anticrese; só os bens que se 
podem alienar poderão ser dados em penhor, anticrese ou hipoteca. 
De acordo com o disposto pelo artigo, temos que a validade da garantia real depende da capacidade geral 
para os atos da vida civil e da especial para alienar, uma vez que a submissão do bem a esse regime pode 
resultar na sua alienação judicial. A garantia ofertada pelo coerdeiro deve ser limitada à sua quota, sendo 
ineficaz se incidir sobre bem da herança considerado singularmente, podendo, todavia, produzir efeitos se o 
herdeiro cedente vier a ser comtemplado como proprietário do bem que foi aludido na partilha. Se tratando 
de constituição de garantia real sobre coisa alheia, possível a sua revalidação nos casos em que o bem possa 
ser alienado, mas não poderia ter sido realizada pelo agentepor não lhe pertencer. A garantia considerada 
ineficaz revigora-se com a ulterior aquisição do domínio. 
Como requisito objetivo, o código só estabelece que só os bens alienáveis podem ser objeto de penhor, 
hipoteca e anticrese. Os bens fora do comércio, tais quais os bens públicos, não podem ser objeto da 
garantia. 
De acordo com súmula 364 do STF: “o conceito de impenhorabilidade do bem de família abrange também o 
imóvel pertencente a pessoas solteiras, separadas e viúvas” 
A alternativa C está incorreta, pois o Código Civil em seu Art. 1.420. § 2º. “A coisa comum a dois ou mais 
proprietários não pode ser dada em garantia real, na sua totalidade, sem o consentimento de todos; mas 
cada um pode individualmente dar em garantia real a parte que tiver”. 
Art. 1.420. Só aquele que pode alienar poderá empenhar, hipotecar ou dar em anticrese; só os bens que se 
podem alienar poderão ser dados em penhor, anticrese ou hipoteca. 
... 
§ 2o A coisa comum a dois ou mais proprietários não pode ser dada em garantia real, na sua totalidade, sem 
o consentimento de todos; mas cada um pode individualmente dar em garantia real a parte que tiver. 
A alternativa D está incorreta, pois no regime de separação absoluta o cônjuge poderá, sem autorização do 
outro, gravar de ônus real os bens imóveis, como disposto pelo Art. 1647 do Código Civil: 
Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do outro, 
exceto no regime da separação absoluta: 
I - alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis; 
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A alternativa E está incorreta, pois de acordo com o disposto pelo Código Civil em seu Art. 1.421: “O 
pagamento de uma ou mais prestações da dívida não importa exoneração correspondente da garantia, ainda 
que esta compreenda vários bens, salvo disposição expressa no título ou na quitação.” 
30. (FCC / DPE-CE – 2014) Ana Paula celebrou promessa de compra e venda de imóvel com “Construtora 
Agia Certo Ltda.”. Esta, por sua vez, ofereceu o bem em hipoteca a “Banco da Construção S.A.”, agente 
financiador do empreendimento. De acordo com Súmula do Superior Tribunal de Justiça, não pago o 
débito contraído pela construtora perante o agente financiador, 
a) A hipoteca não terá eficácia perante Ana Paula, desde que seja posterior à celebração da promessa de 
compra e venda. 
b) Deverá ser dada oportunidade para que Ana Paula pague a respectiva cota-parte da dívida ao agente 
financiador, mesmo que já tenha sido ajuizada ação para excussão do bem. 
c) Antes da excussão do bem, deverá ser dada oportunidade para que Ana Paula pague a respectiva cota-
parte da dívida ao agente financiador. 
d) O bem oferecido em hipoteca poderá ser excutido pelo agente financiador, pois os direitos reais produzem 
efeitos erga omnes. 
e) A hipoteca não terá eficácia perante Ana Paula, mesmo que seja anterior à celebração da promessa de 
compra e venda. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta, dado que, independentemente se for anterior ou posterior à celebração da 
promessa de compra e venda, a hipoteca não terá eficácia perante Ana Paula. 
A alternativa B está incorreta, visto que, esclarecido pela súmula 308 do STJ, não tem eficácia perante os 
adquirentes do imóvel, sendo esta Ana Paula. 
Súmula 308: “A hipoteca firmada entre a construtora e o agente financeiro, anterior ou 
posterior à celebração da promessa de compra e venda, não tem eficácia perante 
os adquirentes do imóvel” 
A alternativa C está incorreta, visto que, esclarecido pela súmula 308 do STJ, não tem eficácia perante os 
adquirentes do imóvel, no caso, Ana Paula. 
Súmula 308: “A hipoteca firmada entre a construtora e o agente financeiro, anterior ou 
posterior à celebração da promessa de compra e venda, não tem eficácia perante 
os adquirentes do imóvel” 
A alternativa D está incorreta, pois a afirmativa fere o direito à moradia, sendo assim a hipoteca firmada 
entre construtora e agente financeiro não tem eficácia perante os adquirentes do imóvel. 
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A alternativa E está correta, de acordo com o expresso pela Súmula 308 do STJ: 
Súmula 308 STJ: A hipoteca firmada entre a construtora e o agente financeiro, anterior ou posterior à 
celebração da promessa de compra e venda, não tem eficácia perante os adquirentes do imóvel. 
31. (FCC / TRT 2ª REGIÃO – 2014) Após pagar um terço de empréstimo garantido por hipoteca de seu 
imóvel, Bento Francisco procura aliená-lo a Kelly Joyce, mas ao notificar o credor hipotecário − o banco 
que lhe emprestou o dinheiro − este não consente com a venda, alegando haver no contrato cláusula que 
a proíbe expressamente. O posicionamento do banco credor é 
a) Válido juridicamente, pois a alienação do imóvel só é possível pelo tomador do empréstimo após o 
pagamento de dois terços da dívida. 
b) Válido juridicamente, já que o contrato faz lei entre as partes e Bento Francisco o celebrou livre e 
espontaneamente. 
c) Juridicamente equivocado, por ser anulável o contrato, dada a abusividade da cláusula proibitiva de 
alienação. 
d) Juridicamente equivocado, já que a lei civil prevê ser nula a cláusula que proíbe ao proprietário alienar 
imóvel hipotecado. 
e) Juridicamente equivocado, pois, embora não se possa alienar a coisa antes de pago um determinado 
montante, a partir de um terço do pagamento do empréstimo já é possível vender o imóvel dado em garantia 
hipotecária. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta, pois o Código Civil lei prevê ser nula a cláusula que proíbe ao proprietário 
alienar imóvel hipotecado, em seu Art. 1475: 
Art. 1475. É nula a cláusula que proíbe ao proprietário alienar imóvel hipotecado. 
A alternativa B está incorreta, pois a afirmação é equivocada perante os termos do art.1475, que dispõe: 
Art. 1475. É nula a cláusula que proíbe ao proprietário alienar imóvel hipotecado. 
A alternativa C está incorreta, pois, mesmo sendo correto afirmar que é judicialmente equivocado, é errôneo 
afirmar que é equivocado por ser anulável, uma vez que o posicionamento do banco credor é nulo de acordo 
com o art. 1.475. 
Art. 1475. É nula a cláusula que proíbe ao proprietário alienar imóvel hipotecado. 
A alternativa D está correta, pois sua redação é concernente com o disposto pelo Art. 1.475, o qual afirma 
que “É nula a cláusula que proíbe ao proprietário alienar imóvel hipotecado.” 
A alternativa E está incorreta, dado que o art. 1.475, dispõe que: “É nula a cláusula que proíbe ao 
proprietário alienar imóvel hipotecado.” 
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32. (FCC / TRT-AL – 2014) Objetivando financiar a aquisição de uma casa, Maria procura o Banco 
Mediterrâneo, que lhe empresta o dinheiro mas exige, em garantia, a hipoteca do imóvel. Adquirida a 
casa, Maria realiza diversas benfeitorias, como calhas de escoamento de água, portão e churrasqueira. 
Passado algum tempo, Maria não consegue pagar o financiamento, levando o Banco Mediterrâneo a 
excutir a garantia. A excussão da hipoteca 
a) Abrange o imóvel e todas as benfeitorias realizadas por Maria. 
b) É nula, pois os imóveis devem ser objeto de penhor. 
c) Abrange apenas o imóvel, sem as benfeitorias. 
d) Abrange o imóvel e as benfeitorias voluptuárias, apenas. 
e) Abrange o imóvel e as benfeitorias necessárias e úteis, apenas. 
Comentários 
A alternativa A está correta, pois sua redação está conforme a do Art. 1.474 do Código Civil, que dispõe: “A 
hipoteca abrange todas as acessões, melhoramentos ou construções do imóvel.”. 
Art. 1.474- A hipoteca abrange todas as acessões, melhoramentos ou construções do imóvel. Subsistem os 
ônus reais constituídos e registrados, anteriormente à hipoteca, sobre o mesmo imóvel. 
O dispositivo em questão trata acerca da extensão da hipoteca, estabelecendo que as acessões, 
melhoramentos e construções feitas no imóvel são abrangidas pela garantia. Seguindo a regra de que o 
acessório segue o principal, estabeleceu-se uma presunção relativa de que todas as acessões naturais ou 
artificiais, bem como as benfeitorias, garantirão a obrigação principal. A extensibilidade não alcança direito 
real anteriormente constituído, respeitando-se a propriedade fixada pela prenotação do título junto ao 
Cartório de Registro de Imóveis. 
As alternativa B, C, D e E estão incorretas, consequentemente. 
33. (FCC / TJ-AP – 2014) A respeito do penhor, considere: 
I. não se extingue o penhor com o perecimento da coisa. 
II. em regra, o credor pignoratício tem direito a ficar na posse da coisa empenhada. 
III. os frutos da coisa empenhada devem ser restituídos ao devedor depois de paga a dívida. 
IV. o instrumento do penhor deve ser levado ao Registro de Imóveis exclusivamente pelo credor a quem 
aproveita. 
De acordo com o Código Civil, está correto o que se afirma em 
a) I, II, III e IV. 
b) II e III, apenas. 
c) III e IV, apenas. 
d) I, III e IV, apenas. 
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e) I e II, apenas. 
Comentários 
A afirmativa I está incorreta, dado que de acordo com o Código Civil, em seu Art. 1.436, é disposto que: 
“Extingue-se o penhor: II - perecendo a coisa.” 
A afirmativa II está correta, pois sua redação está concernente com o disposto pelo Art. 1.433: “O credor 
pignoratício tem direito: I - à posse da coisa empenhada.” 
A afirmativa III está correta, dado que de acordo com o Código Civil em seu Art. 1.435: “ O credor pignoratício 
é obrigado: IV - a restituí-la, com os respectivos frutos e acessões, uma vez paga a dívida.” 
A afirmativa IV está incorreta, pois pode ser levado a registro, por qualquer dos contratantes, de acordo com 
o Código Civil em seu Art. 1.432. “O instrumento do penhor deverá ser levado a registro, por qualquer dos 
contratantes; o do penhor comum será registrado no Cartório de Títulos e Documentos.” 
A alternativa B está correta, porque menciona as afirmativas II e III. 
As alternativas A, C, D e E estão incorretas, consequentemente. 
34. (FCC / TJ-AP – 2014) Considere as proposições a respeito da hipoteca: 
I. Os bens de uso comum do povo podem ser objeto de hipoteca. 
II. É nula a cláusula que confere ao credor hipotecário o direito de ficar com o bem dado em garantia na 
hipótese de a dívida não ser paga no vencimento. 
III. Podem ser objeto de hipoteca os acessórios dos imóveis, conjuntamente com eles. 
IV. Apenas em favor do mesmo credor pode o dono do imóvel hipotecado constituir outra garantia sobre 
o bem. 
De acordo com o Código Civil, está correto o que se afirma em 
a) II e III, apenas. 
b) I, II, III e IV. 
c) II, III e IV, apenas. 
d) I e III, apenas. 
e) I, II e IV, apenas. 
Comentários 
A afirmativa I está incorreta, visto que os bens de uso comum do povo não constam no rol do art. 1.473 do 
CC, que dispõe: 
Art. 1.473. Podem ser objeto de hipoteca: 
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I - os imóveis e os acessórios dos imóveis conjuntamente com eles; 
II - o domínio direto; 
III - o domínio útil; 
IV - as estradas de ferro; 
V - os recursos naturais a que se refere o art. 1.230, independentemente do solo onde se acham; 
VI - os navios; 
VII - as aeronaves. 
VIII - o direito de uso especial para fins de moradia; 
IX - o direito real de uso; 
X - a propriedade superficiária. 
A afirmativa II está correta, pois sua redação está de acordo com o Código Civil no Art. 1.428 que expressa: 
“É nula a cláusula que autoriza o credor pignoratício, anticrético ou hipotecário a ficar com o objeto da 
garantia, se a dívida não for paga no vencimento.” 
A afirmativa III está correta, pois sua redação está em concordância com o art. 1.473, que dispõe: 
Art. 1.473. Podem ser objeto de hipoteca: 
I - os imóveis e os acessórios dos imóveis conjuntamente com eles; 
A afirmativa IV está incorreta, pois de acordo com o Código Civil, em seu Art. 1476: 
Art. 1.476. O dono do imóvel hipotecado pode constituir outra hipoteca sobre ele, mediante novo título, em 
favor do mesmo ou de outro credor. 
A alternativa A está correta, uma vez que, aborda as afirmativas II e III, sendo as corretas. 
As alternativas B, C, D e E estão incorretas, consequentemente. 
35. (FCC / TJ-PE – 2013) No tocante aos direitos reais de garantia, analise as afirmações abaixo. 
I. O credor anticrético tem direito a reter em seu poder o bem, enquanto a dívida não for paga. Extingue- 
se esse direito decorridos quinze anos da data de sua constituição. 
II. A coisa comum a dois ou mais proprietários não pode ser dada em garantia real, na sua totalidade, sem 
o consentimento de todos, mas cada um pode individualmente dar em garantia real a parte que tiver nessa 
coisa comum. 
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III. Nos casos de perecimento da coisa dada em garantia, esta se sub-rogará na indenização do seguro, ou 
no ressarcimento do dano, conforme o caso, em benefício do credor, a quem assistirá sobre ela preferência 
até seu completo reembolso. 
Está correto o que se afirma em 
a) I e II, apenas. 
b) III, apenas. 
c) I, II e III. 
d) II e III, apenas. 
e) I e III, apenas. 
Comentários 
A afirmação I está correta, pois está concernente com o art. 1.423, que dispõe: “O credor anticrético tem 
direito a reter em seu poder o bem, enquanto a dívida não for paga; extingue-se esse direito decorridos 
quinze anos da data de sua constituição.” 
O credor anticrético não possui o direito de preferência, de acordo com o dispositivo. Em compensação, o 
legislador lhe assegura um direito de retenção sobre a coisa imóvel, em um prazo máximo de 15 anos. Trata-
se de prazo decadencial, cujo transcurso converte o crédito em quirografário, sendo que o transcurso do 
prazo, com ou sem a satisfação do credor anticrético, converte a sua posse em precária em decorrência do 
abuso de confiança. 
A afirmação II está correta, de acordo com o Código Civil Art. 1.420. § 2º. “A coisa comum a dois ou mais 
proprietários não pode ser dada em garantia real, na sua totalidade, sem o consentimento de todos; mas 
cada um pode individualmente dar em garantia real a parte que tiver.” 
Analisando-se o disposto pelo artigo, temos que a validade da garantia real depende da capacidade geral 
para os atos da vida civil e da especial para alienar, uma vez que a submissão do bem a esse regime pode 
resultar na sua alienação judicial. A garantia ofertada pelo coerdeiro deve ser limitada à sua quota, sendo 
ineficaz se incidir sobre bem da herança considerado singularmente, podendo, todavia, produzir efeitos se o 
herdeiro cedente vier a ser comtemplado como proprietário do bem que foi aludido na partilha. Se tratando 
de constituição de garantia real sobre coisa alheia, possível a sua revalidação nos casos em que o bem possa 
ser alienado, mas não poderia ter sido realizada pelo agente por não lhe pertencer. A garantia considerada 
ineficaz revigora-se com a ulterior aquisição do domínio. 
Como requisito objetivo, o código só estabelece que só os bens alienáveis podem ser objeto de penhor, 
hipoteca e anticrese. Os bens fora do comércio, tais quais os bens públicos, não podem ser objeto dagarantia. 
De acordo com súmula 364 do STF: “o conceito de impenhorabilidade do bem de família abrange também o 
imóvel pertencente a pessoas solteiras, separadas e viúvas” 
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A afirmação III está correta, em conformidade com o Art. 1.425. § 1º. “Nos casos de perecimento da coisa 
dada em garantia, esta se sub-rogará na indenização do seguro, ou no ressarcimento do dano, em benefício 
do credor, a quem assistirá sobre ela preferência até seu completo reembolso.” 
A alternativa C está correta, pois todas as afirmações também estão corretas. 
As alternativas A, B, D e E estão incorretas, consequentemente. 
36. (FCC / TJ-PE – 2013) Em relação aos direitos reais de garantia, é correto afirmar que 
a) A dívida considera-se extinta se o bem dado em garantia real perecer sem culpa do devedor. 
b) Os bens dados em garantia real podem ficar com o credor, por exigência deste, se a dívida não for paga 
no vencimento. 
c) Até o pagamento da dívida, os bens móveis empenhados ficam sempre na posse do credor pignoratício. 
d) Os sucessores do devedor não podem remir parcialmente o penhor ou a hipoteca na proporção dos seus 
quinhões, devendo fazê-lo no todo e ficando, a partir de então, sub-rogados nos direitos do credor pelas 
quotas que houverem satisfeito. 
e) O pagamento parcial da hipoteca exonera a garantia na mesma proporção do montante pago pelo 
devedor, como regra geral. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta, pois se houver o perecimento da coisa de fato ocorre a extinção do direito 
real de garantia, não há que se falar em penhor, hipoteca ou anticrese sem o objeto do direito real. No 
entanto, observem que a banca não está se referindo ao direito real de garantia. Mas sim à dívida. Ora, se 
houver, o perecimento da coisa no penhor, sem que se possa atribuir culpa a alguém, esse penhor considera-
se extinto. Mas a dívida continua a existir. Só que ela existira como crédito quirografário ou seja, um crédito 
pessoal, sem garantias. E se a perda for parcial a garantia permanece quanto à fração não atingida. 
De acordo com o Código Civil: 
Art. 1.425. A dívida considera-se vencida: 
 IV - se perecer o bem dado em garantia, e não for substituído; 
Se perecer bem dado em garantia e este não for substituído o credor tem o direito de optar entre a execução 
imediata e o pedido de reforço da garantia. 
A alternativa B está incorreta, pois conforme estabelecido pelo art. 1.428, CC: “É nula a cláusula que autoriza 
o credor pignoratício, anticrético ou hipotecário a ficar com o objeto da garantia, se a dívida não for paga no 
vencimento.” No entanto excepciona o parágrafo único deste dispositivo: “Após o vencimento, poderá o 
devedor dar a coisa em pagamento da dívida.” 
A alternativa C está incorreta, o uso da expressão “sempre” é errôneo neste caso. Em regra o penhor exige 
a tradição do bem móvel ao credor. No entanto há casos em que essa entrega é dispensada (ex.: penhor 
rural, industrial, de veículos, etc.), ficando a posse da coisa com o próprio devedor. 
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De acordo com o Art. 1431 do Código Civil: 
Art. 1.431. No penhor rural, industrial, mercantil e de veículos, as coisas empenhadas continuam em poder 
do devedor, que as deve guardar e conservar. 
Parágrafo único. No penhor rural, industrial, mercantil e de veículos, as coisas empenhadas continuam em 
poder do devedor, que as deve guardar e conservar. 
A alternativa D está correta, dado que, como disposto pelo art. 1.429, caput e parágrafo único: “Os 
sucessores do devedor não podem remir parcialmente o penhor ou a hipoteca na proporção dos seus 
quinhões; qualquer deles, porém, pode fazê-lo no todo. Parágrafo único. O herdeiro ou sucessor que fizer a 
remição fica sub-rogado nos direitos do credor pelas quotas que houver satisfeito.” 
A alternativa E está incorreta, pois como disposto pelo art. 1.421, CC: “O pagamento de uma ou mais 
prestações da dívida não importa exoneração correspondente da garantia, ainda que esta compreenda 
vários bens, salvo disposição expressa no título ou na quitação.” 
FGV 
Superfície (1.369 a 1.377) 
37. (FGV / PREFEITURA DE RECIFE-PE – 2014) O Município do Recife resolve desapropriar imóvel de 
propriedade de João, que tinha como superficiário Joaquim, seguindo os trâmites legais do processo de 
desapropriação, considerando as normas relativas ao(s) direito(s) real(is) envolvido(s). 
A esse respeito, assinale a afirmativa correta. 
a) Somente João receberá a justa indenização, já que somente o direito de propriedade será indenizável, por 
se tratar de direito real pleno. 
b) O direito de superfície será extinto e, por isso, somente Joaquim receberá a indenização, já que é o único 
que possui a posse direta do bem. 
c) A desapropriação dissolve tanto a propriedade quanto o direito de superfície, mas somente o proprietário 
receberá indenização por possuir a posse indireta. 
d) Tanto João quanto Joaquim receberão indenização no valor correspondente ao direito real de cada um. 
e) O Município não poderá desapropriar o imóvel na pendência de direito de superfície, sendo a propriedade 
resolúvel. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta, visto que tanto João quanto Joaquim terão o direito à indenização pela 
desapropriação do imóvel, cada um de acordo com o direito que possuía. Vale lembrar que superficiário é o 
titular de um direito de superfície sobre um terreno ou imóvel. 
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Artigo 1376. No caso de extinção do direito de superfície em consequência de desapropriação, a indenização 
cabe ao proprietário e ao superficiário, no valor correspondente ao direito real de cada um. 
Enunciado 322 da IV Jornada de Direito Civil: “O momento da desapropriação e as condições da concessão 
superficiária serão considerados para fins da divisão do montante indenizatório (art. 1.376), constituindo-se 
litisconsórcio passivo necessário simples entre proprietário e superficiário”. 
A alternativa B está incorreta, pois o direito de superfície não é extinto na desapropriação, mesmo que seja 
dissolvido, e tanto João quanto Joaquim têm direito a uma indenização, cada uma com o valor proporcional 
ao direito que possuíam sobre o imóvel. 
Artigo 1376. No caso de extinção do direito de superfície em consequência de desapropriação, a indenização 
cabe ao proprietário e ao superficiário, no valor correspondente ao direito real de cada um. 
Enunciado 322 da IV Jornada de Direito Civil: “O momento da desapropriação e as condições da concessão 
superficiária serão considerados para fins da divisão do montante indenizatório (art. 1.376), constituindo-se 
litisconsórcio passivo necessário simples entre proprietário e superficiário”. 
A alternativa C está incorreta, uma vez que mesmo que a desapropriação dissolva o direito à propriedade e 
à superfície, tanto o proprietário quanto o superficiário têm direito a uma indenização, com o valor 
correspondente ao direito que cada um deles possuía sobre o imóvel. 
Artigo 1376. No caso de extinção do direito de superfície em consequência de desapropriação, a indenização 
cabe ao proprietário e ao superficiário, no valor correspondente ao direito real de cada um. 
Enunciado 322 da IV Jornada de Direito Civil: “O momento da desapropriação e as condições da concessão 
superficiária serão considerados para fins da divisão do montante indenizatório (art. 1.376), constituindo-se 
litisconsórcio passivo necessário simples entre proprietário e superficiário”. 
A alternativa D está correta,dado que corresponde ao que dita o Código Civil sobre o assunto, dizendo que 
João e Joaquim possuem o direito à indenização, cada uma de acordo com o direito real que possuíam sobre 
o imóvel. 
Artigo 1376. No caso de extinção do direito de superfície em consequência de desapropriação, a indenização 
cabe ao proprietário e ao superficiário, no valor correspondente ao direito real de cada um. 
Enunciado 322 da IV Jornada de Direito Civil: “O momento da desapropriação e as condições da concessão 
superficiária serão considerados para fins da divisão do montante indenizatório (art. 1.376), constituindo-se 
litisconsórcio passivo necessário simples entre proprietário e superficiário”. 
A alternativa E está incorreta, uma vez que o Município pode sim desapropriar o imóvel, dissolvendo o 
direito à propriedade e à superfície, devendo apenas realizar uma indenização tanto ao proprietário quando 
ao superficiário, cada uma de acordo com o direito real que eles possuíam. 
Artigo 1376. No caso de extinção do direito de superfície em consequência de desapropriação, a indenização 
cabe ao proprietário e ao superficiário, no valor correspondente ao direito real de cada um. 
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Enunciado 322 da IV Jornada de Direito Civil: “O momento da desapropriação e as condições da concessão 
superficiária serão considerados para fins da divisão do montante indenizatório (art. 1.376), constituindo-se 
litisconsórcio passivo necessário simples entre proprietário e superficiário”. 
Servidões (1.378 a 1.389) 
38. (FGV / AL-RO – 2018) Américo e Regina são proprietários de duas fazendas vizinhas. Américo pratica 
atividade agrícola e necessita adentrar o terreno de Regina para construção de um aqueduto (única forma 
de garantir irrigação), razão pela qual as partes concordaram em instituir direito real para este fim e o 
registraram no Cartório de Registro de Imóveis. 
Sobre os direitos de Américo, assinale a resposta correta. 
a) Trata-se de direito real de servidão, oponível, inclusive, a qualquer comprador do imóvel de Regina. 
b) Na hipótese de venda de um dos imóveis, o acordo é extinto de pleno direito. 
c) Cuida-se de direito real de uso, pelo que Regina faz jus à remuneração, em razão da utilização de seu 
terreno. 
d) O fim da atividade agrícola de Américo, seja por que período for, não importa na extinção do direito 
acordado. 
e) Sobrevindo o falecimento de Regina, o acordo se mantém até seus herdeiros concordarem com o direito. 
Comentários 
A alternativa A está correta, visto que se trata de um direito real de servidão, oponível, inclusive, a qualquer 
comprador do imóvel de Regina, de acordo com o que expressam os artigos: 
Artigo 1378. A servidão proporciona utilidade para o prédio dominante, e grava o prédio serviente, que 
pertence a diverso dono, e constitui-se mediante declaração expressa dos proprietários, ou por testamente, 
e subsequente registro no Cartório de Registro de Imóveis. 
Artigo 1387. Salvo nas desapropriações, a servidão, uma vez registrada, só se extingue, com respeito a 
terceiros, quando cancelada. 
Parágrafo Único. Se o prédio dominante estiver hipotecado, e a servidão se mencionar no título hipotecário, 
será também preciso, para a cancelar, o consentimento do credor. 
Artigo 1388. O dono do prédio serviente tem direito, pelos meios judiciais, ao cancelamento do registro, 
embora o dono do prédio dominante lho impugne: 
I – quando o titular houver renunciado sua servidão; 
II – quando tiver cessado, para o prédio dominante, a utilidade ou a comodidade, que determinou a 
constituição da servidão; 
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III – quando o dono do prédio serviente resgatar a servidão. 
Artigo 1389. Também se extingue a servidão, ficando ao dono do prédio serviente a faculdade de fazê-la 
cancelar, mediante a prova da extinção: 
I – pela reunião dos dois prédios no domínio da mesma pessoa; 
II – pela supressão das respectivas obras por efeito de contrato, ou de outro título expresso; 
III – pelo não uso, durante 10 (dez) anos contínuos. 
Sendo este um direito real de servidão por impor a utilização de um bem alheio, e este direito sendo oponível 
erga omnes, ou seja, um direito cujo exercício deve ser respeitado por todos. A servidão de um imóvel se dá 
para que aumente a utilidade do prédio dominante, e uma vez registrada a servidão no cartório, somente 
mediante cancelamento no cartório é que se dará a extinção, ou através de renúncia expressa do titular, ou 
compra do imóvel serviente pelo titular. 
A alternativa B está incorreta, uma vez que o acordo não fica extinto pela venda de um dos imóveis, a não 
ser que este seja comprado pela outra parte do acordo. Acordo de pleno direito é o caracterizado pela 
autorização de uma das partes para utilização de um bem de sua posse pela outra parte como esta o desejar, 
para a satisfação de suas necessidades. Não pode ser extinto pela venda pois não é uma hipótese prevista 
no Código Civil. Importante lembrar que as hipóteses de extinção das servidões são: 
Artigo 1387. Salvo nas desapropriações, a servidão, uma vez registrada, só se extingue, com respeito a 
terceiros, quando cancelada. 
Parágrafo Único. Se o prédio dominante estiver hipotecado, e a servidão se mencionar no título hipotecário, 
será também preciso, para a cancelar, o consentimento do credor. 
Artigo 1388. O dono do prédio serviente tem direito, pelos meios judiciais, ao cancelamento do registro, 
embora o dono do prédio dominante lho impugne: 
I – quando o titular houver renunciado sua servidão; 
II – quando tiver cessado, para o prédio dominante, a utilidade ou a comodidade, que determinou a 
constituição da servidão; 
III – quando o dono do prédio serviente resgatar a servidão. 
Artigo 1389. Também se extingue a servidão, ficando ao dono do prédio serviente a faculdade de fazê-la 
cancelar, mediante a prova da extinção: 
I – pela reunião dos dois prédios no domínio da mesma pessoa; 
II – pela supressão das respectivas obras por efeito de contrato, ou de outro título expresso; 
III – pelo não uso, durante 10 (dez) anos contínuos. 
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A alternativa C está incorreta, uma vez que a situação acima descrita trata-se de uma servidão, e não da 
concessão de direito real de uso, um dos direitos expostos no rol trazido pelo Artigo 1225, sendo este a 
concessão, remunerada ou não, de terreno público para uso particular, enquanto a servidão trata da 
utilização de um prédio dominante sobre um prédio serviente. 
Artigo 1225. São direitos reais: 
I – a propriedade; 
II – a superfície; 
III – as servidões; 
IV – o usufruto; 
V – o uso; 
VI – a habitação; 
VII – o direito do promitente comprador do imóvel; 
VIII – o penhor; 
IX – a hipoteca; 
X – a anticrese; 
XI – a concessão de uso especial para fins de moradia; 
XII – a concessão de direito real de uso; 
XIII – a laje. 
Artigo 1378. A servidão proporciona utilidade para o prédio dominante, e grava o prédio serviente, que 
pertence a diverso dono, e constitui-se mediante declaração expressa dos proprietários, ou por testamente, 
e subsequente registro no Cartório de Registro de Imóveis. 
A alternativa D está incorreta, pois o fim da atividade agrícola de Américo faz com que seja extinta a utilidade 
da servidão, dando assim, direito a Regina de, através dos meios judiciais, pedir o cancelamento do registro. 
Ademais, corridos dez anos do desuso da servidão, Regina também poderá extingui-la mediante prova da 
extinção. 
Artigo 1388. O dono do prédioserviente tem direito, pelos meios judiciais, ao cancelamento do registro, 
embora o dono do prédio dominante lho impugne: 
I – quando o titular houver renunciado sua servidão; 
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II – quando tiver cessado, para o prédio dominante, a utilidade ou a comodidade, que determinou a 
constituição da servidão; 
III – quando o dono do prédio serviente resgatar a servidão. 
Artigo 1389. Também se extingue a servidão, ficando ao dono do prédio serviente a faculdade de fazê-la 
cancelar, mediante a prova da extinção: 
I – pela reunião dos dois prédios no domínio da mesma pessoa; 
II – pela supressão das respectivas obras por efeito de contrato, ou de outro título expresso; 
III – pelo não uso, durante 10 (dez) anos contínuos. 
A alternativa E está incorreta, dado que a servidão tem a característica de ser indivisível, ou seja, mesmo 
com a morte de Regina, a servidão que já havia sido estabelecida continuará existindo em relação a nova 
divisão dos donos subsequentes, como disposto no Artigo 1386: 
Artigo 1386. As servidões prediais são indivisíveis, e subsistem, no caso de divisão dos imóveis, em benefício 
de cada uma das porções do prédio dominante, e continuam a gravar cada uma das do prédio serviente, 
salvo se, por natureza, ou destino, só se aplicarem a certa parte de um ou de outro. 
39. (FGV / DPE-DF – 2014) Valério exerce a posse mansa e pacífica do imóvel rural onde reside há 27 
anos. Há três acessos ao imóvel, mas o que Valério mais utiliza é uma pequena estrada, feita e mantida 
por ele há 21 anos, que passa por dentro de uma outra propriedade pertencente a um casal de 
nacionalidade inglesa e que pouco frequenta o local. Acontece que, após tantos anos, o referido casal 
vendeu o imóvel para uma incorporadora, a qual começou a construção de um muro que impede a 
passagem de Valério. Nesse caso é correto afirmar que: 
a) Em virtude da existência de dois outros acessos, nenhuma providência pode ser tomada por Valério. 
b) Valério, por ser titular do direito de propriedade sobre a pequena passagem, pode ajuizar ação 
reivindicatória para impedir a construção do muro. 
c) Valério, por ser possuidor do direito real de servidão de passagem, pode se valer da proteção possessória 
que a lei lhe confere. 
d) Nada pode ser feito, já que Valério é mero invasor do imóvel. 
e) Nada pode ser feito, já que não há proteção legal para direito de passagem. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta, uma vez que o exercício de uma servidão, quando incontestado, por mais de 
vinte anos (quando a servidão não tiver sido registrada), confere ao possuidor o usucapião da mesma, assim 
sendo, Valério tem direito a estrada, e o novo dono da propriedade não pode fecha-la. 
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Art. 1.379. O exercício incontestado e contínuo de uma servidão aparente, por dez anos, nos termos do art. 
1.242, autoriza o interessado a registrá-la em seu nome no Registro de Imóveis, valendo-lhe como título a 
sentença que julgar consumado a usucapião. Parágrafo único. Se o possuidor não tiver título, o prazo da 
usucapião será de vinte anos. 
Súmula 415 do STF: “Servidão de trânsito não titulada, mas tornada permanente, sobretudo pela natureza 
das obras realizadas, considera-se aparente, conferindo direito à proteção possessória”. 
A alternativa B está incorreta, dado que Valério não é o titular de direito da propriedade, sendo este definido 
como o proprietário real e completo de um bem, podendo usufruir e lidar com este da maneira que quiser, 
além de poder reavê-la de quem quer que a tenha detido por meios não legais. Valério, pelo contrário, é o 
possuidor do direito real de servidão, ou seja, conquistou o direito de utilizar-se de uma parte do terreno 
pertencente a outra pessoa, por meio do usucapião, mas só será titular desse direito enquanto esta servidão 
lhe for útil e ele a estiver utilizando. 
Art. 1.379. O exercício incontestado e contínuo de uma servidão aparente, por dez anos, nos termos do art. 
1.242, autoriza o interessado a registrá-la em seu nome no Registro de Imóveis, valendo-lhe como título a 
sentença que julgar consumado a usucapião. Parágrafo único. Se o possuidor não tiver título, o prazo da 
usucapião será de vinte anos. 
Súmula 415 do STF: “Servidão de trânsito não titulada, mas tornada permanente, sobretudo pela natureza 
das obras realizadas, considera-se aparente, conferindo direito à proteção possessória”. 
A alternativa C está correta, pois Valério é o possuidor do direito real de servidão, ganhando-o através de 
usucapião por ter usado a estrada por mais de 20 anos sem que houvessem impedimentos, e assim sendo, 
a Súmula 415 do STF diz que servidão de trânsito pode conferir direito à proteção possessória, da seguinte 
maneira: 
Súmula 415 do STF: “Servidão de trânsito não titulada, mas tornada permanente, sobretudo pela natureza 
das obras realizadas, considera-se aparente, conferindo direito à proteção possessória”. 
A alternativa D está incorreta, visto que Valério tem alternativas legais para se firmar como o dono da 
estrada ao alegar usucapião, uma vez que a utilizou por mais de vinte anos, tempo estipulado pelo Código 
Civil para que ele se torne o titular do direito ao uso da estrada, fazendo com que os novos donos não possam 
fechá-la. 
Art. 1.379. O exercício incontestado e contínuo de uma servidão aparente, por dez anos, nos termos do art. 
1.242, autoriza o interessado a registrá-la em seu nome no Registro de Imóveis, valendo-lhe como título a 
sentença que julgar consumado a usucapião. Parágrafo único. Se o possuidor não tiver título, o prazo da 
usucapião será de vinte anos. 
Súmula 415 do STF: “Servidão de trânsito não titulada, mas tornada permanente, sobretudo pela natureza 
das obras realizadas, considera-se aparente, conferindo direito à proteção possessória”. 
A alternativa E está incorreta, dado que existe sim a proteção legal para o direito de passagem, que pode 
ser feito através de uma servidão, ou transformar-se em servidão por usucapião, além da jurisprudência do 
STF considerar que servidão de trânsito, quando tornada permanente, confere direito à proteção 
possessória. 
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Art. 1.379. O exercício incontestado e contínuo de uma servidão aparente, por dez anos, nos termos do art. 
1.242, autoriza o interessado a registrá-la em seu nome no Registro de Imóveis, valendo-lhe como título a 
sentença que julgar consumado a usucapião. Parágrafo único. Se o possuidor não tiver título, o prazo da 
usucapião será de vinte anos. 
Súmula 415 do STF: “Servidão de trânsito não titulada, mas tornada permanente, sobretudo pela natureza 
das obras realizadas, considera-se aparente, conferindo direito à proteção possessória”. 
Usufruto (1.390 a 1.411) 
40. (FGV / SEFIN-RO – 2018) Em 2011, Vilhena, proprietário de uma casa, outorgou em favor de Pimenta 
o usufruto vitalício sobre ela. Em seguida, o outorgante requereu a averbação do direito real junto à 
matrícula do imóvel no Registro de Imóveis de Guajará-Mirim. 
Em 2014, Pimenta cedeu o exercício do usufruto por título gratuito a Costa, por contrato escrito e pelo 
prazo de um ano. Vencido o prazo, Costa restituiu a casa a Pimenta, retomando este o exercício do 
usufruto. 
Em novembro de 2017, falece o nu-proprietário, e seu único herdeiro, Andreazza, exige que Pimenta 
desocupe o imóvel. 
Diante da situação descrita, assinale a opção que apresenta a solução correta para o caso. 
a) Pimenta não poderia ceder o exercício do usufruto, por se tratarde direito real personalíssimo; a morte 
do nuproprietário extingue o usufruto de pleno direito. 
b) Pimenta somente poderia ceder o exercício do usufruto a título oneroso; a morte do nu-proprietário 
extingue o usufruto de pleno direito. 
c) Pimenta poderia ceder o exercício do usufruto tanto por título gratuito quanto oneroso; a morte do nu-
proprietário não extingue o usufruto, podendo o usufrutuário permanecer no imóvel. 
d) Pimenta não poderia ceder o exercício do usufruto, porque este é vitalício; a morte do nu-proprietário 
extingue de pleno direito o usufruto, devendo o imóvel ser desocupado. 
e) Pimenta poderia ceder o exercício do usufruto a título gratuito; vencido o prazo de cessão do exercício do 
usufruto, o imóvel deveria ter sido restituído ao nu-proprietário ou, na sua falta, ao herdeiro. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta, uma vez que, embora o direito ao usufruto seja personalíssimo e 
intransferível, Pimenta pode ceder o exercício do usufruto por meio de título gratuito ou oneroso. Ademais, 
a morte do nuproprietário não extingue o usufruto, não estando essa possibilidade incluída nas trazidas pelo 
Código Civil. 
Artigo 1.393. Não se pode transferir o usufruto por alienação; mas o seu exercício pode ceder-se por título 
gratuito ou oneroso. 
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Artigo 1.410. O usufruto extingue-se, cancelando-se o registro no Cartório de Registro de Imóveis: 
I - pela renúncia ou morte do usufrutuário; 
II - pelo termo de sua duração; 
III - pela extinção da pessoa jurídica, em favor de quem o usufruto foi constituído, ou, se ela perdurar, pelo 
decurso de trinta anos da data em que se começou a exercer; 
IV - pela cessação do motivo de que se origina; 
V - pela destruição da coisa, guardadas as disposições dos arts. 1.407, 1.408, 2ª parte, e 1.409; 
VI - pela consolidação; 
VII - por culpa do usufrutuário, quando aliena, deteriora, ou deixa arruinar os bens, não lhes acudindo com 
os reparos de conservação, ou quando, no usufruto de títulos de crédito, não dá às importâncias recebidas 
a aplicação prevista no parágrafo único do art. 1.395; 
VIII - Pelo não uso, ou não fruição, da coisa em que o usufruto recai (arts. 1.390 e 1.399). 
A alternativa B está incorreta, pois o exercício de um usufruto pode ser cedido através de título, sendo 
indiferente se este é gratuito ou oneroso, ademais, a morte do nuproprietário não extingue o usufruto, que 
só pode ser cancelado no Cartório de Registro de Imóveis por uma das razões trazidas pela legislação. 
Artigo 1.393. Não se pode transferir o usufruto por alienação; mas o seu exercício pode ceder-se por título 
gratuito ou oneroso. 
Artigo 1.410. O usufruto extingue-se, cancelando-se o registro no Cartório de Registro de Imóveis: 
I - pela renúncia ou morte do usufrutuário; 
II - pelo termo de sua duração; 
III - pela extinção da pessoa jurídica, em favor de quem o usufruto foi constituído, ou, se ela perdurar, pelo 
decurso de trinta anos da data em que se começou a exercer; 
IV - pela cessação do motivo de que se origina; 
V - pela destruição da coisa, guardadas as disposições dos arts. 1.407, 1.408, 2ª parte, e 1.409; 
VI - pela consolidação; 
VII - por culpa do usufrutuário, quando aliena, deteriora, ou deixa arruinar os bens, não lhes acudindo com 
os reparos de conservação, ou quando, no usufruto de títulos de crédito, não dá às importâncias recebidas 
a aplicação prevista no parágrafo único do art. 1.395; 
VIII - Pelo não uso, ou não fruição, da coisa em que o usufruto recai (arts. 1.390 e 1.399). 
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A alternativa C está correta, uma vez que corresponde ao que ordena o Código Civil: pode-se ceder o 
exercício de um usufruto através de um título gratuito ou oneroso, e mesmo com a morte do nuproprietário 
não há a extinção do usufruto. 
Artigo 1.393. Não se pode transferir o usufruto por alienação; mas o seu exercício pode ceder-se por título 
gratuito ou oneroso. 
Artigo 1.410. O usufruto extingue-se, cancelando-se o registro no Cartório de Registro de Imóveis: 
I - pela renúncia ou morte do usufrutuário; 
II - pelo termo de sua duração; 
III - pela extinção da pessoa jurídica, em favor de quem o usufruto foi constituído, ou, se ela perdurar, pelo 
decurso de trinta anos da data em que se começou a exercer; 
IV - pela cessação do motivo de que se origina; 
V - pela destruição da coisa, guardadas as disposições dos arts. 1.407, 1.408, 2ª parte, e 1.409; 
VI - pela consolidação; 
VII - por culpa do usufrutuário, quando aliena, deteriora, ou deixa arruinar os bens, não lhes acudindo com 
os reparos de conservação, ou quando, no usufruto de títulos de crédito, não dá às importâncias recebidas 
a aplicação prevista no parágrafo único do art. 1.395; 
VIII - Pelo não uso, ou não fruição, da coisa em que o usufruto recai (arts. 1.390 e 1.399). 
A alternativa D está incorreta, dado que mesmo que o exercício do usufruto seja vitalício e não possa ser 
transferido por alienação, o seu exercício pode ser cedido por título gratuito ou oneroso, ademais, a morte 
do nuproprietário não extingue o usufruto, e portanto Pimenta não tem a obrigação de desocupar o imóvel. 
Artigo 1.393. Não se pode transferir o usufruto por alienação; mas o seu exercício pode ceder-se por título 
gratuito ou oneroso. 
Artigo 1.410. O usufruto extingue-se, cancelando-se o registro no Cartório de Registro de Imóveis: 
I - pela renúncia ou morte do usufrutuário; 
II - pelo termo de sua duração; 
III - pela extinção da pessoa jurídica, em favor de quem o usufruto foi constituído, ou, se ela perdurar, pelo 
decurso de trinta anos da data em que se começou a exercer; 
IV - pela cessação do motivo de que se origina; 
V - pela destruição da coisa, guardadas as disposições dos arts. 1.407, 1.408, 2ª parte, e 1.409; 
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VI - pela consolidação; 
VII - por culpa do usufrutuário, quando aliena, deteriora, ou deixa arruinar os bens, não lhes acudindo com 
os reparos de conservação, ou quando, no usufruto de títulos de crédito, não dá às importâncias recebidas 
a aplicação prevista no parágrafo único do art. 1.395; 
VIII - Pelo não uso, ou não fruição, da coisa em que o usufruto recai (arts. 1.390 e 1.399). 
A alternativa E está incorreta, já que Pimenta poderia ceder o exercício do usufruto por meio de título 
gratuito ou oneroso, e esse direito retornaria para ele após decorrido o prazo, direito este que não é 
extinguido com a morte do nuproprietário, portanto o imóvel não passa a ser restituído a seus herdeiros. 
Artigo 1.393. Não se pode transferir o usufruto por alienação; mas o seu exercício pode ceder-se por título 
gratuito ou oneroso. 
Artigo 1.410. O usufruto extingue-se, cancelando-se o registro no Cartório de Registro de Imóveis: 
I - pela renúncia ou morte do usufrutuário; 
II - pelo termo de sua duração; 
III - pela extinção da pessoa jurídica, em favor de quem o usufruto foi constituído, ou, se ela perdurar, pelo 
decurso de trinta anos da data em que se começou a exercer; 
IV - pela cessação do motivo de que se origina; 
V - pela destruição da coisa, guardadas as disposições dos arts. 1.407, 1.408, 2ª parte, e 1.409; 
VI - pela consolidação; 
VII - por culpa do usufrutuário, quando aliena, deteriora, ou deixa arruinar os bens, não lhes acudindo com 
os reparos de conservação, ou quando, no usufruto de títulos de crédito, não dá às importâncias recebidas 
a aplicação prevista no parágrafo único do art. 1.395; 
VIII - Pelo não uso, ou não fruição, da coisaem que o usufruto recai (arts. 1.390 e 1.399). 
41. (FGV / TJ-AL – 2018) A Associação dos Amantes do Turismo (AAT) recebeu, a título de usufruto 
instituído pelo associado Jorge, um imóvel de sua propriedade. As partes convencionaram, no título de 
instituição, que o usufruto seria pelo prazo de vinte anos. Decorridos dez anos da instituição, os 
associados, sem a participação de Jorge, que morrera há dois anos, deliberaram, em assembleia, ceder 
gratuitamente o usufruto do imóvel à Associação de Agentes de Viagem (AAV), em reconhecimento a 
serviços recebidos pela AAT. 
A cessão, feita sem prazo determinado, é considerada: 
a) válida, pois, consolidada a propriedade com a morte de Jorge, a AAT poderia destinar o bem da forma que 
lhe aprouvesse; 
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b) inválida, pois a cessão gratuita do usufruto dependeria da autorização de Jorge; 
c) válida e vigerá até o término do prazo previsto no ato de instituição do usufruto por Jorge; 
d) ineficaz, pois o instituto do usufruto não permite cessão gratuita; 
e) válida e vigerá por trinta anos a partir da instituição do usufruto por Jorge. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta, dado que, embora a cessão feita pela AAT para a AAV seja válida, o usufruto 
só estará válido até o fim do prazo dado por Jorge, indiferentemente da ocorrência da sua morte. 
Artigo 1.393. Não se pode transferir o usufruto por alienação; mas o seu exercício pode ceder-se por título 
gratuito ou oneroso. 
Artigo 1.410. O usufruto extingue-se, cancelando-se o registro no Cartório de Registro de Imóveis: 
I - pela renúncia ou morte do usufrutuário; 
II - pelo termo de sua duração; 
III - pela extinção da pessoa jurídica, em favor de quem o usufruto foi constituído, ou, se ela perdurar, pelo 
decurso de trinta anos da data em que se começou a exercer; 
IV - pela cessação do motivo de que se origina; 
V - pela destruição da coisa, guardadas as disposições dos arts. 1.407, 1.408, 2ª parte, e 1.409; 
VI - pela consolidação; 
VII - por culpa do usufrutuário, quando aliena, deteriora, ou deixa arruinar os bens, não lhes acudindo com 
os reparos de conservação, ou quando, no usufruto de títulos de crédito, não dá às importâncias recebidas 
a aplicação prevista no parágrafo único do art. 1.395; 
VIII - Pelo não uso, ou não fruição, da coisa em que o usufruto recai (arts. 1.390 e 1.399). 
A alternativa B está incorreta, porque a cessão do exercício do usufruto através de um título gratuito ou 
oneroso pode ser realizada, acabando quando o prazo da concessão do usufruto de Jorge cessar. 
Artigo 1.393. Não se pode transferir o usufruto por alienação; mas o seu exercício pode ceder-se por título 
gratuito ou oneroso. 
Artigo 1.410. O usufruto extingue-se, cancelando-se o registro no Cartório de Registro de Imóveis: 
I - pela renúncia ou morte do usufrutuário; 
II - pelo termo de sua duração; 
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III - pela extinção da pessoa jurídica, em favor de quem o usufruto foi constituído, ou, se ela perdurar, pelo 
decurso de trinta anos da data em que se começou a exercer; 
IV - pela cessação do motivo de que se origina; 
V - pela destruição da coisa, guardadas as disposições dos arts. 1.407, 1.408, 2ª parte, e 1.409; 
VI - pela consolidação; 
VII - por culpa do usufrutuário, quando aliena, deteriora, ou deixa arruinar os bens, não lhes acudindo com 
os reparos de conservação, ou quando, no usufruto de títulos de crédito, não dá às importâncias recebidas 
a aplicação prevista no parágrafo único do art. 1.395; 
VIII - Pelo não uso, ou não fruição, da coisa em que o usufruto recai (arts. 1.390 e 1.399). 
A alternativa C está correta, uma vez que a cessão do exercício do usufruto realizada pela AAT em favor da 
AAV é válida, se feita através de título gratuito ou oneroso, além disso, terá validade até o fim do prazo dado 
por Jorge para o fim do usufruto, independentemente de sua morte. 
Artigo 1.393. Não se pode transferir o usufruto por alienação; mas o seu exercício pode ceder-se por título 
gratuito ou oneroso. 
Artigo 1.410. O usufruto extingue-se, cancelando-se o registro no Cartório de Registro de Imóveis: 
I - pela renúncia ou morte do usufrutuário; 
II - pelo termo de sua duração; 
III - pela extinção da pessoa jurídica, em favor de quem o usufruto foi constituído, ou, se ela perdurar, pelo 
decurso de trinta anos da data em que se começou a exercer; 
IV - pela cessação do motivo de que se origina; 
V - pela destruição da coisa, guardadas as disposições dos arts. 1.407, 1.408, 2ª parte, e 1.409; 
VI - pela consolidação; 
VII - por culpa do usufrutuário, quando aliena, deteriora, ou deixa arruinar os bens, não lhes acudindo com 
os reparos de conservação, ou quando, no usufruto de títulos de crédito, não dá às importâncias recebidas 
a aplicação prevista no parágrafo único do art. 1.395; 
VIII - Pelo não uso, ou não fruição, da coisa em que o usufruto recai (arts. 1.390 e 1.399). 
A alternativa D está incorreta, pois o instituto do usufruto permite sim a cessão gratuita, tanto quanto a 
onerosa, de acordo com o Artigo 1393: 
Artigo 1.393. Não se pode transferir o usufruto por alienação; mas o seu exercício pode ceder-se por título 
gratuito ou oneroso. 
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A alternativa E está incorreta, já que a cessão do exercício através de título gratuito ou oneroso é válida, mas 
o período de tempo em que ela é feita é um reflexo do tempo que o nuproprietário estipulou para o usufruto, 
independentemente de sua morte, e nesse caso, poderia durar mais dez anos. 
Artigo 1.393. Não se pode transferir o usufruto por alienação; mas o seu exercício pode ceder-se por título 
gratuito ou oneroso. 
Artigo 1.410. O usufruto extingue-se, cancelando-se o registro no Cartório de Registro de Imóveis: 
I - pela renúncia ou morte do usufrutuário; 
II - pelo termo de sua duração; 
III - pela extinção da pessoa jurídica, em favor de quem o usufruto foi constituído, ou, se ela perdurar, pelo 
decurso de trinta anos da data em que se começou a exercer; 
IV - pela cessação do motivo de que se origina; 
V - pela destruição da coisa, guardadas as disposições dos arts. 1.407, 1.408, 2ª parte, e 1.409; 
VI - pela consolidação; 
VII - por culpa do usufrutuário, quando aliena, deteriora, ou deixa arruinar os bens, não lhes acudindo com 
os reparos de conservação, ou quando, no usufruto de títulos de crédito, não dá às importâncias recebidas 
a aplicação prevista no parágrafo único do art. 1.395; 
VIII - Pelo não uso, ou não fruição, da coisa em que o usufruto recai (arts. 1.390 e 1.399). 
42. (FGV / PREFEITURA DE NITERÓI-RJ – 2015) Valéria, proprietária de um apartamento situado na 
Praia de Icaraí, fez doação do referido imóvel para Fernanda, com reserva de usufruto vitalício para Caio. 
Após sete anos, em decorrência de um processo de execução ajuizado por força de inadimplência de 
Fernanda em contrato de empréstimo bancário, houve a penhora do direito de propriedade do imóvel em 
questão, e consequente alienação em hasta pública. É correto afirmar que o direito real de usufruto de 
Caio: 
a) se extinguiu, por se tratar de direito real acessório da propriedade; 
b) se extinguiu, pois não prevalece diante da alienação feita em hasta pública; 
c) se mantém, embora o imóvel fique suscetível de ação reivindicatória por parte do arrematante, o que 
exclui o direito de Caio de utilização do bem; 
d) permanece intangível, até o falecimento de Caio ou outra causa de extinção; 
e) permanece intangível, se a Caionão for garantido o direito de preferência na arrematação. 
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A alternativa A está incorreta, dado que o direito ao usufruto é inalienável, podendo ser extinguido apenas 
nas hipóteses fixadas no Artigo 1410 do Código Civil, e a penhora do imóvel não encontra-se nesse rol assim 
sendo, o direito ao uso do bem continua sendo de Caio enquanto este estiver vivo. 
Artigo 1.410. O usufruto extingue-se, cancelando-se o registro no Cartório de Registro de Imóveis: 
I - pela renúncia ou morte do usufrutuário; 
II - pelo termo de sua duração; 
III - pela extinção da pessoa jurídica, em favor de quem o usufruto foi constituído, ou, se ela perdurar, pelo 
decurso de trinta anos da data em que se começou a exercer; 
IV - pela cessação do motivo de que se origina; 
V - pela destruição da coisa, guardadas as disposições dos arts. 1.407, 1.408, 2ª parte, e 1.409; 
VI - pela consolidação; 
VII - por culpa do usufrutuário, quando aliena, deteriora, ou deixa arruinar os bens, não lhes acudindo com 
os reparos de conservação, ou quando, no usufruto de títulos de crédito, não dá às importâncias recebidas 
a aplicação prevista no parágrafo único do art. 1.395; 
VIII - Pelo não uso, ou não fruição, da coisa em que o usufruto recai (arts. 1.390 e 1.399). 
A alternativa B está incorreta, uma vez que o usufruto continua a valer mesmo em caso de hasta pública 
(sendo esta a alienação forçada de bens, que é realizada pelo Poder Público), pois o direito real do usufruto 
é assegurado pelo Código Civil, tendo as hipóteses de extinção sendo fixadas no Artigo 1410: 
Artigo 1.410. O usufruto extingue-se, cancelando-se o registro no Cartório de Registro de Imóveis: 
I - pela renúncia ou morte do usufrutuário; 
II - pelo termo de sua duração; 
III - pela extinção da pessoa jurídica, em favor de quem o usufruto foi constituído, ou, se ela perdurar, pelo 
decurso de trinta anos da data em que se começou a exercer; 
IV - pela cessação do motivo de que se origina; 
V - pela destruição da coisa, guardadas as disposições dos arts. 1.407, 1.408, 2ª parte, e 1.409; 
VI - pela consolidação; 
VII - por culpa do usufrutuário, quando aliena, deteriora, ou deixa arruinar os bens, não lhes acudindo com 
os reparos de conservação, ou quando, no usufruto de títulos de crédito, não dá às importâncias recebidas 
a aplicação prevista no parágrafo único do art. 1.395; 
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VIII - Pelo não uso, ou não fruição, da coisa em que o usufruto recai (arts. 1.390 e 1.399). 
A alternativa C está incorreta, pois o arrematante do bem não pode reivindicá-lo enquanto Caio estiver vivo, 
uma vez que o direito ao bem foi atribuído à ele vitaliciamente. O bem só poderia ser alienado de Caio diante 
de uma das hipóteses do Artigo 1410: 
Artigo 1.410. O usufruto extingue-se, cancelando-se o registro no Cartório de Registro de Imóveis: 
I - pela renúncia ou morte do usufrutuário; 
II - pelo termo de sua duração; 
III - pela extinção da pessoa jurídica, em favor de quem o usufruto foi constituído, ou, se ela perdurar, pelo 
decurso de trinta anos da data em que se começou a exercer; 
IV - pela cessação do motivo de que se origina; 
V - pela destruição da coisa, guardadas as disposições dos arts. 1.407, 1.408, 2ª parte, e 1.409; 
VI - pela consolidação; 
VII - por culpa do usufrutuário, quando aliena, deteriora, ou deixa arruinar os bens, não lhes acudindo com 
os reparos de conservação, ou quando, no usufruto de títulos de crédito, não dá às importâncias recebidas 
a aplicação prevista no parágrafo único do art. 1.395; 
VIII - Pelo não uso, ou não fruição, da coisa em que o usufruto recai (arts. 1.390 e 1.399). 
A alternativa D está correta, já que o usufruto do imóvel em favor de Caio permanece inatingível até a data 
da sua morte, ou caso ele o perca em alguma das outras hipóteses trazidas pelo Artigo 1410, não estando a 
hasta pública incluída entre elas. 
Artigo 1.410. O usufruto extingue-se, cancelando-se o registro no Cartório de Registro de Imóveis: 
I - pela renúncia ou morte do usufrutuário; 
II - pelo termo de sua duração; 
III - pela extinção da pessoa jurídica, em favor de quem o usufruto foi constituído, ou, se ela perdurar, pelo 
decurso de trinta anos da data em que se começou a exercer; 
IV - pela cessação do motivo de que se origina; 
V - pela destruição da coisa, guardadas as disposições dos arts. 1.407, 1.408, 2ª parte, e 1.409; 
VI - pela consolidação; 
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VII - por culpa do usufrutuário, quando aliena, deteriora, ou deixa arruinar os bens, não lhes acudindo com 
os reparos de conservação, ou quando, no usufruto de títulos de crédito, não dá às importâncias recebidas 
a aplicação prevista no parágrafo único do art. 1.395; 
VIII - Pelo não uso, ou não fruição, da coisa em que o usufruto recai (arts. 1.390 e 1.399). 
A alternativa E está incorreta, dado que a Caio não é dada a preferência na arrematação do imóvel pois seu 
direito de utilização sobre ele já está garantido, uma vez que a venda do imóvel em hasta pública não tira de 
Caio o direito vitalício ao usufruto, por não configurar nenhuma das hipóteses de extinção desse direito 
trazidas pelo Artigo 1410: 
Artigo 1.410. O usufruto extingue-se, cancelando-se o registro no Cartório de Registro de Imóveis: 
I - pela renúncia ou morte do usufrutuário; 
II - pelo termo de sua duração; 
III - pela extinção da pessoa jurídica, em favor de quem o usufruto foi constituído, ou, se ela perdurar, pelo 
decurso de trinta anos da data em que se começou a exercer; 
IV - pela cessação do motivo de que se origina; 
V - pela destruição da coisa, guardadas as disposições dos arts. 1.407, 1.408, 2ª parte, e 1.409; 
VI - pela consolidação; 
VII - por culpa do usufrutuário, quando aliena, deteriora, ou deixa arruinar os bens, não lhes acudindo com 
os reparos de conservação, ou quando, no usufruto de títulos de crédito, não dá às importâncias recebidas 
a aplicação prevista no parágrafo único do art. 1.395; 
VIII - Pelo não uso, ou não fruição, da coisa em que o usufruto recai (arts. 1.390 e 1.399). 
43. (FGV / TCM-SP – 2015) Manuel, proprietário de muitas fazendas de criação de gado, resolveu 
estabelecer, em favor de seu filho Joaquim, usufruto de 1000 (mil) cabeças de gado, sendo 500 
(quinhentas) de gado leiteiro e 500 (quinhentas) de gado de corte. Firmou-se no ato constitutivo que o 
direito real se estabelecia pelo prazo de 05 (cinco) anos. Decorrido o prazo estabelecido, chegada a hora 
da restituição das cabeças de gado a Manuel, Joaquim constata que possuía agora 300 (trezentas) cabeças 
de gado leiteiro e 850 (oitocentos e cinquenta) cabeças de gado de corte. Assim, procurou Manuel para 
restituir 300 (trezentas) cabeças de gado leiteiro e 500 (quinhentas) cabeças de gado de corte. Insatisfeito 
com a quantidade de gado que pretendia Joaquim lhe devolver, Manuel ajuíza uma ação judicial 
postulando ao juiz a condenação do réu Joaquim a lhe entregar 500 (quinhentas) cabeças de gado leiteiro 
e 850 (oitocentos e cinquenta) cabeças de gado de corte. Considerando os dados fornecidos pelo problema 
e as disposições do Código Civil sobre o tema, é correto afirmar que o pedido será julgado: 
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a) Procedente em parte, pois o réu tem o dever de entregar todas as cabeças de gado que tiver em seu poderno momento da extinção do usufruto, de modo que está obrigado a restituir as 300 (trezentas) cabeças de 
gado leiteiro e as 850 (oitocentas e cinquenta) cabeças de gado de corte; 
b) Procedente, devendo o réu restituir 500 (quinhentas) cabeças de gado leiteiro e 850 (oitocentas e 
cinquenta) cabeças de gado de corte, pois tem o nu-proprietário direito a receber de volta as cabeças de 
gado que entregou, acrescidas das crias que nasceram durante o exercício do direito real de usufruto; 
c) Procedente em parte, pois pode o réu compensar os animais perdidos (gado leiteiro) entregando ao autor 
1000 (mil) cabeças de gado, sendo 300 (trezentas) cabeças de gado leiteiro e 700 (setecentas) cabeças de 
gado de corte, guardando para si a diferença de 150 cabeças de gado, porque nascidas no curso do usufruto; 
d) Procedente em parte, pois o proprietário tem direito a receber de volta exatamente o que entregou, isto 
é, 500 (quinhentas) cabeças de gado leiteiro e 500 (quinhentas) cabeças de gado de corte, de modo que não 
tem direito às cabeças de gado nascidas no decurso do exercício do direito real; 
e) Procedente em parte, pois o réu tem o dever de restituir apenas as cabeças de gado leiteiro que tiver em 
seu poder, além das 500 (quinhentas) cabeças de gado de corte, acrescidas de metade do número de crias 
existentes ao tempo da extinção do usufruto. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta, uma vez que de acordo com o que o Código Civil estipula a respeito do 
usufruto, o réu tem que restituir, findo o usufruto, o equivalente em gênero, qualidade e quantidade, os 
bens consumíveis que estiveram em seu poder. 
Artigo. 1.392. Salvo disposição em contrário, o usufruto estende-se aos acessórios da coisa e seus acrescidos. 
§1° Se, entre os acessórios e os acrescidos, houver coisas consumíveis, terá o usufrutuário o dever de 
restituir, findo o usufruto, as que ainda houver e, das outras, o equivalente em gênero, qualidade e 
quantidade, ou, não sendo possível, o seu valor, estimado ao tempo da restituição. 
§2° Se há no prédio em que recai o usufruto florestas ou os recursos minerais a que se refere o art. 1.230, 
devem o dono e o usufrutuário prefixar-lhe a extensão do gozo e a maneira de exploração. 
§3° Se o usufruto recai sobre universalidade ou quota-parte de bens, o usufrutuário tem direito à parte do 
tesouro achado por outrem, e ao preço pago pelo vizinho do prédio usufruído, para obter meação em 
parede, cerca, muro, vala ou valado. 
A alternativa B está incorreta, dado que que o réu deve restituir apenas o que recebeu quando teve o 
usufruto, no mesmo gênero, qualidade e quantidade, mas as crias desses animais o pertencem, deduzidas 
as que bastem para restituir o número original. 
Artigo. 1.392. Salvo disposição em contrário, o usufruto estende-se aos acessórios da coisa e seus acrescidos. 
§1° Se, entre os acessórios e os acrescidos, houver coisas consumíveis, terá o usufrutuário o dever de 
restituir, findo o usufruto, as que ainda houver e, das outras, o equivalente em gênero, qualidade e 
quantidade, ou, não sendo possível, o seu valor, estimado ao tempo da restituição. 
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§2° Se há no prédio em que recai o usufruto florestas ou os recursos minerais a que se refere o art. 1.230, 
devem o dono e o usufrutuário prefixar-lhe a extensão do gozo e a maneira de exploração. 
§3° Se o usufruto recai sobre universalidade ou quota-parte de bens, o usufrutuário tem direito à parte do 
tesouro achado por outrem, e ao preço pago pelo vizinho do prédio usufruído, para obter meação em 
parede, cerca, muro, vala ou valado. 
Artigo 1397. As crias dos animais pertencem ao usufrutuário, deduzidas quantas bastem para inteirar as 
cabeças de gado existentes ao começar o usufruto. 
A alternativa C está incorreta, pois o réu deve entregar apenas quinhentas cabeças de gado leiteiro e 
quinhentas cabeças de gado de corte, o que corresponde ao que recebeu no começo do usufruto. Isso 
porque, de acordo com o Código Civil, o usufrutuário deve restituir em gênero, qualidade e quantidade ao 
que recebeu. 
Artigo. 1.392. Salvo disposição em contrário, o usufruto estende-se aos acessórios da coisa e seus acrescidos. 
§1° Se, entre os acessórios e os acrescidos, houver coisas consumíveis, terá o usufrutuário o dever de 
restituir, findo o usufruto, as que ainda houver e, das outras, o equivalente em gênero, qualidade e 
quantidade, ou, não sendo possível, o seu valor, estimado ao tempo da restituição. 
§2° Se há no prédio em que recai o usufruto florestas ou os recursos minerais a que se refere o art. 1.230, 
devem o dono e o usufrutuário prefixar-lhe a extensão do gozo e a maneira de exploração. 
§3° Se o usufruto recai sobre universalidade ou quota-parte de bens, o usufrutuário tem direito à parte do 
tesouro achado por outrem, e ao preço pago pelo vizinho do prédio usufruído, para obter meação em 
parede, cerca, muro, vala ou valado. 
A alternativa D está correta, visto que o proprietário tem direito de receber quinhentas cabeças de gado 
leiteiro e quinhentas cabeças de gado de corte, correspondendo em gênero, qualidade e quantidade ao que 
disponibilizou no início do usufruto, mas as crias desses animais pertencem ao usufrutuário, deduzidas 
apenas as que inteirem as cabeças de gado que haviam no começo. 
Artigo. 1.392. Salvo disposição em contrário, o usufruto estende-se aos acessórios da coisa e seus acrescidos. 
§1° Se, entre os acessórios e os acrescidos, houver coisas consumíveis, terá o usufrutuário o dever de 
restituir, findo o usufruto, as que ainda houver e, das outras, o equivalente em gênero, qualidade e 
quantidade, ou, não sendo possível, o seu valor, estimado ao tempo da restituição. 
§2° Se há no prédio em que recai o usufruto florestas ou os recursos minerais a que se refere o art. 1.230, 
devem o dono e o usufrutuário prefixar-lhe a extensão do gozo e a maneira de exploração. 
§3° Se o usufruto recai sobre universalidade ou quota-parte de bens, o usufrutuário tem direito à parte do 
tesouro achado por outrem, e ao preço pago pelo vizinho do prédio usufruído, para obter meação em 
parede, cerca, muro, vala ou valado. 
Artigo 1397. As crias dos animais pertencem ao usufrutuário, deduzidas quantas bastem para inteirar as 
cabeças de gado existentes ao começar o usufruto. 
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A alternativa E está incorreta, já que o usufrutuário tem que restituir ao proprietário apenas quinhentas 
cabeças de gado de corte, que correspondam em gênero, quantidade e qualidade ao que recebeu no início 
do usufruto, sendo as crias restantes de sua propriedade, e deve também devolver quinhentas cabeças de 
gado leiteiro, assim como recebeu. 
Artigo. 1.392. Salvo disposição em contrário, o usufruto estende-se aos acessórios da coisa e seus acrescidos. 
§1° Se, entre os acessórios e os acrescidos, houver coisas consumíveis, terá o usufrutuário o dever de 
restituir, findo o usufruto, as que ainda houver e, das outras, o equivalente em gênero, qualidade e 
quantidade, ou, não sendo possível, o seu valor, estimado ao tempo da restituição. 
§2° Se há no prédio em que recai o usufruto florestas ou os recursos minerais a que se refere o art. 1.230, 
devem o dono e o usufrutuário prefixar-lhe a extensão do gozo e a maneira de exploração. 
§3° Se o usufruto recai sobre universalidade ou quota-parte de bens, o usufrutuário tem direito à parte do 
tesouro achado por outrem, e ao preço pago pelo vizinho do prédio usufruído, para obter meação em 
parede, cerca, muro, vala ou valado. 
Artigo 1397. As crias dos animais pertencem ao usufrutuário, deduzidas quantas bastem para inteirar as 
cabeças de gado existentes ao começar o usufruto.44. (FGV / TJ-BA – 2015) Armando constituiu formalmente o direito real de usufruto de um 
apartamento em favor de sua filha Fenícia para garantir-lhe moradia próxima à sua residência. Acontece 
que Fenícia, pretendendo residir em outro bairro, locou o imóvel em usufruto para utilizar o valor recebido 
a título de locação para pagar o aluguel do outro imóvel que pretendia alugar para morar. É correto afirmar 
que a locação em questão é: 
a) Perfeitamente válida, já que é direito do usufrutuário fruir da coisa, percebendo os frutos; 
b) Perfeitamente válida, já que o usufrutuário passa a ser o proprietário do bem em usufruto; 
c) Perfeitamente válida, já que o usufrutuário tem, inclusive, o direito de dispor da coisa em usufruto; 
d) Juridicamente nula, já que o usufrutuário não pode dispor do bem em usufruto; 
e) Anulável, dispondo o interessado do prazo decadencial de seis meses para pleitear a anulação. 
Comentários 
A alternativa A está correta, pois o usufrutuário pode usufruir do bem a que recebeu o direito, e embora 
este seja personalíssimo e intransferível, o seu exercício pode ser cedido por meio de um título gratuito ou 
oneroso, como disposto no Artigo 1393: 
Artigo 1.393. Não se pode transferir o usufruto por alienação; mas o seu exercício pode ceder-se por título 
gratuito ou oneroso. 
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A alternativa B está incorreta, uma vez que o usufrutuário não se torna o proprietário do bem a que recebe 
o direito, e é um direito personalíssimo e intransferível, o que pode acontecer é a cessão do exercício através 
de título gratuito ou oneroso. 
Artigo 1.393. Não se pode transferir o usufruto por alienação; mas o seu exercício pode ceder-se por título 
gratuito ou oneroso. 
A alternativa C está incorreta, dado que o usufrutuário não tem o poder de dispor da coisa em usufruto, 
apenas ceder o exercício através de título gratuito ou oneroso, mas o direito ao usufruto é intransferível e 
personalíssimo. 
Artigo 1.393. Não se pode transferir o usufruto por alienação; mas o seu exercício pode ceder-se por título 
gratuito ou oneroso. 
A alternativa D está incorreta, pois o usufrutuário pode dispor do bem em usufruto desde que seja em uma 
cessão gratuita ou onerosa apenas do seu exercício, mas não de sua titularidade, que é personalíssima e não 
pode ser transferida. 
Artigo 1.393. Não se pode transferir o usufruto por alienação; mas o seu exercício pode ceder-se por título 
gratuito ou oneroso. 
A alternativa E está incorreta, visto que o usufruto só pode ser anulado de acordo com as condições dispostas 
no Artigo 1410, e o prazo decadencial do usufruto é determinado pelo próprio proprietário do bem, podendo 
ser vitalício, ademais, o exercício do bem pode ser cedido através de título gratuito ou oneroso. 
Artigo 1.393. Não se pode transferir o usufruto por alienação; mas o seu exercício pode ceder-se por título 
gratuito ou oneroso. 
Artigo 1.410. O usufruto extingue-se, cancelando-se o registro no Cartório de Registro de Imóveis: 
I - pela renúncia ou morte do usufrutuário; 
II - pelo termo de sua duração; 
III - pela extinção da pessoa jurídica, em favor de quem o usufruto foi constituído, ou, se ela perdurar, pelo 
decurso de trinta anos da data em que se começou a exercer; 
IV - pela cessação do motivo de que se origina; 
V - pela destruição da coisa, guardadas as disposições dos arts. 1.407, 1.408, 2ª parte, e 1.409; 
VI - pela consolidação; 
VII - por culpa do usufrutuário, quando aliena, deteriora, ou deixa arruinar os bens, não lhes acudindo com 
os reparos de conservação, ou quando, no usufruto de títulos de crédito, não dá às importâncias recebidas 
a aplicação prevista no parágrafo único do art. 1.395; 
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45. (FGV / PREFEITURA DE NITERÓI-RJ – 2014) Em decorrência de disposição testamentária, um 
pequeno sítio de cinco hectares, com duas casas e outras benfeitorias, foi transmitido para Maria, ficando 
em usufruto vitalício para Eduardo. Acontece que o referido imóvel, por desídia de Eduardo, foi invadido 
por Sérgio e Ana, os quais, por terem permanecido residindo no bem por longo período, lograram obter 
sentença favorável em ação de usucapião cujo processo teve Maria e Eduardo no polo passivo da relação 
processual. 
Diante do caso em questão, por se tratar a usucapião: 
a) de um modo derivado de aquisição da propriedade, Sérgio e Ana passaram a ter a nua propriedade do 
imóvel, permanecendo Eduardo como usufrutuário, não restando qualquer direito para Maria; 
b) de um modo derivado de aquisição da propriedade, Sérgio e Ana passaram a ter a propriedade plena do 
imóvel, extinguindo-se o usufruto de Eduardo e restando para Maria direito indenizatório em relação a este; 
c) de um modo derivado de aquisição da propriedade, Sérgio e Ana passaram a ter a nua propriedade do 
imóvel, permanecendo Maria como usufrutuária, não restando qualquer direito para Eduardo; 
d) de um modo originário de aquisição da propriedade, Sérgio e Ana passaram a ter a propriedade plena do 
imóvel, extinguindo-se o usufruto de Eduardo, restando para Maria direito indenizatório em relação a este; 
e) de um modo originário de aquisição da propriedade, Sérgio e Ana passaram a ter a nua propriedade do 
imóvel, permanecendo Eduardo como usufrutuário, não restando qualquer direito para Maria. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta pois o usucapião é um modo originário de aquisição da propriedade, como 
pode-se ver no enunciado 8 da edição 133 do Jurisprudência em Teses, do STJ. Ademais, Eduardo também 
perde o direito à mesma, uma vez que não a utilizou, como expresso no Artigo 1410 que trata da extinção 
do usufruto. Mesmo através de usufruto, decorridos os prazos necessários para validação do usucapião, este 
se torna possível. 
Art. 1.410. O usufruto extingue-se, cancelando-se o registro no Cartório de Registro de Imóveis: 
I - pela renúncia ou morte do usufrutuário; 
II - pelo termo de sua duração; 
III - pela extinção da pessoa jurídica, em favor de quem o usufruto foi constituído, ou, se ela perdurar, pelo 
decurso de trinta anos da data em que se começou a exercer; 
IV - pela cessação do motivo de que se origina; 
V - pela destruição da coisa, guardadas as disposições dos arts. 1.407, 1.408, 2ª parte, e 1.409; 
VI - pela consolidação; 
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VII - por culpa do usufrutuário, quando aliena, deteriora, ou deixa arruinar os bens, não lhes acudindo com 
os reparos de conservação, ou quando, no usufruto de títulos de crédito, não dá às importâncias recebidas 
a aplicação prevista no parágrafo único do art. 1.395; 
VIII - Pelo não uso, ou não fruição, da coisa em que o usufruto recai (arts. 1.390 e 1.399). 
Jurisprudência em Teses n° 133, Enunciado 8: “A usucapião é forma de aquisição originária da propriedade, 
de modo que não permanecem os ônus reais que gravavam o imóvel antes da sua declaração.” 
A alternativa B está incorreta, visto que o usucapião não é uma maneira derivada e sim originária de 
aquisição, como estipulado pela Jurisprudência trazida na edição de número 133 do Jurisprudência em Teses, 
do STJ, da seguinte maneira: 
Jurisprudência em Teses n° 133, Enunciado 8: “A usucapião é forma de aquisição originária da propriedade, 
de modo que não permanecem os ônus reais que gravavam o imóvel antes da sua declaração.” 
A alternativa C está incorreta, uma vez que o usucapião é uma maneira origináriade aquisição de um imóvel, 
de acordo com a edição 133, enunciado 8 da Jurisprudência em Teses, feita pelo STJ, além disso, o usufruto 
está sujeito ao usucapião, se este se configurar de maneira legal respeitando os prazos trazidos pelos artigos 
referentes a este assunto no Código Civil. 
Jurisprudência em Teses n° 133, Enunciado 8: “A usucapião é forma de aquisição originária da propriedade, 
de modo que não permanecem os ônus reais que gravavam o imóvel antes da sua declaração.” 
A alternativa D está correta, dado que o usucapião é uma maneira originária de aquisição, de modo que os 
ônus reais que gravaram o imóvel antes de sua aquisição não permanecem, e que, ao não utilizar o 
usucapião, Eduardo perdeu o direito ao mesmo, de acordo com as hipóteses previstas no Artigo 1410, 
restando à Maria o direito a indenização pelo imóvel que perdeu por causa do descumprimento dos termos 
do usufruto por parte de Eduardo. 
Art. 1.410. O usufruto extingue-se, cancelando-se o registro no Cartório de Registro de Imóveis: 
I - pela renúncia ou morte do usufrutuário; 
II - pelo termo de sua duração; 
III - pela extinção da pessoa jurídica, em favor de quem o usufruto foi constituído, ou, se ela perdurar, pelo 
decurso de trinta anos da data em que se começou a exercer; 
IV - pela cessação do motivo de que se origina; 
V - pela destruição da coisa, guardadas as disposições dos arts. 1.407, 1.408, 2ª parte, e 1.409; 
VI - pela consolidação; 
VII - por culpa do usufrutuário, quando aliena, deteriora, ou deixa arruinar os bens, não lhes acudindo com 
os reparos de conservação, ou quando, no usufruto de títulos de crédito, não dá às importâncias recebidas 
a aplicação prevista no parágrafo único do art. 1.395. 
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VIII - Pelo não uso, ou não fruição, da coisa em que o usufruto recai (arts. 1.390 e 1.399). 
Jurisprudência em Teses n° 133, Enunciado 8: “A usucapião é forma de aquisição originária da propriedade, 
de modo que não permanecem os ônus reais que gravavam o imóvel antes da sua declaração.” 
A alternativa E está incorreta, pois, embora traga a definição de usucapião como meio originário de 
aquisição, está imprecisa ao afirmar que Maria não tem nenhum direito à indenização, pois Eduardo, que 
era o responsável pelo usufruto, tinha o dever de manutenção do mesmo, e portanto, deve ressarcir Maria 
pelo não cumprimento dos termos do mesmo. 
Jurisprudência em Teses n° 133, Enunciado 8: “A usucapião é forma de aquisição originária da propriedade, 
de modo que não permanecem os ônus reais que gravavam o imóvel antes da sua declaração.” 
46. (FGV / AL-RO – 2018) Assinale a afirmativa correta. 
a) Para que seja válido e eficaz, o compromisso de compra e venda de bem imóvel deverá revestir a forma 
pública. 
b) A lei brasileira proíbe a realização de promessa de doação, padecendo de nulidade de pleno direito a 
realização de tal ato. 
c) O companheiro participará da sucessão do outro quanto aos bens adquiridos onerosamente na união 
estável e se concorrer com filhos comuns, terá direito a uma quota equivalente à que por lei for atribuída ao 
filho. 
d) Pelo regime da comunhão parcial de bens, comunicam-se os proventos do trabalho pessoal do cônjuge. 
e) No usufruto simultâneo contemplando duas pessoas conjuntamente e decorrente de testamento, 
falecendo um dos co-legatários, a parte do que faltar, em regra, acrescerá ao sobrevivente. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta, pois mesmo que de acordo com o expresso no Artigo 108 do Código Civil, que 
dispõe sobre a obrigatoriedade da escritura pública, dizendo que esta é essencial à validade dos negócios 
jurídicos para qualquer tipo de transação que envolva um imóvel de valor superior a trinta salários mínimos, 
os contratos preliminares também tem validade e eficácia, devem conter todos os requisitos essenciais do 
contrato a ser celebrado posteriormente, e esse pode ser celebrado de forma particular, como disposto no 
Artigo 462. 
Artigo 108. Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos negócios jurídicos 
que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor 
superior a 30 (trinta) vezes o maior salário mínimo vigente no País. 
Artigo 462. O contrato preliminar, exceto quanto à forma, deve conter todos os requisitos essenciais ao 
contrato a ser celebrado. 
Ademais, o Artigo 463 traz a validade que um contrato preliminar que pode ser realizado de maneira 
particular possui: 
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Artigo 463. Concluído o contrato preliminar, com observância do disposto no artigo antecedente, e desde 
que dele não conste cláusula de arrependimento, qualquer das partes terá o direito de exigir a celebração 
do definitivo, assinando prazo à outra para que o efetive. 
A alternativa B está incorreta, dado que não existe na legislação vigente artigo que verse sobre a promessa 
de doação, portanto a prática da mesma não é proibida, e assim sendo, sua existência não seria anulada. 
Trata-se, no entanto, de um tema que gera bastante divisão na doutrina, uma vez que alguns acreditam que 
por se tratar de uma doação, não poderia haver a promessa de uma posterior entrega da mesma, pois isso 
faria se perder o intuito de uma doação, enquanto outros defendem que a promessa de doação deve existir 
e ser respeitada, por ser um mecanismo para assegurar um direito sobre o qual foi criada uma certa 
expectativa. Nesses casos, o que rege as relações é a chamada boa-fé jurídica, devendo haver honestidade 
entre as partes. Vale ressaltar que a doação é caracterizada da seguinte maneira: 
Artigo 538. Considera-se doação o contrato em que uma pessoa, por liberdade, transfere do seu patrimônio 
bens ou vantagens para o de outra. 
A alternativa C está incorreta, uma vez que embora o enunciado da questão corresponda exatamente ao 
que consta no Artigo 1790, este foi considerado inconstitucional pelo STF, por não tratar o companheiro em 
uma união estável como cônjuge. Deve-se aplicar o disposto nos Artigos 1828 e 1832 também para os 
companheiros sem a existência de um casamento. 
Artigo 1790. A companheira ou o companheiro participará da sucessão do outro, quanto aos bens adquiridos 
onerosamente na vigência da união estável, nas condições seguintes: (Vide Recurso Extraordinário nº 
646.721) (Vide Recurso Extraordinário nº 878.694) 
I - se concorrer com filhos comuns, terá direito a uma quota equivalente à que por lei for atribuída ao filho; 
II - se concorrer com descendentes só do autor da herança, tocar-lhe-á a metade do que couber a cada um 
daqueles; 
III - se concorrer com outros parentes sucessíveis, terá direito a um terço da herança; 
IV - não havendo parentes sucessíveis, terá direito à totalidade da herança. 
Artigo 1829. A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte: 
I - aos descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente, salvo se casado este com o falecido no 
regime da comunhão universal, ou no da separação obrigatória de bens (art. 1.640, parágrafo único); ou se, 
no regime da comunhão parcial, o autor da herança não houver deixado bens particulares; 
II - aos ascendentes, em concorrência com o cônjuge; 
III - ao cônjuge sobrevivente; 
IV - aos colaterais. 
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Artigo 1832. Em concorrência com os descendentes (art. 1.829, inciso I) caberá ao cônjuge quinhão igual ao 
dos que sucederem por cabeça, não podendo a sua quota ser inferior à quarta parte da herança, se for 
ascendente dos herdeiroscom que concorrer. 
ENUNCIADO 641 – Art. 1.790: A decisão do Supremo Tribunal Federal que declarou a inconstitucionalidade 
do art. 1.790 do Código Civil não importa equiparação absoluta entre o casamento e a união estável. 
Estendem‐se à união estável apenas as regras aplicáveis ao casamento que tenham por fundamento a 
solidariedade familiar. Por outro lado, é constitucional a distinção entre os regimes, quando baseada na 
solenidade do ato jurídico que funda o casamento, ausente na união estável. 
A alternativa D está incorreta, porque embora no matrimônio realizado na comunhão parcial a regra seja a 
divisão dos bens que sobrevierem de forma onerosa na constância do casamento, existem algumas exceções 
a isso impostas pelo Código Civil, da seguinte maneira: 
Artigo 1658. No regime de comunhão parcial, comunicam-se os bens que sobrevierem ao casal, na constância 
do casamento, com as exceções dos artigos seguintes. 
Artigo 1659. Excluem-se da comunhão: 
I - os bens que cada cônjuge possuir ao casar, e os que lhe sobrevierem, na constância do casamento, por 
doação ou sucessão, e os sub-rogados em seu lugar; 
II - os bens adquiridos com valores exclusivamente pertencentes a um dos cônjuges em sub-rogação dos 
bens particulares; 
III - as obrigações anteriores ao casamento; 
IV - as obrigações provenientes de atos ilícitos, salvo reversão em proveito do casal; 
V - os bens de uso pessoal, os livros e instrumentos de profissão; 
VI - os proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge; 
VII - as pensões, meios-soldos, montepios e outras rendas semelhantes. 
A alternativa E está correta, já que corresponde ao disposto no Artigo 1.946, que trata do direito de acrescer 
entre herdeiros e legatários. Diz o Código Civil: 
Art. 1.946. Legado um só usufruto conjuntamente a duas ou mais pessoas, a parte da que faltar acresce aos 
co-legatários. 
Parágrafo único. Se não houver conjunção entre os co-legatários, ou se, apesar de conjuntos, só lhes foi 
legada certa parte do usufruto, consolidar-se-ão na propriedade as quotas dos que faltarem, à medida que 
eles forem faltando. 
Ou seja, na falta de um dos legados, a parte que correspondia a este se agrega na parte dos outros. 
Uso (1.412 a 1. 413) 
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Habitação (1.414 a 1.416) 
47. (FGV / TCM-SP – 2015) Carlos instituiu em favor de Teresa, Helena e Paula direito real de habitação 
sobre uma casa. Helena, antes de completar um ano de exercício, firma acordo escrito com Vera, 
registrado no cartório de títulos e documentos, cedendo onerosamente o exercício de seu direito real de 
habitação a ela e a seus sucessores. Logo em seguida, Teresa empresta uma parte da casa para que ali 
resida temporariamente uma pessoa de sua confiança. Considerando as disposições contidas no Código 
Civil sobre a matéria, Carlos: 
a) não poderia ter constituído direito real de habitação a mais de um beneficiário, posto que não se admite 
o co-exercício no direito real de habitação; 
b) não pode se opor à cessão do exercício do direito real de habitação, ante a sua natureza intuito personae; 
c) pode se opor à cessão do exercício do direito real de habitação, pois, sendo o direito real de habitação 
personalíssimo, é inválida a cessão onerosa ou gratuita de seu exercício; 
d) pode se opor à cessão feita por Helena, pois, sendo o direito real de habitação intuito personae, somente 
se admite a cessão gratuita de seu exercício; 
e) pode se opor à cessão do exercício do direito real de habitação, porquanto a validade da referida cessão 
está condicionada à autorização de todos os titulares do direito real de habitação. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta, dado que o direito real de habitação pode sim ser conferido a mais de uma 
pessoa, sendo que qualquer um que tiver o direito de habita-la não terá que pagar aluguel às outras partes, 
porém não pode impedir que o direito seja exercido pelos outros beneficiários que também quiser habitá-
la. 
Art. 1.415. Se o direito real de habitação for conferido a mais de uma pessoa, qualquer delas que sozinha 
habite a casa não terá de pagar aluguel à outra, ou às outras, mas não as pode inibir de exercerem, querendo, 
o direito, que também lhes compete, de habitá-la. 
A alternativa B está incorreta pois Carlos pode se opor à cessão do exercício do direito real de uso, uma vez 
que este é personalíssimo, não podendo o titular beneficiado alugar ou emprestar o imóvel, e sim apenas 
ocupa-lo com a sua família, como expresso no Artigo 1414: 
Artigo 1414. Quando o uso consistir no direito de habitar gratuitamente casa alheia, o titular desse direito 
não a pode alugar, nem emprestar, mas simplesmente ocupa-la com a sua família. 
A alternativa C está correta, uma vez que corresponde exatamente ao que está expresso no Artigo 1414 do 
Código Civil, alegando que o direito real de uso é personalíssimo e só pode ser exercido para a ocupação com 
a família, sem direito de alugar ou emprestar o bem. 
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Artigo 1414. Quando o uso consistir no direito de habitar gratuitamente casa alheia, o titular desse direito 
não a pode alugar, nem emprestar, mas simplesmente ocupa-la com a sua família. 
A alternativa D está incorreta, visto que Carlos pode sim se opor às cessões realizadas no direito real sobre 
o imóvel, pois tanto Helena quanto Teresa realizaram ações ilegais, que são contrárias ao previsto no Código 
Civil. O direito real de uso não admite nem cessão gratuita de seu exercício. 
Artigo 1414. Quando o uso consistir no direito de habitar gratuitamente casa alheia, o titular desse direito 
não a pode alugar, nem emprestar, mas simplesmente ocupá-la com a sua família. 
A alternativa E está incorreta, uma vez que as referidas cessões não dependem da autorização dos outros 
titulares, por se tratar de um direito personalíssimo, que não pode ser transferido gratuita ou onerosamente, 
podendo ser utilizado apenas pelos titulares do direito e suas famílias. 
Artigo 1414. Quando o uso consistir no direito de habitar gratuitamente casa alheia, o titular desse direito 
não a pode alugar, nem emprestar, mas simplesmente ocupá-la com a sua família. 
Art. 1.415. Se o direito real de habitação for conferido a mais de uma pessoa, qualquer delas que sozinha 
habite a casa não terá de pagar aluguel à outra, ou às outras, mas não as pode inibir de exercerem, querendo, 
o direito, que também lhes compete, de habitá-la. 
48. (FGV / TCM-SP – 2015) Carlos instituiu em favor de Teresa, Helena e Paula direito real de habitação 
sobre uma casa. Helena, antes de completar um ano de exercício, firma acordo escrito com Vera, 
registrado no cartório de títulos e documentos, cedendo onerosamente o exercício de seu direito real de 
habitação a ela e a seus sucessores. Logo em seguida, Teresa empresta uma parte da casa para que ali 
resida temporariamente uma pessoa de sua confiança. Considerando as disposições contidas no Código 
Civil sobre a matéria, Carlos: 
a) não poderia ter constituído direito real de habitação a mais de um beneficiário, posto que não se admite 
o co-exercício no direito real de habitação; 
b) não pode se opor à cessão do exercício do direito real de habitação, ante a sua natureza intuito personae; 
c) pode se opor à cessão do exercício do direito real de habitação, pois, sendo o direito real de habitação 
personalíssimo, é inválida a cessão onerosa ou gratuita de seu exercício; 
d) pode se opor à cessão feita por Helena, pois, sendo o direito real de habitação intuito personae, somente 
se admite a cessão gratuita de seu exercício; 
e) pode se opor à cessão do exercício do direito real de habitação, porquanto a validade da referidacessão 
está condicionada à autorização de todos os titulares do direito real de habitação. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta, dado que o direito real de habitação pode sim ser conferido a mais de uma 
pessoa, sendo que qualquer um que tiver o direito de habita-la não terá que pagar aluguel às outras partes, 
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porém não pode impedir que o direito seja exercido pelos outros beneficiários que também quiser habitá-
la. 
Art. 1.415. Se o direito real de habitação for conferido a mais de uma pessoa, qualquer delas que sozinha 
habite a casa não terá de pagar aluguel à outra, ou às outras, mas não as pode inibir de exercerem, querendo, 
o direito, que também lhes compete, de habitá-la. 
A alternativa B está incorreta pois Carlos pode se opor à cessão do exercício do direito real de uso, uma vez 
que este é personalíssimo, não podendo o titular beneficiado alugar ou emprestar o imóvel, e sim apenas 
ocupá-lo com a sua família, como expresso no Artigo 1414: 
Artigo 1414. Quando o uso consistir no direito de habitar gratuitamente casa alheia, o titular desse direito 
não a pode alugar, nem emprestar, mas simplesmente ocupa-la com a sua família. 
A alternativa C está correta, uma vez que corresponde exatamente ao que está expresso no Artigo 1414 do 
Código Civil, alegando que o direito real de uso é personalíssimo e só pode ser exercido para a ocupação com 
a família, sem direito de alugar ou emprestar o bem. 
Artigo 1414. Quando o uso consistir no direito de habitar gratuitamente casa alheia, o titular desse direito 
não a pode alugar, nem emprestar, mas simplesmente ocupa-la com a sua família. 
A alternativa D está incorreta, visto que Carlos pode sim se opor às cessões realizadas no direito real sobre 
o imóvel, pois tanto Helena quanto Teresa realizaram ações ilegais, que são contrárias ao previsto no Código 
Civil. O direito real de uso não admite nem cessão gratuita de seu exercício. 
Artigo 1414. Quando o uso consistir no direito de habitar gratuitamente casa alheia, o titular desse direito 
não a pode alugar, nem emprestar, mas simplesmente ocupa-la com a sua família. 
A alternativa E está incorreta, uma vez que as referidas cessões não dependem da autorização dos outros 
titulares, por se tratar de um direito personalíssimo, que não pode ser transferido gratuita ou onerosamente, 
podendo ser utilizado apenas pelos titulares do direito e suas famílias. 
Artigo 1414. Quando o uso consistir no direito de habitar gratuitamente casa alheia, o titular desse direito 
não a pode alugar, nem emprestar, mas simplesmente ocupa-la com a sua família. 
Art. 1.415. Se o direito real de habitação for conferido a mais de uma pessoa, qualquer delas que sozinha 
habite a casa não terá de pagar aluguel à outra, ou às outras, mas não as pode inibir de exercerem, querendo, 
o direito, que também lhes compete, de habitá-la. 
LISTA DE QUESTÕES 
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Direitos reais (1.369 a 1510 - E) 
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1. (FCC / PREFEITURA DE TERESINA-PI – 2016) No direito das coisas, conforme estabelece a legislação 
vigente, 
a) A servidão de passagem é instituto do direito de vizinhança e pode ser imposta, mediante indenização, 
em caso de imóvel encravado. 
b) Em um contrato de locação, somente o locatário exerce a posse do bem, enquanto o locador exerce a 
propriedade. 
c) Ao fâmulo da posse é assegurada a defesa da posse por meio da autotutela ou de interditos possessórios. 
d) O possuidor de má-fé tem o direito de invocar jurisdicionalmente a tutela possessória contra terceiros. 
e) A qualificação de posse como ad usucapionem pressupõe a prova da boa-fé. 
 
2. (FCC / DPE-SP – 2015) Considere os enunciados a seguir: 
I. O usufruto deducto possui natureza jurídica de direito real de fruição de caráter temporário, de origem 
voluntária, e, se incidente sobre bem imóvel, torna-se eficaz com o registro do título no cartório de registro 
de imóveis, retroagindo seus efeitos à data da prenotação. 
II. O usufruto pode ser instituído por testamento ou por ato inter vivos, já o fideicomisso é constituído 
apenas por meio de testamento. Aproximam-se os institutos visto que em ambos preserva-se o direito 
sobre o bem a dois titulares. No entanto, uma das diferenças entre eles é que, no usufruto, se morrer antes 
o nu-proprietário, seus herdeiros herdarão apenas a nua-propriedade, permanecendo o usufrutuário com 
seus direitos reais limitados; já no fideicomisso, falecendo o fideicomissário, salvo disposição a respeito, 
seus herdeiros não lhe herdam o direito e o fiduciário torna-se pleno proprietário. 
III. O direito real de habitação previsto nas normas que tratam da sucessão legítima, diferentemente do 
usufruto, decorre da lei e independe de registro, sendo atribuível apenas ao cônjuge supérstite casado no 
regime da comunhão parcial de bens e incidindo, por analogia, na união estável. 
IV. Constituído o usufruto por ato inter vivos em favor de duas pessoas casadas, no caso de morte de uma 
delas, subsistirá na totalidade o usufruto para o cônjuge sobrevivo, por força de lei; é o chamado “direito 
de acrescer". 
V. A locação, diferentemente do usufruto, é um direito de natureza obrigacional, o que explica a 
possibilidade de um adquirente de imóvel locado exercer o direito de denúncia da locação no prazo 
decadencial de 90 (noventa) dias a contar da aquisição da propriedade (em casos de locação por tempo 
indeterminado e inexistente cláusula de vigência averbada junto à matrícula do imóvel). Já no caso de 
alienação da nua-propriedade, a situação do usufrutuário permanecerá inalterada, em face da 
oponibilidade do direito real. 
Está correto o que se afirma APENAS em 
a) I, II e V. 
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b) III, IV e V. 
c) I, III e V. 
d) I, III e IV. 
e) I, II e IV. 
 
3. (FCC / PREFEITURA DE RECIFE - PE – 2015) Analise as proposições abaixo. 
I. O direito de superfície é transmissível a terceiros, não podendo o concedente, porém, estipular 
pagamento pela transferência. 
II. Uma vez registrada, a servidão apenas se extingue, com respeito a terceiros, quando cancelada, salvo 
em caso de desapropriação. 
III. O titular de direito real de habitação não pode alugar nem emprestar o imóvel, mas simplesmente 
ocupá-lo com sua família. 
Está correto o que se afirma em 
a) I, apenas. 
b) I, II e III. 
c) I e II, apenas. 
d) II e III, apenas. 
e) I e III, apenas. 
Superfície (1.369 a 1.377) 
4. (FCC / PREFEITURA DE CARUARU-PE – 2018) O direito de superfície 
I. é direito pessoal sobre coisa alheia, porém oponível erga omnes. 
II. deve ser constituído mediante escritura pública, devidamente registrada no Cartório de Registro de 
Imóveis. 
III. não autoriza obra no subsolo, salvo se for inerente ao objeto da concessão. 
IV. sua concessão será necessariamente onerosa, podendo as partes estipular o pagamento de uma só vez 
ou parceladamente. 
V. pode transferir-se a terceiro e, por morte do superficiário, aos seus herdeiros. 
Está correto o que se afirma APENAS em 
a) II, III e V. 
b) I, II, IV e V. 
c) III, IV e V. 
d) I, II e V. 
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e) I, III e IV. 
5. FCC / PGE-TO – 2018) O proprietário de um imóvel onde foi edificado um galpão comercial de 
grandes dimensões precisa otimizar as receitas decorrentes da exploração desse bem. Uma das 
alternativasque lhe foram apresentadas foi a construção de um espaço para a realização de feiras e 
eventos, atraindo, assim, mais interessados em utilizar também o galpão comercial. Considerando que não 
há área livre de terreno suficiente para a edificação do espaço pretendido, o proprietário 
a) poderá transferir o direito de construir de seu terreno para que o adquirente o exerça em outro imóvel, 
considerando a impossibilidade de aproveitamento do imóvel para a finalidade pretendida. 
b) poderá edificar a construção no espaço aéreo do galpão comercial, desde que tecnicamente possível e 
que seja o responsável direto pela exploração, vedada a cessão a terceiros. 
c) poderá conceder onerosamente o direito de superfície de seu imóvel, sendo permitido ao superficiário 
construir e explorar o espaço de eventos no espaço aéreo do galpão, revertendo ao dono do terreno as 
acessões e benfeitorias ao fim do contrato. 
d) deverá providenciar projeto de reforma do galpão comercial, para fins de ampliar a dimensão de área 
construída e então viabilizar a destinação das acessões para o segmento de feiras e eventos. 
e) deverá outorgar a terceiros o direito de construir em seu terreno, de forma que não seja responsável pelos 
investimentos necessários para implantação do projeto, remanescendo com o direito de retomar o domínio 
pleno do imóvel quando da extinção do contrato. 
Servidões (1.378 a 1.389) 
6. (FCC - SANASA Campinas - Analista Administrativo - Serviços Jurídicos- 2019) NÃO são hipóteses de 
extinção da servidão: 
a) perecimento do prédio dominante ou serviente. 
b) abandono especificado e renúncia pelo dono do prédio dominante. 
c) confusão. 
d) pela longa inércia do titular do prédio serviente (desuso por prazo indeterminado) e sem necessidade de 
intervenção judicial. 
e) pelo cancelamento, salvo nas desapropriações, desde que registrada. 
7. (FCC / TJ-PI – 2015) A servidão 
a) Proporciona utilidade para o prédio dominante e grava o prédio serviente, que pertence ao mesmo dono 
ou a diverso dono, constituindo-se por negócio jurídico inter vivos ou causa mortis, com subsequente registro 
no Cartório de Registro de Imóveis. 
b) Proporciona utilidade para o prédio dominante, e grava o prédio serviente, que pertence a diverso dono, 
constituindo-se mediante declaração expressa dos proprietários, ou por testamento, e subsequente registro 
no Cartório de Registro de Imóveis. 
c) Proporciona utilidade, mas não grava o prédio serviente, que pertence a diverso dono, constituindo-se 
mediante declaração expressa dos proprietários e subsequente registro no Cartório de Registro de Imóveis. 
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d) Proporciona utilidade para o prédio serviente e grava o prédio dominante, que pertença a diverso dono, 
constituindo-se mediante declaração expressa dos proprietários e subsequente registro no Cartório de 
Registro de Imóveis. 
e) Só pode adquirir-se mediante negócio jurídico inter vivos e subsequente registro no Cartório de Registro 
de Imóveis, não sendo em nenhuma hipótese passível de usucapião. 
Usufruto (1.390 a 1.411) 
8. (FCC / DPE-AP – 2018) Paulo doou o imóvel em que reside a Fábio, seu filho mais novo, reservando 
para si o direito de usufruto. No ato de doação, não foi colhido consentimento de Rafael, o filho mais 
velho. Posteriormente, Fábio veio a se desentender com a nova companheira de seu pai, Valquíria, ocasião 
em que a ofendeu. Todos os envolvidos são maiores e capazes. Diante desta situação, 
a) embora Fábio seja o proprietário do imóvel, é Paulo quem pode alugar a casa e, caso o faça, não precisará 
repassar os valores ou prestar contas a Fábio. 
b) Rafael tem direito à anulação da doação feita em prol de seu irmão mais novo sem o seu consentimento, 
por ser o negócio jurídico anulável nesta hipótese. 
c) Valquíria tem direito à anulação da doação feita por Paulo em razão do ato de ingratidão do donatário. 
d) Paulo pode pleitear a anulação da doação por vício do consentimento referente ao erro essencial quanto 
à pessoa do donatário. 
e) Fábio tem direito a exigir a extinção do usufruto em razão da superveniência da união estável do 
usufrutuário Paulo com Valquíria. 
9. (FCC / TJ-SE – 2015) No inventário de José X, foi atribuída à filha Rosa X, a nua propriedade de um 
imóvel urbano, cujo usufruto foi reservado à viúva meeira, Ana X. Falecendo, posteriormente, Ana X, seus 
bens foram inventariados e partilhados, exceto o referido imóvel. Rosa X compareceu ao Serviço de 
Registro de Imóveis requerendo o cancelamento do usufruto, exibindo o comprovante de pagamento de 
tributos incidentes para esse ato. O Oficial do Registro recusou-se a promover o cancelamento sob o 
argumento de que o usufruto teria de ser, também, objeto do inventário de Ana X, e suscitou dúvida a 
requerimento de Rosa X. A dúvida é: 
a) Improcedente, porque o usufruto não é objeto de herança, extinguindo-se com a morte do usufrutuário. 
b) Procedente, porque o usufruto tem valor patrimonial e deve ser partilhado entre os herdeiros do 
usufrutuário. 
c) Procedente, mas outro deveria ser o fundamento da recusa, pois o juiz do inventário teria de verificar se 
aquele usufruto não estava sujeito à colação. 
d) Procedente, porque todos os bens encontrados no patrimônio do falecido devem ser inventariados, ainda 
que não sujeitos à partilha. 
e) Procedente, mas outro devia ser o fundamento da recusa, porque o usufruto devia ser objeto de 
sobrepartilha no inventário de José X. 
10. (FCC / TJ-SC – 2015) O usufruto pode recair 
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a) Apenas sobre imóveis urbanos, tendo o usufrutuário o direito de neles habitar, administrá-los e perceber 
os frutos, não podendo, porém, ceder o seu exercício. 
b) Sobre bens móveis ou imóveis, devendo o usufrutuário deles utilizar, não podendo alugá-los ou emprestá-
los. 
c) Apenas sobre um ou mais bens, móveis ou imóveis, abrangendo-lhe os frutos e utilidades, mas não pode 
recair em um patrimônio inteiro. 
d) Em um ou mais bens, móveis ou imóveis, em um patrimônio inteiro, ou parte deste, abrangendo-lhe, no 
todo ou em parte, os frutos e utilidades. 
e) Em um ou mais bens, móveis ou imóveis, dependendo no caso de imóveis, de registro e pode ser 
transferido por alienação, a título gratuito ou oneroso. 
11. (FCC / SEFAZ-PE – 2015) João, tendo dois filhos - Pedro e Antônio - doou para este um imóvel com 
reserva de usufruto, mas dispensando-o da colação. Morrendo o doador, o usufruto 
a) Se extingue e será cancelado o registro no Serviço de Registro de Imóveis. 
b) Será partilhado entre seus dois filhos, salvo disposição testamentária em sentido contrário. 
c) Terá de ser trazido à colação, porque a dispensa só atinge a nua propriedade. 
d) Será levado a inventário e, necessariamente, atribuído ao donatário que já é nu proprietário. 
e) Será atribuído necessariamente a Pedro. 
Uso (1.412 a 1. 413) 
Habitação (1.414 a 1.416) 
Direito do promitente comprador (1.417 a 1.418) 
12. (FCC / DPE-SC – 2017) Luiz comparece à defensoria pública dizendo e comprovando com 
documentos que assinou contrato de promessa de compra de imóvel, por meio de instrumento público 
devidamente registrado no Cartório de Registro de Imóveis e sem previsão de cláusula de arrependimento, 
com empresa de habitação social. Ele reside no imóvel há três anos; o imóvel tem 150 m2 e Luiz não é 
titular de qualquer outro bem imóvel. Diante desta situação, Luiz 
a) ainda não pode ser considerado proprietário, mas somente conseguirá obter a propriedade se continuar 
morando no imóvel por mais dois anos, ininterruptamente, quando adimplirá todos os requisitos para a 
usucapião especial urbana.b) tem direito meramente contratual, mas poderá opor perante terceiros, uma vez que o registro do contrato 
por meio instrumento público em cartório faz com que o direito obrigacional tenha eficácia erga omnes. 
c) é o verdadeiro proprietário do imóvel, uma vez que o contrato foi feito por instrumento público e 
devidamente registrado em cartório, circunstância suficiente para a transferência da titularidade do imóvel. 
d) ainda não pode ser considerado proprietário, mas terá direito real à aquisição do imóvel, inclusive 
mediante adjudicação compulsória. 
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e) tem direito meramente contratual e inoponível perante terceiros, pois ainda não houve a outorga da 
escritura definitiva da compra e venda. 
13. (FCC / PREFEITURA DE SÃO LUIZ-MA – 2016) "O regime jurídico dos direitos reais (sobre imóveis) 
adota o princípio da publicidade por meio do qual esses se exteriorizam e em que essa é constitutiva 
praticamente sempre dos direitos reais" (Arruda Alvim Comentários ao Código Civil brasileiro, item 3.10, 
p. 229. Rio de Janeiro, GEN-Forense, 2009. Vol. I, Tomo I). Destarte, para que os direitos do promitente 
comprador de imóvel assumam a natureza de direito real, faz-se necessário: 
a) O pagamento integral do preço. 
b) O justo título. 
c) A cláusula de arrependimento. 
d) O registro da promessa de compra e venda. 
e) O ajuizamento da ação de adjudicação compulsória. 
14. (FCC / TJ-RR – 2015) Mediante promessa de compra e venda de imóvel, em que se não pactuou 
arrependimento, celebrado por instrumento particular, o promitente comprador 
a) Adquire direito real à sua aquisição, desde que seja imitido na posse. 
b) Não poderá adquirir direito real à sua aquisição, pois é necessária a escritura pública. 
c) Adquire legalmente direito real à sua aquisição se o instrumento foi registrado no Cartório de Registro de 
Imóveis. 
d) Não adquirirá direito real à aquisição do imóvel antes que ocorra o pagamento integral do preço. 
e) Adquire direito real à sua aquisição a partir do registro do instrumento no Cartório de Registro de Títulos 
e Documentos, porque com essa providência o contrato se presume conhecido por terceiros. 
Do penhor, da hipoteca e da anticrese (1.419 a 1.510) 
15. (FCC/TRF-3 – 2019) De acordo com o Código Civil, o penhor: 
a) constitui-se pelo contrato, independentemente da efetiva transferência da posse da coisa dada em 
garantia. 
b) não pode ser parcialmente remido pelos sucessores do devedor na proporção dos seus quinhões, mas 
qualquer deles pode fazê-lo no todo. 
c) dispensa qualquer tipo de registro. 
d) não se extingue pelo perecimento da coisa empenhada por culpa do devedor. 
e) agrícola que recai sobre colheita pendente não abrange a imediatamente seguinte, mesmo no caso de 
frustrar-se ou ser insuficiente a que se deu em garantia. 
16. (FCC / MANAUSPREV – 2015) Sobre os direitos reais de garantia, é correto afirmar que 
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a) não se admite o penhor de colheita em vias de formação. 
b) o usufrutuário não pode hipotecar o bem objeto do usufruto. 
c) o condômino não pode, individualmente, dar em hipoteca sua respetiva parte. 
d) não pode o cônjuge, sem autorização do outro, gravar de ônus real os bens imóveis, seja qual for o regime 
de bens. 
e) o pagamento parcial da dívida, em regra, extingue parcialmente a hipoteca. 
17. (FCC / SEFAZ-GO – 2018) Quanto ao penhor, hipoteca e anticrese, é correto afirmar que 
a) o credor anticrético tem direito a reter em seu poder o bem, enquanto a dívida não for paga; extingue-se 
esse direito decorridos quinze anos da data de sua constituição. 
b) os sucessores do devedor podem remir parcialmente o penhor ou a hipoteca na proporção exata de seus 
quinhões. 
c) é anulável a cláusula que autoriza o credor pignoratício, anticrético ou hipotecário a ficar com o objeto da 
garantia, se o débito não for pago no vencimento. 
d) nas dívidas garantidas por penhor, anticrese ou hipoteca, o bem dado em garantia fica sujeito, por vínculo 
pessoal, ao cumprimento da obrigação. 
e) o pagamento de uma ou mais prestações da dívida hipotecária importa exoneração correspondente da 
garantia, compreendendo esta um ou mais bens. 
18. (FCC / TRF 2ª REGIÃO – 2018) Sobre o penhor, a anticrese e a hipoteca, nos termos preconizados 
pelo Código Civil, é INCORRETO afirmar: 
a) Os sucessores do devedor não podem remir parcialmente o penhor ou a hipoteca na proporção dos seus 
quinhões; qualquer deles, porém, pode fazê-lo no todo. 
b) A propriedade superveniente torna eficazes, desde o registro, as garantias reais estabelecidas por quem 
não era dono. 
c) O pagamento de uma ou mais prestações da dívida não importa exoneração correspondente da garantia, 
ainda que esta compreenda vários bens, salvo disposição expressa no título ou na quitação. 
d) O dono do imóvel hipotecado não pode constituir outra hipoteca sobre ele, mediante novo título, em 
favor do mesmo credor. 
e) O credor hipotecário e o pignoratício têm o direito de excutir a coisa hipotecada ou empenhada, e preferir, 
no pagamento, a outros credores, observada, quanto à hipoteca, a prioridade no registro. 
19. (FCC / TRF 5ª REGIÃO – 2017) Considere as proposições abaixo acerca da hipoteca. 
I. É valida a cláusula que proíbe ao proprietário alienar imóvel hipotecado. 
II. Só aquele que pode alienar poderá hipotecar, mas a propriedade superveniente torna eficaz, desde o 
registro, a hipoteca estabelecida por quem não era dono. 
III. A coisa comum a dois ou mais proprietários não pode ser dada em garantia real, na sua totalidade, sem 
o consentimento de todos, mas cada um pode individualmente dar em garantia real a parte que tiver, 
independentemente da concordância dos demais. 
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IV. Somente bens imóveis podem ser objeto de hipoteca. 
V. O dono do imóvel hipotecado não pode constituir outra hipoteca sobre ele, salvo se houver 
concordância do titular do crédito garantido pela primeira hipoteca. 
Está correto o que se afirma APENAS em 
a) I e IV. 
b) I e V. 
c) II e III. 
d) II e V. 
e) III e IV. 
20. (FCC / TST – 2017) Antônio e Ricardo são proprietários, em condomínio, de um imóvel, sendo que 
a parte do primeiro supera a do segundo. Nesse caso, a constituição de hipoteca 
a) dependerá do consentimento de ambos os condôminos e deve incidir, necessariamente, sobre a 
integralidade do imóvel, por tratar-se de garantia real. 
b) não poderá incidir apenas sobre a parte pertencente a Antônio caso se trate de bem indivisível. 
c) poderá ser feita individualmente por Ricardo sobre a integralidade do imóvel, ou apenas sobre sua própria 
parte, desde que, em ambos os casos, exista o consentimento de Antônio. 
d) poderá ser feita individualmente por Antônio sobre a integralidade do imóvel, ou apenas sobre sua própria 
parte, independentemente, em qualquer dos casos, do consentimento de Ricardo. 
e) dependerá do consentimento de ambos os condôminos caso incida sobre a integralidade do imóvel, mas 
cada um pode individualmente dar em hipoteca a parte que tiver, independentemente do consentimento 
do outro. 
21. (FCC / TRT - 11ª REGIÃO – 2017) Sobre a hipoteca, de acordo com o Código Civil, é correto afirmar: 
a) Não é nula a cláusula que autoriza o credor hipotecário a ficar com o objeto da garantia, se a dívida não 
for paga no vencimento. 
b) Desapropriado o bem dado em garantia hipotecária pelo devedor a dívida estará, em regra, vencida. 
c) Os sucessoresdo devedor podem remir parcialmente a hipoteca na proporção dos seus quinhões. 
d) A propriedade superficiária não pode ser objeto de hipoteca. 
e) As partes poderão convencionar em contrato cláusula proibindo o proprietário de alienar o imóvel 
hipotecado. 
22. (FCC / TRT - 11ª REGIÃO – 2017) A respeito do penhor, da hipoteca e da anticrese, é correto afirmar 
que 
a) Os sucessores do devedor podem remir parcialmente o penhor ou a hipoteca na proporção dos seus 
quinhões. 
b) É nula a cláusula que autoriza o credor pignoratício, anticrético ou hipotecário a ficar com o objeto da 
garantia, se a dívida não for paga no vencimento. 
c) É válida a cláusula que proíbe ao proprietário alienar o imóvel hipotecado. 
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d) O dono do imóvel hipotecado não pode constituir outra hipoteca sobre ele, mediante novo título, em 
favor de outro credor. 
e) Cada um dos coproprietários não pode dar em garantia real a parte que tiver da coisa comum sem o 
consentimento de todos. 
23. (FCC / TRT - 20ª REGIÃO – 2016) Considere as proposições abaixo, acerca do penhor, da hipoteca e 
da anticrese: 
I. As garantias reais estabelecidas por quem não é dono tornam-se eficazes, desde o registro, com a 
propriedade superveniente. 
II. A coisa comum a dois ou mais proprietários pode ser dada em garantia real, na sua totalidade, sem o 
consentimento de todos. 
III. Em regra, o pagamento de uma ou mais prestações da dívida importa exoneração correspondente da 
garantia. 
IV. A dívida garantida por penhor, hipoteca ou anticrese considera-se vencida se o devedor cair em 
insolvência ou falir. 
Está correto o que se afirma APENAS em 
a) I e IV. 
b) III e IV. 
c) I e III. 
d) II e IV. 
e) III. 
24. (FCC / TRT - 20ª REGIÃO – 2016) Mateus e Lucas firmaram contrato de mútuo por meio do qual 
Mateus emprestou R$ 80.000,00 a Lucas. Lucas assumiu a obrigação de devolver o dinheiro em 80 meses. 
O contrato foi garantido por hipoteca de um dos imóveis de propriedade de Lucas. Se Lucas inadimplir 
uma das parcelas 
a) Considerar-se-á vencida a dívida, não havendo renúncia ao direito de execução imediata se Mateus 
receber posteriormente a prestação atrasada. 
b) Poderá Mateus cobrar apenas a parcela vencida, inexistindo, no caso, vencimento antecipado da dívida. 
c) Extinguir-se-á a hipoteca, a menos que Mateus proceda à execução imediata do total da dívida. 
d) Considerar-se-á vencida a dívida, mas havendo renúncia ao direito de execução imediata se Mateus 
receber posteriormente a prestação atrasada. 
e) A propriedade do bem se consolidará em favor de Mateus, independentemente de execução da dívida. 
25. (FCC / PGE-MT – 2016) Endividado, Ademir contraiu empréstimo de R$ 100.00,00 (cem mil reais) 
com o Banco Riqueza, oferecendo, como garantia, a hipoteca de um de seus imóveis. Paga parcialmente a 
dívida, Ademir alienou referido imóvel a Josué. A hipoteca 
a) É extinta tanto pelo pagamento parcial da dívida como pela alienação da coisa. 
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b) É extinta pelo pagamento parcial da dívida. 
c) Não é extinta pelo pagamento parcial da dívida, mas impede a alienação da coisa. 
d) Não é extinta pelo pagamento parcial da dívida, nem impede a alienação da coisa, mas o credor 
hipotecário não poderá fazer valer o direito real de garantia contra o adquirente do bem. 
e) Não é extinta pelo pagamento parcial da dívida nem impede a alienação da coisa, mas o credor hipotecário 
poderá fazer valer o direito real de garantia contra o adquirente do bem. 
26. (FCC / TRT - 14ª REGIÃO – 2016) No que concerne ao penhor, hipoteca e anticrese nos termos 
estabelecidos pelo Código Civil brasileiro, a dívida NÃO se considera vencida: 
a) Se desapropriar o bem dado em garantia, hipótese na qual se depositará a parte do preço que for 
necessária para o pagamento integral do credor. 
b) Se o devedor cair em insolvência ou falir. 
c) Se as prestações não forem pontualmente pagas, toda vez que deste modo se achar estipulado o 
pagamento. 
d) Se perecer o bem dado em garantia e o mesmo for substituído. 
e) Se, deteriorando-se, ou depreciando-se o bem dado em segurança, desfalcar a garantia, e o devedor, 
intimado, não a reforçar ou substituir. 
27. (FCC / TJ-PI – 2015) Os contratos de penhor e de hipoteca declararão 
a) Necessariamente apenas o valor da dívida e do bem dado em garantia. 
b) O prazo fixado para pagamento, mas não é preciso declarar o valor do crédito, ou estimá-lo, nem valor 
máximo ou mínimo, podendo esses valores serem declarados no vencimento, para fins de cobrança. 
c) O valor do crédito, sua estimação ou valor máximo, bem como o prazo fixado para pagamento, sob pena 
de não terem eficácia. 
d) O valor mínimo do crédito ou sua estimação, bem como o prazo do pagamento, sob pena de nulidade. 
e) Obrigatoriamente o valor da dívida, o do bem dado em garantia, e o prazo para pagamento se houver, 
não sendo, porém, necessário mencionar a taxa de juros, mesmo que se trate de mútuo feneratício. 
28. (FCC / TJ-SC – 2015) O instrumento do penhor deverá 
a) Mencionar o valor do crédito, sua estimação ou valor máximo; não poderá, entretanto, fixar taxa de juros. 
b) Observar necessariamente a forma de escritura pública, quando se tratar de penhor rural. 
c) Em qualquer de suas modalidades ser registrado no Cartório de Títulos e Documentos, por dizer respeito 
a garantia real com bens móveis. 
d) Ser levado a registro, no caso de penhor comum no Cartório de Títulos e Documentos e, no caso de penhor 
rural, no Cartório de Registo de Imóveis da circunscrição em que estiverem situadas as coisas empenhadas. 
e) Identificar o bem dado em garantia com as suas especificações e o valor mínimo do crédito concedido. 
29. (FCC / MANAUSPREV – 2015) Sobre os direitos reais de garantia, é correto afirmar que 
a) Não se admite o penhor de colheita em vias de formação. 
b) O usufrutuário não pode hipotecar o bem objeto do usufruto. 
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c) O condômino não pode, individualmente, dar em hipoteca sua respetiva parte. 
d) Não pode o cônjuge, sem autorização do outro, gravar de ônus real os bens imóveis, seja qual for o regime 
de bens. 
e) O pagamento parcial da dívida, em regra, extingue parcialmente a hipoteca. 
30. (FCC / DPE-CE – 2014) Ana Paula celebrou promessa de compra e venda de imóvel com “Construtora 
Agia Certo Ltda.”. Esta, por sua vez, ofereceu o bem em hipoteca a “Banco da Construção S.A.”, agente 
financiador do empreendimento. De acordo com Súmula do Superior Tribunal de Justiça, não pago o 
débito contraído pela construtora perante o agente financiador, 
a) A hipoteca não terá eficácia perante Ana Paula, desde que seja posterior à celebração da promessa de 
compra e venda. 
b) Deverá ser dada oportunidade para que Ana Paula pague a respectiva cota-parte da dívida ao agente 
financiador, mesmo que já tenha sido ajuizada ação para excussão do bem. 
c) Antes da excussão do bem, deverá ser dada oportunidade para que Ana Paula pague a respectiva cota-
parte da dívida ao agente financiador. 
d) O bem oferecido em hipoteca poderá ser excutido pelo agente financiador, pois os direitos reais produzem 
efeitos erga omnes. 
e) A hipoteca não terá eficácia perante Ana Paula, mesmo que seja anterior à celebração da promessa de 
compra e venda. 
31. (FCC / TRT 2ª REGIÃO – 2014) Após pagar um terço de empréstimo garantido por hipoteca de seu 
imóvel, Bento Francisco procura aliená-lo a Kelly Joyce, mas ao notificar o credorhipotecário − o banco 
que lhe emprestou o dinheiro − este não consente com a venda, alegando haver no contrato cláusula que 
a proíbe expressamente. O posicionamento do banco credor é 
a) Válido juridicamente, pois a alienação do imóvel só é possível pelo tomador do empréstimo após o 
pagamento de dois terços da dívida. 
b) Válido juridicamente, já que o contrato faz lei entre as partes e Bento Francisco o celebrou livre e 
espontaneamente. 
c) Juridicamente equivocado, por ser anulável o contrato, dada a abusividade da cláusula proibitiva de 
alienação. 
d) Juridicamente equivocado, já que a lei civil prevê ser nula a cláusula que proíbe ao proprietário alienar 
imóvel hipotecado. 
e) Juridicamente equivocado, pois, embora não se possa alienar a coisa antes de pago um determinado 
montante, a partir de um terço do pagamento do empréstimo já é possível vender o imóvel dado em garantia 
hipotecária. 
32. (FCC / TRT-AL – 2014) Objetivando financiar a aquisição de uma casa, Maria procura o Banco 
Mediterrâneo, que lhe empresta o dinheiro mas exige, em garantia, a hipoteca do imóvel. Adquirida a 
casa, Maria realiza diversas benfeitorias, como calhas de escoamento de água, portão e churrasqueira. 
Passado algum tempo, Maria não consegue pagar o financiamento, levando o Banco Mediterrâneo a 
excutir a garantia. A excussão da hipoteca 
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a) Abrange o imóvel e todas as benfeitorias realizadas por Maria. 
b) É nula, pois os imóveis devem ser objeto de penhor. 
c) Abrange apenas o imóvel, sem as benfeitorias. 
d) Abrange o imóvel e as benfeitorias voluptuárias, apenas. 
e) Abrange o imóvel e as benfeitorias necessárias e úteis, apenas. 
33. (FCC / TJ-AP – 2014) A respeito do penhor, considere: 
I. não se extingue o penhor com o perecimento da coisa. 
II. em regra, o credor pignoratício tem direito a ficar na posse da coisa empenhada. 
III. os frutos da coisa empenhada devem ser restituídos ao devedor depois de paga a dívida. 
IV. o instrumento do penhor deve ser levado ao Registro de Imóveis exclusivamente pelo credor a quem 
aproveita. 
De acordo com o Código Civil, está correto o que se afirma em 
a) I, II, III e IV. 
b) II e III, apenas. 
c) III e IV, apenas. 
d) I, III e IV, apenas. 
e) I e II, apenas. 
34. (FCC / TJ-AP – 2014) Considere as proposições a respeito da hipoteca: 
I. Os bens de uso comum do povo podem ser objeto de hipoteca. 
II. É nula a cláusula que confere ao credor hipotecário o direito de ficar com o bem dado em garantia na 
hipótese de a dívida não ser paga no vencimento. 
III. Podem ser objeto de hipoteca os acessórios dos imóveis, conjuntamente com eles. 
IV. Apenas em favor do mesmo credor pode o dono do imóvel hipotecado constituir outra garantia sobre 
o bem. 
De acordo com o Código Civil, está correto o que se afirma em 
a) II e III, apenas. 
b) I, II, III e IV. 
c) II, III e IV, apenas. 
d) I e III, apenas. 
e) I, II e IV, apenas. 
35. (FCC / TJ-PE – 2013) No tocante aos direitos reais de garantia, analise as afirmações abaixo. 
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I. O credor anticrético tem direito a reter em seu poder o bem, enquanto a dívida não for paga. Extingue- 
se esse direito decorridos quinze anos da data de sua constituição. 
II. A coisa comum a dois ou mais proprietários não pode ser dada em garantia real, na sua totalidade, sem 
o consentimento de todos, mas cada um pode individualmente dar em garantia real a parte que tiver nessa 
coisa comum. 
III. Nos casos de perecimento da coisa dada em garantia, esta se sub-rogará na indenização do seguro, ou 
no ressarcimento do dano, conforme o caso, em benefício do credor, a quem assistirá sobre ela preferência 
até seu completo reembolso. 
Está correto o que se afirma em 
a) I e II, apenas. 
b) III, apenas. 
c) I, II e III. 
d) II e III, apenas. 
e) I e III, apenas. 
36. (FCC / TJ-PE – 2013) Em relação aos direitos reais de garantia, é correto afirmar que 
a) A dívida considera-se extinta se o bem dado em garantia real perecer sem culpa do devedor. 
b) Os bens dados em garantia real podem ficar com o credor, por exigência deste, se a dívida não for paga 
no vencimento. 
c) Até o pagamento da dívida, os bens móveis empenhados ficam sempre na posse do credor pignoratício. 
d) Os sucessores do devedor não podem remir parcialmente o penhor ou a hipoteca na proporção dos seus 
quinhões, devendo fazê-lo no todo e ficando, a partir de então, sub-rogados nos direitos do credor pelas 
quotas que houverem satisfeito. 
e) O pagamento parcial da hipoteca exonera a garantia na mesma proporção do montante pago pelo 
devedor, como regra geral. 
FGV 
Superfície (1.369 a 1.377) 
37. (FGV / PREFEITURA DE RECIFE-PE – 2014) O Município do Recife resolve desapropriar imóvel de 
propriedade de João, que tinha como superficiário Joaquim, seguindo os trâmites legais do processo de 
desapropriação, considerando as normas relativas ao(s) direito(s) real(is) envolvido(s). 
A esse respeito, assinale a afirmativa correta. 
a) Somente João receberá a justa indenização, já que somente o direito de propriedade será indenizável, por 
se tratar de direito real pleno. 
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b) O direito de superfície será extinto e, por isso, somente Joaquim receberá a indenização, já que é o único 
que possui a posse direta do bem. 
c) A desapropriação dissolve tanto a propriedade quanto o direito de superfície, mas somente o proprietário 
receberá indenização por possuir a posse indireta. 
d) Tanto João quanto Joaquim receberão indenização no valor correspondente ao direito real de cada um. 
e) O Município não poderá desapropriar o imóvel na pendência de direito de superfície, sendo a propriedade 
resolúvel. 
Servidões (1.378 a 1.389) 
38. (FGV / AL-RO – 2018) Américo e Regina são proprietários de duas fazendas vizinhas. Américo pratica 
atividade agrícola e necessita adentrar o terreno de Regina para construção de um aqueduto (única forma 
de garantir irrigação), razão pela qual as partes concordaram em instituir direito real para este fim e o 
registraram no Cartório de Registro de Imóveis. 
Sobre os direitos de Américo, assinale a resposta correta. 
a) Trata-se de direito real de servidão, oponível, inclusive, a qualquer comprador do imóvel de Regina. 
b) Na hipótese de venda de um dos imóveis, o acordo é extinto de pleno direito. 
c) Cuida-se de direito real de uso, pelo que Regina faz jus à remuneração, em razão da utilização de seu 
terreno. 
d) O fim da atividade agrícola de Américo, seja por que período for, não importa na extinção do direito 
acordado. 
e) Sobrevindo o falecimento de Regina, o acordo se mantém até seus herdeiros concordarem com o direito. 
39. (FGV / DPE-DF – 2014) Valério exerce a posse mansa e pacífica do imóvel rural onde reside há 27 
anos. Há três acessos ao imóvel, mas o que Valério mais utiliza é uma pequena estrada, feita e mantida 
por ele há 21 anos, que passa por dentro de uma outra propriedade pertencente a um casal de 
nacionalidade inglesa e que pouco frequenta o local. Acontece que, após tantos anos, o referido casal 
vendeu o imóvel para uma incorporadora, a qual começou a construção de um muro que impede a 
passagem de Valério. Nesse caso é correto afirmar que: 
a) Em virtude da existência de dois outros acessos, nenhuma providência pode ser tomada por Valério. 
b) Valério, por ser titular do direito de propriedade sobre a pequena passagem, pode ajuizar açãoreivindicatória para impedir a construção do muro. 
c) Valério, por ser possuidor do direito real de servidão de passagem, pode se valer da proteção possessória 
que a lei lhe confere. 
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Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital
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d) Nada pode ser feito, já que Valério é mero invasor do imóvel. 
e) Nada pode ser feito, já que não há proteção legal para direito de passagem. 
Usufruto (1.390 a 1.411) 
40. (FGV / SEFIN-RO – 2018) Em 2011, Vilhena, proprietário de uma casa, outorgou em favor de Pimenta 
o usufruto vitalício sobre ela. Em seguida, o outorgante requereu a averbação do direito real junto à 
matrícula do imóvel no Registro de Imóveis de Guajará-Mirim. 
Em 2014, Pimenta cedeu o exercício do usufruto por título gratuito a Costa, por contrato escrito e pelo 
prazo de um ano. Vencido o prazo, Costa restituiu a casa a Pimenta, retomando este o exercício do 
usufruto. 
Em novembro de 2017, falece o nu-proprietário, e seu único herdeiro, Andreazza, exige que Pimenta 
desocupe o imóvel. 
Diante da situação descrita, assinale a opção que apresenta a solução correta para o caso. 
a) Pimenta não poderia ceder o exercício do usufruto, por se tratar de direito real personalíssimo; a morte 
do nuproprietário extingue o usufruto de pleno direito. 
b) Pimenta somente poderia ceder o exercício do usufruto a título oneroso; a morte do nu-proprietário 
extingue o usufruto de pleno direito. 
c) Pimenta poderia ceder o exercício do usufruto tanto por título gratuito quanto oneroso; a morte do nu-
proprietário não extingue o usufruto, podendo o usufrutuário permanecer no imóvel. 
d) Pimenta não poderia ceder o exercício do usufruto, porque este é vitalício; a morte do nu-proprietário 
extingue de pleno direito o usufruto, devendo o imóvel ser desocupado. 
e) Pimenta poderia ceder o exercício do usufruto a título gratuito; vencido o prazo de cessão do exercício do 
usufruto, o imóvel deveria ter sido restituído ao nu-proprietário ou, na sua falta, ao herdeiro. 
41. (FGV / TJ-AL – 2018) A Associação dos Amantes do Turismo (AAT) recebeu, a título de usufruto 
instituído pelo associado Jorge, um imóvel de sua propriedade. As partes convencionaram, no título de 
instituição, que o usufruto seria pelo prazo de vinte anos. Decorridos dez anos da instituição, os 
associados, sem a participação de Jorge, que morrera há dois anos, deliberaram, em assembleia, ceder 
gratuitamente o usufruto do imóvel à Associação de Agentes de Viagem (AAV), em reconhecimento a 
serviços recebidos pela AAT. 
A cessão, feita sem prazo determinado, é considerada: 
a) válida, pois, consolidada a propriedade com a morte de Jorge, a AAT poderia destinar o bem da forma que 
lhe aprouvesse; 
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b) inválida, pois a cessão gratuita do usufruto dependeria da autorização de Jorge; 
c) válida e vigerá até o término do prazo previsto no ato de instituição do usufruto por Jorge; 
d) ineficaz, pois o instituto do usufruto não permite cessão gratuita; 
e) válida e vigerá por trinta anos a partir da instituição do usufruto por Jorge. 
42. (FGV / PREFEITURA DE NITERÓI-RJ – 2015) Valéria, proprietária de um apartamento situado na 
Praia de Icaraí, fez doação do referido imóvel para Fernanda, com reserva de usufruto vitalício para Caio. 
Após sete anos, em decorrência de um processo de execução ajuizado por força de inadimplência de 
Fernanda em contrato de empréstimo bancário, houve a penhora do direito de propriedade do imóvel em 
questão, e consequente alienação em hasta pública. É correto afirmar que o direito real de usufruto de 
Caio: 
a) se extinguiu, por se tratar de direito real acessório da propriedade; 
b) se extinguiu, pois não prevalece diante da alienação feita em hasta pública; 
c) se mantém, embora o imóvel fique suscetível de ação reivindicatória por parte do arrematante, o que 
exclui o direito de Caio de utilização do bem; 
d) permanece intangível, até o falecimento de Caio ou outra causa de extinção; 
e) permanece intangível, se a Caio não for garantido o direito de preferência na arrematação. 
43. (FGV / TCM-SP – 2015) Manuel, proprietário de muitas fazendas de criação de gado, resolveu 
estabelecer, em favor de seu filho Joaquim, usufruto de 1000 (mil) cabeças de gado, sendo 500 
(quinhentas) de gado leiteiro e 500 (quinhentas) de gado de corte. Firmou-se no ato constitutivo que o 
direito real se estabelecia pelo prazo de 05 (cinco) anos. Decorrido o prazo estabelecido, chegada a hora 
da restituição das cabeças de gado a Manuel, Joaquim constata que possuía agora 300 (trezentas) cabeças 
de gado leiteiro e 850 (oitocentos e cinquenta) cabeças de gado de corte. Assim, procurou Manuel para 
restituir 300 (trezentas) cabeças de gado leiteiro e 500 (quinhentas) cabeças de gado de corte. Insatisfeito 
com a quantidade de gado que pretendia Joaquim lhe devolver, Manuel ajuíza uma ação judicial 
postulando ao juiz a condenação do réu Joaquim a lhe entregar 500 (quinhentas) cabeças de gado leiteiro 
e 850 (oitocentos e cinquenta) cabeças de gado de corte. Considerando os dados fornecidos pelo problema 
e as disposições do Código Civil sobre o tema, é correto afirmar que o pedido será julgado: 
a) Procedente em parte, pois o réu tem o dever de entregar todas as cabeças de gado que tiver em seu poder 
no momento da extinção do usufruto, de modo que está obrigado a restituir as 300 (trezentas) cabeças de 
gado leiteiro e as 850 (oitocentas e cinquenta) cabeças de gado de corte; 
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b) Procedente, devendo o réu restituir 500 (quinhentas) cabeças de gado leiteiro e 850 (oitocentas e 
cinquenta) cabeças de gado de corte, pois tem o nu-proprietário direito a receber de volta as cabeças de 
gado que entregou, acrescidas das crias que nasceram durante o exercício do direito real de usufruto; 
c) Procedente em parte, pois pode o réu compensar os animais perdidos (gado leiteiro) entregando ao autor 
1000 (mil) cabeças de gado, sendo 300 (trezentas) cabeças de gado leiteiro e 700 (setecentas) cabeças de 
gado de corte, guardando para si a diferença de 150 cabeças de gado, porque nascidas no curso do usufruto; 
d) Procedente em parte, pois o proprietário tem direito a receber de volta exatamente o que entregou, isto 
é, 500 (quinhentas) cabeças de gado leiteiro e 500 (quinhentas) cabeças de gado de corte, de modo que não 
tem direito às cabeças de gado nascidas no decurso do exercício do direito real; 
e) Procedente em parte, pois o réu tem o dever de restituir apenas as cabeças de gado leiteiro que tiver em 
seu poder, além das 500 (quinhentas) cabeças de gado de corte, acrescidas de metade do número de crias 
existentes ao tempo da extinção do usufruto. 
44. (FGV / TJ-BA – 2015) Armando constituiu formalmente o direito real de usufruto de um 
apartamento em favor de sua filha Fenícia para garantir-lhe moradia próxima à sua residência. Acontece 
que Fenícia, pretendendo residir em outro bairro, locou o imóvel em usufruto para utilizar o valor recebido 
a título de locação para pagar o aluguel do outro imóvel que pretendia alugar para morar. É correto afirmar 
que a locação em questão é: 
a) Perfeitamente válida, já que é direito do usufrutuário fruir da coisa, percebendo os frutos; 
b) Perfeitamente válida, já que o usufrutuário passa a ser o proprietário do bem em usufruto; 
c) Perfeitamente válida, já que o usufrutuário tem, inclusive, o direito de dispor da coisa em usufruto; 
d) Juridicamente nula, já que o usufrutuário não pode dispor do bem em usufruto; 
e)Anulável, dispondo o interessado do prazo decadencial de seis meses para pleitear a anulação. 
45. (FGV / PREFEITURA DE NITERÓI-RJ – 2014) Em decorrência de disposição testamentária, um 
pequeno sítio de cinco hectares, com duas casas e outras benfeitorias, foi transmitido para Maria, ficando 
em usufruto vitalício para Eduardo. Acontece que o referido imóvel, por desídia de Eduardo, foi invadido 
por Sérgio e Ana, os quais, por terem permanecido residindo no bem por longo período, lograram obter 
sentença favorável em ação de usucapião cujo processo teve Maria e Eduardo no polo passivo da relação 
processual. 
Diante do caso em questão, por se tratar a usucapião: 
a) de um modo derivado de aquisição da propriedade, Sérgio e Ana passaram a ter a nua propriedade do 
imóvel, permanecendo Eduardo como usufrutuário, não restando qualquer direito para Maria; 
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b) de um modo derivado de aquisição da propriedade, Sérgio e Ana passaram a ter a propriedade plena do 
imóvel, extinguindo-se o usufruto de Eduardo e restando para Maria direito indenizatório em relação a este; 
c) de um modo derivado de aquisição da propriedade, Sérgio e Ana passaram a ter a nua propriedade do 
imóvel, permanecendo Maria como usufrutuária, não restando qualquer direito para Eduardo; 
d) de um modo originário de aquisição da propriedade, Sérgio e Ana passaram a ter a propriedade plena do 
imóvel, extinguindo-se o usufruto de Eduardo, restando para Maria direito indenizatório em relação a este; 
e) de um modo originário de aquisição da propriedade, Sérgio e Ana passaram a ter a nua propriedade do 
imóvel, permanecendo Eduardo como usufrutuário, não restando qualquer direito para Maria. 
46. (FGV / AL-RO – 2018) Assinale a afirmativa correta. 
a) Para que seja válido e eficaz, o compromisso de compra e venda de bem imóvel deverá revestir a forma 
pública. 
b) A lei brasileira proíbe a realização de promessa de doação, padecendo de nulidade de pleno direito a 
realização de tal ato. 
c) O companheiro participará da sucessão do outro quanto aos bens adquiridos onerosamente na união 
estável e se concorrer com filhos comuns, terá direito a uma quota equivalente à que por lei for atribuída ao 
filho. 
d) Pelo regime da comunhão parcial de bens, comunicam-se os proventos do trabalho pessoal do cônjuge. 
e) No usufruto simultâneo contemplando duas pessoas conjuntamente e decorrente de testamento, 
falecendo um dos co-legatários, a parte do que faltar, em regra, acrescerá ao sobrevivente. 
Uso (1.412 a 1. 413) 
 
Habitação (1.414 a 1.416) 
47. (FGV / TCM-SP – 2015) Carlos instituiu em favor de Teresa, Helena e Paula direito real de habitação 
sobre uma casa. Helena, antes de completar um ano de exercício, firma acordo escrito com Vera, 
registrado no cartório de títulos e documentos, cedendo onerosamente o exercício de seu direito real de 
habitação a ela e a seus sucessores. Logo em seguida, Teresa empresta uma parte da casa para que ali 
resida temporariamente uma pessoa de sua confiança. Considerando as disposições contidas no Código 
Civil sobre a matéria, Carlos: 
a) não poderia ter constituído direito real de habitação a mais de um beneficiário, posto que não se admite 
o co-exercício no direito real de habitação; 
b) não pode se opor à cessão do exercício do direito real de habitação, ante a sua natureza intuito personae; 
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c) pode se opor à cessão do exercício do direito real de habitação, pois, sendo o direito real de habitação 
personalíssimo, é inválida a cessão onerosa ou gratuita de seu exercício; 
d) pode se opor à cessão feita por Helena, pois, sendo o direito real de habitação intuito personae, somente 
se admite a cessão gratuita de seu exercício; 
e) pode se opor à cessão do exercício do direito real de habitação, porquanto a validade da referida cessão 
está condicionada à autorização de todos os titulares do direito real de habitação. 
48. (FGV / TCM-SP – 2015) Carlos instituiu em favor de Teresa, Helena e Paula direito real de habitação 
sobre uma casa. Helena, antes de completar um ano de exercício, firma acordo escrito com Vera, 
registrado no cartório de títulos e documentos, cedendo onerosamente o exercício de seu direito real de 
habitação a ela e a seus sucessores. Logo em seguida, Teresa empresta uma parte da casa para que ali 
resida temporariamente uma pessoa de sua confiança. Considerando as disposições contidas no Código 
Civil sobre a matéria, Carlos: 
a) não poderia ter constituído direito real de habitação a mais de um beneficiário, posto que não se admite 
o co-exercício no direito real de habitação; 
b) não pode se opor à cessão do exercício do direito real de habitação, ante a sua natureza intuito personae; 
c) pode se opor à cessão do exercício do direito real de habitação, pois, sendo o direito real de habitação 
personalíssimo, é inválida a cessão onerosa ou gratuita de seu exercício; 
d) pode se opor à cessão feita por Helena, pois, sendo o direito real de habitação intuito personae, somente 
se admite a cessão gratuita de seu exercício; 
e) pode se opor à cessão do exercício do direito real de habitação, porquanto a validade da referida cessão 
está condicionada à autorização de todos os titulares do direito real de habitação. 
GABARITO 
 
FCC 
1. FCC / PREF. DE TERESINA-PI – 2016 D 
2. FCC / DPE-SP – 2015 A 
3. FCC / PREF. DE RECIFE - PE – 2015 B 
4. FCC / PREF. DE CARUARU-PE – 2018 C 
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5. FCC / PGE-TO – 2018 C 
6. FCC - SANASA - 2019 D 
7. FCC / TJ-PI – 2015 B 
8. FCC / DPE-AP – 2018 A 
9. FCC / TJ-SE – 2015 A 
10. FCC / TJ-SC – 2015 D 
11. FCC / SEFAZ-PE – 2015 A 
12. FCC / DPE-SC – 2017 D 
13. FCC / PREFEITURA DE SÃO LUIZ-MA – 2016 D 
14. FCC / TJ-RR – 2015 C 
15. FCC/TRF-3 – 2019 B 
16. FCC / MANAUSPREV – 2015 B 
17. FCC / SEFAZ-GO – 2018 A 
18. FCC / TRF 2ª REGIÃO – 2018 D 
19. FCC / TRF 5ª REGIÃO – 2017 C 
20. FCC / TST – 2017 E 
21. FCC / TRT - 11ª REGIÃO – 2017 B 
22. FCC / TRT - 11ª REGIÃO – 2017 B 
23. FCC / TRT - 20ª REGIÃO – 2016 A 
24. FCC / TRT - 20ª REGIÃO – 2016 D 
25. FCC / PGE-MT – 2016 E 
26. FCC / TRT - 14ª REGIÃO – 2016 D 
27. FCC / TJ-PI – 2015 C 
28. FCC / TJ-SC – 2015 D 
29. FCC / MANAUSPREV – 2015 B 
30. FCC / DPE-CE – 2014 E 
31. FCC / TRT 2ª REGIÃO – 2014 D 
32. FCC / TRT-AL – 2014 A 
33. FCC / TJ-AP – 2014 B 
34. FCC / TJ-AP – 2014 A 
35. FCC / TJ-PE – 2013 C 
36. FCC / TJ-PE – 2013 D 
FGV 
37. FGV / PREFEITURA DE RECIFE-PE – 2014 D 
38. FGV / AL-RO – 2018 A 
39. FGV / DPE-DF – 2014 C 
40. FGV / SEFIN-RO – 2018 C 
41. FGV / TJ-AL – 2018 C 
42. FGV / PREFEITURA DE NITERÓI-RJ – 2015 D 
43. FGV / TCM-SP – 2015 D 
44. FGV / TJ-BA – 2015 A 
45. FGV / PREFEITURA DE NITERÓI-RJ – 2014 D 
46. FGV / AL-RO – 2018 E 
47. FGV / TCM-SP – 2015 C 
48. FGV / TCM-SP – 2015 C 
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