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Aula 13
Direito Penal p/ TJ-GO (Analista
Judiciário - Área Judiciária) - 2021 -
Pré-Edital
Autores:
Renan Araujo, Time Renan Araujo
Aula 13
13 de Abril de 2021
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1 
Sumário 
CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL ................... 2 
1 Usurpação de função pública ................................................................................................. 2 
2 Resistência .............................................................................................................................. 3 
3 Desobediência ....................................................................................................................... 3 
4 Desacato ................................................................................................................................ 4 
5 Tráfico de influência ............................................................................................................... 5 
6 Corrupção ativa ................................................................ ...................................................... 6 
7 Contrabando E Descaminho .................................................................................................. 7 
8 Impedimento, perturbação ou fraude de concorrência ......................................................... 9 
9 Inutilização de edital ou de sinal .......................................................................................... 10 
10 Subtração ou inutilização de livro ou documento ............................................................. 10 
11 Sonegação de contribuição previdenciária ....................................................................... 11 
EXERCÍCIOS COMENTADOS ........................................................................................................ 13 
EXERCÍCIOS PARA PRATICAR ....................................................................................................... 34 
GABARITO ..................................................................................................................................... 44 
 
 
 
 
 
Renan Araujo, Time Renan Araujo
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 CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR 
CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL 
Estes crimes, assim como os crimes do capítulo anterior do CP, são crimes que possuem a 
administração pública como sujeito passivo, sempre, podendo haver, ainda, casos em que, 
eventualmente, algum particular também seja sujeito passivo do crime. 
Naqueles crimes, no entanto, exige-se que o sujeito ativo seja funcionário público, e tenha se 
valido do cargo para praticar o delito. Aqui, os crimes são comuns, ou seja, podem ser praticados 
por qualquer pessoa (em regra). 
1 Usurpação de função pública 
Este crime está previsto no art. 328 do CP: 
Art. 328 - Usurpar o exercício de função pública: 
Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa. 
Aqui o agente não possui qualquer vínculo com a administração pública ou, caso possua, suas 
funções são absolutamente estranhas à função usurpada. 
EXEMPLO: José, estudante de direito, fazendo-se passar por oficial de Justiça, imprime 
um mandado de intimação e se dirige à casa de Maria para intimá-la. 
É necessário que o agente pratique atos inerentes à função (como no exemplo anterior). Não basta 
que apenas se apresente a terceiros como funcionário público (ex.: José diz por aí que é policial 
civil – Isso não configura este crime, mas pode configurar contravenção penal prevista no art. 46 
da Lei das Contravenções Penais). 
A consumação se dá quando o agente pratica qualquer ato inerente à função, e a tentativa é 
plenamente possível, uma vez que se pode fracionar o iter criminis do delito. 
O § único estabelece uma forma qualificada do delito, que irá se verificar se do fato o agente 
auferir vantagem. 
 
Renan Araujo, Time Renan Araujo
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3 
2 Resistência 
Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a 
funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio: 
Pena - detenção, de dois meses a dois anos. 
A conduta punida é a resistência comissiva (ação), ou seja, aquela na qual o agente pratica uma 
conduta, qual seja, o emprego de violência ou ameaça ao funcionário que irá executar o ato legal 
(ou a quem esteja prestando auxílio ao funcionário). Entende-se que essa violência deve ser contra 
pessoa, não contra coisas (chutar a viatura da polícia, por exemplo). 
EXEMPLO: Pedro, Oficial de Justiça, informa a José que tem que cumprir mandado de 
busca e apreensão na residência deste último, e o convida a abrir a porta. José, todavia, 
desfere um soco no rosto do oficial de justiça, opondo-se à execução do mandado. 
O ato ao qual o particular se opõe deve ser legal, ou seja, deve estar fundamentado na Lei ou em 
decisão judicial. 
O crime se consuma com a mera oposição mediante violência ou ameaça, ainda que o funcionário 
consiga realizar o ato que pretendia. A tentativa sempre será possível quando a resistência puder 
se dar mediante fracionamento da conduta. É o caso da resistência mediante ameaça via carta. 
Todavia, se o ato não é executado em razão da resistência empregada, há a figura qualificada do 
delito, nos termos do § 1° do art. 329. 
Além disso, caso o crime seja praticado mediante violência o agente responde não só pelo crime 
de resistência, mas incide também nas penas relativas à violência empregada (ex.: lesão corporal 
grave, lesão corporal leve, etc.), na forma do art. 329, §2º do CP. Todavia, em se tratando de 
resistência praticada mediante ameaça, esta fica absorvida pelo crime de resistência (o agente 
responde só pelo crime de resistência); 
3 Desobediência 
Art. 330 - Desobedecer a ordem legal de funcionário público: 
Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, e multa. 
Aqui o agente deixa de fazer algo que lhe fora determinado ou faz algo cuja abstenção lhe fora 
imposta mediante ordem legal de funcionário público competente. Assim, se a ordem dada é 
ilegal, o descumprimento não configura crime. 
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A tentativa só será admitida nas hipóteses de desobediência mediante atitude comissiva (ação). 
Diversas Leis Especiais preveem tipos penais que criminalizam condutas específicas de 
desobediência. Nesses casos, aplica-se a legislação especial, aplicando-se este artigo do CP 
apenas quando não houver lei específica tipificando a conduta. 
4 Desacato 
Art. 331 - Desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela: 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa. 
O conceito de “desacatar” pode ser definido como a falta de respeito, a humilhação, com gestos 
ou palavras, vias de fato, até mesmo agressões físicas, etc. 
EXEMPLO: Em determinada repartição pública, José, irritado com a demora, xinga o 
funcionário responsável, chamando-o de imbecil, corno e lixo humano. 
Entretanto, isso não significa que a mera crítica ao exercício da função pelo servidor seja 
considerada desacato, desde que seja realiza de maneira condizente com os padrões de respeito 
e urbanidade. 
Não se exige que o funcionário esteja na repartição ou no horário de trabalho, mas sim que o 
desacato ocorra em razão da função exercida pelo servidor (ex.: José encontra na praia, domingo 
à tarde, o defensor público que o defende em seu processo. Irritado com o desfecho do processo, 
José xinga o defensor de besta quadrada e animal). 
Considera-se o crime formal, pois basta que a ofensa exista, ainda que o resultado não ocorra(ainda que o funcionário público não se sinta ofendido ou menosprezado pela conduta). 
Quanto à tentativa, há divergência. Parte entende incabível pois, exigindo-se que o funcionário 
público esteja presente no momento do desacato, é inviável a tentativa, por se tratar de crime 
unissubsistente (praticado mediante um único ato). Outra parcela entende cabível a tentativa, 
embora de difícil caracterização. 
Por fim, exige-se que o ato seja praticado na presença do funcionário público1. Além disso, 
entende-se que se o ofendido já não é mais funcionário público (demitido, aposentado, etc.), o 
 
1 CUNHA, Rogério Sanches. Op. Cit., p. 778 
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crime de desacato não se caracteriza, ainda que praticado em razão da função anteriormente 
exercida pelo funcionário.2 
CUIDADO! O STJ chegou a proferir decisão reconhecendo a descriminalização do crime de 
desacato, porque atentaria contra o Pacto de San José da Costa Rica (Convenção Americana de 
Direitos Humanos - CADH), ao colocar os funcionários públicos em posição superior à dos demais 
cidadãos. Todavia, tal entendimento foi derrubado posteriormente, entendendo o STH que o 
desacato continua sendo crime no nosso ordenamento jurídico (AgRg no HC 359.880/SC, DJe 
06/10/2017), e isso não afronta em nada a CADH. 
5 Tráfico de influência 
Esta é a conduta do “malandro” que pretende obter vantagem em face de um particular, sob o 
argumento (“a pretexto de”) de que poderá influenciar na prática de determinado ato por um 
servidor público. Vejamos: 
Art. 332 - Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, vantagem ou 
promessa de vantagem, a pretexto de influir em ato praticado por funcionário 
público no exercício da função: (Redação dada pela Lei nº 9.127, de 1995) 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 
9.127, de 1995) 
EXEMPLO: José solicita a Pedro R$ 10.000,00, alegando que irá convencer o funcionário 
Ricardo a não lavrar multas contra o estabelecimento comercial de Pedro, que se 
encontra em situação irregular. Todavia, José não pretende sequer falar com Ricardo. A 
intenção de José é apenas enganar Pedro, obtendo, assim, vantagem. 
Sujeito ativo é aquele que pratica a conduta de “solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para 
outrem, vantagem ou promessa de vantagem”. A Doutrina entende que o particular que paga ao 
agente para a suposta intermediação não é sujeito ativo, mas sujeito passivo do delito, pois, 
embora sua conduta seja imoral, não é penalmente relevante, tendo sido ele também lesado pela 
conduta do agente, que o enganou. 
Na verdade, entende-se que aquele que paga pelo suposto tráfico de influência é um corruptor 
putativo, pois imagina que está corrompendo a administração pública, no entanto, essa 
possibilidade não existe, face à ausência de influência do agente que recebe a vantagem. 
 
2 BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit., p. 216 
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Porém, se a influência do agente for real e ele de fato vier a exercê-la, tanto ele quanto aquele que 
paga por ela são considerados corruptores ativos (art. 333 do CP). 
O crime se consuma quando o agente solicita, cobra ou exige a vantagem do terceiro (obtenção 
da vantagem seria mero exaurimento do delito = crime formal). 
Por fim, se o agente diz que parte da vantagem se destina ao funcionário público que deverá 
praticar o ato, sua pena é aumentada (aumento de metade), nos termos do § único do artigo 332 
do CP. 
6 Corrupção ativa 
Art. 333 - Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para 
determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício: 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 
10.763, de 12.11.2003) 
Este crime pode ser cometido de duas formas diferentes: oferecer ou prometer vantagem indevida 
a funcionário público. 
O elemento subjetivo é o dolo, exigindo-se que o agente possua a finalidade especial de agir 
consistente no objetivo de fazer com que, mediante a vantagem oferecida ou prometida, o 
funcionário público aja de tal ou qual maneira. 
Note-se que a existência da corrupção ativa independe da passiva, e vice-versa. Assim, pode 
acontecer de o agente oferecer ou prometer a vantagem e funcionário não a aceitar. Neste caso, 
haverá apenas corrupção ativa. 
Se o funcionário público solicita a vantagem indevida e o particular a fornece (paga uma quantia, 
por exemplo), o particular não comete o crime de corrupção ativa, eis que o tipo somente prevê 
os verbos de oferecer e prometer vantagem indevida, que pressupõem que o particular tome a 
iniciativa de tentar corromper o servidor público. 
A Doutrina entende, ainda, que o mero pedido de favor, o famoso “jeitinho”, não configura o 
crime de corrupção ativa. 
O § único estabelece que, se em razão da vantagem oferecida ou prometida, o funcionário público 
infringe seu dever funcional, a pena é aumentada de um terço. 
 
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7 Contrabando E Descaminho 
Descaminho (Redação dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014) 
Art. 334. Iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido 
pela entrada, pela saída ou pelo consumo de mercadoria (Redação dada pela Lei 
nº 13.008, de 26.6.2014) 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Redação dada pela Lei nº 13.008, de 
26.6.2014) 
(...) 
Contrabando 
Art. 334-A. Importar ou exportar mercadoria proibida: (Incluído pela Lei nº 13.008, 
de 26.6.2014) 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos. (Incluído pela Lei nº 13.008, de 
26.6.2014) 
Existem, aqui, dois crimes distintos, cada um correspondente a um tipo penal distinto. Tratarei 
ambos no mesmo tópico porque facilita nosso estudo e porque até bem pouco tempo ambos 
faziam parte do mesmo tipo penal. 
A figura do descaminho ocorre quando o agente ilude, no todo em parte, o pagamento de direito 
ou imposto devido pela entrada, saída ou consuma da mercadoria. O segundo crime é a conduta 
de importar ou exportar mercadoria proibida. Esta é a conduta do contrabando. 
No caso do contrabando, a mercadoria é ilícita, ou seja, a sua importação ou exportação, por si 
só, é vedada. No caso do descaminho, a importação, exportação ou consumo não são ilícitos. O 
que se pune, no descaminho, é a burla ao sistema tributário. 
Ambos são crimes comuns, ou seja, podem ser praticados por qualquer pessoa. Se algum 
funcionário público, valendo-se da função, concorrer para a prática do delito, não responde por 
este, mas pelo crime do art. 318 do CP (facilitação de contrabando ou descaminho). 
A consumação de cada um dos delitos ocorre em momento diferente. O contrabando se consuma 
quando a mercadoria ilícita ultrapassa a barreira alfandegária, sendo liberada pelas autoridades. 
Se o crime é praticado por via clandestina, exige-se, somente, que o agente ultrapasse a fronteira 
do país. O descaminho, por sua vez, irá se consumar com a liberação na alfândega, sem o 
pagamento dos impostos devidos. Trata-se de crime formal. 
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Admite-se a tentativa em ambos os crimes. 
Em relação ao descaminho, a Jurisprudência entende, ainda, que em se tratando de prejuízo 
inferior a ao patamar estabelecido pela Fazenda Nacional como irrelevante para fins de execução 
fiscal, temos hipótese de aplicação do princípio da insignificância3, de forma a afastar a tipicidadedo fato, ou seja, o fato seria atípico (por ausência de lesividade social apta a justificar a tutela penal, 
já que por esse valor a Fazenda sequer promove a execução fiscal, de modo que não faz sentido 
aplicar o Direito Penal se não se aplica nem o Direito Administrativo ao caso). Esse valor, no âmbito 
federal, hoje é de R$ 20.000,00 (HC 535.063/SP, DJe 25/08/2020). 
A Lei 13.008/14 alterou a disposição dos crimes de contrabando e descaminho, previstos no CP. 
Antes, estavam ambos no art. 334 do CP. O descaminho permaneceu no art. 334 e o contrabando 
passou a integrar o novo art. 334-A, criado pela própria Lei 13.008/14. Houve, aqui, em relação ao 
contrabando, o fenômeno da continuidade típico-normativa. 
Tanto no crime de descaminho quanto no crime de contrabando, a redação anterior do CP 
considerava que a pena seria aplicada em dobro se o delito fosse cometido mediante transporte 
AÉREO. Pois bem, a nova lei estendeu esta previsão também para os transportes marítimos ou 
fluviais (mares ou rios), na forma do art. 334, §3º e art. 334-A, §3º do CP. 
Descaminho e contrabando também possuem formas equiparadas, ou seja, condutas que possuem 
a mesma gravidade, portanto, a mesma pena prevista para o descaminho ou para o contrabando, 
em cada caso. 
Em relação ao crime de descaminho, o §1º do art. 334 estabelece que na mesma pena incorre 
quem: 
 Pratica navegação de cabotagem, fora dos casos permitidos em lei (ex.: navegação interna 
ou de costa a costa, sem perder a terra de vista) 
 Pratica fato assimilado, em lei especial, a descaminho 
 Vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de qualquer forma, utiliza em proveito 
próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, mercadoria de 
procedência estrangeira que introduziu clandestinamente no País ou importou 
fraudulentamente ou que sabe ser produto de introdução clandestina no território nacional 
ou de importação fraudulenta por parte de outrem 
 
3 Importante lembrar, ainda, que devem estar presentes os demais requisitos que autorizam o reconhecimento da 
insignificância, dentre eles o fato de NÃO ser o agente um criminoso “contumaz”. A reiteração delitiva impede o 
reconhecimento da insignificância, conforme entendimento do STJ e do STF: 
STF - HC 124867 AgR / PR 
STJ - AgRg no REsp 1511445 / RS 
 
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 Adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade 
comercial ou industrial, mercadoria de procedência estrangeira, desacompanhada de 
documentação legal ou acompanhada de documentos que sabe serem falsos 
Em relação ao crime de contrabando, o §1º do art. 334-A estabelece que na mesma pena incorre 
quem: 
 Pratica fato assimilado, em lei especial, a contrabando 
 Importa ou exporta clandestinamente mercadoria que dependa de registro, análise ou 
autorização de órgão público competente 
 Reinsere no território nacional mercadoria brasileira destinada à exportação (ex.: Alguns 
cigarros são fabricados no Brasil e exportados. Alguns brasileiros “reimportam” de forma 
clandestina estes produtos, para aqui revendê-los). 
 Vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de qualquer forma, utiliza em proveito 
próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, mercadoria proibida 
pela lei brasileira 
 Adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade 
comercial ou industrial, mercadoria proibida pela lei brasileira 
Frise-se que por “atividade comercial ou industrial” deve-se compreender não apenas as 
atividades formais, mas também qualquer forma de comércio irregular ou clandestino de 
mercadorias estrangeiras, inclusive o exercido em residências (art. 334-A, §2º do CP). 
CUIDADO! Importação clandestina de “cigarros” pode ser tanto descaminho quanto contrabando. 
Se a entrada destes produtos era legal, e houve apenas finalidade de deixar de pagar o imposto 
devido pela importação, temos descaminho. Se a importação é vedada (no casso de cigarros 
legalmente exportados e ilegalmente reimportados, por exemplo), teremos contrabando. 
8 Impedimento, perturbação ou fraude de concorrência 
Art. 335 - Impedir, perturbar ou fraudar concorrência pública ou venda em hasta 
pública, promovida pela administração federal, estadual ou municipal, ou por 
entidade paraestatal; afastar ou procurar afastar concorrente ou licitante, por meio 
de violência, grave ameaça, fraude ou oferecimento de vantagem: 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, além da pena 
correspondente à violência. 
A Doutrina entende que este artigo foi parcialmente revogado pela Lei 8.666/93, que estabeleceu 
diversos crimes em processos licitatórios. No entanto, é pacífico o entendimento de que o crime 
permanece em vigor em relação à conduta referente à venda em Hasta Pública, pois não se insere 
no bojo de procedimento licitatório. 
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As condutas podem ser de fraude, impedimento ou perturbação da própria venda em hasta 
pública, promovida pela administração federal, ou, ainda, de tentativa de afastamento de 
concorrente mediante fraude, vantagem, violência ou ameaça. 
Na primeira conduta, exige-se apenas o dolo. Na segunda, exige-se, ainda, a finalidade especial 
de agir, consistente na finalidade de afastar o concorrente do certame. Na primeira, trata-se de 
crime material, pois se exige que o agente efetivamente perturbe, impeça ou fraude a venda. Na 
segunda, temos um crime formal, pois se exige apenas que o agente empregue os meios narrados 
para afastar o concorrente, não se exigindo que consiga, efetivamente, afastá-lo. 
No entanto, o § único estabelece que se o outro concorrente se abstiver de participar da venda 
em razão da vantagem oferecida, incidirá nas mesmas penas: 
9 Inutilização de edital ou de sinal 
Art. 336 - Rasgar ou, de qualquer forma, inutilizar ou conspurcar edital afixado por 
ordem de funcionário público; violar ou inutilizar selo ou sinal empregado, por 
determinação legal ou por ordem de funcionário público, para identificar ou cerrar 
qualquer objeto: 
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa. 
Aqui temos duas condutas diversas. A primeira consiste em inutilizar (tornar inválido à finalidade 
destinada), conspurcar (sujar, de modo a impedir a leitura) ou rasgar de edital afixado por 
funcionário público. Pode ser edital judicial, administrativo, etc. Friso que se o agente pratica a 
conduta após o prazo de utilidade do edital, não há este crime. 
A segunda consiste em violação de selo ou sinal empregado por funcionário público para identificar 
ou cerrar (fechar) qualquer objeto. A Doutrina entende que não comete este crime o particular que 
inutiliza o selo ou sinal empregado de maneira ilegal por funcionário público (ex.: Particular que 
rasga cópia do mandado de despejo afixado abusivamente na porta de sua casa, para que todos 
os vizinhos vejam). 
Não se exige finalidade especial de agir em nenhuma das condutas, apenas o dolo simples. 
10 Subtração ou inutilização de livro ou documento 
Art. 337 - Subtrair, ou inutilizar, total ou parcialmente, livro oficial, processo ou 
documento confiado à custódia de funcionário, em razão de ofício, ou de particular 
em serviço público: 
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Pena - reclusão, de dois a cinco anos, se o fato não constitui crime mais grave. 
A conduta pode ser tanto de subtrair quanto de inutilizar livro, processo ou documento. A 
subtração e a inutilização podem ser totais ou parciais. Não se exige nenhuma finalidadeespecial 
de agir (dolo específico) por parte do agente, bastando o dolo genérico. 
A consumação divide a Doutrina: uns entendem que se consuma com a subtração ou inutilização 
do documento, livro ou processo. Outros entendem que deve haver prejuízo, dano ao regular 
desenvolvimento da atividade administrativa. 
Se o documento, livro ou processo é restituído sem que haja qualquer prejuízo, uns entendem que 
este fato (espécie de reparação do erro) é causa que beneficia o agente na fixação da pena, e outra 
parte da Doutrina entende que isso desconfigura o crime, podendo permanecer eventual desacato. 
11 Sonegação de contribuição previdenciária 
Art. 337-A. Suprimir ou reduzir contribuição social previdenciária e qualquer 
acessório, mediante as seguintes condutas: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) 
I - omitir de folha de pagamento da empresa ou de documento de informações 
previsto pela legislação previdenciária segurados empregado, empresário, 
trabalhador avulso ou trabalhador autônomo ou a este equiparado que lhe prestem 
serviços; (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) 
II - deixar de lançar mensalmente nos títulos próprios da contabilidade da empresa 
as quantias descontadas dos segurados ou as devidas pelo empregador ou pelo 
tomador de serviços; (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) 
III - omitir, total ou parcialmente, receitas ou lucros auferidos, remunerações pagas 
ou creditadas e demais fatos geradores de contribuições sociais previdenciárias: 
(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 
2000) 
A conduta é a de suprimir ou reduzir contribuição social previdenciária ou qualquer de seus 
acessórios, e pode ser praticada nas três modalidades diferentes previstas nos incisos I, II e III do 
art. 337-A do CP. 
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Este crime não é comum! Trata-se de crime próprio! Somente o particular que tinha a incumbência 
de realizar corretamente o lançamento de informações, etc., é quem pode cometer o crime.4 O 
sujeito passivo aqui é, mais precisamente, a previdência social. 
As condutas incriminadas são normas penais em branco, pois carecem de complementação, já que 
a lei penal não diz quais são os documentos que devem conter as informações, prazos, etc. 
A Doutrina entende que este crime é material, ou seja, é necessária a efetiva ocorrência da 
obtenção da vantagem relativa à redução ou supressão da contribuição social devida. Se o agente, 
mesmo praticando as condutas, não obtém êxito, o crime é tentado. 
Todavia, se antes do início da ação do fisco o agente se retrata e presta as informações corretas, 
extingue-se a punibilidade (não se exige o pagamento!), nos termos do § 1° do art. 337-A do CP. 
Vale ressaltar que, com base no art. 69 da Lei 11.941/09, o STF entende que o pagamento integral 
do débito, antes do trânsito em julgado (mesmo após o julgamento) também causa de extinção 
da punibilidade. 
O § 2° do art. 337-A prevê a possibilidade de concessão do perdão judicial ou aplicação apenas 
da pena de multa, se o agente for primário e de bons antecedentes, desde que: 
 O valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual ou inferior àquele 
estabelecido pela previdência social, administrativamente, como sendo o mínimo para o 
ajuizamento de suas execuções fiscais 
Assim, são três os requisitos para o perdão judicial ou aplicação apenas da pena de multa: 
a) Ter bons antecedentes 
b) Ser primário 
c) O valor das contribuições não ser superior ao valor estabelecido pela Previdência 
Social como o mínimo ao ajuizamento de execuções fiscais 
O §3° do art. 337-A estabelece uma espécie de privilégio, quando o sonegador não for pessoa 
jurídica (obviamente, então, deve ser pessoa física ☺) e sua folha de pagamento for módica. Nesse 
caso, o Juiz poderá reduzir a pena de um terço até a metade ou aplicar apenas a de multa. 
A aplicação dos benefícios não é cumulativa, ou seja, o Juiz concederá um dos dois benefícios. 
 
4 CUNHA, Rogério Sanches. Op. Cit., p. 806 
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 EXERCÍCIOS COMENTADOS 
1. (VUNESP – 2018 – TJ-SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO) A respeito dos crimes 
praticados por particulares contra a administração, em geral (arts. 328; 329; 330; 331; 332; 333; 
335; 336 e 337 do CP), assinale a alternativa correta. 
(A) Não há previsão de modalidade culposa. 
(B) Aquele que se abstém de licitar em hasta pública, em razão de vantagem indevida, não é 
punido pelo crime de impedimento, perturbação ou fraude de concorrência, já que se trata de 
conduta atípica. 
(C) O crime de desacato não se configura se o funcionário público não estiver no exercício da 
função, ainda que o desacato seja em razão dela. 
(D) Para se configurar, o crime de corrupção ativa exige o retardo ou a omissão do ato de ofício, 
pelo funcionário público, em razão do recebimento ou promessa de vantagem indevida. 
(E) Para se configurar, o crime de usurpação de função pública exige que o agente, enquanto na 
função, obtenha vantagem. 
COMENTÁRIOS 
a) CORRETA: Item correto, pois não há previsão de modalidade culposa para nenhum destes 
delitos. 
b) ERRADA: Item errado, pois tal agente também é punido, na forma do art. 335, § único do CP. 
c) ERRADA: Item errado, pois o crime de desacato pode ocorrer mesmo que o funcionário não 
esteja, naquele momento, exercendo a função, desde que a conduta se dê em razão da função 
por ele exercida, na forma do art. 331 do CP. 
D) ERRADA: Item errado, pois tal delito se configura no momento em que o particular oferece ou 
promete a vantagem indevida ao funcionário público, na forma do art. 333 do CP. 
e) ERRADA: Item errado, pois não é necessário, para a consumação de tal delito, que o agente 
obtenha qualquer vantagem. Caso isso ocorra, teremos a forma qualificada do delito, prevista no 
art. 328, § único do CP. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A. 
2. (VUNESP – 2017 – TJ SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO) O crime de “impedimento, 
perturbação ou fraude de concorrência”, do art. 335 do CP, está assim definido: “impedir, 
perturbar ou fraudar concorrência pública ou venda em hasta pública, promovida pela 
administração federal, estadual ou municipal, ou por entidade paraestatal; afastar ou procurar 
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afastar concorrente ou licitante, por meio de violência, grave ameaça, fraude ou oferecimento de 
vantagem.” Incorre na mesma pena estabelecida para o crime citado, nos termos do parágrafo 
único do mesmo artigo, quem 
(A) faz proposta em certame licitatório que, posteriormente, deixa de cumprir. 
(B) se abstém de concorrer ou licitar, em razão da vantagem oferecida. 
(C) sendo agente público deixa de inabilitar concorrente sabendo-o fraudador. 
(D) sabendo da ocorrência do fato não o denuncia às autoridades públicas. 
(E) sendo agente público homologa certame sabendo-o fraudado. 
COMENTÁRIOS 
Neste caso, incorre nas mesmas penas quem se abstém de concorrer ou licitar, em razão da 
VANTAGEM oferecida, conforme estabelece o art. 335, § único do CP. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B. 
3. (VUNESP – 2017 – PREF. DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS-SP – PROCURADOR) Considerando 
os Crimes contra a Administração, nos exatos termos do art. 334-A, § 1° , III, quem reinsere no 
território nacional mercadoria brasileira destinada à exportação incorre na mesma pena do crime 
de 
a) sonegação fiscal. 
b) descaminho. 
c) fraude de concorrência. 
d) contrabando. 
e) corrupçãoativa em transação comercial internacional. 
COMENTÁRIOS 
Tal conduta configura o delito de contrabando: 
Contrabando 
Art. 334-A. Importar ou exportar mercadoria proibida: (Incluído pela Lei nº 13.008, 
de 26.6.2014) 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos. (Incluído pela Lei nº 13.008, de 
26.6.2014) 
§ 1º Incorre na mesma pena quem: (Incluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014) 
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(...) III - reinsere no território nacional mercadoria brasileira destinada à exportação; 
(Incluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014) 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D. 
4. (VUNESP – 2017 – CÂMARA DE COTIA-SP – PROCURADOR LEGISLATIVO - ADAPTADA) 
O crime de usurpação de função pública somente se caracteriza se o agente usurpador obtém 
vantagem enquanto na função. 
COMENTÁRIOS 
Item errado, pois tal delito se configura ainda que o agente não obtenha vantagem. Caso o agente 
obtenha vantagem, teremos a forma qualificada de tal delito, conforme art. 328, § único do CP. 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA. 
5. (VUNESP – 2017 – CÂMARA DE COTIA-SP – PROCURADOR LEGISLATIVO - ADAPTADA) 
O crime de resistência caracteriza-se pela oposição à execução de ato, ainda que ilegal, mediante 
violência ou grave ameaça, a funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe esteja 
prestando auxílio. 
COMENTÁRIOS 
Item errado, pois o crime de resistência se verifica quando há oposição à execução de ato LEGAL 
por parte de funcionário público, mediante violência ou grave ameaça, ao funcionário competente 
para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio, conforme art. 329 do CP. 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA. 
6. (VUNESP – 2017 – CÂMARA DE COTIA-SP – PROCURADOR LEGISLATIVO - ADAPTADA) 
O crime de tráfico de influência caracteriza-se independentemente de o agente influir em ato 
praticado por funcionário público no exercício da função. 
COMENTÁRIOS 
Item correto, pois não é necessário que o agente influencie o funcionário público. Na verdade, a 
Doutrina sustenta que o crime do art. 332 se verifica exatamente quando o particular busca obter 
vantagem, em prejuízo de terceiro, alegando que irá influenciar em ato a ser praticado pelo 
funcionário, mas não pretende agir dessa forma. 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA. 
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7. (VUNESP – 2017 – CÂMARA DE COTIA-SP – PROCURADOR LEGISLATIVO - ADAPTADA) 
A reinserção no território brasileiro de mercadoria destinada à exportação, em tese, caracteriza o 
crime de descaminho. 
COMENTÁRIOS 
Item errado, pois tal conduta configura o delito de contrabando: 
Art. 334-A. (...) § 1º Incorre na mesma pena quem: (Incluído pela Lei nº 13.008, de 
26.6.2014) 
(...) III - reinsere no território nacional mercadoria brasileira destinada à exportação; 
(Incluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014) 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA. 
8. (VUNESP – 2016 – CÂMARA DE MARÍLIA-SP – PROCURADOR) Funcionários públicos estão 
executando um ato legal. Mediante violência, um indivíduo opõe-se à execução do ato, e acaba 
causando lesão corporal leve em um particular que prestava auxílio aos funcionários públicos. Em 
que pese a oposição o ato se executa. O indivíduo 
a) comete crime de resistência e também responderá pela violência (lesão corporal). 
b) comete crime de desobediência, o qual terá sua pena aumentada por conta da violência (lesão 
corporal). 
c) apenas responderá pela violência (lesão corporal), não havendo porque se cogitar de outro 
crime, pois o ato foi executado. 
d) apenas comete crime de resistência, não havendo porque se cogitar de outro crime, uma vez 
que a vítima de violência (lesão corporal) não se trata de funcionário público. 
e) não comete crime algum. 
COMENTÁRIOS 
Neste caso o indivíduo pratica o crime de resistência e também responderá pela violência (lesão 
corporal) praticada, na forma do art. 329 e seu §2º do CP: 
Resistência 
Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a 
funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio: 
Pena - detenção, de dois meses a dois anos. 
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(...) § 2º - As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes à 
violência. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A. 
9. (VUNESP – 2016 – CÂMARA DE MARÍLIA-SP – PROCURADOR) A conduta de iludir, no todo 
ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido pela entrada, pela saída ou pelo consumo 
de mercadoria constitui 
a) crime de contrabando. 
b) crime de descaminho. 
c) crime de sonegação de contribuição previdenciária. 
d) mero ilícito fiscal-aduaneiro, sem repercussão na esfera penal. 
e) mero ilícito fiscal-tributário que sujeita a respectiva mercadoria a perdimento, sem repercussão 
na esfera penal. 
COMENTÁRIOS 
Tal conduta configura o crime de descaminho, previsto no art. 334 do CP: 
Art. 334. Iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido 
pela entrada, pela saída ou pelo consumo de mercadoria (Redação dada pela Lei 
nº 13.008, de 26.6.2014) 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Redação dada pela Lei nº 13.008, de 
26.6.2014) 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B. 
10. (VUNESP – 2016 – IPSMI – PROCURADOR – ADAPTADA) Importar mercadoria, sem o 
pagamento do imposto devido pela entrada, caracteriza o crime de contrabando, de competência 
da Justiça Federal. 
COMENTÁRIOS 
Item errado, pois tal conduta configura o crime de descaminho, previsto no art. 334 do CP: 
Art. 334. Iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido 
pela entrada, pela saída ou pelo consumo de mercadoria (Redação dada pela Lei 
nº 13.008, de 26.6.2014) 
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Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Redação dada pela Lei nº 13.008, de 
26.6.2014) 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA. 
11. (VUNESP – 2016 – IPSMI – PROCURADOR – ADAPTADA) O crime de desobediência (artigo 
330 do Código Penal) somente se caracteriza se do não atendimento à ordem resultar prejuízo à 
Administração Pública. 
COMENTÁRIOS 
Item errado, pois a ocorrência de prejuízo não é elemento do tipo de desobediência, motivo pelo 
qual é irrelevante para a consumação de tal delito. 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA. 
12. (VUNESP – 2016 – CÂMARA MUNICIPAL DE POÁ-SP – PROCURADOR) A fim de evitar o 
cumprimento de reintegração de posse, indivíduo lança pedras contra Oficial de Justiça que está 
dando cumprimento ao respectivo mandado judicial. Tal conduta configura o crime de 
a) desacato. 
b) resistência. 
c) desobediência. 
d) arremesso de projétil. 
e) usurpação de função pública. 
COMENTÁRIOS 
Tal conduta configura o crime de resistência, previsto no art. 329 do CP: 
Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a 
funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio: 
Pena - detenção, de dois meses a dois anos. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B. 
13. (VUNESP – 2015 – PC-CE – DELEGADO) O crime de usurpação de função pública é 
qualificado se 
a) do fato resulta prejuízo patrimonial para a Administração. 
b) do fato o agente aufere vantagem. 
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19c) ocorre em local ermo ou de difícil acesso ou durante repouso noturno. 
d) praticado mediante o uso de uniforme ou insígnias ou qualquer outro elemento distintivo da 
atividade usurpada. 
e) praticado em concurso de pessoas. 
COMENTÁRIOS 
O crime de usurpação de função pública é qualificado se do fato o agente aufere vantagem, 
conforme art. 328, § único do CP: 
Usurpação de função pública 
Art. 328 - Usurpar o exercício de função pública: 
Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa. 
Parágrafo único - Se do fato o agente aufere vantagem: 
Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B. 
14. (VUNESP – 2015 – MPE/SP – ANALISTA DE PROMOTORIA - ADAPTADA) O crime de 
resistência previsto no artigo 329 do CP tem sua pena aplicada sem prejuízo da pena 
correspondente à violência grave. 
COMENTÁRIOS 
Item correto, nos termos do art. 329, §2º do CP: 
Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a 
funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio: 
Pena - detenção, de dois meses a dois anos. 
(...) § 2º - As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes à 
violência. 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA. 
15. (VUNESP – 2015 – MPE/SP – ANALISTA DE PROMOTORIA - ADAPTADA) O delito de 
desobediência, previsto no artigo 330, CP, é crime comum, tendo como sujeito ativo qualquer 
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pessoa, com exceção do funcionário público, que mesmo quando não está no exercício da função, 
não perde essa condição para efeitos penais. 
COMENTÁRIOS 
Item errado, pois o funcionário público pode praticar o delito de desobediência, na qualidade de 
particular, quando estiver fora do exercício das funções. 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA. 
16. (VUNESP – 2015 – MPE/SP – ANALISTA DE PROMOTORIA - ADAPTADA) O delito de 
desacato (art. 331, CP), dado o objeto material (o funcionário público e sua honra), tem como 
sujeito passivo apenas o funcionário público humilhado. 
COMENTÁRIOS 
Item errado, pois o Estado também é sujeito passivo deste delito. 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA. 
17. (VUNESP – 2015 – CÂMARA DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO/SP – ADVOGADO) José, 
policial militar, no exercício da sua função, decidiu abordar João na via pública, pois este passou 
a correr quando percebeu a aproximação da viatura policial. Durante a abordagem, João passou 
a desprestigiar e ofender José, em razão do seu salário de policial militar, inclusive proferindo 
palavras de baixo calão contra ele. Com relação à conduta de João, pode-se afirmar sobre ele que 
(A) ao sair correndo, quando viu a viatura policial, praticou o delito de resistência. 
(B) cometeu o delito de desobediência. 
(C) sua conduta é atípica. 
(D) é passível de queixa-crime, ajuizada por José, no prazo de 6 meses, a contar da data do fato, 
caso sinta que sua honra profissional tenha sido ofendida. 
(E) praticou o crime de desacato. 
COMENTÁRIOS 
João, neste caso, praticou o delito de desacato, previsto no art. 331 do CP: 
Desacato 
Art. 331 - Desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela: 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa. 
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Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E. 
18. (VUNESP – 2015 – CÂMARA DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO/SP – ADVOGADO) Sobre o 
delito de corrupção ativa, previsto no artigo 333 do Código Penal, pode-se afirmar que 
(A) é crime comum, pode ser praticado por qualquer pessoa, inclusive por um funcionário público 
que não esteja agindo nessa qualidade e tem como sujeito passivo o Estado. 
(B) é crime material. 
(C) mesmo quando a vantagem oferecida ou prometida for posterior à conduta praticada pelo 
funcionário público, ocorrerá o crime de corrupção ativa. 
(D) não se configura o delito de corrupção ativa, caso a vantagem não tenha sido endereçada ao 
funcionário diretamente (mas a terceira pessoa), assim como também não se configura o delito, 
caso o funcionário venha a repelir a vantagem oferecida pelo particular. 
(E) ocorrerá todas as vezes que o funcionário público ceder à exigência do particular para realizar, 
omitir ou deixar de praticar ato de ofício. 
COMENTÁRIOS 
A) CORRETA: Trata-se de crime praticado por PARTICULAR contra a administração em geral, ou 
seja, qualquer pessoa pode praticá-lo, inclusive um funcionário público que não esteja no exercício 
das funções. 
B) ERRADA: Trata-se de crime FORMAL, que se consuma com a mera prática da conduta, 
independentemente da obtenção do resultado pretendido. 
C) ERRADA: Item errado, pois a conduta deve ser anterior à prática do ato, pois o tipo penal exige 
que a conduta seja praticada para “determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício”. 
D) ERRADA: Item errado, pois o crime se configura mesmo quando é realizado por interposta 
pessoa, e a eventual recusa do funcionário público é irrelevante, pois o delito já estará consumado. 
E) ERRADA: O crime ocorre quando o particular pratica sua conduta. Caso o funcionário público 
efetivamente infrinja seu dever funcional, haverá aumento de pena, nos termos do art. 333, § único 
do CP. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A. 
19. (VUNESP – 2015 – MPE/SP – ANALISTA DE PROMOTORIA) Assinale a alternativa correta 
sobre os crimes praticados pelo particular contra a Administração em geral. 
(A) O crime de resistência previsto no artigo 329 do CP tem sua pena aplicada sem prejuízo da 
pena correspondente à violência grave. 
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(B) O delito de desobediência, previsto no artigo 330, CP, é crime comum, tendo como sujeito 
ativo qualquer pessoa, com exceção do funcionário público, que mesmo quando não está no 
exercício da função, não perde essa condição para efeitos penais. 
(C) O crime de falso testemunho ou falsa perícia (art. 342, CP) admite retratação do agente que 
poderá ser manifestada em qualquer instância e grau de jurisdição, ocasionando a extinção da 
punibilidade. 
(D) O delito de desacato (art. 331, CP), dado o objeto material (o funcionário público e sua honra), 
tem como sujeito passivo apenas o funcionário público humilhado. 
(E) O crime de coação no curso do processo (art. 344, CP) não admite violência, mas apenas ameaça 
por parte do agente, que busca favorecer interesse próprio ou alheio, contra autoridade, parte ou 
qualquer outra pessoa que funciona ou é chamada a intervir em processo judicial, policial, 
administrativo ou em juízo arbitral. 
COMENTÁRIOS 
A) CORRETA: Item correto, nos termos do art. 329, §2º do CP: 
Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a 
funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio: 
Pena - detenção, de dois meses a dois anos. 
(...) § 2º - As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes à 
violência. 
B) ERRADA: O funcionário público pode praticar o delito de desobediência, na qualidade de 
particular, quando estiver fora do exercício das funções. 
C) ERRADA: A retratação do agente, no crime de falso testemunho, somente extingue a 
punibilidade se o agente a realiza antes da sentença no processo em que ocorreu o fato, nos 
termos do art. 342, §2º do CP. 
D) ERRADA: O Estado também sujeito passivo deste delito. 
E) ERRADA: Item errado, pois tal delito também pode ser praticado por meio de violência, nos 
termos do art. 344 do CP. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A. 
20. (VUNESP – 2015 – MPE/SP – ANALISTA DE PROMOTORIA) Antôniofoi abordado por 
Policiais Militares na via pública e, quando informado que seria conduzido para a Delegacia de 
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Polícia, pois era “procurado” pela Justiça, passou a desferir socos e pontapés contra um dos 
policiais. Sobre a conduta de Antônio, pode-se afirmar que 
(A) praticou o crime de desacato, previsto no artigo 331 do Código Penal. 
(B) praticou o crime de resistência, previsto no artigo 329 do Código Penal. 
(C) praticou o crime de desobediência, previsto no artigo 330 do Código Penal. 
(D) não praticou nenhum crime, pois todo cidadão tem direito à sua autodefesa. 
(E) praticou o crime de corrupção ativa, previsto no artigo 333 do Código Penal, pois pretendeu, 
com sua reação, corromper o funcionário público a não cumprir ato de ofício. 
COMENTÁRIOS 
Neste caso o agente praticou o delito de resistência, previsto no art. 329 do CP: 
Resistência 
Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a 
funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio: 
Pena - detenção, de dois meses a dois anos. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B. 
21. (VUNESP – 2015 – MPE/SP – ANALISTA DE PROMOTORIA) Sobre o delito de corrupção 
ativa, pode-se afirmar que 
(A) é crime próprio. 
(B) tem como objeto jurídico a honestidade do funcionário público. 
(C) é crime formal. 
(D) é crime de concurso necessário. 
(E) admite forma culposa. 
COMENTÁRIOS 
O crime de corrupção ativa é COMUM (pode ser praticado por qualquer pessoa) e tem como 
objeto (bem jurídico) a moralidade e a probidade da administração pública. Além disso, é crime 
de concurso EVENTUAL e não admite forma culposa. Por fim, trata-se de crime FORMAL, pois se 
consuma com a mera prática da conduta, independentemente de o agente obter o resultado 
pretendido. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C. 
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22. (VUNESP – 2015 – MPE/SP – ANALISTA DE PROMOTORIA) José solicita e recebe dinheiro 
de um empresário que participará de uma licitação pública a pretexto de ajudá-lo a vencer o 
certame, sob o argumento de que tem muitos amigos no comando da Administração Pública. 
Sobre a conduta de José, está correto afirmar que 
(A) praticou o crime de usurpação da função pública (art. 328, Código Penal). 
(B) praticou o crime de corrupção ativa (art. 333, Código Penal). 
(C) praticou o crime de impedimento, perturbação ou fraude concorrência (art. 335, Código Penal). 
(D) praticou o crime de tráfico de influência (art. 332, Código Penal). 
(E) não praticou nenhum crime (fato atípico), pois quem decide o resultado de licitação é o agente 
público e não o particular. 
COMENTÁRIOS 
José praticou o delito de tráfico de influência, previsto no art. 332 do CP: 
Tráfico de Influência (Redação dada pela Lei nº 9.127, de 1995) 
Art. 332 - Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, vantagem ou 
promessa de vantagem, a pretexto de influir em ato praticado por funcionário 
público no exercício da função: (Redação dada pela Lei nº 9.127, de 1995) 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 
9.127, de 1995) 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D. 
23. (VUNESP – 2015 – PREF. SÃO JOSÉ DOS CAMPOS/SP – AUDITOR) Cidadão solicita a poda 
de uma árvore que se encontra no passeio público em frente a sua residência, ao agente público 
municipal, responsável por atividades de zeladoria urbana. Tal agente afirma que tal serviço 
demorará de 2 a 3 meses, mas que se o cidadão quiser maior rapidez, pode lhe pagar R$ 100,00, 
que enviará a equipe para realizar o serviço no dia seguinte. O interessado paga a quantia e recebe 
o serviço, conforme combinado. Nesse caso, as condutas do agente público municipal e do 
cidadão são crimes contra a Administração Pública, respectivamente previstos como 
(A) corrupção passiva e corrupção ativa. 
(B) corrupção ativa e peculato. 
(C) peculato e corrupção passiva. 
(D) concussão e peculato. 
(E) corrupção ativa e concussão. 
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COMENTÁRIOS 
Questão polêmica. É pacífico na Doutrina que se o agente apenas cede ao pedido do funcionário 
público e dá a vantagem indevida solicitada, não pratica o delito de corrupção ativa, pois o tipo 
penal do art. 333 do CP não abarca este verbo (pagar ou dar). 
Contudo, a questão deixa claro que o funcionário público não solicitou a verba, apenas esclareceu 
como funcionava o “esquema”. O particular, por livre e espontânea vontade, ofereceu a vantagem 
indevida, caracterizando o delito de corrupção ativa. 
O funcionário público, por sua vez, praticou o delito de corrupção passiva ao aceitar a vantagem. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A. 
24. (FCC – 2019 – TRF4 – OFICIAL DE JUSTIÇA) Tício e Tácito, trabalhadores autônomos do 
ramo de construção civil, fazendo-se passar por policiais civis, compareceram na empresa “X” 
aduzindo ter em mãos um mandado de busca e apreensão diante de suspeita de crime tributário, 
e de um mandado de prisão temporária contra Manoel, um dos sócios daquela empresa. Para não 
cumprir os mandados, Tício e Tácito solicitaram e receberam a quantia de R$ 3.000,00 em dinheiro 
de Rodrigo, o outro sócio diretor da empresa. No caso apresentado, Tício e Tácito cometeram 
crime de 
(A) corrupção ativa. 
(B) usurpação de função pública. 
(C) corrupção passiva. 
(D) concussão. 
(E) exercício arbitrário ou abuso de poder 
COMENTÁRIOS 
Tício e Tácito praticaram, no caso, o crime de usurpação de função pública, previsto no art. 328 do 
CP (sem prejuízo de eventual crime patrimonial, como estelionato): 
Art. 328 - Usurpar o exercício de função pública: 
Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa. 
GABARITO: Letra B 
25. (FCC – 2018 – TRT-15 – TÉCNICO JUDICIÁRIO – SEGURANÇA) Astolfo, é surpreendido na 
prática de crime de roubo e recebe ordem de prisão por dois policiais militares do Estado X que 
estão devidamente fardados e com viatura. Para evitar a prisão, Astolfo arremessa pedras em 
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direção aos policiais ferindo a ambos que, ainda assim, conseguem prendê-lo com o uso da força 
necessária. Em relação à ação contra a execução de ordem legal praticada por Astolfo, sem 
prejuízo de outros crimes decorrentes da violência, ele poderá responder pelo crime de 
a) Desacato. 
b) Desobediência. 
c) Resistência. 
d) Obstrução à justiça. 
e) Desinteligência. 
COMENTÁRIOS 
O agente praticou aqui o crime de resistência, na forma do art. 329 do CP, pois se opôs à execução 
do ato legal mediante violência: 
Resistência 
Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a 
funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio: 
Pena - detenção, de dois meses a dois anos. 
(...)§ 2º - As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes à 
violência. 
Vale frisar que o agente responderá, ainda, pelas lesões causadas nos policiais. 
GABARITO: Letra C 
26. (FCC – 2017 – TRF5 – TÉCNICO JUDICIÁRIO) José desatendeu ordem ilegal de funcionário 
Público e deixou o local em que tal ordem lhe fora dada. A conduta de José 
a) caracterizou o delito de desacato. 
b) caracterizou o delito de resistência no tipo legal fundamental. 
c) configurou o crime de desobediência. 
d) não tipificou os crimes de desobediência,desacato ou resistência. 
e) configurou o crime de resistência na forma agravada. 
COMENTÁRIOS 
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Se a ordem dada pelo funcionário público era ILEGAL, José não cometeu crime algum ao 
desobedecer a ordem, pois o crime de desobediência, do art. 330 do CP, só se verifica quando o 
agente desobedece a ordem LEGAL de funcionário público. 
Não há que se falar, ainda, nos crimes de desacato ou resistência, pois a conduta praticada não 
corresponde a qualquer destes tipos penais. 
Portanto, a ALTERNARTIVA CORRETA É A LETRA D. 
27. (FCC – 2017 – TRF5 – TÉCNICO JUDICIÁRIO) O particular que atenta contra a 
Administração em Geral, com a característica de iludir, no todo ou em parte, o pagamento de 
direito ou imposto devido pela entrada, pela saída ou pelo consumo de mercadoria no país, 
comete, segundo o Código Penal, o crime de 
a) fraude de concorrência. 
b) contrabando. 
c) descaminho. 
d) sonegação de contribuição previdenciária. 
e) impedimento de concorrência. 
COMENTÁRIOS 
Tal conduta configura o crime de descaminho, previsto no art. 334 do CP: 
Descaminho 
Art. 334. Iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido 
pela entrada, pela saída ou pelo consumo de mercadoria (Redação dada pela Lei 
nº 13.008, de 26.6.2014) 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Redação dada pela Lei nº 13.008, de 
26.6.2014) 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C. 
28. (FCC – 2017 – TRF5 – TÉCNICO JUDICIÁRIO) Marcelino, dirigindo seu veículo, é abordado 
por policiais militares que o vistoriaram e nada encontraram de irregular, nem com a 
documentação do veículo, tampouco com os documentos pessoais, os quais estavam plenamente 
válidos. Apenas por precaução, os policiais o convidaram para ir à Delegacia de Polícia para fazer 
uma melhor averiguação de sua vida pregressa já que não simpatizaram com ele. Marcelino se 
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28 
recusa a acompanhá-los e, os policiais o alertam que o conduzirão à força, caso ele não concorde. 
No entanto, ele novamente não aceita acompanhá-los resistindo à ordem. A conduta de Marcelino 
a) configura crime de desacato e de resistência. 
b) configura crime de resistência, somente. 
c) configura crime de resistência e de desobediência. 
d) configura crime de desacato e de desobediência. 
e) não configura crime. 
COMENTÁRIOS 
Neste caso, Marcelino NÃO PRATICOU CRIME ALGUM, pois recebeu uma ordem ILEGAL dos 
policiais. Se Marcelino não possuía mandado de prisão ou condução coercitiva em seu desfavor, 
tampouco estava sem situação de flagrante delito, tal condução é absolutamente ilegal. Se a 
ordem dada pelo funcionário público era ILEGAL, Marcelino não cometeu crime algum ao 
desobedecer a ordem, pois o crime de desobediência, do art. 330 do CP, só se verifica quando o 
agente desobedece a ordem LEGAL de funcionário público. 
Não há que se falar, ainda, nos crimes de desacato ou resistência, pois a conduta praticada não 
corresponde a qualquer destes tipos penais. 
Portanto, a ALTERNARTIVA CORRETA É A LETRA E. 
29. (FCC – 2015 – TRE-RR – ANALISTA JUDICIÁRIO) Paulo é estudante de uma determinada 
faculdade do Estado de Roraima, cursando o primeiro semestre. No início deste ano de 2015 
Paulo é submetido a um trote acadêmico violento e, amarrado, é obrigado a consumir à força 
bebida alcoólica e substância entorpecente. Após o trote, Paulo, completamente embriagado e 
incapacitado de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse 
entendimento por conta desta embriaguez e do uso de droga, desloca-se até uma Delegacia de 
Polícia da cidade de Boa Vista, onde tramita um inquérito contra ele por crime de lesão corporal 
dolosa decorrente de uma briga em uma casa noturna, e oferece R$ 10.000,00 em dinheiro ao 
Delegado de Polícia para que este não dê prosseguimento às investigações. Paulo acaba preso 
em flagrante pela Autoridade Policial. No caso hipotético exposto, Paulo 
a) praticou crime de corrupção ativa e terá a pena reduzida de um a dois terços no caso de 
condenação. 
b) é isento de pena pelo crime cometido nas dependências da Delegacia de Polícia. 
c) praticou crime de corrupção ativa e não terá a pena reduzida no caso de condenação pela 
embriaguez. 
d) praticou crime de concussão e não terá a pena reduzida no caso de condenação. 
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e) praticou crime de concussão e terá a pena reduzida de um a dois terços no caso de condenação. 
COMENTÁRIOS 
Paulo praticou a conduta típica prevista no art. 333 do CP, ou seja, em tese teria praticado o delito 
de corrupção ativa. 
Contudo, a questão deixa claro que ele se encontrava inteiramente incapaz de entender o caráter 
ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com este entendimento, situação decorrente de 
embriaguez ocasionada por FORÇA MAIOR. Assim, Paulo é inimputável e, segundo o CP, isento 
de pena (afasta a culpabilidade), nos termos do art. 28, §1º do CP. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B. 
30. (FCC – 2015 – SEFAZ-PE – JULGADOR TRIBUTÁRIO) O advogado de um contribuinte 
mencionou que seu procedimento administrativo poderia ter o andamento mais célere, caso 
efetivasse o pagamento de uma “taxa de andamento” ao funcionário responsável pelo 
encaminhamento processual, mediante o conhecimento e a amizade que ele possuía com o 
referido funcionário. Efetivado o acordo, o cliente lhe entregou os valores. A conduta do 
advogado está inserida no crime de 
a) fato atípico pela cobrança de honorários. 
b) advocacia administrativa. 
c) corrupção ativa. 
d) tráfico de influência. 
e) estelionato. 
COMENTÁRIOS 
A conduta do agente, aqui, configura o delito de tráfico de influência, previsto no art. 332 do CP: 
Tráfico de Influência (Redação dada pela Lei nº 9.127, de 1995) 
Art. 332 - Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, vantagem ou 
promessa de vantagem, a pretexto de influir em ato praticado por funcionário 
público no exercício da função: (Redação dada pela Lei nº 9.127, de 1995) 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 
9.127, de 1995) 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D. 
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31. (FCC – 2015 – TCM-GO – AUDITOR) José ofereceu R$ 1.000,00 para João, Oficial de 
Justiça, deixar de citá-lo numa ação cível. João aceitou a oferta, mas José deixou de honrá-la. 
Nesse caso, José responderá por corrupção ativa 
a) consumada e João por corrupção ativa tentada. 
b) tentada e João por prevaricação. 
c) tentada e João por corrupção ativa consumada. 
d) consumada e João por corrupção passiva consumada. 
e) tentada e João por corrupção ativa tentada. 
COMENTÁRIOS 
José responderá por corrupção ATIVA CONSUMADA (pois o mero oferecimento já consuma o 
delito), nos termos do art. 333 do CP. João, por sua vez, responderá pelo delito de corrupção 
PASSIVA CONSUMADA, pois a mera aceitação da vantagem já consuma o delito, nos termos do 
art. 317 do CP. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D. 
32. (FCC – 2015 – TCM-GO – AUDITOR) Paulo, sócio administrador de agência de turismo, 
ofereceu uma viagem à Europa a Jack, agente fiscal de rendas, para determiná-lo a não autuá-lo 
por sonegação de tributo estadual. Jack aceitou a oferta, viajou e, quando voltou, foi até a 
empresa e lavrou auto de infração pela sonegaçãodo referido tributo. Nesse caso, 
a) Paulo responderá por corrupção ativa e Jack não responderá por nenhum delito por ter lavrado 
o auto de infração. 
b) Jack responderá por corrupção passiva e Paulo por prevaricação. 
c) Paulo responderá por corrupção ativa e Jack por prevaricação. 
d) não há crime, porque o auto de infração foi lavrado, não tendo havido prejuízo para a 
Administração pública. 
e) Jack responderá por corrupção passiva e Paulo por corrupção ativa. 
COMENTÁRIOS 
Paulo responderá por corrupção ATIVA CONSUMADA (pois o mero oferecimento já consuma o 
delito), nos termos do art. 333 do CP. Jack, por sua vez, responderá pelo delito de corrupção 
PASSIVA CONSUMADA, pois a mera aceitação da vantagem já consuma o delito. Contudo, a 
“corrupção passiva” que Jack praticou não foi a do art. 317 do CP, pois quando se trata de 
aceitação de vantagem indevida por funcionário da administração tributária, cuja finalidade é o 
não lançamento de tributo ou lançamento parcial (contrariamente à Lei), teremos uma modalidade 
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31 
especial de corrupção passiva, que é a “corrupção passiva tributária”, prevista no art. 3º, II da Lei 
8.137/90. 
A resposta da questão poderia ter sido mais completa, de forma a não dar margem para anulação. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E. 
33. (FCC – 2015 – TJ-AL – JUIZ) NÃO constitui crime praticado por particular contra a 
Administração em geral 
a) o tráfico de influência. 
b) a desobediência. 
c) a resistência. 
d) a advocacia administrativa. 
e) o desacato. 
COMENTÁRIOS 
Dentre as alternativas apresentadas, apenas a letra D traz um crime que não constitui “crime 
praticado por particular contra a Administração em geral”, eis que tal delito é um crime praticado 
por FUNCIONÁRIO PÚBLICO contra a administração em geral, nos termos do art. 321 do CP. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D. 
34. (FCC – 2014 – TRF4 – OFICIAL DE JUSTIÇA) Processado por roubo cometido contra 
empresa pública federal, Mélvio teve sua prisão preventiva legalmente decretada. Ao ser 
regularmente cumprido o respectivo mandado por Oficial de Justiça, Mélvio resistiu com violência 
à prisão e, ao final, foi absolvido da imputação de roubo, posto que afinal reconhecida injusta. 
Com base somente nesses dados, 
(A) inexistiu crime de resistência, qualquer que seja o fundamento técnico da absolvição quanto ao 
roubo. 
(B) inexistiu crime de resistência, desde que a absolvição seja pela negativa de autoria quanto ao 
roubo. 
(C) inexistiu crime de resistência, mas responde Mélvio, de qualquer modo, por outro eventual 
crime correspondente à violência. 
(D) inexistiu o crime de resistência, desde que a absolvição quanto ao roubo tenha afirmado a 
inexistência ou o atipicidade do fato respectivo. 
(E) caracteriza-se o crime de resistência. 
COMENTÁRIOS 
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32 
Neste caso restou PLENAMENTE caracterizado o delito de resistência, pois o agente, mediante 
violência, resistiu ao cumprimento de ato legal por parte de funcionário público. Vejamos: 
Resistência 
Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a 
funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio: 
Pena - detenção, de dois meses a dois anos. 
O fato de, posteriormente, o acusado ser absolvido da acusação criminosa (em relação ao delito 
que gerou o mandado de prisão) não torna ilegal a prisão realizada e, portanto, não afasta o delito 
de resistência. 
Portanto, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E. 
35. (FCC – 2013 – TJ-PE – TITULAR NOTARIAL) Desacato implica 
a) usurpação. 
b) aviltamento. 
c) resistência. 
d) coação. 
e) desobediência. 
COMENTÁRIOS 
O crime de desacato implica aviltamento ao funcionário público e à própria função pública em si, 
não sendo necessário que haja resistência ao cumprimento de ordem, tampouco coação ou 
desobediência. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B. 
36. (FCC – 2013 – MPE-MA – ANALISTA MINISTERIAL) Ana doou um automóvel ao filho de um 
fiscal, para que não autuasse sua empresa por fraudes que havia constatado. Anita, oficial de 
justiça, exigiu R$ 5.000,00 de José, para não cumprir mandado de prisão que ordenava a sua 
prisão. Ângela decorou a casa de um policial para determiná-lo a deixar de investigar delito que 
havia praticado. Alice, médica de um posto de saúde, solicitou R$ 1.000,00 para fornecer atestado 
falso a pessoa interessada em justificar faltas ao serviço. Amanda, perita judicial, recebeu R$ 
5.000,00 de uma das partes para favorecê-la no laudo pericial que estava elaborando. O crime de 
corrupção ativa será imputável somente a 
a) Anita, Alice e Amanda. 
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33 
b) Ana e Ângela. 
c) Alice e Amanda. 
d) Alice. 
e) Ana, Alice e Ângela 
COMENTÁRIOS 
Somente Ana e Ângela praticaram crime de corrupção ativa, pois concederam vantagem indevida 
a funcionário público, a fim de determiná-lo a deixar de praticar ato de ofício, nos termos do art. 
333 do CP. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B. 
37. (FCC – 2013 – TRT15 – TÉCNICO) No momento em que um policial, em cumprimento a 
mandado judicial, deu voz de prisão a Brutus, seu irmão Paulus interveio e impediu a execução do 
ato, agredindo o policial a socos e pontapés, causando-lhe ferimentos leves. Paulus responderá 
a) pelo crime de desobediência. 
b) somente pelo crime de lesões corporais leves. 
c) somente pelo crime de resistência. 
d) pelos crimes de resistência e lesões corporais leves. 
e) pelos crimes de desobediência e resistência. 
COMENTÁRIOS 
Paulus praticou, neste caso, o delito de resistência, nos termos do art. 329 do CP, pois se opôs a 
execução de ato legal por parte do funcionário público. Paulus praticou, ainda, o delito de lesões 
corporais leves, eis que o delito de resistência não engloba punição pela violência praticada, de 
maneira que o agente responde por ambos os delitos em concurso material, nos termos do art. 
329, §2º do CP. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D. 
38. (FGV – 2015 – PREFEITURA DE PAULÍNIA-SP – ADVOGADO) Tício, Guarda Municipal, 
encontrava-se em serviço em frente a determinado prédio público, quando verificou que José 
iniciava uma pichação naquele prédio. Em razão disso, ordenou a José que parasse de imediato e 
entregasse o material que estava sendo utilizado na pichação. Ocorre que José, para garantir sua 
fuga, desferiu chutes na canela do funcionário e, de imediato, empreendeu fuga, não vindo a ser 
alcançado. 
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34 
Considerando apenas as informações narradas, é correto afirmar que a conduta de José no 
momento de sua fuga: 
a) configura crime de resistência; 
b) é atípica, pois estava no seu legítimo direito de tentar fugir; 
c) configura crime de desobediência; 
d) configura crime de desacato; 
e) configura, unicamente, crime de lesão corporal dolosa. 
COMENTÁRIOS 
Neste caso, a conduta do agente configura o delito de resistência, pois se opôs, mediante 
violência, ao ato legal a ser praticado pelo funcionário público (a prisão em flagrante), motivo pelo 
qual responderá pelo crime do art. 329 do CP. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A. 
 EXERCÍCIOS PARA PRATICAR 
 
1. (VUNESP – 2018 – TJ-SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO) A respeito dos crimes 
praticados por particulares contra a administração,em geral (arts. 328; 329; 330; 331; 332; 333; 
335; 336 e 337 do CP), assinale a alternativa correta. 
(A) Não há previsão de modalidade culposa. 
(B) Aquele que se abstém de licitar em hasta pública, em razão de vantagem indevida, não é 
punido pelo crime de impedimento, perturbação ou fraude de concorrência, já que se trata de 
conduta atípica. 
(C) O crime de desacato não se configura se o funcionário público não estiver no exercício da 
função, ainda que o desacato seja em razão dela. 
(D) Para se configurar, o crime de corrupção ativa exige o retardo ou a omissão do ato de ofício, 
pelo funcionário público, em razão do recebimento ou promessa de vantagem indevida. 
(E) Para se configurar, o crime de usurpação de função pública exige que o agente, enquanto na 
função, obtenha vantagem. 
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2. (VUNESP – 2017 – TJ SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO) O crime de “impedimento, 
perturbação ou fraude de concorrência”, do art. 335 do CP, está assim definido: “impedir, 
perturbar ou fraudar concorrência pública ou venda em hasta pública, promovida pela 
administração federal, estadual ou municipal, ou por entidade paraestatal; afastar ou procurar 
afastar concorrente ou licitante, por meio de violência, grave ameaça, fraude ou oferecimento de 
vantagem.” Incorre na mesma pena estabelecida para o crime citado, nos termos do parágrafo 
único do mesmo artigo, quem 
(A) faz proposta em certame licitatório que, posteriormente, deixa de cumprir. 
(B) se abstém de concorrer ou licitar, em razão da vantagem oferecida. 
(C) sendo agente público deixa de inabilitar concorrente sabendo-o fraudador. 
(D) sabendo da ocorrência do fato não o denuncia às autoridades públicas. 
(E) sendo agente público homologa certame sabendo-o fraudado. 
3. (VUNESP – 2017 – PREF. DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS-SP – PROCURADOR) Considerando 
os Crimes contra a Administração, nos exatos termos do art. 334-A, § 1° , III, quem reinsere no 
território nacional mercadoria brasileira destinada à exportação incorre na mesma pena do crime 
de 
a) sonegação fiscal. 
b) descaminho. 
c) fraude de concorrência. 
d) contrabando. 
e) corrupção ativa em transação comercial internacional. 
4. (VUNESP – 2017 – CÂMARA DE COTIA-SP – PROCURADOR LEGISLATIVO - ADAPTADA) 
O crime de usurpação de função pública somente se caracteriza se o agente usurpador obtém 
vantagem enquanto na função. 
5. (VUNESP – 2017 – CÂMARA DE COTIA-SP – PROCURADOR LEGISLATIVO - ADAPTADA) 
O crime de resistência caracteriza-se pela oposição à execução de ato, ainda que ilegal, mediante 
violência ou grave ameaça, a funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe esteja 
prestando auxílio. 
6. (VUNESP – 2017 – CÂMARA DE COTIA-SP – PROCURADOR LEGISLATIVO - ADAPTADA) 
O crime de tráfico de influência caracteriza-se independentemente de o agente influir em ato 
praticado por funcionário público no exercício da função. 
7. (VUNESP – 2017 – CÂMARA DE COTIA-SP – PROCURADOR LEGISLATIVO - ADAPTADA) 
A reinserção no território brasileiro de mercadoria destinada à exportação, em tese, caracteriza o 
crime de descaminho. 
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8. (VUNESP – 2016 – CÂMARA DE MARÍLIA-SP – PROCURADOR) Funcionários públicos estão 
executando um ato legal. Mediante violência, um indivíduo opõe-se à execução do ato, e acaba 
causando lesão corporal leve em um particular que prestava auxílio aos funcionários públicos. Em 
que pese a oposição o ato se executa. O indivíduo 
a) comete crime de resistência e também responderá pela violência (lesão corporal). 
b) comete crime de desobediência, o qual terá sua pena aumentada por conta da violência (lesão 
corporal). 
c) apenas responderá pela violência (lesão corporal), não havendo porque se cogitar de outro 
crime, pois o ato foi executado. 
d) apenas comete crime de resistência, não havendo porque se cogitar de outro crime, uma vez 
que a vítima de violência (lesão corporal) não se trata de funcionário público. 
e) não comete crime algum. 
9. (VUNESP – 2016 – CÂMARA DE MARÍLIA-SP – PROCURADOR) A conduta de iludir, no todo 
ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido pela entrada, pela saída ou pelo consumo 
de mercadoria constitui 
a) crime de contrabando. 
b) crime de descaminho. 
c) crime de sonegação de contribuição previdenciária. 
d) mero ilícito fiscal-aduaneiro, sem repercussão na esfera penal. 
e) mero ilícito fiscal-tributário que sujeita a respectiva mercadoria a perdimento, sem repercussão 
na esfera penal. 
10. (VUNESP – 2016 – IPSMI – PROCURADOR – ADAPTADA) Importar mercadoria, sem o 
pagamento do imposto devido pela entrada, caracteriza o crime de contrabando, de competência 
da Justiça Federal. 
11. (VUNESP – 2016 – IPSMI – PROCURADOR – ADAPTADA) O crime de desobediência (artigo 
330 do Código Penal) somente se caracteriza se do não atendimento à ordem resultar prejuízo à 
Administração Pública. 
12. (VUNESP – 2016 – CÂMARA MUNICIPAL DE POÁ-SP – PROCURADOR) A fim de evitar o 
cumprimento de reintegração de posse, indivíduo lança pedras contra Oficial de Justiça que está 
dando cumprimento ao respectivo mandado judicial. Tal conduta configura o crime de 
a) desacato. 
b) resistência. 
c) desobediência. 
d) arremesso de projétil. 
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e) usurpação de função pública. 
13. (VUNESP – 2015 – PC-CE – DELEGADO) O crime de usurpação de função pública é 
qualificado se 
a) do fato resulta prejuízo patrimonial para a Administração. 
b) do fato o agente aufere vantagem. 
c) ocorre em local ermo ou de difícil acesso ou durante repouso noturno. 
d) praticado mediante o uso de uniforme ou insígnias ou qualquer outro elemento distintivo da 
atividade usurpada. 
e) praticado em concurso de pessoas. 
14. (VUNESP – 2015 – MPE/SP – ANALISTA DE PROMOTORIA - ADAPTADA) O crime de 
resistência previsto no artigo 329 do CP tem sua pena aplicada sem prejuízo da pena 
correspondente à violência grave. 
15. (VUNESP – 2015 – MPE/SP – ANALISTA DE PROMOTORIA - ADAPTADA) O delito de 
desobediência, previsto no artigo 330, CP, é crime comum, tendo como sujeito ativo qualquer 
pessoa, com exceção do funcionário público, que mesmo quando não está no exercício da função, 
não perde essa condição para efeitos penais. 
16. (VUNESP – 2015 – MPE/SP – ANALISTA DE PROMOTORIA - ADAPTADA) O delito de 
desacato (art. 331, CP), dado o objeto material (o funcionário público e sua honra), tem como 
sujeito passivo apenas o funcionário público humilhado. 
17. (VUNESP – 2015 – CÂMARA DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO/SP – ADVOGADO) José, 
policial militar, no exercício da sua função, decidiu abordar João na via pública, pois este passou 
a correr quando percebeu a aproximação da viatura policial. Durante a abordagem, João passou 
a desprestigiar e ofender José, em razão do seu salário de policial militar, inclusive proferindo 
palavras de baixo calão contra ele. Com relação à conduta de João, pode-se afirmar sobre ele que 
(A) ao sair correndo, quando viu a viatura policial, praticou o delito de resistência. 
(B) cometeu o delito de desobediência. 
(C) sua conduta é atípica. 
(D) é passível de queixa-crime, ajuizada por José, no prazo de 6 meses, a contar da data do fato, 
caso sinta que sua honra profissional tenha sido ofendida. 
(E) praticou o crime de desacato. 
18. (VUNESP – 2015 – CÂMARA DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO/SP – ADVOGADO) Sobre o 
delito de corrupção ativa, previsto no artigo 333 do Código Penal, pode-se afirmar que 
(A) é crime comum, pode ser praticado por qualquer pessoa,

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