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CHEFE DE ESTADO E CHEFE DE GOVERNO: QUAL A DIFERENÇA?
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Presidente, primeiro-ministro, rainha e chanceler. Todos esses nomes podem ser atribuídos a figuras de extrema importância para uma nação, cultura e povo. Representam os cargos mais altos dentro da hierarquia de um Estado e acumulam funções primordiais para o funcionamento e desenvolvimento de um país.
Em termos gerais, Chefes de Estado e Chefes de Governo se diferenciam pelos poderes, funções e responsabilidades atribuídos a eles pela constituição do Estado-nação e pela tradição nacional. Enquanto o primeiro desempenha um papel simbólico e cerimonial muito significativo e de enorme visibilidade, o segundo concentra as tarefas do gabinete do Poder Executivo.
CHEFE DE ESTADO
Ele serve como um símbolo da legitimidade e da força de um país.
Dentro das funções e responsabilidades do Chefe de Estado, estão diversos compromissos simbólicos. Entre eles estão condecorar heróis de guerra, receber Chefes de Estado estrangeiros e suas delegações em seu país, ir em caráter oficial para outros países representar a vontade da sua nação, manter diálogos abertos com líderes nacionais e internacionais e participar de inaugurações, eventos especiais (esportivos, artísticos, etc.). Além disso, a imagem do Chefe de Estado é muitas vezes usada também para garantir essa representatividade, então, retratos podem estar presentes em estabelecimentos públicos e moedas, por exemplo.
Junto com o papel simbólico, o Chefe de Estado assume poderes executivos e políticos também. Ele exerce um papel diplomático importante, podendo assinar e ratificar tratados internacionais, como se fosse um ministro de relações exteriores.
CHEFE DE GOVERNO
Ao Chefe de Governo cabe a liderança e a formulação de políticas públicas, econômicas e sociais, manutenção do funcionamento dos poderes executivo e legislativo, diálogo entre os partidos, atores institucionais, Chefe de Estado e população. Em termos gerais, o Chefe de Governo é a figura principal da política do país e o principal articulador das vontades da população.
Em regimes parlamentaristas, o Chefe de Governo também é o chefe do legislativo, enquanto em regimes presidencialistas, como o brasileiro, as casas do Congresso (Senado Federal e Câmara dos Deputados) elegem seus próprios líderes.
O presidente da República é a figura pública máxima por assumir a competência de chefe do Estado e do governo no Brasil. 
Observa-se que República Federativa do Brasil é o Estado soberano brasileiro e não a União. Somente a República Federativa do Brasil possui personalidade jurídica de Direito Público Internacional ou Externo. Dessa forma, a República Federativa do Brasil é parte em tratados internacionais, seja bilateral ou multilateral, ou membro-parte de organizações internacionais, como da Organização das Nações Unidas. Lado outro, a União corresponde ao governo federal ou governo nacional, consistindo em ente federado dotado de autonomia e com personalidade jurídica de direito público interno (inciso I do artigo 41 do Código Civil).
O chefe de Estado atua externamente na condição de chefe da República Federativa do Brasil, ou seja, representa o país no plano externo ou internacional. Já o chefe de Governo atua internamente como chefe da União, ou seja, do governo federal.
O artigo 84 da Constituição do Brasil de 1988 determinou competências privativas ao presidente da República. Observa-se que ao presidente, enquanto chefe de Governo, compete nomear e exonerar os ministros de Estado, exercer a administração federal, iniciar o processo legislativo nos casos previstos no texto constitucional, sancionar e fazer publicar as leis, expedir decretos e vetar projetos de lei, total ou parcialmente (incisos I a IV).
O mesmo artigo 84 também define que compete privativamente ao presidente da República, enquanto chefe de Estado, manter relações com os Estados estrangeiros, celebrar tratados internacionais (após aprovação pelo Congresso Nacional), declarar guerra, no caso de agressão estrangeira (com autorização do Congresso Nacional) e permitir que forças estrangeiras transitem ou que permanecem temporariamente no território brasileiro (incisos VII, VIII, XIX, XXII).