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Jornal Valor --- Página 15 da edição "08/08/2022 1a CAD A" ---- Impressa por CCassiano às 07/08/2022@20:08:29 Sábado, domingo e segunda-feira, 6, 7 e 8 de agosto de 2022 | Ano23 | Número 5558 | R$5,00www.valor.com.br Nãohá risco de crise de governabilidade na Colômbia comPetro, diz ErnestoSamperA11 STJafastamulta de 100%por sonegação fiscal em importaçãoE1 Comvoto deKamala Harris, Senadodos EUAaprovapacote climático de BidenA11 Realização Garanta seu ingresso ingressocerto.com/riogastronomia Saiba mais em riogastronomia.com @riogastronomia 11 a 14 e 18 a 21 de agosto JOCKEY CLUB BRASILEIRO Vire a página e veja mais! apresentam Semana que vem começa o festival mais gostoso do Brasil. Um programa com o melhor da nossa gastronomia e muita diversão, em um espaço incrível. Já garantiu o seu ingresso? PREPARADOS PARA A DIVERSÃO? 8 dias de festival +35 restaurantes +60 chefs +30 produtores do estado Shows todos os dias Área Kids Roda-gigante CAPA PROM OCIONAL Jornal Valor --- Página 16 da edição "08/08/2022 1a CAD A" ---- Impressa por CCassiano às 07/08/2022@16:05:02 2 | Valor | Sábado, domingo e segunda-feira, 6, 7 e 8 de agosto de 2022 *LEITE DE MAGNÉSIA DE PHILLIPS: hidróxido de magnésio 8%. Indicação: laxante suave e antiácido. MEDICAMENTO DE NOTIFICAÇÃO SIMPLIFICADA RDC ANVISA N° 199/2006. AFE 1.03764-8. SE PERSISTIREM OS SINTOMAS, O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO. NÃO USE ESTE MEDICAMENTO EM CASO DE DOENÇAS DOS RINS. BR-LMP-BAT-RG-062022-01 | JUN/2022 BEBA COM MODERAÇÃO. PRODUTO DESTINADO A MAIORES DE 18 ANOS ParceriaHotel OficialApoio Parceria de Inovação Cidade Anfitriã Patrocínio Master #SantanderBrasil #bancodagastronomia O que o Santander pode fazer pela gastronomia hoje? Saiba aqui Patrocínio 18/08 - 20h Frejat DÁ UMA OLHADA EM QUEM JÁ CONFIRMOU PRESENÇA. Realização 21/08 - 20h Samba de Santa Clara 14/08 - 18h30 Samba de Vinil: Marcelo Serrado & Édio Nunes 12/08 - 20h Fogo e Paixão 21/08 - 16h Suricato 20/08 - 20h Roberta Sá 13/08 - 20h Fernando Rosa 13/08 - 16h Kynnie 19/08 - 20h Fica Comigo 14/08 - 16h Lica Tito 20/08 - 16h Malía 11/08 - 20h Elba Ramalho 20/08 - 14h Catha Jornal Valor --- Página 1 da edição "08/08/2022 1a CAD A" ---- Impressa por CCassiano às 07/08/2022@21:34:12 Sábado, domingo e segunda-feira, 6, 7 e 8 de agosto de 2022 | Ano23 | Número 5558 | R$5,00www.valor.com.br Cursosuperiornãogarantecolocação MarsíleaGombata DeSãoPaulo O número de pessoas com formação universitária que trabalham em vagas que não demandam instrução de nível superior aumentou em quase 480 mil, para 4,9 milhões de trabalhadores, nos dois últimos trimestres. Antes da pandemia, no início de 2020, os cha- mados “overeducated” (sobre-educa- dos, em uma tradução livre) ultrapas- savam 4,3 milhões de pessoas, segun- do a consultoria IDados, com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Do- micílio Contínua, do IBGE. Segundo Ana Tereza Santos, da IDa- dos, há um excesso de mão de obra com qualificação universitária no país, umavezqueomercadodetrabalhonão está criando vagas suficientes para ab- sorver o estoque com esse perfil. Santos tambémdetalhaqueoaumentodosso- bre-educados vem sendo puxado por trabalhadores mais jovens, que têm o diploma, mas não conseguem atuar na área de sua formação.PáginaA4 Crise obriga indústria global aenfrentarciclo inflacionário AdrianaMattos DeSãoPaulo As maiores empresas globais de con- sumo elevaram em até dois dígitos (20%) os preços de seus produtos, na América Latina e no mundo, nos últimos meses, com consequente queda em volume na maioria dos casos, para compensar a alta emcustosdacadeiadeprodução. O Brasil foi afetado pelas políticas de reajustes e é citado por executivos de quatro das oito companhias que publi- caram resultados: Unilever, P&G, Kim- berly-Clark,Nestlé,Danone,Coca-Cola, Whirlpool e Electrolux. No mundo, cincodelas subirampreçosevenderam quantidades menores de abril a junho — apenas Coca-Cola, Nestlé e Danone reajustaram sem perder volume. Nos últimos dias, os CEOs precisaram apresentar, emteleconferênciasderesul- tados do 2o trimestre, suas estratégias de reação ao cenário global de inflação, em parte, incitadospelosanalistas,quecolo- caram dúvidas sobre as políticas de pre- ços. O desafio maior para essas empresas é que seus mercados consumidores são muito diferentes em termos de estrutura decusto,hábitose tolerânciaa reajustes. “Hoje, em alguns casos, é uma discus- são dura tratar de preços, [porque tem que] garantir que não fiquemos fora do mercado”, disse o CEO da Danone, An- toine de Saint-Affrique, a investidores. Com expectativa de que as pressões em Pix já empata comboletono e-commerce MarianaRibeiro DeSãoPaulo A aceitação do Pix nas principais lojas on-line do país marcou novo recorde e já divide com o boleto a 2a posição entre as formas de pagamento mais disponibili- zadas no e-commerce. No mês passado, 78% das 59 maiores lojas virtuais — res- ponsáveis por 85% do comércio eletrôni- co no país — ofereciam a opção de paga- mento instantâneo. Além disso, 24% das plataformas que aceitam o Pix oferecem descontos nessa forma de pagamento, entre 3% e 10%. Para especialistas, o risco de fraudeéumdosdesafiosdoPix.Ocar- tão de crédito segue líder, mas os parce- lamentos têmdiminuído.PáginaC1 Fabricantesdecelularespõemempráticasuasestratégiasparaaumentarasvendasnaesteiradoavançodo5Gnopaís—oquartomaiormercado domundo. A Samsung, por exemplo, aposta no leasing e na entrega do aparelho usado como parte de pagamento, diz Antonio Quintas Página B7 A N A PA U LA PA IV A /V A LO R Nãohá risco de crise de governabilidade na Colômbia comPetro, diz ErnestoSamperA11 STJafastamulta de 100%por sonegação fiscal em importaçãoE1 custoscontinuem,os repassesdevemsees- tender de forma disseminada pelos países, inclusive no mercado latino, onde o Brasil chega a ter metade das vendas de certas marcas. Alan Jope, CEO da Unilever, por exemplo,disseainvestidoresqueacompa- nhia repassou na América Latina, até ago- ra, 70% das altas de custos sentidas após a pandemiadecovideaguerranaUcrânia. Paraalgumascompanhias,osaumentos ocorremapartirde“cálculo”deperdaacei- táveldevolume.Segundooutras,aapostaé no “valor” da marca, como a P&G, que su- biu preços no mundo em 8% no 2o trimes- tre e perdeu 1% em volume. Richard Pelz, da Bain & Company, disse, em apresenta- ção,serdifícildecidirquandoequantorea- justar.Oriscoéperdermercado.PáginaB1 Sinal aberto Comvoto deKamala Harris, Senadodos EUAaprovapacote climático de BidenA11 Ibovespa 5/ago/22 0,55% R$ 26,2 bi Selic (meta) 5/ago/22 13,75% ao ano Selic (taxa efetiva) 5/ago/22 13,58% ao ano Dólar comercial (BC) 5/ago/22 5,2159/5,2165 Dólar comercial (mercado) 5/ago/22 5,1663/5,1669 Dólar turismo (mercado) 5/ago/22 5,1949/5,3749 Euro comercial (BC) 5/ago/22 5,3030/5,3057 Euro comercial (mercado) 5/ago/22 5,2587/5,2593 Euro turismo (mercado) 5/ago/22 5,3051/5,4851 Ideias Indicadores EdvaldoSantana Ainda se escuta que o Brasil é um país mis- cigenado, onde todos são iguais. São as fra- ses pintadas no muro da hipocrisia.A12 Sergio Lamucci O foco no curto prazo nubla a discussão sobre como fazer a economia brasileira crescer de modo sustentável.A2 Destaques O Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) deverá desacelerar o ritmo de altas de juros já em sua pró- xima reunião, provavelmente elevando a taxa referencial em 0,5 ponto percen- tual em setembro, afirma Marzo Ber- nardi, chefe global de serviços a clien- tes da Western Asset. De acordo com o executivo, ainda existe a possibilidade de um “soft landing” (pouso suave) da economia americana, sem que o país entre em recessão. C2 e C3 ALreduzemissões soberanas Governos latino-americanosvenderam apenasUS$21,6bilhõesemdívidasdeno- minadasemdólar, euroe ienenesteano até4deagosto,umdeclíniode61%emre- laçãoaomesmoperíodode2021.Aoferta denovos títulosexternos sofreuumtom- boemtodoomundo, comoresultadodos aumentosde jurospelosprincipaisban- coscentrais, que tornaramoacessoaos mercadosdecapitaismaisoneroso.C2SyngentacompraAgroJangada ASyngenta, companhia suíçadesementes edefensivos controladapelaestatal chine- saChemChina, comprouaredededistri- buiçãode insumosagrícolasAgro Janga- da,deMatoGrossodoSul.Comonegócio, queaindadependedeaprovaçãopeloCa- de, a cadeiadamultinacionalnopaíspas- saacontar com60 lojas,dasbandeiras Agro Jangada,AtuaAgro (ParanáeRio GrandedoSul) eDipagro (MatoGrosso). Ovalorda transaçãonão foidivulgado.B8 Brookfieldpreparavendadeativos A Brookfield sinalizou que uma possí- vel oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) da BRK Ambiental poderá abrir caminho para a futura venda de sua participação na empresa de saneamento, da qual detém 70%. Outro ativo do qual a gestora pretende se desfazer no Brasil é a concessionária de rodovias Arteris, na qual é sócia da espanhola Abertis. B4 Westernaindacrêem‘soft landing’ Petroleirasmultiplicam lucros AsprincipaispetroleirasnaAméricadoNor- te, América Latina e Europa multiplicaram os lucros, impulsionadaspelospreçosdepe- tróleo e gás. ExxonMobil, Chevron, Conoco- Phillips, Shell, TotalEnergies, BP, Eni, Equi- nor, Petrobras, Pemex e Ecopetrol somaram receitas de US$ 594,3 bilhões no 2o trimes- tre,umaaltade77%emrelaçãoaigualperío- do de 2021. O lucro conjunto de US$ 98 bi- lhõesémaisdetrêsvezesmaior.B3 Eleiçãodevetrazerpoucarenovação Comapolarizaçãoeoesgotamentodaon- da“antissistema”quemarcouaseleições de2018,analistaspolíticosdizemacreditar quearenovaçãonaCâmaradosDeputados enasAssembleiasLegislativasserábaixano pleitodesteano.Alémdisso, ferramentas dealiciamentodeparlamentarespeloPla- nalto,comoo“orçamentosecreto”, tendem areforçaressatendência.A8 Às 12h, no www.valor.globo.com LIVE do Segunda, 8/08, às 12h –Malu Gaspar, repórter e colunista do jornal O Globo; Fernando Torres, editor executivo do Valor;Marcelo d'Agosto, economista e colunista do Valor Investe Terça, 9/08, às 12h –Mafoane Odara, líder de recursos humanos (HRBP) da Meta para a América Latina “Háumapopulaçãosensível aconsumirvaloresdepermanência”, dizPierreRainero,daCartier DIVULGAÇÃO . Prejuízo fiscal poderáabater dívidaativa BeatrizOlivon DeBrasília A Procuradoria-Geral da Fazenda Na- cional (PGFN) editou nova portaria que altera as regras para negociação de débi- tos inscritos em dívida ativa, por meio da transação tributária. Agora, prejuízo fis- cal e base negativa da CSLL poderão ser usados para pagar o principal da dívida, e não apenas multas e juros. Portaria de 1o de agosto previa apenas o abatimento dos acréscimos. A PGFN ressalta, no en- tanto, que o uso desses créditos se dará emcasos “excepcionais”.PáginaE1 Alta joalheria elevareceitade grifesde luxo PedroDiniz Para oValor, deGenebra Nosmesesmaisdifíceisdapandemiae nacontramãodovarejoglobal,asvendas das joalherias de luxo cresceram e foram explicadas por viagens suspensas e pou- pança forçada da população de maior poder aquisitivo. Agora, mesmo com a alta dos insumos, que fez saltar o preço das joias, as vendascontinuamfirmes. Tiffany e Bvlgari, por exemplo, registra- ram resultados recordes. As grifes impul- sionaram o crescimento de 16% da área de joias e relógios do grupo LVMH no 1o se- mestre, em relação ao mesmo período de 2021. Foram €4,9 bilhões em vendas. Entre abril e junho, as joalheriasdogrupoRiche- mont (Van Cleef & Arpels, Buccellati e Car- tier) responderam por €3,01 bilhões em vendasecrescimentode12%.PáginaB6 Eletrobrasdeve dardestaquea fonterenovável FábioCouto eJulianaSchincariol DoRio A Eletrobras tem potencial importan- te para ser uma das maiores empresas de energia renovável do mundo, diz Wilson Ferreira Jr., recém-eleitopelonovoconse- lho de administração para presidir a companhia. Segundo o executivo, um de seus desafios será demonstrar que a pri- vatização da maior empresa de geração e transmissão de energia do país foi corre- ta para gerar valor ao acionista e a todos ospúblicosdaempresa.PáginaB5 Estatalvirouativo eleitoral,dizPetros MariaCristinaFernandeseFranciscoGóes DeSãoPaulo e doRio O conselheiro da Petrobras Francisco Petros afirma que a empresa se transfor- mou em ativo eleitoral e que interven- ções sucessivas na petroleira configuram “poder abusivo” do acionista controla- dor, a União, além de demonstrar que a Lei das Estatais já não oferece a proteção queacompanhiaprecisa.PáginaA14 Jornal Valor --- Página 2 da edição "08/08/2022 1a CAD A" ---- Impressa por CCassiano às 07/08/2022@22:51:56 A2 | Valor | Sábado, domingo e segunda-feira, 6, 7 e 8 de agosto de 2022 Brasil 70/30 Food Tech B8 Abertis B4 Agro Jangada B8 Ambev B5 Americanas B7 Andrade Gutierrez B4 Apple B2 Arko Advice A8 Arteris B4 Arthur J. Gallagher & Co C1 ASA Investments C3 Assaí B1 Bain & Company B1 Banco do Brasil C1 Bank of America B5 Berkshire Hathaway C4 BlueLine C3 BNSF C4 Bom Futuro B8 BP B3, B5 Bradesco B5, C1 Brand Finance Brasil B1 BRF A14 BRK Ambiental B4 Brookfield B4 BTG Pactual B5, C1 Caixa B4 Camargo Corrêa B4 Chevron B3, B5 Cielo C1 Cipatex B4 Clealco B8 CNODC B5 Cnooc B5 Coca-Cola B1 ConocoPhillips B3 Danone B1 Dao Foods B8 Ecopetrol B3 Electrolux B1 Eletrobras A14, B5 Eni B3 Equinor B3 ExxonMobil B3 Ford B2 Galapagos Capital C3 Geico C4 GetNet C1 Gmattos C1 Goldman Sachs B5 Google B2 Gouvêa Ecosystem B1 GPA B1 Havaianas B1 Heineken B2 IBM B2 Inter C3 Invesco Capital Management B7 Itaú BBA B3, B5 Itaú Unibanco B5 JBS A10 Julius Baer Family Office C3 Localiza B1 Locaweb B7 Marisa B1 Morgan Stanley B4 Movida B1 Neelix Consulting Mining & Metals B4 Nestlé B1 Novonor B4 Nubank B1 OAS B4 Occidental Petroleum C4 Odebrecht A10 P&G B1 PagSeguro C1 Pemex B3 Petrobras A14, B3, B5 Petronas B5 Pimco C6 Porto Seguro B7 Quaest A8 Renner B1 Samsung B7 Sanepar B5 Santander B5, C6 Santiago Cotton B8 Shell B3, B5 Síntese Soluções B7 Sixth Street B6 Socios B6 Spotify B6 Stone C1 StoneX B8 Syngenta B8 Systemiq no Brasil A6 Tesla B7 Toro C6 TotalEnergies B3, B5 Twitter B7 UBS BB B5 Unidas B1 Unilever B1 Universidade da Califórnia B2 UTC B4 Vale B4, B5 WEG B5 Western Asset C2 Whirlpool B1 Índice de empresas citadas em textos nesta edição Sergio Lamucci Comfoconocurtoprazo, Brasilvendeofuturo Governomirareeleição, semseimportarcom custoseconsequências O governode Jair Bolsonarooperaem 2022comofocoem medidasdecurto prazopara melhorarapopularidadedo presidente,não importandoo efeito sobreacredibilidadedas instituições fiscaisdopaís. Iniciativas comhorizontede poucosmeses terão impacto duradouro.Háreduçõesde impostosbaseadasno pressupostodequeoaumento correntede receitas será permanente, afetandoa situação fiscal futuradeEstados emunicípios. Elevaçõesde gastosprevistasparavigorar apenasnosegundosemestre devemseperenizar.Háainda adiamentodedespesas—caso dosprecatórios—quepoderão gerarumaboladenevede dívidasnospróximosanos. Algumasdessasmedidasforam tomadaspormeiodePropostasde EmendaàConstituição(PEC), banalizandouminstrumentoque deveriaserusadodemodo criterioso.Paracompletar, iniciativasdeestímuloàdemanda ocorremnumambienteemqueo BancoCentral(BC)seesforçapara derrubarumainflaçãoqueroda nacasadosdoisdígitosháquase umano.Comisso,osjurosterão deficarmaisaltospormaistempo. Umdosresultadosdessa estratégiapopulistaéturvaro cenárioàfrente.Emjulho,o IndicadordeIncertezana Economia(IIE)daFundação GetulioVargas(IIE)subiupelo terceiromêsseguido,atingindo 120,8pontos,umnível historicamenteelevado— númerosacimade110pontossão consideradosaltos. ParaoeconomistaLivio Ribeiro, sóciodaBRCG Consultoria,estáemconstrução umquadrofuturorecheadode dúvidas—nasreceitas,nas despesasenasregras fiscais gerais.Eleressaltaoaumentodo customédiodoendividamento dogoverno.Nos12mesesaté junho,ocustomédiodadívida públicafederal ficouem10,9%ao ano,bemacimados7,18%de junhode2021. “Operfildasreceitasé perigoso”,adverteRibeiro, tambémpesquisadorassociado doInstitutoBrasileirode EconomiadaFundaçãoGetulio Vargas(FGVIbre).Háumapiora dasperspectivasparaospreçosde commoditiesqueajudarama engordaroscofrespúblicos, comopetróleoeminériodeferro, dadaaperdadefôlegoda economiaglobal. Ocardápiodemedidas populistaspatrocinadaspelogovernoBolsonaroéextenso.Os efeitosdealgumasdecisõesserão sentidosmuitoalémdosegundo semestre,podendoatingira situaçãoestruturaldascontas públicas.Umdosexemplos emblemáticoséolimite imposto aosEstadosparacobrançado ICMSsobreitenscomoenergia elétricaecombustíveis,para derrubarainflaçãonocurto prazo.Ribeirodizqueas mudançasnoICMSabremum buracopotencialnasreceitasde Estadosemunicípiosdecercade R$70bilhõesporano. “Estáabertaumacrise federativa”,resumeele, lembrando quealeiaprovadapeloCongresso sobreoassuntoéumainterferência federalnumtributoestadual.Aalta recentedaarrecadaçãosedeveu especialmenteàinflaçãoelevadaeà altadospreçosdecommodities, combinaçãoquenãodeveserepetir em2023.Numcenáriode desaceleraçãoglobalmaisintensa, comoaesperadadaquiparafrente, asperspectivasparaascotaçõesde produtosprimáriosnãosãodas melhores,porexemplo.Nascontas deRibeiro,umaquedade10%dos preçosemreaisdepetróleoede minériosreduziriaaarrecadação anualdeUnião,Estadose municípiosemR$42bilhões. Comohaviamalertado especialistasemcontaspúblicas, o limite impostoaoICMSfoi judicializadopelosEstados.São Paulo,Maranhão,PiauíeAlagoas conseguiramliminaresno SupremoTribunalFederal (STF) paracompensaremaperdade receitacomareduçãodoICMS sobreesses itens, suspendendoo pagamentodasprestaçõesda dívidacomaUnião. Aprincipalapostadogoverno parareelegerBolsonaroéa chamadaPECKamikaze.Aum custodeR$41,5bilhões,que ficaráforadotestodegastos,a propostaelevouovalordoAuxílio BrasildeR$400paraR$600, instituiuumauxílioaos caminhoneiroseumaajudaaos taxistasedobrouovalegás.De cunhoobviamenteeleitoreiro,as medidasvalematéofimdoano, maspelomenosoAuxílioBrasil deR$600deveserperenizado– tantoBolsonaroquantoo ex-presidenteLuiz InácioLulada Silva jáafirmaramqueovalorserá mantidoem2023. Oprogramadevecustar R$141,8bilhõesnoanoquevem, considerandoamanutençãodo valoremR$600eaincorporaçãode quemtemdireitoaobenefícioe estavanafila,dizRibeiro.Éum montanteR$52,7bilhõesmaior queosR$89,1bilhõesdoAuxílio Brasiloriginal,comvalordeR$400. Ribeiroressaltaaindaum pontoquetemficadoem segundoplano:osesqueletos fiscaisqueserãodeixadosparaos próximosanos.Éocasodos precatóriosdaUnião,cujo pagamentoanual foi limitadopor umaPECaprovadanofimdoano passado.Comisso,aquitaçãode umaparcelasignificativadas sentenças judiciaiséadiadapara osanosseguintes. O focodogovernoestáem iniciativaspara tentarmelhorar apopularidadedeBolsonaro, sempreocupaçãocomocusto oucomassuasconsequências. “Comtantamudançaderegra, perde-seacapacidadede antecipar”, afirmaRibeiro. “Esse éograndeproblema.Comose planejardesse jeito?”Medidas tomadasde improviso aumentamaincertezae dificultamacapacidadede planejamentonaeconomia,o queprejudicaemespecialo investimento.Osestímulosde curtoprazopoderão fazera economiacresceralgoentre 1,5%e2%nesteano,maspara 2023adesaceleraçãodeve ser forte—Ribeiroprojeta1,5%em 2022e0,1%noanoquevem. “Estamosvendendoofuturo”, dizele,preocupadocomofato deos“anabolizantesdecurto prazo”nublaremumdebate importante: “Aocontráriodo queogovernoprega,nãovemos fatoresdedinamização estruturaldaeconomia:estamos presosemumaarmadilhade baixocrescimento”,afirma Ribeiro.Elenotaqueopaísnão contamaiscomobônus demográfico,umavezquea populaçãoemidadede trabalharpassouacresceraum ritmoinferioraodapopulação total. Issosignificaquese encerrouafasemais favorávelda estruturaetáriadopaísao crescimento. “Alémdisso,a acumulaçãodecapital fixoé insuficiente,nãosomosbonsem capitalhumano,aindaquese tenhamelhoradoumpouco,e temosbaixaprodutividade”, enumeraRibeiro, emendando umapergunta incômodaehoje semresposta: “Oquefaráa economiabrasileiracrescerde formasustentável?” SergioLamucci é editor-executivo e escreve quinzenalmente E-mail: sergio.lamucci@valor.com.br Superaçãodacriseexigeprimaziada economiapolítica,dizPersioArida CristianoRomero DeBrasília A superação da crise econô- mica exigirá a primazia da cha- mada economia política, diz Persio Arida, um dos formulado- res do Plano Real. Além da ne- cessidade de corrigir o legado de “distorções” criadas pelo atual governo e o Congresso, a próxi- ma gestão terá que propor uma série de reformas institucionais nas áreas tributária, orçamentá- ria e administrativa, uma agen- da que demandará grande capi- tal político. A tarefa, observa o economista, será hercúlea e terá que ser tocada em meio a um ce- nário internacional difícil. Em coautoria com cinco eco- nomistas, Persio lançou na sexta- feira um conjunto de propostas para o governo que o país terá a partir de 2023, intitulado “Con- tribuições para um Governo De- mocrático e Progressista”. No do- cumento, os autores vão além da proposição de medidas e trazem algo inédito: a combinação de propostas para que o país avance do ponto de vista institucional com outras que assegurem, du- ranteoperíododeajuste,oapoio da sociedade às reformas. A ideia é instituir “programas especiais de gastos”, que na área social au- mentariam a despesa de 0,4% do PIB para 1% do PIB. “O governo precisa de refor- mas que são absolutamente ne- cessárias para o Brasil retomar o crescimento econômico”, disse ele ao Valor. “É sempre possível que tudo dê certo e não precise de nada e o programa de gastos especiais pode ser anunciado mais para frente”, disse. “Estamos dando primazia a ar- gumentos de economia política em relação aos argumentos estri- tamente econômicos, o que é uma novidade. Um governo com ímpeto político sustentado ape- nas pelo carisma do governante, capaz de encaminhar com suces- so as reformas sem violar o teto de gastos, traria efeitos imedia- tos positivos sobre a inflação e o crescimento. E esses efeitos po- dem gerar um círculo virtuoso, dando mais credibilidade ao go- verno e aumentando sua base de sustentação. A pergunta é: tere- mos esse governante? Podemos nos fiar no atingimento do first best?”, questiona ele. A seguir, os principais trechos da entrevista: Conjuntura internacional — Há o desafio de um cenário interna- cional mais difícil, que certa- mente complica as coisas para o Brasil. Os bancos centrais, com exceção do Brasil, estão muito aquém do que deveriam estar do ponto de vista do combate à in- flação. Talvez não queiram com- bater a inflação tanto quanto di- zem querer. Principalmente no caso dos Estados Unidos. Polarizaçãopolítica— É um cená- rio em que, além desses desafios, a polarização política não desa- parece após as eleições, como a situação nos Estados Unidos cla- ramente deixa a perceber. Além disso, uma coisa é corrigir o lega- do de distorções que vêm do go- verno Bolsonaro. A outra coisa é como avançar. Medidas para avançar — Basica- mente, estamos falando de uma reforma tributária, na linha da adoção de um imposto sobre va- lor adicionado com uma alíquo- ta única, com mudanças para as- segurar que a tributação seja neutra; fazer uma abertura co- mercial com determinação, se necessário, de forma unilateral, em algumas áreas críticas. A área tecnológica é um bom exemplo. É preciso mudar a política de imigração e trabalho do Brasil, queestámuito fechado.Épreciso facilitar a concessão de vistos de trabalho para estrangeiros. Ou- tro ponto é fazer uma reforma do Estado na direção de tornar o go- verno mais eficiente. É preciso fa- zer com os gastos sociais voltem a ter foco. Outra medida é reto- mar as privatizações. Nem as es- tatais criadas pela [ex-presiden- te] Dilma foram fechadas. A mo- tivação correta é você reduzir o tamanho do Estado na economia e liberar o capital público que es- tá nas estatais para as áreas que precisam. O Brasil vai precisar também de um novo ordena- mento fiscal, que envolve não apenas uma nova regra para gas- tos. Tem um cipoal de legislação de gasto orçamentário que preci- sa ser simplificado. O Brasil pre- cisa passar por um processo de desconstitucionalização não pa- ra mexer em princípios federati- vos ou em direitos e garantias fundamentais. Detalhamento de política econômica não pode es- tar na Constituição. Tetodegastos— Do ponto de vis- ta do controle inflacionário, é claro que o ideal é manter o teto degastosa ferroe fogoem2023e talvez 2024 para asseguraruma política fiscal contracionista. O que me preocupa, no entanto, é muito mais uma consideração de economia política do que de eco- nomia estritamente falando. A questão é como assegurar que um governo comprometido a sério com reformas politica- mente difíceis — adoção do IVA, reequilíbrio de taxação para evi- tar aumentar desigualdades, re- forma administrativa, abertura comercial, se necessário com re- dução unilateral de tarifas, refor- ma do Estado, reequilíbrio do Orçamento entre o Executivo e o Legislativo, etc. — pode se susten- tar politicamente ao longo do tempo? O ideal seria um gover- nante comprometido com refor- mas modernizantes e ao mesmo tempo carismático o suficiente para ampliar substantivamentea ‘lua de mel’ dos primeiros meses. No plano do ideal, esse gover- nante só anunciaria os progra- mas especiais de gastos quando a redução de despesas obrigató- rias possibilitar abrigar os pro- gramas especiais dentro do teto de gastos. Os programas espe- ciais, de que o Brasil tanto preci- sa, seriam anunciados nesse mo- mento. Programas especiais— Como fa- zer para assegurar a sustentabili- dade política de um governante comprometido com as refor- mas? Se o ideal não se materiali- zar, temos que pensar em uma solução 'second best' [a melhor alternativa possível]. E o 'second best' são os programas especiais. Dificilmente um novo governan- te reduzirá o pacote 'emergen- cial' do Bolsonaro, que corres- ponde a 0,6% do PIB. Claro que os programas sociais têm que ser melhor focalizados, mas na prá- tica nenhum governante, acho eu, vai reduzir os gastos sociais. Ou seja: os 0,6% do PIB vão se pe- renizar. Nossos programas [pro- postos no documento ‘Contri- buições para um Governo Demo- crático e Progressista’], no valor de 1% do PIB, na verdade acres- centam apenas 0,4% ao que pre- valece hoje. No texto, deixamos claro que esse 1% tem que corres- ponder a cortes das despesas obrigatórias e revisão dos gastos (avaliação, metas, etc.) aprova- dos e cuja materialização aconte- cerá ao longo do tempo. E mais: teriam uma nova governança, com metas públicas e orçamento transparente, responsabilidades definidas. Seriam a marca políti- ca do novo governo. Na essência: entre o ideal preconizado pela teoria e a realidade que nos afi- gura mais plausível — a de uma lua de mel relativamente curta, de um governo que não prepa- rou os detalhes das reformas du- rante a eleição, uma polarização que transcende o quadro eleito- ral —, há que pensar nos termos da economia política e não da economia 'tout court' [sem mais nada a acrescentar]. CLAUDIOBELLI/VALOR Arida: ideal seriagovernantecomprometidocomreformasecarismáticoparaampliara 'luademel' dosprimeirosmeses Jornal Valor --- Página 3 da edição "08/08/2022 1a CAD A" ---- Impressa por CCassiano às 07/08/2022@16:01:36 Sábado, domingo e segunda-feira, 6, 7 e 8 de agosto de 2022 | Valor | A3 Jornal Valor --- Página 4 da edição "08/08/2022 1a CAD A" ---- Impressa por CCassiano às 07/08/2022@22:49:59 A4 | Valor | Sábado, domingo e segunda-feira, 6, 7 e 8 de agosto de 2022 Brasil MercadodetrabalhoCresce ocupação de vagas de menor exigência por trabalhadores com formação universitária Semespaço,profissional recorreaempregode qualificaçãomaisbaixa MelBrito: “Quando terminei o curso, não tinha experiência e não encontrei emprego.Meio que fui empurrada” CAROLCARQUEJEIRO/VALOR MarsíleaGombata DeSãoPaulo Augusto Barros, de 40 anos, se formou em editoração na Uni- versidade Federal do Rio de Ja- neiro (UFRJ), um dos centros de ensino superior de maior prestí- giodopaís.Masnosúltimosanos perdeu ânimo com sua profissão e viu o mercado editorial enco- lher. Decidiu partir para outra es- tratégia. “Com o tempo as vagas foram escasseando e fui vendo outras possibilidades de ter meu sustento”, conta. Hoje trabalha em um call center de uma distri- buidora de energia, onde está há duas semanas e recebe um salá- rio-mínimo por mês. Sua trajetó- ria não é exceção. Barros faz parte do grupo de 4,9 milhões dos chamados “overedu- cated”, pessoas com formação uni- versitária que ocupam postos de trabalho que exigem nível menor de formação. Esse fenômeno se acelerou no Brasil pós-pandemia, marcado por uma retomada par- cialdomercadode trabalho. Nosdoisúltimostrimestres,a fa- tiadaquelesquecompletaramafa- culdade e trabalham em vagas que não demandam nível superior au- mentou em 478,9 mil, atingindo a marca de 4,9 milhões de trabalha- dores, segundo levantamento da consultoria IDados com base nos microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contí- nua (Pnad C). Antes da pandemia, noprimeirotrimestrede2020,esse grupopassavados4,3milhões. Em termos percentuais, as pes- soas com ensino superior que es- tão em cargos que exigem ensino médio oumenos vinham seman- tendoem22%emrelaçãoaototal da população ocupada. Mas ace- lerou para 23% no quarto trimes- tre de 2021 e para 24% no primei- ro trimestre deste ano. Segundo Ana Tereza Santos, economista da IDados, há duas ra- zõesprincipaisportrásdessecená- rio. A primeira é que as pessoas com ensino superior foram as últi- masavoltarparaomercadodetra- balho desde a pandemia, pois tive- ram de esperar o aquecimento da economia, e não encontram pos- tos compatíveis com sua forma- ção. A segunda é uma oferta de pessoas com diploma universitá- rio acima da demanda, uma vez que o mercado não está criando tantasvagasdeensinosuperior. “A pandemia acelerou um fenô- meno que ocorre há um tempo no Brasil e que tem a ver com uma conjuntura de crescimento econô- micoabaixodoesperado”, afirma. Ela argumenta que desde 2010 o Brasil passou a formar muitas pessoas com ensino superior, a maior parte da última década foi de crise econômica, o que dificul- tou a oferta de vagas suficientes para essas pessoas. “A oferta de en- sino superior foi pensada para um Brasil mantendo nível de cresci- mento positivo, o que não se man- tevenosúltimosanos.Nopós-pan- demia, inclusive, o que vimos foi a recuperação de vagas de menor instrução.” Ana afirma que esse aumento dos sobre-educados nos últimos trimestres vem sendo puxado por trabalhadores mais jovens, que têm o diploma, mas não conse- guem atuar na área que escolhe- ram. Como Mel Brito, de 35 anos. Formada em jornalismo pelo Cen- tro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU) em 2018, ela trabalha hoje como ven- dedora de uma loja de sapatos au- torais na Vila Madalena, Zona Oes- tedeSãoPaulo. “Durante a graduação, traba- lhava em loja de roupa de shop- ping para pagar a minha faculda- de, cuja mensalidade era de R$ 1.200 na época. Meu plano era trabalhar com isso até concluir a faculdade”, conta Mel, que nasceu em Esplanada, interior da Bahia, mas se mudou para São Paulo com a ideia de ser jornalista. “Quando terminei o curso, não tinha muita experiência e não encontrei em- prego na minha área. Meio que fui empurrada,não foiumaescolha.” Na época da faculdade, ela tra- balhou como vendedora de lojas de roupa feminina em shopping e recebia R$ 3 mil por mês. Hoje ganha entre R$ 4,5 mil e R$ 7 mil. Além de trabalhar como vende- dora na Vila Madalena, Mel cursa pedagogiaadistâncianaAnhembi Morumbi, cuja mensalidade custa poucomaisdeR$200. “Pensofutu- ramente em trabalhar na alfabeti- zação de jovens e adultos, e acredi- to que terei mais chances de fazer issocompedagogia”, afirma. O aumento dos sobre-educa- dos na economia é um mal sinal, pois é um indicativo de ineficiên- cia de mão de obra, afirma Ana. “Investiu-se um valor alto na for- mação que não se consegue recu- perar porque as pessoas recebem baixos salários. O que elas dão de retorno para a economia é muito menor [do que poderiam]”, diz. “Isso gera uma produtividade muito mais baixa do que deveria ser, como se o potencial existente não fosse aproveitado. Indica um cenário de estagnação. No mo- mento em que poderíamos ter crescimento de qualidade com mão de obra qualificada, não se conseguimos aproveitar isso”, ar- gumenta a economista. Em alguns casos, estar fora da área da formação parece ser uma opçãomais fácil. Álvaro Pires Ca- margo, de 45 anos, se formou em Direito pela Universidade Paulista (Unip), mas é vendedor no comér- cio de luxo no Shopping Cidade Jardim,emSãoPaulo. Ele começou a trabalhar no va- rejo para pagar a faculdade e aca- bou ficando. Depois de 13 anos na loja de roupa masculina Richards, ÁlvaroCamargo: varejo virouganha-pãoparapagar a faculdadedeDireito,mas se tornouatividadepermanente ANAPAULAPAIVA/VALOR AnaTerezaSantos, da iDados: pandemiaacelerouprecarização causadapor crescimentoaquémdoesperado LEOPINHEIRO/VALOR Educados demais Mais qualificados não conseguem vagas à altura Pessoas em cargos compatíveis com sua instrução - em % Fonte: IDados, com base nos microdados da Pnad C 75,5 76,0 76,5 77,0 77,5 78,0 78,5 1T 2019 2T 3T 4T 1T 2020 2T 3T 4T 1T 2021 2T 3T 4T 1T 2022 78 77 76 Pessoas com ensino superior em cargos de nível médio ou menos - em % 21,5 22,0 22,5 23,0 23,5 24,0 24,5 1T 2019 2T 3T 4T 1T 2020 2T 3T 4T 1T 2021 2T 3T 4T 1T 2022 22 23 24 passou por grifes como Noir Le Lis Blanc, 284 Tranchesi, Crawford e Armani. “Eu adoro trabalhar com o público. O varejo é fascinante, mas tem um limite de idade. [Por isso],aindapretendoprestaroexa- me da Ordem dos Advogados do brasil (OAB) e ir para a área traba- lhista”, contaCamargo,queemum mês fracoganhaR$7mil. Opção semelhante tomou Kari- na Vagliante, de 31 anos. Formada em engenharia ambiental no fim de 2015 pela Faculdade Oswaldo Cruz, passou por cozinha de res- taurante e montou um bar com o ex-namorado. Quando a relação terminou, se desfez do negócio e voltouparaacasadospais. “Come- cei a mandar mensagem para al- gumas marcas que gosto e ver se curtia trabalharnisso.Foimeioum desespero para tentar conseguir um emprego, não ficar parada e ocuparacabeça”, lembra.Hoje tra- balha em uma marca de bolsa e botas em Pinheiros, onde cuida da loja físicaedoe-commerce. “Meu salário médio é de R$ 6 mil.Seiquetenhocurrículoecapa- cidade para ganhar mais, mas te- nho uma vida agradável e confor- tável”, diz. “Estou fazendo MBA de gestão de e-commerce, e no futuro pretendotrabalhar comisso.” Segundo Janaína Feijó, econo- mista do Instituto de Economia Brasileiro da Fundação Getulio Vargas (FGVIbre), “overeducation” ocorre quando há um descompas- so entre o nível educacional alcan- çado pelo indivíduo e o nível de educaçãoexigidoparaocargoque ocupa e acontece tanto em países em desenvolvimento quanto nos desenvolvidos. No Brasil, diz, três fatores podem ajudar a explicar o aumento dos sobre-educados nos últimos trimestres. “Um é a economia atual, que tende a gerar postos de trabalho de baixo valor agregado, levando muitos com curso superior a prestar concurso para nível mé- dio. Outro são mudanças no mer- cado de trabalho. Indivíduos es- colhem a faculdade sem ter ideia das tendências e, quando se for- mam, se deparam com falta de vagas para sua profissão”, afirma. “Um terceiro ponto é a qualidade do ensino desses indivíduos. Em- bora tenham feito universidade, não conseguem se colocar em postosquerequeremessegraude instrução porque a qualidade do ensino que tiveram não é boa.” Esseciclo, segundoJanaína,gera um efeito adverso na produtivida- de da economia. “Como estão em postos aquém de sua capacidade, ficam mais desmotivados e resis- tem mais em se qualificar”, diz. “Acabamentendendoquenãovale a pena mais se especializar, já que conseguem postos que não remu- neram tanto.” Ela afirma que esse fenômeno é mais forte na área de humanas. As ciências exatas, espe- cialmente em setores relacionados a tecnologia, costumam estar mais voltadas para tendências futuras e conseguem se adaptar melhor a demandasatuais, argumenta. ParaAna,daIDados,aúnicama- neira de reverter esse cenário de maispessoasquecursaramuniver- sidade em cargos que não deman- dam ensino superior é com cresci- mentosustentadodaeconomia. “Depende bastante da conjun- tura. Sehouverumcenáriodecres- cimento econômico no futuro, é possível que o Brasil volte a gerar mais vagas que exigem ensino su- perior”, argumenta. “Somente crescendo e voltando a investir em setores que empregam mão de obra qualificada é que se conse- guirá mudar isso. A expansão do setor de serviços nesse retorno da pandemia não incentiva muito a contratação de trabalhadores mais instruídos. É preciso gerar empregodequalidade.” As perspectivas, contudo, não parecem animadoras. O Indica- dor Antecedente de Emprego (IAEmp) da FGV caiu 0,8 ponto em julho ante junho, para 81,1 pontos, a pior queda desde feve- reiro (-1,4 ponto). Incertezas quanto ao último trimestre deste anoeoiníciodoanoquevemtêm elevado a cautela do empresário quanto a novas contratações. O Banco Central, em seu Relató- rio Focus, prevê crescimento de 1,9%nesteanoede0,40%em2023. O FGV Ibre prevê alta de 1,7% no PIB deste ano e contração de 0,3% noanoquevem. ‘OBrasil estáexplicitandomaisoracismo’ LEOPINHEIRO/VALOR NilmaeLuciano: escolaé ‘sempreumterrenofértil’ paramudançadeatitude MarcosdeMoura eSouza DeSãoPaulo Ataques de cunho racista no Brasil parecem estar crescendo e ganhando mais visibilidade, em parte por causa das mídias so- ciais. E uma das reações a esse comportamento passa pelo re- forço de uma educação antirra- cista de crianças e adolescentes de escolas públicas e privadas. É o que apontaram na Live do Valor de sexta-feira a professora da Faculdade de Educação da Uni- versidade Federal de Minas Gerais (UFMG)eautoradeobras sobre re- laçõesetnorraciais,NilmaLinoGo- mes; e Luciano Monteiro, diretor global de comunicação e sustenta- bilidade da Santillana, braço edu- cacional do Grupo Prisa, líder nos mercados de língua espanhola e portuguesa nos meios de comuni- cação, entretenimentoeeducação. “O Brasil está explicitando mais o racismo que é incrustrado na nossa estrutura social. E penso que esse momento de uma maior explicitação do racismo tem a ver com o crescimento do movimen- to antirracista”, disse Nilma. “Ho- je temosmaismídiasquerevelam aquilo que antes ficavam muito [em conversas] entre as pessoas.” O movimento negro tem uma longa história de atuação em prol do antirracismo, mas foi após a Constituição de 1988 que ganhou força. Para Nilma, a adoção de ações afirmativas e políticas de in- clusão adotadas na última década acabaram por provocar reações de setores da sociedade que ainda mantêm viva a discriminação ba- seadanacordapele. Além de ataques racistas que vi- ralizam e chocam nas redes so- ciais, o racismo estrutural ou insti- tucional também precisa conti- nuar sendocombatido,disseela. “É preciso construir práticas de superação desse racismo nas insti- tuições sociais. Por isso precisamos de políticas públicas antirracistas, umadelas ações afirmativas”, defen- deu Nilma. “A escola é uma institui- çãosocial. Emuitasvezesnósnoses- quecemos de articular essa dimen- são do racismo estrutural, da pre- sença dele nas instituições e a pró- pria instituiçãoescolar.Muitasvezes não admitimos que exista nas esco- lasoracismoinstitucional.” A Lei de Diretrizes e Bases con- templa em seu artigo 2o que o en- sino precisa se guiar pela igualda- de, liberdade, pluralismo e consi- deração com a diversidade étnico- racial, entre outros valores. “A gen- te tem trabalhado na formação de uma coleção de literatura infantil de autoras e autores negros com curadoria de especialistas negros, entendendo que dar visibilidade a essa produção é uma das nossas obrigações”,disseMonteiro. “Olhando os conteúdos didáti- cos, as obrigações são um pouco maiores: a gente tem que retratar os personagens históricos negros, a gente tem que dar voz ao intelec- tual negro, a gente tem que trazer essepensamentoenãosóporobri- gação legal.Agente temquetrazer mais a história africana e a cultura afro, aculturaquilombola, acultu- ra indígena. E temos feito muitos movimentos nessa direção”, disse ele. “A escola é sempre um terreno fértil para que a gente trabalhe es- sas ideias.” Jornal Valor --- Página 5 da edição "08/08/2022 1a CAD A" ---- Impressa por CCassiano às 07/08/2022@16:01:58 Sábado, domingoe segunda-feira, 6, 7 e 8 de agosto de 2022 | Valor | A5 UM SÓ PLANETA FÓRUM DE JUSTIÇA CLIMÁTICA 2022 REALIZAÇÃOPARCEIROS APOIO O Um Só Planeta, maior plataforma jornalística brasileira sobre mudanças climáticas, vai realizar um ciclo de debate e aprendizados com nomes nacionais e internacionais para compartilhar soluções que ajudem na criação de um mundo mais justo e sustentável. Participe deste debate sobre o nosso futuro e seja parte da mudança. DESAFIOS E OPORTUNIDADES GLOBAIS Mattia Romani Sócio da Systemiq no Reino Unido Patricia Ellen CEO e sócia da Systemiq no Brasil Giovanna Meneghel CEO e cofundadora da Nude EMPREENDEDORISMO JUSTO Denise Abdul-Rahman Especialista em justiça climática, cogestora no Chisholm Legacy Project TRANSFORMANDO COMUNIDADES Mary Robinson Presidente de The Elders, ex-alta comissária da ONU para Direitos Humanos, autora de "Justiça Climática" A CONSTRUÇÃO DO NOSSO FUTURO SUSTENTÁVEL AS CIDADES QUE QUEREMOS Natalie Unterstell Presidente do Instituto Talanoa Ana Carolina Câmara Diretora de Projetos de Adaptação à Crise Climática na GIZ RUMO À ECONOMIA VERDE Sergio Besserman Coordenador Estratégico do Climate Reality Project Brasil Karen Oliveira Diretora para Políticas Públicas e Relações Governamentais da TNC Brasil HOJE, 08/08 9h30 PARTICIPE! ACOMPANHE AO VIVO EM: Inscreva-se em lives.umsoplaneta.com.br Jornal Valor --- Página 6 da edição "08/08/2022 1a CAD A" ---- Impressa por CCassiano às 07/08/2022@20:55:33 A6 | Valor | Sábado, domingo e segunda-feira, 6, 7 e 8 de agosto de 2022 Brasil RelaçõesexterioresEmbaixadorRubensBarbosafazum balançodosacordosadotadospelopaísedoqueaindafalta ‘Temosamaior crise externaambiental desdeosanos80’ RubensBarbosa: “Nãoadianta agente ficar fazendodeclarações ou críticas. Oque interessa éo resultado” SILVIACOSTANTI /VALOR FernandoExman DeBrasília Diante da necessidade de colher subsídios para fundamentar uma estratégia de recuperação da ima- gem do Brasil no exterior, o grupo de diplomacia ambiental da Uni- versidade de São Paulo (USP) fez um detalhado estudo sobre a im- plementação,pelopaís,demaisde 60 normas e 15 acordos interna- cionais relacionados ao meio am- biente. Com a coordenação do Ins- tituto de Relações Internacionais e Comércio Exterior (Irice), presidi- do pelo embaixador Rubens Bar- bosa, e organização da professora Wânia Duleba, a pesquisa aponta que, em geral, o Brasil já internali- zou parte considerável desses ins- trumentos, a despeito dos proble- masenfrentadosnosúltimosanos. E sinalizaondeéprecisomelhorar. Apesquisaconsumiudoisanos e meio de trabalho e resultou no livro “Diplomacia Ambiental”, que será lançado hoje. O estudo deverá seratualizadoao longodo tempo com o apoio de um obser- vatórioquemonitoraráavançose eventuais retrocessos na área. “Estávamos vendo a situação se deteriorar de todos os lados, daí nasceu a ideia de verificar os acor- dos [na área ambiental] que foram incluídos na negociação [de livre comércio] Mercosul-União Euro- peia. Justamente para explicar ao mundo como estamos em termos de cumprimento dos acordos in- ternacionais”, disse Barbosa ao Va- lor.Nasuaavaliação,opaísnãovai melhorar sua imagem no exterior dizendo que é alvo de protecionis- mo ou perseguição. “Isso não re- solveoproblema.” Para o diplomata, a imagem do Brasil enfrenta seu pior mo- mento desde a década de 1980. Barbosa já foi embaixador em Londres e em Washington e diz que o tema ambiental precisa ocu- parocentrodaestratégiadapolíti- ca externa, como já ocorre em ou- tros países. A seguir os principais pontosdaentrevistaaoValor: Valor: Qual é a situação do país em relação à internacionalização de acordos internacionais e da área ambiental? Rubens Barbosa: O Brasil está vivendo a maior crise externa nessa área ambiental desde a dé- cada de 1980. Os militares, entre 1985 e 1987, estavam com o mes- mo problema que vivemos hoje por causa do desmatamento na Amazônia e por causa da mesma visão de que é preciso integrar para não entregar. Foi aí que apa- receu a Transamazônica e tudo o que foi feito para a ocupação do território. Agora, estamos viven- do o mesmo problema 30 anos depois, até porque, como ocor- reu nas décadas de 1980 e 1990, interesses concretos estão sendo afetados. O acordo União Euro- peia não avançou, estamos tendo dificuldades naOCDE [Organiza- ção para Cooperação e Desenvol- vimento Econômico], que não ti- nha naquela época, e temos me- didas restritivas, selos ambien- tais, que estão excluindo carne e outros produtos [em determina- dos mercados]. Isso tudo encare- ce os produtos do Brasil. Valor:O que é possível fazer para reverter esta situação? Barbosa: Não adianta a gente ficar fazendodeclaraçõesoucríti- cas. O que interessa é o resultado. Como estamos com uma questão de percepção externa, não adian- ta a gente inventar explicações para justificar a ação externa, di- zendo que é protecionismo ou perseguição contra o Brasil. Isso não resolve o problema. Valor:Mas, depois dos anos 90 o Brasil conseguiu se recuperar... Barbosa: Foi gradualmente se recuperando. O Brasil fez um es- forço para recuperar a credibilida- de e chegou até a reunião do Rio- 92, que colocou o Brasil no mapa nessas negociações. O Brasil parti- cipou de todas as negociações de 1992 até agora e tinha uma posi- ção tão desenvolvida que alguns conceitos foram criados pelo Bra- sil, como o conceito de desenvolvi- mento sustentável. O conceito de MDL [Mecanismo de Desenvolvi- mento Limpo] foi uma proposta doBrasil edosEUA. Valor:ComoaguerranaUcrânia influencia esse debate? Barbosa: Tem um elemento no- vo, pois a ameaça de dificuldade na obtenção de gás da Rússia por Alemanha, Itália e França está obrigando esses países a desres- peitar aquilo que eles estão pre- gando, a própria agenda ambien- tal. Por uma questão de sobrevi- vência econômica e política, a Ale- manha está reabrindo usinas mo- vidas a carvão e toda a programa- ção nuclear, que tinha sido coloca- da em segundo plano, está sendo reaberta. Isso, na minha visão, po- de atrasar um pouco todo esse es- quema de redução de emissões de gáscarbônicoepodedar, também, argumentos ao Brasil e a outros países. Mas, o fato de eles [euro- peus] não estarem cumprindo [seus compromissos] não implica que a gente não deva cumprir. In- teressa à gente cumprir. Estamos vendoamudançadeclimaaquino Brasil. Se continuar o desmata- mento na Amazônia, segundo es- pecialistas,daquia20ou30anoso clima no Sul vai mudar muito. Vai ficar mais seco e vai alterar todo o agronegócio. Interessa à gente manter a política de contenção de emissões de gás e evitar ilícitos na Amazônia, devastação da floresta, queimadasegarimpo ilegal. Valor: Isso tem ocorrido? Barbosa: Muito do que está nesses acordos é implementado por ações estatais. Aí entra a polí- tica ambiental como foco da crí- tica externa contra o Brasil. Nos últimos quatro anos, vimos uma desorganização do setor am- biental. O Conselho da Amazô- nia, presidido pelo vice-presi- dente [Hamilton Mourão], ficou imobilizado. Tivemos uma série de problemas relacionados ao desmatamento, que continua crescendo, assim como com a questão do garimpo em terras públicas e terras indígenas, o que é ilegal também. Várias institui- ções federais foram desorganiza- das e, com essa ação menos visí- vel do Estado, apareceram movi- mentos de crimes transnacio- nais, como tráfico de armas e drogas. Isso coloca um risco adi- cional às autoridades estaduais e aos próprios moradores da re- gião. A suspensão do Fundo Amazônia também ocorreu logo no início do governo Bolsonaro devido à desmobilização de ór- gãos de governança. Um novo governo, se resolver restabelecer a governança negociando com Alemanha e Noruega, [pode con- tar com] milhões de dólares no combate ao desmatamento. Isso pode ser feito no primeiro dia de governo. Valor: Foi aí que veio a ideia de fazer o estudo e criar o observatório sobre o meio ambiente? Barbosa: Estávamos vendo a si- tuação se deteriorar de todos os la- dos, daí nasceu a ideia de verificarosacordos[naáreaambiental]que foramincluídosnanegociação[do acordo de livre comércio] Merco- sul-União Europeia. Justamente para explicar ao mundo como es- tamos em termos de cumprimen- to dos acordos internacionais, pa- ra ajudar, inclusive, na aprovação doacordoMercosul-UEeelepoder ser ratificado. Nos perguntamos na época o que podemos fazer pa- ra recuperar a credibilidade, de- fender interesses concretos brasi- leiros e, sobretudo, sair dessa posi- çãodefensivaqueestamoshámui- totempo.Nãofoiumtrabalhoaca- dêmico tirado do ar. Ele se insere dentrodessavisãodediscutirapo- sição do Brasil no âmbito das ne- gociações dos acordos comerciais e tentar encontrar as raízes das crí- ticas internas e externas ao meio ambientedaqui, alémde tentar re- cuperar a credibilidade do Brasil. Do ponto de vista externo, a recu- peração da credibilidade só virá com uma nova política ambiental, uma nova política em relação à Amazônia e uma narrativa objeti- va,mostrandooque foi feito. Valor:Mas, além de medidas fe- derais, a internalização dos acordos depende também do Congresso. Barbosa:Estamospropondoaos candidatos que o meio ambiente esteja no centro, como prioridade, da política externa, assim como em outros países. Recentemente, o secretário de Defesa dos EUA [LloydAustin]veioaoBrasil e falou queumadasprioridadesdedefesa é mudança de clima e meio am- biente. Na Europa, também. Aqui omeioambienteaindanãoépreo- cupação central do governo. Se is- soocorrer, vai serumelementopa- radarrapidezaorestabelecimento da credibilidade do Brasil no exte- rior. Em relação ao Congresso, não há dúvida quanto à aprovação [dos acordos internacionais assi- nados pelo país], mas em alguns casospoderia sermais rápido. Valor: Em relação ao estudo, em geral a fotografia é boa, a despeito de alguns exemplos negativos do Brasil. Quais desses exemplos o se- nhor destacaria? Barbosa:No Acordo de Paris, de 2005, está quase tudo verde ou amarelo. Há poucos itens verme- lhos e um exemplo é o compro- misso de redução a zero até 2050, que exige um roteiro para tomar estaprovidência,oBrasilnãoapre- sentou. Isso é uma coisa concreta. Estamossemnenhumaestratégia. Valor: Qual o papel da política externa nesse esforço de recupera- ção da credibilidade do Brasil? Barbosa:Ao longo dos 200 anos da nossa independência, a política externa teve semprevárias funções em prol da colocação do Brasil no mundo,nãosóocomércioexterior e da ciência e tecnologia. Uma de- las foi recuperar a imagem do Bra- sil no exterior, desde a indepen- dência, passando pela questão dos escravosedaGuerradoParaguai, e também nas décadas de 1980 e 1990, quando a política externa conseguiu obter a reunião no Rio, aECO-92,queprojetouoBrasil tre- mendamente no cenário interna- cional. A política externa vai ser um instrumento para recuperação da credibilidade e da percepção externa sobre o Brasil, através do meioambiente. Valor: O estudo mostra como al- guns setores econômicos podem ser afetados pela forma como o Brasil implementa os acordos internacio- nais sobre o meio ambiente... Barbosa:Muita gente acha que, além do agrobusiness de proteína, a próxima etapa é o desenvolvi- mento da piscicultura. Onde tem mais vermelho é na área da pesca, que, comonãotemgrandevisibili- dade, vai passando. Houve mu- dançasnegativasdecontrolenesta área, por exemplo em relação aos manguezais. Esta área deve mere- cer atenção. A questão do mercú- rio também, que tem uma resolu- ção internacional que precisa ser cumprida. Acho que a partir desse estudoapareçamtrabalhosquefo- calizem essas áreas em que esta- mosnovermelhoe issovai chamar a atenção da opinião pública. O se- guimento da internacionalização deve ser feito pela sociedade civil. Isso não existe no Brasil. Ninguém fazesse trabalho. Valor:O que pode ser feito para o Brasil deixar de ser considerado co- mo “bad boy” do meio ambiente? Barbosa: Não basta falar que os produtos brasileiros não são pro- venientes de área de desmatamen- to. Isso é retórica interna. Lá fora não interessa, você tem que de- monstrar concretamente. Além disso,háoutracoisaqueestou ten- tando chamar atenção: a Amazô- nia é integrada por nove países. Não é só o Brasil. Quando se fala “Amazônia”, todomundoachaque oBrasilqueéculpado. TemaOrga- nização do Tratado de Cooperação da Amazônia [OTCA], cuja sede é em Brasília. O Brasil é o centro da crise, mas deveria ser o centro mo- tordesse instrumentodaOTCA. Valor:A OTCA poderia virar uma plataforma para a região combater, de formaconjunta, essa imagemne- gativa que hoje o Brasil concentra sozinho. Mas, por que o Brasil não aproveita esse instrumento? Barbosa: A gente não pode, por questões ideológicas, ficar ignorando isso. A gente não con- voca o tratado porque tem a Ve- nezuela lá. É um absurdo. Não é interesse do Brasil afastar a OTCA por causa da Venezuela. Chama a Venezuela também. Qual é o pro- blema? É uma questão ideológi- ca que é contra o nosso interesse. Justiça climática é tema central de encontro no Rio PaulaMartini DoRio Apesar de representarem um problema global, os efeitos das mudanças climáticas atingem de maneira desproporcional a parce- la mais vulnerável da população. A conclusão é da sócia e diretora da SystemiqnoBrasil, PatriciaEllen.A mitigaçãode impactosambientais aliada a políticas de redução das desigualdades sociais compreen- de o conceito de justiça climática, para Ellen, um desafio que precisa serenfrentadoemescalamundial. O conceito de justiça ambiental será o tema central dos debates que ocorrem nesta segunda-feira no Fórum de Justiça Climática, promovido pela Um Só Planeta, a maior plataforma jornalística bra- sileira sobre mudanças climáticas. Nomes nacionais e internacionais vão discutir soluções para um mundomais justoe sustentável. Mary Robinson, presidente de The Elders e ex-alta comissária da ONU para Direitos Humanos será uma das participantes. Ela e Flávia Bellaguarda, fundadora da Inicia- tiva Latino-Americana de Advoga- dos pelo Clima (Laclima) e gerente do Centro Brasil no Clima vão tra- tardealgumasdas ideiasemdeba- te atualmente para um futuro sus- tentável. O evento também terá a participação, entre outros nomes, de Natalie Unterstell, presidente Conheça #UMSÓPLANETA – o maior movimento editorial brasileiro para promover práticas sustentáveis e enfrentar a mudança climática. Acesse umsoplaneta.globo.com REALIZAÇÃOPARCEIROS APOIO do Instituto Talanoa, ex-negocia- dorado BrasilnaONU,eAnaCaro- lina Câmara, Agência de Coopera- ção InternacionaldaAlemanha. Patrícia Ellen e Mattia Romani (também da Systemiq), vão discu- tir a agenda da descarbonização e da justiça climática. Ellen diz que, mesmo na Europa, os países de- senvolvidos vêm sofrendo efeitos das variações climáticas e tempe- raturas atípicas. No entanto, se- gundo ela, países em desenvolvi- mento como o Brasil acabam so- frendo um impacto “despropor- cional duplo”, à medida que mui- tas vezes são mais prejudicados, ainda que não sejam necessaria- mente os principais responsáveis pelos impactos ao clima. “Muitas vezes países que não são os maio- res emissores são aqueles com as piores condições para lidar com desafios de mitigação e adaptação climática”,diz. Ellen. O evento acontece nesta segun- da, a partir das 9h, no Auditório de “O Globo”, na Rua Marquês de Pombal, 25, Cidade Nova, Rio de Janeiro. Para participar presencial- mente, interessadosprecisamcon- firmar presença pelo email umso- planeta@convida.digital ou pelo telefoneouWhatsApp(21)97680- 8188. Será exigido comprovante de vacinação na entrada do audi- tório. O evento também será trans- mitido pelas redes sociais de Um SóPlanetaeÉpocaNegócios. “Tivemosumasériedeproblemas relacionadosao desmatamentoe aogarimpoem terraspúblicase indígenas” Jornal Valor --- Página 7 da edição "08/08/2022 1a CAD A" ---- Impressa por CCassiano às 07/08/2022@16:02:26 Sábado, domingo e segunda-feira, 6, 7 e 8 de agosto de 2022 | Valor | A7 Brasil Atualize suas contas Variação dos indicadores no período Em% EmR$ Mês TR (1) Poupança (2) Poupança (3) TBF (1)Selic (4) TJLP TLP FGTS (5) CUB/SP UPC Saláriomínimo jan/21 0,0000 0,5000 0,1159 0,1468 0,15 0,3707 0,2084 0,2466 1,04 23,54 1.100,00 fev/21 0,0000 0,5000 0,1159 0,1348 0,13 0,3347 0,2076 0,2466 1,33 23,54 1.100,00 mar/21 0,0000 0,5000 0,1159 0,1835 0,20 0,3707 0,2060 0,2466 1,55 23,54 1.100,00 abr/21 0,0000 0,5000 0,1590 0,2404 0,21 0,3763 0,2312 0,2466 1,41 23,54 1.100,00 mai/21 0,0000 0,5000 0,1590 0,2737 0,27 0,3888 0,2620 0,2466 2,23 23,54 1.100,00 jun/21 0,0000 0,5000 0,2019 0,2891 0,31 0,3763 0,2839 0,2466 3,00 23,54 1.100,00 jul/21 0,0000 0,5000 0,2446 0,3798 0,36 0,4111 0,2952 0,2466 0,96 23,54 1.100,00 ago/21 0,0000 0,5000 0,2446 0,4248 0,43 0,4111 0,2992 0,2466 0,53 23,54 1.100,00 set/21 0,0000 0,5000 0,3012 0,4221 0,44 0,3978 0,3234 0,2466 0,70 23,54 1.100,00 out/21 0,0000 0,5000 0,3575 0,5046 0,49 0,4473 0,3483 0,2466 0,00 23,54 1.100,00 nov/21 0,0000 0,5000 0,4412 0,5927 0,59 0,4329 0,3771 0,2466 0,24 23,54 1.100,00 dez/21 0,0488 0,5490 0,4902 0,7191 0,77 0,4473 0,4026 0,2955 0,22 23,54 1.100,00 jan/22 0,0605 0,5608 0,5608 0,7609 0,73 0,5096 0,4146 0,3073 0,35 23,55 1.212,00 fev/22 0,0000 0,5000 0,5000 0,7272 0,76 0,4601 0,4249 0,2466 0,18 23,55 1.212,00 mar/22 0,0971 0,5976 0,5976 0,8678 0,93 0,5096 0,4265 0,3440 0,25 23,55 1.212,00 abr/22 0,0555 0,5558 0,5558 0,8159 0,83 0,5513 0,4416 0,3023 0,71 23,59 1.212,00 mai/22 0,1663 0,6671 0,6671 0,9776 1,03 0,5697 0,4424 0,4133 4,13 23,59 1.212,00 jun/22 0,1484 0,6491 0,6491 0,9496 1,02 0,5513 0,4472 0,3954 2,22 23,59 1.212,00 jul/22 0,1631 0,6639 0,6639 0,9844 1,03 0,5851 0,4456 0,4101 0,73 23,67 1.212,00 ago/22 0,2409 0,7421 0,7421 1,0929 1,17 0,5851 0,4630 0,4881 - 23,67 1.212,00 2022 0,94 5,04 5,04 7,41 7,75 4,40 3,56 2,94 8,81 0,55 10,18 Em 12meses * 0,98 7,21 6,72 9,83 10,23 6,22 5,07 4,01 10,66 0,55 10,18 2021 0,05 6,22 2,99 4,40 4,42 4,87 3,50 3,05 14,00 0,00 5,26 Fontes: Banco Central, CEF, Sinduscon eMinistério da Fazenda. Elaboração: Valor Data * Até o últimomês de referência (1) Taxa do período iniciado no 1º dia domês. (2) Rendimento no 1º dia nomês seguinte para depósitos até 03/05/12 (3) Rendimento no 1º dia nomês seguinte para depósitos a partir de 04/05/12; Lei nº 12.703/2012 (4) Taxa efetiva; para agosto projetada. (5) Crédito no dia 10 domês seguinte (TR + Juros de 3%ao ano) IR na fonte Faixas de contribuição Base de calculo Aliquota Parcela a deduzir emR$ em% IR - emR$ Até 1.903,98 - - De 1.903,99 até 2.826,65 7,5 142,80 De 2.826,66 até 3.751,05 15,0 354,80 De 3.751,06 até 4.664,68 22,5 636,13 Acima de 4.664,68 27,5 869,36 Fonte: Secretaria da Receita Federal Elaboração: Valor Data Obs. Desconto por dependente: R$ 189,59 Contrib. previdenciária* Empregados e avulsos** Salário de contribuições emR$ Alíquotas em% (1) Até 1.212,00 7,50 De 1.212,01 a 2.427,35 9,00 De 2.427,36 até 3.641,03 12,00 De 3.641,04 até 7.087,22 14,00 Empregador doméstico 8,00 Fonte:PrevidênciaSocial.Elaboração:ValorData*Competên- cia jul/22. **Inclusive empregado doméstico. (1) Para fins de recolhimento ao INSS Principais receitas tributárias Valores emR$ bilhões Discriminação Janeiro-maio Var. maio Var. 2022 2021 % 2022 2021 % Receita Federal Imposto de renda total 293,4 235,7 24,47 54,4 46,6 16,74 Imposto de renda pessoa física 25,4 23,6 7,66 13,6 11,7 16,24 Imposto de renda pessoa jurídica 141,0 109,6 28,61 16,2 14,9 8,72 Imposto de renda retido na fonte 127,1 102,5 23,96 24,6 20,0 23,00 Imposto sobre produtos industrializados 27,6 29,6 -6,86 4,8 5,6 -14,29 Imposto sobre operações financeiras 23,4 16,5 42,06 4,8 3,9 23,08 Imposto de importação 24,0 26,2 -8,57 4,7 5,2 -9,62 Cide-combustíveis 1,0 0,7 55,26 0,2 0,2 0,00 Contribuição para Finsocial (Cofins) 130,0 111,1 16,98 25,3 21,5 17,67 CSLL 76,5 54,5 40,40 8,9 7,7 15,58 PIS/Pasep 36,4 31,5 15,49 7,0 5,9 18,64 Outras receitas 296,2 238,9 24,00 55,2 45,5 21,32 Total 908,5 744,7 22,00 165,3 142,1 16,33 abr/22 mar/22 abr/21 Valor Var.%* Valor Var.%* Valor Var.%* ICMS - Brasil 59,8 4,60 57,2 8,38 50,1 2,78 jun/22 mai/22 jun/21 Valor Var.%* Valor Var.%* Valor Var.%* INSS 41,1 -2,30 42,0 5,79 34,1 1,20 Fonte: Receita Federal, Previdência Social, Secretaria da Fazenda. Elaboração: Valor Data * sobre omês anterior Produção e investimento Variação no período Indicadores 1º Tri/22 4º Tri/21 2022 (1) 2021 2020 2019 PIB (R$ bilhões) * 2.249 2.258 8.863 8.679 7.468 7.389 PIB (US$ bilhões) ** 444 404 1.677 1.609 1.448 1.873 Taxa de Variação Real (%) 1,0 0,7 4,7 4,6 -3,9 1,2 Agropecuária -0,9 6,0 -4,8 -0,2 3,8 0,4 Indústria 0,1 -1,2 3,3 4,5 -3,4 -0,7 Serviços 1,0 0,6 5,8 4,7 -4,3 1,5 Formação Bruta de Capital Fixo (%) -3,5 0,8 10,1 17,2 -0,5 4,0 Investimento (% do PIB) 18,7 19,0 18,9 19,2 16,6 15,5 Fontes: IBGE e Banco Central. Elaboração: Valor Data * Valores correntes. ** Banco Central. (1) 1º trim de 2022, nos últimos 12meses Mais informações: valor.globo.com/valor-data/, ibge.gov.br e fipe.org.br Atividade econômica Indicadores agregados jul/22 jun/22 mai/22 abr/22 mar/22 fev/22 jan/22 dez/21 nov/21 out/21 Indústria* Produção física industrial (IBGE -%) Total - -0,4 0,3 0,2 0,6 0,7 -1,9 2,7 0,1 -0,5 Indústria de transformação - -0,3 0,9 0,0 0,8 0,4 -1,6 2,9 -0,2 -0,2 Indústrias extrativas - 1,9 -5,7 0,2 0,7 5,6 -5,4 1,1 3,9 -8,9 Bens de capital - 1,7 7,5 -8,0 8,7 2,1 -9,2 4,6 1,1 -2,3 Bens intermediários - 1,3 -1,5 1,0 0,7 2,2 -1,9 1,2 0,2 -1,2 Bens de consumo - 1,0 0,3 2,7 -3,1 0,3 -1,5 4,0 0,7 -1,3 Faturamento real (CNI - %) - 0,9 0,9 -0,2 1,0 -0,1 1,5 0,2 1,3 -1,4 Horas trabalhadas na produção (CNI -%) - 0,0 1,7 -2,3 -0,3 1,4 0,2 1,1 1,2 -0,9 Comércio Receita nominal de vendas no varejo - Brasil (IBGE -%) *(2) - - 0,4 1,0 7,4 2,4 2,3 0,1 1,2 0,6 Volume de vendas no varejo - Brasil (IBGE -%) *(2) - - 0,1 0,8 1,4 1,4 2,3 -2,8 0,6 0,2 Consultas ao usecheque (ACSP -%) (1) ** 97,2 114,1 424,1 44,2 109,3 14,6 18,2 50,6 21,2 33,4 Consultas ao sistema de proteção ao crédito (ACSP -%) (1) ** -5,6 7,8 127,2 -29,0 45,0 -4,3 6,4 -13,3 -4,0 -3,1 Mercado de trabalho Taxa de desocupação (Pnad/IBGE - em%) - 9,3 9,8 10,5 11,1 11,2 11,2 11,1 11,6 12,1 Indicador Coincidente de Desemprego - (FGV/IBRE) (3)* - - - - - - - - - - Emprego industrial (CNI -%)* - 0,4 0,3 -0,1 -0,2 -0,1 0,3 0,3 0,3 0,0 Indicador Antecedente de Emprego - (FGV/IBRE) (3)* -0,8 1,0 1,4 4,5 -0,1 -1,4 -5,3 -1,2 -4,1 0,1 Balança comercial (US$milhões) Exportações 29.955 32.675 29.722 29.018 29.435 23.517 19.798 24.357 20.473 22.602 Importações 24.511 23.861 24.707 20.748 21.808 18.872 19.816 20.421 21.612 20.539 Saldo 5.444 8.814 5.015 8.270 7.628 4.645 -18 3.936 -1.139 2.063 Fontes: IBGE,CNI,FGV,FIRJAN,ACSP,SECEX/MDIC.Elaboração:ValorData(1)NacapitalSP. (2)Novasériecomíndicebase2014=100. (3)Var. empts. *Metodologiacomajustesazonal. ** Variação em 12meses. Inflação Variação no período (em%) Acumulado em Número índice jul/22 jun/22 2022 2021 12meses jul/22 jun/22 dez/21 jul/21 IBGE IPCA - 0,67 5,49 10,06 11,89 - 6.455,85 6.120,04 5.825,37 INPC - 0,62 5,61 10,16 11,92 - 6.685,86 6.330,59 6.034,73 IPCA-15 0,13 0,69 5,79 10,42 11,39 6.340,06 6.331,83 5.992,99 5.692,01 IPCA-E - 0,69 5,65 10,42 12,04 - 6.331,83 5.992,99 5.692,01 FGV IGP-DI -0,38 0,62 7,44 17,74 9,13 1.169,43 1.173,83 1.088,49 1.071,62 Núcleo do IPC-DI 0,36 0,57 4,76 4,96 7,27 - - - - IPA-DI -0,32 0,44 8,41 20,64 9,11 1.424,53 1.429,13 1.314,07 1.305,54 IPA-Agro 0,17 -0,62 7,20 18,80 11,08 2.087,94 2.084,42 1.947,79 1.879,74 IPA-Ind. -0,52 0,86 8,90 21,39 8,35 1.176,94 1.183,05 1.080,78 1.086,22 IPC-DI -1,19 0,67 3,20 9,34 8,00 701,10 709,57 679,39 649,19 INCC-DI 0,86 2,14 8,46 13,85 11,59 1.043,76 1.034,82 962,32 935,36 IGP-M 0,21 0,59 8,39 17,78 10,08 1.193,34 1.190,88 1.100,99 1.084,10 IPA-M 0,21 0,30 9,47 20,57 10,14 1.469,85 1.466,77 1.342,67 1.334,48 IPC-M -0,28 0,71 3,98 9,32 9,02 690,75 692,70 664,32 633,61 INCC-M 1,16 2,81 8,44 14,03 11,66 1.042,03 1.030,11 960,89 933,23 IGP-10 0,60 0,74 9,18 17,30 10,87 1.220,20 1.212,94 1.117,64 1.100,62 IPA-10 0,57 0,47 10,38 19,72 10,98 1.513,31 1.504,80 1.370,95 1.363,60 IPC-10 0,42 0,72 4,70 9,63 9,97 698,93696,00 667,53 635,56 INCC-10 1,26 3,29 8,16 14,20 11,71 1.025,40 1.012,61 948,04 917,93 FIPE IPC - 0,28 5,35 9,73 11,69 - 642,63 610,00 581,27 DIEESE ICV* - - - - 3,07 - - - - Obs.: IPCA-E no 2º trimestre = 3,04%, IGP-M2ª prévia jul/22 =0,52%e IPC-FIPE = 3ª quadrissemana jul/22 =0,33% Fontes: FGV, IBGE, FIPE e DIEESE. Elaboração: Valor Data *Índice em2020 até fevereiro Imposto de Renda Pessoa Física Pagamento das quotas - 2022 No prazo legal Quota Vencimento Valor da quota Valor dos juros Valor total (Campo 7 do DARF) (Campo 9 do DARF) (Campo 10 do DARF) 1ª ou única 31/05/2022 - Campo 7 2ª 30/06/2022 1,00% 3ª 29/07/2022 2,02% + 4ª 31/08/2022 Valor da declaração 3,05% Campo 8 5ª 30/09/2022 - 6ª 31/10/2022 - + 7ª 30/11/2022 - Campo 9 8ª 30/12/2022 - Pagamento com atraso Multa(campo08) -sobreovalordocampo7aplicar0,33%pordiadeatraso,apartirdoprimeirodiaapósovencimentoaté o limite de20%;Juros (campo09) - aplicar os juros equivalentes à taxaSelic acumuladamensalmente, calculadosapartir de junho/22 até o mês anterior ao do pagamento e de 1% nomês de pagamento; Total (campo 10) - informar a soma dos valores dos campos 7, 8 e 9. Fonte: Receita Federal do Brasil. Elaboração: Valor Data. Dívida e necessidades de financiamento Valores emR$ bilhões - no setor público Dívida líquida do setor público mai/22 abr/22 mai/21 Valor %do PIB Valor %do PIB Valor %do PIB Dívida líquida total 5.338,3 58,78 5.227,6 58,32 4.730,7 59,23 (-) Ajuste patrimonial + privatização 5,9 0,07 5,6 0,06 16,6 0,21 (-) Ajuste metodológico s/ dívida* -685,1 -7,54 -729,4 -8,14 -922,8 -11,55 Dívida fiscal líquida 6.017,5 66,26 5.951,5 66,39 5.636,9 70,57 Divisão entre dívida interna e externa Dívida interna líquida 6.038,7 66,50 5.972,2 66,62 5.697,9 71,34 Dívida externa líquida -700,5 -7,71 -744,6 -8,31 -967,3 -12,11 Divisão entre as esferas do governo Governo Federal e Banco Central 4.486,9 49,41 4.367,7 48,72 3.761,4 47,09 Governos Estaduais 748,4 8,24 755,0 8,42 824,0 10,32 GovernosMunicipais 55,9 0,62 57,9 0,65 81,9 1,03 Empresas Estatais 47,1 0,52 47,0 0,52 63,3 0,79 Necessidades de financiamento do setor público mai/22 abr/22 mai/21 Fluxos acumulados em 12meses Valor %do PIB Valor %do PIB Valor %do PIB Total nominal 380,6 4,19 352,0 3,93 724,3 9,07 Governo Federal** 502,9 5,54 469,2 5,23 823,4 10,31 Banco Central -42,3 -0,47 -36,5 -0,41 -65,3 -0,82 Governo regional -77,9 -0,86 -78,2 -0,87 -35,9 -0,45 Total primário -119,9 -1,32 -137,4 -1,53 428,6 5,37 Governo Federal -255,7 -2,82 -255,1 -2,85 280,9 3,52 Banco Central 0,6 0,01 0,5 0,01 0,3 0,00 Governo regional -128,7 -1,42 -126,6 -1,41 -71,4 -0,89 Fonte: Banco Central. Elaboração: Valor Data * Interna e externa.** Inclui INSS. Obs.: SemPetrobras e Eletrobras. Resultado fiscal do governo central Valores emR$ bilhões a preços de junho* Discriminação Janeiro-junho Var. junho Var. 2022 2021 % 2022 2021 % Receita total 1.191,6 1.024,6 16,30 224,3 152,6 47,00 Receita Adm. Pela RFB** 725,5 653,3 11,05 114,4 91,9 24,49 Arrecadaçao Líquida para o RGPS 251,9 233,2 7,99 41,1 38,1 7,68 Receitas Não Adm. Pela RFB 214,3 138,1 55,19 68,8 22,5 205,69 Transferências a Estados eMunicípios 232,2 191,4 21,34 33,7 28,7 17,29 Receita líquida total 959,4 833,2 15,14 190,6 123,8 53,90 Despesa Total 902,8 891,9 1,23 176,1 206,0 -14,51 Benefícios Precidenciários 423,6 412,6 2,67 83,4 99,8 -16,44 Pessoal e Encargos Sociais 157,5 179,3 -12,16 25,4 35,3 -28,20 Outras Despesas Obrigatórias 148,4 177,8 -16,56 25,7 45,9 -44,10 Despesas Poder Exec. Sujeitas à Prog. Financeira 173,4 122,2 41,93 41,7 24,9 67,10 Resul. Primário do Gov. Central (1) 56,5 -58,7 -196,29 14,4 -82,2 -117,56 Discriminação mai/22 abr/22 mai/21 Valor Var.% Valor Var.% Valor Var.% Ajustes metodológicos -0,5 10,71 -0,4 4,68 -0,3 -19,26 Discrepância estatística -0,2 - 1,2 - 0,3 - Result. Primário do Gov. Central (2) -40,3 - 30,0 - -23,5 - Juros Noniminais -27,5 -62,81 -74,0 191,13 -20,8 - Result. Nominal do Gov. Central -67,8 54,07 -44,0 31,76 -44,4 - Fonte: Secretaria do Tesouro Nacional. Elaboração: Valor Data * Deflator: IPCA ** Somando Incentivos fiscais (1) Acima da linha. (2) Abaixo da linha Jornal Valor --- Página 8 da edição "08/08/2022 1a CAD A" ---- Impressa por cgbarbosa às 07/08/2022@21:40:12 A8 | Valor | Sábado, domingo e segunda-feira, 6, 7 e 8 de agosto de 2022 Política Coligaçãonumerosa garante a Lula amaior fatia dohorário eleitoral DeSãoPaulo Sustentado por uma coligação que reúne nove partidos e, depen- dendo do desfecho de uma dispu- ta judicial, poderá chegar a dez, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva concluiu a fase de montagem de coligações com vantagem em relação ao presidente Jair Bolsona- roeoutros rivais. Conforme cálculo prévio feito pelo Valor com base na legisla- ção, o arco maior de aliança em torno do petista lhe garantirá cerca de 26% do tempo total de propaganda no rádio e na TV, a maior fatia na comparação com o espaço a ser reservado para seus adversários. A definição do tempo exato de cada concorrente, pendente da confirmação dos pedidos de can- didatura, será divulgada nos pró- ximos dias pelo Tribunal Supe- rior Eleitoral (TSE) . O documen- to definidor, chamado “plano de mídia”, sairá de uma audiência do presidente da corte, Edson Fa- chin, com representantes dos partidos e das emissoras. O grupo de apoio a Lula, bati- zado de Coligação Brasil da Espe- rança, reúne os federados PT, PC- doB e PV, os também federados Psol e Rede e ainda outras quatro legendas avulsas: PSB, que indi- cou o candidato a vice, o ex-go- vernador paulista Geraldo Alck- min, Solidariedade, Avante e Agir (antigo PTC). O apoio pendente de confir- mação ao petista é o do partido Pros, cujo comando do diretório nacional é objeto de disputa a ser julgada pelo Supremo Tribu- nal Federal (STF). Se conseguir entrar na campa- nha deste ano apoiado por dez partidos políticos, Lula irá igua- lar, em número de legendas, o maior arco de apoio já construí- do por candidatos petistas em eleições presidenciais desde sua primeira disputa, em 1989. Em 2010, a então candidata petista Dilma Rousseff disputou e venceu numa coligação forma- da por dez legendas. Os partidos que a sustentavam naquela épo- ca, porém, eram maiores que os que hoje apoiam Lula. Numa coligação de nove le- gendas (caso o apoio do Pros não se confirme) e em disputa com dez rivais, a coligação encabeça- da por Lula terá direito a 3 minu- tos e 15 segundos em cada um dos dois blocos fixos de 12 minu- tos e 30 segundos da propagan- da presidencial nas rádios e na televisão que irá ao ar nas terças, quintas e nos sábados. Ficará também com o equiva- lente a 26% dos comerciais de 30 segundos ou 1 minuto ao longo da programação, anúncios co- nhecidos como inserções. Com o PL, seu próprio partido, PP e Republicanos, Jair Bolsonaro formou a segunda maior coliga- ção da eleição presidencial — o tamanho é determinado em fun- ção da soma do número de depu- tados federais eleitos por cada partido na última eleição. Esse arranjo garantirá ao pre- sidente 21,1% do tempo total de propaganda no horário eleitoral. Em cada bloco fixo, isso equivale a 2 minutos e 38 segundos. A propaganda eleitoral gratui- ta no rádio e na TV relativa ao pri- meiro turno será veiculada de 26 de agosto a 29 de setembro. Na TV, os blocos fixos de 12 mi- nutos e 30 segundos para presi- dente serão apresentados às ter- ças, quintas e aos sábados, às 13h e às20h30. Norádio, a veiculação começa às 7h e às 12h. Nos dois meios, comerciais de 30 segundos ou de 1 minuto en- tram o dia todo ao longo da pro- gramação de cada emissora. Nesses três dias da semana em que o horário eleitoral exibirá propaganda para presidente ha- verá também um segundo bloco de 12 minutos e 30 segundos pa- ra exibição das campanhas de candidatos a deputado federal. As segundas, quartas e sextas serão reservadas para veiculação das campanhas para senador, governador, deputado estadual e, no caso do Distrito Federal, de- putado distrital. As senadoras Simone Tebet (coligação MDB, PSDB, Cidada- niae Podemos) e Soraya Throni- cke (União Brasil), também can- didatas a presidente, terão expo- sições quase idênticas no horário eleitoral: 17,4% e 17,2% do tempo total, respectivamente. Nos blo- cos fixos, Tebet terá 2 minutos e 10 segundos; Thronicke terá 2 se- gundo a menos. Candidatosemcoligação,oex- ministro Ciro Gomes (PDT) irá dispor de 6,8% do tempo dos blo- cos fixos e dos comerciais. No seu caso, serão 51 segundos nos ho- rários de propaganda contínua. Os demais candidatos a presi- dente são o ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB), com um naco de 3,3% dos blocos e dos co- merciais; o cientista político Luiz Felipe d’Avila (Novo), com 2,9%; e o também ex-deputado José Ma- ria Eymael (DC), 1,5%. Disputam ainda a Presidência os candidatos Leonardo Péricles (UP), Sofia Manzano (PCB) e Vera Lúcia (PSTU). Cada um terá o equivalente a 1,3% nos blocos fi- xos e 1,3% dos comerciais curtos. Em caso de segundo turno nas disputas para presidente e gover- nador, a transmissão da propa- ganda eleitoral em rádio e TV ocorrerá entre os dias 7 a 28 de outubro, com tempo idêntico para cada postulante. (RM) EleiçõesMudança na lei eleitoral e orçamento secreto diminuem renovação Crescimentodaesquerdanão devemudarperfildaCâmara RicardoMendonça DeSãoPaulo PL, PP e PT serão, não necessa- riamente nessa ordem, os parti- dos que mais devem crescer nas eleições proporcionais deste ano: as disputas para deputado federal e deputado estadual. No sentido oposto, agremiações mé- dias sem vínculo forte com o go- verno e partidos pequenos sem identidade ideológica bem de- marcada tendem a perder. Diferentemente do que ocor- reu em 2018, o clima antissiste- ma hoje é baixo, o que tende a comprimir a taxa de renovação. Em alta estará a tendência à ree- leição. A esquerda cresce, mas não o suficiente para mudar o perfil majoritário de centro-di- reita da Câmara. E o número de partidos com representação no Congresso deve cair. As previsões são de analistas e consultores ouvidos pelo Valor nosúltimosdias. Eles sãopratica- mente unânimes nesse conjunto de prognósticos. Entre as características da elei- ção de 2022 que tendem a favore- cerPL,PPePTnadisputaporcadei- ras na Câmara e nas Assembleias Legislativas está a polarização en- tre o presidente Jair Bolsonaro e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silvanaeleiçãopresidencial. A expectativa é que, mesmo que não vença, Lula tenha em 2022 mais votos do que Fernan- do Haddad (PT) em 2018, o que deve impulsionar a sigla na dis- puta proporcional. Concorrendo com estrutura partidária mais sólida na comparação com a elei- ção passada, Bolsonaro também tende a fazer com que PL e PP se mantenham com grandes ban- cadas. Hoje já são as duas maio- res representações da Câmara. “BolsonaronoPLdeve repetiro que ocorreu com o PSL em 2018. A presença deleajudará o partido a formar talvez a maior bancada. O mesmo ocorre com o PP, que deve ter desempenho muito ex- pressivo”, diz o cientista político Cristiano Noronha, da consulto- ria Arko Advice. Hoje o PL conta com 77 deputados e o PP com 58. OsnomesdoPT,pelamesmalógi- ca, ganham impulso com Lula. A polarização também deve fazer com que caia as taxas de abstenção e de votos nulos ou em branco, dizem os analistas. O cli- ma acirrado motiva o eleitorado a comparecer e a tomar posição. Diretor da Quaest, empresa es- pecializada em pesquisa, Felipe Nuneschamaaatençãoparaa in- fluência das emendas parlamen- tares na taxa de sucesso eleitoral. “Emenda parlamentar, mostra a literatura, sempre foi instru- mento importante para criação de redutos e manutenção de mandatos. No período recente, o montante de recursos dessas emendas aumentou muito, in- clusive com o chamado orça- mento secreto. Deputados que definiam do destino de R$ 2 mi- lhões e depois eram apoiados por prefeitos passaram a direcio- narR$30milhões, R$40milhões. Isso é um fator que favorece mui- to os que tiveram mais acesso às emendas, os governistas”, diz. O chamado orçamento secreto soma R$ 21 bilhões este ano, ra- teados entre Senado e Câmara. Outro aspecto novo a ser leva- do em conta são as mudanças na legislação. Neste ano passa a vi- gorar a exigência de votação mí- nima para um partido poder par- ticipar da distribuição de vagas pelo chamado sistema de sobras — cadeiras remanescentes após a distribuição conforme o quo- ciente eleitoral. Em 2018, quase metade das vagas da Câmara foi ocupada pelo sistema de sobras. Neste ano, partidos que não al- cançarem 20% do quociente elei- toral serão excluídos dessa se- gunda fase de distribuição. Para o consultor Antônio Au- gustodeQueiroz,quecolaborapa- ra o Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), essanovametodologia seráoprin- cipal elemento a favorecer parti- dos grandes e prejudicar os meno- res. “Os pequenos que formaram federação ainda conseguem se protegerdisso,osdemaiscorremo riscodeextinção”, afirma. A possibilidade de criação de fe- deração — uma espécie de aliança permanente, válida também para o pós-eleição — é outra novidade deste ano. Os pequenos PCdoB e PV formaram federação com o PT. AssimcomofezoCidadaniacomo PSDBe, entre si, Psol eRede. Os analistas ouvidos pelo Valor listaram ainda os perfis de siglas que, conforme suas projeções, de- verão perder bancada. São as que não têm vínculo com presidenciá- vel competitivo, não tiveram pre- ferência ou liderança nos esque- mas de emendas ou não são sufi- cientementegrandesparaestarem blindadas dos critérios mais rigo- rososdedistribuiçãodevagas. Nesse conjunto estão partidos como PSDB, PDT, PTB, Podemos, Solidariedade e Avante, entre ou- tros. A questão do PSDB é vista como especialmente complicada pelo fato de o partido ter desisti- do de candidatura presidencial pela primeira vez na sua história — o que era uma de suas marcas fortes — e por ser muito depen- dente da votação em São Paulo. Outro ponto de concordância entre os analistas consultados é em relação ao desempenho do União Brasil, resultante da fusão PSL-DEM. Trata-se de uma legenda desprovida dos elementos impul- sionadores que favorecem PL, PP e PT, mas detentora da maior fatia do fundo eleitoral. Quase R$ 800 milhões para gastar em campa- nhas. “É a maior incógnita desta eleição”,diz FelipeNunes. Queiroz: para consultor,metodologia de sobradequociente eleitoral deve ser decisiva na composiçãodaCâmara REPRODUÇÃO/YOUTUBE HaddadeTarcísio trocam acusaçõesem1ºdebate CristianeAgostine DeSãoPaulo O início do primeiro debate pa- ra governador de São Paulo, trans- mitido ontem à noite pela TV Ban- deirantes, foi marcado pela troca de acusações entre os candidatos Tarcísio de Freitas (Republicanos) eFernandoHaddad(PT). Apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro, Tarcísio provocou o candidato do PT ao pedir para a plateia e para os espectadores pro- curarem no Google quem foi o “pior prefeito de São Paulo”, em re- ferência à gestão de Haddad na ca- pitalpaulista, entre2013e2016. Na sua vez de falar, Haddad re- trucouepediuparaaspessoaspes- quisarem quem é genocida, em re- ferência ao governo Bolsonaro e suaatuaçãonapandemia. “Vocês sãoresponsáveispelacri- se sanitária que estamos vivendo. Lamento você vir com essa agressi- vidade”, afirmou o petista. “Você está chegando agora a São Paulo e te dei boas-vindas. Se adeque ao nossopadrãodecivilidade." Na sequência, Haddad provo- cou também o governador Rodri- go Garcia (PSDB) e disse que o tu- cano rompeu com o ex-governa- dor Mário Covas para apoiar os ex- prefeitosPauloMalufeCelsoPitta. Haddad lembrou que o ex-go- vernador João Doria (PSDB) dei- xou o governo para Garcia e disse que o “vice foi mal escolhido”. Garcia rebateu dizendo que “quem foi lamber as botas de Ma- luf” foi Haddad e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em refe- rência à campanha municipal de 2016,quandooentãoprefeitoda capital foi pedir apoio de Maluf. O debate começou às 21h e prosseguiu após o fechamento desta edição. Garcia tende a se tornar o prin- cipal alvo de críticas de Haddad e Tarcísio ao longo da campanha. O PSDB governa o Estado
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