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Apostila Atendimento Emergencia Produtos Perigosos.pdf
 
 
 
2 
 
PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA 
MINISTÉRIO DA JUSTIÇA E SEGURANÇA PÚBLICA 
Secretaria de Gestão e Ensino em Segurança Pública 
Diretoria de Ensino e Pesquisa 
 
COORDENAÇÃO GERAL DE ENSINO 
Coordenação de Ensino a Distância 
 
 
Reformulador 
Marcos Roberto Schumacher 
 
Revisão Pedagógica 
Marcio Raphael Nascimento Maia 
 
SETOR DE CRIAÇÃO E DESENVOLVIMENTO 
 
Programação e Edição 
Ozandia Castilho Martins 
Fagner Fernandes Douetts 
Renato Antunes dos Santos 
 
Designer 
Ozandia Castilho Martins 
Fagner Fernandes Douetts 
Renato Antunes dos Santos 
 
Designer Instrucional 
Anne Caroline Bogarin Manzolli 
 
 
 
3 
 
Sumário 
APRESENTAÇÃO DO CURSO ............................................................................. 8 
OBJETIVOS DO CURSO....................................................................................... 8 
ESTRUTURA DO CURSO ..................................................................................... 9 
Módulo 1 – Conhecimento da emergência e análise preliminar de riscos .... 11 
Apresentação do Módulo .................................................................................. 11 
Objetivos do Módulo ......................................................................................... 11 
Estrutura do Módulo ......................................................................................... 12 
Aula 1 – Emergência: acidente ou incidente com produtos perigosos .............. 13 
1.1 Diferença entre acidente e incidente com produtos perigosos ............. 13 
1.2 Definições do termo “produtos perigosos” ............................................... 15 
1.3 Pontos a serem observados durante o atendimento às emergências ..... 15 
1.4 Procedimentos se você for o primeiro a chegar no local ......................... 16 
Aula 2 – Os agentes perigosos e os procedimentos de emergência básicos em 
vítimas contaminadas ....................................................................................... 19 
2.1 Classificação dos agentes perigosos ...................................................... 19 
2.2 Propriedades físico-químicas importantes .............................................. 23 
2.3 Conceitos físico-químicos importantes: ................................................... 24 
2.4 Toxicologia .............................................................................................. 27 
2.5 Conceitos toxicológicos: .......................................................................... 28 
2.6 Propriedades das substâncias e compostos ........................................... 30 
2.7 As características dos produtos perigosos no ambiente ......................... 31 
2.8 Formas de exposição .............................................................................. 33 
2.9 Sinais gerais de intoxicados .................................................................... 35 
2.10 Procedimentos de emergência básicos em vítimas contaminadas ....... 36 
Finalizando... .................................................................................................... 38 
 
 
4 
 
Módulo 2 – Plano de ação em emergência: comunicação e notificação ....... 39 
Apresentação do Módulo .................................................................................. 39 
Objetivos do Módulo ......................................................................................... 40 
Estrutura do Módulo ......................................................................................... 40 
Aula 1 – Ação de controle inicial ....................................................................... 41 
1.1 Ação inicial do operador de segurança pública ....................................... 41 
1.2 Dados para o início da intervenção do primeiro a chegar ao local sinistrado
 ...................................................................................................................... 42 
1.3 Primeiro respondedor .......................................................................... 43 
Aula 2 – Acionamento e notificação .................................................................. 48 
2.1 O contexto regional e os acidentes de trânsito ....................................... 48 
2.2 Órgãos envolvidos nas ações .............................................................. 50 
2.3 Legislação e normas de consulta ......................................................... 51 
Finalizando... .................................................................................................... 56 
Módulo 3 – Sistema de Comando de Incidentes (SCI) .................................... 57 
Apresentação do Módulo .................................................................................. 57 
Objetivos do Módulo ......................................................................................... 57 
Estrutura do Módulo ......................................................................................... 57 
Aula 1 - SISTEMA DE COMANDO DE INCIDENTES (SCI) ............................. 59 
Aula 2 - Princípios do SCI ................................................................................. 63 
Aula 3 - Estrutura e funções do SCI ................................................................. 66 
3.1 Comandante do Incidente (CI) ................................................................ 69 
3.2 Staff de Comando ................................................................................... 69 
3.3 Staff Geral ............................................................................................... 70 
Aula 4 - Instalações .......................................................................................... 72 
Aula 5 - Gerenciamento de Recursos ............................................................... 77 
 
 
5 
 
5.1 Recursos ................................................................................................. 77 
5.2 Categoria dos Recursos .......................................................................... 77 
5.3 Estado dos Recursos .............................................................................. 78 
Aula 6 - A primeira resposta e o período inicial ................................................ 80 
6.1 Chegada ao local do incidente ................................................................ 80 
6.2 Assumir e estabelecer o PC .................................................................... 80 
6.3 Avaliar a situação .................................................................................... 81 
6.4 Estabelecer um perímetro de segurança ................................................ 81 
6.5 Estabelecer os objetivos ......................................................................... 83 
6.6 Determinar as estratégias ....................................................................... 83 
6.7 Determinar as necessidades de recursos e possíveis instalações. ........ 83 
6.8 Preparar as informações para transferir o comando ............................... 83 
Aula 7 - Instrumentos de Consulta e Registro .................................................. 85 
7.1 Tarjeta de Campo.................................................................................... 85 
7.2 SCI 201 ................................................................................................... 85 
7.3 SCI 211 e SCI 219 .................................................................................. 87 
Finalizando... .................................................................................................... 88 
Módulo 4 – Identificação e classificação de produtos perigosos .................. 89 
Apresentação do Módulo ..................................................................................
89 
Objetivos do Módulo ......................................................................................... 89 
Estrutura do Módulo ......................................................................................... 89 
Aula 1 – Classificação de riscos da ONU ......................................................... 90 
Apresentação ................................................................................................ 90 
1.1 Classificação dos produtos perigosos segundo a ONU .......................... 90 
1.2 Classificação americana ......................................................................... 92 
Aula 2 – Classificação nacional de riscos ......................................................... 97 
 
 
6 
 
Apresentação ................................................................................................ 97 
2.1 Classes de risco ...................................................................................... 97 
2.2 Painel de Segurança ............................................................................. 110 
2.3 RÓTULOS DE RISCO ........................................................................... 112 
Finalizando... .................................................................................................. 113 
Módulo 5 – Fontes de consulta e informação ................................................ 114 
Apresentação .................................................................................................. 114 
Objetivos do Módulo ....................................................................................... 115 
Estrutura do Módulo ....................................................................................... 115 
Aula 1 – Fontes de consulta e informação ...................................................... 116 
1.1 ABIQUIM ............................................................................................... 116 
1.2 FISPQ ................................................................................................... 117 
1.3 Ficha de emergência ............................................................................. 118 
1.4 Envelope de transporte: ........................................................................ 119 
1.5 Informações do fabricante, fornecedor/distribuidor, expedidor, 
transportador, destinatário ou importador do produto perigoso: .................. 120 
Aula 2 – Guia de emergência química da ABIQUIM ....................................... 121 
2.1 Manual para o atendimento às emergências com produtos perigosos . 121 
2.2 Sistema de informação .......................................................................... 122 
2.3 Avaliação da situação ........................................................................... 123 
2.4 Conteúdo do manual para atendimento à emergência ...................... 124 
Aula 3 – Guia NIOSH para riscos químicos (NIOSH – Guide to Chemical Hazards)
 ........................................................................................................................ 133 
Finalizando... .................................................................................................. 135 
Módulo 6 – Seleção de níveis de proteção e divisão de áreas de trabalho . 136 
Apresentação .................................................................................................. 136 
Objetivos do Módulo ....................................................................................... 136 
 
 
7 
 
Estrutura do Módulo ....................................................................................... 136 
Aula 1 – Seleção dos níveis de proteção ........................................................ 137 
1.1 Critérios gerais para seleção de roupas de proteção química .............. 137 
1.2 Equipamentos ....................................................................................... 137 
1.3 Níveis de proteção ................................................................................ 139 
Aula 2 – Divisão de áreas de trabalho ............................................................ 150 
2.1 Áreas de trabalho .................................................................................. 150 
Finalizando... .................................................................................................. 159 
Módulo 7 – Encerramento da intervenção em emergência .......................... 160 
Apresentação do Módulo ................................................................................ 160 
Objetivos do Módulo ....................................................................................... 160 
Estrutura do Módulo ....................................................................................... 160 
Aula 1 – Acompanhamento das ações de contenção, descontaminação e limpeza 
da cena ........................................................................................................... 161 
1.1 Supervisão da contenção feita pelo embarcador, fabricante ou 
transportador ............................................................................................... 161 
1.2 Generalidades sobre a descontaminação em emergência ................... 162 
1.3 Métodos de descontaminação .............................................................. 163 
1.4 Níveis de descontaminação .................................................................. 172 
Aula 2 – Relatório para encerramento do trabalho ......................................... 174 
2.1. Dados básicos para a elaboração de relatório de trabalho .................. 174 
Finalizando... .................................................................................................. 176 
 
 
 
 
8 
 
APRESENTAÇÃO DO CURSO 
 
Prezados cursistas, 
 
O Curso de Atendimento à Emergências com Produtos Perigosos tem como 
finalidade criar condições para que você saiba como agir quando estiver dentre os 
primeiros a chegar em locais de ocorrências envolvendo produtos perigosos em 
áreas públicas. O escopo do curso é facilitar e orientar as ações da assistência 
especializada, minimizar os danos ao meio ambiente e os efeitos decorrentes de 
vazamentos, explosões e incêndios nas comunidades e o devido gerenciamento do 
local sinistrado. 
 
 
OBJETIVOS DO CURSO 
 
Ao final do curso você será capaz de: 
• Identificar elementos no local do incidente que remetem à possibilidade de 
uma ocorrência envolvendo produtos perigosos; 
• Saber os primeiros passos a se tomar em uma ocorrência envolvendo 
produtos perigosos; 
• Reconhecer os perigos inerentes de produtos perigosos, bem como suas 
propriedades físico-químicas; 
• Aplicar os 8 passos se você for o primeiro a chegar à cena com capacidade 
operacional; 
• Conhecer as principais legislações e normas de consulta; 
• Aplicar as ferramentas e identificar as instalações do SCI; 
• Identificar as 9 classes de produtos perigosos; 
 
 
9 
 
• Interpretar as simbologias do painel de segurança e rótulo de risco; 
• Saber manusear o manual da Abiquim; 
• Selecionar o nível de proteção adequado ao risco envolvido; 
• Dividir as áreas de trabalho e realizar o isolamento da área contaminada. 
 
 
ESTRUTURA DO CURSO 
O curso é composto por 7 módulos: 
Módulo 1 – Conhecimento da emergência e análise preliminar de riscos 
Aula 1 – Emergência: acidente ou incidente com produtos perigosos. 
Aula 2 – Os agentes perigosos e os procedimentos básicos de emergência em 
vítimas contaminadas. 
 
Módulo 2 – Plano de ação em emergência: comunicação e notificação 
Aula 1 – Ação de controle inicial. 
Aula 2 – Acionamento e notificação. 
 
Módulo 3 – Sistema de Comando de Incidentes (SCI) 
Aula 1 – Sistema de Comando de Incidentes. 
Aula 2 – Princípios.
Aula 3 – Estrutura e funções. 
Aula 4 – Instalações. 
 
 
10 
 
Aula 5 – Gerenciamento de recursos. 
Aula 6 – A primeira resposta e o período inicial. 
Aula 7 – Instrumentos de consulta e registro. 
 
Módulo 4 – Identificação e classificação de produtos perigosos 
Aula 1 – Classificação de riscos da ONU. 
Aula 2 – Classificação nacional de riscos. 
Módulo 5 – Fontes de consulta e informação 
Aula 1 – Fontes de consulta e informação. 
Aula 2 – Guia de emergência química da ABIQUIM. 
Aula 3 – Guia NIOSH para riscos químicos (NIOSH – Guide to Chemical Hazards). 
 
Módulo 6 – Seleção de níveis de proteção e divisão de áreas de trabalho 
Aula 1 – Seleção dos níveis de proteção. 
Aula 2 – Divisão de áreas de trabalho. 
 
Módulo 7 – Encerramento da intervenção em emergência 
Aula 1 – Acompanhamento das ações de contenção, descontaminação e limpeza 
da cena. 
Aula 2 – Relatório para encerramento do trabalho. 
 
 
11 
 
Módulo 1 – Conhecimento da emergência e análise 
preliminar de riscos 
 
Apresentação do Módulo 
 
Caro Aluno, 
As substâncias químicas, físico-nucleares e biológicas, quando fora de suas 
condições de segurança de manuseio, transporte e armazenamento, podem ser 
fontes geradoras de vazamentos, incêndios e explosões. A toxicologia dos produtos 
por meio de suas propriedades e formas de exposição pode ajudar você a identificar 
riscos e perigos instalados no meio ambiente sinistrado. 
A presença do profissional da área da segurança pública, capacitado para 
responder a esse tipo de ocorrência, pode ser o início da solução do problema, 
desde que você não se torne uma vítima de contaminação e exposição indevida 
diante dos produtos perigosos presentes no local sinistrado. 
Neste módulo, você estudará sobre os procedimentos que podem orientar o 
deslocamento e a chegada segura no ambiente sinistrado com emprego da 
terminologia técnica de análise preliminar de riscos. 
 
Bons Estudos! 
 
Objetivos do Módulo 
 
Ao final do estudo deste módulo, você será capaz de: 
• Conceituar acidentes e incidentes; 
 
 
12 
 
• Diferenciar carga perigosa e produtos perigosos; 
• Citar princípios fundamentais para a tomada de decisão; 
• Classificar agentes perigosos; 
• Enumerar as ações para a previsão de socorro às vítimas contaminadas 
por produtos perigosos; 
• Descrever as atitudes e ações durante o atendimento às emergências; 
• Defender o cumprimento de normas dos planos locais de emergência. 
 
 
Estrutura do Módulo 
 
O presente módulo está dividido em: 
Aula 1 – Emergência: acidente ou incidente com produtos perigosos. 
Aula 2 – Os agentes perigosos e os procedimentos básicos de emergência em 
vítimas contaminadas. 
 
 
 
13 
 
Aula 1 – Emergência: acidente ou incidente com produtos perigosos 
 
Nesta aula, você estudará as definições, a nomenclatura básica e as 
características existentes para entender a dinâmica das emergências. 
 
1.1 Diferença entre acidente e incidente com produtos perigosos 
 
 
Figura 1: Reflita! 
Fonte: SCD/EaD/Segen. 
 
 
Vamos ver o conceito dos dois: 
Acidente 
O acidente é o evento repentino e não desejado em que a liberação de 
substâncias químicas, biológicas ou radiológicas perigosas em forma de incêndio, 
explosão, derramamento ou vazamento causando danos às pessoas, aos bens ou 
ao meio ambiente. 
 
 
 
14 
 
Incidente 
O incidente é o evento repentino e não desejado que foi controlado antes 
de afetar elementos vulneráveis (dano ou exposição às pessoas, aos bens ou ao 
meio ambiente). Também denominado de “quase acidente”. 
 
O que é acidente ambiental? 
Conceitua-se acidente ambiental como o evento não previsível, 
capaz de direta ou indiretamente causar danos aos ecossistemas e à 
saúde humana, como vazamento ou lançamento de substâncias (gases, 
líquidos ou sólidos) para atmosfera, para o solo ou para os corpos 
d’água, além dos incêndios florestais ou em instalações industriais (IAT, 
2020). 
 
 
 
Figura 2: Carga perigosa 
Fonte: SCD/EaD/Segen. 
 
 
 
 
 
15 
 
1.2 Definições do termo “produtos perigosos” 
 
Produtos perigosos podem ser definidos como: 
 
• Toda substância ou mistura de substâncias que, em razão de suas 
propriedades químicas, físicas ou toxicológicas, isoladas ou combinadas, 
constitui um perigo (OIT, 1993); 
• Uma substância (sólida, líquida ou gasosa) que, quando liberada, tem a 
capacidade de gerar ameaça às pessoas, ao meio ambiente e à propriedade 
(NFPA, 1997); 
• Qualquer material sólido, líquido ou gasoso que seja tóxico, radioativo, 
corrosivo, quimicamente reativo ou instável durante a estocagem prolongada 
em quantidade que represente uma ameaça à vida, à propriedade e ao meio 
ambiente (DOT, 1998); 
• Produtos que tenham potencial de causar dano ou apresentem risco à 
saúde, segurança e meio ambiente e tenham sido classificados como tais de 
acordo com critérios definidos pela regulamentação de transporte. (BRASIL, 
ABNT, 2015). 
 
 
1.3 Pontos a serem observados durante o atendimento às 
emergências 
 
Diante de uma chamada para o atendimento da emergência com produtos 
perigosos, você, como profissional de segurança pública, deverá observar os 
seguintes pontos vitais para a intervenção em emergências com produtos 
perigosos: 
 
 
16 
 
I. Existência de pessoas desorientadas, inconscientes ou em óbito; 
II. Fuga de pessoas e animais; 
III. Mortandade de peixes, aves e animais domésticos e rurais; 
IV. Cobertura vegetal queimada, descolorida ou morta; 
V. Surgimento de testemunhas e vítimas que apresentem queimaduras, 
intoxicação ou irritação dos olhos, região das axilas e órgãos sexuais; 
VI. Presença de tambores, contêineres, tanques, caminhões-tanque, vagões-
tanque, posto de combustível, indústria química ou farmacêutica, 
laboratórios radioativos, lixões, aterros sanitários, hospitais, rodovias, 
ferrovias, dutovias, depósitos, docas de porto ou hangares; 
VII. Tempo estimado decorrido do derrame (líquidos), escape (gases) ou 
tombamento (sólidos) de produtos perigosos; 
VIII. Volume estimado do vazamento do local armazenado, processo ou veículo 
de transporte; 
IX. Área em metros quadrados ou hectares com efetiva presença de agentes, 
substâncias, elementos ou compostos orgânicos ou inorgânicos; 
X. Notas fiscais, rótulos, embalagens, placas, documentos de transporte, 
licenças, manifestos de carga, fichas de emergência, planos de segurança, 
documentos do transportador, embarcador e fabricante. 
 
 
1.4 Procedimentos se você for o primeiro a chegar no local 
 
Quais serão suas tarefas? 
Os cuidados no deslocamento e especial observação do cenário com 
suspeita da presença de produtos perigosos auxiliam você a dimensionar o 
chamado de reforço de especialistas ou notificação dos órgãos de governo e 
organismos não governamentais. As atividades a seguir devem ser seguidas caso 
 
 
17 
 
o operador de segurança pública não tenha capacidade operacional de assumir a 
ocorrência. 
 
 
Quais serão suas atividades? 
• Manter-se afastado do produto derramado, vazado ou espalhado no local; 
• Se possível, realizar o isolamento do local; 
• Estacionar veículos de inspeção de via, supervisão de serviço e operações 
devidamente sinalizados em posição de fuga ou retirada rápida; 
• Evitar inalar vapores, poeiras, gases e fumaças; 
• Manter distância segura mínima de 100 metros em todas as direções; 
• Identificar a direção do vento ou das correntes de ar para espaços 
confinados; 
• Usar binóculos para reconhecer a presença de vítimas, danos ambientais, 
telefones, números, cores, placas, entre outras informações; 
• Acionar equipes especializadas (Corpo de Bombeiros, Polícia Militar, SAMU, 
órgão ambiental,
equipes de trânsito, Polícia Rodoviária Estadual, Polícia 
Rodoviária Federal) com capacidade de emprego de níveis de proteção 
individual, de acordo com a necessidade de cada caso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
18 
 
Resultados esperados 
 
Figura 3: Resultados esperados 
Fonte: SCD/EaD/Segen. 
 
 
 
 
 
Importante! 
 
Em caso de anormalidade, faça a comunicação de 
risco à comunidade local utilizando-se da mídia local, 
regional ou especializada. 
 
 
 
19 
 
Aula 2 – Os agentes perigosos e os procedimentos de emergência básicos em 
vítimas contaminadas 
 
Nesta aula, você estudará os agentes que podem provocar algum tipo de 
dano aos seres vivos e suas características em acidentes e incidentes com 
produtos perigosos, bem como os procedimentos de emergência básicos em 
vítimas contaminadas. 
 
2.1 Classificação dos agentes perigosos 
 
Os agentes podem se tornar perigosos e provocar algum tipo de dano à vida, 
ao meio ambiente e ao patrimônio. Os agentes perigosos são constituídos em: 
Agentes químicos 
Elementos ou compostos que têm o potencial de gerar queimaduras, 
intoxicação, envenenamentos, inconsciência ou morte do ser humano, seres vivos 
e flora. Os agentes químicos possuem características tais como: toxicidade, 
corrosividade, explosividade, reatividade, radioatividade, inflamabilidade, 
instabilidade, entre outros. 
Agentes biológicos 
São seres vivos que produzem enzimas ou toxinas que podem provocar 
lesões, enfermidades ou morte dos indivíduos a eles expostos. Os exemplos são: 
vírus HIV, ebola, vírus de Marburg, salmonela e arbovírus. 
Agentes radioativos 
São corpos que emitem radiações ionizantes que provocam lesões, 
enfermidades ou morte dos indivíduos a eles expostos. Os exemplos são: Urânio 
235, Césio 137, tório, estrôncio e cobalto. 
 
 
20 
 
QBRNe 
Os agentes perigosos também são comumente chamados de 
QBRNe, o termo QBRNe, que em inglês significa: Chemical, Biological, 
Radiological and Nuclear (CBRN), sigla para Químicos, Biológicos, 
Radiológicos ou Nucleares, combinados ou não com Explosivos, e que 
vem ganhando destaque. Basicamente, refere-se aos tipos de agentes 
que podem trazer ameaças às pessoas, ao meio ambiente e/ou à 
propriedade em contextos e cenários diversos. 
O atendimento a eventos QBRNe não difere, em linhas gerais, 
aos princípios técnicos relacionados à contenção e ao controle daqueles 
rotineiros envolvendo Produtos Perigosos. Até porque, todos os agentes 
QBRNe guardam similaridades ou são os mesmos relativos à 
classificação ONU para Produtos Perigosos. Talvez, a maior diferença 
diga respeito à amplitude, propósitos e origem dos incidentes QBRN 
(CBPMPR, 2018). 
 
 
Dentre as motivações que resultam em ameaças QBRNe, destacam-se os 
atos terroristas. Atos terroristas, utilizando agentes QBRNe, têm como objetivo, 
dentre outros: 
• Produzir um elevado número de mortos e feridos; 
• Atacar locais de reunião de público e meios de transporte; 
• Desorganizar as equipes de resposta; 
• Provocar o caos nos centros médicos (hospitais) de referência; 
• Atingir diretamente as equipes de resposta (policiais, bombeiros, 
socorristas, etc.); 
• Disseminar (espalhar) agentes contaminantes para locais e áreas distantes 
da zona de impacto propriamente dita (Zona Quente), incluindo os 
 
 
21 
 
hospitais que recebem as vítimas oriundas do mesmo ataque; 
• Dificultar ao máximo a identificação dos agentes QBRNe envolvidos no 
ataque; 
• Dificultar processos de descontaminação devido ao elevado número de 
vítimas. 
 
 
Potencial de Hidrogênio (pH) 
 
Um índice muito utilizado no âmbito dos produtos perigosos é o potencial de 
hidrogênio (pH) – que mede a acidez e alcalinidade do material. O potencial de 
hidrogênio (pH), potencial de concentração do íon hidrogênio (H+), é um valor 
mensurável que pode indicar a acidez, neutralidade ou alcalinidade de um meio. 
Os valores de pH podem variar de 0 (máxima acidez) a 14 (máxima alcalinidade). 
Quanto mais forte for um ácido, maior será a concentração do íon hidrogênio. 
A 25º C uma solução considerada neutra tem um pH = 7. A água pura, considerada 
neutra, tem um pH igual a 7. Substâncias com pH superiores a 7 são consideradas 
alcalinas (bases); substâncias com pH abaixo de 7 são consideradas ácidas. Veja 
alguns exemplos na figura abaixo: 
 
 
22 
 
 
Figura 4: Escala pH 
Fonte: mundoeducacao.uol.com.br, 2020; SCD/EaD/Segen 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 
 
2.2 Propriedades físico-químicas importantes 
 
Densidade relativa dos gases e vapores: 
 
Figura 5: Densidade dos gases e vapores 
Fonte: EaD/CBPMPR, 2018. 
 
 
 
Densidade relativa dos líquidos: 
 
Figura 6: Densidade dos líquidos 
Fonte: FISPQs. 
 
 
 
 
 
 
 
24 
 
Comportamento de gases/vapores e líquidos em função de sua densidade 
durante o atendimento: 
 
Figura 7: Comportamento de gases/vapores e líquidos 
Fonte: CBPMPR, 2018. 
 
 
 
 
2.3 Conceitos físico-químicos importantes: 
 
 
Figura 8: Conceitos físico-químicos 
Fonte: SCD/EaD/Segen. 
 
 
 
 
 
25 
 
Vamos estudá-las: 
Miscibilidade 
Refere-se à propriedade de duas ou mais substâncias se misturarem entre 
si formando misturas homogêneas, com apenas uma fase, ou heterogêneas, com 
mais de uma fase. Quando as substâncias se misturam, são ditas miscíveis. 
Quando não se misturam, são ditas imiscíveis; 
Solubilidade 
Refere-se à capacidade de dissolução de uma substância dita soluto (ex.: 
sal) em outra, de característica homogênea, dita solvente (ex.: água), formando 
uma solução. Quando uma substância não consegue se dissolver em outra, 
dizemos que ela é insolúvel. 
Polaridade das moléculas 
A polaridade das moléculas de uma substância, que está relacionada à 
diferença de eletronegatividade e à geometria molecular, também influencia na 
questão solubilidade. Algumas substâncias possuem moléculas consideradas 
polares, que se dissolvem e se misturam na água, que é composta por moléculas 
polares. 
Outras possuem moléculas consideradas apolares, que não se dissolvem 
nem se misturam com a água. As moléculas orgânicas constituídas exclusivamente 
por átomos de Carbono (C) e Hidrogênio (H) formam os hidrocarbonetos. Como 
praticamente não há diferença de eletronegatividade na molécula e elas possuem 
um arranjo bastante simétrico, dizemos que os hidrocarbonetos são apolares. 
 
A regra básica é: Semelhante dissolve semelhante. 
Polar dissolve polar, apolar dissolve apolar. Isso é, se tenho 
as mãos sujas com graxa, que é uma substância composta 
por moléculas apolares, devo limpá-las com, por exemplo, 
querosene, que é outra substância com moléculas apolares; e 
 
 
26 
 
não apenas com água pura, que é composta por moléculas 
polares. 
 
Exemplos de substâncias polares e apolares: 
Substâncias Polares 
• Água; 
• Álcool; 
• Vinagre; 
• Ácido Clorídrico; 
• Acetona; 
• Amônia. 
Substâncias Apolares 
• Hidrocarbonetos derivados de petróleo em geral: Graxa; Diesel; Gasolina 
etc.; 
• Tetracloreto de Carbono; 
• Gás Carbônico. 
 
Decomposição química 
Ocorre quando uma substância composta, submetida a determinadas 
condições (ex.: aquecimento pelo fogo), se divide (se decompõe) em duas ou mais 
substâncias ou elementos químicos. Ou seja: 
AB → A + B 
O fertilizante mineral Nitrato de Amônio (NH4NO3), por exemplo, quando 
envolvido em um incêndio, mesmo sendo ele incombustível, pode se decompor 
liberando gás amônia (NH3) e gases nitrosos (NOx). 
NH4NO3 → NO x + NH3 
 
 
 
27 
 
SAIBA MAIS! 
Os fertilizantes minerais (NPKs), embora não combustíveis, 
podem, quando envolvidos em incêndios, se decompor emanando gases 
tóxicos, irritantes
e/ou corrosivos. Equipamentos de proteção respiratória 
adequados devem ser previstos e utilizados pelas equipes de resposta. 
 
 
Polimerização 
A polimerização, de certa forma, é o inverso da decomposição. Assim, ela 
se constitui no processo em que determinadas moléculas, chamados de 
monômeros e que se encontram dissociadas em um determinado ambiente, são 
agrupadas em uma única macromolécula (grande tamanho e massa molecular) que 
passa a se chamar polímero. Para que tal processo ocorra, o meio em que as 
moléculas dissociadas se encontram sofre uma reação química com aplicação de 
catalizadores (aceleradores), emulsificantes, calor ou agitação mecânica. 
 
 
2.4 Toxicologia 
 
A toxicologia é ciência multidisciplinar que estuda os efeitos adversos dos 
agentes sobre os organismos. O profissional que atua nessa área deve ter 
conhecimentos de diversas outras áreas, como química, farmacocinética, 
farmacodinâmica, clínica e legislação. 
 
Toxicologia Clínica 
A toxicologia clínica trata dos pacientes intoxicados, diagnosticando-os e 
instituindo uma terapêutica mais adequada; 
Toxicologia Experimental 
A toxicologia experimental utiliza animais para elucidar o mecanismo de 
ação, espectro de efeitos tóxicos e órgãos-alvos de cada agente tóxico; por fim, 
 
 
28 
 
Toxicologia Analítica 
A toxicologia analítica identifica e quantifica toxicantes em diversas 
matrizes, biológicas (sangue, urina, cabelo, saliva, vísceras, entre outras) ou 
ambientais (água, ar, solo). 
 
Os agentes podem oferecer riscos de periculosidade e insalubridade em 
razão das suas propriedades, que podem ser absorvidas pela respiração cutânea 
(pele), inaladas pelo aparelho respiratório, ingeridas pelo aparelho digestivo e 
causar uma série de lesões nos tecidos vivos. 
 
 
 
 
2.5 Conceitos toxicológicos: 
Vamos estudar um pouco sobre os conceitos toxicológicos, confira: 
Tóxico 
Característica de um produto capaz de provocar efeitos nocivos a 
organismos vivos, quando ingeridos, inalados ou por contato com a pele (Ref. ABT 
NBR 14.064:2015); 
Intoxicação 
Manifestação clínica dos efeitos nocivos decorrentes da interação entre uma 
substância química e o organismo (Ref. ABT NBR 14.064:2015); 
Toxicidade 
Capacidade, inerente a uma substância química ou a um produto químico, 
de produzir um efeito deletério sobre um sistema biológico (Ref. ABT NBR 
14.064:2015); 
 
 
 
29 
 
Toxicidade aguda 
É aquela em que os efeitos tóxicos em animais são produzidos por uma 
única ou por múltiplas exposições a uma substância, por qualquer via, por um curto 
período, inferior a um dia. Geralmente as manifestações ocorrem rapidamente (Ref. 
FIOCRUZ); 
Toxicidade subcrônica 
É aquela em que os efeitos tóxicos em animais produzidos por exposições 
diárias repetidas a uma substância, por qualquer via, aparecem em um período de 
aproximadamente 10% do tempo de vida de exposição do animal ou alguns meses 
(Ref. FIOCRUZ); 
Toxicidade crônica 
É aquela em que os efeitos tóxicos ocorrem após repetidas exposições, por 
um período longo de tempo, geralmente durante toda a vida do animal ou 
aproximadamente 80% do tempo de vida. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
30 
 
2.6 Propriedades das substâncias e compostos 
 
Figura 9: Propriedades das substâncias e compostos 
Fonte: SCD/EaD/Segen. 
 
 
 
 
31 
 
2.7 As características dos produtos perigosos no ambiente 
 
Os produtos perigosos no meio ambiente possuem duas características comuns: 
 
 Extrapolação dos limites ESPACIAIS 
Os produtos extrapolam os limites espaciais porque sua ação não se 
restringe ao local onde ocorreu o acidente, uma vez que esses produtos, em função 
do seu estado físico, podem espalhar-se na forma de poeiras, névoas, partículas 
ou nuvens contaminantes, atingindo regiões territoriais maiores do que as 
originalmente atingidas. 
Extrapolação dos limites TEMPORAIS 
Os produtos extrapolam os limites temporais porque seus efeitos podem 
surgir horas, dias, meses ou anos após a exposição ao produto. Recomenda-se 
que os atendentes e as vítimas sejam orientados a fazer exames médicos e 
laboratoriais regularmente. 
 
 
O Programa Internacional de Segurança sobre Substâncias Químicas – 
PISSQ (1988) – lista outras características relacionadas com produtos químicos, a 
saber: 
 
Graus diferenciados de exposição 
Uma exposição química sem trauma mecânico associado pode produzir um 
número de efeitos previsíveis à saúde humana, animal e ao meio ambiente natural. 
Nem todas as vítimas apresentarão os mesmos tipos de efeitos, pois isso 
dependerá das vias de exposição, da duração do contato com a substância, da 
predisposição individual e da vulnerabilidade ambiental. 
 
 
 
32 
 
Área de contaminação 
Região territorial ou lacustre onde estão ou podem surgir os produtos 
perigosos na forma de incidente ou acidente. A zona ou área contaminada é aquela 
em que os contaminantes estão presentes e onde os profissionais da segurança 
pública e da saúde somente poderão entrar capacitados e utilizando-se de 
equipamentos de proteção individual (EPI) em nível completo de encapsulamento. 
 
Risco de contaminação 
Os indivíduos expostos aos agentes perigosos podem constituir risco para 
outras pessoas e para o pessoal especializado no resgate, os quais podem se 
contaminar com as substâncias impregnadas nas roupas e objetos das vítimas. Por 
isso, é necessário realizar a descontaminação das vítimas e materiais antes da 
remoção para o tratamento médico definitivo ou devolução de materiais para seus 
usuários. 
 
Desconhecimento das propriedades e efeitos dos agentes 
No caso de vários produtos perigosos envolvidos, é difícil conhecer as 
propriedades e efeitos à saúde. Assim, é importante estabelecer um sistema eficaz 
de informação das principais substâncias envolvidas e divulgar ao pessoal 
respondente e demais trabalhadores. 
 
Necessidade de oferecer suporte 
A realização de um inventário é necessária para a identificação dos riscos e 
de recursos disponíveis para tratamento das vítimas expostas que sofreram 
queimaduras corrosivas ou térmicas, intoxicações respiratórias com suporte 
ventilatório ou envenenamentos. 
 
Essas características certamente exigirão de você atenção, técnicas e 
cuidados especiais. A figura a seguir apresenta a diferença entre as condutas 
exigidas de um profissional da área de segurança pública em um acidente com a 
 
 
33 
 
presença de produtos perigosos e um acidente sem essa característica. 
 
Figura 10: Características do acidente com e sem produtos perigosos 
Fonte: do conteudista. 
 
 
2.8 Formas de exposição 
 
A exposição é o contato do ser vivo com o produto perigoso. As formas de 
exposição podem ser por: 
 
Inalação (vias aéreas): 
A mais comum das formas de contaminação que pode 
atingir as equipes de resposta, ocorre quando um gás/vapor 
perigoso, em determinadas concentrações após ser inalado 
por certo período de tempo, segue para os pulmões e acaba 
entrando na corrente sanguínea, agindo no sistema nervoso 
e podendo levar à morte. Também pode ser uma via de 
entrada para partículas perigosas. 
 
 
 
Figura 11: Vias aéreas 
Fonte: SCD/EaD/Segen. 
 
 
34 
 
Ingestão (boca): 
Usualmente relacionada a acidentes por ingestão 
acidental ou voluntária envolvendo crianças e pessoas com 
problemas psicológicos/psiquiátricos. O contaminante, após 
engolido, segue pelo aparelho digestivo, eventualmente 
danificando estruturas, sendo absorvido pelo organismo, 
entrando na corrente sanquínea e agindo no sistema nervoso. 
 
 
Absorção cutânea (pele): 
Também chamada de intradérmica, ocorre quando 
determinado contaminante, em um bom nível de contato
com 
a pele, acaba, por permeação ou penetração, atingindo as 
camadas mais profundas do tecido chegando à corrente 
sanguínea. 
 
 
 
Injeção (intravenosa, subcutânea): 
Entrada direta de contaminante no organismo por meio 
de injeção, como a intravenosa, a subcutânea, a 
intramuscular etc. Muitas vezes, o contaminante é colocado 
diretamente na corrente sanguínea. 
 
 
 
Figura 12: Boca 
Fonte: SCD/EaD/Segen. 
Figura 13: Pele 
Fonte: SCD/EaD/Segen. 
Figura 14: Injeção 
Fonte: SCD/EaD/Segen. 
 
 
35 
 
 
Conjuntiva (mucosas): 
Pode ocorrer, por exemplo, na transmissão de micro-
organismos patológicos que entram no organismo após 
contato com as mucosas ocular nasal ou oral. Bastante 
relevante em ambientes e procedimentos que exigem 
biossegurança. 
 
 
 
2.9 Sinais gerais de intoxicados 
 
A interpretação da condição física e mental da vítima exige que o socorrista 
use os sentidos da visão, do olfato, da audição e do tato. Você deve atentar para a 
sua própria segurança, ou seja, há a necessidade de se avaliar a segurança da 
cena e os riscos de outras contaminações oriundas da vítima. 
Você deve buscar quais foram as causas dos ferimentos, determinando o 
que aconteceu com a vítima. Se a vítima queixa-se de cefaleia, náuseas, vômito, 
sonolência, alteração de comportamento, convulsões, cor cinza ou azul da pele, 
dificuldades respiratórias ou fase de inconsciência, pode existir um indício de 
intoxicação ou contaminação por produtos químicos, biológicos ou radiológicos. 
 
 
 
Figura 15: Mucosas 
Fonte: SCD/EaD/Segen. 
 
 
36 
 
2.10 Procedimentos de emergência básicos em vítimas 
contaminadas 
 
• Acionar atendimento qualificado (USA – Unidade de Suporte Avançado 
Terrestre); 
• Retirar a vítima do local contaminado utilizando os equipamentos 
específicos, conforme os riscos existentes no acidente; 
• Iniciar a descontaminação da vítima: 
✓ Remover roupas e sapatos contaminados, tomando cuidado com 
possível aderência na pele; 
✓ Enxaguar a região contaminada com muita água, caso seja líquido, 
lavando em seguida com água e detergente neutro; 
✓ Não jogar água no produto perigoso caso esteja no estado sólido (pó) 
e reduzir a contaminação utilizando pano seco; 
✓ Em caso de contaminação do globo ocular, manter as pálpebras da 
vítima abertas e enxaguar com muita água; 
 
• Monitorar sinais vitais da vítima quando puder; 
✓ Administração de antídoto conforme identificação do contaminante; 
✓ Iniciar Avaliação Primária da vítima: 
A de airway (ou vias aéreas) 
Verificar de vias aéreas e controle da coluna cervical, se 
necessário; 
B de breathing (ou respiração) 
Verificar se há ventilação e oxigenação da vítima; 
 
 
37 
 
C de circulation (ou circulação) 
Verificar pulso, controlar hemorragia externa e iniciar 
Reanimação Cardiorrespiratória caso necessário; 
D de disability (ou incapacidade) 
Verificar o nível de consciência da vítima; 
E de exposure (ou exposição) 
Manter a vítima aquecida tomando cuidado com a 
compatibilidade química entre o contaminante e o material 
utilizado para proteção da vítima. 
 
• Permanecer em lugar ventilado; 
• Não provocar vômito ou administrar qualquer tipo de paliativo; 
• Jamais tentar realizar a descontaminação na vítima com qualquer tipo 
substâncias incompatíveis, com exceção da água; 
• Transportar a vítima para um hospital de referência, informando as 
características do material perigoso; 
• Atentar para os riscos de contaminação secundária e cruzada utilizando os 
Equipamentos de Proteção Individual adequados. 
 
 
 
38 
 
Finalizando... 
 
 
Neste módulo, você estudou: 
• As ações procedimentais que podem orientar o deslocamento e a chegada 
segura no meio ambiente sinistrado com emprego da terminologia técnica 
de análise preliminar de riscos; 
• Os procedimentos a serem tomados se você for o primeiro a chegar no local; 
• Os procedimentos de emergência básico em vítimas contaminadas; 
• Estudou ainda, sobre os agentes perigosos diversos e suas características; 
• O conceito de toxicologia; e 
• Formas de exposição. 
 
 
 
39 
 
Módulo 2 – Plano de ação em emergência: comunicação e 
notificação 
 
Apresentação do Módulo 
 
É importante que você entenda que sua instituição pode ser um dos órgãos 
de resposta e apoio à movimentação e operação envolvendo produtos perigosos 
na região territorial. Na maior parte das regiões brasileiras, esses produtos, com 
potencial de causar desastres, são pouco monitorados ao longo de seu processo, 
estoque, transporte e destinação final. 
Todavia, esses produtos são essenciais para o bem-estar do ser humano e 
não deve ser sua intenção, como profissional de segurança pública, gerar pânico 
em relação aos produtos envolvidos no sinistro, pois esses produtos são essenciais 
para o país. 
As rotinas de logística com produtos perigosos têm a implantação de 
programas de controle de frota, estoque e processos, porém a negligência, a 
imprudência e a imperícia podem gerar um acidente de dimensões ampliadas com 
consequências catastróficas. Prevenir essa situação não desejada deve ser o 
escopo dos planos de ação em emergência formulados pelo fabricante, 
embarcador, transportador e equipes de socorro e atendimento às ocorrências com 
produtos perigosos. 
Neste módulo, você estudará sobre as principais organizações 
governamentais e não governamentais que você deve acionar e notificar na 
ocorrência de acidentes envolvendo produtos perigosos, segundo plano de ação 
em emergência em vigor para a região sinistrada. 
 
 
 
 
 
40 
 
Objetivos do Módulo 
 
Ao final do estudo deste módulo, você será capaz de: 
 Analisar a legislação ambiental; 
 Reconhecer a importância de trabalhar em equipe com divisão de tarefas e 
manter-se atualizado. 
 
 
Estrutura do Módulo 
 
Este módulo está dividido em: 
Aula 1 – Ação de controle inicial 
Aula 2 – Acionamento e notificação 
 
 
 
 
41 
 
Aula 1 – Ação de controle inicial 
 
 
Nesta aula, você estudará as ações executadas pelos primeiros recursos 
operacionais envolvidos na operação de resposta com capacidade de agir para 
minimizar os efeitos dos produtos envolvidos. 
 
1.1 Ação inicial do operador de segurança pública 
 
Entre as competências a serem desenvolvidas por você como profissional 
de segurança pública está a capacidade de responder à situação de crise e 
emergência. Isso envolve lidar com diversos fatores, tendências e atos inseguros e 
de incerteza. 
Devido ao enfrentamento de ocorrências complexas, você deve estar preparado e 
capacitado para: 
 Tomar as primeiras providências com o propósito de salvar vidas, defender 
o meio ambiente e proteger o patrimônio dos efeitos de vazamentos com 
produtos perigosos; 
 Reconhecer os riscos existentes no cenário sinistrado; 
 Mobilizar o socorro para intervenção do nível operacional e técnico; 
 Controlar a área contaminada até a chegada das instituições convocadas 
para intervir no sinistro. 
 
 
 
 
42 
 
1.2 Dados para o início da intervenção do primeiro a chegar ao local 
sinistrado 
 
Ao registrar a chamada, é importante anotar dados, porque você ajudará a 
equipe a chegar ao local e orientar as pessoas para adoção dos primeiros cuidados 
na cena. Os dados abaixo serão conteúdos para a confecção de relatórios de 
trabalho, a saber: 
I. Endereço do lugar, hora e condições climáticas do local do acidente; 
II. Número de vítimas e suas condições de saúde; 
III. Ocorrência de incêndios, vazamentos ou explosões; 
IV. Liberação de produtos contaminantes para o meio ambiente; 
V. Sinais, marcas, cores, nomes, números, rótulos e documentos que 
permitam identificar o produto;
VI. Sensação de odor ou ruído de escape gasoso; 
VII. Testemunhas que possam descrever o cenário ou que conheçam o local; 
VIII. Condições do terreno ou acesso aquático; 
IX. Lugar para definir ponto de encontro dos profissionais que vão se dirigir ao 
local para intervenção. 
 
 
Importante! 
Regras-chave de segurança 
É necessário você conhecer os procedimentos a serem 
utilizados pelos órgãos participantes empenhados na 
ocorrência. Seguem algumas regras que vão auxiliar na 
instalação dos serviços de resposta no local: 
❖ Não se transforme em uma vítima; 
 
 
43 
 
 
❖ Não se precipite; 
 
❖ Não decida sem conhecer a área de trabalho; 
 
❖ Não toque, deguste ou respire vapores e nuvens da 
área sinistrada. 
 
 
1.3 Primeiro respondedor 
 
Se você for o primeiro respondedor a chegar ao local do acidente, com 
capacidade operativa, você deverá seguir algumas orientações que estão na 
Tarjeta de Campo (SCI). 
 
Tarjeta de Campo (SCI) 
A tarjeta de campo é uma espécie de cartão que contém 
uma lista de procedimentos a serem realizados e que pode 
ficar na viatura. Trata-se de um guia que segue orientações 
do Sistema de Comando de Incidentes (SCI), e que consiste 
nas ações que deverão ser realizadas pelo primeiro 
respondedor que chega com capacidade operacional na cena 
e assume o comando, visando organizar de forma rápida e 
eficiente a resposta ao incidente, e serve como um facilitador 
nos casos de transferência do comando. 
 
 
 
 
44 
 
Nota: Sistema de Comando de Incidentes (SCI) é uma ferramenta de 
gerenciamento, utilizada em incidentes, composta por um conjunto pré-
estabelecido de procedimentos a serem adotados, com o objetivo de destinar os 
recursos disponíveis para as atividades que são prioritárias em uma ocorrência. 
 
Os 8 passos a seguir se você é o primeiro a chegar à cena com capacidade 
operacional são: 
 
Figura 16: 8 Passos do primeiro respondedor 
Fonte: SCD/EaD/Segen. 
 
 
 
 
 
45 
 
Segue assim, alguns itens que devem ser levados em consideração ao realizar 
cada passo da Tarjeta de Campo. 
 
Estabelecendo o Posto de Comando: 
Ao estabelecer o Posto de Comando, deve-se assegurar que este tenha: 
• Segurança e visibilidade; 
• Facilidades de acesso e circulação; 
• Disponibilidade de comunicações; 
• Lugar distante da cena, do ruído e da confusão; 
• Capacidade de expansão física. 
 
Avaliação da Situação 
Aspectos a considerar ao avaliar a situação: 
• Qual é a natureza do incidente? 
• O que ocorreu? 
• Quais ameaças estão presentes? 
• Qual o tamanho da área afetada? 
• Como poderia evoluir? 
• Como seria possível isolar a área? 
• Quais seriam os lugares mais adequados para PC (Posto de Comando), E 
(Área de Espera) e ACV (Área de Concentração de Vítimas)? 
• Quais são as rotas de acesso e de saída mais seguras para permitir o fluxo 
de pessoal e do equipamento? 
• Quais são as capacidades presentes e futuras, em termos de recursos e 
organização? 
 
 
 
46 
 
Estabelecimento do Perímetro de Segurança 
Ao estabelecer um perímetro de segurança devem ser considerados os 
seguintes aspectos: 
• Tipo de Incidente; 
• Tamanho da área afetada; 
• Topografia; 
• Localização do incidente em relação à via de acesso e áreas disponíveis 
ao redor; 
• Áreas sujeitas a desmoronamentos, explosões potenciais, queda de 
escombros, cabos elétricos; 
• Condições atmosféricas; 
• Possível entrada e saída de veículos; 
• Coordenar a função de isolamento perimetral com o organismo de 
segurança correspondente; 
• Solicitar ao organismo de segurança correspondente a retirada de todas as 
pessoas que se encontrem na zona de impacto, exceto o pessoal de 
resposta autorizado. 
 
Procedimentos para Transferência de Comando 
Ao transferir o comando devem ser considerados os seguintes aspectos: 
• Estado do incidente; 
• Situação atual de segurança; 
• Objetivos e prioridades; 
• Organização atual; 
• Designação de recursos; 
• Recursos solicitados e a caminho; 
• Instalações estabelecidas; 
 
 
47 
 
• Plano de comunicações; 
• Provável evolução. 
 
Nota: O Posto de Comando (PC) é o local definido e sinalizado onde são 
desenvolvidas as atividades de administração e comando da operação. Deve ser 
facilmente localizável e mobilizável em caso de aumento ou surgimento de outros 
riscos. 
 
Importante! 
 
São importantes a aproximação e posicionamento dos 
profissionais e da equipe de trabalho a favor do vento em 
áreas mais elevadas, com águas escoando abaixo da cena, e 
o emprego de binóculos com vento pelas costas a uma 
distância não menor do que 100 metros do derramamento, 
vazamento, escape ou tombamento de produto. 
 
 
 
 
 
48 
 
Aula 2 – Acionamento e notificação 
 
Nesta aula, você estudará as técnicas de acionamento e notificação de 
fabricantes, transportadores, embarcadores e usuários de produtos perigosos, a fim 
de identificar os recursos locais para o atendimento da emergência. 
 
 
2.1 O contexto regional e os acidentes de trânsito 
 
As unidades federativas do Brasil pouco conhecem dos potenciais 
causadores de desastres em seus territórios. A fabricação, a manipulação, o 
transporte e o armazenamento de produtos biológicos, físico-nucleares e químicos 
pouco são monitorados pelos órgãos responsáveis, contando apenas com a sorte 
para que os incidentes rotineiros não se transformem em acidentes ampliados. 
Os “Produtos Químicos” constituem um elemento importante na estrutura 
econômica de qualquer país industrializado, pois se trata de uma atividade 
necessária à viabilidade de produção de diversos setores, pois não há atividade ou 
setor produtivo que não utilize, em seus processos ou produtos finais, algum 
insumo de origem química. Portanto, o conhecimento sobre tais produtos é de 
fundamental importância a todos os que estão envolvidos com a segurança de 
vidas, meio ambiente e bens, pois eles estão dentro das residências através de 
produtos de limpeza, inseticidas e gases de cozinha. 
Nos estabelecimentos comerciais, estão presentes nas lojas de tintas e 
solventes, fertilizantes e pesticidas, casa de fogos de artifícios, farmácias e 
supermercados, revendas de gás de cozinha e postos de combustíveis. Encontram-
se também nas pequenas e grandes indústrias dos mais variados setores sob as 
formas de matéria prima e produto acabado, nos laboratórios de produtos químicos 
e indústrias farmacêuticas. 
 
 
 
49 
 
Estima-se que existam cerca de 20 milhões de 
formulações químicas no mundo, sendo que, destas, 
aproximadamente 1 milhão representam substâncias ou 
produtos perigosos, dos quais somente 800 possuem 
estudos sobre seus efeitos na saúde ocupacional do 
homem, segundo dados da ONU de 1998. Este número 
expressivo de produtos químicos vem potencializar o 
risco de ocorrência de acidentes que causem danos à 
saúde, ao meio ambiente e ao patrimônio, podendo até 
atingir dimensões catastróficas. 
 
Um acidente envolvendo Produtos Perigosos (PP) não pode ser encarado 
como um acidente comum, como por exemplo, um simples acidente de trânsito, 
pois enquanto este atinge um número restrito de pessoas, aquele pode atingir uma 
quantidade maior que, com o transcorrer do tempo na emergência, poderá 
aumentar ainda mais sua proporção, podendo atingir comunidades inteiras. 
Deve-se levar em consideração ainda que, além das conseqüências naturais 
do acidente envolvendo produtos perigosos, tais como incêndio, explosão ou 
vazamento, associa-se o efeito da combinação ou reação do produto com o ar, 
água e resíduos sólidos, que podem resultar em danos para a saúde humana 
(mortos e feridos) e para o meio ambiente (contaminação do ar, solo e água). 
O transporte
rodoviário, por via pública, de produtos que sejam perigosos, 
por representarem risco para a saúde de pessoas, para a segurança pública ou 
para o meio ambiente, é submetido às regras e aos procedimentos estabelecidos 
pelo regulamento para o Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos, Resolução 
nº 5848/2019/DG/ANTT/MI e alterações, complementado pelas Instruções 
Complementares aprovadas pela Resolução ANTT nº 420/04 e suas alterações, 
sem prejuízo do disposto nas normas específicas de cada produto. 
Tem-se assim que, por apresentarem risco à saúde, meio ambiente e 
 
 
50 
 
patrimônio, o transporte rodoviário de produtos perigosos precisa ser feito por 
pessoas capacitadas e treinadas, no mínimo, com o curso MOPP (Movimentação 
Operacional de Produtos Perigosos), exigência essa para conduzir veículos que 
transportem esse tipo de material. 
 
 
2.2 Órgãos envolvidos nas ações 
 
A lista de instituições e órgãos apresentados na figura a seguir faz parte de 
uma estrutura ideal para o controle do processo e movimentação de produtos 
perigosos, baseada na experiência regional. Você deve ficar atento se os órgãos 
oferecem subsídios para a execução do plano. 
 
 
Importante! 
Telefones de acionamento: 
Polícia Militar.................................................190; 
Polícia Rodoviária Federal............................191; 
Pronto-Socorro..............................................192; 
Bombeiros.....................................................193; 
Polícia Federal..............................................194; 
Companhia de água......................................195; 
Defesa Civil...................................................199. 
 
 
 
 
 
 
 
51 
 
Veja as funções a serem exercidas na resposta aos acidentes ambientais: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2.3 Legislação e normas de consulta 
 
A partir dos diversos acidentes de grande porte ocorridos no período pós-
guerra, a ONU, em 1957, criou uma comissão que elaborou uma relação de 2.130 
produtos químicos considerados como perigosos e definiu um número de 
identificação para cada um deles, sendo adotado pela comunidade internacional. 
O Brasil, como um dos signatários daquele organismo internacional, trouxe 
para o seu arcabouço legislativo as recomendações e classificações editadas pelo 
organismo, porém, isso não ocorreu de forma imediata. Apenas em 1983, a 
exemplo do que ocorreu com a ONU, após a ocorrência de dois acidentes 
Figura 17: Respostas aos acidentes ambientais 
Fonte: Hauser & Clousing, 1988 (adaptado). 
 
 
52 
 
marcantes, o do Pó da China no Rio de Janeiro e do incêndio na composição 
ferroviária, em Pojuca, Bahia, o Ministério dos Transportes editou o Decreto nº 
88.821/83, disciplinando o transporte de produtos perigosos, individualizando a 
responsabilidade de cada envolvido e definindo suas atribuições. Em 1988 a 
legislação foi substituída pelo Decreto n° 96.044, que estabeleceu o Regulamento 
para o Transporte Rodoviário de produtos perigosos, sendo regulamentado pela 
Portaria n° 291, de 31/05/88, também daquele Ministério. 
Em 05/06/2001 foi publicada a Lei Federal Nº 10.233/01, passando à 
Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) a atribuição de estabelecer 
padrões e normas técnicas complementares relativas às operações de transporte 
terrestre de produtos perigosos. Consequentemente, em 12/02/2004 o órgão 
publicou a Resolução Nº 420/04, estabelecendo a nova relação dos produtos 
perigosos e os seus números de identificação ONU, quantidades isentas, classes 
de risco, grupos de embalagens e provisões especiais, substituindo ainda algumas 
Portarias do Ministério do Transporte. 
Ao lado desses dispositivos legais dos Poderes Legislativo e Executivo 
nacional, são encontradas as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas 
(ABNT), registradas no Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia 
(INMETRO), que são aplicadas para a fiscalização do transporte dos produtos 
químicos. 
Ainda no âmbito federal, em 1996, foi publicado o Decreto n°1.797, que 
colocou em execução o “Acordo de Alcance Parcial para Facilitação do Transporte 
de produtos perigosos entre os Países Integrantes do Mercado Comum do Sul 
(MERCOSUL)”, firmados pelo Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. 
Segue abaixo a relação das legislações, nas suas várias esferas territoriais, 
que regulamentam o transporte rodoviário de produtos perigosos são: 
 
Mercosul 
• Decreto Nº 1.797, de 25/01/96 – Dispõe sobre a execução do Acordo de 
Alcance Parcial para facilitação do Transporte de produtos perigosos, entre o 
Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. 
 
 
53 
 
• Decreto Nº 2.866, de 08/02/98 – Aprova o regime de infrações e sanções 
aplicáveis ao transporte terrestre de produtos perigosos. 
• Portaria MT Nº 22/01, de 19/01/01 – Aprova as instruções para a Fiscalização 
do Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos no MERCOSUL. 
 
Federal 
• Decreto-Lei Nº 2.063, de 06 de outubro de 1983 – Dispõe sobre multas a 
serem aplicadas por infrações à regulamentação para a execução do serviço 
de transporte rodoviário de cargas ou produtos perigosos e dá outras 
providências. 
• Decreto Nº 96.044, de 18/05/1988 – Aprovou o Regulamento para o Transporte 
Rodoviário de produtos perigosos (RTPP) e dá outras providências. 
• Resolução Nº 91, de 04/05/98 – Dispõe sobre os Cursos de Treinamento 
Específico e Complementar para Condutores de Veículos Rodoviários 
Transportadores de Produtos Perigosos. 
• Lei Nº 9.611, de 19/02/1998 – Dispõe sobre o Transporte Multimodal de Cargas 
e dá outras providências. 
• Lei Nº 9.605, de fevereiro de 1998 – Dispõe sobre as sanções penais e 
administrativas derivadas de conduta e atividades lesivas ao meio ambiente e 
dá outras providências. 
• Decreto Nº 4.097, de 23 de janeiro de 2002 – Alterou a redação dos art. 7 e 
19 dos Regulamentos para os Transportes Rodoviário e Ferroviário de 
Produtos Perigosos, aprovados pelos Decretos 96.044/88 e 98.973/90. 
• Portaria MT Nº 349, de 04 de junho de 2002 – Aprovou as Instruções para a 
Fiscalização do Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos no Âmbito 
Nacional. 
• Resolução ANTT N º 420/2004 – Aprovou as instruções complementares ao 
RTPP. 
 
 
 
54 
 
Legislações Especiais 
• Resolução CNEN NE - 5.0113/88 – estabelece padrões de segurança que 
proporciona nível aceitável de controle dos riscos de radiação, criticalidade e 
térmico para pessoas, propriedades e meio ambiente associados ao transporte 
de material radioativo que se baseiam nos Regulations for the Safe Transport 
of Radioactive Material (TS-R-1 (ST-1 Revisado)), da IAEA , Viena (2000). 
• Decreto nº 10.030, de 30 de setembro de 2019 – Aprova o Regulamento de 
produtos controlados. 
• Regulamentos Técnicos do INMETRO – normas expedidas pelo órgão que 
especifica procedimentos e critérios para o Certificado de Capacitação de 
Tanques conforme a sua destinação de utilização, para-choques traseiros etc. 
 
Normas Técnicas da ABNT 
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é o órgão responsável 
pela normalização técnica no país, fornecendo a base necessária ao 
desenvolvimento tecnológico brasileiro. As Normas Brasileiras (NBR) são o 
conjunto de especificações que normalizam procedimentos, terminologia etc. e tem 
como objetivo padronizar as exigências para o transporte de produtos perigosos, 
tais como identificação do produto, equipamentos de proteção individual para 
avaliação e fuga (EPI), conjunto de equipamentos para situações de emergência, 
envelope para o transporte, ficha de emergência, símbolos de risco e manuseio, 
entre outros. 
As normas não são obrigatórias, exceto quando há uma previsão legal. No
que tange a produtos perigosos, o Decreto Nº 96.044 e a Resolução N º 420/2004 
adotam várias Normas Brasileiras, tornando-as dessa forma obrigatórias. Dentre 
elas, pode-se citar: 
• NBR - 7.500/2004 – Símbolos de Risco e Manuseio para o Transporte e 
Armazenamento de Materiais. 
• NBR - 7.501/2003 – Transporte Terrestre de Produtos Perigosos – 
Terminologia. 
 
 
55 
 
• NBR - 7.503/2003 – Ficha de Emergência para o Transporte de Produtos 
Perigosos. 
• NBR - 7.504/2004 – Envelope para Transporte de Produtos Perigosos – 
Características e Dimensões. 
• NBR - 8.285/2000 – Preenchimento da Ficha de Emergência para o Transporte 
de Produtos Perigosos. 
• NBR - 9.734/2003 – Conjunto de Equipamentos de Proteção Individual para 
Avaliação de Emergência e Fuga no Transporte Rodoviário de Produtos 
Perigosos. 
• NBR - 9.735/2003 – Conjunto de Equipamentos para Emergência no 
Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos. 
• NBR - 10.271/2003 – Conjunto de Equipamentos para Emergência no 
Transporte Rodoviário de Ácido Fluorídrico. 
• NBR - 12.710/2000 – Proteção contra Incêndio por Extintores, no Transporte 
Rodoviário de Produtos Perigosos. 
• NBR - 12.982/2004 – Desgaseificação de Tanque Rodoviário para Transporte 
de Produto Perigoso – Classe de Risco 3 – Líquidos Inflamáveis. 
• NBR - 13.095/1998 – Instalação e Fixação de Extintores de Incêndio para 
Carga no Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos. 
• NBR - 14.064/2003 – Atendimento a Emergência no Transporte Terrestre de 
Produtos Perigosos. 
• NBR - 14.095/2003 – Área de Estacionamento para Veículos Rodoviários de 
Transporte de Produtos Perigosos. 
 
 
 
 
56 
 
Finalizando... 
 
Neste módulo, você estudou que: 
 
 As unidades federativas do Brasil pouco estão adequadas para 
monitorar os potenciais causadores de desastres envolvendo 
produtos perigosos; 
 São vários os órgãos governamentais e não governamentais que 
podem ser acionados e notificados quanto à ocorrência de 
acidentes. 
 
 
 
57 
 
Módulo 3 – Sistema de Comando de Incidentes (SCI) 
 
Apresentação do Módulo 
 
Neste módulo, você estudará sobre o Sistema de Comando de Incidentes 
(SCI), ferramenta padronizada de atendimento à diversos tipos de situações. Tal 
ferramenta é amplamente utilizada em todo o território nacional e também no 
âmbito internacional. 
 
Objetivos do Módulo 
 
Ao final do estudo deste módulo, você será capaz de: 
• Conceituar o Sistema de Comando de Incidentes (SCI); 
• Conhecer o histórico do SCI; 
• Aplicar os princípios do SCI; 
• Conhecer a estrutura e funções do SCI; 
• Identificar as instalações do SCI; e 
• Preencher os formulários mais usados no SCI. 
 
Estrutura do Módulo 
 
Este módulo está dividido em: 
Aula 1 – Sistema de Comando de Incidentes 
Aula 2 – Princípios 
 
 
58 
 
Aula 3 – Estrutura e funções 
Aula 4 – Instalações 
Aula 5 – Gerenciamento de recursos 
Aula 6 – A primeira resposta e o período inicial 
Aula 7 – Instrumentos de consulta e registro 
 
 
 
59 
 
Aula 1 - SISTEMA DE COMANDO DE INCIDENTES (SCI) 
 
1.1 Conceito 
É uma ferramenta de gerenciamento de incidentes padronizada, para todos 
os tipos de sinistros e eventos, que permite a seu usuário adotar uma estrutura 
organizacional integrada para suprir as complexidades e demandas de incidentes 
únicos ou múltiplos, independente das barreiras jurisdicionais. 
 
1.2 Histórico 
O conceito de Sistema de Comando de Incidentes foi desenvolvido há mais 
de meio século, após um incêndio florestal que devastou a Califórnia, onde no ano 
de 1970, durante treze dias, dezesseis vidas foram perdidas, mais de setecentas 
edificações, de todas as naturezas, foram destruídas e mais de meio milhão de 
acres de vegetação foram queimados. O custo total estimado com as perdas 
durante os incêndios foram US$ 18 milhões por dia. E, embora todas as agências 
e instituições que responderam aos incêndios tenham dado o melhor de si, a falta 
de comunicações integradas e coordenação entre elas levaram à perda de 
efetividade das ações desenvolvidas. 
O Departamento de Proteção Florestal e de Incêndios da Califórnia, 
Secretaria de Serviços de Emergência, os Corpos de Bombeiros dos Condados de 
Los Angeles, Santa Bárbara e Ventura e o Corpo de Bombeiros da cidade de Los 
Angeles se juntaram ao Serviço Florestal dos EUA para desenvolver o sistema. 
Este sistema, inicialmente, ficou conhecido como FIRESCOPE (FIghting 
RESources of California Organized for Potential Emergencies). 
Em 1973, a primeira equipe técnica do FIRESCOPE foi estabelecida para 
conduzir as pesquisas e o desenvolvimento do projeto. Os dois principais 
componentes que resultaram deste trabalho foram o Incident Command System 
(Sistema de Comando de Incidentes) e o Multi-Agency Coordination System 
(Sistema de Coordenação de Múltiplas Agências). 
 
 
60 
 
Após analisar os resultados desastrosos da atuação integrada e improvisada 
de diversos órgãos e jurisdições naquele episódio, o FIRESCOPE concluiu que o 
problema maior não estava na quantidade nem na qualidade dos recursos 
envolvidos, o problema estava na dificuldade em coordenar as ações de diferentes 
órgãos e jurisdições de maneira articulada e eficiente. 
O FIRESCOPE identificou inúmeros problemas comuns às respostas a 
sinistros envolvendo múltiplos órgãos e jurisdições, tais como: 
 
Figura 18: Problemas identificados 
Fonte: SCD/EaD/Segen. 
 
Os esforços para resolver essas dificuldades resultaram no desenvolvimento 
do modelo original do SCI para gerenciamento de incidentes. Entretanto, o que foi 
originalmente desenvolvido para combate a incêndios florestais, evoluiu para um 
sistema aplicável a qualquer tipo de emergência. 
A correta utilização do Sistema de Comando de Incidentes vai permitir com 
que sejam atingidos três objetivos principais durante o atendimento de um 
incidente: 
 
 
 
61 
 
 
Figura 19: Objetivos a serem alcançados no atendimento 
Fonte: SCD/EaD/Segen. 
 
Sendo utilizado de maneira correta e respeitando-se os princípios adotados 
para a ferramenta, o SCI deve atingir as finalidades e os benefícios para os quais 
o sistema foi desenvolvido, e que seriam: 
• Atender as necessidades dos incidentes, independente do seu tipo ou 
magnitude; 
• Permitir que o pessoal empregado no evento, proveniente de uma variada 
gama de agências, organizações e instituições, possam ser integrados 
rapidamente e com eficiência a uma estrutura de gerenciamento 
padronizada; 
• Prover suporte administrativo e logístico ao pessoal da área operacional; 
• Ser efetivo, do ponto de vista do custo e do emprego dos recursos, evitando-
se a sobreposição de esforços. 
 
 
 
 
 
62 
 
SAIBA MAIS! 
O SCI vem sendo introduzido no Brasil a partir dos cursos de 
formação desde meados dos anos 2000, porém só se tornou realmente 
conhecido a partir do ano 2005. 
 
No Brasil recebeu várias denominações: 
• SICOE - Sistema de Comando em Operações e Emergência (São Paulo); 
• SCO – Sistema de Comando em Operações (Santa Catarina); 
• SCI - Sistema de Comando de Incidente (Brasília e demais estados). 
 
 
 
63 
 
Aula 2 - Princípios do SCI 
 
O SCI é uma ferramenta de gerenciamento. Sendo assim, ele possui uma 
série de princípios que, colocados em prática, torna-o uma ferramenta adequada 
para coordenar a atuação integrada de múltiplos órgãos em situações diversas. Por 
isso, é importante destacar que o SCI é muito mais do que apenas um organograma 
demonstrando as funções de cada um. O SCI se baseia em nove princípios, que 
devem ser seguidos para o efetivo funcionamento da ferramenta e que você vai 
conhecer a partir de agora. 
 
1 - Terminologia Comum 
Para que
as comunicações se processem de uma forma clara e concisa é 
necessário que todas as instituições se comuniquem através de uma terminologia 
comum, ou seja, os elementos organizacionais, os títulos das posições, os recursos 
e as instalações devem empregar nomenclaturas que sejam do entendimento de 
todos envolvidos no incidente. 
 
2 - Alcance de Controle (princípio básico) 
Um líder de grupo só consegue comandar, com eficiência, um grupo 
composto de 3 a 7 elementos, sendo 5 um número ideal. Acima de 7 pessoas o 
controle das atividades fica prejudicado. Logo, cada supervisor deve estar 
responsável por, no máximo, 7 elementos supervisionados. 
 
3 - Organização Modular 
A organização modular está baseada no tipo, magnitude e complexidade do 
incidente. Cresce de baixo para cima em função dos recursos na cena e do alcance 
de controle. É estabelecida de cima para baixo de acordo com as necessidades. 
 
 
64 
 
4 - Comunicações Integradas 
Na estrutura do SCI, as comunicações são estabelecidas em um único plano, 
no qual é utilizada a mesma terminologia, os canais e as frequências são comuns 
ou interconectados, e as redes de comunicações são estabelecidas dependendo 
do tamanho e complexidade do incidente. 
 
5 - Plano de Ação do Incidente (PAI) 
É um planejamento específico para atender a um incidente. Pode ser mental 
ou escrito, sendo de fundamental importância para incidentes com durações 
superiores a 4 horas. O plano apresenta a seguinte estrutura: Objetivos; 
organização; estratégias; e recursos. O PAI deve ser atualizado para cada período 
operacional. 
 
6 - Cadeia de Comando 
O canal de comando se refere à linha hierárquica de autoridade na qual se 
organiza as posições a serem ocupadas durante a organização do gerenciamento 
de um incidente. Dentro da cadeia de comando cada indivíduo tem uma pessoa a 
quem se reportar na cena do incidente e apenas a esta pessoa o fará. 
 
7 - Comando Unificado 
É uma estrutura de gerenciamento que agrega todos os “Comandantes de 
Incidente” de todas as agências e organizações envolvidas em um único incidente, 
visando a coordenação efetiva da resposta, ao mesmo tempo em que cada um 
daqueles comandantes cumpre com suas responsabilidades funcionais ou 
jurisdicionais. 
 
 
 
65 
 
8 - Instalações padronizadas 
Existem algumas instalações, operacionais e de apoio, que são utilizadas 
dentro da ferramenta. Essas instalações devem possuir localização precisa, 
denominação comum e devem estar bem-sinalizadas e em locais seguros. 
As instalações encontradas no SCI são: Posto de Comando do Incidente; 
Base; Área de Espera; Área de Concentração de Vítimas; Heliponto; Helibase; e 
Acampamentos. Tais instalações serão estudadas mais adiante. 
 
9 - Gerenciamento Integral dos Recursos 
Este princípio inclui processos para categorização, solicitação, despacho, 
controle e otimização do emprego dos recursos. É importante ficar claro que cada 
recurso utilizado no incidente, independente da instituição a que pertença passa a 
fazer parte do sistema, ficando sob a responsabilidade do comandante do incidente. 
 
 
 
 
66 
 
Aula 3 - Estrutura e funções do SCI 
 
O Sistema do Comando de Incidentes foi projetado para identificar as 
funções e atividades principais e primárias a serem ativadas para efetivamente 
responder a um incidente. A análise de relatórios de atendimento a incidentes e a 
revisão das estruturas das organizações militares foram levadas em consideração 
para o desenvolvimento do SCI. Essa análise identificou as necessidades 
primárias. 
Durante o atendimento a um incidente o Comandante do Incidente (CI) 
inicialmente desempenha todas as funções, à medida que o incidente cresça em 
magnitude ou complexidade e necessidade de pessoal, o CI poderá ativar seções 
e designar responsáveis para dirigi-las. 
O Sistema de Comando de Incidentes está baseado em oito funções, sendo 
uma delas o Comando do Incidente e as demais estão divididas em dois Staffs: 
 
 
Figura 20: Staffs 
Fonte: SCD/EaD/Segen. 
 
 
 
 
67 
 
Todas essas funções devem ser cumpridas qualquer que seja o incidente. 
No caso de incidentes que demandem uma carga de trabalho maior ou recursos 
especializados em alguma ou em todas as funções já citadas, serão estabelecidas 
cada uma das seções que sejam necessárias: Planejamento, Operações, Logística 
e Administração/Finanças. 
 
Nomenclatura das funções: 
 
 
Figura 21: Nomenclatura das funções 
Fonte: do conteudista; SCD/EaD/Segen. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
68 
 
Exemplo de estrutura do SCI 
 
 
 
Figura 22: Exemplo de estrutura do SCI 
Fonte: do conteudista; SCD/EaD/Segen. 
 
 
 
Figura 23: SCI – Incêndio Florestal 
Fonte: do conteudista; SCD/EaD/Segen. 
 
 
69 
 
3.1 Comandante do Incidente (CI) 
 
A única função prevista no Sistema de Comando de Incidentes que estará 
ativa em qualquer resposta, independentemente do tipo, tamanho, complexidade 
ou duração do evento, é o Comandante do Incidente. Embora nem sempre seja do 
conhecimento dos profissionais da área de emergências, o primeiro a chegar na 
cena de um incidente, com capacidade de resposta ao evento, está agindo como 
Comandante do Incidente, mesmo que não utilize a terminologia convencionada. 
Inicialmente, o comando do incidente será assumido pela pessoa de maior 
idoneidade, competência ou nível hierárquico que chegue primeiro à cena. À 
medida que cheguem outros, será transferido a quem possua a competência 
requerida para o controle geral do incidente. 
Ao transferir o comando, o CI que sai deve entregar um relatório completo 
ao que o substitui e também notificar ao pessoal sob sua direção acerca dessa 
mudança. 
À medida que o incidente cresce e aumenta a utilização de recursos, o CI 
pode delegar autoridade a outros para o desempenho de certas atividades. Quando 
a expansão é necessária, em termos de segurança, informação pública e ligação, 
o CI estabelecerá as posições do Staff de Comando. 
 
3.2 Staff de Comando 
 
O Staff de Comando é composto por três funções de assessoria ao 
Comandante do Incidente. Estas funções, dependendo da complexidade e 
tamanho do evento, podem ser desempenhadas pelo próprio CI ou este poderá 
delegá-las a outros. O título dado a estas funções é de Oficial. 
 
 
 
70 
 
Oficial de Segurança 
Tem a função de vigilância e avaliação de situações perigosas e inseguras, 
assim como o desenvolvimento de medidas para a segurança do pessoal. 
 
Oficial de Informação Pública 
Será o responsável pelo contato com os meios de comunicação ou outras 
organizações que busquem informação direta sobre o incidente. Ainda que todos 
os órgãos que estejam respondendo ao incidente possam designar membros de 
seu pessoal como oficiais de Informação Pública, durante o evento haverá somente 
um “Porta-Voz”. Os demais atuarão como auxiliares. Toda a informação deverá ser 
aprovada pelo CI. 
 
Oficial de Ligação 
É o responsável pela integração das instituições que estejam trabalhando no 
incidente ou que possam ser convocadas. Isto inclui organismos de primeira 
resposta, saúde, obras públicas ou outras organizações. 
 
 
3.3 Staff Geral 
 
O Staff Geral divide-se em quatro seções que têm a responsabilidade de 
uma área funcional específica no incidente (Planejamento, Operações, Logística, 
Administração/Finanças). As Seções são funções subordinadas diretamente ao CI, 
estão sob a responsabilidade de um Chefe e contém unidades específicas. 
 
 
 
 
71 
 
Seção de Planejamento 
As funções dessa Seção incluem recolher, avaliar, difundir e usar a 
informação acerca do desenvolvimento do incidente e manter um controle dos 
recursos. Sob sua direção estão os Líderes das Unidades de Recursos,

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