Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Ana Júlia B. T. de Albuquerque Herpes CARACTERÍSTICAS • Uma vez adquirido esse vírus, ele não é eliminado do organismo. • Vírus ubíquos, causam infecções em animais e seres humanos. • Induzem infecções agudas, latentes (neurônios) e recorrentes. • São DNA vírus grandes e complexos. • São envelopados e alguns deles são oncogênicos. • Constituído de uma molécula de DNA, envolvida por capsídeo icosaedro, tegumento de estrutura fibrilar e envelope composto de bicamada lipídica de origem celular e glicoproteínas virais. TIPOS DE HERPESVÍRUS HUMANO • Herpesvírus simples: tipo 1 e 2 (HSV-1 e HSV-2). • Vírus da varicela zoster - No 1º contato causa catapora -. • Citomegalovírus (CMV) – Causa infecções respiratórias e é uma exceção quanto a estrutura viral, por possuir os 2 tipos de materiais genéticos -. • Herpesvírus humano 6 (HHV-6) – Causa lesão de pele -. • Herpesvírus humano 7 (HHV-7) – Causa lesão de pele-. • Herpesvírus humano 8 (HHV-8) – Causa lesão de pele e é oncogênico, causando Sarcoma de Kaposi, principalmente, em pacientes imunossuprimidos -. • Epstein-Barr (EBV) – Causa mononucleose infecciosa, a doença do beijo, e também pode causar neoplasias malignas, como é o caso do linfoma -. Herpesvírus simples (HSV) o Compreendem 2 tipos: tipo1 (infecções da cintura para cima, herpes oral) e tipo 2 (infecções da cintura para baixo, herpes genital + herpes neonatal). o Infectam a maioria dos tipos celulares. o Provocam infecções latentes em neurônios. o A reativação ocorre por estresse ou supressão imunológica. o Dividido em infeções primárias e secundárias. ▪ Infecções primárias: ➢ Estabelecem doença no local da infecção – podem ser assintomáticas (HSV-1) ou sintomáticas (HSV-2). ▪ Infecções secundárias ou recorrentes: ➢ HSV-1: Herpes labial. ➢ No HSV-2 as infecções psecundárias são menos graves, mais localizadas e de menos duração que as primárias. o A transmissão do herpesvírus ocorre por contato direto ou indireto com fluidos contaminados. Após a penetração na célula, os vírions podem desencadear uma infecção primária, provocando a ocorrência de sintomas em graus e tipos variados, o que depende do tipo de vírus e da resposta imune do hospedeiro ou podem entrar em estado de dormência e se estabelecerem no citosol como um episoma (molécula de DNA extracromossômica), fase essa conhecida como latência, não sendo detectado e podendo permanecer aí por longos períodos, variáveis de acordo com cada subtipo. Durante a replicação no interior das células, alguns subprodutos do herpes vírus humano causam alterações no metabolismo, cujo efeito principal compreende uma permeabilidade da membrana, promovendo lise e necrose celular, havendo a destruição da célula e a permanência do vírus. Para saírem da fase de latência e tornarem-se infecciosos, são necessários estímulos capazes de reativar os vírus latentes que vão re-infectar as células. Dentre eles, tem-se estresse, imunodepressão, radiação, neoplasias malignas, senilidade, gravidez, entre outros. Ana Júlia B. T. de Albuquerque o Infectam células mucoepiteliais e estabelecem uma infecção latente nos neurônios (HSV-1 estabelece latência no nervo trigêmeo e o HSV-2 estabelece latência nos plexos da região da virilha). o A recidiva (saída do estado de latência) pode ser ativada por vários estímulos (estresse, radiação UV, febre, traumatismo, gravidez). o Por serem muito sensíveis ao ressecamento, calor e substancias químicas, a penetração desses vírus é feita pela inoculação direta em áreas onde possa se replicar (atravessa o tecido epitelial e infecta as células da região). o Esses vírus estão concentrados no líquido da vesícula, saliva e secreções genitais. o Transmissão do herpes simples tipo 1 (HSV-1): ▪ Oral-oral ou oral-sexual ➢ Compartilhamento de copos. ➢ Escova de dentes e outros objetos contendo saliva. ➢ Contato da boca com a pele: infecção do dedo e do corpo (exige perda de integridade tecidual – solução de continuidade). o Transmissão do herpes simples tipo 2 (HSV-2): ▪ Através do contato genital (podem infectar genitália, tecidos anorretais e orofaringe). ➢ Transmissão mãe-feto. ➢ Pode ocorrer a transmissão oral-oral ou auto-inoculação. o Características do herpesvírus tipo 1 (HSV-1): ▪ Período de incubação: 2 a 12 dias. ▪ A maioria das infecções primárias é assintomática. ▪ Ampla distribuição: mais de dois terços dos adultos possuem anticorpos contra HSV-1. ▪ Sítios mais envolvidos: faringe, áreas intra-orais, lábios, olhos e pele cintura acima. ▪ Após manifestações a excreção é detectada por 23 dias. o Características das lesões do herpesvírus tipo 1 (HSV-1): ▪ Sinais e sintomas prodrômicos (6 horas): ardor, calor e prurido. ▪ Sinais e sintomas patognomônicos: vesículas – úlceras – cicatrização espontânea sem deixar marcas. o Manifestações clínicas do herpesvírus tipo 1 (HSV-1): ▪ Gengivoestomatite herpética ➢ Manifestação primária pincipalmente em crianças (6m a 5 anos). ➢ 90% dos casos associada a HSV-1. ➢ Início abrupto – linfoadenopatia, irritabilidade e lesões dolorosas – 5 a 7 dias. ➢ Febre pode estar presente. ➢ Pode ocorrer auto-inoculação para dedos, olhos e áreas genitais. ▪ Faringoamigdalite ➢ Infecção primária em adultos ou adolescentes. ➢ Dor na garganta, febre, mal-estar e cefaléia. ➢ Ulcerações rasas, cobertas por exsudato amarelado. Ana Júlia B. T. de Albuquerque ▪ Herpes labial (recorrente) ➢ O lábio é o sítio mais comum de recorrência. ➢ Desencadeados: estresse, UV, menstruação, trauma, gravidez, pertubação emocional. ➢ Pacientes imunocomprometidos: manifestações intra-orais. ➢ Líquido vesicular: partículas altamente infectantes. ➢ Cicatrização de 7 a 10 dias sem deixar marcas. ▪ Paroníquia herpética ➢ Infecção dos polegares e outros dedos. ➢ Auto-inoculação ou como risco do atendimento ao paciente. ➢ Recorrências comuns – parestesia e cicatrização permanente. ▪ Herpes de pele ➢ Expressa sobre lesão epitelial prévia. ➢ Comum em lutadores e jogadores de rugby (herpes gladiatorum ou lesão por tatame). ▪ Ceratoconjuntivite herpética ➢ Causada principalmente pelo HSV-1, mas ocasionalmente pelo HSV-2. ➢ Auto-inoculação. ➢ Pode ocasionar cegueira devido a infecção da córnea. Ana Júlia B. T. de Albuquerque ▪ Encefalite herpética ➢ Lesão limitada ao lobo temporal. ➢ Destruição do lobo temporal: anormalidades neurológicas focais e convulsões. ➢ Morbidade de 80% e mortalidade de 50%. o Caracteristicas do herpesvírus tipo 2 (HSV-2): ▪ Principais vias de transmissão no adulto, principalmente pela via genital. ▪ Anticorpo anti-HSV-1 parece ter influência na gravidade da infecção primária do HSV-2. ▪ A gravidade da infecção primária parece estar relacionada com a frequência de recorrência. o Manifestações clínicas do herpesvírus tipo 2 (HSV-2): ▪ Em mulheres: região vulvar e vaginal, colo do útero, parte interna da coxa e perianal. ▪ Em homens: glande, freio do pênis e corpo do pênis. ▪ A manifestação primária tende a ser a mais severa – sinais e intomas sistêmicos – viremia transitória. ▪ Herpes genital ➢ Episódios e recorrência podem ocorrer de a cada 2 a 3 semanas. ➢ Pessoas infectadas liberam o vírus assintomaticamente. ▪ Herpes neonatal ➢ Maior incidência quando a infecção na mãe não é primária, geralmente ocorre durante o parto. ➢ Infecção ascendente in útero durante a infecção primária da mãe. ▪ Doença neonatal ➢ Invariavelmente sintomática e frequentemente fatal. ➢ Pode ocorrer disseminação para fígado, pulmão e sistema nervoso central. ➢ Caracterizada por vesículas de pele ou escoriações (acomete pele, olhos e boca). ➢ Acometimento ocular, microcefalia e hidrocefalia. Vírus varicela zoster o Infecção primária – catapora. o Infecção secundária – varicela. Ana Júlia B. T. de Albuquerque Herpesvírushumano 8 o Sarcoma de Kaposi – afeta os vasos linfáticos. PREVENÇÃO • Evitar contato direto com lesões ativas. • Cuidado com pacientes assintomáticos. • Relações sexuais devem ser evitadas no período de lesões – camisinhas não são completamente seguras. • Mulheres grávidas devem realizar cesária. • Ausência de vacinas – ainda em estudos. TRATAMENTO • Alvo das drogas anti-virais: o Enzimas codificadas pelos vírus (DNA POLIMERASE VIRAL) • O tratamento impede ou encurta a evolução da doença primária ou doença recorrente. Nenhum tratamento elimina a infecção latente. • Drogas: aciclovir, valaciclovir, penciclovir, fanciclovir.
Compartilhar