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Introdução à Macroeconomia

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MACROECONOMIA
PROF. ANDRÉ DE FARIA THOMÁZ
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA
Prof. André de Faria Thomáz
MACROECONOMIA
Marília/SP
2022
“A Faculdade Católica Paulista tem por missão exercer uma 
ação integrada de suas atividades educacionais, visando à 
geração, sistematização e disseminação do conhecimento, 
para formar profissionais empreendedores que promovam 
a transformação e o desenvolvimento social, econômico e 
cultural da comunidade em que está inserida.
Missão da Faculdade Católica Paulista
 Av. Cristo Rei, 305 - Banzato, CEP 17515-200 Marília - São Paulo.
 www.uca.edu.br
Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma 
sem autorização. Todos os gráficos, tabelas e elementos são creditados à autoria, 
salvo quando indicada a referência, sendo de inteira responsabilidade da autoria a 
emissão de conceitos.
Diretor Geral | Valdir Carrenho Junior
MACROECONOMIA
PROF. ANDRÉ DE FARIA THOMÁZ
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 5
SUMÁRIO
CAPÍTULO 01
CAPÍTULO 02
CAPÍTULO 03
CAPÍTULO 04
CAPÍTULO 05
CAPÍTULO 06
CAPÍTULO 07
CAPÍTULO 08
CAPÍTULO 09
CAPÍTULO 10
CAPÍTULO 11
CAPÍTULO 12
CAPÍTULO 13
CAPÍTULO 14
CAPÍTULO 15
07
14
24
32
40
48
56
70
78
88
97
106
116
125
134
INTRODUÇÃO À MACROECONOMIA
FLUTUAÇÕES ECONÔMICAS
AGENTES ECONÔMICOS
ATIVIDADES ECONÔMICAS
FLUTUAÇÕES ECONÔMICAS
TEORIAS ECONÔMICAS
CONSTITUIÇÃO ECONÔMICA NO BRASIL 
DESENVOLVIMENTO DAS ATIVIDADES 
ECONÔMICAS
FLUXO CIRCULAR DA ECONOMIA 
MODELO DE ECONÔMIA SIMPLES
MODELO CAPITALISTA
PAPEL DA MOEDA
DESCRIÇÃO DA MOEDA
PÓLITICAS MACROECONOMICAS
POLÍTICAS OU ECONOMIAS
MACROECONOMIA
PROF. ANDRÉ DE FARIA THOMÁZ
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 6
INTRODUÇÃO
Olá Estudante, você sabia que a estrutura macroeconômica está dividida em 
campos de estudo que têm como objetivo principal buscar a estabilidade da economia 
de determinado cenário. Em busca dessa estabilidade, existem os instrumentos 
macroeconômicos na forma de políticas utilizadas pelos governos como, por exemplo, 
as políticas monetária, cambial, fiscal e de renda.
Você sabia que a macroeconomia se preocupa com o reflexo das movimentações 
dos agentes fornecedores e consumidores na estrutura econômica de um determinado 
sistema econômico? Neste capítulo, você aprenderá sobre a macroeconomia, analisando 
as movimentações de agentes fornecedores e consumidores e considerando diversos 
fatores econômicos. Tais análises consideram diferentes cenários, que podem ser 
definidos em termos de regiões, municípios, estados e países.
O sistema econômico pode ser analisado sob aspectos distintos, dando forma 
aos enfoques da ciência econômica. Os termos macroeconomia e microeconomia 
surgiram para dar orientação ao estudo das particularidades existentes na economia e 
no sistema econômico. Sendo assim, segmentando os estudos da economia, podemos 
entender a microeconomia como um ramo de conhecimento da ciência econômica 
que visa a entender ou estudar os problemas de alocação de recursos econômicos, 
ou seja, analisar o comportamento individual dos consumidores e distribuidores. 
Podemos entender a microeconomia, a partir de perspectivas individuais e particulares, 
como o estudo dos movimentos de empresas e consumidores. Os consumidores, à 
medida que aumentam o consumo, maximizam os lucros das empresas fornecedoras; 
da mesma forma, quando diminuem o consumo, reduzem os lucros das empresas. 
Forma-se, assim, uma relação de consumo que estabelece os preços relativos aos 
produtos ou serviços e, ao mesmo tempo, em função da limitação da renda dos 
consumidores, mantém um equilíbrio competitivo nesse cenário de renda e consumo. 
Em suma, a microeconomia, como ramo de estudo da ciência econômica, estuda 
o mercado no que diz respeito às relações de consumo, analisando a atuação 
dos agentes, consumidores e fornecedores a partir de perspectivas individuais. A 
macroeconomia, por outro lado, estuda o relacionamento entre os agentes de um 
determinado sistema econômico, ou seja, analisa as movimentações dos agentes 
fornecedores e consumidores em um determinado cenário, que pode ser definido em 
termos de regiões, países, estados ou municípios.
MACROECONOMIA
PROF. ANDRÉ DE FARIA THOMÁZ
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 7
CAPÍTULO 01
INTRODUÇÃO À 
MACROECONOMIA
Introdução
Olá Estudante durante esta aula iremos apresentar informações sobre a origem e 
a evolução da Macroeconomia, bem como seus principais desafios enquanto ciência 
econômica, admitindo sua necessidade a fim de buscar a adoção de políticas que visem 
o equilíbrio econômico e social. Para isso, serão trabalhados os principais problemas 
macroeconômicos, como recessão, desemprego da força de trabalho e inflação, com 
a utilização de seus conceitos e a análise de suas evoluções.
Nessa perspectiva, existem políticas macroeconômicas de curto e longo prazo. As 
políticas de curto prazo estão relacionadas a conjunturas e/ou ciclos econômicos, 
isto é, a flutuações do emprego, desemprego, inflação e deflação. Por outro lado, as 
políticas de longo prazo são voltadas ao crescimento econômico, ou seja: nível de 
vida, desigualdades, distribuição de renda e riqueza etc.
Diante desse cenário, surge o seguinte questionamento: qual é a diferença entre a 
Macroeconomia de curto e longo prazo?
1.1. MACROECONOMIA: ORIGEM E EVOLUÇÃO
Os estudos iniciam-se, agora, a partir da origem e evolução da Macroeconomia. 
Para isso, será abordado o seu nascimento, bem como sua evolução enquanto teoria 
econômica. Assim, serão compreendidos os principais fatores que originaram os 
estudos sobre o tema, como a gênese da história da Macroeconomia e o contexto 
de seu surgimento dentro de um fato marcante da história econômica mundial, 
mudando, assim, a percepção dos agentes econômicos e os governos em relação 
ao funcionamento das economias de mercado.
MACROECONOMIA
PROF. ANDRÉ DE FARIA THOMÁZ
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1.1.1 O NASCIMENTO DA MACROECONOMIA
A Macroeconomia surgiu em 1933 e foi introduzida pelo economista norueguês 
Ragnar Frisch (1895-1973), também criador da Econometria e ganhador do Prêmio 
Nobel em Ciências, no ano de 1969. O marco do surgimento da Macroeconomia 
ocorreu a partir da publicação, em 1936, da obra A Teoria Geral do Emprego, do Juro 
e da Moeda, de autoria do economista inglês John Maynard Keynes (1883-1946) 
(PASSOS; NOGAMI, 2016).
Figura 01: Importância da Economia
Fonte: https://pixabay.com/pt/vectors/contabilidade-finan%c3%a7a-o-neg%c3%b3cio-6063321/
Cabe salientar que o contexto do surgimento da Macroeconomia é o meio da maior 
crise mundial do capitalismo, conhecida como a grande depressão, que se iniciou 
no ano 1929 e perdurou até 1941. Nesse cenário, os economistas confiavam que as 
economias de mercado tinham a capacidade de autorregular-se, por meio de uma 
mão invisível. Acreditava-se que a oferta cria sua própria demanda, isto é, tudo que 
era produzido era vendido (Lei de Say), e que os preços e salários eram capazes de 
se ajustarem no mercado, garantindo o equilíbrio econômico e o pleno emprego.
Entretanto, em 1929, o mercado não foi capaz de se autorregular, pois havia um 
excesso de oferta e um desemprego alarmante. Nesse contexto, surge o pensamento 
Keynesiano, destacando que, às vezes, a mão invisível falha e, quando isso acontece, 
em um cenário de desemprego, falta de recursos, os governos podem intervir, por 
meio de políticas fiscais e monetárias, a fim de melhorar os resultados do mercado.
https://pixabay.com/pt/vectors/contabilidade-finan%c3%a7a-o-neg%c3%b3cio-6063321/
MACROECONOMIA
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Para que se entenda como Keynes foi importante para a evolução da teoria 
macroeconômica, serão apresentados os números assustadores que levaram a grandes 
discussões sobre o porquê de a mão invisível não funcionar. Conhecida como o maior 
choque da economia moderna, a grande depressão provocou queda na produçãoindustrial, entre 1930 e 1932, de 50% nos Estados Unidos, de aproximadamente 30% na 
França, de quase 10% na Inglaterra e de cerca de 40% na Alemanha (SAMPAIO, 2016).
Ademais, a deflação, nunca vista antes, atingiu as economias industrializadas, com 
preços caindo mais de 30% nos Estados Unidos e na Alemanha, mais de 40% na 
França e quase 25% no Reino Unido. Isso tudo sem falar no desemprego, que alcançou 
patamares superiores a 24% nos Estados Unidos e Europa (SAMPAIO, 2016).
Nesse panorama, a principal contribuição de Keynes foi a fantástica forma de 
olhar para a Macroeconomia e para a política macroeconômica. Antes de Keynes, os 
economistas e as autoridades econômicas aceitavam os altos e baixos dos ciclos 
econômicos como algo inevitável.
Os altos e baixos na economia são conhecidos como ciclos econômicos. Nesse 
sentido, como é possível entender a política keynesiana em relação à temporalidade?
Todavia, com sua obra, Keynes deu um enorme salto intelectual ao apresentar 
dois argumentos: “é possível a persistência de desemprego alto e de capacidade 
subutilizada nas economias de mercado; e as políticas fiscais e monetárias do governo 
podem influenciar a produção e, assim, reduzir o desemprego e encurtar as recessões 
econômicas” (SAMUELSON; NORDHAUS, 2012, p. 328).
Houve impacto das ideias de Keynes, ao serem apresentadas pela primeira vez 
em um cenário de plena depressão. Notadamente, em um primeiro momento, essas 
ideias ori- ginaram muita controvérsia e discussão. Entretanto, após “a Segunda Guerra 
Mundial, a economia keynesiana passou a dominar a Macroeconomia e a política 
governamental” (SAMUELSON; NORDHAUS, 2012, p. 328).
Desde aquela época, “novos desenvolvimentos incorporando condicionantes da 
oferta, expectativas e visões alternativas sobre a dinâmica dos preços e dos salários 
cor- roem o anterior consenso keynesiano” (SAMUELSON; NORDHAUS, 2012, p. 328). 
Apesar de um pequeno número de economistas da contemporaneidade acreditar 
que a ação do governo possa eliminar os ciclos econômicos (como a economia de 
Keynes), “nem a ciên- cia econômica nem a política econômica foram as mesmas 
desde a grande descoberta de Keynes” (SAMPAIO, 2016, p. 328).
MACROECONOMIA
PROF. ANDRÉ DE FARIA THOMÁZ
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1.1.2 EVOLUÇÃO DA TEORIA ECONÔMICA
Antes dessa depressão, os economistas clássicos dominavam o pensamento 
econômico, dando ênfase à autorregula cão do mercado, isto é, sem a necessidade 
de interfência do governo, as economias conseguiam utilizar, de forma eficiente, os 
recursos e promover o pleno emprego (PASSOS; NOGAMI, 2016).
Assim, os economistas clássicos acreditavam na plena flexibilidade de preços e 
salários, que sempre iriam ajustar-se ao mercado, atestando o equilíbrio no mercado 
de trabalho e o pleno emprego (PASSOS; NOGAMI, 2016). Ainda, os clássicos admitiam, 
que a demanda ou procura agregada de bens e serviços, constituída por despesas 
com bens de consumos e gastos em investimentos, não era um fator decisivo do 
nível de produto.
Figura 02: Controle Econômico
Fonte: https://pixabay.com/pt/vectors/apresenta%c3%a7%c3%a3o-estude-professora-4158205/
Não obstante, segundo a Lei de Say, de fato, se as economias se comportassem 
de acordo com esses pressupostos, os níveis de produto e emprego já estariam 
determinados e a competição ajudaria a manter ou direcionar a economia para o 
pleno emprego. Por exemplo, se a quantidade ofertada superasse a demandada, a 
competição forçaria os preços para baixo, até garantir que todos os bens fossem 
comprados pelos consumidores. Nesse sentido, por algum motivo, se os trabalhadores 
estivessem desempregados, eles iriam competir por trabalho, oferecendo-se para a 
função por um salário mais baixo.
Além disso, Keynes tratou da rigidez salarial, chamando a atenção dos sindicatos. 
A rigidez salarial levaria ao desemprego involuntário, ou seja, quando os trabalhadores 
https://pixabay.com/pt/vectors/apresenta%c3%a7%c3%a3o-estude-professora-4158205/
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procuram empregos, e não encontram. Nessa perspectiva, a economia operaria abaixo 
do pleno emprego.
Keynes enfatiza, ainda, que os níveis de produto e emprego são determinados 
pela demanda agregada. Diferentemente, os economistas clássicos enfatizavam que 
a oferta cria sua própria demanda. Para Keynes, a demanda agregada é constituída 
pela demanda dos consumidores, das firmas, do governo e das exportações líquidas.
De fato, para Keynes, o valor do produto total é decorrente do valor total da renda 
e do nível de emprego, que são determinados pela demanda agregada. Aqui, Keynes 
refuta a Lei de Say, pois, para ele, a crise ocorre pela insuficiência de demanda. Se 
não há for- ças que promovam o pleno emprego de forma automática, é necessária 
a intervenção do governo, a fim de melhorar os resultados do mercado.
A intervenção do governo, para Keynes, seria por meio de política fiscal e monetária 
expansionista. Esse argumento leva ao fim o não intervencionismo da economia na Era 
Clássica, que se iniciou em 1776 com Adam Smith e a publicação de seu trabalho A 
Riqueza das Nações. Assim, o discurso de que o governo poderia intervir na economia 
para prevenir ou enfrentar as recessões econômicas foi tão bem aceito que tal conjunto 
de ideias foi denominado Revolução Keynesiana, sendo adotado por inúmeros países.
Nesse sentido, passou-se a acreditar que o combate a recessões poderia ser realizado 
por meio de políticas fiscais e monetárias. Com isso, a maioria das economias cresceu 
rapidamente, sem grandes problemas macroeconômicos, como recessão e inflação, 
até os anos de 1970 (PASSOS; NOGAMI, 2016).
De fato, a partir de 1970, muitos países passaram por um fenômeno chamado 
estagflação, isto é, uma combinação de estagnação econômica (crescimento baixo 
ou negativo e elevado desemprego) com alta inflação. Nesse momento, houve uma 
contrarrevolução, na qual surgiram os monetaristas (PASSOS; NOGAMI, 2016).
Os monetaristas, em oposição ao pensamento keynesiano, passaram a argumen- tar 
que a economia de mercado é autorreguladora, isto é, se não houver intervenção do 
governo, tende a voltar ao pleno emprego (PASSOS; NOGAMI, 2016). Por outro lado, os 
keynesianos acreditavam que os desequilíbrios exigiam intervenções governamentais.
Cabe ressaltar que, para os monetaristas, a inflação é um fenômeno essencialmente 
monetário e a moeda é a variável mais importante na determinação da demanda 
agregada da economia (PASSOS; NOGAMI, 2016). Nessa perspectiva, para combater 
a inflação, é necessário um controle efetivo do estoque de moeda.
MACROECONOMIA
PROF. ANDRÉ DE FARIA THOMÁZ
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Ademais, as mudanças na política monetária, como aumentos na oferta de moeda, 
podem estimular a demanda agregada e ter um impacto na economia no curto prazo. 
Por outro lado, no longo prazo, ocorreria o processo inflacionário (PASSOS; NOGAMI, 
2016). Dessa forma, para os monetaristas, a moeda seria perniciosa, pois eles defendiam 
que as flutuações econômicas podem ser resultado de alterações na oferta de moeda. 
Notadamente, para os monetaristas, uma oferta de moeda estável seria o verdadeiro 
segredo da estabilidade econômica.
Já entre as décadas de 1970 e 1980, surgem as escolas das expectativas racionais, 
lideradas por Robert Lucas e Robert Barro. Tais escolas ficaram conhecidas como os 
novos clássicos, sustentando que a economia é autorreguladora e que as políticas 
governamentais não são eficazes para estabilizá-la.
A ideia das expectativas racionais dos novos clássicos consiste em afirmar que as 
pessoas e empresas obtêm suas expectativas com relação ao futuro de forma racional. 
Por isso, as políticas econômicas não têm tanto efeito como o previsto, visto que as 
pes-soas constroem suas expectativas com base no passado e no futuro, por causa 
do acesso à grande quantidade de informação. Sendo assim, conforme o caminhar 
da economia, os agenteseconômicos são capazes de prever as ações do governo. 
Consequentemente, tais ações tornam-se ineficazes (PASSOS; NOGAMI, 2016).
Considerando uma economia que esteja indo em direção a uma recessão, os preços 
e salários tendem a cair, porém, se houver uma política expansionista, os preços não se 
reduzirão, visto que os agentes econômicos, ao identificarem a política expansionista, 
acredi- tam que haverá um aumento da demanda. Com isso, os preços permanecerão 
altos e um aumento na oferta monetária irá pressiona-los, gerando inflação.
Num período mais recente, nasceu outra escola de pensamento: os defensores do 
ciclo real de negócios, argumentando que os choques da economia são tecnológicos 
e, sendo assim, não são os choques de demanda ou choques políticos que explicam 
as flutuações econômicas (PASSOS; NOGAMI, 2016). Surgiram, também, os 
neokeynesianos, tentando colocar as ideias fundamentais de Keynes em um esquema 
teórico mais sólido.
Por fim, nasceram os defensores do papel das instituições e da tecnologia, 
denomina- dos institucionalistas. Fazem parte dessa corrente de pensamento John 
Kenneth Galbraith, Thorstein Veblen, dentre outros, que centravam sua análise no 
papel desempenhado pelas instituições no processo de formação de preços e de 
alocação de recursos.
MACROECONOMIA
PROF. ANDRÉ DE FARIA THOMÁZ
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 13
ISTO ESTÁ NA REDE
Link: https://www.youtube.com/watch?v=H67ctVbyPEA 
Nesse contexto, surge uma alternativa à visão clássica: a obra de Keynes. Tal 
obra sustentava a ideia de que a economia poderia atingir o equilíbrio por meio da 
intervenção do governo, para direcionar a economia para o pleno emprego. Keynes 
buscou mostrar que não há perfeita flexibilidade de preços e salários e que o pleno 
emprego de recursos não estaria garantido. 
ANOTE ISSO
Ainda, conforme os economistas clássicos, a renda das pessoas era direcionada 
para a aquisição de bens e serviços. Caso parte dessa renda fosse poupada, a 
poupança seria canalizada para se adquirir títulos. O volume de poupança, então, 
correspondia ao volume de fundos financeiros, que seriam emprestados a outros 
agentes econômicos para se adquirir bens de capital. Assim, as flutuações na 
taxa de juros asseguravam que toda poupança planejada fosse emprestada. 
Nesse sentido, os clássicos acreditavam que a produção criava a oferta e, então, 
a demanda equivalente. Tal pensamento foi aceito até 1930, porém, com a grande 
depressão, surgiram as insatisfações em relação à teoria clássica, principalmente a 
de que a economia operava no pleno emprego e que não haveria capacidade ociosa 
nas empresas. Na verdade, a teoria clássica não podia explicar, e muito menos 
oferecer, alternativas para a economia sair do desemprego.
https://www.youtube.com/watch?v=H67ctVbyPEA
MACROECONOMIA
PROF. ANDRÉ DE FARIA THOMÁZ
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 14
CAPÍTULO 02
FLUTUAÇÕES ECONÔMICAS
Introdução
Prezados Estudantes, neste momento iremos conversar sobre as flutuações 
econômicas, abordaremos alguns aspectos do Produto Interno Bruto (PIB) real e 
potencial, com ênfase nos principais problemas macroeconômicos, como: recessão, 
desemprego da força de trabalho e inflação. Notadamente, será trabalhada em conjunto 
a Macroeconomia de curto prazo, e também serão compreendidos os aspectos dessa 
política em longo prazo. 
2.1 OS DESVIOS DO PIB REAL EM RELAÇÃO AO PIB POTENCIAL
Tendo em vista o nascimento e a evolução da teoria em questão, você, provavelmente, 
já percebeu ao menos alguns dos principais objetivos e instrumentos das políticas 
macroeconômicas. Os principais objetivos são: crescimento do nível de produção, 
elevação do nível de emprego e níveis de preços estáveis, ou seja, uma economia livre 
da recessão, desemprego e sem significativas variações de preços. Para isso, existem 
instrumentos, como a política fiscal e a política monetária.
Nessa perspectiva, o sucesso econômico depende da condução do nível de produção 
de bens e serviços numa economia. Como medida para esse nível de produção, existe 
o Produto Interno Bruto (PIB). O PIB é a quantificação do valor de mercado de todos 
os bens produzidos num país durante um ano, como habitação, educação, alimentos, 
cerveja, automóveis, concertos, passeios, dentre outros.
Existem duas formas de medição do PIB: o PIB real e o PIB nominal. O PIB real é 
calculado a preços constantes ou invariáveis, levando em consideração a quantidade 
produzida e eliminando os efeitos da inflação. Já o PIB nominal é medido a preços 
correntes de mercado, isto é, no ano em que o produto foi produzido e comercializado.
Dessa forma, o processo de crescimento econômico ocorre a partir de um cresci- 
mento contínuo no longo prazo do PIB real e uma melhoria dos padrões de vida de 
MACROECONOMIA
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uma população. O PIB potencial representa o nível de produção sustentável máximo 
que uma economia pode alcançar (SAMUELSON; NORDHAUS, 2012).
Ao se comparar a diferença entre o PIB real e o PIB potencial, há o hiato do produto. 
Por que calcular o hiato do produto?
De acordo com Dornbusch, Fischer e Startz (2013), o hiato do produto é a diferença 
entre o produto real e o produto potencial, isto é, o que a economia poderia produzir 
no pleno emprego, dados os recursos existentes. Assim:
Hiato do produto = produto real – produto potencial.
Tal fato pode ser observado na figura “PIB real e potencial nos Estados Unidos”.
O PIB real e potencial nos Estados Unidos”, o hiato do produto nos anos de 1930 
a 1940 e perceba que o PIB real estava muito abaixo do PIB potencial. Quando isso 
ocorre, tem-se como consequência um desemprego elevado. Ainda na referida figura, 
após 1940, o PIB real ficou acima do PIB potencial. Nesse caso, quando a produção 
cresce acima do produto potencial, a inflação dos preços tende a aumentar.
Notadamente, o produto potencial é determinado pela capacidade de produção da 
economia, a qual depende destes fatores: capital, trabalho, terra e eficiência tecnológica. 
Assim, o PIB potencial tende a crescer de forma gradativa, uma vez que os fatores de 
produção variam lentamente ao longo do tempo.
Em contrapartida, o PIB real está sujeito a grandes variações cíclicas. Logo, durante 
as recessões cíclicas, ele cai abaixo do seu potencial, aumentando o desemprego 
(SAMUELSON; NORDHAUS, 2012). Nesse sentido, a inflação, o crescimento e o 
desemprego estão relacionados ao ciclo econômico, que é um padrão de expansão 
e contração da atividade econômica ao longo de uma trajetória de crescimento 
(DORNBUSCH; FISCHER; STARTZ, 2013), conforme apresentado na figura “Ciclos 
econômicos”.
A atividade econômica é alta em rela- ção à tendência; em um vale cíclico, é atingido 
o ponto baixo na atividade econômica. Todos (inflação, crescimento e desemprego) 
possuem padrões cíclicos” (DORNBUSCH; FISCHER; STARTZ, 2013, p. 14). É importante, 
agora, prestar atenção no comportamento do produto (PIB) em relação à tendência 
do ciclo econômico.
Essa trajetória de tendência do PIB seria a trajetória que ele tomaria se os fatores 
de produção fossem plenamente empregados. Mas não é isso que ocorre o tempo 
todo, pois o PIB varia constantemente, ou seja, a população aumenta, os empresários 
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adquirem máquinas e equipamentos, o conhecimento melhora, enfim, todos esses 
recursos aumentados permitem que o nível do produto cresça.
Em contrapartida, os fatores de produção não são empregados o tempo todo, 
visto que, para isso, todas as pessoas teriam que estar trabalhando, em média, de 8 
a 16 horas por dia. Em “termos econômicos, há o pleno emprego de trabalho quando 
todas as pessoas que querem um emprego podem encontrá-lo em um intervalo de 
tempo razoável”.
Nessa perspectiva, o hiato do produto permite mensurar o tamanho de seus desvios 
cíclicos, em relação ao produto potencial, ou da tendência do produto (DORNBUSCH;FISCHER; STARTZ, 2013). Assim, para buscar equilíbrio econômico de curto prazo e 
controlar o hiato do produto, é necessário evitar as grandes variações cíclicas do PIB 
real. Para isso, o governo pode utilizar dois instrumentos: a política fiscal e a política 
monetária.
A política fiscal utiliza impostos e gastos do governo. Os gastos do governo 
correspondem às compras governamentais, gastos com bens e serviços e transferência 
de rendas (aposentadorias, seguro desemprego e bolsa família). Dessa forma, uma 
ampliação das despesas do governo influencia o nível global de despesa da economia, 
bem como o PIB. Por causa do peso dos gastos do governo na economia, um aumento 
desses implica uma elevação do PIB. Por outro lado, uma redução das despesas 
reduz o PIB.
Existem, ainda, os tributos que afetam a economia, visto que os impostos influenciam 
as rendas das pessoas e, por sua vez, o consumo (SAMPAIO, 2016). Nessa perspectiva, 
deixar as pessoas com maior ou menor renda disponível provoca efeitos relevantes na 
economia. Por exemplo, o governo pode tentar estimular a economia com desemprego 
de recursos, ou seja, por meio de uma redução dos impostos, ampliando a renda 
disponível para as famílias para que elas passem a ter mais renda para gastar ou 
poupar. Sendo assim, essa medida provoca um crescimento do PIB. Em contrapartida, 
um aumento no imposto leva a um efeito contrário, reduzindo, assim, o PIB.
Por outro lado, existe a política monetária, considerada o segundo instrumento mais 
importante da política macroeconômica (SAMPAIO, 2016). Tal política é conduzida pelo 
governo por meio da gestão da moeda, do crédito e do sistema bancário.
Você já deve ter notado como o Banco Central do Brasil aumenta e reduz a taxa 
de juros da economia. O Banco Central afeta a economia ao determinar as taxas de 
juros de curto prazo e também pela compra e venda de títulos públicos. Por exemplo, 
MACROECONOMIA
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FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 17
para segurar a inflação, o governo pode decidir aumentar a taxa de juros. Dessa forma, 
as pessoas serão incentivadas a deixarem de consumir e a aplicarem o dinheiro em 
títulos públicos. Com a aquisição de tais papéis, “retira-se” o dinheiro de circulação. 
Nesse caso, a pessoa, incentivada pelo aumento dos juros, pode deixar de comprar 
um caro zero para adquirir títulos.
Por outro lado, se a economia estiver em recessão e o governo decidir estimular 
o con-sumo, ele pode reduzir a taxa de juros, tornando os títulos públicos não tão 
atrativos assim, o que faria com que as pessoas pudessem preferir a moeda para 
realizar as transações ao invés de adquirir títulos. Assim, Samuelson e Nordhaus 
(2012) afirmam que a política monetária tem um efeito importante tanto sobre o PIB 
real quanto sobre o PIB potencial.
2.2 MACROECONOMIA DE CURTO E LONGO PRAZO
A história econômica, ao ser observada, é descrita conforme o desempenho 
macroeconômico das economias. O qual pode ser analisado conforme as relações 
entre a demanda e a oferta agregada, uma vez que tais relações explicam as principais 
tendências de variações nos preços, quando se leva em consideração o equilíbrio do 
mercado de bens, financeiro e de trabalho, o que pode ser observado, na figura “Oferta 
e demanda agregadas determinam as principais variáveis macroeconômicas”.
Oferta e demanda agregadas determinam as principais variáveis macroeconômicas. 
Pense que o nível da oferta agregada é a quantidade de bens que a economia pode 
produzir, de acordo com os recursos e a tecnologia disponíveis. Por outro lado, o nível de 
demanda agregada é a demanda total por bens de consumo, por novos investimentos, 
por bens adquiridos pelo governo e por bens líquidos a serem exportados.
A Oferta e Demanda agregadas determinam as principais variáveis macroe conômicas, 
observe, os principais determinantes que afetam a atividade econômica global. Do lado 
esquerdo, estão as variáveis que determinam a demanda e a oferta agregadas. No 
centro, mostra-se como elas interagem entre si. Finalmente, o lado direito apresenta 
o resultado em termos de produto, emprego, nível de preços e comércio externo.
Apesar da oferta agregada, as empresas estão, em geral, dispostas a venderem tudo 
o que puderem pelo maior preço possível (SAMUELSON; NORDHAUS, 2012). Assim, 
durante uma expansão, as empresas se esforçam para entregar todos os produtos 
demandados. Em contrapartida, em tempos de contração de demanda, as empresas 
podem perceber que possuem excesso de capacidade e de custos.
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Figura 01: Controle Econômico
Fonte: https://pixabay.com/pt/vectors/dinheiro-troca-moeda-economia-5723747/
Nesse sentido, a produção nacional e o nível geral de preços dependem do comporta- 
mento da oferta e também da demanda agregada (DA). Na parte de cima da figura 
“Oferta e demanda agregadas determinam as principais variáveis macroeconômicas”, 
tem-se a demanda agregada, que é igual ao total da despesa em bens e serviços, 
dependendo do nível de preços e das políticas fiscal e monetária.
A demanda agregada é composta por consumo, investimentos, gastos do governo 
e exportações menos importações.
Assim, a demanda agregada é afetada pelos seus componentes e pelas variáveis 
exógenas, como o gasto do governo. Nesse sentido, quando há um equilíbrio entre 
oferta e demanda agregada, a produção nacional e o nível de preços estão estabelecidos 
no patamar em que há consumidores dispostos para a compra e empresas dispostas 
para a venda.
Desse modo, a relação de oferta agregada reflete os efeitos do produto sobre o 
nível de preços e decorre do equilíbrio no mercado de trabalho, isto é, da relação entre 
o nível de preços, o nível de preços esperado e o nível de produção. Por outro lado, a 
relação de demanda agregada reflete o nível de preços sobre o produto.
No curto prazo, as variações no produto da economia são causadas tanto por variações 
na oferta agregada quanto na demanda agregada. Ao se analisar, no curto prazo, as 
curvas de OA e DA, verifica-se que a curva de oferta agregada é horizontal. 
No médio prazo, o produto é determinado pelo equilíbrio no mercado de trabalho, no 
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qual a velocidade do ajuste de preços é resumida na curva de Phillips, que relaciona 
inflação e desemprego. Por isso, as curvas de oferta e demanda agregada possuem 
uma inclinação intermediária.
Assim, em uma economia com capacidade de produção fixa, “no longo prazo, o nível 
de produto é determinado somente por considerações por parte da oferta. Basicamente, 
o produto é determinado pela capacidade produtiva da economia” (DORNBUSCH; 
FISCHER; STARTZ, 2013, p. 6). O nível de preços é determinado pela demanda em 
relação ao produto que a economia pode ofertar. A seguir, há a figura “Oferta agregada 
e demanda agregada: longo prazo”.
A Oferta agregada e demanda agregada: longo prazo”, há o diagrama da oferta e de 
demanda, agregada com uma curva de oferta agregada vertical. Na curva de oferta 
agregada (OA), está representada, a cada nível de preços, a quantidade de produto 
que as empresas estão dispostas a ofertar (DORNBUSCH; FISCHER; STARTZ, 2013). 
Com isso, a posição da curva de oferta agregada depende da capacidade produtiva 
da economia.
Na curva de demanda agregada (DA), está apresentado, a cada nível de preços, 
o nível de produto no qual os mercados de bens e os mercados monetários estão, 
simultaneamente, em equilíbrio (DORNBUSCH; FISCHER; STARTZ, 2013). A posição da 
curva de demanda agregada depende das políticas monetárias e fiscais e do nível de 
confiança do consumidor. A interseção da oferta agregada com a demanda agregada 
determina preço e quantidade.
Em longo prazo, a curva de oferta agregada é vertical. O produto está atrelado à 
posição em que essa curva de oferta atinge o eixo horizontal.O nível de preços, por 
sua vez, pode assumir qualquer valor” (DORNBUSCH; FISCHER; STARTZ, 2013, p. 
7). Logo, no longo prazo o produto é determinado somente pela oferta agregada, e 
os preços são determinados pela oferta agregada e pela demanda agregada. Cabe 
ressaltar que, no longo prazo, conforme ocorre o crescimento econômico, a curva 
de oferta, geralmente, move-se para a direita em ordem de pequenas porcentagens.
Ademais, os movimentos na demanda agregada podem ser pequenos ou gran- 
des. Logo, a única fonte possível de inflação elevada está em grandes movimentos de 
demanda agregada, que se deslocam, cruzando a curva de oferta agregada na verti- cal 
(DORNBUSCH; FISCHER; STARTZ, 2013). Diante disso, serão abordadas essas relações 
no decorrer do texto. Por isso, o escopo deste material está limitado ao estudo da 
Macroeconomia de curto e médio prazo.
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2.3 DESEMPREGO E PRODUTO
Neste tópico, será trabalhada a relação entre o mercado de trabalho, o produto e 
a determinação de preços e salários. Por isso, é importante frisar que alterações na 
renda interferem na demanda por bens e que variações na demanda por bens levam 
a mudanças no produto, as quais, por sinal, interferem diretamente na renda.
Como a mão de obra é um fator de produção, alterações nos salários podem levar 
a mudanças no nível de preços e também do produto. Para entender essa dinâmica, é 
necessário trazer o conceito de oferta e demanda para o mercado de trabalho. Ao se 
pensar pela lei da oferta, quanto maior a oferta de trabalho, considerando a demanda 
constante, menor serão os salários. Logo, quanto maior o desemprego, menor tende 
a ser o salário.
O contrário é verdadeiro, pois quanto menor a oferta de trabalho, maior tende a ser 
o salário. Ainda, se houver um aumento na demanda por mão de obra, mantendo-se 
a oferta constante, o salário tende a subir. Por outro lado, se houver uma redução da 
demanda por mão de obra, os salários tendem a cair (BLANCHARD, 2004).
Pense que as empresas podem demitir em função de uma queda na demanda ou 
reduzir o número de contratações. Se as empresas, inicialmente, optarem pela redução do 
número de contratações, isso levará a uma maior concorrência no mercado de trabalho.
Em contrapartida, se a decisão for demitir, haverá a possibilidade de os que estão 
empregados perderem o emprego, o que pode levar a um alto desemprego e a uma 
piora na situação dos trabalhadores. A probabilidade de que os trabalhadores venham 
a perder o emprego é maior e, se eles ficarem desempregados, há uma probabilidade 
de permanecerem no desemprego por um período mais longo (BLANCHARD, 2004).
Figura 02: Equilíbrio da Oferta e Demanda
Fonte: https://pixabay.com/pt/vectors/bitcoin-pre%c3%a7o-gr%c3%a1fico-moeda-6856507/
https://pixabay.com/pt/vectors/bitcoin-pre%c3%a7o-gr%c3%a1fico-moeda-6856507/
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Assim, considerando a lei da oferta e da demanda no mercado de trabalho, é possível 
inferir que um aumento na taxa de desemprego afeta os salários. Logo, a determinação dos 
salários depende do nível de desemprego, de forma que o nível de desemprego enfraquece 
o poder de barganha do trabalhador, forçando-o a aceitar um salário mais baixo.
Outro fator que pode afetar os salários é o seguro-desemprego, visto que quanto melhor 
ele for, mais as pessoas tenderão a abrir mão do emprego em prol de consegui- rem o 
benefício, o que pode levar a um maior desemprego. Pense que se o seguro-desemprego 
não existisse, o indivíduo, para não ficar desempregado, aceitaria qualquer salário. No 
entanto, com o seguro-desemprego, o trabalhador tenderia a escolher um trabalho que 
oferecesse um salário melhor, para que não fosse necessário abrir mão do benefício em 
prol de um emprego, uma vez que o benefício de seguro desemprego tende a elevar os 
salários.
Agora, imagine que as empresas produzam bens utilizando o trabalho como o único 
fator de produção, embora seja preciso destacar que elas utilizam máquinas e precisam 
de uma infraestrutura. Porém, para efeito de exemplo, considere somente a mão de obra. 
Não obstante, se a mão de obra é um fator de produção, o custo para produzir algum 
bem é o salário (W) do trabalhador. De acordo com Blanchard (2004), para a empresa 
calcular o preço (P) do seu produto, levará em consideração a margem de lucro (m) que 
deseja obter e também o valor dos salários. 
Perceba que os preços possuem uma relação direta com o salário, visto que à medida 
que o salário aumenta, os preços também aumentam, e vice-versa. 
A razão entre o nível de preços e salários é resultante do processo de formação de preços 
das empresas, que é igual a um mais a margem de lucro, ao se pensar que os salários 
são nominais. Uma elevação na margem de lucros das empresas leva a um aumento de 
preço, o que provoca uma redução no salário real (BLANCHARD, 2004).
Como os salários são fixados por um determinado período, durante um tempo, mesmo 
que haja um aumento de preço, os salários, normalmente, não serão reajustados, ou seja, 
esse reajuste demora um tempo. Portanto, como os preços dos produtos dependem dos 
salários e da margem de lucro, uma margem de lucro maior leva a um salário real menor.
Ademais, o equilíbrio do mercado de trabalho requer que o salário real escolhido na 
determinação dos salários seja igual ao salário real resultante da fixação dos preços. Esse 
equilíbrio, então, determina a taxa de desemprego (BLANCHARD, 2004).
Assim, a taxa de desemprego permite identificar se a economia está operando acima 
ou abaixo de seu nível normal de atividade. Nesse sentido, um alto crescimento do produto 
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leva a uma queda da taxa de desemprego. Por outro lado, o baixo crescimento está asso- 
ciado a uma elevação da taxa de desemprego.
Não obstante, um aumento no produto leva a um aumento do nível geral de preços, o 
que implica em um aumento do emprego. Um aumento do emprego, porém, leva a uma 
redução do desemprego e, portanto, a uma queda da taxa de desemprego (BLANCHARD, 
2004), tendo vista que uma queda da taxa de desemprego leva a um aumento dos salários 
nominais. Logo, um aumento dos salários nominais implica em um aumento dos preços 
definidos pelas empresas, o que equivale a um aumento do nível de preços (BLANCHARD, 
2004).
Cabe ressaltar que há uma dinâmica sobre as expectativas de aumento de preços. 
Por exemplo, um nível esperado de preços mais elevado provoca um nível de preços 
correntes, proporcionalmente, mais alto, ou seja, se o nível de preços esperados dobrar, o 
nível de preços correntes irá dobrar (BLANCHARD, 2004). Esse efeito acontece por meio 
dos reajustes salariais.
Se os responsáveis pelos reajustes dos salários tiverem expectativas de aumento 
de preços, eles estabelecerão salários nominais mais altos. Por sua vez, isso levará as 
empresas a fixarem preços mais elevados (BLANCHARD, 2004). Assim, a relação entre o 
produto e o nível de preços, para um dado valor de nível de preços esperados, é representada 
pela curva OA (oferta agregada.
Dessa forma, a curva, na figura “Oferta agregada” tem três propriedades: primeira- 
mente, uma oferta agregada possui inclinação ascendente, de forma que um aumento 
do produto leva a um aumento do nível de preços; em segundo lugar, a curva de oferta 
agregada passa pelo ponto A, no qual o produto (Y) é igual ao seu produto natural (Yn) 
e o seu nível de preços (P) é igual ao nível de preços esperados (Pe); por fim, aumentos 
no nível de preços farão com que a curva de oferta agregada desloque-se para cima, e a 
queda nos preços levará a um deslocamento da curva para baixo.
ISTO ESTÁ NA REDE
Link: https://www.youtube.com/watch?v=YbLvUXZZ0T4 
A Macroeconomia é diferenciada pelos economistas entre de médio e de longo 
prazo. A Macroeconomia de curto prazo considera os preços e salários fixos.Portanto, analisa os ciclos econômicos bem como os fatores que estabelecem o 
produto, determinado pela demanda. Assim, muitos fatores afetam a demanda, 
desde a confiança do consumidor até as políticas fiscais, monetárias e cambiais.
https://www.youtube.com/watch?v=YbLvUXZZ0T4
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ANOTE ISSO
Já a Macroeconomia de médio prazo estuda o que determina o produto, como 
recursos tecnológicos, estoque de capitais e força de trabalho. No longo prazo, os 
preços e salários são flexíveis e o produto é determinado pelos fatores de produção. 
Assim, são estudadas as relações entre crescimento econômico, renda e riqueza, 
distribuição de renda e a razão de alguns países serem ricos enquanto outros são 
pobres. Para isso, as políticas econômicas de longo prazo, comumente, focam em 
fatores como instrução, pesquisa, poupança e papel do governo. 
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CAPÍTULO 03
AGENTES ECONÔMICOS
Introdução
Nesta aula você, compreenderá o funcionamento da Macroeconomia a partir do 
fluxo circular da atividade econômica. Serão apresentados, também, os conceitos dos 
principais agregados macroeconômicos, como o Produto Interno Bruto (PIB), o Produto 
Nacional Bruto (PNB), o Produto Interno Líquido (PIL) e o Produto Nacional Líquido 
(PNL), bem como a sua a evolução ao longo do tempo. Além disso, você aprenderá 
a diferenciar o investimento bruto do líquido.
Também, serão analisadas as diferenças entre variáveis reais e nominais e o PIB 
a custo de fatores e o preço de mercado, destacando sua importância para uma 
compreensão mais ampla do sistema econômico.
Diante desse cenário: Qual é a identidade macroeconômica fundamental?
Agora, você entenderá, de forma detalhada, a relação da demanda agregada como 
uma variação entre a inflação, a expectativa de inflação e o desemprego ao longo do 
tempo.
3.1 Controle Internos 
A taxa de inflação é um percentual do aumento generalizado dos preços, o que 
resulta na perda do poder aquisitivo da moeda (PASSOS; NOGAMI, 2016). Por exemplo, 
você precisa de mais moedas, hoje, para comprar um litro de leite do que precisava 
alguns anos atrás. Logo, a inflação é uma desvalorização da moeda, isto é, para se 
adquirir o mesmo produto, mais moedas são necessárias. Isso ocorre quando o PIB 
nominal aumenta mais rapidamente que o PIB real.
É importante destacar que existem dois tipos de inflação: a de demanda e a de 
custos. “A inflação de demanda diz respeito ao excesso de demanda agregada em 
relação à produção disponível de bens e serviços (oferta agregada) (PASSOS; NOGAMI, 
2016, p. 506). Esse tipo de inflação pode ser entendido como “dinheiro demais à 
procura de poucos bens”.
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Dessa forma, políticas expansionistas de demanda agregada tendem a gerar inflação. 
Por exemplo, o governo, ao financiar seus deficit emitindo moeda, cria um processo 
inflacionário.
Imagine uma economia na qual a demanda é dada por:
Considere a oferta agregada (OA) dada por Y, que mede o nível de renda ou de 
produto da economia. Para que a economia esteja em equilíbrio, é preciso que a oferta 
agregada seja igual à demanda agregada (PASSOS; NOGAMI, 2016, p. 506). 
Agora, se o produto está operando abaixo do pleno emprego, nesse cenário, não há 
inflação. “Presume-se aqui que, se houver desemprego em larga escala na economia, 
aumento da demanda agregada deverá corresponder a aumento na produção agregada 
de bens e serviços, sem que haja correspondente aumento de preços” (PASSOS; 
NOGAMI, 2016, p. 508).
Entretanto, uma vez atingido o pleno emprego, qualquer aumento adicional da 
demanda agregada provocará apenas aumento de preços, visto que a demanda estará 
maior que a oferta.
Por outro lado, para se combater a inflação, será necessário reduzir a demanda 
agregada por bens e serviços, uma vez que, em curto prazo, ela se mostra mais 
sensível a alterações de política econômica que a oferta agregada, cujos ajustes se 
dão em longo prazo. Dessa forma, uma contração da demanda agregada tende a 
reduzir a taxa de inflação.
Em contrapartida, existe a inflação de custos, provocada pelo aumento de custos de 
produção, como matéria-prima e salários, em que a demanda é constante. Essa elevação 
dos custos leva a uma retração da produção, uma vez que ocorre um deslocamento 
da curva de oferta para a esquerda, provocando um aumento de preços.
Perceba que a inflação tem uma relação direta com os salários e o mercado 
de trabalho. Quando o desemprego está baixo, a inflação tende a subir; quando o 
desemprego está alto, a inflação tende a cair. Logo, “a variação da inflação depende da 
diferença entre as taxas de desemprego atual e natural. Quando a taxa de desemprego 
atual ultrapassa a taxa natural, a inflação cai; quando a taxa de desemprego atual é 
menor que a taxa natural, a inflação aumenta” (BLANCHARD, 2004, p. 163).
A inflação, bem como o desemprego, é uma grande preocupação macroeconômica. 
Cabe ressaltar que os custos do desemprego englobam o desperdício do produto 
potencial. No caso da inflação, não há uma perda evidente de produto, mas ela incomoda 
as relações dos preços conhecidas e reduz a eficiência do sistema de preços.
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Nesse contexto, os formuladores de políticas econômicas, comumente, estão 
dispostos a aumentar o desemprego como um esforço para diminuir a inflação. Para 
isso, os governos utiliza políticas de contração de demanda, o que leva a uma queda na 
quantidade da demanda de produtos na economia. As empresas param de contratar 
ou passam a demitir, gerando desemprego. Indivíduos desempregados consomem 
menos, o que leva a um maior desemprego e uma redução da inflação.
Para comprimir a demanda agregada, são utilizadas políticas de: “aumento da carga 
tributária; redução dos gastos do governo; elevação das taxas de juros; controle de 
cré- dito; e arrocho salarial” (PASSOS; NOGAMI, 2016, p. 508). 
Demanda agregada: deslocamento” um exemplo da curva de demanda agregada, 
considerando-se uma política expansionista de gasto do governo e contracionista, por 
meio da redução da quantidade de moeda.
A relação da demanda agregada reflete o nível de preços sobre o produto. Assim, um 
aumento no nível de preços esperado mais elevado provoca um aumento no nível de 
preços, de forma que um nível de preços mais elevado leve a uma queda no estoque 
real de moeda. Por sua vez, um estoque real de moeda menor provoca aumento na 
taxa de juros. Como consequência, uma taxa de juros maior leva a uma queda da 
demanda por bens e a um produto menor.
Assim, um aumento no nível de preços reduz o estoque real de moeda, o que leva 
a um aumento da taxa de juros. Um aumento da taxa de juros leva a uma queda do 
consumo, o que reduz o produto.
Os estudos serão iniciados a partir do fluxo circular da atividade econômica, produto 
e renda. Para isso, serão vistos os agentes econômicos, o fluxo real e monetário e o 
fluxo circular da atividade econômica. Assim, você compreenderá o funcionamento 
da Macroeconomia a partir do fluxo circular da economia. Verá, também, como é a 
interação entre os agentes econômicos e a circulação de moeda e de produtos nos 
mercados. Dessa forma, você passará a ter uma melhor percepção do funcionamento 
das atividades econômicas.
Nessa perspectiva, a expressão fluxo circular da atividade econômica pode parecer 
estranha à primeira vista, mas ela retrata a forma pela qual a economia se movimenta 
como um todo (PASSOS; NOGAMI, 2016). Isso porque o fluxo circular da atividade 
econômica está relacionado diretamente ao cotidiano das pessoas, sobre o qual nunca 
se reflete.
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3.2 AGENTES ECONÔMICOS
A economia se caracteriza por uma quantidade infinita e contínua de transações 
econômicas entreos agentes, sejam pessoas ou, sejam empresas, significando que 
todas as unidades econômicas transacionam entre si.
Figura 01: Efeitos da Inflação
Fonte: https://pixabay.com/pt/vectors/dinheiro-transfer%c3%aancia-de-dinheiro-3598743/
De forma simples, como os indivíduos e as empresas interagem na economia, sendo 
que cada um busca atingir diferentes objetivos: “as empresas procurando maximizar 
seus lucros e os indivíduos procurando maximizar a satisfação de seus desejos e 
necessidades” (PASSOS; NOGAMI, 2016, p. 370
Assim uma sociedade bem simples, na qual são considerados somente dois setores: 
os indivíduos representados pelas famílias e as empresas. “As famílias oferecem 
mão de obra para as empresas, que a utilizam para a produção de bens e serviços, 
remunerando-os sob a forma de salários; com esses salários elas adquirem bens e 
serviços das empresas” (PASSOS; NOGAMI, 2016, p. 370).
Agora, imagine que as famílias sejam detentoras de outros fatores de produção, 
tais como máquinas e equipamentos, construções, recursos naturais, além da mão de 
obra, e que esses fatores sejam utilizados, direta ou indiretamente, para a produção 
de bens e serviços (PASSOS; NOGAMI, 2016).
Dessa forma, para analisar esses fluxos de forma mais precisa, é necessária a 
adoção de alguns critérios para se agregarem ao conjunto de informações geradas 
nas relações entre indivíduos e empresas, como a remuneração dos proprietários de 
fatores de produção, isto é, a renda (PASSOS; NOGAMI, 2016). Fazem parte dessa renda 
salários, lucros, juros e aluguéis. Logicamente, os salários referem-se aos pagamentos 
https://pixabay.com/pt/vectors/dinheiro-transfer%c3%aancia-de-dinheiro-3598743/
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feitos aos proprietários do fator de trabalho, e os lucros representam a remuneração 
dos empresários. Já os juros representam a remuneração do capital, e os aluguéis 
referem-se à remuneração dos bens e imóveis (PASSOS; NOGAMI, 2016).
Nesse sentido, ao “somarmos a renda auferida por todas as famílias de uma 
sociedade, em um determinado período, obteremos a Renda Nacional relativa a esse 
período” (PASSOS; NOGAMI, 2016, p. 371). Na parte inferior da figura “Fluxo da atividade 
econômica”, está apresentado “o fluxo de renda (juros, lucros, salários e aluguéis) das 
empresas para as famílias, fruto do fornecimento dos fatores de produção das famílias 
para as empresas (capital, terra, mão de obra etc)” (PASSOS; NOGAMI, 2016, p. 371).
A renda auferida pelas famílias, a despesa dos fatores de produção e o produto 
gerado representam uma relação de igualdade. Essa igualdade entre produto, renda 
e despesa é a identidade fundamental da economia?
Nessa perspectiva, as empresas, ao utilizarem os fatores de produção, produzirão 
bens e serviços que serão oferecidos às famílias. Dessa forma, o Produto Nacional 
refere- se ao valor de toda a produção gerada pelas empresas. Veja o fluxo do Produto 
Nacional na parte superior.
Ademais, é realizada a suposição de que toda a renda das famílias é destinada ao 
consumo, logo, todo “esse consumo retratará o total das despesas efetuadas pelos 
indivíduos na aquisição de todos os bens e serviços produzidos pelas empresas” 
(PASSOS; NOGAMI, 2016, p. 371). Considerando que o pagamento para as empresas 
dos bens e serviços adquiridos pelas famílias é denominado despesa, a “soma de todos 
os pagamentos efetua- dos dentro de uma economia, em um determinado período de 
tempo, chama-se Despesa Nacional” (PASSOS; NOGAMI, 2016, p. 371).
É possível compreender, então, que o valor do Produto Nacional é igual ao valor da 
despesa nacional, que por sinal, é igual à renda nacional, isto é: PN = DN = RN.
3.3 Fluxos Monetários 
Existem dois fluxos: o fluxo real e o fluxo monetário, ou o fluxo da atividade econômica, 
como também é conhecido.
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Figura 02: Fluxos Monetários
Fonte: https://pixabay.com/pt/vectors/dinheiro-moeda-finan%c3%a7a-investimento-1673582/
O fluxo real das firmas é o movimento dos recursos produtivos de bens e serviços 
entre os diversos agentes econômicos (PASSOS; NOGAMI, 2016). Assim, as empresas 
“contratam mão de obra, compram matérias-primas e bens de investimentos, e produzem 
bens que são, posteriormente, vendidos a outras empresas que transformam o pro- duto 
ainda mais, até que o produto final seja vendido ao consumidor” (PASSOS; NOGAMI, 
2016, p. 371). Observe que, durante todas essas posições, há uma transferência 
constante de bens e serviços entre os agentes econômicos.
Os fluxos monetários são contrapartidas monetárias dos fluxos reais, isto é, “toda 
vez que um bem ou serviço é transferido de um agente para outro, são efetuados 
pagamentos em troca deles” (PASSOS; NOGAMI, 2016, p. 372). O fluxo monetário gira 
na direção contrária ao fluxo real. 
O fluxo de renda que foi visto anteriormente. “Agora, na parte superior, temos o 
movimento dos recursos produtivos e de bens e serviços que denominamos Fluxo 
Real” (PASSOS; NOGAMI, 2016, p. 372). Considere, então, o pagamento em moeda pela 
utilização dos recursos produtivos, bem como pela aquisição dos bens e serviços, o 
que se denomina fluxo monetário, na parte inferior da figura “Fluxos reais e fluxos 
monetários”.
Portanto, é possível salientar que a preocupação central do estudo macroeconômico 
“é com o que determina a magnitude desses fluxos e por que esses fluxos variam ao 
longo do tempo” (PASSOS; NOGAMI, 2016, p. 372).
Agora, para que se entenda melhor o fluxo circular da atividade econômica, é 
necessário compreender o conceito mais importante da Macroeconomia, que é o 
Produto Interno Bruto (PIB). O PIB é o valor total de bens finais e serviços produzidos 
numa economia (país) durante um período de tempo (normalmente, um ano). Dessa 
forma, o PIB é o termômetro da economia, isto é, permite que as autoridades econômicas 
https://pixabay.com/pt/vectors/dinheiro-moeda-finan%c3%a7a-investimento-1673582/
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determinem se a economia está em expansão ou contração, bem como se há ameaça 
de uma grave recessão e de inflação.
Se o PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos numa economia num 
dado período de tempo, qual é a relação entre PIB e o fluxo circular da atividade 
econômica?
Para se conhecer o nível de desenvolvimento econômico de um país, basta analisar 
o PIB per capita, ou seja, dividido pela população. Logo, o PIB pode dar uma imagem 
global da economia, visto que representa o valor a que se chega quando se aplica a 
medida monetária aos diversos bens e serviços – desde abacate a zinco – que um 
país produz com os seus recursos de terra, trabalho e capital.
Nesse sentido, o PIB representa toda a produção de bens de consumo (C), 
investimento (I), gastos do governo (G) e as exportações líquidas (X - M) (exportação 
menos importação de bens e serviços). Em símbolos: PIB = C + I + G + (X - M). 
Como representa a produção global da economia, o PIB é utilizado para medir o seu 
desempenho.
 Na grande depressão que se iniciou em 1929, o PIB dos EUA caiu quase 50% 
em quatro anos, o que causou elevado desemprego, falências, quebras de bancos e 
dificuldades para a população em geral. Em contrapartida, desde a Segunda Guerra 
Mundial até os anos 2000, o PIB dos EUA aumentou 250% (DORNBUSCH; FISCHER; 
STARTZ, 2013). 
Nesse contexto, “o produto interno bruto pode ser medido (a) como um fluxo de 
produtos finais ou, equivalentemente, (b) como um fluxo de remunerações ou rendas. 
No arco superior, os compradores adquirem bens e serviços finais” (DORNBUSCH; 
FISCHER; STARTZ, 2013, p. 344). O fluxo monetário total da sua despesa em cada 
ano é uma das medidas do PIB.
3.4 FORMAS DE MENSURAÇÃO DA ATIVIDADE ECONÔMICA
Neste momento, serão trabalhadas as formas de mensuração da atividade econômica 
no mercado. Abordando o Produto Interno Bruto (PIB) pela ótica do dispêndio eda 
renda, bem como o Produto Interno Bruto (PIB) pela ótica da oferta e o problema da 
dupla contagem.
Você deve estar pensando: como os economistas calculam o PIB? Pois bem, 
ficando você surpreso(a) ou não, saiba que é possível medir o PIB de duas formas 
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completamente independentes, ou seja, o PIB pode ser medido ou como um fluxo de 
produtos ou como uma soma de rendas.
Assim, para demonstrar as diferentes formas de se calcular o PIB, os tópicos a 
seguir serão iniciados com a consideração de uma economia muito simplificada, na 
qual não há governo, comércio exterior e investimento, e a economia produz apenas 
bens de consumo adquiridos pelas famílias. 
ISTO ESTÁ NA REDE
Link: https://www.youtube.com/watch?v=gRiAGmlToq4 
A inflação é perniciosa, pois provoca diversos danos à economia e, consequente- 
mente, à sociedade, como a redução do poder aquisitivo de alguns segmentos 
da população que possuem rendimentos fixos, por exemplo, aluguéis e salários. 
Por sua vez, aqueles com renda livre, como empresas e especuladores, são mais 
favorecidos pelo processo inflacionário.
ANOTE ISSO
A inflação influencia a alocação de recursos na economia, visto que costuma 
modificar o perfil de investimentos dos agentes econômicos, provocando 
resistências em investidores ao alocar recursos em projetos de longo prazo. Por 
fim, a inflação influencia o balanço de pagamentos, visto que a elevação dos 
preços internos encarece o produto nacional, o que pode dificultar as exportações e 
estimular as importações. 
https://www.youtube.com/watch?v=gRiAGmlToq4
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CAPÍTULO 04
ATIVIDADES ECONÔMICAS
Introdução
Olá Estudante, a partir, deste momento iremos conversar sobre o reflexos econômicos, 
onde o Produto Interno Bruto (PIB), pela ótica do dispêndio, divide-se em: despesa 
de consumo (consumo das famílias), investimentos (formação bruta de capital fixo 
e variação de estoque), gastos do governo (despesa de consumo da administração 
pública) e exportações menos importações (exportações líquidas de bens e serviços).
Entretanto, esse estoque de capital está em constante desgaste, isto é, ferramentas, 
máquinas, edificações e outros instrumentos de produção utilizados durante o ano 
se depreciam.
Por esse motivo, parte das despesas de investi- mento destina-se à substituição 
do capital desgastado, o que não aumenta o estoque de capital da economia. Por 
isso, existem duas definições de investimento: “Investimento Bruto (Ib), que é igual 
às despesas com novas edificações, novos equipamentos etc., mais a variação de 
estoques; e Investimento Líquido (Il), que é igual ao investimento bruto menos a 
depreciação” (PASSOS; NOGAMI, 2016, p. 382). 
4.1 CONTROLE GOVERNAMENTAL
O gasto do governo (G) “em bens e serviços também são um importante componente 
da demanda agregada da economia. São inclusas nesse item despesas com educação, 
segurança, justiça, construção de estradas, hospitais etc.” (PASSOS; NOGAMI, 2016, p. 
382). O gasto do governo (G) deve atender suas funções típicas, como “administração 
direta, judiciário, legislativo etc., que dependem de dotação orçamentária” (SAMPAIO, 
2016, p. 382).
Por fim, existem as exportações (X) menos as importações (M), que são denominadas 
exportações líquidas. “As exportações correspondem à venda de parte da nossa 
produção para o exterior e que constituem demanda por produção interna. As despesas 
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de impor- tação constituem-se em aquisições de produção realizada em outros países” 
(SAMPAIO, 2016). Assim, pode-se entender o PIB pela ótica do dispêndio ou da demanda, 
como costuma ser chamado. Desse modo, tem-se:
Agora, o Produto Interno Bruto (PIB) será trabalhado pela ótica da renda, também 
chamada de abordagem pelo custo. Por meio dele, surgem todos os custos das 
atividades empresariais, que incluem os salários pagos à mão de obra, os aluguéis 
pagos pela terra, os lucros pagos ao capital, e assim consecutivamente.
Por outro lado, esses custos empresariais representam as rendas que as famílias 
recebem das empresas. Logo, ao mensurarem o fluxo anual dessas rendas, os 
economistas chegam, novamente, ao PIB. Dessa forma, calcula-se o PIB pelo total 
das rendas dos fatores produtivos (salários, juros, aluguéis e lucros), que são os custos 
de produção dos produtos finais de uma empresa.
Figura 01: Controle do PIB
Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/financeiro-planejamento-relat%c3%b3rio-3207895/
Assim, denomina-se valor adicionado a um produto a soma dos custos dos fatores 
de produção. Mas o método do valor adicionado é, de fato, a abordagem da renda 
para medir o PIB. Esses custos, em cada fase de produção, podem ser visualizados 
no quadro “Valor adicionado”.
Na produção do pão, o valor de um bem em cada estágio de produção é a soma 
do valor adicionado (salários + juros + aluguéis + lucros) durante cada estágio. Deve-
se observar “que a inclusão do lucro como um item de custo se deve ao fato de ele 
ser uma remuneração a um fator de produção (ou seja, é um custo para se produzir 
um bem)” (PASSOS; NOGAMI, 2016, p. 377). Assim, o valor final é a soma do valor 
adicionado em cada estágio de produção, o que, no quadro “Valor adicionado”, resultou 
no valor final do pão de R$1.400,00.
É possível entender o porquê de as duas abordagens serem iguais analisando uma 
economia simples de pedreiros. Considere que os pedreiros não possuem outras 
despesas além das de mão de obra. Se trabalharem dez horas pelo valor de R$ 8,00 
https://pixabay.com/pt/photos/financeiro-planejamento-relat%c3%b3rio-3207895/
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a hora, o PIB é de R$ 80,00. Mas as remunerações dos pedreiros (em salários e 
lucros) são exatamente iguais a R$ 80,00. Assim, o PIB é idêntico, quer como fluxo 
de produtos (R$ 80,00 de horas trabalhadas), quer como fluxo de custo e rendas (R$ 
80 de salários e lucros).
As duas abordagens são idênticas, visto que os lucros são incluídos em conjunto 
com as outras rendas. Mas o que é, exatamente, o lucro? O lucro caracteriza-se pela 
receita menos os custos de produção, isto é, o que resta da venda de um produto 
depois de pagos os custos dos outros fatores, como salários, juros e aluguéis.
Mais um exemplo será apresentado a seguir, no quadro “Abordagens da despesa 
e da renda”, que demonstra que as abordagens da despesa e da renda são formas 
diferentes de se medir o valor da produção em uma economia, a economia produz 
quatro tipos de bens: A, B, C e D.
O PIB (valor de mercado do produto final), conforme a abordagem da renda, “é dado 
pela soma dos salários (renda do trabalho), juros (renda do capital), dos aluguéis (renda 
da terra) e lucros (renda do fator capacidade empresarial)” (PASSOS; NOGAMI, 2016, 
p. 377). Os salários recebidos na produção dos bens A, B, C e D totalizam R$170,00 
(50,00 + 40,00 + 60,00 + 20,00). Por sua vez, a soma dos juros apresenta um total de 
R$15,00, e a soma dos aluguéis e do lucro totaliza R$79,00 e R$38,00, respectivamente. 
Se for realizada a soma do total de salários, juros, aluguéis e lucros ( 170,00 + 15,00 
+ 79,00 + 38,00), será obtido o valor da renda gerada de 302,00.
Como foi visto, o PIB pela ótica da oferta é a quantidade total produzida no período 
multiplicada pelo preço de mercado desse bem. Agora, preste atenção: o valor de 
mercado do bem A é de R$80,00 ( 2,00/unidade × 40 unidades); já os valores de 
mercado dos bens B, C e D são de R$70,00, R$102,00 e R$50,00, respectivamente. 
Assim, o PIB é de R$302,00. Se for feita a suposição de que tudo o que é produzido 
é vendido, chegar-se-á, novamente, à identidade básica da Macroeconomia:
Resumindo, ambas as abordagens proporcionam exatamente a mesma medida do 
PIB. Ou seja, o PIB pode ser mensurado de duas formas diferentes: (1) como o totalde custos, ou rendas, dos fatores de produção; ou (2) como o fluxo de despesa com 
produtos finais.
Todos os anos, a população consome uma grande variedade de bens e serviços 
finais, como bananas, computadores, camisetas, serviços odontológicos, serviços 
de assistência médica e cortes de cabelo. Esses bens são adquiridos e consumidos, 
em última instância, pelos consumidores, e as famílias gastam suas rendas nesses 
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bens de consumo. Ao somar todo o dinheiro gasto com o consumo desses bens, 
chega-se ao PIB total dessa economia simplificada.
Na economia simplificada, você pode calcular facilmente a renda ou o produto 
nacional como a soma do fluxo anual dos bens e serviços finais (preço das camisetas 
× número de camisetas) + (preço das bananas × número das bananas), e assim 
consecutivamente para todos os outros bens finais. Dessa forma, o PIB é definido 
como o valor monetário total do fluxo dos produtos finais produzidos pelo país.
Definir o PIB como a produção total de bens e serviços finais significa afirmar que 
o PIB exclui os bens intermediários, isto é, aqueles que são utilizados para produzir 
outros bens. O PIB inclui, por exemplo, a calça jeans, mas não o tecido; o pão, mas 
não o trigo.
Calcular o PIB pelo fluxo de produção (excluindo-se os bens intermediários) não é 
tão complicado. Estão inclusas as calças jeans e os pães, mas evita-se incluir o tecido 
utilizado na produção da calça e o trigo utilizado na produção dos pão. Logo, os itens 
intermediários estão apenas circulando no processo produtivo, visto que, se não forem 
comprados pelos consumido- res, nunca aparecerão no PIB como produtos finais.
Outro exemplo é o do pneu em um carro. Os bens pneu e carro são produzidos 
por empresas distintas. Seria possível considerar, na produção agregada, o valor da 
produção de ambos os bens, todavia não seria correto considerar o valor do pneu duas 
vezes, pois, no valor do carro, já está computado o valor desse bem intermediário. 
Para que esse problema de dupla contagem seja evitado, é necessário descontar da 
produção total da economia a produção ou o consumo intermediário.
Ainda, de acordo com Passos e Nogami (2016), excluir os produtos intermediários 
ou computar somente o valor adicionado são duas formas de se evitar o problema 
de dupla contagem.
Para a computação do valor adicionado, são levados em consideração os valores 
adicionados ao produto, à medida que ele passa pelos vários estágios do processo 
produtivo. Há um exemplo no quadro “Método do valor adicionado”, para que o problema 
de dupla contagem seja evitado com a utilização do método do valor adicionado, no 
qual se faz a suposição de que os produtores de trigo não compram bens intermediários 
de outras empresas.
Estágios Produção Receitas de Vendas - Compras de Outras Empresas = Valor 
Adicionado
1. Produção de trigo (fazenda)
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2. Produção de farinha (moinho)
3. Produção de pão (padaria) 
$700
Cabe ressaltar que, para uma empresa, o valor adicionado consiste no valor de 
suas vendas menos o valor de suas compras de bens intermediários. No exemplo 
do quadro “Método do valor adicionado”, faz-se a suposição de que os produtores 
de trigo não compram bens intermediários de outras empresas (PASSOS; NOGAMI, 
2016). Pode-se inferir, também, que o fazendeiro vende sua produção de trigo a um 
moinho por R$700,00. Já o dono do moinho processa o trigo, transformando-o em 
farinha, vendendo-a, posterior- mente, a uma padaria por R$1.000,00. O padeiro utiliza 
a farinha para fabricar o pão, vendendo-o aos consumidores por R$1.400,00.
Assim, “o valor adicionado na produção de trigo é de $ 700; na produção de farinha 
adicionam-se $ 300 ($ 300 = $ 1.000 – $ 700); na produção de pão, finalmente, 
adicionam-se $ 400 ($ 400 = $ 1.400 – $ 1.000)” (PASSOS; NOGAMI, 2016, p. 376). A 
“soma dos valores adiciona- dos em cada estágio de produção totaliza $ 1.400 ($ 700 
+ $ 300 + $ 400), que é igual ao valor do pão, que é o produto final. Esse resultado 
não é fruto do acaso e origina-se do fato de que os dois métodos evitam a contagem 
dos bens intermediários” (PASSOS; NOGAMI, 2016, p. 376).
4.2 VALORES REAIS E NOMINAIS
Existe um problema associado às medidas de atividade econômica: separar 
crescimentos de preços de crescimentos reais. Se, por exemplo, for observado que, 
entre dois períodos, o produto medido a preços correntes aumentou de R$ 10.000,00 
para R$ 18.000,00, como se assegurar de que não foram somente os preços que 
aumentaram? Para responder a essa questão, inicialmente, é necessário conhecer o 
que é e como calcular o deflator do PIB. Em seguida, ver os aspectos do desempenho 
do PIB real versus nominal.
O PIB nominal reflete tanto as quantidades de bens e serviços produzidos na 
economia quanto os seus preços. Todavia, mantendo os preços constantes nos níveis 
do ano-base, o PIB real reflete apenas a produção em quantidade (MANKIW, 2014). A 
partir dessas duas estatísticas, é possível calcular uma terceira, chamada de deflator 
do PIB, que representa uma medida utilizada para monitorar o nível médio de preços 
na economia e, consequentemente, a taxa de inflação.
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Figura 02: Controle das Taxas
Fonte: https://pixabay.com/pt/illustrations/gr%c3%a1fico-diagrama-crescimento-3033203/
Cabe ressaltar que o deflator do PIB pode ser empregado para se obter a inflação 
do PIB nominal, isto é, deflacionar o PIB nominal devido a um aumento de preços 
(SAMPAIO, 2016). Assim, o deflator do PIB é calculado da seguinte forma:
O PIB nominal e o PIB real devem ser iguais no ano-base e, por isso, o deflator 
do PIB para o ano-base é sempre igual a 100. Logo, o deflator do PIB para os anos 
seguintes mede a variação do PIB nominal a partir do ano-base, variação essa que 
não pode ser atribuída a uma variação do PIB real (SAMPAIO, 2016).
Para verificar se é verdade que o deflator do PIB mede o nível de preços corrente em 
relação ao nível de preços do ano-base, considere dois exemplos. Primeiro, pense em 
uma situação em que que as quantidades produzidas na economia aumentem com o 
tempo, mas os preços permaneçam iguais. Nesse caso, tanto o PIB nominal quanto 
o PIB real aumentam em conjunto, de forma que o deflator do PIB seja constante. 
Agora, imagine que os preços aumentem com o tempo, entretanto as quantidades 
produzidas permaneçam as mesmas. Nesse segundo caso, o PIB nominal aumenta, 
mas o PIB real se mantém inalterado, de forma que o deflator do PIB também aumenta. 
Em ambos os casos, o deflator do PIB reflete o que está acontecendo com os preços, 
não com as quantidades.
Os economistas utilizam o termo inflação para descrever ou expor uma situação na 
qual o nível geral de preços da economia aumenta. Nesse sentido, a taxa de inflação é 
uma alteração na porcentagem, em alguma medida, do nível de preços de um período 
para outro. 
Se o deflator do PIB aumentou em 2014 de 100 para 120, a taxa de inflação é 
100 × (120 – 100) / 100, ou 20%. Em 2015, o deflator do PIB aumentou de 120, no 
ano anterior, para 240, portanto, a taxa de inflação é 100 × (240 – 120) / 120, ou 
100%. Igualmente, a inflação pode ser medida pelo nível de preços, que é o acúmulo 
https://pixabay.com/pt/illustrations/gr%c3%a1fico-diagrama-crescimento-3033203/
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de inflações passadas. Se Pt-1 representa o nível de preços do ano passado e Pt 
representa o nível de preços de hoje.
Cabe ressaltar que a mensuração da inflação seria simples se os preços de todos 
os bens crescessem proporcionalmente. Entretanto, quando um preço cresce mais 
rápido que o outro, o cálculo da inflação é realizado com base numa determinada cesta 
de bens e ser- viços que, muitas vezes, não reflete a realidade de alguns indivíduos.
O PIB foidefinido anteriormente como o valor de mercado dos bens e serviços finais 
produzidos na economia, em um determinado período. Em outras palavras, o PIB é 
avaliado em termos monetários, levando em conta o preço de cada bem, no período 
em que esse bem foi produzido. Essa é uma medida satisfatória, caso se queira saber 
o valor do PIB de um ano qualquer.
Sabe-se, porém, que, ano a ano, o PIB pode variar devido a um aumento (ou uma 
diminuição) de preços, devido a um aumento (ou uma diminuição) na quantidade de 
bens ou devido a ambos. Por essa razão, é importante saber que parte do aumento 
corresponde à quantidade de bens e serviços produzidos, e que parte do aumento 
corresponde à variação de preços. 
Cabe, destacar que, por definição, a renda nacional é igual ao produto interno líquido 
a custo dos fatores. Ainda, uma última medida utilizada na economia é a da renda 
disponível do setor privado, isto é, quanto o setor privado da economia teve a seu 
dispor como resultado da atividade econômica no período em questão.
Partindo da renda nacional a custo dos fatores, há que se levar em consideração que 
os indivíduos precisam pagar impostos diretos, como Imposto de Renda de Pessoas 
Físicas, contribuições para o INSS ( Instituto Nacional do Seguro Social), dentre outros. 
Logo, ao serem deduzidos todos os abatimentos de contribuições compulsórias que 
o setor privado faz e acrescentadas todas as transferências do setor público para o 
privado (tais como pagamentos de aposentadorias, subsídios e outros), será obtida a 
renda que o setor privado teve a seu dispor, para consumo e poupança, como resultado 
da atividade econômica do período em questão.
Os dados do PIB, também, são utilizados como uma medida do bem-estar dos 
residentes de um país, dando a entender que um aumento do PIB significa que as 
pessoas estão em melhor situação, mas tais dados estão longe da perfeição, tanto 
em relação ao produto quanto em relação ao bem-estar. Nesse sentido, há alguns 
problemas como produtos que são mensurados de forma deficiente, visto que não são 
comercializados no mercado. Por exemplo, se você assa bolos de chocolate, o valor 
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do seu trabalho não é contabilizado nas estatísticas oficiais do PIB. Se você comprar 
um bolo (sem dúvida, de qualidade inferior), o trabalho do confeiteiro é contabilizado.
Assim, já houve diversas tentativas de se construir uma série de PIB ajustado que 
considere algumas dessas dificuldades, aproximando-se de uma medição do bem-
estar. Há estudos que indicam que uma série do PIB ajustado, em seu nível real, é 
cerca de 50% maior do que as estimativas oficiais.
ISTO ESTÁ NA REDE
Link: https://www.youtube.com/watch?v=lVjPv33T0hk 
Ademais, o aumento da participação das mulheres na força de trabalho tem 
aumentado os valores do PIB oficial sem redução de compensação para a 
diminuição da produção caseira. O valor da creche é medido, mas a ação de cuidar 
de seus próprios filhos em casa não é contabilizada. Os serviços oferecidos pelo 
governo não são diretamente precificados pelo mercado. Ainda, alguns recursos 
são incluídos no PIB, mas, na verdade, são empregados para evitar ou conter males 
como crimes ou riscos à segurança nacional.
ANOTE ISSO
É difícil contabilizar, de forma correta, as inovações e o aperfeiçoamento na 
qualidade dos bens, por exemplo os computadores, dos quais a qualidade tem 
melhorado radical- mente, enquanto seus preços têm caído de modo significativo. 
É importante frisar que tal fato se aplica a, praticamente, todos os bens, como os 
automóveis, cuja qualidade se altera ao longo do tempo.
https://www.youtube.com/watch?v=lVjPv33T0hk
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CAPÍTULO 05
FLUTUAÇÕES ECONÔMICAS 
Introdução
Olá Estudante, nesta unidade iremos abordar principais causas das flutuações 
econômicas. Para isso, você verá os componentes da demanda agregada em uma 
economia fechada sem governo e, em seguida, com governo; aprenderá sobre as 
relações do consumo, da poupança e do investi- mento, por meio da função consumo 
keynesiana e, na sequência, a função poupança; e, então, trabalhará a igualdade entre 
poupança e investimento.
Você compreenderá os fatores que determinam a renda, bem como os componentes 
da renda de equilíbrio e, ainda, as mudanças nos investimentos e as flutuações na renda. 
Por fim, irá analisar o comportamento da renda (produto) em alguns países selecionados 
ao longo dos úl- timos anos, para se aprofundar na questão das flutuações econômicas, 
que, em grande parte, estão relacionadas a alterações na demanda agregada.
Diante desse cenário, surge uma questão importante: Como o sistema econômico 
está vinculado ao comportamento da demanda agregada?
5.1 COMPONENTES DA DEMANDA AGREGADA
O desempenho do sistema econômico, de alguma forma, está vinculado ao 
comportamento da demanda agregada. Assim, os níveis de emprego, o hiato do produto, 
as variações cíclicas do desemprego involuntário e os índices de desemprego estrutural 
são derivados da demanda efetiva. Nesse sentido, quando esses itens estão baixos, 
a taxa de ocupação dos recursos de produção também será baixa.
Ainda, o comportamento da demanda agregada e suas pressões sobre a oferta 
agregada podem resultar em variações no índice geral de preços, Todavia, as quais 
podem, também, originar-se de movimentos nos custos da oferta agregada, o que levará 
a reações subsequentes que serão definidas pelas respostas da demanda agregada.
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A demanda agregada desempenha um papel importante nos modelos de 
determinação do produto e da renda nacional de equilíbrio, sob diferentes níveis de 
emprego e de preços. Nesse sentido, é importante conhecer o comportamento e os 
fatores determinantes de cada um de seus componentes.
Inicia-se, assim, o estudo sobre os principais componentes da demanda agregada 
e sobre como ela interage com a oferta para determinar a produção e os preços. Para 
isso, é necessário conhecer como a demanda agregada influencia o produto em uma 
economia fechada e sem governo e, em seguida, em uma economia fechada e com 
governo.
5.2 ECONOMIA FECHADA E SEM GOVERNO
Para entender o funcionamento do sistema econômico, conheça, agora, os 
determinantes da demanda, isto é, a renda de uma economia. Para isso, inicialmente, 
serão apresentados os agentes econômicos, como trabalhadores, empresários e o 
governo. Nesse sentido, preliminarmente, será montado um sistema econômico bem 
simples, no qual haja apenas trabalhadores e empresários, sendo uma economia 
fechada (não há setor externo) e sem governo.
Figura 01: Construção Econômica
Fonte: https://pixabay.com/pt/illustrations/homem-figura-brinquedo-76196/
Assim, nesse tipo de economia, os trabalhadores e os empresários produzem bens 
e serviços que são consumidos por eles. Os trabalhadores oferecem sua força de 
trabalho e os empresários oferecem as demandas. Nesse sentido, ao conjunto de 
https://pixabay.com/pt/illustrations/homem-figura-brinquedo-76196/
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empresas numa economia dá-se o nome de capacidade produtiva, representada pela 
letra K, que também pode ser denominada capital.
Se a poupança for igual ao investimento, é possível dizer que o sistema econômico 
está em equilíbrio. Como você entende a relação entre poupança e investimento?
Até o momento, tem sido trabalhada uma economia que funciona de acordo com a 
Lei de Say, ou seja, tudo o que foi produzido, foi consumido. No entanto podem ocorrer 
falhas no processo montado, visto que os empresários podem não aplicar toda sua 
poupança em um investimento produtivo.
De acordo com Silva e Luiz (2010), se os empresários estiverem pessimistas em 
relação ao futuro da economia, certamente não acreditarão no crescimento de seus 
negócios e não realizarão o investimento.

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