Ferramentas Técnicas dos Softwares en Plataforma CAD

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COMPUTAÇÃO 
GRÁFICA
Carlos Alberto Cenci 
Junior
Ferramentas técnicas 
dos softwares em 
plataforma CAD
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 Identificar os softwares em plataforma CAD (Computer Aided Design)
na representação gráfica de projetos arquitetônicos
 Reconhecer a importância da utilização deles para o cotidiano dos
profissionais da área.
 Definir formas de otimização projetual nessas ferramentas.
Introdução
Houve um tempo em que desenhar uma simples planta para construção 
civil era um trabalho oneroso e que exigia muita habilidade com lápis ou 
caneta. Com o advento da computação gráfica, mais especificamente do 
campo da síntese de imagens, profissionais de diversas áreas passaram 
a enxergar diversas vantagens no emprego da computação em seus 
escritórios. Os arquitetos não ficaram de fora.
Neste capítulo, você vai aprender um pouco mais sobre os softwares 
CAD mais utilizados na representação gráfica de projetos arquitetônicos 
e como estas ferramentas fazem parte do dia a dia dos profissionais da 
área de arquitetura. 
Os principais softwares em plataforma CAD na 
representação gráfica de projetos arquitetônicos
É provável que você já tenha visto, ao longo das unidades, nomes de vários 
softwares em plataforma CAD. Você já conhece os princípios básicos de 
operação do AutoCAD, sua interface, seu sistema de coordenadas e alguns 
comandos. Porém, é importante saber que existem muitas alternativas ao pro-
grama da Autodesk, algumas gratuitas, outras para áreas diferentes da nossa. 
O sistema que por convenção é chamado de CAD, ou desenho auxiliado por 
computador, é apenas uma entre dezenas de ferramentas usadas por arquitetos 
e engenheiros. Aplicações muito semelhantes podem ser alternativas variando 
em função da profissão ou necessidade de trabalho específica. Na literatura 
específica sobre o assunto, podemos encontrar a expressão desenvolvimento 
de produto digital (DPD) para designar uma parte do processo projetual, e o 
CAD é apenas uma parte disso. Nesse contexto, significa que o CAD pode ser 
usado em conjunto com outras ferramentas de outro tipo, como ferramentas 
do tipo Engenharia Assistida por Computador (CAE), Fabricação Assistida 
por Computador (CAM) e, para auxilio de comandos, Máquinas de Controle 
Numérico (CNC).
Há uma grande diversidade de tipos de CAD, com necessidades e carac-
terísticas de interface diferentes. Podemos encontrar um núcleo em comum 
entre as ferramentas de operabilidade desses softwares, e a mais explícita 
delas é o sistema de coordenadas para inserção de pontos. 
Alguns softwares CAD, por exemplo, oferecem apenas uma plataforma 
de desenho bidimensional (2D), e estes estão dentro dos considerados gra-
tuitos ou de menor custo. Outros tipos de CAD oferecem a possibilidade da 
criação de formas geométricas tridimensionais detalhadas. Alguns permitem 
a construção direta e outros, apenas a construção de sólidos por subtração 
ou adição. 
Recentemente o site da Beyond Mech fez uma lista, baseada em estatística 
dos softwares CAD mais utilizados no mercado internacional. Essa lista faz 
uma leitura de todo contexto de aplicações CAD, incluindo aplicações para os 
campos de elétrica, mecânica e engenharia. Por isso, vamos aplicar um filtro 
e revelar a você apenas os programas dedicados à construção civil (BEYOND 
MECH, 2018): 
  Autodesk AutoCAD;
  Autodesk Inventor;
  SketchUP;
  Rhinoceros3D;
  NanoCAD (gratuito);
  FreeCAD (gratuito);
  LibreCAD (gratuito).
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Na Figura 1, temos uma foto da tela principal do NanoCAD, que se parece 
muito com o AutoCAD. Podemos identificar muitos itens em comum. 
Figura 1. Tela do NanoCAD.
Para ilustrar que CAD, CAE e CAM não são aplicações só da arquitetura, 
vamos conhecer um trabalho de outra área. O pesquisador Bernardes et al. 
(2012), dentista, desenvolveu uma pesquisa acadêmica com CAD e CAM, ao 
mesmo tampo. Segundo este autor:
Novas tecnologias utilizadas na Odontologia, como a digitalização de imagens, 
levaram a mudanças significativas na obtenção de próteses e infraestruturas 
protéticas. A grande área da engenharia desenvolve processos para fabricação 
de diversos produtos industrializados com auxílio da tecnologia CAD/CAM 
[...]. O uso desta técnica vem sendo sugerido na clínica odontológica desde 
a década de setenta, com o objetivo de simplificar, automatizar e garantir 
níveis de qualidade com adaptações micrométricas das próteses dentárias 
(BERNARDES et al., 2012, p. 8).
É possível perceber como o uso de softwares pode ser diversificado. 
Mesmo dentro da arquitetura, o uso do CAD pode ser explorado de formas 
diferentes. Existem pequenos programas, ou modificações em código, cha-
mados de macros. Por meio deles, você pode usar o AutoCAD para, por 
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exemplo, criar formas automáticas, escadas automáticas, calcular áreas 
automáticas, etc. Basta conhecer um pouquinho de linguagem de progra-
mação. Se você já é um aluno avançado, pode pesquisar um pouco e arriscar 
algumas edições de macros.
A importância da utilização dos softwares 
CAD para o cotidiano dos profissionais da 
área de arquitetura
Uma das palavras-chave durante o fl uxo de trabalho comum em um escritório 
de arquitetura é o tempo. Quanto mais ferramentas de otimização de tempo 
você dominar, melhor será sua produtividade. O sistema CAD veio a impactar 
diretamente nesse contexto, diminuindo, e muito, uma das tarefas mais onerosas 
do desenho técnico: a popular “refação”, ou seja, toda sistematização de editar 
e reeditar o mesmo desenho, várias vezes. 
Tente imaginar como era a refação antigamente. É muito difícil apagar uma 
linha errada com uma lâmina de barbear, ou mesmo replicar copiosamente um 
desenho a partir de outro, por meio de inúmeras folhas de papel vegetal. Nos 
sistemas de desenho computacional, todas essas tarefas podem ser substituídas 
por simples comandos apagar, desfazer, copiar e colar. 
Vamos agora pensar em outro problema comum em escritórios. Imagine 
que você e a fictícia Maria Júlia trabalham juntos em um escritório que faz 
projetos grandes, como hospitais, escolas e teatros. Maria Júlia é a responsável 
por um projeto executivo de um hospital e, nos últimos dois meses, ela fez 
metade do trabalho atribuído a ela. Agora, imagine que Maria Júlia é demitida 
da empresa e sobra para você terminar o projeto. Em uma situação de desenho 
manual, isso seria desesperador, pois cada profissional tem seu estilo, traço, 
etc. O desenho não pode ter mudanças de estilo, já que isso geraria uma 
“bagunça” visual.
À medida que a tecnologia avança, novas necessidades de projeto podem 
surgir e os sistemas de desenho auxiliado por computador são comple-
tamente adaptáveis pelos desenvolvedores para se adequar a essas novas 
realidades. 
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Seguindo nossa estratégia de aprofundar nosso conhecimento no AutoCAD, vamos 
aprender mais dois comandos novos: Array e Dist. São duas ferramentas bem diferentes 
uma da outra, mas que podem ajudar na otimização e na economia de tempo durante 
o desenho de um projeto. De acordo com Baldam, Oliveira e Costa (2015):
  Array: gera cópias alternadas, pode ser polar ou retangular. Os itens são distribuídos 
em cópias, ortogonalmente em qualquer combinação de linhas e colunas. Pode 
se controlar o número de linhas e colunas do Array e o espaçamento entre linhas 
e colunas. 
  Dist: fornece informações geométricas de relação entre dois pontos, incluindo: 
distância entre eles, o ângulo entre os pontos no plano XY, o ângulo entre os pontos 
a partir do plano XY e o delta ou variação entre as distâncias X, Y e Z.
Formas de otimização projetual no sistema CAD
Quando falamos de otimização de trabalho em um sistema de desenho auxi-
liado por computador, temos que ter em mente a palavra padrão. Como vimos 
anteriormente, essa éa chave para ganharmos tempo e qualidade em nossos 
desenhos técnicos.
Isso seria um problemão, se não fossem os softwares CAD. A maior parte 
deles, e isso inclui o AutoCAD, oferecem aos desenhistas diversos tipos de 
padrões. Podemos destacar:
  Sistema de padronização de nomenclatura de arquivos: há alguns anos, a 
empresa Autodesk criou um sistema de nomenclatura par arquivos CAD 
chamado NCS. Cada nome de arquivo pode ser composto por uma sigla 
para uma disciplina mais um código de tipo de desenho, seguido por uma 
numeração. Por exemplo, A-FP01. De acordo com a NCS, recomenda-se os 
códigos FP para planta de piso, SP para implantação, EL para elevação, DT 
para detalhes e DG para diagramas. Se você se interessar pelo assunto, basta 
uma rápida pesquisa na internet para encontrar todos os parâmetros NCS.
  Diretório de salvamento padrão para cada arquivo: arquivos de mesmo 
projeto, espalhados em várias pastas pode ser um terror durante a orga-
nização de um projeto. No caso de um funcionário parar na metade do 
trabalho e sobrar para você terminar, é possível configurar um programa 
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CAD para fixar uma pasta padrão para todos os seus arquivos de projeto. 
Dessa forma, arquivos de desenho, salvamentos automáticos e blocos 
estarão no mesmo lugar, mesmo com usuários diferentes.
  Tipos de linha padronizados: softwares do tipo CAD permitem o carrega-
mento de diversos tipos padrões de linhas, com aparência, cor e texturas 
diferentes. Podem ser carregadas para garantir um mesmo padrão entre 
desenhos diferentes de um mesmo projeto. Podemos, por exemplo, atribuir 
padrões de linhas específicas para camadas diferentes dentro de um arquivo.
  Estilos de texto padronizados: Pode-se criar padrões para texto, desde 
sua representação por meio de fontes, tamanhos e cores.
  Blocos: são grupos de desenho, separados em diferentes arquivos, 
que podem ser incorporados em diversos projetos. Você pode ter um 
bloco, por exemplo, contendo o desenho de uma cadeira de madeira. Ao 
construir um bloco, essa cadeira fica salva em um arquivo e você pode 
inserir esse arquivo em diversos projetos. Se essa cadeira for alterada, 
todos os projetos com ela terão essa alteração.
Uma maneira interessante de criar arquivos previamente personalizados é por meio 
dos templates ou modelos. Os templates podem ser criados a partir de um arquivo 
DWG comum, mas são salvos com a extensão *.dwt. 
Um arquivo de template é um arquivo que já contém as camadas configuradas (nome, 
cor e espessura), os estilos de linhas (linetypes), as espessuras de linhas (lineweight) e 
também os estilos de dimensionamento e estilos de textos já configurados. Basta 
guardar o template em uma pasta e abrir um desenho novo utilizando-o como base.
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BALDAM, R.; OLIVEIRA, A.; COSTA, L. AutoCAD® 2016: utilizando totalmente. São Paulo: 
Saraiva, 2015.
BERNARDES, S. R. et al. Tecnologia CAD/CAM aplicada à prótese dentária e sobre implan-
tes: o que é, como funciona, vantagens e limitações. Jornal Ilapeo, v. 6, n. 1, p. 8-13, 2012.
Leituras recomendadas
BEYOND MECH. The handbook for mechanical drawings and blueprints. 2017. Disponível 
em: <http://beyondmech.com/>. Acesso em: 6 dez. 2018.
TULER, M.; KOU, C. W. Exercícios para AutoCAD: roteiro de atividades. Porto Alegre: 
Bookman, 2014.
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