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Epistemologia geral e comtemporanea

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Brasília-DF. 
EpistEmologia gEral E ContEmporânEa
Elaboração
Nelson Silva Espíndola
Rogério de Moraes Silva
Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
Sumário
APrESEntAção ................................................................................................................................. 4
orgAnizAção do CAdErno dE EStudoS E PESquiSA .................................................................... 5
introdução.................................................................................................................................... 7
unidAdE úniCA
EPISTEMOLOGIA GERAL E CONTEMPORÂNEA ........................................................................................ 9
CAPítulo 1
ASPECTOS INTROduTóRIOS ...................................................................................................... 9
CAPítulo 2 
dESAfIOS dA fILOSOfIA POLíTICA .......................................................................................... 14
CAPítulo 3
EMPIRISMO LóGICO .............................................................................................................. 21
CAPítulo 4
A CIêNCIA dAS GuERRAS ....................................................................................................... 28
CAPítulo 5
POSITIvISMO LóGICO ............................................................................................................ 32
CAPítulo 6
CIêNCIA E fILOSOfIA ............................................................................................................. 43
CAPítulo 7
CONhECIMENTO fILOSófICO ............................................................................................... 44
CAPítulo 8
A LóGICA CLáSSICA .............................................................................................................. 48
CAPítulo 9
AS fORMAS dE CONhECIMENTO ........................................................................................... 54
rEfErênCiAS .................................................................................................................................. 58
4
Apresentação
Caro aluno
A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se entendem 
necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. Caracteriza-se pela 
atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela interatividade e modernidade 
de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da Educação a Distância – EaD.
Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade dos conhecimentos 
a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos específicos da área e atuar de forma 
competente e conscienciosa, como convém ao profissional que busca a formação continuada para 
vencer os desafios que a evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.
Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo a facilitar 
sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na profissional. Utilize-a 
como instrumento para seu sucesso na carreira.
Conselho Editorial
5
organização do Caderno 
de Estudos e Pesquisa
Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em capítulos, de 
forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos básicos, com questões 
para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam a tornar sua leitura mais agradável. Ao 
final, serão indicadas, também, fontes de consulta, para aprofundar os estudos com leituras e 
pesquisas complementares.
A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de Estudos 
e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes 
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor 
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita 
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante 
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As 
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Sugestão de estudo complementar
Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo, 
discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso.
Praticando
Sugestão de atividades, no decorrer das leituras, com o objetivo didático de fortalecer 
o processo de aprendizagem do aluno.
Atenção
Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a 
síntese/conclusão do assunto abordado.
6
Saiba mais
Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões 
sobre o assunto abordado.
Sintetizando
Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o 
entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.
Exercício de fixação
Atividades que buscam reforçar a assimilação e fixação dos períodos que o autor/
conteudista achar mais relevante em relação a aprendizagem de seu módulo (não 
há registro de menção).
Avaliação Final
Questionário com 10 questões objetivas, baseadas nos objetivos do curso, 
que visam verificar a aprendizagem do curso (há registro de menção). É a única 
atividade do curso que vale nota, ou seja, é a atividade que o aluno fará para saber 
se pode ou não receber a certificação.
Para (não) finalizar
Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem 
ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado.
7
introdução
Com o surgimento da ciência moderna, no século XVI, a palavra epistemologia foi adquirindo 
sentido mais preciso, tendo como referencial o conhecimento humano. Somente a partir da segunda 
metade do século XIX a epistemologia alcançou destaque como um campo de estudo da filosofia. 
Conquistando um estatuto próprio, a epistemologia torna-se cada vez mais importante na análise 
crítica do fazer científico.
Atualmente, a epistemologia se ocupa do conhecimento científico, especificamente, estudando-o de 
maneira crítica, detém-se na reflexão radical, isto é, busca a raiz, a origem das várias ciências (ou de 
cada ciência), investigando os princípios que as fundamentam, as hipóteses gerais que elas formulam 
e as conclusões a que chegam, o método científico que utilizam na construção do conhecimento que 
elaboram e também apreciando o valor da produção científica, enquanto tal.
Este caderno, portanto, tem o objetivo de proporcionar informações acerca da Epistemologia Geral 
e Contemporânea, com o compromisso de orientar os profissionais da área de Filosofia, para que 
possam desempenhar suas atividades com eficiência e eficácia.
objetivos:
 » Conhecer aspectos introdutórios sobre epistemologia. 
 » Levantar os desafios da Filosofia Política.
 » Identificar aspectos relevantes sobre Empirismo Lógico, Ciência das Guerras e 
Positivismo Lógico.
 » Identificar aspectos relevantes sobre Ciência e Filosofia.
9
unidAdE úniCA
EPiStEMologiA 
gErAl E 
ContEMPorÂnEA
CAPítulo 1
Aspectos introdutórios
Epistemologia
Sugere-se ver o vídeo: Tópicos de Epistemologia e Didática – Introdução. Disponível em:
<http://www.youtube.com/watch?v=NjxdcTmXquA>.
A palavra epistemologia é de origem grega, sendo formada de dois termos, também gregos: espisteme 
e logos.
Episteme significa ciência, saber, aplicação mental. E logos quer dizer matérias de estudo ou 
conversação, entre outros significados (razão, inteligência, palavra etc.).
Uma definição mais elaborada pode ser a seguinte: 
É a crítica metodológica da ciência, na medida em que essa crítica tende à 
explicitação consciente e sistemática do método e das condições de validade 
dos juízos tornados próprios pelos cientistas, perseguindo assim uma 
‘reconstrução racional’ do conceito de conhecimento científico.
(PASQUINELLI, A.Nuovi principi di epistemologia. Milano: Feltrinelli, 1964, p. 56).
Em outros termos, a epistemologia se propõe a responder às seguintes questões: 
O que é conhecimento cientifico? Em que consiste o trabalho do cientista? 
Interpreta, descreve, explica, prevê? Faz apenas conjeturas ou verdadeiras 
asserções que espelham fielmente os fatos? As leis da ciência são resultados 
de procedimentos indutivos, ou antes, conjeturas de imaginação científica que 
deverão sujeitar-se a uma terrível luta (=provas empíricas) pela existência? 
Quando podemos dizer que uma ‘teoria’ é melhor do que outra? 
(ANTISERI, D. La filosofia del linguaggio. Brescia; Morcelliana, 1973, p. 95). 
10
UNIDADE ÚNICA │ EPISTEMOLOGIA GERAL E CONTEMPORÂNEA 
Com o surgimento da ciência moderna, no século XVI, a palavra epistemologia foi adquirindo 
sentido mais preciso, tendo como referencial o conhecimento humano. Somente a partir da segunda 
metade do século XIX é que a epistemologia alcançou destaque, como um campo de estudo da 
Filosofia. Conquistando um estatuto próprio, a epistemologia torna-se cada vez mais reconhecida e 
importante na análise crítica do fazer científico.
Atualmente, a epistemologia se ocupa do conhecimento científico, especificamente. Estudando-o de 
maneira crítica, detém-se na reflexão radical, isto é, busca a raiz, a origem das várias ciências (ou de 
cada ciência), investigando os princípios que as fundamentam, as hipóteses gerais que elas formulam 
as conclusões a que chegam, o método científico que utilizam na construção do conhecimento que 
elaboram e também apreciando o valor da produção científica, enquanto tal.
Explicação dos termos
1. Mecanicismo: considera a natureza só do ponto de vista de movimento espacial, 
como se tratasse de uma máquina.
2. Entropia: termo de origem grega significa “transformação”. Este princípio, 
formulado no século XIX, afirma que o calor passa somente do corpo mais quente 
ao corpo mais frio: e não vice-versa. Daí, toda “transformação” de energia acaba se 
degradando. Assim, a energia mecânica pode ser transformada totalmente em calor; 
mas só uma parte do calor pode ser transformado em energia mecânica. Conclui-
se daí, a irreversibilidade dos fenômenos naturais; e chega-se também a predizer a 
morte do universo pela degradação total da energia.
3. Radioatividade: é a propriedade que alguns tipos de átomos instáveis apresentam 
de emitir energia e partículas subatômicas. Praticamente afirma a desintegração dos 
átomos. Os estudos sobre o comportamento dessas substâncias derrubaram a ideia de 
indivisibilidade do átomo e foi reforçada pelas sucessivas descobertas sobre a estrutura 
atômica, caracterizada pela conjunção de neutros e prótons (no núcleo: partículas de 
carga positiva) e de elétrons (na região extra nuclear: partículas de carga negativa 
responsáveis pelas propriedades químicas dos elementos). Assim, a radioatividade 
não é senão a perda, por parte do átomo, de alguns de seus componentes.
4. Relatividade: teoria formulada por Einstein em 1905. Para ele, nem o tempo, nem 
o espaço são algo de absoluto. Por exemplo, um corpo tem massa maior quando 
em movimento do que quando em repouso; e nenhum corpo alcança velocidade 
igual ou maior à da luz. Além disso, a luz sofre a ação de um campo gravitacional 
e sua trajetória, nas vizinhanças das grandes massas, se curva, deixa de ser 
retilínea. Dependendo de observadores diferentes, o tempo passa mais ou menos 
rapidamente. Um objeto material com velocidade próxima à da luz sofre efeitos 
surpreendentes: sua massa aumenta, o espaço se contrai e o tempo se dilata. E, 
consequentemente, o corpo que permanece em repouso envelhece em relação a 
outro corpo em movimento.
11
EPISTEMOLOGIA GERAL E CONTEMPORÂNEA │ UNIDADE ÚNICA
5. Quanta: em 1900, o físico alemão Max Planck afirmou que a radiação é emitida 
de forma descontínua, em minúsculos pacotes denominados “quanta”. A 
mecânica quântica busca descrever e explicar as propriedades das moléculas e 
átomos e de seus elementos constituintes. Esta teoria introduziu o princípio de 
“indeterminação” com o qual a causalidade rigorosa dos fenômenos físicos era 
negada, em virtude da impossibilidade de prever com exatidão o comportamento 
das partículas atômicas individuais.
6. Euclidiano: Euclides de Alexandria (III séc. a.C.) foi um matemático grego, na sua 
obra “Os elementos” apresentou os princípios da geometria que foram aceitos por 
muitos séculos.
A Epistemologia contemporânea marca uma ruptura radical, em comparação com o Positivismo, na 
maneira de considerar a ciência.
O Positivismo considerava que o único critério do conhecimento consistia no controle dos dados da 
experiência. Consequentemente, o saber científico não é apenas a forma mais alta do conhecimento, 
mas a única: e se baseia no tripé observação/demonstração/quantificação.
A Epistemologia, por sua vez, reconhece, além do saber científico, outras formas de saber (filosófico, 
estético etc.), com seu específico conteúdo e método. Reconhece que também a Metafísica (=filosofia) 
ajudou muitas vezes a ciência propondo motivações para a pesquisa – pense-se, por exemplo, na 
“alegria de buscar e de encontrar a verdade” de S. Agostinho.
Quanto teoria, a “Epistemologia Convergente” se propõe ao estudo do processo de aprender e das 
dificuldades que nele possam ocorrer, buscando compreendê-los em seus aspectos cognitivos, 
afetivos e do meio. Para isso, os investiga a partir da contribuição cognitiva, psicanalítica e da 
psicologia social.
A denominação “convergente” deve-se a que, na Epistemologia Convergente, confluem três vertentes 
do saber científico: a escola de Genebra (piagetiana), a Psicanálise (freudiana) e a Psicologia Social 
(de E. Pichon-Rivière).
JEAn PiAgEt
12
UNIDADE ÚNICA │ EPISTEMOLOGIA GERAL E CONTEMPORÂNEA 
Jean Piaget nasceu em Neuchâtel, Suíça, em 1896. Aos 10 anos publicou seu primeiro artigo 
científico, sobre um pardal albino. Desde cedo interessado em filosofia, religião e ciência, formou-se 
em biologia na universidade de Neuchâtel e, aos 23 anos, mudou-se para Zurique, onde começou 
a trabalhar com o estudo do raciocínio da criança sob a ótica da psicologia experimental. Em 1924, 
publicou o primeiro de mais de 50 livros: A Linguagem e o Pensamento na Criança.
Fonte: <http://criticaehistoria.blogspot.com.br/2011/08/jean-piaget-o-biologo-que-colocou.html>.
SigMund frEud
Psicanálise é a ciência do inconsciente que foi fundada por Sigmund Freud (1856-1939). Um 
método de investigação, que consiste essencialmente em evidenciar o significado inconsciente das 
palavras, das ações, das produções imaginárias (sonhos, fantasias, delírios) de um sujeito. Este 
método baseia-se principalmente nas associações livres do sujeito, que são a garantia da validade 
da interpretação. A interpretação psicanalítica pode estender-se a produções humanas para as 
quais não se dispõe de associações livres. A psicanálise é um método psicoterápico baseado nesta 
investigação e especificado pela interpretação controlada da resistência, da transferência e do 
desejo. O emprego da psicanálise como sinônimo de tratamento psicanalítico está ligado a este 
sentido; exemplo: começar uma análise.
Fonte: <http://www.psicanalise.jex.com.br/>.
EnriquE PiCHon-riViÈrE
13
EPISTEMOLOGIA GERAL E CONTEMPORÂNEA │ UNIDADE ÚNICA
Enrique Pichon-Rivière nasceu em 25 de junho de 1907, em Genebra, na Suíça, filho de Alphonse 
Pichon e de Josephine la Riviere, nativos franceses de Lion. Ambos com ideias progressistas e fortes 
convicções socialistas. Seu pai, que tinha sido um soldado na Academia Militar de Saint-Cyr, foi 
expulso por suas ideias políticas e, em seguida, enviado por sua família para Manchester Inglaterra 
para aprender sobre a indústria têxtil, ele teve duas filhas e três filhos de um primeiro casamento, 
após a morte de sua esposa, se casou com a irmã de sua falecida esposa. Henry era o único filho 
nascido deste segundo casamento.
Fonte: <http://psicologiasocial-crecer.blogspot.com.br/2010/12/enrique-pichon-riviere_02.html>.Essas três “escolas”, podemos chamá-las assim, fornecem o embasamento teórico-prático para 
compreensão e investigação do sujeito cognoscente, isto é, daquele que processa e em quem se 
processa a construção do conhecimento.
Nesta construção levam-se em conta as condições afetivas e cognitivas peculiares ao sujeito 
cognoscente e também as condições do meio em que este sujeito vive e atua, tudo isso num processo 
interativo e que emerge no próprio ato de aprender.
Sugere-se ver o vídeo “Sigmund Freud-Suas teorias”, disponível em: 
<http://www.youtube.com/watch?v=hRN4iTBrPeQ>
14
CAPítulo 2 
desafios da filosofia política
Honrar um pensador não é elogiá-lo, nem mesmo interpretá-lo, mas discutir sua 
obra, mantendo-o, dessa forma, vivo, e demonstrando, em ato, que ele desafia o 
tempo e mantém sua relevância. 
(Cornelius Castoriadis)
<http://niltonbrunotomelin.blogspot.com.br/2008/08/aranha-maria-lcia-de-arruda-filosofando.html>
Rawls, dentre os chamados comunitaristas, apresenta contradições de temas inspirados por Hengel. 
O debate das posições filosóficas liberais é polemizado por Rawls. 
Uma Teoria da Justiça (1971) é a mais importante, criativa, influente e polêmica 
obra de Filosofia Política do Séc. XX. Nela, Rawls concebe a sociedade como 
um sistema equitativo de cooperação, no qual é preciso distribuir de modo 
justo os benefícios e encargos da cooperação [...].
Fonte: <http://aquitemfilosofiasim.blogspot.com.br/2011/09/john-rawls-e-posicao-original.html>
Na relação com Hegel, especial destaque deve ser dado a C. Taylor. 
As relações entre Hegel e Rawls, se analisadas coerentemente, dão a ideia real das polêmicas entre 
os dois filósofos. Essa avaliação, de certa forma abranda as críticas dos chamados comunitaristas. 
[...] não devemos cair nas ladainhas das lamúrias, dizendo que, no mundo, 
muitas vezes ou quase sempre, os bons e piedosos são infelizes, ao contrário 
dos maus e perversos. Por felicidade entendem-se coisas bem diversas, como 
15
EPISTEMOLOGIA GERAL E CONTEMPORÂNEA │ UNIDADE ÚNICA
fortuna, honra mundana e coisas semelhantes. Mas quando se trata de um fim 
em si e por si, o que se chama ventura ou infortúnio deste ou daquele indivíduo 
particular não pode ser tomado como momento da ordem racional do universo. 
Aqui não é o interesse nem a paixão individual que exigem satisfação, mas a 
razão, o direito e a liberdade.
Fonte: Hegel In: Filosofia da História.
Inicialmente, observa-se a participação (com influência) hegeliana em Rawls, não obstante de haver 
controversas, fato que não pode ser desprezado – e, por isso mesmo, merece ser examinado de forma 
crítica e mais aprofundada. O interesse do pensador (filósofo) norte-americano por Hegel se nota, 
por exemplo, nas interações que ele mantém com J. Dewey a propósito da avaliação do kantismo 
em seus pressupostos. Rawls comenta que Dewey iniciara seu progresso nos estudos filosóficos, 
igualmente a outros, por volta dos anos 1880, fortemente influenciado por Hegel. Mérito seu foi à 
possibilidade de adaptação daquilo que havia de mais positivo no idealismo de Hegel em uma forma 
mais natural factível da cultura contemporânea.
Hegel, por exemplo, desejava ultrapassar os inúmeros dualismos que, segundo ele, modificavam 
negativamente o idealismo “sublime” de Kant, e Dewey, ao longo de toda a sua obra, dividiu essa 
inquietação afirmando, muito frequentemente, a continuidade do que Kant havia separado de 
maneira tão radical.
Rawls com relação a Dewey, demonstra que seu ponto de vista quanto teoria da justiça como 
equidade não se coaduna retilineamente a Kant, e nem deve ser considerado como uma concepção 
kantiana no sentido estrito.
Portanto, aparecem pontos bastante semelhantes entre a teoria de Rawls e a de Dewey, talvez daí a 
explicação do desejo comum de superar os dualismos da doutrina kantiana. 
Rawls afirma:
O adjetivo kantiano exprime apenas uma analogia, não uma identidade; ele 
indica que minha doutrina se parece em boa parte, com a de Kant, e isso se dá a 
respeito de muitos pontos fundamentais, pelo que está bem mais próximo dela 
do que de outras doutrinas morais tradicionais que nos servem de comparação.
O comunitarismo com críticas a Hegel que contrariam a tradição da teoria do contrato social bem 
como os pressupostos do liberalismo são importantes para Rawls. O liberalismo político considera, 
mas tenta justificar com argumentações no sentido de validar pertinentes ou não para contestar as 
principais teses da teoria da justiça como equidade. Rawls afirma publicamente que tal aversão ao 
liberalismo parece não mais existir.
As críticas que foram formuladas, com base nas teorias de Hegel, são dependentes, de uma concepção 
errada ou de uma analogia do liberalismo. Nesse ambiente que se pode analisar a relação de Rawls 
– notadamente, aquela que se dá após a publicação de “Uma Teoria da Justiça” com o pensamento 
político de Hegel. Duas vertentes podem ser analisadas nessa relação.
16
UNIDADE ÚNICA │ EPISTEMOLOGIA GERAL E CONTEMPORÂNEA 
Um primeiro aspecto diz particularmente à inclusão de Hegel na linha do pensamento político no 
qual o filósofo norte-americano chamou de “liberalismo da liberdade”. Um segundo aspecto refere-
se à discussão crítica com o hegelianismo, notadamente, sobre o tema da reconciliação, visando à 
correção de alguns elementos do normativismo “abstrato” da teoria da justiça, que será analisada a 
partir dos ajustes feitos na década de 1980 e início dos anos de 1990 do século passado sob a ótica do 
liberalismo político inserido na realidade histórica do “pluralismo razoável” das sociedades liberais 
democráticas modernas.
Em relação à inclusão de Hegel, no pensamento político, numa concepção geral sobre os pressupostos 
(liberais) de Rawls este afirma categoricamente: “Eu interpreto Hegel como um liberal reformista 
moderadamente progressista, e vejo seu liberalismo como um importante exemplo na história da 
filosofia política e moral do liberalismo da liberdade”.
O autor clarifica que se a doutrina, em relação aos princípios são aqueles definidos pela liberdade 
política e cívica, que têm importância sobre outros princípios que poderiam ser evidenciados. Kant 
e J. S. Mill, entre outros são teóricos que se posicionam num mesmo diapasão.
Tradicionalmente o liberalismo da liberdade, ao menos da Reforma, dá importância especial a certos 
tipos de liberdades: como a liberdade de consciência e de pensamento, liberdade para que pessoas 
possam ter a vocação que desejarem, contraditoriamente a liberdade da escravidão e da servidão.
Rawls refere-se à incorporação da vontade livre nas instituições sociais e políticas do Estado 
moderno, preconizada por Hegel, como grandemente contributiva para a filosofia moral e política.
Essas instituições (sociais e políticas) favorecem a tornar possível a liberdade dos cidadãos, 
colocando assim a presença do Estado como guardião mais sublime da liberdade. Esse sentido 
de liberdade não pressupõe associar a Filosofia do Direito “como uma tentativa de justificação do 
Estado prussiano em 1820 ou posterior”, ou à defesa do “imperialismo germânico e dos nazistas”.
Hegel dá a ideia de afastamento do liberalismo tradicional. Aspecto que abordado na relação do 
hegelianismo com a teoria do liberalismo político consiste em verificar que o interesse de Rawls 
por Hegel nota-se, não só pela leitura descritiva da história das ideias morais e políticas de alguns 
autores (que compartilham princípios filosóficos presentes na tradição do liberalismo da liberdade), 
mas indica, também, uma preocupação filosófica, no sentido de avaliar as possibilidades teóricas do 
tema hegeliano da reconciliação.
Inicialmente, analisando o que quer dizer para a filosofia política de Hegel. Em seguida, faz-se a 
leitura de alguns pontos da teoria rawlsiana que condizem certa aproximação ou mesmo analogias 
com o conceito da reconciliação e o que ele representa para a filosofia política.
Não obstante Hegel estar incluso na concepçãodo “liberalismo da liberdade”, o seu liberalismo 
ainda não é suficiente, em comparação com o conceito pleno da teoria política liberal. Na concepção 
de Rawls, uma assertiva liberal da justiça deve ter os principais elementos, quais sejam: 
 » abordagem clara de algumas liberdades, de oportunidades e de direitos básicos, a 
exemplo daquelas muito praticadas nos regimes democráticos constitucionais; 
17
EPISTEMOLOGIA GERAL E CONTEMPORÂNEA │ UNIDADE ÚNICA
 » estabelecimento de prioridades para as liberdades e oportunidades, direitos e 
valores; 
 » medidas que garantam aos cidadãos as condições adequadas que favoreçam 
utilização de suas liberdades e de suas oportunidades básicas.
Rawls acrescenta outras condições para formar uma ideia mais completa de uma concepção liberal 
de justiça:
“1) a autoridade política deve respeitar o Estado de direito e uma concepção do 
bem comum que compreende o bem de cada cidadão;
2) a liberdade de consciência ou de pensamento deve ser garantida, e isso deve 
estender-se à liberdade de seguir a sua própria concepção do bem, ficando 
entendido que esta não deve violar os princípios de justiça; 
3) direitos políticos iguais devem ser garantidos, assim como a liberdade de 
imprensa e de associação, o direito de constituir partidos que pressupõe, por 
outro lado, a eventualidade de uma oposição leal;
4) a igualdade das oportunidades e a livre escolha de um trabalho devem ser 
mantidas na perspectiva de oportunidades variadas; e
5) todos os cidadãos devem ter a garantia de uma distribuição equitativa dos 
meios materiais, de modo que eles sejam suficientemente independentes e 
possam tirar proveito da igualdade dos seus direitos básicos, das liberdades e 
das oportunidades equitativas”.
O livro Hegel’s Social Philosophy. The Project of Reconciliation, escrito por Michael O. Hardimon, é 
muito esclarecedor e é citado por Rawls como uma das fontes de referência para a sua interpretação 
do tema hegeliano da reconciliação, especifica algumas razões para se aprofundar nesse assunto:
 » O tema tem relação estreita com o contexto cultural atual e está vinculado com 
a noção de alienação. Reforça-se que Hegel se utiliza tecnicamente da expressão 
reconciliação no sentido de superação da alienação. 
 » Do ponto de vista acadêmico, a reconciliação faz parte da mais importante categoria 
organizadora bem como no foco principal da filosofia social de Hegel.
 » De ordem filosófica, o tema da reconciliação continua a permear como questão 
filosófica tradicional. Esta preocupação está muito perto de muitos representantes 
da filosofia contemporânea. “Assim, por exemplo, John Rawls sustenta que um dos 
vários papéis que a filosofia política possui, como parte da cultura, é a ‘reconciliação’ 
– papel que foi enfatizado por Hegel, como observa Rawls” (p. 10). Hardimon 
afirma que Hegel foi um dos primeiros dos pensadores modernos que preconizou 
a reconciliação como a grande finalidade da filosofia política, e que do seu conceito 
tem a faculdade de ao menos, estimular um ajuste do liberalismo político adequado 
ao que a realidade histórica das sociedades liberais modernas exigem, preenchendo, 
assim, um espaço que ele apresenta em relação às críticas comunitaristas.
18
UNIDADE ÚNICA │ EPISTEMOLOGIA GERAL E CONTEMPORÂNEA 
reconciliação - o conceito hegeliano
O ponto central do pensamento hegeliano, passa pelo conceito de reconciliação (Versöhnung) 
combinado ao de realidade efetiva (Wirklichkeit) com processo de concretização (Verwirklichung). 
Hegel apresenta a reconciliação sob dois pontos ou características interligadas entre si: o aspecto 
lógico-histórico do realismo concebe como realidade efetiva e a característica institucional 
de integração do indivíduo (ou da sua liberdade subjetiva) inserido na cronologia do tempo 
(modernidade), conciliando-o com o caráter ético-substancial da moderna eticidade (Sittlichkeit).
Sob o prisma conceitual lógico e histórico, pode ser representado como um processo dialético de 
retomada de uma identidade, partindo ao encontro de uma identidade desejável. Tal identidade 
reconciliada constitui a expressão lógica do processo, mediante o qual a realidade se torna efetiva. 
Para Hegel é colocada a questão de como é possível compreender a racionalidade ética e social dessa 
realidade, pois ela se refere ao espírito objetivo o qual se realiza na história e na esfera do direito e da 
política? Ainda mais, como verbalizá-la recorrendo ao seu fundamento ideal, à sua própria realidade 
sem mudar para uma explicação idealizada, a qual jamais se reconcilia com aquilo que a coisa é na 
sua realidade efetiva? A questão da reconciliação induz, portanto, ao problema do realismo da Ideia 
em oposição ao idealismo subjetivo da idealidade do ideal, de tal maneira que a sua racionalidade 
deve estar presente e operar de forma imanente à própria efetividade do real.
O termo “Ideia”, na ‘Ciência da Lógica’ traduz a unidade do conceito. Ela abrange o aspecto ideal do 
conceito e a sua realidade empírica, o seu ser-aí (Dasein). Na Enciclopédia, Hegel insiste sobre os 
dois momentos da Ideia e da solidariedade dialética que eles representam. 
A Ideia é o verdadeiro em si e para si, a unidade absoluta do conceito e da 
objetividade. Seu conteúdo ideal (ideeller Inhalt) não é outra coisa senão o 
conceito em suas determinações; seu conteúdo real é apenas sua [do conceito] 
exposição que ele se dá na forma de um ser-aí (Dasein) exterior, e esta figura 
(Gestalt) está incluída na sua idealidade, em seu poder, e, desse modo, o 
conceito se conserva nela. 
(Enzyklopädie der philosophischen Wissenschaften im Grundrisse. Werke 8, Frankfurt am Main; 
Suhrkamp, 1986.)
A filosofia nos faz pensar o tempo atual, então reconciliação tem esse significado. O entendimento 
da realidade é tema que Hegel retoma de forma insistente contra as utopias construídas pelo 
formalismo voluntarista das filosofias da abstração do dever-ser. O realismo, com sua força, daquilo 
que é “o inteiramente presente” se expressa, pelo ideal do que se deriva da categoria lógica da Ideia 
(die Idee), e não pelo vazio da idealidade do ideal (das Ideal). Por esse motivo, a concepção histórica 
deve ser o âmbito da realização reconciliadora entre o que deve ser e aquilo que efetivamente é.
Se o viés da verdade for reduzido ao que deve ser, então o presente se torna uma realidade má, algo 
que deve ser desprezado, notadamente do ponto de vista moral e político, em razão da pureza do 
ideal. “O que torna os homens descontentes moralmente [...] é que em sua opinião o presente não 
corresponde aos fins que eles consideram como justos e bons [...] opõe-se às condições existentes 
aquilo que elas deveriam ser segundo a justiça.” Essa interdição hegeliana de uma verdade que está 
além – a má infinitude – não elimina, contudo, o lado da idealidade do conceito.
19
EPISTEMOLOGIA GERAL E CONTEMPORÂNEA │ UNIDADE ÚNICA
O que Hegel está criticando é a noção de idealidade em Kant que erigiu a Ideia 
na dimensão do incondicionado: o conceito puro da razão, aquilo que não 
pode ser dado na experiência ou na realidade sensível. Hegel reprova nessa 
‘imagem originária a guisa de uma máxima’, à qual estaríamos obrigados a 
nos aproximar, o seu caráter abstrato, indeterminado, que transforma a Ideia 
em idealidade no sentido de derivado do ideal (das Ideal). O ideal para Hegel 
não tem a conotação do ideal kantiano, pois, nesse caso, a Ideia permanece no 
além, como a infinitude para o entendimento. A realidade sem o seu conceito é 
mera sombra, algo que não é verdadeiro. 
(cf. RAMOS, C. A. Liberdade Subjetiva e Estado na Filosofia Política de Hegel. Curitiba: Editora 
da UFPR, 2000, p. 43).
No tocante a violência revolucionária, no sentido de ser o que deve ser, o filósofo advoga para a 
aceitação realista da possibilidade racional dos fatos históricos, incluindo alguns momentos 
revolucionários, como, por exemplo, a Revolução Francesa, que ele considera como um movimento 
históricopositivo. Na verdade o que Hegel afirma com esse aforismo é que a realidade, no seu 
processo de realização efetiva como Wirklichkeit, que não deve ser confundida com o mero existir 
(Dasein ou Existenz), o momento da sua racionalidade coincide com a sua efetivação, de tal modo 
que ela só alcança aquilo que ela é, quando realiza a sua racionalidade.
Quanto à segunda deficiência – a do relativismo historicista –, é preciso compreender que o 
conceito de reconciliação, ao legitimar o presente, o faz por uma necessidade de ordem lógica. 
Não o necessitarismo da lógica do entendimento, que se vê enredada por um dualismo: ou bem a 
contingência e liberdade na negação unilateral da necessidade racional, ou bem esta necessidade 
na negação da liberdade. A racionalidade que Hegel postula não é algo que se põe como um além 
(dever-ser) dela mesma, porém deve estar reconciliada com ela na imanência lógica daquilo que é, 
mas que preserva o que ela também deve ser.
O pensamento hegeliano defende as ideias de Aristóteles de que existe um centro de inteligibilidade 
do real que pode ser deduzido pela razão, e que essa compreensão expressa, exatamente, a união 
do pensamento com a realidade. Talvez seja essa a causa pela qual o filósofo idealista confirma sua 
profissão de fé realista, afirmando que 
compreender o que é; esta é a tarefa da filosofia, pois o que é, é a razão. No que 
diz respeito ao indivíduo cada um é, de todos os modos, filho do seu tempo, 
da mesma maneira a filosofia também apreende seu tempo no pensamento. É 
tão insensato crer que uma filosofia qualquer ultrapassará o mundo presente, 
quanto acreditar que um indivíduo saltará por sobre seu tempo e transporá o 
Rhodes.
O objetivo da filosofia é o mundo real, pois é racional, ou seja, ele permite compreender a lógica 
imanente da sua razão de ser. O que não significa conformismo, conservadorismo ou pessimismo. 
Significa realismo, cuja conotação valorativa, do ponto de vista político, está aderente à radical 
historicidade do mundo social.
20
UNIDADE ÚNICA │ EPISTEMOLOGIA GERAL E CONTEMPORÂNEA 
Hardimon nas suas postulações discorre que o termo alemão ‘Versöhnung’ utilizado por Hegel não 
corresponde o seu sentido dito pela ideia vigente de reconciliação de subordinação, resignação, 
concordância ou submissão. Mas denota confirmação, não no sentido da simples aceitação de coisas 
ou fatos que são assumidos sem questionamento ou julgamento, mas no sentido do que existe na 
positividade do ato de ser, mas, também, na negação que o mundo real é um mundo não perfeito 
e cheio de defeitos e problemas. A correlação dicotômica dessas duas dimensões só pode ser 
entendida pela categoria hegeliana da reconciliação. “Reconciliação é, então, compatível com uma 
relação mais ou menos ativista para com o mundo social. Embora não requeira um ativismo social, 
ela permite isso”. (HARDIMON)
Na verdade as concepções no sentido lógico-histórico ou institucional dos conceitos hegelianos de 
reconciliação estão presentes na característica explicativa que essa concepção possui no diálogo crítico 
com o pensamento filosófico produzido pela modernidade, a partir da tradição do direito natural 
moderno. A reconciliação revela-se com o poder lógico de promover uma verdadeira sublimação 
(Aufhebung) do conceito autorreferencial de liberdade tematizado pela filosofia moderna. Hegel 
muda radicalmente a evolução do pensamento moderno, no sentido da construção de um sujeito 
autorreferente, e que precisa reconciliar-se com a objetividade das organizações sociais e políticas, 
por meio dos mecanismos de reconhecimento.
Para Hegel, a proposta da filosofia política assevera em reconciliar as esferas dos tempos modernos, 
que parecem sem condições de harmonia: o senso de liberdade individual (do individualismo 
burguês), que se mostra na prática dos interesses da sociabilidade civil-burguesa, com a efetividade 
da liberdade na substancialidade ética da qual o Estado é a realização potencial.
Extraído de:
21
CAPítulo 3
Empirismo lógico
O empirismo lógico é conhecido como doutrina filosófica, desenvolvido na Inglaterra no século 
XVII e parte do século XVIII, e considerado como única fonte válida de conhecimento, negando a 
possibilidade de ideias espontâneas ou pensamento a priori. Só o conhecimento sensível nos coloca 
em contato com a realidade. Dada esta característica, empiristas tomam as ciências naturais como 
o tipo ideal de ciência, já que se baseia em fatos observáveis. 
Para esta doutrina, a origem de nosso conhecimento existe não na razão, mas na experiência, uma 
vez que o conteúdo do pensamento tem que passar primeiro pelos sentidos.
“Sua mente é um papel em branco e apenas o contato dos sentidos com as coisas 
começam impressões de gravação”.
Uma das atitudes realizadas pelos empiristas, apesar de suas diferenças entre cada autor, é insistir 
sobre os fatos, em oposição às utopias teóricas e as fantasias e interpretações especulativas.
Pelo empirismo, o progresso tem sido o de ampliar e aprofundar sua base para encontrar uma forma 
de obter experiência para a metafísica. A extremidade oposta ao empirismo é o racionalismo, que 
criptografa todo o conhecimento no pensamento puro.
representantes:
thomas Hobbes 
Os seres humanos começam a abrir os olhos em um mundo que está cheio de 
regras, regulamentos e na maioria das vezes sem ter a chance de recusar ou 
alterá-los.
Fonte: http://ydemokrat.blogspot.com.br/2011/01/thomas-hobbes-and-his-theory-of-social.html
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UNIDADE ÚNICA │ EPISTEMOLOGIA GERAL E CONTEMPORÂNEA 
De origem inglesa, nascido em 1588, filho de pastores. Ele estudou em Oxford, onde conhece a filosofia 
escolástica que não lhe interessa. A sua estadia em Paris, e seu contato com várias personalidades 
filosóficas e científicas foram fundamentais para a formação de suas ideias filosóficas. Foi secretário 
de Bacon e testemunha a revolução e a restauração de sua terra natal. Ele morreu em 1679.
Suas obras foram escritas em Latim e Inglês. Em particular: De corpore, De homine, De Cive e 
Leviatã, sua obra-prima, que se detém no materialismo, na filosofia, no despotismo, no utilitarismo, 
no empirismo, e na moral na política.
Seu pensamento
De acordo com Hobbes, existem dois tipos de conhecimento: o conhecimento da verdade, que nada 
mais é que “sentido e memória” e conhecimento de consequência que é uma declaração de que é em 
si uma outra ciência.
Conhecimento para Hobbes “é baseado na experiência e no interesse, é a instrução do homem para a 
prática”. Sua filosofia é empírica, porque tais fenômenos são apreendidos pelos órgãos dos sentidos.
Também na antropologia do materialismo Hobbes domina. Man é o entendimento do corpo, e da 
razão e não transbordando sentido, portanto, entre o homem e o animal há apenas uma diferença 
de grau.
John locke
John Locke (1632-1704)
Imagem extraída de <http://en.wikipedia.org/wiki/file:Locke-John-LOC.jpg>
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EPISTEMOLOGIA GERAL E CONTEMPORÂNEA │ UNIDADE ÚNICA
Filósofo Inglês, nascido perto de Bristol em 1632 e morreu em 1704. De formação na área médica 
em Oxford, exerceu a profissão na área de ensino. Na verdade não exerceu de fato a profissão de 
médico por influência de outro expoente da medicina: Thomas Sydenham (1624-1689) que era 
infectologista, epidemiologista e que de fato exercia a profissão. Este além de estudioso era entusiasta 
do “método histórico”, que segundo alguns estudos considerava que a doença existe num processo 
racional onde encadeamentos de fenômenos levam à cura de forma natural. Seria o fenomenismo, 
que segue um processo natural. Essa racionalidade leva em consideração os dados da experiência, 
onde as hipóteses imaginativas são descartadas. O fenomenismo a rigor, ou fenomenismo rigoroso, 
intui que seguindo um processo natural com metodologia específica apropria-se da realidade para 
que a racionalidade seja resultante. De forma que os dados experienciais sejam valorizados em 
relação aos dedutíveis ou oriundos da imaginação.
Apesar denão exercer de pleno a medicina, escreveu um tratado sobre a varíola, nesse trabalho teve 
apoio de Thomas Sydenham. Locke, também publica, em 1969 “Arte Médica e Anatomia” 
Como primórdios para o desenvolvimento das pesquisas psicológicas e epistemológicas estão os 
estudos sobre a combinação de corpos (ar, água, fogo etc.), que foram desenvolvidos por outros 
estudiosos, mas que embasam o pensamento de Locke.
Entrou em contato com a escolástica, em Oxford, como Hobbes, mas não mostrou interesse por 
ela. Emigrarou durante o reinado de James I, e depois participou da segunda Revolução Inglesa de 
1688.
O trabalho mais importante de Locke “Ensaio sobre o Entendimento Humano”, publicado em 1690. 
Ele também escreveu obras políticas, “Tratado sobre o Governo Civil”, “Carta Quanto Tolerância”, e 
alguns pensamentos sobre educação.
Para Locke, a fonte do conhecimento é a experiência. Sobre isso, ele diz: “Tudo o que a mente percebe 
em si mesmo, ou é o objeto imediato do pensamento, percepção ou compreensão, eu chamo toda 
essa, ideia.” Para ele, qualquer ideia é “pensar e perceber” ou o que hoje chamamos de experiência.
A percepção pode ser de dois tipos: “Percepção externa pelos sentidos ou sentimentos e estados de 
percepção interna psíquica ou reflexão”, ambos operam juntos.
Há também dois tipos de ideias: simples e composta. A simples e direta alcança de uma forma 
ou várias de uma vez, e pode atingir o máximo de um senso de reflexão, ou articulações. Ideias 
complexas são o resultado da atividade da mente. Ideias simples são sentidas pela mente, esta é a 
razão pela qual não pode ser alterada. Ideias complexas são baseadas na memória.
O empirismo de Locke limita a possibilidade de conhecer, especialmente em relação à metafísica. 
Com ele começa esta desconfiança no poder cognitivo, culminando com o ceticismo de Hume e Kant 
para exigir um modo central, o problema da validade e a possibilidade do conhecimento racional.
Alguns filósofos têm dito que o conhecimento certo é inato, ou seja, eles estão em nossa mente e não 
no resultado da experiência. Mas, de acordo com Locke, esta é uma grande falsidade, porque todo o 
conhecimento é adquirido por meio do uso de poderes naturais. 
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UNIDADE ÚNICA │ EPISTEMOLOGIA GERAL E CONTEMPORÂNEA 
george Berkeley
George Berkeley (1685-1753)
Algumas verdades são tão próximas e óbvias para a mente que um homem só 
precisa abrir os olhos para vê-las. Tomei tal dedução na importância de ser 
e de saber que todos os corpos celestes e os seres que se movem na terra, ou 
seja tudo o que compõem o quadro poderoso do mundo, não tem qualquer 
subsistência sem uma mente, para que tudo seja percebido [...]
Extaído de: <http://oregonstate.edu/instruct/phl302/philosophers/berkeley.html>
Ele nasceu perto de Kilkenny (Irlanda) em 1685. Ele foi para a escola em sua cidade natal, depois veio 
para a América com o objetivo de fundar um colégio missionário nas Bermudas. Quando ele voltou 
para a Irlanda foi consagrado bispo anglicano de Cloyne em 1734, trabalhou em seu escritório até 
que renunciou em 1752, retirando-se para Oxford, onde morreu no ano seguinte. Ele foi enterrado 
na cidade, na Catedral da Igreja de Cristo.
Suas principais obras são: “Novos testes de uma teoria da visão”, “Três Diálogos entre Hylas e 
Filonous”, “Princípios do Conhecimento Humano” e “Siris”. 
Berkeley parte da doutrina estabelecida por Locke. Não acredito que nas ideias gerais, não há nada 
para ele. Argumenta que “todo mundo ou representação material é apenas a minha percepção. Só 
existe eu espiritual, a certeza intuitiva que temos.”
A filosofia de Berkeley é surpreendente no sentido de que uma formulação de taquigrafia faz parecer 
tão distante da visão de mundo do homem comum, que inevitavelmente atrai a atenção.
Os objetos, de acordo com Berkeley, do conhecimento humano ou ideias são realmente impressas 
nos sentidos, ou percebida por atenção para as paixões e operações da mente, ou, finalmente, ideias 
formadas com a ajuda da imaginação e da memória.
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EPISTEMOLOGIA GERAL E CONTEMPORÂNEA │ UNIDADE ÚNICA
david Hume
Extraído de: <http://www.martinfrost.ws/htmlfiles/gazette/david_hume.html>.
Nascido em Edimburgo (Escócia) em 1711. O filho de um proprietário de terras, em sua juventude, 
entrou no negócio, mas depois se dedicou às letras e à filosofia. Aos 23, ele escreveu sua primeira 
obra filosófica. Ele morreu em 1776.
Suas obras mais importantes são: “Tratado da Natureza Humana”, “Investigação sobre o 
Entendimento Humano” e “Investigação sobre os Princípios da Moral”.
Seu pensamento
O ponto-chave está em pensar a teoria de Hume como a associação de ideias.
Hume leva a extremos a direção empirista iniciada com Bacon. Para ele, as ideias são cópias vivas 
borradas sem impressões diretas.
Segundo Hume, a percepção e reflexão nos fornece um número de elementos que atribuem a 
substância para apoiá-los. Não limita sua crítica às substâncias materiais, mas ao auto.
Para Hume, o conhecimento não pode chegar a uma verdade metafísica. Não concordo que existem 
ideias inatas, já que todos os conteúdos da consciência vêm da experiência.
As discussões sobre o empirismo
No argumento de Locke contra ideias inatas, devemos nos perguntar, qual o valor dos argumentos 
de Berkeley? Você não pode nunca ter conseguido formar isso de uma ideia abstrata ou que ainda 
tivesse conseguido, e simplesmente deixado no plano da mera imaginação.
26
UNIDADE ÚNICA │ EPISTEMOLOGIA GERAL E CONTEMPORÂNEA 
Hume tem razão em argumentar que o princípio da causalidade não pode ser reduzido ao princípio 
da identidade.
Sem dúvida, existe no empirismo uma importante verdade que lhe dá a força necessária para resistir 
aos ataques do racionalismo e está reivindicando que a mente humana não tem ideias inatas e que 
a experiência é indispensável.
Além disso, considera-se que o defeito fundamental do empirismo é privar o homem de inteligência 
e razão, limitando todo o conhecimento específico a meros objetos de experiência. “Nisto é infiel à 
experiência dos dados mais clara. É um fato que o homem é capaz de pensar as essências abstratas 
do sensível, para entender que essas são coisas que você vê.”
Empirismo tudo que você vê no conhecimento é o papel do objeto, e se recusa a reconhecer o 
indivíduo que também é essencial.
“Às vezes, é afirmado que empiristas modernos, empiristas britânicos, a mente é como uma espécie 
de receptáculo, que acompanha imprimir suas impressões do mundo externo.”
Empirismo lógico é considerado como a corrente mais influente, uma vez que ela é a continuação 
da positividade. O Empirismo lógico é bastante influenciado pela tradição filosófica inglesa do 
nominalismo e do empirismo.
Empirismo lógico dá um passo muito importante no reconhecimento de julgamentos como 3 + 2 = 
5, o que não é derivado da experiência. “É chamado de empirismo lógico que dá grande atenção à 
lógica e à matemática.”
notícias do pensamento
A diferença mais significativa entre o grande filosófico e métodos de conhecimento reside na 
importância ou não da física, ou por outro lado, do racional.
O Empirismo, ou o conhecimento como resultado da experiência, abre a possibilidade para o homem 
se tornar autodidata em sua própria vida. O homem enfrentando é um homem que sabe, que apura 
perguntas, ele descobre o mundo. Criptografar toda a existência na experiência vivida em grande 
parte leva a ignorar a história e as propostas apresentadas até agora, porque este terá de definir as 
coisas que podem ser o resultado da experiência, pode-se concluir que os outros homens viviam em 
outro tempo, em circunstâncias diferentes, e agora você pode experimentá-lo de forma diferente e 
chegar a conclusões diferentes.
O Empirismo derruba facilmente conceitos, visões doutrinárias, religiosas e teóricas, reduzindo-os 
a nada, porque eles são o resultado de sensações.
O homem de hoje é definitivamente muito empírico, e isso o levou a sentir-se protagonistas de sua 
própria história, pode ser descoberto,valorizar e acreditar. Ser capaz de experimentar e descobrir o 
mundo através dos sentidos é muito mais impressionante do que fazer isso através do que a tradição 
tem ensinado.
27
EPISTEMOLOGIA GERAL E CONTEMPORÂNEA │ UNIDADE ÚNICA
O Empirismo termina proibições, dogmas e pré-métodos científicos, reafirmado a pessoa como 
sujeito capaz de conhecimento. Valorizando positivamente as culturas que os tornava capazes de 
universalidade, o homem tem tamanho, não por intelectuais, mas por critérios de parâmetros de 
observação e percepção. Recategoriza o homem tornando-o mais estético, dinâmico, inquieto, muito 
poderoso, ignorante de Deus. 
28
CAPítulo 4
A ciência das guerras
Science Wars – guerra das ciências
A ciência das Guerras ou guerras da ciência teve início nos anos de 1990 com ataques dos cientistas 
naturais ou ex-naturais que haviam assumido o papel de porta-vozes para a ciência. O tema dos 
ataques foi a análise da ciência saindo de estudos literários e das ciências sociais. Nesse asunto, nos 
EUA, os nomes mais conhecidos são Paul Gross, Norman Levitt, e Alan Sokal. Na Grã-Bretanha o 
guerreiro da ciência mais agressivo é biólogo, Lewis Wolpert.
norman levitt
Extraído de: <http://old.richarddawkins.net/articles/4514-norman-levitt-1943-2009>
Norman Levitt, professor de Matemática, da Universidade Rutgers.
Seu livro Superior Superstição (1994), retrata a esquerda acadêmica e suas brigas com a Ciência, 
escrito em conjunto com Paul Gross.
Alan Sokal
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EPISTEMOLOGIA GERAL E CONTEMPORÂNEA │ UNIDADE ÚNICA
Alan Sokal é um professor americano de física na Universidade de Nova York. Provou por uma 
experiência simples que o relativismo anti-realismo e anti-objetivismo são hoje tratados como 
senso comum pós-moderno e são proliferados com grande entusiasmo. O interesse por esta 
ideologia pós-moderna é suficiente para sacrificar a honestidade científica. Especialmente se 
um físico está pronto para apoiar os membros da ideias pós-modernas das ciências sociais será 
inclinado a aceitar artigos, mesmo que eles sejam recheados com absurdos. Tudo isso aconteceu 
quando Alan Sokal deu a seu texto Transgredindo as fronteiras: em direção a uma Hermenêutica 
Transformativa da Gravidade Quântica. 
lewis Wolpert
Extraído de: <http://www.ideasfestival.co.uk/?p=260>
Lewis Wolpert analisa a forma como vivemos e como morremos. Nossos corpos são feitos de milhões 
de células, uma sociedade extremamente complexa que governa tudo, de movimento a memória e 
a imaginação. Quando nós envelhecemos é porque nossas células são danificadas; quando ficamos 
doentes é porque nossas células ficam doentes e param de trabalhar. Wolpert analisa a ciência por 
trás de temas que são muito discutidos, mas raramente compreendidos (células-tronco, clonagem e 
DNA), e explica como a vida evoluiu a partir de apenas uma célula. 
O evento mais conhecido da guerra das ciências foi a publicação de um artigo de fraude pelo físico 
Alan Sokal na revista Social Text. Os editores não conseguiram detectar a fraude e publicaram o 
artigo como uma verdadeira contribuição nesse campo. (Apesar do que tem sido escrito sobre o 
trote, Social Text não era um jornal bem conhecido antes deste evento. Ainda que publicações sobre 
o tema sejam encontradas em revistas de física.).
A análise da ciência por não cientistas não é um fenômeno novo. A filosofia da ciência e da sociologia 
da ciência associada com o nome de Robert Merton tem uma longa história. O que atraiu a ira dos 
críticos foi a análise social do conteúdo da ciência, além da análise de sua organização social. Um 
novo campo, agora conhecido como “a sociologia do conhecimento científico”, ou SSK, começou 
na década de 1970. Um dos seus princípios era o princípio da “simetria”, o que significa analisar 
cientificamente o verdadeiro e o falso cientificamente da mesma maneira. Quando ele é encontrado 
30
UNIDADE ÚNICA │ EPISTEMOLOGIA GERAL E CONTEMPORÂNEA 
pela primeira vez, os cientistas consideram esta uma perspectiva desconfortável, na forma como ele 
ignora a verdade científica, e do jeito que tenta definir as conclusões da ciência em uma perspectiva 
social, SSK pode parecer como um ataque a essas coisas que os cientistas detêm mais querida. Os 
cientistas às vezes dizem que SSK afirma que a ciência é “poluída” por fatores sociais.
robert Merton
Extraído de: <http://www.algosobre.com.br/biografias/robert-merton.html>
Economista norte-americano, ganhou o Prêmio Nobel de Economia de 1997, por desenvolver, 
com Myron Scholes, uma fórmula capaz de estimar o valor futuro das ações no mercado acionário. 
Nasceu na cidade de Nova York, estudou na Universidade de Colúmbia e em 1966 formou-se em 
Engenharia Matemática.
Nada disso foi aludido por aqueles que praticam SSK, na verdade os praticantes de SSK são muito 
orgulhosos de seu ofício, alguns se consideram praticantes do método científico. O contexto social da 
ciência não é pensado como poluente, pois toda atividade humana é social, para aqueles que trabalham 
em SSK, a verdade científica continua a ser o paradigma da verdade em relação ao mundo natural.
Há muitas divisões profundas entre os analistas da ciência. Por exemplo, muitos dos que praticam 
SSK estão impacientes com a falta de uma base empírica para a abordagem semiótica importada da 
França. Muitos analistas sociais pensam que o embuste de Sokal era engraçado e que os editores 
da Social Text mereciam serem surpreendidos. Eles também pensam, no entanto, que, houve 
exagero no que foi dito sobre eles. Além disso, a continuação das guerras da ciência fez os analistas 
da ciência mais inclinados se defenderem uns aos outros em público. Isto porque os ataques de 
“guerreiros da ciência” muitas vezes assumem as características de um “caça às bruxas” em vez 
de provocar um debate acadêmico. Por exemplo: “relativismo” – uma ideia sutil filosófica com 
uma série de significados – é por vezes tratado como sinônimo de “anti-ciência”. Uma acusação de 
que o relativismo é tomado como suficiente em si mesmo para se tornar um argumento adicional 
desnecessário. E os argumentos e táticas políticas adotadas pelos guerreiros da ciência parecem 
menos projetados para convencer seus adversários da academia de ciências, de seus erros do que 
convencer um público externo, os guerreiros da ciência podem contar com o público externo, pois 
estes não leem as fontes originais e descrições materialmente enganosas e comparação com estudos 
originais não são raros.
31
EPISTEMOLOGIA GERAL E CONTEMPORÂNEA │ UNIDADE ÚNICA
Felizmente, nem todos os críticos da análise social da ciência adotam táticas de “guerreiro da 
ciência” e promovem alguns debates interessantes e informativos. Entre esses podem-se citar 
os debates entre David Mermin e Trevor Pinch, que começou em Physics Today. Este debate foi 
principalmente sobre os fundamentos da relatividade. Ambos os lados acreditam ter aprendido 
muito com o intercâmbio e mesmo que eles ainda discordem sobre algumas coisas, os motivos da 
discordância foram esclarecidos e não obscurecidos. Jay Labinger, químico da Caltech, publicou um 
livro de debates deste tipo, os contribuintes sendo um equilíbrio de cientistas e cientistas sociais. 
O estudo sobre ondas gravitacionais é tradição da SSK e abraça o relativismo metodológico. As 
análises foram encontradas em alguns documentos e são descritos, por consequência, um tanto 
ortogonal às preocupações dos cientistas. Mas a ideia desses papéis não é reproduzir o mundo como 
os cientistas vêem, mas para vê-los em um novo caminho, porém sem abordagem doutrinária. 
Quando se fala em guerra das ciências, o relativismo é muito citado, entretanto deve-se ter uma 
análise cuidadosa de seu contexto e significado. Atualmente a visão geral é de que o argumento 
sobre o relativismo deixou de ser útil. Entretanto algumas posições que consideram o relativismo 
acerca de símbolos e não como substância ainda permanecem.
Um dos autores que levou o tema a um debate acadêmico útil ao invés de ciênciaretórica foi Lewis 
Wolpert, cujas críticas levaram a conclusões interessantes.
Os porta-vozes para a ciência muitas vezes se comportam e argumentam como se a única salvação 
para a ciência é constituir-se como tal um formulário pré-eminente de conhecimento como para 
não deixar margem para dúvidas, como resultado, eles também se encontram atacando todas as 
outras formas de conhecimento ou descrevendo a ciência. Parece-me que a ciência põe em perigo 
a si mesma, prometendo muito. Ciência e tecnologia (indistinguíveis tanto na teoria quanto nos 
olhos do público), são evidentemente falíveis e seus fracassos contínuos são sempre em exibição. 
Prometer revelação é arriscar desilusão e uma reação anti-ciência.
32
CAPítulo 5
Positivismo lógico
O empirismo lógico ou neopositivismo pode ser denominado como positivismo lógico, pois se 
caracteriza por um entendimento filosófico geral. Essa concepção é oriunda dos componentes do 
chamado Círculo de Viena que se basearam em dois suportes, quais sejam desenvolvimento da 
lógica moderna e no pensar empírico tradicional.
O verificacionismo utilizado pelo positivismo lógico, de certa forma restringiu o conhecimento à 
ciência, pois rejeitando a Metafísica ou considerando como falsa e até mesmo sem significado. Dessa 
forma esse modo de pensar fez com que grandes lógicos positivistas se voltassem para o estudo do 
método científico para aprofundamento sobre a teoria da confirmação.
Hoje em dia, o positivismo lógico não é tão considerado pela grande parte dos filósofos, entretanto os 
discípulos de Kuhn (os paradigmáticos da ciência) bem como de Paul Feyerabend (cujos postulados 
afirmam que a prática científica da ciência não evolui de forma pré-estabelecida) ocasionaram 
algumas contradições em seus postulados.
 
fonte: <http://projetofilosofia.blogspot.com.br/2010/07/thomas-kuhn.html>
A filosofia não é só aquela que aprendemos nos livros. É um estilo de vida, uma 
conduta. Desejo escrever, desenvolver ou trazer aqui algo que seja interessante, 
com um gosto de subjetivismo ou não. Compartilhar uma vontade que nasce 
quando percebemos que ficar calado e se fechar totalmente para o mundo são 
grandes tolices.
(Thomas Kuhn)
33
EPISTEMOLOGIA GERAL E CONTEMPORÂNEA │ UNIDADE ÚNICA
fonte: http://www.alcoberro.info/planes/feyerabend1.html
Paul Feyerabend (1924-1994) es quizás el filósofo de la ciencia del siglo 20 
sobre el que han circulado mayores tópicos y cuyo pensamiento más se ha 
caricaturizado. Escribió seis libros y cerca de 200 artículos, pero su nombre se 
sigue vinculando a la etiqueta de «anarquismo epistemológico», a su célebre 
frase: «anything goes» y a un supuestamente peligroso «nietzscheanismo de 
pacotilla» aplicado a la teoría de la ciencia.
(ALCOBERRO) 
Círculo de viena
Moritz Schilick, o alemão que incialmente estudou física é a principal figura do chamado Círculo 
de Viena, que foi um grupo informal de filósofos, que se organizaram em encontros semanais, 
desde a primeira guerra. Na década de 1920, até os anos de 1936 esse grupo, já possuia carater 
institucional, ou seja, já era uma organização oficial. O sistema filosófico desenvolvido no Círculo de 
Viena levou a denominação de “Positivismo lógico”.
“Moritz Schlick (Berlim, 14 de Abril de 1882 — Viena, 22 de Junho de 1936) foi 
a figura central do positivismo lógico e do Círculo de Viena”
Fonte: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Moritz_Schlick>
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Podem-se citar outros membros de renome do Círculo de Viena, como Rudolf Carnap (1891- 1970. 
Filósofo alemão, influente na Europa antes de 1935 e nos Estados Unidos depois disso, defensor do 
positivismo lógico); Otto Neurath (1882-1945. Filósofo austríaco da ciência, sociólogo e economista 
político, foi uma das principais figuras do Círculo de Viena); Herbert Feigl (1902-1988. Filósofo 
austríaco), Philipp Frank (1884-1966. Físico, matemático lógico-positivista e também um influente 
filósofo durante a primeira metade do século 20); Friedrich Waissman (1896-1959. Matemático 
austríaco, físico e filósofo é um dos teóricos fundamentais do positivismo lógico); Hans Hahn 
(Positivista vienenses do século 20). Outra importante figura de meio científico que também 
participava desse círculo, destaca-se Alfred Jules Ayer (1910-1989. Filósofo britânico conhecido por 
sua promoção do positivismo lógico, autor de Verdade e Lógica, 1936 e O problema do Conhecimento, 
1956) por ser o responsável da divulgação dos escritos na Inglaterra.
Karl Popper (1902-1994. Filósofo e professor da Escola de Economia de Londres, considerado como 
um dos maiores filósofos do século 20), mesmo não frequentador das reuniões do Círculo, destaca-
se sobremaneira pela crítica às suas doutrinas.
A palavra Filosofia vem do grego e literalmente significa “amor à sabedoria” como objeto de estudo 
pode-se elencar as questões fundamentais vinculadas com a existência, o conhecimento, a verdade, 
os valores estéticos e morais, a mente e linguagem. Há uma distinção entre mitologia e religião, pelo 
fato desta enfatizar a racionalidade. De outra forma, pode-se dizer que distancia-se das pesquisas 
científicas porque normalmente não utiliza de procedimentos empíricos em suas investigações. 
A lógica argumentativa, a análise conceitual, a experienciação está contemplada como métodos 
utilizados em seus estudos.
No ocidente a filosofia vem de muito antes de Cristo, surgiu na Grécia antiga no século VI a. C. Dessa 
época em diante, vários pensadores importantes dão seguimento, como – como Tales.
fonte: http://www.sempretops.com/curiosidades/biografia-de-tales-de-mileto/
Tales de Mileto nasceu na antiga colônia grega de Mileto na Ásia menor, por volta de 624 a.C e 
morreu em torno de 547 a.C. com aproximadamente 78 anos. É considerado o primeiro filósofo e o 
primeiro dos sete sábios que eram discípulos dos Caldeus.
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Xenofanes
fonte: <http://www.filosofiaclassica.templodeapolo.net/perfil.asp?Cod_rei=33&value=Xen%C3%B3fanes&city=Elea&per=Pr%
C3%A9-Socr%C3%A1tico&esc=Escola%20Eleata#1http://www.filosofiaclassica.templodeapolo.net/perfil.asp?Cod_rei=33&valu
e=Xen%C3%B3fanes&city=Elea&per=Pr%C3%A9-Socr%C3%A1tico&esc=Escola%20Eleata#1>
Filósofo grego, ao mesmo tempo que rapsoda, que emigrou da Jônia para o Ocidente. Fixando-se 
finalmente em Eleia, passou a ser considerado o fundador da escola do mesmo nome. Esta se fez 
famosa por defender a unidade e imutabilidade do ser, reduzindo a diversidade e o movimento às 
impressões subjetivas dos sentidos.
Pitágoras
,
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Filósofo grego, filho de Mnesarco, nasceu em Samos, provavelmente em 571- 570 a.C. Foi para a 
Itália em 532-31 e morreu em 497-96 a.C. Diz-se que foi discípulo de Anaximandro e que viajou pelo 
Egipto e pelos países do Oriente. O que se sabe, ao certo, é que emigrou de Samos para a Grande 
Grécia e que fundou a sua escola em Crotona, particularmente envolta de grande rigor ético. A sua 
escola foi uma associação religiosa e política além de filosófica.
Para ele, tanto os números como a oposição finito/infinito constituíam a substância de todas as 
coisas. Atribui-se-lhe a descoberta da tabuada, do sistema decimal e do teorema do quadrado da 
hipotenusa (teorema de Pitágoras). No que concerne à sua doutrina religiosa, o seu ponto central é 
a crença na transmigração das almas, aliada uma forma de vida altamente ascética.
Fonte: <http://www.eurosophia.com/filosofia/filosofos/filosofos/pitagoras.html>
Heráclito
Para Heráclito de Éfeso, nascido por volta de 540 a.C., tudo o que existe está em permanente 
mudança ou transformação. A essa incessante alteração se deu o nome de DEVIR.
Fonte: <http://www.brasilescola.com/filosofia/heraclito.htm>
Protágoras
Segundo Protágoras, se uma pessoa, a uma determinada temperatura, sente calor, ela não pode 
afirmar que uma segunda pessoa que diz estar sentindo frio é mentirosa, jáque o critério para 
julgar a realidade é o homem – mais ainda, o homem individual. Partindo de seu axioma principal, 
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EPISTEMOLOGIA GERAL E CONTEMPORÂNEA │ UNIDADE ÚNICA
Protágoras afirmava ter se tornado mestre em argumentação, uma habilidade muito apreciada na 
Grécia do século IV.
Fonte: <http://orandomico.wordpress.com/2010/11/09/protagoras-de-abdera/>
Todos esses pensadores, de forma racional, empenharam-se na busca de respostas sobre questões 
finais das coisas, das origens e características do conhecimento puro e verdadeiro. Ocupavam 
também a preocupação desses filósofos, os valores morais, a natureza de Deus ou deuses e a 
existência das coisas e pessoas. Algumas questões que naquela época preocupavam os filósofos, na 
atualidade ainda são temas de calorosas discussões nos meios acadêmico e científico.
Na Idade Antiga e Medieval os estudos sobre a filosofia eram tão importantes que abrangiam 
praticamente todos os campos de investigação teórica. Na época os estudos se estendiam desde 
tópicos muito abstratos, como “ser enquanto ser” ou princípios elementares de raciocínio, até 
aprofundamentos sobre assuntos mais específicos e reais, como “a queda dos corpos” e a “divisão 
dos seres vivos”. Notadamente, a partir do século XVII, outros ramos do conhecimento iniciam a 
se desmembrar da filosofia e a se constituir em ciências independentes com métodos e técnicas 
próprias, iniciando-se aí a observação e experimentação.
O desenvolvimento do conhecimento durante a Idade Média conta com particularidades diversas 
que se afastam daquela errônea perspectiva que a define como a “Idade das trevas”. Contudo, a 
predominância dos valores religiosos e as demais condições específicas fazem do período medieval 
apenas singular em relação aos demais períodos históricos. Nesse sentido, o expressivo monopólio 
intelectual exercido pela Igreja estabeleceu uma cultura de traço fortemente teocêntrico.
Não obstante, a filosofia em nossos dias continua sendo vista como a área do conhecimento que 
avalia as questões gerais e abstratas que dão sustentação a outras disciplinas particulares ou mesmo 
atividades culturais. Essas questões, inicialmente não poderiam ser adequadamente tratadas por 
métodos científicos. 
Fonte: <http://www.brasilescola.com/historiag/filosofia-medieval.htm>
divisão da filosofia
Didaticamente ou por motivos de especialização, a Filosofia pode ser agrupada em áreas 
tradicionalmente distintas como:
 » lógica;
 » metafísica;
 » epistemologia;
 » ética;
 » estética; e 
 » política.
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lógica 
Refere-se ao estudo filosófico em relação ao raciocínio que possua validade. Pode ser utilizada nas 
atividades do intelecto. A lógica está intrinsicamente ligada às áreas de matemática, estudando as 
formas válidas de dedução, semântica e na computação. Pode-se dizer que trata da forma genérica 
das argumentações, com a separação do que é válido ou falacioso. Sabe-se que na Índia antiga já se 
estudava lógica. Nyara remonta 1900 anos e o Moísmo de 2200 anos atrás.
Aristóteles, por exemplo, na sua obra Organon, já estabelecia à lógica, dividindo-a em formal e 
material. Compunham juntamente com a lógica a gramática e a retórica.
Já atualmente a lógica é normalmente dividida em três partes: 
1. raciocínio indutivo,
2. raciocínio abdutivo e 
3. raciocínio dedutivo.
Metafísica 
É uma área do conhecimento filosófico que trata da natureza física. Na sua forma clássica é área 
central da filosofia na tentativa de descrever os fundamentos, as leis, as condições, as leis, a estrutura 
básica, as causas ou princípios, bem como o sentido e a finalidade da realidade como um todo ou 
dos seres em geral.
A metafísica clássica, em sentido estrito, poderia em sentido último, responder sobre a existência 
do mundo, sua organização necessária, a existência do Divino, a possibilidade de conhecê-lo, a 
existência de espírito, a diferença de mente e matéria, entre outros temas atinentes à metafísica. 
Outras questões tratadas são também relativas ao livre arbítrio, à imortalidade etc.
Do ponto de vista clássico, os objetos da metafísica fogem da investigação empírica; diversamente, 
são realidades transcendentes que só podem ser deslumbradas de forma racional. As teses gerais, 
apesar de criticadas, fazem parte de várias correntes filosóficas nestes dias atuais (século XIX e XX).
A palavra ciência, do latim scientia, pode ser concebida como conhecimento, o que quer dizer prática 
sistemática. Mas em sentido estrito pode significar sistema de adquirir conhecimento baseado em 
método científico o que é conseguido pela pesquisa.
O trabalho para descobrir e aumentar o conhecimento humano é o esforço da ciência, no sentido de 
descobrir como funciona o universo. Os estudos podem ser:
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EPISTEMOLOGIA GERAL E CONTEMPORÂNEA │ UNIDADE ÚNICA
 » voltados para o vislumbre da verdade como realidade universal, ou seja, investigação 
racional do Universo. Sendo esse estudo, obrigatoriamente, pautado no método 
científico na avaliação do conhecimento empírico.
 » um conjunto de conhecimento organizado oriundo de tais pesquisas e estudos.
Então a ciência pode ser concebida como um sistema de conhecimentos que embola verdades 
abrangentes ou gerais obtidas e valoradas com uso do método científico. O conjunto sistematizado 
de teorias científicas com seus paradigmas válidos envolvendo os recursos necessários está 
intimamente ligado à definição de ciência.
Do exposto intui-se que o cientista é um componente vital à ciência, e como qualquer ser pensante 
possuidor de cérebro imaginativo, racional, mas emotivo que implica sentimentos e emoções, o 
cientista certamente também tem suas crenças – convicções que vão além das verdades gerais – 
podendo esse até mesmo ser, não raramente, um teísta ou religioso convicto. Ao se definirem ciência 
e cientista é de relevância ressaltar por tal que a definição exige expressamente que o cientista saiba 
manter suas crenças longe de seus artigos científicos e das teorias científicas com as quais esteja 
trabalhando; constituindo-se estes dois elementos – ciência e cientista – por definições certamente 
muito distintas, portanto.
Porém o entendimento de ciência, não exclui aqueles que têm uma crença ou uma religião – há 
muitos religiosos cientistas, mas é correto que a ciência exclui de seus pressupostos as convicções 
teóricas não testáveis ou que apresentem contradições, sendo assim com características céticas.
Método científico pode ser definido como uma consolidação de regras básicas sobre a produção 
de conhecimento científico, quer seja este um novo conhecimento ou resultado de uma integração 
de conhecimentos já existentes, bem como da evolução nessa área. Normalmente as evidências 
empíricas são juntadas e verificadas de forma controlada somadas às pesquisas de campo analisadas 
pela lógica. Poder-se-ia dizer que a lógica aplicada à ciência é o método científico.
Já a expressão metodologia científica trata dos pormenores, dos detalhes dos métodos utilizados 
em cada campo específico, e, por conseguinte dos procedimentos comuns aos métodos, ou aquilo 
que é universal. Apesar de que alguns procedimentos (passos) sejam diferentes de uma disciplina 
para outra da ciência, os métodos podem ser similares. Mais ainda, em algumas áreas que não 
são científicas por sua natureza utilizam dos métodos em seus pressupostos, como exemplo a 
matemática e mesmo as religiões (o que parece paradoxal).
Descartes e Newton são os principais pensadores que desenvolveram a metodologia científica. 
Descartes, por exemplo, propôs chegar à verdade após perseguir a dúvida sistemática e ramificar 
um problema em partes pequenas para assim desabrochar na busca do resultado, a verdade. 
Acumulando os mecanismos simples e gradualmente incorporando outras variáveis chega-se ao 
entendimento do todo. Diz-se que é o pai do método científico 
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descartes
René Descartes(1596 - 1650) foi um filósofo, físico e matemático francês. Durante a Idade Moderna 
também era conhecido por seu nome latino Renatus Cartesius.
Notabilizou-se, sobretudo, por seu trabalho revolucionário na filosofia e na ciência, mas também 
obteve reconhecimento matemático por sugerir a fusão da álgebra com a geometria, fato que gerou 
a geometria analítica e o sistema de coordenadas que hoje leva o seu nome. Por fim, ele foi uma das 
personalidades da Revolução Científica.
Fonte: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Ren%C3%A9_Descartes>
newton
Isaac Newton foi um cientista inglês, físico e matemático, embora tenha sido também astrônomo, 
alquimista, filósofo natural e teólogo. A obra literária Philosophiae Naturalis Principia 
Mathematica é considerada uma das mais influentes obras da história da ciência. Publicada em 
1687, esta obra descreve a lei da gravitação universal e as três leis de Newton, que fundamentaram 
a mecânica clássica
Fonte: <http://bogiecinema.blogspot.com/2012/06/rob-cohen-desenvolve-filme-sobre-sir.
html>
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EPISTEMOLOGIA GERAL E CONTEMPORÂNEA │ UNIDADE ÚNICA
Karl Popper
Karl Popper, mais preocupado com a lógica do conhecimento critica em vários aspectos os 
positivistas lógicos, principalmente no que diz respeito ao método indutivo. Popper, com o pé em 
Hume, mostra que o método dos positivistas não é seguro, pois a indução tem suas limitações. Ora, 
este método se baseia na observação e abstrai a constância dos fatos, mas nada garante que um fato 
“X” se repita sempre, não importando quantas vezes este seja verificado. Pois nada impede que um 
dia haja uma exceção com o fato “X”, ou seja, que este fenômeno se mostre de outra forma diversa. 
Isto vale também para os experimentos, mesmo que testemos uma teoria “n” vezes, nunca teremos 
condições de afirmar a sua verdade com precisão absoluta. Com isto ele questiona se pode haver 
verdade ou validade nos enunciados baseados no princípio de indução.
Fonte: <http://andersonyankee.wordpress.com/2012/05/03/a-criica-de-karl-popper-ao-
positivismo-logico-circulo-de-viena/>
A percepção de que os paradigmas são elementos essenciais ao método científico e que as revoluções 
científicas ocorrem nas mudanças de paradigmas foi percebida por Thomas Kuhn. Então a evolução 
no tempo das teorias científicas dão vida à ciência.
O pensamento cartesiano, desde sua época e até nossos dias vem sendo criticado em inúmeros 
debates de ordem filosófica; o filósofo francês Edgar Morin, por exemplo, sugere uma visão sistêmica 
do todo ao invés de divisão em partes do objeto de pesquisa, chamada de Teoria da complexidade, 
pois abrange todo o objeto complexo. Embora tal paradigma não implique a rigor na invalidade 
do método científico em sua forma geral, este certamente propõe uma nova forma de se aplicá-lo 
no que se refere às particularidades de cada área quando o objetivo é compreender a realidade da 
melhor forma possível. 
O método indutivo foi acrescentado aos princípios cartesianos, justamente no Círculo de Viena.
A demonstração de que verificando, demonstrando ou induzindo de forma isolada não basta para a 
compreensão da realidade foi formulada por Karl Popper. Sendo que todo cientista dever proceder 
com hipóteses testáveis, comprovando não somente as evidências do correto, mas principalmente, 
se essas hipóteses estão erradas. Se a hipótese não permanecer quando testada diz-se que está errada 
ou falseada. Caso resista então há a corroboração (confirmação). O mesmo Popper afirmou que a 
ciência apresenta um conhecimento volátil, pois funciona com vários e sucessivos testes (falseados) 
para se ter a corroboração.
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UNIDADE ÚNICA │ EPISTEMOLOGIA GERAL E CONTEMPORÂNEA 
Edgar Morin
No lugar da especialização, da simplificação e da fragmentação de saberes, Morin propõe o conceito 
de complexidade.
Ela é a ideia-chave de O Método, a obra principal do sociólogo, que se compõe de seis volumes, 
publicados a partir de 1977. A palavra é tomada em seu sentido etimológico latino, “aquilo que é 
tecido em conjunto”.
Fonte: <http://revistaescola.abril.com.br/historia/pratica-pedagogica/arquiteto-
complexidade-423130.shtml>
Grafico 1. O método científico.
fonte: diagramação criada a partir do texto.
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CAPítulo 6
Ciência e filosofia
A filosofia da ciência pode ser considerada uma parte da lógica. Ao classificarmos os conhecimentos 
condizentes em um grupo, esses são denominados ciências.
A explicação do que é uma ciência é papel da filosofia e deve ser feito formalmente e de forma 
exaustiva. Ainda usa-se a palavra metaciência, sua origem grega “meta” significa “por trás”, então 
por trás da ciência.
Assim de modo análogo, em cada ciência pode se utilizar a palavra “meta”, pois temos a metalógica, 
metahistória, metamatemática etc.
Então a metaciência (filosofia da ciência) como estatizante da filosofia deve estabelecer o sentido 
geral de qualquer ciência, com seus pressupostos qualitativos (verdade, certeza, evidência) bem 
como sistematicamente organizada do início ao fim. Evidentemente para que se tenham as verdades 
e organização, a filosofia da ciência se vale da lógica, de que é parte.
Do ponto de vista didático, a filosofia da ciência, soma aos pressupostos da teoria do conhecimento, 
porém não se confunde com ela. Inclusive, também chamada de gnosiologia que se aliando, mas não 
se confundindo com a epistemologia, outra designação para a teoria do conhecimento.
Os conhecimentos são adquiridos de forma singular e voltados para a universalização em virtude 
da índole sistematizadora. Dessa forma a ciência e a teoria do conhecimento examinam as novas 
aquisições de forma universal. Ao se projetar mentalmente o universal a metafísica é intrinsicamente 
explorada e posteriormente percebe-se os axiomas, seguidos dos pressupostos também universais 
da dedução e indução.
Evidentemente que esta sequência de acontecimentos pode-se perceber de forma clara na concepção 
formal da lógica ou da gnosiologia.
Na filosofia da ciência, a lógica é concebida do ponto de vista apenas formal sem, contudo, em sua 
parte denominada filosofia da ciência, define a ciência sob o ponto de vista meramente formal, sem 
atender diretamente ao conteúdo de que ela se ocupa. Mas, ainda que não se ocupe diretamente do 
conteúdo das ciências, leva-os em conta, e mesmo pode se associar com a teoria do conhecimento, 
para criar uma disciplina didática.
Contudo, aqui, – nesta Pequena filosofia da ciência – nos limitamos ao que a lógica diz sobre a 
ciência, muito pouco associando os aspectos gnosiológicos e históricos.
A ciência, embora meramente formal, trata de conteúdos e somente pode definir-se em função 
destes. Dessa forma, em razão dos conteúdos, as ciências se classificam, assim como a Lógica, a 
Biologia, a História e também a Filosofia em qualquer um de seus ramos.
Quando cada ciência inicia seus estudos próprios, traça os próprios métodos para que o estudo 
aconteça sem que seja abandonado o princípio da lógica.
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CAPítulo 7
Conhecimento filosófico
o que devemos saber da filosofia
No sentido de conceituação de ciência, é importante explorar sua definição, pois assim nominalmente 
pode-se abordar sua sistemática. Então, em uma sequência lógica temos: definição da ciência; e 
sistematicidade da ciência.
definição da ciência
Do ponto de vista formal, ciência seria o saber perfeito que ocorre na plenitude da qualidade desse 
saber. No quesito qualidade, o conhecimento que apresenta evidência, verdade e certeza pode ser 
considerado como perfeito. Em se tratando do quesito plenitude, que a ciência exige, pode-se dizer 
que é aquele conhecimento que segue de forma sistemática (tem seu curso desenvolvido como um 
sistema). Ou seja, segue cada etapa sem interrupções ou sobressaltos, garantindo assim resultados 
confiáveis. Dessa forma, diz-se que a sistematicidade da ciência produz conhecimento examinando 
hipóteses sistematicamente.
Evidência, verdade e certeza são apenas propriedades qualitativas da ciência, portanto não são 
bastante

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