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apostila 2019 - Pesquisa mineral geoquimica

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Capitulo 6: Prospecção Geoquímica 
6.1. Introdução 
A prospecção geoquímica é uma aplicação da geoquímica na exploração 
mineral. Dentre os métodos utilizados na pesquisa mineral a prospecção 
geoquímica possui extrema importância devido à eficiência na descoberta de 
depósitos minerais assim como pela facilidade na coleta de amostras e ainda pelos 
baixos custos. 
Um depósito mineral pode ser considerado com uma massa ou volume de 
rochas no qual uma ou mais substância mineral encontra–se concentrada de forma 
anômala, quando se compara com sua distribuição média na crosta. 
Em geral, como visto anteriormente utiliza-se a denominação de 
OCORRÊNCIA MINERAL para os depósitos que apresentam apenas uma 
concentração anômala de um ou mais minerais, porém sem interesse econômico 
imediato e de JAZIDA MINERAL para aquele depósito convenientemente provado 
e passível de ser economicamente aproveitado. 
O estudo detalhado de um recurso ou reserva mineral pode levar à 
viabilidade técnica-econômica de um depósito mineral. Tendo como fim à 
exploração econômica dos elementos foi introduzido o conceito de Clarke que 
significa a abundância média de um elemento na crosta (Tabela 6.1). 
Em geral, as substâncias minerais, salvo raras exceções, estão presentes 
em seus depósitos em concentrações superiores àquelas com que participam na 
composição química média da crosta terrestre, ou seja, acima de seu clarke 
(Tabela 5.1). 
A razão entre o conteúdo (teor) de uma substância num minério e seu 
clarke é o chamado Fator de Concentração (f.c.). Vale ressaltar que o fator de 
concentração varia de metal para metal (Tabela 6.2). 
 
 
 
Tabela 6.1: Conteúdo médio de alguns metais na crosta continental (clarke) e 
em seus depósitos minerais (Fonte: Decifrando a terra: Wilson Teixeira) 
Metal Clarke(ppm) 
Teores aproximados em depósitos 
minerais (%) 
Mínimo Médio 
Alumínio 82.300 17 22 
Ferro 56.300 20 40 
Titânio 5.650 3 7 
Manganês 1.000 7 20 
Zircônio 165 ------ 0.5 
Vanádio 120 0.12 0.2 
Cromo 102 7 30 
Níquel 84 0.25 1.1 
Zinco 70 1.5 4.5 
Cobre 60 0.35 1.0 
Nióbio 20 0.34 0.6 
Chumbo 14 1.5 3.5 
Tório 9 0.01 0.05 
Urânio 3 0.005 0.13 
Arsênio 1.8 ------ ------ 
Ouro 0.004 1 (ppm) 6 (ppm) 
(ppm) =partes por milhão 
 
Observe na tabela 6.2 que para os elementos maiores como por exemplo 
ferro e alumínio que já apresentam uma maior abundância na crosta, o fator de 
concentração é menor para formar um deposito mineral. 
 
Tabela 6.2: Comparação entre fatores de concentração 
Elemento Clarke Teor médio (%) F.C. 
Al 82.300 22 3 
Fe 56.300 40 8 
F 625 12 200 
Sn 2,3 0,4 2000 
 
Para melhor entendermos este assunto vamos calcular o fator de 
concentração para os seguintes elementos (alumínio elemento maior e 
chumbo elemento traço) 
De acordo com os dados da Tabela 2 teríamos para o AI e o Pb os seguintes 
resultados: 
32
%2,8
%22
a
Clarke
AlMédioTeor
FC
Al
 
 
2500
14
%5,3

ppmClarke
PbMédioTeor
FC
Pb
 
 
Pelos valores dos fatores de concentração, podemos entender que, para a 
formação de uma jazida de alumínio, este elemento deve-se concentrar de 2 a 3 
vezes em relação a sua concentração média na crosta terrestre. Por outro lado o 
elemento Pb para formar um depósito mineral a concentração deve ser de 2500 
vezes. 
Nesse contexto o fator de concentração pode ser aplicado para estimar o 
grau de facilidade com que os depósitos minerais podem ser formados (é mais 
fácil formar um depósito de alumínio do que de chumbo). 
 
6.2. Objetivo da Prospecção Geoquímica 
 A prospecção geoquímica amplamente utilizada na prospecção mineral tem 
como meta procurar e identificar depósitos minerais mesmo que eles não estejam 
aflorando. 
 Para isto o prospector geoquímico procura traços dos elementos 
químicos que tenham se dispersado a partir de corpos mineralizados. Esses 
processos de dispersão formam áreas em torno dos depósitos, denominadas de 
áreas-alvo. A extensão dessas áreas, consideravelmente maiores que as áreas 
dos depósitos propriamente ditos, facilita o processo de prospecção. Porém, para 
se detectar essas áreas, é necessário que o prospector conheça, entre outros 
fatores, um pouco sobre a mobilidade dos elementos, de maneira a melhor 
entender os processos de dispersão dos elementos. 
A dispersão geoquímica pode ser definida como o processo no qual, 
os íons e as partículas movimentam para novos locais e ambientes geoquímicos 
graças à atuação do intemperismo. 
Os diferentes métodos de exploração geoquímica estão embasados na 
possibilidade de amostragem e análise de diferentes materiais: rocha, solo, 
sedimentos de drenagem, água, vegetação, gases e mineral (Figura 6.1). 
Para identificar as áreas alvo tornar-se necessário que o prospector 
conheça um pouco sobre a mobilidade dos elementos o que o ajudará na 
compreensão dos processos de dispersão atuantes na área. 
 A Mobilidade de um elemento representa a facilidade com que um 
elemento se move em um determinado ambiente. A mobilidade dos elementos 
governa as respostas dos elementos em relação aos processos de dispersão e 
pode ser dividida em mecânica e química. 
A Mobilidade química é à base da dispersão secundária, utilizada pela 
prospecção geoquímica em diferentes escalas. Esta mobilidade química pode se 
dar na forma de íons livres ou complexos que podem estar em solução, adsorvidos 
nos óxidos, nos argilo-minerais e na matéria orgânica. 
Figura 6.1: Anomalias geoquímicas (Quando o intemperismo age sobre um 
depósito mineral ele pode liberar íons e partículas que se movem ao longo das 
drenagens o que pode formar um halo de dispersão de elementos e partículas 
como uma área maior do que o corpo mineralizado). 
 
O Potencial iônico (quociente da carga iônica pelo raio iônico) é um guia 
importante para a mobilidade dos elementos, (Figura 5.2). 
Como observado na figura 3.2 os elementos com baixo PI são solúveis como 
cátions simples, ex. Ca, Na. Já os Elementos com alto PI – atraem O2 e formam 
oxiânions solúveis, ex. PO43 -, SO42 –. Finalmente os elementos com PI 
intermediário são menos móveis em virtude de sua baixa solubilidade e forte 
tendência à adsorção, ex. Al, Ti. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 6. 2: Mobilidade no ambiente superficial como função da carga iônica pelo 
raio iônico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A tabela abaixo mostra a mobilidade dos elementos no ambiente superficial. 
Tabela 6.3: Mobilidades de alguns elementos químicos em relação às condições 
ambientais. segundo Rose, Hawkes e Webb (1979) 
 Condições Ambientais 
Mobilidade relativa Oxidante 
pH 5-8 
Neutro pH< 4 Redutor 
 
Altamente móveis Cl, Br, I, S, Rn,He, C, 
N, Mo,B, (Se, Te, Re?) 
Cl, Br, I, S, Rn,He, C, N, 
B 
Cl, Br, I, Rn, He 
 
Moderavelmente móveis Ca, Na, Mg, Li, F 
Zn, Ag, U, V, 
As (Sr, Hg, Sb?) 
Ca, Na, Mg, Sr,Li, F, 
Zn.Cd,Hg, Cu, Ag, Co, 
Ni, U, V, As, Mn, P 
Ca, Na, Mg, Li 
Sr, Ba, Ra, F, 
Mn 
Levemente móveis K, Rb, Ba, Mn,Si, Ge, 
P, Pb,Cu, Ni, Co (Cd), 
(Be, Ra, In, W?) 
K, Rb, Ba, Si, Ge, Ra K, Rb, Si, P, Fe 
Imóveis Fe, Al, Ga, Sc, Ti, 
Zr, Hf, Th, Pa, 
S, ETR, 
Pt metais, Au 
(Cr, Nb, Ta, Bi, Cs?) 
Fe, Al, Ga, Sc, Ti 
Zr, Hf, Th, Pa 
S, ETR 
Pt metais, Au 
(As, Mo, Se)* 
Fe, Al, Ga, Ti, Zr,Hf, 
Th, Pa, Sn,ETR, Pt 
metais, 
Au, Cu, Ag, Pb, Zn, Cd, 
Hg, Ni, Co, As, Sb, Bi, 
U, V, Se, Te, Mo, In, Cr, 
(Nb, Ta, Cs?) 
 
 
 
 
 
 
 Comportamento dos principais elementos da crosta durante o intemperismo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6.3. Importância dos Óxidos de Fe e Mn, Matéria Orgânica, Argilas na mobilidade 
dos elementos 
Óxidos de Fe e Mn são extremamente importantes na prospecção 
geoquímica porque durante sua precipitação, podem incorporar por co-
precipitação, outros íons. Além disso após a sua precipitação eles podem capturar 
ou adsorver elementos com os quais entrem em contato. A existênciadesses 
óxidos pode produzir uma diminuição na extensão de halos de dispersão de 
elementos normalmente móveis em determinadas condições de pH/Eh. Por outro 
lado, podem produzir anomalias não significativas. 
Um outro material de extrema importância na prospecção geoquímica é a 
matéria orgânica que pode estar presente nos solos e nos sedimentos de 
drenagem. Este material é constituído por um complexo grupo de componentes de 
origem biológica e desempenha papel importante na adsorção de certos 
elementos. Camadas orgânicas do solo possuem a capacidade de acumular certos 
metais e desse modo podem, muitas vezes, gerar anomalias não significativas, 
Argilo-minerais 
Quartzo 
Si Al Fe Mg Ca Na K 
Lixiviação 
Óxidos de ferro 
Si removida 
em solução 
Hidróxidos de Al Quartzo 
Óxidos de ferro 
in
te
m
p
e
ri
s
m
o
 
principalmente em locais pantanosos ou com espessa cobertura vegetal ou ainda 
em zonas de surgência de lençol freático (seepage). 
As argilas têm a capacidade de promover a troca de cátions com elementos 
no ambiente superficial. Essa capacidade está relacionada à facilidade desses 
argilo-minerais em receber moléculas de água ou cátions entre as lâminas que 
formam sua estrutura. 
 
6.4. Conceitos (Teor de fundo – Teor limiar e anomalia Geoquímica) 
Na prospecção geoquímica a coleta de amostra é feita por uma equipe 
técnica. O material amostrado em campo é enviado, na maioria das vezes, para 
um laboratório especializado onde é feita a dosagem dos elementos. A eficiência 
desse processo depende do estabelecimento dos valores de teores de fundo e do 
limiar. 
Mais realista que o Clarke, o teor de fundo é definido como o teor médio de 
um elemento em materiais geológicos não mineralizados (background). A 
distribuição de um elemento raramente é uniforme, com isso, a abundância normal 
de um elemento será variável de acordo com o material em que estiver contido. 
Por isso, para cada tipo de amostragem e para cada nova área a ser pesquisada, 
novos teores de fundo deverão ser definidos. A figura 6.3. Ilustra os teores de 
fundo de alguns elementos em rochas. 
A abundância normal de um elemento será variável de acordo com o 
material em que estiver contido. Para cada tipo de amostragem, e para cada nova 
área a ser pesquisada, novos teores de fundo deverão ser definidos. 
 
Figura 6.3: Teor de fundo em rochas. 
 
Como visto acima o teor de fundo de uma região depende dos tipos de 
rochas presentes. 
Vale lembrar que se as rochas possuem composição química e mineralógica 
diferente, assim como afinidades geoquímicas diferente. 
Assim considerando um mesmo elemento químico pode-se dizer que nas 
rochas onde originalmente este elemento está mais concentrado, isto é possui 
uma maior afinidade, seriam as mais adequadas como fontes de depósitos 
minerais (vide a Tabela 6.4). 
 
 
 
Tabela 6.4: Associações geoquímicas de elementos 
Associações plutônicas 
Rochas ultramáficas Cr, Co, Ni, Cu 
Rochas máficas Ti, V, Sc 
Rochas alcalinas Ti, Nb, Ta, Zr, ETR, F, P 
Rochas carbonáticas ETR, Ti, Nb, Ta, P, F 
Rochas graníticas Ba, Li, W, Mn, Sn, Zr, Hf, U, Th, Ti 
Rochas pegmatíticas Li, Rb, Cs, Be, ETR, Nb, Ta, U, Th, Zr, Hf 
Associações hidrotermais 
Depósitos de cobre pórfiro Cu, Mo, Re 
Sulfetos complexos Hg, As, Sb, Se, Ag, Zn, Cd, Pb 
Sulfetos de baixa temperatura Bi, Sb, As 
Metais básicos Pb, Zn, Cd, Ba 
Metais preciosos Au, Ag, Cu, Co, As 
Metais preciosos (UMF) Ni, Cu, Pt, Co 
 
Metamorfismo de contato 
Schelita-cassiterita W, Sn, Mo 
Fluorita-helvita Be, F, B 
Associação sedimentar 
Folhelhos negros U, Cu, Pb, Zn, Cd, Ag, Au, V, Mo, Ni, As 
Fosforita U, V, Mo, Ni, Ag, Pb, F, ETR 
Evaporitos Li, Rb, Cs, Si, Br, I, B 
Lateritas Ni, Cr, óxidos, Mn, Co, W, As, Ba, P, Nb, Ti, 
ETR 
Bauxita Nb, Ti, Ga, Be, Zn 
 
Analisando a tabela 6.4 as rochas ultramáficas seriam mais adequadas para 
a formação de depósitos de Cr, Co, Ni, Cu, já as rochas pegmátiticas poderiam 
formar depósitos de Li, Rb, Cs, Be, ETR (Elemento terras raras), Nb, Ta, U, Th, 
Zr, Hf. 
 
Anomalia Geoquímica 
Anomalias geoquímicas são desvios dos padrões geoquímicos normais em 
um determinado espaço geoquímico. São valores anormalmente altos ou baixos 
de um elemento ou combinações de elementos, ou ainda uma distribuição anormal 
de teores em um ambiente específico. 
As anomalias podem ser: 1) pedogeoquímicas (solos), 2) litogeoquímicas (rochas), 
3) hidrogeoquímicas (água), 4) biogeoquímicas (vegetais), 5) atmogeoquímicas 
(ar) ou relativas aos sedimentos de fundo de drenagens (vide figura 6.1). 
As anomalias relacionadas com mineralizações são denominadas 
significativas e são geralmente positivas (teores maiores que os teores de 
fundo). As anomalias relacionadas com mineralizações não econômicas ou a 
processos não relacionados à mineralizações que produzem altos teores nos 
elementos indicadores são chamadas não-significativas. 
 
Limiar 
 O LIMIAR (THRESHOLD) representa um valor acima do qual o teor de uma 
amostra e considerado anômalo. É o limite superior das flutuações normais de 
teores de fundo. 
A maioria dos levantamentos geoquímicos apresenta um conjunto de 
feições consideradas como anormais, que sobressaem no panorama geoquímico 
de uma área prospectada. Porém, muitas anomalias não apresentam significado 
de interesse econômico e prospectivo. Essas são anomalias não-significativas. 
Podem ser devido a: 
1) Anomalias relacionadas com rochas que apresentam altos teores de 
fundo dos elementos considerados (ultramáficas – alto Cr, Co, Ni, Mg; carbonatitos 
– alto P, Ti, Zr, Nb, TR; máficas – alto Fe, Ti, Cu); 
2) Anomalias devidas à contaminação pela atividade humana (rejeitos 
de minas, rejeitos de operações de fundição, fertilizantes, pesticidas, defensivos 
agrícolas ricos em metais, efluentes líquidos e resíduos sólidos); 
3) Anomalias produzida por erros durante a campanha de amostragem 
(amostras coletadas em locais impróprios da drenagem ou do solo, mal coletadas, 
etc.) e/ou durante a análise da amostra no laboratório (erros na análise 
laboratorial). 
 
Anomalias de fuga 
A figura abaixo mostra como o halo de dispersão pode ajudar na descoberta 
de um corpo mineralizado. 
 
 
 
Figura 6.4: Anomalia de fuga devido ao fraturamento da rocha. 
 
Elemento indicador x Elemento Farejador 
Elemento indicador é aquele utilizado na prospecção com o objetivo de 
detectar um corpo de minério. Na maioria dos casos o elemento indicador é um 
componente economicamente importante (elemento maior) no minério procurado. 
(E.g. Cobre em mineralizações de cobre, cromo em mineralizações de cromo). 
Caso um componente principal apresente dificuldades analíticas, tiver 
mobilidade muito reduzida ou produzir dados de interpretação difíceis, durante a 
prospecção geoquímica, outros elementos associados com o principal podem ser 
utilizados e neste caso são denominados de elementos farejadores (elemento 
traço ou menores) 
Elementos farejadores (pathfinders): são elementos associados a um 
corpo mineralizado que apresenta uma baixa concentração e é usado para 
detectar corpos de minério. 
A característica essencial para o elemento ser considerado farejador é 
relacionamento consistente com a mineralização. 
Os elementos farejadores são normalmente utilizáveis apenas para 
determinados tipos de mineralização ou ambiente geoquímico (Tabela 6.5). 
 Por exemplo o molibdênio (Mo) não é farejador para todos os depósitos 
cupríferos mas apenas os de cobre pórfiro. O Arsênio é farejador para as jazidas 
auríferas com arsenopirita. 
Tabela 6.5: Exemplo de elementos farejadores utilizados em prospecção g 
FAREJADORES TIPOS DE DEPÓSITOS 
As Veios de Au e Au 
As Minérios sulfetados complexos (Au, Ag, Cu, Co, Zn) 
B Escarnitos (w, Be, Zn, Mo, Cu, Pb) 
B Greisens ou veios de Sn-W-Be 
Hg Pb-Zn-Ag (sulfetos complexos) 
Mo Depósitos de contato (W-Sn)Mn Cobre pórfiro, depósitos em veios (Ba-Ag) 
Se, V, Mo U: Tipo arenito 
Cu, Bi, As, Co, 
Mo, Ni 
U: tipo veio 
Mo, Te, Au Cobre pórfiro 
Pd, Cr, Cu, Ni, Co Pt em rochas ultramáficas 
Zn Ag-Pb-Zn (sulfetos em geral) 
Zn, Cu Cu-Pb-Zn (sulfetos em geral) 
Rn U: todos os tipos de depósitos 
 
 
6.5. Métodos de prospecção geoquímica 
 Litosfera (rochas) (Figuras 6.5 a 6.8) 
 Pedosfera (solos) 
 Hidrosfera 
 Atmosfera 
 Biosfera 
 Propósito da prospecção geoquímica 
 Sedimentos de corrente 
 
 
Figura 6. 5:Locais de coleta de amostras em prospecção geoquímica (Rochas, 
solos e sedimentos de drenagem). 
 
Colúvio 
Aluvião 
Solo residual
Mineralização
 
Figura 6. 6: Locais de coleta de amostras em prospecção geoquímica (Rochas, 
solos, sedimentos de drenagem e água subterrânea). 
 
 
 
 
Figura 6. 7: Locais de coleta de amostras em prospecção geoquímica (Rochas, 
solos, sedimentos de drenagem e água subterrânea e anomalias biogênicas). 
 Vegetais com raízes no colúvio
 Vegetais com raízes no aluvião
Mineralização
Linha do freático
Vegetais com raízes
 no freático
Vegetais com raízes
 no solo residual
 
 
Figura 6. 8: Locais de coleta de amostras em prospecção geoquímica (Rochas, 
solos, sedimentos de drenagem e água subterrânea e anomalias biogênicas) 
 
A prospecção geoquímica é realizada com objetivo de diminuir 
progressivamente o tamanho da área de pesquisa aonde pode estar localizado um 
corpo de minério, antes da fase de prospecção direta (por exemplo: execução de 
sondagens). Em geral uma campanha geoquímica tem como meta descobrir um 
depósito de minério com custo bem baixo. 
 
6.6.Campanha de amostragem na prospecção geoquímica 
O objetivo de uma amostragem geoquímica é o de representar uma situação 
real composta por um número infinito de pontos por meio de uma quantidade finita 
de amostras. 
 Esse conjunto de porções retiradas de uma situação global deverá ser o 
mais representativo possível, sob pena de falsear qualquer conclusão. 
 Isso é particularmente crítico nos casos em que cada amostra tenha grande 
abrangência como é o caso dos sedimentos ativos de drenagem em 
levantamentos regionais. Qualquer desvio das regras estabelecidas poderá gerar 
problemas como super-estimação ou de sub-estimação dos teores encontrados. 
 
Mineralização
Linha do
freático
Surgência
(seepage) Fonte Afloramento do freático
6.7. Responsabilidades do Coletor (técnico em mineração) 
O coletor das amostras deve fazer mais que apenas coletar a amostra, deve 
portanto, observar todos os fatos que escapam da normalidade durante os 
trabalhos, fazendo as anotações na caderneta de campo para subsidiar as 
interpretações e conclusões do levantamento. 
Durante a coleta é importante anotar fatos como, mudanças na cor ou na 
textura do material, mudanças na granulação, presença de matéria orgânica, de 
óxidos de Fe/Mn, quaisquer indícios de mineralização (presença de sulfetos), etc. 
De igual importância são os cuidados que devem ser tomados durante a 
coleta propriamente dita da amostra que deve ser feita estritamente de acordo 
com o especificado. 
 Em levantamentos regionais de longa duração deve-se cuidar a qualidade e 
as mudanças na equipe de campo. Esse problema é especialmente comum em 
regiões ínvias onde é difícil a aquisição de mão de obra especializada e onde a 
existência de garimpos aumenta a rotatividade de pessoal. 
 
6.8. Programação de amostragem 
 A programação das estações de amostragem deve ser feita com o auxílio do 
mapa-base preliminar de trabalho e do mapa geológico. As estações de coleta 
devem ser distribuídas conforme, a diferença das rochas, a densidade e o padrão 
da rede hidrográfica (as drenagens), a densidade e representatividade da 
amostragem (depende da escala de trabalho), e de acordo a experiência 
acumulada. 
Além disso, deve ser checada, durante a pesquisa mineral, a qualidade de 
amostragem. 
As amostras para o controle de qualidade devem ser programadas e 
incluídas em lotes com quantidade de amostras pré-estabelecida, permitindo a 
verificação periódica da qualidade das técnicas de amostragem e analíticas. 
A precisão de amostragem em campo (controle de qualidade) é controlada 
por meio de amostras replicatas, que são duas amostras diferentes coletadas no 
mesmo local. 
A precisão analítica (precisão na preparação das amostras) é controlada 
por meio de amostras duplicatas, que são amostras normais divididas em duas 
porções. 
As tendências do laboratório são controladas por meio de amostras padrão 
(que são comprados e cujo teor é conhecido). 
 
6.9. Técnicas de amostragem 
6.9.1.Prospecção Geoquímica por Sedimentos de Corrente 
Sedimento de drenagem é aquele material não consolidado, distribuído ao 
longo dos vales, do sistema de drenagem e originado a partir da interação 
constante e contínua dos processos de intemperismo e erosão que atuam sobre 
os diversos tipos de rocha localizados na bacia de drenagem. Assim, esse material 
é representativo de toda a bacia a montante, no que concerne aos eventos a ela 
relacionados. 
Os sedimentos de corrente podem ser ativos e inativos. 
Sedimentos inativos de drenagem, são aqueles materiais depositados 
nos cursos de água e que podem ter sido originados de três maneiras: 
a) Material transportado por tração, saltação e suspensão pela 
torrente das cheias e que se deposita marginalmente à corrente; 
b) Material desmoronado das margens e acumulado próximo da fonte 
sem transporte significativo; 
c) Material de densidade elevada, que se deposita seletivamente nos 
locais onde ocorram obstáculos naturais no leito ou onde a 
corrente muda de direção. 
Os Sedimentos ativos de drenagem, também conhecidos como 
sedimentos de corrente, são os materiais não consolidados que estão sendo 
continuamente transportados na corrente da drenagem por saltação, tração ou 
suspensão. Esse conjunto heterogêneo está sendo constantemente movimentado 
e misturado na zona de maior fluxo da corrente. Isso promove uma constante e 
adequada mistura de componentes em qualquer trecho da drenagem. É o material 
mais usado na prospecção geoquímica regional (Figura 6.9). 
 
 
 
Figura 6. 9: Fotos em aluviões (sedimentos ativos de corrente). 
Em uma amostragem de sedimentos de corrente, alguns procedimentos 
podem ser sugeridos: 
 Planejamento e localização do córrego e da estação de amostragem 
(através de mapas geológicos, topográficos, fotografias aéreas e imagens de 
satélite e radar). 
 A amostragem é composta isto é o material deve ser coletado em locais 
afastados entre si. Lembre-se que uma amostra composta representa uma área. 
O tipo de material coletado é a fração argilosa (devido à sua capacidade de 
adsorção). 
 A coleta deve ser feita de jusante para montante 
 A coleta deve ser feita no meio da drenagem e nunca próximas de suas 
bordas laterais 
 Procurar não amostrar pequenos cursos de água muito próximos de sua 
confluência com rios de maior magnitude (ou seja locais onde o material pode 
não ser significativo) 
 Amostrar sempre a montante de pontes, travessias, etc. (para não gerar 
falsas anomalias). 
 Usar a mão para coleta de material. 
 Condicionar o material em sacos plásticos e identificar a amostra 
 Medir o pH da água; 
 Preencher a caderneta de campo. Observar quaisquer anormalidades 
existentes no local de coleta (ou seja presença de óxidos de ferro e manganês, 
presença de matéria orgânica, presença de sulfetos etc.). 
 Marcar no campo a estação de coleta de maneira a possibilitar futuras 
verificações e eventuais reamostragens. 
 Tirar as coordenadas. 
 
Vale lembrar que o estabelecimento do padrão de amostragem de uma 
determinada área a ser coberta por coleta de sedimentos de corrente depende, 
tanto do objetivo do levantamento (levantamento regional, de semi detalhe ou de 
detalhe, Figuras 6.10 a 6.12), quanto da área máxima parabacias de drenagem 
que reflitam a mineralização procurada. 
 Vale ressaltar que cada amostra em um levantamento geoquímico em 
drenagens representará todos os materiais geológicos que estão sendo 
erodidos na bacia de drenagem a montante da estação de coleta. 
 Com isso, a amostra não representa somente um ponto mas sim toda a 
área da bacia a montante. Dessa maneira, o teor na amostra representa o teor 
médio dos materiais geológicos da bacia de drenagem a montante da estação de 
coleta. 
 A área máxima da bacia de drenagem representada por cada amostra, 
dependerá dos parâmetros levantados no estudo orientativo e das demais 
informações existentes, além do conhecimento da mobilidade dos elementos 
procurados. Como regra geral, quanto maior a bacia de drenagem amostrada, 
tanto maior deverá ser a mineralização para produzir anomalias detectáveis 
 
 
Figura 6. 10: Densidade de amostragem em uma malha de 100-200km2 
 
 
. 
Figura 6. 11: densidade de amostragem em uma malha de 10-20km2. 
Figura 6. 12: Densidade da amostragem um escala de uma amostra a cada 0,5km2 
e com espaçamento constante ao longo das drenagens. 
 
6.9.2 Prospecção por Concentrados de Bateia (Minerais Pesados) 
 Esta ferramenta utiliza as propriedades gravimétricas dos materiais 
detríticos pesados e resistatos (com densidade maior que a densidade do quartzo, 
d = 2.7). Como por exemplo, ouro, cassiterita, columbita, tantalita, diamante e seus 
satélites, platina, monazita, etc. (Figura 6.13) 
Estes materiais tendem a se acumular como produtos residuais das rochas, 
sendo encontrados nos elúvios, colúvios e aluviões (sendo este último o ambiente 
amostrado). 
O concentrado é feito no campo com auxílio de uma bateia (alumínio). 
 
Em uma amostragem de concentrados de bateia, alguns procedimentos ser 
seguidos: 
 Planejamento e localização do córrego e da estação de amostragem 
(através de mapas geológicos, topográficos, fotografias aéreas e imagens de 
satélite e radar). 
 A amostragem é composta isto é o material deve ser coletado em locais 
afastados entre si. Lembre-se que uma amostra composta representa uma área. 
 A coleta deve ser feita de jusante para montante (fração cascalho) 
 A coleta das amostras deve ser feita nos locais onde haja diminuição brusca 
da velocidade do fluxo de água (figura 6.14.) e onde predominem partículas de 
0.5cm ou mais de diâmetro, como barras em pontal (ilhas), barras marginais 
(praias), porções internas das curvas dos rios, barreiras em drenagens formadas 
por quaisquer obstáculos, etc; 
 O material deve ser coletado com pás ou cavadeiras a cerca de 30cm de 
profundidade e com volume constante entre 10 a 20 litros. 
 Pode-se fazer um pré peneiramento, separando e rejeitando a fração mais 
grossa após análise visual com seleção dos minerais de interesse que devem 
ser guardados com o concentrado. 
 Durante o bateamento deve-se ter cuidado para não perder materiais de 
interesse como palhetas de ouro mais fino. 
 O bateamento é feito, se possível, em geral no próprio local de coleta e o 
concentrado é guardado em saco plástico e etiquetado. 
 A estação de coleta deve ser marcada para futuras verificações e eventuais 
reamostragens. Tirar as coordenadas e anotar as informações na caderneta de 
campo (figura 5.15). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 6. 13: Etapas de garimpagem de um concentrado de sedimento. É 
importante misturar bem o sedimento para que os metais pesados se concentrem 
no fundo da bateia. Frequentemente o sedimento é peneirado a menos de 2mm, 
embora esse procedimento possa eliminar alguma pepita (nugget) grande. Um 
garimpeiro experiente leva, em média, 20 min para completar a operação. 
 
 
 
 
Figura 6. 14: Locais indicados pelas setas para concentração de minerais 
pesados (A1) –parte interna nos meandros; (A2) encontro de rios com velocidades 
diferentes (v1>V2) e (A3) Encontro de rios com lagos e açudes . 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 6. 15: Locais de amostragem por concentrado de bateia. Na figura acima 
é mostrado o processo de bateamento. No centro o local de coleta de amostra. A 
foto inferior mostra a fração cascalhosa amostrada. 
6.9.3. Prospecção geoquímica e amostragem de solos residuais (Elúvios) 
 A amostragem e análise de solos residuais é uma das técnicas mais 
utilizadas e quando usada adequadamente torna-se uma ferramenta 
extremamente confiável. Isto porque independente das condições climáticas e 
onde se tem uma rocha mineralizada haverá feições químicas representada nos 
solos residuais. 
Durante a atuação dos processos de intemperismo e pedogênese (formação 
do solo), os elementos presentes na rocha são incorporados aos solos residuais 
sobrejacentes, denominados elúvios. Quando esses processos ocorrem sobre 
corpos mineralizados, os altos teores dos elementos associados aos depósitos 
darão origem a teores anormalmente altos nos solos residuais sobrejacentes. 
Anomalias geoquímicas nas rochas intemperizadas e nos solos residuais têm sido 
usadas com grande sucesso como guias para mineralizações não aflorantes. 
Ressalta que o solo pode ser residual (elúvio) ou transportado (colúvio). Em 
áreas com cobertura residual, a amostragem é utilizada, em geral, na fase após 
os serviços de prospecção geoquímica por sedimentos de corrente e por 
concentrados de bateia. 
Vale lembrar que existem algumas áreas onde os solos superficiais não 
refletem a química das rochas subjacentes, são elas: 
a) Áreas glaciais onde o solo (ou cobertura) foi transportado para outra 
região; 
b) Áreas onde ocorre forte transporte eólico de areias; 
A formação das anomalias no solo residual é governada por fatores físicos 
e químicos como, por exemplo: 
a) Modo de ocorrência dos elementos – os elementos derivados do 
intemperismo ocorrem no solo de maneira dependente das suas propriedades, de 
sua ocorrência no material original, da química e da mineralogia do solo. 
Alguns metais (Sn, W, Nb, Au) ocorrem no solo como componentes de 
minerais resistatos ou migram também na forma iônica. 
 Outros ocorrem ligados à argilo-minerais ou com óxidos hidratados de Fe 
e Mn e Al e também à matéria orgânica. 
 Elementos de pouca mobilidade (Sn, Cr) tendem a permanecer no local de 
geração e podem sofrer enriquecimentos relativos mantendo ou até ampliando 
suas anomalias. 
 Elementos mais móveis (Cu, Zn, Mo, U) mostram intensidades menores em 
suas anomalias pois tendem a migrar de seus locais de origem. 
Procedimento de coleta de amostras 
 Em geral a coleta é feita segundo um sistema de malhas regulares ao longo 
das linhas regularmente espaçadas (locação dos pontos). Antes da coleta deve-
se fazer um levantamento topográfico locando em campo (colocando piquetes) 
o local a ser amostrado. Deve-se para isto construir uma linha base que deve ser 
paralela à estrutura mineralizada. E a partir desta em direção ortogonal e em 
intervalos regulares devem ser implantadas as linhas de amostragem. A equipe 
de topógrafos colocará piquetes no locais a serem amostrados 
 De um modo geral 20 a 50g de amostra fornecem material suficiente para 
uma boa amostragem. 
 As amostras são coletadas por meio de escavações manuais no horizonte 
B e acondicionadas em sacos plásticos previamente numerados. 
 Para cada amostra são preenchidas as fichas de campo. Vale ressaltar que 
o horizonte B é escolhido devido à á composição argilosa. 
 A partir da análise química das amostras são construídos mapas de 
isoanomalias (mapas de isoteores). 
 A planilha de campo contém os seguintes dados: Localização da amostra, 
nome do amostrador, data da coleta, descrição do local, método de análise, 
horizonte amostrado e anormalidades no local (se houver). 
Ressalta que durante a interpretação dos dados, parâmetros como a 
topografia que podem aumentar o tamanho do halo de dispersão devem ser 
analisados (Figura 5.16a).Figura 6. 16: Influencia da inclinação do terreno em relação às anomalias 
máximas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Influência da inclinação do terreno em relação as anomalias máximas 
 (Granier 1973)
6.9.4. Prospecção hidrogeoquímica 
Os métodos de prospecção hidrogeoquímica estão baseados na descoberta 
de halos de dispersão secundária de corpos mineralizados a partir do estudo da 
hidrodinâmica superficial e subterrânea. Este estudo pode ser realizado em águas 
superficiais, subterrâneas e em fontes. 
A prospecção em água superficial ou subterrânea tem como vantagem 
poder detectar ocorrências minerais não aflorantes. Além disso, uma pequena 
porção de material é coletado não diminuindo na eficiência para detecção dos 
halos de dispersão 
A técnica de prospecção hidrogeoquímica tem sido utilizada para depósitos 
sulfetados e não sulfetados (B, Be, Li, W, F, U, etc). 
Teores anômalos dos elementos químicos contidos nas águas superficiais 
ou subterrâneas constituem padrões conhecidos como anomalias 
hidrogeoquímicas. Os elementos móveis são capazes de viajar em solução nas 
águas naturais e por isso são úteis na prospecção geoquímica. U, F, Mo, Zn, Cu, 
entre outros, são exemplos de elementos que podem ser prospectados desta 
maneira. Drenagens largas e rasas com fluxos estáveis e sem turbulência são 
ideais para esse tipo de prospecção pois mantém a homogeneidade das 
anomalias. 
 O metal pode entrar na drenagem nas cabeceiras ou em qualquer ponto do 
seu curso e tenderá a mostrar um decréscimo progressivo a partir da fonte. Porém, 
em muitos casos, é comum a entrada do metal a partir de vários pontos ao longo 
do curso dificultando a interpretação. 
Técnicas de amostragem de água de drenagem 
 O amostrador deve ficar de frente para a cabeceira da drenagem para evitar 
contaminações da amostra no momento da coleta 
 Lavar as mãos com a água corrente da drenagem 
 Abrir o recipiente e lavá-lo duas ou três vezes com a água corrente da 
drenagem 
 Medir o pH da água com papel indicador 
 Encher o recipiente com água 
 Se for o caso, adicionar acidulante para manter os elementos em solução 
 Preencher a ficha de campo (anotando qualquer anormalidade) 
 Identificar a estação de amostragem no campo e identificar a amostra 
 
6.9.5 Prospecção biogeoquímica 
A prospecção geobotânica é um dos métodos geoquímicos de exploração 
mineral e tem o propósito de detectar halos de dispersão secundária de corpos 
mineralizados, por meio do estudo, da distribuição dos elementos químicos 
indicadores, presentes na vegetação. 
Alguns elementos químicos são fundamentais para o perfeito 
desenvolvimento das espécies vegetais (macro e micronutrientes). 
A atividade vital faz com que alguns elementos dispersos na superfície da 
terra se acumulem nas plantas (ex: B., Mn, Fe, Cu, Mo, Zn, Co, Ni, U). Estes 
elementos são denominados segundo a sua abundância média em macro e micro 
nutrientes. (Macro: H, O, N, P, S, Cl, C, K, Mg, Ca e Micro: Fe, Cu, Mn, Zn, B, Mo). 
Estes elementos, em excesso ou em falta, podem influenciar o 
desenvolvimento sadio das plantas. 
Vantagens do método 
 Devido à profunda penetração das raízes, corpos mineralizados não 
aflorantes podem ser localizados mesmo sob uma cobertura de solo de até 30m. 
 As plantas possuem a capacidade de assimilar elementos químicos que 
estão presentes nos solo em quantidades muito reduzidas. 
 
3.10. Controle de Qualidade 
 
As amostras para o controle de qualidade devem ser programadas e incluídas 
em lotes com quantidade de amostras pré-estabelecida, permitindo a verificação 
periódica da qualidade das técnicas de amostragem e analíticas. 
A precisão de amostragem é controlada por meio de amostras replicatas, que 
são duas amostras diferentes coletadas no mesmo local. 
A precisão analítica é controlada por meio de amostras duplicatas, que são 
amostras normais divididas em duas porções. 
As tendências do laboratório são controladas por meio de amostras padrão, 
que tem teor conhecido.

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