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Operações Financeiras pdf

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PREPARAÇÃO INTELIGENTE PARA 
O EXAME DE SUFICIÊNCIA 
 
Livro Digital 
 
OPERAÇÕES FINANCEIRAS 
 
1 
 Operações Financeiras 
SUMÁRIO 
 
 
1 Operações Financeiras .................................................................................................................................... 2 
2 Venda a Prazo, Emissão de Duplicatas ............................................................................................................ 2 
3 Duplicatas Descontadas .................................................................................................................................. 5 
4 Operações Com Cheque .................................................................................................................................. 7 
5 Empréstimos e Financiamentos: Apropriação, Principal, Juros Transcorridos E A Transcorrer .................... 7 
6 Despesas E Receitas Financeiras ................................................................................................................... 10 
6.1 Principais Contas De Receitas Financeiras ................................................................................................. 10 
6.1.1 Descontos obtidos: .................................................................................................................................. 10 
6.1.2 Juros Ativos, Juros Recebidos, Juros Auferidos ....................................................................................... 11 
6.1.3 Receitas Sobre Outros Investimentos Temporários: ............................................................................... 12 
6.1.4 Aluguéis Ativos: ....................................................................................................................................... 12 
6.2 Principais Contas De Despesas Financeiras: ............................................................................................... 12 
6.2.1 Juros Passivos, Juros De Empréstimos: ................................................................................................... 12 
6.2.2 Descontos Concedidos, Desconto Financeiro, Desconto Condicional Concedido .................................. 12 
6.2.3 Comissões Passivas E Despesas Bancárias: ............................................................................................. 12 
7 Juros Sobre Capital Próprio ........................................................................................................................... 13 
8 Depósitos Judiciais......................................................................................................................................... 14 
9 Despesas Antecipadas E Receitas Antecipadas .............................................................................................. 14 
10 Folha De Pagamentos ................................................................................................................................... 18 
10.1 Valor Da Folha De Pagamentos ................................................................................................................ 19 
10.2 Encargos Sociais ....................................................................................................................................... 19 
10.2.1 INSS retido do funcionário .................................................................................................................... 19 
10.2.2 INSS patronal ......................................................................................................................................... 21 
10.2.3 FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) ................................................................................. 23 
10.3 Provisão Para Pagamento De Férias ......................................................................................................... 23 
10.4 Provisão Para Pagamento de 13º Salário ................................................................................................. 24 
10.5 Salário Mínimo E Vale Transporte ............................................................................................................. 24 
11 Aplicações Financeiras ................................................................................................................................. 27 
11.1 Juros Pré-fixados ....................................................................................................................................... 27 
11.2 Juros pós–fixados ...................................................................................................................................... 27 
11.3 Encargos financeiros................................................................................................................................. 28 
12 Perdas Estimadas com Créditos de Liquidação Duvidosa (PECLD) ou Provisão Para Devedores .............. 29 
Duvidosos (PDD) ................................................................................................................................................ 29 
13 Ajuste a Valor Presente ................................................................................................................................ 35 
13.1 - Por que utilizar o Ajuste a Valor Presente? ............................................................................................ 36 
13.2 Contabilização do Ajuste a Valor Presente ............................................................................................... 37 
13.2.1 Exemplo 1 – Contabilização do AVP – Venda a Prazo: .......................................................................... 37 
13.2.2 Exemplo 2 – Compra a Prazo:................................................................................................................ 39 
14 Resumo Dos Pontos Abordados Nesta Aula ................................................................................................ 46 
15 Questões Comentadas Nesta Aula .............................................................................................................. 48 
16 Gabarito Das Questões Comentadas Nesta Aula ........................................................................................ 56 
 
 
 
2 
 Operações Financeiras 
1 Operações Financeiras 
 
Olá, pessoal! Tudo bem com vocês? 
Sejam bem-vindos a mais uma aula do nosso curso CFC De A a Z para o Exame de Suficiência. 
Na aula de hoje falaremos sobre operações financeiras e também sobre o chamado Ajuste a Valor Presente. 
O assunto esteve presente nas últimas provas, então, vamos olhar com carinho. 
Como sempre, a leitura desta aula é indispensável. 
Um abraço. 
Prof. Gabriel Rabelo. 
@contabilidadefacilitada 
 
2 Venda a Prazo, Emissão de Duplicatas 
 
A duplicata é o título de crédito emitido com base em obrigação proveniente de compra e venda comercial 
ou prestação de certos serviços. Rege-se pela Lei 5.474/1968. 
É conhecida por ser um título causal, ou seja, encontra-se vinculada à relação jurídica que lhe dá origem que 
é a compra e venda mercantil. 
Na contabilidade, como trabalhamos com o regime de competência, a receita de venda deve ser 
reconhecida na entrega da mercadoria, independentemente do recebimento, pois, neste momento, há a 
transferência da titularidade (a chamada tradição). 
 
 
Assim, quando realizamos uma venda a prazo (e entregamos as mercadorias), faremos alguns lançamentos 
contábeis. Por exemplo, venda por R$ 1.000,00 de mercadorias que custaram R$ 700,00, sem a incidência de 
tributos, para recebimento em 30 dias. 
Pelo registro da venda 
D – Clientes/Duplicatas a receber (ativo) 1.000,00 
C – Receita de vendas (resultado) 1.000,00 
 
 
Tradição: Entrega da merc. (Reconhece receita)3 
 Operações Financeiras 
Clientes Receita de vendas 
1000 1000 
 
 
Pela baixa no estoque 
D – Custo da mercadoria vendida (resultado) 700,00 
C – Estoque de mercadorias para revenda (ativo) 700,00 
 
CMV Estoque 
700 700 
 
 
Quando do recebimento da venda 
D – Caixa/Bancos (ativo) 1.000,00 
C – Clientes/Duplicatas a receber (ativo) 1.000,00 
 
Clientes Bancos 
1000 1000 1000 
 
 
Imagine-se agora que o cliente pagou a mercadoria, em 31.01.X1, no valor de R$ 1.000,00, para recebimento 
em 31.03.X1, cujo custo é de R$ 700,00. 
Quando do adiantamento 
D – Bancos/Caixa (ativo) 1.000,00 
C - Adiantamento de clientes (passivo) 1.000,00 
 
Bancos Adian. Clientes 
1000 1000 
 
 
Quando da entrega das mercadorias, em 31.03.X1 
D – Adiantamento de clientes (passivo) 1.000,00 
C – Receita de vendas (resultado) 1.000,00 
 
4 
 Operações Financeiras 
Receita de vendas Adian. Clientes 
 1000 1000 1000 
 
 
Pela baixa no estoque 
C – Custo da mercadoria vendida (resultado) 700,00 
C – Estoque de mercadorias para revenda (ativo) 700,00 
 
CMV Estoque 
700 700 
 
 
01. (FBC/Exame de Suficiência/2017.1) Em 10.1.2017, uma Sociedade Empresária celebrou um contrato 
para venda de 100 unidades de uma determinada mercadoria pelo valor total de R$50.000,00. Conforme 
demonstrado a seguir, o contrato estabeleceu o cronograma para entrega das mercadorias e recebimento 
das vendas, o que foi integralmente cumprido. 
 
 
Não existe efeito relevante na operação que justifique a consideração do ajuste a valor presente. 
Por ocasião das entregas, todas as condições estabelecidas na NBC TG 47 – RECEITA DE CONTRATO COM 
CLIENTE, necessárias para o reconhecimento da Receita, são satisfeitas. 
Os registros contábeis são realizados diariamente e os ajustes, ao final de cada mês. Desconsiderando-se os 
efeitos tributários e com base na NBC TG 47 – RECEITA DE CONTRATO COM CLIENTE, o valor da Receita 
dessa operação, a ser reconhecido em janeiro de 2017, é de: 
 
A) R$5.000,00. 
B) R$10.000,00. 
C) R$25.000,00. 
D) R$50.000,00. 
 
Comentários: 
 
Somente reconheceremos como receita em janeiro, o valor proporcional às unidades que foram entregues 
nesse mês, independentemente do valor recebido. 
 
5 
 Operações Financeiras 
O valor unitário de venda foi de 50.000/100 = R$ 500. Como a empresa entregou 20 unidades, a receita de 
janeiro será 500 x 20 = R$ 10.000,00 
 
Gabarito: B. 
 
3 Duplicatas Descontadas 
 
Sabemos que as empresas dificilmente conseguem sobreviver sem que realizem operações a prazo. Assim, 
ao realizar vendas a prazo, como já dissemos, a empresa pode emitir duplicatas. Todavia, também pode 
acontecer de a empresa necessitar do recurso de maneira antecipada. Contudo, ela não pode chegar ao 
cliente, antes do vencimento, e exigir a sua liquidação. 
Eis que surge o desconto de duplicatas. A empresa portadora do título recorre ao banco e fala: olha, preciso 
do dinheiro desta duplicata, todavia, o vencimento se dará somente lá na frente, na data x. 
O banco então desconta essa duplicata, ou seja, entrega o valor à empresa, mediante a cobrança de juros. 
Descontar uma duplicata é, grosso modo, uma operação em que pegamos um adiantamento do valor das 
duplicatas com o banco, deixando-as em garantia. 
Funciona assim: 
 
Operação de desconto de duplicata 
- Descontamos o valor da duplicata. Recebemos o valor do principal menos os descontos relativos à 
operação (juros e encargos). 
- O banco fica com as duplicatas em sua carteira de clientes, para receber. 
- Se o banco não receber, isto é, o cliente não quitar, o banco vai pegar o dinheiro de volta, devolvendo 
a duplicata para a empresa, para que ela cobre com os meios legais. 
 
A conta duplicatas descontadas hoje é uma conta do passivo exigível. Antigamente, o entendimento é que 
ela fazia parte das contas retificadoras do ativo. 
Os encargos financeiros, por seu turno, ficam retificando a conta duplicatas descontadas. 
 
 
Exemplo: 
Primeira hipótese: Duplicatas com valor de R$ 1.000,00, descontadas com encargos de R$ 100,00, com o 
Banco Alfa. 
D - Bancos Conta Movimento (Ativo Circulante) 900,00 
D - Encargos Financeiros a Transcorrer (Ret. do Passivo Circulante) 100,00 
 
6 
 Operações Financeiras 
C - Duplicatas Descontadas (Passivo Circulante) 1.000,00 
 
Bancos Encargos a transc. Duplica. Descont. 
900 100 1000 
 
 
Portanto, repetimos: a conta duplicatas descontadas foi para o passivo exigível! A conta encargos 
financeiros a transcorrer ficará retificando a conta duplicatas descontadas. É como se fosse um empréstimo, 
deixando-se as duplicatas como garantia. 
Segunda hipótese: Passou o período de juros (suponha R$ 10,00 ao mês). 
Conforme o período da competência, lançaremos os juros: 
D - Despesa de Juros (Resultado) 10,00 
C - Encargos Financeiros a Transcorrer (Passivo exigível) 10,00 
Terceira hipótese: O cliente liquidou a obrigação. 
Com o recebimento do cliente, o lançamento será: 
D - Duplicatas Descontadas (Passivo exigível) 1.000,00 
C - Duplicatas a Receber (Ativo circulante) 1.000,00 
 
Dupl. Descont. Duplicatas a recer 
1000 1000 1000 
 
 
Quarta hipótese: O cliente não liquidou a obrigação. O banco devolveu as duplicatas. 
O banco vai devolver a duplicata para que o cliente se vire, e pegar o seu dinheiro de volta. 
 O lançamento, neste caso, será: 
D – Duplicatas Descontadas (Passivo exigível) 1.000,00 
C – Caixa/Bancos (Diminuindo o caixa) 1.000,00 
 
Dupl. Descont. Caixa 
1000 1000 
 
 
 
7 
 Operações Financeiras 
Observação: Conta retificadora do passivo é uma conta que fica no passivo, mas tem natureza devedora 
(tem saldo devedor). Lembra que o Passivo tem natureza credora? Então, as contas retificadoras diminuem o 
passivo. 
Do mesmo modo, as contas retificadoras do Ativo ficam no ativo, mas com natureza credora. Por exemplo, a 
conta depreciação acumulada. 
4 Operações Com Cheque 
 
O recebimento em cheque é realizado através da tesouraria, ou seja, da conta caixa. 
Todavia, o pagamento em cheque é feito através de crédito na conta bancos conta movimento. 
 
 
5 Empréstimos e Financiamentos: Apropriação, Principal, Juros Transcorridos E 
A Transcorrer. 
 
Agora, falaremos sobre os empréstimos recebidos de terceiros. O primeiro aspecto digno de nota é que a 
contabilização se dá com o recebimento dos recursos pela empresa. Se a sociedade ALFA assina um 
contrato de empréstimo em 01.01.X1, no montante de R$ 15.000,00, mas só recebe os recursos 
efetivamente em 05.01.X1, deverá fazer a contabilização tão-somente nesta última data. 
Todavia, se em 01.01.X1, assina um contrato para receber R$ 5.000,00 em 01.02.X1, R$ 5.000,00 em 
01.03.X1 e R$ 5.000,00 em 01.04.X1, deverá fazer a contabilização conforme o recebimento da cada uma das 
prestações. 
Suponhamos que a empresa receba uma quantia de R$ 10.000,00, para pagamento de R$ 
12.000,00 ao final. 
Neste caso, vamos lançar, quando do recebimento do empréstimo: 
Recebimento do principal 
D – Bancos conta movimento (ativo) 10.000,00 
D – Encargos financeiros a transcorrer (retificadora passivo) 2.000,00 
C – Empréstimos a pagar (passivo) 12.000,00 
 
 
 
 
 
 
Cheque 
Pagamento Sai do banco 
Recebimento Entra no caixa 
 
8 
 Operações Financeiras 
Bancos Encargos a trans. Emprés. a pagar 
10000 2000 12000 
 
 
Apropriação dos juros 
Com o transcurso de um período, lançaremos: 
D – Encargos financeiros (resultado) 200,00 
C – Encargos financeiros a transcorrer (retificadora passivo)200,00 
 
Encargos financeiros Encargos a trans. 
200 2000 200 
 
 
Por fim, com o pagamento do principal (a conta encargos financeiros a transcorrer vai zerar com o tempo), 
lançaremos: 
D – Empréstimos a pagar (passivo) 12.000,00 
C – Bancos conta movimento (ativo) 12.000,00 
 
Bancos Encargos a trans. Emprés. a pagar 
10000 12000 2000 2000 12000 12000 
 
 
Considere que há mais dinheiro no banco além desses 10.000,00 (estamos nos restringindo à operação de 
empréstimo). 
Sempre que o valor total da carga de juros for conhecido quando da apropriação do empréstimo, 
lançaremos como encargos financeiros a transcorrer. 
Atenção! A conta encargos financeiros a transcorrer registra não só o valor dos juros, mas quaisquer 
despesas incorridas e diretamente relacionadas à captação dos recursos, devendo ser apropriada pelo 
regime de competência. 
Os encargos financeiros têm como contrapartida conta de despesa, exceto no caso de ativos qualificáveis, 
como já explicado na aula de ativo imobilizado. 
Ativos qualificáveis são aqueles que demandam substancial tempo para ficarem prontos para o uso que se 
pretende dar. Se, por exemplo, está sendo construído um grande navio, que necessita de recursos de 
financiamento para a sua fabricação, tendo juros embutidos no valor de R$ 50.000,00, lançaremos: 
 
 
9 
 Operações Financeiras 
D – Ativos em construção – encargos financeiros (ANC – Imob.) 50.000,00 
C – Financiamentos a pagar (PC ou PNC) 50.000,00 
Portanto, os encargos financeiros para ativos qualificáveis, que são aqueles que demoram um período de 
tempo substancial para ficarem pronto, devem ir para o custo do ativo e não para o resultado, como é a 
regra. 
 
02. (Consulplan/Exame CFC/2018.1) A empresa Exemplo Ltda. obtém um empréstimo bancário em uma 
instituição financeira, no valor de R$ 120.000,00, a ser pago em 120 parcelas de R$ 1.000,00. O primeiro 
pagamento será efetuado no prazo de 30 dias, e os demais seguirão nos meses seguintes. A empresa efetua 
o registro contábil da operação de empréstimo na data da operação. 
 
Qual o efeito do registro contábil na data da operação? 
 
A) Diminui o Ativo. 
B) Mantém inalterado o Ativo. 
C) Altera o resultado do Exercício. 
D) Mantém inalterado o Patrimônio Líquido da empresa. 
 
Comentários: 
 
Como a questão não falou nada sobre o valor dos juros, devemos desconsiderar. O lançamento é o que se 
segue: 
D – Bancos 120.000,00 
C – Empréstimos a pagar 120.000,00 
Por que esse lançamento? O valor do banco está aumentando e o valor do empréstimo a pagar também. 
Aumento no ativo e aumento no passivo. 
Portanto, nenhuma alteração no Patrimônio Líquido. Gabarito D! 
Vejamos o erro das demais alternativas. 
A) Diminui o Ativo. Aumenta! 
B) Mantém inalterado o Ativo. Aumenta! 
C) Altera o resultado do Exercício. Não altera o resultado! 
 
Gabarito: D. 
 
03. (FBC/Perito Contábil/2017) Os sócios da empresa X discordaram do contador sobre a data de início de 
capitalização do custo de um empréstimo para produção de um ativo qualificável, conforme recomenda a 
NBC TG 20 (R1). O empréstimo foi obtido em 1º/4/20XX e a obra foi iniciada em 1º/6/20XX. O contador 
iniciou a capitalização do custo a partir de 1º/4/20XX, quando ainda não havia obra. Como não houve acordo 
entre os sócios e o contador, um perito contábil foi contratado para apresentar um parecer à diretoria da 
firma X informando a data inicial em que o custo deveria ser capitalizado. Com base neste enunciado, 
assinale a opção que indica a partir de que data deveria ocorrer a capitalização do custo do empréstimo. 
 
10 
 Operações Financeiras 
A) O parecer técnico-contábil do perito contábil deve certificar que o custo de empréstimo deve ser 
capitalizado a partir da data do empréstimo, 1º/4/20XX. 
B) O parecer técnico-contábil do perito contábil deve afirmar que o custo de empréstimo deve ser capitalizado 
a partir da data do início da obra, 1º/6/20XX. 
C) O parecer técnico-contábil do perito contábil deve afirmar que o custo de empréstimo pode ser capitalizado 
a partir de quaisquer das datas, pois norma não interfere nessa decisão. 
D) O parecer técnico-contábil do perito contábil deve recomendar à diretoria não capitalizar o custo do 
empréstimo porque a norma determina que ele seja levado ao resultado. 
 
Comentários: 
 
O valor dos encargos financeiros relativos a ativos qualificáveis deve ser lançado como custo do ativo e não 
como despesa. 
A capitalização tem início na data do empréstimo ou da obra, o que acontecer primeiro. 
 
Gabarito: A. 
6 Despesas E Receitas Financeiras 
 
Entre as receitas e despesas financeiras, destacam-se juros, descontos, atualizações monetárias, entre 
outras. 
As despesas ou receitas financeiras incluem os juros. Todavia, segundo o FIPECAFI a variação monetária deve 
ser classificada separadamente, exceto se for uma atualização monetária prefixada, hipótese em que será 
classificada como despesa ou receita financeira. 
Além disso, uma pegadinha recorrente em concursos é a conta juros sobre capital próprio. 
Embora figure com o nome de juros, esta conta não é uma despesa financeira, mas, sim, destinação do 
lucro, como forma de remuneração do capital dos sócios. 
6.1 Principais Contas De Receitas Financeiras 
As principais contas de receita financeira são: 
6.1.1 Descontos obtidos: 
São aqueles provenientes de pagamentos antecipados de duplicatas. Por exemplo, a empresa ALFA tem uma 
duplicata de R$ 1.000,00 a pagar, e, caso liquide com 30 dias de antecedência, obterá um desconto de 10%. 
Considerando que a empresa o fez, lançaremos: 
 
D – Duplicatas a pagar 
(passivo) 
 1.000,0 
C – Receitas financeiras 
(resultado) 
 100,00 
C – Bancos conta 
movimento(ativo) 
 900,00 
 
11 
 Operações Financeiras 
Duplicatas a 
pagar 
 Receitas fin. BCM 
1000 100 900 
 
 
04. (Consulplan/COFEN/Contabilidade/2011) Considere o fato administrativo: “Pagamento de uma 
duplicata ao Sr. Pedro Paulo, no valor de R$10.000, com 10% de desconto.” O desconto deverá aparecer: 
 
A) Creditado em uma conta de receita. 
B) Debitado em uma conta de receita. 
C) Debitado em uma conta de despesa. 
D) A única conta a ser creditada será a conta caixa. 
E) Omisso no lançamento contábil. 
 
Comentários: 
 
Na questão apresentada, a empresa contratou serviços do Sr. Paulo, emitindo uma duplicata no valor de R$ 
10.000. Porém, quando efetuou o pagamento, conseguiu um desconto de 10%, isto é, R$ 1.000. 
Esse desconto obtido deve ser registrado como receita pela empresa e ficará escriturada da seguinte 
maneira: 
D – Duplicatas a pagar (Passivo) R$ 10.000 
C - Desconto Obtido (Receita) R$ 1.000 
C – Bancos (Ativo) R$ 9.000 
 
Gabarito: A. 
 
6.1.2 Juros Ativos, Juros Recebidos, Juros Auferidos 
São os juros que a empresa obtém de seus clientes, como remuneração de seu capital, que está sendo 
utilizado por terceiros ou atraso de pagamentos nas obrigações com a empresa. 
O cliente Z tem uma obrigação com a minha empresa no montante de R$ 5.000,00, para pagamento em R$ 
31.01.X1. Sabe-se que o cliente só efetuou o pagamento em 31.03.X1. Incidem juros de 10% ao mês sobre o 
valor da venda. 
 Neste caso, como houve dois meses de mora, lançaremos: 
D – Bancos (ativo) 6.000,00 
C – Duplicatas a receber (ativo) 5.000,00 
C – Juros ativos (resultado) 1.000,00 
 
 
 
12 
 Operações Financeiras 
Bancos Duplic. a receber Juros Ativos 
6000 5000 1000 
 
 
6.1.3 Receitas Sobre Outros Investimentos Temporários: 
Registra as receitas obtidas em investimentos como, por exemplo, letra de câmbio. 
6.1.4 Aluguéis Ativos: 
Representa os aluguéis devidos à empresa. 
6.2 Principais Contas De Despesas Financeiras:6.2.1 Juros Passivos, Juros De Empréstimos: 
Representam os juros devidos em operações com terceiros. 
6.2.2 Descontos Concedidos, Desconto Financeiro, Desconto Condicional 
Concedido 
Atenção! Não podemos confundir o desconto condicional com o incondicional. Senão vejamos. O desconto 
condicional é aquele que depende de determinada condição a ser cumprida pelo cliente, como, por 
exemplo, a quitação antecipada de título de crédito, recebendo um desconto de 10%. Neste caso, a condição 
para que se aufira o bônus é que o cliente antecipe o pagamento. Não o fazendo, não receberá. 
Assim, se temos uma venda já registrada de R$ 1.000,00, e o cliente antecipa o pagamento, lançaremos: 
D – Bancos (ativo) 900,00 
D – Descontos financeiros concedidos (resultado) 100,00 
C – Clientes (ativo) 1.000,00 
O desconto incondicional, por seu turno, é aquele concedido no momento da compra, independentemente 
de condição. Este não aparece como despesa financeira, mas, sim, como dedução da receita bruta de 
vendas, logo no início da demonstração do resultado do exercício. 
6.2.3 Comissões Passivas E Despesas Bancárias: 
São despesas cobradas pelos bancos e instituições financeiras, sejam em operações de desconto, seja em 
concessões de crédito. 
Além destas, temos as variações monetárias, que podem ser ativas ou passivas. O FIPECAFI manda que sejam 
classificadas em grupo à parte, e não como despesa ou receita financeira. Todavia, as bancas de concurso 
não o fazem assim. 
 
 
13 
 Operações Financeiras 
7 Juros Sobre Capital Próprio 
 
Sabe-se que os dividendos representam a forma principal de remuneração do capital dos sócios. Ao 
término do exercício, a regra é que se distribua parcela do lucro aos acionistas, como forma de compensação 
por empregarem seu capital em determinada atividade de risco. 
Outra alternativa de remuneração às ações, como forma de atrair capital para a entidade, é o pagamento de 
juros sobre capital próprio (JSCP). Trata-se o JSCP de forma de remuneração atrelada ao capital investido na 
sociedade. 
De acordo com a Deliberação n. 207/96 da Comissão de Valores Mobiliários, inciso I, o JSCP deve ser 
contabilizado como destinação do lucro, diretamente na conta lucros acumulado, sem transitar pelo 
resultado do exercício. Mas, para efeito do Imposto de Renda, o JSCP deve ser contabilizado como despesa 
financeira, para que possa ser dedutível. 
Para resolver esse impasse, a CVM, através da Deliberação 207/96, estabelecia que as empresas que 
contabilizarem os JSCP como despesa financeira deviam realizar a reversão do seu valor, na última linha da 
demonstração do resultado, antes do saldo da conta de lucro ou prejuízo do exercício (Deliberação n. 207/96 
da CVM, inciso VIII). Ficava assim: 
 
Lucro Bruto 
Despesas 
Receitas 
Despesas Financeiras (incluindo os Juros Sobre Capital Próprio) 
Resultado após o Imposto de Renda e antes das participações 
(-) Participações estatutárias sobre o lucro 
Debenturistas 
Empregados 
Administradores 
Partes beneficiárias 
Fundo de assistência/previdência a empregados 
+ Reversão dos juros sobre capital próprio Lucro ou prejuízo líquido do exercício 
 
Ocorre que a deliberação 207/96 CVM foi revogada pela Deliberação CVM 683/2012, que aprovou a 
Interpretação Técnica ICPC 08 (R1), do Comitê de Pronunciamentos Contábeis, que estabelece o seguinte: 
 
Juros sobre o capital próprio (JCP) 
 
10. Os juros sobre o capital próprio – JCP são instituto criado pela legislação tributária, 
incorporado ao ordenamento societário brasileiro por força da Lei 9.249/95. É prática usual 
das sociedades distribuírem-nos aos seus acionistas e imputarem-nos ao dividendo 
obrigatório, nos termos da legislação vigente. 
 
11. Assim, o tratamento contábil dado aos JCP deve, por analogia, seguir o tratamento 
dado ao dividendo. (...) 
 
14 
 Operações Financeiras 
Portanto, para o CPC, a história de tratar o JSCP como despesa financeira, com consequente reversão, não 
vale mais para provas de contabilidade para concursos! Agora, os juros sobre capital próprio têm o mesmo 
tratamento que possuem os dividendos. 
8 Depósitos Judiciais 
 
A conta depósitos judiciais é uma conta do ativo. 
Conceitua-se esta conta como valores depositados por ordem judicial e que estejam subordinados ou 
vinculados a uma causa ainda não transitada em julgado, ou seja, que esteja em pendência. 
Suponha-se, assim, que a empresa ALFA seja devedora em determinada ação trabalhista. Como garantia o 
magistrado resolve realizar o bloqueio de alguns de seus bens, através do BACEN-JUD, no montante de R$ 
15.000,00. O lançamento de tal situação ficará do seguinte modo: 
D – Bloqueio judicial/depósito judicial (AC ou ANC RLP) 15.000,00 
C – Bancos conta movimento (ativo) 15.000,00 
Outro exemplo é o caso clássico da discussão de tributos em juízo. Na disputa, pode ou não haver o depósito 
do montante discutido. Suponha-se que a empresa ALFA foi autuada pelo fisco em R$ 2.000.000,00, levando 
a lide ao Poder Judiciário. Tal fato deverá ser contabilizado do seguinte modo: 
D – Despesas com multa tributárias (resultado) 2.000.000,00 
C – Obrigações tributárias a pagar (passivo) 2.000.000,00 
9 Despesas Antecipadas E Receitas Antecipadas 
 
Já falamos sobre esse assunto anteriormente, mas não custa reforçar. 
Já dissemos que na contabilidade vige o chamado regime de competência, segundo o qual as receitas e 
despesas são reconhecidas quando ocorrem, independentemente de pagamento ou recebimento. 
Assim, a receita de venda de uma mercadoria é reconhecida quando da entrega da mercadoria, que é 
quando ocorre a tradição, a transferência da propriedade. A despesa com salários, por seu turno, é 
reconhecida quando do efetivo transcurso do mês trabalhado. Uma receita de aluguel é reconhecida quando 
o inquilino, por exemplo, utiliza o imóvel. Tudo isso, independentemente do recebimento ou pagamento. 
Mas pode ocorrer de a empresa receber o valor de uma venda antes que efetue a referida entrega. Por que 
não?! Pode ocorrer de determinado funcionário pedir um adiantamento de salário antes de prestar 
efetivamente o serviço. Pode ocorrer ainda de minha empresa antecipar (devido a um período de bons 
lucros) todo o aluguel do ano subsequente. Todas essas hipóteses configuram as chamadas despesas e 
receitas antecipadas. A priori deve-se compreender que elas não são reconhecidas como receitas ou 
despesas tão logo recebidas, mas tão-somente quando o período a que elas se referem chegar. 
Exemplifiquemos. O cliente A paga para a empresa ALFA em 28.01.X1 a quantia de R$ 1.000,00, para 
recebimento de mercadorias em 20.04.X1. A receita só será reconhecida por ALFA quando da entrega das 
mercadorias ao cliente. Em contrapartida, quando o cliente efetua o pagamento à empresa, ele passa a ter 
direito a receber o produto. Direito para o cliente, obrigação para empresa. 
 Lançamento no recebimento em dinheiro: 
 
15 
 Operações Financeiras 
D – Bancos (Ativo circulante) 1.000,00 
C - Adiantamento de clientes (Passivo circulante) 1.000,00 
 
Banco s (AC) Adiant. Clientes (PC) 
$ 1.000,00 $ 1.000,00 
 
 
Até aqui, o que a empresa tem é uma obrigação, a de entregar os produtos, já que o dinheiro já foi recebido. 
Como não houve entrega, nenhuma receita é reconhecida. 
No dia 20.04.X1, quando a mercadoria for entregue, devemos reconhecer a receita, pelo seguinte 
lançamento: 
D – Adiantamento de clientes (Passivo circulante) 1.000,00 
C – Receita de vendas (Receitas) 1.000,00 
 
16 
 Operações Financeiras 
 
 
Em 31.1.2017, uma Sociedade Empresária recebeu de cliente o valor de R$10.000,00, a título de 
adiantamento de serviços a serem prestados durante o mês de fevereiro. 
D – Caixa 
C – Adiantamento de Clientes R$10.000,00 
No dia 28.2.2017, a Sociedade Empresária concluiu os serviços e emitiu uma Nota Fiscal de Prestação de 
Serviços no valor de R$9.200,00. Na mesma data, devolveu ao cliente, em dinheiro, o valor de R$800,00. 
D – Adiantamento de Clientes R$ 10.000,00 
C – Caixa R$ 800,00 
C – Receita de Serviços – Resultado R$ 9.200,00 
Essa é a contabilização solicitada pela questão. 
 
17 
 Operações Financeiras 
Gabarito: B. 
 
06. (FBC/Exame de Suficiência/2011.1) Os adiantamentos de clientes são registrados como: 
 
A) crédito em conta de Receitas . 
B) crédito em conta de Passivo. 
C) débito em conta de Ativo. 
D) débito em conta de Passivo. 
 
Comentários: 
 
Os adiantamento recebidos são uma obrigação para a empresa, afinal, ela recebeu o valor mas ainda não 
prestou o serviço ou entregou a mercadoria. Configura-se, assim, um passivo para ela. 
 
Gabarito: B. 
 
07. (FBC/Exame de Suficiência/2013.1) Uma sociedade empresária, atuante no ramo de locação de 
máquinas pesadas, alugou, em 2 de janeiro de 2013, uma de suas máquinas, no valor de R$1.500,00, ao mês, 
pelo prazo de 24 meses. A sociedade empresária recebeu o valor total na data da assinatura do contrato, e 
registra suas transações obedecendo ao Princípio da Competência. 
 
A transação acima resultou em um acréscimo de: 
 
A) R$18.000,00 no Ativo Circulante. 
B) R$18.000,00 no Ativo não Circulante. 
C) R$36.000,00 no Ativo Circulante. 
D) R$36.000,00 no Ativo não Circulante. 
 
Comentários: 
 
Na data em que receber o valor, a companhia lançará R$ 1.500 x 24 meses no ativo circulante (caixa), em 
contrapartida da conta adiantamento de clientes no passivo circulante e passivo não circulante (12 meses 
em cada). 
D – Caixa (AC) 36.000,00 
C – Adiantamento de clientes (PC) 18.000,00 
C – Adiantamento de cliente (PNC) 18.000,00 
 
Gabarito: C. 
 
Agora, falemos um pouco sobre as despesas antecipadas. Segundo a lei 6.404: 
Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo: 
 
I - no ativo circulante: as disponibilidades, os direitos realizáveis no curso do exercício 
social subsequente e as aplicações de recursos em despesas do exercício seguinte; 
 
18 
 Operações Financeiras 
O termo destacado refere-se às chamadas despesas antecipadas. 
Suponhamos que nossa empresa efetue, em 31.12.X1, o pagamento de R$ 12.000,00, relativo ao seguro do 
prédio onde se encontram instalados todos os nossos ativos. De acordo com o regime de competência, a 
despesa só será incorrida quando houver transcorrido o período a que ela se refere. Porém, como o 
pagamento foi realizado antes, devemos realizar algum registro, para refletir corretamente os efeitos 
econômicos reais que se passam na sociedade. O lançamento, quando do pagamento antecipado, será: 
D – Despesas antecipadas – adiantamento de seguro (ativo) 12.000,00 
C – Bancos (ativo) 12.000,00 
 
 
 
Com o transcurso do primeiro mês, vamos lançar: 
D – Despesas de seguros (resultado) 1.000,00 
C - Despesas antecipadas – adiantamento de seguro (ativo) 1.000,00 
 
 E 
assim por diante, até que toda a despesa seja reconhecida. 
 
10 Folha De Pagamentos 
 
Os salários são registrados como despesa da empresa. O mesmo tratamento deve ser dado às contribuições 
e encargos trabalhistas que sejam ônus do empregador. 
Assim, desconsiderado outros encargos, se tenho um funcionário que custa para a empresa o valor de R$ 
5.000,00, lançaremos ao término do mês. 
D – Despesa com salários 5.000,00 
C – Salários a pagar 5.000,00 
 
Despesa com sal. Salários a pagar 
5000 5000 
 
 
Este lançamento é para o salário provisionado. Caso o pagamento se dê ali, no ato, lançaremos: 
D – Despesa com salários 5.000,00 
12.000,00 12.000,00 
Desp. Antec. (Ativo) Bancos (Ativo) 
12.000,00 1.000,00 12.000,00 1.000,00 
1.000,00 
Desp. Antec. (Ativo) Bancos (Ativo) Desp. Seguros 
 
19 
 Operações Financeiras 
C – Caixa/Bancos conta movimento 5.000,00 
 
 
 
 
Agora, supondo que haja a incidência de FGTS e INSS. 
Neste caso, devemos nos perguntar se os encargos são do empregador ou do empregado. Sendo do 
empregador, a empresa lançará como despesa, fora do montante previsto para o salário. Sendo do 
empregado, a empresa apenas reterá o valor, lançando-o como obrigação no passivo e reduzindo o 
montante a pagar aos empregados. Retém na condição de responsável. 
 
•Retém o valor, reduzindo o valor a pagar para o empregado 
 
10.1 Valor Da Folha De Pagamentos 
O custo da mão de obra deve incluir todos os encargos sociais, a provisão de férias e a provisão de décimo 
terceiro salário. Mas, naturalmente, para concursos, a questão pode indicar apenas alguns encargos. 
Devemos sempre seguir as instruções da questão. 
Vamos ver rapidamente o cálculo das provisões de férias e décimo terceiro, e dos encargos sociais. 
10.2 Encargos Sociais 
Os principais encargos são o INSS e o FGTS. 
INSS: Há dois tipos de recolhimentos que as empresas realizam, para o INSS: 
10.2.1 INSS retido do funcionário 
As empresas descontam dos funcionários a contribuição previdenciária sobre o salário recebido, e 
posteriormente repassa o valor para o INSS. Não é despesa da empresa. Essa parcela do recolhimento ao 
INSS é devida pelo empregado. A empresa apenas desconta e repassa. 
O percentual de desconto varia de 8% a 11%, conforme a faixa salarial do funcionário. Este valor não é 
incluído na provisão para férias, pois não é encargo da empresa. 
Vamos ver como ficaria a contabilização do pagamento de salário no valor de R$ 1.000,00, com retenção do 
INSS de 9%: 
Despesa com sal. Bancos 
5000 5000 
 
Encargos do empregador 
• Lança como despesa, fora do valor dos salários 
Encargos do empregado 
 
20 
 Operações Financeiras 
D – Despesa de salário 1.000 
C – INSS retido a recolher (Passivo) 90 
C – Salários a pagar (Passivo) 910 
 
Despesa de salário INSS retido a 
recolher 
 Salários a pagar 
1000 90 910 
 
 
Vejam que não foi considerado este valor como despesa, já que o valor é ônus do empregado. 
Temos de descontar do valor a pagar e recolher para o Governo. 
Pelo pagamento do salário: 
D – Salário a pagar 910 
C – Caixa 910 
 
 
 
Pelo recolhimento do INSS: 
D – INSS retido a recolher 90 
C – Caixa 90 
 
Despesa de salário INSS retido a recolher Salários a pagar 
1000 90 90 910 910 
 
 
 
21 
 Operações Financeiras 
Caixa 
 910 
 90 
 
Como se observa, o INSS dos funcionários não é despesa para a empresa; e também não afeta o valor das 
despesas de salários (a empresa apenas desconta e repassa, nada mais). 
10.2.2 INSS patronal 
Constitui um encargo (despesa) da empresa, que deve recolher 20% do valor da folha salarial ao INSS. 
 
08. (FBC/Exame de Suficiência/2017.1) Uma Sociedade Empresária apresentou os seguintes dados 
relacionados à folha de pagamento mensal: 
 
 
 
Informações adicionais: 
Para este caso, deve-se desconsiderar a incidência de outros componentes de remuneração ou de encargos 
sociais. 
Esta situação não está enquadrada entre os casos de desoneração da folha de pagamento. 
A Sociedade Empresária realiza as apropriações dos fatos, inclusive dos ajustes de saldos para conciliar com 
as guias emitidas para recolhimento, dentro do próprio mês de competência. 
Os pagamentos são realizados no mês subsequente. 
Considerando-se apenas as informações apresentadas, assinale a opção que contém, respectivamente, o 
valor do INSS, enquadrado no grupo Despesas com Pessoal, e o de INSS a Recolher, enquadrado no grupo 
Salários e Encargos Sociais. 
 
A) R$4.000,00 e R$4.000,00.B) R$4.000,00 e R$5.600,00. 
C) R$5.600,00 e R$4.000,00. 
D) R$5.600,00 e R$5.600,00. 
 
Comentários: 
 
Vamos calcular o valor do INSS dos empregados e da empresa, respectivamente: 
INSS empregados = 20.000 x 0,08 = R$ 1.600,00 INSS 
patronal = 20.000 x 0,20 = R$ 4.000,00. 
Porém, apenas o INSS patronal é despesa da empresa. O INSS dos empregados é encargos dos 
trabalhadores, e a empresa apenas tem a função de recolher aos cobres públicos. 
 
22 
 Operações Financeiras 
Assim sendo, temos que: 
INSS despesas = R$ 4.000,00 
INSS a recolher (total) = 4.000 + 1.600 = R$ 5.600,00. 
 
Gabarito: B. 
 
09. (FBC/Exame de Suficiência/2011.1) Uma empresa elaborou folha de pagamento, que será paga até o 
quinto dia do mês subsequente, e enviou para ser contabilizada. A folha continha os seguintes dados: 
 
 Descrição Valor 
Remuneração dos empregados R$100.000,00 
INSS retido dos segurados R$11.000,00 
INSS patronal R$20.000,00 
 
 A contabilização dessa folha resultará em um aumento no Passivo no valor de: 
 
A) R$100.000,00. 
B) R$109.000,00. 
C) R$120.000,00. 
D) R$131.000,00. 
 
Comentários: 
 
Os lançamentos são: 
 
Despesa de salários Salários a pagar INSS a pagar 
R$ 
100.000,00 
 R$ 
11.000,00 
R$ 
100.000,00 
 R$ 
11.000,00 
 R$ 
20.000,00 
 
Despesa de INSS 
R$ 
20.000,00 
 
 
 
O passivo ficará assim: 
Salários a pagar 89.000 
INSS a recolher 31.000 
Aumento do passivo 120.000,00 
 
23 
 Operações Financeiras 
Gabarito: C. 
 
10.2.3 FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) 
Também é encargo da empresa. Corresponde a 8% do valor do salário. O FGTS fica depositado numa conta, 
em nome do funcionário, e pode ser retirado quando o funcionário é demitido, ou em certos casos: compra 
de imóvel, doença, etc. 
Há ainda outras contribuições, como o Seguro de Acidentes de Trabalho, Sebrae, Sesc, Senai, etc. Algumas 
são variáveis, como o SAT (seguro de acidente do trabalho), cuja alíquota depende do grau de risco da 
atividade. 
Mas normalmente as questões informam o percentual de encargos sociais que deve ser considerado. 
 
10.3 Provisão Para Pagamento De Férias 
Entre os direitos dos funcionários, encontra-se o direito às férias, após trabalhar um ano. Mas contabilmente 
deve ser reconhecido 1/12 por mês, para observar o Regime da Competência. 
A legislação estabelece que o funcionário tem direito às férias, após um ano de trabalho. Se for demitido 
antes de um ano, a empresa deve pagar férias proporcionais. Ou seja, o funcionário demitido após 9 meses 
de trabalho tem direito a 9/12 do salário, referente às férias proporcionais. E isso não é relativo a 1/3 de 
férias. Se ele for demitido, no “acerto de contas” ele receberá 9/12 do salário, pois, se ele estivesse de férias, 
receberia o salário normal, mesmo que não trabalhasse. 
A provisão de férias é dedutível para efeito de Imposto de Renda, e deve ser calculada individualmente para 
cada funcionário. 
Além do salário, devem ser também provisionados os encargos e o adicional de férias (um terço). 
Abono de férias: Ao sair de férias, o funcionário tem direito ao Abono de férias, no valor de 1/3 do salário. O 
abono deve ser somado ao salário, para cálculo dos encargos sociais. 
Exemplo: Vamos considerar um funcionário com salário de R$ 1.000 reais e com direito a 10/12 avos de 
férias. A provisão de férias, com abono e encargos, ficaria assim 
Observação: vamos calcular apenas o INSS patronal, de 20%, e o FGTS, de 8%, como encargos. 
Salário 1.000,00 
Base para provisão (10/12 avos) 833,00 
 
Encargo da empresa 
INSS patronal 
FGTS 
Encargo do 
trabalhador 
INSS dos funcionários 
 
24 
 Operações Financeiras 
Abono de férias (1/3) 277,67 
Subtotal 1.110,67 
INSS (20%) 222,13 
FGTS (8%) 88,85 
Total Provisão férias 1.421,65 
Esse cálculo deve ser feito para todos os funcionários, um a um. A contabilização, para os funcionários da 
produção, entra como custo de mão-de-obra; para os outros funcionários, como despesa: 
Funcionários da produção: 
D – Custo de Mão de obra – provisão de férias 1.421,65 
C – Provisão de Férias (passivo circulante) 1.421,65 
Outros funcionários (escritório) 
D – Despesa admin. – provisão de férias (resultado) 1.421,65 
C – Provisão de Férias (passivo circulante) 1.421,65 
Observação: A empresa pode contabilizar separadamente cada parcela da provisão de férias (férias, abono, 
INSS a Recolher, FGTS a recolher) ou pode contabilizar um valor total e manter um controle à parte, 
extracontábil. 
10.4 Provisão Para Pagamento de 13º Salário 
É semelhante à provisão para férias. Deve ser apropriado 1/12 avos do salário por mês, mais encargos. 
A fração igual ou superior a 15 dias de trabalho será considerada como mês integral. 
A provisão para 13º é contabilizada como custo, para os funcionários da produção; e como despesa, para os 
outros funcionários. 
Os encargos (INSS e FGTS) também devem ser provisionados. 
10.5 Salário-Mínimo E Vale Transporte 
A seguir, o valor do salário-mínimo de anos recentes: 
 
Data Valor mensal 
01.01.2019 R$ 998,00 
01.01.2018 R$ 954,00 
 
Quanto ao vale transporte, funciona da seguinte forma: a empresa paga o valor que o funcionário gasta com 
transporte público (ônibus, metrô) e desconta 6% do salário do funcionário. 
 
25 
 Operações Financeiras 
 
Por exemplo, se determinado funcionário gasta R$ 260,00 por mês e tem salário de $2.000,00 a empresa 
desconta 6% do salário (120 reais) e considera o excesso (260 – 120 = 140) como despesa com vale 
transporte (vai compor as despesas com folha de pagamento). 
Salário do funcionário R$ 2.000,00 
Total da despesa com transporte R$ 260,00 
Pode descontar do funcionário 6% x 2.000 = R$ 120,00 
Despesa da empresa R$ 260,00 – R$ 120,00 = R$ 140,00 
 
10. (Consulplan/Exame CFC/2019.2) A Gerência de Recursos Humanos de uma Sociedade Empresária, após 
a apuração das horas trabalhadas de seu empregado no mês de abril de 2018, elaborou a folha de 
pagamentos do mês para ser paga no 5º dia útil do mês de maio, da qual foram extraídos os seguintes 
dados: 
Parcelas Valores 
Salário-Base do mês 04/18 R$ 1.800,00 
15 horas extras pagas em dobro R$ 245,40 
NSS – parte do empregado R$ 224,99 
Vale Transporte – parte do empregado R$ 130,00 
FGTS do mês R$ 163,63 
Vale Transporte – parte da empresa R$ 240,00 
Após verificar que não havia saldos de períodos anteriores, com base nos dados apresentados e acatando o 
regime de competência de exercícios, o saldo líquido da conta “Salários a Pagar” da Sociedade Empresária, 
em 30 de abril de 2018, é de: 
 
A) R$ 1.450,41 
B) R$ 1.690,41 
C) R$ 1.766,78 
D) R$ 1.930,41 
 
Comentários: 
 
O gabarito preliminar da banca foi a letra d. Contudo, após os recursos, houve mudança para a letra b. 
O INSS parte do empregado é descontado do valor a pagar, pois a empresa retém como substituto tributário, 
pagando o valor para o Governo. 
O vale transporte também não é computado como remuneração, por isso, a empresa deve calcular de forma 
separada. 
 
Vale transporte 
Empregado 
Tem descontado 6% do 
valor do SALÁRIO 
Empresa 
Lança como despesa a 
diferença 
 
26 
 Operações Financeiras 
O cálculo correto é o seguinte: 
Salário-Base do mês 04/18 R$ 1.800,00 
15 horas extras pagas em dobro R$ 245,40 
Vale Transporte – parte do empregado (R$ 130,00)INSS – parte do empregado (R$ 224,99) 
Salários a pagar R$ 1.690,41 
Somamos o salário com as horas extras. Disso, subtraímos a parte do empregado relativa ao vale transporte. 
Isso é descontado do salário dele, bem como o INSS. 
Chegaremos ao valor líquido a pagar de R$ 1.690,41. 
O FGTS e o vale transporte parte da empresa não computados como salários a pagar. 
FGTS do mês R$ 163,63 
Vale Transporte – parte da empresa R$ 240,00 
 
Gabarito: B. 
 
11. (FBC/Exame CFC/2012.2) A folha de pagamento era representada pelos seguintes itens em um 
determinado período: 
 
Salário Bruto R$ 54.000,00 
Horas-Extras R$ 8.000,00 
Contribuição Previdenciária Patronal R$ 12.400,00 
Contribuição Previdenciária de Empregados R$ 4.960,00 
FGTS R$ 6.820,00 
Ao contabilizar essa folha de pagamento, o Departamento de Contabilidade terá de registrar despesas no 
valor de: 
 
A) R$73.780,00. 
B) R$74.400,00. 
C) R$81.220,00. 
D) R$86.180,00. 
 
Comentários: 
 
São despesas da empresa: 
Salário Bruto R$ 54.000,00 
Horas-Extras R$ 8.000,00 
Contribuição Previdenciária Patronal R$ 12.400,00 
FGTS R$ 6.820,00 Soma R$ 81.220,00. 
 
Gabarito: C.
 
27 
 
Operações Financeiras 
 
 
11 Aplicações Financeiras 
 
11.1 Juros Pré-fixados 
Quando o valor dos juros já é conhecido no momento da aplicação (juros pré-fixados), devemos incluí-los na 
contabilização, como juros ativos a vencer (ou rendimentos a apropriar ou juros a apropriar). 
Exemplo: A empresa KLS efetuou uma aplicação financeira, no valor de 10.000, com prazo de 5 meses, e irá 
resgatar 11.000 ao final. Efetue a contabilização: 
Na aplicação: 
D – Aplicações financeiras (Ativo) 11.000 
C – Juros Ativos a Transcorrer (retificadora do ativo) 1.000 
C – Bancos (Ativo) 10.000 
Pela apropriação mensal dos rendimentos (vamos usar juros simples, para facilitar os cálculos. Mas o correto 
é usar o método exponencial): 
D - Juros Ativos a Transcorrer (retificadora do ativo) 200 
C – Receitas Financeiras – Juros ativos (Resultado) 200 
Ao final dos cinco meses, a conta retificadora do ativo “Juros Ativos a apropriar” está zerada (todo o seu valor 
foi transferido para Receita financeira). A contabilização, quando do recebimento, fica assim: 
D – Banco (Ativo) 11.000 
C - Aplicações financeiras (Ativo) 11.000 
Observação 1: Essa forma de contabilização, com o uso da conta retificadora “Juros a Transcorrer” é aplicada 
também no caso de empréstimos ou financiamentos com juros préfixados. 
Observação 2: Por que juros ativos a transcorrer não é conta de resultado? 
- O que é receita é XXXXXX ativo. 
- XXXXXX ativo a vencer não é receita. 
- XXXXXX ativo a receber não é receita 
- XXXXXX ativo qualquer outra coisa" não é receita. 
- O que é receita é XXXXXX ativo (sem mais nada depois de ativo). 
11.2 Juros pós–fixados 
Neste caso, não sabemos a priori qual será o valor dos rendimentos. Portanto, não usamos a conta 
retificadora “juros a transcorrer”. 
Exemplo: A empresa KLS efetuou uma aplicação financeira, no valor de 10.000, que irá render a variação da 
taxa SELIC, no prazo de 5 meses. 
Contabilização: No momento inicial, não sabemos qual será a taxa SELIC. Portanto, a contabilização será a 
seguinte: 
 
28 
 Operações Financeiras 
 
D – Aplicações financeiras (Ativo) 10.000 
C – Bancos (Ativo) 10.000 
Após um mês, digamos que a Taxa Selic tenha sido de 1%. 
Cálculo dos juros: 10.000 x 1% = 100 Contabilização: 
D – Aplicação Financeiras (Ativo) 100 
C – Receitas financeiras (Resultado) 100 
 
Este lançamento se repete mês após mês. Digamos que o valor dos juros, ao final dos 5 meses, seja de 800. 
Assim, o valor da conta Aplicação Financeira seria de 10.800. O recebimento da aplicação deve ser 
contabilizado assim: 
D – Banco (Ativo) 10.800 
C - Aplicações financeiras (Ativo) 10.800 
11.3 Encargos financeiros 
Vamos estudar agora uma importante alteração ocorrida na contabilização dos encargos financeiros. 
Conforme o Pronunciamento CPC 08 – Custos de Transação e Prêmios na Emissão de Títulos e Valores 
Mobiliários: 
Encargos financeiros são a soma das despesas financeiras, dos custos de transação, prêmios, descontos, 
ágios, deságios e assemelhados, a qual representa a diferença entre os valores recebidos e os valores pagos 
(ou a pagar) a terceiros. 
Assim, os encargos financeiros passam a incluir, além das despesas de juros, todas das despesas (e receitas) 
relativas à operação de captação, como taxas e comissões, prêmios recebidos, despesas com consultores 
financeiros, auditores, advogados, etc. 
Antes tais despesas eram contabilizadas diretamente no resultado. 
Atualmente, conforme o “Manual de Contabilidade Societária”, FIPECAFI, 2010, o valor a ser registrado no 
momento inicial da captação de recursos junto a terceiros deve corresponder aos valores líquidos recebidos 
pela entidade, sendo a diferença entre os valores pagos e a pagar tratada como encargos financeiros. 
Tais encargos devem ser apropriados ao resultado em função do prazo da operação. 
Ressaltamos que, no caso de passivo classificado e avaliado pelo valor justo, com contrapartida diretamente 
no resultado, os encargos são amortizados na primeira avaliação ao valor justo, e não ao longo do prazo da 
operação. 
 
 
 
 
 
 
29 
 Operações Financeiras 
 
12 Perdas Estimadas com Créditos de Liquidação Duvidosa (PECLD) ou Provisão 
Para Devedores 
Duvidosos (PDD) 
 
Sabemos que as empresas, para sobreviver, precisam realizar vendas a prazo. Todavia, nem sempre ela acaba 
por receber todo o valor vendido. Se uma entidade do varejo vende, por exemplo, R$ 1.000.000,00, é quase 
certo que ela levará algum calote. 
Por isso surge a provisão para devedores duvidosos. Esse nome, contudo, vem sendo substituído 
gradativamente em provas. 
Embora continue sendo chamada de Provisão, o nome tecnicamente mais correto seria perdas estimadas 
com devedores duvidosos, ou, se formos mais rigorosos, perdas estimadas com créditos de liquidação 
duvidosa. 
 
A conta perdas estimadas com créditos de liquidação duvidosa é retificadora da conta 
clientes/duplicatas a receber. 
Uma empresa vendeu R$ 100.000,00 a prazo, e constitui provisão para devedores duvidosos de 3%. 
Na venda dos R$ 100.000,00: 
D – Clientes (ativo) 100.000,00 
C – Receita de vendas (resultado) 100.000,00 
 
 
 
 
Na constituição da provisão para devedores duvidosos: 
D – Despesa com provisão para devedores duvidosos (despesa) 3.000,00 
C – Provisão para devedores duvidosos (retificadora do ativo) 3.000,00 
 
 
 
 
 
 
Primeira hipótese: perdeu exatamente os R$ 3.000,00 e recebeu R$ 97.000,00. 
D – Bancos (ativo) 97.000,00 
D - Provisão para devedores duvidosos (retificadora do ativo) 3.000,00 
Cliente s (Ativo) Receita Vendas 
 100.000,00 100.000,00 
 
Despesa com PDD PDD (Ret. Ativo) 
 
3.000,00 
 
3.000,00 
 
 
30 
 Operações Financeiras 
 
C – Clientes (ativo) 100.000,00 
 
 
Nesta hipótese, demos baixa em toda a conta clientes. Entrou R$ 97.000,00 no banco e liquidamos a PDD, 
como era esperado. O calote foi totalmente absorvido pela provisão. 
Segunda hipótese: perdemos somente R$ 2.000,00, recebendo R$ 98.000,00. 
D – Bancos (ativo) 98.000,00 
D - Provisão para devedores duvidosos (retificadora do ativo) 2.000,00 
C – Clientes (ativo)100.000,00 
 
 
Vejam que sobrou na conta provisão para devedores duvidosos o valor de R$ 1.000,00. 
Assim, restam duas possibilidades para a empresa: 
1 – Método da complementação: 
Complementar o valor que faltar no próximo exercício. Assim, se ela vender R$ 50.000,00 no exercício 
seguinte, terá de constituir PDD de R$ 1.500,00 (3% de 50.000,00). Como já temos R$ 1.000,00 na conta PDD, 
constituiremos somente R$ 500,00. 
D – Despesa com provisão para devedores duvidosos (despesa) 500,00 
C – Provisão para devedores duvidosos (retificadora do ativo) 500,00 
 2 
– Método da reversão: 
Reverter o valor que sobrou. Nesta hipótese, havendo sobra no período, revertemos todo o montante, 
constituindo nova provisão no exercício subsequente. 
D - Provisão para devedores duvidosos (retificadora do ativo) 1.000,00 
C – Reversão da PDD (receita) 1.000,00 
 
100.000,00 100.000,00 3.000,00 3.000,00 
97.000,00 
Clientes (Ativo) PDD (Ret. Ativo) 
Bancos (Ativo) 
 
100.000,00 100.000,00 2.000,00 3.000,00 
1.000,00 
98.000,00 
Clientes (Ativo) PDD (Ret. Ativo) 
Bancos (Ativo) 
 
500,00 1.000,00 Saldo Inicial 
500,00 
Despesa com PDD PDD (Ret. Ativo) 
2.000,00 3.000,00 1.000,00 
1.000,00 1.000,00 
PDD (Ret. Ativo) Reversão da PDD 
 
31 
 Operações Financeiras 
 
E no exercício subsequente 
D – Despesa com provisão para devedores duvidosos (despesa) 1.500,00 
 C – Provisão para devedores duvidosos (retificadora do ativo) 1.500,00 
 
 
 
 
 
Terceira hipótese: perdeu R$ 5.000,00, recebendo somente R$ 95.000,00. 
Neste caso, a conta provisão para devedores duvidosos revela-se insuficiente para absorver o calote. 
Teremos de lançar uma perda, no resultado do exercício, no valor de R$ 2.000,00. 
D – Bancos (ativo) 95.000,00 
D – Perdas com clientes (despesa) 2.000,00 
D - Provisão para devedores duvidosos (retificadora do ativo) 3.000,00 
C – Clientes (ativo) 100.000,00 
 
Mais uma coisa... 
Quando a provisão é constituída, nós lançamos: 
D – Despesa com PCLD 
C – PCLD (redutora ativo) 
Posteriormente, se a perda for reconhecida como efetiva, quando o cliente é considerado incobrável, nós 
fazemos o seguinte: 
Despesa com PDD PDD (Ret. Ativo) 
 
1.500,00 
 
1.500,00 
 
Clientes (Ativo) PDD (Ret. Ativo) Perda com clientes 
 100.000,00 100.000,00 3.000,00 
3.000,00 
 
2.000,00 
 
 
 
Bancos (Ativo) 
 95.000,00 
 
 
32 
 Operações Financeiras 
 
D – PCLD 
C – Duplicatas a receber 
Vejam que, neste lançamento, a conta foi considerada como incobrável. Ocorre que, posteriormente, o 
cliente que havia sido considerado incobrável, efetuou o pagamento. Mas já havíamos dado baixa na conta. 
O que fazer? Nesta hipótese, lançamos o valor na conta caixa, o montante recebido, e a contrapartida será 
uma conta de receita (outras receitas operacionais). D – Disponível 
C – Outras receitas operacionais 
No balanço patrimonial, a conta PDD aparece no Ativo, embora tenha saldo credor (é retificadora do Ativo): 
Ativo 
Caixa 
Bancos 
 Duplicatas a Receber 100.000 
 Provisão para Devedores Duvidosos (4.000) 
 
12. (Consulplan/Exame CFC/2019.2) A Cia Opção S/A não constitui Provisão para Créditos de Liquidação 
Duvidosa. Ao realizar a auditoria da empresa, verificou-se, a partir do aging list, que haviam 550 títulos em 
atraso, conforme apresentado a seguir: 
 
 
 
Considerando que, após as análises realizadas, o prazo médio de recebimento de clientes é de 120 dias, 
pode-se afirmar que em decorrência do não provisionamento para os créditos de liquidação duvidosa: 
 
A) O ativo se encontra subavaliado em R$ 105.900,00. 
B) O ativo se apresenta subavaliado em R$ 68.600,00. 
C) O auditor deve recomendar a constituição de PCLD no valor de R$ 52.100,00. 
D) O auditor deve recomendar a constituição de PCLD no valor de R$ 50.400,00. 
 
Comentários: 
 
De cara, podemos eliminar as letras A e B. Se determinado valor não foi ajustado, então isso implica dizer que 
o ativo está superavaliado, e não subavaliado. 
 
33 
 Operações Financeiras 
 
O critério adotado pelo examinador merece críticas. Ele simplesmente somou todos os saldos superiores a 
120 dias e somou. 
Isso implica dizer que você não receberia qualquer crédito daqueles. Está errado. Seria prudente fazer uma 
estimativa razoável e real da situação. 
O que o examinador fez foi somar os itens em vermelho: 
 
 
O montante total é de R$ 52.100,00, o que dá o gabarito letra c. 
 
Gabarito: C. 
 
13. (Consulplan/Exame CFC/2018.1) Os seguintes saldos em Duplicatas a Receber e Perdas Estimadas com 
Créditos de Liquidação Duvidosa (PECLD) constavam no Ativo Circulante do Balanço Patrimonial de uma 
Sociedade Anônima. 
 
Cliente Duplicata a Receber PECLD R$ 
Cliente A 10.000,00 (200,00) 
Cliente B 30.000,00 (1.500,00) 
 
Sabe-se que, após esgotadas diversas tentativas de cobrança sem sucesso, inclusive utilizando-se de meios 
judiciais, o departamento jurídico informou ao departamento contábil que havia evidências significativas e 
objetivas de que o Cliente B não pagaria a dívida de R$ 30.000,00. Considerando-se somente as informações 
apresentadas, e que os relatórios contábil-financeiros devem representar fidedignamente a realidade 
econômica da entidade, assinale o valor da perda incorrida com o Cliente B que a Sociedade Anônima deveria 
reconhecer no resultado do exercício. 
 
 A) R$ 1.500,00. 
B) R$ 1.700,00. 
C) R$ 28.500,00. 
D) R$ 30.000,00. 
 
Comentários: 
 
O gabarito preliminar foi a letra C – R$ 28.500,00. 
 
34 
 Operações Financeiras 
 
A douta Banca efetuou o seguinte cálculo: 
Valor da duplicata $30.000 – PECLD $1.500 = $28.500. 
Ocorre que o cálculo das perdas estimadas com crédito de liquidação duvidosa deve ser analisado caso a 
caso, ou seja, é necessária a análise individual do saldo de cada cliente para estimar a Perda Estimada com 
Crédito de Liquidação Duvidosa. 
Mas a contabilização das perdas é realizada contra o saldo total da conta PECLD. 
Conforme o Manual de Contabilidade Societária, Sérgio de Iudícibus e outros, 3ª Edição, 2018, pg. 52: 
“CONTABILIZAÇÃO. A constituição da perda estimada tem como contrapartida contas de despesas 
operacionais (Perda Estimada com Crédito de Liquidação Duvidosa – PECLD) (...) Quando um saldo se torna 
efetivamente incobrável, ou seja, quando se esgotarem sem sucesso os meios possíveis de cobrança e uma 
perda estimada se converte em uma perda certa, sua baixa da conta de cliente deve ser feita tendo como 
contrapartida a própria conta de Ajuste.” 
Considerando-se somente as informações apesentadas pela questão, a contabilização da PECLD e com a 
baixa da duplicata incobrável fica assim: 
D – Despesa com Perdas Estimadas com Crédito Incobrável (resultado) 1.700,00 
C – Perdas Estimadas com Créditos Incobráveis (ret. Ativo) 1.700,00 A conta PECLD 
(retificadora do ativo) é constituída pelo valor total de 1700. 
Baixa da duplicata do cliente B, no valor de $30.000. 
D – PECLD (Ret. Ativo) 1.700,00 
D – Despesa com cliente incobrável (Resultado) 28.300,00 
C – Duplicatas a receber (Ativo) 30.000,00 
Como a duplicata incobrável deve ser baixada contra a conta PECLD e tal conta tinha saldo de $1.700,00, o 
valor que a empresa deve reconhecer no resultado é de $ 28.300,00. 
Considerando que a questão não apresentaalternativa correta, solicitamos a anulação da questão, mas a 
banca não acatou. 
 
Gabarito: C. 
 
14. (FBC/Exame Suficiência/CFC/2016.2) Uma Sociedade Empresária apresentava um saldo de R$350.000,00 
em Duplicatas a Receber, em 31.12.2015, antes do encerramento do seu Balanço Patrimonial. 
Ao proceder a mensuração do valor recuperável dessas duplicatas a receber, a empresa estimou uma perda 
no valor recuperável de R$10.500,00. 
O lançamento contábil da constituição dessa perda estimada será: 
 
A) Débito: Perdas Estimadas com Contas a Receber – Despesas Comerciais R$10.500,00 
 Crédito: Perdas Estimadas com Créditos de Liquidação Duvidosa – Clientes R$10.500,00 
B) Débito: Custo das Mercadorias Vendidas R$10.500,00 
 Crédito: Perdas Estimadas com Créditos de Liquidação Duvidosa – Clientes R$10.500,00 
C) Débito: Perdas Estimadas com Contas a Receber – Despesas Comerciais R$10.500,00 
 
35 
 Operações Financeiras 
 
 Crédito: Duplicatas a Receber – Clientes R$10.500,00 
D) Débito: Custo das Mercadorias Vendidas R$10.500,00 
 Crédito: Duplicatas a Receber – Clientes R$10.500,00 
 
Comentários: 
 
Nosso gabarito, portanto, é letra a: 
 Débito: Perdas Estimadas com Contas a Receber – Despesas Comerciais R$10.500,00 
 Crédito: Perdas Estimadas com Créditos de Liquidação Duvidosa – Clientes R$10.500,00 
 
Gabarito: A. 
 
13 Ajuste a Valor Presente 
 
O ajuste a valor presente, chamaremos de AVP, é inovação da Lei 11.638/2007 (que modificou a 
contabilidade)? Na verdade, não! A Instrução CVM 64 (hoje sem eficácia) já previa a sua utilização para 
companhias abertas. 
A Lei 11.638/07 incluiu o tema na Lei 6.404/76 da seguinte forma: 
 
Art. 183. No balanço, os elementos do ativo serão avaliados segundo os seguintes critérios: 
 
VIII – os elementos do ativo decorrentes de operações de longo prazo serão ajustados a 
valor presente, sendo os demais ajustados quando houver efeito relevante. (Incluído pela 
Lei nº 11.638, de 2007) 
Art. 184. No balanço, os elementos do passivo serão avaliados de acordo com os seguintes 
critérios: 
 
III – as obrigações, os encargos e os riscos classificados no passivo não circulante serão 
ajustados ao seu valor presente, sendo os demais ajustados quando houver efeito 
relevante. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) 
Elementos Período AVP? 
Ativo Não circulante Ajustados a valor presente 
Circulante Se houver efeito relevante 
Passivo Não circulante Ajustados a valor presente 
Circulante Se houver efeito relevante 
 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11638.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11638.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11638.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11941.htm#art37
http://www.planalto.gov.br/ccivil/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11941.htm#art37
 
36 
 Operações Financeiras 
 
13.1 Por que utilizar o Ajuste a Valor Presente? 
As vendas e as compras, quando feitas a prazo, inserem no valor da operação, juros e encargos financeiros 
referentes à remuneração de um capital no futuro. 
Assim, a contabilização pelo valor nominal faz com que essas operações sejam demonstradas de forma 
superavaliada no Balanço Patrimonial. Fica difícil, também, diferenciar o resultado financeiro (de juros) do 
resultado realmente apurado com operações da atividade empresarial. O ajuste a valor presente (AVP) veio 
para que possamos dirimir esse problema. 
Assim, se determinada empresa compra mercadorias para pagar daqui a três anos, no montante de R$ 
150.000,00, com encargos de R$ 25.000,00, qual o seu valor presente, isto é, hoje? Resposta: R$ 150.000,00 – 
R$ 25.000,00 = R$ 125.000,00. Lógico que não é tão simples assim, mas segue esta linha. 
Objetivos do ajuste a valor presente: 
- Evitar que as demonstrações sejam superavaliadas. 
- Diferenciar o resultado financeiro do resultado com as operações da atividade. 
Vamos a um exemplo. 
Uma empresa pode adquirir um equipamento pelo preço à vista de 100.000 ou em 12 prestações de 
10.000, no total de 120.000. 
Sem o ajuste a valor presente (ou seja, segundo a contabilização anterior), teríamos a seguinte 
contabilização: 
Compra à vista: 
D – Imobilizado (equipamento) 100.000 
C – Caixa/bancos 100.000 
 
Imobilizado Caixa 
100000 100000 
 
Compra a prazo: 
D - Imobilizado (equipamento) 120.000 
C – Fornecedores (passivo) 120.000 
Imobilizado Fornecedores 
120000 120000 
 
No segundo caso, a contabilização inclui uma parcela financeira, devido ao pagamento parcelado. Com isso, o 
preço do equipamento ficou inflado por despesas financeiras. 
Em diversos pronunciamentos do CPC (estoque, imobilizado, intangível), encontramos a seguinte 
determinação: 
 
37 
 Operações Financeiras 
 
No caso de venda a prazo, os juros e despesas financeiras não devem integrar o custo do 
estoque (ou imobilizado, ou intangível). Devem ser apropriados como despesas financeiras 
proporcionalmente ao prazo, exceto no caso de financiamento de ativos qualificáveis. 
É isso o que conseguimos com o ajuste a valor presente. No exemplo acima, supondo que o ajuste seja 
relevante, a contabilização seria a seguinte: 
Compra a prazo (com ajuste a valor presente) 
D - Imobilizado (equipamento) 100.000 
D – Encargos a transcorrer (Retificadora do Passivo) 20.000 
C – fornecedores (passivo) 120.000 
 
Imobilizado Fornecedores Encargos a transc. 
100000 120000 20000 
 
 
Compare essa contabilização com a realizada para a compra à vista. O ativo fica registrado pelo mesmo valor, 
nos dois casos, e a diferença é apropriada como despesa financeira, mês a mês (supondo uma despesa 
financeira de 5.000, no primeiro mês): 
D – Despesa financeira 5.000 
C - Encargos a transcorrer (Retificadora do Passivo) 5.000 
 
Encargos a transc. Despesa finan. 
20000 5000 5000 
 
 
A mensuração contábil a valor presente deve ser aplicada no reconhecimento inicial de ativos e passivos. 
Depois disso, não mais se altera, a não ser que haja alguma renegociação, modificando as condições iniciais. 
Vamos ver como é feita a contabilização do AVP? 
13.2 Contabilização do Ajuste a Valor Presente. 
Aprenderemos a fazer essa contabilização e a entender esses itens através de um pequeno exemplo. 
Vejamos: 
13.2.1 Exemplo 1 – Contabilização do AVP – Venda a Prazo: 
A empresa KLS vendeu mercadorias para receber após 24 meses, no valor de 50.000,00. 
Informações adicionais: 
 
38 
 Operações Financeiras 
 
Taxa de juros: 2% ao mês = 1,0224 = 1,6084 Valor presente: 50.000/1,6084 
= 31.086 
Observação: 1,02^24 → leia-se “um virgula zero dois elevado à vigésima quarta potência”. 
Juros Compostos 
Que operação é essa? São os chamados juros compostos! 
E qual a fórmula da matemática financeira para calcular as variáveis? 
Valor nominal = Valor presente x (1 + i)n Onde: 
Valor nominal = Valor futuro 
Valor presente = Valor hoje i = 
Taxa de juros n = Prazo 
Atenção! A regra é a utilização do método exponencial, composto. O mercado dificilmente utilizará juros 
simples. Então, só o faça se a questão assim exigir. 
Passo a passo para a resolução: 
 
1) Encontrar o valor nominal (valor de venda), que conterá os juros. 
2) Encontrar juros e prazo (que devem estar na mesma unidade). 
3) Trazer a valor presente pela fórmula de juros compostos, da matemática financeira: Valor 
nominal = Valor presente x (1 + i)n 4) Fazer os lançamentos: 
Contabilização:No momento inicial 
D – Contas a Receber (RLP) 50.000 
D – Despesa com ajuste a valor presente (Resultado) 18.914 
C – Ajuste a VP (ANC – Realizável a LP) 18.914 
C – Receita de Vendas (resultado) 50.000 
 
 
Mês a mês 
Passado um mês, há a contabilização de uma receita financeira, apropriada por competência, e seguindo o 
método exponencial: 
D – Ajuste a VP (RLP) 622 
C – Receita Financiamento de vendas (Resultado) 622 
 
50.000,00 18.914,00 18.914,00 
50.000,00 
Contas a receber AVP s/ clie ntes (Desp) AVP (Ret. Ativo) 
de vendas Receita 
 
39 
 Operações Financeiras 
 
AVP (Ret. Ativo) Receita financeira 
 
622,00 
 
18.914,00 
 
622,00 
 
 
E assim mês a mês, até o recebimento. 
Podemos calcular estes juros, para reconhecê-los mês a mês, da seguinte forma: 
No mês 1: 31.086,00 x 0,02 = 622. 
No mês 2: 31.708 x 0,02 = 634. 
 
 
 
 Mês Principal Juros Total 
1 R$ 31.086,00 R$ 622,00 R$ 31.708,00 
2 R$ 31.708,00 R$ 634,00 R$ 32.342,00 
3 R$ 32.342,00 R$ 647,00 R$ 32.989,00 
 
E assim por diante, até reconhecer toda a receita. Essa tabela, ou pelo menos os dados para seu cálculo, tem 
que ser fornecida em prova, não se preocupem. 
Vamos supor que, após um ano, as condições de mercado se alterem e a taxa de juros passe para 1% ao mês. 
Nesse caso, devemos alterar a taxa de juros que será utilizado no restante desta operação? Não. A taxa de 
juros é definida no início da operação, e não mais se altera, a não ser que haja uma renegociação. 
Naturalmente, as novas operações serão calculadas pela taxa de juros mais adequada na época do seu 
reconhecimento. 
13.2.2 Exemplo 2 – Compra a Prazo: 
A empresa KLS comprou mercadorias para pagar após 24 meses, no valor de R$ 50.000,00. 
Informações adicionais: 
Taxa de juros: 2% ao mês = 1,0224 = 1,6084 Valor presente: 50.000/1,6084 
= 31.086 
Contabilização: 
No momento inicial: 
D – Mercadoria (AC) 31.086 
D – Ajuste a valor presente sobre fornecedores (PNC - 
ELP) 
 18.914 
C – Fornecedores (PNC - ELP) 50.000 
Mercadorias (AC) AVP - Fornecedores 
(Ret. P) 
 Fornecedores (Passivo) 
 
40 
 Operações Financeiras 
 
 
31.086,00 
 
18.914,00 
 
50.000,00 
 
 
Mês a mês 
Após um mês, apropriamos os encargos financeiros: 
D – Despesa Financeira – financiamento de compras (resultado) 622 
C - Ajuste a valor presente sobre fornecedores (PNC - ELP) 622 
 
AVP - Fornecedores (Ret. P) Despesa financeira 
 18.914,00 622,00 622,00 
 
 
Ao final dos 24 meses, a conta “ajuste a valor presente sobre fornecedores” estará zerada, e todo o seu valor 
terá sido transferido para resultado. 
Notem que não podemos calcular 18.914/24 = R$ 788, e apropriar este valor para todos os meses. Devemos 
usar o método exponencial, pois o mercado dificilmente utilizará juros simples para uma operação de 
financiamento. 
Se alguma banca cobrar este assunto, deverá fornecer a tabela de controle, ou pedir uma informação que 
possa ser calculada facilmente (por exemplo, qual o valor apropriado como receita financeira no segundo 
mês? Segundo a tabela acima, será 634. Cálculo: 31.086 x 1,02 = 31.708; 31.708 x 0,02 = 634). 
 
41 
 Operações Financeiras 
 
 
 
 
 
42 
 Operações Financeiras 
 
15. (Consulplan/Exame CFC/2019.1) Em 02/10/20X1, a Sociedade Empresária “A” adquiriu, em condições 
usuais e taxa de juros compostos condizentes ao mercado, um imóvel por meio de financiamento para ser 
liquidado em 6 prestações trimestrais, periódicas, iguais e postecipadas, com a primeira prestação após três 
meses da aquisição do imóvel, conforme tabela demonstrada a seguir: 
 
 
A Sociedade Empresária “A” manterá esse imóvel para uso no fornecimento de suas mercadorias e espera-se 
que ele seja utilizado por mais de um período para geração de benefícios futuros e econômicos à entidade. Com 
base nas informações apresentadas e, que a Sociedade Empresária “A”, no reconhecimento inicial, aplicou a 
Resolução CFC nº 1.151, de 23 de janeiro de 2009 – Aprova a NBC TG 12 – Ajuste a valor presente, NBC TG 27 
(R4) – Ativo imobilizado e Lei nº 6.404/76 (Lei das SAs), assinale os lançamentos contábeis que refletem 
corretamente, em 02/10/20X1, o registro do imóvel, das prestações e dos juros no patrimônio da Sociedade 
Empresária “A”. Admita que os juros estão embutidos no valor das prestações e que o exercício social da 
Sociedade Empresária “A” finda-se em 31 de dezembro de cada ano. A Sociedade Empresária “A” considera que 
os lançamentos contábeis aludidos anteriormente apresentam efeito relevante aos usuários das informações 
contábeis. 
 
 
 
Comentários: 
 
Questão que só tem tamanho, mas é bem tranquila. O imobilizado deve ser registrado pelo valor à vista. E como 
achar o valor à vista? Veja que a questão disse que o valor dos juros está embutido na parcela.
 
43 
 Operações Financeiras 
 
Assim, é só tirar o juros do valor da parcela e você terá o principal. 
 
Prestação Prestação Juros Principal 
1 R$ 25.843,65 R$ 4.200,00 R$ 21.643,65 
2 R$ 25.843,65 R$ 3.550,69 R$ 22.292,96 
3 R$ 25.843,65 R$ 2.881,90 R$ 22.961,75 
4 R$ 25.843,65 R$ 2.193,05 R$ 23.650,60 
5 R$ 25.843,65 R$ 1.483,53 R$ 24.360,12 
6 R$ 25.843,65 R$ 752,73 R$ 25.090,92 
Totais R$ 155.061,90 R$ 15.061,90 R$ 140.000,00 
 
Agora, é só separar. Vão ficar quatro prestações no circulante e duas no não circulante. Note que as parcelas são 
trimestrais. 
 
Prestação Prestação Juros Principal 
1 R$ 
25.843,65 
R$ 
4.200,00 
R$ 
21.643,65 
2 R$ 
25.843,65 
R$ 
3.550,69 
R$ 
22.292,96 
3 R$ 
25.843,65 
R$ 
2.881,90 
R$ 
22.961,75 
4 R$ 
25.843,65 
R$ 
2.193,05 
R$ 
23.650,60 
Circulante R$ 
103.374,60 
R$ 12.825,64 
5 R$ 
25.843,65 
R$ 
1.483,53 
R$ 
24.360,12 
6 R$ 
25.843,65 
R$ 752,73 R$ 
25.090,92 
Não 
Circulante 
R$ 
51.687,30 
R$ 
2.236,26 
 
 
Com isso, chegaremos à seguinte contabilização: 
 
 
 
Gabarito: A. 
 
 
 
44 
Operações Financeiras 
 
16. (CONSULPLAN/Exame de Suficiência/2018.1) A Em 06/11/2017, uma Sociedade Empresária vendeu 
mercadorias para revenda com as seguintes condições de pagamento: 
 
• 60% do valor da venda foi recebido à vista, em dinheiro. 
• O restante do valor da venda foi a prazo, com parcelamento em três prestações mensais, iguais e consecutivas de 
R$ 300,00 com a primeira prestação devendo ser quitada um mês após a venda. 
Informações adicionais: 
• A Sociedade Empresária exigiu o pagamento de 1,2% ao mês de taxa de juros compostos na fatia que representa a 
venda parcelada. 
• O Custo das Mercadorias Vendidas na transação de venda foi R$ 878,82. 
Com base nas informações apresentadas e desconsiderando-se a incidência de impostos, assinale os lançamentos 
contábeis que refletem corretamente o registro da venda realizada pela Sociedade 
Empresária em 06/11/2017. Admita que os lançamentos contábeis foram efetuados com valores aproximados e que 
a Sociedade Empresária adota o mês comercial de 30 dias em suas vendas parceladas. 
 
 
 
Comentários: 
 
A solução da banca foi a seguinte: 
Recebimento a prazo: três prestações mensais, iguais e consecutivas de R$ 300,00, com juros de 1,2% ao mês. 
A banca efetuou o ajuste a valor presente para as três prestações. 
 
 
 
 
 
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Operações Financeiras 
 
Parcela Valor Juros Valor Ajustado 
1ª 300,00 1,0120 296,44 
2ª 300,00 1,0241 292,93 
3ª 300,00 1,0364 289,45

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