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Queixa-crime

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO D... CRIMINAL DE NITERÓI-RJ
Enrico, nacionalidade, estado civil, engenheiro, portador do Rg... , do CPF..., residente e domiciliado no endereço...da cidade de Niterói, do estado do Rio de Janeiro, por meio de Advogado (com instrumento de procuração com poderes especiais em anexo- Art.44 do CPP), vem, respeitosamente, a presença de vossa excelência, apresentar QUEIXA-CRIME, com fundamento nos Art.30 do Código Processual Penal e Art. 100, §2° do Código Penal em desfavor de Helena, nacionalidade, estado civil, profissão, portador do Rg..., do CPF..., residente e domiciliada no endereço, da cidade de Niterói, do estado do Rio de Janeiro, pelos fatos a seguir expostos.
 I - DOS FATOS
Na manhã do dia 19/04/2020 o querelante publicou em seu perfil pessoal nas suas redes sociais, para todos os seus contatos, uma postagem alusiva à comemoração de seu aniversário que estava planejada para ocorrer na mesma data (19/04/2020) à noite. A querelada, que é vizinha do querelante e com quem o mesmo teve um relacionamento amoroso no passado e que também possui perfil pessoal nas mesmas redes sociais e estava na lista de contatos do querelante, publicou, de seu computador pessoal instalado em sua residência, na referida rede social, uma mensagem no perfil pessoal do querelante. A mensagem que foi publicada em forma de comentário tinha o seguinte teor ofensivo: “não sei o motivo da comemoração, já que Enrico não passa de um idiota, bêbado, irresponsável e sem vergonha!”, e, com a finalidade de denegrir a reputação do querelante perante os seus colegas de trabalho, acrescentou ainda: “ele trabalha todo dia embriagado! No dia 10 do mês passado, ele cambaleava bêbado pelas ruas do Rio, inclusive, estava tão bêbado no horário do expediente que a empresa em que trabalha teve que chamar uma ambulância para socorrê-lo!”. O querelante que estava em seu apartamento e conectado à rede social por meio de seu tablet, recebeu a mensagem e visualizou a publicação com os comentários ofensivos, juntamente com seus amigos Carlos, Miguel e Ramirez que estavam ao lado dele no momento. Após passar por esse constrangimento, o querelante sentiu-se grandemente envergonhado e a festa planejada deixou de ser realizada. A querelada, ao utilizar o seu computador pessoal inseriu expressões de difamação e injúria, que são crimes alocados nos art.139 e art.140 do CPP respectivamente. E ao publicar no perfil pessoal do querelante em sua rede social, usou meio que facilitou a divulgação da difamação e injúria, o que, segundo o art.141, §2° do CPP aplica-se o triplo da pena para os crimes indicados anteriormente.
II - DOS DIREITOS
Conforme a narração dos fatos, no dia 19/04/2014 a querelada por meio de uma rede social fez comentários de teor ofensivo que denegriram a reputação e dignidade do querelante, causando grande constrangimento diante dos amigos Carlos, Ramirez e Miguel e todos os seus contatos que utilizavam a mesma rede social e visualizaram os comentários, incorrendo assim nos crimes de injúria e difamação respectivamente, previstos no art. 139 e 140 do CPP.
Helena, a querelada, infringiu dois dispositivos de lei. Praticou difamação onde insultou o querelante afirmando: "Enrico não passa de um idiota, bêbado, irresponsável e sem vergonha!”, atacando diretamente a reputação do querelante. Infligiu injúria no momento em que acrescentou: “ele trabalha todo dia embriagado! No dia 10 do mês passado, ele cambaleava bêbado pelas ruas do Rio, inclusive, estava tão bêbado no horário do expediente que a empresa em que trabalha teve que chamar uma ambulância para socorrê-lo!”, atingindo assim a dignidade do querelante.
Ao se sentir demasiadamente lesado, por ser alvo de crimes praticados contra a honra, sendo estes de iniciativa privada, o querelante tomou a decisão de ingressar com a presente Queixa-Crime.
A querelante agiu dolosamente quando desferiu insultos com intuito de ofender e humilhar o querelado perante todos seus amigos, após saber que este faria uma festa em seu aniversário. O querelante e a querelada já tiveram um relacionamento amoroso, porém hoje não estão mais juntos, o que impulsionou ainda mais a ação da querelada de envergonhar o querelante publicamente nas redes sociais.
No ato de consumação dos fatos, o querelante e vários outros estavam online na referida rede social e o mesmo ainda estava na presença de amigos, estes fatores culminaram para um maior constrangimento. Em razão de os comentários haverem sido postados em modalidade de rede social da rede mundial de computadores, deve a querelada ter sua pena triplicada com fulcro no art.141, §2° do CPP, por conta da exposição sofrida.
A querelada praticou o concurso formal de crimes, visto que com somente uma ação praticou mais de um crime, de acordo com o que está previsto no art. 70 do CPP deverá ser aplicado a pena do crime mais grave com o referido aumento.
III – DO PEDIDO
Diante do exposto. Requer:
a) Que a presente queixa-crime seja recebida e provida no sentido de que a querelada receba condenação pelos crimes de injúria e difamação, que estão previstos nos Art.139 e Art. 140 do CPP, respectivamente e com agravante da pena no Art.141 §2° do CPP, seguindo assim o rito...
b) Designação de audiência de conciliação, conforme previsto no Art.520 do CPP.
c) Seja feita a citação da querelada para que esta apresente sua defesa em face dos fatos narrados e que a mesma venha a produzir provas em seu favor de todo modo permitido mediante lei.
d) Que a querelada seja a responsável pelo pagamento das custas processais por ter dado motivo para a presente ação
e) Que seja realizada a oitiva das testemunhas
f) Ao fim, a fixação do valor mínimo de indenização, sendo fundamentada no Art.387, IV do CPP
Nestes termos, 
Pede deferimento.
 Niterói/RJ-19/09/2020
 Adv. Clara Nunes de Holanda
 OAB....
Rol de Testemunhas:
a) Calos...Endereço...Contato...
b) Miguel...Endereço...Contato...
c) Ramirez...Endereço...Contato...

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