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ESTUDO DE CASO – IMPLEMENTAÇÃO DAS IFRS NA VALE A contabilidade é um importante canal de comunicação da situação patrimonial e financeira de uma empresa aos usuários dessas informações, principalmente aos externos. Como não vivem o dia a dia das empresas, eles utilizam as informações divulgadas nas demonstrações contábeis publicadas como base para análises e eventual tomada de decisões. Os analistas de mercado, por exemplo, utilizam as demonstrações contábeis para fins analíticos e recomendação de investimentos aos seus clientes. As instituições financeiras e os fornecedores, por sua vez, têm interesse nas demonstrações contábeis para avaliarem a capacidade de pagamento da entidade para fins de concessão de crédito. Dessa forma, os gestores das empresas, que têm informações detalhadas da situação patrimonial e financeira desta, e os usuários externos, que necessitam de informações adequadas, passam a compartilhar informações econômico-financeiras por meio das demonstrações contábeis. Percebe-se, assim, a utilização da contabilidade como instrumento de redução de assimetria informacional, contribuindo para o desenvolvimento da economia e dos mercados de capitais. Para tanto, é preciso que as demonstrações contábeis contenham informações confiáveis, compreensíveis, comparáveis e relevantes para que sirvam também aos usuários externos à empresa. Em consequência do processo de harmonização das práticas contábeis brasileiras às normas internacionais (IFRS), as Leis 11.638/07 e 11.941/09 introduziram alterações na Lei 6.404/76, modificando o conjunto de demonstrações contábeis a ser elaborado pelas empresas. A elaboração da demonstração das origens e aplicações de recursos, por exemplo, deixou de ser obrigatória, mas passou a ser exigida a demonstração dos fluxos de caixa. O conjunto completo de demonstrações contábeis exigidas atualmente, conforme o Pronunciamento CPC 26, relativo à apresentação dessas demonstrações, inclui: (a) balanço patrimonial (BP) ao fim do período; (b) demonstração do resultado (DRE) do período; (c) demonstração do resultado abrangente (DRA) do período; (d) demonstração das mutações do patrimônio líquido (DMPL) do período; (e) demonstração dos fluxos de caixa (DFC) do período; (f) demonstração do valor adicionado (DVA) do período, se exigida legalmente ou por algum órgão regulador, ou mesmo se apresentada voluntariamente; (g) notas explicativas (NE), compreendendo um resumo das políticas contábeis significativas e outras informações explanatórias; e (h) balanço patrimonial no início do período mais antigo comparativamente apresentado quando a entidade aplica uma política contábil retroativamente, ou procede à reapresentação de itens das demonstrações contábeis. Ou, ainda, quando procede à reclassificação de itens de suas demonstrações contábeis. Em decorrência das novas práticas contábeis, é necessária a divulgação de várias informações em notas explicativas que anteriormente não eram exigidas, aumentando, assim, o conteúdo informacional desse relatório. Por exemplo, na constituição da redução ao valor recuperável de ativo a empresa deve divulgar o valor da perda por desvalorizações reconhecidas no resultado durante o período e o valor das respectivas reversões dessas perdas, bem como o valor de perdas por desvalorizações em ativos reavaliados reconhecido diretamente no patrimônio líquido e o respectivo valor das reversões dessas perdas. ESTUDO DE CASO – IMPLEMENTAÇÃO DAS IFRS NA VALE No caso de registro de bens dos quais a empresa não tenha a sua propriedade, mas tenha o seu controle, usufruindo substancialmente dos benefícios e arcando com os custos decorrentes da sua utilização (como é o caso dos bens sob arrendamento mercantil financeiro), é necessário que a empresa divulgue, por exemplo, o valor contábil líquido ao fim do período para cada categoria de ativo, e a conciliação entre o total dos futuros pagamentos mínimos do arrendamento mercantil ao fim do período e o seu valor presente. Além disso, a entidade deve divulgar o total dos futuros pagamentos mínimos do arrendamento mercantil ao fim do período, e o seu valor presente, para cada período (até um ano, mais de um ano e até cinco anos, mais de cinco anos); e divulgar, também, os pagamentos contingentes reconhecidos como despesa durante o período. Um exemplo de empresa brasileira que se adequou às normas internacionais de contabilidade é a VALE, a maior empresa de energia do Brasil e uma das maiores do mundo. A VALE decidiu adotar as Normas Internacionais de Contabilidade (IFRS), com o objetivo de aumentar a transparência e a comparabilidade das suas informações financeiras. A decisão foi tomada em resposta à crescente globalização dos mercados financeiros e ao aumento da demanda por relatórios financeiros padronizados e transparentes. A implementação das IFRS exigiu um grande esforço por parte da VALE, envolvendo mudanças em processos, sistemas e cultura organizacional. A empresa precisou investir em treinamento e capacitação para que seus profissionais estivessem preparados para a nova realidade contábil. Além disso, a VALE precisou se adequar a novos padrões contábeis, como a mensuração pelo valor justo de ativos e passivos, e a apresentação das informações financeiras em notas explicativas mais detalhadas e transparentes. Após a adoção das IFRS, a VALE apresentou uma melhora significativa na qualidade das informações financeiras, o que contribuiu para a sua credibilidade junto aos investidores e ao mercado financeiro em geral. A empresa também conseguiu reduzir o tempo de fechamento do balanço e otimizar seus processos contábeis. Em resumo, a adoção das Normas Internacionais de Contabilidade permitiu que a VALE melhorasse a qualidade e a transparência das suas informações financeiras, aumentando a sua credibilidade junto aos investidores e ao mercado financeiro. Além disso, a empresa conseguiu se adequar às exigências da globalização e aumentar a sua competitividade em nível internacional. A adoção das Normas Internacionais de Contabilidade (IFRS) pela VALE exigiu um grande esforço e enfrentou alguns desafios no processo de implementação. Dentre eles, podemos destacar: • Mudanças em processos, sistemas e cultura organizacional: A adoção das IFRS exigiu que a VALE fizesse mudanças significativas em seus processos, sistemas e cultura organizacional, o que demandou um grande esforço de adaptação por parte da empresa e de seus funcionários. • Investimento em treinamento e capacitação: Para que seus profissionais estivessem preparados para a nova realidade contábil, a VALE precisou investir em treinamento e capacitação, o que representou um custo adicional para a empresa. • Ajustes em padrões contábeis: A VALE precisou se adequar a novos padrões contábeis, como a mensuração pelo valor justo de ativos e passivos, o que exigiu uma revisão de seus processos contábeis e financeiros. • Complexidade das notas explicativas: A apresentação das informações financeiras em notas explicativas mais detalhadas e transparentes foi uma exigência das IFRS, o que aumentou a complexidade dos relatórios financeiros da VALE. ESTUDO DE CASO – IMPLEMENTAÇÃO DAS IFRS NA VALE • Impacto na divulgação de resultados: A adoção das IFRS exigiu que a VALE fizesse ajustes em sua divulgação de resultados, o que impactou os investidores e o mercado financeiro. Apesar desses desafios, a adoção das IFRS permitiu que a VALE melhorasse a qualidade e a transparência de suas informações financeiras, aumentando sua credibilidade junto aos investidores e ao mercado financeiro em geral. Antes da adoção das Normas Internacionais de Contabilidade (IFRS), as demonstrações contábeis da VALE seguiam as normas brasileiras, que eram baseadas no modelo contábil histórico, ou seja, os ativos eram registrados pelo seu custo de aquisição e os passivos pelo valor nominal.As demonstrações contábeis eram apresentadas em conformidade com as Normas Brasileiras de Contabilidade, que tinham um foco mais nacional e não eram padronizadas globalmente. Com a adoção das IFRS, a VALE precisou fazer mudanças significativas em suas demonstrações contábeis, a fim de adequá-las aos novos padrões internacionais. Algumas das principais mudanças foram: • Mensuração dos ativos e passivos pelo valor justo: As IFRS exigem que a VALE mensure seus ativos e passivos pelo valor justo, o que significa que eles são registrados pelo seu valor de mercado, considerando as condições de oferta e demanda. • Ajustes nos critérios de reconhecimento de receita e despesa: As IFRS exigem que a VALE faça ajustes nos critérios de reconhecimento de receita e despesa, o que pode impactar o resultado financeiro da empresa. • Divulgação mais detalhada das informações financeiras: As IFRS exigem que a VALE apresente informações financeiras mais detalhadas e transparentes em suas demonstrações contábeis, incluindo notas explicativas mais completas e precisas. Após a adoção das IFRS, as demonstrações contábeis da VALE se tornaram mais padronizadas globalmente e mais compreensíveis para investidores nacionais e internacionais. Além disso, a transparência e a qualidade das informações financeiras da empresa foram aprimoradas, contribuindo para a sua credibilidade junto ao mercado financeiro. De posse das informações anteriores, responda aos seguintes questionamentos: 1. Quais foram as principais mudanças que a VALE precisou fazer em suas demonstrações contábeis para se adequar às Normas Internacionais de Contabilidade (IFRS) e como essas mudanças impactaram a forma como as informações financeiras da empresa eram apresentadas? 2. Quais foram os principais desafios enfrentados pela VALE durante o processo de adoção das Normas Internacionais de Contabilidade (IFRS) e como a empresa lidou com esses desafios? 3. Como a adoção das Normas Internacionais de Contabilidade (IFRS) impactou a forma como a VALE registra e reporta seus ativos e passivos e de que forma isso afetou a análise e tomada de decisão pelos stakeholders? 4. Como a adoção das Normas Internacionais de Contabilidade (IFRS) afetou a gestão financeira da VALE e como a empresa precisou se adaptar para atender aos novos padrões contábeis internacionais? 5. Selecione as demonstrações contábeis da VALE antes e depois do prazo final para adoção das normas IFRS (2009). Compare-as e identifique as diferenças.
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