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EDUCERE-LIVRODIGITAL-LICITACOES-CONTRATOS-2022

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Licitações e Contratos Administrativos – Lei 14.133/2021 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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A reprodução não autorizada desta publicação, no todo ou em parte, constitui violação 
dos direitos autorais (Lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998) e é crime estabelecido 
pelo artigo 184 do Código Penal. 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 Sumário 
 
 
 
Módulo 1 – Teoria Geral das Licitações.......................................................................... 4 
Módulo 2 – Agentes públicos, licitantes e contratados.................................................. 27 
Módulo 3 – Planejamento das contratações.................................................................. 35 
Módulo 4 – Modalidades e procedimentos auxiliares................................................... 49 
Módulo 5 – Contratação direta...................................................................................... 57 
Módulo 6 – Fase externa............................................................................................... 63 
Módulo 7 – Teoria geral dos contratos administrativos................................................ 67 
Módulo 8 – Execução dos contratos administrativos.................................................... 74 
Módulo 9 – Equilíbrio econômico-financeiro................................................................ 82 
Módulo 10 – Extinção ordinária dos contratos administrativos.................................... 85 
Módulo 11 – Extinção extraordinária dos contratos administrativos............................ 90 
Módulo 12 – Irregularidas e apuração de responsabilidades........................................ 97 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 módulo 1 
_________________ 
Teoria Geral das Licitações 
 
 
Legislação atual 
 
 
A gestão pública do Brasil passa a operar, com a promulgação da nova Lei de Licitações e 
Contratos Administrativos, em 1º de abril de 2021, com um novo marco legal, em 
substituição às Leis nº 8.666/1993 (Lei de Licitações), 10.520/2002 (Lei do Pregão) e 
12.462/2011 (Regime Diferenciado de Contratações - RDC), além de abordar temas 
relacionados. 
 
A nova Lei das Licitações traz regras para União, estados, Distrito Federal e municípios, e 
preve cinco modalidades de licitação: concorrência, concurso, leilão, pregão e 
novidade denominada diálogo competitivo (art. 28). Destacamos que foram extintas as 
modalidades tomada de preço e convite. 
 
A nova norma prevê, referente aos critérios de julgamento, melhor técnica ou conteúdo 
artístico, técnica e preço, maior retorno econômico e maior lance, em acréscimo aos 
5 
 
tradicionais menor preço ou maior desconto. 
 
A nova Lei também estabelece título exclusivo para tratar das irregularidades (Título IV) e 
determina a inclusão no Código Penal (art. 178) de capítulo específico para tratar dos 
crimes em licitações e contratos administrativos. 
 
 
Conceito 
 
 
A administração pública busca, como na realização de quase todos os negócios na 
iniciativa privada, a melhor proposta para realizar seus contratos e compras. Há, no 
entanto, grande diferença na contratação entre a iniciativa privada e a administração 
pública. Os particulares possuem a liberdade de dispor livremente de seus recursos e 
contratar bens e serviços de forma que lhe convier por seus interesses próprios. A 
administração pública possui procedimento diferente, pois as entidades governamentais 
devem realizar um procedimento prévio, com o objetivo de encontrar a oferta que se lhes 
apresente mais vantajosa para o serviço público. Não se trata de interesse pessoal, mas 
institucional. A esse procedimento dá-se o nome de licitação. 
 
Celso Antônio Bandeira de Mello conceitua licitação como 
 
o procedimento administrativo pelo qual uma pessoa governamental, pretendendo alienar, 
adquirir ou locar bens, realizar obras ou serviços, outorgar concessões, permissões de 
obra, serviço ou de uso exclusivo de bem público, segundo condições por ela estipuladas 
previamente, convoca interessados na apresentação de propostas, a fim de selecionar a 
que se revele mais conveniente em função de parâmetros antecipadamente estabelecidos 
e divulgados1. 
 
 
1 MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de direito administrativo. 12. ed. São Paulo: Malheiros, 2000. p. 456. 
6 
 
 
 
Obrigatoriedade 
 
 
A obrigatoriedade da realização de licitações públicas encontra seu imperativo legal no 
inciso XXI do artigo 37 da Constituição Federal de 1988, que está assim redigido: 
 
Ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e 
alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure 
igualdade de condições a todos os concorrentes, mantidas as condições efetivas da 
proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá exigências de qualificação técnica e 
econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações (grifos nossos). 
 
Além desses casos, a Constituição da República exige o procedimento licitatório para a 
realização de concessões e permissões de serviços públicos, conforme se depreende 
do exame do caput do artigo 175 desse diploma, in verbis: 
 
Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou 
permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos (grifos nossos). 
 
Estão obrigadas à licitação pública tanto as pessoas políticas quanto as entidades de 
suas Administrações indiretas, ou seja, as autarquias, as fundações públicas, as 
empresas públicas, as sociedades de economia mista, e as demais entidades controladas 
direta ou indiretamente pela União, os Estados-membros, o Distrito Federal e os 
Municípios, independentemente do nomen juris que lhes seja atribuído. 
 
No caso específico das empresas públicas e das sociedades de economia mista e 
suas subsidiárias que exploram atividade econômica de produção ou comercialização de 
bens ou prestação de serviços, o inciso III do parágrafo 1º do artigo 173 da Constituição 
7 
 
Federal prevê que a realização de licitações e a contratação de obras, serviços, compras 
e alienações serão regulamentadas por estatuto jurídico próprio. 
 
Ressalte-se que a Constituição Federal, nos dois momentos em que cuida da 
obrigatoriedade da realização de licitações precedendo contratos, ou seja, no inciso 
XXVII do artigo 22 e no inciso XXI do artigo 37, não estabelece diferença entre empresas 
públicas e sociedades de economia mista prestadoras de serviços públicos ou 
exploradoras de atividades econômicas, de sorte que elas estão obrigadas a licitar. 
Essa obrigatoriedade, no entanto, por certo não alcança os atos tipicamente comerciais 
ligados ao desempenho das atividades-fim das empresas estatais. 
 
Assim, o Banco do Brasil e a CEF, v.g., não estão obrigados a licitar para celebrar 
contratos de mútuo ou seguro; os Correios não realizam licitações para a venda de selos; 
e a Embraer (mesmo antes de ser privatizada) já não vendia aviões por intermédio de 
procedimento licitatório. A justificativa é que a licitação é incompatível com a dinâmica do 
mercado no qual essas empresas estão inseridas, e acabaria por representar sério 
entrave ao alcance das finalidades comerciais ou de prestação de serviços buscados por 
essas entidades. Da mesma forma, entendemos não serem obrigadas a licitar para a 
aquisição dos insumos necessários ao atendimento de seus precípuos fins. 
 
É esse também o entendimento de Celso Antônio Bandeira de Mello: 
 
Ora, quem quer os finsnão pode negar os indispensáveis meios. Logo, nestas hipóteses 
em que o procedimento licitatório inviabilizaria o desempenho das atividades específicas 
para as quais foi instituída a entidade, entender-se-á inexigível a licitação. Isto ocorre 
quando suas aquisições ou alienações digam respeito ao desempenho de atos tipicamente 
comerciais, correspondentes ao próprio objetivo a que a pessoa está proposta e desde que 
tais atos demandem a agilidade, a rapidez, o procedimento expedito da vida negocial 
corrente, sem o que haveria comprometimento da boa realização de sua finalidade (grifos 
no original)2. 
 
 
2 MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de direito administrativo. 12. ed. São Paulo: Malheiros, 2000. p. 467. 
8 
 
 
Alcance 
 
 
A obrigatoriedade da realização de procedimento licitatório, como vimos, atinge os entes 
das Administrações diretas e entidades das Administrações indiretas dos três Poderes da 
União, dos Estados-membros, do Distrito Federal e dos Municípios, por força dos 
mencionados dispositivos e nos exatos termos acima delineados. 
 
Faz-se importante observar que tanto as empresas privadas quanto as entidades 
paraestatais não estão sujeitas ao regime jurídico licitatório em razão da liberdade que 
possuem para dispor livremente sobre os próprios negócios. Assim é que mesmo as 
empresas concessionárias e as permissionárias de serviços públicos responsáveis pela 
prestação desses serviços, em virtude de delegação que lhes foi conferida pelo Poder 
Público, como regra, não se obrigam a licitar. 
 
Todavia, quem receber recursos provenientes do Estado sujeita-se às sanções previstas 
na Lei de Improbidade Administrativa (Lei Federal n° 8.429, de 2 de junho de 1992), 
devendo, portanto, dar conta da utilização desses recursos. 
 
É isto o que dispõe seu artigo 1º, quando afirma que 
 
Os atos de improbidade praticados por qualquer agente público, servidor ou não, 
contra a administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da 
União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de Território, de empresa 
incorporada ao patrimônio público ou de entidade para cuja criação ou custeio o 
erário haja concorrido ou concorra com mais de cinquenta por cento do 
patrimônio ou da receita anual, serão punidos na forma desta lei (grifos nossos). 
 
9 
 
E, em seu parágrafo único, complementa: 
 
Estão também sujeitos às penalidades desta lei os atos de improbidade praticados 
contra o patrimônio de entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, 
fiscal ou creditício, de órgão público bem como daquelas para cuja criação ou 
custeio o erário haja concorrido ou concorra com menos de cinquenta por cento do 
patrimônio ou da receita anual, limitando-se, nestes casos, a sanção patrimonial à 
repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos. 
 
Dessa forma, os delegatários de serviços públicos – como organizações sociais, 
associações civis sem fins lucrativos, serviços sociais autônomos, organizações da 
sociedade civil de interesse público e outras entidades predominantemente administradas 
pela iniciativa privada –, em virtude de não integrarem a estrutura da Administração 
Pública brasileira, não estão sujeitos à observância da legislação estatal sobre licitações e 
contratos administrativos, estando, porém, obrigados a elaborar os próprios 
regulamentos de licitações e contratações sempre que receberem recursos 
provenientes dos cofres públicos para o custeio de suas atividades. 
 
 
Principais objetivos 
 
 
Os objetivos das contratações públicas são as diretrizes para que a aplicação das regras 
e dos princípios presentes na nova Lei de Licitações ocorra com a garantia de que o 
procedimento licitatório transcorra em todas as etapas definidas com o interesse da 
administração pública. 
 
A Lei 14.133/2021 detalhou no Artigo 11 os quatro principais objetivos esperados: 
 
Art. 11. O processo licitatório tem por objetivos: 
10 
 
I – assegurar a seleção da proposta apta a gerar o resultado de contratação 
mais vantajoso para a Administração Pública, inclusive no que se refere ao 
ciclo de vida do objeto; 
II – assegurar tratamento isonômico entre os licitantes, bem como a justa 
competição; 
III – evitar contratações com sobrepreço ou com preços manifestamente 
inexequíveis e superfaturamento na execução dos contratos; 
IV – incentivar a inovação e o desenvolvimento nacional sustentável. 
 
A seleção da proposta mais vantajosa 
 
A proposta mais vantajosa certamente é aquela que melhor atende às exigências e 
necessidades da administração pública, com ênfase na garantia da melhor relação custo-
benefício com plena satisfação do interesse público. 
A nova Lei de Licitações destaca que a proposta mais vantajosa abrange “inclusive no 
que se refere ao ciclo de vida do objeto”. Assim, também o ciclo de vida do objeto deve 
ser uma variável a ser considerada na escolha da melhor proposta. 
A escolha da proposta mais vantajosa ocupa espaço de muita importância no processo 
licitatório. Ela tem o poder de mitigar outros aspectos a favor de se garantir o interesse 
público. Na prática, o objetivo da seleção da proposta mais vantajosa é protagonista 
dentro dos limites legais. 
 
A justa competição e o tratamento isonômico dos licitantes 
 
O tratamento isonômico é o alicerce de todo o processo licitatório e está fundamentado no 
princípio da igualdade reconhecido pela Constituição Federal (artigo 37, inciso XXI). 
 
Assim como na Lei 8.666/93, a nova Lei de Licitações prevê expressamente a isonomia 
tanto como princípio como objetivo. O princípio da isonomia está totalmente relacionado 
com o princípio da competitividade ao estabelecer justa competição. 
 
O objetivo da justa competição e o tratamento isonômico dos licitantes procura impedir 
11 
 
práticas nocivas que inibam a competição ou mesmo práticas discriminatórias impeditivas 
da participação de determinante licitante. Assim, evitam-se irregularidades como o 
direcionamento ou favorecimento do processo licitatório. 
 
Contratações com sobrepreço ou superfaturamento 
 
Se a administração pública procura a proposta mais vantajosa, a questão do preço é 
essencial para o interesse público desde que assegurado o interesse público na execução 
do serviço ou entrega do bem. 
 
O objetivo busca promover um combate à corrupção e possíveis fraudes que causem 
prejuízo à administração pública. 
 
Inovação e desenvolvimento nacional sustentável 
 
Trata-se de um objetivo que busca, além da proposta mais vantajosa, incentivar a 
inovação e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável. Hely Lopes Meirelles 
entende como desenvolvimento nacional sustentável a “busca do desenvolvimento 
econômico e do fortalecimento de cadeias produtivas de bens e serviços domésticos, 
usando-se para esse fim o poder de compra governamental”. 
 
Também Hely Lopes Meirelles esclarece que ““a margem de preferência não fere os 
princípios da isonomia e da competitividade, na medida em que as situações de 
preferências previstas pela lei caracterizam situações distintas em relação àqueles que 
nelas não estejam enquadrados. Em relação a estes – os enquadrados nas preferências -
, sim, aqueles princípios [de isonomia e competitividade] incidem”. 
 
Destaca-se que o objetivo não pode ser utilizado de forma a desconfigurar o interesse 
público previsto na legislação e causar prejuízo aos cofres públicos por interesses 
particulares. 
 
 
12 
 
 
Princípios 
 
 
O Art. 5º da Nova Lei de Licitações define os princípios a serem seguidos: 
 
- da legalidade, 
- da impessoalidade, 
- da moralidade, 
- da publicidade, 
- da eficiência, 
- do interesse público, 
- da probidade administrativa, 
- da igualdade, 
- do planejamento, 
- da transparência, 
- da eficácia, 
- da segregação de funções, 
- da motivação, 
- da vinculação ao edital, 
- do julgamentoobjetivo, 
- da segurança jurídica, 
- da razoabilidade, 
- da competitividade, 
- da proporcionalidade, 
- da celeridade, 
- da economicidade, e 
- do desenvolvimento nacional sustentável. 
 
Assim como as disposições do Decreto-Lei nº 4.657, de 4 de setembro de 1942 (Lei de 
Introdução às Normas do Direito Brasileiro). 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del4657.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del4657.htm
13 
 
 
 
A nova Lei de Licitação trouxe os princípios constitucionais previstos no artigo 37º 
da Constituição Federal (legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e 
eficiência) e alguns princípios previstos no artigo 3º da Lei nº 8.666/1993 (igualdade, 
probidade administrativa, vinculação ao instrumento convocatório e julgamento 
objetivo). 
 
Houve uma miscigenação dos princípios: interesse público, planejamento, 
transparência, eficácia, segregação de funções, motivação, segurança jurídica, 
razoabilidade, competitividade, proporcionalidade, celeridade, economicidade e 
desenvolvimento nacional sustentável. 
 
Três princípios se destacam: o planejamento, a eficácia e a segurança jurídica. 
 
A nova Lei de Licitações atrelou os seguintes princípios já existentes em outros 
documentos jurídicos. 
 
• Motivação – Decreto-Lei nº 4.657/1942 (LINDB); 
• Segurança jurídica – Decreto-Lei nº 4.657/1942 (LINDB); 
• Economicidade – artigo 3º da Lei nº 12.462/2011 (RDC); 
• Desenvolvimento nacional sustentável – artigo 3º da Lei nº 12.462/2011 (RDC); 
• Competitividade – artigo 31 da Lei nº 13.303/2016 (Estatais); 
• Transparência – inspiração da Lei nº 13.303/2016 (Estatais); 
• Razoabilidade – Instrução Normativa nº 5, de 26/5/2017; 
• Planejamento – Instrução Normativa nº 5, de 26/5/2017; 
• Segregação de funções – Instrução Normativa nº 05, de 26/05/2017; 
• Eficácia – decorre do princípio da eficiência e Instrução Normativa nº 5, de 
26/5/2017. 
 
Espera-se que com tantos princípios presentes na nova Lei de Licitações haja mais 
praticidade no processo das contratações públicas. Neste sentido é importante que 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8666cons.htm
14 
 
os agentes públicos e as empresas fornecedoras de produtos e serviços 
busquem conhecimento prático e teórico da legislação, a fim de garantir que tudo ocorra 
de modo mais claro, eficaz e fluido. 
 
 
Princípio da legalidade 
 
 
O princípio da legalidade, insculpido no inciso II do artigo 5º da Constituição Federal e 
corroborado pelo caput do artigo 37, explicita a subordinação da atividade administrativa à 
lei. 
 
Tal obrigatoriedade atinge todos os agentes públicos que, no exercício de suas funções, 
não poderão desvincular-se das balizas impostas pelas normas de Direito Administrativo 
que incidam sobre o tema das Licitações e Contratos, sob pena de ilegalidade dos atos 
que praticarem, e do desencadeamento de sanções civis, penais e administrativas. 
 
Como bem observa Celso Antônio Bandeira de Mello, podem alegar o direito à legalidade 
não apenas “todos quantos participem da licitação”, mas também todos quantos queiram 
dela participar e aos quais tenha sido indevidamente negado acesso, por violação dos 
princípios e normas que devem presidi-la3. 
 
 
Princípio da impessoalidade 
 
 
Esse primado nada mais é do que uma especificação à Administração Pública do 
princípio da igualdade, insculpido no caput do artigo 5º da Constituição Federal. A Carta 
 
3 MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de direito administrativo. 12. ed. São Paulo: Malheiros, 2000. p. 462. 
https://conlicitacao.com.br/iniciantes/como-escolher-um-bom-curso-de-licitacao/
15 
 
Magna repetiu-o no caput do artigo 37, quando versou, especificamente, sobre os 
princípios aplicáveis ao regime administrativo. 
 
O princípio da impessoalidade nas licitações implica o fato de que, no curso do 
procedimento licitatório, todos devem ser tratados com absoluta neutralidade, sem 
preferências ou aversões pessoais de qualquer natureza. Dessa forma, veda-se, também, 
qualquer vantagem oferecida pelo licitante, salvo as expressamente previstas na lei ou no 
instrumento convocatório. 
 
 
Princípio da moralidade e da probidade administrativa 
 
 
O princípio da moralidade exige que o procedimento licitatório se faça em conformidade 
com padrões éticos prezáveis, o que impõe à Administração e aos licitantes um 
comportamento “escorreito, liso e honesto”4, “consoante com a moral, os bons costumes, 
as regras da boa administração, os princípios de justiça e de equidade, a ideia comum de 
honestidade”5. 
 
Assim, se o legislador apresentasse apenas a exigência de moralidade, poderia deixar 
margem para livrar o administrador desonesto da responsabilidade e, consequentemente, 
das duras penalidades impostas pela Lei de Improbidade Administrativa (Lei Federal n° 
8.429/92), que havia sido recentemente editada. 
 
Conforme é fartamente sabido, a partir da Constituição de 1988, a moralidade passou a 
ser elemento integrante do conceito de legalidade administrativa. Assim, ato 
administrativo imoral, editado pela Administração no curso de um procedimento 
licitatório, é sinônimo de ato administrativo ilegal e, como tal, deverá ser anulado pela 
 
4 MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de direito administrativo. 12. ed. São Paulo: Malheiros, 2000. p. 463. 
5 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. 12. ed. São Paulo: Atlas, 2000. p. 298. 
16 
 
Administração ou pelo Poder Judiciário. 
 
 
Princípio da isonomia e da igualdade 
 
 
Por esse primado visa-se a assegurar igualdade de direitos a todos os interessados em 
participar do processo de licitação. Diferenciando-se do princípio da impessoalidade, 
implica não apenas o dever de tratar isonomicamente todos os que afluírem ao 
certame, mas também o de ensejar oportunidade de disputa a qualquer um que, 
desejando ingressar na competição, possa apresentar sua proposta e as indispensáveis 
condições de garantia. 
 
Esse princípio está expresso no inciso XXI do artigo 37 da Constituição da República e 
proíbe a inclusão de qualquer cláusula ou condição que possa frustrar ou restringir o 
caráter competitivo do procedimento licitatório, inclusive nos casos de sociedades 
cooperativas, vedando o estabelecimento de preferências ou distinções em razão da 
naturalidade, ou da sede, ou domicílio dos licitantes6. Impede, pois, a realização da 
denominada “licitação dirigida” ou “licitação direcionada”. 
 
Alguns autores, entre eles Maria Sylvia Zanella Di Pietro, conferem a essa norma 
principiológica a nomenclatura de princípio da competitividade, decorrência implícita do 
primado da isonomia7. 
 
 
 
 
 
6 O dispositivo supramencionado não impede que Decreto do Chefe do Poder Executivo estabeleça margem de 
preferência para produtos manufaturados e serviços nacionais que atendam a normas técnicas brasileiras, 
conforme pormenorizaremos quando analisarmos o princípio do julgamento objetivo. 
7 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. 12. ed. São Paulo: Atlas, 2000. p. 296. 
17 
 
 
 
Princípio da publicidade 
 
 
O princípio da publicidade é indispensável à existência de um Estado Democrático de 
Direito, na medida em que uma Administração Pública democrática não se compatibiliza 
com a garantia de sigilo de seus atos. 
 
Na órbita das licitações e dos contratos administrativos, diz respeito não apenas à 
divulgação do procedimento para conhecimento de todos os interessados, como 
também aos atos da Administração praticados nas várias fases do procedimento, que 
podem e devem ser acessíveis aos interessados, para assegurar a todos a possibilidade 
de fiscalizar sua legalidade. A publicidade é tanto maior quanto maior for a competição 
propiciada pela modalidade de licitação; ela é a mais ampla possível na modalidade 
concorrência, em que o interesse maior da Administraçãoé o de atrair elevada quantidade 
de licitantes, e se reduz ao mínimo na modalidade convite, em que o valor do contrato 
dispensa maior divulgação8. 
 
A Lei de Licitações reafirma o caráter público do certame, ao afirmar que “a licitação não 
será sigilosa, sendo públicos e acessíveis ao público os atos de seu procedimento, salvo 
quanto ao conteúdo das propostas, até a respectiva abertura”. 
 
O sigilo do conteúdo das propostas até o momento da abertura, obviamente, é inerente 
à própria essência do procedimento. 
 
 
 
 
8 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. 12. ed. São Paulo: Atlas, 2000. p. 298. 
18 
 
 
 
 
Princípio da eficiência 
 
 
Conforme já mencionamos, a explicitação da eficiência, como princípio da Administração 
Pública, ocorreu com a edição da Emenda Constitucional n° 19, de junho de 1998, que a 
introduziu no caput do artigo 37. 
 
Em matéria de licitações e contratações públicas, a implementação do primado da 
eficiência contribui, em muito, para a otimização dos recursos públicos destinados ao 
adimplemento dos contratos administrativos, bem como para a racionalização de 
estoques, quantidades e objetos contratados. 
 
 
Princípio da vinculação ao edital 
 
 
O princípio da vinculação ao edital obriga a Administração a cumprir as normas e as 
condições do edital, “ao qual se acha plenamente vinculada”. 
 
Assim, estabelecidas as regras de certa licitação, tornam-se inalteráveis durante todo o 
seu procedimento. Segundo Hely Lopes Meirelles, 
 
nem se compreenderia que a Administração fixasse no edital a forma e o modo de 
participação dos licitantes e no decorrer do procedimento ou na realização do julgamento 
se afastasse do estabelecido, ou admitisse documentação e propostas em desacordo com 
19 
 
o solicitado. O edital é a lei interna da licitação, e, como tal, vincula aos seus termos 
tanto os licitantes como a Administração que o expediu (grifos no original)9. 
 
 
Princípio do julgamento objetivo 
 
 
O princípio do julgamento objetivo, decorrência lógica do princípio da legalidade, impõe 
que o julgamento das propostas se faça com base no critério indicado no ato convocatório 
e nos termos específicos das propostas. Evita-se, com isso, qualquer tipo de 
subjetivismo no julgamento das ofertas apresentadas. 
 
Hely Lopes Meirelles lembra que 
 
em tema de licitação, a margem de valoração subjetiva e de discricionarismo no 
julgamento é reduzida e delimitada pelo estabelecido no edital. Se assim não fosse, a 
licitação perderia sua finalidade seletiva, justificando-se a escolha direta do contratado pela 
Administração, independentemente do confronto das propostas10. 
 
Destarte, nos termos do que dispõe o parágrafo 2º do artigo 3º, com nova redação dada 
pela Lei Federal nº 12.349, de 15 de dezembro de 2010, e pela Lei Federal nº 13.146, de 
6 de julho de 2015 
 
Em igualdade de condições, como critério de desempate, será assegurada preferência, 
sucessivamente, aos bens e serviços: 
I - produzidos no País; 
II - produzidos ou prestados por empresas brasileiras; 
III - produzidos ou prestados por empresas que invistam em pesquisa e no 
 
9 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 26. ed. São Paulo: Malheiros, 2001. p. 239. 
10 MEIRELLES, Hely Lopes. Licitação e contrato administrativo. 12. ed. São Paulo: Malheiros, 1999. p. 32. 
20 
 
desenvolvimento de tecnologia no País; e 
IV - produzidos ou prestados por empresas que comprovem cumprimento de reserva de 
cargos prevista em lei para pessoa com deficiência ou para reabilitado da Previdência 
Social e que atendam às regras de acessibilidade previstas na legislação. 
 
 
Resumo e referência aos principais temas da nova Lei de Licitações 
 
 
Destacaremos agora os principais destaques da nova Lei de Licitações e Contratos 
Administrativos. Durante o curso, detalharemos os assuntos nos doze módulos. 
 
Comitê de resolução de disputas e arbitragem: Poderão ser utilizados a conciliação, a 
mediação, o comitê de resolução de disputas e a arbitragem (art. 151). 
 
Ampliação dos prazos de vigência dos contratos: de até 12 meses, prorrogáveis por 
até 60 para os contratos de serviços de prestação continuada ou os relativos a projetos 
cujas metas estivessem estabelecidas no Plano Plurianual, para até 5 anos (art. 106) para 
os casos de serviços e fornecimentos contínuos. Há possibilidade de prorrogação por até 
10 anos, havendo ainda previsão de contratações com prazos iniciais de 10 anos (art. 
108), bem como prazos entre 10 e 35 anos para os contratos que gerem receita para a 
Administração ou os de eficiência conforme haja ou não investimento (art. 110). 
Disposições nos arts. 105 a 114. 
 
Elaboração de anteprojeto pela Administração Pública e adotado quando o regime de 
execução indireta de obras e serviços de engenharia for o de contratação integrada (arts. 
6º, XXIV; 46, § 2º). 
 
Irregularidade no procedimento licitatório: constatada irregularidade no procedimento 
licitatório ou na execução contratual, caso não seja possível o saneamento, a decisão 
sobre a suspensão da execução ou sobre a declaração de nulidade do contrato somente 
21 
 
será adotada na hipótese em que se revelar medida de interesse público, com avaliação 
dos aspectos elencados nos incisos do art. 147. 
 
Contratação direta: hipóteses de inexigibilidade e dispensa de licitação (arts. 72 a 75). 
Enseja responsabilidade solidária do contratado e do agente público pelo dano causado 
ao erário (art. 73). 
 
Contrato verbal: é possível para pequenas compras ou prestação de serviços de pronto 
pagamento, assim entendidos aqueles de valor não superior a R$ 10.000,00 (dez mil 
reais). Art. 95, § 2º. 
 
Representação judicial ou extrajudicial pela advocacia pública: autoridades e 
servidores públicos que tiverem participado dos procedimentos relacionados a licitações e 
contratos serão representados judicial ou extrajudicialmente pela a advocacia pública, 
exceto quando praticados atos ilícitos dolosos, devidamente comprovados (art. 10). 
 
Desconsideração da pessoa jurídica: a personalidade jurídica poderá ser 
desconsiderada sempre que utilizada com abuso do direito para facilitar, encobrir ou 
dissimular a prática dos atos ilícitos previstos nesta Lei ou para provocar confusão 
patrimonial (art. 160). 
 
Dispensa-se a licitação para contratações que envolvam valores inferiores a R$ 50 mil 
para serviços ou compras e ainda para contratações com exclusividade de fornecedor, de 
serviço técnico e de profissional do setor artístico. A lei elenca ainda outras hipóteses em 
que o objeto da contratação enseja a dispensa, tais como o credenciamento e a aquisição 
ou locação de imóveis cujas características de instalações e de localização tornem 
necessária sua escolha (art. 75). 
 
Propostas inexequíveis: são consideradas inexequíveis as propostas de obras e 
serviços de engenharia cujos valores forem inferiores a 75% (setenta e cinco por cento) 
do valor orçado pela administração (arts. 11, III; 59, III e § 4º). 
 
22 
 
Previstos dois modos de disputa: 
- Aberto: os licitantes apresentarão suas propostas por meio de lances públicos e 
sucessivos, crescentes ou decrescentes (art. 56, I). 
- Fechado: as propostas permanecerão em sigilo até a data e hora designadas para sua 
divulgação (art. 56, II). 
 
Diálogo competitivo: (art. 6º, XLII) - envolverá conversas entre os licitantes, sob 
orientação do gestor público licitante, visando ao desenvolvimento de uma solução capaz 
de atender às necessidades do órgão. Será aplicado na hipótese de inovação tecnológica 
ou técnica, além de situações complexas que envolvam uma solução que não pode ser 
satisfeita sem a adaptação das alternativas disponíveis no mercado ou na impossibilidade 
de as especificações técnicas serem definidas com suficiente precisão (art. 32). Extinção 
da “tomada de preço” e do“convite”. Mantidas as modalidades: pregão; concorrência; 
concurso; e leilão (art. 28). 
 
Fases do processo de licitação: nos termos do art. 17, as fases do processo de licitação 
observarão a seguinte sequência: 
I - preparatória; 
II - de divulgação do edital de licitação; 
III - de apresentação de propostas e lances, quando for o caso; 
IV - de julgamento; 
V - de habilitação; 
VI - recursal; e 
VII - de homologação. 
 
Critérios de julgamento de licitações: além dos critérios de julgamento de licitações já 
previstos na legislação precedente, foram introduzidos os seguintes: maior desconto; 
melhor técnica ou conteúdo artístico; e maior retorno econômico - este utilizado 
exclusivamente para contratos de eficiência (arts. 6º, XXXVIII e XLI; 24, § único; 33 a 39). 
 
Novos critérios de desempate: avaliação do desempenho contratual prévio e 
desenvolvimento pelo licitante de programa de integridade, a serem utilizados nessa 
23 
 
ordem, conforme estipulado no art. 60. 
 
Princípios: o art. 5º da nova Lei das Licitações, determina a observância dos princípios 
da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da publicidade, da eficiência, do 
interesse público, da probidade administrativa, da igualdade, do planejamento, da 
transparência, da eficácia, da segregação de funções, da motivação, da vinculação ao 
edital, do julgamento objetivo, da segurança jurídica, da razoabilidade, da competitividade, 
da proporcionalidade, da celeridade, da economicidade e do desenvolvimento nacional 
sustentável, assim como as disposições do Decreto-Lei nº 4.657/1942 (Lei de Introdução 
às Normas do Direito Brasileiro). Por seu turno, os princípios da celeridade, da 
cooperação, da economicidade e da eficiência orientarão os licenciamentos ambientais de 
obras e serviços de engenharia licitados e contratados nos termos da Lei das Licitações 
(art. 24 § 6º). Finalmente, o art. 47, elenca os princípios da padronização e do 
parcelamento para as licitações de serviços. 
 
Cooperativas: profissionais organizados sob a forma de cooperativa poderão participar 
de licitação nas hipóteses do art. 16. 
 
Empresas estrangeiras: previsão da participação de empresas estrangeiras: Art. 6º, 
XXXV: licitação internacional. Art. 9º, II: vedação ao tratamento diferenciado entre 
empresas brasileiras e estrangeiras. Art. 52: regras gerais sobre licitações internacionais. 
Arts. 67, §§ 4º e 7º, e 70, § único: documentação referente às sociedades empresárias 
estrangeiras. Art. 92, § 1º: necessidade de cláusula estabelecendo a competência do foro 
da sede da Administração, inclusive nos contratos celebrados com pessoas físicas ou 
jurídicas domiciliadas no exterior. 
 
Portal Nacional de Contratações Públicas (PNCP): passa a centralizar todas as 
licitações públicas feitas pela União, Estados, Municípios e Distrito Federal (arts. 87 e 
174). 
 
Indicação de marcas: no caso de licitação que envolva o fornecimento de bens, a 
Administração poderá, excepcionalmente, indicar uma ou mais marcas ou modelos, desde 
24 
 
que formalmente justificado, nas hipóteses elencadas no art. 41. 
 
Caráter sigiloso: desde que justificado, o orçamento estimado da contratação poderá ter 
caráter sigiloso, sem prejuízo da divulgação do detalhamento dos quantitativos e das 
demais informações necessárias para a elaboração das propostas (art. 24). 
 
Prazos e recursos: prazos de impugnação, pedidos de esclarecimento, recursos e 
pedido de reconsideração Impugnação ou pedido de esclarecimento do edital de licitação, 
ato para o qual qualquer pessoa é parte legítima: até 3 dias úteis antes da data de 
abertura do certame. Recurso: 3 dias úteis, contados da data de intimação ou de lavratura 
da ata. Pedido de reconsideração: 3 dias úteis, contados da data de intimação, 
relativamente a ato do qual não caiba recurso hierárquico (arts. 164 a 168). 
 
Prevenção à corrupção: avanços nos instrumentos legais de prevenção à corrupção. 
Inovações no direito penal no contexto das licitações e contratações públicas (art. 178). 
Utilização do Código Penal contra fraudes nas licitações (art. 185). 
 
Reajustes e repactuações: previsão expressa para reajustes e repactuações Os 
contratos para serviços contínuos com regime de dedicação exclusiva de mão de obra ou 
com predominância de mão de obra deverão estabelecer os prazos para resposta ao 
pedido de repactuação de preços e de restabelecimento do equilíbrio econômico-
financeiro (arts. 92, X e XI e 135). 
 
Programa de integridade: o programa de integridade deverá ser implantado pelo licitante 
vencedor, no prazo de 6 (seis) meses, contados da celebração do contrato de obras, 
serviços e fornecimentos de grande vulto (art. 25, § 4º). 
 
Publicidade: realizada mediante divulgação e manutenção do inteiro teor do ato 
convocatório e de seus anexos no PNCP (art. 54). 
 
Qualificação técnica: trata-se da documentação relativa à qualificação técnico-
profissional e técnico-operacional, restrita aos itens dispostos no art. 67. 
25 
 
 
Redução do prazo de inadimplência da Administração: o prazo de 90 dias, previsto na 
legislação anterior, foi reduzido para 2 meses, após o que o contratado terá direito à 
extinção do contrato (art. 137, § 2º, IV). 
 
Responsabilidade solidária da Administração: ocorre exclusivamente nas contratações 
de serviços contínuos com regime de dedicação exclusiva de mão de obra, em que a 
Administração responderá solidariamente pelos encargos previdenciários e 
subsidiariamente pelos encargos trabalhistas, se comprovada falha na fiscalização do 
cumprimento das obrigações do contratado (art. 121, § 2º). Dá-se, ainda, no tocante ao 
dano causado ao erário, na hipótese de contratação direta indevida ocorrida com dolo, 
fraude ou erro grosseiro, sem prejuízo de outras sanções legais cabíveis. (art. 73). 
 
Revogação contratual motivada: a extinção do contrato, que deverá ser formalmente 
motivada nos autos do processo, assegurados o contraditório e a ampla defesa, será 
possível nas situações definidas no art. 137. 3.43. Seguro-garantia O edital poderá exigir 
seguro-garantia na contratação de obras e serviços de engenharia (art. 102). As 
seguradoras poderão ser obrigadas a assumir obras interrompidas, concluindo o objeto do 
contrato, em caso de inadimplemento pelo contratado (arts. 6º, LIV; 96, § 1º, II; 97 a 102; 
e 121, I). 
 
Transparência: determinação da forma eletrônica, como regra, sendo as licitações 
realizadas remotamente. A forma presencial será excepcional e deverá ser motivada, com 
gravação em áudio e vídeo da respectiva sessão pública. (art. 17, §§ 2º e 5º). Criação de 
sistema informatizado de acompanhamento das obras, em que os cidadãos poderão 
acompanhar online o andamento das obras contratadas (art. 174, VI, b). 
 
Vigência e intertemporalidade: não obstante a nova Lei de Licitações ter entrado em 
vigor na data da publicação (1º/4/2021), a revogação das normas anteriores ocorrerá no 
prazo de dois anos, período em que a Administração Pública poderá optar pela aplicação 
de um ou outro regime. Exceção, todavia, para a parte dos crimes licitatórios, que 
substituiu, de imediato, as regras anteriores (art. 193). 
26 
 
 
Vedação à participação no processo licitatório: aplicável aos profissionais penalizados 
na forma do art. 156, III e IV (impedimento de licitar e contratar e declaração de 
inidoneidade para licitar ou contratar). Art. 67, § 12. 
 
Vistoria prévia: realizada quando a avaliação prévia do local de execução for 
imprescindível para o conhecimento pleno das condições e peculiaridades do objeto a ser 
contratado (art. 63, §§ 2º a 4º). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
27 
 
 
 módulo 2 
_________________ 
Agentes públicos, licitantes e 
contratados 
 
 
Agentes públicos 
 
 
Abordaremos agora os agentes públicos responsáveis pela conduçãodos certames 
licitatórios, que são: os agentes de contratação, a comissão de contratação e o pregoeiro. 
 
Agente de contratação: é o responsável pela condução da licitação: servidor efetivo ou 
empregado público dos quadros permanentes. 
 
Pregoeiro: é o responsável pela condução do pregão. Servidor efetivo ou empregado 
público dos quadros permanentes. 
 
Comissão de contratação: formada por, no mínimo, três membros, pode substituir o 
agente nas contratações nas contratações de bens e serviços especiais. 
28 
 
 
Agentes públicos designados para o desempenho “das funções essenciais” em licitações 
e contratos: preferencialmente servidores efetivos ou empregados públicos dos quadros 
permanentes. 
 
Agentes públicos com atribuições relacionadas a licitações e contratos 
 
Devem possuir formação compatível ou qualificação atestada por certificação profissional 
emitida por escola de governo criada e mantida pelo Poder Público. 
Também não podem ser cônjuge ou companheiro de licitante ou contratados habituais da 
administração pública nem tenham com eles vínculo de parentesco, colateral ou por 
afinidade, até o terceiro grau, ou de natureza técnica, comercial, econômica, financeira, 
trabalhista e civil. 
 
Na designação, observar o princípio da segregação de funções. 
 
O Capítulo IV, artigos 7º e 8º, da nova Lei de Licitações trata do assunto. 
 
Art. 7º Caberá à autoridade máxima do órgão ou da entidade, ou a quem as 
normas de organização administrativa indicarem, promover gestão por 
competências e designar agentes públicos para o desempenho das funções 
essenciais à execução desta Lei que preencham os seguintes requisitos: 
I - sejam, preferencialmente, servidor efetivo ou empregado público dos 
quadros permanentes da Administração Pública; 
II - tenham atribuições relacionadas a licitações e contratos ou possuam 
formação compatível ou qualificação atestada por certificação profissional 
emitida por escola de governo criada e mantida pelo poder público; e 
III - não sejam cônjuge ou companheiro de licitantes ou contratados 
habituais da Administração nem tenham com eles vínculo de parentesco, 
colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, ou de natureza técnica, 
comercial, econômica, financeira, trabalhista e civil. 
§ 1º A autoridade referida no caput deste artigo deverá observar o princípio 
29 
 
da segregação de funções, vedada a designação do mesmo agente público 
para atuação simultânea em funções mais suscetíveis a riscos, de modo a 
reduzir a possibilidade de ocultação de erros e de ocorrência de fraudes na 
respectiva contratação. 
§ 2º O disposto no caput e no § 1º deste artigo, inclusive os requisitos 
estabelecidos, também se aplica aos órgãos de assessoramento jurídico e 
de controle interno da Administração. 
 
Art. 8º A licitação será conduzida por agente de contratação, pessoa 
designada pela autoridade competente, entre servidores efetivos ou 
empregados públicos dos quadros permanentes da Administração Pública, 
para tomar decisões, acompanhar o trâmite da licitação, dar impulso ao 
procedimento licitatório e executar quaisquer outras atividades necessárias 
ao bom andamento do certame até a homologação. 
§ 1º O agente de contratação será auxiliado por equipe de apoio e 
responderá individualmente pelos atos que praticar, salvo quando induzido a 
erro pela atuação da equipe. 
§ 2º Em licitação que envolva bens ou serviços especiais, desde que 
observados os requisitos estabelecidos no art. 7º desta Lei, o agente de 
contratação poderá ser substituído por comissão de contratação formada 
por, no mínimo, 3 (três) membros, que responderão solidariamente por todos 
os atos praticados pela comissão, ressalvado o membro que expressar 
posição individual divergente fundamentada e registrada em ata lavrada na 
reunião em que houver sido tomada a decisão. 
§ 3º As regras relativas à atuação do agente de contratação e da equipe de 
apoio, ao funcionamento da comissão de contratação e à atuação de fiscais 
e gestores de contratos de que trata esta Lei serão estabelecidas em 
regulamento, e deverá ser prevista a possibilidade de eles contarem com o 
apoio dos órgãos de assessoramento jurídico e de controle interno para o 
desempenho das funções essenciais à execução do disposto nesta Lei. 
§ 4º Em licitação que envolva bens ou serviços especiais cujo objeto não 
seja rotineiramente contratado pela Administração, poderá ser contratado, 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2021/lei/L14133.htm#art7
30 
 
por prazo determinado, serviço de empresa ou de profissional especializado 
para assessorar os agentes públicos responsáveis pela condução da 
licitação. 
§ 5º Em licitação na modalidade pregão, o agente responsável pela 
condução do certame será designado pregoeiro. 
 
 
 
Consórico 
 
 
O artigo 15 da Lei 14.133/2021 dispõe sobre a possibilidade ou não de formação de 
consórcios de empresas nas licitações. 
 
Salvo vedação justificada no edital, poderá haver a participação de empresas em regime 
de consórcios em licitações. 
 
Exigências: 
- compromisso público ou particular de subscrição do consórcio; 
- indicação da empresa líder, que o representa perante a administração pública; 
- possibilidade de somatório de atestados; 
- impedimento de participação em mais de um consórcio; 
- responsabilidade solidária entre os consortes; 
- substituição de participante depende de autorização expressa. 
 
O artigo 15 dispõe sobre a participação de consórcios: 
 
Art. 15. Salvo vedação devidamente justificada no processo licitatório, 
pessoa jurídica poderá participar de licitação em consórcio, observadas as 
seguintes normas: 
I - comprovação de compromisso público ou particular de constituição de 
31 
 
consórcio, subscrito pelos consorciados; 
II - indicação da empresa líder do consórcio, que será responsável por sua 
representação perante a Administração; 
III - admissão, para efeito de habilitação técnica, do somatório dos 
quantitativos de cada consorciado e, para efeito de habilitação econômico-
financeira, do somatório dos valores de cada consorciado; 
IV - impedimento de a empresa consorciada participar, na mesma licitação, 
de mais de um consórcio ou de forma isolada; 
V - responsabilidade solidária dos integrantes pelos atos praticados em 
consórcio, tanto na fase de licitação quanto na de execução do contrato. 
§ 1º O edital deverá estabelecer para o consórcio acréscimo de 10% (dez 
por cento) a 30% (trinta por cento) sobre o valor exigido de licitante 
individual para a habilitação econômico-financeira, salvo justificação. 
§ 2º O acréscimo previsto no § 1º deste artigo não se aplica aos consórcios 
compostos, em sua totalidade, de microempresas e pequenas empresas, 
assim definidas em lei. 
§ 3º O licitante vencedor é obrigado a promover, antes da celebração do 
contrato, a constituição e o registro do consórcio, nos termos do 
compromisso referido no inciso I do caput deste artigo. 
§ 4º Desde que haja justificativa técnica aprovada pela autoridade 
competente, o edital de licitação poderá estabelecer limite máximo para o 
número de empresas consorciadas. 
§ 5º A substituição de consorciado deverá ser expressamente autorizada 
pelo órgão ou entidade contratante e condicionada à comprovação de que a 
nova empresa do consórcio possui, no mínimo, os mesmos quantitativos 
para efeito de habilitação técnica e os mesmos valores para efeito de 
qualificação econômico-financeira apresentados pela empresa substituída 
para fins de habilitação do consórcio no processo licitatório que originou o 
contrato. 
 
 
 
32 
 
 
Cooperativas 
 
 
O artigo 16 da Lei 14.133/2021 dispõe sobre a participação de cooperativas nas licitações 
públicas. 
 
Participação de cooperativas 
 
Desde 2003, o TCU veda a restrição da participação de cooperativas. No entanto, é 
vedada a contratação de cooperativas de mão de obrapara trabalho subordinado, seja na 
atividade fim ou na atividade meio (TAC-ACP-MPT x UNIÃO, 2003). 
 
Exigências: 
- a constituição e o funcionamento da cooperativa observem as regras estabelecidas pela 
legislação aplicável; 
- a cooperativa apresente demonstrativo de atuação em regime cooperado, com 
repartição de receitas e despesas; 
- qualquer cooperado, com igual qualificação, seja capaz de executar o objeto do 
contratado; e 
- o objeto da licitação refira-se a serviços especializados constantes do objeto social da 
cooperativa. 
 
 
MEs e EPPs 
 
 
O artigo 4º, parágrafo 1º, da Lei 14.133/2021 dispõe sobre a participação de 
microempresas e empresas de pequeno porte nas licitações públicas. 
 
33 
 
Direito de preferência de MEs e EPPs não se aplica quando: 
 
- valor estimado do item > R$ 4,8 milhões (bens e serviços em geral); ou valor estimado 
da licitação > R$ 4,8 milhões (obras e serviços de engenharia); 
- Contratações com valor de vingência superior a 1 ano (valor anual do contrato para 
aplicação dos limites); 
- ME e EPP que tiverem celebrado contratos com a administração pública que somem > 
R$ 4,8 milhões, no ano calendário da licitação não terão direito ao benefício. 
 
 
Integridade e compliance 
 
 
A nova Lei de Licitações estabelece, em uma série de dispositivos, a adoção de políticas 
públicas na área social e a disposição para adoção de programas de integridade e 
políticas de compliance. 
 
Programa de integridade (compliance). 
 
Art. 25. O edital deverá conter o objeto da licitação e as regras relativas à convocação, ao 
julgamento, à habilitação, aos recursos e às penalidades da licitação, à fiscalização e à 
gestão do contrato, à entrega do objeto e às condições de pagamento. 
(...) 
§ 4º Nas contratações de obras, serviços e fornecimentos de grande vulto, o edital deverá 
prever a obrigatoriedade de implantação de programa de integridade pelo licitante 
vencedor, no prazo de 6 (seis) meses, contado da celebração do contrato, conforme 
regulamento que disporá sobre as medidas a serem adotadas, a forma de comprovação e 
as penalidades pelo seu descumprimento. 
 
Art. 60. Em caso de empate entre duas ou mais propostas, serão utilizados os seguintes 
critérios de desempate, nesta ordem: 
34 
 
(...) 
IV - desenvolvimento pelo licitante de programa de integridade, conforme orientações dos 
órgãos de controle. 
 
Art. 156. Serão aplicadas ao responsável pelas infrações administrativas previstas nesta 
Lei as seguintes sanções: 
(...) 
§ 1º Na aplicação das sanções serão considerados: 
(...) 
V - a implantação ou o aperfeiçoamento de programa de integridade, conforme normas e 
orientações dos órgãos de controle. 
 
Promoção de políticas públicas na área social 
 
Art. 25. O edital deverá conter o objeto da licitação e as regras relativas à 
convocação, ao julgamento, à habilitação, aos recursos e às penalidades da 
licitação, à fiscalização e à gestão do contrato, à entrega do objeto e às condições 
de pagamento. 
(...) 
§ 2º Desde que, conforme demonstrado em estudo técnico preliminar, não sejam 
causados prejuízos à competitividade do processo licitatório e à eficiência do 
respectivo contrato, o edital poderá prever a utilização de mão de obra, materiais, 
tecnologias e matérias-primas existentes no local da execução, conservação e 
operação do bem, serviço ou obra. 
(...) 
§ 9º O edital poderá, na forma disposta em regulamento, exigir que percentual 
mínimo da mão de obra responsável pela execução do objeto da contratação seja 
constituído por: 
I - mulheres vítimas de violência doméstica; 
II - oriundos ou egressos do sistema prisional. 
 
 
 
 
35 
 
 módulo 3 
_________________ 
Planejamento da contratação 
 
 
Planejamento da contratação 
 
 
A Lei 14.133/2021 promoveu uma ênfase na fase de planejamento da contratação. 
 
O planejamento das contratações públicas consiste no processo pelo qual um órgão ou 
entidade, à luz do plano de contratações e das diretrizes orçamentárias, define o 
cronograma para cada uma das etapas dos vários contratos de fornecimento, obras ou 
serviços que pretende adjudicar, levando em consideração a demanda de trabalho, os 
órgãos envolvidos e as restrições legais, logísticas e técnicas. 
 
O planejamento abrange a elaboração de estudo técnico preliminar, orçamento 
estimado, caracterização do objeto, condições de execução, pagamento e garantias, 
elaboração das minutas de edital e do contrato, análise dos riscos e definição dos 
principais aspectos procedimentais do certame, como modalidade, critério de 
julgamento e modo de disputa. 
36 
 
 
O parágrafo único do artigo 11 apresenta a disposição normativa que melhor sintetiza a 
finalidade da nova Lei e a importância do planejamento das contratações. 
 
Art. 11. (...) 
Parágrafo único. A alta administração do órgão ou entidade é responsável 
pela governança das contratações e deve implementar processos e 
estruturas, inclusive de gestão de riscos e controles internos, para avaliar, 
direcionar e monitorar os processos licitatórios e os respectivos contratos, 
com o intuito de alcançar os objetivos estabelecidos no caput deste artigo, 
promover um ambiente íntegro e confiável, assegurar o alinhamento das 
contratações ao planejamento estratégico e às leis orçamentárias e 
promover eficiência, efetividade e eficácia em suas contratações. 
 
Observa-se com clareza que o objetivo é comprometer desde o nível hierárquico mais 
elevado da administração pública na implementação de “processos e estruturas” para 
“promover um ambiente integro e confiável, assegurar o alinhamento das contratações ao 
planejamento estratégico e às leis orçamentárias” e, com isso, “promover eficiência, 
efetividade e eficácia nas contratações”. 
 
 
Plano anual de contratações 
 
 
O primeiro documento relacionado ao planejamento das contratações, que é elaborado 
ainda antes da decisão interna da administração pública para deflagrar o processo 
licitatório, é o plano anual de contratações. 
 
Art. 12. No processo licitatório, observar-se-á o seguinte: 
(...) 
§ 1º O plano de contratações anual de que trata o inciso VII do caput deste 
37 
 
artigo deverá ser divulgado e mantido à disposição do público em sítio 
eletrônico oficial e será observado pelo ente federativo na realização de 
licitações e na execução dos contratos. 
 
Na esfera federal, a Instrução Normativa n. 1, de 10 de janeiro de 2019, do Ministério da 
Economia disciplina o tema e estabelece. 
- até 1º de abril: unidades requisitantes; 
- até 30 de abril: autorização pela autoridade máxima do órgão; 
- Revisão e redimensionamento: 1º a 30 de setembro e de 16 a 30 de novembro. 
 
O Portal de Compras do Governo Federal detalhou as principais dúvidas referentes ao 
plano anual de contratações. 
 
1 - O que é o Plano Anual de Contratações? 
O Plano Anual de Contratações é um documento que consolida todas as contratações 
que o órgão ou entidade pretende realizar ou prorrogar, no exercício subsequente. 
 
2 - Qual o objetivo da elaboração do Plano Anual de Contratações? 
O Plano Anual de Contratações visa consolidar as contratações a serem realizadas ou 
prorrogadas no exercício subsequente, auxiliando a administração na tomada de decisão. 
Com o levantamento prévio das contratações que pretende contratar ou prorrogar, passa-
se a dispor de dados gerenciais que permitirão ampliar a realização de compras 
compartilhadas, viabilizando novas oportunidades de ganhos de escala, além de sinalizar 
ao mercado fornecedor as suas pretensões de modo que este se prepare adequadamente 
e com antecedência para participar dos certames licitatórios. 
Ademais, é a partir de um calendário de licitações, construído a partir do Plano Anual de 
Contratações, que se obtém maior previsibilidade na gestão, primando-se pelo 
cumprimento de prazos e pela melhor alocação da força detrabalho. 
A elaboração dos Planos Anuais de Contratações propiciará, ainda, a maximização dos 
resultados institucionais, a partir da melhoria da governança e da gestão das 
contratações, além de maior transparência e controle com a publicação dos Planos. 
 
38 
 
3 - Que contratações devem integrar o Plano Anual de Contratações? 
Todas as contratações de bens e serviços, inclusive obras, serviços de engenharia e 
contratações de soluções de tecnologia da informação e comunicações, que se 
pretendem realizar ou prorrogar no exercício subsequente, devem ser inseridas no Plano 
Anual de Contratações. 
 
4 - A elaboração do Plano Anual de Contratações é obrigatória? 
Sim, a elaboração do Plano Anual de Contratações pelos órgãos integrantes da 
Administração Pública federal direta, autárquica e fundacional é obrigatória. 
 
5 – Deverá ser elaborado apenas um Plano Anual de Contratações por 
órgão/entidade? 
O Plano Anual de Contratações deve ser elaborado por cada Unidade Administrativa de 
Serviços Gerais (UASG) que realiza aquisições de materiais ou contratações de serviços. 
Logo, o órgão ou a entidade que tiver mais de uma UASG que realiza compra terá mais 
de um Plano Anual. 
 
6 – Para fins de elaboração do Plano Anual de Contratações, qual o papel do setor 
de licitações? 
O setor de licitações, para efeitos da elaboração dos Planos Anuais de Contratações, é a 
unidade responsável pelo planejamento, coordenação e acompanhamento das ações 
destinadas à realização das contratações no âmbito do órgão ou entidade. Todavia, pode 
ser definido de forma diversa se a organização contemplar área específica em sua 
estrutura. 
De acordo com o art. 6° da IN n° 1, de 2019, o setor de licitações deverá analisar as 
demandas encaminhadas pelos requisitantes promovendo diligências necessárias para: 
- agregar, sempre que possível, as demandas referentes a objetos de mesma natureza; 
- adequar e consolidar o PAC; e 
- construir um calendário de licitação. 
 
7 - Como se dá o processo de elaboração do Plano Anual de Contratações? 
Primeiramente, os setores requisitantes deverão incluir no sistema PGC, até o dia 1° de 
39 
 
abril, as contratações que pretendem realizar ou prorrogar no exercício subsequente, 
acompanhadas das informações descritas no art. 5° da IN n° 1, de 2019. 
Paralelamente, o setor de licitações poderá analisar as demandas encaminhadas pelos 
setores requisitantes e, se de acordo, enviá-las, até o dia 15 de abril, para aprovação da 
autoridade máxima do órgão ou entidade ao qual se vincule, ou a quem ela delegar a 
atribuição. 
A autoridade máxima poderá aprovar ou não a contratação e, em seguida, encaminhá-la 
ao Ministério da Economia, por meio do sistema PGC. Se necessário, a autoridade 
máxima poderá ainda devolver os itens do Plano ao setor de licitações para realizar 
adequações, observada a data limite de aprovação e envio ao Ministério da Economia, 
que é o dia 30 de abril. 
Regras de governança internas em cada órgão ou entidade podem ser criadas para, por 
exemplo, antecipar o envio da listagem de contratações ao setor de licitações, via sistema 
PGC, de sorte a conferir maior intervalo de tempo para as ações deste setor. No entanto, 
frisa-se, as datas limites, informadas acima, devem ser respeitadas. 
 
8 – Ao incluir um item no Plano Anual de Contratações (PAC), que informações 
devem ser registradas? 
Ao incluir no PAC um item que se pretende contratar ou renovar, deve ser informado 
obrigatoriamente o que segue: 
- o tipo de item, o respectivo código, de acordo com os Sistemas de Catalogação de 
Material ou de Serviços; 
- a unidade de fornecimento do item; 
- quantidade a ser adquirida ou contratada; 
- descrição sucinta do objeto; 
- justificativa para a aquisição ou contratação; 
- estimativa preliminar do valor; 
- o grau de prioridade da compra ou contratação; 
- a data desejada para a compra ou contratação; e 
- se há vinculação ou dependência com a contratação de outro item para sua execução, 
visando a determinar a sequência em que os respectivos procedimentos licitatórios serão 
realizados. 
40 
 
Outros campos disponíveis no sistema são de preenchimento opcional, à disposição do 
usuário, a fim de contribuir para a gestão das contratações. 
 
9 – Durante o ano de sua elaboração, o Plano Anual de Contratações pode ser 
modificado? 
Sim. O Plano, no ano de sua elaboração, pode ser alterado durante os períodos 
previamente estipulados nos art. 9º da IN nº 1, de 2019, que trata dos períodos de revisão 
e redimensionamento que ocorrem: de 1° a 30 de setembro; de 16 a 30 de novembro; e 
durante a quinzena posterior à aprovação da Lei Orçamentária Anual. 
 
10 – É possível realizar alterações no Plano Anual de Contratações no ano de sua 
execução? 
Sim, é possível redimensionar itens, cancelar ou incluir novos, todavia qualquer tipo de 
alteração deve ser justificada e aprovada pela autoridade competente. 
A inclusão de novos itens destina-se aos casos em que não foi possível prever, total ou 
parcialmente, a necessidade da contratação no ano de elaboração do Plano Anual de 
Contratações. 
 
11 – É obrigatória a publicação do Plano Anual de Contratações no sitio eletrônico 
do órgão/entidade? 
Sim. De acordo como o §2º do art. 9º e o §3° do art. 11, da IN n° 1, de 2019, o relatório do 
Plano Anual de Contratações, bem como suas versões atualizadas, deverá ser divulgado 
no sítio eletrônico do órgão/entidade ao qual a UASG se vincular. 
Temporalmente, antes da adequação do Plano Anual de Contratações à Lei Orçamentária 
Anual, a divulgação deverá ser realizada na forma simplificada. 
 
12 – Quando da efetiva execução, o Plano Anual de Contratações deve ser 
observado? 
Sim. De acordo com o art. 12 da IN nº 1, de 2019, o setor de licitações deverá observar se 
as demandas a ele encaminhadas constam da listagem do Plano vigente, visando a sua 
revisão para seja inserida a contratação, evitando o descompasso entre o planejado e o 
executado. Almeja-se, assim, que, ao longo do tempo, as unidades compradoras tenham 
41 
 
uma melhora na rotina organizacional e um resultado mais eficiente nos processos de 
compras e na alocação de recursos (tanto financeiro quanto humano). 
Regras de governança internas a cada órgão / entidade poderão prever o tratamento a 
ser dado quando do envio, ao setor de licitações, de demanda não prevista no Plano, no 
ano de sua execução. Nesse contexto, o intuito é de que o não planejado seja, de fato, 
exceção, e não a regra. 
 
13 – As contratações que contenham informações sigilosas devem constar do 
Plano Anual de Contratações? 
São dispensadas de registro no sistema PGC as contratações cujas informações foram 
classificadas como sigilosas nos termos Lei n° 12.527, de 18 de novembro de 2011, ou 
abrangidas pelas demais hipóteses legais de sigilo (art. 14 da IN nº 1, de 2019). Todavia, 
no caso de classificação parcial de informações, as partes não classificadas como 
sigilosas deverão ser analisadas para fins de cadastro no Sistema PGC, no que couber. 
 
14 – As contratações realizadas de forma centralizada ou conjunta devem fazer 
parte do Plano de Contratações de cada órgão/entidade ou daquele responsável por 
realizar o procedimento licitatório? 
Cada órgão/entidade que identificar a necessidade de uma determinada contratação deve 
registrá-la em seu próprio Plano Anual de Contratações. A partir do levantamento das 
necessidades de cada órgão e entidade integrante da Administração Pública federal 
direta, autárquica e fundacional, consolidado em cada Plano Anual, é que poderão ser 
visualizadas e fomentadas as contratações centralizadas ou conjuntas. 
Assim, cada órgão/entidade deve realizar o planejamento das contratações a serem 
executadas no âmbito de sua organização ainda que futuramente o processo licitatório 
seja realizado de forma centralizada ou conjunta. 
 
15 – As contrataçõesde Tecnologia da Informação e Comunicações (TIC) seguem 
as diretrizes da IN n° 1, de 2019, para fins de preenchimento do Plano Anual de 
Contratações? 
Sim. O Plano Anual de Contratações, no que tange às contratações de TIC, será 
elaborado de acordo com as normas publicadas na IN n 1, de 2019, e deve considerar as 
42 
 
orientações específicas do órgão central do Sistema de Administração de Recursos de 
Tecnologia da Informação (Sisp). 
 
16 - Os gastos com capacitação de servidores realizados por meio de treinamentos 
pagos com Gratificação de Encargo de Curso ou Concurso – GECC devem constar 
no PGC? 
Não. Apenas as capacitações realizadas por meio da contratação de serviços devem ser 
registradas no PGC. 
 
17 - Os contratos continuados, cuja vigência não precisará ser prorrogada/renovada 
no ano seguinte, precisam ser cadastrados no PGC? 
Não. Segundo os arts. 2º e 7º da IN 1/2019, deverão ser incluídas no PGC apenas as 
contratações que se pretende realizar ou prorrogar no ano seguinte. Vejamos: 
 
"Art. 2° Cada Unidade de Administração de Serviços Gerais - UASG deverá elaborar 
anualmente o respectivo PAC, contendo todos os itens que pretende contratar no 
exercício subsequente." 
(...) 
Art. 7º Até o dia 1° de abril do ano de elaboração do PAC, os setores requisitantes 
deverão incluir, no sistema PGC, acompanhadas das informações constantes no art. 5º, 
as contratações que pretendem realizar ou prorrogar, na forma do art. 57 da Lei nº 8.666, 
de 21 de junho de 1993, no exercício subsequente e encaminhar ao setor de licitações.” 
 
 
Estudo técnico preliminar 
 
 
O artigo 6º da Lei 14.133/2021 considera o estudo técnico preliminar o “documento 
constitutivo da primeira etapa do planejamento de uma contratação que caracteriza o 
interesse público envolvido e a sua melhor solução e dá base ao anteprojeto, ao termo de 
referência ou ao projeto básico a serem elaborados caso se conclua pela viabilidade da 
43 
 
contratação”. 
 
Trata-se, assim, de documento da fase de planejamento das contratações e deve ser 
desenvolvido com base na necessidade e no interesse público. O estudo técnico 
preliminar é a busca pela melhor solução técnica e financeira diante de uma necessidade 
da administração pública. 
 
Art. 18. A fase preparatória do processo licitatório é caracterizada pelo 
planejamento e deve compatibilizar-se com o plano de contratações anual de que 
trata o inciso VII do caput do art. 12 desta Lei, sempre que elaborado, e com as 
leis orçamentárias, bem como abordar todas as considerações técnicas, 
mercadológicas e de gestão que podem interferir na contratação, compreendidos: 
I - a descrição da necessidade da contratação fundamentada em estudo técnico 
preliminar que caracterize o interesse público envolvido; 
II - a definição do objeto para o atendimento da necessidade, por meio de termo de 
referência, anteprojeto, projeto básico ou projeto executivo, conforme o caso; 
III - a definição das condições de execução e pagamento, das garantias exigidas e 
ofertadas e das condições de recebimento; 
IV - o orçamento estimado, com as composições dos preços utilizados para sua 
formação; 
V - a elaboração do edital de licitação; 
VI - a elaboração de minuta de contrato, quando necessária, que constará 
obrigatoriamente como anexo do edital de licitação; 
VII - o regime de fornecimento de bens, de prestação de serviços ou de execução 
de obras e serviços de engenharia, observados os potenciais de economia de 
escala; 
VIII - a modalidade de licitação, o critério de julgamento, o modo de disputa e a 
adequação e eficiência da forma de combinação desses parâmetros, para os fins 
de seleção da proposta apta a gerar o resultado de contratação mais vantajoso 
para a Administração Pública, considerado todo o ciclo de vida do objeto; 
IX - a motivação circunstanciada das condições do edital, tais como justificativa de 
exigências de qualificação técnica, mediante indicação das parcelas de maior 
relevância técnica ou valor significativo do objeto, e de qualificação econômico-
financeira, justificativa dos critérios de pontuação e julgamento das propostas 
técnicas, nas licitações com julgamento por melhor técnica ou técnica e preço, e 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2021/lei/L14133.htm#art12vii
44 
 
justificativa das regras pertinentes à participação de empresas em consórcio; 
X - a análise dos riscos que possam comprometer o sucesso da licitação e a boa 
execução contratual; 
XI - a motivação sobre o momento da divulgação do orçamento da licitação, 
observado o art. 24 desta Lei. 
 
§ 1º O estudo técnico preliminar a que se refere o inciso I do caput deste artigo 
deverá evidenciar o problema a ser resolvido e a sua melhor solução, de modo a 
permitir a avaliação da viabilidade técnica e econômica da contratação, e conterá 
os seguintes elementos: 
I - descrição da necessidade da contratação, considerado o problema a ser 
resolvido sob a perspectiva do interesse público; 
II - demonstração da previsão da contratação no plano de contratações anual, 
sempre que elaborado, de modo a indicar o seu alinhamento com o planejamento 
da Administração; 
III - requisitos da contratação; 
IV - estimativas das quantidades para a contratação, acompanhadas das memórias 
de cálculo e dos documentos que lhes dão suporte, que considerem 
interdependências com outras contratações, de modo a possibilitar economia de 
escala; 
V - levantamento de mercado, que consiste na análise das alternativas possíveis, e 
justificativa técnica e econômica da escolha do tipo de solução a contratar; 
VI - estimativa do valor da contratação, acompanhada dos preços unitários 
referenciais, das memórias de cálculo e dos documentos que lhe dão suporte, que 
poderão constar de anexo classificado, se a Administração optar por preservar o 
seu sigilo até a conclusão da licitação; 
VII - descrição da solução como um todo, inclusive das exigências relacionadas à 
manutenção e à assistência técnica, quando for o caso; 
VIII - justificativas para o parcelamento ou não da contratação; 
IX - demonstrativo dos resultados pretendidos em termos de economicidade e de 
melhor aproveitamento dos recursos humanos, materiais e financeiros disponíveis; 
X - providências a serem adotadas pela Administração previamente à celebração 
do contrato, inclusive quanto à capacitação de servidores ou de empregados para 
fiscalização e gestão contratual; 
XI - contratações correlatas e/ou interdependentes; 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2021/lei/L14133.htm#art24
45 
 
XII - descrição de possíveis impactos ambientais e respectivas medidas 
mitigadoras, incluídos requisitos de baixo consumo de energia e de outros 
recursos, bem como logística reversa para desfazimento e reciclagem de bens e 
refugos, quando aplicável; 
XIII - posicionamento conclusivo sobre a adequação da contratação para o 
atendimento da necessidade a que se destina. 
 
§ 2º O estudo técnico preliminar deverá conter ao menos os elementos previstos 
nos incisos I, IV, VI, VIII e XIII do § 1º deste artigo e, quando não contemplar os 
demais elementos previstos no referido parágrafo, apresentar as devidas 
justificativas. 
 
§ 3º Em se tratando de estudo técnico preliminar para contratação de obras e 
serviços comuns de engenharia, se demonstrada a inexistência de prejuízo para a 
aferição dos padrões de desempenho e qualidade almejados, a especificação do 
objeto poderá ser realizada apenas em termo de referência ou em projeto básico, 
dispensada a elaboração de projetos. 
 
 
 
Matriz de riscos 
 
 
Os artigos 22 e 103 da nova Lei de Licitações dispõe sobre a matriz de riscos. 
 
Art. 22. O edital poderá contemplar matriz de alocação de riscos entre o contratante 
e o contratado, hipótese em que o cálculo do valor estimado da contratação poderá 
considerar taxa de risco compatível com o objeto da licitaçãoe com os riscos 
atribuídos ao contratado, de acordo com metodologia predefinida pelo ente 
federativo. 
§ 1º A matriz de que trata o caput deste artigo deverá promover a alocação 
eficiente dos riscos de cada contrato e estabelecer a responsabilidade que caiba a 
cada parte contratante, bem como os mecanismos que afastem a ocorrência do 
46 
 
sinistro e mitiguem os seus efeitos, caso este ocorra durante a execução contratual. 
§ 2º O contrato deverá refletir a alocação realizada pela matriz de riscos, 
especialmente quanto: 
I - às hipóteses de alteração para o restabelecimento da equação econômico-
financeira do contrato nos casos em que o sinistro seja considerado na matriz de 
riscos como causa de desequilíbrio não suportada pela parte que pretenda o 
restabelecimento; 
II - à possibilidade de resolução quando o sinistro majorar excessivamente ou 
impedir a continuidade da execução contratual; 
III - à contratação de seguros obrigatórios previamente definidos no contrato, 
integrado o custo de contratação ao preço ofertado. 
§ 3º Quando a contratação se referir a obras e serviços de grande vulto ou forem 
adotados os regimes de contratação integrada e semi-integrada, o edital 
obrigatoriamente contemplará matriz de alocação de riscos entre o contratante e o 
contratado. 
§ 4º Nas contratações integradas ou semi-integradas, os riscos decorrentes de 
fatos supervenientes à contratação associados à escolha da solução de projeto 
básico pelo contratado deverão ser alocados como de sua responsabilidade na 
matriz de riscos. 
 
(...) 
 
Art. 103. O contrato poderá identificar os riscos contratuais previstos e presumíveis 
e prever matriz de alocação de riscos, alocando-os entre contratante e contratado, 
mediante indicação daqueles a serem assumidos pelo setor público ou pelo setor 
privado ou daqueles a serem compartilhados. 
§ 1º A alocação de riscos de que trata o caput deste artigo considerará, em 
compatibilidade com as obrigações e os encargos atribuídos às partes no contrato, 
a natureza do risco, o beneficiário das prestações a que se vincula e a capacidade 
de cada setor para melhor gerenciá-lo. 
§ 2º Os riscos que tenham cobertura oferecida por seguradoras serão 
preferencialmente transferidos ao contratado. 
§ 3º A alocação dos riscos contratuais será quantificada para fins de projeção dos 
reflexos de seus custos no valor estimado da contratação. 
§ 4º A matriz de alocação de riscos definirá o equilíbrio econômico-financeiro inicial 
47 
 
do contrato em relação a eventos supervenientes e deverá ser observada na 
solução de eventuais pleitos das partes. 
§ 5º Sempre que atendidas as condições do contrato e da matriz de alocação de 
riscos, será considerado mantido o equilíbrio econômico-financeiro, renunciando as 
partes aos pedidos de restabelecimento do equilíbrio relacionados aos riscos 
assumidos, exceto no que se refere: 
I - às alterações unilaterais determinadas pela Administração, nas hipóteses 
do inciso I do caput do art. 124 desta Lei; 
II - ao aumento ou à redução, por legislação superveniente, dos tributos 
diretamente pagos pelo contratado em decorrência do contrato. 
§ 6º Na alocação de que trata o caput deste artigo, poderão ser adotados métodos 
e padrões usualmente utilizados por entidades públicas e privadas, e os ministérios 
e secretarias supervisores dos órgãos e das entidades da Administração Pública 
poderão definir os parâmetros e o detalhamento dos procedimentos necessários a 
sua identificação, alocação e quantificação financeira. 
 
 
Orçamentação 
 
 
Art. 23. O valor previamente estimado da contratação deverá ser compatível com 
os valores praticados pelo mercado, considerados os preços constantes de bancos 
de dados públicos e as quantidades a serem contratadas, observadas a potencial 
economia de escala e as peculiaridades do local de execução do objeto. 
§ 1º No processo licitatório para aquisição de bens e contratação de serviços em 
geral, conforme regulamento, o valor estimado será definido com base no melhor 
preço aferido por meio da utilização dos seguintes parâmetros, adotados de forma 
combinada ou não: 
I - composição de custos unitários menores ou iguais à mediana do item 
correspondente no painel para consulta de preços ou no banco de preços em 
saúde disponíveis no Portal Nacional de Contratações Públicas (PNCP); 
II - contratações similares feitas pela Administração Pública, em execução ou 
concluídas no período de 1 (um) ano anterior à data da pesquisa de preços, 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2021/lei/L14133.htm#art124i
48 
 
inclusive mediante sistema de registro de preços, observado o índice de 
atualização de preços correspondente; 
III - utilização de dados de pesquisa publicada em mídia especializada, de tabela 
de referência formalmente aprovada pelo Poder Executivo federal e de sítios 
eletrônicos especializados ou de domínio amplo, desde que contenham a data e 
hora de acesso; 
IV - pesquisa direta com no mínimo 3 (três) fornecedores, mediante solicitação 
formal de cotação, desde que seja apresentada justificativa da escolha desses 
fornecedores e que não tenham sido obtidos os orçamentos com mais de 6 (seis) 
meses de antecedência da data de divulgação do edital; 
V - pesquisa na base nacional de notas fiscais eletrônicas, na forma de 
regulamento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
49 
 
 módulo 4 
_________________ 
Modalidades e procedimentos 
auxiliares 
 
 
Inovações 
 
 
Segundo a nova Lei de Licitações, primeiro deve ocorrer a etapa de propostas e 
julgamento, para que só depois seja feita a análise dos documentos de habilitação apenas 
da empresa vencedora. É uma forma de agilizar o processo. 
 
Outra questão importante abordada também no art. 17, em seu §1º, é a autorização da 
realização da etapa de habilitação antes das propostas, quando for devidamente 
justificada a vantagem e desde que esteja previsto de forma clara no edital. 
 
O § 2º do mesmo artigo, entretanto, trata como obrigatória a realização das licitações por 
meio eletrônico. Ou seja, independente da modalidade de licitação, a licitação eletrônica é 
a regra, enquanto a licitação presencial se torna uma exceção que depende de 
justificativa. 
50 
 
 
A nova Lei de Licitações também trouxe algumas mudanças muito importantes no que diz 
respeito à definição das modalidades de licitação. 
 
A nova lei deixa de definir a modalidade em razão do valor do objeto. Por essa razão, as 
modalidades de tomada de preços e convite deixam de existir. 
 
Por outro lado, as modalidades concorrência e pregão permanecem, e serão definidos em 
razão da complexidade do objeto. 
 
Só não será aplicado quando se tratar de serviços técnicos especializados de natureza 
predominantemente intelectual e em obras e serviços de engenharia que não sejam 
considerados comuns. 
 
Todos esses pontos são definidos pelo art. 28, que diz que, a partir da nova Lei de 
Licitações, são modalidades de licitação: 
 
- Pregão; 
- Concorrência; 
- Concurso; 
- Leilão; 
- Diálogo competitivo. 
 
Ou seja, o pregão será a modalidade utilizada para a contratação de bens ou serviços 
comuns. Já a concorrência é aplicável às contratações de bens, serviços especiais e 
obras de engenharia. 
 
O concurso também mantém a aplicação para a contratação de serviço técnico, científico 
ou artístico, enquanto o leilão será aplicável para alienação de bens móveis ou imóveis. 
 
Mas e o diálogo competitivo? O que é essa nova modalidade de licitação? 
 
51 
 
 
Diálogo competitivo 
 
 
De acordo com o art. 32 da nova Lei de Licitações, o diálogo competitivo é uma nova 
modalidade de licitação que pode ser utilizado para contrações: 
 
- Para inovação tecnológica ou técnica; 
- Quando houver impossibilidade de o órgão ou entidade ter sua necessidade satisfeita 
sem a adaptação de soluções

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