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©2012 Ministério da Saúde
Todos os direitos reservados. É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte e que e não seja para venda ou qualquer fim comercial. 
A responsabilidade pelos direitos autorais de textos e imagens desta obra é da área técnica. Pode ser acessada na íntegra na Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da 
Saúde: http://www.saude.gov/bvs.
Tiragem: 1a Edição - 2012 - 1.000 exemplares
Elaboração, distribuição, informações:
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde
Departamento de Gestão da Educação na Saúde
Esplanada dos Ministérios, bloco G, sala 725
CEP: 70058-900, Brasília - DF
Telefone: 55 (61) 3315-2858 / 3315-3848 
Fax: 55 (061) 3315-2862
E-mails: sgtes@saude.gov.br / deges@saude.gov.br
Homepage: www.saude.gov.br/sgtes
Coordenação:
Maria Auxiliadora Córdova Christófaro
Mônica Sampaio de Carvalho
Mozart Julio Tabosa Sales 
Autor:
Daisy Nunes de Oliveira Lima
Revisão técnica:
Conceição Maria Passos de Queiroz
Coordenação editorial:
Léa Simone Carvalho 
Mario Correia da Silva
Projeto gráfico, diagramação, capa e arte-final:
Breno Santos Pessoa de Luna
Dino Vinícius Ferreira de Araujo
Apoio técnico: 
André Luiz de Souza Barros
Maria Aparecida Timo Brito
Maria Ivanildes Resende de Oliveira
Ilustração:
Antonio Carlos Acioli da Silva Junior
Normalização e revisão editorial
Centro de Estudos e Pesquisa em Saúde Coletiva (CEPESC)
Endereço: Rua São Francisco Xavier, 524 – 7º andar 
Bl. D – Maracanã – Rio de Janeiro – RJ
www.cepesc.org.br
cepesc@ims.uerj.br/ cepesc@cepesc.org.br
(21) 2569-1143/ 2234-7457
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária Sandra Infurna, CRB nº 7 – 4607) 
L732
Lima, Daisy Nunes de Oliveira
 
 Atlas de citopatologia ginecológica/ Daisy Nunes de Oliveira Lima – Brasília: Ministério da Saúde; CEPESC: Rio de Janeiro, 2012.
 204p. ; Il. 
 ISBN 978-85-324-0031-4
 1. Citopatologia. 2. Educação em Saúde. 3. Ensino Profissional. 4. Ensino Técnico. 5. Aparelho genital feminino. I. Título. II. Programa de Formação de Profissionais de 
Nível Médio para a Saúde.
 CDU 576.385:37
Títulos para indexação: 
Em inglês: Atlas of gynecologic cytopathology
Em espanhol: Atlas de citopatología ginecológica
Sem título-2 2 22/08/12 15:23
SUMÁRIO
Apresentação..............................................................................................................................................................5
1 Constituintes normais dos esfregaços cervicovaginais...........................................................................................7
2 Citologia inflamatória............................................................................................................................................29
3 Alterações celulares reativas.................................................................................................................................47
4 Alterações celulares queratóticas..........................................................................................................................63
5 Atrofia....................................................................................................................................................................73
6 Atipia de células escamosas de significado indeterminado..................................................................................81
7 Critérios citológicos de malignidade.....................................................................................................................99
8 Lesões intraepiteliais escamosas e carcinoma escamoso invasor do colo uterino.............................................115
9 Anormalidades epiteliais glandulares endocervicais e endometriais................................................................157
10 Neoplasias malignas metastáticas.....................................................................................................................187
Referências.............................................................................................................................................................199
Apêndice.................................................................................................................................................................201 
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5
Apresentação
 A Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES) do Ministério da Saúde (MS), por meio da Coordenação-Geral de Ações 
Técnicas em Educação na Saúde do Departamento de Gestão da Educação na Saúde (DEGES), desenvolve políticas e programas com o propósito 
finalístico de ordenar recursos humanos para a saúde, como determina o Art. 200 da Constituição Federal, e, nesta perspectiva:
• Atender ao que dispõe a Lei Nº 8080/90, especificamente no seu Art. 6º; 
• Contribuir para a adequada formação, alocação, qualificação dos profissionais e valorização e democratização das relações do trabalho;
• Ampliar as oportunidades de formação profissional e de qualificação técnica para trabalhadores do nível médio, tendo como propósito a 
qualidade das Redes de Atenção à Saúde do SUS;
• Consolidar, nos planos político, pedagógico e administrativo, as Escolas Técnicas do SUS (ETSUS).
 A efetividade, o atendimento oportuno e a qualidade dos serviços de saúde guardam intrínseca relação com a formação e a qualificação 
profissional. Portanto, é imprescindível que os acordos e respectivos contratos de colaboração entre os entes federativos, objetivando a organização 
da rede de atenção à saúde, assegurem recursos para o cumprimento e efetivação dos processos de formação e de qualificação técnica para o grupo 
de trabalhadores. Profissionais estes que formam o maior segmento da força de trabalho da área da saúde, os técnicos de nível médio. 
 A efetivação dos objetivos do Programa de Formação de Profissionais de Nível Médio para a Saúde (PROFAPS) implica a definição de 
diretrizes e prioridades para a área de formação profissional e de qualificação técnica com foco nos trabalhadores de nível médio do SUS.
 Entre essas prioridades está a formação do Técnico em Citopatologia. Para tanto, foi definido plano de trabalho cuja execução resultou no 
estabelecimento das “Diretrizes e Orientações para a Formação”, fundamentadas nas diretrizes e princípios das políticas nacionais da educação e 
da saúde, publicadas em 2011.
 Nessa linha, a SGTES/DEGES investiu na aquisição e produção de recursos e material didático específico para os cursos de formação 
profissional técnica, prioritários no PROFAPS e que estão sendo desenvolvidos pelas ETSUS. 
 Para o curso técnico em citopatologia, a Coordenação-Geral de Ações Técnicas em Educação na Saúde, junto com as ETSUS e especialistas 
da área, definiu e coordenou o processo de elaboração e produção de material didático específico, o que traduz a relevância da formação profissional 
técnica de nível médio na política nacional de saúde. Este atlas (impresso e digital) é um desses recursos.
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 Organizado tendo como referência as diretrizes para a formação do técnico em citopatologia, seguramente, é base tanto para a elaboração e 
definição do projeto político-pedagógico como para o desenvolvimento do curso.
 A produção de material bibliográfico para o Curso Técnico em Citopatologia inclui:
• Atlas de Citopatologia Ginecológica (versão impressa e digital)
• Caderno de Referência 1: Citopatologia Ginecológica
• Caderno de Referência 2: Citopatologia não Ginecológica
• Caderno de Referência 3: Técnicas de Histopatologia
 
 Apoiar o desenvolvimento do curso é o objetivo específico, contudo tem-se como propósito consolidar e ampliara articulação das Escolas 
Técnicas com as Redes de Atenção à Saúde do SUS e, a partir dessa base, consolidar as Escolas como rede de excelência na formação profissional e 
na qualificação técnica do nível médio na área da saúde. 
 Nessa perspectiva, fundamentada nos princípios das políticas de saúde, de educação e da regulação do trabalho, o SUS desenvolve a ordenação 
dos recursos humanos para a saúde.
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7
1 Constituintes Normais dos 
Esfregaços Cervicovaginais
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 O colo uterino é representado pela ectocérvice e a endocérvice, que são revestidas por epitélio escamoso estratificado não queratinizado e por 
epitélio colunar simples, respectivamente. O ponto de união entre esses dois epitélios é chamado junção escamocolunar (JEC).
 A colheita das amostras citológicas no exame de prevenção do câncer de colo uterino (teste de Papanicolaou) é realizada na ectocérvice e 
endocérvice. Porém, a colheita tríplice (ectocérvice, “fundo” de saco vaginal e endocérvice) ainda é utilizada em alguns serviços.
1.1 Células Epiteliais
1.1.1 Escamosas 
 O epitélio escamoso estratificado não queratinizado reveste originalmente a mucosa da ectocérvice e da vagina. Na fase reprodutiva, o epitélio 
escamoso estratificado apresenta as seguintes camadas: basal, parabasal, intermediária e superficial. A camada basal, ou germinativa, é responsável 
em condições fisiológicas pela regeneração (replicação celular). As outras camadas representam apenas diferentes estágios na maturação das 
células basais. Esse epitélio é influenciado pelos hormônios ovarianos, atingindo a sua máxima maturação sob a ação dos estrógenos. Por outro 
lado, a deficiência estrogênica, como ocorre na menopausa, leva a sua atrofia. 
 As células basais raramente são vistas nos esfregaços, exceto em casos de atrofia intensa ou ulceração da mucosa. Elas são redondas ou 
ovais, com citoplasma escasso corando intensamente em verde ou azul. Os seus núcleos são redondos, de localização central, com cromatina 
uniformemente distribuída, às vezes com um pequeno nucléolo. Essas células descamam isoladamente ou representando pequenos agrupamentos.
As células parabasais predominam em condições fisiológicas associadas à deficiência estrogênica, como acontece na infância, lactação e menopausa 
(epitélio atrófico). Elas apresentam tamanho variado entre 15 e 25 micrômetros e são arredondadas. O citoplasma é geralmente basofílico (cianofílico), 
com uma tonalidade menos intensa que aquela vista nas células basais. O núcleo é redondo ou oval, um pouco menor em relação ao das células 
basais e contém grânulos de cromatina ou cromocentros.
 As células intermediárias são as células mais comuns nos esfregaços no período pós-ovulatório do ciclo menstrual, durante a gravidez e na 
menopausa precoce. O seu predomínio é relacionado à ação da progesterona ou aos hormônios adrenocorticais. Elas exibem citoplasma geralmente 
basofílico, poligonal, com tendência a pregueamento das suas bordas. O núcleo da célula intermediária é vesicular, ou seja, redondo ou oval, medindo 
cerca de 8 micrômetros, com cromatina delicada uniformemente distribuída e cromocentros visíveis. A abundância do citoplasma e o núcleo de 
tamanho menor diferenciam as células intermediárias das parabasais. As células naviculares representam um subtipo das células intermediárias 
e são um pouco menores, com abundante glicogênio citoplasmático, que pode corar amarelado ou acastanhado. As bordas citoplasmáticas são 
espessas e o núcleo é excêntrico. Essas células são mais comuns na gravidez, a partir do segundo mês, mas podem ser vistas em outras situações, 
como na segunda metade do ciclo menstrual e na fase inicial da menopausa.
 As células superficiais são as mais comuns nos esfregaços no período ovulatório do ciclo menstrual. Elas são aproximadamente do mesmo 
tamanho das células intermediárias, também são poligonais, porém o citoplasma é mais aplanado e transparente, geralmente eosinofílico (corado 
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em rosa), e o núcleo picnótico é caracterizado pela condensação da cromatina, que se torna escura com grânulos indistintos. O diâmetro nuclear 
raramente excede 5 micrômetros. Não há evidência de queratinização nas células superficiais em condições normais, porém podem ocorrer estágios 
precursores da sua produção com o aparecimento de grânulos querato-hialinos que se mostram pequenos e escuros no citoplasma. Desde que a 
completa maturação do epitélio ocorre como resultado da atuação dos estrógenos, o predomínio de células escamosas maduras com núcleo picnótico 
representa uma evidência morfológica excelente da atividade estrogênica. A diferenciação entre uma célula superficial e uma intermediária se 
fundamenta na análise da estrutura nuclear. Como já referido anteriormente, o núcleo da célula superficial é picnótico, enquanto que aquele da 
célula intermediária é vesicular.
 As células escamosas anucleadas (escamas) são aproximadamente do mesmo tamanho das células superficiais e intermediárias, embora 
pareçam retraídas. A área ocupada anteriormente pelo núcleo pode aparecer como uma sombra clara (núcleo “fantasma). O citoplasma é eosinofílico, 
mas pode corar em laranja, amarelo ou vermelho. O aparecimento dessas células em pequeno número pode não ter nenhum significado clínico, 
inclusive podem ser contaminantes da vulva por ocasião da colheita da amostra citológica. Contudo, quando são numerosas podem representar 
queratinização acima do epitélio escamoso estratificado.
1.1.2 Células Glandulares Endocervicais
 A superfície da endocérvice e das criptas ou glândulas endocervicais, é revestida por epitélio colunar simples. Essas células são 
predominantemente do tipo secretor, sendo menos comum o tipo ciliado. Na pós-menopausa, devido à deficiência estrogênica, as células são 
mais baixas e carecem da atividade secretória encontrada na fase reprodutiva. Durante o ciclo menstrual, sob as influências hormonais, as células 
endocervicais também revelam algumas modificações, como citoplasma mais alto e tumefeito na última metade do ciclo. 
 Nos esfregaços, as células endocervicais apresentam citoplasma relativamente abundante, delicado, semitransparente, que cora fracamente 
em azul, às vezes com vacúolos. Os núcleos são redondos ou ovais, com alguma variação do tamanho, cromatina finamente granular exibindo 
cromocentros ou nucléolo. Quando as células são vistas lateralmente, assumem a forma colunar alta característica, com núcleo oval, localizado na 
região basal. Nessa perspectiva, quando em conjuntos, constituem os arranjos conhecidos como “fila”, ou “paliçada”. Quando as células são vistas 
de frente, elas se agrupam em conjuntos monoestratificados, perdem a sua forma colunar e apresentam, às vezes, bordas citoplasmáticas bem 
definidas, lembrando um “favo de mel”. Os núcleos arredondados mostram polaridade conservada (a distância entre os núcleos é relativamente 
constante, não ocorrendo sobreposição nuclear).
 As células endocervicais nos esfregaços raramente exibem cílios, e nesse caso o seu citoplasma cora mais intensamente que aquele das 
células endocervicais mucossecretoras. Estas últimas mostram citoplasma distendido por vacúolo único ou múltiplo e são mais comuns em 
situações de irritação crônica, como gravidez, pólipos endocervicais, ou em resposta à terapêutica hormonal, inclusive associada ao uso de pílulas 
anticoncepcionais. Por causa da fragilidade do seu citoplasma, as células endocervicais podem se apresentar sob a forma de núcleos desnudos.
 Em algumas ocasiões durante a colheita da endocérvice com a escovinha, pode ocorrer o desgarramento de grandes agrupamentos de células, 
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verdadeiros microfragmentos de tecido. Aí as células endocervicais podem representar arranjos papilares e glandulares. É importante observar que 
não há estratificação nuclear nesses arranjos em condições normais. 
1.1.3 Células de Reserva e Células Metaplásicas Escamosas
 A metaplasia escamosa é um evento fisiológico adaptativo que ocorre após a eversão do epitélio endocervical pela ação hormonal. O processo 
se inicia com as células de reserva subcilíndricas, que são pequenas, indiferenciadas e têm potencial de se diferenciarem em células glandulares 
endocervicais ou escamosas. Quando estimuladas pelo pH vaginal ácido, as células de reserva proliferam em múltiplas camadas (hiperplasia das 
células de reserva), representando a primeira etapa do processo de metaplasia escamosa. A seguir, as células de reserva adquirem características 
escamosas, constituindo a chamada metaplasia imatura. Nesse ponto as células metaplásicas começam a se estratificar e a desenvolver uma camada 
basal bem definida, representando a última etapa do processo, a metaplasia madura. Com a evolução do processo, as células metaplásicas se tornam 
mais diferenciadas e finalmente se mostram idênticas às células escamosas originais.
 As células de reserva são raramente vistas em esfregaços e quando isoladas são indistinguíveis de histiócitos e células do estroma endometrial 
superficial. Elas são pequenas, menores que as células parabasais, com elevada relação nucleocitoplasmática, exibindo citoplasma escasso, delicado, 
finamente vacuolizado, com limites mal definidos. Os núcleos são redondos ou ovais, centrais, com cromatina finamente granular ocasionalmente 
com cromocentros, fendas e, às vezes, pequeno nucléolo. Essas células se mostram isoladas ou dispostas em pequenos conjuntos, às vezes ligadas 
às células endocervicais, podendo se associar também às células metaplásicas imaturas.
 As células metaplásicas apresentam tamanho variado, dependendo do seu grau de maturação. As células metaplásicas imaturas são do 
tamanho aproximado das células escamosas parabasais. Elas podem ser redondas, ovais, triangulares, estreladas ou caudadas, com citoplasma 
delicado ou denso, eventualmente com coloração bifásica (ectoplasma/endoplasma) ou vacúolos. Os núcleos são um pouco maiores que aqueles 
das células intermediárias, redondos ou ovais, paracentrais ou centrais, com cromatina finamente granular regularmente distribuída e às vezes 
nucléolo. Essas células se dispõem frequentemente em agrupamentos frouxos, como um “calçamento de pedras”. 
 As células metaplásicas maduras lembram as células escamosas maduras originais, porém as primeiras apresentam citoplasma levemente 
mais denso e bordas citoplasmáticas mais arredondadas. As células metaplásicas maduras também podem reproduzir um “calçamento de pedras”.
 
1.1.4 Células Endometriais 
 Nos esfregaços cervicovaginais, as células endometriais (glandulares e/ou estromais) são vistas habitualmente até o 12º dia do ciclo menstrual. 
Essas células também descamam por ocasião de aborto, no pós-parto imediato e em mulheres menopausadas na vigência de reposição hormonal. 
Em usuárias de DIU, as células endometriais podem ser encontradas na segunda metade do ciclo menstrual e às vezes são atípicas. Em qualquer 
outro período, o encontro de células endometriais é anormal, podendo se associar a endometrite, pólipo, hiperplasia ou mesmo adenocarcinoma 
endometrial. 
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 As células glandulares endometriais esfoliam sob a forma de pequenos conjuntos tridimensionais. Essas células mostram citoplasma escasso, 
delicado, às vezes vacuolizado, com bordas mal definidas. Os núcleos são pequenos, redondos, hipercromáticos com cromatina grosseiramente granular 
uniformemente distribuída. Em condições normais, não se identifica nucléolo. As células do estroma superficial lembram pequenos histiócitos e 
revelam citoplasma vacuolizado, cianofílico, com limites indistintos e um núcleo excêntrico com cromatina granular. As células estromais profundas 
são fusiformes ou estreladas, exibem citoplasma mais escasso e pobremente preservado. No período entre o 4º e o 8º dia do ciclo menstrual, há um 
padrão muito característico de descamação endometrial nos esfregaços, conhecido como êxodo. Este quadro é representado por numerosas células 
glandulares endometriais em agrupamentos redondos ou ovais, algumas vezes com uma área central escura correspondendo às células estromais 
profundas, pequenas, alongadas, amontoadas. Ao lado desses conjuntos há numerosas células do estroma endometrial superficial.
 As células glandulares endometriais se diferenciam das células endocervicais por seu menor tamanho, citoplasma mais escasso e limites 
citoplasmáticos menos definidos, regularidade do tamanho dos núcleos, distribuição mais grosseira da cromatina e esfoliação em conjuntos muito 
pequenos com frequente sobreposição nuclear.
 As células do segmento uterino inferior representam as células do terço superior do colo e são idênticas às células endometriais, sendo transferidas 
para os esfregaços pelo uso da escovinha no momento da colheita endocervical. Aparecem nos esfregaços numa frequência em torno de 7% sob a forma 
de células glandulares e estromais. As células do tipo glandular são pequenas, com citoplasma escasso, núcleos hipercromáticos com bordas regulares 
e cromatina granular. Elas se apresentam em túbulos com ou sem ramificação. Na margem desses arranjos, as células podem se dispor em “paliçada”. 
As células estromais se distribuem em agregados similares a sincícios e se apresentam na vizinhança das células glandulares. Elas exibem citoplasma 
escasso, mal delimitado, núcleos arredondados ou ovalados.
1.2 Células Não Epiteliais
1.2.1 Hemácias
 Correspondem a células redondas, anucleadas, coradas habitualmente em laranja. As hemácias bem conservadas são relacionadas ao trauma 
na colheita das amostras citológicas. Quando se mostram degeneradas, lisadas, podem estar associadas a câncer invasivo.
1.2.2 Leucócitos Polimorfonucleares Neutrófilos
 O tamanho dessas células é muito constante, em torno de 10 micrômetros, 1,5 vezes maior que o tamanho das hemácias. Os neutrófilos 
apresentam citoplasma mal definido. Os seus núcleos são lobulados, conectados uns aos outros. Nos esfregaços normais, aparecem em pequeno 
número, originando-se principalmente da endocérvice. Os esfregaços de mulheres histerectomizadas geralmente são livres de neutrófilos. Tais células 
são abundantes no processo inflamatório agudo, mas podem ser encontradas em esfregaços normais, às vezes em grande número, especialmente 
na segunda fase do ciclo menstrual. 
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1.2.3 Linfócitos 
 O tamanho de um linfócito maduro é levemente maior que o de uma hemácia. O seu núcleo é circundado por escasso citoplasma basofílico. 
A presença de linfócitos em diferentes estágios de maturação representa cervicite crônica folicular. 
1.2.4 Plasmócitos
 Os plasmócitos são incomuns nos esfregaços. Eles apresentam forma oval e núcleo excêntrico redondo ou oval, com cromatina arranjada em 
grumos no padrão de “roda de leme”. 
1.2.5 Histiócitos 
 Os histiócitos exibem citoplasma de tamanho variável, semitransparente, espumoso, podendo conter vacúolos pequenos ou grandes, com 
ou sem partículas fagocitadas. As bordas citoplasmáticas são mal definidas. Tais células são redondas ou ovais, podendo ainda ser alongadas, poli-
gonais, fusiformes ou triangulares. O núcleo é excêntrico, frequentemente tocando a borda citoplasmática em um ponto, sem distendê-la. A forma 
nuclear varia de reniforme a redonda, triangular ou irregular. A cromatina é finamente granular e regular,mas pode em alguns casos apresentar-se 
grosseiramente granular irregularmente agrupada e às vezes mitoses são vistas. Os histiócitos mononucleados e multinucleados podem representar 
um achado inespecífico ou se associar a menopausa, processos inflamatórios, radioterapia e corpos estranhos. 
1.3 Outros 
1.3.1 Muco
1.3.2 Contaminantes
 • Espermatozoides
 • Fungos
 • Talco
 • Lubrificante ou creme vaginal
 • Parte de insetos
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Células Epiteliais
Figura 1 - Ilustração repre-
sentando os tipos celulares 
encontrados no colo uterino 
e a suas respectivas topogra-
fias. 
Figura 2 - Histologia HE, 
400x. Epitélio escamoso es-
tratificado não queratini-
zado. Observar as camadas 
basal, parabasal, intermedi-
ária e superficial. As células 
apresentam citoplasma mais 
abundante à medida que 
amadurecem. A maturação 
celular é resultante da ativi-
dade estrogênica. Em mulhe-
res menopausadas sem repo-
sição hormonal, o epitélio é 
delgado, representado geral-
mente apenas pelas camadas 
basal e parabasal.
Figura 3 - Ilustração esque-
mática representando as di-
ferentes camadas do epitélio 
escamoso da ectocérvice e da 
vagina, assim como os tipos 
de células correspondentes 
a cada camada, encontradas 
nos esfregaços. Observar que 
a camada mais superior do 
epitélio é representada por 
células anucleadas queratini-
zadas (escamas) que podem 
aparecer em situações de ir-
ritação crônica, como no pro-
lapso uterino. 
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Figura 4 - Amostra cervi-
cal, citologia de meio líqui-
do, 400x. Células escamosas 
parabasais (arredondadas), 
como aponta a seta, ao lado 
de células intermediárias (po-
ligonais). O citoplasma destas 
células cora habitualmente 
em azul ou verde (cianofíli-
co).
Figura 5 - Esfregaço cervico-
vaginal, Papanicolaou, 400x. 
Células parabasais, algumas 
revelando alterações dege-
nerativas tais como vacuoli-
zação citoplasmática (seta) e 
picnose nuclear (seta dupla). 
O predomínio de células es-
camosas parabasais indica 
defi ciência estrogênica, ca-
racterizando o esfregaço atró-
fi co próprio da menopausa. 
Observar o “fundo” granular 
comum nessa fase. 
Figura 6 - Amostra cervi-
covaginal, citologia de meio 
líquido, Papanicolaou, 100x. 
Células superfi ciais e inter-
mediárias. Observar o núcleo 
picnótico (cromatina conden-
sada) das células superfi ciais. 
As células intermediárias exi-
bem núcleo vesicular.
4 5
6
Figura 7 - Esfregaço cervico-
vaginal, Papanicolaou, 400x. 
Escamas (células escamosas 
anucleadas). Observar a som-
bra dos núcleos que foram 
perdidos (setas). A presen-
ça de escamas pode indicar 
queratinização do epitélio es-
camoso (hiperqueratose) ou 
contaminação da vulva, que 
é revestida por epitélio esca-
moso queratinizado.
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Figura 8 - Amostra cervical, 
citologia de meio líquido, Pa-
panicolaou, 400x. Várias cé-
lulas intermediárias ao lado 
de uma única célula superfi-
cial. O citoplasma das células 
intermediárias habitualmen-
te se cora em azul ou verde 
(cianofílico), enquanto que as 
células superficiais geralmen-
te coram em rosa (eosinofíli-
cas).
Figuras 10a e 10b - Amostras cervicais, citologia de meio 
líquido, Papanicolaou, 400x. Células naviculares. As células à 
direita e à esquerda são consideradas uma variante das células 
intermediárias. A coloração acastanhada do citoplasma se deve 
ao acúmulo de glicogênio. Como características adicionais, as 
células naviculares apresentam bordas citoplasmáticas espessas 
e núcleos excêntricos. Esse tipo de célula é mais comum na fase 
progestacional do ciclo menstrual e na gravidez.
Figura 9 - Amostra cervical, 
citologia de meio líquido, Pa-
panicolaou, 400x. Células su-
perficiais. Elas são poligonais, 
com citoplasma amplo, eosi-
nofílico, e os núcleos picnó-
ticos. Em uma das células, há 
grânulos de querato-hialina 
intracitoplasmáticos (seta). 
O predomínio de células es-
camosas superficiais no esfre-
gaço se deve à ação estrogê-
nica, sendo particularmente 
comuns na fase ovulatória do 
ciclo menstrual.
8 9
10a 10b 
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Células de Reserva e Metaplásicas Escamosas 
Figura 11 - Ilustração Esquemática Representando as 
Diferentes Etapas da Metaplasia Escamosa Ocorrendo 
na Área de Ectopia (Eversão do Epitélio Endocervical)
a - Única camada de células de reserva recoberta por células 
colunares endocervicais.
b - Proliferação de células de reserva (hiperplasia), ainda 
recobertas por células colunares endocervicais.
c - Metaplasia escamosa imatura. As células ganham mais 
citoplasma, começando a diferenciação escamosa. Observar a 
persistência da camada de células colunares endocervicais. 
d - Metaplasia escamosa em maturação. As células atingem 
um nível mais avançado de maturação, com citoplasma mais 
abundante adquirindo mais frequentemente a forma poligonal. 
Não mais se encontram células colunares na superfície. 
e - Metaplasia escamosa madura. O epitélio é idêntico ao 
epitélio escamoso original.
Figura 12 - Outra Representação Esquemática do Processo de Metaplasia Escamosa do Epitélio Endocervical
a - Células colunares endocervicais.
b - Hiperplasia de células de reserva.
c - Metaplasia escamosa imatura.
a b c
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Figura 13 - Esfregaço cer-
vicovaginal, Papanicolaou, 
400x. Conjunto de células de 
reserva. Apresentam citoplas-
ma escasso, delicado, núcleos 
redondos, com bordas regu-
lares e cromatina fi namente 
granular. Há também células 
escamosas superfi ciais. As cé-
lulas de reserva são precurso-
ras da metaplasia escamosa.
Figura 15 - Esfregaço cer-
vicovaginal, Papanicolaou, 
400x. Células metaplásicas 
escamosas imaturas com 
prolongamentos citoplasmá-
ticos, núcleos arredondados 
exibindo bordas regulares, 
cromatina fi namente granular 
e alguns nucléolos ou cromo-
centros.
Figura 16 - Amostra cervi-
cal. Citologia de meio líquido, 
Papanicolaou, 400x. Células 
metaplásicas imaturas. Ob-
servar o tamanho das células, 
que é similar ao das célu-
las parabasais. Nesta fi gura, 
as células metaplásicas não 
apresentam prolongamentos 
citoplasmáticos. Observar as 
fendas intercelulares (setas), 
uma característica da meta-
plasia. 
13
15 16
14
Figura 14 - Esfregaço cer-
vicovaginal, Papanicolaou, 
400x. Células de reserva ao 
lado de células endocervicais 
(seta). Essa associação é bas-
tante comum nos esfregaços, 
refl etindo a sua vizinhança na 
histologia.
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Figura 19 - Desenho ilus-
trativo representando as 
características das células 
metaplásicas escamosas em 
diferentes estágios de matu-
ração, no esfregaço cervico-
vaginal. Há frequentes pro-
longamentos citoplasmáticos 
e alguns núcleos se mostram 
fragmentados (cariorrexe), 
como indicam as setas.
Figura 17 - Esfregaço 
cervicovaginal, Papanicolaou, 
400x. Células metaplásicas 
escamosas em fase fi nal de 
maturação exibindo coloração 
citoplasmática bifásica, com o 
ectoplasma corado em azul e 
o endoplasma em rosa. Nesta 
fi gura o endoplasma mostra 
microvacuolização refl etindo 
alterações degenerativas.
Figura 18 - Esfregaço cer-
vicovaginal, Papanicolaou,400x. Células metaplásicas 
escamosas maduras. Apre-
sentam tamanho aproximado 
àquele das células intermedi-
árias, mas o citoplasma das 
células metaplásicas, como 
observado nesta fi gura, é mais 
denso e polimorfo. O tipo de 
agrupamento lembrando um 
mosaico ou um calçamento 
de pedras é característico das 
células metaplásicas. 
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17 18
Figura 20 - Esfregaço 
cervicovaginal, Papanicolaou, 
400x. Células metaplásicas 
escamosas imaturas. As 
células desta fi gura exibem 
citoplasma delicado e núcleos 
arredondados com cromatina 
fi namente granular.
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Células glandulares Endocervicais
Figura 21 - Epitélio colunar 
simples, mucossecretor endo-
cervical. Histologia, HE, 
100x. 
Figura 22 - Desenho ilustra-
tivo representando as célu-
las colunares endocervicais. 
Quando são vistas lateral-
mente, assumem a forma co-
lunar, podendo raramente 
apresentar cílios. Quando as 
células endocervicais são vis-
tas de frente, apresentam as-
pecto poligonal, com limites 
defi nidos. Há algumas células 
metaplásicas escamosas na fi -
gura (círculo). 
Figura 23 - Esfregaço cer-
vicovaginal, Papanicolaou, 
400x. Conjuntos em “paliça-
da” de células endocervicais. 
As células são vistas lateral-
mente e mostram a forma co-
lunar típica, com citoplasma 
delicado, núcleos localizados 
na região basal, redondos ou 
ovalados, com cromatina fi -
namente granular. Observar 
a constrição do citoplasma 
próximo ao núcleo (seta).
Figura 24 - Esfregaço cer-
vicovaginal, Papanicolaou, 
100x. Células endocervicais. 
Estas células são vistas de 
frente representando con-
junto em “favo de mel”. O 
citoplasma é claro e há manu-
tenção da polaridade nuclear 
(distância similar entre os 
núcleos). 
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Figura 25 - Esfregaço cer-
vicovaginal, Papanicolaou, 
400x. Numerosas células en-
docervicais mucossecretoras 
vistas lateralmente. O cito-
plasma é cianofílico, às vezes 
globoso (setas), com bordas 
bem delimitadas. Os núcleos 
localizados na região basal 
são ovalados, com cromatina 
fi namente granular.
Figura 26 - Esfregaço cer-
vicovaginal, Papanicolaou, 
400x. Células endocervicais 
colunares ciliadas (setas). Ob-
servar a zona mais densa do 
citoplasma (placa terminal), 
onde os cílios estão inseridos. 
Há também núcleos desnu-
dos de origem endocervical 
com alterações degenerativas 
(aspecto vazio dos núcleos, 
sem evidência da granulação 
cromatínica) e raras células 
escamosas. 
Figura 27 - Esfregaço cer-
vicovaginal, Papanicolaou, 
100x. Grande fragmento de 
mucosa endocervical, obtido 
através da colheita vigorosa 
do canal endocervical com a 
escovinha (artefato de “esco-
va”). Neste caso, encontra-
mos aberturas glandulares 
na sua intimidade (setas). As 
glândulas são revestidas por 
uma única camada de células 
com núcleos na região basal, 
caracterizando a sua natureza 
benigna. 
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27
Figura 28 - Esfregaço cer-
vicovaginal, Papanicolaou, 
400x. Duas glândulas endo-
cervicais revestidas por uma 
única camada de células sem 
estratifi cação nuclear (artefa-
to de “escova”).
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Células Endometriais
Figura 29 - Esfregaço cer-
vicovaginal, Papanicolaou, 
100x. Agrupamentos de célu-
las endometriais apresentan-
do duplo contorno, com cé-
lulas do estroma endometrial 
profundo no centro (seta) e 
células glandulares na peri-
feria (seta vermelha). Há cé-
lulas do estroma endometrial 
superfi cial na vizinhança. 
Este padrão (êxodo menstru-
al) é mais comum entre o 4º 
e o 8º dia do ciclo menstrual.
Figura 30 - Esfregaço cer-
vicovaginal, Papanicolaou, 
400x. Em detalhe, arranjo es-
férico com duplo contorno de 
células endometriais glandu-
lares na periferia e estromais 
profundas no centro. As célu-
las do estroma endometrial 
profundo são às vezes alon-
gadas com acentuada sobre-
posição.
Figura 31 - Esfregaço cer-
vicovaginal, Papanicolaou, 
400x. Células do estroma 
endometrial superfi cial. Ob-
servar o pequeno tamanho 
das células, o citoplasma de-
licado, às vezes espumoso, e 
os núcleos de forma variada. 
Estas células são idênticas a 
histiócitos. 
Figura 32 - Esfregaço cer-
vicovaginal, Papanicolaou, 
400x. Células do estroma 
endometrial profundo. O ci-
toplasma destas células é 
escasso, mal delimitado, re-
sultando na aparência de nú-
cleos desnudos muitas vezes 
fusiformes, com cromatina 
grosseiramente granular.
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Células do Segmento Uterino Inferior
Figura 33 - Esfregaço cer-
vicovaginal, Papanicolaou, 
100x. Células do segmento 
uterino inferior. Nesta fi gu-
ra, observamos os dois com-
ponentes: estromal (seta) e 
glandular (seta dupla). As 
células estromais exibem 
núcleos ovalados e mostram 
sobreposição. As células glan-
dulares estão agrupadas em 
arranjo tubular, onde se ob-
serva “paliçada” de núcleos 
na periferia.
Figura 34 - Esfregaço cer-
vicovaginal, Papanicolaou, 
400x. Arranjo tubular de cé-
lulas glandulares do segmen-
to uterino inferior. Observar 
a borda reta do arranjo, dada 
pelas células em “paliçada”.
Figura 35 - Esfregaço cer-
vicovaginal, Papanicolaou, 
100x. Células estromais do 
segmento uterino inferior. 
Elas são mais comuns nos 
esfregaços que as células 
glandulares. Apresentam-se 
alongadas com limites indis-
tintos e sobreposição nuclear. 
Observar que na periferia dos 
agrupamentos as células se 
dispõem mais frouxamente 
(seta). Parece haver um capi-
lar entre as células estromais 
(seta dupla).
Figura 36 - Esfregaço cer-
vicovaginal, Papanicolaou, 
400x. Alça capilar circunda-
da pelas células estromais do 
segmento uterino inferior. 
O encontro de capilar, como 
mostrado nesta fi gura, acom-
panha frequentemente as 
células do segmento uterino 
inferior, auxiliando no seu re-
conhecimento.
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Células Não Epiteliais
Figura 37 - Esfregaço 
cervicovaginal, Papanicolaou, 
100x. O “fundo” (área entre as 
células epiteliais) é preenchido 
por hemácias bem conservadas. 
Elas coram em laranja ou 
vermelho, são redondas e 
anucleadas. Hemácias íntegras, 
como mostradas nesta fi gura, 
são resultantes de trauma na 
colheita da amostra citológica. 
Quando as hemácias recobrem 
extensamente as células 
epiteliais, podem impedir o seu 
estudo, nesse caso tornando a 
amostra insatisfatória para a 
avaliação. 
Figura 38 - Esfregaço 
cervicovaginal, Papanicolaou, 
400x. As hemácias quando 
são lisadas, como nesta fi gura, 
constituem um material granular 
(fi brina). Esta substância pode 
se associar a câncer invasivo, 
mas não é exclusivo, podendo 
aparecer em processos benignos 
acompanhados de ulceração 
(infl amação acentuada).
Figura 39 - Esfregaço 
cervicovaginal, Papanicolaou, 
400x. Vários neutrófi los. 
É bem evidenciada aqui a 
multilobulação dos núcleos. 
Quando os neutrófi los são 
numerosos e se sobrepõem 
às células epiteliais, muitas 
vezes não é possível o seu 
estudo. A amostra é então 
considerada insatisfatória 
para a avaliação, e uma 
nova colheita citológica é 
indicada após o tratamento 
do processo infl amatório.
Figura 40 - Esfregaço 
cervicovaginal, Papanicolaou, 
400x. Linfócitos em vários 
estágios de maturação. Os 
linfócitos pequenos são 
considerados em repouso 
ou maduros (setaspretas), 
enquanto que os linfócitos 
grandes são ativados ou 
imaturos (setas vermelhas). É 
esse polimorfi smo (linfócitos 
de diferentes tamanhos) 
que caracteriza a condição 
conhecida como cervicite 
crônica folicular. 
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Figura 41 - Esfregaço cer-
vicovaginal, Papanicolaou, 
400x. Numerosos histiócitos 
e macrófagos (setas). Os 
macrófagos são histiócitos 
que adquiriram a propriedade 
de fagocitar partículas ou 
restos celulares.
Figura 42 - Esfregaço cer-
vicovaginal, Papanicolaou, 
400x. Histiócitos e um 
macrófago (seta). Observar 
o citoplasma delicado, às 
vezes multivacuolizado ou 
espumoso, de limites mal 
defi nidos.
Figura 43 - Esfregaço cer-
vicovaginal, Papanicolaou, 
400x. Imersos em substância 
mucoide há dois histiócitos, o 
da direita multinucleado. Ob-
servar o citoplasma espumo-
so característico dessas célu-
las. Na célula multinucleada, 
os núcleos têm características 
similares entre si e são dis-
tribuídos aleatoriamente. Os 
histiócitos multinucleados 
são relativamente comuns 
em esfregaços atrófi cos, des-
conhecendo-se o seu signifi -
cado. 
Figura 44 - Esfregaço cer-
vicovaginal, Papanicolaou, 
400x. “Fundo” hemorrágico 
contendo linfócitos e alguns 
plasmócitos (setas) às vezes 
degenerados. Os plasmócitos 
exibem núcleos excêntricos e 
cromatina grosseira.
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Outros Elementos Encontrados nos Esfregaços
Figura 45 - Esfregaço cer-
vicovaginal, Papanicolaou, 
100x. Material mucoide ho-
mogêneo, aqui corado em 
rosa, em meio ao qual identi-
fi camos alguns conjuntos de 
células glandulares endocer-
vicais. O muco é produzido 
pelas células endocervicais, 
daí a sua frequente associa-
ção. 
Figura 46 - Esfregaço cer-
vicovaginal, Papanicolaou, 
100x. Muco em “folha de sa-
mambaia”, típico do período 
ovulatório, raramente obser-
vado nos esfregaços. Este pa-
drão peculiar se deve à cris-
talização do muco pela ação 
estrogênica.
Figura 47 - Esfregaço cer-
vicovaginal, Papanicolaou, 
400x. Esfregaço atrófi co com 
várias células parabasais re-
velando alterações degenera-
tivas. Estruturas basofílicas 
são assinaladas por setas e 
são conhecidas como glóbu-
los azuis. A sua origem é in-
certa, podendo corresponder 
a depósitos de muco espesso 
ou representar células para-
basais degeneradas.
Figura 48 - Esfregaço cer-
vicovaginal, Papanicolaou, 
400x. Numerosos esperma-
tozoides. Uma das normas na 
colheita do material citoló-
gico cervicovaginal é a absti-
nência sexual de pelo menos 
24 a 48 horas antes. Quando 
não é respeitada essa adver-
tência podem ser encontrados 
inúmeros espermatozoides, 
como mostrados na fi gura. 
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Figura 49 - Esfregaço cer-
vicovaginal, Papanicolaou, 
100x. Material denso, basofí-
lico, às vezes cobrindo ampla-
mente as células epiteliais, o 
que pode resultar em amostra 
insatisfatória para a avalia-
ção. Tal material, um conta-
minante, corresponde a cre-
me vaginal utilizado para fi ns 
terapêuticos. Recomenda-se 
interromper o uso de creme 
pelo menos uma semana an-
tes da colheita da amostra ci-
tológica. 
Figura 50 - Esfregaço cer-
vicovaginal, Papanicolaou, 
400x. O talco das luvas cirúr-
gicas utilizadas pelo profi s-
sional na hora da colheita da 
amostra citológica pode con-
taminar o esfregaço, como 
observado nesta fi gura. Re-
presentam cristais que são 
birrefringentes e assumem 
um aspecto de “cruz de mal-
ta” (seta).
Figura 51 - Esfregaço cer-
vicovaginal, Papanicolaou, 
400x. Aspergillus. Conidiófo-
ro com vesícula e cadeias de 
conídias. Fungo de contami-
nação. A exposição prolonga-
da do esfregaço no ar (quando 
fi xados em carbowax) facilita 
a contaminação.
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2 Citologia Inflamatória
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 A citologia contribui para o reconhecimento e a avaliação da intensidade dos processos inflamatórios do trato genital, em certos casos 
estabelecendo a natureza do agente causal. 
 As causas dos processos inflamatórios compreendem trauma, substâncias tóxicas, diminuição ou interrupção do fluxo sanguíneo, agentes 
físicos como o calor e irradiação, além de micro-organismos patógenos. As seguintes características citológicas são relacionadas à inflamação:
 Tipo e intensidade do exsudato - Pode ser representado pelo predomínio de leucócitos polimorfonucleares neutrófilos e piócitos nos 
processos inflamatórios agudos. Nos processos inflamatórios crônicos são frequentes os linfócitos, plasmócitos e histiócitos. Quando os neutrófilos 
e piócitos recobrem áreas extensas da amostra se sobrepondo às células epiteliais, pode impossibilitar o estudo oncológico (amostra insatisfatória 
para a avaliação). É importante observar que nem sempre os processos inflamatórios se acompanham de leucócitos no esfregaço citológico. Por 
outro lado, na segunda fase do ciclo menstrual (ação da progesterona) os neutrófilos podem ser numerosos mesmo sem inflamação. A presença de 
hemácias bem e mal conservadas pode se associar a processos inflamatórios severos e é mais comum em mulheres pós-menopausadas devido à 
atrofia do epitélio. 
 Alteração do padrão celular - Consiste na mudança do tipo celular predominante no esfregaço, esperado para a idade da paciente. Assim, 
mulheres na fase reprodutiva, quando portadoras de inflamação genital severa, podem mostrar um predomínio anormal de células escamosas 
parabasais, devido à erosão do epitélio (destruição das camadas superficiais). 
 Degeneração e necrose celular - Alterações celulares (citoplasmáticas e nucleares) são comuns nos processos inflamatórios. No 
citoplasma incluem vacuolização, halos perinucleares, anfofilia, pseudoeosinofilia, limites citoplasmáticos mal definidos, entre outros. Com relação 
ao núcleo pode ocorrer tumefação ou retração, perda da demarcação bem definida das suas bordas, perda dos detalhes de cromatina conferindo 
uma aparência homogênea ao núcleo, hipo ou hipercromasia. Como sinais de necrose podem ser vistos picnose (cromatina condensada), cariorrexe 
(fragmentação do núcleo) e cariólise (dissolução nuclear). 
 Alterações reativas - Incluem hipercromasia, espessamento uniforme da borda nuclear, cromatina com granulação mais grossa, nucléolo 
às vezes proeminente, especialmente nas células endocervicais, e bi ou multinucleação também mais comum nas células endocervicais.
2.1 Microbiologia vaginal
2.1.1 Bactérias
 
 Lactobacillus vaginalis (bacilos de Döderlein) - É um bacilo que representa a flora bacteriana padrão, fisiológica. As enzimas 
do micro-organismo induzem à destruição proteolítica (citólise) das células epiteliais escamosas intermediárias ricas em glicogênio. Este é 
metabolizado com a produção de ácido lático, responsável pelo pH ácido da vagina. O padrão citológico característico da citólise é o aparecimento 
de fragmentos citoplasmáticos e núcleos desnudos. Ocorre predomínio de lactobacilos na fase luteínica do ciclo menstrual, na gravidez e no início 
da menopausa. 
2 CItOlOgIA INflAMAtóRIA
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 Gardnerella vaginalis - Representa um cocobacilo que tem a propriedade de aderir ao citoplasma das células superficiais e intermediárias 
(células-guia). Os micro-organismos são mais facilmente identificadosnas bordas citoplasmáticas. A Gardnerella é frequentemente associada 
a outras bactérias, constituindo o quadro conhecido como vaginose bacteriana. O esfregaço não contém bacilos de Döderlein e há escassez de 
neutrófilos. 
 Cocos - Em 30% dos casos correspondem a estreptococos. Essas bactérias se desenvolvem em pH alcalino. 
 Actinomyces - Esta bactéria é geralmente associada ao uso de DIU, numa frequência aproximada de 10%. No esfregaço, esses micro- 
-organismos se apresentam como estruturas filamentosas, ramificadas em ângulo agudo, basofílicas. Os filamentos se irradiam a partir de um 
centro denso e escuro.
 Leptothrix vaginalis - São bactérias filamentosas encurvadas em forma de S, U ou se apresentam enoveladas. Associam-se a Trichomonas 
em 75% a 80% dos casos. 
2.1.2 Fungos
 O fungo mais comum nas infecções do trato genital inferior é a Candida sp. Este micro-organismo pode se associar ou não a sintomas 
como prurido e corrimento vaginal esbranquiçado, espesso. A Candida aparece nos esfregaços sob a forma de pseudo-hifas (septadas, às vezes 
com ramificação aguda) e esporos redondos ou ovais. As pseudo-hifas muitas vezes se dispõem abaixo de conjuntos de células epiteliais e são 
mais facilmente visualizadas quando se altera o foco do microscópio, exteriorizando-se na extremidade mais frouxa dos agrupamentos celulares. 
É conveniente também examinar as margens do esfregaço, já que podem exibir um certo grau de dessecação e consequentemente resultar no 
aumento artefatual especialmente dos esporos, facilitando a sua identificação. A infecção por Candida sp. é associada geralmente a concentrações 
de neutrófilos e piócitos. Habitualmente há alterações celulares degenerativas (pseudoeosinofilia, halos perinucleares e retração da borda nuclear) 
e reativas (tumefação nuclear). 
 
2.1.3 Trichomonas vaginalis
 Trata-se de um protozoário que aparece nos esfregaços como estruturas redondas ou ovais. O citoplasma geralmente cora cinza-azulado e 
pode conter grânulos vermelho-amarronzados. O núcleo é excêntrico, semitransparente, levemente basofílico, mal definido. É importante visualizar 
o núcleo do parasita para diferenciá-lo principalmente de restos de citoplasma, muco e neutrófilos degenerados. Há alterações significativas nos 
esfregaços em associação com a infecção por Trichomonas vaginalis. Além do exsudato purulento difuso, é comum o encontro de acúmulos de 
neutrófilos se sobrepondo às células epiteliais degeneradas conhecidos como “balas de canhão”. As alterações celulares degenerativas consistem 
em pseudoeosinofilia, halos perinucleares e tumefação nuclear. Pode ocorrer necrose celular representada por cariorrexe e cariólise. 
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2.1.4 Vírus Herpes simplex genitalis
 É um vírus que determina lesões cutâneas e mucosas sob a forma de pápulas ou vesículas que se rompem na sua evolução, com consequente 
desenvolvimento de erosões. Nos esfregaços há características celulares distintas. As alterações ocorrem nas células escamosas parabasais, 
metaplásicas imaturas e endocervicais. Provocam inicialmente citomegalia (aumento da célula como um todo) e cariomegalia (aumento nuclear). 
Depois o núcleo adquire um aspecto fosco, devido a alterações da estrutura cromatínica. A cromatina restante se amolda contra o folheto interno da 
membrana nuclear, determinando o espessamento da borda nuclear. Encontramos também multinucleação com amoldamento nuclear e às vezes 
inclusões intranucleares. O citoplasma das células acometidas é denso, opaco, devido a alterações do citoesqueleto e à necrose por coagulação.
2.2 Cervicite Crônica folicular
 Representa uma condição inflamatória caracterizada pela proliferação de folículos linfoides com centros germinativos no estroma do colo 
uterino. Pode ocorrer em qualquer idade, porém é mais comum em mulheres pós-menopausadas. Aproximadamente metade dos casos é associada 
com infecção por Chlamydia trachomatis. A cervicite folicular é diagnosticada em cerca de 0,5% dos esfregaços cervicais.
 Nas amostras citológicas há linfócitos em diferentes estágios de maturação predominantemente inativados. Esses linfócitos podem apresentar 
ocasionais mitoses. Identificam-se ainda macrófagos de corpos tingíveis (contendo linfócitos degenerados intracitoplasmáticos) e às vezes capilares.
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Alterações Citológicas gerais
Figura 1 - Esfregaço cervico-
vaginal, Papanicolaou, 100x. 
Exsudato purulento (nume-
rosos neutrófi los e piócitos) 
recobrindo as células esca-
mosas. A amostra é insatis-
fatória, já que o objetivo do 
teste é a pesquisa de lesões 
pré-cancerosas, diagnostica-
das através das alterações nas 
células escamosas. Nesses ca-
sos, deve ser registrada a con-
dição infl amatória e se possí-
vel o agente etiológico, com 
a recomendação de tratar a 
infecção e repetir posterior-
mente a colheita citológica. 
Figura 2 - Vacuolização ci-
toplasmática. Esfregaço cer-
vicovaginal, Papanicolaou, 
400x. Célula escamosa pa-
rabasal exibindo múltiplos 
vacúolos citoplasmáticos de 
natureza degenerativa. Este 
tipo de alteração é comum 
nos processos infl amatórios e 
se deve a distúrbios na troca 
de água entre os meios intra e 
extracelular.
Figura 3 - Pseudoeosinofi -
lia citoplasmática. Esfregaço 
cervicovaginal, Papanicolaou, 
400x. Agrupamento de célu-
las escamosas intermediárias 
exibindo pseudoeosinofi lia 
(células que habitualmente 
se coram em azul passam a 
apresentar cor rosa) e tume-
fação nuclear. Alguns núcleos 
mostram nucléolo.
Figura 4 - Anfofi lia citoplas-
mática. Esfregaço cervicova-
ginal, Papanicolaou, 400x. 
Células escamosas exibindo 
anfofi lia (afi nidade pelos co-
rantes ácidos e básicos, re-
sultando na mistura de cores 
azul e rosa) (setas). Há tam-
bém microvacuolização cito-
plasmática (seta dupla), halos 
perinucleares e tumefação 
nuclear.
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3 4
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Figura 5 - “Bala de canhão”. 
Esfregaço cervicovaginal, Pa-
panicolaou, 400x. Acúmulo 
de neutrófi los e piócitos so-
bre uma célula escamosa de-
generada (“bala de canhão”) 
(seta). Acima, uma célula 
escamosa intermediária com 
anfofi lia, coloração heterogê-
nea do citoplasma e binucle-
ação (seta dupla). A cromati-
na é fi namente granular com 
cromocentros (massas esféri-
cas de cromatina). À esquer-
da, célula escamosa com halo 
perinuclear.
Figura 6 - Tumefação nucle-
ar. Esfregaço cervicovaginal, 
Papanicolaou, 400x. Células 
escamosas intermediárias e 
parabasais. Observar a pseu-
doeosinofi lia citoplasmática 
de algumas células (setas). 
Há aumento nuclear difuso. É 
também evidente a leve irre-
gularidade das bordas nucle-
ares devido ao enrugamento 
da membrana nuclear (setas 
duplas). 
Figura 7 - Cariorrexe. Esfre-
gaço cervicovaginal, Papani-
colaou, 400x. Em alguns pro-
cessos infl amatórios intensos 
pode se evidenciar necrose 
celular, nesta fi gura represen-
tada por cariorrexe (fragmen-
tação dos núcleos em múlti-
plos pedaços) (setas). 
Figura 8 - Alterações celu-
lares reativas. Esfregaço cer-
vicovaginal, Papanicolaou, 
400x. Células metaplásicas 
escamosas imaturas com tu-
mefação nuclear, grumos es-
féricos de cromatina (cromo-
centros) e espessamento das 
bordas nucleares. Correspon-
dem a alterações reativas as-
sociadas às vezes a processos 
infl amatórios. 
5 6
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Figura 9 - Vacuolização 
citoplasmática. Esfregaço cer-
vicovaginal, Papanicolaou, 
400x. Células metaplásicas 
escamosas com alterações 
degenerativas. Há frequente 
microvacuolização citoplas-
mática.
Figura 10 - Células 
endocervicais com alterações 
reativas. Esfregaço cervico-
vaginal,Papanicolaou, 400x. 
Observar núcleos volumosos 
com variação do tamanho e 
nucléolos proeminentes.
Figura 11 - Alterações reati-
vas em células endocervicais. 
Esfregaço cervicovaginal, 
Papanicolaou, 400x. Células 
endocervicais multinucleadas 
podem se associar à infl ama-
ção.
11
9 10
12
Figura 12 - Alterações re-
ativas. Amostra cervical, 
citologia de meio líquido, 
Papanicolaou, 400x. Agru-
pamento de células escamo-
sas intermediárias exibindo 
citoplasma mal delimitado, 
às vezes halos perinucleares, 
raramente pseudoeosinofi -
lia, tumefação nuclear, leve 
ondulação da borda nuclear 
(setas), hipocromasia nuclear 
e cromatina fi namente granu-
lar com cromocentros.
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Cervicite Crônica folicular
Figura 13 - Cervicite crônica 
folicular. Esfregaço cervico-
vaginal, Papanicolaou, 100x. 
Esfregaço hemorrágico com 
numerosos linfócitos. Presen-
ça de células escamosas. 
Figura 14 - Cervicite crônica 
folicular. Esfregaço cervico-
vaginal, Papanicolaou, 400x. 
Linfócitos em diferentes es-
tágios de maturação e alguns 
neutrófi los. Os linfócitos 
pequenos apresentam a cro-
matina mais compacta, en-
quanto os linfócitos grandes 
ativados exibem cromatina 
mais aberta. 
Figura 16 - Cervicite crônica 
folicular. Esfregaço cervico-
vaginal, Papanicolaou, 400x. 
Linfócitos em vários estágios 
de maturação. Os linfócitos 
inativados são pequenos (se-
tas pretas) e os grandes (setas 
vermelhas) são os linfócitos 
ativados ou imaturos. Há ma-
crófagos de corpos tingíveis 
(setas verdes). 
Figura 15 - Cervicite crônica 
folicular. Esfregaço cervico-
vaginal, Papanicolaou, 400x. 
Linfócitos predominante-
mente ativados e algumas fi -
guras de mitose (setas). 
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15 16
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Microbiologia vaginal - Bactérias
Figura 17 - Citólise. Esfre-
gaço cervicovaginal, Papa-
nicolaou, 100x. Restos de 
citoplasma e numerosos nú-
cleos desnudos originados 
de células escamosas inter-
mediárias (citólise) devido 
à ação dos lactobacilos. Este 
micro-organismo representa 
a fl ora microbiana padrão em 
pacientes saudáveis. 
Figura 18 - Citólise e 
lactobacilos. Esfregaço cervi-
covaginal, Papanicolaou, 
400x. A citólise é demonstra-
da por restos citoplasmáticos 
e núcleos desnudos de células 
epiteliais escamosas do tipo 
intermediário. Esta condição 
se deve à ação dos lactobacilos 
que metabolizam o glicogênio 
intracitoplasmático em ácido 
lático. Os lactobacilos (bacilos 
de Döderlein) são vistos 
nesta fi gura como bastões 
basofílicos disseminados. 
Figura 19 - Fusobacterium 
sp. Esfregaço cervicovaginal, 
Papanicolaou, 400x. Cor-
respondem a bacilos longos 
e fi nos. Assemelham-se ao 
Leptothrix vaginalis, dife-
renciando-se deste pelo me-
nor tamanho. Fusobacterium 
mostra associação com Can-
dida sp. em aproximadamen-
te 20% dos casos.
Figura 20 - Bacilos difteroi-
des. Esfregaço cervicovaginal, 
Papanicolaou, 400x. Células 
escamosas sobrepostas por 
bacilos formando contas, com 
as extremidades arredon-
dadas (seta), característicos 
dos bacilos difteroides. Estas 
bactérias são gram-positivas 
e aeróbicas, responsáveis por 
infl amações cervicovaginais 
em aproximadamente 1,2% 
dos casos. Não se evidenciam 
bacilos de Döderlein nesta fi -
gura.
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Figura 21 - Bactérias cocoi-
des. Esfregaço cervicovaginal, 
Papanicolaou, 400x. Células 
escamosas intermediárias. 
Bactérias cocoides represen-
tando um arranjo em cadeia 
(seta).
Figura 22 - Flora vaginal 
mista. Esfregaço cervicova-
ginal, Papanicolaou, 400x. 
Bacilos e cocos disseminados 
(fl ora mista).
Figura 23 - Gardnerella 
vaginalis. Esfregaço cer-
vicovaginal, Papanicolaou, 
100x. Células escamosas su-
perfi ciais e intermediárias 
com alterações infl amatórias 
discretas. Observar a con-
centração de bactérias em 
alguns setores (especialmen-
te na vizinhança das bordas 
citoplasmáticas), bastante 
característica da infecção por 
Gardnerella vaginalis. A es-
cassez de neutrófi los também 
é comum nessa infecção.
Figura 24 - Gardnerella va-
ginalis. Esfregaço cervicova-
ginal, Papanicolaou, 400x. O 
“fundo” é rico em cocobacilos 
que se concentram em algu-
mas áreas, conferindo um 
aspecto granular. Observar 
a raridade de leucócitos. No 
centro da fi gura há duas “cé-
lulas-guia” (células escamo-
sas maduras com citoplasma 
grumoso devido à proprieda-
de de aderência da Gardne-
rella vaginalis).
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Figura 25 - Falsa “célula-
-guia”. Amostra cervical, cito-
logia de meio líquido, Papani-
colaou, 400x Célula escamosa 
intermediária com bacilos 
sobrepostos dando a falsa im-
pressão de “célula-guia”.
Figura 28 - Leptothrix 
vaginalis. Esfregaço cervico-
vaginal, Papanicolaou, 400x. 
Há nesta fi gura bactérias 
cocoides e Leptothrix 
vaginalis, além de células 
escamosas. Leptothrix é 
uma bactéria anaeróbica, 
fi lamentosa, enovelada, 
não ramifi cada. Este micro-
-organismo se associa 
frequentemente à infecção 
por Trichomonas vaginalis.
Figura 26 - Actinomyces 
sp. Esfregaço cervicovaginal, 
Papanicolaou, 400x. As 
bactérias são fi lamentosas 
e se irradiam a partir de um 
centro denso, escuro. Há uma 
associação frequente desse 
micro-organismo com o uso 
prolongado de DIU.
27 28
25
Figura 27 - Actinomyces sp. 
Amostra cervical, citologia de 
meio líquido, Papanicolaou, 
400x. Observar as bactérias 
de aspecto fi lamentoso, 
irradiadas a partir de um 
centro escuro, basofílico.
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Figura 29 - Candida sp. 
Esfregaço cervicovaginal, 
Papanicolaou, 400x. Pseudo-
-hifas septadas e esporos 
representando Candida sp. 
ao lado de células escamosas 
maduras. 
Figura 30 - Candida sp. 
Esfregaço cervicovaginal, 
Papanicolaou, 400x. Células 
escamosas intermediárias e 
numerosos esporos. A Candida 
sp. pode atuar como saprófi ta, 
não se evidenciando alterações 
celulares infl amatórias, como 
mostrado nesta fi gura.
Figura 31 - Candida sp. Es-
fregaço cervicovaginal, Pa-
panicolaou, 400x. “Fundo” 
hemorrágico. Os esporos cir-
cundados por cápsula (halo 
claro) podem corresponder a 
Candida glabrata. Esta espé-
cie não forma pseudo-hifas. 
Figura 32 - Aspergillus. 
Esfregaço cervicovaginal, 
Papanicolaou, 400x. O 
Aspergillus é um fungo 
contaminante. Observar que, 
diferentemente da Candida, 
as hifas são ramifi cadas em 
ângulos de 45º e se sobrepõem 
às células escamosas. 
fungos
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Figura 33 - Desenho representando a morfologia do Trichomonas vaginalis
Nos esfregaços cervicais corados pela técnica de Papanicolaou os parasitas são piriformes, 
corando palidamente em cinza-esverdeado ou às vezes em rosa, com limites mal 
definidos. Não observamos os flagelos ou a membrana ondulante. As únicas estruturas 
visíveis são o núcleo excêntrico e às vezes o axostilo, este identificado como uma linha 
tênue cruzando o corpo do protozoário.
Protozoários
33
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axostilo
núcleo
membrana ondulante
corpo parabasal
fragelos anteriores
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Figura 34 - “Fundo” puru-
lento associado à infecção 
por Trichomonas vaginalis. 
Esfregaço cervicovaginal, 
Papanicolaou, 100x. Células 
escamosas com alterações 
infl amatórias permeadas por 
incontáveis neutrófi los e pió-
citos. É comum esse padrão 
citológico na infecçãopor Tri-
chomonas vaginalis.
Figura 35 - “Balas de ca-
nhão”. Esfregaço cervicova-
ginal, Papanicolaou, 400x. 
Acúmulos de neutrófi los e 
piócitos recobrindo células 
epiteliais degeneradas (“balas 
de canhão”). Este padrão de 
concentração de neutrófi los 
é comum na infecção por Tri-
chomonas, embora não seja 
específi co. 
Figura 36 - Trichomonas 
vaginalis. Esfregaço cervico-
vaginal, Papanicolaou, 400x. 
Há vários Trichomonas va-
ginalis com núcleos elípticos 
corados fracamente pela he-
matoxilina. A identifi cação 
dos núcleos do protozoário 
permite a sua diferenciação 
com restos de citoplasma ou 
depósitos de muco. Há ainda 
células escamosas com pseu-
doeosinofi lia, algumas exi-
bindo halos perinucleares. 	
  
Figura 37 - Trichomonas 
vaginalis e Leptothrix vagi-
nalis. Esfregaço cervicova-
ginal, Papanicolaou, 400x. 
Os parasitas são piriformes, 
cianofílicos, com núcleos ex-
cêntricos, semitransparentes 
(setas). As bactérias fi lamen-
tosas, encurvadas, correspon-
dem a Leptothrix vaginalis. 
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Figura 41 - Alterações ci-
topáticas pelo herpes-vírus. 
Esfregaço cervicovaginal, Pa-
panicolaou, 400x. Há mul-
tinucleação, amoldamento 
nuclear e rarefação da croma-
tina. Presença de inclusões 
(setas).
Figura 40 - Alterações ci-
topáticas pelo herpes-vírus. 
Esfregaço cervicovaginal, 
Papanicolaou, 400x. Célu-
las mono e multinucleadas, 
estas últimas com amolda-
mento nuclear. Há rarefação 
da cromatina de diferentes 
gradações. Observar a borda 
nuclear espessa em muitos 
núcleos devido à marginação 
da cromatina.
Figura 38 - Ilustração re-
presentando as alterações ci-
topáticas pelo herpes-vírus. 
Célula gigante multinucleada 
com amoldamento nuclear, 
rarefação da cromatina, es-
pessamento das bordas nu-
cleares e inclusões intranu-
cleares. Há ainda uma célula 
mononucleada e outra binu-
cleada apresentando rarefa-
ção da cromatina na fase ini-
cial da infecção.
vírus
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38
40
Figura 39 - Alterações ci-
topáticas pelo herpes-vírus. 
Esfregaço cervicovaginal, 
Papanicolaou, 100x. Várias 
células gigantes multinuclea-
das. Nesse aumento micros-
cópico a suspeita principal é 
de infecção pelo herpes-vírus. 
Contudo, é fundamental o 
estudo dos núcleos dessas cé-
lulas com a objetiva de maior 
aumento para assegurar essa 
possibilidade. 
39
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Figura 43 - Alterações ci-
topáticas pelo herpes-vírus. 
Esfregaço cervicovaginal, 
Papanicolaou, 400x. Células 
mononucleadas e multinucle-
adas exibindo aumento nu-
clear, rarefação da cromatina 
e inclusões intranucleares.
Figura 42 - Alterações ci-
topáticas pelo herpes-vírus. 
Citologia cérvico vaginal, 
Papanicolaou, 400x. Células 
multinucleadas revelando 
amoldamento nuclear, rare-
fação da cromatina e inclu-
sões intranucleares.
Figura 44 - Alterações ci-
topáticas pelo herpes-vírus. 
Citologia cervicovaginal, Pa-
panicolaou, 1000x. Células 
epiteliais multinucleadas com 
amoldamento nuclear, rare-
fação da cromatina, borda 
nuclear espessada e inclusão 
intranuclear (seta).
42
44
43
Figura 45 - Células endo-
cervicais reativas simulando 
alterações citopáticas pelo 
herpes-vírus. Esfregaço cer-
vicovaginal, Papanicolaou, 
400x. Células endocervicais 
exibindo multinucleação e 
nucléolos. Apesar da seme-
lhança com as alterações ci-
topáticas pelo herpes-vírus, 
não se observa nesta fi gura a 
cromatina rarefeita comum 
na infecção viral.
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3 Alterações Celulares 
Reativas
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3. 1 Reparação
 
 É o processo de renovação celular que ocorre após destruição tecidual por diferentes causas, como processos inflamatórios severos, biópsia, 
cauterização ou radioterapia. As células de reparação envolvem tanto células epiteliais como mesenquimais, dependendo da gravidade da lesão. 
A maioria das células de reparação epiteliais é derivada das glandulares endocervicais, metaplásicas escamosas imaturas e mais raramente de 
origem escamosa. Na fase inicial do processo há uma atividade celular geral aumentada, caracterizada por alterações citoplasmáticas e nucleares. 
Em alguns casos as células no processo de reparação apresentam alterações nucleares significativas, difíceis de diferenciar daquelas associadas 
às neoplasias malignas. Nessa situação, o processo de reparação é chamado atípico e está incluído na categoria atipia de células escamosas de 
significado indeterminado (ASC). Mais informações sobre o tema são apresentadas no capítulo 6.
 
 Características citológicas do processo de reparação:
 
• “Fundo” inflamatório.
• Agrupamentos unidirecionais de células com citoplasma abundante, de coloração variável, delicado, às vezes com prolongamentos, com 
limites geralmente mal definidos. Células isoladas são raras. 
• Núcleos volumosos, redondos ou ovais, únicos ou múltiplos, com bordas regulares.
• Cromatina finamente granular.
• Nucléolo proeminente, único ou múltiplo, redondo a oval.
• Mitoses típicas às vezes.
 Características citológicas do processo de reparação atípica: 
 • Grupos celulares mais desorganizados, às vezes pseudosincícios (polaridade nuclear alterada) e eventuais células isoladas.
 • Núcleos com a anisocariose (variação no tamanho dos núcleos das células que constituem o agrupamento) mais significativa, hipercromasia 
e cromatina com granulação mais grosseira, às vezes irregularmente distribuída.
 • Nucléolo pode ser atípico (múltiplo ou com alteração da forma).
 
3 AltERAçõES CElUlARES REAtIvAS
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50
 Como já referido anteriormente, a reparação deve ser diferenciada das neoplasias malignas, especialmente o carcinoma escamoso não 
queratinizante de grandes células e o adenocarcinoma. 
 Os principais pontos favorecem reparação:
• Ausência de diátese tumoral (ver capítulo 8).
• Células isoladas raras ou ausentes.
• Relação núcleocitoplasmática baixa.
• Bordas nucleares lisas.
 
 Como já comentado anteriormente, a reposição tecidual acontece geralmente através da proliferação concomitante epitelial e mesenquimal. 
Com relação ao tecido conjuntivo, há o desenvolvimento de tecido de granulação que posteriormente resultará em fibrose. Os esfregaços cervicais 
podem conter então não somente células de reparação epiteliais, mas também fibroblastos jovens, reativos, isolados e agrupados, estes provenientes 
do estroma. Eles são reconhecidos pela sua forma alongada, o citoplasma cianofílico e o núcleo único acompanhando a forma da célula, às vezes 
com nucléolo. Também podem se observar capilares na fase inicial do processo.
3.2 Alterações Celulares Associadas ao dispositivo Intrauterino (dIU)
 O uso do DIU em algumas ocasiões se associa a alterações reativas das células endometriais, endocervicais e/ou metaplásicas escamosas. 
Essas alterações envolvendo os núcleos podem ser significativas, simulando às vezes neoplasias malignas, especialmente adenocarcinoma. 
 Nas usuárias do DIU as células endometriais podem descamar em qualquer época do ciclo menstrual. No esfregaço essas células se apresentam 
isoladas ou agrupadas. Podem revelar grandes vacúolos citoplasmáticos, às vezes infiltrados por neutrófilos (leucofagocitose), aumento nuclear 
com leve hipercromasia, alguns adensamentos de cromatina e nucléolo. 
 Quanto às células endocervicais, podem aparecer como células colunares grandes, hipervacuolizadas, às vezes com neutrófilos 
intracitoplasmáticos, núcleos aumentados de volume com variação do tamanho e hipercromasia. 
Atlas de Citopatologia ginecológica
• • • • • • • • • • • • • • • • • • •• • • • • • • • •
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51
3.3 Alterações Celulares Associadas à Radioterapia
 As alterações celulares induzidas pela irradiação aplicada no tratamento de câncer, especialmente do tipo escamoso, podem ser precoces 
ou agudas (persistem até 6 meses após o término do tratamento) e de longa duração ou crônicas, quando as alterações celulares se prolongam por 
muito mais tempo, às vezes durante anos. A seguir, as alterações celulares que podem se associar à radioterapia. 
 
 Alterações citoplasmáticas:
 
 • Vacuolização. 
 • Citomegalia.
 • Policromasia (anfofilia) ou coloração pálida.
 • Sobreposição ou infiltração leucocitária.
 • Bordas citoplasmáticas mal definidas. 
 • Pseudocanibalismo.
 • Projeções citoplasmáticas. 
 • Células gigantes multinucleadas. 
 • Células bizarras com alongamento do citoplasma e do núcleo.
 • Histiócitos mono e multinucleados. 
 Alterações nucleares:
 
 • Aumento nuclear.
 • Anisocariose.
 • Binucleação e/ou multinucleação. 
 • Macronucléolo que pode ser múltiplo.
 • Cariorrexe e cariopicnose. 
 • Associação com processo de reparação.
 É importante registrar que, apesar das alterações nucleares significativas, a relação nucleocitoplasmática geralmente não se apresenta 
alterada. Na fase crônica, podem persistir algumas das manifestações celulares associadas ao efeito precoce da radioterapia, principalmente 
citomegalia, anfofilia e núcleos aumentados de volume com leve hipercromasia. 
3 AltERAçõES CElUlARES REAtIvAS
• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • 
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52
3.4 Alterações Associadas à Deficiência de Ácido Fólico
 A deficiência de ácido fólico é mais comum em mulheres pós-menopausadas, grávidas e nas usuárias de contraceptivos orais. As alterações 
citológicas são às vezes similares àquelas associadas à radioterapia.
 Nos esfregaços citológicos as seguintes características podem ser evidenciadas:
• Macrocitose – aumento citoplasmático e nuclear (cerca de duas vezes o tamanho do núcleo normal), com manutenção da relação 
nucleocitoplasmática.
 • Prega longitudinal e dobramento nuclear.
 • Bi ou multinucleação.
 • Citoplasma pálido, às vezes com anfofilia.
 • Vacuolização citoplasmática.
 • Formas celulares bizarras, às vezes com projeções citoplasmáticas.
 • Neutrófilos com núcleos hipersegmentados (seis ou mais lobos).
Atlas de Citopatologia ginecológica
• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •
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53
Células de Reparação 
Epiteliais - Histologia
Células de Reparação 
Mesenquimais - Histologia
a - Há perda de tecido epitelial e fi broconjuntivo, 
resultante de trauma, infecção, entre outros. Há 
a migração de células infl amatórias, inicialmente 
neutrófi los, depois macrófagos, com o objetivo 
de eliminar células mortas e outros detritos, 
realizando a “limpeza” da área da lesão. 
b - Há neoformação de capilares na área onde 
ocorreu a perda de tecido (área da lesão).
c - As células epiteliais das margens da lesão 
começam a proliferar e a migrar para a área do 
defeito, constituindo inicialmente uma única 
camada de células que apresentam intensa 
atividade metabólica (células de reparação). 
Concomitantemente, fi broblastos também da 
vizinhança proliferam e migram para a área da 
lesão. Essas células mesenquimais são jovens, 
reativas (células de reparação). Ao lado dos 
novos capilares, algumas células infl amatórias 
representam o tecido de granulação.
d - As células epiteliais se multiplicam e se 
diferenciam, reconstituindo o epitélio, que é 
idêntico ao original. Os fi broblastos também 
proliferam e produzem fi bras colágenas 
progressivamente em maior número, ao mesmo 
tempo em que ocorre a regressão dos capilares. 
Finalmente, há a formação de cicatriz (fi brose). 
Células de Reparação
Figura 1 - As Principais Fases do Processo 
de Reparação
a b c
1
d
Epitélio Escamoso Estratifi cado
Lesão Tecidual
Tecido Fibroconjuntivo
Células Infl amatórias e Fibroblastos
Capilares
3 AltERAçõES CElUlARES REAtIvAS
• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • 
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54
Figura 2 - Ilustração representando os tipos de células 
inflamatórias que preenchem inicialmente a área da perda 
de tecido e o desenvolvimento posterior do tecido de 
granulação.
2
Células Inflamatórias
Neutrófilos
Macrófagos
Linfócitos
 Capilares
Fibroblastos
Tecido de 
Granulação
Atlas de Citopatologia ginecológica
• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •
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55
Figura 4 - Células de repa-
ração. Esfregaço cervicova-
ginal, Papanicolaou, 400x. 
Agrupamento em monoca-
mada de células de reparação 
de origem epitelial, revelando 
citoplasma abundante, às ve-
zes bem delimitado, núcleos 
volumosos, redondos, com 
bordas regulares, cromatina 
fi namente granular e nuclé-
olos proeminentes, às vezes 
múltiplos. 
Figura 3 - Células de repara-
ção. Esfregaço cervicovaginal, 
Papanicolaou, 100x. Células 
escamosas e agrupamento em 
monocamada de células de 
reparação de origem epitelial 
à esquerda (seta). Observar o 
citoplasma abundante e mal 
delimitado, núcleos volumo-
sos e nucléolos proeminentes 
característicos. 
Figura 5 - Células de 
reparação. Esfregaço cervico-
vaginal, Papanicolaou, 400x. 
Agrupamento frouxo de 
células de origem epitelial com 
citoplasma abundante, às vezes 
com prolongamentos, núcleos 
volumosos com variação do 
tamanho, redondos ou ovais, 
com bordas lisas, cromatina 
fi namente granular e nucléolos 
proeminentes, ocasionalmente 
múltiplos. A polaridade nuclear 
está mantida, e a relação 
nucleocitoplasmática dentro 
dos limites da normalidade, 
assinalando natureza benigna.
Figura 6 - Células de repa-
ração. Esfregaço cervicova-
ginal, Papanicolaou, 400x. 
Agrupamento discretamente 
desorganizado de células de 
origem epitelial com citoplas-
ma abundante, núcleos volu-
mosos, com bordas regulares, 
exibindo cromatina fi namen-
te granular e nucléolos proe-
minentes. Observar a fi gura 
de mitose (seta).
3 4
5 6
3 AltERAçõES CElUlARES REAtIvAS
• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • 
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56
Figura 9 - Fibroblastos. Es-
fregaço cervicovaginal, Pa-
panicolaou, 400x. Há vários 
fi broblastos com núcleos re-
ativos associados a linfócitos. 
Este quadro citológico é en-
contrado na etapa inicial do 
processo de reconstituição do 
tecido perdido.
tecido de granulação
Figura 7 - Fibroblastos. Es-
fregaço cervicovaginal, Pa-
panicolaou, 100x. Feixes de 
fi broblastos associados a ca-
pilar (seta) durante a reposi-
ção do tecido conjuntivo.
Figura 8 - Fibroblastos rea-
tivos (células de reparação de 
origem mesenquimal). Esfre-
gaço cervicovaginal, Papani-
colaou, 400x. Os núcleos são 
alongados, com bordas regu-
lares, cromatina fi namente 
granular e nucléolos.
	
  
Figura 10 - Fibroblastos. Es-
fregaço cervicovaginal, Papa-
nicolaou, 400x. Fibroblastos 
contendo frequente nucléolo. 
A proliferação dessas células 
indica que ocorreu previa-
mente destruição signifi cati-
va de tecido.
7 8
109
Atlas de Citopatologia ginecológica
• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •
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Células de Reparação Atípicas
Todas as fi guras a seguir correspondem a casos posteriormente confi rmados pela histopatologia ou pela evolução clínica como reparação, excluindo-se, portanto, neoplasia 
maligna.
Figura 11 - Células de re-
paração atípicas. Esfregaço 
cervicovaginal, Papanicolaou, 
400x. Células de origem epi-
telial com núcleos volumosos, 
anisocariose signifi cativa, 
cromatina às vezes grossei-
ramente granular. A relação 
nucleocitoplasmática está le-
vemente aumentada em algu-
mas células.
Figura 12 - Células de re-
paração atípicas. Esfregaço 
cervicovaginal, Papanicolaou, 
400x. Há certa desorganiza-
ção celular no agrupamento. 
Os núcleos são volumosos, 
combordas regulares, 
nucléolos, exibindo padrão 
de cromatina mais grosseiro 
que o habitualmente visto no 
processo de reparação.
Figura 13 - Células de re-
paração atípicas. Esfregaço 
cervicovaginal, Papanicolaou, 
400x. Os núcleos são volu-
mosos, variando de tamanho, 
com cromatina fi na, às ve-
zes de distribuição irregular, 
e nucléolos proeminentes, 
múltiplos. A diferenciação 
com carcinoma escamoso é 
difícil.
Figura 14 - Células de re-
paração atípicas. Esfregaço 
cervicovaginal, Papanicola-
ou, 400x. Células de origem 
epitelial exibindo citoplasma 
abundante, mal delimitado, 
núcleos volumosos com va-
riação do tamanho, cromati-
na às vezes de distribuição ir-
regular, nucléolos múltiplos, 
ocasionalmente de forma 
anormal. Mitose (seta). 
11 12
1413
3 AltERAçõES CElUlARES REAtIvAS
• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • 
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58
Alterações Celulares Associadas ao dIU
Figura 15 - Alterações ce-
lulares pelo efeito do DIU. 
Esfregaço cervicovaginal, 
Papanicolaou, 400x. Célu-
las glandulares endometriais 
com grandes vacúolos cito-
plasmáticos, núcleos volu-
mosos rechaçados para a pe-
riferia com hipercromasia e 
cromatina borrada.
Figura 16 - Alterações ce-
lulares pelo efeito do DIU. 
Esfregaço cervicovaginal, Pa-
panicolaou, 400x. Conjunto 
papilar representado por cé-
lulas endometriais às vezes 
com vacúolos intracitoplas-
máticos, núcleos excêntricos, 
volumosos, com bordas lisas, 
cromatina fi namente granu-
lar e, raramente, pequenos 
nucléolos. 
Figura 17 - Alterações ce-
lulares pelo efeito do DIU. 
Esfregaço cervicovaginal, 
Papanicolaou, 400x. Células 
glandulares endometriais le-
vemente degeneradas devido 
à dessecação. Há frequentes 
vacúolos citoplasmáticos em-
purrando os núcleos para a 
periferia, resultando na apa-
rência de células em “anel de 
sinete”. A diferenciação cito-
lógica com adenocarcinoma é 
extremamente difícil.
17
15 16
Atlas de Citopatologia ginecológica
• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •
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59
Alterações Celulares Associadas à Radioterapia
Figura 18 - Quadro ilustrativo das principais alterações citológicas 
associadas à radioterapia
a - Citomegalia.
b - Vacuolização citoplasmática. 
c - Infi ltração neutrofílica e anfofi lia 
citoplasmática.
d - Célula pleomórfi ca com infi l-
tração neutrofílica.
e - Célula pleomórfi ca com 
colora-ção citoplasmática bifásica 
(policromasia/anfofi lia) e multinu-
cleação.
f - Pseudocanibalismo.
g - Células de reparação.
h - Histiócito multinucleado.
i - Célula com citomegalia e núcleos 
de forma anormal, volumosos, com 
cromatina de aspecto borrado.
a b c
fe
ihg
d
Figura 20 - Alterações pós- 
-irradiação. Esfregaço cer-
vicovaginal, Papanicolaou, 
400x. Célula escamosa ne-
crótica, com citoplasma anfo-
fílico e infi ltração neutrofílica 
(seta).
Figura 19 - Alterações pós- 
-irradiação. Esfregaço cer-
vicovaginal, Papanicolaou, 
400x. Há proeminente va-
cuolização citoplasmática e 
o núcleo é degenerado. Esta 
alteração é particularmente 
vista na fase inicial, seguindo 
a radioterapia.
18 19
20
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• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • 
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60
Figura 22 - Alterações pós- 
-irradiação. Esfregaço cer-
vicovaginal, Papanicolaou, 
400x. Célula pleomórfi ca, 
alongada, com infi ltração 
neutrofílica.
Figura 21 - Alterações pós- 
-irradiação. Esfregaço cer-
vicovaginal, Papanicolaou, 
400x. Histiócito multinuclea-
do. Essas células são comuns. 
Nesta fi gura, observar a regu-
laridade do tamanho dos nú-
cleos e a cromatina fi namente 
granular. 
Figura 23 - Alterações pós- 
-irradiação. Esfregaço cer-
vicovaginal, Papanicolaou, 
400x. Célula gigante pleo-
mórfi ca com policromasia 
(coloração bifásica, com duas 
cores distintas) citoplasmáti-
ca, núcleos volumosos, múlti-
plos, e nucléolos.
Figura 24 - Alterações pós- 
-irradiação. Esfregaço cer-
vicovaginal, Papanicolaou, 
400x. Célula gigante bizarra 
com núcleo de forma anor-
mal e cromatina condensada. 
A paciente concluiu recente-
mente radioterapia por ade-
nocarcinoma de endométrio. 
21
23 24
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Atlas de Citopatologia ginecológica
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Alterações Celulares Associadas à Defi ciência de Ácido Fólico - Vitamina B12
Figura 25 - Ilustração demonstrando algumas das alterações celulares 
associadas à defi ciência de ácido fólico
a - Citomegalia.
b - Binucleação.
c - Multinucleação.
d - Aumento nuclear.
e - Núcleo dobrado.
f - Prega nuclear.
e
e
a
b
c
c d
f
25
Figura 26 - Alterações as-
sociadas à defi ciência de 
ácido fólico/vitamina B12. 
Esfregaço cervicovaginal, Pa-
panicolaou, 100x. Citomega-
lia (seta).
Figura 27 - Alterações 
associadas à defi ciência de 
ácido fólico/vitamina B12. 
Esfregaço cervicovaginal, 
Papanicolaou, 400x. Citome-
galia. A célula mostra forma 
anômala e há anfofi lia. 
Observar o núcleo dobrado. 
26
27
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Figura 29 - Alterações asso-
ciadas à defi ciência de ácido 
fólico/vitamina B12. Esfrega-
ço cervicovaginal, Papanico-
laou, 400x. Citomegalia. Ob-
servar o núcleo dobrado.
Figura 28 - Alterações as-
sociadas à defi ciência de 
ácido fólico/vitamina B12. 
Esfregaço cervicovaginal, Pa-
panicolaou, 400x. Citomega-
lia. Os núcleos são volumosos 
e exibem prega longitudinal. 
A borda nuclear é lisa, e a cro-
matina é fi namente granular. 
Não há alteração da relação 
nucleocitoplasmática.
28 29
Atlas de Citopatologia ginecológica
• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •
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4 Alterações Celulares 
Queratóticas
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4.1 Hiperqueratose e Paraqueratose 
 O epitélio escamoso que reveste a ectocérvice e a vagina, além de responder aos estímulos hormonais durante toda a vida da mulher, pode 
ser alvo de estímulos externos, resultando em várias alterações morfológicas benignas. Essas alterações epiteliais podem ser classificadas como 
destrutivas (ou degenerativas), principalmente associadas à inflamação, reparativas e protetoras. Dentre as reações protetoras estão as alterações 
celulares queratóticas, que são representadas pela hiperqueratose e a paraqueratose.
 O epitélio escamoso da ectocérvice e da vagina é do tipo não queratinizado, não exibindo as camadas granular e córnea. Em certas condições, 
contudo, especialmente devido à irritação crônica, como no prolapso uterino ou após inflamação e traumatismos, o epitélio sofre hipermaturação 
com o aparecimento de uma camada de células granulares e queratinização sobrejacente (estrato córneo). É o que se chama de hiperqueratose. Nos 
esfregaços, a hiperqueratose é representada por escamas anucleadas em número variável. Elas são intensamente eosinofílicas ou orangeofílicas, às 
vezes exibindo uma área clara em substituição ao núcleo perdido, os chamados núcleos fantasmas.
 A paraqueratose consiste em queratinização anormal, com persistência dos núcleos no estrato córneo do epitélio escamoso estratificado. 
Corresponde a múltiplas camadas de células escamosas superficiais em miniatura queratinizadas com núcleos picnóticos. Pode acompanhar a 
hiperqueratose. É associada a lesões benignas, mas também ocorre nas lesões pré-cancerosas. Nas amostras citológicas aparece como células em 
miniatura poligonais, arredondadas ou alongadas, com citoplasma denso corado em laranja ou vermelho e núcleos picnóticos. Elas se mostram 
isoladas ou dispostas em pequenos conjuntos alongados ou concêntricos (pérolas). 
4.2 Pseudoparaqueratose
 A pseudoparaqueratose é referida como células orangeofílicas pequenas com núcleos picnóticos que aparecem em certas condições, como na 
atrofia,e para alguns autores associada à hiperplasia microglandular endocervical. O citoplasma orangeofílico das células não se deve à produção 
de queratina, mas decorre de um fenômeno degenerativo (necrose coagulativa). Na hiperplasia microglandular endocervical relacionada ao uso de 
contraceptivos orais de longa duração, as células pseudoparaqueratóticas nos esfregaços são arredondadas ou colunares e aparecem geralmente 
na segunda metade de ciclo menstrual, em arranjos lineares, comumente imersas no muco cervical. Em vez do citoplasma homogêneo das células 
paraqueratóticas, exibem citoplasma granular ou vacuolizado. Alguns autores acreditam que essas células provavelmente representam células 
colunares endocervicais degeneradas. 
4 AltERAçõES CElUlARES QUERAtótICAS
• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • 
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66
Hiperqueratose
Figura 1a - Prolapso do colo 
uterino. Histopatológico, HE, 
100x. Hiperceratose do epi-
télio ectocervical (seta). Mi-
crofotografi a cedida por Dra. 
Liliana Andrade, Unicamp.
Figura 1b - Detalhe da foto 
anterior. Histopatológico, 
HE, 400x. Hiperceratose 
(camada córnea sem núcleos) 
com presença de camada gra-
nulosa (setas) onde as células 
exibem grânulos de querato-
-hialina. Microfotografi a ce-
dida por Dra. Liliana Andra-
de, Unicamp.
1a 1b 
Figura 2 - Acentuada hi-
perqueratose da ectocérvice. 
Histopatológico, HE, 100x. 
A hiperqueratose é represen-
tada por escamas anucleadas 
(seta). Microfotografi a cedi-
da por Dra. Liliana Andrade, 
Unicamp.
2
Atlas de Citopatologia ginecológica
• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •
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67
Figura 3 - Hiperquerato-se. 
Amostra cervical, citologia de 
meio líquido, Papanicolaou, 
100x. Células escamosas su-
perfi ciais e intermediárias ao 
lado de escamas anucleadas 
(seta)
Figura 4 - Hiperqueratose. 
Amostra cervical, citologia de 
meio líquido, Papanicolaou, 
400x. Células escamosas ma-
duras e escamas anucleadas. 
Observar a coloração ala-
ranjada das células e alguns 
núcleos fantasmas (setas). O 
encontro das escamas anucle-
adas é referido como hiper-
queratose, ou hiperceratose.
Figura 5 - Hiperqueratose. 
Amostra cervical, citologia de 
meio líquido, Papanicolaou, 
400x. Correspondem a esca-
mas anucleadas. Observar a 
sombra dos núcleos que desa-
pareceram (setas). 
Figura 6 - Escamas anucle-
adas, provavelmente conta-
minantes. Esfregaço cervico-
vaginal, Papanicolaou, 100x. 
Quando as escamas anucle-
adas coram palidamente, 
como neste caso, podem re-
presentar produto de conta-
minação da pele dos dedos 
ao manusear a lâmina no mo-
mento da colheita da amostra 
ou da confecção do esfregaço.
65
3 4
4 AltERAçõES CElUlARES QUERAtótICAS
• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • 
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68
	
  
	
  
Figura 7 - Paraqueratose
a - Mucosa ectocervical com paraceratose e hiperquera-
tose. Histopatológico, HE, 100x. 
b - Mucosa cervical com hiperqueratose e paraqueratose. 
Histopatológico, HE, 400x. A paraqueratose é 
representada por células escamosas em miniatura 
queratinizadas com núcleos picnóticos. Recobrindo 
essas células há estrato córneo (seta). 
c - Paraqueratose e hiperqueratose. Histopatológico, 
HE, 400x. Células queratinizadas com núcleos 
picnóticos na superfície do epitélio escamoso 
representando paraqueratose, recobertas por camada 
córnea (seta). *Microfotografi as cedidas por Dra. 
Liliana Andrade, Unicamp.
	
  
7
a b c
Paraqueratose
Figura 8 - Células paraque-
ratóticas. Esfregaço cervico-
vaginal, Papanicolaou, 400x. 
Pequeno conjunto de células 
escamosas em miniatura, 
poligonais, com citoplasma 
denso, orangeofílico devido à 
queratinização e núcleos típi-
cos. 
Figura 9 - Paraqueratose. 
Esfregaço cervicovaginal, 
Papanicolaou, 400x. Vários 
arranjos concêntricos de cé-
lulas escamosas pequenas 
poligonais ou arredondadas, 
com citoplasma denso, oran-
geofílico (queratinizado). 
Esses arranjos celulares são 
conhecidos como pérolas cór-
neas benignas.
8 9
Atlas de Citopatologia ginecológica
• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •
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69
Figura 12 - Arranjo concên-
trico de células paraquera-
tóticas. Esfregaço cervicova-
ginal, Papanicolaou, 400x. 
Observar o pequeno tamanho 
das células, o citoplasma den-
so, eosinofílico, e os núcleos 
picnóticos. 
Figura 11 - Células para-
queratóticas. Esfregaço cer-
vicovaginal, Papanicolaou, 
400x. Conjunto de células em 
miniatura, poligonais, com 
citoplasma denso, eosinofíli-
co e núcleos com cromatina 
condensada (picnose). Estas 
células podem se associar a 
processos infl amatórios. 
	
  
Figura 10 - Células paraque-
ratóticas. Esfregaço cervico-
vaginal, Papanicolaou, 400x. 
Arranjo concêntrico de célu-
las pequenas, queratinizadas 
com núcleos pictóticos, sem 
atipias (pérola córnea benig-
na).
10 11
12
4 AltERAçõES CElUlARES QUERAtótICAS
• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • 
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Pseudoparaqueratose
Figura 13 - Pseudopara-
queratose associada à atro-
fi a. Esfregaço cervicovaginal, 
Papanicolaou, 400x. Ocorre 
devido a fenômenos degene-
rativos, e não pela produção 
de queratina. Observar os 
núcleos retraídos, enrugados 
(seta), com cromatina con-
densada.
Figura 14 - Pseudoparaque-
ratose associada à atrofi a. Es-
fregaço cervicovaginal, Papa-
nicolaou, 400x. Várias células 
pequenas, arredondadas, com 
citoplasma denso, orangeofí-
lico e núcleos revelando alte-
rações degenerativas (setas). 
Estas células podem simular 
paraqueratose. Observar o 
grande número de células pa-
rabasais na fi gura, compatível 
com esfregaço atrófi co. 
Figura 15 - Pseudoparaque-
ratose. Esfregaço cervicova-
ginal, Papanicolaou, 100x. 
Numerosas células pequenas, 
arredondadas, com citoplas-
ma eosinofílico, em arranjos 
lineares. Pseudoparaquera-
tose atribuída à hiperplasia 
microglandular endocervical. 
Figura 16 - Pseudoparaque-
ratose. Esfregaço cervicova-
ginal, Papanicolaou, 400x. 
Estas células, diferentemente 
das células paraqueratóticas, 
são arredondadas, apresen-
tam citoplasma vacuolizado 
ou granular, às vezes anfo-
fílico, e núcleos excêntricos. 
Este padrão citológico é rela-
cionado à hiperplasia micro-
glandular endocervical.
13 14
1615
Atlas de Citopatologia ginecológica
• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •
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Figura 17 - Pseudoparaque-
ratose. Esfregaço cervicovagi-
nal, Papanicolaou, 400x. Há 
nesta fi gura vários histiócitos 
ao lado de células pequenas, 
arredondadas, com intensa 
eosinofi lia e núcleos excêntri-
cos, correspondendo à pseu-
doparaqueratose.
Figura 18 - Pseudoparaque-
ratose. Esfregaço cervicova-
ginal, Papanicolaou, 400x. 
Numerosas células pseudopa-
raqueratóticas provavelmen-
te associadas à hiperplasia 
microglandular endocervical. 
Às vezes exibem vacuolização 
e anfofi lia citoplasmática. Os 
núcleos são excêntricos com 
contornos regulares. Estas 
células se encontram imersas 
em muco.
Figura 19 - Pseudoparaque-
ratose. Esfregaço cervicovagi-
nal, Papanicolaou, 400x. Cé-
lulas escamosas maduras ao 
lado de células arredondadas, 
pequenas, com citoplasma às 
vezes vacuolizado e núcleos 
excêntricos. Acredita-se que 
estas células sejam de origem 
endocervical com alterações 
degenerativas (coagulação de 
proteínas citoplasmáticas), re-
sultando na cor avermelhada 
do citoplasma, simulando cé-
lulas paraqueratóticas.
Figura 20 - Pseudoparaque-
ratose. Esfregaço cervicova-
ginal, Papanicolaou, 400x. 
Algumas das células pseudo-
paraqueratóticas são coluna-
res (seta). Presença também 
de histiócitos.
2019
17 18
4 AltERAçõES CElUlARES QUERAtótICAS
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5 Atrofia
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75
 A atrofia do epitélio escamoso da ectocérvice e da vagina é decorrente da deficiência estrogênica. Assim, não há o amadurecimento das células 
escamosas, e o epitélio se restringe às camadas de células basais e parabasais. Nos esfregaços, há predomínio de células parabasais, muitas vezes 
com alterações degenerativas, devido à frequente dessecação associada à escassez de muco endocervical. Ainda podem ocorrer alterações reativas, 
especialmente nos processos inflamatórios. Os esfregaços atróficos são relacionados também a um maior percentual de resultados insatisfatórios, 
devido à baixa celularidade das amostras. O padrão citológico atrófico é visto na infância, na pós-menopausa, no pós-parto, na pós-ooforectomia, 
na pós-irradiação e devido à ação de alguns medicamentos. 
 Na pós-menopausa os seguintes padrões citológicos podem ser encontrados:
• Padrão de células intermediárias: padrão não cíclico de células intermediárias. Ocorre geralmente na perimenopausa e no início da 
menopausa.
• Padrão de células parabasais cianofílicas (padrão atrófico típico), visto em qualquer fase da menopausa.
• Padrão de células parabasais eosinofílico: onde há frequente pseudoparaqueratose. É associado habitualmente aos estágios avançados da 
menopausa.
 
 É importante ressaltar que muitas vezes o padrão citológico não tem relação com o tempo de menopausa. Por outro lado, não é obrigatório 
o desenvolvimento do padrão de atrofia acentuada. 
 As seguintes características são relacionadas aos esfregaços citológicos na atrofia:
• Células parabasais isoladas e dispostas em sincícios, lembrando células endocervicais.
• Núcleos redondos ou ovais com cromatina finamente granular ou borrada.
• Núcleos desnudos.
• Glóbulos azuis: condensações de material basofílico que podem corresponder a muco espesso ou a células parabasais degeneradas.
• Células parabasais degeneradas aumentadas de volume com citoplasma vacuolizado, picnose e cariorrexe.
• Pseudoparaqueratose: células orangiofílicas devido à necrose coagulativa.
• Células de configuração anormal.
• Histiócitos multinucleados.
• “Fundo” granular com escassa flora bacteriana.
5 AtROfIA
• • • • • • • • •
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76
Figura 1 - Atrofi a. Esfregaço 
cervicovaginal, Papanicolaou, 
100x. Células parabasais iso-
ladas e distribuídas em agru-
pamentos pseudossinciciais. 
Os limites citoplasmáticos 
são indistintos nas células 
agrupadas.
Figura 2 - Atrofi a. Esfregaço 
cervicovaginal, Papanicolaou, 
100x. Agrupamento pseudos-
sincicial de células paraba-
sais. Os limites citoplasmá-
ticos são mal defi nidos. Esse 
tipo de conjunto celular pode 
ser confundido com aqueles 
encontrados no carcinoma 
in situ. Contudo, as bordas 
nucleares lisas auxiliam na 
caracterização dessas células 
como benignas. 
Figura 3 - Atrofi a. Esfregaço 
cervicovaginal, Papanicolaou, 
400x. Células parabasais em 
agrupamento pseudossinci-
cial. Os limites citoplasmáti-
cos são mal defi nidos. Apesar 
da sobreposição nuclear, há 
disposição unidirecional dos 
núcleos. Estes são alongados, 
aumentados de volume. As 
bordas nucleares são lisas, 
com cromatina fi namente 
granular. As células na mar-
gem do conjunto mostram ci-
toplasma mais bem defi nido.
Figura 4 - Atrofi a. Esfregaço 
cervicovaginal, Papanicola-
ou, 400x. Células parabasais 
agrupadas em arranjo pseu-
dossincicial. Observar os li-
mites citoplasmáticos mal 
defi nidos, os núcleos volu-
mosos, tendendo a ovalados, 
com bordas lisas e cromatina 
fi namente granular. 
1 2
43
Atlas de Citopatologia ginecológica
• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •
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77
Figura 5 - Atrofi a. Esfregaço 
cervicovaginal, Papanicolaou, 
400x. Agrupamento de cé-
lulas parabasais lembrando 
células glandulares endocer-
vicais. Às vezes não é fácil 
distinguir esses dois tipos ce-
lulares na atrofi a.
Figura 6 - Atrofi a. Esfregaço 
cervicovaginal, Papanicolaou, 
100x. Vários agrupamentos 
pseudossinciciais de células 
parabasais e frequentes nú-
cleos desnudos (setas). Há 
discreta alteração da polari-
dade nuclear em alguns con-
juntos (setas vermelhas).
Figura 7 - Atrofi a. Esfregaço 
cervicovaginal, Papanicolaou, 
400x. Agrupamento pseu-
dossincicial de células para-
basais. Observar os limites 
citoplasmáticos indistintos e 
os núcleos volumosos, alon-
gados, com cromatina fi na-
mente granular. As bordas 
nucleares são lisas, e a polari-
dade nuclear está conservada 
(núcleos com disposição uni-
direcional).
Figura 8 - Atrofi a. Esfregaço 
cervicovaginal, Papanicolaou, 
400x. Vários núcleos desnu-
dos de células parabasais. De-
vido à fragilidade do citoplas-
ma das células, ocorre a sua 
destruição durante a confec-
ção do esfregaço. Este padrão 
é conhecido como autolítico.
6
87
5
5 AtROfIA
• • • • • • • • •
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Figura 9 - Atrofi a. Esfregaço 
cervicovaginal, Papanicola-
ou, 100x. Células escamosas 
parabasais isoladas revelan-
do alterações infl amatórias. 
Corresponde à vaginite atró-
fi ca e é geralmente associada 
à atrofi a avançada.
Figura 10 - Atrofi a. Esfregaço 
cervicovaginal, Papanicolaou, 
400x. “Fundo” granular, não 
sendo possível a identifi cação 
da fl ora vaginal. Há frequente 
pseudoparaqueratose (setas), 
comum na vaginite atrófi ca. 
Há fi lamentos basofílicos, 
resultantes da lise nuclear 
(seta vermelha).
Figura 11 - Vaginite atrófi -
ca. Esfregaço cervicovaginal, 
Papanicolaou, 400x. Célu-
las parabasais isoladas com 
pseudoeosinofi lia e tumefa-
ção nuclear. Presença de cé-
lulas pseudoparaqueratóticas 
(seta). Há vários neutrófi los e 
piócitos.
Figura 12 - Atrofi a. Amostra 
cervicovaginal, citologia de 
meio líquido, Papanicolaou, 
400x. Células escamosas pa-
rabasais contendo glicogênio 
citoplasmático (observar a 
cor acastanhada do citoplas-
ma, especialmente na sua 
porção mais central). Este 
padrão é raramente visto nos 
esfregaços atrófi cos e é referi-
do como atrofi a androgênica.
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Atlas de Citopatologia ginecológica
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Figura 13 - Atrofi a. Esfre-
gaço cervicovaginal, Papa-
nicolaou, 400x. Histiócitos 
mono e multinucleados. 
Estas células são comuns 
na atrofi a, e a sua presença 
não tem causa determinada. 
Figura 14 - Atrofi a. Esfrega-
ço cervicovaginal, Papanico-
laou, 400x. “Fundo” granular 
lembrando diátese tumoral 
(ver capítulo 8). Célula pleo-
mórfi ca orangeofílica (devido 
à coagulação das proteínas 
citoplasmáticas) com carior-
rexe (seta), podendo simular 
uma célula displásica ou ma-
ligna.
Figura 15 - Atrofi a. Esfre-
gaço cervicovaginal, Papani-
colaou, 400x. Células alon-
gadas podem ser vistas em 
alguns esfregaços atrófi cos e 
se assemelham às células em 
fi bra do carcinoma escamoso. 
É importante observar nesta 
fi gura a ausência de anorma-
lidades nucleares.
Figura 16 - Atrofi a. Esfre-
gaço cervicovaginal, Papa-
nicolaou, 400x. Ao lado de 
células parabasais arredon-
dadas, outras alongadas com 
núcleos sem anormalidades 
(setas). Quando essas células 
são numerosas, devem ser 
interpretadas com cuidado. 
É necessário terapêutica es-
trogênica de curta duração 
com repetição do exame ci-
tológico para excluir com se-
gurança lesão signifi cativa.
13
15 16
14
5 AtROfIA
• • • • • • • • •
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Figura 17 - Atrofi a. Esfrega-
ço cervicovaginal, Papanico-
laou, 400x. “Fundo” granular. 
Células pseudoparaqueratóti-
cas. Estrutura basofílica de 
natureza incerta, podendo 
corresponder a condensação 
de muco ou a célula parabasal 
degenerada. Essa estrutura é 
conhecida como glóbulo azul 
(seta).
Figura 18 - Atrofi a. Glóbu-
los azuis (setas). Esfregaço 
cervicovaginal, Papanicolaou, 
400x. A principal difi culda-
de considerando os glóbulos 
azuis é a sua diferenciaçãocom núcleos desnudos anor-
mais de células displásicas ou 
malignas. Observar que nos 
glóbulos azuis não se identi-
fi ca estrutura de cromatina, 
uma característica nuclear. 
17 18
Atlas de Citopatologia ginecológica
• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •
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6 Atipia de Células Escamosas de 
Significado Indeterminado
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83
 A categoria “atipia de células escamosas de significado indeterminado” (ASCUS) foi introduzida em 1988 pelo Sistema Bethesda de 
nomenclatura diagnóstica em citopatologia ginecológica. O objetivo da criação dessa nova terminologia foi estabelecer e padronizar os critérios 
citomorfológicos nas condições associadas a anormalidades nucleares em células escamosas, que ultrapassam em intensidade aquelas atribuídas aos 
processos reativos, mas não preenchem todos os critérios associados às displasias. Com a implantação dessa categoria diagnóstica, terminologias 
ultrapassadas e confusas foram eliminadas, facilitando a comunicação entre os laboratórios e os clínicos. 
 Em 2001 a categoria ASCUS passou a se chamar “atipia de células escamosas” (ASC). Nesta última versão do sistema Bethesda, ASC 
representa alterações citológicas sugestivas de lesão intraepitelial escamosa, mas que, quantitativa ou qualitativamente, são insuficientes para o seu 
diagnóstico definitivo. A frequência da categoria ASC não deve ultrapassar 5% do total de exames em laboratórios de citopatologia, exceto naqueles 
centros de referência para pacientes com lesões do colo uterino. É estabelecido ainda que o número de casos de ASC não deve exceder duas a três 
vezes aquele das lesões intraepiteliais escamosas em um serviço de citopatologia. 
 A atipia de células escamosas inclui dois subgrupos:
 • Atipia de células escamosas de significado indeterminado (ASC-US), correspondendo a maioria dos casos.
 • Atipia de células escamosas, não sendo possível excluir lesão intraepitelial escamosa de alto grau (ASC-H).
 
 Do ponto de vista clínico, é importante a diferenciação entre ASC-US e ASC-H, uma vez que apresentam diferentes riscos de associação com 
lesão intraepitelial escamosa e as pacientes serão submetidas a condutas diversas. A subcategoria ASC-US se associa à lesão intraepitelial escamosa 
em aproximadamente 10% dos casos, enquanto que no ASC-H essa associação pode chegar a 42%, com percentual significativo de lesões de alto 
grau.
6.1 ASC-US
 
 Compreende as alterações citológicas sugestivas mas não definitivas para o diagnóstico de lesão intraepitelial escamosa de baixo grau.
 Critérios Citomorfológicos:
 • Células escamosas maduras superficiais ou intermediárias comprometidas.
 • Aumento nuclear (2,5 a 3 vezes o tamanho do núcleo de uma célula intermediária normal).
 • Normocromasia ou leve hipercromasia nuclear.
 • Borda nuclear lisa ou discretamente irregular.
6 AtIPIA dE CélUlAS ESCAMOSAS dE SIgNIfICAdO INdEtERMINAdO
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 • Cromatina finamente granular uniformemente distribuída ou cromatina compacta.
 • Ausência de alterações citopáticas definitivas pelo HPV.
 
 Condições Que Podem Simular ASC-US:
• Alterações reativas - as alterações nucleares são difusas e geralmente associadas a fenômenos degenerativos (pseudoeosinofilia, vacuolização 
citoplasmática, halos perinucleares, entre outros).
 • Deficiência de ácido fólico/vitamina B12 (citomegalia, discreto aumento do volume nuclear, núcleos dobrados).
• Lesão intraepitelial escamosa de baixo grau (alterações nucleares mais significativas, núcleos das células intermediárias 3 vezes maiores que 
aqueles das células intermediárias normais, irregularidades das bordas nucleares e hipercromasia mais acentuada que aquelas relacionadas 
a ASC-US).
6.2 ASC-H
 
 Compreende as alterações citológicas sugestivas mas não definitivas para o diagnóstico de lesão intraepitelial escamosa de alto grau. 
Anteriormente, a maioria destes casos era conhecida como metaplasia escamosa imatura atípica. Correspondem a aproximadamente 5%-10% dos 
casos da categoria geral ASC.
 Critérios Citomorfológicos: 
 • Aumento nuclear (1,5-2 vezes o tamanho do núcleo de uma célula metaplásica normal).
 • Aumento da relação nucleocitoplasmática (maior que na célula metaplásica escamosa normal).
 • Leve hipercromasia nuclear.
 • Leve irregularidade nuclear.
 • Cromatina finamente granular uniformemente distribuída ou condensada.
 Condições Que Podem Simular ASC-H:
 • Metaplasia escamosa imatura.
 • Células de reserva.
 • Lesão intraepitelial escamosa de alto grau.
 • Carcinoma. 
 
Atlas de Citopatologia ginecológica
• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •
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85
 Há outras anormalidades incluídas na categoria de células escamosas atípicas de significado indeterminado. São elas: 
6.3 Reparo Atípico
 
 As células envolvidas são de origem mal definida (metaplásicas escamosas ou glandulares) e apresentam alterações que excedem aquelas 
relacionadas ao processo de reparação padrão. 
 Características:
 • Variação significativa do tamanho nuclear.
 • Cromatina de distribuição irregular ou grosseiramente granular.
 • Nucléolo às vezes múltiplo variando de tamanho e forma.
 • Tendência à dissociação celular.
 • Discreta perda da polaridade nuclear, com sobreposição celular.
 De acordo com o Sistema Bethesda (2001), a reparação atípica pode ser subclassificada como ASC-US ou ASC-H, dependendo da intensidade 
das alterações nucleares. Na verdade é difícil o enquadramento dessa condição até mesmo como atipia de células escamosas de significado 
indeterminado, já que nem sempre é possível determinar a origem, escamosa ou glandular, das células envolvidas. Por outro lado, na reparação 
atípica a dificuldade de diferenciação não é com lesão intraepitelial escamosa de baixo grau ou lesão intraepitelial escamosa de alto grau, como 
ocorre em relação ao ASC-US e ASC-H, respectivamente. Na reparação atípica a diferenciação citológica deve ser feita especialmente com carcinoma 
escamoso de grandes células não queratinizante e adenocarcinoma. 
 Diante dessas considerações parece pouco esclarecedor aplicar a terminologia ASC-US ou ASC-H ao reparo atípico. Esses casos poderiam 
ser classificados apenas como reparação atípica, incluindo-se um comentário adicional assinalando a dificuldade no diagnóstico diferencial com 
neoplasias malignas. Uma orientação deve ser dada no sentido de se realizar exame colposcópico e biópsia, caso seja identificada lesão significativa. 
Quando não se encontram anormalidades colposcópicas, é indicado repetição do exame citológico dentro de 3 meses para acompanhar a evolução 
do processo.
 
 Condições Que Podem Simular Reparação Atípica:
 • Carcinoma escamoso não queratinizante de grandes células.
 • Adenocarcinoma endocervical.
 • Reparação.
6 AtIPIA dE CélUlAS ESCAMOSAS dE SIgNIfICAdO INdEtERMINAdO
• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • 
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86
6.4 Células Paraqueratóticas Atípicas
 
 Representam células escamosas queratinizadas em miniatura, com citoplasma denso, habitualmente orangeofílico, com pleomorfismo (formas 
caudadas ou alongadas) e/ou exibindo aumento ou hipercromasia nuclear. As células paraqueratóticas atípicas são consideradas por alguns autores 
como pequenos disqueratócitos. Às vezes células escamosas anormalmente queratinizadas são do tamanho-padrão e revelam aumento nuclear, 
hipercromasia, cromatina condensada e leves irregularidades da borda nuclear. Neste último caso, essas células (disqueratócitos), dependendo da 
intensidade das alterações nucleares, podem representar ASC-US ou lesão intraepitelial escamosa. 
 Condição Que Pode Simular Paraqueratose Atípica:
 • Pseudoparaqueratose associadaa alterações degenerativas. Ocorre principalmente nos esfregaços atróficos. 
6.5 Atipia de Células Escamosas Associadas à Atrofia
 
 Representam células com aumento nuclear no mínimo 2 vezes o tamanho de um núcleo normal, com hipercromasia nuclear, irregularidades 
do contorno ou distribuição da cromatina ou marcado pleomorfismo na forma de células em raquete ou fusiformes. Parece que a hipercromasia e 
a irregularidade da borda nuclear representam as alterações de maior risco para o diagnóstico de lesão subsequente. 
 Essa condição é diagnosticada como ASC-US pela maioria dos autores, provavelmente devido a sua baixa frequência de associação com 
lesão significativa no exame histopatológico. Contudo, aqui há uma aparente discrepância na terminologia, uma vez que as células com alterações 
nucleares são imaturas devido à atrofia e portanto seria aparentemente mais apropriado incluir esse quadro citológico no subgrupo ASC-H. 
Para evitar discussões nesse sentido, é melhor categorizar essas alterações como “Atipia de células escamosas associada à atrofia - ASC”, não 
subclassificando-a, ou seja, não incluindo-a na categoria ASC-US ou ASC-H. Em caso de dúvida é recomendado o teste estrogênico de proliferação 
celular. 
 Condições Que Podem Simular Atipia Associada à Atrofia:
 • Alterações reativas e/ou degenerativas relacionadas à atrofia - a ausência de irregularidade nuclear e a cromatina mal definida auxiliam na 
diferenciação com atipia associada à atrofia.
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Assinalamos que pode haver alguma discordância com relação à interpretação de algumas imagens microscópicas. Contudo, além da subjetividade na 
avaliação citológica, deve ser considerado que as fi guras fazem parte de um contexto. O diagnóstico citológico representa, portanto, o padrão citológico geral 
da amostra, e não contempla apenas um campo microscópico.
ASC-US
Figura 1 - ASC-US. Esfrega-
ço cervicovaginal, Papanico-
laou, 100x. Células escamosas 
superfi ciais e intermediárias. 
Uma das células exibe núcleo 
discretamente aumentado de 
volume (seta).
Figura 2 - ASC-US. Esfrega-
ço cervicovaginal, Papanico-
laou, 400x. Célula interme-
diária com aumento nuclear 
(aproximadamente 2,5 vezes 
o tamanho do núcleo de uma 
célula intermediária normal).
Figura 3 - ASC-US. Esfre-
gaço cervicovaginal, Papani-
colaou, 100x. Agrupamentos 
de células superfi ciais e inter-
mediárias. Uma das células 
(seta) revela núcleo aumen-
tado de volume (em torno de 
2,5 vezes o tamanho do nú-
cleo de uma célula intermedi-
ária normal).
Figura 4 - ASC-US. Es-
fregaço cervicovaginal, Pa-
panicolaou, 400x. Célula 
intermediária com núcleo 
discretamente aumentado de 
volume com leve ondulação 
da borda nuclear. A cromati-
na é fi namente granular.
1 2
43
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88
Figura 5 - ASC-US. Esfre-
gaço cervicovaginal, Papani-
colaou, 400x. Células esca-
mosas maduras, uma delas 
com aumento nuclear (seta) 
(aproximadamente 2,5 vezes 
o tamanho do núcleo de uma 
célula intermediária normal).
Figura 6 - ASC-US. Esfrega-
ço cervicovaginal, Papanico-
laou, 400x. Célula escamosa 
intermediária exibindo binu-
cleação. Os núcleos são apro-
ximadamente três vezes o 
tamanho do núcleo da célula 
normal marcada (seta).
5 6
Atlas de Citopatologia ginecológica
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Condições Que Podem Simular ASC-US
Figura 7 - Células escamo-
sas com alterações reativas. 
Esfregaço cervicovaginal, 
Papanicolaou, 100x. Célu-
las escamosas com aumento 
nuclear difuso, algumas com 
halo perinuclear, associados 
a processo infl amatório. Na 
categoria ASC-US o aumento 
nuclear é focal e geralmente 
há hipercromasia nuclear.
Figura 8 - Células escamo-
sas com alterações reativas. 
Esfregaço cervicovaginal, Pa-
panicolaou, 400x. Aumento 
nuclear difuso, evidenciando-
-se uma célula com núcleo 
mais hipercromático, com 
borda levemente ondulada 
(seta). As alterações cito-
plas-máticas degenerativas 
(pseudoeosinofi lia e anfofi lia) 
reforçam a natureza benigna 
das alterações.
Figura 9 - Alterações celu-
lares associadas à defi ciência 
de ácido fólico/vitamina B12. 
Esfregaço cervicovaginal, 
Papanicolaou, 100x. Nesta 
fi gura, há citomegalia e dis-
creto aumento nuclear. Há 
um núcleo dobrado (seta). A 
frequente citomegalia é rela-
cionada à defi ciência de áci-
do fólico/vitamina B12. Este 
padrão citológico não corres-
ponde a ASC-US.
Figura 10 - Alterações celu-
lares associadas à defi ciência 
de ácido fólico/vitamina B12. 
Esfregaço cervicovaginal, Pa-
panicolaou, 400x. Nesta fi -
gura se observa citomegalia, 
além de núcleo levemente au-
mentado de volume e dobra-
do, características associadas 
à defi ciência de ácido fólico/
vitamina B12. Nesse caso, é 
aconselhável suplementação 
vitamínica e reavaliação cito-
lógica dentro de seis meses.
7 8
109
6 AtIPIA dE CélUlAS ESCAMOSAS dE SIgNIfICAdO INdEtERMINAdO
• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • 
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90
ASC-H
Figura 11 - ASC-H. Esfrega-
ço cervicovaginal, Papanico-
laou, 400x. Células metaplá-
sicas imaturas com aumento 
nuclear, leve irregularidade 
da borda nuclear e cromatina 
fi namente granular. Duas das 
células são binucleadas (se-
tas). O diagnóstico diferen-
cial deve ser feito com NIC 2, 
onde as células anormais exi-
bem núcleos mais irregulares 
com maior conteúdo cromatí-
nico.
Figura 12 - ASC-H. Esfrega-
ço cervicovaginal, Papanico-
laou, 400x. Células de reser-
va e metaplásicas imaturas 
exibindo aumento nuclear, 
hipercromasia e cromatina fi -
namente granular. As bordas 
nucleares são levemente irre-
gulares. As alterações podem 
ser de natureza degenerati-
va, associadas a condiloma 
imaturo (lesão intraepitelial 
escamosa de baixo grau) ou 
podem representar NIC 2. 
Figura 14 - ASC-H. Esfre-
gaço cervicovaginal, Papani-
colaou, 400x. Células meta-
plásicas escamosas imaturas 
com aumento nuclear, hiper-
cromasia e discreta irregu-
laridade nuclear. As bordas 
nucleares são relativamente 
lisas, e a cromatina delicada, 
sendo mais cauteloso enqua-
drar esse quadro citológico 
como ASC-H.
13
11 12
14
Figura 13 - ASC-H. Esfre-
gaço cervicovaginal, Papani-
colaou, 400x. Células meta-
plásicas escamosas imaturas 
com discreto aumento nucle-
ar e borda levemente irregu-
lar. A cromatina é fi namente 
granular e às vezes parece 
degenerada. O diagnóstico 
diferencial deve ser feito com 
lesão intraepitelial escamosa 
de alto grau.
Atlas de Citopatologia ginecológica
• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •
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91
Figura 16 - ASC-H. Esfregaço 
cervicovaginal, Papanicolaou, 
400x. Células metaplásicas es-
camosas imaturas revelando 
aumento nuclear, hipercroma-
sia e leve irregularidade nucle-
ar. As alterações nucleares são 
discretas. Poderia corresponder 
a condiloma imaturo (variante 
da lesão intraepitelial escamo-
sa de baixo grau). O citoplas-
ma das células relativamente 
abundante e as leves alterações 
nucleares são insufi cientes para 
classifi car o quadro citológico 
como lesão intraepitelial esca-
mosa de alto grau. 
Figura 17 - ASC-H. Esfregaço 
cervicovaginal, Papanicolaou, 
400x. Células escamosas su-
perfi ciais e intermediárias. 
Observar apenas duas células 
metaplásicas imaturas (setas) 
com discreto aumento nu-
clear, leve irregularidade da 
borda nuclear e hipercroma-
sia. A cromatina é fi namente 
granular. A escassez de célu-
las com alterações nucleares 
e a sutileza dessas alterações 
autorizam a sua classifi cação 
como ASC-H.
15
17
16
Figura 15 - ASC-H. Esfre-
gaço cervicovaginal,Papani-
colaou, 400x. Células meta-
plásicas escamosas imaturas 
exibindo discreto aumento 
nuclear, hipercromasia, leve 
irregularidade da borda nu-
clear (seta) e cromatina fi na-
mente granular, às vezes de 
aspecto borrado. Podem cor-
responder a células de lesão 
de alto grau com alterações 
degenerativas sobrepostas.
6 AtIPIA dE CélUlAS ESCAMOSAS dE SIgNIfICAdO INdEtERMINAdO
• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • 
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92
Condições Que Podem Simular ASC-H
Figura 18 - Células de 
reserva sem anormalidades 
nucleares. Esfregaço cervico-
vaginal, Papanicolaou, 400x. 
Devido à imaturidade própria 
destas células pode ser difícil 
a diferenciação com ASC-H 
(mais fi guras no capítulo 1).
Figura 19 - Células de reser-
va e metaplásicas escamosas 
imaturas. Esfregaço cervico-
vaginal, Papanicolaou, 400x. 
A relação nucleocitoplasmá-
tica elevada é própria dessas 
células, porém não há altera-
ções nucleares.
Figura 20 - Células meta-
plásicas escamosas imaturas. 
Esfregaço cervicovaginal, 
Papanicolaou, 400x. Os nú-
cleos são volumosos, porém a 
relação nucleocitoplasmáti-
ca está dentro dos limites de 
normalidade para esse tipo 
de célula. Não há irregulari-
dades das bordas nucleares. 
A cromatina é fi namente gra-
nular, evidenciando-se cro-
mocentros.
1918
20
Atlas de Citopatologia ginecológica
• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •
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Paraqueratose Atípica 
A paraqueratose atípica é incluída na subcategoria ASC-US ou ASC-H, dependendo da intensidade das alterações nucleares.
Figura 21 - ASC-US. Es-
fregaço cervicovaginal, Pa-
panicolaou, 400x. Células 
paraqueratóticas com pleo-
morfi smo e atipia nuclear. Há 
alterações nucleares degene-
rativas sobrepostas (setas).
Figura 22 - ASC-US. Esfre-
gaço cervicovaginal, Papani-
colaou, 100x. Agrupamento 
de disqueratócitos com dis-
cretas alterações nucleares.
Figura 23 - ASC-US. Esfre-
gaço cervicovaginal, Papani-
colaou, 400x. Arranjo linear 
de células paraqueratóticas 
com núcleos alongados, com 
discreta variação do tama-
nho, hipercromáticos.
Figura 24 - ASC-H versus 
lesão intraepitelial escamosa 
de alto grau queratinizante. 
Esfregaço cervicovaginal, Pa-
panicolaou, 400x. Células pa-
raqueratóticas atípicas. Ob-
servar as alterações nucleares 
signifi cativas. 
21
23 24
22
6 AtIPIA dE CélUlAS ESCAMOSAS dE SIgNIfICAdO INdEtERMINAdO
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Figura 25 - ASC-H. Esfregaço 
cervicovaginal, Papanicolaou, 
400x. As células paraqueratóti-
cas exibem aumento do núcleo 
e às vezes aumento da relação 
nucleocitoplasmática, eviden-
ciando-se inclusive bordas nu-
cleares irregulares (setas). A 
cromatina é frequentemente 
condensada, característica das 
células queratinizadas.
Figura 26 - Pseudopara-
queratose associada à atrofi a. 
Esfregaço cervicovaginal, Pa-
panicolaou, 400x. Na atrofi a 
avançada, células parabasais 
degeneradas (coagulação das 
proteínas citoplasmáticas) 
podem apresentar orangeofi -
lia e às vezes aparente irregu-
laridade nuclear também de 
natureza degenerativa, simu-
lando paraqueratose atípica. 
Mais fi guras sobre o tema no 
Capítulo 4.
25 26
Atlas de Citopatologia ginecológica
• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •
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Reparação Atípica 
Figura 27 - Células de re-
paração atípicas. Esfregaço 
cervicovaginal, Papanicolaou, 
400x. No Sistema Bethesda 
tal quadro citológico é cate-
gorizado como ASC-H. Agru-
pamento desorganizado de 
células de reparação. Obser-
var que a polaridade nucle-
ar está alterada e os núcleos 
apresentam cromatina com 
granulação aumentada.
Figura 28 - Células de re-
paração atípicas. Esfregaço 
cervicovaginal, Papanicolaou, 
400x. No Sistema Bethesda 
tal quadro citológico é cate-
gorizado como ASC-H. Agru-
pamento celular com sobre-
posição nuclear. Há aumento 
nuclear, anisocariose, com 
bordas nucleares regulares e 
cromatina fi namente granu-
lar. Os nucléolos são proemi-
nentes, às vezes múltiplos.
Figura 29 - Células de re-
paração atípicas. Esfregaço 
cervicovaginal, Papanicolaou, 
400x. No Sistema Bethesda 
tal quadro citológico é catego-
rizado como ASC-H. Células 
com citoplasma abundante, 
mal delimitado, com núcleos 
volumosos, cromatina fi na-
mente granular às vezes ir-
regularmente distribuída e 
nucléolos múltiplos de forma 
atípica.
Figura 30 - Células de re-
paração atípicas. Esfregaço 
cervicovaginal, Papanicolaou, 
400x. No Sistema Bethesda 
tal quadro citológico é cate-
gorizado como ASC-H. Disso-
ciação celular. Observar a cé-
lula com binucleação (seta), 
exibindo nucléolos múltiplos 
atípicos (seta).
27 28
29 30
6 AtIPIA dE CélUlAS ESCAMOSAS dE SIgNIfICAdO INdEtERMINAdO
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Atipia de Células Escamosas Associada à Atrofi a 
Figura 31 - Atipia de células 
escamosas associada à atrofi a. 
Esfregaço cervicovaginal, Pa-
panicolaou, 100x. Conjunto de 
células imaturas com núcleos 
hipercromáticos e discreta irre-
gularidade nuclear (seta).
Figura 32 - Atipia de células 
escamosas associada à atro-
fi a. Esfregaço cervicovaginal, 
Papanicolaou, 400x. Agru-
pamento de células imaturas 
com aumento, leve irregula-
ridade e hipercromasia nu-
clear.
Figura 33 - Atipia de células 
escamosas associada à atro-
fi a. Esfregaço cervicovaginal, 
Papanicolaou, 100x. Há agru-
pamentos sinciciais de células 
com núcleos volumosos com 
hipercromasia, porém com 
alterações degenerativas so-
brepostas resultantes de des-
secação e esmagamento do 
material.
Figura 34 - Atipia de células 
escamosas associada à atro-
fi a. Esfregaço cervicovaginal, 
Papanicolaou, 400x. Pequeno 
conjunto de células imaturas 
atípicas (seta).
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31 32
34
Atlas de Citopatologia ginecológica
• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •
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Figura 35 - Atipia de células 
escamosas associada à atro-
fi a. Esfregaço cervicovaginal, 
Papanicolaou, 100x. Várias 
células alongadas lembrando 
células em fi bra do carcinoma 
escamoso. Após estrogenote-
rapia de curta duração essas 
células não foram mais iden-
tifi cadas. Estas alterações são 
decorrentes apenas da atro-
fi a. 
Figura 36 - Atipia de células 
escamosas associada à atro-
fi a. Esfregaço cervicovaginal, 
Papanicolaou, 400x. Células 
pleomórfi cas associadas à 
atrofi a. Não há atipia nuclear.
Figura 37 - Alterações dege-
nerativas associadas à atrofi a. 
Esfregaço cervicovaginal, Pa-
panicolaou, 400x. Apesar do 
pleomorfi smo (seta), não há 
atipia nuclear. Presença de al-
terações degenerativas signi-
fi cativas, inclusive cariorrexe. 
Este padrão citológico pode 
se associar à atrofi a avançada 
(vaginite atrófi ca).
Figura 38 - Alterações dege-
nerativas associadas à atro-
fi a. Esfregaço cervicovaginal, 
Papanicolaou, 400x. Célu-
las parabasais com aumento 
nuclear, pseudoeosinofi lia, 
picnose nuclear e cariorrexe. 
Não confundir este quadro 
citológico com atipia de cé-
lulas escamosas associada à 
atrofi a.
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3837
6 AtIPIA dE CélUlAS ESCAMOSAS dE SIgNIfICAdO INdEtERMINAdO
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7 Critérios Citológicos 
de Malignidade
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101
 Os seguintes aspectos devem ser considerados antes de classificar um esfregaço como positivo para malignidade: 
• Presença de anormalidades em mais de uma célula.
• Presença de várias características de malignidade em cada célula anormal.• Anormalidades em células bem preservadas, com citoplasma íntegro.
• Anormalidades detectadas e comparadas com a estrutura de células normais do mesmo tipo na vizinhança.
7.1 Alterações do Núcleo
 Nos esfregaços, as alterações nucleares são as mais importantes no reconhecimento de uma neoplasia maligna. É essencial a combinação de 
várias anormalidades para a decisão final. A seguir, os parâmetros que devem ser estudados.
7.1.1 Hipertrofia Nuclear
 Para apreciar o grau de hipertrofia, o núcleo anormal deve sempre ser comparado ao tamanho de outros núcleos de células similares, porém 
benignas. É também fundamental analisar o tamanho do núcleo correlacionando-o ao citoplasma da mesma célula (relação nucleocitoplasmática). 
Deve ser lembrado que condições benignas (inflamação, reparação, alterações pós-irradiação) podem se associar ao aumento do volume nuclear 
devido a fenômenos degenerativos ou resultando de processos reativos. Nesses casos, os núcleos apesar de aumentados de tamanho são geralmente 
pálidos, e as bordas nucleares são regulares.
7.1.2 Variação do Tamanho Nuclear (Anisocariose) 
 Este critério deve ser analisado considerando as células de um mesmo conjunto e não tem tanta importância no estudo de células isoladas. 
7.1.3 Variação da Forma Nuclear 
 Deve-se frequentemente à rápida multiplicação das células neoplásicas, que se sobrepõem em um espaço cada vez menor. Essa também é a 
justificativa para o amoldamento de uma célula à outra (pseudocanibalismo). Às vezes as alterações da forma nuclear se devem às mitoses anormais, 
produzindo anomalias cromossômicas. Deve ser assinalado que uma variação artificial da forma do núcleo pode ocorrer em células benignas devido 
à degeneração celular. 
7.1.4 Hipercromasia 
 É relacionada ao maior conteúdo de DNA dos núcleos anormais. É mais importante quando se associa a irregularidades da estrutura da 
cromatina e da borda nuclear. A hipercromasia como critério isolado não deve ser tão valorizada, já que pode ocorrer por exposição prolongada à 
hematoxilina (falha de coloração) ou devido à degeneração, onde neste último caso a cromatina é borrada e a borda nuclear é mal delimitada. 
7 CRItéRIOS CItOlógICOS dE MAlIgNIdAdE
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102
7.1.5 Irregularidades da Cromatina 
 O padrão de cromatina em uma célula normal é finamente granular e quase invisível. Em células malignas, a cromatina frequentemente 
forma grumos irregulares, variáveis em tamanho e forma, com múltiplas projeções bem demarcadas. Nas lesões pré-cancerosas a cromatina 
apresenta anormalidades menos significativas, tornando-se grosseira ou condensada em algumas áreas (cromocentros). Uma boa fórmula para 
apreciar as alterações cromatínicas é dividir o núcleo em quatro quadrantes: nos núcleos benignos os quadrantes apresentam aspecto semelhante, 
já nos núcleos malignos os quadrantes exibem padrões diferentes.
7.1.6 Multinucleação 
 Por si só não é um critério importante para malignidade, uma vez que é bastante comum em células de reparação, células irradiadas e 
infecções virais. A multinucleação deve ser valorizada quando os núcleos exibem tamanho, forma e estrutura de cromatina variados. É mais comum 
nas displasias que no câncer invasivo.
7.1.7 Alterações na Borda Nuclear 
 A borda nuclear nas células malignas é bem definida. Há frequentes irregularidades sob a forma de indenteação, lobulação, protrusão ou 
excessiva retração. Às vezes pode ocorrer retração da borda nuclear em células normais, porém nesse caso há quase sempre um halo perinuclear. 
As irregularidades na espessura da borda nuclear se devem à aderência de alguns dos grumos de cromatina anormais no folheto mais interno da 
membrana nuclear. 
7.1.8 Alterações no Nucléolo 
 O aumento e a variação do tamanho, forma, número e coloração do nucléolo são úteis não somente para o reconhecimento de células 
malignas, mas também para a classificação do tipo de neoplasia, sendo mais comuns no adenocarcinoma. Contudo, o encontro de nucléolo 
proeminente pode ser visto em condições benignas, particularmente na reparação. Neste caso geralmente o nucléolo é redondo, faltando as projeções 
pontiagudas comuns no nucléolo das células malignas. Um alerta ainda considerando o nucléolo é a possibilidade de confundi-lo com inclusões 
virais intranucleares. Para a diferenciação devem-se buscar os halos que são comuns circundando as inclusões virais. 
7.1.9 Mitoses 
 São menos comuns nos esfregaços que nos cortes histológicos, provavelmente porque quando as células descamam já têm completado a sua 
divisão mitótica. Quando figuras anormais de mitose são vistas nos esfregaços, são mais frequentemente associadas às neoplasias malignas mais 
agressivas, menos diferenciadas. 
Atlas de Citopatologia ginecológica
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103
7.2 Alterações do Citoplasma
7.2.1 Quantidade
 O citoplasma das células displásicas e malignas geralmente não aumenta na mesma proporção que o núcleo. Um aumento na relação 
nucleocitoplasmática é um bom critério de malignidade no reconhecimento de muitos tumores. Um núcleo desnudo anormal, não importa o 
quanto seja irregular em tamanho ou forma, não deve ser considerado na interpretação de um processo maligno. Deve ser lembrado que algumas 
células benignas, como os linfócitos, podem apresentar citoplasma escasso. 
7.2.2 Variação do Tamanho Citoplasmático 
 Esta variação é de particular importância nas células anormais de um mesmo agrupamento. Esse critério deve ser sempre comparado com 
a faixa de variação fisiológica no tamanho das células normais do mesmo tipo. Deve ser lembrado que a variação do tamanho citoplasmático pode 
ser observada em condições benignas, como na irradiação, deficiência de ácido fólico, infecção viral, degeneração e regeneração.
7.2.3 Variação Citoplasmática da Forma 
 Somente tem importância quando é extrema. Exemplos são as células caudadas e fusiformes encontradas no carcinoma escamoso do subtipo 
queratinizante.
7.2.4 Coloração Citoplasmática 
 Pode ser útil na identificação de alguns tipos de neoplasia. Assim, o citoplasma de cor laranja, brilhante, denso, é próprio do carcinoma 
escamoso, enquanto que as células de tumores pouco diferenciados exibem habitualmente citoplasma basofílico, delicado, mal delimitado. 
7.2.5 Relação da Borda Citoplasmática e Nuclear 
 Quando a borda citoplasmática é amoldada contra o núcleo ou este toca a margem do citoplasma em mais de um local, representa um 
importante critério de malignidade, especialmente nas lesões escamosas intraepiteliais de alto grau (NIC3/ carcinoma in situ) do colo uterino. Essa 
característica não é vista nas células benignas, com exceção dos histiócitos.
7 CRItéRIOS CItOlógICOS dE MAlIgNIdAdE
• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • 
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104
7.3 Outros Critérios de Malignidade 
7.3.1 Arranjos celulares
 Os tipos de agrupamentos celulares podem ser importantes no reconhecimento e na classificação de lesões pré-cancerosas e malignas do 
colo. São eles:
• Agrupamentos sinciciais ou tridimensionais – células sobrepostas, em planos distintos de visão, com anormalidades nucleares e exibindo 
citoplasma escasso, mal delimitado. A característica desse tipo de agrupamento é a perda da polaridade nuclear.
• Ácinos e papilas – geralmente relacionados às neoplasias malignas glandulares (adenocarcinomas).
• Pseudocanibalismo – é o indício de proliferação celular exagerada em um espaço pequeno. A célula menor está geralmente localizada em 
uma depressão do citoplasma da célula maior. Esse pseudocanibalismo pode também ser visto em lesões benignas, como na metaplasia 
escamosa.
7.3.2 Adesão Celular Diminuída 
 É um importante critério de malignidade, resultante de anormalidades dos desmossomos. Assim, é comum a descamação abundante de 
células anormais isoladas,mesmo em tumores pequenos. 
7.3.3 Diátese Tumoral 
 Representada por material granular correspondendo a hemácias lisadas, restos celulares e leucócitos, comuns nos esfregaços de carcinoma 
invasivo. Contudo, deve ser lembrado que substância similar pode ser associada a lesões benignas ulceradas, na vaginite atrófica e endometrite. 
7.3.4 Presença de Estruturas Estranhas no Esfregaço 
 Corpos de psammoma podem sinalizar para determinadas neoplasias malignas, especialmente adenocarcinoma papilar seroso do ovário 
e endometrial. Assim, investigações complementares através de outros métodos diagnósticos devem ser realizadas nesse sentido, mesmo na 
ausência de células malignas no esfregaço citológico. Corpos de psammoma correspondem a depósitos de cálcio arredondados e laminados. Deve 
ser lembrado contudo que essas estruturas raramente se associam a condições benignas, especialmente em pacientes jovens.
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105
Nas fi guras a seguir, são representadas as características citológicas de malignidade, em amostras ginecológicas e originárias de outros sítios, não sendo 
objeto deste capítulo a classifi cação das neoplasias.
Figura 1 - Papanicolaou, 
400x. Algumas neoplasias 
malignas são representadas 
por células relativamente 
pequenas (comparar com as 
hemácias nas proximidades) 
com discretas anormalida-
des nucleares. O citoplasma 
é escasso, mal delimitado, e 
os núcleos são volumosos, 
com acentuado aumento da 
relação nucleocitoplasmáti-
ca. A cromatina é fi namente 
granular irregularmente dis-
tribuída. A natureza maligna 
da lesão é difícil de assegurar. 
Figura 2 - Papanicolaou, 
400x. Células pequenas com 
citoplasma escasso, núcleos 
volumosos com aumento da 
relação nucleocitoplasmática. 
As bordas nucleares tocam 
as margens citoplasmáticas 
em vários pontos. Há discre-
tas irregularidades das bor-
das nucleares. Observar que 
a cromatina é regularmente 
distribuída. Estas células são 
originadas de uma lesão in-
traepitelial escamosa de alto 
grau (carcinoma in situ). 
Figura 3 - Papanicolaou, 
400x. Algumas células es-
camosas, algumas delas com 
acentuado aumento nuclear 
e inversão da relação nucle-
ocitoplasmática. A célula as-
sinalada exibe espessamento 
irregular da borda nuclear, e 
a cromatina é fi namente gra-
nular de distribuição anormal 
(condensações de cromatina 
ao lado de áreas claras) asso-
ciada a carcinoma invasivo. 
Figura 4 - Papanicolaou, 
400x. Células com núcleos 
volumosos, citoplasma es-
casso, mal delimitado, com 
aumento da relação nucle-
ocitoplasmática. A cromati-
na é fi namente granular de 
distribuição irregular com 
nucléolos múltiplos (seta). A 
dissociação celular e o aspec-
to relativamente monótono 
dos núcleos sugere linfoma 
maligno não Hodgkin. Esta 
condição é muito rara no colo 
uterino. 
1 2
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7 CRItéRIOS CItOlógICOS dE MAlIgNIdAdE
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Figura 5 - Papanicolaou, 
400x. Células malignas po-
dem ser pequenas ou de 
grande tamanho, às vezes 
gigantes, como nesta fi gura. 
O citoplasma é abundante e 
os núcleos são volumosos, às 
vezes múltiplos, com variação 
do tamanho, hipercromáti-
cos, com cromatina grossei-
ramente granular irregular-
mente distribuída. 
Figura 6 - Papanicolaou, 
400x. Vários padrões de cro-
matina são mostrados. Cro-
matina fi namente granular 
irregularmente distribuída 
com cromocentros (conden-
sações de cromatina) (setas). 
Cromatina grosseiramen-
te granular irregularmente 
distribuída (setas verdes). 
Cromatina condensada (seta 
vermelha). A distribuição 
irregular da cromatina (es-
paços claros e áreas mais co-
radas) é de fundamental im-
portância para o diagnóstico 
de malignidade. 
Figura 7 - Papanicolaou, 
400x. Célula escamosa com 
citoplasma abundante, binu-
cleação, cromatina fi namente 
granular irregularmente dis-
tribuída. Observar as massas 
de cromatina (cromocentros) 
de tamanho e forma varia-
dos. A distribuição irregular 
da cromatina é considerada 
o principal critério de malig-
nidade. 
Figura 8 - Papanicolaou, 
400x. A célula assinalada 
exibe grande tamanho, nú-
cleo volumoso, com espessa-
mentos focais da borda nu-
clear, e cromatina fi namente 
granular irregularmente dis-
tribuída (cromocentros de di-
ferentes tamanhos e formas). 
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87
Atlas de Citopatologia ginecológica
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Figura 9 - Papanicolaou, 
400x. Conjunto de célu-
las grandes com citoplasma 
abundante de limites mal 
defi nidos. Os núcleos variam 
de tamanho e forma. Obser-
var que há um espessamento 
não uniforme das bordas nu-
cleares (setas) e a cromatina 
é fi namente granular irre-
gularmente distribuída com 
massas de cromatina (cromo-
centros). Há uma fi gura de 
mitose anormal (seta dupla). 
Figura 10 - Papanicolaou, 
400x. Células dissociadas 
com núcleos volumosos, mul-
tilobulados (setas) ou exibin-
do acentuadas indenteações. 
A cromatina é grosseiramen-
te granular irregularmente 
distribuída às vezes com múl-
tiplos nucléolos de formas 
anormais. Linfoma maligno 
não Hodgkin de alto grau. 
Figura 11 - Papanicola-
ou, 400x. Célula escamosa 
exibindo queratinização ci-
toplasmática (citoplasma 
orangeofílico, denso), núcleo 
de forma anormal, hipercro-
mático, com cromatina con-
densada (núcleo picnótico). 
Atenção: hipercromasia não 
é sinônimo de picnose. A 
picnose é representada por 
núcleo com cromatina con-
densada, não se evidenciando 
grânulos de cromatina. 
Figura 12 - Papanicolaou, 
400x. Células dissociadas com 
citoplasma escasso, mal de-
limitado, núcleos volumosos 
com acentuado aumento da 
relação nucleocitoplasmática, 
cromatina fi namente ou gros-
seiramente granular irregular-
mente distribuída. Alguns nú-
cleos exibem indenteações das 
suas bordas (setas). Há uma 
mitose anormal (seta dupla). 
As células, apesar de apresen-
tarem várias características de 
malignidade, não fornecem 
subsídios quanto a sua origem. 
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7 CRItéRIOS CItOlógICOS dE MAlIgNIdAdE
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Figura 13 - Papanicolaou, 
400x. Células com citoplasma 
escasso, mal delimitado, núcle-
os volumosos com aumento da 
relação nucleocitoplasmática. 
Há irregularidades acentuadas 
das bordas nucleares. A croma-
tina é fi namente granular irre-
gularmente distribuída. 
Figura 14 - Papanicolaou, 
400x. Conjunto de células 
epiteliais grandes, com cito-
plasma delicado, abundante, 
mal delimitado. Os núcleos 
são volumosos, com variação 
do tamanho e da forma. A 
cromatina é fi namente gra-
nular irregularmente dis-
tribuída. Observar o núcleo 
multilobulado (seta) e alguns 
nucléolos de forma anormal 
(setas duplas).
Figura 15 - Papanicolaou, 
400x. A célula assinalada exi-
be núcleo volumoso, multilo-
bulado, com cromatina irre-
gularmente distribuída. 
Figura 16 - Papanicolaou, 
400x. Células escamosas ima-
turas com aumento nuclear e 
aumento da relação nucleoci-
toplasmática. Há irregulari-
dades das bordas nucleares. 
Uma das células exibe núcleo 
multilobulado (seta). Obser-
var a cromatina fi namente 
granular ou compacta. Não há 
as irregularidades da distri-
buição da cromatina comuns 
ao carcinoma invasivo. Trata-
-se de uma lesão intraepitelial 
escamosa de alto grau (NIC3/ 
carcinoma in situ). 
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Atlas de Citopatologia ginecológica
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Figura 17 - Papanicolaou, 
400x. Células com citoplas-
ma escasso, mal delimitado. 
Os núcleos são volumosos, 
mostrando-se às vezes irregu-
lares (seta). A cromatina tem 
distribuição anormal, exi-
bindo cromocentros de dife-
rentes tamanhos e formas ao 
lado de espaços claros. Há um 
núcleo multilobulado(seta 
dupla). Linfoma maligno não 
Hodgkin de alto grau. 
Figura 18 - Papanicolaou, 
400x. Células de tamanho va-
riado. Há uma célula gigan-
te no centro da fi gura que se 
apresenta binucleada. A cro-
matina destes núcleos é fi na 
e irregularmente distribuída, 
e os nucléolos são enormes. 
As outras células mononu-
cleadas exibem acentuado 
aumento da relação nucleoci-
toplasmática. 
Figura 19 - Papanicolaou, 
400x. Células pleomórfi cas 
exibindo núcleos com cro-
matina fi namente granular 
com espaços vazios (seta) ou 
de aspecto condensado (setas 
duplas). Há duas fi guras de 
mitoses anormais. 
Figura 20 - Papanicolaou, 
400x. Célula gigante multi-
nucleada anormal. Observar 
que os núcleos variam de 
tamanho e de forma e são 
sobrepostos. A cromatina é 
grosseiramente granular ir-
regularmente distribuída. Cé-
lulas benignas podem exibir 
multinucleação, porém neste 
caso os núcleos são de tama-
nho e forma similares, assim 
como o padrão de cromatina. 
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2019
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Figura 21 - Papanicolaou, 
400x. Arranjo concêntrico 
de células queratinizadas. 
Os núcleos são volumosos, 
com variação do tamanho e 
da forma, hipercromáticos, 
com cromatina condensada, 
às vezes de distribuição irre-
gular (seta). A queratinização 
citoplasmática aponta para o 
diagnóstico de carcinoma es-
camoso.
Figura 22 - Papanicolaou, 
400x. Células arredondadas, 
amoldadas. O citoplasma é 
denso, às vezes com fi brilas 
citoplasmáticas (espiral de 
Herxheimer) (seta), caracte-
rizando a sua origem escamo-
sa. Os núcleos são volumosos 
com leves irregularidades das 
bordas nucleares, hipercro-
masia e cromatina de distri-
buição atípica (seta dupla). 
Figura 23 - Papanicolaou, 
400x. Célula arredondada 
com citoplasma abundante 
exibindo vacúolos mal delimi-
tados. O núcleo é excêntrico, 
amoldado à borda citoplas-
mática, de forma anormal, hi-
percromático, com cromatina 
irregularmente distribuída. 
Esse tipo de célula é habitual-
mente associado a adenocar-
cinoma. 
Figura 24 - Papanicolaou, 
400x. Conjunto de células com 
citoplasma frequentemente va-
cuolizado, núcleos excêntricos 
levemente irregulares, hiper-
cromáticos (seta). Presença de 
célula gigante (seta dupla) com 
vacúolo ocupando quase que 
totalmente o citoplasma. Esses 
núcleos apresentam bordas ir-
regulares, com cromatina fi na 
irregularmente distribuída e 
nucléolos proeminentes. Fre-
quente vacuolização citoplas-
mática e núcleos rechaçados 
para a periferia são comuns em 
adenocarcinoma. 
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Figura 25 - Papanicolaou, 
400x. Células de origem es-
camosa, pleomórfi cas, uma 
delas caudada (seta) e outra 
fusiforme (seta dupla). Os 
núcleos são volumosos, hi-
percromáticos, com indente-
ações das bordas e cromatina 
irregularmente distribuída. 
Figura 26 - Papanicolaou, 
400x. Células escamosas ma-
lignas com citoplasma oran-
geofílico (queratinizado). Os 
núcleos exibem pleomorfi s-
mo e são geralmente fusifor-
mes. Há irregularidades das 
bordas nucleares e a cromati-
na é condensada (núcleo opa-
co, não permitindo evidenciar 
os grânulos de cromatina). 
Esse padrão nuclear é conhe-
cido também como picnose e 
é particularmente associado 
às células queratinizadas. 
Figura 27 - Papanicolaou, 
400x. Agrupamento sincicial 
de células com núcleos volu-
mosos, variando de tamanho, 
hipercromáticos, com croma-
tina grosseiramente granular. 
O agrupamento sincicial é 
representado por células com 
citoplasma escasso, mal deli-
mitado e núcleos com perda 
da polaridade. Esse tipo de 
agrupamento é comum nas 
neoplasias malignas. É justifi -
cado pela proliferação exces-
siva das células neoplásicas 
em um espaço exíguo, resul-
tando na sua sobreposição. 
Figura 28 - Papanicolaou, 
400x. Célula gigante com vá-
rias células amoldadas, dan-
do a impressão de fagocitose. 
Esta alteração é conhecida 
como pseudocanibalismo. 
Os núcleos variam de tama-
nho, são hipercromáticos, e 
a cromatina é condensada. O 
citoplasma denso e o amol-
damento celular são comuns 
no carcinoma escamoso, mas 
não exclusivos desse tipo de 
neoplasia. 
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Figura 29 - Papanicolaou, 
400x. Arranjo epitelial es-
férico à esquerda, e à direita 
conjunto glandular (em “ro-
seta”). No arranjo em “rose-
ta” os núcleos são excêntricos 
e o citoplasma ocupa a porção 
central. Esses tipos de arran-
jos são comuns no adenocar-
cinoma. 
Figura 30 - Papanicolaou, 
400x. Conjunto glandular 
(seta) representado por células 
com citoplasma escasso, mal 
delimitado, núcleos volumo-
sos, com aumento da relação 
nucleocitoplasmática. Há va-
riação do tamanho dos núcleos 
(anisocariose), leves irregula-
ridades das bordas nucleares 
(setas duplas) e a cromatina é 
fi namente granular com espa-
ços claros. Presença de nuclé-
olos. Arranjos glandulares bem 
defi nidos, como mostrados na 
fi gura, são associados a adeno-
carcinoma. 
Figura 31 - Papanicolaou, 
100x. Arranjo celular com ar-
quitetura papilar, comum em 
alguns adenocarcinomas. Ob-
servar o aspecto arborescente 
(lembrando os galhos de uma 
árvore). As margens do agru-
pamento são bem marcadas 
devido ao paliçamento nucle-
ar periférico. 
Figura 32 - Papanicolaou, 
400x. Arranjo celular papilar. 
Observar o limite marcado 
das margens do agrupamen-
to às custas do paliçamento 
nuclear. Esse tipo de agrupa-
mento é associado a alguns 
tipos de adenocarcinoma. 
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Figura 33 - Papanicolaou, 
400x. Este tipo de material 
(hemácias, fi brina, restos ce-
lulares e células infl amató-
rias) caracteriza a chamada 
diátese tumoral, associada 
frequentemente a carcinoma 
invasivo. Contudo, deve ser 
lembrado que uma substân-
cia similar pode ser encon-
trada em condições benignas, 
especialmente quando acom-
panhadas de ulceração. 
Figura 34 - Papanicolaou, 
400x. Corpo de psammoma 
(seta). Esta estrutura consis-
te de depósitos de cálcio em 
lamelas concêntricas. Corpos 
de psammoma podem ser 
vistos raramente em esfrega-
ços ginecológicos e represen-
tam um sinal de alerta para o 
citopatologista, uma vez que 
podem acompanhar adeno-
carcinomas de endométrio e 
especialmente de ovário (me-
tástase). 
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8 lesões Intraepiteliais Escamosas e 
Carcinoma Escamoso Invasor do Colo 
Uterino
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8.1 lesões Intraepiteliais Escamosas
 
 As lesões pré-cancerosas do colo são caracterizadas histologicamente pelo aumento da taxa mitótica, atipia citológica (tamanho, forma, 
alterações nucleares) e organização anormal (aumento da celularidade, alterações na diferenciação celular e na polaridade celular). Essas alterações 
ocorrem no epitélio e, dependendo da sua gravidade, podem comprometer toda a sua espessura. Essas lesões são potencialmente reversíveis. O 
sistema Bethesda de terminologia estabelece como anormalidades epiteliais escamosas:
• Lesão intraepitelial de baixo grau: compreende as alterações citopáticas induzidas pelo HPV e a lesão conhecida anteriormente 
através das classificações da OMS e de Richart como displasia leve e NIC 1, respectivamente.
• Lesão intraepitelial escamosa de alto grau: compreende as lesões denominadas previamente pelas classificações da OMS e de 
Richart como displasia moderada/NIC2 e displasia acentuada/carcinoma in situ/NIC 3. Inclui também lesões intraepiteliais escamosas 
de alto grau com características suspeitas de invasão (lesão intraepitelial de alto grau, não podendo excluir microinvasão – Nomenclatura 
Brasileira para Laudos Cervicais e Condutas Preconizadas).
• Carcinoma escamoso invasor.
Ilustração 1 - Correlação da nomenclatura nas lesões pré-cancerosas e carcinoma escamoso 
invasivo do colo uterino segundo os diferentes sistemas de classificação citológica
Displasia leve
Displasia moderada
Displasia acentuada/carcinoma 
in situ
NIC1
NIC 2
NIC 3
---------
Carcinoma escamoso invasivo
Lesão intraepitelial escamosa 
de baixo grau
Lesão intraepitelial escamosa 
de alto grau
Lesão intraepitelial escamosa 
de alto grau
Lesão intraepitelial 
escamosa de alto grau com 
características suspeitas de 
invasão
Carcinoma escamoso invasivo
OMS Classificação 
de Richart
Sistema 
Bethesda
---------
Carcinoma escamoso invasivo
8 lESõES INtRAEPItElIAIS ESCAMOSAS E CARCINOMA ESCAMOSO INvASOR dO COlO UtERINO
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 Para a classificação das lesões pré-cancerosas nos esfregaços citológicos, os seguintes aspectos devem ser considerados:
• Maturidade citoplasmática.
• Intensidade das alterações nucleares.
 
 O grau de maturidade celular é avaliado pela relação nucleocitoplasmática. Quanto maior a relação nucleocitoplasmática (comparada com 
as células normais do mesmo tipo), mais avançada é a displasia. 
 As anormalidades nucleares tanto nas displasias como no carcinoma in situ incluem: 
 
 • Aumento do tamanho nuclear.
 • Alterações da forma e da borda nuclear.
 • Modificações da estrutura cromatínica e hipercromasia.
 
 Apesar do encontro frequente de nucléolo e mitoses nos cortes histológicos das lesões pré-cancerosas, nos esfregaços habitualmente não se 
identificam nucléolos, e mitoses são raramente observadas e restritas às células do carcinoma in situ. A classificação das lesões pré-cancerosas nos 
esfregaços citológicos se dá pelo tipo mais anormal de células encontradas, mesmo que não predomine na amostra.
Para alguns autores, a principal diferença entre displasia e carcinoma in situ é a presença ou a ausência respectivamente de qualquer sinal visível 
de diferenciação (maturação) escamosa nas células anormais.
8.2 lesão Intraepitelial Escamosa de Baixo grau
 Histologicamente as alterações morfológicas associadas à lesão intraepitelial escamosa de baixo grau incluem frequente coilocitose, 
disqueratose e anormalidades nucleares como hipercromasia e contornos nucleares irregulares. Em contraste com a lesão intraepitelial escamosa 
de alto grau, o padrão geral de maturação escamosa é preservado, e as figuras mitóticas são restritas às camadas de células basais/parabasais. 
Apesar de as anormalidades nucleares envolverem toda a espessura do epitélio (tornando possível o diagnóstico citológico), a maturação escamosa 
é preservada, e a maioria das anormalidades está presente no terço inferior do epitélio.
 
 
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 Características citológicas: 
• Células do tipo superficial e intermediário, com citoplasma abundante, bem definido, isoladas ou dispostas em pequenos agrupamentos 
monoestratificados.
• Núcleos com mais de três vezes o tamanho de núcleos de células intermediárias normais.
• Relação nucleocitoplasmática conservada ou levemente alterada.
• Hipercromasia e leve irregularidade da borda nuclear.
• Cromatina finamente granular, finamente granular com cromocentros ou condensada.
• Binucleação e multinucleação são comuns.
• Nucléolo ausente.
• Coilocitose frequente.
• Células orangeofílicas com anormalidades nucleares.
• Alterações nucleares focais.
 Atualmente é entendido que a infecção pelo HPV e a NIC 1 (displasia leve) são intimamente relacionadas e, dessa forma, de acordo com o 
Sistema Bethesda não é essencial a distinção entre as duas condições. 
 Coilócito é uma célula intermediária ou superficial que exibe uma cavitação bem demarcada perinuclear com condensação periférica do 
citoplasma. O núcleo dessa célula é aumentado de volume e hipercromático, similar àqueles das células da displasia leve. Pode haver binucleação 
ou multinucleação, embora esta última seja mais rara. O coilócito é específico da infecção pelo HPV, embora nem sempre esteja presente nos 
esfregaços citológicos. Acontece que os coilócitos são frequentemente recobertos por células queratinizadas na superfície dos cortes histológicos, 
dificultando a sua descamação. 
 Condições que podem simular coilocitose: 
• Halos inflamatórios.
• Células contendo depósitos de glicogênio (células naviculares).
• Células metaplásicas imaturas com distinção de ectoplasma e endoplasma.
 A diferenciação entre essas condições e coilocitose baseia-se nas características nucleares, ou seja, é essencial o aumento nuclear e a 
hipercromasia para a caracterização do coilócito. 
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 Condições que podem simular lesões intraepiteliais escamosas de baixo grau:
• Alterações reativa - As alterações nucleares são difusas através de todo o esfregaço e geralmente são acompanhadas de alterações 
degenerativas, como pseudoeosinofilia, halos perinucleares, vacuolização citoplasmática. 
 É importante investigar a presença de micro-organismos patógenos, uma vez que Trichomonas vaginalis e Candida sp. podem se associar 
a alterações reativas significativas, lembrando lesões pré-cancerosas.
• Atipia de células escamosas (ASC) - Aumento nuclear de 2,5 a 3 vezes o tamanho do núcleo de uma célula intermediária normal; leve 
hipercromasia e discreta irregularidade nuclear; ausência de efeito citopático definitivo pelo HPV.
8.3 lesão Intraepitelial Escamosa de Alto grau
 
 As anormalidades intraepiteliais escamosas apresentam uma continuidade morfológica desde a lesão de baixo grau (displasia leve) à lesão 
de alto grau, que inclui as lesões anteriormente conhecidas como displasia moderada (NIC 2) e carcinoma in situ (NIC 3).
 Histologicamente a lesão intraepitelial escamosa de alto grau (NIC 2/displasia moderada e NIC 3/carcinoma in situ) é caracterizada pela 
perda de diferenciação celular nas camadas superiores do epitélio, sobreposição nuclear, perda da polaridade nuclear e atipia citológica significativa. 
Esta atipia citológica inclui aumento da relação nucleocitoplasmática, contornos nucleares irregulares e cromatina grosseira. 
 De importância é a proliferação celular aumentada com figuras mitóticas, algumas das quais podem ser atípicas, na metade superior do 
epitélio. Na NIC 2 a atipia nuclear ocorre em toda a espessura do epitélio, sendo porém mais significativa nas porções inferior e central do epitélio; 
contudo há persistência da maturação escamosa com estratificação nas camadas mais superficiais. Por outro lado, as alterações na NIC 3 são mais 
uniformes, com atipia nuclear em toda a espessura do epitélio e maturação mínima ou ausente. As figuras mitóticas são geralmente numerosas e 
podem se estender à superfície do epitélio. 
 
 
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Do ponto de vista citológico, as lesões intraepiteliais escamosas de alto grau são caracterizadas por: 
• Células do tipo metaplásico imaturo ou lembrando células de reserva.
• Células redondas ou ovais.
• Citoplasma delicado, denso ou queratinizado.
• Aumento do volume nuclear.
• Elevada relação nucleocitoplasmática.
• Irregularidadesmarcadas da borda nuclear.
• Cromatina finamente granular, cromatina finamente granular com cromocentros ou cromatina grosseiramente granular.
• Células isoladas, em agrupamentos planos ou dispostas em agrupamentos sinciciais (carcinoma in situ).
 
 As lesões intraepiteliais escamosas queratinizantes são difíceis de graduar e até mesmo de diferenciar do carcinoma escamoso invasor. 
Acontece que a imaturidade celular não é uma característica dessas lesões e, assim, não pode ser utilizada como parâmetro para a sua classificação. 
As células anormais da displasia queratinizante apresentam citoplasma abundante, denso, orangeofílico (devido à produção de queratina) e 
podem exibir alteração discreta da relação nucleocitoplasmática quando comparada aos outros tipos de displasia. O pleomorfismo celular (células 
caudadas ou fusiformes) é comum e pode ser mais aparente que a queratinização citoplasmática (orangeofilia). Os núcleos dessas células exibem 
frequentemente cromatina condensada. Nessas lesões são comuns hiperqueratose e paraqueratose. 
 Apesar da classificação de Bethesda incluir NIC2 e NIC3 (displasia epitelial moderada e acentuada/carcinoma in situ) no mesmo grupo, 
algumas diferenças são evidenciadas nos dois tipos, de forma que alguns autores ainda fazem tal distinção.
 Na NIC2 (displasia moderada), embora se encontrem células similares àquelas da displasia leve, são também observadas células anormais 
mais imaturas. Estas células têm uma relação nucleocitoplasmática aumentada e um citoplasma menos abundante que geralmente é denso e lembra 
em textura e configuração aquele das células metaplásicas. Os núcleos são hipercromáticos, podendo demonstrar maior número de cromocentros 
e maiores irregularidades da membrana nuclear que nas células da displasia leve. 
 O carcinoma in situ é representado habitualmente pelo grande número de células primitivas, imaturas, que podem variar de tamanho de 
caso a caso, porém sempre exibindo elevada relação nucleocitoplasmática. As células podem se mostrar isoladas ou em agrupamentos sinciciais 
com bordas celulares indistintas e núcleos desordenados, com sobreposição. A borda nuclear é irregular e pode ter uma aparência interrompida. 
Podem ocorrer raras figuras de mitose anormais. Quando as células alteradas se mostram isoladas, são mais difíceis de identificar na rotina, 
principalmente nos esfregaços contendo abundante exsudato purulento ou sangue. 
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Célula escamosa intermediária
Célula escamosa parabasal
Carcinoma in situ de pequenas células
ASC-US
Displasia moderada (NIC 2)
Carcinoma in situ de células intermediárias
Displasia leve (NIC 1)
Carcinoma in situ de células grandes
Ilustração 2 - Observar que o maior tamanho 
nuclear (área nuclear absoluta) é encontrado na 
displasia leve (NIC 1). Contudo, a área nuclear 
relativa (relação nucleocitoplasmática) é muito 
maior nas lesões de alto grau, especialmente NIC 3 
(carcinoma in situ).
Ilustração 2- Áreas Nucleares em diferentes lesões do Colo
Atlas de Citopatologia ginecológica
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Ilustração 3 - Condições que podem simular lesões intraepiteliais escamosas de alto grau
Células de reserva
Células metaplásicas 
escamosas
Cervicite crônica folicular
Células do segmento uterino 
inferior
ASC-H
Bordas nucleares lisas e 
normocromasia
Bordas nucleares lisas e 
normocromasia
Macrófagos de corpos tingíveis
Bordas nucleares lisas e 
presença de capilares
Anormalidades nucleares 
mais discretas, especialmente 
menor irregularidade das 
bordas nucleares e cromatina 
mais delicada
Diagnóstico 
diferencial
Características úteis na 
diferenciação
Diferenciação citológica entre as lesões pré-cancerosas 
 
 As seguintes características geralmente se associam à maior gravidade da lesão:
• Número aumentado de células anormais por lâmina.
• Maturidade citoplasmática diminuída.
• Aumento da relação nucleocitoplasmática.
• Irregularidades crescentes das bordas nucleares.
• Aumento do número e do tamanho dos grânulos de cromatina.
• Hipercromasia aumentada.
• Menor frequência do efeito citopático pelo papiloma vírus humano (HPV).
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8.4 Carcinoma Escamoso Invasivo
 O carcinoma escamoso compreende aproximadamente 75% dos tumores malignos do colo uterino. Representa o segundo tipo mais comum 
de câncer entre mulheres no mundo e está associado a elevadas taxas de mortalidade. A infecção persistente pelo papiloma vírus humano (HPV) é 
o principal fator de risco para o desenvolvimento de câncer de colo. Contudo, é necessária a atuação de cofatores, como imunossupressão e fumo, 
para que a doença maligna se manifeste.
 A evolução do carcinoma escamoso ocorre a partir de etapas precursoras, as chamadas lesões pré-cancerosas, já discutidas anteriormente. 
As lesões de baixo grau podem progredir com o tempo para lesões de alto grau, e finalmente as células neoplásicas podem romper a membrana 
basal invadindo o estroma subjacente (carcinoma invasivo). Este caminho contudo não é obrigatório, e alguns tumores parecem não se iniciar como 
lesões de baixo grau, evoluindo desde o início de lesões de alto grau. 
 O carcinoma microinvasivo representa a fase inicial de infiltração do estroma pelas células neoplásicas que romperam a membrana 
basal. Apesar de não haver consenso, de modo geral é determinado que ninhos de células neoplásicas não podem ser encontrados além de 3 
mm de profundidade do estroma a partir da membrana basal. Do ponto de vista prático, é impossível nos esfregaços assegurar que o carcinoma 
é microinvasivo. O padrão citológico pode lembrar uma lesão intraepitelial escamosa de alto grau ou um carcinoma invasivo. A categoria lesão 
intraepitelial escamosa de alto grau com características suspeitas de invasão (Sistema Bethesda) ou lesão intraepitelial de alto grau não podendo 
excluir microinvasão (Nomenclatura Brasileira para Laudos Cervicais) pode ser aplicada quando as células neoplásicas em agrupamentos sinciciais 
exibem ocasional nucléolo e clareamento paracromatínico. 
 O carcinoma escamoso francamente invasivo mostra no exame histopatológico ninhos de células neoplásicas infiltrando o estroma além de 
3 mm de profundidade a partir da membrana basal. 
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• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •
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Ilustração 4 - A Evolução das lesões Pré-cancerosas a Carcinoma Escamoso Invasivo – Histologia
	
  
Invasão
 NIC 1 / HPV NIC 2 NIC 3
Lesão intraepitelial de 
baixo grau 
Lesão intraepitelial 
escamosa de alto grau
Normal
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Lesão de baixo grau - 
NIC 1/displasia leve
Normal
Câncer
Lesão de alto grau - 
NIC 2/displasia 
moderada)
Lesão de alto 
grau – 
NIC3/displasia 
acentuada e 
carcinoma 
in situ
Esta figura mostra o caminho habitual 
na progressão das lesões pré-cancerosas 
a partir de NIC 1, passando pelas etapas 
de NIC 2 e NIC 3, até a instalação do 
câncer invasivo. Eventualmente a NIC 
2 pode evoluir diretamente para câncer. 
Lesões pré-cancerosas de alto grau 
em alguns casos podem surgir sem ser 
precedidaspor lesões de baixo grau. É 
importante assinalar ainda que, mesmo 
no estágio de NIC 3, a lesão pode regredir 
espontaneamente.
 Há três subtipos histológicos de carcinoma escamoso de acordo com a classificação da Organização Mundial de Saúde (OMS), dependendo 
do grau de diferenciação celular: 
• Carcinoma escamoso não queratinizante de grandes células.
• Carcinoma escamoso queratinizante. 
• Carcinoma escamoso não queratinizante de pequenas células. 
Ilustração 5 - A evolução das lesões pré-cancerosas sob a perspectiva da citologia
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Ectocérvice
NIC
Infiltração
Carcinoma 
queratinizante
Hiperplasia de células de reserva
Metaplasia escamosa Carcinoma in situ de células pequenas
NIC
Carcinoma in situ de células grandes
Infiltração
Carcinoma não 
queratinizante
de grandes células
Infiltração
Carcinoma não 
queratinizante
de pequenas células
Ectocérvice
Ilustração 6 - Morfogênese do Carcinoma Escamoso Invasivo do Colo (Patten, 1992, modificado )
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 Nos esfregaços do carcinoma invasivo, as células anormais geralmente exibem maior quantidade de citoplasma (com exceção do carcinoma 
de pequenas células) que as células das lesões de alto grau. A cromatina irregularmente distribuída e o frequente nucléolo de tamanho e forma 
variados são comuns nas células do carcinoma escamoso e não evidenciados nas lesões pré-cancerosas. A diátese tumoral (sangue, fibrina, células 
inflamatórias, restos celulares, material proteináceo) também é própria do carcinoma invasivo, não sendo uma característica das lesões pré- 
-cancerosas.
Ilustração 7 - Características citológicas diferenciais no carcinoma in situ e carcinoma escamoso invasivo
Citoplasma
Núcleo
Cromatina
Nucléolo
Diátese
Mais escasso
Aumentado+
Regular
Ausente
Ausente
Mais abundante
Aumentado++
Irregular
Frequente
Presente
Anormalidades Carcinoma
in situ
Carcinoma
escamoso
8.4.1 Tipos Histológicos do Carcinoma Escamoso e Características Citológicas
 Tipo não queratinizante de grandes células:
• Mais frequente.
• Localizado na Junção Escamocolunar (JEC).
• Pobre diferenciação celular.
• Células grandes arredondadas e poligonais.
• Células com cromatina grosseira irregularmente distribuída, macronucléolo.
• Queratinização eventual de células isoladas.
• Diátese tumoral.
 
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 Tipo queratinizante:
• Frequência em torno de 10% a 15% do total de carcinomas escamosos.
• Localizado na ectocérvice.
• Diátese tumoral menos comum.
• Pérolas córneas, queratinização celular, pleomorfismo celular.
• Núcleos frequentemente picnóticos (cromatina condensada), de formas anormais.
 
 Tipo não queratinizante de pequenas células:
• Frequência aproximada entre 5% a 10%.
• Localizado na endocérvice.
• É o de pior prognóstico.
• Células pequenas com elevada relação nucleocitoplasmática e cromatina grosseiramente granular, às vezes micronucléolo.
• Diátese tumoral.
• Não há queratinização celular.
 Deve ser assinalado que muitos dos carcinomas escamosos não queratinizantes de pequenas células diagnosticados pela cito/histopatologia 
são na verdade de origem neuroendócrina. Assim, é necessária a avaliação imuno-histoquímica para estabelecer confiavelmente a histogênese 
dessa neoplasia.
Ilustração 8 - diferenciação Citológica do Carcinoma Escamoso de Acordo com o Subtipo Histológico
Células isoladas
Agrupamentos celulares
Forma celular
Citoplasma
Nucléolo
Diátese tumoral
++
+
Pleomórficas
Orangeofílico
+/-
+/-
+
++
Redondas/ poligonais
Cianofílico
++
++
Características Queratinizante Não queratinizante de grandes células
+
+
Redondas/ovais
Cianofílico
+
+
Não queratinizante 
de pequenas células
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 Condições que podem simular carcinoma escamoso invasivo:
• Lesões intraepiteliais escamosas.
• Processo de reparação atípico.
• Infecções virais.
• Efeito de radio/quimioterapia.
• Adenocarcinoma pouco diferenciado.
• Tumores metastáticos.
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Assinalamos que pode haver alguma discordância com relação à interpretação de algumas imagens microscópicas. Contudo, além da subjetividade na 
avaliação citológica, deve ser considerado que as figuras fazem parte de um contexto. O diagnóstico citológico, portanto, representa o padrão citológico geral 
da amostra, e não contempla apenas um campo microscópico.
	
   	
   	
  
	
   	
  
Figura 1 - Das Lesões Pré-Cancerosas do Colo Uterino ao 
Carcinoma Escamoso Invasivo – Abordagem Citológica
a - Lesão intraepitelial escamosa de baixo grau (alterações citopáticas 
pelo HPV). Esfregaço cervicovaginal, Papanicolaou, 400x.
b - Lesão intraepitelial escamosa de baixo grau (NIC 1/displasia 
leve). Esfregaço cervicovaginal, Papanicolaou, 400x.
c - Lesão intraepitelial escamosa de alto grau (NIC 2/displasia 
moderada). Esfregaço cervicovaginal, Papanicolaou, 400x.
d - Lesão intraepitelial escamosa de alto grau (NIC 3/carcinoma in 
situ). Esfregaço cervicovaginal, Papanicolaou, 400x.
e - Carcinoma escamoso. Esfregaço cervicovaginal, Papanicolaou, 
400x.
1
a b
ed
c
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lesão Intraepitelial Escamosa de Baixo grau (Com ou Sem Alterações Citopáticas Pelo HPv)
	
   	
  
	
   	
  
Figura 2 - Ilustrações Representando Lesão 
Intraepitelial Escamosa de Baixo Grau (NIC 1/
Displasia Leve)
a - Lesão intraepitelial escamosa de baixo grau associada 
a alterações citopáticas pelo HPV. Histologia, HE, 
100x. Microfotografia cedida por Dra. Liliana Andrade, 
Unicamp.
b - Desenho representando as alterações histológicas 
na lesão intraepitelial escamosa de baixo grau (NIC 1/
displasia leve). Observar que a perda da diferenciação 
celular ocorre no 1/3 mais profundo do epitélio.
c - Desenho representando as alterações celulares na 
lesão intraepitelial escamosa de baixo grau (NIC 1/
displasia leve). Observar que o citoplasma é abundante 
e as alterações se restringem ao núcleo, consistindo de 
discreto aumento nuclear, hipercromasia e algumas 
irregularidades da borda nuclear.
d - Desenho representando célula displásica à direita 
(lesão de baixo grau/NIC 1). Exibe núcleo com mais de 3 
vezes o tamanho daquele da célula intermediária normal 
à esquerda na mesma figura. Há também discretas 
irregularidades da borda nuclear na célula displásica.
a b
dc
2
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• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •
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3 4
65
Figura 3 - Lesão intraepite-
lial escamosa de baixo grau 
(alterações citopáticas pelo 
HPV). Esfregaço cervicovagi-
nal, Papanicolaou, 100x. Coi-
lócitos no centro da figura.
Figura 4 - Lesão intraepite-
lial escamosa de baixo grau 
(NIC 1 /displasia leve com 
alterações citopáticas pelo 
HPV). Esfregaço cervicova-
ginal, Papanicolaou, 400x. 
Coilócito (seta). A cavitação 
perinuclear exibe bordas ci-
toplasmáticas espessas, irre-gulares e o núcleo é volumo-
so, hipercromático. À direita 
há uma célula intermediária 
com anfofilia citoplasmática e 
binucleação. Os núcleos tam-
bém são anormais.
Figura 5 - Lesão intraepite-
lial escamosa de baixo grau 
(alterações citopáticas pelo 
HPV). Esfregaço cervicova-
ginal, Papanicolaou, 400x. 
Coilócito. Observar a cavita-
ção perinuclear com margens 
espessas e bem delimitadas e 
o núcleo aumentado de volu-
me com cromatina de aspecto 
borrado.
Figura 6 - Lesão intraepite-
lial escamosa de baixo grau 
(alterações citopáticas pelo 
HPV). Esfregaço cervicova-
ginal, Papanicolaou, 400x. 
Coilócitos, um deles binucle-
ado (seta). Algumas células 
exibem queratinização. 
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Figura 7 - Lesão intraepite-
lial escamosa de baixo grau 
(alterações citopáticas pelo 
HPV). Esfregaço cervicovagi-
nal, Papanicolaou, 400x. Coi-
lócito com binucleação.
Figura 8 - Lesão intraepite-
lial escamosa de baixo grau 
(alterações citopáticas pelo 
HPV). Esfregaço cervicovagi-
nal, Papanicolaou, 400x. Coi-
lócito multinucleado e célula 
paraqueratótica (seta).
Figura 10 - Lesão intraepi-
telial escamosa de baixo grau 
(NIC 1/displasia leve). Esfre-
gaço cervicovaginal, Papani-
colaou, 100x. Macrócito. Esta 
célula exibe anfofilia cito-
plasmática e multinucleação 
(seta). Os núcleos são volu-
mosos, com variação do ta-
manho e hipercromasia. Este 
tipo de célula pode se asso-
ciar à infecção pelo HPV. Há 
alguns coilócitos (seta dupla).
Figura 9 - Lesão intraepite-
lial escamosa de baixo grau 
(alterações citopáticas pelo 
HPV). Esfregaço cervicova-
ginal, Papanicolaou, 400x. 
Agrupamento de células in-
termediárias, muitas delas 
representando coilócitos.
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1211
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Figura 11 - ASC-US versus 
lesão intraepitelial escamosa 
de baixo grau (NIC 1/displa-
sia leve). Esfregaço cervico-
vaginal, Papanicolaou, 400x. 
Macrócito com multinuclea-
ção. Os núcleos são volumo-
sos e hipercromáticos, algo 
degenerados. Há pseudocani-
balismo de células paraque-
ratóticas atípicas. 
Figura 12 - Célula pleomór-
fica (caudada) com binucle-
ação. Esfregaço cervicovagi-
nal, Papanicolaou, 400x. Há 
discreto aumento nuclear e 
hipercromasia. Este tipo de 
célula tem sido referido como 
kite célula e é considerado um 
critério menor no diagnósti-
co da infecção pelo HPV. Os 
coilócitos são essenciais para 
assegurar o diagnóstico de in-
fecção pelo HPV. Caso não se-
jam encontrados, dadas as al-
terações nucleares discretas, 
o presente quadro citológico 
é categorizado como ASC-US.
Figura 13 - Paraquerato-
se. Esfregaço cervicovaginal, 
Papanicolaou, 400x. Cor-
responde a células em mi-
niatura, queratinizadas, sem 
anormalidades nucleares. 
Na figura, elas são distribu-
ídas em arranjo concêntrico 
(pérola córnea). A paraque-
ratose e a paraqueratose 
atípica (com anormalidades 
nucleares) pode se associar à 
infecção pelo HPV. Contudo, 
somente o encontro de coiló-
citos garante a etiologia viral.
Figura 14 - Lesão intrae-
pitelial escamosa de baixo 
grau (NIC 1/displasia leve). 
Esfregaço cervicovaginal, Pa-
panicolaou, 400x. Conjunto 
de células escamosas inter-
mediárias. O citoplasma é 
abundante, com bordas cito-
plasmáticas bem definidas. 
Os núcleos são volumosos, às 
vezes irregulares (seta), e exi-
bem hipercromasia.
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Figura 15 - Lesão intraepi-
telial escamosa de baixo grau 
(NIC 1/displasia leve). Esfre-
gaço cervicovaginal, Papani-
colaou, 400x. Agrupamento 
de células intermediárias com 
aumento do volume, hiper-
cromasia e leve irregularida-
de nuclear. Uma das células 
exibe esboço de coilocitose 
(seta).
Figura 16 - Lesão intrae-
pitelial escamosa de baixo 
grau (NIC 1/displasia leve). 
Esfregaço cervicovaginal, 
Papanicolaou, 400x. Células 
escamosas com citoplasma 
abundante, bem delimitado, 
núcleos volumosos e hiper-
cromáticos. Há esboço de coi-
locitose (seta).
Figura 17 - Lesão intrae-
pitelial escamosa de baixo 
grau (NIC 1/displasia leve). 
Esfregaço cervicovaginal, 
Papanicolaou, 400x. Células 
queratinizadas com núcleos 
volumosos, hipercromáticos, 
às vezes levemente irregula-
res. Corresponde a uma dis-
plasia queratinizante.
Figura 18 - Lesão intraepi-
telial escamosa de baixo grau 
(NIC 1/displasia leve quera-
tinizante). Esfregaço cervico-
vaginal, Papanicolaou, 400x. 
Células queratinizadas com 
núcleos volumosos, levemen-
te irregulares, hipercromáti-
cos.
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• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •
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Condições Que Simulam Coilocitose
	
   	
  
	
  
	
  
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20
Figura 19 - Halos inflama-
tórios. Esfregaço cervicova-
ginal, Papanicolaou, 400x. 
O clareamento perinuclear 
é difuso, mais estreito e mal 
delimitado em relação à coi-
locitose. Por outro lado, o 
aumento nuclear é menos 
acentuado quando compara-
do àquele visto nos coilócitos.
Figura 20 - Pseudocoiloci-
tose (seta). Amostra cervical, 
citologia de meio líquido, 
Papanicolaou, 100x. Nesta 
figura há várias células navi-
culares. O citoplasma contém 
abundante glicogênio, que se 
cora habitualmente em casta-
nho. Contudo, às vezes o gli-
cogênio não é corado, apare-
cendo como um clareamento 
perinuclear que pode simular 
coilocitose.
Figura 21 - Pseudocoilocitose 
(seta). Esfregaço cervicovaginal, 
Papanicolaou, 400x. Acúmulo de 
glicogênio intracitoplasmático, 
simulando coilocitose. Às vezes o 
glicogênio não se cora em casta-
nho, conferindo um aspecto claro 
ao citoplasma, como é mostrado 
nesta figura. O núcleo da célula 
assinalada é típico, diferencian-
do-a da célula coilocitótica. 
Figura 22 - Células meta-
plásicas escamosas imaturas 
com ectoplasma e endoplas-
ma distintos. Esfregaço cer-
vicovaginal, Papanicolaou, 
400x. Não confundir este tipo 
de célula com coilócitos.
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lesão Intraepitelial Escamosa de Alto grau (NIC2/ displasia Moderada)
Figura 23 - Quadro Ilustrativo Representando 
Lesão Intraepitelial Escamosa de Alto Grau (NIC 
2/Displasia Moderada)
a - Lesão intraepitelial escamosa de alto grau (NIC 2/
displasia moderada). Histologia, HE, 100x. Observar a 
indiferenciação das células, abrangendo cerca de metade da 
espessura do epitélio. Ainda há certa maturação celular nas 
camadas superficiais acompanhada de atipias nucleares. 
Microfotografia cedida por Dra. Liliana Andrade, Unicamp.
b - Desenho representando lesão intraepitelial escamosa 
de alto grau (NIC 2/displasia moderada). Observar 
a desorganização e a perda da polaridade celular, 
comprometendo grande parte da espessura do epitélio, 
assim como o encontro de figuras de mitose atípicas 
situadas num nível mais alto do epitélio.
c - Desenho representando células aproximadamente do 
tamanho das células escamosas parabasais ou metaplásicas, 
exibindo aumento nuclear com aumento da relação 
nucleocitoplasmática, hipercromasia e irregularidades 
nucleares. A cromatina é grosseira. Tais características são 
vistas na lesão intraepitelial escamosade alto grau (NIC 2/
displasia moderada) nos esfregaços cervicais.
d - Desenho representando células de lesão intraepitelial 
escamosa de alto grau (NIC 2/displasia moderada). 
Estas células mostram aumento nuclear, aumento da 
relação nucleocitoplasmática e cromatina granular. Nesta 
ilustração não há praticamente irregularidades das bordas 
nucleares. Há algumas células normais para comparar o 
grau das anormalidades das células displásicas.
a b
dc
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Todas as figuras a seguir correspondem à NIC 2/displasia moderada, com exceção daquelas cujas legendas refletem as dificuldades de classificação.
	
  
	
  
	
  
	
  
24 25
2726
Figura 24 - Lesão intraepi-
telial escamosa de alto grau 
(NIC 2/displasia moderada). 
Esfregaço cervicovaginal, 
Papanicolaou, 400x. Células 
imaturas do tipo metaplási-
co escamoso, algumas delas 
exibindo irregularidades das 
bordas nucleares (setas).
Figura 25 - Lesão intraepi-
telial escamosa de alto grau 
(NIC 2/displasia moderada). 
Esfregaço cervicovaginal, 
Papanicolaou, 400x. Célu-
la escamosa intermediária e 
algumas células de origem 
metaplásica escamosa imatu-
ra, com aumento do volume 
nuclear, aumento da relação 
nucleocitoplasmática, leve 
alteração da forma nuclear e 
hipercromasia.
Figura 26 - Lesão intraepi-
telial escamosa de alto grau 
(NIC 2/displasia moderada). 
Esfregaço cervicovaginal, Pa-
panicolaou, 400x. Células de 
origem metaplásica escamo-
sa exibindo aumento nucle-
ar e aumento da relação nu-
cleocitoplasmática, algumas 
irregularidades das bordas 
nucleares e hipercromasia 
nuclear.
Figura 27 - Lesão intraepi-
telial escamosa de alto grau 
(NIC 2/displasia moderada). 
Esfregaço cervicovaginal, Pa-
panicolaou, 400x. Células de 
origem metaplásica exibindo 
aumento do volume nuclear, 
alteração da relação nucleo-
citoplasmática e cromatina 
finamente granular com cro-
mocentros.
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28 29
Figura 28 - Lesão intraepi-
telial escamosa de alto grau 
(NIC 2/displasia moderada). 
Esfregaço cervicovaginal, 
Papanicolaou, 400x. Células 
do tipo metaplásico imaturo, 
com citoplasma relativamen-
te denso, escasso, núcleos 
volumosos, com aumento da 
relação nucleocitoplasmática, 
irregularidades discretas das 
bordas nucleares e hipercro-
masia.
Figura 29 - Lesão intraepi-
telial escamosa de alto grau 
(NIC 2/displasia moderada). 
Esfregaço cervicovaginal, Pa-
panicolaou, 400x. Células do 
tipo metaplásico com cito-
plasma relativamente abun-
dante, núcleos volumosos, às 
vezes irregulares (seta), hi-
percromáticos.
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Figura 30 - Lesão Intraepitelial Escamosa de Alto 
Grau (NIC 3/Carcinoma In Situ)
a - Neoplasia intraepitelial cervical grau 3 (NIC 3/carcinoma 
in situ). Histológico, HE, 400x. Toda a espessura do epitélio 
é representada por células escamosas imaturas, com perda 
da polaridade nuclear e anormalidades nucleares.
b - Desenho representando lesão intraepitelial escamosa 
de alto grau (NIC 3/carcinoma in situ) na histologia. 
Há células imaturas com atipias nucleares significativas 
comprometendo todo o epitélio.
c - Desenho representando lesão intraepitelial escamosa de 
alto grau (NIC 3/carcinoma in situ) em esfregaço cervical. As 
células são imaturas, com aumento significativo da relação 
nucleocitoplasmática, irregularidades marcadas das bordas 
nucleares e cromatina grosseiramente granular. Há algumas 
células pleomórficas (setas).
	
   	
  
a b
30
	
  
c
lesão Intraepitelial Escamosa de Alto grau (NIC 3/Carcinoma In Situ)
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Figura 31 - Quadro ilustrativo demonstrando 
a variação dos padrões citológicos na lesão 
intraepitelial escamosa de alto grau (NIC 3/
carcinoma in situ) (segundo Patten, 1992)
a - Lesão intraepitelial escamosa de alto grau (NIC 3). 
Esfregaço cervicovaginal, Papanicolaou, 400x. Células 
pequenas imaturas, anormais, provavelmente se 
originando diretamente da hiperplasia atípica de células 
de reserva.
b - Lesão intraepitelial escamosa de alto grau (NIC 
3). Esfregaço cervicovaginal, Papanicolaou, 400x. 
Células de tamanho intermediário imaturas, anormais, 
provavelmente se originando da transformação maligna 
das células metaplásicas escamosas imaturas.
c - Lesão intraepitelial escamosa de alto grau (NIC 3). 
Esfregaço cervicovaginal, Papanicolaou, 400x. Células 
de grande tamanho, imaturas, anormais, provavelmente 
se originando da transformação maligna das células 
metaplásicas escamosas em maturação
d - Lesão intraepitelial escamosa de alto grau 
queratinizante. Esfregaço cervicovaginal, Papanicolaou, 
400x. Células anormais com citoplasma abundante, 
queratinizado. Este tipo de lesão ocorre geralmente na 
ectocérvice e se origina das displasias queratinizantes.
a b
dc
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Todas as figuras a seguir correspondem à NIC 3/carcinoma in situ, com exceção daquelas cujas legendas refletem as dificuldades de classificação.
	
   	
  
	
   	
  
32 33
3534
Figura 32 - Lesão intraepi-
telial escamosa de alto grau 
(NIC 3/carcinoma in situ). 
Esfregaço cervicovaginal, 
Papanicolaou, 100x. Agrupa-
mento amplo sincicial.
Figura 33 - Lesão intraepi-
telial escamosa de alto grau 
(NIC 3/carcinoma in situ). 
Esfregaço cervicovaginal, Pa-
panicolaou, 100x. Várias cé-
lulas dissociadas, pequenas, 
imaturas (setas), exigindo 
uma análise detalhada do nú-
cleo com a objetiva de gran-
de aumento. Estas células às 
vezes assumem uma distri-
buição em “fila indiana” (seta 
vermelha).
Figura 34 - Lesão intraepi-
telial escamosa de alto grau 
(NIC 3/carcinoma in situ). 
Esfregaço cervicovaginal, 
Papanicolaou, 100x. Agru-
pamento sincicial amplo de 
células com limites citoplas-
máticos indistintos, núcleos 
sobrepostos, hipercromáti-
cos. Observar que as células 
da periferia estão dispostas 
paralelamente ao maior eixo 
do agrupamento, uma carac-
terística geralmente associa-
da à NIC 3/carcinoma in situ.
Figura 35 - Lesão intraepite-
lial escamosa de alto grau (NIC 
3/carcinoma in situ). Esfregaço 
cervicovaginal, Papanicolaou, 
400x. Agrupamento sincicial 
de células imaturas de aspecto 
relativamente monótono, com 
anormalidades nucleares. Os 
núcleos são volumosos, com 
variação do tamanho, exibindo 
cromatina finamente granular 
com cromocentros. O citoplas-
ma das células é escasso, mal 
delimitado.
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3938
Figura 36 - Lesão intraepi-
telial escamosa de alto grau 
(NIC 3/carcinoma in situ). 
Esfregaço cervicovaginal, Pa-
panicolaou, 400x. Células 
imaturas de tamanho inter-
mediário, com citoplasma de-
licado, mal delimitado, núcle-
os volumosos com acentuado 
aumento da relação nucleoci-
toplasmática. A cromatina às 
vezes é grosseiramente gra-
nular.
Figura 37 - Lesão intraepi-
telial escamosa de alto grau 
(NIC 3/carcinoma in situ). 
Esfregaço cervicovaginal, 
Papanicolaou, 400x. Células 
imaturas,grandes, com nú-
cleos volumosos revelando 
variação significativa do ta-
manho (anisocariose), hiper-
cromasia e cromatina gros-
seiramente granular.
Figura 38 - Lesão intraepi-
telial escamosa de alto grau 
(NIC 3/ carcinoma in situ). 
Esfregaço cervicovaginal, 
Papanicolaou, 400x. Células 
grandes, exibindo citoplasma 
escasso, mal delimitado, nú-
cleos volumosos, sobrepostos 
com variação do tamanho, 
hipercromáticos. As bordas 
nucleares são levemente irre-
gulares, e a cromatina é fina-
mente granular com cromo-
centros.
Figura 39 - Lesão intraepi-
telial escamosa de alto grau 
(NIC 3/ carcinoma in situ). 
Esfregaço cervicovaginal, 
Papanicolaou, 400x. Células 
epiteliais de pequeno tama-
nho, similares ao tamanho 
das células de reserva, com 
alguns vacúolos citoplasmá-
ticos. Os núcleos são volumo-
sos, com inversão da relação 
nucleocitoplasmática, hiper-
cromáticos, às vezes com bor-
das irregulares.
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Figura 40 - Lesão intraepi-
telial escamosa de alto grau 
(NIC 3/ carcinoma in situ). 
Esfregaço cervicovaginal, 
Papanicolaou, 400x. Células 
imaturas, com núcleos irre-
gulares (setas) e alta relação 
nucleocitoplasmática.
Figura 41 - Lesão intraepi-
telial escamosa de alto grau 
(NIC 3/ carcinoma in situ) 
associada à atrofia. Esfregaço 
cervicovaginal, Papanicola-
ou, 100x. Na atrofia há maior 
dificuldade de identificar as 
células anormais, devido aos 
frequentes fenômenos de 
dessecação e degeneração. 
Há um arranjo sincicial de cé-
lulas com núcleos volumosos, 
hipercromáticos. Esse campo 
deve ser avaliado com obje-
tiva de grande aumento para 
estudar as características nu-
cleares.
Figura 42 - ASC-H versus 
lesão intraepitelial escamosa 
de alto grau (NIC 3/carcino-
ma in situ). Esfregaço cer-
vicovaginal, Papanicolaou, 
400x. Células de pequeno e 
intermediário tamanhos, al-
gumas com irregularidades 
da borda nuclear (setas). A 
interpretação deste caso é di-
fícil.
Figura 43 - Lesão intraepi-
telial escamosa de alto grau 
(NIC 2/NIC 3). Esfregaço 
cervicovaginal, Papanicolaou, 
400x. Células do tipo meta-
plásico com aumento nuclear, 
aumento da relação nucleoci-
toplasmática, irregularidades 
das bordas nucleares e hiper-
cromasia.
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Figura 44 - Lesão intraepitelial 
de alto grau, não podendo excluir 
microinvasão (lesão intraepitelial 
escamosa de alto grau com carac-
terísticas suspeitas de invasão). 
Esfregaço cervicovaginal, Papa-
nicolaou, 400x. Células imaturas 
com núcleos redondos ou ova-
lados, tocando a margem cito-
plasmática em vários pontos. A 
cromatina é finamente granular, 
havendo algum clareamento cro-
matínico (setas) e ocasionais nu-
cléolos. A presença de nucléolos 
pode indicar NIC 3 com extensão 
glandular ou microinvasão.
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lesão Intraepitelial Escamosa de Alto grau Queratinizante
	
   	
  
45 46
Figura 45 Lesão intraepi-
telial escamosa de alto grau 
queratinizante (NIC 3) versus 
carcinoma escamoso invasi-
vo. Esfregaço cervicovaginal, 
Papanicolaou, 400x. Células 
pleomórficas queratinizadas. 
Há irregularidades marcadas 
nas bordas nucleares (setas) 
e alguns núcleos parecem exi-
bir espaços claros (setas
duplas). 
Figura 46 - Lesão in-
traepitelial escamosa querati-
nizante de alto grau (NIC 3) 
versus carcinoma escamoso. 
400x. Células queratinizadas 
pleomórficas. Os núcleos 
mostram irregularidades 
das bordas nucleares, e a 
cromatina é condensada.
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Condições Que Podem Simular lesões Intraepiteliais Escamosas de Alto grau 
	
   	
  
	
   	
  
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Figura 47 - Células de re-
serva/metaplásicas imaturas 
sem alterações nucleares. 
Esfregaço cervicovaginal, 
Papanicolaou, 400x. A ima-
turidade destas células pode 
levar à falsa interpretação de 
carcinoma in situ (outras fi-
guras relativas a este tema no 
Capítulo 1).
Figura 49 - Cervicite crônica 
folicular. Esfregaço cervico-
vaginal, Papanicolaou, 400x. 
O encontro de macrófagos 
de corpos tingíveis (setas) e a 
presença de linfócitos em re-
pouso, pequenos, permitem 
a diferenciação confiável com 
lesão intraepitelial escamosa 
de alto grau.
Figura 50 - Células do seg-
mento uterino inferior (es-
tromais). Esfregaço cervico-
vaginal, Papanicolaou, 100x. 
Agrupamento sincicial com 
prolongamento (seta) de cé-
lulas pequenas do segmento 
uterino inferior. No pequeno 
aumento, pode ser confun-
dido com o arranjo sincicial 
comum no carcinoma in situ.
Figura 51 - Células do seg-
mento uterino inferior. Esfre-
gaço cervicovaginal, Papani-
colaou, 400x. O encontro de 
capilar é comum em associa-
ção com células do segmento 
uterino inferior (seta). Estas 
células são típicas, apesar de 
se encontrar às vezes figuras 
de mitose (seta dupla).
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Figura 52 - Atrofia. Esfregaço 
cervicovaginal, Papanicolaou, 
100x. Na atrofia são comuns os 
agrupamentos sinciciais, o que, 
juntamente com alterações 
celulares degenerativas, podem 
determinar uma interpretação 
equivocada de carcinoma in 
situ. 
Figura 53 - Histiócitos. Es-
fregaço cervicovaginal, Papa-
nicolaou, 400x. A distribui-
ção das células nesta figura 
lembra o arranjo em “fila in-
diana” que as células de NIC 
3 podem assumir. Os núcleos 
são volumosos, com altera-
ções da forma (seta) simulan-
do as irregularidades nucle-
ares encontradas nas células 
de lesão intraepitelial esca-
mosa de alto grau. Contudo, 
as bordas nucleares são deli-
cadas e não há hipercromasia 
nuclear quando comparadas 
com as células de NIC 3.
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Carcinoma Escamoso Invasivo
Figura 54 - Os Diferentes Subtipos Histológicos 
do Carcinoma Escamoso Invasivo
a - Desenho representando focos de infiltração neoplásica 
no estroma. Carcinoma escamoso invasivo. Observar os 
ninhos de células neoplásicas (circulados) invadindo o 
estroma subjacente.
b - Carcinoma escamoso queratinizante. Histopatológico, 
HE, 100x. Presença de pérolas córneas (arranjos 
concêntricos de células queratinizadas anormais) 
invadindo o estroma. Microfotografia cedida por Dra. 
Liliana Andrade, Unicamp.
c - Carcinoma escamoso moderadamente diferenciado, 
não queratinizante de grandes células. Histopatológico, 
HE, 100x. Infiltração do estroma por células epiteliais 
com citoplasma amplo e eosinófilo. Microfotografia 
cedida por Dra. Liliana Andrade, Unicamp.
d - Carcinoma indiferenciado de pequenas células. 
Histopatológico, HE, 400x. A infiltração do estroma 
se dá através de células arredondadas, com relação 
nucleocitoplasmática muito elevada. O diagnóstico 
diferencial compreende carcinoma escamoso não 
queratinizante de pequenas células e carcinoma de 
origem neuroendócrina. A avaliação imunohistoquímica 
é requerida neste contexto. Microfotografia cedida por 
Dra. Liliana Andrade, Unicamp.
	
  	
  
	
  
b
dc
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a
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Figura 55 - Desenho repre-
sentando as células malignas 
de carcinoma escamoso que-
ratinizante quando vistas no 
esfregaço cervical. Observar 
o pleomorfismo celular (cé-
lulas em fibra, “em girino”), 
pseudocanibalismo e pérola 
córnea maligna.
Figura 56 - Carcinoma esca-
moso. Esfregaço cervicovagi-
nal, Papanicolaou, 400x. Cé-
lulas grandes com citoplasma 
mal delimitado, núcleos volu-
mosos com cromatina irregu-
larmente distribuída (seta). 
Células queratinizadas, re-
velando núcleos irregulares 
com cromatina condensada. 
Algumas células se apresen-
tam sob a forma de núcleos 
fusiformes (setas duplas).
Figura 57 - Carcinoma esca-
moso. Esfregaço cervicovagi-
nal, Papanicolaou, 400x. Célu-
la caudada gigante com núcleo 
monstruoso. Observar que a 
forma do núcleo é anormal, 
com espessamentos focais da 
borda nuclear e cromatina ir-
regularmente distribuída com 
espaços claros. Este tipo de cé-
lula é mais comum na variante 
queratinizante do carcinoma 
escamoso. 
Figura 58 - Carcinoma es-
camoso. Esfregaço cervico-
vaginal, Papanicolaou, 400x. 
Células queratinizadas cau-
dadas com núcleos volumo-
sos de forma anormal, hiper-
cromáticos com cromatina 
condensada. Observar depó-
sitos de material fibrinoide 
no “fundo”. Tais células com 
acentuado pleomorfismo são 
comuns no carcinoma esca-
moso queratinizante.
	
  
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Figura 59 - Carcinoma es-
camoso. Esfregaço cervico-
vaginal, Papanicolaou, 400x. 
Pérola córnea (escamosa) 
maligna. Trata-se de arran-
jo concêntrico de células 
queratinizadas com núcleos 
hipercromáticos exibindo 
cromatina condensada de 
distribuição irregular (espa-
ços claros).
Figura 60 - Carcinoma es-
camoso. Esfregaço cervico-
vaginal, Papanicolaou, 400x. 
Células variando de tama-
nho, a maioria com citoplas-
ma delicado, mal delimitado. 
Os núcleos mostram espes-
samentos focais das bordas 
nucleares (setas) e cromatina 
distribuída irregularmente. 
Há algumas células quera-
tinizadas (setas duplas). Há 
material granular, cianofílico 
de “fundo”, representando 
necrose.
Figura 61 - Carcinoma es-
camoso. Esfregaço cervico-
vaginal, Papanicolaou, 400x. 
Células de tamanho variado, 
algumas pleomórficas (setas) 
exibindo citoplasma abun-
dante, delicado, núcleos vo-
lumosos, com cromatina irre-
gularmente distribuída.
Figura 62 - Carcinoma es-
camoso. Esfregaço cervico-
vaginal, Papanicolaou, 400x. 
Células gigantes com núcleos 
exibindo acentuada irregu-
laridade da rede cromatínica 
(setas). Há também células 
queratinizadas com núcleos 
irregulares e cromatina con-
densada mostrando espaços 
claros (seta dupla).
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Figura 63 - Carcinoma es-
camoso. Esfregaço cervico-
vaginal, Papanicolaou, 400x. 
Células com citoplasma deli-
cado, núcleos volumosos com 
bordas exibindo espessamen-
tos focais e irregularidades, 
com cromatina finamente 
granular irregularmente dis-
tribuída (setas). Há células 
queratinizadas com núcle-
os pleomórficos e cromatina 
condensada às vezes com es-
paços claros (seta dupla).
Figura 64 - Carcinoma es-
camoso. Esfregaço cervico-
vaginal, Papanicolaou, 400x. 
Células arredondadas ou po-
ligonais com núcleos volumo-
sos, irregulares, com cromati-
na condensada. Presença de 
mitoses anormais (setas).
Figura 65 - Carcinoma es-
camoso. Esfregaço cervico-
vaginal, Papanicolaou, 100x. 
Diátese tumoral. Células ma-
lignas isoladas e agrupadas 
em arranjo sincicial. A diáte-
se tumoral é representada por 
fibrina, restos de células epi-
teliais e células inflamatórias.
Figura 66 - Carcinoma esca-
moso. Citologia cervicovagi-
nal, Papanicolaou, 400x. Há 
células malignas pequenas, 
com citoplasma escasso, nú-
cleos volumosos com acen-
tuado aumento da relação 
nucleocitoplasmática, hiper-
cromasia e irregularidades 
das bordas nucleares (seta). 
O sangramento pode deter-
minar baixa celularidade no 
esfregaço, como neste caso. 
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Figura 67 - Carcinoma es-
camoso. Esfregaço cervico-
vaginal, Papanicolaou, 400x. 
Agrupamento sincicial de 
células pouco diferenciadas 
com citoplasma mal delimi-
tado, núcleos volumosos com 
variação do tamanho, hiper-
cromáticos, com cromatina 
irregularmente distribuída. O 
“fundo” é fibrinoide. 
Figura 68 - Carcinoma es-
camoso. Esfregaço cervico-
vaginal, Papanicolaou, 400x. 
As células são pequenas, exi-
bem citoplasma escasso, mal 
delimitado, núcleos volumo-
sos, com aumento da relação 
nucleocitoplasmática, cro-
matina finamente granular 
irregularmente distribuída 
e frequente nucléolo. Este 
quadro citológico pode cor-
responder a carcinoma esca-
moso não queratinizante de 
pequenas células.
Figura 69 - Carcinoma es-
camoso. Esfregaço cervico-
vaginal, Papanicolaou, 400x. 
Células pouco diferenciadas, 
exibindo citoplasma escas-
so, mal delimitado, núcleos 
volumosos, com acentuado 
aumento da relação nucleoci-
toplasmática, espessamento 
das bordas nucleares e cro-
matina finamente granular 
irregularmente distribuída 
(setas). O “fundo” é fibrino-
-hemorrágico.
Figura 70 - Carcinoma de 
pequenas células provavel-
mente de origem neuroen-
dócrina. Esfregaço cervico-
vaginal, Papanicolaou, 400x. 
Células malignas pequenas 
com distribuição salpicada 
da cromatina. Há frequente 
amoldamento nuclear. Pode 
se tratar de um carcinoma de 
origem neuroendócrina.
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• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •
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71 72
7473
Figura 71 - Carcinoma de 
pequenas células provavel-
mente de origem neuroen-
dócrina. Esfregaço cervico-
vaginal, Papanicolaou, 400x. 
Células malignas pequenas 
(comparar com as hemácias) 
com citoplasma escasso, mal 
delimitado, núcleos com au-
mento da relação nucleocito-
plasmática, angulados, com 
cromatina de distribuição 
anormal (espaços claros). 
Observar o frequente amol-
damento nuclear.
Figura 72 - Lesão intraepi-
telial escamosa de alto grau 
(NIC 3) com características 
suspeitas de invasão. Esfre-
gaço cervicovaginal, Papani-
colaou, 400x. Células peque-
nas com citoplasma escasso, 
delicado, núcleos volumosos, 
com aumento da relação nu-
cleocitoplasmática. A croma-
tina é finamente granular, às 
vezes com espaços claros (se-
tas) e esporádicos nucléolos 
(setas vermelhas).
Figura 73 - Lesão intraepite-
lial escamosa de alto grau (NIC 
3) com características sus-
peitas de invasão. Esfregaço 
cervicovaginal, Papanicolaou, 
400x. Células pequenas com 
citoplasma escasso, mal deli-
mitado, aumento nuclear, com 
aumento da relação nucleoci-
toplasmática, cromatina fina-
mente granular, às vezes irre-
gularmente distribuída, (setas) 
e alguns nucléolos.
Figura 74 - Lesão intraepi-
telial escamosa de alto grau 
(NIC 3) com características 
suspeitas de invasão. Esfre-
gaço cervicovaginal, Papa-
nicolaou, 400x. O padrão ci-
tológico geral lembra aquele 
do carcinoma in situ, com 
exceção da irregularidade da 
distribuição da cromatina 
em alguns núcleos (seta) e da 
presença de nucléolos (seta 
dupla).
8 lESõES INtRAEPItElIAIS ESCAMOSAS E CARCINOMA ESCAMOSO INvASOR dO COlO UtERINO
• • • • • • • • • • • • • • • • •• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •
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diferenciação Entre Reparação Atípica e Carcinoma Escamoso
	
   	
  
7675
Figura 75 - Células de re-
paração atípicas. Esfregaço 
cervicovaginal, Papanicola-
ou, 400x. “Fundo” fibrinoi-
de. Células com citoplasma 
abundante, mal delimitado. 
Os núcleos são volumosos, 
com variação do tamanho. 
As bordas nucleares são lisas, 
a distribuição da cromatina 
mostra espaços claros e os 
nucléolos são proeminentes, 
múltiplos. Presença de mito-
se (seta). Este quadro citoló-
gico pode ser confundido com 
carcinoma escamoso. 
Figura 76 - Células de 
reparação atípicas. Esfregaço 
cervicovaginal, Papanicolaou, 
400x. Células em agrupamento 
discretamente desorganizado. 
Apresentam citoplasma 
abundante delicado, núcleos 
volumosos, anisocariose, 
bordas nucleares lisas, croma-
tina finamente granular 
com alguns espaços claros 
(seta), lembrando o padrão 
de cromatina do carcinoma 
escamoso. Há nucléolos 
proeminentes, às vezes 
múltiplos e de forma anormal.
Atlas de Citopatologia ginecológica
• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •
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9 Anormalidades Epiteliais glandulares 
Endocervicais e Endometriais
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9.1 Anormalidades Epiteliais glandulares Endocervicais
 
 Considerando as anormalidades de células glandulares endocervicais, o Sistema Bethesda 2001 inclui as seguintes categorias:
• Células glandulares endocervicais atípicas sem outra especificação (células epiteliais glandulares endocervicais atípicas de significado 
indeterminado, provavelmente não neoplásicas – Nomenclatura Brasileira para Laudos de Colpocitologia Oncótica).
• Células glandulares endocervicais atípicas provavelmente neoplásicas (células epiteliais glandulares endocervicais atípicas de significado 
indeterminado, possivelmente neoplásicas – Nomenclatura Brasileira para Laudos de Colpocitologia Oncótica).
• Adenocarcinoma endocervical in situ.
• Adenocarcinoma endocervical invasivo.
 
 O adenocarcinoma endocervical corresponde em torno de 15% a 25% das neoplasias malignas do colo uterino. O principal fator de risco 
para o seu desenvolvimento é a infecção pelo HPV, especialmente dos tipos 16 e 18, associada a cofatores ainda mal definidos, dentre os quais o uso 
de contraceptivos orais é o mais consistentemente relacionado. Os tumores glandulares do colo uterino são classificados segundo a Organização 
Mundial de Saúde (OMS) em seis tipos histológicos: adenocarcinoma sem outra especificação, adenocarcinoma mucinoso (70% dos casos), tipo 
endometrioide, de células claras, seroso e mesonéfrico. O adenocarcinoma mucinoso por sua vez compreende cinco subtipos: endocervical, 
intestinal, de células em “anel de sinete”, de desvio mínimo e viloglandular. Há uma associação frequente entre lesões intraepiteliais escamosas e 
lesões glandulares endocervicais, podendo chegar a mais de 50%. 
 O adenocarcinoma endocervical é precedido pelo adenocarcinoma in situ, uma condição bem definida dos pontos de vista histopatológico 
e citopatológico. Entretanto, não há critérios citomorfológicos e arquiteturais confiáveis para a detecção das lesões incipientes anteriores ao 
adenocarcinoma in situ, sendo enquadradas pelo Sistema Bethesda como células glandulares endocervicais atípicas (sem outra especificação ou 
provavelmente neoplásicas). 
 
9.1.1 Características das células glandulares endocervicais atípicas sem outra especificação (células glandulares endocervicais 
atípicas de significado indeterminado, provavelmente não neoplásicas – Nomenclatura Brasileira para Laudos de Colpocitologia 
Oncótica):
• Células agrupadas em placas ou “tiras” com discreto amontoamento nuclear.
• Citoplasma abundante.
• Núcleos com aumento de três a cinco vezes o tamanho do núcleo de uma célula endocervical normal.
• Discreta variação do tamanho e da forma nuclear.
9 ANORMAlIdAdES EPItElIAIS glANdUlARES ENdOCERvICAIS E ENdOMEtRIAIS
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160
• Aumento da relação nucleocitoplasmática.
• Leve hipercromasia nuclear.
9.1.2 Características das células glandulares endocervicais atípicas provavelmente neoplásicas (células glandulares 
endocervicais atípicas de significado indeterminado, provavelmente neoplásicas – Nomenclatura Brasileira para Laudos de 
Colpocitologia Oncótica):
• Células em placas ou “tiras” com amontoamento e sobreposição.
• Raras “rosetas” ou aspecto de “plumagem” (feathering).
• Núcleos aumentados de volume, com leve ou moderada hipercromasia.
• Aumento da relação nucleocitoplasmática.
• Menor quantidade de citoplasma com bordas celulares mal definidas.
• Mitoses ocasionais.
9.1.3 Características citológicas do adenocarcinoma in situ
• “Fundo” limpo.
• Celularidade de moderada a abundante (células endocervicais).
• Algumas das células anormais mostrando aparência colunar.
• Perda do padrão em “favo de mel”, com sobreposição dos núcleos.
• “Tiras” ou arranjos em “paliçada” com pseudoestratificação nuclear.
• Aspecto de “plumagem” com relação às bordas do agrupamento (protrusão nuclear).
• Arranjos glandulares ou em “roseta”.
• Alongamento dos núcleos.
• Núcleos aumentados de volume com variação do tamanho.
• Aumento da relação nucleocitoplasmática.
• Hipercromasia nuclear.
• Cromatina grosseiramente granular.
• Nucléolo pequeno ou não evidente.
• Mitoses.
• Apoptose.
 
Atlas de Citopatologia ginecológica
• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •
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161
 É importante ressaltar que a interpretação citológica de adenocarcinoma in situ implica um risco, aproximadamente de 40%, de corresponder 
a adenocarcinoma invasivo no exame histopatológico. 
9.1.4 Características citológicas do adenocarcinoma endocervical invasivo
• Diátese tumoral (em metade dos casos ou menos).
• Maior número de células anormais, com frequente configuração colunar.
• Alterações arquiteturais idênticas àquelas do adenocarcinoma in situ.
• Sincícios, papilas.
• Maior perda da coesão celular.
• Núcleos maiores, mais pleomórficos.
• Bordas nucleares espessas e irregulares.
• Nucléolos mais frequentes e mais proeminentes.
• Mitoses.
• Cromatina irregularmente distribuída (espaços claros).
 Alguns casos de adenocarcinoma invasivo são indistinguíveis citologicamente do adenocarcinoma in situ. Na dúvida, a possibilidade de 
invasão pode ser sugerida. O exame histopatológico é fundamental para a diferenciação definitiva entre as duas condições. 
 Alguns processos benignos de origem endocervical ou endometrial podem eventualmente produzir células com alterações nucleares, 
mimetizando as células endocervicais atípicas ou malignas. As seguintes condições devem ser descartadas como fonte de células endocervicais 
atípicas: 
• Endocervicite e reparação.
• Metaplasia tubária.
• Pólipo endocervical ou endometrial.
• Hiperplasia microglandular endocervical.
• Células do segmento uterino inferior.
• Endometriose.
 
 
9 ANORMAlIdAdES EPItElIAIS glANdUlARES ENdOCERvICAIS E ENdOMEtRIAIS
 • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •
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162
 Um dos maiores problemas de interpretação citológica considerando as lesões endocervicais é a sua diferenciação com lesões intraepiteliais 
escamosas de alto grau (NIC 3), especialmente quando há extensão (comprometimento) glandular. Essa dificuldade resulta em altas taxas de 
diagnósticos citológicos falhos de adenocarcinoma que correspondem a NIC 3/carcinoma in situ na avaliação histopatológica. 
 
Ilustração 1 - distinção Entre Adenocarcinoma In Situ e lesão Intraepitelial Escamosade Alto (NIC 3)
Agrupamentos sinciciais com 
células empilhadas no centro 
Aplanamento das células 
periféricas
Núcleos arredondados
Células isoladas anormais 
com citoplasma denso ou 
queratinizado
Nucléolo (micronucléolo) 
presente quando há extensão 
glandular
Conjuntos sinciciais
Conjuntos glandulares
“Tiras” com pseudoestratificação
“plumagem” (feathering) 
dos núcleos na periferia dos 
agrupamentos
Núcleos alongados
-------
Nucléolo (macronucléolo) 
presente
NIC 3 Adenocarcinoma In Situ
 Com relação à diferenciação citológica entre adenocarcinoma endocervical e carcinoma escamoso invasor, de um modo geral as células 
do adenocarcinoma exibem núcleos mais alongados, com menor hipercromasia e maior frequência de nucléolos. Há também as alterações 
arquiteturais associadas ao adenocarcinoma, como “tiras” exibindo pseudoestratificação nuclear, glândulas e “plumagem” dos núcleos na periferia 
dos agrupamentos celulares.
Atlas de Citopatologia ginecológica
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163
9.2 Anormalidades Epiteliais glandulares Endometriais
 O adenocarcinoma endometrial apresenta uma frequência aproximada de 7% dos cânceres em mulheres, com pico de incidência entre 55 e 
65 anos de idade. Os fatores de risco relacionados a esse tumor correspondem a obesidade, infertilidade, diabete e estímulo estrogênico prolongado.
 Em algumas ocasiões não há critérios citológicos definitivos de malignidade, considerando as células endometriais. Nesses casos utiliza-
se a seguinte nomenclatura preconizada pelo Sistema Bethesda 2001/Nomenclatura Brasileira para Laudos de Colpocitologia Oncótica: células 
glandulares endometriais atípicas de significado indeterminado, sem outra especificação. Com relação às células endometriais, não se aplica a 
qualificação “provavelmente neoplásicas”, uma vez que a distinção é extremamente difícil e não é reproduzível. 
 O principal subtipo histológico de adenocarcinoma endometrial é o endometrioide, que corresponde a aproximadamente 60% dos casos. 
Outras variantes menos comuns são o adenocarcinoma papilar seroso e o de células claras, que apresentam um pior prognóstico.
 O teste de Papanicolaou é preconizado para o rastreamento das lesões cervicais e não é o método ideal de investigação das doenças 
endometriais. Contudo não é rara a detecção citológica de adenocarcinomas endometriais, especialmente aqueles de alto grau.
 
9.2.1 Características Citológicas Comuns no Adenocarcinoma Endometrial
• Diátese tumoral finamente granular ou aquosa, menos comum no subtipo endometrioide.
• Células malignas distribuídas em pequenos conjuntos.
• Células de tamanho variado, arredondadas.
• Citoplasma escasso ou abundante, cianofílico.
• Vacuolização citoplasmática frequente, às vezes com infiltração neutrofílica.
• Aumento nuclear e localização excêntrica do núcleo.
• Cromatina irregularmente distribuída.
• Nucléolo frequente, geralmente único e redondo.
• Presença frequente de histiócitos.
 A intensidade das alterações nucleares depende do grau de diferenciação do tumor. Adenocarcinomas menos diferenciados são associados 
com maior frequência a diátese tumoral, células de maior tamanho e nucléolos mais proeminentes.
9 ANORMAlIdAdES EPItElIAIS glANdUlARES ENdOCERvICAIS E ENdOMEtRIAIS
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164
9.2.2 Condições que podem simular adenocarcinoma endometrial
 • Adenocarcinoma endocervical - Em muitas situações as características citológicas dos adenocarcinomas endometrial e endocervical se 
sobrepõem, não sendo possível a sua distinção. Os seguintes pontos favorecem a origem endocervical: maior número de células, células colunares, 
núcleos de maior tamanho, citoplasma menos cianofílico, nucléolo mais frequente e maior, encontro de “tiras”, conjuntos de maiores dimensões e 
com menor sobreposição nuclear. No adenocarcinoma endometrial as células malignas são mais arredondadas e tendem a descamar isoladamente 
ou representando conjuntos menores, muitas vezes esféricos.
• Efeito do DIU.
• Pólipos endometriais e endometrites.
• Hiperplasias endometriais.
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Assinalamos que pode haver alguma discordância com relação à interpretação de algumas imagens microscópicas. Contudo, além da subjetividade na 
avaliação citológica, deve ser considerado que as fi guras fazem parte de um contexto. O diagnóstico citológico, portanto, representa o padrão citológico geral 
da amostra, e não contempla apenas um campo microscópico.
Células glandulares Endocervicais
Figura 1 - Desenho ilustrativo 
representando o epitélio endocervical 
colunar simples.
Figura 2a - Epitélio endocervical colunar 
simples mucossecretante. Histologia, 
HE, 100x. Observar que o epitélio de 
revestimento forma pregueamentos que 
se aprofundam no estroma, simulando 
glândulas. 
Figura 2b - Epitélio endocervical colunar 
simples mucossecretante. Histologia, HE, 
100x. Observar a forma colunar das células, 
o citoplasma claro devido ao acúmulo de 
mucina e os núcleos localizados na região 
basal.
1
2b 2a 
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166
a b
c
3
Figura 3 - Visão Frontal
a; b - Células endocervicais agrupadas em monocamada (arranjo em “favo de mel”). 
Esfregaços cervicovaginais, Papanicolaou, 100x e 400x. 
c; d - Adenocarcinoma endocervical in situ. Esfregaços cervicovaginais, Papanicolaou, 
100x e 400x. Células endocervicais anormais com perda do padrão em “favo de mel”, 
com sobreposição e perda da polaridade nuclear. 
d
a b
c d
4
Figura 4 – Visão Lateral
a; b - Células endocervicais típicas em fi la ou em “paliçada”. Esfregaços cervicovaginais, 
Papanicolaou, 400x. Observar os núcleos na região basal. 
c; d - Adenocarcinoma in situ. Esfregaços cervicovaginais, Papanicolaou, 400x. 
Células endocervicais anormais em “paliçada” com estratifi cação nuclear. Observar 
que os núcleos ocupam diferentes níveis do citoplasma. 
Atlas de Citopatologia ginecológica
• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •
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167
Células Glandulares Endocervicais Atípicas de Signifi cado Indeterminado
5
7 8
6
Figura 5 - Atipia de células 
glandulares endocervicais de 
signifi cado indeterminado, 
sem outra especifi cação. Es-
fregaço cervicovaginal, Papa-
nicolaou, 100x. Agrupamen-
tos de células endocervicais 
discretamente desorganiza-
dos, com leve sobreposição 
nuclear. Há perda do padrão 
em “favo de mel” caracterís-
tico das células endocervicais 
normais.
Figura 6 - Atipia de células 
endocervicais de signifi cado 
indeterminado, sem outra 
especifi cação. Esfregaço cer-
vicovaginal, Papanicolaou, 
400x. Células endocervicais 
com núcleos aumentados de 
volume e hipercromáticos, 
discretamente sobrepostos.
Figura 7 - Atipia de células 
endocervicais de signifi cado 
indeterminado, sem outra 
especifi cação. Esfregaço cer-
vicovaginal, Papanicolaou, 
400x. Conjunto discretamen-
te desorganizado de células 
endocervicais com discreto 
aumento nuclear, anisocario-
se e leve hipercromasia nu-
clear.
Figura 8 - Atipia de células 
endocervicais de signifi cado 
indeterminado, provavelmente 
neoplásicas. Esfregaço cervico-
vaginal, Papanicolaou, 400x. 
Células endocervicais com nú-
cleos volumosos, hipercromá-
ticos, com discreta perda da 
polaridade.
9 ANORMAlIdAdES EPItElIAIS glANdUlARES ENdOCERvICAIS E ENdOMEtRIAIS
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9 10
1211
Figura 9 - Atipia de células 
endocervicais de signifi cado 
indeterminado, provavel-
mente neoplásicas. Esfregaço 
cervicovaginal, Papanicolaou, 
400x. Arranjo em “roseta” 
(seta) de células endocervi-
cais com citoplasma mal deli-
mitado, núcleos aumentados 
de volume, com leve hiper-
cromasia.
Figura 10 - Atipia de células 
endocervicais de signifi cado 
indeterminado, provavel-
mente neoplásicas. Esfregaço 
cervicovaginal, Papanicolaou, 
400x. Conjunto de células 
endocervicais com núcleos 
volumosos variando de ta-
manho, hipercromáticos, às 
vezes com bordas levemente 
irregulares e ocasionais pe-
quenos nucléolos.
Figura 11 - Atipia de células 
endocervicais de signifi cado 
indeterminado, provavel-
mente neoplásicas. Esfregaço 
cervicovaginal, Papanicolaou, 
400x. Células endocervicais 
dispostas em “tira” com nú-
cleos volumosos, alongados, 
hipercromáticos, com discre-
ta estratifi cação.
Figura 12 - Atipia de células 
endocervicais de signifi cado 
indeterminado, provavel-
mente neoplásicas. Esfregaço 
cervicovaginal, Papanicolaou, 
400x. Conjunto em “tira” de 
células endocervicais, com 
núcleos aumentados de vo-
lume, hipercromáticos, com 
tendência à estratifi cação (se-
tas).
Atlas de Citopatologia ginecológica
• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •
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Adenocarcinoma In Situ
Fig.13 - Padrões Arquiteturais nos Esfregaços Citológicos
a - Esfregaço cervicovaginal, Papanicolaou, 400x. Visão frontal de 
células endocervicais em agrupamento com perda da polaridade 
nuclear, devido à sobreposição.
b - Esfregaço cervicovaginal, Papanicolaou, 400x. Visão frontal 
de agrupamento de células endocervicais anormais. Observar a 
protrusão nuclear na periferia do agrupamento (feathering).
c - Esfregaço cervicovaginal, Papanicolaou, 400x. Visão lateral 
de células endocervicais anormais em “tira” com estratifi cação 
nuclear.
d - Esfregaço cervicovaginal, Papanicolaou, 400x. Arranjo 
glandular de células endocervicais com estratifi cação e atipia 
nuclear.
13
c d
a b
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 • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •
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170
14 15
1716
Figura 14 - Adenocarcinoma 
in situ. Histopatológico, HE. 
100x. Glândulas endocervi-
cais revestidas por células 
epiteliais mucossecretoras tí-
picas (seta dupla). Há outras 
glândulas com substituição 
parcial ou completa do re-
vestimento por células com 
estratifi cação e hipercroma-
sia nuclear (setas). Observar 
que nas glândulas anormais o 
epitélio perde o conteúdo de 
mucina.
Figura 15 - Adenocarcinoma 
in situ. Esfregaço cervicova-
ginal, Papanicolaou, 100x. O 
grande número de conjuntos 
celulares sinciciais (células 
com citoplasma escasso, mal 
delimitado, núcleos volumo-
sos, sobrepostos) é muitas 
vezes o primeiro sinal, ainda 
sob a objetiva de pequeno 
aumento, de uma neoplasia 
maligna.
Figura 16 - Adenocarcinoma 
in situ. Esfregaço cervicovaginal, 
Papanicolaou, 400x. Perda do 
padrão em “favo de mel” caracte-
rístico dos agrupamentos de célu-
las endocervicais normais. Nesta 
fi gura, as células endocervicais 
apresentam núcleos volumosos, 
com variação do tamanho, e cro-
matina grosseiramente granular. 
Há sobreposição nuclear com 
perda da polaridade. Presença de 
mitose atípica (seta). Esse tipo de 
agrupamento deve ser diferen-
ciado daqueles encontrados em 
NIC 3.
Figura 17 - Adenocarcinoma 
in situ. Esfregaço cervicova-
ginal, Papanicolaou, 100x. 
Agrupamento de células en-
docervicais com núcleos volu-
mosos, variando de tamanho, 
e hipercromáticos. Os núcle-
os são alongados na periferia, 
posicionando-se perpendi-
cularmente ao maior eixo do 
agrupamento com tendência 
a se soltarem (feathering).
Atlas de Citopatologia ginecológica
• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •
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171
18 19
2120
Figura 18 - Adenocarcino-
ma in situ. Esfregaço cervico-
vaginal, Papanicolaou, 400x. 
Agrupamento de células en-
docervicais com aumento 
nuclear e hipercromasia. Há 
sobreposição nuclear. Os nú-
cleos parecem se soltar na pe-
riferia, um padrão conhecido 
como “plumagem”, ou feathe-
ring.
Figura 19 - Adenocarcinoma 
in situ. Esfregaço cervicova-
ginal, Papanicolaou, 400x. 
Agrupamento de células en-
docervicais com núcleos vo-
lumosos, hipercromáticos. As 
células da periferia do con-
junto exibem estratifi cação 
nuclear.
Figura 20 - Adenocarcinoma 
in situ. Esfregaço cervicovagi-
nal, Papanicolaou, 400x. Ar-
ranjos glandulares (setas) de 
células endocervicais com nú-
cleos volumosos, variando de 
tamanho, com cromatina ge-
ralmente grosseiramente gra-
nular e ocasionais nucléolos.
Figura 21 - Adenocarcinoma 
in situ. Esfregaço cervicova-
ginal, Papanicolaou, 400x. 
“Tiras” de células endocervi-
cais com núcleos volumosos 
variando de tamanho, alon-
gados, hipercromáticos, com 
cromatina grosseiramente 
granular. Há estratifi cação 
nuclear.
9 ANORMAlIdAdES EPItElIAIS glANdUlARES ENdOCERvICAIS E ENdOMEtRIAIS
 • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •
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172
24
22 23
25
Figura 22 - Adenocarcino-
ma in situ. Esfregaço cervico-
vaginal, Papanicolaou, 400x. 
Arranjo em “tira” represen-
tado por células endocervi-
cais com núcleos volumosos, 
hipercromáticos, alongados. 
Há acentuada estratifi cação 
nuclear.
Figura 23 - Adenocarcino-
ma in situ. Esfregaço cer-
vicovaginal, Papanicolaou, 
400x. Arranjo em “roseta” 
representado por células en-
docervicais com núcleos volu-
mosos, alongados, hipercro-
máticos, com estratifi cação. 
Há protrusão nuclear (setas). 
Presença de corpos apoptóti-
cos (setas brancas).
Figura 24 - Adenocarcino-
ma in situ. Esfregaço cervico-
vaginal, Papanicolaou, 400x. 
Arranjo glandular represen-
tado por células com núcleos 
volumosos, hipercromáticos, 
às vezes alongados. Há estra-
tifi cação nuclear, principal-
mente à esquerda (seta).
Figura 25 - Adenocarcino-
ma in situ. Esfregaço cervico-
vaginal, Papanicolaou, 400x. 
Arranjo em “roseta” (seta) 
de células endocervicais com 
núcleos volumosos, hipercro-
máticos, exibindo cromatina 
grosseiramente granular.
Atlas de Citopatologia ginecológica
• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •
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173
26
Figura 26 - Adenocarcino-
ma in situ. Esfregaço cervico-
vaginal, Papanicolaou, 400x. 
Arranjos glandulares bem de-
fi nidos representados por cé-
lulas com núcleos volumosos, 
hipercromáticos, com croma-
tina fi namente granular exi-
bindo frequentes nucléolos.
9 ANORMAlIdAdES EPItElIAIS glANdUlARES ENdOCERvICAIS E ENdOMEtRIAIS
 • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •
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Adenocarcinoma Endocervical In Situ Associado à NIC 3 (lesão Intraepitelial Escamosa de 
Alto grau)
O caso que será apresentado a seguir demonstra lesões combinadas (adenocarcinoma in situ e NIC 3), associação esta bastante elevada segundo a maioria dos autores, 
embora no exame citológico tal relação seja difi cilmente reconhecida. Há provavelmente falhas na interpretação citológica, especialmente pela difi culdade de se diferenciar 
NIC 3 com envolvimento glandular de adenocarcinoma. É bem documentado que, quando uma lesão escamosa envolve glândulas endocervicais, pode mostrar arranjos 
arquiteturais que lembram adenocarcinoma endocervical, inclusive com o encontro de “paliçada” na periferia dos agrupamentos celulares. Por outro lado, as células dessas 
lesões podem exibir confi guração colunar, citoplasma granular e nucléolo. Assim, há grande difi culdade de se reconhecer as alterações citológicas como provenientes de 
lesõesdistintas.
27 28
Figura 27 - Adenocarcinoma 
endocervical in situ. Esfregaço 
cervicovaginal, Papanicolaou, 
100x. Agrupamento de células 
endocervicais com núcleos 
volumosos, sobrepostos. Há 
feathering (seta).
Figura 28 - Adenocarcinoma 
endocervical in situ. Esfregaço 
cervicovaginal, Papanicolaou, 
400x. Agrupamento glandu-
liforme de células com 
núcleos volumosos, às vezes 
alongados, com cromatina 
grosseiramente granular.
Atlas de Citopatologia ginecológica
• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •
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3029
31 32
Figura 29 - Lesão intraepi-
telial escamosa de alto grau 
(NIC 3). Esfregaço cervico-
vaginal, Papanicolaou, 400x. 
Células escamosas imaturas 
revelando núcleos volumo-
sos, irregulares, com croma-
tina grosseiramente granular 
(setas). 
Figura 30 - Lesão intraepi-
telial escamosa de alto grau 
(NIC 3). Esfregaço cervico-
vaginal, Papanicolaou, 400x. 
Várias células escamosas 
imaturas, algumas quase sem 
citoplasma, com núcleos ir-
regulares, hipercromáticos, 
com cromatina grosseira-
mente granular.
Figura 31 - Adenocarcinoma 
endocervical in situ. Histopa-
tológico. HE. 100x. Observar 
os núcleos alongados, hiper-
cromáticos, com estratifi ca-
ção (setas).
Figura 32 - NIC 3 (carcino-
ma in situ superfi cial e com 
extensão glandular). Histo-
patológico. HE. 100x. Epité-
lio escamoso com alterações 
nucleares. A seta aponta o en-
volvimento da glândula pelo 
epitélio escamoso anormal.
9 ANORMAlIdAdES EPItElIAIS glANdUlARES ENdOCERvICAIS E ENdOMEtRIAIS
 • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •
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176
Adenocarcinoma Endocervical Invasivo
34
3635
33
Figura 33 - Adenocarcino-
ma endocervical invasivo. 
Histopatológico, HE, 100x. 
Nota-se proliferação glan-
dular complexa, com pouco 
estroma de permeio, núcle-
os hipercorados, em várias 
camadas celulares. Imagem 
gentilmente cedida por Dra. 
Liliana Andrade, Unicamp.
Figura 34 - Adenocarcino-
ma endocervical invasivo. 
Esfregaço cervicovaginal, Pa-
panicolaou, 100x. “Fundo” 
fi brino-hemorrágico. Vários 
agrupamentos sinciciais e 
alguns arranjos glandulares 
(setas) representados por cé-
lulas com núcleos volumosos, 
hipercromáticos.
Figura 35 - Adenocarcino-
ma endocervical invasivo. 
Esfregaço cervicovaginal, 
Papanicolaou, 400x. Agrupa-
mento glanduliforme (seta) 
de células grandes com cito-
plasma delicado, abundante, 
núcleos volumosos, às vezes 
alongados, com bordas irre-
gulares e cromatina fi namen-
te granular irregularmente 
distribuída.
Figura 36 - Adenocarcinoma 
endocervical invasivo. Esfre-
gaço cervicovaginal, Papani-
colaou, 400x. Agrupamento 
de células endocervicais com 
núcleos volumosos às vezes 
alongados, com cromatina 
irregularmente distribuída e 
frequentes nucléolos. Há es-
boço de arranjos glandulares 
(setas) e protrusão de núcleos 
(setas duplas).
Atlas de Citopatologia ginecológica
• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •
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177
37 38
4039
Figura 37 - Adenocarcinoma 
endocervical invasivo. Esfre-
gaço cervicovaginal, Papani-
colaou, 400x. Agrupamento 
desorganizado, evidencian-
do-se arranjo glandular (seta) 
representado por células com 
citoplasma delicado, núcleos 
volumosos, com cromatina 
grosseiramente granular irre-
gularmente distribuída.
Figura 38 - Adenocarcino-
ma endocervical invasivo. 
Esfregaço cervicovaginal, 
Papanicolaou, 400x. Agru-
pamento em “tira” de células 
endocervicais com núcleos 
volumosos, variando de ta-
manho, às vezes pleomórfi -
cos, estratifi cados.
Figura 39 - Adenocarcinoma 
endocervical invasivo. Esfre-
gaço cervicovaginal, Papani-
colaou, 400x. Agrupamento 
frouxo, desorganizado, de cé-
lulas endocervicais com cito-
plasma delicado, mal delimi-
tado, núcleos volumosos, com 
variação do tamanho, croma-
tina irregularmente distribuí-
da e frequentes nucléolos, às 
vezes proeminentes.
Figura 40 - Adenocarcino-
ma endocervical invasivo. 
Esfregaço cervicovaginal, 
Papanicolaou, 400x. Agrupa-
mento de células endocervi-
cais com núcleos volumosos, 
variando de tamanho, hiper-
cromáticos, com cromatina 
grosseiramente granular, às 
vezes irregularmente distri-
buída. Há protrusão nuclear 
marcada (feathering).
9 ANORMAlIdAdES EPItElIAIS glANdUlARES ENdOCERvICAIS E ENdOMEtRIAIS
 • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •
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178
a b
c d
43
Figuras 43a, 43b, 43c e 43d - Adenocarcinoma endocervical mucinoso bem 
diferenciado. Histopatológico, HE. 100x e 400x. Proliferação de glândulas variando 
de tamanho e forma, revestidas por células mucossecretoras, com núcleos na região 
basal, revelando discreto aumento e irregularidade nuclear. Corresponde ao mesmo 
caso mostrado nas duas imagens prévias. 
42
41
Figura 41 - Adenocarcino-
ma endocervical mucinoso 
bem diferenciado. Esfregaço 
cervicovaginal, Papanicolaou, 
400x. Conjuntos glanduli-
formes (setas) representados 
por células com citoplasma 
delicado, mal delimitado, 
núcleos volumosos, com cro-
matina fi namente granular, 
às vezes irregularmente dis-
tribuída, evidenciando-se nu-
cléolos proeminentes.
Figura 42 - Adenocarcinoma 
endocervical mucinoso bem 
diferenciado. Esfregaço cervi-
covaginal, Papanicolaou, 400x. 
Corresponde a outro campo 
microscópico do mesmo caso 
da fi gura anterior. Agrupa-
mento monoestratifi cado com 
discreta perda da polaridade 
nuclear. A discreta desorgani-
zação arquitetural e leves ati-
pias nucleares tornaram difí-
cil o diagnóstico. Contudo, os 
macronucléolos constantes e o 
padrão de cromatina irregular 
auxiliaram no reconhecimento 
da natureza maligna da lesão.
Atlas de Citopatologia ginecológica
• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •
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179
Figuras 46a e 46b - Adenocarcinoma endocervical 
viloglandular, Histopatológico. HE. 100x e 400x. Há numerosas 
papilas. Corresponde ao mesmo caso mostrado nas duas fi guras 
anteriores.
4544
Figura 44 - Adenocarcino-
ma mucinoso subtipo vilo-
glandular. Esfregaço cervico-
vaginal, Papanicolaou, 100x. 
Numerosos agrupamentos 
papilares de células malig-
nas. O padrão arquitetural de 
“plumagem” não foi identifi -
cado, em conformidade com a 
literatura. Arranjos papilares 
podem ser encontrados no 
adenocarcinoma endocervi-
cal clássico, porém neste últi-
mo caso as alterações nuclea-
res são mais signifi cativas.
Figura 45 - Adenocarcino-
ma mucinoso subtipo vilo-
glandular. Esfregaço cervico-
vaginal, Papanicolaou, 400x. 
Arranjo papilar representado 
por células epiteliais exibindo 
núcleos volumosos, com dis-
creta variação do tamanho e 
cromatina fi namente granu-
lar. Observar o limite bem de-
marcado do arranjo papilar.
46a 46b 
9 ANORMAlIdAdES EPItElIAIS glANdUlARES ENdOCERvICAIS E ENdOMEtRIAIS
 • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •
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180
Figura 49 - Adenocarcinoma 
mucinoso, subtipo de 
células em “anel de sinete”. 
Histopatológico, HE. Cor-
responde ao mesmo caso 
mostrado nas duas fi guras 
anteriores.
a - 100x; 
b - 400x; 
c - 400x.
a b c
47 48
49
Figura 48 - Adenocarcinoma 
mucinoso, subtipo de células 
em “anel de sinete”. Esfregaço 
cervicovaginal, Papanicolaou, 
400x. Células dissociadas ar-
redondadas exibindo vacúo-
los intracitoplasmáticos bem 
demarcados, às vezes conten-
do depósitos de substância 
eosinofílica, provavelmente 
correspondendo à mucina. Os 
núcleos são rechaçados para a 
periferia. Este tipo de tumor 
é raro, podendo ser primário 
ou metastático (mama, trato 
gastrointestinal).
Figura 47 - Adenocarci-
noma mucinoso subtipo de 
células em “anel de sinete”. 
Esfregaço cervicovaginal, 
Papanicolaou,100x. Células 
dissociadas arredondadas, 
exibindo frequentemente va-
cúolos intracitoplasmáticos 
e núcleos rechaçados para a 
periferia. O “fundo” do esfre-
gaço é hemorrágico.
Atlas de Citopatologia ginecológica
• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •
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181
Figuras 52a e 52b - Adenocarcinoma endocervical de células 
claras. Histopatológico, HE. 100x e 400x. Corresponde ao 
mesmo caso mostrado nas duas imagens citológicas prévias.
50 51
Figura 50 - Adenocarcino-
ma endocervical de células 
claras. Esfregaço cervicova-
ginal, Papanicolaou, 400x. 
Células exibindo citoplasma 
abundante, delicado, mal 
delimitado, núcleos excêntri-
cos. Tais células se mostram 
dissociadas e raramente es-
boçando arranjo glandular 
(seta).
Figura 51 - Adenocarcinoma 
endocervical de células cla-
ras. Esfregaço cervicovaginal, 
Papanicolaou, 400x. Arranjo 
glandular representado por 
células exibindo citoplasma 
abundante, delicado, mal de-
limitado, núcleos excêntricos, 
com cromatina granular irre-
gularmente distribuída e fre-
quentes nucléolos.
52a 52b 
9 ANORMAlIdAdES EPItElIAIS glANdUlARES ENdOCERvICAIS E ENdOMEtRIAIS
 • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •
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182
Figuras 55a e 55b - Imagens Histológicas 
Correspondentes ao Caso Mostrado nas Duas Figuras 
Anteriores. 
a - Carcinoma sincrônico. Carcinoma escamoso. Histo-
patológico. HE. 100x. Bloco de células escamosas com atipias 
nucleares invadindo o estroma. 
b - Carcinoma sincrônico. Adenocarcinoma endocervical 
mucinoso. Histopatológico, HE. 100x. Arranjos glandulares 
variando de tamanho e forma representados por células atípicas. 
53 54
Figura 53 - Carcinoma 
sincrônico, representando 
carcinoma escamoso e ade-
nocarcinoma. Esfregaço cer-
vicovaginal, Papanicolaou, 
400x. Nesta fi gura, células 
do carcinoma escamoso exi-
bindo citoplasma denso ou 
queratinizado, às vezes pleo-
mórfi cas (seta), com núcleos 
volumosos e cromatina irre-
gularmente distribuída.
Figura 54 - Carcinoma sin-
crônico, representando carci-
noma escamoso e adenocarci-
noma endocervical. Esfregaço 
cervicovaginal, Papanicolaou, 
400x. Nesta fi gura, arranjo 
glanduliforme de células com 
citoplasma delicado, núcleos 
volumosos, sobrepostos, com 
cromatina fi na irregularmen-
te distribuída e ocasionais 
nucléolos múltiplos (adeno-
carcinoma).
55a 55b
Atlas de Citopatologia ginecológica
• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •
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183
Condições que Podem Simular Adenocarcinoma Endocervical In Situ ou Invasivo
56 57
5958
Figura 56 - Células de repa-
ração. Esfregaço cervicovagi-
nal, Papanicolaou, 400x. Cé-
lulas de origem endocervical 
com citoplasma delicado, nú-
cleos volumosos, com varia-
ção do tamanho, cromatina 
fi namente granular e nucléo-
los proeminentes.
Figura 57 - Células endo-
cervicais reativas. Esfregaço 
cervicovaginal, Papanicolaou, 
400x. Células endocervicais 
vistas lateralmente com nú-
cleos volumosos, exibindo 
cromatina fi namente granu-
lar e nucléolos proeminentes.
Figura 58 - Metaplasia tu-
bária. Esfregaço cervicovagi-
nal, Papanicolaou, 400x. Os 
núcleos são aumentados de 
volume, com discreta varia-
ção do tamanho, levemente 
sobrepostos. Observar os cí-
lios (seta) que facilitam o re-
conhecimento da condição.
Figura 59 - Artefato de “es-
cova” (descamação maciça 
de células endocervicais). 
Esfregaço cervicovaginal, 
Papanicolaou, 100x. Agrupa-
mento amplo de células endo-
cervicais. Há várias aberturas 
glandulares (setas). Com a 
objetiva de grande aumento, 
não se identifi cam alterações 
nucleares.
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 • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •
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184
62
60
63
61
Figura 60 - Células do seg-
mento uterino inferior. Esfre-
gaço cervicovaginal, Papani-
colaou, 400x. Arranjo tubular 
de células com paliçamento 
periférico sem estratifi cação. 
Observar o pequeno tamanho 
dos núcleos na porção central 
do conjunto. 
Figura 61 - Células do seg-
mento uterino inferior. Esfre-
gaço cervicovaginal, Papani-
colaou, 100x. O encontro de 
células estromais misturadas 
a capilares (setas) facilita o 
reconhecimento da origem 
do segmento uterino inferior 
das células glandulares vistas 
na fi gura anterior.
Figura 62 - Lesão intraepi-
telial escamosa de alto grau 
(NIC 3) com extensão glandu-
lar. Esfregaço cervicovaginal, 
Papanicolaou, 400x. Agru-
pamento sincicial de células 
anormais. Observar o esboço 
de arranjos glandulares (se-
tas), o que pode levar à con-
fusão diagnóstica com adeno-
carcinoma endocervical.
Figura 63 - Lesão intraepi-
telial escamosa de alto grau 
(NIC 3). Esfregaço cervico-
vaginal, Papanicolaou, 100x. 
Agrupamento sincicial de cé-
lulas anormais, com elevada 
relação nucleocitoplasmáti-
ca e hipercromasia nuclear. 
O amontoamento nuclear 
central (seta branca), assim 
como a posição paralela dos 
núcleos periféricos (setas), 
são critérios importantes 
para estabelecer a origem es-
camosa da lesão.
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• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •
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Adenocarcinoma Endometrial
64
66 67
65
Figura 64 - Adenocarcino-
ma endometrial. Esfregaço 
cervicovaginal, Papanicola-
ou, 100x. Esfregaço fi brino-
-hemorrágico. Conjuntos 
glandulares representados 
por células com citoplasma 
escasso, núcleos volumosos, 
hipercromáticos.
Figura 65 - Adenocarcino-
ma endometrial. Esfregaço 
cervicovaginal, Papanicolaou, 
400x. Arranjos glandulifor-
mes representados por célu-
las arredondadas com cito-
plasma às vezes infi ltrado por 
neutrófi los. Os núcleos são 
excêntricos, volumosos, com 
variação do tamanho, hiper-
cromáticos, com cromatina 
irregularmente distribuída e 
ocasionais nucléolos.
Figura 66 - Adenocarcino-
ma endometrial. Esfregaço 
cervicovaginal, Papanicola-
ou, 400x. Conjunto glandu-
liforme de células exibindo 
citoplasma delicado, núcleos 
volumosos, com variação do 
tamanho, cromatina grossei-
ramente granular irregular-
mente distribuída.
Figura 67 - Adenocarcino-
ma endometrial. Esfregaço 
cervicovaginal, Papanicolaou, 
400x. Arranjo glandular ou 
em “roseta” de células com 
citoplasma microvacuoliza-
do, núcleos excêntricos com 
variação do seu tamanho, hi-
percromasia e cromatina irre-
gularmente distribuída.
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186
6968
Figura 68 - Adenocarcino-
ma endometrial. Esfregaço 
cervicovaginal, Papanicolaou, 
400x. Células arredondadas, 
grandes, com frequente va-
cuolização citoplasmática. 
Os núcleos são excêntricos, 
volumosos, com variação do 
tamanho, exibindo cromati-
na irregularmente distribuída 
e ocasionais nucléolos. Esse 
tipo de apresentação cito-
lógica pode corresponder a 
adenocarcinoma endometrial 
seroso papilar.
Figura 69 - Alterações re-
ativas pelo DIU. Esfregaço 
cervicovaginal, Papanicola-
ou, 400x. Células glandulares 
endometriais ou metaplásicas 
com núcleos aumentados de 
volume, exibindo cromatina 
uniformemente distribuída. 
Há frequente vacuolização 
citoplasmática. Este padrão 
citológico pode simular ade-
nocarcinoma endometrial. A 
idade jovem da paciente e a 
referência ao uso de DIU au-
xiliam no reconhecimento da 
natureza benigna da condição.
Atlas de Citopatologia ginecológica
• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •
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10 Neoplasias Malignas Metastáticas
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 Metástases para o colo uterino ou vagina são geralmente derivadas de adenocarcinomas. Os tumores mais frequentemente encontrados 
são os adenocarcinomas de endométrio (em mais de 30% dos casos), ovário, trompas, trato gastrointestinal e mama (especialmente o carcinoma 
lobular). Muito mais raramente são vistos carcinomas de bexiga, pâncreas e pulmão. Metástases de sarcoma, melanoma maligno, linfoma e leucemia 
são ainda mais esporádicas. 
 As células malignas de outras origens atingem o colo e a vagina através de duas vias: disseminação pelas trompas de Falópio, quando as 
células se encontram na cavidade peritoneal, ou invasão direta do colo ou da vagina, este último caso considerado um evento mais raro e geralmente 
associado a tumores de bexiga, uretra ou reto. 
 Nos esfregaços cervicais é extremamente difícil ou mesmo impossível determinar se um adenocarcinoma é de origem primária ou 
metastática. Muitas publicações apontam que o encontro de células malignas em um “fundo” limpo deve alertar para a possibilidade de um tumor 
metastático. Contudo, isso não é a regra. Muitos carcinomas metastáticos são acompanhados de diátese tumoral, especialmente quando há invasão 
direta pelo tumor. O encontro de células estranhas ao colo, como numerosos linfócitos de aspecto monótono, merece uma investigação de doença 
linfoproliferativa. A evidência de pigmento acastanhado (melanina) em células malignas é indicativo de melanoma que pode ser metastático. 
Estruturas não celulares, como corpos de psammoma, apesar de mais frequentemente acompanhar adenocarcinoma papilar seroso de ovário, não 
são específicas deste tumor, podendo ser encontradas em adenocarcinoma de endométrio e mais raramente de colo. Enfim, para fins práticos o 
dado mais importante para a identificação de neoplasia maligna metastática em esfregaços cervicais é sem dúvida a história clínica da paciente, com 
referência a neoplasia prévia. 
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A seguir, alguns exemplos de metástases em esfregaços cervicovaginais. Todas as pacientes tinham história de neoplasia maligna anterior e, depois do encontro 
das células malignas no exame citológico, foram submetidas à biópsia com avaliação histopatológica, confi rmando-se o diagnóstico citológico.
Carcinoma Urotelial de Alto grau de Bexiga
Paciente com 84 anos de idade, com história de carcinoma urotelial de alto grau de bexiga diagnosticado um ano atrás. 
 Foi encaminhada ao serviço de citologia devido a alguns episódios de sangramento vaginal. No exame colposcópico, a mucosa cervical apresentava 
vascularização aumentada, com vasos irregulares e sangrantes.
 O esfregaço cervicovaginal revelou atrofi a, com áreas fi brinoides. Havia numerosas células malignas, evidenciadas mesmo com a objetiva de pequeno 
aumento. Estas células apresentaram características óbvias de malignidade, e as acentuadas anormalidades nucleares apontaram para uma neoplasia de alto 
grau. O padrão citológico sugeriu adenocarcinoma, devido especialmente ao encontro de alguns arranjos epiteliais papilares. Assim sendo, sem levar em 
consideração a história prévia da paciente, o diagnóstico de metástase de carcinoma de células transicionais de alto grau (carcinoma urotelial) não seria possível.
 Alguns meses após a realização do exame citológico a paciente foi a óbito com metástases disseminadas.
1 2
Figura 1 - Carcinoma urote-
lial de alto grau metastático. 
Esfregaço cervicovaginal, Pa-
panicolaou, 100x. Numero-
sas células dissociadas gran-
des, com núcleos volumosos, 
hipercromáticos.
Figura 2 - Carcinoma urote-
lial de alto grau metastático. 
Esfregaço cervicovaginal, Pa-
panicolaou, 100x. Células iso-
ladas e alguns agrupamentos 
sinciciais. As células exibem 
núcleos volumosos e hiper-
cromáticos.
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Figura 3 - Carcinoma uro-
telial de alto grau metastáti-
co. Esfregaço cervicovaginal, 
Papanicolaou, 400x. Arranjo 
papilar representado por cé-
lulas com núcleos volumosos, 
com aumento da relação nu-
cleocitoplasmática e hiper-
cromasia nuclear. Deve ser 
lembrado que o carcinoma 
urotelial pode demonstrar di-
ferenciação glandular.
Figura 4 - Carcinoma uro-
telial de alto grau metastáti-
co. Esfregaço cervicovaginal, 
Papanicolaou, 400x. Peque-
no conjunto de células com 
citoplasma escasso, núcleos 
volumosos, com aumento da 
relação nucleocitoplasmática 
e hipercromasia. Há amolda-
mento celular. Presença tam-
bém de várias células malig-
nas dissociadas.
Figura 5 - Carcinoma urote-
lial de alto grau metastático. 
Esfregaço cervicovaginal, Pa-
panicolaou, 400x. Célula de 
grande tamanho, com mul-
tinucleação. Os núcleos são 
volumosos, excêntricos, com 
variação do tamanho, hiper-
cromáticos, com cromatina 
irregularmente distribuída e 
nucléolos.
Figura 6 - Carcinoma uro-
telial de alto grau metastáti-
co. Esfregaço cervicovaginal, 
Papanicolaou, 400x. Células 
grandes com citoplasma às 
vezes vacuolizado (setas), 
núcleos excêntricos, hiper-
cromáticos, com cromatina 
irregularmente distribuída. 
Há dissociação celular.
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Figura 7 - Carcinoma uro-
telial de alto grau metastáti-
co. Esfregaço cervicovaginal, 
Papanicolaou, 400x. Células 
dissociadas. Apresentam va-
riação de tamanho e forma, 
núcleos excêntricos, volumo-
sos, hipercromáticos, com 
cromatina irregularmente 
distribuída.
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Adenocarcinoma de Cólon
Mulher de 51 anos de idade, menopausada há dois anos, sem queixas clínicas.
 No esfregaço cervicovaginal evidenciaram-se células epiteliais grandes, frequentemente colunares, com citoplasma delicado, núcleos volumosos, com 
variação do tamanho, ovalados, com cromatina fi namente granular irregularmente distribuída, nucléolo proeminente, em algumas ocasiões múltiplo, e algumas 
mitoses atípicas. Estas células distribuíam-se em arranjos glandulares ou em agrupamentos frouxos, desorganizados. Não se observaram debris celulares ou 
fi brina no “fundo”.
 Uma breve discussão:
 O quadro citológico foi típico de adenocarcinoma, embora a origem não pudesse ser especifi cada. Faltavam as características habituais do adenocarcinoma 
endocervical, como feathering e “tiras” com pseudoestratifi cação. Por outro lado, a diátese tumoral, os conjuntos celulares de menores dimensões e as células 
arredondadas com vacuolização citoplasmática comuns no adenocarcinoma endometrial não se reproduziram. Diante dos achados citológicos, a paciente realizou 
exame colposcópico que identifi cou na vagina tumoração com superfície irregular, multinodular, com áreas ulceradas, que foi biopsiada. Durante a investigação 
clínica foi obtida a informação sobre antecedente de neoplasia primária de reto (adenocarcinoma pouco diferenciado), com metástases em vários linfonodos 
dois anos atrás, com ressecção do tumor e tratamentos rádio e quimioterápico. O diagnóstico histopatológico da lesão da vagina correspondeu a adenocarcinoma 
moderadamente diferenciado compatível com origem colônica.
8 9
Figura 8 - Adenocarcinoma 
de cólon metastático. Esfre-
gaço cervicovaginal, Papani-
colaou, 100x. Esfregaço atró-
fi co. Há células parabasais 
agrupadas (seta) sem altera-
ções assinaláveis. Há um con-
junto glandular (seta verme-
lha) de células com núcleos 
volumosos, com variação do 
tamanho e hipercromasia.
Figura 9 - Adenocarcinoma 
de cólon metastático. Esfre-
gaço cervicovaginal, Papa-
nicolaou, 400x. Conjunto 
glandular de células com cito-
plasma delicado, mal delimi-
tado, núcleos volumosos, com 
variação do tamanho, exibin-
do cromatinafi namente gra-
nular irregularmente distri-
buída e ocasionais nucléolos.
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Figura 10 - Adenocarci-
noma de cólon metastático. 
Esfregaço cervicovaginal, 
Papanicolaou, 400x. Arranjo 
em “roseta” constituído por 
células colunares altas, com 
citoplasma abundante, núcle-
os volumosos, com variação 
do tamanho, exibindo cro-
matina fi namente granular 
irregularmente distribuída e 
frequentes nucléolos, às vezes 
múltiplos.
Figura 11 - Adenocarcino-
ma de cólon metastático. 
Esfregaço cervicovaginal, Pa-
panicolaou, 400x. Arranjos 
glandulares de células com 
citoplasma delicado, núcleos 
arredondados ou ovalados, 
com cromatina fi na irregular-
mente distribuída e nucléolos 
proeminentes, às vezes múlti-
plos. Há uma fi gura de mitose 
atípica (seta).
Figura 12 - Adenocarci-
noma de cólon metastático. 
Esfregaço cervicovaginal, 
Papanicolaou, 400x. Arranjo 
esboçando arquitetura papi-
lar representado por células 
grandes com núcleos volu-
mosos, exibindo cromatina 
irregularmente distribuída e 
nucléolos proeminentes.
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Adenocarcinoma de Ovário 
Mulher de 57 anos de idade, com sangramento vaginal. 
 A avaliação citológica revelou um adenocarcinoma de alto grau. Neste caso havia diátese tumoral, incomum nos tumores metastáticos. Por outro lado, 
não se apresentavam as características citológicas habituais associadas ao adenocarcinoma endocervical e endometrial, razão pela qual se optou pelo diagnóstico 
de adenocarcinoma de origem indeterminada.
 Em algumas ocasiões o adenocarcinoma de ovário pode ser acompanhado de corpos de psammoma no esfregaço cervicovaginal, auxiliando no seu 
reconhecimento. Assinalamos, contudo, que essas estruturas calcifi cadas não são específi cas de adenocarcinoma de ovário, podendo ser eventualmente associadas 
a outras neoplasias. 
 O exame histopatológico foi compatível com adenocarcinoma de origem ovariana.
13 14
Figura 13 - Adenocarcinoma 
metastático de ovário. Esfre-
gaço cervicovaginal, Papani-
colaou, 100x. Arranjos papi-
lares de células com núcleos 
volumosos, hipercromáticos, 
sobrepostos.
Figura 14 - Adenocarcinoma 
metastático de ovário. Esfre-
gaço cervicovaginal, Papani-
colaou, 400x. Agrupamento 
glanduliforme de células com 
escasso citoplasma, núcleos 
volumosos, hipercromáticos, 
com cromatina irregularmen-
te distribuída.
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Figura 15 - Adenocarcino-
ma metastático de ovário. 
Esfregaço cervicovaginal, 
Papanicolaou, 400x. Arranjo 
glanduliforme de células com 
citoplasma delicado, mal de-
limitado, núcleos volumosos, 
hipercromáticos, com croma-
tina irregularmente distribuí-
da e ocasionais nucléolos.
Figura 16 - Adenocarcino-
ma metastático de ovário. 
Esfregaço cervicovaginal, 
Papanicolaou, 400x. Peque-
no conjunto de células com 
citoplasma escasso, mal deli-
mitado, núcleos volumosos, 
com cromatina irregularmen-
te distribuída.
Figura 17 - Adenocarcinoma 
metastático de ovário. Esfre-
gaço cervicovaginal, Papa-
nicolaou, 400x. Arranjo de 
aspecto papilar representado 
por células com citoplasma 
escasso, mal delimitado, nú-
cleos volumosos, com croma-
tina irregularmente distribuí-
da.
Figura 18 - Adenocarcino-
ma metastático de ovário. 
Esfregaço cervicovaginal, Pa-
panicolaou, 400x. Células de 
grande tamanho revelando 
citoplasma abundante, de-
licado, núcleos volumosos, 
hipercromáticos, com croma-
tina grosseira irregularmente 
distribuída e alguns nucléo-
los.
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leucemia linfocítica Crônica
Paciente de 68 anos de idade, portadora de leucemia linfocítica crônica, apresentando sangramento vaginal. 
 Caso confi rmado pela histopatologia, que evidenciou infi ltração do colo por células leucêmicas.
 Uma breve discussão:
 Em esfregaços cervicovaginais raramente se encontram linfócitos em grande número. Quando isso ocorre, a primeira possibilidade a ser considerada é 
de cervicite crônica folicular. Nesta condição, encontramos uma população polimorfa de linfócitos em diferentes estágios de maturação, além de macrófagos de 
corpos tingíveis. Nas fi guras a seguir, chama a atenção o número elevado de linfócitos de pequeno tamanho e de aspecto relativamente monótono. É impossível 
nesse contexto a diferenciação com linfoma de baixo grau. O diagnóstico de leucemia linfocítica crônica foi obtido após correlação com as informações clínicas. 
2019
Figura 19 - Leucemia linfo-
cítica crônica. Esfregaço cer-
vicovaginal, Papanicolaou, 
100x. Esfregaço mucoide. Há 
várias células escamosas pa-
rabasais isoladas permeadas 
por numerosos linfócitos.
Figura 20 - Leucemia linfo-
cítica crônica. Esfregaço cer-
vicovaginal, Papanicolaou, 
400x. Numerosas hemácias 
bem conservadas e incontá-
veis linfócitos de aspecto mo-
nótono de pequeno tamanho, 
evidenciando-se às vezes cro-
matina granular.
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Figura 21 - Leucemia linfo-
cítica crônica. Esfregaço cer-
vicovaginal, Papanicolaou, 
400x. Células escamosas pa-
rabasais sem anormalidades. 
Há numerosos linfócitos, al-
guns com cromatina granu-
lar.
Figura 22 - Leucemia lin-
focítica crônica. Esfregaço 
cervicovaginal, Papanicola-
ou, 400x. Células escamosas 
parabasais circundadas por 
linfócitos de aspecto relati-
vamente monótono, às vezes 
com cromatina granular.
Figura 23 - Leucemia linfo-
cítica crônica. Esfregaço cer-
vicovaginal, Papanicolaou, 
400x. Esfregaço hemorrági-
co. Algumas células escamo-
sas parabasais e numerosos 
linfócitos, às vezes com cro-
matina granular.
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Perfil da autora
Daisy Nunes de Oliveira Lima 
 Médica, mestre em Anatomia Patológica, especialista em Citopatologia; professora adjunta do Departamento de Patologia do Centro de 
Ciências da Saúde da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e citopatologista do Serviço de Patologia do Hospital das Clínicas da UFPE; 
citopatologista do Laboratório Centro Integral.
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