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Aula 9 – Fundações e Estruturas UNIDADE 2 – FUNDAMENTOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL 113 Aula 9: Fundações e Estruturas Os elementos de sustentação da edificação são aqueles que suportam toda a sua carga (peso) e as transmitem para o solo. Estes elementos são divididos em 2 subsistemas: os de superestrutura e infraestrutura. A diferenciação se dá apenas pela locação em relação ao nível do solo, sendo os aéreos os de superestrutura e os enterrados (ou aterrados) os de infra. Nesta aula serão dados conceitos introdutórios sobre estes elementos que serão aprofundados no curso de suas disciplinas específicas. 1. Fundações O sistema de fundações é formado pelo elemento estrutural do edifício que fica abaixo do solo (podendo ser constituído por bloco, estaca ou tubulão, por exemplo) e o maciço de solo envolvente sob a base e ao longo do fuste. Sua função é suportar com segurança as cargas provenientes do edifício. Convencionalmente, o projetista estrutural repassa ao projetista de fundação as cargas que serão transmitidas aos elementos de fundação. Confrontando essas informações com as características do solo onde será edificado, o projetista de fundações calcula o deslocamento desses elementos e compara com os recalques admissíveis da estrutura, ou seja, primeiro elabora-se o projeto estrutural e depois o projeto de fundação. Quando o projeto estrutural é elaborado em separado do projeto de fundação, considera-se, durante o dimensionamento das estruturas, que a fundação terá um comportamento rígido, indeslocável. Na realidade, tais apoios são deslocáveis e esse fator tem uma grande contribuição para uma redistribuição de esforços nos elementos da estrutura. Essa redistribuição ou nova configuração de esforços nos elementos estruturais, em especial nos pilares, provoca uma transferência das cargas dos pilares mais carregados para os pilares menos carregados. Geralmente, os pilares centrais são os mais carregados que os da periferia. Ao considerarmos a interação solo-estrutura no dimensionamento da fundação, os pilares que estão mais próximos do centro terão uma carga menor do que a calculada, havendo uma redistribuição das tensões. Aula 9 – Fundações e Estruturas INTRODUÇÃO À CONSTRUÇÃO 114 Dessa forma, é possível estimar os efeitos da redistribuição dos esforços na estrutura do edifício, bem como a intensidade e a forma dos recalques diferenciais. Consequentemente, teremos um projeto otimizado, podendo-se obter uma economia que pode chegar a até 50% no custo de uma fundação. Torna-se clara a importância da união entre o projeto estrutural e o projeto de fundações em um único grande projeto, uma vez que os dois estão totalmente interligados e mudanças em um provocam reações imediatas no outro. 1.1. Parâmetros para escolha da Fundação São diversas as variáveis a serem consideradas para a escolha do tipo de fundação. Numa primeira etapa, é preciso analisar os critérios técnicos que condicionam a escolha por um tipo ou outro de fundação. Os principais itens a serem considerados estão dispostos abaixo. 1.1.1. Topografia da área Devem ser observados: • Dados sobre taludes e encostas no terreno, ou que possam atingir o terreno; • Necessidade de efetuar cortes e aterros; • Dados sobre erosões, ocorrência de solos moles na superfície; • Presença de obstáculos, como aterros com lixo ou matacões. Aula 9 – Fundações e Estruturas UNIDADE 2 – FUNDAMENTOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL 115 1.1.2. Características do maciço de solo Dados a serem observados: • Variabilidade das camadas e a profundidade de cada uma delas; • Existência de camadas resistentes ou adensáveis; • Compressibilidade e resistência do solo; • A posição do nível d’água. 1.1.3. Dados da estrutura Dado a ser observado: • A arquitetura, o tipo e o uso da estrutura, como por exemplo, se consiste em um edifício, torre ou ponte, se há subsolo e ainda as cargas atuantes. Realizado esses estudos, descartamos as fundações que oferecem limitações de emprego para a obra em que se está realizando a análise. Teremos, ainda assim, uma gama de soluções que poderão ser adotadas. Alguns projetistas de fundação elaboram projetos com diversas soluções, para que o construtor escolha o tipo mais adequado de acordo com o custo, disponibilidade financeira e o prazo desejado. Dessa forma, numa segunda etapa, consideram-se os seguintes fatores: 1.1.4. Dados sobre as construções vizinhas A serem observados: • O tipo de estrutura e das fundações vizinhas; • Existência de subsolo; • Possíveis consequências de escavações e vibrações provocadas pela nova obra; • Danos já existentes. 1.1.5. Aspectos econômicos Aspecto a ser observado: • Além do custo direto para a execução do serviço, deve-se considerar o prazo de execução. Há situações em que uma solução mais custosa oferece um prazo de execução menor, tornando-se mais atrativa. Aula 9 – Fundações e Estruturas INTRODUÇÃO À CONSTRUÇÃO 116 Podemos perceber que, para realizar a escolha adequada do tipo de fundação, é importante que a pessoa responsável pela contratação tenha o conhecimento dos tipos de fundação disponíveis no mercado e de suas características. Somente com esse conhecimento é que será possível escolher a solução que atenda às características técnicas e ao mesmo tempo se adeque à realidade da obra. 1.2. Fundação Superficial Também chamada de fundação rasa ou direta, transmite a carga do edifício ao terreno através das pressões distribuídas sob a base da fundação. As fundações superficiais estão assentadas a uma profundidade de até duas vezes a sua menor dimensão em planta. 1.2.1. Bloco É o elemento de fundação de concreto simples, dimensionado de maneira que as tensões de tração nele produzidas possam ser resistidas pelo concreto, sem necessidade de armadura. 1.2.2. Sapata É um elemento de fundação de concreto armado, de altura menor que o bloco, utilizando armadura para resistir a esforços de tração. 1.2.3. Viga de Fundação É um elemento que recebe pilares alinhados, geralmente de concreto armado; pode ter seção transversal tipo bloco, sem armadura transversal, sendo chamada de BALDRAME. 1.2.4. Grelhas Elemento de fundação constituído por um conjunto de vigas que se cruzam nos pilares. 1.2.5. Radier Elemento de fundação que recebe todos os pilares da obra. 1.3. Fundação Profunda São aquelas em que a carga é transmitida ao terreno através de sua base (resistência de ponta) e/ou superfície lateral (resistência de atrito). As fundações profundas estão assentadas a uma profundidade maior que duas vezes a sua menor dimensão em planta. Os principais tipos de fundação profunda são: Aula 9 – Fundações e Estruturas UNIDADE 2 – FUNDAMENTOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL 117 1.3.1. Estacas Elemento de fundação executado com auxílio de ferramentas ou equipamentos, execução esta que pode ser por cravação a percussão, prensagem, vibração ou por escavação. 1.3.1.1. ESTACAS PRÉ-MOLDADAS Caracterizam-se por serem cravadas no terreno, podendo-se utilizar os seguintes métodos: • Percussão: é o método de cravação mais empregado, o qual utiliza-se pilões de queda livre ou automáticos. Um dos principais inconvenientes desse sistema é o barulho produzido. • Prensagem: empregada onde há a necessidade de evitar barulhos e vibrações, utiliza macacos hidráulicos que reagem contra uma plataforma com sobrecarga ou contra a própria estrutura. • Vibração: sistema que emprega um martelo dotado de garras (para fixar a estaca), com massas excêntricas que giram com alta rotação, produzindo uma vibração de altafrequência à estaca. Pode ser empregada tanto para cravação como para remoção de estacas, tendo o inconveniente de transmitir vibrações para os arredores. Podem ser fabricadas com diversos materiais, sendo as estacas de concreto e metálicas as mais usuais. Concreto: As estacas de concreto são comercializadas com diferentes formatos geométricos. A capacidade de carga é bastante abrangente, podendo ser simplesmente armadas, protendidas, produzidas por vibração ou centrifugação. Metálicas: São encontradas na forma de trilhos ou perfis. Não há possibilidade de quebra e, caso seja necessário realizar emendas, essas devem ser soldadas, não devendo permitir o uso de luvas ou anéis. Um problema que ocorre com relativa frequência em estacas cravadas por percussão através de espessas camadas de argila mole é o drapejamento, isto é, encurvamento das estacas, mesmo quando se tomam cuidados com o prumo durante a cravação. Tal fato, no entanto, é raramente detectado. O tratamento teórico deste fenômeno só vem sendo realizado muito recentemente, não havendo, ainda, meios de quantificá-lo na fase de projeto. Por esse motivo a eficiência das estacas e principalmente das emendas só Aula 9 – Fundações e Estruturas INTRODUÇÃO À CONSTRUÇÃO 118 pode ser comprovada após experiência acumulada em várias cravações e provas de cargas nestas formações de argilas moles. 1.3.1.2. ESTACAS MOLDADAS IN LOCO COM TUBO DE REVESTIMENTO Tipo Franki: Estaca de concreto armado moldada in loco que emprega um tubo de revestimento com ponta fechada, de modo que não há limitação de profundidade devido à presença de água do subsolo. Para a cravação da estaca, lança-se areia e brita no interior do tubo, materiais esses que são compactados através de golpes de um pilão. Realizada a cravação, executa-se o alargamento da base, a armação e, finalmente, a concretagem. A cravação de estacas tipo Franki pode provocar o levantamento das estacas já instaladas devido ao empolamento do solo circundante que se desloca lateral e verticalmente. A estaca danificada pode ter sua capacidade de carga prejudicada ou perdida devido a uma ruptura do fuste ou pela perda de contato da base com o solo de apoio. Quando a estaca Franki é moldada em espessas camadas submersas de turfa, argila orgânica e areias fofas, pode ocorrer estrangulamento do fuste devido à invasão de água e/ou lama dentro do tubo e o encurtamento da armação ocasionado por insuficiência de seção de aço. Tipo Strauss: Elemento de fundação escavado mecanicamente, com o emprego de uma camisa metálica recuperável, que define o diâmetro das estacas. O equipamento utilizado é leve e de pequeno porte, facilitando a locomoção dentro da obra e possibilitando a montagem do equipamento em terrenos de pequenas dimensões. A perfuração é feita através da queda livre da piteira com a utilização de água. O furo geralmente é revestido. Atingida a profundidade de projeto, o furo é limpo e concretado. Durante a concretagem, o apiloamento do concreto e a retirada cuidadosa do revestimento devem ser observados, para que não haja interrupção do fuste. 1.3.1.3. ESTACAS MOLDADAS IN LOCO ESCAVADAS MECANICAMENTE Hélice Contínua: Estaca de concreto moldada in loco, executada através de um equipamento que possui um trado helicoidal contínuo, que retira o solo conforme se realiza a escavação, e injeta o concreto simultaneamente, Aula 9 – Fundações e Estruturas UNIDADE 2 – FUNDAMENTOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL 119 utilizando a haste central desse mesmo trado. É um sistema que proporciona uma boa produtividade e, por esse motivo, é recomendável que haja uma central de concreto nas proximidades do local de trabalho. Além disso, as áreas de trabalho devem ser planas e de fácil movimentação. O sistema pode ser empregado na maioria dos tipos de solos, exceto em locais onde há a presença de matacões e rochas. Estacas muito curtas, ou que atravessam materiais extremamente moles também devem ter sua utilização analisada cuidadosamente. Estacas-raiz: Estacas escavadas com perfuratriz, executadas com equipamento de rotação ou rotopercussão com circulação de água, lama bentonítica ou ar comprimido. É recomendado para obras com dificuldade de acesso para o equipamento de cravação, pois emprega equipamento com pequenas dimensões (altura de aproximadamente 2m). Pode atravessar terrenos de qualquer natureza, sendo indicado também quando o solo possui matacões e rocha, por exemplo. Pode ser executada de forma inclinada, resistindo a esforços horizontais. Estaca Barrete: Estacas escavadas com uso de lama bentonítica, executadas com equipamentos de grande porte, como o ficlam-shellfl. Pode ser escavada abaixo do nível d´água, até a profundidade de projeto. Na execução, a escavação é preenchida pela lama simultaneamente à retirada do solo escavado. 1.3.2. Tubulão Elemento de forma cilíndrica, em que, pelo menos na sua fase final de execução, há a descida do operário por dentro deste. Pode ser feito a céu aberto ou sob ar comprimido (pneumático). 1.3.2.1. TUBULÃO A CÉU ABERTO Escavada manualmente, não pode ser executado abaixo do nível d´água. Dispensa escoramento em terreno coesivo, mostrando-se uma alternativa econômica para altas cargas solicitadas, superior a 250 Tf. 1.3.2.2. TUBULÃO A AR COMPRIMIDO Utilizado em terrenos que apresentam dificuldade de empregar escavação mecânica ou cravação de estacas, como em áreas com alta densidade de matacões, lençóis d´água elevados ou cotas insuficiente entre o terreno e o apoio da fundação. Aula 9 – Fundações e Estruturas INTRODUÇÃO À CONSTRUÇÃO 120 Nesse tipo de fundação, pode-se utilizar uma camisa metálica, de concreto ou de concreto moldado in loco, sendo empregada uma pressão máxima de 3,4 atm, limitando, dessa forma, a profundidade do tubulão a 34 m abaixo do nível d´água. 2. Superestruturas Nas construções de concreto armado, sejam elas de pequeno ou de grande porte, três elementos estruturais são bastante comuns: as lajes, as vigas e os pilares. Por isso, esses são os elementos estruturais mais importantes. Uma noção geral das características de alguns dos elementos de concreto armado é apresentada a seguir. Há uma infinidade de outros elementos estruturais. Entre eles podem ser citados: viga- parede, consolo, dente gerber, tirante, viga alavanca e elementos compostos, como escadas (estas abordadas aqui), reservatórios, muros de arrimo, etc. 2.1. Lajes As lajes são os elementos planos que se destinam a receber a maior parte das ações aplicadas numa construção, como de pessoas, móveis, pisos, paredes, e os mais variados tipos de carga que podem existir em função da finalidade arquitetônica do espaço físico que a laje faz parte. As ações são comumente perpendiculares ao plano da laje, podendo ser divididas em: distribuídas na área (peso próprio, revestimento de piso, etc.), distribuídas linearmente (paredes) ou forças concentradas (pilar apoiado sobre a laje). As ações são geralmente transmitidas para as vigas de apoio nas bordas da laje, mas eventualmente também podem ser transmitidas diretamente aos pilares. Alguns dos tipos mais comuns de lajes são: maciça apoiada nas bordas, nervurada, lisa e cogumelo. Laje maciça é um termo que se usa para as lajes sem vazios apoiadas em vigas nas bordas. As lajes lisas e cogumelo também não têm vazios, porém, tem outra definição. “Lajes cogumelo são lajes apoiadas diretamente em pilares com capitéis, enquanto lajes lisas são as apoiadas nos pilares sem capitéis” (NBR 6118/03, item 14.7.8). As lajes lisas e cogumelo também são chamadas pela norma como lajes sem vigas. Elas apresentam a eliminação de grande parte das vigas como a principal vantagem em relação àslajes maciças, embora por outro lado tenham maior espessura. São usuais em todo tipo de construção de médio e grande porte, inclusive edifícios de até 20 pavimentos. Apresentam como vantagens custos menores e maior rapidez de construção. No entanto, são suscetíveis a maiores deformações (flechas). Aula 9 – Fundações e Estruturas UNIDADE 2 – FUNDAMENTOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL 121 Capitel é a região nas adjacências dos pilares onde a espessura da laje é aumentada com o objetivo de aumentar a sua capacidade resistente nessa região de alta concentração de esforços cortantes e de flexão. “Lajes nervuradas são as lajes moldadas no local ou com nervuras pré-moldadas, cuja zona de tração para momentos positivos está localizada nas nervuras entre as quais pode ser colocado material inerte” (NBR 6118/03, item 14.7.7). As lajes com nervuras pré- moldadas são comumente chamadas pré-fabricadas. 2.2. Vigas Pela definição da NBR 6118/03 (item 14.4.1.1), vigas “são elementos lineares em que a flexão é preponderante”. As vigas são classificadas como barras e são normalmente retas e horizontais, destinadas a receber ações das lajes, de outras vigas, de paredes de alvenaria, e eventualmente de pilares, etc. A função das vigas é basicamente vencer vãos e transmitir as ações nelas atuantes para os apoios, geralmente os pilares. As ações são geralmente perpendicularmente ao seu eixo longitudinal, podendo ser concentradas ou distribuídas. Podem ainda receber forças normais de compressão ou de tração, na direção do eixo longitudinal. As vigas, assim como as lajes e os pilares, também fazem parte da estrutura de contraventamento responsável por proporcionar a estabilidade global dos edifícios às ações verticais e horizontais. As armaduras das vigas são geralmente compostas por estribos, chamados “armadura transversal”, e por barras longitudinais, chamadas “armadura longitudinal”. Aula 9 – Fundações e Estruturas INTRODUÇÃO À CONSTRUÇÃO 122 2.3. Pilares Pilares são “elementos lineares de eixo reto, usualmente dispostos na vertical, em que as forças normais de compressão são preponderantes” (NBR 6118/2003, item 14.4.1.2). São destinados a transmitir as ações às fundações, embora possam também transmitir para outros elementos de apoio. As ações são provenientes geralmente das vigas, bem como de lajes também. Os pilares são os elementos estruturais de maior importância nas estruturas, tanto do ponto de vista da capacidade resistente dos edifícios quanto no aspecto de segurança. Além da transmissão das cargas verticais para os elementos de fundação, os pilares podem fazer parte do sistema de contraventamento responsável por garantir a estabilidade global dos edifícios às ações verticais e horizontais. 2.4. Escadas A circulação vertical tem função de vencer os desníveis em geral e/ou entre pavimentos consecutivos, possibilitando o livre acesso e circulação entre estes e se faz por meio de Rampas, Elevadores e Escadas. Uma das tendências atuais na arquitetura é explorar a escada, de modo que ela venha a se integrar, compor o ambiente. Não mais apenas como um elemento de circulação vertical, mas também como um elemento estético do ambiente. Aula 9 – Fundações e Estruturas UNIDADE 2 – FUNDAMENTOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL 123 Surgem, assim, as escadas com trechos retos e patamares curvos, ou com lances curvos e patamares retos, helicoidais e outras... Diferentes materiais e técnicas de sustentação, que muitas vezes as fazem parecer flutuar nos ambientes. Mas é fundamental que o arquiteto domine bem as técnicas, normas e o traçado para que não ocorram erros e para que a escada se torne perigosa ou sua função seja prejudicada. As principais observações a serem respeitadas são: • A altura e o comprimento dos degraus devem ser proporcionais para acomodação do movimento do corpo; • Se o degrau tiver mais que 18 centímetros de espelho, a escada se torna cansativa; • Se o piso do degrau for menor do que 25 cm, o pé não encontra apoio e a escada pode provocar quedas, ou no mínimo, pode-se arranhar o calcanhar no espelho ao descer; • Com pisos de 45 cm, porém, fica a dúvida: daremos passadas maiores do que o normal ou encurtaremos os passos, dando dois passos por degrau? • Se os espelhos de uma escada forem variáveis quebra-se o ritmo dos passos e a possibilidade de quedas é grande; Há uma relação que indica as proporções ideais de espelho e base/piso dos degraus, segundo a FÓRMULA DE BLONDELL: 2𝑒 + 𝑏 = 63 𝑜𝑢 64 Onde: e = espelho do degrau (máximo de 19 cm); b = base/piso do degrau (mínimo 25 cm) . • Escadas de lance único podem ser fisicamente cansativas e psicologicamente intimidantes; • Geralmente limita-se a distância vertical entre patamares em 19 degraus de 17 cm = 3,23 m (código de obras); • Os patamares devem ter uma dimensão, no sentido do deslocamento, igual à largura da escada (mínimo 76 cm para escada de uso privativo – código obras); • Os lances podem ser iguais ou desiguais; Aula 9 – Fundações e Estruturas INTRODUÇÃO À CONSTRUÇÃO 124 • Degraus em leque: perigosos - pouco apoio para os pés; • Inclinação acentuada: subida cansativa e intimidante; descida precária; • Inclinação muito acentuada: profundidade do degrau de ser suficiente para acomodar a passada; Maiores detalhes para cálculos de escadas e mais características serão apresentadas na disciplina de Estruturas. Baseado e adaptado ABCP, Prof. Paulo Sérgio dos Santos Bastos , Edições sem prejuízo de conteúdo.